atualidade • 04 problemas com o sono potenciam a violência · governo quer reutilizar ......

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ATUALIDADE • 04 Problemas com o sono potenciam a violência Sonambulismo e epilepsias noturnas são algumas das doenças que podem motivar comportamentos agressivos. As vítimas tendem a ter pesadelos graves e a sofrer de insónias, fadiga, depressão e ansiedade. Governo quer reutilizar água das maiores ETAR Até junho será desenvolvido um plano, que acarreta investimento, para usar a 100% as águas residuais de 50 estações. ATUALIDADE • 06 Doca da Marinha com direito a reabilitação Local junto ao Tejo é o próximo que será intervencionado pela Câmara de Lisboa, que promete um novo espaço de lazer. CIDADES • 02 «Quando era mais nova levava pipocas de casa» Ao encarnar Tonya Harding, americana que em 1994 revolucionou a patinagem no gelo, ganhou uma nomeação para o Óscar de melhor atriz. Margot Robbie fala ao Destak deste filme e não só. ARTE&LAZER • 12 E 13 DESPORTO • 08 © JOSE SENA GOULAO/LUSA Carrilho paga 2400€ para não ir preso oito meses Antigo ministro da Cultura foi condenado por ter agredido o pedopsiquiatra Pedro Strecht no intervalo de uma audiência. FAMA&TV • 09 FC Porto virou o jogo com o Estoril na 2ª parte e venceu por 3-1, dispondo agora de 5 pontos a mais no 1º lugar 22.02.2018 Quinta-feira PORTUGAL Diretor: Diogo Torgal Ferreira | Edição nº 3081. Jornal diário gratuito. WWW.DESTAK.PT Acompanhe-nos também em PUB

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ATUALIDADE • 04

Problemas com o sono potenciam a violênciaSonambulismo e epilepsias noturnas são algumas das doenças que podem motivar comportamentos agressivos. As vítimas tendem a ter pesadelos graves e a sofrer de insónias, fadiga, depressão e ansiedade.

Governo quer reutilizar água das maiores ETAR Até junho será desenvolvido um plano, que acarreta investimento, para usar a 100% as águas residuais de 50 estações.

ATUALIDADE • 06

Doca da Marinha com direito a reabilitação Local junto ao Tejo é o próximo que será intervencionado pela Câmara de Lisboa, que promete um novo espaço de lazer.

CIDADES • 02

«Quando era mais nova levava pipocas de casa» Ao encarnar Tonya Harding, americana que em 1994 revolucionou a patinagem no gelo, ganhou uma nomeação para o Óscar de melhor atriz. Margot Robbie fala ao Destak deste filme e não só.

ARTE&LAZER • 12 E 13DESPORTO • 08 © JOSE SENA GOULAO/LUSA

Carrilho paga 2400€ para não ir preso oito meses Antigo ministro da Cultura foi condenado por ter agredido o pedopsiquiatra Pedro Strecht no intervalo de uma audiência.

FAMA&TV • 09

FC Porto virou o jogo com o Estoril na 2ª parte e venceu por 3-1, dispondo agora de 5 pontos a mais no 1º lugar

22.02.2018 Quinta-feira PORTUGAL

Diretor: Diogo Torgal Ferreira | Edição nº 3081. Jornal diário gratuito.

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Temos hoje um grande desafio na AML - Área Metropolitana de Lisboa:

mais de metade das viagens diárias são hoje realizadas em veículo automóvel, enquanto que em muitas regiões euro-peias de referência este valor não ultrapassa um terço. A mobilidade tem um impacto direto na qualidade de vida das pessoas e em vários domínios: económico, social e ambiental. Perder, diariamente, horas no trânsito afeta a saúde, retira-nos horas de convívio familiar e é um factor de desigualdade no acesso ao trabalho e no sucesso académico ou profissional. No entanto, só será possível transi-tarmos do transporte individual para o transporte público coleti-vo se garantimos que o trans-porte público é confiável, cómo-do e acessível. Isto significa que o transporte público tradicional tem de ser reinventado, comple-mentado com os novos modos de transporte e com as novas tecnologias. As mudanças no sistema de mobilidade na AML são hoje uma urgência e uma prioridade. É, por isso, funda-mental que o Conselho Metro-politano lidere esta necessária transformação, com uma visão de proximidade e conjugando os vários interesses locais. Deve-se assumir a necessidade da sim-plificação tarifária, convergindo para uma tarifa única metropoli-tana, uma tarifa municipal e uma tarifa ocasional. Deve-se, igualmente, consensualizar en-tre os municípios as prioridades de investimento e encontrar for-mas de financiamento, através do novo quadro de financiamen-to comunitário ou da consig-nação de receitas de multas ou de impostos sobre os produtos petrolíferos, que permita fontes de receita adicionais aos orça-mentos municipais para finan-ciamento da operação do siste-ma. Existe uma enorme oportu-nidade para melhorar, de forma significativa, a mobilidade me-tropolitana e não a podemos desperdiçar.

Mobilidade metropolitana

OPINIÃO

DUARTE CORDEIRO Vice-Presidente da Câmara de Lisboa

CIDADES 22.02.2018QUINTA-FEIRA www.destak.pt02

A Ryanair estima um crescimento de 6% em Portugal a partir do final des-te ano, altura em que vai lançar 14 ro-tas para os cinco aeroportos do país, vi-sando transportar 11 milhões de passa-geiros por ano: deste total, prevê-se que

4,4 milhões desses passageiros utilizem o aeroporto do Porto; seguindo-se o de Lisboa, com 3,5 milhões; o de Faro, com 2,6 milhões; e os de Ponta Delgada e Terceira, nos Açores, com um total de 500 mil passageiros.

Ryanair espera um crescimento de 6% em Portugal ao longo deste ano

Ryanair opera 104 rotas em Portugal

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MOBILIDADE

REDAÇÃO [email protected]

Uma nova vida para a Doca da Marinha

S egundo o anunciado ontem por Fernando Medina, presi-dente da Câmara de Munici-pal de Lisboa (CML), «a Doca

da Marinha era, no fundo, a peça que faltava para a ligação até à parte seguin-te que já está recuperada pela Admi-nistração do Porto de Lisboa [APL], que é toda a zona do Terminal de Cruzei-ros». A CML, a APL e a Marinha assi-naram ontem o protocolo de coopera-ção que permitirá esta intervenção que, frisaram os intervinientes, será fulcral para devolver a cidade aos munícipes.

Intervenção de fundo Quanto aos pormenores da interven-ção, «o muro [da doca] vai desapare-cer» e «toda aquela zona vai ficar aber-ta, fronteira ao rio». Já a Avenida In-fante D. Henrique terá um perfil novo, mas mantém a largura e a circulação automóvel. Medina explicou ainda que «vai ser dada sequência à plantação de árvores» e haverá também um «alar-gamento da circulação pedonal, por-

Lisboa vai ter novo espaço de lazer junto ao Tejo, onde está a Doca da Marinha, local que será intervencionado e deverá estar pronto durante «este mandato» autárquico.

que vai entrar na zona que atualmen-te tem o muro». «Vai haver uma ave-nida arborizada, pedonal, com ciclovia, que vai prolongar a ciclovia que já vem pela avenida marginal», pormenorizou.

Quanto aos edifícios que se encon-tram atualmente naquele espaço, «to-das as construções vão ser demolidas,

tudo aquilo vai ser limpo, quer as que estão do lado nascente, quer as que es-tão do lado poente, e vai ficar toda uma zona ampla, larga, aberta ao rio».

«Vamos iniciar a fase de projeto e de estudos, mas é uma das obras que eu tenho empenho em que esteja concluí-da neste mandato», garantiu Medina.

Presidente da Câmara recusou-se a esclarecer quanto vai custar o investimento

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URBANISMO

EM DEZ SEGUNDOS

PORTO

“Coração Verde” para instituições A Câmara do Porto entrega hoje o cer-tificado “Coração Verde” ao Centro Social das Antas e ao Colégio Nossa Senhora da Esperança, em reconheci-mento pelo esforço na melhoria de práticas de desempenho ambiental.

JUSTIÇA

Duas detenções na Portela A Polícia Judiciária deteve ontem duas mulheres no aeroporto de Lisboa que transportavam cocaína dissimulada no interior da sua baga-gem suficiente para 46 mil doses indi-viduais, indicou aquela força policial.

LISBOA

70 anos de metro com visitas No âmbito do seu 70º aniversário, que se celebra em 2018, o Metropo-litano de Lisboa lança o programa “Visitas para (re)viver Lisboa”, que inclui visitas mensais guiadas gra-tuitas a várias estações de Metro.

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ATUALIDADE 22.02.2018QUINTA-FEIRA www.destak.pt04

Sabia que Portugal é dos poucos países onde se tem observado uma tendência de melhoria contínua e expressiva dos resultados ao longo das seis edições dos testes PISA (Programme for International Students Assessment), a partir do ano 2000.

WWW.EDUCACAOEMEXAME.PT

Portugal manteve a 29ª posição en-tre 180 países no ranking de 2017 so-bre níveis de corrupção no setor públi-co elaborado pela Transparency Inter-national (TI), ao obter uma pontuação de 63 pontos em 100 possíveis. O pre-

sidente da organização em Portugal la-menta que o país esteja «cronicamen-te abaixo [dois pontos no ano passado] da média da Europa Ocidental no com-bate à corrupção», sendo precisas «me-didas eficazes no terreno».

Níveis de corrupção entre o setor público estagnam em Portugal

JUSTIÇA

EM DEZ SEGUNDOS

CENTROS DE EMPREGO

Menos 16% de desempregadosinscritos O número de desempregados inscritos nos centros de emprego baixou 16% em janeiro, face a igual mês de 2017, para 415 539 pessoas, subindo 2,9% (11 768) face ao mês anterior. Segundo o IEFP, os homens (menos 18,9%) e os adultos com idades iguais ou superiores a 25 anos (menos 15,5%) foram os grupos com a maior queda percentual.

SOLIDARIEDADE

Medicamentos doados no valor de 60 000 euros Os portugueses doaram 15 000 medicamentos e produtos de saúde, com um valor estimado em 60 000 euros, a 100 institui-ções de solidariedade social, na recolha promovida pelo Banco Farmacêutico. A iniciativa reali-zou-se no passado sábado em 230 farmácias de todo o país e contou com o apoio de 600 voluntários.

Critérios para indemnizar feridos graves nos fogos de 2017 foram fixados; pedidos serão aceites até 30 de maio

«Não sabemos o tempo que a provedoria demorará a decidir cada caso»

JOÃO MONIZ [email protected]

Uma relação direta com a criminalidade

DIA EUROPEU DA VÍTIMA DE CRIME

A ssinala-se hoje o Dia Euro-peu da Vítima de Crime, oportunidade para discu-tir esta realidade tão rele-

vante para a sociedade. Foi este con-texto que motivou o Lisbon Sleep Summit (LSS) a discutir a relação en-tre violência e sono – este congresso internacional decorre em Lisboa de 16 a 19 de maio.

Os problemas de sono podem ma-nifestar-se como uma causa, no caso dos atacantes, ou como uma conse-quência, no que toca às vítimas. «A privação de sono associa-se a maior prevalência de comportamentos vio-

Problemas de sono é algo que vítimas (ao nível de insónias e fadiga) e criminosos (onde a privação do descanso potencia a violência) podem ter em comum.

lentos», como «foi provado num es-tudo nacional com adolescentes por-tugueses», avança Teresa Paiva.

A neurologista responsável pelo Centro de Medicina do Sono explica ao Destak que «há doenças do sono que podem ter comportamentos mui-to violentos não intencionais». É o caso do sonambulismo, dos distúrbios com-portamentais do sono REM (movi-mento rápido dos olhos na sigla em in-glês) e de algumas epilepsias noturnas.

Vítimas podem sentir ansiedade ou ter pesadelos graves. Negação e raiva são sentimentos comuns

«E estes factos podem ser usados criminalmente para desculpabilizar criminosos reais», alerta a perita.

Stress agudo e pós-traumático As vítimas de crime ou sofrem de stress agudo – com insónia, flasbacks, irritabilidade, ansiedade, dificulda-des de memória e de concentração e fadiga – ou de stress pós-traumático: insónia complexa, pesadelos graves, depressão e fadiga. Também há quem sinta resrealização, negação ou sen-tido de injustiça (porquê a mim?) ou raiva, rancor ou vingança.

As vítimas passivas (habitantes de uma zona onde houve um crime) têm problemas de sono na noite seguinte: normalmente adormecem mais tarde.

Sonambulismo e epilepsias noturnas são algumas das doenças que podem motivar comportamentos violentos ©

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ATUALIDADE22.02.2018 QUINTA-FEIRA www.destak.pt 05

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O Ministro do Trabalho, Solidarie-dade e Segurança Social anunciou que o simulador do valor das pensões que irá ser lançado pelo Governo está «em fase de testes» e deverá estar disponí-vel para consulta em maio. Uma ferra-menta que será «mais fiável para quem o utiliza perto da idade da reforma do que para um jovem, porque as pensões dependem do tempo de trabalho e do salário a receber». Vieira da Silva ma-nifestou reservas relativamente à di-versificação das fontes de financiamen-to (como a maior taxação do lucro e a redução da TSU) da Segurança Social proposta num estudo da CCP.

Simular pensões vai ser possível a partir de maio

SEGURANÇA SOCIAL

Vieira da Silva apresentou novidade

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Dois terços dos jovens portugue-ses não prosseguem estudos no ensi-no superior, disse ontem a secretária de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior. Maria Fernanda Rollo apelou a um esforço da socie-dade para ultrapassar o problema, uma vez que a necessidade de apro-ximar Portugal dos níveis médios de formação superior dos cidadãos na União Europeia «tem de ser objeto de uma ação de sensibilização geral». Noutro evento, o primeiro-ministro pediu aos reitores que combatam a precariedade no ensino superior, de modo a incentivar a inovação.

Evitar que dois terços dos jovens fiquem de fora

ENSINO SUPERIOR

Costa quer incentivar a inovação

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EM DEZ SEGUNDOS

AUTOEUROPA

Acordo prevê 3,2% de aumento A Autoeuropa e a Comissão de Tra-balhadores acordaram um aumento salarial de 3,2% retroativo a 1 de outubro passado. Este entendi-mento terá de ser ratificado pelos funcionários em plenário.

ARMAS ROUBADAS À PSP

Um dos suspeitos fica na prisão Um dos três detidos pela PSP na operação em que foram recupera-das três das pistolas Glock furtadas da direção nacional da PSP há mais de um ano ficou em prisão preven-tiva, indicou o Ministério Público.

POLÍTICA

Rio vai almoçar com Cristas O novo líder do PSD, Rui Rio, vai reu-nir-se com a presidente do CDS-PP, Assunção Cristas, a 1 de março. Os sociais-democratas contam com partido popular para nova maioria conjunta nas próximas eleições.

Mais de um terço das 24 885 recla-mações e pedidos de informação à En-tidade Reguladora dos Serviços Ener-géticos (ERSE) em 2017 foram sobre faturação (8662), seguindo-se o contra-to de fornecimento de energia (3073). O setor mais reclamado em 2017 foi o elétrico (62%), sendo o universo de con-sumidores de eletricidade (cerca de 6 milhões) muito superior ao de gás na-tural (aproximadamente 1,5 milhões), que representou 10% das denúncias. O Livro de Reclamações Eletrónico re-cebeu 22,7% das queixas.

ATUALIDADE 22.02.2018QUINTA-FEIRA www.destak.pt

Faturação motiva 34,8% das queixas apresentadas

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O ministro da Saúde disse ontem que está no Ministério das Finanças o pro-cesso para abrir concurso para 700 mé-dicos recém-especialistas que aguar-dam colocação há dez meses, o que será feito «dentro de dias». Mas a Ordem dos Médicos disse ter perdido a con-fiança em Adalberto Campos Fernan-des por este já ter feito várias vezes a mesma promessa. Entretanto, foi au-torizada em Diário da República a con-tratação de 110 médicos de medicina geral e familiar que concluíram o inter-nato em finais do ano passado.

700 médicos estão à espera de Mário Centeno

Clínicos estão há 10 meses a aguardar que as Finanças autorizem o concurso

© 123RF

SAÚDE SERVIÇOS ENERGÉTICOS

JOÃO MONIZ [email protected]

Efluentes das ETAR aproveitados a 100%

N uma altura em que o país volta a discutir a seca e os seus efeitos, o ministro do Ambiente anunciou ontem

algumas medidas que visam mitigar este problema. Uma delas passa pelo tratamento e reutilização das águas residuais.

Até junho, o Governo vai desenvol-ver um plano para que as 50 maiores ETAR (Estação de Tratamento de Águas Residuais) do país – basica-mente as das grandes cidades – este-jam preparadas para que todo o seu efluente possa vir a ser usado. A ideia é que essa água tenha uma rede pró-pria para que possa ser reutilizada «sem qualquer custo acrescido».

João Matos Fernandes apontou que, para concretizar esta medida, serão necessários «alguns investimentos» numa parte significativa das estações, sem concretizar montantes. A limpe-za dos fundos das albufeiras para ga-rantir que o volume de água agora inú-til passará a ter qualidade para ser uti-lizada é, segundo o governante, outra das medidas em execução.

Reflorestar é fundamental Embora os benefícios da campanha desenvolvida no ano passado para

As 50 maiores estruturas do país vão ter um plano em junho para que a água possa ser reutilizada. Governo prepara nova campanha para moderar consumo.

apelar a um menor gasto de água não estejam quantificados, o Governo de-cidiu avançar com uma nova ação de sensibilização. A campanha será lan-çada em meados de março e, além dos consumidores finais, também será dirigida aos «grandes utilizado-res», como a pecuária, a agricultura e rega e a indústria.

Por outro lado, o secretário de Es-tado das Florestas defendeu ontem o envolvimento das empresas conces-

sionárias de água na reflorestação do país, lembrando que a floresta é es-sencial no abastecimento de água às populações. Daí que «a manutenção e preservação daquilo que se planta» sejam igualmente importantes.

Agricultores querem mais Os agricultores pedem um plano de emergência nacional devido à situação de seca, mas o Governo destaca que várias medidas já foram adotadas.

João Matos Fernandes revelou o que vai ser feito ao longo dos próximos meses

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FALTA DE ÁGUA

MAIS NO MUNDO

PORTUGAL/ESPANHA

Mina de urânio motiva reunião O ministro do Ambiente pediu uma reunião com a sua homó-loga espanhola para obter infor-mações acerca do projeto da mina de urânio em Retortillo, para assegurar-se da inexistên-cia de impactos em Portugal.

REINO UNIDO

Brexit custa 2300M€/semana Os líderes da União Europeia (UE) reúnem-se amanhã a 27, sem o Reino Unido, país que poderá perder 2300 milhões de euros por semana com um ‘hard Brexit’, ou seja, ficar sem acesso ao mercado único.

ESTADOS UNIDOS

Maior pressão contra as armas Vários jovens sobreviventes do tiroteio numa escola na Flórida que matou 17 pessoas organiza-ram ontem nova manifestação para pressionar os legisladores a aprovarem medidas mais restriti-vas sobre o uso e porte de arma.

SÍRIA

Pedida trégua para evitar calamidade A França pediu uma trégua na Ghouta Oriental, enclave rebelde a leste de Damasco, onde o regime sírio matou desde domingo aproximada-mente 300 pessoas, avança o Observatório Sírio dos Direitos Humanos. Também António Guterres está «pro-fundamente preocupado».

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DESPORTO 22.02.2018QUINTA-FEIRA www.destak.pt08

EM DEZ SEGUNDOS

DESPORTO 22.02.2018QUINTA-FEIRA www.destak.pt08

Na segunda-feira escrevi sobre o Tondela-Spor-ting. Terça-feira, foi dia

de levar na cabeça. Através do Twitter e do Facebook, li críticas atrás de críticas por dizer, imagi-ne-se, que o golo do Sporting foi aos 99’, na medida em que, tal como a esmagadora maioria dos jornalistas que cobriram o jogo, vi o golo do Sporting a acontecer aos 98 minutos e 2 segundos. O que, de acordo com as regras do tempo, que não fui eu que inven-tei, já constitui minuto 99, tal como um golo aos 32 segundos vai surgir na ficha de jogo como um golo marcado ao minuto 1. Tentei explicar isso, uma, duas vezes. Percebi que não valia a pena. O facto de considerar o golo ao minuto 99 rapidamente se transformou numa falta de seriedade do meu trabalho, no meu anti-sportinguismo, no anti--sportinguismo de toda a im-prensa, sabe-se lá mais o quê. Mais à noite, àquela hora em que a maior parte das pessoas já descansam, para enfrentarem frescas o dia seguinte, recebo um mail de alguém que se deu ao trabalho de tirar vários frames do resumo oficial do encontro para me explicar, como se eu fosse muito burra, que o golo não aconteceu aos 99’, porque no instante em que a bola passou a linha de bolo, o relógio estava precisamente nos 98.00. Assim uma espécie de VAR do tempo, estão a ver? Não sei se o clima que se vive no nosso futebol ou se as recentes declarações de Bruno de Carva-lho que visaram a comunicação social têm algo que ver com isto. Mas sei que ajuda um bocadinho a formar uma mentalidade em que se perdem preciosos minu-tos de um dia para ganhar uma discussão com um jornalista por causa de 2 segundos. Porque estamos a discutir 2 segundos. E isso é que me preocupa verda-deiramente.

Uma discussão por dois segundos

OPINIÃO

LÍDIA PARALTA GOMES Jornalista do semanário ‘Expresso’

BENFICA

FC Porto não pode revelar emails Por unanimidade, o Tribunal da Relação do Porto deu razão ao Ben-fica, revertendo a decisão tomada na 1ª instância, pelo que o FC Porto fica proibido de revelar os emails do clube da Luz.

LIGA DOS CAMPEÕES

Mourinho fica-se por um nulo Sevilha e Manchester United empa-taram ontem a zero, na primeira-mão dos oitavos de final da Liga dos Cam-peões. No outro jogo que faltava dis-putar, o Shakhtar, de Paulo Fonseca, venceu (2-1) em casa a Roma.

LIGA EUROPA

Jesus espera para sonhar O treinador do Sporting rejeitou descompressão face ao Astana, apesar da vantagem de 3-1 na pri-meira-mão dos 16 avos de final, e salientou que a partir dos ‘quartos’ é possível sonhar em vencer a prova.

JOÃO MONIZ [email protected]

Rolo compressor de aplicação rápida

F oi como da noite para o dia. Quando mais de um mês se passa entre a 1ª e a 2ª parte de um jogo de futebol, fica di-

fícil fazer uma crónica desse mesmo encontro. Vamos, portanto, restrin-gir-nos ao que se passou ontem, não esquecendo a premissa fundamental: o Estoril partia com um golo a mais.

De pouco servirá dizer que os dra-gões alinharam com seis jogadores di-ferentes face a 15 de janeiro quando Sérgio Conceição escalou os mesmos nomes que foram titulares frente ao Rio Ave. E se esses no domingo impu-

Foi com inesperada facilidade que o FC Porto virou em poucos minutos um jogo que estava a perder, aumentando para cinco pontos a vantagem no 1º lugar.

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CAMPEONATO NACIONAL

seram uma goleada (5-0) ao 5º classi-ficado, ontem não sentiram grandes dificuldades para, em metade do tem-po, marcar 3 golos ao 16º. Até porque «metia dó ver o Estoril em campo».

As palavras são de Ivo Vieira, que reconheceu que a sua equipa não ga-nhou uma bola, não atacou, facilitan-do a missão portista. Motivados pela possibilidade (concretizada) de pas-sarem a liderar com mais 5 pontos do que Benfica e Sporting, os dragões foram atrás do prejuízo.

Já depois de Soares (47’) e Herre-ra (50’) terem ameaçado, Alex Telles marcou mesmo, ao bater um livre que ninguém desviou até acabar nas re-des – o lance já motivou uma troca de

acusações entre Benfica e FC Porto, com os encarnados a reclamarem que o fora de jogo dos atletas que se fize-ram à bola foi mais do que posicional, com os portistas a recordarem o golo anulado a Herrera contra as águias.

A restante partida foi um acumu-lar de oportunidades para o FC Por-to, que facilmente podia ter chegado à meia dúzia, mas só Soares concre-tizou. Inclusive, o ontem titular Ca-sillas só fez uma defesa aos 88’...

O mais relevante para o futuro se-rão as lesões de Alex Telles (uma en-torse no joelho esquerdo que poderá ser grave) e Corona (pequena fratura num dedo da mão esquerda). O plan-tel portista seguiu para o Algarve.

LIGA PORTUGUESA 18ª JORNADA

FC PORTOESTORIL

Casillas Maxi Pereira

Felipe Marcano

Alex Telles ‹ Diogo Dallot, 58’ ›

Herrera Sérgio Oliveira

Corona ‹ Hernâni, 76’ ›

Brahimi ‹ André André, 87’ ›

Marega Tiquinho Soares

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Estádio António Coimbra da Mota, Estoril

Ivo Vieira Sérgio Conceição

Renan Ribeiro Mano Pedro Monteiro Halliche Abner ‹ Kyriakou › Matheus Índio, 71’ Pêpê Eduardo Lucas Evangelista Víctor Andrade Allano

TREINADORES

Golos: Eduardo (17’), Alex Telles (53’) e Tiquinho Soares (59’ e 67’) Disciplina: Cartões amarelos: Reyes (16’), Renan Ribeiro (42’), Brahimi (70’), (Víctor Andrade, 70’) e Hernâni (90+1’)

do arrependimento. Apesar de ter em conta esta atitude, o tribunal deu como provados os factos de que Car-rilho era acusado.

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Condenado por agressãoManuel Maria Carrilho obrigado a pagar 2400€ em substituição de uma pena de prisão de oito meses.

Ex-ministro atacou pedopsiquiatra no intervalo de uma audiência

REDAÇÃO [email protected]

O caso remonta a 22 de janei-ro de 2016, no intervalo de uma das audiências do processo de proteção e re-

gulação do poder paternal dos dois fi-lhos que o ex-ministro tem em comum com Bárbara Guimarães (Dinis, de 13 anos, e Carlota, de sete). Depois de Pe-dro Strecht ter relatado o estado psi-cológico dos menores, Carrilho terá empurrado o pedopsiquiatra contra a parede, usando as expressões «filho da mãe», «cab***» e «miserável».

Durante a leitura da sentença, on-tem em Lisboa, a juíza realçou que o ex-ministro já tinha apresentado um pedido de desculpas formal e mostra-

CELEBRIDADES

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FAMA&TV22.02.2018 QUINTA-FEIRA www.destak.pt 09

NOVELAS‘REVELAÇÃO’Fausto quer com-prar as terras de Ermírio a qual-quer custo. Victó-ria e Fausto mar-cam a data de ca-samento. André devolve os ins-trumentos musicais aos filhos. Diante do escândalo da família Castelli, a imprensa fica de plan-tão na prefeitura. Um repórter faz perguntas incómodas a George e este dá-lhe um soco. CMTV, 14H44

‘ESSAS MULHERES’Duarte confessa a Alfredo que não consegue deixar de pensar em Mariquinha. O ministro tenta beijá-la. Na companhia de Adelai-de, Leocádia pede a Torquato que cuide de Mila no lugar de Au-gusto. Mila conta a Aurélia o que sente por Augusto. Cunha desco-bre onde Simão e Sebastião estão escondidos. CMTV, 19H07

Um juiz do tribunal de Líria, loca-lidade dos arredores de Valência (Es-panha), vai decidir hoje se o futebo-lista português Rúben Semedo, que joga no clube espanhol Villarreal, é li-bertado ou deve continuar detido. De lembrar que o central foi detido pela Guardia Civil na madrugada de se-gunda-feira por alegada «agressão e sequestro». A lei espanhola estipula que um suspeito detido terá de ser ouvido por um juiz, no máximo, 72 ho-ras após a sua prisão.

Tribunal decide hoje futuro de Rúben Semedo

POLÉMICA

Defesa central está em maus lençóis

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ARTE&LAZER 22.02.2018QUINTA-FEIRA www.destak.pt10

E ste texto tem mais de 140 caracteres, será que vais conseguir lê-lo até ao

fim? Parece que, hoje em dia, já ninguém tem paciência para ler mais do que 140 caracteres. Podemos sempre atirar as culpas para o Twitter ou para a socieda-de moderna, que banalizou expressões como “Não tenho tempo para isso” e “Quem me dera ter tempo”. Mas será que é mesmo tempo? Será que, às vezes, não é vontade? Ou mesmo paciência? Também pode ser falta de organização (no meu caso é mais isto). Já sei que provavelmente pensas que tudo isto é clichê, mas a verdade é que, às vezes, não temos tempo para nos lembrar-mos que é preciso organizar o tempo. E como alguém me lembrou disto, esta semana, achei que hoje podia ser eu a lembrar-te que: para ter tempo é preciso organizar o tempo. E se, por acaso, leste este texto até ao fim, obrigado. É bom saber que ainda há pessoas com tempo (e paciência) para isso..

Desafio: ler este texto até ao fim

VOZES DA RÁDIODaniel Fontoura ([email protected]) Domingos 13-16h

RFM LEVA-TE A DAR A VOLTA AO MUNDO EM 30 DIAS Este é o sonho de uma vida: dar uma volta ao mundo e passar por Berlim, Cairo, Hong Kong ou Nova Iorque. Agora imagina com viagens e dormidas pagas! Concorreram 1679 sonhadores, mas só cinco passaram à final. A prova de vídeo realiza-se hoje e estará a votos no site da RFM a partir de segunda-feira. Vai a rfm.sapo.pt e ajuda a carimbar o passaporte do vencedor! Vê os vídeos em rfm.sapo.pt.

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A Fundação Calouste Gulbenkian apresenta amanhã, às 21h, no Gran-de Auditório, Become Ocean, um con-certo que inclui a estreia de três pe-ças: duas em estreia nacional, as pe-ças Become Ocean, de John Luther Adams e Museu das Coisas Inúteis, de Celso Loureiro Chaves; e uma em estreia mundial, Off-balance, de Luís Antunes Pena. Iniciativa insere-se na continuação da parceria SP-LX, es-tabelecida entre a Fundação Calous-te Gulbenkian e a Orquestra Sinfóni-ca do Estado de São Paulo, do Brasil.

“Become Ocean” com a Orquestra Gulbenkian

O «primeiro dia do resto da vida» do Cineteatro Capitólio, em Lisboa, está marcado para amanhã, dia 23, com o primeiro de três concertos de Sérgio Godinho – amanhã, sábado e domingo – que inauguram a programação do es-paço sob gestão da promotora Sons em Trânsito. Entre a programação ontem tornada pública, destaque para os con-certos de apresentação dos álbuns no-vos de Marco Rodrigues (6 de abril), PAUS (13 de abril), Elisa Rodrigues (24 de maio) ou o festival de humor The Fa-mous Fest (28 e 29 de setembro).

O primeiro dia do resto da vida do Capitólio

Situada no Parque Mayer, icónica sala lisboeta foi inaugurada em 1931

© CM LISBOA

CULTURA AO VIVO

REDAÇÃO [email protected]

Comic Con em Algés no mês de setembro

T rata-se daquela que será a quinta edição da Comic Con no nosso país, que este ano transita da Exponor de Ma-

tosinhos, distrito do Porto, para Oei-ras, no distrito de Lisboa, antecipan-do-se a sua realização de dezembro para setembro. Segundo o anuncia-do ontem pela organização do even-to, foi assinado um protocolo com a Câmara Municipal de Oeiras para três edições, algo que envolverá, por parte do município, um apoio finan-ceiro e logístico na ordem dos 330 mil euros por edição.

Expandir e melhorar Na conferência de imprensa realiza-da ontem em Oeiras, o diretor-geral da Comic Con, Paulo Rocha Cardo-so, explicou que o evento precisava de se expandir e de ser melhorado.

O Passeio Marítimo de Algés, a nova base do evento, é um terreno alcatroa-do junto ao rio Tejo, que habitualmen-te acolhe em julho o famoso festival Alive, e apresenta uma capacidade – naquele contexto – para cerca de 50 mil pessoas. Tendo em conta a nova “casa”, todas as áreas às quais a Co-mic Con se dedica – como a banda de-senhada, o cinema, a televisão, o ‘cos-

Próxima edição da Comic Con, a convenção portuguesa dedicada ao entretenimento e à cultura pop, vai ter lugar de 6 a 9 de setembro, no Passeio Marítimo de Algés.

play’ ou a zona comercial –, sofrerão siginificativas alterações, mas o espí-rito da convenção pop mais popular do planeta mantém-se, garante o di-retor-geral da edição portuguesa.

Pela parte da autarquia oeirense, Francisco Rocha Gonçalves, vice-pre-sidente da Câmara Municipal de Oei-ras, explicou aos jornalistas que será erguida «uma mini-cidade no recin-to» para a realização da Comic Con Portugal 2018. Paulo Rocha Cardoso

esclareceu ainda que pretende que a edição deste ano receba pelo menos 100 mil pessoas, a mesma audiência da Comic Con de 2017.

Primeiras novidades Também ontem foram anunciados os primeiros três convidados do evento, na área da banda desenhada: Mark Waid, Batem e Yves Sente. Já quanto a bilhetes, os preços vão variar entre os 25€ (diário) e os 75€ (passe geral).

Depois de quatro edições a Norte, a Comic Con Portugal 2018 muda-se para Sul.

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CULTURA POP

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«Quisemos mostrar a Tonya tal como ela era»

Édifícil descrever o que Mar-got Robbie tem. Não é fácil descrever fortunas, minas de ouro, grutas de Aladino reluzindo à nossa frente.

Ela tem, desde logo, o traço funda-mental que Hollywood tem venerado desde o primeiro dia: olhos tão azuis como uma lagoa de ilha paradisíaca, vivos, cintilantes, capazes de escre-ver cartas de amor ou disparar setas de ódio. A Margot tam-bém tem cinturinha de ves-pa. Podia ser modelo de capa de revista. Tem alma forte, espírito indomável e garra de animal bravio. Tem a capacidade de pa-recer coelhinha obedien-te mas, também, de surgir de repente muito grave e d r a m á t i c a , muito séria e divertida.

JOHN-MIGUEL SACRAMENTO, em Hollywood

Em “Eu, Tonya”, que estreia hoje, Margot Robbie encarna de uma forma explosiva a polémica e infame patinadora Tonya Harding, a mulher que levou para os ringues da patinagem mundial uma faceta mais, digamos..., ‘hardcore’.

de uma certa maneira e não como ela era realmente. Nunca ninguém per-guntou de onde vinha o comporta-mento dela. Nunca ninguém quis saber os factos indesmentíveis que estão na base de uma vida. A Tonya foi rotulada como sendo um monstro. Mas não era monstro nenhum. Aque-la mulher jovem é uma pessoa como outra qualquer. Era isso, e só isso, que queríamos revelar no nosso filme. Uma pessoa não pode ser resumida a uma definição vaga.

Gosto que esteja a escolher trabalhos que subvertam expectativas. Como tem sido em Hollywood, com os filmes feitos até agora? Tem sido sempre a mesma coisa. Veja o caso da minha Harley Quinn no Suicide Squad. As pessoas falam dela e dizem apenas “É totalmente desparafusada dos miolos”. É num momento desses, quando eu tenho de dar corpo a uma abstração, que digo para comigo: não, ela não é apenas maluca, mas sim uma criatura capaz de revelar milhões de outras facetas. Quando pego num papel com a in-tenção de lhe dar a minha interpre-tação, é meu dever mostrar que uma mulher é muitas coisas e não apenas uma só. Todos nós somos produtos da nossa educação. No filme O Lobo de Wall Street disseram-me apenas “Ela é uma caça-fortunas interessei-ra”. Mas não era nada. Ela era muitas coisas. Entre todas essas coisas, ela era também um produto das suas cir-cunstâncias e do seu tempo. Há mui-tos elementos que contribuem para aquilo que somos. Em cada persona-gem temos de colocar em evidência todo um arco variado de emoções, características e experiências. A Tonya também merece que fale-mos daquilo que ela era realmente. Era só isso. Com este filme quisemos mostrar a Tonya Harding tal como ela era ao tempo, uma pessoa inteira.

Fale-me da sua relação com os filmes. Ainda se lembra da pri-meira vez que foi ao cinema?

«O facto de a Tonya Harding ter executado um axel triplo é, por si só, um momento físico histórico»

CINEMA

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coberta de mais nódoas negras que um dálmata? Tive uma lesão grave durante as filmagens das cenas de patinagem. Agora que já passou algum tempo e adquiri perspetiva, não tenho dúvidas que subestimei a dificuldade que os atletas encontram nessa modalidade desportiva em particular. O facto de a Tonya Harding ter conseguido executar um axel triplo é, por si só, um momento físico histórico. Quando chegou o momento de filmar essa cena, não conseguimos encontrar um duplo que nos ajudasse a repetir a proeza para o cinema. Não havia nin-guém capaz de fazer um salto idênti-co! Acho que, nos últimos 20 anos, só seis outras atletas conseguiram exe-cutar tal pirueta durante uma prova competitiva. Resumindo: adquiri uma admiração eterna pela modalidade.

A Tonya tentou suplantar certas ideias feitas sobre classe social, estilo, ‘finesse’. Como foi consi-go? Uma mulher jovem, elegante, bonita e loira tem, geralmente, de lutar contra ideias feitas… Os rótulos que se colocam às pessoas aparecem em todo o lado e nas mais diversas ocasiões. No cinema, por exemplo, é frequente eu pegar num guião e ver que a personagem que me querem oferecer vem descrita de forma generalizante. Por vezes o texto só diz “20 e poucos anos, loi-ra”. A Tonya, claro, também foi víti-ma de tal categorização. Os meios de comunicação social passaram o tem-po a presumir a infância que ela tinha passado, a vida que levava, o tipo de pessoa que era. Tudo tinha que ser reduzido ao mínimo, a uma frase, a uma manchete. Foi assim, nesta ex-trema simplificação das partes boas e das partes más da personalidade dela, que o mundo começou a vê-la

Tem presença, tem flexibilidade de atleta. Tem vontade. E ainda nem se-quer tem 30 anos. Esta semana pode-mos ver como é que esta beleza aus-traliana consegue ter tanto para dar e inspirar. Num dos trabalhos mais surpreendentes do ano, faz de Tonya Harding, a patinadora americana que, em 1994, foi acusada de organizar um esquema mafioso capaz de despistar a concorrência. A Margot Robbie, deusa e luz, está muito merecidamen-

te nomeada para um Óscar de melhor atriz.

Este trabalho é muito exigente fisicamente – e não me estou a referir, agora, aos murros e às lambadas e às fa-

cadas que a Allison Janney lhe infligiu, ao fazer de mãe- -déspota. Lem-bra-se de algu-ma vez ter emer-

gido do local de trabalho

ANIMAÇÃO ‘SNOW: UMA VIAGEM HERÓICA’ Kiara, uma destemida órfã, e a sua doninha de estimação lutam para chegar à malévola Rainha da Neve. Para isso terão que atravessar um deserto gela-do e enfrentar variados vilões na sua luta para encontrar Kai, o irmão que Kiara julgava perdido.

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DRAMA ‘12 INDOMÁVEIS’ Uma equipa de agentes da CIA e das forças especiais americanas dirigem-se ao Afeganistão, após os trágicos ataques de 11 de se-tembro de 2001, numa tentativa de derrubar o comando Taliban local. Um filme realizado por Ni-colai Fuglsig, com Michael Peña, Chris Hemsworth e Elsa Pataky.

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COMÉDIA ‘PEQUENA GRANDE VIDA’ Um grupo de cientistas descobre uma forma de encolher seres humanos e assim perspetivar uma mudança global que poria fim à ameaça de extinção de re-cursos. Uma comédia futurista escrita, realizada e produzida por Alexander Payne com um super elenco liderado por Matt Damon.

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OUTRAS ESTREIAS

Sim, lembro- -me muito bem. De cada vez que alguém me coloca essa pergunta, há uma parte de mim que gosta da resposta e outra parte de mim que adoraria ter outra resposta para dar. As pessoas que trabalham em Hollywood mencionam sempre filmes respeitáveis que são, por isso mesmo, con-siderados autênticos clássicos do género. Qual é o filme que os marcou para sempre? Claro que foi o 2001: Odisseia no Espaço. Ou algo assim. No meu caso, quan-do querem saber qual o filme que me marcou a meninice, a resposta é George, o Rei da Selva, com o Bren-dan Fraser. É um filme que amo do princípio ao fim. Pode não ser o tipo de obra que os meios cinéfilos mais respeitam. Mas, para mim, sempre foi o cúmulo do divertimento. São aquelas cenas e aquelas imagens que povoam as minhas primeiras memó-rias do cinema. Desde aí, nunca mais deixei de estar viciada nesta arte.

E qual é a sua relação com as pipocas? Fazem parte do ritual cinéfilo ou não? Definitivamente! Sempre pipo-cas, seja qual for o filme que vou ver. Quando era mais nova, a minha mãe fazia as pipocas em casa porque as do cinema eram demasiado caras. Metia um ‘tupperware’ com pipocas na carteira e lá íamos as duas. Por vezes queixava-me. “Mãe, não podemos hoje comprar as pipocas no cinema? São tão melhores”, suplicava eu. Mas ela respondia “Não va-mos comprar nada. O preço das pipocas é exorbitante”. Eu voltava à carga. “Por favor!”, dizia eu já num tom meio desesperado. Sim, é verdade. Sempre adorei aquele aroma no cinema, das pipocas deles. Mas as pipocas que eu comia no escuro tinham sido trazidas de casa.

«Quando era mais nova, a minha mãe fazia as pipocas em casa porque as do cinema eram demasiado caras»

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«A Tonya Harding foi rotulada como sendo um monstro. Mas ela não era monstro nenhum»

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LEITOR22.02.2018 QUINTA-FEIRA www.destak.pt 15

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Horizontais: 1. Composto hidrocarbonato muito abundante nos vegetais, principal-mente nos tubérculos, rizomas e sementes. Permuta. 2. Cais. Relativo a feira. 3. A minha pessoa. Vestuário de mulher, que fica da cin-tura para baixo. Fileira. 4. Tratar mal. 5. Nome de diversos peixes. Possuir. 6. Indica lugar, tempo, modo, causa, fim e outras relações (prep.). Contr. da prep. de com o art. def. o. Sódio (s.q.). O espaço aéreo. 7. Fruto da ateira. O conjunto das velas náuticas ou o conjunto das velas de um navio. 8. Realizavas acordo. 9. Espécie de dança escocesa. Servi-me de. Sociedade Anónima (abrev.). 10. Amadurecido. Acres-centar. 11. Essência odorífera. Diz-se do indi-víduo em relação aos filhos dos seus tios.

Verticais: 1. Que agencia. Qualquer instrumento de ataque ou defesa. 2. Que exprime malvadez. Suavizar. 3. Haver de distância, de diferença. Forma antiga de mim. Coberta ou peça de lona ou de outra substância destinada, principalmente, a abrigar do sol e da chuva. 4. Retrogradar. A unidade. 5. Planta hortense da família das liliáceas. Rija. 6. Filme. Recipiente de formas variadas e que se enche de terra para o cultivo de plantas. 7. Aparelho para tecer pano. Extrema alvura. 8. Graceja. Pôr de sobreaviso. 9. Pessoa doida. Aquelas. Letra grega correspondente a p. 10. Guardaram silêncio. Sensação produzida no ouvido pelas vibrações dos corpos sonoros. 11. Dar asas a. Observação.

SOLUÇÃO Horizontais: 1. Amido, Troca. 2. Gare, Feiral. 3. Eu, Saia, Ala. 4. Maltratar. 5. Tainha, Ter. 6. Em, Do, Na, Ar. 7. Ata, Velame, 8. Acordavas, 9. Ril, Usei, SA. 10. Maduro, Apor. 11. Aroma, Primo. Verticais: 1. Agente, Arma. 2. Mau, Amaciar. 3. Ir, Mi, Toldo. 4. Desandar, Um. 5. Alho, Dura. 6. Fita, Vaso. 7. Tear, Neve. 8. Ri, Atalaiar. 9. Orate, As, Pi. 10. Calaram, Som. 11. Alar, Reparo.

O congresso do PSD e o futuro A estratégia de Rui Rio para conquis-tar os portugueses faz lembrar o provérbio “é muito mal de conten-tar quem quer sol na eira e chuva no nabal”. Do 37º congresso do Par-tido Social Democrata não saiu uma única ideia que deixe os portugueses expectantes. A dança de cadeiras dos “laranjinhas” é um exemplo para o congresso do CDS que se aproxima. O CDS está mais bem servido com Assunção Cristas, do que o PSD com Rui Rio. Enquanto o PSD quer con-quistar eleitorado ao PS, o CDS pre-para-se para dar um tiro no porta- -aviões social-democrata. Enquanto a “ménage a trois” parlamentar está para durar, o Estado prepara-se para injectar mais umas centenas de milhões de euros no Novo Banco.

ADEMAR COSTA

Póvoa do Varzim

Rui Rio A poeira começa a assentar. Começa-se a perceber o objetivo do Partido Social Democrata de Rui Rio. É claro para mim que Rio pretende desconjuntar a “gerin-gonça”. Com palavras doces sobre as ditas reformas pretende, por

um lado, criar suspeição à esquerda do Partido Socialista e, por outro, dividir o próprio PS. É transparente que Rui Rio só tem futuro se criar arrufos que possam desconjuntar a “gerin-gonça”. Cabe a António Costa e PS evitar tais males, não se deixando envolver por polémicas estéreis, caso contrário, quem pagará mais caro pela destruição da geringonça será o próprio PS. Por muito bem que cante, Rio não se pode esquecer do passado distante e recente do PSD. A quebra do poder de compra dos portugueses e a consequente destruição de parte do tecido empresarial do país causada pelo governo PSD/CDS de Pedro Passos Coelho e Paulo Portas não pode ser esquecida, por muito pouco que faça o Governo do PS/António Costa. Os reflexos estão à vista: criação de centenas de milhares de postos de trabalho; aumento do poder de compra e a consequente saída da situação de miséria a que estavam sujeitos grande parte dos portugueses. Sabe-nos a pouco o que recu-perámos, mas já podemos dizer que não estão sempre a tirar-nos o pouco que tínhamos.

MÁRIO PIRES MIGUEL

Reboleira, Amadora

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