atuacao em rede

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#10 ATUAÇÃO EM REDE

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Caderno da FNQ que aborda a atuação em rede das empresas, apresenta concetos e boas práticas

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  • #10ATUAOEM REDE

  • NDICE

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    2.

    3.

    4.

    5.

    6.

    Apresentao

    Conceito de rede

    Redes organizacionais

    Redes e o Modelo de Excelncia da Gesto (MEG)

    Caractersticas da atuao em rede

    Sobre a FNQ

  • Apresentao

    H um ano, a Fundao Nacional da Qualidade vem elaborando uma srie de e-books. Todo ms, um novo tema abordado com contedos relacionados gesto empresarial, mais especificamente sobre o Modelo de Excelncia da Gesto (MEG). O objetivo dessa iniciativa auxiliar no entendimento do nosso modelo de gesto.

    Neste ms, abordaremos a importncia da atuao em rede, dando uma breve explicao sobre esse conceito e como as redes organizacionais funcionam. Alm disso, mostraremos como esse assunto, que o segundo Fundamento de Excelncia, e o MEG se relacionam e quais os benefcios de se atuar em rede.

    O nosso intuito que esta publicao sirva no s como base de conhecimento, como tambm um estmulo para a continuidade do seu processo de capacitao. Desejamos uma boa leitura!

    Para ler os outros e-books, acesse: http://www.fnq.org.br/informe-se/publicacoes/e-books.

    Esta publicao contou com a colaborao do consultor de gesto organizacional Tadeu Pagliuso, do especialista em Projetos da FNQ, Francisco Teixeira e da equipe de Comunicao da FNQ.

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    http://www.fnq.org.br/informe-se/publicacoes/e-bookshttp://www.fnq.org.br/informe-se/publicacoes/e-books
  • Conceito de rede

    O QUE REDE?Do latim retis, a palavra rede significa teia, entrelaamento de fios e ns que formam uma espcie de tecido.

    O termo rede significa o conjunto de entidades interligadas umas s outras, que permite circular elementos materiais ou imateriais entre cada uma delas, de acordo com as regras estabelecidas. definida, tambm, pela quantidade de ns interligados por elos e seu atributo diferenciador o que emerge da completa interao entre esses ns.

    Laura Olivieri, em seu artigo A importncia histrico-social das redes, afirma que: redes so sistemas organizacionais capazes de reunir indivduos e instituies, de forma democrtica e participativa, em torno de causas afins. Estruturas flexveis e estabelecidas horizontalmente, as dinmicas de trabalho das redes supem atuaes colaborativas e se sustentam pela vontade e afinidade de seus integrantes, caracterizando-se como um significativo recurso organizacional para a estruturao social. Ela, ainda, defende que o conceito mudou para uma alternativa prtica de organizao, nas ltimas duas dcadas, o que possibilita processos capazes de responder s demandas de flexibilidade/adaptabilidade, conectividade e descentralizao de esferas contemporneas de atuao social.

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  • Vivemos em um planeta com, aproximadamente, sete bilhes de habitantes. Por esse motivo, difcil acreditar que todos estamos conectados de alguma forma. Porm, em 1929, o escritor hngaro Frigyes Karinthy formulou uma hiptese na qual possvel estabelecer um vnculo entre duas pessoas desconhecidas com no mais que cinco conexes. Em 1967, a hiptese transformou-se na Teoria dos Seis Graus de Separao, pelo psiclogo novaiorquino Stanley Milgtam, que desconhecia o trabalho do hngaro.

    Atualmente, h indcios de que essa distncia diminuiu para 4,74 pessoas, de acordo com estudo realizado pelo Facebook, em parceria com a Universidade de Milo, levando-se em conta que quase 20% da populao mundial est cadastrada na rede social.

    O MUNDO EST CONECTADO

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    Conceito de rede

  • As organizaes, como sistemas sociais, devem aprender a gerir seu papel nas redes formais criadas com seus clientes, parceiros, fornecedores e com a sociedade. Alm disso, identificar essas eventuais redes de organizaes ou de pessoas, que podem influenciar positiva ou negativamente, de extrema relevncia para a configurao de um sistema de gesto que tem como objetivo aumentar sua competitividade e sua sustentabilidade no mercado.

    A participao ou atuao em redes requer um mnimo de organizao, que contenha registo e cadastramento. Alm disso, muitos confundem a cadeia de fornecedores, por exemplo, como rede. Porm, importante ressaltar que, para ser considerada rede, necessrio que todos os integrantes estejam interconectados, ou seja, a rede no uma parte interessada.

    Nas duas ltimas dcadas, alguns temas relacionados s novas formas organizacionais, entre eles, as redes organizacionais, tm sido discutidos. Um dos benefcios das redes a ampla aquisio de informaes advindas de diversas partes interessadas, o que propicia uma possibilidade de aprendizado para todos os envolvidos.

    Para Karina Ribeiro Fernandes, autora do artigo Constituio de redes organizacionais como nova forma de gesto das organizaes do terceiro setor, o processo de formao de redes organizacionais pode ser visto como a criao de laos flexveis, que permitem aos indivduos e s organizaes atuar de forma gil, trocando informaes e ajudando-se mutuamente. Um dos pontos que ela ressalta a evoluo tecnolgica, que quebrou as barreiras da circulao de informaes, alm de possibilitar a constituio de redes.

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    Redes organizacionais

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    Redes organizacionais

    No livro Gesto Estratgica do Conhecimento: Integrando Aprendizagem, Conhecimento e Competncias, de Afonso Fleury, foram definidas as seguintes classificaes de redes, quanto aos tipos de arranjos:

    agrupamentos horizontais de companhias de diferentes indstrias e setores;agrupamentos verticais, os keiretsu, dominados por uma empresa com suas fornecedoras;agrupamentos ad hoc, em que as empresas participam de um arranjo temporrio de atividades, com durao limitada.

    A publicao tambm explica: As redes organizacionais so novas configuraes de arranjos em que as empresas se organizam de forma a se manter no mercado. Esses novos arranjos tm como caractersticas: cooperao, interao, integrao e compartilhamento de informaes. Sendo essa ltima, um dos principais benefcios que se pode obter dentro da rede.

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    TIPOS DE ARRANJOS DE REDES

  • Redes organizacionais

    Confira alguns exemplos de redes organizacionais:

    Redes de empresas cuja participao da organizao se d formalmente, inclusive com contrato estruturado, sendo que esto claramente definidos: quem participa, o objetivo da rede, os ganhos que a organizao pode ter e o que ela deve entregar.

    Redes internas de colaboradores com objetivos profissionais em comum (grupos de trabalho, por exemplo).

    Redes sociais virtuais que possuem a organizao como hub (exemplo: Facebook ou Linkedin da empresa).

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    Centralizado

    NO REDE

    Descentralizado

    NO REDE

    Distribudo

    REDE

  • De acordo com Bruno Ricardo Costa Ayres, em seu artigo Os centros de voluntrios brasileiros vistos como uma rede organizacional baseada no fluxo da informao, as organizaes, sejam empresariais ou no, esto constantemente em busca de estruturas capazes de enfrentar ambientes de maior complexidade. Uma das respostas a essa busca o surgimento de uma forma de atuao que articula organizaes e pessoas em um padro de rede.

    Estar em uma rede organizacional, para Ayres, significa realizar, conjuntamente, aes concretas que modificam as organizaes para melhor e as ajudam a chegar mais rapidamente a seus objetivos.

    Para isso, preciso que sejam criadas equipes de trabalho que atendam a alguns princpios:

    existncia de um propsito unificador, que pode ser definido como o esprito da rede; participantes independentes, automotivados, no limitados por hierarquias. o equilbrio entre a independncia de cada participante e a interdependncia cooperativa do grupo que d fora motriz a uma rede; interligaes voluntrias, ou seja, participantes que se relacionam e realizam tarefas de forma voluntria e automotivada, podendo escolher seus interlocutores e optar por trabalhar em projetos que os ajudem a cumprir seus objetivos pessoais e organizacionais; multiplicidade de lderes, que podem ser caracterizados como pessoas que assumem e mantm compromissos, mas que tambm sabem atuar como seguidores;

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    Redes organizacionais

  • descentralizao, independncia, diversidade e fluidez de lideranas so atestados de autenticidade de uma rede que visa transposio de fronteiras; interligao e transposio de fronteiras, sejam elas geogrficas, hierrquicas, sociais ou polticas. O alcance dos objetivos e propsitos prioridade.

    Fonte: Bruno Ricardo Costa Ayres, em Os centros de voluntrios brasileiros vistos como uma rede organizacional baseada no fluxo da informao.

    As redes de equipes so baseadas em objetivos especficos em comum, participantes definidos, pessoas interligadas com ampla utilizao da tecnologia da informao, multiplicao de lideranas e interligao e livre trnsito entre os nveis hierrquicos da organizao, de acordo com Ayres.

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    Redes organizacionais

  • O Modelo de Excelncia da Gesto, da FNQ, composto por oito Critrios de Excelncia, que garantem organizao uma melhor compreenso de seu sistema gerencial, proporcionando uma viso sistmica da gesto e est alicerado em 13 Fundamentos de Excelncia, que so expressos em caractersticas tangveis, mensurveis, quantitativa ou qualitativamente, por meio de aes gerenciais.

    Atuao em Rede um dos Fundamentos de Excelncia e deve ser entendido como: desenvolvimento de relaes e atividades em cooperao entre organizaes ou indivduos com interesses comuns e competncia complementares, de acordo com a 20 edio dos Critrios de Excelncia da Gesto.

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    Redes e o Modelo de Excelncia da Gesto (MEG)

  • No artigo A importncia histrico-social das redes, Laura Olivieri defende que as redes so comunidades de sentido virtual ou presencialmente constitudas. Uma comunidade uma estrutura social estabelecida de forma orgnica, constituda a partir de dinmicas coletivas e historicamente unidas. A convivncia entre os seus integrantes ser definida a partir de pactos sociais ou padres de relacionamento, explica e conclui: Dessa forma, as redes apresentam uma soluo vivel e desejvel aos cidados ativos e conscientes das necessidades de transformaes do mundo. Elas possibilitam a articulao dos movimentos culturais e informacionais capazes de propor alternativas para a humanidade, fundamentadas em valores democrticos.

    Alm disso, a atuao em rede permitiu, ou facilitou, que algumas aes fossem possveis e mais viveis, tais como a interdependncia, o compartilhamento de informaes e de conhecimento, a cocriao, a colaborao e a assimilao coletiva, conforme defende Ernesto Van Peborgh, em seu livro Redes - O despertar da Conscincia Planetria. Ele, ainda, acredita que a prpria conformao da rede beneficia a descentralizao do fluxo de dados, j que no fluem exclusivamente de modo vertical a partir dos centros hierrquicos.

    Por isso, detalhamos algumas das principais caractersticas da atuao em rede.

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    Caractersticas da atuao em rede

  • InterdependnciaNo livro Gesto de redes: a estratgia da regionalizao da poltica da sade, Sonia Fleury defende que a interdependncia um elemento essencial para o processo de institucionalizao da rede, uma vez que sua estrutura desenvolvida a partir dos fatores que impulsionam essa dependncia mtua. Para que isso ocorra, os atores desenvolvem aes coletivamente planejadas e orientadas para a nfase nos objetivos comuns.

    Inovao colaborativa e construo coletiva de conhecimentoAssim como o fluxo de dados foi descentralizado, a forma de produo e o prprio produto tambm o foram. A inovao passa a surgir no s de reas de Pesquisa e Desenvolvimento, como pode vir de qualquer setor da organizao ou at de sua cadeia de valor. De acordo com essa nova lgica, as informaes trocadas na rede, assim como o conhecimento construdo, formam um bem comum que pode se transformar em um valioso conhecimento para todos, como define Van Peborgh.

    Valor compartilhadoO pesquisador da Harvard Business School Michel Porter e o consultor Mark Kramer defendem uma mudana na postura empresarial, na qual as corporaes passariam de criadoras para compartilhadoras de valor. Dessa forma, o ganho deve ser distribudo em toda a cadeia produtiva da empresa, desde seus funcionrios diretos at fornecedores, consumidores e sociedade em geral. A atuao em rede permite que esse valor seja realmente compartilhado e amplie o ganho de todos no mdio e longo prazo, promovendo a eficincia de todas as peas do quebra-cabea e fortalecendo as conexes.

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    Caractersticas da atuao em rede

  • Assimilao coletivaO conhecimento, como a assimilao da informao e a compreenso de seu uso, passou a ser um processo coletivo com o aumento do uso da rede, uma vez que possui o potencial de abranger todos os seus integrantes. A hiperconectividade da rede permite o intercmbio constante da informao e do conhecimento entre ns e os hubs. O valor dessa troca varia em termos de qualidade e compromisso, explica Van Peborgh e conclui: Somente agora, contamos com as ferramentas cognitivas que nos permitem compartilhar informaes da maneira mais eficaz possvel e dentro de um contexto de confiana, em plena conformidade com as novas formas de socializao que a prpria web nos prope.

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    Caractersticas da atuao em rede

  • Sobre a FNQ

    Com o passar dos anos, as redes se tornaram aspectos importantes no s pra os indivduos como tambm para as organizaes. As chamadas redes organizacionais permitem aos colaboradores atuarem de forma gil, alm de facilitar a troca de informaes. Isso s foi possvel graas evoluo tecnolgica, que possibilitou a criao dessas redes e contribuiu para a livre circulao das informaes. Para manter o seu papel de agente para o desenvolvimento das organizaes e do Pas, a Fundao Nacional da Qualidade (FNQ) segue ampliando e fortalecendo a sua rede de parceiros, consolidando-se como um centro de estudo, debate, gerao e disseminao de conhecimento na rea da gesto.

    Ao longo do ano, so promovidas diversas atividades de capacitao na rea de gesto organizacional, que tm como objetivo aprimorar os modelos de gesto e permite aos participantes desenvolver uma viso sistmica, visando ao melhor desempenho e ao aumento da competitividade.

    Para mais informaes sobre as capacitaes da FNQ, acesse: www.fnq.org.br/aprenda/cursos

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    http://www.fnq.org.br/aprenda/cursos
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    Sobre a FNQ

    Alm disso, a FNQ disponibiliza suas publicaes voltadas para a excelncia em gesto organizacional. Uma delas a 20 edio dos Critrios de Excelncia, que constitue um modelo sistmico de avaliao da gesto adotado por inmeras organizaes classe mundial, que permite s empresas obterem um profundo diagnstico do seu sistema de gesto.

    Veja mais, acessando: http://www.fnq.org.br/informe-se/publicacoes.

    PatrocinadoresAPOIOMSTER

    http://www.fnq.org.br/informe-se/publicacoes