atuação da fisioterapia na reabilitação de pacientes com ... · realizada avaliação...

4
Universidade de São Paulo 2013-08 Atuação da fisioterapia na reabilitação de pacientes com anomalias craniofaciais Curso de Anomalias Congênitas Labiopalatinas, 46, 2013, Bauru. http://www.producao.usp.br/handle/BDPI/43751 Downloaded from: Biblioteca Digital da Produção Intelectual - BDPI, Universidade de São Paulo Biblioteca Digital da Produção Intelectual - BDPI Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais - HRAC Comunicações em Eventos - HRAC

Upload: phamhanh

Post on 20-Nov-2018

216 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Atuação da fisioterapia na reabilitação de pacientes com ... · Realizada avaliação neuromotora para verificar o desenvolvimento neuropsicomotor, de acordo com a idade do paciente

Universidade de São Paulo

2013-08

Atuação da fisioterapia na reabilitação de

pacientes com anomalias craniofaciais Curso de Anomalias Congênitas Labiopalatinas, 46, 2013, Bauru.http://www.producao.usp.br/handle/BDPI/43751

Downloaded from: Biblioteca Digital da Produção Intelectual - BDPI, Universidade de São Paulo

Biblioteca Digital da Produção Intelectual - BDPI

Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais - HRAC Comunicações em Eventos - HRAC

Page 2: Atuação da fisioterapia na reabilitação de pacientes com ... · Realizada avaliação neuromotora para verificar o desenvolvimento neuropsicomotor, de acordo com a idade do paciente

ATUAÇÃO DA FISIOTERAPIA NA REABILITAÇÃO DE PACIENTES COM

ANOMALIAS CRANIOFACIAIS

Ineida Maria Bachega LOPES; Karine Aparecida ARRUDASetor de Fisioterapia HRAC-USP

O objetivo principal da Seção de Fisioterapia do HRAC-USP é promover a reabilitação de

pacientes com malformações craniofaciais utilizando técnicas fisioterápicas especificas. As áreas de

atuação incluem: ambulatório e internação.

1) Ambulatório

- Análise do prontuário: são coletados dados de identificação (nome, idade, sexo e

procedência), classificação da fissura e síndrome, aspectos cirúrgicos (data e descrição dos

procedimentos), e quando houver, os atendimentos realizados previamente pela equipe de

fisioterapia.

- Entrevista: realizada com o paciente ou acompanhante, recebendo informações sobre a

história da moléstia atual (HMA), história da gestação, do parto e intercorrências perinatais.

Realizada avaliação neuromotora para verificar o desenvolvimento neuropsicomotor, de acordo com

a idade do paciente.

- Exame físico:

Aspectos cirúrgicos: além dos dados colhidos no próprio prontuário é realizada a avaliação do

resultado do procedimento cirúrgico. Observam-se edema pós-operatório, alterações de

sensibilidade, cicatrizes cirúrgicas – hipercromia, aderências, hipertrofias e retrações cicatriciais.

Aspectos Musculares: observa-se o tônus e trofismo muscular, presença de encurtamento,

contraturas e quadros de algia.

Alterações Ortopédicas: são descritas as deformidades ósseas, dentre as mais comuns a

assimetria de crânio e/ou de tórax, micrognatia com ou sem limitação de amplitude de movimento

(ADM) de articulação temporomandibular (ATM), limitação da ADM de outras articulações, pé torto

congênito unilateral ou bilateral, alterações posturais (cifose, escoliose, lordose), hipoplasias de

membros ou dedos, crepitações e algias.

Condições Respiratórias: são descritos e observados quadros de gripes comuns, processos

alérgicos, bronquite, asma, pneumonia de repetição, dispnéia, alterações de saturação periférica de

oxigênio, padrão respiratório (intercostal, diafragmático, misto ou costodiafragmático), presença de

traqueostomia, tosse e expectoração.

46º Curso de Anomalias Congênitas Labiopalatinas • HRAC-USP • Anais, Agosto 2013Curso Específico (CE31)

Page 3: Atuação da fisioterapia na reabilitação de pacientes com ... · Realizada avaliação neuromotora para verificar o desenvolvimento neuropsicomotor, de acordo com a idade do paciente

- Hipótese diagnóstica (HD): com base em uma anamnese é determinado provável

diagnóstico do paciente.

- Conduta fisioterápica: é estabelecida baseada na HD, podendo ser indicada terapia

ortopédica, postural, neuromotora, orofacial, respiratória e orientação pós-cirúrgica ou de atividades

de vida diária (AVD), além de cartas de encaminhamento para o tratamento em outras unidades.

2) Internação

Pós-operatório: estão internados os pacientes procedentes do centro cirúrgico. A fisioterapia

visa promover analgesia e redução de edema cirúrgico e sangramento, com a realização da

crioterapia. Em alguns casos há a necessidade da realização da terapia respiratória.

Berçários 1 e 2 (pediatria): estão internados nesses leitos pacientes que provavelmente serão

submetidos a um procedimento cirúrgico e também aqueles que já realizaram cirurgia. Os pacientes

são avaliados tanto no período pré como pós-operatório e é estabelecida a HD e plano de

tratamento a ser desenvolvido durante a internação. São fornecidas as orientações para realização

das massagens no pós-operatório de queiloplastia, alongamento de columela e macrostomia,

objetivando a melhora do aspecto, elasticidade, sensibilidade e vascularização do lábio, evitando

alterações cicatriciais como aderências e retrações. É realizada a entrega de um manual explicativo

para os acompanhantes.

Setor de adultos (feminino e masculino) e isolamento: se encontram internados pacientes em

pré e pós-operatório. Os pacientes são avaliados, sendo estabelecidos a HD e plano de tratamento.

Os procedimentos variam de acordo com o quadro clínico apresentado pelo paciente e a cirurgia a

qual ele foi submetido. As intervenções realizadas nesse setor incluem: crioterapia, cinesioterapia,

treinamento para uso de órtese, exercícios de mímica facial, drenagem linfática facial, orientações

de massagens pós-operatórias (após queiloplastia, macrostomia e alongamento de columeta) e

terapia respiratória.

Unidade de Cuidados Especiais (UCE) (O a 1 ano): são internados nessa unidade pacientes

que necessitam de tratamento clínico ou cirúrgico com alterações de maiores riscos. São

normalmente pacientes com casos associados às síndromes complexas, doença do refluxo

gastroesofágico (DRGE), alterações respiratórias, pneumonia, distúrbios da deglutição,

deformidades musculoesqueléticas, alterações neurológicas e orofaciais. A rotina consiste em

realizar a avaliação inicial com análise de prontuário, entrevista, exame físico, inspeção. Com base

na avaliação e consequente HD é estabelecido o plano de tratamento. São realizadas terapias

durante o período de internação, conforme indicação do fisioterapeuta ou prescrição médica. As

terapias executadas podem ser: neuromotoras, ortopédicas, respiratórias, orofaciais e termoterapia.

Unidade de Terapia Intensiva (UTI) (pediatria e adultos): são admitidos pacientes procedentes

46º Curso de Anomalias Congênitas Labiopalatinas • HRAC-USP • Anais, Agosto 2013Curso Específico (CE31)

Page 4: Atuação da fisioterapia na reabilitação de pacientes com ... · Realizada avaliação neuromotora para verificar o desenvolvimento neuropsicomotor, de acordo com a idade do paciente

de outras instituições ou transferidos da UCE, berçários, centro cirúrgico ou setor de adultos após

intercorrências clínicas ou pós-operatórias. De acordo com a prescrição médica, aplica-se a avaliação

inicial, com o preenchimento de uma ficha específica de avaliação respiratória, onde consta: HMA,

HD, tipo de cirurgia realizada, inspeção, ausculta e palpação, além da observação dos exames de

imagem e terapia medicamentosa. Após minuciosa avaliação, são determinados os objetivos da

atuação fisioterapêutica e traçado o plano de tratamento, que é alterado a cada reavaliação a beira

do leito que é realizada antes de cada intervenção. Nessa unidade, normalmente são realizadas as

terapias respiratórias, motoras e termoterapia.

REFERÊNCIAS

Universidade de São Paulo, Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais, Diretoria Técnica deServiços Complementares: Atividades e Rotinas, 2007.

Ferreira, TRR. Drenagem Linfática Manual no pós-operatório de Enxerto Ósseo Alveolar: uma novaabordagem para a redução do edema facial. 2010. 138 p. Dissertação (Mestrado em Ciências daReabilitação) – Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais, Universidade de São Paulo, Bauru,2010.

Silva Filho OG, Ozawa TO, Carvalho RM. Enxerto ósseo alveolar. In: Trindade IEK, Silva Filho OG,coordenadores. Fissura Labiopalatinas: uma abordagem interdisciplinar. São Paulo. Editora Santos, 2007.

KUDO, A.M. et al. Coord. Fisioterapia, fonoaudiologia e terapia ocupacional em pediatria. 2ª ed. SãoPaulo: Sarvier, 1994. - (Monografias médicas. Série pediatria, v. 32)

46º Curso de Anomalias Congênitas Labiopalatinas • HRAC-USP • Anais, Agosto 2013Curso Específico (CE31)