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116
ATRIBUTOS DE QUALIDADE NO SERVICO BANCÁRIO BRASILEIRO: UM ESTUDO COMPARATIVO ENTRE EXPECTATIVAS DE CLIENTES E PERCEPCÃO GERENCIAIS Marcia Alves Amaral Baptista TESE SUBMETIDA AO CORPO DOCENTE DO INSTITUTO DE PÓS-GRADUACÃO E PESQUISA EM ADMINISTRACÃO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO, COPPEAD/UFRJ, COMO PARTE DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA A OBTENCÃO DO GRAU DE MESTRE EM CIÊNCIAS (M.Sc.). APROVADO POR: ________ I C .. I. Prof. FREDERICO A. DE CARVALHO .---'-.ut:!PEAD / UFRJ Prof. JORGE ALBERTO GARCIA GÔMEZ FEA/UFRJ RIO DE JANEIRO, RJ - BRASIL MAIO DE 1993

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Page 1: ATRIBUTOS DE QUALIDADE NO SERVICO BANCÁRIO … · O Hiato entre Expectativas do Cliente e Percepções Gerenciais 3. Atributos de Qualidade no Serviço Bancário 1. Introdução

ATRIBUTOS DE QUALIDADE NO SERVICO BANCÁRIO BRASILEIRO: UM ESTUDO

COMPARATIVO ENTRE EXPECTATIVAS DE CLIENTES E PERCEPCÃO GERENCIAIS

Marcia Alves Amaral Baptista

TESE SUBMETIDA AO CORPO DOCENTE DO INSTITUTO DE PÓS-GRADUACÃO E

PESQUISA EM ADMINISTRACÃO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE

JANEIRO, COPPEAD/UFRJ, COMO PARTE DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA

A OBTENCÃO DO GRAU DE MESTRE EM CIÊNCIAS (M.Sc.).

APROVADO POR:

________ ~~~~-2------I ~IGUEIREDO

C .. I. 'o--l~ -~--------------------

Prof. FREDERICO A. DE CARVALHO .---'-.ut:!PEAD / UFRJ

Prof. JORGE ALBERTO GARCIA GÔMEZ FEA/UFRJ

RIO DE JANEIRO, RJ - BRASIL

MAIO DE 1993

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li

Baptista, Marcio Alves Amaral -

Atributos de qualidade no serviço bancário brasileiro: um estudo comparativo entre expectativas de clientes e percepções gerenciais. Rio de Janeiro: COPPEADIUFRJ, 1993.

X, 107 p., 29,7 cm

Tese - Universidade Federal do Rio de Janeiro, COPPEAD.

I. Qualidade. 2. Serviços. 3. Tese (Mestrado - COPPEAD/UFRJ).

I. Título.

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III

A Mônica.

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IV

AGRADECIMENTOS

A Kleber Figueiredo, pela orientação tranquila e segura.

A Valdecy F. Leite, pelo auxílio nas análises estatísticas e pelas discussões de interpretação dos

resultados.

Aos demais professores da COPPEADIUFRJ que contribuíram para a realização deste estudo.

A meus pais, Theresinha e Edmundo.

A Mônica.

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v

RESUMO DA TESE APRESENTADA À COPPEAD!VFRJ COMO PARTE DOS

REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA OBTENÇÃO DO GRAU DE MESTRE EM

CIÊNCIAS (M.Sc.)

ATRIBUTOS DE QUALIDADE NO SERVIÇO BANCÁRIO

BRASILEIRO: UM ESTUDO COMPARATIVO ENTRE

EXPECTATIVAS DE CLIENTES E PERCEPÇÕES GERENCIAIS

Mareio Alves Amaral Baptista

Maio 1993

ORJENT ADOR: Prof KLEBER FOSSATI FIGUEIREDO, Ph.D.

Este estudo pretende contribuir para a compreensão do conceito de qualidade

em serviços bancários. Com este propósito, são identificados os fatores determinantes da

qualidade do serviço prestado por bancos comerciais segundo as expectativas de clientes.

Posteriormente, buscou-se determinar se existe distinção significativa entre as expectativas

desses clientes acerca de um serviço de qualidade e as percepções do prestador do serviço

acerca dessas expectativas.

Os resultados do estudo revelaram cinco dimensões determinantes da qualidade

do serviço bancário. As dimensões identificadas se mostraram consistentes com uma extensa

gama de outros serviços, investigados em estudos anteriores. Finalmente, não foi identificada

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VI

discrepância entre as expectativas dos clientes pesquisados acerca de um serviço de qualidade e

as percepções do prestador do serviço acerca dessas expectativas.

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VII

ABSTRACT OF TRE DISSERTATION PRESENTED TO COPPEADIUFRJ AS PART OF

TRE NECESSARY REQUIREMENTS FOR TRE MAS TER OF SCIENCE DEGREE

(M.Sc.)

ATTRIBUTES OF QUALITY IN THE BRAZILIAN BANKING

SERVICE: A COMPARATIVE STUDY BETWEEN CUSTOMER

EXPECTATIONS AND MANAGERIAL PERCEPTIONS

Marcio Alves Amaral Baptista

May 1993

ADVISOR: KLEBER FOSSATI FIGUEIREDO, Ph.D.

This study intends to contribute to the understanding of the concept of quality in

the banking industry. With this purpose the research has identified the quality service

detenninant factors from the standpoint of a bank customer's expectations. The existence of

significant discrepance between these customer expectations and the managerial perceptions of

such expectations was also investigated.

The results of the investigation revealed five service quality dimensions, ali of

them consistent with a broad range of services assessed in previous studies. Finally, no

significant discrepance was identified between the expectations of a quality service expressed

by a sample of bank customers and the bank management's judgment about these expectations.

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1.

2.

3.

VIl!

ÍNDICE

INTRODUÇÃO

1. Importância do Estudo 2. Objetivos 3. Delimitação do Estudo 4. Organização do Estudo

REVISÃO DE LITERATURA E FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

1. O Construto de Qualidade em Serviços

1. Qualidade Percebida "versus" Qualidade Objetiva 2. Qualidade como Atitude 3. Qualidade "versus" Satisfação 4. Qualidade como Resultante do Confronto

Expectativas "versus" Percepções 5. "Outputs" e Processos de Prestação de Serviços

2. Modelagem Conceitual e Abordagem para Análise

1. O Modelo Conceitual de Parasuraman et ai. 2. O Hiato entre Expectativas do Cliente e Percepções

Gerenciais

3. Atributos de Qualidade no Serviço Bancário

1. Introdução 2. Atributos sugeridos pela Literatura

4. Síntese

METODOLOGIA DA PESQUISA

1. 2. 3. 4.

Hipótese e Pergunta da Pesquisa Coleta de Dados Técnicas Multivariadas de Análise dos Dados Limitações

1

1 3 4 S

6

6

11 12 14

16 18

20

20

31

3S

3S 36

58

61

61 63 64 67

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4,

5,

IX

ANÁLISE DOS RESULTADOS

1.

2, 3,

Frequência dos Atributos de Qualidade no Serviço Bancário Dimensões de Qualidade no Serviço Bancário O Hiato entre Expectativas dos Clientes e Percepções da Gerência

CONCLUSÕES E CAMPOS DE PESQUISA FUTURA

BIDLIOGRAFIA

ANEXOS

68

68 72

79

86

90

103

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1

1. INTRODUÇÃO

1.1. Importância do Estudo

Os últimos anos têm se caracterizado pela crescente busca de qualidade pelo

consumidor de produtos e serviços. Aspectos regulatórios como o recém-implantado Código

de Defesa do Consumidor têm contribuído para garantir o direito de exigir qualidade em tudo

que é comercializado.

Neste sentido, diversas empresas têm visto na qualidade uma oportunidade de

diferenciação e de incremento de participação em seus mercados. Em um âmbito de serviços,

cada vez mais têm sido empregados conceitos industriais de qualidade na obtenção de

performance operacional diferenciada.

Estes esforços encontram fundamentação em dados como os abaixo, compilados

por Sonnenbergl :

• em uma pesquisa conduzida entre 2374 clientes de serviços, 40% alegaram má qualidade

dos serviços para justificar uma opção por um concorrente, ao passo que apenas 8%

indicaram preço como fator crítico

• um cliente insatisfeito com o serviço prestado comunica sua insatisfação a entre 9 a 10

pessoas em média

lSonnenberg, F .. "Service Quality: Forethought, not Afterthought". The Journal ofBusiness Strategy. Sep/Oct. 1989, p.S4.

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2

• dentre esses insatisfeitos, um entre vinte e sete encaminham alguma reclamação ao

prestador do serviço

• o custo de conquistar um novo cliente se mostrou em média cinco vezes maior que o de

manter um cliente

Dentre os mais relevantes segmentos de prestação de selVlços, poucos têm

dedicado tanta atenção à diferenciação através da qualidade como o setor bancário. Motivados

pela possibilidade de restrição da obtenção de receitas através de intermediação financeira, os

bancos têm voltado seu foco para a manutenção e atração de clientes através da diferenciação

de seus serviços. A obtenção de um serviço de qualidade, neste sentido, tem motivado

iniciativas como a disponibilização de pontos de atendimento alternativos, automação do

atendimento e custornização dos serviços, dentre várias outras.

À medida em que iniciativas como as mencionadas vêm se proliferando, no

entanto, os bancos têm manifestado um crescente entendimento de que sua eficácia pode não

ser uniforme uma vez que diferentes segmentos de clientela parecem priorizar diferentes

aspectos caracteristicos da prestação de um serviço de qualidade. Adicionalmente, os vultosos

investimentos envolvidos no desenvolvimento de estratégias de aprimoramento de serviços

através do uso de tecnologia, por exemplo, vêm tomando cada vez mais premente a

necessidade de conhecer e monitorar as expectativas de diferentes segmentos de clientela

acerca do que entendem por um serviço de qualidade.

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Com este intuito o presente estudo assume significativa importância, uma vez

que pretende contribuir para a compreensão do conceito de qualidade de serviços bancários e

dos fatores determinantes de sua obtenção.

Dentre os diversos segmentos da atividade bancária disponíveis para pesquisa

optou-se pelo estudo do segmento de pessoas fisicas de renda média, tendo em vista fatores

como dimensão da base de clientes e quantidade/relevância das instituições bancárias que atuam

no setor. Neste sentido, foi selecionado para o estudo um banco representativo do segmento de

mercado mencionado. O Banco "X", orientado para uma atuação de caracteristica universal no

segmento de pessoas fisicas, possui uma rede de cerca de 400 agências em todo o território

nacional, servindo 1,3 milhões de clientes através de 18 mil funcionários.

Um outro fator determinante da escolha do Banco "X" foi a adoção de uma

estratégia de marketing baseada na diferenciação através da qualidade dos serviços. Para tal,

submeteu-se a um processo de reestruturação organizacional que instituiu uma Diretoria de

Qualidade com a missão de implantar e disseminar a estratégia mencionada.

1.2. Objetivos

Este estudo tem os seguintes objetivos:

• Consolidar diferentes definições constantes da literatura disponível acerca do que é

Qualidade em serviços, como pode ser mensurada e quais os fatores determinantes para sua

obtenção sob a ótica do cliente.

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• Investigar a aplicabilidade dessas definições ao ambiente bancário brasileiro, buscando

responder:

quais são os atributos determinantes da Qualidade em Serviços Bancários, sob a

perspectiva das expectativas dos clientes pessoa fisica de um banco comercial

brasileiro

se existe distinção significativa entre as expectativas desses clientes acerca de

um serviço de qualidade e as percepções do prestador do serviço acerca

dessas expectativas.

1.3. Delimitação do Estudo

Este estudo se insere em uma linha de pesquisa da COPPEADIUFRJ que vem

estudando aspectos de Qualidade de Serviços em diversos setores.

A pesquisa limitou-se á amostra de conveniência obtida durante pesquisa de

campo conduzida em uma agência de grande porte do Banco "X" na cidade do Rio de Janeiro.

Os resultados do estudo estão restritos ao universo pesquisado e não podem ser generalizados

para outros segmentos do setor bancário.

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1.4. Organizacão do Estudo

Poucos estudos têm sido dedicados ao entendimento do que significa Qualidade

em um âmbito de serviços, como identificar níveis de Qualidade adequados, como adequar as

operações a esses níveis de Qualidade, e como monitorá-los. Adicionalmente, é ainda restrita a

contribuição acadêmica ao entendimento desses fatores determinantes de Qualidade no âmbito

específico dos serviços bancários. O capítulo referente á revisão da literatura mereceu atenção

especial neste sentido, procurando compilar da maneira mais abrangente possível a produção

científica disponível sobre o tema. Esse capítulo, a seguir, traz um sumário da literatura

disponível acerca de Qualidade em Serviços, apresenta as principais modelagens conceituais

desenvolvidas e, em seguida, identifica os principais atributos sugeridos pela literatura como

determinantes de Qualidade no serviço bancário.

O capítulo 3 define a hipótese e a pergunta da pesqUisa, e descreve a

metodologia empregada na análise dos dados coletados na pesquisa de campo.

O capítulo 4 apresenta as análises e interpretações dos resultados da pesquisa.

Finalmente, o capítulo 5 trará as conclusões do estudo e apresentará campos de

pesquisa futura.

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6

2. REVISÃO DE LITERATURA E FUNDAMENTACÃO TEÓRICA

Este capítulo apresentará, em seu tópico 2.1, as principais conceituações de

Qualidade de Serviços disponíveis na literatura.

Em seguida, o tópico 2.2 descreve o modelo conceitual de determinação de

qualidade de serviços a ser empregado na pesquisa.

o tópico 2.3, a partir da sugestão de que a avaliação da qualidade de um serviço

se dá por meio de atributos inerentes à sua prestação, identificará esses atributos em um

contexto do serviço bancário conforme a literatura disponível.

2.1. O Construto de Oualidade em Serviços

Os primeiros esforços no sentido do estabelecimento de definições e modelagens

de Qualidade tiveram origem no setor de bens de produção. Mesmo os esforços mais recentes,

no entanto, não foram capazes de redundar em uma definição irrestritarnente aceita e suficiente

em si própria.

Freqüentemente são atribuídos ao conceito de Qualidade significados de virtude,

beleza ou distinção - o que usualmente conduz a uma conceituação de um estado de coisas ou

de seu valor relativo. Neste sentido, costuma-se classificar elementos do mundo que nos cerca

conforme sua "boa ou má qualidade", sem que se atente para o fato de que possivelmente

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7

estamos falando sobre algo que não sabemos definir. Crosby2 retrata a percepção que

usualmente se detém de Qualidade como algo em relação ao qual "todos são a favor ( ... ),

acreditam que compreendem ( ... ), e crêem que para sua obtenção basta seguir suas inclinações

naturais".

As tentativas de definição de Qualidade no setor de bens tangíveis redundaram

em racionalizações como "conformidade a especificações"3, "não-incidência de falhas"4 ou

"fazer corretamente da primeira vez", de acordo com a filosofia japonesa. A racionalização do

conceito de Qualidade em Serviços, por sua vez, padece da complexidade associada às bem­

documentadas caracteristicas de intangibilidade, inseparabilidade e heterogeneidade

relacionadas a um serviço:

• Solomon et a15 diferenciam bens de servIços ao definir estes como esforços,

performances, desejos. Ressaltam, ainda, que serviços, diferentemente de

produtos, são prestados ou vivenciados. Sendo assim, sua intangibilidade conduz

a situações em que o estabelecimento de especificações de produção visando a

uniformização de qualidade é bastante dificultada - uma vez que serviços não podem

ser contados ou pesados. A clássica contribuição de Levitt6, a este respeito, é

2Crosby, P.B .. "A Qualidade Talvez Não Seja O Que Você Pensa". Oualidade É Investimento -A Arte de Garantir a Oualidade. 2a.ed .. Rio de Janeiro, José OIympio, 1986. Capo 1, p.29.

3lbid., p.31.

4Garvin, D. A .. "Quality on the line". Harvard Business Review, 61, September/October 1983, p.65-73.

5Solomon, M. R.; Surprenant, c.; Czepiel, 1. A.; Gutman, E. G .. "A Role Theory Perspective on Dyadic Interactions: The Service Encounter". Journal of Marketing, vol. 49, Winter 1985, p.99-101.

6Levitt, T .. "Marketing Myopia". Harvard Business Review, July/August 1960, p.45.

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8

expressa pela visão da inexistência de produtos puros, mas "pacotes" diferentemente

dominantes em elementos tangíveis e intangíveis.

• Em um ambiente prestador de serviços, sua· produção e consumo são

inseparáveis 7 Percepções de qualidade, portanto, por muitas vezes são

decorrentes da interação entre o cliente e o prestador de serviços, notadamente em

situações em que a participação do primeiro é intensa.

• Finalmente, alguns serviços são heterogêneos na medida em que não existem meios

de garantir que a prestação de um serviço a determinado cliente em uma dada

ocasião apresente uma performance igual àquela observada em outra oportunidade,

na qual um outro cliente provavelmente será atendido por outra pessoa em um

outro dia. A tentativa de obtenção de padronização. da prestação de serviços, neste

sentido, foi mais uma vez inspirada em ambientes industriais.

Este estudo adotará, como definição inicial de trabalho e em um sentido amplo,

o conceito de Qualidade como "conformidade a especificações", conforme a recém­

mencionada definição de Crosby.

A literatura expressa algum nivel de consenso em torno da idéia segundo a qual

é mais dificil para o consumidor avaliar Qualidade em um contexto de serviços8, basicamente

em função da ausência de evidências tangíveis para sua avaliaçã09 Boothe 10 corrobora este

7 Gronroos, C .. "A Service-Orientated Approach to Marketing of Services". European Journal ofMarketing, Vol. 12, no. 8, p.588-601.

8Esta discussão é aprofundada em Parasuraman, A.; Zeitharnl, V. A.; Berry, L. L.. "A Conceptual Model of Service Quality and its Implications for Future Research". Journal of Marketing, Vol. 49, Fali 1985, p.4I-50.

(continua ... )

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9

ponto de vista ao ressaltar o elevado nível de incerteza que permeia a atividade de prestação de

serviços em comparação à de produção de bens tangíveis, decorrente da pouca compreensão

que tipicamente se detém de como alterações no ambiente de prestação de um serviço podem

afetar sua qualidade. Salienta, ainda, que Qualidade em Serviços envolve atenção tanto a

aspectos técnicos relativos à sua prestação quanto a caracteristicas comportamentais do

processo de interação cliente/prestador de serviços. Esta proposição decorre da modelagem

apresentada pelo autor, segundo a qual uma atividade de prestação de serviços compreende

quatro etapas relacionadas de forma recursiva:

• Definição de necessidades do cliente;

• Idealização do processo de prestação do serviço;

• Desenvolvimento de procedimentos para a implementação do processo;

• Verificação da acurácia da definição de necessidades do cliente.

o autor ressalta a premência de que o processo descrito seja contínuo - ou seja,

que o "feedback" fornecido pelos clientes seja sempre considerado na gerência de uma

operação de serviços II

9parasuraman et a!. (op. cit.) evidenciaram que preço parece' ser um indicador de qualidade relevante em serviços, à exemplo do que concerne a bens tangíveis. Ainda que a noção de preço de serviços seja pouco aplicável a bancos, percepções de relação preço-qualidade poderiam ser consideradas sob um enfoque de exigência de reciprocidades (saldo médio ou piso em aplicações, por exemplo).

10Boothe, R.. "Who Defines Quality in Service Industries?". Ouality Progress, Vol. XXTII, no. 2, February 1990, p.65-7.

11 Até mesmo porque, como observa Lawton, as expectativas e avaliações dos clientes acerca da Qualidade de um serviço estão sempre em mutação (Lawton, R. L.."Creating a Customer­Centered Culture for Service Quality". Ouality Progress, Vol. XXTI, no. 5, May 1989, p.34-6).

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10

Uma proposição para a abordagem de diferenças na avaliação da qualidade de

produtos e serviços é elaborada por Parasuraman et al. 12 a partir da classificação de

propriedades de produtos apresentada por Nelson 13 e Darby et al14 Nelson distingue duas

categorias de propriedades:

• propriedades de Busca (atributos que o consumidor pode avaliar antes do ato de

compra; como, por exemplo, cor, preço ou estilo); e

• propriedades de Experiência (que só podem ser discernidas após o uso ou durante

o consumo, como sabor e confiabilidade).

Darby et aI. acrescentam à classificação propriedades de Crença (que o

consumidor pode não ter condições de avaliar mesmo após a compra e o consumo), que podem

ser observadas na aquisição de um serviço de cirurgia médica ou retífica de motor, por

exemplo.

Parasuraman et aI., a partir desta classificação, observaram que a qualidade de

ofertas com elevado grau de propriedades de busca é relativamente mais fácil de avaliar que a

de ofertas caracterizadas por propriedades de experiência. Mais dificil ainda, segundo os

autores, é a avaliação de ofertas caracterizadas por propriedades de crença. Serviços, portanto,

12parasuraman, A; Zeithaml, V. A; Berry, L. L.. Op. Cit., p.48.

13Nelson, P .. "Advertising as Information". Journal of Political Economy, 81, July/August 1974, p.729-754. Citado em Parasuraman, A; Zeithaml, V. A; Berry, L. L., Op. Cit., p.48.

14Darby, M. R.; Karni, E.. "Free Competition and the Optimal Amount ofFraud". Journal of Law and Economics, 16, April 1973, p.67-86. Citado em Parasuraman, A; Zeithaml, V. A; Berry, L. L., Op. Cit., p.48.

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11

tendem a ser mais difíceis de avaliar em um contexto de Qualidade por serem tipicamente

caracterizados por propriedades de experiência e crença, em detrimento das de busca.

Neste sentido, tais dificuldades de avaliação conduziram a tentativas de

conceitualização do construto de Qualidade em Serviços que pressupõem a noção de

Qualidade Percebida 15, ainda que sob diferentes facetas. Os principais enfoques propostos

pela literatura são apresentados a seguir.

2.1.1. Qualidade Percebida "versus" Qualidade Objetiva

O conceito de Qualidade Objetiva - oriundo da área de operações industriais -

difere do de Qualidade Percebida de forma semelhante à diferenciação subjacente aos conceitos

de Qualidade Mecanística e Qualidade Humanística. Segundo Holbrook et a116, Qualidade

Mecanística envolve um aspecto objetivo ou característica de um objeto ou evento, ao passo

que a Humanística compreende respostas ou estímulos subjetivos relacionados a esses

objetos/eventos - sendo, portanto, um fenômeno consideravelmente dependente de julgamento

individual. Jacoby et a1I7, a este respeito, salientam a capacidade dos aspectos subjetivos -

150u seja, o julgamento efetuado pelo consumidor acerca da excelência ou superioridade de um tangível ou intangível. Para um aprofundamento em tomo desta questão, ver Zeithaml, V., "Defíning and Relating Price, Perceived Quality, and Perceived V alue", Work:ing Paper, Duke University, 1986; citado em Parasuraman, A.; Zeithaml, V. A.; ·Berry, L. L.. " SERVQUAL: A Multiple-Item Scale for Measuring Customer Perceptions of Service Quality". Report no. 86-108, Marketing Science Institute, Cambridge, 1986.

16Holbrook, M. B.; Corfinan, K. P .. "Quality and Value in the Consumption Experience: Phaedrus Rides Again". In: Jacoby, J.; Olson, J. (eds.). Perceived Ouality, Lexington, Lexington Books, 1985, p.31-57.

17Jacoby, J.; Olson, J. (eds.). Op. Cit..

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12

associados ao construto de qualidade percebida - de fornecer subsídio preponderante à

compreensão do comportamento compratório.

A literatura mais recente revela crescentes lÚveis de internalização da relevância

do componente perceptual do conceito de Qualidade - notadamente sob um enfoque de

Serviços. Explicitamente abordados por Boothe18 e Lawton19, percepções detidas pelo

consurrúdor acerca dos atributos que valora no julgamento da qualidade de um serviço tendem

a ser freqüentemente negligenciadas pelos responsáveis pelo seu planejamento

mercadológico20.

2.1.2. Qualidade como Atitude

0lshavsky21 visualiza o construto de Qualidade como uma forma de avaliação

total de um produto, sirrúlar em muito a deterrrúnantes de Atitude22. Holbrook et al23

18Boothe, R.. Op. Cit ..

19Lawton, R. L.. Op. Cit..

20Ibid., p.35.

210lshavsky, R. W.. "Perceived Quality in Consumer Decision Making: An Integrated Theoretical Perspective". In: Jacoby, 1.; Olson, 1. (eds.). Op. Cit., p.3-29.

220 conceito de Atitude, segundo Aldrighi, "( ... )refere-se a uma predisposição psicológica geral em relação a deterrrúnado objeto", desencadeando propensão a consurrúr um produto ou serviço. Pode, teoricamente, ser desdobrado nas dimensões coglÚtiva (que se refere ao conjunto de elementos conscientes que um indivíduo adquire, através de aprendizado, sobre um objeto), afetiva (relacionada aos sentimentos que tal objeto desperta no indivíduo) e conativa (ligada à predisposição que o indivíduo tem para agir em relação a este objeto). A efetiva promoção do comportamento compratório decorreria, portanto, de uma tendência de ajustamento do comportamento indivídual às atitudes - postulada pela Teoria da Dissonância Cognitiva. A discussão é aprofundada em Aldrighi, V.. "Eficiência Publicitária e Pesquisa de ComulÚcação". In: Ribeiro, J.;Aldrighi, V.; Imoberdorf, M.; Benetti, E.; Longo, w.; Dias, S. (continua .•• )

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13

referendam este ponto de vista ao sugerir que a Qualidade age como um julgamento de valor

globalizante,

A questão sobre se Qualidade é um julgamento cognitivo - isto é, uma inferência

sobre a superioridade de um produto ou serviço baseada em uma avaliação racional de

caracteristicas ou atributos - ou um julgamento afetivo - ou seja, uma resposta emocional

similar a uma Atitude - foi apresentada por Lutz24 Em sua visão, é tão mais provável que

Qualidade seja um julgamento cognitivo quanto maior seja a proporção de atributos de busca

em relação a atributos de experiência - ou seja, em uma condição associada a produtos

tangíveis, Com relação a Serviços, por sua vez, é mais provável que Qualidade esteja mais

intimamente relacionada a um julgamento afetivo,

A pesqUIsa conduzida por Parasuraman et al25 suporta esta noção de

Qualidade como Atitude, Ela foi capaz de revelar que, independentemente do tipo de serviço,

os clientes faziam uso de critérios fundamentalmente similares de avaliação de Qualidade de

Serviços, e que estes critérios ou atributos cobriam virtualmente todos os aspectos do serviço

considerad026 _

R, Tudo que Você Queria Saber Sobre Propaganda e Ninguém Teve Paciência Para Explicar, São Paulo, Atlas, 1989, 38 ed" p,54-115,

23Holbrook, M, B.; Corf1nan, K. p" Op, Cit..

24Lutz, R_ "Quality Is as Quality Does: An Attitudinal Perspective on Consumer Quality Judgrnents", Apresentação ao Marketing Science Institute, Cambridge, em 10 de Maio de 1986; citado em Parasuraman, A; Zeithaml, V. A; Berry, L. L.. "SERVQUAL: A Multiple-Item Scale for Measuring Customer Perceptions of Service Quality", Report no, 86-108, Marketing Science Institute, Cambridge, 1986,

25Parasuraman, A; Zeithaml, V, A; Berry, L. L.. "A Conceptual Model of Service Quality and its Implications for Future Research", Qp, Cit..

(continua ... )

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_.

14

2.1.3. Qualidade "versus" Satisfação

A noção de que "os principais objetivos do planejamento de Qualidade em

Serviços envolvem a satisfação de necessidades e expectativas do consumidor (... )',27 é de

ampla aceitação na literatura sobre Marketing de Serviços. Parece conveniente, no entanto,

observar os diferentes contextos em que a conceitualização de Satisfação se insere.

Howard et a1 28 a definem como "( ... )0 estado cognitivo do comprador de estar

adequadamente ou inadequadamente recompensado pelo sacrificio ao qual se submeteu( ... )". A

contribuição de Hunt29 sumariza as definições existentes ao afirmar que Satisfação envolve o

atendimento de uma necessidade, interações entre expectativas e performance, avaliação da

experiência de compra e avaliação dos beneficios da compra.

A este respeito, Parasuraman et a1. 30 observam o caráter de associação a uma

transação específica relacionado às definições - e à maior parte dos instrumentais de

26Posteriormente foi percebido que estes critérios correspondiam a dez dimensões de avaliação de Qualidade em Serviços, potencialmente correlacionadas. O item 2.2.1 a seguir dedica especial atenção a esta discussão e à modelagem proposta pelos autores.

27Kacker, R N .. "Quality Planning for Service Industries". Ouality Progress, Vol. XXI, no. 8, August 1988, p.39-42.

28Howard, 1.; Sheth, J.. The TheO!y of Buying Behavior. New York, lohn Wiley and Sons, 1969, p.14S.

29Hunt, H. K. (ed.). Conceptualization and Measurement of Consumer Satisfaction and Dissatisfaction. Cambridge, Marketing Science Institute, 1979. Citado em Parasuraman, A.; Zeithaml, V. A.; Berry, L. L.. "SERVQUAL: A Multiple-Item Scale for Measuring Customer Perceptions of Service Quality". Op. Cit, p.S.

(continua ... )

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15

mensuração -de Satisfação. Oliver31 sumariza a natureza específica da Satisfação, e a

diferencia de Atitude, ao postular que

"( ... ) Attitude is the consumer's relative enduring affective orientation for

a product, store or process (e.g., customer service) while satisfaction is the

emotional reaction folIowing a disconfirmation experience which acts on

the base attitude levei and is consumption-specific. Attitude is therefore

measured in terms more general to product or storeand is less situationally

oriented." (p.42)

Parasuraman et a1.32 distinguem, portanto - e de forma consistente com a

diferenciação proposta entre Satisfação e Atitude -, Qualidade de Serviços e Satisfação na

medida em que "( ... )[Qualidade de Serviços] é um julgamento global ou atitude relacionados à

superioridade ou excelência do serviço, enquanto satisfação é relacionada a uma transação

específica"(p.5). Observam, ainda, que os dois construtos são relacionados - porém não

equivalentes - na medida em que incidentes de (in)satisfação podem redundar em formação de

percepções de qualidade do serviço.

Uma abordagem adicional à diferenciação entre Qualidade em Serviços e

Satisfação é sugerida por Czepiel. O autor, ao analisar determinantes de Satisfação do cliente

de um serviço, aborda a importância do relacionamento cliente-prestador de serviços na

avaliação da experiência de compra e introduz uma noção de "complexidade gerencial

30Parasuraman, A; Zeithaml, V. A; Berry, L. L.. "SERVQUAL: A Multiple-Item Scale for Measuring Customer Perceptions of Service Quality". Op. Cit..

3lOliver, R .. "Measurement and Evaluation ofSatisfaction Process in Retail Settings". Journal ofRetailing. Vol. 57, no. 3, 1981, p.25-48.

32Parasuraman, A; Zeithaml, V. A; Berry, L. L.. "SERVQUAL: A Multiple-Item Scale for Measuring Customer Perceptions of Service Quality". Op. Cit..

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16

adicional" associada ao conceito de Qualidade, ao postular que "( ... ) what is thought as a

marketing issue when termed "Customer Satisfaction" becomes an operations and personnel

management issue when termed "Service Quality" assurance"33.

2.1.4. Qualidade como Resultante do Confronto Expectativas "versus" Percepções

A noção de que Qualidade em Serviços - enquanto percebida pelo consumidor -

redunda de comparações entre as expectativas detidas acerca do serviço que receberão e

percepções da performance dos prestadores do serviço é suportada pelos estudos de

Parasuraman et a134, Sasser et a135, Gronroos36 e Lehtinen et al37, entre outros.

Parasuraman et ai., com efeito, expressaram a visão de qué percepções de Qualidade em

Serviços são uma medida de quão precisa e consistentemente o nível de serviços adequa-se às

expectativas do consumidor38. Observaram, posteriormente, que o conceito de Qualidade

33Czepiel, J. A. "Managing Customer Satisfaction in Consumer Service Businesses". Report No. 80-107. Marketing Science Institute, Cambridge, September 1980, p.4.

34Parasuraman, A; Zeithaml, V. A; Berry, L. L.. "A Conceptual Model of Service Quality and its Implications for Future Research". Op. Cit..

35Sasser, W. E., Ir.; Olsen, R. P.; Wyckoff, D. D .. Management of Service Operations: Text and Cases. Boston, A1lyn & Bacon, 1978.

36Gronroos, C .. "Strategic Management and Marketing in the Service Sector". Report no. 83-104, Marketing Science lnstitute, Cambridge, 1982.

37Lehtinen, u.; Lehtinen, I. R.. "Service Quality: A Study of Quality Dimensions". Working Paper não-publicado, Service Management Institute, Helsinki. Citado em Parasuraman, A; Zeithaml, V. A; Berry, L. L.. "SERVQUAL: A Multiple-Item Scale for Measuring Customer Perceptions of Service Quality". Op. Cit..

38Parasuraman, A; ZeithamI, V. A; Berry, L. L.. "A Conceptual Model of Service Quality and its Implications for Future Research". Op. Cit., p.42.

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17

Percebida de um Serviço equivale á magnitude e direção da discrepância entre expectativas e

percepções detidas pelo cliente39 Tal perspectiva, acrescentam, não é fundamentalmente

diferente daquela em que a avaliação da Qualidade de um bem tangível se baseia - o que difere

é a natureza dos atributos relevantes, e não o mecanismo de confronto entre expectativas e

percepções40

o enfoque proposto pela consideração da formação de expectativas permite

mais algumas inferências sobre a diferenciação entre os conceitos de Qualidade em Serviços e

Satisfação. Parasuraman et al41 observam, a este respeito', que o termo "expectativas",

conforme utilizado na literatura sobre Qualidade em Serviços, difere do sentido implícito na

literatura de Satisfação do Consumidor. Nesta, expectativas são visualizadas como predições

efetuadas pelo consumidor sobre o que é provável que aconteça durante uma transação

iminente ou hipotética. 0Iiver42, com efeito, observa que expectativas são probabilidades

definidas pelo consumidor de ocorrência de eventos positivos e negativos a partir de seu

engajamento em um padrão de comportamento definido.

Em um contexto de Qualidade de Serviços, no entanto, expectativas'

correspondem a desejos do consumidor43; ou seja, o que eles pensam que um prestador de

serviços deveria oferecer, e não o que possivelmente oferecerá. Os autores observam que tais

39Ibid., p.48.

40lbid ..

41 . "SERVQUAL: A Multiple-Item Scale for Measuring Customer Perceptions of Service Quality". Op. Cit., p.6.

420liver, R.. "Measurement and Evaluation of Satisfaction Process in Retail Settings". Op. Cit ..

43Parasuraman, A.; Zeitharnl, V. A.; Berry, L. L.. "SERVQUAL: A Multiple-Item Scale for Measuring Customer Perceptions of Service Quality". Op. Cit., p.6.

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18

características de predição associadas às expectativas do consumidor em um contexto de

Satisfação pressupõem um não-desprezível grau de incerteza em tomo da "expectativa média"

detida. Por outro lado, uma vez que as expectativas do consumidor sob um enfoque de

Qualidade de Serviços representam o que ele deseja, argumentam que pode-se visualizá-las

como um valor distinto, com pouca ou nenhuma incerteza associada. Tais observações

redundam na observação de que os construtos de Qualidade em Serviços e Satisfação, apesar

de estruturalmente similares (uma vez que são medidos pelo grau e direção de desconfirmação

de expectativas), são conceitualmente diferentes em função não somente dos caracteres de

especificidade/generalidade anteriormente citados, mas também como resultado das diferentes

definições de Expectativas envolvidas.

2.1.5. "Outputs" e Processos de Prestação de Serviços

Aspectos relacionados à presença e ao grau de participação do cliente na

prestação de um serviço foram percebidos por diversos autores como determinantes da

relevância do processo de entrega de um serviço na formação de percepções de sua qualidade.

Sasser et al.44 propuseram que a performance da prestação de um serviço manifesta-se em três

dimensões (níveis de material, instalações e pessoal), o que provê considerável subsídio à

44Sasser,W.E.,Jr.; Olsen,R.P.; Wyckoff,D.D .. Op.Cit..

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percepção de Parasuraman et ai. de que a obtenção de Qualidade em Serviços envolve mais que

os resultantes de sua prestação - "outputs" -, mas também a ma~eira como são produzidos45.

A mesma abordagem é sugerida por Gronroos46 ao postular que Qualidade em

Serviços pressupõe uma componente técnica (que envolve o que o consumidor efetivamente

recebe) e outra de ordem funcional (relacionada à maneira em que o serviço é prestado). Ao

propôr, por sua vez, que Qualidade em Serviços é produzida na interação cliente/elementos

da entidade prestadora, Lehtinen et aI. também ressaltam como relevantes dimensões de

ordem fisica (relativa a instalações e equipamentos), corporativa (associada à imagem ou perfil

da empresa prestadora de serviços) e interativa (relacionada a interações cliente/prestador de

serviços e c1iente/c1iente)47

Os diferentes enfoques propostos pela literatura' acerca de uma conceitua1ização

de Qualidade em Serviços, com efeito, não são conclusivos em termos da obtenção de uma

definição precisa. Entretanto, trazem consigo pontos em comum, anteriormente sumarizados

por alguns autores:

• O Cliente definirá Qualidade para a organização de Serviços48

45Parasuraman, A.; ZeithamI, V. A.; Berry, L. L.. "A Conceptual Mode! of Service Quality and its Implications for Future Research". Op. Cit., p.42-43.

46Gronroos, c.. "Strategic Management and Marketing in the Service Sector". Op. Cit..

47Lehtinen, u.; Lehtinen, 1. R.. Op. Cit.. Citado em Parasuraman, A.; ZeithamI, V. A.; Berry, L. L.. "A Conceptual Model of Service Quality and its Implications for Future Research". Op. Cit., p.43.

48Kremin, L. A .. "lmproving the Quality ofBanking Services". National Productivity Review, Autumn 1986, p.331.

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• Nenhum nível de Qualidade em Serviços é isoladamente bom ou ruim. O

valor de qualquer nível de Qualidade é relativo a expectativas e

necessidades49 O Serviço é, portanto, tão bom quanto sua capacidade de

satisfazer tais expectativas e necessidadesSO

20

Tais observações compõem o arcabouço conceitual de algo que não

corresponde a uma definição, mas a uma proposição de características. Qualidade em Serviços,

enquanto referenciada no presente texto, relacionar-se-á portanto a "( ... ) um serviço que

possua um elevado grau de características que o consumidor deseje"Sl Definír Qualidade, no

âmbito da pesquisa, corresponderá a determinar quais dessas características o cliente de

Serviços Bancários deseja.

2.2. Modelagem Conceitual e Abordagem para Análise

2.2.1. O Modelo Conceitual de Parasuraman et aI.

Poucos pesquisadores têm se dedicado à proposição de uma modelagem de

Qualidade em Serviços, notadamente em função das dificuldades envolvidas na delimitação e

49Ibid., p.329.

50Colletti, D. L.. "Retail Banking Success: A Question of Quality". Bank Adminístration, Vol. LXIll, No. 4, Aprí11987, p.44.

51Kremin, L. A. Op. Cit., p.329.

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mensuração do construto. Neste sentido, a análise desenvolvida por Parasuraman et al. em

198552 redundou em contribuição relevante.

Os autores, a partir de um estudo exploratório qualitativo conduzido entre

gerentes e clientes de quatro diferentes categorias do setor de serviços53, observaram a

existência de um padrão notavelmente consistente entre as percepções detidas por clientes

acerca de quais fatores julgavam relevantes na obtenção de um serviço de qualidade, ainda que

em diferentes categorias.

No que diz respeito à investigação conduzida junto aos gerentes, Parasuraman

et al. observaram que

"( ... ) há um número de discrepâncias ou hiatos entre as percepções de

qnalidade detidas pelos gerentes e as tarefas envolvidas na prestação do

serviço ao consumidor. Tais hiatos constituem-se em empecilhos à

prestação de um serviço que seja percebido pelo cliente como de alta

qualidade. " (p.44)

A Figura 1 sumariza os principais determinantes do modelo conceitual

propost054, obtidos a partir do estudo conduzido:

52Parasuraman, A.; Zeithaml, V. A.; Berry, L. L.. "A Conceptual Model ofService Quality and its Implications for Future Research". Op. Cit..

53Bancos comerciais de varejo, administração de cartões de crédito, corretagem de valores mobiliários e conserto e manutenção de equipamentos.

540u seja, de como o conceito de Qualidade em Serviços e os fatores que o afetam parecem ser "construídos" por clientes e executivos.

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CLIENTE

FIGURA 1

o MODELO CONCEITUAL DE PARASURAMAN

ETAL

PROPAGANDA NECESSIDADES EXPERIENCIAS

"BOCA-A-BOCA" INDIVIDUAIS ANTERIORES

r __ .. I """O ,L .. oo I~ I ~ t I HI

I I I I

, ATOS , , ,

I SERViÇO PERCEBIDO I

22

________ J. __ _ ----- -- --- - -- - --- - - - - --_. ---

PRESTADOR DO SERVIÇO

HI.i>.Tú 1

PRESTAÇÃO DO IIIA lO 11

SERViÇO ---------~

+ , IAIO 3 , , ,

+ TRADUÇÃO DE PERCEPÇÓES

EM ESPECI FICAÇÓES DE

QUALIDADE DO SERViÇO

HIATO 2

PERCEPÇÕES GERENCIAIS

L - -.- DAS EXPECTATIVAS DOS

CLIENTES

---

COMUNICAÇÓES

EXTERNAS COM

CLIENTES

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23

Os hiatos revelados a partir das entrevistas com os gerentes são os visíveis na

porção inferior da Figura 1 (IDATOl, HIAT02, HIAT03 e HIAT04). O HIATOS foi

identificado a partir das entrevistas conduzidas com clientes. Cada um dos hiatos identificados é

discutido a seguir:

Hiato Expectativas do Cliente-Percepcões do Gerente (HIATO 1). A pesqUIsa detectou

discrepâncias entre as percepções dos gerentes acerca do que os clientes esperavam de um

serviço de qualidade e as expectativas qne estes efetivamente detinham a este respeit055

Isto implica na suposição de que gerentes do setor de serviços são por vezes incapazes de

compreender "ex-ante" quais atributos conotam alta qualidade aos clientes, que características

um serviço deve ter a fim de satisfazer as necessidades do consumidor e quais níveis de

performance nesses atributos/características são necessários à prestação de um serviço de alta

qualidade. Tal proposição é consistente com as abordagens enunciadas por diversos autores

(dentre eles Parasuraman et al56 e Boothe57) sobre o assunto, que sugerem a incapacidade

dos gerentes do setor de serviços de prever com exatidão o que os clientes concebem como um

serviço de qualidade, o que conduz a alterações nas percepções de qualidade detidas pelos

consumidores. Este tópico voltará a ser abordado em detalhe no item 2.2.2 ..

55 Atributos como Privacidade e Confidencialidade durante transações bancárias, por exemplo, foram percebidos pelos clientes pesquisados como de extrema relevância em um contexto de avaliação de Qualidade, tendo sido raramente mencionados pela amostra de executivos do setor bancário.

56parasuraman, A.; Zeithaml, v.. "Differential Perceptions of Suppliers and Clients of Industrial Services". In: Berry, L. L.; Shostack, G.; Upah, G. (eds.). Emerging Perspectives on Services Marketing. Chicago, American Marketing, 1982, p.35-39. Citado em Parasuraman, A.; Zeithaml, V. A.; Berry, L. L.. "A Conceptual Model of Service Quality and its Implications for Future Research". Op. Cit., p.44.

57Boothe, R .. Op. Cit., p.66.

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24

Hiato Percepções do Gerente-Especificações de Qualidade do Serviço CHIATQ2). Diz respeito

a obstáculos que impeçam o gerente de marketing de prestar o serviço que o cliente espera,

referindo-se a situações em que existe o conhecimento das expectativas do consumidor mas

não são conhecidos os meios de prestar o serviço de acordo com essas expectativas58 Além de

determinantes oriundos de condições de mercado peculiares e de restrições impostas por

indisponibilidade de recursos, Parasuraman et ai. acrescentam que a falta de comprometimento

da gerência com a Qualidade de Serviços pode contribuir á formação do HIATQ2 - que, por

sua vez, também é capaz de afetar as percepções de qualidade dos consumidores.

Hiato Especificações de Qualidade do Servico-Prestação do Serviço CHIATQ3). Refere-se a

ocasiões em que serviços de alta qualidade não são obtidos mesmo em situações em que

existem linhas de ação definidas em relação á maneira como prestá-los. A magnitude de tal

hiato está intimamente relacionada ás caracteristicas de heterogeneidade dos serviços, e

notadamente diz respeito ao grau de contato existente entre o cliente e o prestador de serviços.

Quando consultados sobre quais fatores causavam problemas com a obtenção de um serviço de

qualidade, os gerentes entrevistados consistentemente mencionaram dificuldades na

estandardização da performance do pessoal de contato com o c1iente59 Tais discrepâncias

foram também mencionadas por Kacker60, que atentou para a possibilidade de que processos

de prestação de serviços não sejam levados a cabo conforme foram documentados quer em

58Tipicamente enquadram-se nesta situação depoimentos que foram obtidos na pesquisa e relatavam problemas associados á incapacidade de proporcionar tempos de espera aceitáveis em periodos de pico de demanda por determinado serviço.

5~ote-se que as quatro empresas consultadas declararam possuir padrões de atendimento ou especificações visando a manutenção da qualidade do serviço (tempos máximos de espera, por exemplo). Ainda assim, reportaram dificuldades em atingir os padrões prestabelecidos em função da variabilidade inerente á performance de seus funcionários.

60Kacker, R. N .. Qp. Cit..

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2S

função de não serem realistas, quer em decorrência de problemas com a performance do

pessoal envolvido.

Hiato Prestacão do Servico-Comunicacão Externa (HIAT04). Publicidade e Propaganda

podem afetar expectativas dos consumidores de um serviço e, em decorrência, a percepção

detida por estes acerca de sua qualidade quando de sua efetiva prestação. Os efeitos da

comunicação sobre a maneira como um serviço é percebido também foram sugeridos pelos

depoimentos de alguns gerentes, segundo os quais é relevante informar ao consumidor os

"esforços invisíveis" despendidos pela empresa para assegurar um serviço de qualidade.

Hiato Servico Esperado-Servico Percebido (HIATOS). A pesqUisa suportou de forma

inequívoca a noção de que assegurar que um serviço seja percebido como de boa qualidade

implica em atingir ou superar as expectativas que o consumidor detém a seu respeito. Mais que

isso, a pesquisa empírica evidenciou que julgamentos de alta ou baixa qualidade de um serviço

dependem da maneira pela qual o consumidor percebe a performance real do serviço em um

contexto das expectativas que detinha.

Parasuraman et al. postulam, portanto, que Qualidade em Serviços - enquanto

percebida pelo consumidor - depende da magnitude e da direção do mATOS - que, por sua

vez, depende da natureza dos hiatos relacionados com o projeto, marketing e processo de

prestação do serviço. Ou seja:

mATOS = f(HIATO!, mAT02, mAT03, mAT04)

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26

Os autores acrescentam que os hiatos no lado direito da igualdade (i.e., aqueles

relacionados ao Prestador do Serviço) podem ser favoráveis ou desfavoráveis em uma

perspectiva de qualidade. Isto implica em dizer que a magnitude e direção de cada hiato terá

um impacto na determinação da qualidade percebida de um serviço. Esta, por sua vez, existe

em um contínuo que varia de um extremo que denota qualidade ideal a outro que corresponde

a um nível de qualidade totalmente inaceitável, com algum ponto ao longo do contínuo

representando um nível de qualidade satisfatório. A posição neste contínuo da percepção de um

consumidor sobre a qualidade do serviço (QPS) dependerá da natureza da discrepância entre o

serviço esperado (SE) e o serviço percebido (SP); ou seja:

• Quando SE>SP, QPS é menos que satisfatória, tendendo a ser inaceitável no limite;

• Quando SE=SP, QPS é satisfatória;

• Quando SE <SP, QPS é mais que satisfatória, tendendo a ser ideal no limite.

Boothe61 analisou a mensuração conceitual da qualidade percebida de um

serviço em termos bastante semelhantes aos propostos. A este respeito acrescentou, ao abordar

o componente Expectativas do Consumidor, que o fato de estas poderem ser influenciadas por

ações do prestador de serviços proporciona ao mesmo tempo "uma oportunídade e uma

ameaça". A oportunídade representada pelo fato de que expectativas .do consumidor podem ser

moldadas se contrapõe, segundo o autor, à ameaça representada pela possibilidade de que, em

busca de um serviço que seja percebido como de qualidade, a organízação reduza expectativas

a um nível tal que desencoraje clientes potenciais. O autor ressalta, ainda, a ameaça

representada por atitudes que suscitem expectativas exageradas, ao afirmar que "( .. ) ao atuar

6lBoothe, R.. Op. Cit., p.65.

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27

no sentido de uma melhor qualidade, a organização não deve prometer ao cliente mais do que

possa realizar"62

A análise das entrevistas com os clientes, por sua vez, permitiu verificar que,

independentemente do tipo de serviço, o consumidor fazia uso de critérios fundamentalmente

semelhantes na avaliação de sua qualidade. Tais critérios ou atributos podem ser agrupados em

dez categorias-chave63 - denominadas "determinantes de qualidade do serviço":

Confiabilidade. Envolve consistência na performance, confiança e segurança. Significa que a

empresa presta um serviço sem falhas. Denota também que a empresa cumpre o que promete.

Especificamente envolve cobrar pelos serviços corretamente, manter registros acuradamente e

cumprir prazos de entrega.

PresteZiL Diz respeito à rapidez ou disposição do prestador de serviços.

Competência. Significa a possessão de conhecimentos e habilidades necessárias à prestação de

um serviço. Envolve habilidade e conhecimento de pessoal de linha de frente e de suporte, além

de capacidade de pesquisa, por exemplo.

Acesso. Envolve a noção de facilidade para estabelecer contato. Significa facilidade de

contactar o prestador de serviços por telefone (as linhas estão desocupadas e o cliente não é

submetido a esperas), pequeno ou nenhum tempo de espera para recebimento do sefVIço,

horário de funcionamento e localização convenientes.

62lbid ..

63Que, conforme será detalhado posteriormente, podem estar estatisticamente correlacionadas.

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28

Cortesia. Denota polidez, respeito, consideração e afabilidade do pessoal de linha de frente.

Inclui respeito pela propriedade do cliente e boa apresentação pessoal e aparência do prestador

do serviço.

Comunicacão. Significa manter o cliente informado em uma linguagem acessível64

Compreende ser capaz de ouvir o cliente. Envolve ser capaz de explicar do que consiste o

serviço e quanto custará, além de explicitar a natureza do "trade-ofI" entre custos e beneficios e

assegurar que o problema será tratado.

Credibilidade. Envolve honestidade, fidedignidade e comprometimento. Implica em ver nos

interesses do cliente a maior das prioridades. Contribuem à formação de percepções de

credibilidade o nome e reputação da empresa, além das caracteristicas pessoais do prestador do

serviço.

Seguranca. Significa imunidade a perigo, riscos ou dúvida. Envolve segurança fisica e

financeira, além de confidencialidade.

Discernimento. Significa compreender as necessidades específicas do cliente e prover

atendimento personalizado.

Tangíveis. Representam as evidências fisicas do servtço, como instalações, aparência do

pessoal, equipamentos, representações fisicas do serviço65 e aparência de outros clientes

presentes no local de prestação do serviço.

640 que pode significar versatilidade para adaptar o nivel de sofisticação do discurso à fluência e conhecimento prévio do serviço por parte do cliente.

65Como cartões de garantia de cheques ou extratos de conta-corrente.

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29

Os autores observam que somente dois dos dez atributos identificados -

Credibilidade e Tangíveis - podem ser conhecidos anteriormente à aquisição de um serviço, o

que implica em um número reduzido de propriedades de busca. Outros dois provavelmente

encaixam-se na categoria de propriedades de crença - Competência e Segurança. Todos os

outros parecem adequar-se à definição de propriedades de experiência, o que conduziu à

proposição de que o consumidor tipicamente faz uso de propriedades de experiência ao avaliar

a qualidade de um serviço, uma vez que estes pressupõem poucas propriedades de busca, e

propriedades de crença são de avaliação muito dificil.

Em trabalho posterior, Zeithaml et al66 concluíram, através de várias análises

estatísticas, haver uma considerâvel correlação entre algumas das dez dimensões originais.

Assim, sugeriram a redução do número inicial para apenas cinco dimensões. Desta forma,

surgem duas amplas dimensões -"Garantia", englobando Competência, Cortesia, Credibilidade

e Segurança; e "Empatia", abrangendo Acesso, Comunicação e Discernimento. Permaneceram

intactas, então, as dimensões Tangíveis, Confiabilidade e Presteza. As duas novas dimensões

são descritas a seguir.

Garantia. Conhecimento e cortesia dos empregados e sua capacidade de transmitir

responsabilidade e segurança.

Empatia. Atenção individualizada e cuidadosa dispensada pela empresa aos seus clientes.

66Zeithaml, V. A.; Parasuraman, A.; Berry, L. L.. Delivering Ouality Service: Balancing Customer Perceptions and Expectations. New York, Free Press, 1990.

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30

Consideram os autores que, embora o modelo apresente apenas cinco dimensões

distintas, elas captam características de todas as dez dimensões originais.

A noção de que Qualidade Percebida de um Serviço é resultante de

comparações efetuadas pelo consumidor entre Serviço Esperado e Serviço Percebido,

associada ao entendimento de que estes são avaliados a partir de atributos como os

anterionnente relacionados, redunda no diagrama conceitual que consta da Figura 2.

FIGURA 2

DETERMINANTES DA QUALIDADE PERCEBIDA

DE SERViÇOS

-DETERMINANTES DA

QUALIDADE DO SERViÇO

,- Acesso PROPAGANDA NECESSIDADES EXPERiêNCIAS "BOCA-A-BOCA" INDIVIDUAIS ANTERIORES

2- Comunicação

I I 3- Competência

4- Cortesia -I SERViÇO

ESPERADO 5- Credibilidade

6- Confiabilidade QUALIDADE - PERCEBIDA DO

7- Presteza SERViÇO

8- Segurança

- SERViÇO 9- Tangíveis PERCEBIDO

, O- Compreensão das Necessidades do Cliente

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31

É importante notar que o modelo conceitual apresentado não considera custos

de forma direta. A este respeito, Boothe67 salienta sua visão do conceito de Eficiência em um

contexto de serviços68 e acrescenta que a capacidade de prestar serviços consistentes com o

IÚVel de serviço esperado pelo consumidor é diretamente influenciada por investimentos em

qualidade. O autor postula, no entanto, que a ausência de uma consideração explícita aos

custos de qualidade não implica em dizer que não são relevantes. Sua ausência, com efeito,

equivale a dizer que a ênfase maior deve ser dedicada à qualidade em si, e não aos custos.

2.2.2. O Hiato Expectativas do Cliente-Percepções do Gerente

A discussão proposta por Boothe69 vai além e aborda com clareza a natureza

das discrepâncias representadas pelo HIATOl. Ao referir-se às dificuldades implícitas na

defirúção das necessidades do cliente de um serviço, postula que o gerente tende a ofertar um

serviço consistente com sua percepção do que o cliente necessita ou deseja, relegando a um

segundo plano a obtenção de Eficácia 70 - que, em um contexto de Serviços, corresponde

precisamente à prestação de um IÚvel de serviços consistente com aquele que o cliente deseja

ou julga adequado.

A noção de que existem discrepâncias entre o que o cliente espera de um serviço

e o que o gerente julga a este respeito foi mencionada por outros autores na literatura.

67Boothe, R.. Op. Cit..

680u seja, a prestação de serviços com O menor dispêndio de recursos possível.

69Boothe, R.. Op. Cit..

70lbid., p.66.

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32

Christopher, ao analisar a prestação de serviços ao consumidor, sugere que "a visão do

prestador de serviços do que é importante ( ... ) pode diferir daquela detida pelo consumidor"71.

Hensel72, por sua vez, se referencia também ao Hiato e sugere que pesquisas empíricas

anteriores fornecem suporte à sua identificação 73 Berry et a\. abordam o Hiato de forma mais

detalhada 74 Observam, a este respeito, que "quando a direção fracassa em seu entendimento

dos desejos do cliente para o serviço, provavelmente produzir-se-á uma reação em cadeia de

erros - normas de serviço equivocadas, formação equivocada, publicidade equivocada, e assim

sucessivamente"75. Zeithaml et al., a este respeito, postulam que "conhecer as expectativas do

cliente é o primeiro e, possivelmente, mais critico passo na prestação de um serviço de

Qualidade"76 Ao analisar a existência do Hiato em instituições financeiras, Berry et a\.

propõem que este se dá em função de "os gerentes superiores terem a crença de conhecer de

antemão as necessidades dos clientes e não investirem em pesquisa de mercado para manterem­

se a par de seus desejos"77 Discorrem os autores, ainda, sobre a possibilidade de a direção

dedicar pouco tempo à interação com clientes e funcionários, a partir da suposição de que

71Christopher, M .. "Creating Effective Policies for Customer Service". International Journal of Physical Distribution and Materials Management, VoI. 13, No. 2, 1983, p.9.

72Hensel, J. S .. "Service Quality Improvement and Control: A Customer-Based Approach". Journal ofBusiness Research, VoI. 20, 1990, p.43-54.

73Ibid., p.44.

74Berry, L. L.; Bennet, D. R.; Brown, C. w.. "i,Qué Obstaculiza la Calidad de Servieio?" Calidad de Servicio: Una Ventaja Estrategica Para Instituciones Financieras. Madrid, Diaz de Santos, 1989. Capo 3, p.39-58.

75Ibid., p.40.

76Zeithaml, V. A; Parasuraman, A.; Berry, L. L.. "Gap 1: Not Knowing What Customers Expect". Delivering Ouality Service: Balancing Customer Perceptions and Expectations. New York, Free Press, 1990. Capo 4, p.5l-70.

77Berry, L. L.; Bennet, D. R.; Brown, C. w.. Op. Cit., p.40-1.

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33

relatórios gerenciais e pesquisas podem substituir o contato pessoal78 Finalmente, abordam a

possível existência de um número elevado de níveis de direção entre o pessoal de contato com

o cliente e as esferas decisoras da organização 79

São estes, com efeito, os principais fatores responsáveis pela magnitude do

Hiato enumerados por Zeithaml et ai, - Orientação para a PesIJuisa de Marketing, Processos

de Comunicação com a Alta Direção e Número de Níveis Hierárquicos80 A figura a seguir

sumariza os fatores identificados pelos autores e possíveis variáveis capazes de mensurá-los:

78lbid" p,42,

79lbid,,

80Zeithaml, V. A; Berry, L L; Parasuraman, A, "Communícation and Control Processes in the De1ivery of Service Quality", Joumal ofMarketing, VoI. 52 (ApriI1988), p.38,

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34

FIGURA 3

FATORES DETERMINANTES DE HIATOS DE QUALIDADE DE SERViÇO SEGUNDO ZEITHAML ET AL

r----------------------, I ORIENTAÇÃO PARA I

I PESQUISA DE MARKETING I I I I I COMUNICAÇÃO COM I I I I I L

~lllIArOl NlvEIS HIERÁRQUICOS SUPERIORES -

I I

NÚMERO DE I NíVEIS HIERÃRQUICOS - I

----------------------~ COMPROMETIMENTO COM

QUALIDADE DE SERViÇO f-

DEFINiÇÃO DE METAS f-

rI PADRONIZAÇÃO DE f-

TAREFAS

PERCEPÇÃO DE

VIABILIDADE I- HIATO 5

(QUALIDADE

I ~ DOSERVI(O)

TRABALHO EM EQUIPE

ADEQUAÇÃO DO PERFIL DO r-FUNCIONÁRIO Ã FUNÇÃO

TECNOLOGIA ADEQUADA f-

ÃS TAREFAS

CONTROLE PERCEBIDO !-l1AI'O 31

SISTEMAS DE CONTROLE -

I CONFLITO DE PAPÉIS ~ AMBIGUIDADE DE PAPÉIS c---

COMUNICAÇÃO HORIZONTAL -

-...J HIAT04

PROPENSÃO A PROMETER MAIS -

DO QUE SE PODE OFERECER

~ TANGIVEIS I H CONFIABILIDADE I

I PRESTEZA I --j GARANTIA I

--1 EMPATIA I

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35

2.3. Atributos de Qualidade no Servico Bancário

2.3.1. Introdução

A identificação de atributos com o propósito de investigação empírica da

mensuração de um construto é suportada por diversos estudos do serviço bancário.

Inicialmente utilizada em pesquisas de comportamento compratóri081 e Imagem8283, a

seleção de atributos potenciais com base em pesquisa acadêmica anterior parece encontrar

aplicabilidade em um contexto de Qualidade no Serviço Bancário.

Ao abordar passos para a implementação de um esforço de melhoria de

Qualidade em bancos, Kremin ressalta a relevância da compreensão das necessidades do

cliente, propondo que a definição de qualidade parta de informações obtidas a partir de

pesquisas junto ao consumidor84 Lawton, ao comentar o processo de seleção de atributos

mensuráveis, observa que "( ... ) a base para a Qualidade [é] o grau em que o produto satisfaz

aos requerimentos mensuráveis do consumidor,,85 Kacker referenda a necessidade de

comunicação com o cliente ao propôr que "uma lista dos atributos do serviço requeridos pelos

consumidores e a importância percebida desses atributos devem ser compiladas"86 Ao

81 como, por exemplo, a desenvolvida em Robertson, D. H.; Bellenger, D. N .. "Identi.fYing Bank Market Segments". Joumal ofBank Research, Vol. 7, No. 4, Winter 1977, p.277.

82Durand, R. M.; Eckrich, D. W.; Sprecher, C. R.. "Bank Image: Ao Adequacy-Importance Approach". Joumal ofBank Research, Vol. 9, No. 3, Autumn 1978, p.169.

83Brown, S. w.; Smith 11, R. L.; Zurowski, G. 1.. "The Appropriateness and Applicability of Image Research to Banking". Joumal ofBank Research, Vo1.8, No. 2, Summer 1977, p.95.

84Kremin, L. A.. Op. Cit., p.331-2.

85Lawton, R. L.. Op. Cit., p.34-5.

86Kacker, R. N .. Op. Cit., p.40.

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comentar sobre possíveis percepções de estanqueidade ou preciosismo científico associadas à

utilização de atributos na mensuração de Qualidade em bancos, Schwartz menciona que "seria

um erro perceber tal abordagem como meramente terminológica, [uma vez que 1 a falta de

percepção mais ampla e precisa do que são os produtos e serviços contribuirã à perda de sua

qualidade"87

o restante deste tópico estarã dedicado à investigação na literatura de potenciais

atributos de Qualidade no Serviço Bancário.

2.3.2. Atributos Sugeridos pela Literatura

Estarão listados a seguir, um a um, os atributos suportados pela revisão da

literatura sobre serviços bancários. Com o propósito de ordenã-los de forma conveniente, serão

agrupados a partir de um fluxo hipotético do processo de prestação de um serviço bancário.

Neste sentido, o seguinte agrupamento dos atributos é proposto:

• atributos relacionados a eventos ou processos anteriores à chegada ao local

de prestação do serviço;

• atributos associados ao ingresso do cliente no ambiente de prestação do

serviço;

87Schwartz, M. H .. "A Quality Issue: Bank Product and Service". Bank Administration, Vol. LXV, No. 5, May 1989, p.30.

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• atributos associados ao atendimento e à prestação do serviço ao cliente;

seja no guichê, no balcão ou no contato com 'staff' gerencial;

• atributos relacionados a eventos ou processos subseqüentes à prestação do

serviço propriamente dito.

Eventos Anteriores à Prestação do Serviço

Localizacão Conveniente

Diversos estudos na literatura suportam a relevância da localização

conveniente na seleção de um banco - o que fornece um indicativo de sua importância em um

contexto de avaliação. de Qualidade. Dentre estes, o de Anderson, Ir. et al88 identifica ao

longo da pesquisa que conduziu junto a bancos comerciais norte-americanos clientes orientados

para conveniência, que vaiaram sobremaneira a localização.

o atributo é, ainda, identificado pelos estudos de Evans8990, Durand et al.91 e

Robertson et al92 a partir da realização de entrevistas em profundidade e de revisão da

88Anderson, Jr., W. T.; Cox lli, E. P.; Fulcher, D. G .. "Bank Selection Decisions and Market Segmentation". Ioumal ofMarketing, VaI. 40 (Ianuary 1976), p.40-S.

89Evans, R. H .. "The Validity of Service and Situational Perceptions: A Caution". Joumal of Bank Research, Vol. lO, No. 2, Summer 1979, p.1l9-23.

90 . "Bank Selection: It Ali Depends on the Situation". Ioumal of Bank Research, VaI. 9, No. 4, Winter 1979, p.242-S.

91Durand, R. M.; Eckrich, D. w.; Sprecher, C. R.. "Bank Image: An Adequacy-Importance Approach". Joumal ofBank Research, Vol. 9, No. 3, Autumn 1978.

(continua ... )

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38

literatura - este último, no entanto, fornece validação empírica à suposição de que segmentos

de consumidores não-orientados para conveniência não priorizam localização, Strunk93, ao

analisar a rentabilidade de agências bancárias, opõe-se a esta consideração - ou não a leva em

conta - ao sugerir que estudos de localização devem considerar que o cliente valoriza a

conveniência de acesso (p,52), Appleby94, por sua vez, introduz explicitamente a noção de

"valor agregado" no serviço bancário, e sugere que a localização conveniente denota um

beneficio adicional (p,59).

A noção de localização conveniente também abarca a disponibilidade de pontos

alternativos de prestação de serviços, A existência de Caixas de Atendimento Automátic095,

neste sentido, é a modalidade de atendimento fora da agência que é suportada pela literatura96,

Van der Velde et al97 abordam a necessidade de que os bancos reestruturem seus sistemas de

prestação de serviços, e apresentam uma pesquisa através da qual gerentes norte-americanos do

setor manifestam a opinião de que "a importância relativa da automação da prestação de

serviços deve crescer sensivelmente nos próximos anos" (p.18) - baseados nessa assertiva,

projetam um crescimento na proporção de serviços prestados via ATMs de 8,7% em 1987 para

92Robertson, D, H,; Bellenger, D. N .. "Identitying Bank Market Segments". Journal of Bank Research, Vol. 7, No, 4, Winter 1977, p,276-83,

93Strunk, B .. "Strategies for Bank Profitability", Bank Administratio!l, Vol. LXIV, No. 6, June 1988, p.48-52.

94Appleby, D. C .. "Target Marketing ofFinancial Services". The Banker, Apri11984, p.51-9.

95do inglês Automatic Teller Machine ou, abreviadamente, ATM,

96Tem-se, a este respeito, notícia de instituições bancárias brasileiras que firmaram acordos operacionais com distribuidoras de valores mobiliários e postos de abastecimento para o oferecimento de serviços selecionados em horários alternativos.'

97Van der Ve1de, M.; Roth, A. V .. "Banks Restructure Retail Delivery Systems", Bank Administration, Vol. LXIV, No, 5, May 1988, p.14-8,

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14,5% em 199098 Outros autores, no entanto, contestam essa percepção - Mears et al99, por

exemplo, constataram que 70% dos respondentes da pesquisa que conduziram junto a clientes

de bancos norte-americanos nunca haviam utilizado uma ATM, e que 60,3% julgam que seu

bànco não deveria instalar mais ATMs. Os demais resultados conduziram os autores à

afirmação de que "não parece que [os clientes entrevistados] prefiram conveniência a serviço

personalizado. [A pesquisa] indica que a apreensão relacionada à ( ... ) segurança das transações

é uma barreira definitiva à modalidade". Strunk corrobora essa percepção ao postular que os

bancos, ao pressuporem que com o tempo o cliente viria a ter mais confiança nas transações via

ATM, "aparentemente superestimaram a disposição do cliente para modificar seus hábitos

bancários" 1 00.

Bastante mencionado em um contexto de conveniência pela literatura norte­

amencana e européia é a disponibilidade de horários alternativos de atendimento na

agência 1 O 11 021 03 Em sendo considerado o ambiente brasileiro, no entanto, a discussão

acerca de horários parece ter sua abrangência limitada à disponibilidade de postos de

atendimento alternativos.

98Ibid, p.14.

99Mears, P.; McCarty, D. E.; Osborn, R .. "An Empirical Investigation ofBanking Customers' Perception ofBank Machines". Journal ofBank Research, Vol. 9, No. 2, Summer 1978, p.112-5.

100Strunk, B .. Op. Cit., p.48.

10lDurand, R. M.; Eckrich, D. W.; Sprecher, D. R .. Op. Cit., p.170.

102Evans, R. H .. "The Validity of Service and Situational Perceptions: A Caution". Op. Cit., p.121.

103Robertson, D. H.; Bellenger, D. N .. Op. Cit., p.278.

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Número de Agências

A Bernard Krief Consultants for Europe, ao conduzir uma pesquisa de campo

com clientes do sistema bancário espanhol em 1986, sugere alguma associação entre

localização conveniente e número de agências, ao propôr que "se a principal razão pela qual um

indivíduo trabalha com um Banco é a proximidade de seu domicílio ou local de trabalho, é

lógico que os Bancos disponham de uma extensa rede de agências para satisfazer esta demanda

de seus clientes e, também, para não ceder terreno à concorrência" 1 04

Reputacão

Ao sugerir estratégias para o oferecimento de representações tangíveis do

serviço bancário, Easingwood et aI. fazem menção a um posicionamento baseado "na reputação

( ... ) da organização;,105 Em recente pesquisa junto a gerentes do setor bancário norte­

americano, Colletti apurou que cerca de 90% dos entrevistados incluíram "Reputação da

Instituição" em suas definições de Qualidadel06 As pesquisas empíricas conduzidas junto a

clientes, por sua vez, suportam a seleção do atributo de forma igualmente relevante: dentre os

atributos selecionados por Durand et alo para a avaliação da Imagem de bancos, "Reputação na

comunidade" revelou-se como o de maior importância 107.

104Bernard Krief Consultants for Europe. "Presente y Futuro de las Entidades Financieras". Madrid, 1987, p.64.

10SEasingwood, C. 1.; Mahajan, Y.. "Positioning of Financiai Services for Competitive Advantage". Journal ofProduct Innovation Management, Vol. 6, 1989, p.210.

106Colletti, D. L.. "Retail Banking Success: A Question ofQuality". Bank Administration, Vol. LXIII, No. 4, Apri11987, p.46.

107Durand, R. M.; Eckrich, D. W.; Sprecher, C. R.. Op. Cit., p.170.

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41

Algum suporte adicional ao atributo pode ser inferido a partir das menções de

Anderson, Jr. et al. 108, Pollockl09, Matteis llO e Robertson et alllI

Ingresso no Ambiente de Prestação do Serviço

Ambientacão

Em um estudo conduzido sobre Imagem de bancos comerciais norte­

americanos, Durand et al. 112 identificaram a "atratividade da estrutura física" (p.170) das

instalações como atributo relevante no processo de formação de Imagem e Atitude pelo cliente.

Schwartz aborda o atributo de forma semelhante ao sugerir que "a satisfação do cliente

crescentemente depende de uma estrutura de produtos e serviços [que atente para 01

'Ambiente Físico' disponível para acesso aos serviços bancários" 113. Vicuiía 114 postula que

108Anderson, Jr., W. T.; Cox 111, E. P.; Fulcher, Do G .. Op. Cit., p.4I.

109Pollock, A. J .. "Banking: Time to Unbundle the Services?". Long Range Planning, Vol. 18, No. 1, 1985, p.40.

110Matteis, R. J .. "El Servicio al Cliente Inspira la Reorganízación de un Banco". Harvard­Deusto Business Review, 2° Trimestre 1980, p.l0I.

lllRobertson, D. H; Bellenger, D. N .. Op. Cit., p.278.

I 12Durand, R. M.; Eckrich, D. W.; Sprecher, C. R.. Op. Cit..

113 Schwartz, M. H .. Op. Cit., p.30.

114Vicufia, 1. M. S.. "Así se Conoce la Calidad de Servicios de un Banco". Texto reprografado.

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deve ser investigada "a importância ( ... ) de diferentes itens de Qualidade do Serviço [como]

adequação de espaço, que permita a ambientação de um 'espaço agradável'''.

Alguns autores abordam o futuro da agência bancária sob uma perspectiva de

orientação para o Varejo em termos arquitetônicos - dentre eles, Strunk 11 5 e McDonell et

al. 116 sugerem a relevância de um "Iay-out" adequado a uma circulação racional e confortável.

Atendimento

Presteza no Atendimento

Está relacionada com a capacidade do prestador de serviços de executar suas

tarefas rapidamente e com disposição. Não deve ser confundida com rapidez na prestação do

serviço, que freqüentemente pode ser obtida independentemente da presteza dos funcionários.

Neste sentido, a "estrutura de produtos e serviços" proposta por Schwartzll7

considera o "comportamento dos prestadores de serviço durante a interação com o cliente, [o

que inclui] presteza no atendimento" (p.30). Vicufia, dentre os itens de Qualidade do Serviço

para os quais sugere investigação, cita uma dimensão de tempo - que compreende "obter um

determinado equilíbrio entre rapidez e dedicação suficiente" 118 Uma noção idêntica de

11 SStrunk, B .. Op. Cit..

116McDonell, E. D.; Albers, 1. E .. "Making the Bank a Store". Bani< Administration, Vol. LXIV, No. 8, August 1988, p.26-8.

117Schwartz, M. H .. Op. Cit..

118Vicufia, 1. M. S .. Op. Cit., p.26.

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disposição é mencionada por Sonnenberg 119 Algum suporte pode, ainda, ser intuído a partir

da análise de alguns dos resultados da pesquisa conduzida por Evans, que indicam preferência

do cliente por "funcionários jovens" 120.

Rapidez

Diz respeito à capacidade de prestação de um serviço rápido. Conforme

anteriormente ressaltado, sua obtenção pode por vezes independer da presteza dos funcionários

- ou mesmo de sua presença, em se considerando serviços automatizados. Matteis, a este

respeito, ilustra a percepção de que a prestação de um serviço rápido transcende os processos

de interação cliente-prestador de serviços ao propôr que "a tramitação de seu [do cliente]

assunto deve ser-lhe invisível, porém rápida (. .. )" 121

A relevância do atributo é suportada por diversos autores na literatura

(Matteis I22, Evansl23, Vicuiíal24, McDonell et a1. 125, Deutsch et aI. 126, Colletti l27,

119Sonnenberg, F. K.. "Servíce Quality: Forethought, not Afterthought". The Journal of Business Strategy, September/October 1989, p.54-7.

120Evans, R. H .. "The Validity of Service and Situational Perceptions: A Caution". Op. Cit, p.122.

121M . R J O C· 97 attels, . .. p. It., p. .

I 22lb·d 6 1 ., p.9 .

123Evans, R. H .. "The Validity of Service and Situational Perceptions: A Caution". Op. Cit., p.122.

124Vicuiía, J. M. S .. Op. Cit., p.26.

125McDonell, E. D.; Albers, J. E .. Op. Cit., p.27.

( continua ... )

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Kremin 128). A pesquisa de campo conduzida por Colletti junto a gerentes do setor bancário

norte-americano revelou que a virtual totalidade dos respondentes incluiu "Rapidez" em suas

definições de Qualidade129 No que tange a pesquisas conduzidas junto a clientes, Durand et

ai. verificaram que a rapidez é considerada como fator de grande importância na avaliação do

serviço prestado porbancos130 A Bernard KriefConsultants for Europe, por sua vez, revelou

que dentre os atributos componentes do "sistema de valores" do cliente do setor bancário

espanhol, a rapidez das operações foi consistentemente citada ao longo de todos os segmentos

de mercado identificados 131.

CompromissolEnvolvimento

Diz respeito ao comprometimento do prestador de serviços com a solução a

contento dos problemas do cliente, com suas necessidades e com a prestação de um serviço de

qualidade.

Sonnenberg faz menção ao atributo ao citar que "o pesadelo de todo gerente [de

uma instituição bancária] deveria ser ouvir de um cliente que nunca consegue ter seus

126Deutsch, H., Metviner, N. J.. "Quality in Banking: The Competitive Edge". Bank Administration, VoI. LXill, No. 4, April 1987, p.50-4.

127CoIletti, D .. "Service Quality: It Can Be Your Competitive Edge". The Magazine ofBank Administratio!!, VoI. LXII, No. 2, February 1986, p.38-44.

128Kremin, L. A .. Op. Cit., p.330.

129CoIletti, D. L .. "Retail Banking Success: A Question ofQuality". Bank Administration, VoI. LXIII, No. 4, April 1987, p.46.

130Durand, R. M.; Eckrich, D. w.; Sprecher, C. R. Op. Cit., p.170.

131Bernard KriefConsultants for Europe. Op. Cit., p.66.

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problemas resolvidos; [e que] ninguém se dispõe a resolvê-los, mas simplesmente a passá-los a

outro setor" 132 Robertson et ai. identificaram na literatura características relevantes do

serviço bancário como "sincero interesse no cliente" e "respeito pelo cliente" - que, após análise

fatorial, foram agrupados em um fator denominado "valorização do Ego" 133 O atributo foi

também mencionado pelos gerentes entrevistados por Colletti de forma consistente134 A

autora cita, ainda, a importãncia de "tomar o compromisso institucional com a Qualidade

visível através de ações como responder a toda e qualquer consulta ou reclamação" 135136

Cordialidade

Classificado por Colletti como um dos "elementos de Qualidade do

Serviço"137, o atributo - identificado pela autora como "Cortesia" - é mencionado como "a

certeza de que o corpo funcional exibe uma atitude de cordialidade, respeito e

consideração" 138 Matteis cita que "o serviço prestado deve chegar [ao cliente] através de

pessoas receptivas" l39. O atributo é, ainda, sugerido por diversos autores da literatura sobre

132Sonnenberg, F. K.. Op. Cit., p.54.

133Robertson, D. H; Bellenger, D. N .. Op. Cit., p.278.

134Colletti, D. L.. Op. Cit., p.46.

135Ibid., p.48.

136Uma abordagem semelhante é sugerida por Matteis (Op. Cit., p.l 07).

137Colletti, D .. "Service Quality: It Can Be Your Competitive Edge". Op. Cit., p.42.

138Ibid ..

139Matteis, R. J.. Op. Cit., p.97.

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Qualidade, Satisfação e Imagem (Anderson, Jr. et aI.140, EvansI41142, Deutsch et al143,

Schwartzl44, Vicuiía l45, PolJockl46, Mandell et aI. 147, Robertson et aI. 148).

A pesquisa com gerentes conduzida por ColJetti fornece considerável suporte ao

atributo 149 Consultas a clientes, por sua vez, não parecem menos relevantes - em pesquisa

conduzida pela American Society for Quality Control e pela Gallup Organization, o fator

"tratamento cortês" foi o mais freqüentemente mencionado em um contexto de influência sobre

percepções de Qualidade ISO. Os resultados apresentados pela Bernard Krief Consultants for

Europe em sua consulta sobre "sistema de valores" do consumidor de serviços bancários são

também significativos no que tange ao atributo "trato esmerado e cordial" 151

140 Anderson, Jr., W. T.; Cox III, E. P.; Fulcher, D. G .. Op. Cit., p.4I.

141Evans, R H .. "The Validity of Service and Situational Perceptions: A Caution". Op. Cit., p.122.

142 ____ . "Bank Selection: It AlI Depends on the Situatlon". Op. Cit., p.243.

143Deutsch, H.; Metviner, N. 1.. Op. Cit., p.52.

144Schwartz, M. H .. Op. Cit., P.30.

145Vicuiia, 1. M. S .. Op. Cit., p.26.

146pollock, A. 1.. Op. Cit., p.40.

147Mandell, 1.; Lachman, R.; Orgler, Y .. "Interpreting the Image of Banking". Journal of Bank Research, Vol.l2, No. 2, Summer 1981, p.99.

148Robertson, D. H.; Bellenger, D. N .. Op. Cit., p.278.

149Colletti, D. L.. "Retail Banking Success: A Question ofQuality". Op. Cit., p.46.

15ÜJ<remin, L. A .. Op. Cit., p.330.

151 Bernard Krief Consultants for Europe. Op. Cit., p.66.

Page 56: ATRIBUTOS DE QUALIDADE NO SERVICO BANCÁRIO … · O Hiato entre Expectativas do Cliente e Percepções Gerenciais 3. Atributos de Qualidade no Serviço Bancário 1. Introdução

47

Competência

Enquanto o atributo Compromisso/Envolvimento foi definido como

"comprometimento com a resolução de problemas do cliente", Competência está relacionada à

efetiva capacidade de solucioná-los. Sob este prisma é mencionado por Tansey - "os bancos

estão buscando diferenciar -se de formas que em um passado recente teriam pressuposto

esforços desnecessários como, por exemplo, ( ... ) pela capacidade de promover agregação de

valor através da resolução de problemas"152 - e Schwartz153.

Alguns autores parecem sugerir um inter-relacionamento entre Competência e

bom conhecimento dos serviços oferecidos. Colletti menciona Conhecimento como "a

capacidade de assegurar que o corpo funcional é proficiente na discussão dos problemas

financeiros do cliente e de seu relacionamento com as linhas de produtos do Banco" 154 Smith,

ao abordar aspectos da "educação do corpo funcional"155, postula ser "crucial ( ... ) possuir

completo entendimento dos serviços oferecidos e da tecnologia que os torna possível" 156

Mandell et alI57 e Kremin l58, por sua vez, sugerem como elementos de

serviço ao cliente a capacidade de prestação de consultoria e aconselhamento.

152Tansey, W. 1.. "What Marketing Offers Banks". The Banker, June 1985, p.37.

153Schwartz, M. H.. Op. Cit., p.30.

154Colletti, D .. "Service Quality: It Can Be Your Competitive Edge". Op. Cit., p.42.

155Smith, B. M .. "Closing the Education Gap: Turning Customers lnto Clients". The Magazine ofBank Administration, Vol. LXI, No. lO, October 1985, p.62:

156Ibid ..

157Mandell, L.; Lachman, R.; Orgler, Y.. Op. Cit., p.99.

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48

Dentre os demais autores que sugerem menção ao atributo estão Easingwood et

al159, Pollockl60, Durand et al161, Robertson et al162 e Bernard Krief Consultants for

Europe163

Personalizacão

Ao mencionarem "customização do serviço"I64, Easingwood et alo a definem

como "atenção extra dispensada a requerimentos individuais" I 65 Colletti acrescenta que

personalizar o serviço equivale a construir "a percepção de ql,le o Banco reconhece o cliente

como um indivíduo com necessidades únicas" I 66 Matteis aborda explicitamente fatores de

sucesso como "atenção às necessidades do c1iente"167, "atenção pessoal ao c1iente"168,

158Kremin, L. A.. Op. Cit., p.330.

159Easingwood, C. J.; Mahajan, V .. Op. Ci!., p.210.

160pollock, A. J.. Op. Ci!., p.40.

161Durand, R. M.; Eckrich, D. w.; Sprecher, C. R.. Op. Ci!., p.170.

162Robertson, D. H; Bellenger, D. N .. Op. Ci!., p.278.

163Bernard KriefConsultants for Europe. Op. Ci!., p.66.

164Easingwood, C. J.; Mahajan, V .. Op. Cit., p.210.

165lbid

166Colletti, D. "Service Quality: It Can Be Your Competitive Edge". Op. Cit., p.42.

167Matteis, R. J.. Op. Cit., p.96.

168Ibid., p.97.

Page 58: ATRIBUTOS DE QUALIDADE NO SERVICO BANCÁRIO … · O Hiato entre Expectativas do Cliente e Percepções Gerenciais 3. Atributos de Qualidade no Serviço Bancário 1. Introdução

49

"serviço pessoal" 169 e "serviços sob medida" 170. Tal noção de individualização de

necessidades é também suportada por De Moubray, que postula que "uma companhia de

serviços financeiros bem-sucedida é a que estabelece uma relação estruturada com seu corpo

funcional que o pennita transformar linhas de ação para o cliente típico em serviço satisfatório

para clientes individuais" 171. O atributo é, ainda, sugerido por Hile ao abordar as implicações

sobre as políticas de Recursos Humanos dos Bancos decorrentes do "desvio de uma orientação

para transações a outra baseada na administração de relacionamentos" 172.

Outras menções ao atributo podem ser identificadas nos artigos de Pollock 173 ,

Reidenbach et al174, Colletti l75, Sonnenberg176 e Durand et al177

Alguns autores fazem menção à flexibilidade como característica desejável do

prestador de serviços. Hile, a este respeito, declara que "vem-se tornando crescentemente dificil

encontrar pessoas efetivamente capazes de implementar a componente humana do serviço

bancário. ( ... ) [O desenvolvimento da] habilidade de tornarem-se generalistas ( ... ) é crucial" 178

169lbid.

170lbid., p.l Dl.

171De Moubray, G .. "StaffContacts Are The Key". The Banker, June 1985, pA5.

172Hile, D .. "Marketing Focus in Personal Banking: Wealth Creators vs. Wealth Preservers". The Magazine ofBank Administration, Vol. LXII, No. I, January 1986, p.21.

1 73pollock, A. J.. Op. Cit., pAO.

174Reidenbach, E.; Grubbs, M. R .. Op. Cit., p.24.

1 75Colletti, D. L.. "Retail Banking Success: A Question of Quality". Op. Cit., pA6.

176Sonnenberg, F. K .. Op. Cit., p.54.

177Durand, R. M.; Eckrich, D. w.; Sprecher, C. R .. Op. Cit., p.170.

(continua ... )

Page 59: ATRIBUTOS DE QUALIDADE NO SERVICO BANCÁRIO … · O Hiato entre Expectativas do Cliente e Percepções Gerenciais 3. Atributos de Qualidade no Serviço Bancário 1. Introdução

50

Matteis, ao avaliar o processo de descentralização do processamento de dados recentemente

implementado por um banco norte-americano, menciona que "[o processo] permitiu que

fôssemos muito mais flexíveis nos serviços que prestamos a nossos clientes" 179

A "suposição convencional de que serviço perspnalizado é serviço melhor" 180

é, por outro lado, investigada em detalhe por alguns autores. Surprenant et a!., ao proceder a

um estudo empírico sobre estratégias de personalização em um ambiente bancário, postulam

que "diferentes formas de personalização não necessariamente resultam em avaliações mais

positivas do serviço oferecido" 181. Os resultados da pesquisa sugerem, por exemplo, que

estratégias de "personalização programada" 182 podem acarretar "desconfiança acerca das

capacidades do funcionário, independentemente de sua cordialidade" 183 Shanúr, por sua vez,

sugere que as expectativas de personalização detidas pelo cliente podem vir a ser

potencialmente disfuncionais - ao fazer menção a uma pesquisa com clientes de serviços de

transporte rodoviário que revelou que "na maioria das incidências de 'bom serviço' reportadas

pelos entrevistados um motorista havia infringido alguma lei ou regulamento para acomodar as

circunstâncias especiais do passageiro" 184

178Hile, D .. Op. Cit., p.24.

179Matteis, R. J.. Op. Cit., p.l O I.

180Surprenant, C. F.; Solomon, M. R.. "Predictability and Personalization in the Service Encounter". Joumal ofMarketing, Vol. 51 (ApriI1987), p.86.

181Ib'd 9 I ., p. 4.

182isto é, caracterizadas por procedimentos prestabelecidos como discursos de abordagem padronizados ou tratamento do cliente pelo nome (Ibid., p.89).

183Ibid., p.94.

184Shanúr, B .. "Between Service and Servility: Role Conflict in Subordinate Service Roles". Human Relations, Vol. 33, No. lO, 1980, p.748.

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SI

AutomacãolTecnologia

A pesquisa conduzida na Espanha pela Bernard Krief Consultants for Europe

revela, no que diz respeito á crescente incorporação de tecnologias de informação ao processo

de prestação de serviços bancários, considerável suporte de parte dos clientes entrevistados á

noção de que "a ( ... ) automação de alguns serviços bancários incrementou a qualidade do

serviço"185 Easingwood et ai. sugerem, por sua vez, que estratégias de diferenciação através

do emprego intensivo de Tecnologia podem, se bem-sucedidas, conduzir a uma posição

destacada no ambiente competitivo - em consequência do oferecimento de serviços mais

rápidos, precisos e inovativos186 Tansey187 e Pollock188 também fornecem algum reforço á

seleção do atributo.

A revisão da literatura identificou, por outro lado, alguma divergência neste

sentido. Mears et aI, a este respeito, postulam que "apesar de convivermos com a Automação

há um tempo relativamente longo, a aceitação de serviços bancários automatizados tem sido

lenta"189 Autores como Yan der Yelde et alI90 e McDonell et al I91 ressaltam a noção de

185Bernard Kremin Consultants for Europe. Op. Cit., p;64.

186Easingwood, C. J.; Mahajan, Y .. Op. Cit., p.214.

187Tansey, W. J.. Op. Cit., p.37.

188pollock, A. J.. Op. Cit., p.40.

189Mears, P.; McCarty, D. E.; Osborn, R.. Op. Cit., p. I 12.

190Yan der YeIde, M.; Roth, A. Y .. Op. Cit., p.l8.

191McDonell, E. D.; Albers, J. E .. Op. Cit., p.28.

Page 61: ATRIBUTOS DE QUALIDADE NO SERVICO BANCÁRIO … · O Hiato entre Expectativas do Cliente e Percepções Gerenciais 3. Atributos de Qualidade no Serviço Bancário 1. Introdução

52

que uma postura de ênfase em diferenciação por tecnologia não deve prescindir do suporte do

'staft' de prestação de serviços.

Eventos Posteriores à Prestação do Serviço

Precisão

A capacidade de prestação de um servtço sem falhas e prover informações

corretamente caracteriza as principais definições expressas pela literatura para o atributo.

Segundo Kremin, "no serviço bancário as qualidades demandadas pelo cliente são Acurácia,

( ... ),,192 Colletti se refere à Acurácia como "a certeza de q~e o 'stafl' é capaz de fornecer

informações corretas a todas as perguntas do cliente" 193. Vicuiía inclui em seus itens de

Qualidade de Serviço o fator Exatidão - "em transações, informações, ordens de clientes e

comunicações" 194.

Outras menções ao atributo podem ser identificadas em Matteis195196,

Evans197 e Colletti198

192Kremin, L. A.. Op. Cit., p.326.

193Colletti, D .. "Service Quality: It Can Be Your Competitive Edge". Op. Cit., p.42.

194Vicuiía, J M. S .. Op. Cit., p.26.

195Matteis, R J .. Op. Cit., p.96.

1961bid., p.97.

1970 autor se refere especificamente á "emissão de extratos sem erros" (Evans, R H .. "Bank Selection: It Ali Depends on the Situation". Op. Cit., p.243).

198Colletti, D. L.. "Retail Banking Success: A Question ofQuality". Op. Cit., p.46.

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S3

Confidencialidade

o suporte à identificação do atributo provém fundamentalmente da análise das

entrevistas conduzidas por Parasuraman et a!. junto a clientes e gerentes do setor bancário. Os

autores, a este respeito, mencionam que aspectos de Confidencialidade e Privacidade

relativos à segurança das transações tenderam a ser negligenciados pela amostra de gerentes em

um contexto de Qualidade - ao passo que a amostra de clientes revelou valorá-Ios de forma

bastante consistente 199

Uma menção adicional ao atributo pode ser encontrada em Vicuiía200

Seguranca

O atributo diz respeito a aspectos de solidez e solvência da instituição bancária.

Sua seleção é fundamentada pelos resultados da pesquisa conduzida pela Bernard Krief

Consultants for Europe - que indicaram o fator "Segurança e Solvência" como o mais

importante sob a ótica de todos os segmentos de mercado consultados20 1 Matteis, ao

discorrer sobre operações de crédito documentário enquanto mecanismos de transferência de

199Parasuraman, A.; Zeithaml, V. A.; Berry, L. L.. "A Conceptual Model of Service Quality and its Implications for Future Research". Op. Cit., p.44.

200Vicuiía, J. M. S .. Op. Cit., p.28.

201Bernard KriefConsultants for Europe. Op. Cit., p.66.

Page 63: ATRIBUTOS DE QUALIDADE NO SERVICO BANCÁRIO … · O Hiato entre Expectativas do Cliente e Percepções Gerenciais 3. Atributos de Qualidade no Serviço Bancário 1. Introdução

S4

riscos, menciona o fato de que emprestam ao tomador o "prestígio e respaldo financeiro"202

do Banco que as efetua.

Outros autores, como Reidenbach et al203 e Appleby204, citam aspectos

relacionados ao atributo. Algum suporte pode ser inferido, ainda, a partir dos resultados da

pesquisa sobre Imagem de bancos conduzida por Mandell et al205

Consistência

Colletti, ao enumerar elementos de Qualidade de Serviço, menciona

Consistência como "[a capacidade de] assegurar que o cliente é tratado da mesma forma por

diferentes funcionários e em diferentes instalações e agências do Banco ,,206

Em um momento posterior, a pesquisa conduzida pela autora fornece elementos

para avaliar a preocupação dos gerentes do setor bancário com a heterogeneidade do nível dos

serviços - que pode ser inferida a partir da seleção do atributo "consistência" dentre aqueles

percebidos como capazes de definir Qualidade.

202Matteis, R. J.. Op. Cit., p.lOJ.

203Reidenbach, R. E.; Grubbs, M. R.. Op. Cit., p.23.

204Appleby, D. c.. Op. Cit., p.S4.

20SMandell. 1.; Lachman, R.; Orgler, Y.. Op. Cit., p.99.

206Colletti, D .. "Service Quality: It Can Be Your Competitive Edge". Op. Cit., p.39.

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55

Extensão de Linha de Produtos

o atributo diz respeito à variedade de serviços financeiros disponibilizados pela

instituição bancária. Tansey postula que "muitos [bancos] têm considerado necessário oferecer

linhas de produtos cada vez mais extensas para manter sua base de c1ientes,,207 Appleby

aborda o assunto de fonna semelhante - "urna tendência corrente no mercado de serviços

financeiros ao consumidor é um movimento ( ... ) no sentido de linhas de produtos mais

extensas,,208 Ao analisar as vantagens da implementação de "centros de serviços

financeiros"209, Canright sugere a adoção de um conceito de "one-stop shopping"210 aplicado

ao oferecimento desses serviços com base na observação de que "cerca de dois-terços dos

consumidores norte-americanos declaram a intenção de consolidar seus serviços financeiros em

menos instituições ( ... ),,211 O atributo é, ainda, sugerido por Anderson, Jr. et a1212,

Easingwood et al213 e Bemard Krief Consultants for Europe214

A literatura revela, no entanto, algum conteúdo crítico à consideração do

atributo. Colletti, ainda que observe que "o oferecimento de produtos novos e não-tradicionais

207Tansey, W. J.. Op. Cit., p.37.

208Appleby, D. C .. Op. Cit., p.59.

209Canright, c.. "Marketing Financiai Services". Bank Administration, Vol. LXV, No. 9, September 1989, p.42.

210Ibid ..

211Ibid., p43.

212Anderson, Jr., W. T.; Cox m, E. P.; Fulcher, D. G .. Op. Cit., p.41.

213Easingwood, C. 1.; Mahajan, V .. Op. Cit., p.210.

214Bernard KriefConsultants for Europe. Op. Cit., p.66.

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56

( ... ) freqüentemente resultam na percepção, a nível de mercado, de que um Banco é superior a

seus concorrentes"215, faz menção à emergência de um 'trade-ofi' entre orientação para vendas

e Qualidade do Serviço, Segundo a autora, "muitos consumidores acreditam que a Qualidade

do Serviço Bancàrio ao consumidor sofreu significativa deterioração com o crescente

deslocamento das atenções para vendas e lucratividade"216. Uma abordagem semelhante, neste

sentido, é proposta por Van der Velde217 Sob um outro enfoque, Peterson tece criticas à

extensão de linha ao questionar se, a despeito da capacidade operacional que detêm, os bancos

deveriam enfatizar o lançamento de produtos sem "uma idéia real do que o cliente quer"218 ou

sem investigar a fundo "se o público realmente deseja tantas opções"219

Postura Inovadora

Dentre os "fatores de importância" identificados por Robertson et al. em termos

de caracteristicas de instituições financeiras é citado, a nível de ,"Filosofia"220, o "Interesse em

novas Idéias"221. Tansey sugere relevância ao atributo ao propõr que "produtos recém-

215Colletti, D .. "Servíce Quality: It Can Be Your Competitive Edge". Op. Cit., p.38.

216Thid ..

2J7Van der Velde, M.. "Branch Managers: Are They Meeting Senior Management's Objectives?" Bank: Adrnínístration, Vol. LXV, No. 6, June 1989, p.24.

218Peterson, R. W .. "In Banking ... The Market Is The Master". The Magazine of Bank: Adrnínístratio!l, Vol. LX, No. lO, October 1984, p.24.

219Thid.

220Robertson, D. H.; Bellenger, D. N .. Op. Cit., p.278.

221Thid ..

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57

desenvolvidos são rapidamente copiados por outros participantes do mercado [bancário] com o

objetivo de remoção de quaisquer meios incrementais de diferenciação"222

Outros autores dedicam menção explícita ao atributo, como Kremin223,

Reidenbach et aJ224 e Easingwood et a1225.

Comunicacão

A questão levantada pela necessidade de comunicação apropriada com o cliente

é ilustrada por Peterson: "os bancos de hoje são conduzidos por seus sistemas operacionais.

Utilizam a terminologia e metodologia dos responsáveis pela Contabilidade e dos que executam

as operações internas. É simplesmente uma pena se o cliente não as entende. ( ... ) Complicamos

nossa terminologia e confundimos nossos clientes no afã de simplificar as operações e torná-Ias

mais eficientes"226 Colletti, a este respeito, menciona que "quando uma comunicação gerada

por computador é de dificil compreensão ( ... ) torna-se um reflexo negativo no serviço

bancário"227

222Tansey, W. J.. Op. Cit., p.37.

223Kremin, L. A.. Op. Cit., p.330.

224Reidenbach, R. E.; Grubbs, M. R .. Op. Cit., p.24.

225Easingwood, C. J.; Mahajan, Y.. Op. Cit., p.210.

226Peterson, R. w.. Op. Cit., p.21.

227 Colletti, D .. Service Quality: It Can Be Your Competitive Edge". Op. Cit., p.42.

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58

Yan der Yelde, ao analisar o papel dos gerentes de agências bancárias, propõe

que "mais que nunca, espera-se que o gerente de agência inicie o contato com os clientes - seja

na própria agência, através de telefonemas ou no curso de sua participação em atividades

comunitárias"228 A relevância do processo de "educação do cliente"229 abordado por Smith é

relacionada à percepção de que "o cliente não pode demandar produtos ou serviços em relação

aos quais encontram-se ( ... ) desinformados ou despreparados"230

Menções adicionais ao atributo são efetuadas por Deutsch et al.231 e

Schwartz232

2.4. Síntese

A fundamentação teórica apresentada neste capítulo pode ser sumarizada

conforme segue:

• A avaliação de níveis de Qualidade, sob um ponto de vista do cliente, é comparativamente

mais complexa em um contexto de seviços. Qualidade em Serviços envolve não somente

228Yan der Yelde, M.. "Branch Managers: Are They Meeting Senior Management's Objectives?" Op. Cit., p.24.

229Smith, B. M.. Op. Cit., p.58.

230Ibid ..

231Deutsch, H.; Metviner, N. J .. Op. Cit., p.52.

232Schwartz, M. H .. Op. Cit., p.30.

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S9

aspectos técnicos da prestação de um servIço, mas também interações entre cliente e

prestador do serviço.

• O nivel de Qualidade em Serviços é tão melhor quanto mais ajustado ao que o cliente

espera obter, não sendo aplicáveis conceitos de "boa" ou "má qualidade".

• Como resultado, o cliente define níveis de Qualidade em Serviços através de suas

expectativas acerca desses. Essas expectativas são geradas por fatores como necessidades

individuais, experiências passadas e publicidade - ou seja, podem ser gerenciadas.

• O objetivo das ações de gerenciamento da Qualidade em Serviços é o de ajustar as

expectativas do cliente às percepções geradas quando da efetiva prestação do serviço. O

estreitamento deste hiato de qualidade, ao conferir previsibilidade à experiência de

prestação de um serviço, tende a agregar valor a este e contribuir para a diferenciação do

prestador no ambiente de mercado.

• O hiato serviço esperado-serviço percebido é apresentado como função de quatro fontes de

erro na conversão de expectativas em serviço. Uma dessas fontes de discrepância é a

divergência entre as expectativas detidas por clientes acerca de um serviço de qualidade e

as percepções dos formuladores das políticas/ações de melhoria de qualidade de serviços

acerca dessas expectativas de seus clientes.

• Os determinantes de Qualidade em Serviços sob uma perspectiva do cliente podem ser

operacionalizados através de atributos de qualidade consistentes com uma vasta gama de

serviços. Foi identificada, ao longo do capitulo, a adequabilidade desses atributos ao

ambiente de prestação de serviços bancários, assim como a existência de atributos

específicos a esses servi< os. A revisão da literatura identificou dezoito atributos distintos, e

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60

sugeriu seu agrupamento em cinco dimensões - Garantia, Empatia, Confiabilidade, Presteza

e Tangíveis.

o modelo conceitual de Parasuraman et aI., apresentado na seção 2.2.1, será o

empregado na metodologia da pesquisa com o objetivo de testar a hipótese e responder à

pergunta da tese. Para tal, serão utilizados os dezoito atributos sugeridos pela literatura

revisada.

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61

3. METODOLOGIA DA PESOUISA

Nesta seção são apresentadas a hipótese e a pergunta da pesquisa. Descreve-se,

também, o questionário utilizado na coleta de dados através de entrevistas pessoais.

São apresentados, ainda, os procedimentos utilizados para a determinação dos

fatores ou dimensões da qualidade do serviço no setor bancário conforme as expectativas de

um conjunto de sessenta clientes do Banco "X".

Por fim, são descritos os procedimentos usados para avaliar a discrepância ou

"hiato de qualidade" existente entre as expectativas dos clientes do Banco "X" quanto aos

serviços de um banco ideal e a visão do próprio Banco "X" quanto ao que considera ser

esperado por seus clientes.

3.1. Hipótese e Pergunta da Pesquisa

Hipótese

Para avaliar o hiato "Expectativas do Cliente -Percepções da Gerência"

formulou-se a seguinte hipótese nula:

Ho ; Não é possível discriminar entre os serviços que os clientes

do Banco "X" esperam de um banco ideal e as percepções da

gerência desse Banco quanto àquelas expectativas, com base em

um conjunto de atributos observados.

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62

A variável "serviços esperados" contida na hipótese nula foi operacionalizada

através da mensuração das expectativas dos clientes em relação a um conjunto de trinta e

quatro atributos do serviço bancário. A variável "percepções da Gerência" foi operacionalizada

através da mensuração das percepções do Diretor de Qualidade do Banco "X" em relação ao

mesmo conjunto de atributos.

Para testar a hipótese nula utilizou-se a técnica de análise multivariada

denominada Análise de Grupamentos (Cluster Analysis).

Pergunta da Pesquisa

A pesquisa conduzida por Parasuraman et alo ·sugere, conforme abordado na

seção anterior, a existência de fatores ou dimensões determinantes da qualidade do serviço,

independente da natureza específica do serviço estudado. Assim, presume-se que as trinta e

quatro questões formuladas a partir dos atributos sugeridos pela revisão possam, também, ser

agrupados em um menor número de fatores subjacentes. A pergunta da pesquisa pode, então,

ser formulada do seguinte modo:

Quais são os fatores determinantes da qualidade do serviço

bancário, conforme expectativas da amostra de clientes da Banco

"x" pesquisada?

Page 72: ATRIBUTOS DE QUALIDADE NO SERVICO BANCÁRIO … · O Hiato entre Expectativas do Cliente e Percepções Gerenciais 3. Atributos de Qualidade no Serviço Bancário 1. Introdução

63

Para verificar a existência desses fatores e responder à pergunta da pesquisa

utilizou-se a técnica de análise multivariada denominada Análise Fatorial.

3.2. Coleta de Dados

Para mensurar as expectativas dos 60 clientes, bem como as percepções da

Gerência, os 18 atributos originalmente sugeridos pela literatura foram instrumentalizados

através de 34 questões, apresentadas em forma de afirmativa seguida de uma escala atitudinal

variando os graus de 1 a 7, conforme recomendação da literatura revisada. O questionário

elaborado a partir dos atributos sugeridos é o constante do Anexo I.

A fase de teste do questionário indicou a necessidade de inclusão da alternativa

"N - Não se aplica", tendo sido as entrevistas definitivas realizadas com esta modificação.

Cada respondente recebia, aSSim, o questionário contendo as trinta e quatro

afirmativas e as instruções para preenchimento. O mesmo questionário, respondido pelos

sessenta clientes, foi apresentado ao Diretor de Qualidade da instituição pesquisada para indicar

o que a gerência do Banco "X" percebia como expectativas de seus clientes em relação à

qualidade dos serviços de um banco excelente.

Os dados levantados através dos questionários foram, então, incluídos em um

arquivo de acordo com as normas do programa estatístico STATGRAPHICS (1987)

(Statistical Graphics System).

\

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64

3.3. Técnicas Multivariadas de Análise dos Dados

São descritas, a seguir, as duas técnicas multivariadas utilizadas no estudo.

Análise de Grupamentos (Cluster Analvsisl e Teste da Mediana

Trata-se de uma técnica multivariada cujo propósito é o de grupar, em classes,

objetos semelhantes para os quais se tenha valores observados através de determinadas

variáveis. No caso ora estudado, os "objetos" estão representados pelos respondentes e as

variáveis pelos atributos mensurados.

A finalidade do uso da Análise de Grupamentos, nesta pesquisa, é a de procurar

incluir o Diretor de Qualidade do Banco no conjunto de respondentes para, em seguida,

verificar a existência, a partir deste novo conjunto, de dois "clusters" (grupamentos) típicos.

Os respondentes agrupados em cada "cluster" guardam, por definição,

semelhanças entre si. A análise comparativa do "cluster" que inclui somente clientes com o

outro grupamento que agrega a visão da gerência do Banco possibilitou, então, verificar a

existência ou não da discrepância "Expectativas dos Clientes-Percepções da Gerência". Foi

utilizado, para tal fim, o procedimento "Cluster Analysis" do programa STATGRAPHICS.

Para verificar a significância do hiato utilizou-se o teste não-paramétrico

denominado "Teste da Mediana" descrito em Siegel233. O uso de um teste estatístico não-

233Siegel, S .. Estatística Não-Paramétrica para Ciências do Comportamento. São Paulo, Mc.Graw-Hill, 1975, p.125.

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65

paramétrico, neste caso, mostrava-se adequado por não ter como pressuposto qualquer forma

de distribuição dos dados.

Análise Fatorial

o conjunto de respostas resultante deste estudo compõe um quadro

multivariado de dados. Têm-se trinta e quatro variáveis extraídas de atributos mensurados

através de uma escala de atitudes abrangendo sete alternativas de graus, além da opção "N -

Não se aplica". Para investigar, então, quais são as dimensões determinantes da qualidade do

serviço bancário empregou-se a Análise Fatorial.

Trata-se de uma técnica estatística multivariada cUJo propósito é o de

possibilitar o agrupamento das variáveis em fatores implícitos ou subjacentes aos quais estejam

mais fortemente corre1acionadas (Figura 4).

Page 75: ATRIBUTOS DE QUALIDADE NO SERVICO BANCÁRIO … · O Hiato entre Expectativas do Cliente e Percepções Gerenciais 3. Atributos de Qualidade no Serviço Bancário 1. Introdução

FIGURA 4

AGRUPAMENTO DE ATRIBUTOS DE QUALIDADE DO SERViÇO BANCARIO EM FATORES

ATRIBUTOS SUGERIDOS PELA

LITERATURA

• Preocupação com bom atendimento

• Cliente como centro da~ atenç6es

• Atenção individualizada

• Compreen~.!Io de necenidadeiespecitka~

• Reputação do Banco

• Cumprimento de prazos

• Solidez do Banco

• DInamIsmo edl\p<xI~ão do~ lunClonârlO1o

• Esforço oara atender no menor tempo

• Rapidez no pro<essa,menl0 de solicitaçbes

• RapIdez em responder a consuhas

• NAo deiaar duvidas W!m resposta

• Conesia e cordialidade

• Aparência dOS/unClonanos

• Conh«imento dos W!Niçcn oferecidos

• Orientaçjo sobre alternativas de serviços

• Oferectmentode soluçõesólO'. problemas

• Extratos te documentos ~m erros

• Prestar informações sempre corretas

• Confidenc.ialidade dils transações

• Garantia de prot~ão ao patrimõnio

• localizaç.!lo perto de casa ou trabalho

• Número de agênCias

• Servic;osatray~deATM'5

• Automac;ao do atendimento

• Uso de equipamentos de allollecnologla

In~t .. I .. .;úc~.: acCOI Ci';CiO U<l~ "<Jcn':I"~

• Padronização do nil/el de \erl/lço

• E~tensaoda linha de prOOI,lLossobre serl/lços

ANALISE fATORIAL

,

fATOR 1

FATOR 2

fATOR 3

• Meios de concentrar operaç6e~ no banco

• htratos e correspondência Simples ~L ___ FA_T_O_R_N __ ~

• InOl/aç;)o do lolnçilmenlO de produto~

• Comunicação clara da linha de produtos

• Contactar o cliente sempre Que neceuarro

66

A extração dos fatores defuútivos, no caso do presente estudo, foi precedida de

uma redução do número de variáveis. Tal redução foi motivada pela recomendação contida em

Hair et al. 234 de que o tamanho da amostra seja de 4 a 5 vezes o número de variáveis. Assim,

234Hair, J. F. Jr.; et al .. Multivariate Data Analysis With Readings .. Oklahoma, The Petroleum Publishing Company, 1979. Capo 6, p.219.

I

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67

considerando-se que quando da análise estatística dos dados, não se contemplava mais a

possibilidade de realização de novas entrevistas para aumentar o número de observações,

optou-se por reduzir -se o número de variáveis. Os procedimentos adotados para essa redução,

bem como a interpretação dos fatores resultantes da aplicação da Análise Fatorial são

apresentados no capítulo que segue.

3.4. Limitações

A principal limitação inerente à metodologia da pesquisa decorre do tamanho da

amostra de conveniência obtida (60 respondentes). Outra limitação é a instrumentalização das

percepções do Banco através das respostas de seu Diretor de Qualidade.

Finalmente, o caráter estratégico do tema, associado à intenção de incluir no

estudo instituições notoriamente orientadas para uma estratégia de diferenciação via qualidade

dos serviços, limitou a possibilidade de estender o estudo a outros bancos.

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68

4. ANÁLISE DOS RESULTADOS

4.1. Frequência dos Atributos de Oualidade no Sen'ico Bancário

Verificou-se um comportamento homogêneo dos respondentes quanto à

avaliação da importância das variáveis pesquisadas (ver Figura 5). Observou-se, então, que as

maiores freqüências, em todos os atributos, encontravam-se nos graus 6 e 7. Assim, os clientes

pesquisados consideraram como de elevada importância a existência dos atributos listados para

que um banco seja tido como excelente na prestação de seus serviços.

A análise das freqüências das variáveis mostra os atributos de números I, 21, 6,

20,12, 34 e 18 como os de maior concentração no grau 7. Este resultado indica a grande

expectativa dos clientes quanto aos seguintes aspectos da prestação de serviços bancários:

preocupação do banco quanto ao bom atendimento (número 1), garantia de que seu patrimônio

esteja protegido em qualquer circunstância (número 21), confidencialidade das transações

realizadas (número 20), cumprimento de prazos (número 6), contato do banco sempre que

necessário (número 34), respostas a todas as suas dúvidas (número 12) e extratos e outros

documentos sem erros (número 18).

O estudo sugere, deste modo, que estes atributos constituiriam características

fundamentais para que um banco seja considerado como excelente pelos seus clientes.

Assim, além de esperar que o banco se preocupe em atendê-lo bem, o cliente

espera não correr riscos quanto ao seu patrimônio que se encontra sob a guarda do banco.

Pode-se especular que esta necessidade de proteção ao patrimônio, no caso brasileiro, tenha

também uma forte associação ao regime de inflação elevada que o pais vive nos últimos anos.

Assim, o cliente perceberia como excelente o banco que lhe apresentasse alternativas de

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69

proteção contra a desvalorização da moeda, além de proteger o seu patrimônio em quaisquer

outras circunstâncias.

o aspecto relativo à confidencialidade, destacado neste estudo como uma das

principais expectativas dos clientes, foi mencionado na pesquisa de Parasuraman et ai. como

uma das características do serviço bancàrio que tende a ser negligenciada pelos gerentes das

instituições financeiras235

Além da característica ressaltada do "cumprimento de prazos", comum ao setor

de serviços de modo geral, os três outros aspectos destacados dizem respeito à comunicação

banco-clientes. Isto mostra a importância dessa dimensão, conforme sugere a literatura

revisada.

23SParasuraman, A.; Zeithaml, V. A.; Beny, L. L.. "A Conceptual Model of Service Quality and its Implications for Future Research". Op. Cit., p.44.

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FIGURAS Distribui,ao Relativa de Frequeneia de Re'po'tas

0%

1. Preocupaeao com bom atendimento 21. GaranbS. de proteçao ao patrimonio

6. Cumprimento de prazos 20. Confidencialidade das tranB9ÇCIeS 12. Nao deixar duvidas sem ~

34. CODtactar o cliente sempre que necessario 13. Extratos c documentos sem erros

5. Reputa::ao do tanco 2. Ciente como centro das atenÇ(?CS

8. Dinamismo e di~osiçao dos funcionarios 25. Automayao do atendimento

4. Comprcensao de necessidades especificas 7. Solidez do banco

26. Uso de equiP!Dlentoe de alta tecnoto~a 3. Ateoçao individualim<la

10. Rapidez DO procefBamento de 8Olicitaçoes 19. Prestar mformaçocs semprecotrew

9. Esfol)O ~ atender DO menor tem.~o 13. Cortesia e cordialidaâe

33. Comunicaçao clara da linha de ~utaJ 17. Ofef"CCimcnto ele soluçoe:s 808 p'oblemas 30. Meios de concentrar operaçoes DO banco

31. EJár9.tos e correspondencia simples 11. Rapid ... m reaponder. consultas

16. Orientayao sobre alternativas de scrvi.ÇQB 24. SC1Viços atraves de ATM's

28. Padronizaçao do nivel de a:rvi.co 15. Conbecimento dai serviços oferecidos 22. Localiza§'8o ~ de casa ou trabalho 32. 100""1"0 00 lançamento de produtos

29. ElItetIaao da linha d. produtofi/oerviy08 14. Apareoci. do. fuocionanos

23. Numero de agencias V.lnstaiaçoes e decoraçao das agendas

20% 40%

70

60% 80% 100%

Dentre os atributos mais comumente classificados como de pouca importância

(graus 1, 2 e 3) destacaram-se os de número 27 (instalações e decoração das agências), 14

(aparência dos funcionários), 22 (localização perto de casa ou trabalho) e 23 (número de

agências). Enquanto a orientação comercial do banco pesquisado no segmento de pessoas

fisicas fornece elementos para a pouca importância atribuída a elementos tangíveis (questões 27

e 14), é contra-intuitiva a indicação de pouca importância atribuída a elementos de acesso

(número de agências/localização). As respostas às afirmações 24 ,25 e 26, no entanto, parecem

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71

indicar percepções positivas acerca do acesso aos serviços através do uso intensivo de

tecnologia, em detrimento da visita à agência.

Finalmente, a Figura 6 ilustra as respostas forne.cidas pelo Diretor de Qualidade

do banco, indicando também as médias das respostas fornecidas pela amostra236

FIGURA 6 Comparaçao entre Respostas - Amostra VS. Banco

30. Meioe de concentrar Opc:niÇ0C8 DO blnco T. Solídez do banco

10. Raoidez 110 p'OCC8IIlmcnlo ck: solicitaçoca 311ngvar:ao no lallçamentode produtos

31 EmBtos e corre&p?ndencia simples 26. U90 de eqwp1mcnt08 de alta tecnologia

:19. ExteDSOo da linha de produtoelBe1Yiço. 25. AutomBiSO do atendimento

28. Pad:ronimçao do Di...::l de f:etVioo 3. Alen,.o individuaJizada

2. Cliente como cenuo das BteDÇ0C9 24. Ser.!,ooauavesde ATM'.

13. Cõrtesia c corcliaJidade 4. Co~prtensao de l1c:cess:idadcs especificas 16. Ortcotaçao 80tre aJternativas de seMçotI 17. OfereclmcDtolk soluçoes 808 probl=ias

11 RaplQcz em ~der a consultas 5. Rctlut8C1lO do banco

15. Conhccima1tod.os aêrvi9O"oferccidos 9. EsfotV0 para atcoQer no menor tempo

33. Comurucaçao clara ela linha de produtos 19. Prestar informa90cs eem~ corretas

34. Contactar o cliente sempre que nCCCEBlrio 12 Nao óeimrd.uvidali sem. rcspoBt8

6. Cumprimeatodc p-azos 20. Confidenoialidadedaatl1lllOlçoea

21 Garantia de proteçao ao patrimonio ri. ItlSlaJaçoea c â=iaça o dás agoociaa

72 Localizaçao pertO de casa ou tral::&.lbo 1. Preocupacao com bom atendimento

18. Extratos e documentos Bem erros 8. Dinamismo e d:i~ai~OdOB funcionarios

23. N~mcro de agencias 14. ApuenCJ8 doa funcionari08

(7 -lDllil o impottlDle: \., DelD um pouc:o imponalllt)

3 4 s

+ 1

__ Media aritmetica da amostra-+- Banco

6

i

7 3

236Uma vez que as distribuições das respostas dos componentes da amostra claramente não suportam a hipótese de sua normalidade, não serão desenvolvidas análises a partir da plotagem das médias.

Page 81: ATRIBUTOS DE QUALIDADE NO SERVICO BANCÁRIO … · O Hiato entre Expectativas do Cliente e Percepções Gerenciais 3. Atributos de Qualidade no Serviço Bancário 1. Introdução

72

Apenas a título ilustrativo, a observação das principais discrepâncias permite os

seguintes comentários:

• a amostra parece deter expectativas acerca de automação e tecnologia não antecipadas pelo

Banco (questões 25 e 26), reforçando as indicações positivas há pouco mencionadas acerca

dessa modalidade de acesso aos serviços.

• os atributos 29 (grande variedade de serviços) e 32 (postura de inovação no lançamento de

novos produtos/serviços) parecem indicar que, diferentemente das percepções do Banco, a

amostra confere pouca importância relativa à diversidade na oferta de produtos/serviços.

• o atributo 30 (concentração de operações financeiras no mesmo banco) indica maior

importância atribuída pelos clientes à possibilidade de ter todas as suas necessidades

financeiras atendidas pelo mesmo banco. Se se considera o comentário anterior acerca da

amplitude da oferta, pode-se ter alguma indicação de discrepâncias na avaliação do Banco

acerca da sensibilidade de sua clientela a preço ou de sua sofisticação. Estas considerações

acerca da oferta excessiva de produtos/serviços foram especificamente abordadas na

revisão de literatura.

4.2. Dimensões de Qualidade no Servico Bancário

o procedimento de Análise Fatorial, para fins. de análise e interpretação das

dimensões subjacentes aos atributos pesquisados, foi precedido da redução do número de

variáveis tendo em vista a motivação comentada no capítulo 3. O processo de redução das

variáveis é apresentado a seguir.

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73

Redução do número de Variáveis

Aplicou-se o procedimento de análise fatorial do programa STATGRAPIllCS,

inicialmente, sobre todas as trinta e quatro variáveis e o correspondente conjunto de

observações. A extração dos fatores deu-se através do método dos componentes principais

utilizado pelo próprio pacote estatístico.

Dos fatores extraídos foram considerados, para fins de continuação do trabalho,

apenas os dez primeiros, todos com eigenvalue maíor do que 1, conforme a prática. Estes

fatores, não correlacionados entre si, explicavam 74,6% da variância total das variáveis

originais.

Para reduzir-se o número de variáveis foi utilizada a matriz original de fatores

(não rotacionada) e foram adotados os seguintes critérios de exclusão:

(1) variáveis apresentando comunalidade menor do que 0,5.

ou

(2) variáveis apresentando cargas fatoriais ("Ioadings") menores do que 0.5, em

valor absoluto, em todos os dez fatores considerados

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74

A adoção desses critérios encontra suporte na literatura de análise multivariada.

Hair et al237, por exemplo, destaca que "quanto maior o valor absoluto da carga fatorial, mais

siglÚficante é esta carga na interpretação da matriz de fatores". Quanto ao critério (1), o

suporte ao seu emprego advém do próprio conceito de comunalidade, apresentado pelo mesmo

autor como "porção da variância que uma variável original partilha com todas as outras

variáveis incluídas na análise"238

Assim, a partir da matriz original de fatores, pelo critério (1) foi excluída a

variável correspondente ao atributo de n° 34, cuja comunalidade era de 0.42 .

Pelo critério (2) foram excluídas as variáveis correspondentes aos atributos de n°

2,5, 12, 14, 15, 16,20 e 22.

Com as 25 variáveis restantes aplicou-se, novamente, o procedimento de análise

fatorial. A utilização dos mesmos critérios anteriores sobre a matriz original de fatores

permitiu, então, a exclusão de mais duas variáveis. Pelo critério (1) foi excluída a variável

correspondente ao atributo de nO 33 e pelo critério (2) foi excluída a variável referente ao

atributo de nO 26.

Com as 23 variáveis remanescentes, foi aplicado, mais uma vez, o procedimento

de análise fatorial. Nesta etapa, no entanto, nenhuma variável pôde ser excluída através do uso

dos critérios anteriores sobre a matriz original de fatores. Considerou-se, assim, este conjunto

de variáveis como o defirútivo para fins de Análise Fatorial. Este conjunto compreendeu, então,

237Hair, I. F. Ir .. Op. Cit., p.234.

238lbid., p.2I7.

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75

os atributos de números 1, 3,4,6, 7, 8, 9, 10, 11, 13, 17, 18, 19,21,23,24,25,27,28,29,30,

31 e 32.

Interpretação dos Fatores

A aplicação do procedimento de Análise Fatorial resultou no surgimento de seis

fatores com eigenvalues maiores do que 1. Para fins de análise e interpretação, considerou-se

apenas os cinco primeiros dado que o sexto futor apresentava valor de eigenvalue muito

próximo da unidade (eigenvalue = 1.08778). Os cinco fatores analisados explicavam 65.9% da

variância total das variáveis originais (Tabela 2).

TABELA 1

Análise Fatorial aplicada sobre 23 atributos da qualidade do serviço no setor bancário brasileiro ( 60 respondentes ) .

Fator Ei~envalue Variância Percentual Variância Acumulada

1 6.87183 29.9 29.9 2 3.54193 15.4 45.3 3 1.80596 7.9 53.1 4 1.60453 7.0 60.1 5 1.33120 5.8 65.9

Para facilitar a interpretação aplicou-se, então, sobre a última matriz original

encontrada uma rotação ortogonal pelo método V ARIMAX. Da matriz rotacionada foram

consideradas, para fins de interpretação e seguindo a prática, apenas as cargas fatoriais que

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76

correlacionavam mais fortemente as variáveis aos CinCO fatores selecionados ("Ioadings"

maiores do que 0,5, em valor absoluto).

Os fatores encontrados podem ser considerados as próprias dimensões

determinantes da qualidade do serviço bancário esperado pelos clientes do Banco "X" (Tabela

2).

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TABELA 2

FATORES DETERMINANTES DE QUALIDADE DO SERViÇO BANCÁRIO (Conforme expectativa de 60 Clientes do Banco "X")

FATORES CARGAS

FATOR 1 - GARANTIA DE BOM ATENDIMENTO AO CLIENTE

ATRIBUTOS I· Preocupação com o bom atendimento 0.57 4· Compreensão das necessidades especificas de

cada cliente 0.74 6· Capacidade de cumprir prazos 0.78 7· Solidez do Banco 0.61 9· Esforçados funcionários em prestar um serviço

no menor tempo possivel 0.63 10· Processamento rápido de solicitações 0.80 13· Corlesia e cordialidade dos funcionári", 0.80 28· Atendimento do mesmo nível em diferentes

setores ou agencias 0.53 30- Possibilidade de o cliente concentrar no Banco

todas aS suas operações finceiras 0.74 31- Emissão de extratos e correspondências simples

e objetivos 0.77

VARIÁNClA EXPLICADA ~ 29.9%

FATOR 2 . PRESTEZA ATRIBUTOS

8- Dinamismo e disposição dos funcionários 0.63 17- Capacidade de oferecer soluções ao. problema.

dos clientes 0.89

VARIÂNCIA EXPLICADA = 15.4%

FATOR 3 - ACESSO AOS SERViÇOS ATRIBUTOS

23· Número de agência. 0.74 25- Oferecimento de serviços automatizados 0.81 29- Oferecimento de uma grande variedade de

serviços 0.53

VARIÁNCIA EXPLICADA = 7.9%

FATOR 4 - TANGíVEIS ATRIBUTOS

.". íilf'\;)(.I"l;vtp fi~ fl55'?gurtlr aos (!!entes de nue seu património estâ protegido em qualquer circunstãncia 0.71

24- Oferecimento de serviços através de caixas automaticas (0.59)

27- Instalações e decoração das agéncias 0.69

VARIÁNCIA EXPLICADA ~ 7.0%

FATOR 5 . CONFIABILlDADE ATRIBUTOS

11- Rapidez em responder a toda e qualquer consulta ou reclamaçao encaminhada ao Banco 0.50

18- Capacidade de fornecer extratos a outroS documentos sem quaisquer erros 0.82

19- Capacidade dos funcionarias de prestar i nfnrmacões 'iemore corretas o 1i8

I VARIÁNCIA EXPLICADA = 5.8%

77

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78

Foram interpretados, assim, conforme sublinhados, os cmco fatores

determinantes da qualidade do serviço bancário encontrados pelo procedimento de Análise

Fatorial.

Todas estas cmco dimensões são suportadas pelo modelo conceitual geral

empregado no estudo. A dimensão "Garantia de bom atendimento ao cliente", por exemplo,

corresponderia à dimensão englobadora "Garantia" citada no estudo de Zeithaml et al239. Esta

dimensão, conforme os autores, abrangeria quatro das dimensões encontradas em suas

pesquisas anteriores240 - Competência, Cortesia, Credibilidade e Segurança. Estas quatro

dimensões podem ser facilmente identificadas através da análise dos atributos correlacionados

ao Fator 1.

Com relação à inclusão do atributo "proteção ao patrimônio" no Fator 4

(Tangíveis) pode-se especular que os aspectos tangíveis do serviço contribuam para a

percepção do cliente de que seu patrimônio esteja protegido em qualquer circunstância. Assim,

o próprio prédio da agência e suas instalações poderiam transmitir ao cliente a impressão de

segurança refletida na forte correlação deste atributo com a dimensão "Tangíveis".

Ainda em relação ao Fator 4, a correlação negativa do atributo "oferecimento de

serviços através de caixas automáticos" mostra que tais equipamentos são percebidos pelos

clientes como não fazendo parte do conjunto das instalações da agência, embora sejam

identificados com os aspectos tangíveis do serviço bancário.

239Zeithaml, V.; Parasuraman, A.; Berry, L. L.. Op. Cit., p.25.

24Oparasuraman, A.; Zeithaml, V.; Berry, L. L.. "A Conceptual Model of Service Quality and its Implications for Future Research". Op. Cit..

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79

Com relação às cinco dimensões citadas por Zeithaml et a\. 241, quatro foram

identificadas neste estudo - Garantia, Presteza, Tangíveis e Confiabilidade. Da outra dimensão,

Empatia, um dos seus fatores componentes, Acesso, aparece identificado como o Fator 3.

4.3. Hiato "Expectativas dos Clientes - Percepções da Gerência

A verificação da existência deste hiato foi feita através da técnica estatístíca

multivariada Análise de Grupamentos, procedimento Cluster Analysis do programa

STATGRAPHICS.

A primeira análise de grupamentos foi realizada utilizando-se os seguintes

critérios para escolha das variáveis:

(1) variáveis incluídas no conjunto das 23 variáveis selecionadas pelo procedimento de

análise fatorial

e

(2) variáveis que apresentassem valor mínimo 1, dentre os graus atribuídas pelos

respondentes.

241Zeithaml, V.; Parasuraman, A.; Beny, L. L.. Op. Cit..

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80

A razão da adoção do critério (2) teve como motivação a escolha de variáveis

que contribuíssem para aumentar a chance de verificação da existência de "clusters" de

respondentes semelhantes.

As variáveis selecionadas, então, foram as correspondentes aos atributos de

números 9, lO, 18,23,25,27,28,29,30,31 e 32.

Para compor os grupamentos, utilizou-se o método hierárquico de clusterização

denominado "vizinho mais próximo" ("Nearest neighbor"), distância Euclideana e a opção de

formação de 2 "clusters". O resultado encontrado não caracterizou a formação de grupamentos

típicos, ficando um cluster com 60 respondentes, o Diretor de Qualidade incluído, e uma

observação isolada.

Fez-se uma nova seleção de variáveis excluindo-se das onze anteriores aquelas

que apresentassem mediana ou moda igual a 7. Com isto, pretendeu-se ficar com as variáveis

menos "comuns" tendo em vista que a maior parte dos respondentes atribui, com grande

frequência, grau 7 aos atributos. Procurava-se, novamente, aumentar a probabilidade de

verificação da existência de grupamentos distintos, uma vez que a aceitação mais imediata de

que as observações não compunham "clusters" caracteristicos, se estes realmente existissem,

levaria à aceitação indevida da inexistência do hiato "expectativas dos clientes-percepções da

gerência". Caso, no entanto, fossem encontrados grupamentos típicos de respondentes

semelhantes, restaria, ainda, testar -se a siglÚficância das diferenças entre os grupos.

Para esta nova tentativa de grupamento foram selecionadas, então, apenas três

variáveis dentre as onze anteriores, todas apresentando moda e mediana até o valor 6. Estas

variáveis correspondiam aos seguintes atributos:

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81

23 - Número de Agências;

25 - Instalações e decoração das agências;

29 - Oferecimento de uma grande variedade de serviços.

Foram mantidos o método e as opções de clusterização da tentativa anterior. O

resultado encontrado não caracterizou a existência de grupamentos típicos, tendo se formado

um "cluster" com 60 observações e um outro com uma observação isolada.

Para realizar, mais uma vez, o procedimento de clusterização selecionou-se,

dentre as três variáveis anteriores, aquelas com moda e mediana limitadas ao grau 5. Restaram,

então, as variáveis correspondentes aos atributos "Número de Agências" e "instalações e

decoração da agência" - ambos correspondentes a aspectos tangíveis da prestação do serviço.

Aplicou-se, novamente, o procedimento de clusterização utilizando-se o método

do "vizinho mais próximo", distância Euclideana e opção de formação de 2 "c1usters". O

resultado do procedimento mostrou, desta vez, a formação de dois "c1usters" típicos - um

grupamento contendo 12 clientes e um outro com 49 respondentes, incluído o Diretor de

Qualidade do Banco. Este grupamento maior correspondeu, então, a 80.3% do total de

respondentes da pesquisa (Tabela 3).

TABELA 3 Composição dos Grupamentos (*) de 61 respondentes

Numeração dos Clusters Frequência Percentagem sobre o total 1 12 19,7 2 49 803

(*) Distância Euclideana, método do nvizinho mais próximo".

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82

Plotados os "clusters", verificou-se que os grupamentos distinguem-se apenas

através da variável "número de agências", colocada no eixo horizontal (Figura 7).

FIGURA 7 Plotagem de Grupamentos de 61 Respondentes

[nstalaçoes e Decoraçao das Agencias

8 r-----,------------------------------------------------,

7

6

5

4

3

z

1

o L-____ ~ ____ ~ ____ _L ____ _L ____ ~ ____ _J ____ ~~ ____ L_ __ ~

-1 o 1 2 3 4 5 6 7 8

Numero de Agencias

Até esta etapa do estudo, o resultado sugere que o Banco tenha percepção

semelhante á da maior parte dos clientes pesquisados, os quais valoram fortemente a

importância do atributo "número de agências" como caracteristica de um banco ideal.

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83

Distingue-se este grupamento, no entanto, de um outro que atribui menor importância ao

"número de agências" de um banco como caracteristica de prestação de excelentes serviços

bancários.

Para medir se é significante este hiato ou discrepância e testar a hipótese da

pesquisa foi utilizado o "Teste da Mediana" descrita em Siegel242

A hipótese nula para este "Teste da Mediana" pode ser apresentado da seguinte

fonna:

H O: Os dois grupos de observações provêm de populações com a mesma mediana.

Mais especificamente, esta hipótese nula indicaria não haver diferença entre a

importância mediana atribuída ao número de agências pelos clientes de serviços bancários e o

julgamento que o banco faz das expectativas desses clientes quanto a esse atributo.

o "Teste da Mediana" foi realizado, então, considerando-se os graus atribuídos

pelos 61 respondentes ao atributo "número de agências".

A fónnula apresentada por Siegel243 para o caso em que a soma do número de

observações dos dois grupos ultrapassa 40 é a de X2 com correção de continuidade:

242Siegel, S. Op. Cit..

243lbid ..

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84

X2 = N flAD - BC! - N/2)~_ . gl (eq. 1). (A+B)(C+D)(A+C)(B+D)

onde:

N = soma do número de observações dos dois grupos;

A = n° de observações do grupo 1 acima da mediana combinada (dos dois grupos);

B = idem para o grupo 2;

c = nO de observações do grupo 1 abaixo da mediana combinada;

D = idem para o grupo 2;

gl= graus de liberdade.

Os valores encontrados foram

N = H A = O· B = 22· C = 12· D = 27 e gl = 1 , , " '

O número de graus de liberdade foi calculado através da fórmula apresentada

pelo mesmo autor para qualquer tabela de contingência r x k244:

gl = (r-l )(k-l) (eq.2), onde: ,

244Thid., p.1l9.

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r = nO de linhas (ou classificações; no caso duas - acima e abaixo da mediana combinada);

k = nO de colunas (ou grupos, no caso 2 "clusters")

Com estes valores e usando-se a fórmula de X2 (eq.l) tem-se que

X2 obs = 6,59

85

Para um nível de significância de a. = 0,01 (probabilidade de 1% de rejeitar-se a

hipótese nula quando verdadeira) tem-se, por valor tabelado,245

Xl tab =6,64

Assim, para este nível de significância, tem-se X2 obs < Xl tab e, desta forma,

não se rejeita a hipótese nula. A não-rejeição da hipótese nula da prova da mediana para os

dois "clusters" encontrados leva, também, a não rejeição da hipótese da pesquisa.

o estudo sugere, assim, não ser signíficante, de acordo com a metodologia e

critérios adotados, a discrepância encontrada entre as expectativas efetivas dos clientes do

Banco "X" quanto a um serviço de qualidade e as percepções da gerência desse Banco quanto

ao que seus clientes esperam de um banco excelente.

245Ibid., p.200.

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86

5. CONCLUSÕES E CAMPOS DE PESOUISA FUTURA

Este estudo prcurou identificar quais são os fatores determinantes da qualidade

do serviço bancário conforme as expectativas dos clientes do Banco "X". Procurou, também,

analisar se existe discrepância significativa entre as expectativas desses clientes quanto ao que

esperam de um serviço excelentes e as percepções da gerência do Banco "X" acerca dessas

expectativas.

A partir da análise dos resultados pôde-se concluir que:

• Existem atributos capazes de expressar os aspectos mais importantes para os clientes do

Banco "X" na formação de suas expectativas acerca de um serviço de Qualidade.

• Esses atributos, identificados pela revisão de literatura, foram considerados pelos clientes

pesquisados como de elevada importância para que um banco seja tido como excelente na

prestação de seus serviços.

• Os atributos pesquisados se agruparam em cinco fatores ou dimensões determinantes da

qualidade do serviço:

GARANTIA DE BOM ATENDIMENTO. Capacidade de compreender

necessidades específicas de cada segmento de clientela, evidenciando preocupação

com o bom atendimento através de comunicação simples e objetiva, cordialidade,

padronização do nivel de atendimento e oferecimento de adequada extensão de

linha de produtos/serviços.

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PRESTEZA. Capacidade de oferecer soluções aos problemas dos clientes, através

de atendimento dinâmico e profissionais motivados.

ACESSO. Capacidade de oferecer serviços acessíveis, através de automação e de

uma rede de agências adequada.

TANGÍVEIS. Representa as evidências fisicas da prestação do serviço, tais como

instalações das agências e equipamentos de automação bancária.

CONFIABILIDADE. Capacidade de prestar informações sempre precisas, gerando

extratos e comunicações acurados e respondendo com agilidade às solicitações

recebidas.

87

• Apesar das indicações de que existem divergências pontuais entre as expectativas dos

clientes e as percepções do Banco acerca da importância de atributos específicos, não foi

identificada discrepância estatisticamente significante entre as expectativas dos clientes do

Banco "X" quanto a um serviço de Qualidade e as percepções da Gerência desse banco

quanto ao que seus clientes esperam de um banco excelente.

A revisão da literatura disponivel sobre o assunto revelou um consistente

entendimento de que estratégias bem-sucedidas de otimização da Qualidade em Serviços têm

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88

seu foco no gerenciamento das expectativas dos clientes-alvo. As etapas envolvidas em um

plano de ação para tanto envolvem, portanto:

IDENTIFICAR EXPECTATIVAS

GERAR OBJETIVOS DE SERVIÇO

BALANCEAR OFERTA DOS SERVIÇOS ÀS EXPECTATIVAS

COMUNICAR OS RESULTADOS COMPROVÁVEIS

"FEEDBACK"

Identificar e quantificar a importância relativa dos atributos de qualidade percebidos pelos clientes-alvo como indispensáveis a um serviço de qualidade

Traduzir os atributos criticos em especificações tangíveis e quantificáveis de prestação de serviço (tempos de processamento, capacidade de canais de comunicação, por exemplo)

Aplicar reengenharia aos processos críticos de trabalho de modo a que as especificações definidas sejam atingidas, e redesenhando os processos onde o nível de serviço prestado seja excessivo

Comunicar de forma eficaz os resultados efetivamente atingidos, moldando as expectativas detidas ás possíveis percepções que serão geradas

Estabelecer processos de retroalimentação através de pesquisa e revisão de metas operacionais

Os principais tópicos sugeridos para pesqUIsa futura estão, neste sentido,

voltados à aferição da aplicabilidade da metodologia apresentada. Sugere-se, portanto, a

aplicação de um processo completo de mensuração da qualidade de um serviço através da

identificação de expectativas e percepções manifestadas por uma amostra de clientes, a partir

da modelagem apresentada.

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89

Outros possíveis tópicos para investigação são:

• a investigação dos demais hiatos de qualidade definidos no modelo conceitual da pesquisa,

uma vez que o conhecimento das expectativas de clientes (isto é, a inexistência do Hiato 1)

não garante a prestação de serviços de qualidade adequada

• a correlação entre excelência em Qualidade de Serviços e performance operacional

diferenciada em termos de participação no mercado e retorno sobre ativos, por exemplo

• o dimensionamento de "custos de não-qualidade" e "custos de sobrequalidade", o que

permitiria uma abordagem quantitativa do custo/beneficio de ações de melhoria de

qualidade. Uma possível investigação decorrente desta abordagem seria um estudo dos

benefícios da automação bancária em diferentes segmentos de mercado

• a aplicabilidade da metodologia apresentada na análise da qualidade de serviços em

processos gerenciais/administrativos internos, e a avaliação da eficácia dessas ações na

melhoria da qualidade dos serviços sob a perspectiva do cliente externo.

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101

Van der Velde, M .. "Branch Managers: Are They Meeting Senior Management's Objectives?"

Bank Administration, Vol. LXV, No. 6, June 1989, p.24.

___ -'; Roth, A Y.. "Banks Restructure Retail Delivery Systems". Bank Administratio!l,

Vol. LXIV, No. 5, May 1988, p.14-8.

Vicufía, J. M. S .. "Asi se Conoce la Calidad de Servicios de un Banco". Texto reprografado.

Watne, D. A. "Cross-Selling the Bank Customer". Joumal ofBank Research, Vol. lO, No. 3,

Autumn 1979, p.165-72.

Winer, R.. "Formation of Consumer Expectations". "Working paper" no. 85-111, Vanderbilt

University, 1985.

Zeitharnl, Y., "Defining and Relating Price, Perceived Quality, and Perceived Value", Working

Paper, Duke University, 1986.

____ o "How Consumer Evaluation Process Differ Between Goods and Services". In:

Donnely, J. H.; George, W. R., eds .. Marketing ofServices. Op. Cit., p.186-90.

___ -'; Berry, L. L.; Parasuraman, A. "Communication and Control Processes in the

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____ o Delivering Ouality Service: Balancing Customer Perceptions and Expectations. New

Y ork, F ree Press, 1990.

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102

____ ' "Problems and Strategies in Services Marketing", Jaumal af Marketing, VaI. 49,

Spring 1985, p,33-46,

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ANEXO

Questionário

103

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104

Prezado Cl iente

Estamos fazendo uma pesquisa sobre as caracterlsticas de um Banco ideal. O melhor Que poderia eMistir.

Com base em sua experiência como cliente'de serviços bancârios, pense no tipo de banco Que presta serviços bancArios de excelente Qualidade. Procure rufo pensar no ". necessariamente - se seu ideal de serviços não estâ aqui, n~o importa. Pense nos fateres Que V. considera importantes quando avalia a qualidade dos serviços daquele banco ideal.

Dê uma nota para cada. uma das caracterlsticas descritas a seguir Quanto à sua importància para a qualidade dos serviços. Se em sua opini~o a caracter1stica descri t·a nSo é de forma algt.DrLa importante para uma avaliaç~o da qualidade do serviçot marque o número 1. Se, por outra lado. sua oDini~o é de que a caracterlstica é absolutamente importante para avaliar a qualidade, marque o nÚmero 7. Se sua. oDini~o reflete um meio termo, dê uma nota intermediária. Caso V. ache que ~o sabe avaliar a importância da característica descrita, marque a letra N.

Lembre-se de Que n~o existem respostas certas interessados em suas impress6es a respeito de valoriza em um serviço bancário de excelente solicitado a.se identificar no Questionário.

ou erradas estamos que caracteristicas V.

qualidade. v. n~o será

Ao indicar suas respostas, indicando aquela que, em seu abaixo:

portanto, entender,

tenha em mente melhor completa

estar semore a afirmação

1 •

2.

3.

4.

5.

6.

Na avaliação que f~ço sobre a qualidade do serviço

prestada por um banco,

Nem um pouco importante

1 A oreocuDaç~o com o bom atendimento ao cliente é 1 2 3

A capacidade de te ... o cliente como o centro das aten çE:5es do Banco é 1 2 3

A capacidade de da ... aos clientes atenção indivioualizada é 1 2 3

A compreens:a:o das necessidades especificas de cada cliente é 1 2 3

A reputação do Banco é 1 2 3

A capacidade oe prestar um serViço no prazo em que se comorometeu a fazê-lo é 1 2 3

Ext.remamente imoortante

i I

.j.

4 5 6 7 N

4 5 6 7

4 5 6 7 N

4 5 6 7 N

4 5 6 7 11

4 5 6 7

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7.

8.

'I.

10.

11-

'I 12.

13.

14.

15.

16.

17.

18.

Na avaliaç~o Que faço sobr~ a Qualidade do serviço

prestado por um banco,

Nem um pouco importante

I A solidez do Banco é 1 2 3

O dinamismo e a disDosiç.~o

dos funcionários são 1 2 3

O esforço dos funcionários cara prestar um serviço. no menor tempo oDsslvel é 1 2 ~

.'

A raoidez do banco n~ processamento de solicitações (como en trega qe extratos e tale5es de cheques, por exemolo) é 1 2 3

A raoidez em responder a toda e Qualauer- consulta ou rec:lamaçã:o que seja encaminhada ao Banco é 1 2 3

A capacidade de não deixar dúvioas dos clientes sem resposta é 1 2 3

A cortesia e a cordialidade demonstradas pelos funC10ná,. ias sllo 1 2 3

A aparência dos funcionários é 1 2 3

O connecimento celas funC1O-nários de todos os servlços oferecidos pelo 8an co é 1 2 3

A caoacidade dos funcionários de oriental"'" os clientes sobre as alternativas oferecidas pelo Banco é 1 2 3

A capacidade de oferecer soluções aos problemas dos clientes é 1 2 3

A caoacidade de fornecer extratos e outros documentos sem Quaisquer erros é 1 2 3

105

Extremamente importante

I 4 5 6 7

4 :; 6 7

4 5 6 7 N

4 5 6 7 N

4 5 6 7 N

4 5 6 7 N

4 o 6 7 N .'

4 5 6 7 N

4 5 6 7 N

4 5 6 7 N

4 5 6 7 N

4 5 6 7 N

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19.

20.

21.

22.

23.

24.

25.

26.

27.

28.

29.

30.

31-

Na avaliaç~o que faço sobre a qualidade do serviço

prestado por um banco,

Nem um pouco importante

I A capacidade dos funcionários de prestar informaçeses semore corretas é 1 2 3

A atenção à confidencial idade das transaçêSes efetuadas po~ seuS cl ientes é 1 2 3

A capacidade de assegurar aos clientes de que seu patri-mónio está protegido em Qualquer circunsta.ncia é 1 2 3

A localizaçl:o perto de minha casa ou trabalho é 1 2 3

O número de agências é 1 2 3

O oferecimento de serviços através de Caixas Automáticos é 1 2 3

O oferecimento de serviços automatizados (como cartão magnético. saldo po~ telefone e terminais de consulta, po~

exemplo) é 1 2 7

"

A utilização de eQUiDamentos de alta tecnologia é 1 2 3

As instalaçe5es e a decoração das agências são 1 2 3

A caDacidade de or-estar- um mesmo nl vel de atendimento em diferentes setores ou agências é 1 2 3

O oferecimento de uma grande variedade de serviços é 1 2 3

A possibilidade de concentrar no Banco todas as m~nhas oDer-açt::5es f inanceira.s é 1 2 3

A emis5~O de extratos e correspondênc:ia simDles e objetivos é 1 2 3

106

Ex"tremamente importante

I 4 5 6 7 N

4 5 6 7 N

4 5 6 7 N

4 5 6 7 N

4 5 6 7 N

4 5 6 7 N

" 5 6 7 N ....

" 5 6 7 N

4 5 6 7 N

4 5 6 7 N

4 5 6 7 N

4 5 6 7 N

4 5 6 7 N

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32.

33.

34.

I

A adoção de uma.

Na avaliação que faço sobre a Qualidade do serviço

prestado por um banco,

Nem um pouco importante

I oostura. de

inovaç~o no lançamento de novos produtos/serviços é 1 2 3

A capacidade de comunicar de forma fácil a.o cliente o que slio e para Que servem todos os seus prOdutos e ser-viços é 1 2 3

A capacidade de contactar o cliente sempre Que necessário é 1 2 3

107

Extremamente importante

I 4 5 6 7 N

4 5 6 7 N

4 5 6 7 N