atps de direito empresarial

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    UNIVERSIDADE ANHANGUERA UNIDERP

    Centro de Educao a Distncia CEAD

    CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM LOGSTICA

    Semestre - 2013-2 - 2 Srie Turno ES2

    ATIVIDADES PRTICAS SUPERVISIONADAS - ATPSDisciplina DIREITO EMPRESARIAL

    Diogo Marcelo Miranda RA: 6504269960 2 Srie

    Eliseu de Sousa RA: 6785398173 2 Srie

    Leandro Augusto Pereira RA: 6967456322 2 Srie

    Sinilda Diniz Gomes Silva RA: 6580331933 2 Srie

    Professor Ead Luiz Manuel Bandeira

    Tutor presencial Luiz Carlos N Kopke

    SO JOS DOS CAMPOS / SP2013

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    Diogo Marcelo Miranda RA: 6504269960 2 Srie

    Eliseu de Sousa RA: 6785398173 2 Srie

    Leandro Augusto Pereira RA: 6967456322 2 Srie

    Sinilda Diniz Gomes Silva RA: 6580331933 2 Srie

    ATIVIDADES PRTICAS SUPERVISIONADAS - ATPSDisciplina Direito Empresarial

    Atividade Pratica Supervisionadaapresentada ao Curso SuperiorTecnologia em Logstica daUniversidade AnhangueraUniderp, como exigncia parcialda Disciplina Direito Empresarialpara a obteno de nota, soborientao do Professor Tutor

    Ead Luiz Carlos N Kopke.

    SO JOS DOS CAMPOS / SP2013

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    01-Introduo

    Direito Empresarial suas formas e maneiras e conceitos bsicos de formar uma empresa,

    diferenas entre empresrio e empresa.

    Como a formao de uma empresa e, tambm quais sos os princpios bsicos para

    sua formao.

    E colocar todo o conhecimento em prtica em sala de aula para o desenvolvimento da

    ATPS.

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    ETAPA 01

    CONCEITO DE DIREITO COMERCIAL E EMPRESARIAL

    Direito Empresarialou ainda Direito Comercial so nomes dados a um mesmo ramodas cincias jurdicas, constituindo uma subdiviso do chamado Direito Privado. Taldiviso ir cuidar da atividade empresarial e de seu executante, o empresrio,estabelecendo um corpo de normas disciplinadoras importantes na conduo harmnicada atividade com os interesses do coletivo.

    O principal documento do direito empresarial no Brasil o Cdigo Civil, que prev asdisposies importantes para empresrios e empresas, em uma parte dedicadaespecialmente matria o Livro II, "do Direito de Empresa" que se estende do artigo

    966 ao 1195.Como mencionado, o principal ator dentro do direito empresarial o empresrio, e este

    possui uma definio especfica no mesmo artigo 966:

    "Considera-se empresrio quem exerce profissionalmente atividade econmica

    organizada para a produo ou a circulao de bens ou de servios"

    Importante lembrar que scios de sociedade empresria no so empresrios, sendoconsiderados empreendedores ou investidores. Por sua vez, o empresrio distingue-seda sociedade empresria, pois um pessoa fsica (empresrio) e o outro pessoa jurdica

    (sociedade empresria).

    J a empresa deve ser entendida como atividade revestida de duas caractersticassingulares, ou seja: econmica e organizada. Tecnicamente, o termo empresa deveser utilizado como sinnimo de "empreendimento".

    De acordo com o Cdigo Civil, as empresas podem se organizar de cinco formasdistintas:

    Sociedade por nome coletivo - empresa por sociedade, onde todos os scios

    respondem pelas dvidas de forma ilimitada. Sociedade comandita simples - organizada em scio comanditria, de

    responsabilidade limitada e comanditados de responsabilidade ilimitada

    Sociedade comandita por aes - sociedade onde o capital est dividido emaes, regendo-se pelas normas relacionadas s sociedades annimas.

    Sociedade annima (companhia), conforme reza o artigo 1088 do Cdigo Civil,sociedade onde o capital divide-se em aes, obrigando-se cada scio ouacionista apenas pelo preo de emisso das aes subscritas ou adquiridas.

    Sociedade limitada - prevista no Cdigo Civil, no seu artigo 1052, em tal

    sociedade a responsabilidade de cada scio restrita ao valor de suas quotas,sendo que todos respondem solidariamente pela integralizao do capital social,

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    dividindo-se este em quotas iguais ou desiguais, cabendo uma ou diversas a cadascio.

    Alm destas sociedades, o direito empresarial prev a figura da sociedade simples,aquela que no registrada em Registro Pblico de Empresas Mercantis (requisito

    obrigatrio a todas as cinco modalidades previstas acima), sendo por isso, impedida depostular direitos perante a justia comum. Na prtica, as empresas no Brasil estodistribudas entre sociedades limitadas ou annimas, sendo que as outras modalidadesexistem praticamente apenas no papel.

    No est relacionado ao mundo empresarial, mas citado no Cdigo Civil, a figurado Profissional Liberal, exatamente no pargrafo primeiro do primeiro artigo no CdigoCivil dedicado ao direito empresarial, o 966:

    "No se considera empresrio quem exerce profisso intelectual, de natureza cientfica,

    literria ou artstica, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se oexerccio da profisso constituir elemento de empresa".

    ETAPA 02

    QUAL A FUNO SOCIAL DA EMPRESA

    Significado da expresso funo social da empresa havendo, na doutrina, tanto quem

    sustente que os benefcios particulares da atividade empresarial ficam sempre

    subordinados ao atendimento dos interesses da coletividade quanto, em sentido

    diametralmente oposto, aqueles que argumentam com a inexistncia de funo social da

    empresa com este sentido de distribuio coletiva das vantagens obtidas. De nossa

    parte, cremos que a to propagandeada funo social da empresa somente ser

    promovida ante uma compreenso harmnica dos princpios constitucionais da livre

    iniciativa, pleno emprego e funo social da propriedade de modo a assegurar liberdade

    aos particulares na explorao da atividade empresarial que promova o bem estar dos

    cidados.

    INTRODUO

    A expresso funo social da empresa tem merecido toda sorte de anlises e

    interpretaes carregadas de contedo ideolgico. Pinada do texto legal no qual

    veiculada e s vezes deslocada do contexto essencialmente empresarial no qual se insere

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    a funo social da empresa cada vez mais se distancia da realidade concreta das

    empresas podendo ser entendida inclusive como vlvula de escape psicossocialque se

    presta mais manuteno da atual situao de extremo poderio empresarial

    incontrolado que efetiva atuao da empresa no alcance do bem estar coletivo.

    Certamente ningum ousaria negar a existncia e a importncia da funo social da

    empresa ou mesmo a necessidade de controle sobre a atividade empresarial e o

    indispensvel dirigismo da atividade econmica para a promoo de algo alm do lucro

    da prpria empresa, para o alcance de benefcios coletivos e no puramente restritos

    queles indivduos diretamente ligados atividade empresarial. Infelizmente, no

    entanto, a funo social da empresa, quando mal compreendida, tem sido utilizada com

    a pretenso de criar uma fantasia ideolgica infinitamente distante da realidade.

    necessrio voltar os olhos aos fatos... Trabalhar com os acontecimentos concretos e

    adotar objetivos desejveis, mas minimamente atingveis sem ceder ingenuidade das

    utopias. O Direito trabalha com uma hierarquia de valores na qual o maior destaque

    para o ser humano e o bem estar coletivo, mas certamente no ser com o atropelo da

    realidade que tais valores sero promovidos e respeitados.

    necessrio ter em mente, portanto, que o estudo terico do direito no pode desprezara realidade concreta e atual da atividade empresarial sob pena de transmudar-se em

    mero devaneio utpico e exerccio de imaginao que, no particular caso da funo

    social da empresa, corre o risco de transferir aos particulares preocupaes e

    responsabilidades tpicas do Estado que, assim, permanece convenientemente omisso no

    cumprimento das suas funes tpicas. E pior: ilude a sociedade quanto efetividade da

    chamada funo social da empresa e a concreta promoo do bem comum.

    Nesta poca em que praticamente todos os acadmicos lutam por romper paradigmas,compreender a funo social da empresa como resultante da conscientizao do

    empresariado na luta por um ideal de sociedade justa, fraterna e igualitria somente

    revela o perigoso encantamento do desprezo a princpios jurdicos srios e concretos;

    desprezo este que, travestido de quebra de paradigma na busca do bem estar social,

    pouco consegue produzir de concreto na promoo da verdadeira funo social da

    empresa.

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    Seguem, adiante, comentrios mais especficos e concretos valendo registrar que

    certamente o assunto merece e exige aprofundamento que, infelizmente, escapa ao

    propsito do presente artigo.

    A FUNO SOCIAL DA EMPRESA

    o pargrafo nico do artigo 116 da Lei n 6.404/76 (Lei das Sociedades Annimas):

    O acionista controlador deve usar o poder com o fim de fazer a companhia realizar o

    seu objeto e cumprir a sua funo social, e tem os deveres e responsabilidades para com

    os demais acionistas da empresa, os que nela trabalham e para com a comunidade em

    que atua, cujos direitos e interesses deve lealmente respeitar e atender

    O administrador deve exercer as atribuies que a lei e o estatuto lhe conferem para

    lograr os fins e no interesse da companhia, satisfeitas as exigncias do bem pblico e da

    funo social da empresa (negritos nossos).

    E certamente, para bem compreender a funo social da empresa, os mencionados

    dispositivos legais devem ser lidos e compreendidos luz do artigo 170 da Constituio

    Federal.

    Ocorre que, na inteno de sustentar a importncia da funo social da empresa h

    quem esquea que entre os princpios constitucionais da livre iniciativa e da dignidade

    humana no existe a priori qualquer conflito ou oposio e certamente a funo do

    intrprete bem compreend-los os princpios constitucionais de maneira a

    promover a harmonia, construindo norma jurdica que albergue simultaneamente a

    promoo da liberdade de empresa em favor do empresrio com o exerccio adequado

    desta liberdade em benefcio da coletividade. Noutras palavras, no se h sustentar o

    entendimento segundo o qual a defesa da livre iniciativa acarreta o desrespeito

    dignidade humana ou que o desenvolvimento da atividade empresarial lucrativa possui

    valor intrinsecamente negativo e incompatvel com o bem comum.

    Ora, essa opinio, se de um lado exige respeito, de outro obriga-nos a complement-la,

    no sentido de que o lucro no proibido, podendo at ser o objetivo principal da

    atividade, o que, no entanto, no afasta a obrigatoriedade de sua distribuio sercompatibilizada com a satisfao dos acionistas e investidores e o imperativo de

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    solidariedade constante na Constituio Federal, propiciando, assim, benefcios

    concomitantes aos trabalhadores e comunidade em geral

    Ora, com todo o respeito, considerar que na atividade empresarial o lucro no

    proibidoe pode at ser o seu objetivo revela o evidente equvoco de tratar a finalidadelucrativa da atividade empresarial como uma concesso ou outorga de algum benefcio

    empresa. Noutras palavras, como se a obteno de lucro fosse um favor legal

    concedido empresa. Trata-se, portanto, de manifesto e perigoso desprezo realidade

    ftica eis que, obviamente, a atividade empresarial essencialmente direcionada

    obteno de lucro. Retire-se da empresa a possibilidade concreta da lucratividade e

    certamente estar-se- decretando o fim da atividade empresarial e, consequentemente,

    um enorme prejuzo coletividade e ao bem comum que justamente se tenta alcanar.

    A demais conveniente registrar, o vezo distorcido de valorar o lucro como algo

    intrinsecamente ruim ou egosta fruto unicamente da ganncia das empresas e dos

    investidores certamente contribui negativamente para o desenvolvimento da atividade

    empresarial e presta um desservio pretenso de promover o bem comum por meio do

    adequado uso do poder econmico. At porque, ora, salvo especficas situaes de

    diletantismo ou caridade, o ser humano exerce as suas atividades mediante retribuio

    compensatria. Sendo assim, justamente a concreta possibilidade de lucro que

    movimenta a atividade empresarial e nisso no h nenhum problema, muito pelo

    contrrio. Se pretende obter benefcios coletivos pelo exerccio da atividade empresarial

    certamente no ser com uma viso negativa do lucro que estes benefcios sero

    atingidos pois, obviamente, ningumsalvo os diletantes e caridososir dedicar-se a

    desempenhar atividade empresarial no lucrativa unicamente com o propsito de

    promover bem estar social. At porque ningum a isso est obrigado trabalhar com

    prejuzo prprio para assegurar o bem comum.

    Registre-se, portanto, que a inexistncia de conflito entre a liberdade de iniciativa, a

    dignidade humana e a funo social da empresa se d precisamente porque a norma

    pertinente o contedo de valor jurdico resultante da combinao de significados de

    cada um destes conceitos cujo valor constitucional precisamente o mesmo eis que

    veiculados todos em igual hierarquia no texto da Constituio Federal de 1988. Vale

    dizer, no existe uma liberdade de empresa que limitada pela funo social da

    propriedade e pela dignidade humana; o que existe a determinao constitucional para

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    que a empresa atue livremente desde que conforme as regras de bem estar da

    coletividade. No h hierarquia de valores, no h cronologia, no h conflito ou

    antinomia. A funo social da empresa a resultante do significado de cada contedo

    isolado cuja harmonizao deve ser bem pensada pelo intrprete sob pena de privilegiar

    valores um em prejuzo de outro.

    Na composio dos diversos interesses imbricados na atividade societria encontram -

    se os coletivos. Cabe ao administrador proporcionar meios de maximizao dos lucros

    sociais, desde que atendidas as exigncias do bem pblico.

    A funo social da empresa deve ser levada em conta pelos administradores, ao

    procurar a consecuo dos fins da companhia. Aqui se repete o entendimento de

    que cabe ao administrador perseguir os fins privados da companhia, desde que atendida

    a funo social da empresa

    No Brasil, a idia da funo social da empresa tambm deriva da previso

    constitucional sobre a funo social da propriedade (art. 170, III).Estendida empresa,

    a idia de funo social da empresa uma das noes de talvez mais relevante

    influncia prtica na transformao do direito empresarial brasileiro. o princpio

    norteador da regulamentao externa dos interesses envolvidos pela grande empresa.Sua influncia pode ser sentida em campos to dspares como direito antitruste, direito

    do consumidor e direito ambiental.

    Em todos eles da convico da influncia da grande empresa sobre o meio em que

    atua que deriva o reconhecimento da necessidade de impor obrigaes positivas

    empresa. Exatamente na imposio de deveres positivos est o seu trao caracterstico, a

    distingui-la da aplicao do princpio geral neminem laedere. A est a concepo

    social intervencionista, de influncia reequilibradora de relaes sociais desiguais

    Podemos afirmar que atribuir alguns deveres a essas entidades no significa esquivar o

    Estado de funes que lhe so prprias. Na economia moderna, ambos devem trabalhar

    juntos, pois notrio que a atividade empresarial assumiu dimenses extraordinrias

    que cada vez mais vm se acentuando nesta poca de globalizao. A crescente

    concentrao de riquezas que estamos presenciando com os grandes conglomerados

    empresariais tornar, em no muito tempo, insustentvel o ciclo produtivo, caso

    permanea essa viso antiquada da empresa capitalista. Importante ressaltar que sua

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    contribuio sociedade no significa uma diminuio dos lucros. Pelo contrrio,

    podemos felizmente constatar uma sensvel melhora nas condies econmico-

    financeiras das instituies que tm adotado medidas de carter social. So alternativas

    viveis e necessrias a esse novo contexto mundial. A sociedade est cobrando cada vez

    mais essa atuao.

    ETAPA 03

    ASPECTOS LEGAIS E REGISTRO DE EMPRESAS

    DIREITO DA EMPRESA: a partir da vigncia do novo Cdigo Civil brasileiro, em 10

    de janeiro de 2003, o direito comercial passou a ser regido pela teoria da empresa, haja

    vista que a nova legislao revogou a primeira parte do Cdigo Comercial de 1850, ou

    seja, os artigos 1 ao 456, pondo fim teoria dos atos de comrcio ao inserir a

    empresa no plano jurdico, substituindo a noo de comerciante pela noo de

    empresrio. As atividades empresariais passaram a ser reguladas pelo novo Cdigo

    Civil, e o Direito Comercial foi substitudo pelo Direito de Empresa.

    EMPRESRIO: segundo o novo cdigo civil lei n10406/2002 todo aquele queexerce profissionalmente atividade econmica organizada para a produo ou a

    circulao de bens ou de servios. Podem exercer a atividade de empresrio todas as

    pessoas que estiverem em pleno gozo da capacidade civil e no forem legalmente

    impedidas. A pessoa fica habilitada prtica de todos os atos da vida civil aos dezoito

    anos completos, quando comea a maioridade, mas a incapacidade pode cessar para os

    menores de 18 anos, nos seguintes casos:

    - Pela concesso dos pais, ou de apenas um deles na falta do outro, mediante

    instrumento pblico, independentemente de homologao judicial, ou por sentena do

    juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver dezesseis anos completos (emancipao).

    - Pelo casamento.

    - Pelo exerccio de emprego pblico efetivo.

    - Pela colao de grau em ensino superior.

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    - Pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existncia de relao de emprego,

    desde que, em funo deles, o menor com dezesseis anos completos tenha economia

    prpria.

    Alm dos requisitos acima, so impedidos de ser empresrios: os Chefes do PoderExecutivo, nacional, estadual ou municipal; os membros do Poder Legislativo, como

    Senadores, Deputados Federais e Estaduais e Vereadores, se a empresa goze de favor

    decorrente de contrato com pessoas jurdicas de direito pblico, ou nela exercer funo

    remunerada; os Magistrados; os membros do Ministrio Pblico Federal; os

    empresrios falidos, enquanto no forem reabilitados; as pessoas condenadas a pena que

    vede o acesso a cargos pblicos, ou por crime falimentar, de prevaricao, peita ou

    suborno, concusso, peculato; ou contra a economia popular, contra o sistema financeironacional, contra as normas da defesa da concorrncia, contra as relaes de consumo, a

    f pblica ou a propriedade, enquanto perdurarem os efeitos da condenao; os

    leiloeiros, os corretores e despachantes aduaneiros, os cnsules, nos seus distritos, salvo

    os nos remunerados; os mdicos, para exerccio simultneo da farmcia; os

    farmacuticos para o exerccio da medicina; os servidores pblicos civis da ativa,

    federais; foras armadas, policiais militares e estrangeiros (sem visto permanente).

    Vedao de sociedade entre cnjuges casados:

    - com Comunho Universal de Bens

    - com Separao de Bens Obrigatria

    EMPRESA: sinnimo de atividade econmica organizada, em que o empresrio rene

    um conjunto de bens, corpreos: capital, trabalho, marca, equipamento, matria-prima e

    tecnologia, para a produo ou circulao de bens ou de servios, visando a obteno de

    lucros.

    PASSOS NECESSRIOS PARA REGISTRAR UMA EMPRESA

    Para que voc desenvolva uma atividade empresarial formal, necessrio que ela tenha

    uma existncia legal. Para isto vamos detalhar alguns passos necessrios para registrar

    sua empresa.

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    1. Definio da forma jurdica a ser adotada:

    Firma individual: se voc estiver sozinho no negcio, sua empresa ser

    obrigatoriamente uma firma individual.

    O empresrio tem que realizar o registro na Junta Comercial e nos cadastros de

    contribuintes como empresrio individual. Nesta forma jurdica, que normalmente se

    dedica explorao de atividade econmica de modesta dimenso, o empresrio

    responsvel de forma ilimitada, ou seja, responde com seus bens pessoais, pelos atos

    praticados no exerccio da atividade econmica, pois no existe nenhum mecanismo de

    personalizao ou separao patrimonial.

    Sociedade Simples: novo tipo societrio criado pelo Cdigo Civil em substituio aotradicional modelo de sociedade civil, no podendo exercer qualquer atividade

    econmica profissionalmente organizada para a produo ou a circulao de bens ou

    servios. O seu objetivo restrito s atividades profissionais de natureza cientfica,

    literria e artstica. O exerccio de qualquer uma dessas atividades no pode constituir

    elemento de empresa, ou seja, se alguma delas for inserida como objeto de uma

    organizao empresarial, esta se tornar sociedade empresria.

    constituda por duas ou mais pessoas. Tem por objetivos, em regra, apenas a prestao

    de servios, por exemplo: sociedade de mdicos, advogados, engenheiros, contadores,

    arquitetos, etc.

    A inscrio da sociedade simples deve ser feita no Registro Civil das Pessoas Jurdicas,

    mesmo que ela se revista de algum dos tipos da sociedade empresria. Neste caso, o

    registro civil dever obedecer s normas fixadas para o registro mercantil.

    Sociedade empresria: a nova denominao da antiga Sociedade Comercial dadapelo novo Cdigo Civil. constituda por duas ou mais pessoas, tendo como finalidade

    explorar uma atividade econmica organizada para a produo e circulao de bens e

    servios. Tambm passou a ser regulada pelo Cdigo Civil e est sujeita falncia.

    Por sua vez, as sociedades empresrias podem ser:

    - Sociedade em Nome Coletivo

    - Sociedade em Comandita Simples

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    - Sociedade Limitada

    - Sociedade em Comandita por Aes

    - Sociedade Annima

    Atualmente no Brasil, os tipos de sociedades empresrias mais utilizados so:

    Sociedade Limitada, estatisticamente a preferida, e a Sociedade Annima, estando as

    demais praticamente em desuso.

    2. Consulta de viabilidade:

    Consiste em verificar se a localizao pretendida para sua empresa est de acordo com

    as normas da regio, impostas pela legislao municipal, conhecida como Plano Diretor,Cdigo de Localizao ou Cdigo de Zoneamento. Essa legislao impede, por

    exemplo, a instalao de uma fbrica de fogos de artifcios em uma rea residencial. Em

    outras palavras, preciso que haja a permisso do Poder Pblico para exercer sua

    atividade no local pretendido. Portanto, antes de alugar ou comprar um imvel, ou

    ainda, utilizar sua casa, providencie a consulta de viabilidade na Prefeitura Municipal

    em que ser instalada a sede do estabelecimento.

    3. Consulta sobre o nome da empresa:

    o nome sob o qual o empresrio, individual ou coletivo, exerce e identifica seus

    negcios.

    necessrio verificar se j existe outro negcio com o nome empresarial escolhido.

    Caso haja, necessrio escolher novo nome. Tratando-se de empresrio individual ou

    de sociedade empresria, a consulta feita na Junta Comercial. No caso de Sociedade

    Simples, a consulta feita no Cartrio de Registro Civil de Pessoas Jurdicas. Ainscrio do nome empresarial no registro competente assegura o uso exclusivo do

    nome comercial nos limites do respectivo Estado. Assim, a empresa dever buscar

    proteo nas Juntas de cada estado.

    4. Marca:

    Vale lembrar tambm da marca da empresa, que o nome de um determinado produto,

    mercadoria ou servio capar de indicar sua origem e/ou procedncia. O registro feitojunto ao Instituto Nacional da Propriedade IndustrialINPI.

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    5. Inscrio comercial:

    Tratando-se de empresrio individual e sociedade empresria, este registro ser feito na

    Junta Comercial. No caso de sociedade simples, o registro ser realizado no Cartrio de

    Registro de Pessoas Jurdicas.

    Quando se est criando uma sociedade, seja ela simples ou empresria, necessrio um

    contrato Social, na qual ficam estabelecidas as condies de criao, funcionamento e

    liquidao da sociedade. Em caso de empresrio individual, dever ser entregue, para

    efeitos de registro, o Requerimento de Empresrio devidamente preenchido.

    Enquadramento: poder ser como Micro empresa ou Empresa de Pequeno Porte,

    desde que atenda aos requisitos da legislao especfica.

    Estatuto da Micro Empresa e da Empresa de Pequeno porte: lei n 9.841/99 .

    Lei do simples: lei n 9.317/96.

    6. Inscrio no cadastro nacional de pessoa jurdica :

    feita junto a Secretaria da Receita Federal. Visa a obteno do Carto de identificao

    da Pessoa Jurdica: CNPJ, o antigo CGC. Com a inscrio, a Receita Federal vai saber

    que sua empresa existe e poder cobrar os tributos federais aos quais a sociedade estar

    sujeita.

    7. Inscrio na Previdncia Social:

    obrigada a se cadastrar junto a Previdncia social, para a qual ir recolher

    mensalmente uma contribuio que poder ser levantada nos casos de acidente de

    trabalho, auxlio maternidade, aposentadoria, e outros. O registro feito junto ao INSS

    Instituto Nacional De Seguridade Social.

    8. Socializao de Licena Sanitria:

    obrigatria para a maioria das atividades empresariais, indica que a empresa est

    adequada sanitariamente para explorar sua atividade. Para o caso do ramo de

    alimentao e similares, o rgo responsvel a Vigilncia Sanitria Municipal.

    9. Vistoria das condies de segurana:

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    a vistoria feita pelo corpo de Bombeiros. Tem como objetivo verificar se as condies

    de segurana e proteo contra incndios de sua futura empresa esto adequadas s

    normas mnimas de segurana. Itens como extintores de incndio, sadas de emergncia,

    portas corta fogo e hidrantes so vistoriados.

    10. Obteno do alvar de localizao de Funcionamento:

    Uma vez registrada a empresa, voc dever requerer o alvar de localizao e

    funcionamento junto a Prefeitura Municipal da sua cidade. Porm, antes de ir l,

    informe-se sobre os documentos necessrios, j que eles costumam variar muito de

    municpio para municpio. O alvar o documento que comprova que a empresa tem

    autorizao para funcionar na localidade escolhida.

    11. Inscrio no cadastro fiscal: Secretaria de Finanas

    12. Inscrio estadual: Secretaria da Fazenda

    Tem fins de controle do Imposto sobre Circulao de mercadorias.

    Esta inscrio obrigatria apenas para as empresas comerciais e industriais incidentes

    nos fatos geradores de ICMS. As empresas prestadoras de servios esto dispensadas

    desta etapa.

    13. Inscrio no sindicato Patronal:

    Deve levar em conta a categoria sob a qual o ramo de atividade explorada ser

    enquadrado. A partir da deve-se iniciar o recolhimento do Imposto Sindical. A

    inscrio obrigatria, e seu benefcio consiste na possibilidade de participar das

    decises e defender seus direitos como empresrios. O valor da contribuio calculado

    de acordo com o capital da empresa.

    REGISTROS E AUTORIZAES DIVERSAS

    - Vistoria de Higiene e Segurana do Trabalho: basta ir a Delegacia Regional do

    Ministrio do Trabalho e preencher um impresso prprio.

    - Inscrio na Delegacia Regional do Trabalho: sempre que houver admisso ou

    demisso de empregados, dever ser feita comunicao a Delegacia Regional do

    Trabalho (preencher formulrio prprio na Delegacia).

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    - Autorizao para impresso de documentos fiscais: mesmo que sua empresa esteja

    isenta de pagar ICMS ou ISS, ela dever emitir notas fiscais de venda de mercadoria ou

    de servios, conforme a natureza de suas atividades. A solicitao de autorizao para

    impresso feita na Secretaria da Fazenda Estadual ou Prefeitura Municipal. Na

    primeira se sua atividade for o comrcio de mercadorias, na segunda, se for uma

    prestao de servios.

    - Servio de fiscalizao do exerccio profissional: as sociedades que exeram

    atividades concernentes ao comrcio ou industria de drogas, ervarias, fbricas e

    laboratrios de produtos qumicos, farmacuticos e biolgicos, laboratrios clnicos,

    odontolgicos, de ortopedia e optometria, de fisioterapia e de produtos usados na

    cirurgia e enfermagem, assim como outros semelhantes, devero registrar-se no serviode Fiscalizao do Exerccio Profissional (SFEP), antes de iniciarem as suas atividades.

    - Delegacia Especializada em explosivos, armas e munies: para estabelecimentos

    destinados a fabricao de produtos qumicos. Deve apresentar os seguintes

    documentos: requerimento do alvar, atestado de antecedentes criminais, atestado de

    antecedentes poltico-sociais, carteira de identidade de quem assinar o requerimento e a

    prova de registro na junta comercial.

    - Registro no instituto de fermentao: os fabricantes e importadores de bebidas

    alcolicas devem requerer junto ao Instituto de Fermentao do Ministrio da

    Agricultura.

    - Programa de Integrao social (PIS): toda empresa que tiver empregados deve

    cadastra-los para efeito da participao no Programa de Integrao Social PIS. Desta

    forma, o empregador dever escolher uma agncia bancria, autorizada pela Caixa

    Econmica Federal e localizada no municpio em que tiver sua sede, para efetuar odepsito das contribuies sociais.

    ETAPA 04

    TEORIA GERAL DOS TTULOS DE CRDITO

    Ttulo de crdito o documento necessrio para o exerccio do direito, literal e

    autnomo, nele mencionado.

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    Os elementos fundamentais para se configurar o crdito decorrem da noo

    de confiana e tempo. A confiana necessria, pois o crdito se assegura numa

    promessa de pagamento, e como tal deve haver entre o credor e o devedor uma relao

    de confiana. A temporalidade fundamental, visto que subentende-se que o sentido do

    crdito , justamente , o pagamento futuro combinado , pois se fosse vista , perderia a

    idia de utilizao para devoluo posterior.

    OS TTULOS DE CRDITO

    Embora inicialmente concebido como o direito de uma classe especfica, os

    comerciantes, o direito comercial evoluiu e abrange uma gama enorme de situaes no

    envolvendo comerciantes, sobretudo, a emisso de ttulos de crdito. Modernamente o

    direito comercial encontra sua justificao no na tutela do comerciante, mas na tutela

    do crdito e da circulao de bens ou servios, vale dizer, o fim ltimo do direito

    comercial permitir o bom desenvolvimento das relaes de crdito e das atividades

    econmicas. Dentro dessa concepo, a disciplina dos ttulos de crdito ganha

    importncia, na medida em que eles so os principais instrumentos de circulao de

    riquezas no mundo moderno.

    No direito alemo, costuma-se usar um conceito mais genrico, referindo-se a ttulos decrdito como todos os documentos, cuja apresentao necessria para o exerccio do

    direito a que se referem. Tal conceito extremamente geral, reunindo realidades muito

    distintas que no se contm dentro da mesma regulamentao. Tratar conjuntamente

    cheques e bilhetes de metr extremamente difcil, na medida em que tais situaes no

    so e nem se prestam a ser regulamentadas pelas mesmas regras.

    Martorano assevera que o ttulo de crdito se apresenta como um documento, isto ,

    um ato escrito, do qual resulta a existncia de uma obrigao, assumida pelo subscritor,de efetuar certa prestao a favor de outro sujeito, mais ou menos determinado

    Contudo, o prprio Martorano reconhece que essa definio insuficiente para embasar

    uma teoria geral dos ttulos de crdito.

    Outra formulao feita por Umberto Navarrini que assevera que o ttulo de crdito

    um documento que atesta uma operao de crdito, cuja posse necessria para o

    exerccio do direito que dele deriva e para investir outras pessoas desse direito. Alberto

    Asquini apresenta uma conceituao mais detalhada, asseverando que o ttulo de crdito

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    o documento de um direito literal destinado circulao, idneo para conferir de

    modo autnomo a titularidade de tal direito ao proprietrio do documento e necessrio e

    suficiente para legitimar o possuidor ao exerccio do prprio direito.

    Giorgio de Semo afirma que o ttulo de crdito um documento criado segundo

    determinados requisitos de forma, obedecendo a uma particular lei de circulao,

    contendo incorporado a ele o direito do legtimo possuidor a uma prestao em dinheiro

    ou em mercadorias, que nele mecionada. Engrcia Antunes afirma que o ttulo de

    crdito o documento necessrio para constituir, exercer e transferir o direito literal e

    autnomo nele incorporado.

    No Brasil, Whitaker asseverava que o ttulo de crdito era o ttulo capaz de realizar

    imediatamente o valor que ele representa. A partir deste conceito, aliado ao conceito de

    Vivante, Luiz Emygdio da Rosa Jnior afirma que o ttulo de crdito o documento

    formal capaz de realizar imediatamente o valor nele contido e necessrio ao exerccio

    do seu direito literal e autnomo.

    O conceito mais clssico o de Cesare Vivante, pelo qual, o ttulo de crdito o

    documento necessrio para o exerccio do direito, literal e autnomo, nele mencionado.

    Tal conceito praticamente reproduzido pelo artigo 887, do novo Cdigo Civil, nosseguintes termos O ttulo de crdito,documento necessrio ao exerccio do direito

    literal e autnomo nele contido, somente produz efeito quando preencha os requisitos da

    lei(grifos nossos).

    Conquanto seja um conceito de formulao antiga, acreditamos que o mesmo se presta

    ainda hoje para a definio dos exatos contornos de um ttulo de crdito.

    PRINCPIOS QUE REGEM OS TTULOS DE CRDITO

    Os princpios so normas que ordenam que algo seja realizado na maior medida

    possvel, dentro das possibilidades jurdicas e reais existentes[11]. Os princpios

    representam, portanto, normas gerais com alto grau de abstrao que podem ser

    cumpridas em diferentes graus. Nesse sentido, a cartularidade ou incorporao, a

    literalidade, a autonomia, a abstrao e a independncia representam princpios dos

    ttulos de crdito, os quais podem ser cumpridos em graus diferentes. Alm disso,

    quando houver um conflito destes princpios com outros princpios, como o da boa-f, asoluo do conflito no afastar a validade do princpio no aplicado.

    http://www.ambito-juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=7684#_ftn11http://www.ambito-juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=7684#_ftn11http://www.ambito-juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=7684#_ftn11http://www.ambito-juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=7684#_ftn11
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    Tal princpio uma decorrncia do princpio da cartularidade ou incorporao, na

    medida em que o direito incorporado ao ttulo de crdito existir por si s,

    desvinculando da relao jurdica subjacente. Ele tambm decorre do princpio da

    literalidade, na medida em que o direito ser definido pelo teor literal do ttulo e no

    pelo negcio jurdico subjacente.

    Em ltima anlise, trata-se de uma garantia da circulao do ttulo, na medida em que o

    adquirente do ttulo no precisa conferir o que ocorreu nesse negcio jurdico. Quem

    recebe o ttulo de crdito, recebe um direito abstrato, isto , um direito no dependente

    do negcio que deu origem ao ttulo.

    Contudo, deve haver uma compatibilizao entre esse princpio da abstrao e o

    princpio da boa-f. Tal princpio no pode permitir iniqidades, protegendo credores de

    m-f. Se o credor est de boa-f, ele no deve realmente ser afetado por defesas

    causais, isto , por defesas ligadas ao negcio jurdico. De outro lado, se o credor est

    de m-f, no h motivo para proteg-lo e, por isso, ele poder ser afetado pelo negcio

    jurdico que deu origem ao ttulo.

    Assim sendo, a abstrao no poder ser invocada pelo credor sempre, isto , o credor

    ainda ficar sujeito s excees causais, baseadas no negcio subjacente, quando ele noestiver de boa-f. Essa ausncia de boa-f se apresenta em trs situaes:

    a) quando o credor participou do negcio;

    b) quando o credor tem conhecimento dos vcios do negcio;

    c) quando o credor deveria ter conhecimento dos vcios do negcio.

    1.1 CONCEITOS DE TTULOS DE CRDITO CONFORME O NOVO CDIGO

    CIVIL BRASILEIRO

    O novo Cdigo Civil Brasileiro define como ttulo de crdito o documento necessrio

    ao exerccio do direito literal e autnomo nele contido, e que somente produz efeito

    quando preenche os requisitos da lei.Os ttulos de crdito contm no mnimo dois sujeitos envolvidos: o emitente (devedor)

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    ou sacador e o beneficirio (credor). Em alguns casos, existe ainda a figura do sacado,

    um intermedirio encarregado de pagar ao beneficirio o valor constante no ttulo.

    Os ttulos de crdito so regulados pelo direito cambirio ou cambial. Segundo este

    ramo do direito, o crdito passa de um sujeito a outro facilmente, no estando vinculado

    a determinado negcio ou a excees pessoais que um dos plos possa ter contra o

    outro.

    O ttulo de crdito representa o direito de receber do credor e o dever de pagar do

    devedor, sendo autnomo da relao jurdica que lhe deu origem e, por essa razo, pode

    ser transferido livremente de um credor a outro, seja pela simples entrega (tradio),

    seja por assinatura de um possuidor em favor de outro (endosso).

    Caractersticas do ttulo de crdito

    Negociabilidade: facilidade com que o crdito pode circular. Quando algum emite um

    ttulo de crdito, no est fazendo uma promessa de pagamento dirigida exclusivamente

    ao beneficirio original, mas para pessoa indeterminada que, na data do vencimento,

    esteja com a posse do ttulo.

    Executividade: os ttulos gozam de maior eficincia em sua cobrana. So ttulos

    executivos extrajudiciais (art. 585, I, do Cdigo de Processo Civil Brasileiro). Basta,

    pois, sua apresentao em Juzo para que se d incio ao processo de execuo

    (cobrana), ficando dispensada a prvia ao de conhecimento.

    Cartularidade: de acordo com o princpio da cartularidade, a execuo somente poder

    ser ajuizada se acompanhada do ttulo de crdito original. As nicas defesas possveis

    do executado (devedor) sero aquelas fundadas em defeito de forma do ttulo ou falta de

    requisito necessrio ao exerccio da ao.

    Princpios do ttulo de crdito

    Cartularidade ou incorporao: esse princpio expressa a materializao ou incorporao

    do direito de crdito no ttulo. Enquanto o documento ou crtula corporifica o direito a

    um crdito, a obrigao que ele deu origem torna-se uma relao extra cartular.

    Portanto, quem detm o ttulo tem legitimidade para exigir o cumprimento do crdito

    nele incorporado, independentemente de o fato que motivou a expedio do ttulo seja

    legtimo ou no.

    Literalidade: o ttulo de crdito um documento escrito e somente se levar em

    considerao aquilo que estiver nele expressamente escrito.

    Autonomia: o que efetivamente circula o ttulo e no o direito que ele representa, ouseja, o possuidor do ttulo exerce direito prprio que no se vincula s relaes entre os

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    possuidores anteriores e o devedor. As obrigaes representadas pelos ttulos de crdito

    so independentes entre si, sendo uma delas nula ou anulvel, tal efeito no poder

    influir na validade e eficcia das demais obrigaes.

    Abstrao: consiste na separao da causa ao ttulo por ela originado. Pode se ter

    embasado a emisso do ttulo numa compra e venda, um contrato de mutuo, de aluguel,

    etc. No ttulo emitido poder ou no constar esta obrigao. Quando essa relao inicial

    no for mencionada no ttulo este se torna abstrato em relao ao negcio original. Ele

    passa a circular sem qualquer ligao com a causa que lhe deu origem. Em oposio a

    tais ttulos, existem os ttulos causais, ou seja, aqueles que expressamente declaram a

    relao jurdica que a eles deu causam. A duplicata um exemplo disso, ela s pode ser

    emitida em decorrncia de uma venda efetiva de mercadoria ou prestao de servio, os

    quais se encontram discriminados no ttulo. Porm, causal apenas na sua origem, visto

    que, aps ser colocada em circulao, torna-se independente do negcio originrio.

    Legalidade ou tipicidade: os ttulos de crdito esto definidos em lei, de modo que

    somente tero valor se preenchidos os requisitos legais necessrios.

    Terceiros de boa-f

    Em relao aos possuidores de boa-f que se sucederem ao credor originrio pela

    corrente de endossos, o fundamento da obrigao est na sua assinatura constante do

    ttulo, que o vincula indissoluvelmente ao pagamento daquele crdito ao portador.O

    subscritor do ttulo,dessa maneira, somente poder opor contra o possuidor de boa-f os

    vcios formais da crtula ou de seu contedo literal.

    Fontes do direito cambial

    Existem duas teorias que tratam do momento da constituio da obrigao cambial. A

    teoria da criao desenvolvida por Becker, Seigel e Kuntze, defende que o direito

    decorre to somente da criao do ttulo. O devedor, por ato unilateral de vontade, passa

    a dispor da parcela do seu patrimnio exposta no ttulo, em proveito daquele que o

    portar. Assim, como consequncia, o ttulo exigvel ainda que tenha entrado em

    circulao contra a vontade de seu emissor, e a obrigao de pag-lo nascer com o

    aparecimento do futuro portador. Em contraposio existe a teoria da emisso,

    formulada por Stobbe e Windsheid, que entenderam que somente com a efetiva entrega

    do ttulo pelo seu subscritor, de forma voluntria, ao beneficirio ou tomador que

    nasce a obrigao cambial. Assim, a simples criao, sem a afetiva entrega ao

    beneficirio, no suficiente para vincular o criador dvida. Um ttulo postofraudulentamente em circulao no hbil para gerar obrigao ao emitente. O Cdigo

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    civil no adotou nenhuma das teorias de forma pura. O art. 905 dispe que: "A

    prestao devida ainda que o ttulo tenha entrado em circulao contra a vontade do

    emitente"condizente com a teoria da criao. Por outro lado, permite-se que o criador

    recupere o ttulo das mos de quem o furtou o que seria indicativo da teoria da

    emisso.

    CONCEITO DO PRINCIPIO DE CATULARIDADE

    A Cartularidade aplicada aos Titulo de Crditostrata-se da necessidade do documento

    em mos, ou seja, a existncia fsica do ttulo, a crtula. Para facilitar lembre-se que os

    ttulos so papeis e h dentro das espcies deste produto diversos tipos como a cartolina,ou seja, essa ltima uma espcie de papel e a crtula um papel com requisitos

    formais-legais antedidos.

    Peloprincpio da Cartularidade para que o credor de certo Ttulo de Crditopossa

    exera seu direitorepresentado na crtula (no instrumento de crdito chamado, cheque,

    duplicata, nota promissria, etc) indispensvel que se encontre na posse do

    documento.Sem a posse da crtula pelo credor, mesmo que a pessoa seja efetivamentecredora, no h o exerccio do direito ao recebimento do crdito.

    Imaginemos por exemplo, um comerciante (credor) que possui uma nota promissria

    emitida por certo cliente (devedor). O credor no poder cobrar, amigvel ou

    judicialmente, o crdito representado pelo ttulo de crdito (nota promissria emitida

    pelo cliente) apresentando somente a fotocpia do ttulo, por exemplo, ainda que essa

    seja autenticada.

    Essaimpossibilidade de exercer o direito de crdito sem a presena fsica da crtulavisa

    evitar, por exemplo, que haja cobranas em duplicidade referente a um mesmo ttulo

    que eventualmente teve sua propriedade transferida para terceiros como forma

    de pagamento, por exemplo.

    Resumindo oprincpio da Cartularidade a presena real do ttulo de crdito

    primariamente emitido pelo devedor ao credor.

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    DIVERGNCIAS QUANTO AO PRINCPIO DA CARTULARIDADE DE

    TTULOS DE CRDITO

    Mesmo diante da claridade do conceito de cartularidade aplicada aos ttulos de crdito,

    ressaltamos queh na doutrina alguma discusso no sentido de que esse princpio dacartularidade estaria sendo mitigado pela presena dos ttulos

    de crditos eletronicamente emitidoscomo duplicatas escriturais ou notas promissrias

    escriturais.

    Mas essa discusso no alcana relevncia no mundo dos concursos pblicosj que do

    ponto de vista tcnico-jurdico o ttulo de crdito ainda documento formal, ou seja,

    que para ser devidamente vlido precisa conter certas informaes

    e caractersticas determinadas pela lei dentre estas a assinatura do emitente do ttulo.

    Assim, a necessidade de assinatura na crtula descaracterizaria apossibilidade de no

    se aplicar o princpio da cartularidade aos ttulos eletronicamente emitidos, havendo,

    com isso, a necessidade de arquivamento do documento assinado pelo devedor, por

    exemplo.

    Mesmo aAssinatura Eletrnica no tornaria o ttulo eletrnico vlida. Essa ferramenta

    atualmenteimpossibilita a circulao dos ttulos, j que, ao transferirmos um ttulo de

    crdito para terceiros, a imposio de uma segunda assinatura eletrnica iria apagar a

    assinatura do primeiro avalista, ou endossante, por exemplo.

    Assim questes de concursos a respeito dosttulos de crdito eletrnico resumem-se a

    questes abertas em concursos muito especializados na rea empresarial ou bancria

    para nvel superiorno havendo muitas brechas para questes objetivas.

    Destacamos ainda que o artigo 889 em seu pargrafo 3, do Cdigo Civil permite acriao de ttulos de crdito em computador, mas isso implica na necessidade de

    seimprimir o ttulo, assin-lo e assim ele poder circular. Vejamos o texto da lei nesse

    ponto:

    Art. 889. Deve o ttulo de crdito conter a data da emisso, a indicao precisa dos

    direitos que confere, e a assinatura do emitente.

    1o

    vista o ttulo de crdito que no contenha indicao de vencimento.

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    2oConsidera-se lugar de emisso e de pagamento, quando no indicado no ttulo, o

    domiclio do emitente.

    3oO ttulo poder ser emitido a partir dos caracteres criados em computador ou meio

    tcnico equivalente e que constem da escriturao do emitente, observados os requisitosmnimos previstos neste artigo.

    Assim, no h possibilidade de se falar emmitigao do princpio da cartularidade de

    forma incisivaainda.

    C) CONCEITO DO PRINCPIO DA LITERALIDADE

    Alm da autonomia das obrigaes, elemento fundamental para a configurao de um

    ttulo a literalidade, que significa que o direito representado pelo ttulo tem seu

    contedo e seus limites determinados nos precisos termos do ttulo vale dizer, somente

    o que est escrito no ttulo deve ser levado em conta. Assim, deve haver uma especial

    ateno na leitura do ttulo, pois do mesmo decorrero todos os direitos e obrigaes.

    A literalidade existe justamente pela autonomia do direito nascido do ttulo em relao

    aquele derivado da relao fundamental, ora, sendo autnomo, toda sua extenso deve

    decorrer do prprio ttulo. Tudo que h de cambirio est no ttulo, se bem que tudo

    que pode estar no ttulo no seja cambirio. H que se ressaltar que a literalidade

    tambm resta preenchida pela referncia a documentos ulteriores, as clusulas

    destinadas a regular o direito vm tambm sempre mencionadas no ttulo, seja tambm

    atravs de uma referncia.

    A literalidade opera tanto contra como a favor do subscritor, na medida quem que esse

    no pode opor excees constantes de documentos extras cartulares, a no ser que o

    portador tenha sido parte na relao. E de outro lado o portador no pode exigir do que

    consta literalmente do ttulo.

    Em sntese, a literalidade d a certeza quanto natureza, ao contedo e a modalidade da

    prestao prometida ou ordenada.

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    d) CONCEITO DO PRINCPIO DA AUTONOMIA E ABSTRAO

    Pelo princpio da abstrao, o ttulo de crdito se desvincula do negcio jurdico que lhe

    deu origem, isto , questes relativas a esse negcio jurdico subjacente no tm o

    condo de afetar o cumprimento da obrigao do ttulo de crdito. No importa aorigem do ttulo, ele existe abstratamente, completamente desvinculado da relao

    inicial. No se leva em conta a no ser o ttulo, sendo irrelevante o que imps sua

    emisso.

    Tal princpio uma decorrncia do princpio da cartularidade ou incorporao, na

    medida em que o direito incorporado ao ttulo de crdito existir por si s,

    desvinculando da relao jurdica subjacente. Ele tambm decorre do princpio da

    literalidade, na medida em que o direito ser definido pelo teor literal do ttulo e no

    pelo negcio jurdico subjacente.

    Em ltima anlise, trata-se de uma garantia da circulao do ttulo, na medida em que o

    adquirente do ttulo no precisa conferir o que ocorreu nesse negcio jurdico. Quem

    recebe o ttulo de crdito, recebe um direito abstrato, isto , um direito no dependente

    do negcio que deu origem ao ttulo.

    Contudo, deve haver uma compatibilizao entre esse princpio da abstrao e o

    princpio da boa-f. Tal princpio no pode permitir iniqidades, protegendo credores de

    m-f. Se o credor est de boa-f, ele no deve realmente ser afetado por defesas

    causais, isto , por defesas ligadas ao negcio jurdico. De outro lado, se o credor est

    de m-f, no h motivo para proteg-lo e, por isso, ele poder ser afetado pelo negcio

    jurdico que deu origem ao ttulo.

    Assim sendo, a abstrao no poder ser invocada pelo credor sempre, isto , o credor

    ainda ficar sujeito s excees causais, baseadas no negcio subjacente, quando ele no

    estiver de boa-f. Essa ausncia de boa-f se apresenta em trs situaes:

    a) quando o credor participou do negcio;

    b) quando o credor tem conhecimento dos vcios do negcio;

    c) quando o credor deveria ter conhecimento dos vcios do negcio.

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    02-CONSIDERAES FINAIS

    O ATPS de Direito Empresarial foi um grande desafio, para elaborar o trabalho todo em

    si.Mas teve um grande ensinamento e conhecimento dos assuntos em si, que so vrios

    temas que abordam o tema si num todo.

    Foi um timo aprendizado com a colaborao de todos da equipe em si.

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    4- REFERNCIAS

    WEBGRFICAS

    ARNOLDI, Paulo Roberto Colombo; MICHELAN, Tas Cristina de Camargo. Novos enfoques da funosocial da empresa numa economia globalizada. Revista de Direito Mercantil, Industrial, Econmico eFinanceiro. Ano XXXIX, n 117, janeiro/maro de 2000 pp. 157/162

    PINHEIRO, Adriano Martins.Noes bsicas acerca do Direito Empresarial.Disponvel em

    . Acesso em: 07 set. 2011.

    MALHEIROS, Rita de Cssia da Costa; FERLA, Luiz Alberto; CUNHA, Cristiano J.C. de Almeida.

    Viagem ao Mundo do Empreendedorismo1 Edio2003Florianpolis, SCIEA

    Instituto de Estudos Avanados. (www.iea.org.br)

    ROQUE, Sebastio Jos. Ttulos de crdito.So Paulo: cone, 1997. Acesso em:29 de novembro 2013.

    http://www.artigonal.com/doutrina-artigos/nocoes-basicas-acerca-do-direito-empresarial-1360124.htmlhttp://www.artigonal.com/doutrina-artigos/nocoes-basicas-acerca-do-direito-empresarial-1360124.htmlhttp://www.ambito-juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=7684http://www.ambito-juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=7684http://www.ambito-juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=7684http://www.ambito-juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=7684http://www.artigonal.com/doutrina-artigos/nocoes-basicas-acerca-do-direito-empresarial-1360124.htmlhttp://www.artigonal.com/doutrina-artigos/nocoes-basicas-acerca-do-direito-empresarial-1360124.html