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ATOMÍSTICA Modelos Atômicos de Bohr ao “átomo moderno”. Prof. Italo Mammini Filho

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Page 1: ATOMÍSTICA Modelos Atômicos de Bohr ao átomo moderno. Prof. Italo Mammini Filho

ATOMÍSTICA

Modelos Atômicos

de Bohr ao “átomo moderno”.

Prof. Italo Mammini Filho

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O que fazem os elétrons no átomo de Rutherford?

No “modelo planetário”, os elétrons ocupam uma grande região ao redor do núcleo. Estariam eles em movimento ou parados?

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Se o elétron estivesse parado, seria atraído pelo núcleo.

Em ambos os casos o átomo entraria em colapso imediatamente!

Em movimento emitiria energia continuamente e, segundo a física clássica...

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Para entender o que vem por aí...

Energia radiante (ou eletromagnética) possui caráter ondulatório.

c = x

Velocidade de propagação.

Comprimento de onda.

Freqüência

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A energia radiante inclui luz visível, radiação infravermelha e ultravioleta, ondas de rádio, raios X, microondas...

... e se propaga com velocidade constante (c).

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A luz branca é uma mistura de ondas eletromagnéticas de todas as freqüências no espectro visível.

Quando um gás é aquecido (ou atravessado por eletricidade) emite luz, porém essa luz passando por um prisma não produz um espectro contínuo...

... mas um conjunto de “linhas espectrais”, em que cada uma é produzida por luz de um comprimento de onda particular.

Luz branca.

Luz emitida pelo hidrogênio.

sódio

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Hidrogênio.

Hélio.

Neônio.

Oxigênio.

Essas linhas funcionam como uma verdadeira “impressão digital” do elemento.

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E várias séries de linhas espectrais podem ser obtidas para um mesmo elemento...

Linhas espectrais para o hidrogênio.

Luz visível.

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Os comprimentos de onda da luz () responsáveis pelas linhas na série de Balmer para o hidrogênio, obedecem a relação:

Em que “n” é um número inteiro maior ou igual a 3 e “R” é a constante de Rydberg.

A mesma equação, com pequenas alterações, poderia ser usada para obter os comprimentos de onda nas outras séries...

POR QUÊ?Série de Lyman

Série de Paschen

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No início do século XX...

Max Planck Albert Einstein

... foi demonstrado que a energia é “quantizada”, sendo enviada em “pacotes” de ondas carregadas pelos fótons.

A energia de um fóton é calculada pela expressão: E = h x

Em que “h” é a constante de Planck = 6,63 x 10 -34 J x s.

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Já sabemos que: c = x e: E = h x

Então: Efóton = h x c

“A energia de um fóton é inversamente proporcional ao seu comprimento de onda (“c” e “h” são constantes).

Haveria alguma relação entre a energia de um elétron e o comprimento de onda da luz emitida por um átomo?

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12Niels Bohr

Um gás emite luz quando uma corrente elétrica passa através dele...

...porque os elétrons que compõem seus átomos primeiro absorvem energia da eletricidade...

...e posteriormente a liberam sob a forma de luz.

Mas a radiação emitida é limitada para um certo comprimento de onda...

...então um elétron em um átomo pode ter somente certas quantidades específicas de energia.

Ou seja, a energia de um elétron é quantizada!

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Um elétron em um átomo só pode ter um valor de energia.

Um átomo tem um conjunto de “energias quantizadas” (ou “níveis de energia”) disponível para seus elétrons.

Portanto, cada nível tem uma “população” máxima de elétrons.

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Normalmente, os elétrons de um átomo estão no mais baixo nível energético disponível (mais estáveis).

A isso chamamos “estado fundamental”.Ao receber energia (de uma

descarga elétrica, por exemplo):

“estado excitado”.

A diferença de energia dos níveis é a própria energia do fóton.

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Desse modo, o comprimento de onda da radiação emitida também tem um valor único.

Isso explicaria as diferentes linhas espectrais observadas.

São várias “transições ” possíveis:

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Bohr foi capaz de obter a equação de Rydberg (série de Balmer), bem como o valor numérico da constante usada naquela expressão (R).

Infelizmente sua teoria apresentou falhas, mas o uso do conceito de energia quantizada para o elétron tem sobrevivido até hoje.

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Estudando o espectro de emissão do átomo de hidrogênio com técnicas mais avançadas:

Arnold Sommerfeld percebeu que as linhas espectrais não eram únicas, mas formadas por conjuntos de linhas muito próximas umas das outras.

Isso ajudou a corrigir problemas apresentados pelo modelo proposto por Niels Bohr.

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Para várias linhas espectrais, várias órbitas...

Sommerfeld utilizou um número, chamado de “número quântico secundário ou azimutal” (l) para representá-las.

Para cada “n”, n possíveis valores de “l”.

Foi determinado que o número máximo de elétrons num subnível é dado por: 2 (2 l + 1).

Subníveis de energia.

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Aos subníveis foram dados nomes:

Nome Valor de “l” 

Capacidade:2 (2 l + 1)

“s” (sharp) 0 2

“p” (principal) 1 6

“d” (diffuse) 2 10

“f” (fundamental) 3 14

“g” 4 18

“h” 5 22

“i” 6 26

Esses nomes são relativos aos orbitais correspondentes (falaremos neles daqui a pouco).

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Se, em cada nível de número quântico principal “n” existem “n” subníveis:

K : 1

L : 2

M : 3

N : 4

O : 5

P : 6

Q : 7

NÍVEIS Subníveis

1s

2s 2p

3s 3p 3d

4s 4p 4d 4f

5s 5p 5d 5f 5g

6s 6p 6d 6f 6g 6h

7s 7p 7d 7f 7g 7h 7i

O nível mais próximo do núcleo tem a letra “K” de kernel (caroço); os demais seguem ordem alfabética.

Capacidade máxima

2

8

18

32

50

72

98

x = 2 n2

R : 8 8s 8p ... 128

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Como “ordenar” os subníveis de energia?

ESTABILIDADE

ENERGIA

Suponha que, num átomo de hidrogênio, um elétron receba energia e “salte” para o subnível 4s:

1s

4s

Ao retornar à posição original, o elétron libera energia na forma de onda eletromagnética...

1s

4s

...cujo comprimento de onda () é de 97,2 nm.

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A freqüência correspondente () é calculada por: = c /

= 3,00 x 109 m/s / 97,2 x 10-9 m.

= 3,09 x 1015 s-1 ou 3,09 x 1015 Hz.Mas a energia do fóton é dada por:

E = h x

Então:

E = 6,63 x 10-34 J x s x 3,09 x 1015 s-1.

E = 2,05 x 10-18 J ou 12,8 eV.1s

4s

E = 12,8 eV.

Fazendo o mesmo para os demais subníveis, é possível colocá-los em ordem crescente de energia.

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“Se adicionarmos 1 elétron a um átomo com número atômico Z, teremos a configuração do elemento com número atômico (Z + 1).”

Princípio Aufbau.

Subníveis

1s

2s 2p

3s 3p 3d

4s 4p 4d 4f

5s 5p 5d 5f 5g

6s 6p 6d 6f 6g 6h

7s 7p 7d 7f 7g 7h 7i

Linus C. Pauling (1901 – 1994)

K : 1

L : 2

M : 3

N : 4

O : 5

P : 6

Q : 7

NÍVEIS

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Observe um exemplo de distribuição eletrônica por subníveis (Princípio Aufbau):

Seja o elemento Fe (Z = 26):

Subníveis

1s

2s 2p

3s 3p 3d

4s 4p 4d 4f

5s 5p 5d 5f 5g

6s 6p 6d 6f 6g 6h

7s 7p 7d 7f 7g 7h 7i

1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d6

Caso fosse o cátion Fe2+:

1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d6

1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 3d6

1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 3d6 4s2

Em ordem de camadas:

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A idéia de órbita é questionada...

Werner Heisenberg (1901 – 1976)

“É impossível determinar simultaneamente a posição e a velocidade de um elétron” (Princípio da Incerteza).

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E também o comportamento do elétron...

Louis de Broglie (1892 – 1987)

“Se ondas eletromagnéticas comportam-se como partículas, uma partícula em movimento deve ter características ondulatórias”.

= hm x v

E = m x c2.

E = h x m x c2 = h x

Mas, c = x

Então:

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Então, se não há órbita...

“Existe uma região em torno do núcleo na qual a probabilidade de se encontrar um elétron é máxima”.

Esse é o conceito de orbital.Usando equações de onda...

Erwin Schrödinger (1887 – 1961)

Schrödinger consegue descrever o elétron num átomo de hidrogênio...

...e, juntamente com Heisenberg, é considerado fundador da mecânica quântica.

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Se a eletrosfera está “dividida” em níveis...

K

L

M

N...esses em subníveis...

1s

2s 2p

3s 3p 3d

4s 4p 4d 4f

... e os subníveis em orbitais...

... quantos elétrons “caberiam” num orbital?

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Átomos de prata têm um elétron desemparelhado (isolado, pelo Princípio de Aufbau):

O fato de eles sofrerem desvio ao passar em um campo magnético significa que são dotados de “spin”.

Wolfgang Pauli (1900 – 1958)

“Um orbital comporta no máximo dois elétrons, desde que tenham spins contrários (antiparalelos)”.

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Isso é explicado porque...

Repulsão elétrica

Atração magnética

Portanto, não importa o formato do orbital, sua capacidade máxima é sempre a mesma.

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Falando em formatos...Orbitais “s”

Orbital “p”

Subnível “p”

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Orbitais “d”

Orbital “f”

Representação esquemática de um orbital qualquer:

Elétrons com spins contrários.

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Temos, então, um “panorama” da eletrosfera de um átomo:

... que são formados por subníveis...

K

L

M

N

Existem os níveis...

1s

2s 2p

4s

3s 3p 3d

4p 4d 4f

... e esses pelos orbitais...

...que comportam no máximo dois elétrons cada um.

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Cada elétron num átomo é “identificado” por um conjunto de números quânticos:

Nome Símbolo Característicaespecificada

Informaçãofornecida

Valores possíveis

Principal n Nível Distância emrelação ao núcleo

1, 2, 3, 4, 5, 6, ...

Azimutal(secun-dário)

l Subnível Forma do orbital 0, 1, 2, 3, ... (n-1)

Magnético ml Orbital Orientaçãodo orbital

- l, ..., 0, ..., +l

Spin ms Spin Spin + 1/2, - 1/2

“Não existem dois elétrons num átomo com o mesmo conjunto de números quânticos (Princípio da Exclusão de Pauli)”.

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Finalmente, vejamos a distribuição de elétrons por orbitais:

15P: 1s2 2s2 2p6 3s2 3p3Subnível mais energético.

“Os elétrons num mesmo subnível tendem a permanecer em orbitais separados com spins paralelos”.

“REGRA DE HUND”

27Ni: 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d7 n = 3

l = 2

m = - 1 s = + 1/2 ou – 1/2