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Atividades organizadoras de ensino: análise à luz dos pressupostos teórico-
metodológicos da semiótica discursiva
Marion Rodrigues Dariz
(Universidade Católica de Pelotas – UCPel)
Fabiane Villela Marroni
(Universidade Católica de Pelotas – UCPel)
Resumo: Este trabalho tem como objetivo apresentar trechos de algumas atividades produzidas
por estudantes do Ensino Fundamental, partindo da proposta de Atividade Orientadora de
Ensino - AOE (MOURA 1996a, 2002, 2010) - uma forma de organização da atividade de
ensino-aprendizagem que, sustentada pelos pressupostos da Teoria Histórico-Cultural, se
apresenta como uma possibilidade para realizar a atividade educativa, tendo por base o
conhecimento produzido sobre os processos humanos de construção de conhecimento. As
produções das AOE são produtos da leitura de narrativas curtas de autores brasileiros de
referência na literatura. São elas: produção de book trailers, de poesias de cordel e de histórias
em quadrinhos, gravação de curtas-metragens, com base em roteiro escrito pelos próprios
alunos a partir dos contos, e confecção de cartazes de divulgação. Assim, essas tarefas surgem
como uma proposta para ensinar e incentivar nossos aprendentes a ler e escrever, utilizando-
se, para tanto, de diferentes recursos tecnológicos. Como base teórico-metodológica de análise,
foram utilizados os pressupostos da Semiótica Discursiva de Greimas e seus colaboradores,
por ser uma teoria que se encarrega de investigar diferentes linguagens e que procura conhecer
a maneira pela qual o sentido do texto é construído.
Palavras-chave: Atividade Organizadora de Ensino; Processo Ensino-aprendizagem;
Narrativas Curtas; Semiótica Discursiva.
Abstract: This paper aims to present excerpts from some of the activities produced by
Elementary School students, starting from the proposal of Teaching Guiding Activity - AOE
(MOURA 1996a, 2002, 2010) - a form of organization of the teaching-learning activity that,
supported by assumptions of the Historical-Cultural Theory, presents itself as a possibility to
carry out the educational activity, based on the knowledge produced on the human processes
of knowledge construction. The productions of the AOE are products of the reading of short
narratives of Brazilian authors of reference in the literature. They are: production of book
trailers, string poetry and comic strips, recording of short films, based on a script written by
the students themselves from the short stories, and the creation of publicity posters. Thus, these
tasks emerge as a proposal to teach and encourage our learners to read and write, using, for
that, different technological resources. As a theoretical-methodological basis of analysis, the
assumptions of Discursive Semiotics of Greimas and their collaborators were used, because it
is a theory that is in charge of investigating different languages and that seeks to know the way
in which the meaning of the text is constructed.
Keywords: Teaching Organizing Activity; Teaching-learning Process; Short Narratives;
Discursive Semiotics.
Introdução
Tendo por base os estudos de Moura (2001, 2010), sobre Atividade Orientadora1 de
Ensino, o objetivo deste trabalho é descrever, com certos detalhes, as etapas de “Atividade
Organizadora de Ensino” (AOE), uma proposta como forma de organizar a atividade de
ensino-aprendizagem, de modo a incentivar nossos alunos das séries finais do Ensino
Fundamental (8ª série/9º ano) à leitura de autores da literatura brasileira de forma diferente.
Para tanto, surge o projeto de sala de aula com atividades envolvendo a leitura e a produção de
gêneros distintos utilizando mídias digitais. Acreditamos que o trabalho com essa diversidade
de gêneros textuais pode auxiliar os alunos a desenvolverem as habilidades e competências em
leitura e contribuir para que esses educandos se envolvam com temas variados e, esses textos,
por trabalharem com diferentes linguagens, aliados ao uso das tecnologias, vão ao encontro
dessa proposta e colaboram para despertar o interesse desse aluno para a prática leitora.
Não é novidade para os professores que os documentos nacionais de referência que
norteiam/regem a educação assinalam como responsabilidade da escola tentar expandir o
“letramento” dos alunos, com o objetivo de fazê-los interagir com textos diversos, práticas
cotidianas, de maneira efetiva, interpretando-os e/ou produzindo-os. Começamos, então, nosso
percurso tentando resgatar o sentido de letramento no contexto educacional brasileiro. O
“letramento” foi definido pelos PCN como o “produto da participação em práticas sociais que
usam a escrita como sistema simbólico e tecnologia” (BRASIL, 1998. p.19) e vai além,
afirmando que “são práticas discursivas que precisam da escrita para torná-las significativas,
ainda que, às vezes, não envolvam as atividades específicas de ler ou escrever”. Soares (2004)
assevera que letramento é “entendido como o desenvolvimento de comportamentos e
habilidades de uso competente da leitura e da escrita em práticas sociais” (SOARES, 2004,
p.20).
No que tange à formação leitora, nos PCN de Língua Portuguesa,
[...] o trabalho com leitura tem como finalidade a formação de leitores
1 Atividade Orientadora de Ensino é aquela que se estrutura de modo a permitir que os sujeitos interajam, mediados
por um conteúdo negociando significados, com o objetivo de solucionar coletivamente uma situação-problema.
(Moura, 2001, p.155)
competentes e, consequentemente, a formação de escritores2 pois a
possibilidade de produzir textos eficazes tem sua origem na prática de leitura,
espaço de construção da intertextualidade e fonte de referências
modelizadoras. A leitura, por um lado, nos fornece a matéria-prima para a
escrita: o que escrever. Por outro, contribui para a constituição de modelos:
como escrever (BRASIL, 1997, p. 53).
Pensando nessa formação de um leitor crítico, é que se insere esta proposta na qual se
busca a valorização de textos literários para “evocar o imaginário do leitor” e não como um
“pretexto” para fins gramaticais. Para tanto, faz-se necessária uma mudança de postura por
parte do professor, pois se os textos da contemporaneidade mudaram, as
competências/capacidades de leitura e produção de textos exigidas para participar de práticas
de letramento atuais não podem ser as mesmas (ROJO, 2013, p.8). Vemos, assim, que se requer
um novo letramento; temos um novo desafio: letrar uma nova geração de aprendizes que estão
crescendo e vivenciando os avanços das tecnologias da informação e comunicação (XAVIER,
2005). Torna-se necessário ensinar-lhes a ler imagens, integrar textos verbais e visuais
(linguagem sincrética). Temos aí um novo tipo de letramento: o letramento multimodal.
Para Barton e Lee (2015, p.27), “o letramento pode ser uma poderosa lente para
examinar a mudança das práticas sociais. Isto inclui o impacto das novas tecnologias, uma vez
que o envolvimento com textos de vários tipos é central na vida online.” Assim, levando em
consideração esse “mundo online”, “os estudos de letramento experimentaram ‘uma virada
digital’” (MILLS, 2010), permanecendo de toda forma centrais, já que “parte da internet é
mediada por atividades letradas: ela é escrita e lida”.
Atividade organizadora de ensino: percurso trilhado
Nossa tentativa inicial com a proposta da AOE é de atingir o objetivo de tornar os alunos
proficientes naquilo que leem e escrevem. Para isso, a professora-pesquisadora começa a traçar
o percurso a ser trilhado. Então, a partir do segundo trimestre de cada ano letivo, começa
efetivamente o desenvolvimento das atividades com as turmas dos anos finais do Ensino
Fundamental de uma escola pública da cidade de Pelotas as quais são desafiadas a ler, interagir
e aplicar o conhecimento que têm da tecnologia, muitas vezes adquirido fora do ambiente da
2Como os próprios PCN trazem em nota de rodapé “Não se trata, evidentemente, de formar escritores no sentido
de profissionais da escrita e sim de pessoas capazes de escrever com eficácia.” (1997, p.40)
sala de aula, para a efetivação da proposta. Para tanto, descrevemos a seguir, em detalhes, essas
atividades (AOE).
Primeiramente, para a execução do trabalho, dividem-se os estudantes em grupos de 3
a 4 componentes e sorteia-se um conto para cada grupo. Distribui-se, então, o texto para a
leitura e, em seguida, propõe-se o estudo do período literário do qual esses autores fazem parte.
Os alunos pesquisam sobre o contexto histórico da época, as principais características desse
período, os principais autores e obras e, principalmente, dedicam-se ao estudo pormenorizado
dos autores cujas obras serão lidas e do conto a ser estudado. Importante ressaltar que a escolha
por contos se deve ao fato de serem narrativas curtas e de fácil aceitação. Após pesquisa, sob
mediação da professora, o grupo prepara os principais tópicos em slides, para apresentação aos
demais colegas da turma durante um seminário marcado antecipadamente, tendo por finalidade
o desenvolvimento cognitivo de todos e a aprendizagem conjunta. Para esse seminário já é
exigido dos grupos o uso das mídias/tecnologias. Alguns grupos preparam as apresentações em
slides no Power Point, mas grande parte opta pelo MovieMaker3 – apresentação em forma de
vídeo, ainda que alguns optem pelo uso do Prezi e façam apresentações como o exemplo
abaixo. Com o uso de diferentes tecnologias, vemos maior interesse de nossos alunos,
envolvidos nas aulas de Língua Portuguesa e Literatura, responsáveis por sua aprendizagem.
Dá-se, de certa forma, a construção de sentido por meio do texto literário.
Apresentação seminário sobre pré-modernismo, Monteiro Lobato e obra Urupês
Disponível em https://prezi.com/fw4ulmyi4q0c/apresentacao-do-conto-bucolica-da-obra-urupes-de-monteiro-lobato/
Como já mencionado, a professora tem o cuidado de não somente pedir que o aluno leia
atentamente o texto, vai além, tenta mediar esse processo, procura orientá-lo do que é
3É um software de edição de vídeos da Microsoft. Atualmente faz parte do conjunto de aplicativos Windows Live.
É bastante utilizado, possui uma interface bastante amigável e de fácil usabilidade, o que facilita que pessoas sem
muita experiência em informática possam fazer edições, adicionar efeitos de transição, textos personalizados e
áudio nos seus filmes.
necessário observar, pois é preciso ensinar o aluno a ler, pois como é assegurado por Fiorin
(2013, p.9) “a sensibilidade não é um dom inato, mas algo que se cultiva e desenvolve”.
Durante esse seminário, fica acordado com os educandos antecipadamente que estamos
em um momento formal, diferente de uma conversa no recreio com o colega; que cabe, assim,
boa oralidade e uma “postura adequada” 4 na apresentação. Todos os grupos apresentam o
trabalho abordando principalmente sobre a narrativa estudada relacionando com os
aspectos/características do período literário e contexto histórico no qual a obra se insere. Além
disso, como cada grupo apresenta um conto, os demais alunos formulam questionamentos ou
fazem acréscimos aos trabalhos dos colegas. Têm-se, assim, as primeiras etapas concluídas.
Percebe-se o envolvimento dos alunos com o trabalho, cujo objetivo, neste momento, é
promover a interação como forma de crescimento e interlocução, visto que nossa sala de aula
ainda hoje é vista como um espaço no qual o professor detém o conhecimento e ao aluno o
transmite. Com base em minhas percepções, tal envolvimento acontece porque eles se sentem
“afetados” positivamente pelo trabalho, pois é uma atividade que faz sentido para eles, ou
seja, algo que lhes produz sentido.
Tais “afetações”, tais efeitos de sentido são produzidos pela proposta de trabalho da
professora-pesquisadora (destinador) de modo a levá-los (sujeitos/destinatários) a crer e aceitar
o percurso da proposta. É estabelecido um contrato fiduciário, em que o destinador manipula
os sujeitos, levando-os a aceitar o que a professora propõe a um querer e/ou dever- saber/poder,
habilitando-os para a realização da performance.
Greimas e Courtés (2016, p.208) asseveram que o
[...] contrato fiduciário põe em jogo um fazer persuasivo de parte do
destinador e, em contrapartida, a adesão do destinatário: dessa maneira, se o
objeto do fazer persuasivo é a veridicção (o dizer verdadeiro) do enunciador,
o contraobjeto, cuja obtenção é esperada, consiste em um crer-verdadeiro que
o enunciatário atribui ao estatuto do discurso enunciado[...]
Após esse seminário, exige-se maior envolvimento com o texto e mais leituras são
realizadas, pois é, a partir daqui, que os discentes vão se preparar para as próximas fases do
trabalho: a produção da resenha crítica, produção da releitura do conto, transformando-o em
4Quando nos referimos a uma “postura adequada”, queremos destacar o posicionamento, a forma de gesticular,
de usar o corpo como expressão, além do domínio daquilo que vai dizer, cuidar o uso adequado da língua, não
estabelecendo qualquer tipo de preconceito linguístico.
História em Quadrinhos (HQ), escrita de uma poesia de cordel, produção do cartaz de
divulgação, confecção/elaboração de uma revista digital, de um book trailer e, finalmente,
produção do curta-metragem5, tendo como base um roteiro escrito pelos grupos a partir da
narrativa de referência.
Para o desenvolvimento do gênero textual denominado resenha, fez-se, antes o ensino
do resumo, dando destaque ao processo de sumarização, visto que esse gênero é um dos mais
importantes nas atividades escolares, pois as capacidades de produção desse gênero são
indispensáveis para a produção de outros gêneros, tais como artigos, relatórios, projetos etc.
Com o ensino da técnica do resumo, começa-se, assim, a preparação quanto à
aprendizagem do gênero resenha. Para tanto, algumas resenhas são lidas e, nelas, são apontadas
as partes que as compõem. Após esta apresentação de conteúdo, ocorre a produção conjunta de
uma resenha como modelo. Nessa etapa, o grupo é desmembrado em duplas ou em trios. A
partir daí, são produzidos novos textos nesse gênero, configurando-se dois novos trabalhos
sobre cada conto. Apesar dessa nova subdivisão, a ajuda mútua constitui-se em uma constante,
as atividades continuam sendo realizadas colaborativamente, uma vez que estas se têm
mostrado benéficas à aprendizagem. Com base nos estudos concernentes à Psicologia
Histórico-Cultural, Damiani (2008) salienta que as atividades colaborativas trazem inúmeros
benefícios para as pessoas que nelas estão envolvidas, principalmente na área da Educação. A
mesma ideia é defendida por Moura (2007). Para a autora,
[...] o participar da troca de experiências possibilitada pelo trabalho em grupo,
o indivíduo precisa organizar o seu pensamento a fim de exprimir suas ideias
de forma a ser compreendido por todos. Na dinâmica do trabalho em grupo,
o aluno fala, ouve os companheiros, analisa, sintetiza e expõe ideias e
opiniões, questiona, argumenta, justifica, avalia (MOURA, 2007, p.12).
Dando continuidade aos passos do trabalho, os alunos, voltam a ler os contos, para
fazerem uma releitura em quadrinhos, ou seja, a produção de HQ. Este gênero se constitui um
importante gênero textual apresentado por uma sequência de quadros, na qual se utiliza de texto
e imagens para narrar uma história dos mais variados gêneros. A produção segue o mesmo
caminho de desenvolvimento da resenha. Primeiramente, apresentamos aos educandos
5Curta-metragem, ou simplesmente curta, é o nome que se dá a um filme de pequena duração. O Dicionário
Houaiss define curta-metragem como "filme com duração de até 30 minutos, de intenção estética, informativa,
educacional ou publicitária, geralmente exibido como complemento de um programa cinematográfico".
inúmeras HQ, lemos, discutimos, vemos estruturas, elementos constitutivos como o uso de
recursos linguísticos no que tange à forma escrita (discurso direto e indireto) e oral, uso de
onomatopeias, variações linguísticas, o uso de elementos específicos, como os balões, usados
para expressar as falas dos personagens, expressões, gestos... Elementos utilizados como forma
de enriquecer a história apresentada. Após explorarmos o estudo desse gênero, os alunos são
desafiados a produzir uma HQ, tendo como orientação o uso de softwares educativos gratuitos.
Alguns destes softwares são sugeridos para uso - Pixton, HagáQuê, Toondoo, cujo
funcionamento é explicado em detalhes aos alunos em sala de aula. A maioria opta por utilizar
o Pixton6, pois, segundo os próprios educandos, é um aplicativo mais fácil e simples de usar e,
ainda, permite seu uso por meio de uma conta no Facebook. Isso nos leva a crer que a
ferramenta multimídia Pixton seja bastante utilizada pelos educandos porque apresenta uma
interface de fácil usabilidade, oportunizando aos alunos “sem muita experiência” o acesso aos
seus recursos.
Além de ser um importante gênero textual, é importante salientar que as HQ podem ser
aproveitadas como uma espécie de storyboards7 para os curtas. Os storyboards e as histórias
em quadrinhos são bastante próximos no que diz respeito ao formato e à maneira com que são
criados, embora apresentem propósitos bem diferentes. Os quadrinhos são uma obra de
entretenimento e contam uma história, enquanto os storyboards apenas servem de base para
uma outra obra de entretenimento que conta uma história: os filmes. (FURINI E TIETZMANN,
2012)
6O Pixton é um aplicativo Web 2.0 com o qual se pode, por meio de ferramentas de arrastar e soltar, criar
quadrinhos rapidamente e gratuitamente. 7 O storyboard em sua essência é basicamente um guia visual narrando as principais cenas de uma obra
audiovisual. Os storyboards no geral são desenhos rápidos e com poucos detalhes, sendo o mais objetivo possível.
Audiovisual é puro movimento, o storyboard é a chave de ignição deste movimento que é traçado por linhas e
gestos no papel.
Segundo TOGNI, storyboard é o roteiro desenhado em quadros, semelhante aos quadrinhos, porém não possuem
balões de fala. Traduzindo, "story" significa história e "board" que pode ser quadro, tábua, placa. Esta tradução
justifica-se pelo fato dos artistas/diretores de cinema esboçarem o roteiro e os fixarem em uma placa com
tachinhas. http://anaceciliatogni.com.br/trabalhos/STORYBOARD.pdf
A produção da poesia de cordel acontece como etapa seguinte. A partir de um modelo
desse tipo de poesia produzido a partir da obra de Shakespeare, Romeu e Julieta, mostra-se
uma das estruturas e solicita-se que os alunos produzam uma poesia de cordel tendo como base
o conto estudado. Além do texto produzido, também são elaboradas “xilogravuras”, utilizando,
para tanto, estratégias computacionais/midiáticas. Temos mais uma etapa da AOE e o processo
de ensino-aprendizagem de mais um gênero textual, pois acreditamos que, como professores,
é nosso compromisso preparar os estudantes para lidar com a diversidade das práticas sociais
de leitura e escrita. Não podemos mais “pensar em textos como relativamente fixos e estáveis,
[...] eles estão se tornando cada vez mais multimodais e interativos” (BARTON e LEE, 2015,
p.31)
Poesia de Cordel produzida pelos alunos com base no conto “O Boi Velho” da obra Contos Gauchescos
Fonte: retiradas dos arquivos de trabalhos da professora-pesquisadora
A produção dos cartazes de divulgação do curta e a produção do vídeo propriamente
dito acontecem paralelamente. É dado o momento de colocar as ideias em prática. Talvez a
Biografia em HQ de João Simões Lopes Neto. Disponível em
https://www.pixton.com/br/comic-strip/fh5z6kd3
HQ do conto “Juca Guerra” de Contos Gauchescos de João
Simões Lopes Neto. Fonte: retiradas dos arquivos de trabalho da
professora-pesquisadora.
máxima “uma câmera na mão e uma ideia na cabeça" do cineasta Glauber Rocha, um dos
diretores brasileiros mais aclamados de todos os tempos, encaixe-se perfeitamente aqui! No
momento, dessas produções, os alunos terão em mente de que precisam fazer o trabalho de
modo a “convencer” de certa forma a professora e os demais membros da comunidade (os
destinatários - outros). Momento em que vai ocorrer a persuasão, ou seja, os sujeitos tentam
manipulá-los/convencê-los a querer assistir ao filme. Tanto Barros (2011) quanto Fiorin (2013)
compartilham a ideia de que o discurso é sempre persuasivo, no qual o enunciador assume a
postura de manipulador, persuadindo o enunciatário a acreditar nas “verdades” do discurso.
Sobre a persuasão, Fiorin (2013, p.75) postula que
[a] finalidade última de todo ato de comunicação não é informar, mas
persuadir o outro a aceitar o que está sendo comunicado. Por isso o ato de
comunicação é um complexo jogo de manipulação com vistas a fazer o
enunciatário crer naquilo que se transmite. Por isso, ele é sempre persuasão.
Anterior à produção do vídeo, os alunos, com base em orientações dadas por um
estudante do curso de cinema (um pequeno workshop) e/ou pela professora, preparam seus
roteiros, escolhem cenário, figurino, distribuem as falas entre os personagens, ensaiam
inúmeras vezes e partem para a gravação. Este vídeo é gravado com câmeras digitais simples,
não profissionais, e/ou com celulares8. Inicia-se, então, o ponto culminante do trabalho e talvez
o mais esperado: o momento da gravação dos curtas (vídeos com duração de aproximadamente
12 min.), com base nos contos de autores da nossa Literatura.
No que tange à edição, os grupos, quase que na totalidade, optam pelo uso do programa
Movie Maker, provavelmente, como já mencionado, por ser “mais” acessível que outros.
Acompanhando o trabalho, percebe-se que os grupos que têm mais facilidade ajudam, ensinam
aqueles com mais dificuldades. Há uma preocupação com a gravação das imagens, com o
som..., enfim, preocupam-se na produção/edição com o uso de elementos como música,
figurino, cenário, dramatização etc., elementos necessários na construção da linguagem
audiovisual.
8A proposta do trabalho não é utilizar equipamentos profissionais. Pretende-se que os estudantes utilizem as
ferramentas de que dispõem, seus celulares, suas câmeras portáteis.
As figuras representam o banho de Blau Nunes concretizados pelos grupos em 2011 e 2015 respectivamente
Fonte: retiradas dos arquivos de trabalhos da professora-pesquisadora
Até o momento os autores e obras escolhidos para o estudo e desenvolvimento das
atividades foram Monteiro Lobato com os contos da obra “Urupês”, Lima Barreto com contos
avulsos, João Simões Lopes Neto com a obra “Contos Gauchescos” e “Casos do Romualdo”,
Machado de Assis, com contos avulsos, e Carlos Drummond de Andrade com a obra “Contos
de Aprendiz”. As produções artísticas são realizadas na íntegra pelos educandos – desde
produção, direção até atuação, e são apresentadas em momento destinado a tal. Um momento
muito importante para esses “artistas”: uma Mostra de Cinema que ocorre ao final do ano letivo
com direito à premiação por escolha de um júri, composto por professor de Literatura,
estudante de cinema e/ou teatro e professor da área de Artes, e também por escolha popular.
Esse é o momento no qual se reúnem membros da comunidade escolar – alunos e seus
familiares e professores – para prestigiar essas verdadeiras “obras de arte”. É, neste momento,
em que ocorre a sanção do programa e do percurso narrativo, ou seja, momento em que é
realizado um julgamento por parte do destinador, em que há a constatação de que a
performance se realizou e o reconhecimento do sujeito que operou a transformação. Ratifica-
se, então, que o estudante entra em conjunção com o saber, momento final de sanção da
aprendizagem.
A escolha de atividades como as aqui mencionadas, assim como a elaboração de uma
revista digital, quanto o book trailer9 deve-se em função dos diferentes aparatos tecnológicos
9O book trailer, como o próprio nome sugere, é uma ideia oriunda do cinema. O visual de um book trailer é como
a capa de um livro, precisa ser chamativo e dar uma ideia dos conteúdos e temas, de forma concisa e direta focada
na mensagem a ser transmitida, com um tempo e corte ágeis. Para tal, selecionam-se poucas palavras ou frases
com objetividade e imagens com força (originais o quanto possível), assim como uma boa música ou sonoplastia
para criar o ambiente. https://www.viegaseditora.com/book-trailer-e-teaser
a que temos sido submetidos diariamente; sendo utilizados para tanto linguagens verbais,
visuais e sincréticas, ou seja, a articulação de diferentes linguagens e não a anulação de uma
em benefício da outra (MARRONI, 2013, p.343)). Muitos dos book trailers foram produzidos
no VivaVideo10, utilizando para tanto o celular11.
Cabe destacar que, para a produção da revista digital, diversos softwares foram
utilizados, desde a montagem no Publisher até a produção do arquivo em formato PDF em que,
posteriormente, faziam o upload e era convertido automaticamente numa belíssima publicação
digital, organizada, fácil de folhear (Flipsnack). Ao publicar as revistas digitais online, o link
ficava acessível, pronto a compartilhar com a professora e nas redes sociais (Facebook).
Concernente à produção do book trailer, utilizamos essa atividade, posterior ao ensino
do resumo e da resenha. Produzido em poucos minutos, permeado com imagens que tivessem
relação com a narrativa e com frases de impacto, envolto com uma música de fundo com o
objetivo de chamar a atenção do leitor e, quem sabe, despertar o desejo de ler a narrativa. Mais
uma vez foi utilizado para produção e edição desta atividade o mesmo editor de vídeo usado
anteriormente.
10O VivaVideo é um dos melhores apps de câmera de vídeo e editor de vídeos. Assim que se tiver selecionado o
material multimídia que se quer utilizar, pode-se começar a utilizar todas as ferramentas que o VivaVideo:
FreeVideo Editor oferece. Pode-se cortar e colar vídeos, adicionar diferentes tipos de transições (cortes, fades
etc.), aplicar muitos tipos de filtros e muito mais. http://vivavideo-free-video-editor.br.uptodown.com/android 11 Com o uso da tecnologia móvel tenta-se quebrar o tabu e se deixa de ver o aparelho celular como um
pesadelo/um entrave. Com um bom planejamento e objetivos bem traçados, ele passa a ser um aliado no processo
de ensino-aprendizagem.
Revista Digital sobre vida e obra de Machado de Assis.
Disponível emhttps://www.flipsnack.com/asipsilva/crin-
edicao-machado-de-assis.html
Revista Digital sobre vida e obra de Machado de Assis.
Disponível em https://www.flipsnack.com/leopoldo8/revista-
digital-machado-de-assis.html
Vemos, assim, que, com todo o avanço tecnológico a que estamos expostos, o modo de
leitura não pode mais ser o mesmo. Há um ‘bombardeio” de textos verbais, visuais e,
principalmente, sincréticos. Então, como bem ressalta Antunes (2003), não podemos ver a
leitura “como uma pedra no meio caminho das aulas de Língua Portuguesa” nem a ter “reduzida
a momentos de exercícios e [que] não desperta o prazer nos alunos”. Rojo e Moura (2012),
com base nas ideias do New London Group, defendem a pedagogia do multiletramento, “em
que os alunos se transformem em criadores de sentidos [...] que sejam capazes de transformar
discursos e significações seja na recepção ou na produção” (p.29) e, como professores, temos
de pensar que significados estão sendo construídos a partir da tecnologia.
Breves reflexões acerca de algumas atividades produzidas pelos estudantes à luz da
Semiótica Discursiva
Como já mencionado, grandes são as dificuldades de leitura e escrita percebidas pela
professora nas séries finais do Ensino Fundamental. Dentro das AOE, uma das propostas feita
aos alunos consiste em “trazer uma história do papel para as telas”, com a utilização da
tecnologia, por entendermos que “ao utilizarem-se das linguagens verbal, visual e sonora terão
um “percurso diferente” de incentivo à leitura. Não queremos com isso dizer que os textos
verbais não sejam capazes de desempenhar essa função leitora, mas como afirma Marroni
(2013) essas manifestações [sincréticas] possuem um fazer persuasivo. Segundo a autora:
[...] essas manifestações articulam diferentes tipos de linguagens,
possibilitando uma estrutura complexa de significação. Isto não quer dizer
que os textos que articulam um único tipo de linguagem sejam menos
complexos. Todo texto, cada um com sua especificidade, é portador de uma
significação e todos têm algo a dizer, expressando ideias que lhe são
peculiares. O uso de diferentes tipos de linguagens é um artifício a mais, que
tem, dentre outras funções, um alto grau de persuasão para o destinatário do
texto. (MARRONI, 2013, p. 343).
Procurando incentivar nossos alunos de forma a lhes produzir sentido, propusemos,
como mencionado, a tradução intersemiótica12 utilizando, para tal, os recursos tecnológicos de
que os alunos dispõem. De posse desses “curtas”, analisaremos, nessas produções, os efeitos
12 A tradução intersemiótica, definida como tradução de um determinado sistema de signos para outro sistema
semiótico tem sido estudada por muitos autores contemporâneos como Nelson Goodman, Michael Benton, Mario
Praz, Júlio Plaza, Solange Oliveira e outros.
de sentido despertados por meio da articulação das diferentes linguagens.
Tanto nessas produções quanto nos book trailers serão analisados os processos de
figurativização e tematização, além de verificar os efeitos de sentido produzidos por meio da
articulação das diferentes linguagens nesses vídeos.
Na análise empreendida a essas produções, partiremos de um tema, procurando imagens
que lhes deem cobertura figurativa. Focaremos, pois, no nível da concretização/ figurativização
dos temas.
Na proposta de produção dos curtas, cada grupo concretiza a linguagem verbal do seu
jeito, fazendo uso da liberdade proporcionada pela professora para recriar, fazer a releitura
audiovisual do texto literário em prosa. Percebe-se, então, que essa tradução intersemiótica
(produção/adaptação de obra literária, “transpor a história do papel para a tela”) resulta em
produtos diferentes do texto original.
A análise será feita mediante as imagens apresentadas e retiradas dos curtas-metragens
produzidos pelos alunos. Tais traduções intersemióticas constituem-se artefatos privilegiados
de uma análise.
Nessa produção audiovisual, nas cenas produzidas, e não apenas no texto lido, o
enunciador dispõe de muitos recursos, além do texto escrito, para persuadir o enunciatário,
como a organização do cenário, a iluminação, o som, o figurino e a atuação das personagens.
Os elementos são colocados de forma a criar efeitos de realidade, procurando estabelecer um
contrato de veridicção13, ao enunciatário do texto.
A produção de histórias em quadrinhos (HQ), ou seja, a tradução intersemiótica a partir
de uma narrativa ou de uma biografia em prosa trata-se de mostrar como se deu a tradução do
texto em prosa para a história em quadrinhos, ver como essa história foi elaborada e quais os
efeitos de sentido que tal elaboração proporcionou.
A análise desse gênero textual refere-se ao conteúdo de alguns balões e quadrinhos do
texto produzido. Procura-se selecionar os quadrinhos consoante as peculiaridades do que é
proposto pela Semiótica de Greimas, na qual se analisam, na visualidade, topologia, cores,
formas e de como esses elementos estão associados ao plano do conteúdo.
Alguns elementos assinalam as relações semissimbólicas14 entre imagem e texto.
13 O contrato recebe esta denominação por ser estabelecido com base na confiança e crença; que estatui
(estabelece) sobre o parecer-verdadeiro. 14Semissimbolismoé quando ocorre uma correlação/articulação entre dos dois planos (conteúdo e expressão). O
semissimbolismo possibilita uma nova leitura do mundo, ao associar diretamente relações de cor, de forma (plano
Apesar de, muitas vezes, fazermos uma separação entre as palavras e as imagens, nas HQ,
imagem e palavra se juntam para compor um gênero mesclado, constituindo-se um importante
instrumento para os alunos, no sentido da conexão da expressão com o conteúdo. Assim, deve-
se aproveitar esse gênero para fazer com que o aluno perceba que as imagens, os aspectos
visuais mais os elementos verbais formam uma unidade de sentido e possibilitam, com
interdependência, as apreensões de sentido.
A partir das análises realizadas sobre o conteúdo temático das HQ por meio das figuras
encontradas no texto, pensa-se em um direcionamento à prática pedagógica e o trabalho com o
objeto analisado em sala de aula. Com a importante tarefa de uma leitura interligada à conexão
do plano de expressão com o plano de conteúdo, ou seja, a relação das figuras que levam ao
tema cujos aspectos apontam para uma unidade de sentido, em correspondência com os
elementos visuais presentes nas imagens. Além da comunicação verbal, nas HQ, é encontrada
também a comunicação visual, já que são (as HQ) formadas de textos e imagens.
Algumas considerações... não conclusivas
Assim, apresentamos as etapas/os trabalhos da “Atividade Organizadora de Ensino”
(percurso) e apontamos que é na relação de diferentes textos que é construído o
significado/sentido. Dissecamos esse objeto, para, em trabalhos futuros, fazer a análise, com
base no arcabouço teórico-metodológico da Semiótica Discursiva de Greimas e seus
colaboradores, por ser uma teoria que se encarrega de analisar textos de qualquer natureza, de
investigar diferentes linguagens e que procura conhecer a maneira pela qual o sentido do texto
é construído, ou seja, a teoria semiótica, ou teoria da significação se preocupa em explicar o
que o texto diz e como ele faz para dizer o que diz (BARROS, 2011, p.7).
Como mencionado, não é nosso objetivo, neste trabalho, trazer a análise semiótica das
etapas da AOE, todavia salientamos que, tendo por base os pressupostos da Semiótica
Discursiva, na tese e em um próximo trabalho, serão trabalhadas e analisadas as atividades
utilizando a relação entre o plano da expressão, a partir de seus formantes, e o plano de
conteúdo, analisando o Percurso Gerativo de Sentido em seus diferentes níveis: discursivo,
narrativo e fundamental. Esse percurso se constrói no e pelo texto e mostra como se produz e
de expressão) com relações de sentido (plano de conteúdo), contribuindo, desse modo, para tornar o aluno um
leitor proficiente de textos/imagens.
se interpreta o sentido desse texto.
Por ser a literatura uma entre as inúmeras artes, ela vai dialogar com outras artes como
teatro, dança, pintura, música, canto, circo, moda, arquitetura, escultura, fotografia, cinema...
e se constituir em um dos canais de expressão de criatividade. Assim, ao falarmos em literatura,
temos de levar em conta também a abrangência da cultura da imagem.
Acreditamos, pois, na possibilidade de realizar um trabalho com textos sincréticos
(multimodais) a fim de potencializar as práticas de leitura e produção textual nas séries finais
do Ensino Fundamental (práticas de multiletramentos15) e, para que se obtivesse sucesso, a
tecnologia constituiu-se uma forma de mudança nas relações na sala de aula, do professor com
os alunos, com o conhecimento, a relação do que se entende efetivamente por escola e,
especialmente, a mudança na natureza da linguagem. Ao inserirmos a tecnologia, as relações
são reorganizadas. Pensemos, então, na apropriação dessa tecnologia como forma de contribuir
para reinventar o ensino da Língua Portuguesa e da Literatura, enfim da própria escola, já que
a forma como essa instituição produz conhecimentos hoje não é mais compatível com o modo
como os jovens estão aprendendo esse conhecimento.
Assim sendo, estudar e analisar a incorporação das “novas” práticas de ensino de leitura
e escrita tem-se constituído uma necessidade, tendo em vista a variedade de recursos
tecnológicos de que os alunos utilizam. Diante disso, está posto um dos grandes desafios do
educador e novas ações/demandas nas práticas docentes se tornam imprescindíveis no sentido
de desenvolver estratégias para aproximar o clássico literário do leitor e incentivar a leitura
desses textos.
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15[...] Práticas que partam das culturas de referência do aluno e de gêneros, mídias e linguagem por eles conhecidos
[...] que ampliem o repertório cultural na direção de outros letramentos [...] (ROJO E MOURA, 2012, p.8)
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