atendimento inicial das intoxicações + questões de residência

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Carlos Fernando Collares Carlos Fernando Collares ATENDIMENTO INICIAL ATENDIMENTO INICIAL AO PACIENTE AO PACIENTE INTOXICADO INTOXICADO

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Palestra com condutas para o atendimento inicial das intoxicações + Questões de provas de residência.

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Carlos Fernando CollaresCarlos Fernando Collares

ATENDIMENTO INICIAL AO ATENDIMENTO INICIAL AO PACIENTE INTOXICADOPACIENTE INTOXICADO

DIAGNÓSTICO DIAGNÓSTICO DAS DAS

INTOXICAÇÕESINTOXICAÇÕES

QUANDO SUSPEITAR DE QUANDO SUSPEITAR DE INTOXICAÇÃO?INTOXICAÇÃO?

Quando houver:Quando houver:

- alterações súbitas nos sinais vitais (FC, FR, TA, - alterações súbitas nos sinais vitais (FC, FR, TA, PA), no estado mental ou no nível de consciênciaPA), no estado mental ou no nível de consciência

- crises epilépticas; arritmias cardíacas; distúrbios - crises epilépticas; arritmias cardíacas; distúrbios hidroeletrolíticos, ácido-básicos ou metabólicos hidroeletrolíticos, ácido-básicos ou metabólicos aparentemente inexplicáveisaparentemente inexplicáveis

Lembrar que situações constrangedoras para Lembrar que situações constrangedoras para pacientes e familiares pacientes e familiares (tentativas de homicídio, (tentativas de homicídio,

suicídio, abortamento; maus tratos ou uso de drogas suicídio, abortamento; maus tratos ou uso de drogas

ilícitas)ilícitas) podem provocar a distorção ou omissão de podem provocar a distorção ou omissão de informações importantes !informações importantes !

O QUE PERGUNTAR ?O QUE PERGUNTAR ?

- cronologia dos sinais e sintomascronologia dos sinais e sintomas- dados relativos aos agentes tóxicos suspeitos dados relativos aos agentes tóxicos suspeitos - pedir para trazer rótulos e embalagens quando pedir para trazer rótulos e embalagens quando necessárionecessário- tipo, via e magnitude da exposiçãotipo, via e magnitude da exposição- antecedentes clínicos e psiquiátricosantecedentes clínicos e psiquiátricos- atividade profissionalatividade profissional

Muitas vezes o indivíduo não está acompanhado por Muitas vezes o indivíduo não está acompanhado por pessoas conhecidas, sendo trazido por profissionais pessoas conhecidas, sendo trazido por profissionais

de atendimento pré-hospitalar, policiais, ou por de atendimento pré-hospitalar, policiais, ou por “amigos” que fogem rapidamente.“amigos” que fogem rapidamente.

O QUE PROCURAR NO EXAME FÍSICO ?O QUE PROCURAR NO EXAME FÍSICO ?

- ABC (intubação se reflexo de vômito for ausente)ABC (intubação se reflexo de vômito for ausente)- palidez, sudorese, cianose, icteríciapalidez, sudorese, cianose, icterícia- hálitos e odoreshálitos e odores- exame de tórax e abdomeexame de tórax e abdome- traumatismostraumatismos- temperaturatemperatura- nível de consciêncianível de consciência- resposta à estímulos (verbais, táteis e dolorosos)resposta à estímulos (verbais, táteis e dolorosos)- pupilas (diâmetro, isocoria, fotorreatividade)pupilas (diâmetro, isocoria, fotorreatividade)- manobras manobras - tônus e força musculartônus e força muscular- reflexos superficiais e profundosreflexos superficiais e profundos- presença de fasciculaçõespresença de fasciculações- movimentos e posições anormaismovimentos e posições anormais

““Doenças ambientais freqüentemente se Doenças ambientais freqüentemente se

manifestam tanto através de problemas manifestam tanto através de problemas

médicos comuns, quanto por sintomas médicos comuns, quanto por sintomas

inespecíficos.”inespecíficos.”

(Agency for Toxic Substances and Disease Registry, 1992; (Agency for Toxic Substances and Disease Registry, 1992;

Marshall Marshall et alet al, 2002), 2002)

DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DAS DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DAS INTOXICAÇÕESINTOXICAÇÕES

- hemorragia e infarto encefálicohemorragia e infarto encefálico- meningitemeningite- encefaliteencefalite- sepsesepse- hepatiteshepatites- estado pós-ictalestado pós-ictal- uremiauremia- transtornos metabólicos e eletrolíticostranstornos metabólicos e eletrolíticos- transtornos psiquiátricostranstornos psiquiátricos- delirium tremensdelirium tremens - encefalopatia de Wernickeencefalopatia de Wernicke

ANÁLISES TOXICOLÓGICASANÁLISES TOXICOLÓGICAS - cromatografia por camada delgada (triagem)- cromatografia por camada delgada (triagem)

- cromatografia gasosa (alcoolemia)- cromatografia gasosa (alcoolemia)

- espectrofotometria (ChE, MetaHb, CarboxiHb, PC, AAS)- espectrofotometria (ChE, MetaHb, CarboxiHb, PC, AAS)

- imunoensaio – ELISA- imunoensaio – ELISA

- imunofluorescência polarizada - TDX- imunofluorescência polarizada - TDX

- cromatografia líquida de alta pressão - HPLC- cromatografia líquida de alta pressão - HPLC

- cromatografia gasosa + espectrometria de massa- cromatografia gasosa + espectrometria de massa

- espectroscopia por absorção atômica – EAA (metais)- espectroscopia por absorção atômica – EAA (metais)

- cromatografia líquido-gás – LC/GC- cromatografia líquido-gás – LC/GC

Na maioria dos casos o diagnóstico pode ser feito pelo Na maioria dos casos o diagnóstico pode ser feito pelo quadro clinico e o resultado não altera a abordagem.quadro clinico e o resultado não altera a abordagem.

- gasometria arterial- gasometria arterial

- ECG - ECG

- enzimas - enzimas

- eletrólitos- eletrólitos

- funções hepática e renal- funções hepática e renal

- coagulograma- coagulograma

- glicemia- glicemia

- bilirrubinas- bilirrubinas

- parcial de urina (Urina I) c/ pesquisa de oxalato- parcial de urina (Urina I) c/ pesquisa de oxalato

- análise do líquido cefalorraquidiano- análise do líquido cefalorraquidiano

- imagem (RX, TC, RNM)- imagem (RX, TC, RNM)

EXAMES COMPLEMENTARESEXAMES COMPLEMENTARES

CONDUTAS CONDUTAS TERAPÊUTICASTERAPÊUTICAS

TRATAMENTO - TRATAMENTO - ObjetivosObjetivos

SUPORTE DAS FUNÇÕES VITAISSUPORTE DAS FUNÇÕES VITAIS

ANTAGONIZAR AÇÕES OU EFEITOS ANTAGONIZAR AÇÕES OU EFEITOS

antídotos e antagonistas antídotos e antagonistas

IMPEDIR A ABSORÇÃO DO AGENTE IMPEDIR A ABSORÇÃO DO AGENTE

AUMENTAR A ELIMINAÇÃO DO AGENTEAUMENTAR A ELIMINAÇÃO DO AGENTE

SUPORTE NUTRICIONALSUPORTE NUTRICIONAL

PREVENIR SEQÜELASPREVENIR SEQÜELAS

TRATAMENTO DE TRATAMENTO DE SUPORTESUPORTE

Vias aéreas, ventilação e estabilidade hemodinâmicaVias aéreas, ventilação e estabilidade hemodinâmica Correção de fluidos e eletrólitosCorreção de fluidos e eletrólitos Controle da temperatura corpórea – físicasControle da temperatura corpórea – físicas Analgésicos (dipirona, meperidina) e sedativos Analgésicos (dipirona, meperidina) e sedativos

(diazepam, midazolam, fenobarbital); evitar haloperidol(diazepam, midazolam, fenobarbital); evitar haloperidol Tratar crises epilépticas com cautela (BZDs)Tratar crises epilépticas com cautela (BZDs) Antídotos - Antídotos - TIAMINA, GLICOSE E NALOXONA PODEM SER TIAMINA, GLICOSE E NALOXONA PODEM SER

UTILIZADOS COMO MEDIDA EMPÍRICA INICIAL NO COMAUTILIZADOS COMO MEDIDA EMPÍRICA INICIAL NO COMA Suporte geral ao paciente em comaSuporte geral ao paciente em coma Suporte nutricional – calórico e vitamínico Suporte nutricional – calórico e vitamínico Conforto ao paciente e sua famíliaConforto ao paciente e sua família

PRINCIPAIS ANTÍDOTOS (I)PRINCIPAIS ANTÍDOTOS (I) flumazenilflumazenil (BZDs) – (BZDs) – NÃO USAR COMONÃO USAR COMO MEDIDA MEDIDA

EMPÍRICA INICIAL NO COMAEMPÍRICA INICIAL NO COMA

N-acetilcisteínaN-acetilcisteína (paracetamol) (paracetamol)

atropinaatropina (organofosforados e carbamatos) (organofosforados e carbamatos)

pralidoximapralidoxima (organofosforados) (organofosforados)

corticóides e anti-H corticóides e anti-H (anafilaxia)(anafilaxia)

azul de metilenoazul de metileno (agentes metemoglobinizantes, (agentes metemoglobinizantes,

anafilaxia)anafilaxia)

biperidenobiperideno (fenotiazinas, metoclopramida e butirofenonas) (fenotiazinas, metoclopramida e butirofenonas)

deferoxaminadeferoxamina (ferro) (ferro)

dimercaproldimercaprol (arsênico e outros metais) (arsênico e outros metais)

PRINCIPAIS ANTÍDOTOS (II)PRINCIPAIS ANTÍDOTOS (II) EDTA cálcico (chumbo)EDTA cálcico (chumbo)

DMSA DMSA (metais)(metais)

etanoletanol (metanol, etilenoglicol) (metanol, etilenoglicol)

fitomenadionafitomenadiona (cumarínicos) (cumarínicos)

naloxonanaloxona (opióides) (opióides)

piridoxina piridoxina (isoniazida)(isoniazida)

hidroxocobalaminahidroxocobalamina (cianeto) (cianeto)

nitrito de nitrito de amila e/ou de sódio (cianeto)amila e/ou de sódio (cianeto)

tiossulfato de sódiotiossulfato de sódio (cianeto) (cianeto)

octreotidaoctreotida (hipoglicemiantes orais) (hipoglicemiantes orais)

DESCONTAMINAÇÃODESCONTAMINAÇÃO

CUTÂNEA CUTÂNEA

– lavagem corporal com lavagem corporal com sabão e escova maciasabão e escova macia

OCULAR OCULAR

– irrigação com solução irrigação com solução neutraneutra

GASTRINTESTINAL GASTRINTESTINAL

– métodos discutíveismétodos discutíveis

DESCONTAMINAÇÃO GIDESCONTAMINAÇÃO GI

VÔMITOS (ipeca)VÔMITOS (ipeca)

LAVAGEM LAVAGEM GÁSTRICAGÁSTRICA

CARVÃO ATIVADOCARVÃO ATIVADO– Dose únicaDose única– Doses repetidasDoses repetidas

Lavagem gástrica - Lavagem gástrica - procedimentoprocedimento

Características da sondaCaracterísticas da sonda

(orogástrica)(orogástrica)

Adolescentes/adultos: 36 – 40F (12-13,3mm)Adolescentes/adultos: 36 – 40F (12-13,3mm) Crianças: 22 – 28F (7,8 - 9,3 mm)Crianças: 22 – 28F (7,8 - 9,3 mm) Suficientemente firme e flexível para ser Suficientemente firme e flexível para ser

facilmente introduzida e não lesar a mucosa.facilmente introduzida e não lesar a mucosa. Medir o comprimento antes de inserção do Medir o comprimento antes de inserção do

tubo no estômago.tubo no estômago.

Lavagem gástrica - Lavagem gástrica - procedimentoprocedimento

Proteção de vias aéreasProteção de vias aéreas

Inconsciente: preferir intubação nasotraqueal.Inconsciente: preferir intubação nasotraqueal.

Posição do paciente: DLE, cabeça e tronco em Posição do paciente: DLE, cabeça e tronco em nível mais baixo que os pés (Trendelemburg) – nível mais baixo que os pés (Trendelemburg) – facilita o retorno do conteúdo gástrico e evita a facilita o retorno do conteúdo gástrico e evita a aspiração brônquica.aspiração brônquica.

Posição da sonda: confirmar sua presença no Posição da sonda: confirmar sua presença no estômago antes da infusão do líquido.estômago antes da infusão do líquido.

Lavagem gástrica - Lavagem gástrica - procedimentoprocedimento

Introdução do líquidoIntrodução do líquido

Aspirar o conteúdo gástrico (30 ml) e Aspirar o conteúdo gástrico (30 ml) e reservar para análise toxicológica.reservar para análise toxicológica.

Infundir e retirar 250 ml de SF ou água em Infundir e retirar 250 ml de SF ou água em adultos e 10 ml/kg em crianças (aquecido).adultos e 10 ml/kg em crianças (aquecido).

O volume retornado deve ser próximo ao O volume retornado deve ser próximo ao volume ofertado.volume ofertado.

Considerar o uso de carvão ativado.Considerar o uso de carvão ativado.

Lavagem gástrica - contra-Lavagem gástrica - contra-indicaçõesindicações

Ingestão de álcalis ou ácidos fortesIngestão de álcalis ou ácidos fortes Ingestão de materiais sólidos com pontasIngestão de materiais sólidos com pontas Ingestão de pacotes contendo drogasIngestão de pacotes contendo drogas Hemorragia digestiva significativaHemorragia digestiva significativa Varizes esofágicasVarizes esofágicas Hidrocarbonetos de alta volatilidadeHidrocarbonetos de alta volatilidade Pacientes com diminuição do nível de Pacientes com diminuição do nível de

consciência, exceto se forem intubados.consciência, exceto se forem intubados.

Lavagem gástrica – efeitos Lavagem gástrica – efeitos indesejáveis ou iatrogênicosindesejáveis ou iatrogênicos

Intubação traqueal inadvertidaIntubação traqueal inadvertida Traumatismo de vias aéreasTraumatismo de vias aéreas LaringoespasmoLaringoespasmo Pneumonia aspirativaPneumonia aspirativa Perfuração de esôfago ou estômagoPerfuração de esôfago ou estômago Êmese excessivaÊmese excessiva Hemorragia gastrintestinalHemorragia gastrintestinal Desequilíbrio hidroeletrolítico (hipernatremia)Desequilíbrio hidroeletrolítico (hipernatremia)

Carvão ativadoCarvão ativado Dose únicaDose única::

Ingestão de substâncias químicas adsorvidas pelo CA, Ingestão de substâncias químicas adsorvidas pelo CA, exceto quando houver contra-indicações.exceto quando houver contra-indicações.

Doses múltiplasDoses múltiplas::Ingestão de substâncias de alta toxicidade, bem Ingestão de substâncias de alta toxicidade, bem adsorvidas pelo CA, com as seguintes características:adsorvidas pelo CA, com as seguintes características:– fase de absorção lenta;fase de absorção lenta;– pequeno volume de distribuição (< 1L/Kg );pequeno volume de distribuição (< 1L/Kg );– baixa taxa de depuração endógena;baixa taxa de depuração endógena;– baixa ligação proteica;baixa ligação proteica;– ciclo êntero-hepático ou êntero-entérico;ciclo êntero-hepático ou êntero-entérico;– diminuição da motilidade gastrintestinal.diminuição da motilidade gastrintestinal.

Carvão ativado - posologiaCarvão ativado - posologia

Dose únicaDose única GOLDFRANK – Toxicologic emergencies (2002)GOLDFRANK – Toxicologic emergencies (2002)

Adultos e crianças:1 – 2g/Kg de peso corporal ou Adultos e crianças:1 – 2g/Kg de peso corporal ou

10g para cada 1g de agente tóxico ingerido.10g para cada 1g de agente tóxico ingerido. ELLENHORN – Medical toxicology (1997)ELLENHORN – Medical toxicology (1997)

Crianças: 1 – 2g/Kg; adultos: 50 – 100gCrianças: 1 – 2g/Kg; adultos: 50 – 100g Doses repetidasDoses repetidas GOLDFRANK: GOLDFRANK: adultos e crianças: 0.5 – 1g/Kg de adultos e crianças: 0.5 – 1g/Kg de

peso corporal, com intervalo de 1 – 4h, máximo 4 peso corporal, com intervalo de 1 – 4h, máximo 4 doses diárias.doses diárias.

Carvão ativado: Carvão ativado: procedimentoprocedimento

Decúbito dorsal em 45-60Decúbito dorsal em 45-60oo (evitar aspiração) (evitar aspiração) Preparar suspensão para uso oral ou SOG:Preparar suspensão para uso oral ou SOG:

– 1g de CA/8mL de água (50g/400mL em adultos)1g de CA/8mL de água (50g/400mL em adultos)– misturar pelo menos por um minuto, para misturar pelo menos por um minuto, para

formar uma suspensão estável.formar uma suspensão estável. Repetir em doses menores e mais freqüentes Repetir em doses menores e mais freqüentes

ou continuamente, se houver vômitos. ou continuamente, se houver vômitos. Acrescentar catárticos à mistura se o CA for Acrescentar catárticos à mistura se o CA for

administrado em doses múltiplas (1- 2x).administrado em doses múltiplas (1- 2x).

Carvão ativado: contra-Carvão ativado: contra-indicaçõesindicações

Pacientes com risco de aspiração e vias Pacientes com risco de aspiração e vias aéreas desprotegidasaéreas desprotegidas

Ingestão de agentes cáusticos ou Ingestão de agentes cáusticos ou corrosivoscorrosivos

TGI não intacto anatomicamente, com TGI não intacto anatomicamente, com risco de hemorragia/perfuração (cirurgia risco de hemorragia/perfuração (cirurgia recente)recente)

Obstrução intestinalObstrução intestinal Íleo adinâmicoÍleo adinâmico

CA:CA: efeitos efeitos indesejáveis/iatrogênicosindesejáveis/iatrogênicos

Problemas técnicos na administraçãoProblemas técnicos na administração

VômitosVômitos Aspiração brônquicaAspiração brônquica Impregnação da mucosa gastrintestinalImpregnação da mucosa gastrintestinal Constipação intestinalConstipação intestinal Obstrução intestinalObstrução intestinal

Substâncias Substâncias bembem adsorvidas adsorvidas pelo CApelo CA

AnfetamínicosAnfetamínicos AntidepressivosAntidepressivos AnticonvulsivosAnticonvulsivos Anti-histamínicosAnti-histamínicos BarbitúricosBarbitúricos BenzodiazepínicosBenzodiazepínicos ß-bloqueadoresß-bloqueadores

DigitálicosDigitálicos DapsonaDapsona EstricninaEstricnina FenotiazínicosFenotiazínicos FurosemidaFurosemida OpióidesOpióides TeofilinaTeofilina

Substâncias Substâncias moderadamentemoderadamente adsorvidas pelo CAadsorvidas pelo CA

AINESAINES ClorpropamidaClorpropamida FenóisFenóis HidrocarbonetosHidrocarbonetos

ParacetamolParacetamol SalicilatosSalicilatos TolbutamidaTolbutamida MalationMalation

Substâncias Substâncias praticamente nãopraticamente não adsorvidas pelo CAadsorvidas pelo CA

CianetosCianetos Etanol, metanol e etilenoglicolEtanol, metanol e etilenoglicol Ferro e outros metais pesadosFerro e outros metais pesados Lítio Lítio Ácidos e bases fortesÁcidos e bases fortes

CatárticosCatárticos

Sulfato de magnésio ou sulfato de sódio:Sulfato de magnésio ou sulfato de sódio:

- 250mg/Kg (máx. 30g)- 250mg/Kg (máx. 30g)

Catárticos: recomendaçõesCatárticos: recomendações

Não utilizar catárticos em intoxicações leves.Não utilizar catárticos em intoxicações leves. Catárticos não devem ser usados mais que uma Catárticos não devem ser usados mais que uma

ou duas vezes ao dia.ou duas vezes ao dia. Sorbitol ou manitol, se utilizados, ter cautela Sorbitol ou manitol, se utilizados, ter cautela

em crianças (desequilíbrio hidroeletrolítico).em crianças (desequilíbrio hidroeletrolítico). Catárticos à base de fosfato não devem ser Catárticos à base de fosfato não devem ser

utilizados em crianças ou adultos.utilizados em crianças ou adultos. Catárticos oleosos não são indicados devido ao Catárticos oleosos não são indicados devido ao

risco de aspiração brônquica e ao aumento da risco de aspiração brônquica e ao aumento da absorção de várias substâncias químicas.absorção de várias substâncias químicas.

Catárticos: contra-Catárticos: contra-indicaçõesindicações

Traumatismo abdominalTraumatismo abdominal Obstrução intestinalObstrução intestinal Íleo adinâmicoÍleo adinâmico Insuficiência renalInsuficiência renal DiarréiaDiarréia

ELIMINAÇÃO DO AGENTEELIMINAÇÃO DO AGENTE

Remoção extracorpórea: Remoção extracorpórea: indicaçõesindicações

Sinais e sintomas de intoxicação graveSinais e sintomas de intoxicação grave Piora progressiva com medidas de suportePiora progressiva com medidas de suporte Quantidade ingerida ou nível plasmático Quantidade ingerida ou nível plasmático

indica alta morbidade ou mortalidadeindica alta morbidade ou mortalidade Taxa de eliminação normal prejudicadaTaxa de eliminação normal prejudicada Agente produz efeitos tardios, mas sériosAgente produz efeitos tardios, mas sérios Paciente em grupos de risco de gravidadePaciente em grupos de risco de gravidade

Remoção extracorpórea: Remoção extracorpórea: técnicastécnicas

Manipulação do pH urinárioManipulação do pH urinário Diálise peritonealDiálise peritoneal HemodiáliseHemodiálise HemofiltraçãoHemofiltração HemoperfusãoHemoperfusão Exsangüíneo-transfusãoExsangüíneo-transfusão PlasmaferesePlasmaferese Técnicas combinadasTécnicas combinadas

– Hemodiafiltração: hemodiálise + hemofiltraçãoHemodiafiltração: hemodiálise + hemofiltração– Plasmaperfusão: plasmaferese + hemoperfusãoPlasmaperfusão: plasmaferese + hemoperfusão

PREVENÇÃO DE SEQÜELASPREVENÇÃO DE SEQÜELAS

Identificação do pacienteIdentificação do paciente

Monitorização clínicaMonitorização clínica

Exames complementaresExames complementares

Tratamento dos efeitos tóxicosTratamento dos efeitos tóxicos

Tratamento das complicaçõesTratamento das complicações

CASOS CLÍNICOS CASOS CLÍNICOS E QUESTÕESE QUESTÕES

PROVÃO 1999 - Relacionam-se corretamente, PROVÃO 1999 - Relacionam-se corretamente, antídoto e agente tóxico, EXCETO:antídoto e agente tóxico, EXCETO:

a) azul de metileno para intoxicação digitálica.a) azul de metileno para intoxicação digitálica.

b) oxigênio para intoxicação por monóxido de b) oxigênio para intoxicação por monóxido de carbono.carbono.

c) tiossulfato de sódio para intoxicação cianídrica.c) tiossulfato de sódio para intoxicação cianídrica.

d) atropina para intoxicação por organofosforados.d) atropina para intoxicação por organofosforados.

e) N-acetilcisteína (NAC) para intoxicação por e) N-acetilcisteína (NAC) para intoxicação por acetaminofeno. acetaminofeno.

CONCURSO UFC 2003 - Assinale a alternativa CONCURSO UFC 2003 - Assinale a alternativa que apresenta a condição clínica em que estaria que apresenta a condição clínica em que estaria indicada a utilização de azul de metileno.indicada a utilização de azul de metileno.

a) Intoxicação por organoclorados.a) Intoxicação por organoclorados.b) Intoxicação por organofosforados.b) Intoxicação por organofosforados.c) Metahemoglobinemia.c) Metahemoglobinemia.d) Barbitúricos.d) Barbitúricos.e) Salicilatos.e) Salicilatos.

Caso clínicoCaso clínico

PROVÃO 2001PROVÃO 2001 - Um menino de 2 anos, previamente hígido, - Um menino de 2 anos, previamente hígido, chega ao pronto-socorro com história de ter sido encontrado chega ao pronto-socorro com história de ter sido encontrado desacordado no seu quarto. desacordado no seu quarto. Próximo a ele foi achado um Próximo a ele foi achado um frasco vazio de remédio para tosse, que estava sendo usado frasco vazio de remédio para tosse, que estava sendo usado pelo seu avô. Ao exame físico, a criança encontra-se pelo seu avô. Ao exame físico, a criança encontra-se inconsciente, com respiração superficial e apresenta pupilas inconsciente, com respiração superficial e apresenta pupilas puntiformes. Diante deste caso, estabeleça:puntiformes. Diante deste caso, estabeleça:

a) O grupo farmacológico a que pertence a droga responsável a) O grupo farmacológico a que pertence a droga responsável pela provável intoxicação. Justifique.pela provável intoxicação. Justifique.

b) As condutas direcionadas para o tratamento da intoxicação.b) As condutas direcionadas para o tratamento da intoxicação.

UNICAMP 2002 - Paciente de 3 anos, previamente hígido, é atendido UNICAMP 2002 - Paciente de 3 anos, previamente hígido, é atendido em sala de emergência com história de ter sido encontrado pela mãe, em sala de emergência com história de ter sido encontrado pela mãe, no início da noite, inconsciente, pálido, sem resposta a comandos no início da noite, inconsciente, pálido, sem resposta a comandos verbais. Foi solicitado resgate por ambulância, e a equipe médica de verbais. Foi solicitado resgate por ambulância, e a equipe médica de pré-atendimento hospitalar detectou quadro clínico composto de pré-atendimento hospitalar detectou quadro clínico composto de depressão respiratória (FR=12 mrm), depressão neurológica e depressão respiratória (FR=12 mrm), depressão neurológica e hipotermia. Repetiu-se a entrevista e a mãe relatou que a criança hipotermia. Repetiu-se a entrevista e a mãe relatou que a criança apresentava diarréia há 3 dias e usou um medicamento para diarréia apresentava diarréia há 3 dias e usou um medicamento para diarréia indicado pelo balconista da farmácia. Após estabilização do indicado pelo balconista da farmácia. Após estabilização do paciente, qual hipótese diagnóstica deveria ser considerada em paciente, qual hipótese diagnóstica deveria ser considerada em primeiro plano para justificar o quadro depressivo neurológico e primeiro plano para justificar o quadro depressivo neurológico e respiratório?respiratório? a. Intoxicação por opióides a. Intoxicação por opióides b. Hiponatremia b. Hiponatremia c. Encefalite por enterovírus c. Encefalite por enterovírus d. Intoxicação por dipirona d. Intoxicação por dipirona e. Acidose metabólica e hipopotassemia e. Acidose metabólica e hipopotassemia

UNICAMP 2002 - Homem, 18 anos, trabalhador rural, UNICAMP 2002 - Homem, 18 anos, trabalhador rural, epiléptico e em acompanhamento psiquiátrico por epiléptico e em acompanhamento psiquiátrico por depressão, utilizando fenobarbital, carbamazepina e depressão, utilizando fenobarbital, carbamazepina e haloperidol regularmente. É admitido no Serviço de haloperidol regularmente. É admitido no Serviço de Emergência com GLASGOW= 12, FC= 50 bpm, miose Emergência com GLASGOW= 12, FC= 50 bpm, miose bilateral, sialorréia, estertoração pulmonar e fasciculações bilateral, sialorréia, estertoração pulmonar e fasciculações musculares. Assinale a causa mais provável que justifica musculares. Assinale a causa mais provável que justifica este quadro: este quadro:

a) Intoxicação exógena por fenobarbital a) Intoxicação exógena por fenobarbital b) Intoxicação exógena por inseticida inibidor da acetil-b) Intoxicação exógena por inseticida inibidor da acetil-colinesterase colinesterase c) Intoxicação exógena por haloperidol c) Intoxicação exógena por haloperidol d) Intoxicação exógena por carbamazepina d) Intoxicação exógena por carbamazepina e) Síndrome neuroléptica malignae) Síndrome neuroléptica maligna

PROVÃO 2003 - Agricultor de 45 anos é admitido num PROVÃO 2003 - Agricultor de 45 anos é admitido num pronto-socorro com dor abdominal, diarréia e vômitos pronto-socorro com dor abdominal, diarréia e vômitos há 4 horas. Ao exame físico os achados relevantes são há 4 horas. Ao exame físico os achados relevantes são sialorréia, sudorese profusa, broncorréia, pupilas sialorréia, sudorese profusa, broncorréia, pupilas mióticas e pulso de 50 bpm.mióticas e pulso de 50 bpm.Foi feita a hipótese de intoxicação exógena. A provável Foi feita a hipótese de intoxicação exógena. A provável etiologia e o medicamento a ser introduzido são, etiologia e o medicamento a ser introduzido são, respectivamente:respectivamente:

a) herbicida paraquat e terra de fuller.a) herbicida paraquat e terra de fuller.b) inseticida organofosforado e atropina.b) inseticida organofosforado e atropina.c) inseticida organoclorado e pralidoxima.c) inseticida organoclorado e pralidoxima.d) inseticida organofosforado e nitrito de sódio.d) inseticida organofosforado e nitrito de sódio.e) herbicida paraquat e atropina. e) herbicida paraquat e atropina.

UNICAMP 2002UNICAMP 2002 - Homem de 55 anos, lavrador com exposição - Homem de 55 anos, lavrador com exposição ocasional (3 semanas/ano) a agrotóxicos, operado há 2 anos com ocasional (3 semanas/ano) a agrotóxicos, operado há 2 anos com ressecção da parte distal (1/3) do intestino delgado por ressecção da parte distal (1/3) do intestino delgado por adenocarcinoma (sem outros antecedentes patológicos), vem ao adenocarcinoma (sem outros antecedentes patológicos), vem ao ambulatório apresentando, desde há 6 meses, queixas de amnésia, ambulatório apresentando, desde há 6 meses, queixas de amnésia, períodos depressivos, fraqueza e parestesias nos membros períodos depressivos, fraqueza e parestesias nos membros inferiores. Nega problemas miccionais. Ao exame apresenta apatia inferiores. Nega problemas miccionais. Ao exame apresenta apatia (mais que depressão), amnésia para fatos recentes, paraparesia com (mais que depressão), amnésia para fatos recentes, paraparesia com reflexos quadricipitais vivos (mas com reflexos aquileus abolidos), reflexos quadricipitais vivos (mas com reflexos aquileus abolidos), sinal de Babinski bilateral e déficit da sensibilidade vibratória e sinal de Babinski bilateral e déficit da sensibilidade vibratória e proprioceptiva (estando intacta a sensibilidade tátil e dolorosa). Qual proprioceptiva (estando intacta a sensibilidade tátil e dolorosa). Qual o diagnóstico mais provável, capaz de explicar todo o quadro o diagnóstico mais provável, capaz de explicar todo o quadro clínico? clínico?

a) Demência por agrotóxicos a) Demência por agrotóxicos b) Deficiência nutricional (hipovitaminose B12) b) Deficiência nutricional (hipovitaminose B12) c) Metástases cerebrais disseminadas c) Metástases cerebrais disseminadas d) Encefalopatia de Wernicke d) Encefalopatia de Wernicke e) Demência de Alzheimer (variante rapidamente progressiva)e) Demência de Alzheimer (variante rapidamente progressiva)

CONCURSO UFC 2003 - Assinale a alternativa que CONCURSO UFC 2003 - Assinale a alternativa que indica a droga que deveria ser utilizada no indica a droga que deveria ser utilizada no tratamento de uma criança de 4 anos de idade tratamento de uma criança de 4 anos de idade internada com relato de ingestão de altas doses internada com relato de ingestão de altas doses de acetaminofen há 6 horas.de acetaminofen há 6 horas.

a) Carvão ativado.a) Carvão ativado.b) N-acetil cisteína.b) N-acetil cisteína.c) Xarope de ipeca.c) Xarope de ipeca.d) Bicarbonato de sódio.d) Bicarbonato de sódio.e) Atropina.e) Atropina.

Na intoxicação aguda por cocaína, Na intoxicação aguda por cocaína, observa-se inicialmente uma síndrome:observa-se inicialmente uma síndrome:

a)a)  ColinérgicaColinérgica

b)b)  AdrenérgicaAdrenérgica

c)c)  Sedativo-hipnóticaSedativo-hipnótica

d)d)  AnestésicaAnestésica

e) Anticolinérgicae) Anticolinérgica

USP 1997 - Homem de 45 anos é trazido ao Pronto USP 1997 - Homem de 45 anos é trazido ao Pronto Socorro alcoolizado, vomitando, em mau estado geral e Socorro alcoolizado, vomitando, em mau estado geral e com fala pastosa. Após ser medicado com glicose a com fala pastosa. Após ser medicado com glicose a 50% e metoclopramida EV, passou a apresentar piora 50% e metoclopramida EV, passou a apresentar piora do nível de consciência, ataxia e oftalmoplegia. A do nível de consciência, ataxia e oftalmoplegia. A respeito desse caso, provavelmente o agravamento respeito desse caso, provavelmente o agravamento deveu-se a : deveu-se a : A) Acidente vascular cerebral isquêmico transitório, A) Acidente vascular cerebral isquêmico transitório, freqüente em alcoolistas dessa faixa etária. freqüente em alcoolistas dessa faixa etária. B) Descompensação diabética em função da B) Descompensação diabética em função da administração de glicose. administração de glicose. C) Reação anafilática à metoclopramida. C) Reação anafilática à metoclopramida. D) Insuficiência relativa de tiamina, ocasionada pela D) Insuficiência relativa de tiamina, ocasionada pela administração de glicose. administração de glicose. E) Interrupção abrupta da ingestão de álcool.E) Interrupção abrupta da ingestão de álcool.

Centro de Controle de Intoxicações do Centro de Controle de Intoxicações do Município de São Paulo – CCI/SPMunicípio de São Paulo – CCI/SP

0800 771 37330800 771 3733(11) 5012 5311(11) 5012 5311

Tenha consigo os dados clínicos do pacienteTenha consigo os dados clínicos do paciente

As intoxicações graves são mais As intoxicações graves são mais

comuns nos países pobres, comuns nos países pobres,

justamente onde a disponibilidade de justamente onde a disponibilidade de

exames complementares e o exames complementares e o

estabelecimento da relação dose-estabelecimento da relação dose-

efeito é problemáticaefeito é problemática

(Bateman, 2000; Ray, 2000)(Bateman, 2000; Ray, 2000)