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ASSOCIAÇÃO JUINENSE DE ENSINO SUPERIOR DO VALE DO JURUENA AJES INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO VALE DO JURUENA ISE ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO ESCOLAR 8,0 ESTUDO E REFLEXÃO SOBRE A EVASÃO ESCOLAR NO ENSINO MÉDIO AGNALDO CANDIDO DA SILVA ORIENTADOR: PROF. ILSO FERNANDES DO CARMO ALTA FLORESTA/2007

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ASSOCIAÇÃO JUINENSE DE ENSINO SUPERIOR DO VALE DO JURUENA

AJES

INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO VALE DO JURUENA – ISE

ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO ESCOLAR

8,0

ESTUDO E REFLEXÃO SOBRE A EVASÃO ESCOLAR NO ENSINO MÉDIO

AGNALDO CANDIDO DA SILVA

ORIENTADOR: PROF. ILSO FERNANDES DO CARMO

ALTA FLORESTA/2007

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ASSOCIAÇÃO JUINENSE DE ENSINO SUPERIOR DO VALE DO JURUENA

AJES

INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO VALE DO JURUENA – ISE

ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO ESCOLAR

ESTUDO E REFLEXÃO SOBRE A EVASÃO ESCOLAR NO ENSINO MÉDIO

AGNALDO CANDIDO DA SILVA

ORIENTADOR: PROF. ILSO FERNANDES DO CARMO

“Trabalho apresentado como exigência parcial para obtenção do título de Especialização em Gestão Escolar”.

ALTA FLORESTA/ 2007

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ASSOCIAÇÃO JUINENSE DE ENSINO SUPERIOR DO VALE DO JURUENA

AJES

INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO VALE DO JURUENA – ISE

PÓS-GRADUAÇÃO EM GESTÃO ESCOLAR

BANCA EXAMINADORA

___________________________________________________

___________________________________________________

___________________________________________________

ORIENTADOR

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“Nós vos pedimos com insistência”:

“Nunca digam - isto é natural - Diante dos acontecimentos de cada dia. Numa época em que reina a confusão, Em que corre o sangue, Em que se ordena a desordem, Em que o arbítrio tem força de lei, Em que a humanidade desumaniza... Não digam nunca: isto é natural A fim de que nada passe por imutável.

Sob o familiar, descubram o insólito. Sob o cotidiano, desvelem o inexplicável. Que tudo que seja dito ser habitual Cause inquietação. Na regra, é preciso descobrir o abuso, E sempre que o abuso for encontrado, É preciso encontrar o remédio.” (...)

Bertold Brecht

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Agradeço,

- A AJES, por oportunizar a realização do Curso de Gestão Escolar.

- Aos professores que ministraram as aulas neste curso, pela dedicação e por ter

contribuído para um novo conhecimento.

- Ao Professor Ilso Fernandes do Carmo, orientador atencioso contribuiu

significativamente, na condução do processo monográfico;

- Aos profissionais da educação da Escola Estadual Tancredo Neves, que de certa

forma colaboraram para possibilitar a realização deste trabalho;

- Aos colegas da turma de Gestão Escolar, pela amizade e colaboração na troca de

experiências;

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RESUMO

Este trabalho pretende-se um Estudo e reflexão sobre a evasão escolar

no ensino médio, tem o objetivo de realizar um estudo através de pesquisa de

campo com estudantes da Escola Estadual Tancredo Almeida Neves no município

de Carlinda MT, para desse modo numa reflexão com base em teorias que

fundamentam a prática escolar, como também abordagens específicas de vários

estudiosos sobre o assunto, dessa maneira buscam compreender as causas do

fenômeno que passou a ser visto com normalidade nas escolas públicas, utilizamos

da pesquisa quantitativo-qualitativa por se tratar de um assunto de natureza sócio

cultural demonstrando os resultados através de gráficos e análise descritiva.

Acreditamos que o estudo virá contribuir para futuras tomadas de decisões na busca

da melhoria da qualidade do ensino, pressuposto para uma gestão participativa e

democrática pela inclusão dos jovens e adultos no exercício pleno de sua cidadania.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO......................................................................................... 07

CAPITULO I.

1 A ESCOLA ESTADUAL TANCREDO DE ALMEIDA NEVES COMO

UNIDADE DE REFERÊNCIA PARA A PESQUISA................................

10

CAPITULO II

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA............................................................... 12

2.1 A EVASÃO ESCOLAR E OS DADOS ESTATÍSTICOS......................... 12

2.2 A EVASÃO ESCOLAR NA VISÃO DOS TEÓRICOS............................. 14

CAPÍTULO III

3 ANALISE E DISCUSSÕES..................................................................... 18

3.1 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS................................................ 19

3.2 AS ANÁLISES......................................................................................... 20

CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................. 24

BIBLIOGRAFIA.................................................................................................... 26

ANEXOS.............................................................................................................. 28

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INTRODUÇÃO

Atualmente o Ensino Médio é compreendido como uma segunda etapa

da Educação Básica e com isso permite ao aluno das escolas públicas o acesso ao

saber científico-tecnológico e sócio-histórico, uma das mais profundas mudanças

propostas pela reformulação curricular. O desafio agora é construir uma proposta

pedagógica que unifique formação acadêmica e educação profissional, formando um

individuo apto a exercer sua cidadania. Concordamos que são tentativas de melhoria

de qualidade, no entanto existe nos meios escolares um fenômeno desafiador, que

de certo modo já é visto com normalidade: a evasão escolar.

Nossa preocupação ao privilegiar este assunto sobre a evasão escolar

no Ensino Médio noturno se prende ao fato de que tem se tornado uma constante

nas escolas públicas, e a escola em estudo não é exceção, diante dessa realidade

torna-se urgente realizar uma investigação para detectar as causas de tanto

abandono escolar. Para tanto, torna se tal estudo imprescindível no momento para

as instituições que enfrentam este problema. Assim ela poderá tomar conhecimento

de suas principais fraquezas e/ou concorrentes. Posto que o importante é

diagnosticar o problema no intuito de buscar meios de solução, já que para cada

situação levantada existirá um caminho a ser trilhado.

No capítulo I delineia-se a área de estudo que foi privilegiada, realizado

na Escola Estadual Tancredo de Almeida Neves, com sede na cidade de Carlinda

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Mato Grosso, distante aproximadamente 800 km (oitocentos) Quilômetros da Capital

Cuiabá. Que atende atualmente cerca de 1300 (mil e trezentos) alunos.

A pesquisa foi realizada no primeiro bimestre do ano letivo de 2007

com os alunos de comprovada desistência em pelo menos uma vez no 1º ano do

ensino médio.

No capítulo II procuramos embasar teoricamente nosso trabalho

buscando fundamentação nas pesquisas realizadas em 1993 por PATTO (2000); e

KUENZER (2000), principalmente, esses teóricos freqüentemente estão a relatar

que a necessidade do trabalho se sobrepõe e afasta o jovem do mundo do estudo,

por outro lado, o mundo do trabalho remunera melhor aquele que têm maior

escolaridade (ROCHA, 2000). Realizamos outras leituras que nos auxiliaram na

formulação e ampliação de conceitos assim como: CARMO (2000); QUEIROZ

(2007)

No capítulo III apresentamos as Análises e Discussões, abordamos

também nesse capítulo esclarecimentos sobre a metodologia aplicada na pesquisa,

a saber, que foram realizados levantamentos de dados na secretaria da escola

verificando-se as fichas individuais nas pastas dos alunos e as atas de resultados

finais de anos anteriores. Os alunos foram entrevistados através de questionário

(anexo I) elaborado enfocando o objetivo da pesquisa que almeja detectar as

principais causas da evasão escolar no primeiro ano do Ensino Médio. Os dados

foram analisados através de estudos estatísticos, com produções de tabelas e

gráficos.

Os resultados apontam o trabalho como principal motivo de abandono

dos estudos nesta etapa da vida, principalmente por ter que contribuir com a renda

familiar e em conseqüência o cansaço físico depois da jornada de trabalho. E

evidencia também a melhor qualificação para o melhor desempenho do trabalho e a

melhoria dos conhecimentos, bem como para encontrar um emprego, como os

principais motivos de retorno à escola.

Um dos procedimentos que acreditamos viável ainda é a intervenção

com sucesso para evitar a ocorrência da evasão escolar ou falta de reqüência do

aluno, deve se realizar quando se constata que a sua ausência pode comprometer o

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ano letivo, ou seja, a intervenção tem que ser preventiva, para não prejudicar ainda

mais o aluno.

O principal agente do processo para o combate a evasão escolar é o

professor, face ao seu contato direto e diário com o aluno, cabendo diagnosticar

quando o mesmo não está indo a escola (injustificadamente) e iniciar o processo de

resgate.

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CAPITULO I

1 A ESCOLA ESTADUAL TANCREDO DE ALMEIDA NEVES COMO UNIDADE DE

REFERÊNCIA PARA A PESQUISA

Como local para a realização da pesquisa, privilegiamos a Escola

Estadual Tancredo de Almeida Neves sita à Avenida Tancredo de Almeida Neves

município de Carlinda MT, distante da Capital Cuiabá, aproximadamente 800 km.

Atende uma clientela de aproximadamente 1.300 alunos em três turnos de

funcionamento: matutino, vespertino e noturno, mantém os ensinos: fundamental e

médio.

A escola conta com um quadro de pessoal de 40 professores, 6

técnicos administrativos educacionais,12 apoio administrativos educacionais/infra

estrutura e 3 apoio administrativos educacionais/vigias, mantidos pela Rede

Estadual de Ensino do Estado de Mato Grosso, através da Secretaria de Estado de

Educação.

O modelo de gestão é o de gestão democrática, com eleição para

diretor a cada dois anos, os coordenadores são escolhidos por voto entre os

professores, o conselho de classe é constituído pelos professores atuantes.

A Escola conta com o Conselho de Escola, denominado Conselho

Deliberativo da Comunidade Escolar, como organismo deliberativo, consultivo, fiscal

e 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 5 8 mobilizador das diretrizes e linhas gerais desenvolvidas na unidade escolar,

formado de profissionais da educação básica, pais e estudantes, em mandato de

2(dois) anos, constituído em Assembléia Geral.

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Como parâmetro legal que estabelece normas e as propostas

pedagógicas no nível de escola, há o Projeto Político-Pedagógico elaborado no

coletivo e tem como missão construir sujeitos atuantes, que interajam com o mundo

de forma consciente. Compreendendo, pois, que é preciso acreditar numa educação

mais global, de fato comprometida, fundamentada, filosófica e cientifica, onde exista

a possibilidade de formação de homens livres.

A escola oferece estudos de formação continuada aos seus

professores, para que possam no coletivo, não só refletir sobre a prática em sala de

aula mas também trocar experiências com seus pares e apropriar-se das novas

teorias que ali são discutidas.

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CAPÍTULO II

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Para embasar teoricamente nosso trabalho buscamos fundamentação

em pesquisas realizadas em 1993 e 1998 e publicadas por PATTO (2000) e

KUENZER (2000), principalmente, esses teóricos freqüentemente estão a relatar

que a necessidade do trabalho se sobrepõe e afasta o jovem do mundo do estudo,

por outro lado, “o mundo do trabalho remunera melhor aquele que têm maior

escolaridade” (ROCHA, 2000). Realizamos outras leituras que nos auxiliaram na

formulação e ampliação de conceitos assim como: SARRIERA, J. C. &TEIXEIRA

(1997); CARMO (2000); e QUEIROZ (2007). Como não poderia deixar de ser

fundamentados também na atual legislação.

2.1 A EVASÃO ESCOLAR E OS DADOS ESTATÍSTICOS

Segundo PATTO (2000), as estatísticas apresentadas pelo Ministério

da Educação e Cultura – MEC (1996) evidenciam que houve uma evolução da

educação brasileira nas duas últimas décadas, refletidas em um aumento da taxa

média de escolaridade da população: de dois anos de estudo em 1960, houve uma

progressão para cinco anos de estudo em 1990. Ainda assim, o Brasil tem sido

como um dos países com menor nível de escolarização do mundo: entre os 71

milhões de brasileiros que compõem a população economicamente ativa, a média

de escolarização gira em torno de 3,8 anos. Os brasileiros levam aproximadamente

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11,2 anos para concluírem as 8 séries do ensino fundamental (MEC, 1996). Dentre

as variáveis que propiciam a evasão escolar, estão elencadas a repetência e a

necessidade do aluno auxiliar no sustento familiar. E ainda conforme MEC (1996),

in: PATTO(2000): as perdas educacionais resultantes do trabalho infantil e juvenil

são graves, porque tendem a se propagar intergeracionalmente.

De acordo com as estatísticas apresentadas pelo Ministério da

Educação e Cultura – MEC (1996) citadas na obra de PATTO houve uma evolução

da educação brasileira nas duas últimas décadas, refletidas em um aumento da taxa

média de escolaridade da população: de dois anos de estudo em 1960, houve uma

progressão para cinco anos de estudo em 1990. Ainda assim, o Brasil está entre os

países com menor nível de escolarização do mundo: entre os 71 milhões de

brasileiros que compõem a população economicamente ativa, a média de

escolarização gira em torno de 3,8 anos. Os brasileiros levam aproximadamente

11,2 anos para concluírem as oito séries do ensino fundamental (MEC, 1996, in

PATTO, 2000).

QUEIROZ (2007), em seu Artigo: Analisando a questão do fracasso

escolar no Brasil, nas décadas de 1960 e 1970, cita FREITAG (1980:61) afirma que:

“Dos 1000 alunos iniciais de 1960, somente 56 conseguiram alcançar o primeiro ano universitário em 1973. Isso significa taxas de evasão 44% no ano primário, 22% no segundo, 17% no terceiro. A elas se associam taxas de reprovação que entre 1967 e 1971 oscilavam em torno de 63,5%”.

E ainda sobre essa questão, numa perspectiva mais recente, a mesma

autora declara que LAHÓZ (in Revista Exame, 2000) afirma que de cada 100

crianças que iniciaram os estudos em 1997, só 66 chegarão à oitava série

(QUEIROZ, 2007:02).

Ao lembrar o Estado de Mato Grosso, afirma que dados oficiais da

Secretaria Estadual de Educação retratam que em 1995, a reprovação e evasão

somavam 39%, e apenas 10% dos jovens na faixa de 15 a 19 anos encontravam-se

matriculados no Ensino Médio.

Desse modo, podemos observar que os dados revelam uma realidade

bastante preocupante e que atinge desde o nível micro (a escola) até o nível macro

(o Estado e o país). Diante do fato, inúmeras medidas governamentais têm sido

tomadas para erradicar a evasão escolar, tendo como exemplos, a implantação da

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Escola Ciclada, a E.J.A, a criação do programa bolsa-escola, a implantação do

Plano Desenvolvimento Escolar (PDE), dentre outros, surge agora esporadicamente

em alguns municípios o Projeto FICAI (Ficha de Comunicação de aluno infrequente)

numa parceria escola, família, Conselho Tutelar, Ministério Público e Promotoria, são

tentativas que não têm sido suficientes para garantir a permanência do aluno na

escola.

Embora seja um tanto utópico dizer, mas é preciso chegar a 100% da

população de 0 a 14 anos freqüentando efetivamente a escola, só assim se fará

cumprir a Constituição Federal que garante que o direito da criança nessa idade de

estudar é a obrigação dos pais e do poder público.

2.2 A EVASÃO ESCOLAR NA VISÃO DOS TEÓRICOS

A legislação brasileira determina a responsabilidade da família e do

Estado no dever de orientar a criança em seu percurso sócio-educacional e a Lei de

Diretrizes e Bases da Educação-LDB (1997:2), é bastante clara a esse respeito.

“Art. 2º. A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho”.

Muito embora o que se observa é que, a educação não tem sido plena

no que se refere ao alcance de todos os cidadãos, assim como no que se refere à

conclusão de todos os níveis de escolaridade.

Em seu lugar, o que se vê é que cada vez mais a evasão escolar vem

adquirindo espaço nas discussões e reflexões realizadas pelo Estado e pela

sociedade civil, em particular, pelas organizações e movimentos relacionados à

educação no âmbito da pesquisa científica e das políticas públicas.(QUEIROZ,2007)

A educação é um direito que tem seu fundamento na ação do Estado,

mas que é compartilhada por todos, ou seja, pela família, comunidade e sociedade

em geral, resultando evidente que a “educação deixou de ser um tema exclusivo dos

trabalhadores da área para ser uma questão de interesse de toda a sociedade”

(ROCHA, 1999: 5).

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Assim, por força da Constituição e do Estatuto da Criança e do

Adolescente, são parceiros necessários quando o tema é educação: Família, Escola,

Conselho Tutelar, Conselho da Educação, Conselho da Criança e do Adolescente,

Secretarias de Educação, Assistência social e Saúde, Universidades, Policia Militar

e Civil, Ministério Público e Judiciário.

Devem atuar num regime de colaboração mútua e recíproca, sendo

que, dependendo de cada situação, acabam atuando de forma direta ou indireta,

para garantia da educação. A atuação conjunta fortalece a autonomia da escola,

deixando evidente que as ações tomadas no âmbito escolar são passíveis de

controle e questionamentos.

Dentro desse contexto, verifica-se que, entre os vários problemas que

afligem a educação, a evasão escolar e a reiteração de faltas injustificadas,

apresentam-se como um grande desafio àqueles que estão envolvidos com o

referido direito. É uma questão relevante, a ponto do Estatuto da Criança e do

Adolescente estabelecer a necessidade ser partilhado tal problema, para evitar a

sua ocorrência, deixando de ser um problema exclusivo e interno da instituição de

ensino. Quando tais situações se verificam, constata-se que o direito à educação

não está sendo devidamente respeitado, justificando a necessidade de intervenção

dos órgãos responsáveis, conforme apontados na Constituição e no Estatuto da

Criança e do Adolescente.

Considerando que a formação escolar para o trabalho e a dissonância

existente entre o que faz a escola e o que a sociedade espera, traduzem um dos

principais problemas para que se concretize a inserção dos jovens no mundo do

trabalho (Sarriera & Teixeira, 1997). Pesquisas realizadas na área, indicam que na

transição da escola para o trabalho, boa parte dos empregos pouco ou nada tem a

ver com os estudos. É justamente esta falha para a formação no trabalho, gerada

pela alta exigência do mercado laboral e pela baixa qualificação do trabalhador,

tanto na educação formal quanto na formação humana, que faz surgir à

necessidade de capacitação ou de desenvolvimento por intermédio do ensino não

formal (KUENZER, 2000).

Na literatura KUENZER, (2000), como também PATTO (2000), quando

se refere a sua pesquisa realizada em 1993, freqüentemente relatam que a

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necessidade do trabalho se sobrepõe e afasta o jovem do mundo do estudo; no

entanto, o mundo do trabalho remunera melhor aquele que têm maior escolaridade.

São várias e as mais diversas causas da evasão escolar ou da fala de

freqüência do aluno. No entanto, levando-se em consideração os fatores

determinantes da ocorrência do fenômeno, pode-se classificá-los, agrupando-os, da

seguinte maneira:

Escola: não atrativa, autoritária, professores despreparados,

insuficientes ausência de motivação, currículo que não

atende a real necessidade do estudante etc.

Aluno: desinteressado, indisciplinado, com problema de

saúde, gravidez, precisa priorizar o trabalho ao estudo,,

necessidade de mudar em busca de oportunidades melhores

de sobrevivência etc.

Social: trabalho com incompatibilidade de horário para os

estudos, desemprego, ou trabalho informal e instável, baixa

auto-estima etc.

Os problemas são quase os mesmos para todas as escolas noturnas,

veja o que nos diz Sueli Cotrim Tenca (1982), citada por CARMO (2000), em seu

trabalho realizado na cidade de São Paulo com o objetivo de analisar alguns fatores

responsáveis pelos altos índices de repetência e evasão apresentados pelos alunos

dos cursos noturnos da rede pública. Segundo esta autora, o fato do curso noturno

receber grande contingente de alunos de nível sócio econômico mais baixo, não é

suficiente para explicar o fracasso escolar que se verifica. O curso noturno,

comparado com o diurno, apresenta elementos em sua estrutura de funcionamento

que dificultam ainda mais a trajetória do estudante pobre. Entre estes elementos,

destacam-se: a constante falta dos funcionários, ausência do diretor, difícil acesso

dos professores e poucas condições de segurança; rigidez no horário de entrada,

excesso de alunos nas salas, alunos que dormem durante as aulas ou fogem antes

da última aula, atitude de condescendência do professor, não utilização das

dependências extra classe e falta de merenda antes do início das aulas.

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Estas causas, como já afirmado, são concorrentes e não exclusivas, ou

seja, a evasão escolar se verifica em razão da somatória de vários fatores e não

necessariamente de um especificamente. Diagnosticar o problema e enfrenta-lo é a

melhor forma para proporcionar o retorno efetivo do aluno à escola.

Este trabalho de diagnóstico torna-se complexo, posto que para

detectar tais causas, há diversos interesses que camuflam a real situação a ser

enfrentada. Com efeito, ao coletar informações junto aos alunos, muitos apontaram

como causa da evasão escolar as questões envolvendo a própria escola, na sua

estrutura bem como metodologia e qualificação de professores conforme podemos

conferir no capítulo que se segue.

Acreditamos que a intervenção com sucesso para evitar a ocorrência

da evasão escolar ou infreqüência do aluno, deve se realizar quando se constata

que a sua ausência pode comprometer o ano letivo, ou seja, a intervenção tem que

ser preventiva, para não prejudicar ainda mais o aluno.

O principal agente do processo para o combate a evasão escolar é o

professor, face ao seu contato direto e diário com o aluno, cabendo diagnosticar

quando o mesmo não está indo a escola (injustificadamente) e iniciar o processo de

resgate.

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CAPÍTULO III

3 ANÁLISE E DISCUSSÕES

Atualmente o Ensino Médio é compreendido como uma segunda etapa

da Educação Básica e com isso permite ao aluno das escolas públicas o acesso ao

saber científico-tecnológico e sócio-histórico, dessa forma verifica-se que essa é

uma das mais profundas mudanças propostas pela reformulação curricular. O

desafio agora é construir uma proposta pedagógica que unifique formação

acadêmica e educação profissional, formando um individuo apto a exercer sua

cidadania.

O PNE- Plano Nacional de Educação – Educação para Todos, no seu

artigo 3º diz que a educação básica deve ser proporcionada a todas as crianças,

jovens e adultos. Para tanto, é necessário universalizá-la e melhorar sua qualidade,

bem como tomar medidas efetivas para reduzir as desigualdades.

O conceito de Ensino Médio mudou. Mudou levando consigo todas as

antigas definições sobre este nível de ensino antes voltado apenas para um

mercado de trabalho marcado pela especialização e tecnicismo. Outras vezes, o

ensino se restringia a preparar o estudante para o sucesso no vestibular.

Há apenas algumas décadas atrás, cursos profissionalizantes foram

criados para atender a uma demanda de jovens que precisavam trabalhar, enquanto

os cursos propedêuticos se destinavam a um pequeno contingente que tentava uma

vaga na universidade.

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Diante desta nova realidade em que vivemos, marcadas pelas ciências

tecnológicas, é importante rever até que ponto é válido manter essa antiga

dicotomia, vinculada à especialização e tecnicismo.

E, na busca da concretização da autonomia, foram criados vários

instrumentos com o objetivo de promover a inclusão social, considerando também

que é uma determinação global, uma preocupação da UNESCO com os países

chamados em desenvolvimento.

Como a educação é um direito que tem seu fundamento na ação do

Estado, mas que é compartilhada por todos, ou seja, pela família, comunidade e

sociedade em geral, resultando evidente que a “educação deixou de ser um tema

exclusivo dos trabalhadores da área para ser uma questão de interesse de toda a

sociedade” (ROCHA, 1999: 5).

Assim, por força da Constituição e do Estatuto da Criança e do

Adolescente, são parceiros necessários quando o tema é educação: Família, Escola,

Conselho Tutelar, Conselho da Educação, Conselho da Criança e do Adolescente,

Secretarias de Educação, Assistência social e Saúde, Universidades, Policia Militar

e Civil, Ministério Público e Judiciário.

3.1 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

A pesquisa foi realizada no primeiro bimestre do ano letivo de 2007,

com os alunos da Escola Estadual Tancredo de Almeida Neves com comprovada

desistência em pelo menos uma vez no 1º ano do Ensino Médio.

Devido a natureza sócio- cultural da pesquisa, optamos pela análise

quantitativo-qualitativa, adotando o critério demonstrativo através de gráficos e por

analise descritiva.

Foram realizados levantamentos de dados na secretaria da escola

verificando-se as fichas individuais nas pastas dos alunos e as atas de resultados

finais de anos anteriores. Os alunos foram entrevistados através de questionário

(anexo I) elaborado enfocando o objetivo da pesquisa que almeja detectar as

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principais causas da evasão escolar no primeiro ano do Ensino Médio. Os dados

foram analisados através de estudos estatísticos, com produções de tabelas e

gráficos. Sendo os resultados finais, apresentados à comunidade escolar na forma

de painéis e palestras.

3.2 AS ANÁLISES

Após a verificação dos dados apresentados pelos alunos, notamos que

há uma grande defasagem idade/série desses alunos no Ensino Médio (Gráfico 1).

Alguns atrasaram no Ensino Fundamental, outros demoraram a ingressar no Ensino

Médio, os que ingressaram na idade certa que é em média quinze anos, desistiram

pelo menos uma ou duas vezes.

Com relação a idade verificou-se que vários alunos que estavam

afastados da escola por motivo do trabalho tomar muito tempo, agora, um pouco

mais velho, retornaram para a escola. E estes alunos estão inseridos no Ensino

Médio Regular, junto com os mais novos, pois a escola só oferece a ultima fase da

EJA- Educação de Jovens e Adultos, Ensino Médio. Ainda constatou-se estudantes

que estavam afastados por motivos de gravidez, doença, morar longe da escola,

desinteresse e problemas com transporte.

O mais importante é que, mesmo assim, não abandonaram a escola de

vez. Acreditando ainda que os estudos, ou seja, os conhecimentos adquiridos na

escola, serão a base para uma vida melhor e mais digna.

Gráfico 1: Representando a idade dos alunos entrevistados:

IDADE DOS ALUNOS ENTREVISTADOS

[15 - 20[

52%[20 - 25[

31%

[25 - 30[

0%

[30 - 35[

4%

[35 - 40[

13%

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A evasão escolar é atribuída no PNE- Plano Nacional de Educação,

como uma das metas a serem resolvida. Entende-se que são vários os motivos que

levam o estudante a evadir-se da escola. Existem os motivos pessoais e os motivos

escolares.

Acredita-se que para resolver este e qualquer outro problema

correlacionado é necessário averiguar as causas e combate-las. Descobriu-se juntos

aos alunos entrevistados, as principais causas que fizeram afastar-se da escola.

Aparecendo em primeiro lugar a desistência por trabalho (Gráfico 2), cuja justificativa

alega o cansaço após um longo dia de trabalho, com um horário apertado ao final do

expediente onde o estudante tem que sair as pressas para preparar-se para ir à

escola, onde permanecerá por mais quatro horas, muitos dos quais dependem de

transporte escolar para o retorno à sua casa, chegando até uma hora da manhã e no

dia seguinte, levantar cedo para as atividades laborais.

Fatos como estes é que levam a maioria dos estudantes entrevistados

a abandonarem os estudos, por não suportar ou não conciliar as duas atividades

que certamente exige muito esforço.

Gráfico 2: Representando os motivos da evasão escolar dos alunos

entrevistados:

MOTIVOS DA EVASÃO

GRAVIDEZ

7%

TRABALHO

52%MUDANÇA

4%

TRANSPORTE

15%

DOENÇA

7%

DESINTERESS

E

15%

Formar um cidadão apto a tomar decisões importantes, adaptando-se a

um mundo que requer agilidade e novas formas de saber é o desafio do Ensino

Médio, hoje. Uma mudança curricular que possa unir formação geral e educação

profissional é o primeiro passo.

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É interessante atentar-se nos depoimentos dos alunos para a visão

que tem sobre conhecimento e a importância e valorização dos estudos. Diante dos

relatos apresentados constatou-se que a maioria, embora tenha se afastado da

escola por motivo de trabalho praticamente este mesmo motivo o fez retornar

(Gráfico 3), voltaram para a escola em busca de maiores conhecimentos para

melhor desempenho no trabalho. Entende-se com isto que os estudantes, os jovens

e adultos, estão atentos às exigências da sociedade, nas suas modernizações, bem

como se preocupando em estar preparado para o mercado de trabalho.

O fato de esses alunos mostrarem interesse por uma educação de

qualidade nos leva a refletir sobre o que a escola deve estar trabalhando, os alunos

que tanto anseiam conhecimentos para viver na sociedade e desempenhar bem

uma atividade laboral e acreditam que é na escola que encontrarão as respostas.

Cabendo, então as escolas a percepção de tais anseios e re-elaboração de sua

proposta pedagógica.

Gráfico 3: Representando o motivo de retorno dos alunos entrevistados:

MOTIVO DE RETORNO

MELHORAR OS

CONHECIMEN

TOS

41%

PARA

ENCONTRAR

TRABALHO

15%

QUALIFICAÇÃO

PARA O

TRABALHO

44%

O ensino se inscreve no direito de cidadania, lembra a professora Drª

Acácia Zeneide Kruenzer (2000). Universalizar o ensino, porem não significa apenas

aumentar o número de vagas. A situação é mais complexa e exige uma profunda

reflexão sobre qual proposta pedagógica é mais adequada. Deixar a formação

profissional e humanística ainda separadas? Uni-las, revertendo a tradicional

concepção de currículo? O desafio é por tanto, encontrar uma saída que responda

às novas exigências de um mercado cada vez mais seletivo.

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A escola aumentou a demanda, oferece mais salas de aulas,

professores mais qualificados, uma gestão democrática, entretanto, os alunos

entrevistados fizeram alguns apontamentos de melhorias para a escola que

certamente contribuirá muito no melhor desempenho de todas as atividades dentro

da escola. Dentre as sugestões dos alunos destacam-se a melhoria das salas de

aula (Gráfico 4), quadro negro, iluminação calor e da própria organização das salas

de aula.sugerem ainda melhorias na quadra de esportes da escola que não é

coberta e está em situação precária.

Sugerem também que os professores tenham mais autonomia em sala

de aula, que exijam mais disciplina dos alunos. E isto, para professores e

pesquisadores, pode ser considerada uma grande satisfação, constatar esta

exigência partindo dos próprios alunos, leva afirmar que os jovens estão cada vez

mais preocupados com o exercício de sua cidadania e que estão buscando na

escola enriquecer os seus conhecimentos. Outra sugestão é a qualificação dos

professores, alegando ter um mesmo professor trabalhando mais de uma disciplina

na mesma série fora da sua área de formação e, para eles não é bom. Por fim,

sugerem melhorias nos banheiros, iluminação da escola por completo e transporte

escolar adequado.

Embora nenhum desses problemas elencados pelos alunos tenha sido

apresentado como motivo de evasão escolar desses alunos, certamente são

problemas consideráveis que existem na escola e que prejudicam o bom

desenvolvimento pedagógico e aprendizado dos alunos. Uma escola melhor

preparada certamente terá resultados mais significativos.

Gráfico 4:Representando as sugestões dos alunos entrevistados:

SUGESTÕES DE MELHORIAS

MELHORAR A

ILUMINAÇÃO 7%

MELHORAR O

ATENDIMENTO S.

VIDEO 4% MELHORAR O

TRANSPORTE 7%

SER MAIS

EXIGENTE

(DISCIPLINA) 11%

NÃO OPINOU 18%

QUALIFICAR O

PROFESSOR 11%

CONSTRUIR

BANHEIROS 7%

CONSTRUIR SALA

DE AULA 14%

CONSTRUIR

QUADRA POLI

ESPORT.21%

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Pela dimensão dos problemas elencados pelos alunos entrevistados,

verificou-se que a evasão escolar está intrinsecamente relacionada com um conjunto

de fatores que embora apresentados separadamente acredita-se que são

concorrentes e não exclusivos, ou seja, a evasão escolar se verifica em razão da

somatória de vários fatores e não necessariamente de um especificamente.

Diante da problemática apresentada constatou-se que emergem fatos

relevantes diante dos depoimentos dos alunos que para serem solucionados é

imprescindível o estudo de caso de forma global no contexto da escola, com apoio

da sociedade. É preocupante a visão dos alunos em acreditarem que o papel da

escola é prepará-los para o mercado de trabalho, pois se entende que a escola

auxilia no processo de construção de conhecimento para o exercício da cidadania.

Considerando o trabalho a maior causa da evasão escolar, dos alunos

entrevistados, acredita-se que é possível solucionar este problema uma vez que, a

maioria desses alunos moram na zona urbana e trabalham no comércio local

principalmente por tratar de uma cidade pequena. Com possíveis parcerias entre

escola e o comércio dando apoio e incentivo aos estudantes, já que as empresas

necessitam de funcionários mais qualificados, certamente as melhorias e vantagens

viram para ambas as partes.

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Ao constatar-se que, nas opiniões dos alunos, as melhorias da escola

estão centradas na reforma de salas de aula, quadra póliesportiva, transporte

escolar. Entende-se que é de responsabilidade do Estado prover essas melhorias,

uma vez que este é o mantenedor da instituição em estudo.

Acredita-se que a partir desses levantamentos e todas as

constatações, servirão como base para uma melhoria da qualidade do ensino, bem

pressuposto para uma gestão participativa e democrática com a inclusão dos jovens

e adultos, caminhando para a construção de sua cidadania.

Assim, a intervenção com sucesso para evitar a ocorrência da evasão

escolar ou falta de freqüência do aluno, deve se realizar quando se constata que a

sua ausência pode comprometer o ano letivo, ou seja, a intervenção tem que ser

preventiva, para não prejudicar ainda mais o aluno.

O principal agente do processo para o combate a evasão escolar é o

PROFESSOR, face ao seu contato direto e diário com o aluno, cabendo diagnosticar

quando o mesmo não está indo a escola (injustificadamente) e iniciar o processo de

resgate.

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ANEXOS

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Questionário para entrevistar o aluno

1- Qual a sua idade?

2- Com que idade você ingressou no ensino médio?

3- Quantas vezes você iniciou o 1º ano do Ensino Médio e não conseguiu

conclui-lo?

4- Qual o principal motivo responsável pela sua desistência da 1º ano do Ensino

Médio? ( ) motivo de trabalho ( ) localização da escola ( ) transporte escolar ( ) metodologia dos (as) professores (as) ( ) outros,especifiquem:

__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Por que? _________________________________________________________________

5- Quais os motivos que o fez retornar para a escola? ( ) Qualificação para o trabalho; ( ) Encontrar um emprego; ( ) melhorar os conhecimentos; ( ) Melhorias na metodologia dos professores (as); ( ) Melhorou a estrutura de sua escola. 6- Na sua opinião, em aspecto há necessidade de melhorar mais a sua escola? R_______________________________________________________________ Pedimos encarecidamente que seja sincero ao responder este questionário, pois será de grande importância para buscar melhorias para a educação.

Muito obrigado!!