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ASSEMBLÉIA ANO l_N° 157 QUINTA-fEIRA, 10 DE DEZEMBRO DE 1987 BRASfuA-DF ASSEMBLÉIA NACIONAL CONSTITUINTE sUMÁRIo l-ATADA 173"SESSÃO DA ASSEM· BLÉIA NACIONAL CONSmUINTE, EM 9 DE DEZEMBRO DE 1987. 1- Abertura da sessão O- LeItura da ata da sessão anterior que ê, sem observações, assinada. 01- LeItura do ExpedIente IV- Pequeno Expediente ARNALDO FARIA DE SÁ - Atraso, pela PrevidênciaSocial, no pagamento do 13° salá- rio a aposentados'e pensionistas. ADROALDO STRECK - Fixação da dura- ção do mandato do Presidente José Sarney. Queda do poder aquisitivosalarial.O entendi- mento como forma de ação na Assembléia Nacional Constituinte. ANTÓNIO DEJESUS -Desamor da socíe- dade pela criança. VlRGfUO GUIMARÃEs - Legitimidade da ocupação das galerias da Assembléia Nacio- nal Constituinte pelo povo. IRMA PASSONI - Repressão policiala tra- balhadores da Companhia Siderúrgica Paulís- ta-Cosipa. AfONSO ARINOS - Aplauso à assinatura, pelos Estados Unidos e pela União Soviética, de acordo para eliminação de mísseis nuclea- res de "Curto e médio alcances. AROLDE DE OLIVEIRA - Opção dos Constituintes pelo diálogo. Soberania do Ple- nário da Assembléia Nacional Constituinte. FRANCISCO KUSTER - Posicionamento de integrantes do grupo "Centrão" em face dos episódios ocorridos em sessão da Assem- bléia NacionalConstituinte,de 3 de dezembro. Inutilidade da tentativa de torpedeamento da liderança do Constituinte Mário Covas no PMDB. ALDO ARANTES- Reaisintenções do gru- po "Centrão" no tocante à reforma do Regi- mento Interno da Assembléia Nacional Cons- tituinte. RUY NEDEL- Punição, pelo Banco Cen- tral, de ex-diretores da Centralsul. OÚVJO DUTRA-Reais intenções do grupo "Centrão" no tocante à reforma do Regimento Interno da Assembléia Nacional Constituinte. Lançamento da candidatura do Constituinte Luiz Inácio Lula da Silva para Presidente da República. FRANCISCO CARNEIRO - Decisão da (lnesco de considerar Brasília PatrimônioCul- tural da Humanidade. OSVALDO BENDER - Atraso, pela Previ- dência Social, no pagamento dos convênios firmados com o Funrural e Sindicatos dos Tra- balhadores Rurais. NILSON OIBSON - Aplauso à assinatura, pelos Estados Unidos e pela União Soviética, de acordo para eliminação de mísseis nuclea- res de curto e médio alcances. JOSÉ tulZ MAIA - Repúdio às manifes- tações de desrespeito à Assembléia Nacional Constituinte partidas das galerias em sessão de 3 de dezembro. MENDES RIBEIRO - A responsabilidade dos Constituintes no clima dominante na As- sembléia Nacional Constituinte. HARLAN GADELHA - Artigos publicados no jornal Gazeta Mercantil sob o titulo "Per- nambuco em Foco". MAURO SAMPAIO - Defasagem salarial dos servidores do Departamento Nacional de Produção Mineral - DNPM. DIONiSIO HAGE - Transcurso do jubileu de prata de exercido sacerdotal do FreiTadeu Henrique Prost, Início das atividades do Colé- gio Christhus, Belém, Estado do Pará. PAULO MACARINI - Pesquisa desenvol- vida pela Empresa Catarinense de Pesquisa Agropecuária - Empasc. cÉSAR MAIA -Inexistência de regras per- manentes e estáveis na definição da política econômica governamental. PAULO PAIM - Repúdio às ofensas pes- soais feitas da tribuna da Casa e pela imprensa aos Srs, Jair Meneguelli e Joaquim dos Santos Andrade, presidentes da cm e da CGT, res- pectivamente. ADHEMAR DE BARROS FILHO - Conve- niência da decretação de moratória para lavra- dores executados para a cobrança de emprés- timos tomados para custeio de implementos e máquinas agrícolas. CARLOS VINAGRE - Internacionalização da Amazônia. DENISAR ARNEIRO - Dívida externa bra- sileira, FRANCISCO AMARAL - Inexistência de políticagovernamental estável para a pecuária leiteira. . STÉUO DIAS - Posse do Prof.RômuloAu- gusto Penina na Reitoria da Universidade Fe- deral do Espírito Santo. INOCENCIO OLIVEIRA-Distorções no Plano de Emergência do Estado de Pernam- buco. MOZARILDO CAVALCANTI-Atuação do Dr.RomeroJucá à frente da Fundação Nacio- nal do índio - Funai. BENEDITA DASILVA-"Carta de Salva- dor", documento-síntese do I Encontro Nacio- nal do Centenário da Abolição. JÚUO CAMPOS - Criação do Parque Na- cional da Chapada dos Veadeiros, Estado de Mato Grosso.

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ASSEMBLÉIAANO l_N° 157 QUINTA-fEIRA, 10 DE DEZEMBRO DE 1987 BRASfuA-DF

ASSEMBLÉIA NACIONAL CONSTITUINTE

sUMÁRIol-ATADA 173"SESSÃODAASSEM·

BLÉIA NACIONAL CONSmUINTE, EM9 DE DEZEMBRO DE 1987.

1-Abertura da sessãoO - LeItura da ata da sessão anterior

que ê, sem observações, assinada.

01- LeItura do ExpedIente

IV- Pequeno Expediente

ARNALDO FARIA DE SÁ - Atraso, pelaPrevidênciaSocial,no pagamento do 13°salá­rio a aposentados'e pensionistas.

ADROALDO STRECK - Fixação da dura­ção do mandato do Presidente José Sarney.Queda do poder aquisitivosalarial.O entendi­mento como forma de ação na AssembléiaNacional Constituinte.

ANTÓNIO DEJESUS -Desamor da socíe­dade pela criança.

VlRGfUO GUIMARÃEs - Legitimidade daocupação das galerias da Assembléia Nacio­nal Constituintepelo povo.

IRMA PASSONI - Repressão policiala tra­balhadores da Companhia Siderúrgica Paulís­ta-Cosipa.

AfONSO ARINOS - Aplauso à assinatura,pelos Estados Unidos e pela União Soviética,de acordo para eliminação de mísseis nuclea­res de "Curto e médio alcances.

AROLDE DE OLIVEIRA - Opção dosConstituintes pelo diálogo. Soberania do Ple­nário da Assembléia NacionalConstituinte.

FRANCISCO KUSTER - Posicionamentode integrantes do grupo "Centrão" em facedos episódios ocorridos em sessão da Assem­bléiaNacionalConstituinte,de 3 de dezembro.Inutilidade da tentativa de torpedeamento daliderança do Constituinte Mário Covas noPMDB.

ALDO ARANTES-Reaisintenções do gru­po "Centrão" no tocante à reforma do Regi­mento Interno da Assembléia Nacional Cons­tituinte.

RUY NEDEL- Punição, pelo Banco Cen­tral, de ex-diretores da Centralsul.

OÚVJO DUTRA-Reais intenções do grupo"Centrão" no tocante à reforma do RegimentoInterno da Assembléia Nacional Constituinte.Lançamento da candidatura do ConstituinteLuiz Inácio Lula da Silva para Presidente daRepública.

FRANCISCO CARNEIRO - Decisão da(lnesco de considerar Brasília Patrimônio Cul­tural da Humanidade.

OSVALDO BENDER - Atraso, pela Previ­dência Social, no pagamento dos convêniosfirmadoscom o Funrurale Sindicatos dos Tra­balhadores Rurais.

NILSON OIBSON - Aplauso à assinatura,pelos Estados Unidos e pela União Soviética,de acordo para eliminação de mísseis nuclea­res de curto e médio alcances.

JOSÉ tulZ MAIA - Repúdio às manifes­tações de desrespeito à Assembléia NacionalConstituinte partidas das galerias em sessãode 3 de dezembro.

MENDES RIBEIRO - A responsabilidadedos Constituintes no clima dominante na As­sembléia Nacional Constituinte.

HARLAN GADELHA - Artigos publicadosno jornal Gazeta Mercantil sob o titulo "Per­nambuco em Foco".

MAURO SAMPAIO - Defasagem salarialdos servidores do Departamento Nacional deProdução Mineral - DNPM.

DIONiSIO HAGE - Transcurso do jubileude prata de exercido sacerdotal do FreiTadeu

Henrique Prost, Iníciodas atividades do Colé­gio Christhus, Belém, Estado do Pará.

PAULO MACARINI - Pesquisa desenvol­vida pela Empresa Catarinense de PesquisaAgropecuária- Empasc.

cÉSAR MAIA -Inexistência de regras per­manentes e estáveis na definição da políticaeconômica governamental.

PAULO PAIM - Repúdio às ofensas pes­soais feitasda tribuna da Casa e pela imprensaaos Srs, Jair Meneguelli e Joaquim dos SantosAndrade, presidentes da cm e da CGT, res­pectivamente.

ADHEMAR DE BARROS FILHO - Conve­niênciada decretação de moratória para lavra­dores executados para a cobrança de emprés­timos tomados para custeio de implementose máquinas agrícolas.

CARLOS VINAGRE - Internacionalizaçãoda Amazônia.

DENISAR ARNEIRO - Dívida externa bra­sileira,

FRANCISCO AMARAL - Inexistência depolíticagovernamental estávelpara a pecuárialeiteira. .

STÉUO DIAS - Posse do Prof.RômuloAu­gusto Penina na Reitoria da Universidade Fe­deral do Espírito Santo.

INOCENCIO OLIVEIRA-Distorções noPlano de Emergência do Estado de Pernam­buco.

MOZARILDO CAVALCANTI-Atuação doDr.RomeroJucá à frente da Fundação Nacio­nal do índio - Funai.

BENEDITA DA SILVA-"Carta de Salva­dor", documento-síntese do IEncontro Nacio­nal do Centenário da Abolição.

JÚUO CAMPOS - Criação do Parque Na­cional da Chapada dos Veadeiros, Estado deMatoGrosso.

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6050 Quinta-feira 10 DIÁRIO DA ASSEMBLÉIA NACIONAL CONSTITUINTE Dezembro de 1987

OSVALDO SOBRINHO - Reivindicação,por municipios mato-grossenses, perante oSupremo Tribunal Federal, de revisão dos cri­térios adotados para distribuição das quotasdo Fundo de Participação dos Municípios.

SOTERO CUNHA- Fixação da duraçãodo mandato do Presidente José Sarney.

SAMlR ACHÔA-Instituição da correçãomonetária, até o dia do efetivo depósito, paraas dívidas das entidades de Direito Público.

SIQUEIRA CAMPOS-Irresponsabilidadegovernamental na condução do ProgramaNuclear.

JOÃO DE DEUS ANTUNES- Política ha­bitacional. Urgência na aprovação da nova Leido Inquilinato.

NO LECH- Divisão da bancada do PMDBna Assembléia Nacional Constituinte. Retoma­da dos compromissos históricos do partido.

FERES NADER- Trabalho do Dr. A1exisChristus Pontes Luzpublicado na 'Tribuna doAdvogado".

V- Comunicações das Uderanças

BRANDÃO MONTEIRO - Preocupação,doPDT com o nível de radicalização reinante naAssembléia Nacional Constituinte. Desaprova­ção do partido à proposta de reforma do Regi­mento Interno apresentada pela Mesa Dire­tora.

AMARAL NETIO - Posição de transigên­cia do "Centrão" com referência a propostade reforma do Regimento Interno apresentadapela Mesa Diretora. Acautelamento dos inte­grantes do grupo diante da veiculação de in­formações tendenciosas e inverídicas,

HAROLDO LIMA - Posição contrária do PCdo B a proposta de reforma do RegimentoIntemo apresentada pela Mesa Diretora.

ROBERTO JEFFERSON-Apoio à pro­posta de reforma do Regimento Interno apre­sentada pela Mesa Diretora. Permanência noplenário dos Constituintes agraciados pelo Mi­nistro Almir Pazzíanotto, do Trabalho, com aMedalha "Ordem do Mérito do Trabalho".

JOSÉ CARLOS COUTINHO-Posição doPL em face da pretendida reforma do Regi­mento Intemo da Assernbléía Nacional Cons­tituinte.

PAULO PAIM-Solidariedade do PT às rei­vindicações dos metalúrgicos da Cosípa,San­tos, Estado de São Paulo, em greve. Repúdioàs ofensas pessoais feitas aos presidentes dacm e da CGT, por Constituintes.

_NELSON JOBIM-Consistência e corre­çao da proposta de reforma do RegimentoInterno apresentada pela Mesa Diretora. Desa­provação do PMDB à norma tomando auto­mático o pedido de preferência assinado por280 Constituintes. .

ROBERTO FREIRE-Aplausos à assínatu­r~, pelos Estados Unidos e pela União Sovié­tica, de acordo para eliminação de mísseisnucleares de curto e médio alcance.

JAMIL HADDAD - Posição contrária doPSB à proposta de reforma do Regimento In­terno apresentada pela Mesa Diretora.

FAUSTOROCHA-Repúdio à invasão dasgalerias da Casa por bademeiros profissionais.Postulados do Grupo "Centrão".

SIQUEIRA CAMPOS-Apoio do PDC àproposta de reforma do Regimento Internoapresentada pela Mesa Diretora.

VI- Ordem do DiaPRESIDENTE- Anúncio de correção de

erro de redação no art. 8° do Substitutivo aoProjeto ,de Resolução n° 21.

JOSE GENOfNO - Encaminhamento davotação do Projeto de Resolução n9 21.

CARlOS SANT'ANNA (Questão de Ordem)- Repetição da correção relativa ao art. 8°do Substitutivo ao Projeto de Resolução n"21.

PRESIDENTE- Resposta à questão de or­dem do Cqnstituinte Carlos Sant'Anna.

BRANDAO MONTEIRO (Questão de or­dem) - Processo de votação adotado em fa­~e da existência de proposta aprovada ante­normente.

PRESIDENTE- Resposta à questão de or­dem do Constituinte Brandão Monteiro.

NELSON CARNEIRO (Questão de ordem)- Conflito entre as disposições estatuídas noart. 1Q e no § 39 do art. 99 do Substitutivoda Mesa Diretora, com exclusão do termo "ti-tuI "o .

PRESIDENTE- Resposta à questão de or­dem do Constituinte Nelson Carneiro.

\I1VALDO BARBOSA, GASTONE RIGHI­Encaminhamento da votação do Projeto deResolução n° 21.

PRESIDENTE-Anúncio da presença dedelegação parlamentar paraguaia na Casa.

ROBERTO FREIRE, RICARDO FIÚZA­Encaminhamento da votação do Projeto deResolução rr 21.

JOSE GENOfNO (Questão de ordem)­Destino do Projeto de Resolução no 20 nahipótese de aprovação do Projeto de Resolu­ção n9 21.

PRESIDENTE- Resposta à questão de or­dem do Constituinte José Genoíno.

JOSE GENOfNO (Questão de ordem)­Pedido de verificação de votação.

PRESIDENTE- Resposta à questão de or­dem do Constituinte José Genoíno.

CARLOS SANT'ANNA (Questão de ordem)- Tomada de votos no processo de votaçãodo Substitutivo apresentado pela bancada doPT.

PRESIDENTE-Resposta à questão de or­dem do Constituinte Carlos Sant'Anna.

ALDO ARANTES (Pela ordem) - Esclare­cimento sobre ser do PT, do PDT, do PC doB e de setores do PMDBa autoria do Substi­tutivo e!Ovotação,

JOSE GENOINO (Questão de ordem)­Ressalva das emendas, com aprovação doSubsti~tivo. Período adequado para a apre­sentaçao de destaques à matéria em votação.

PRESIDENTE-Resposta à questão de or­dem do Constituinte José Genoíno.

JOSÉ GEN01NO (Questão de ordem)­Pedido de verificação de votação.

PRESIDENTE- Resposta à questão de or­dem do Constituinte José Genoíno.

BRANDÃO MONTEIRO (Questão de or­dem) - Utilização do sistema eletrônico devotação.

PRESIDENTE- Resposta à questão-de or­dem do Constituinte Brandão Monteiro.

JOSÉ COSTA(Questão de ordem) - Crité­rio para composição da Comissão de Redaçãoprevista no art. 12 do Substitutivo da Mesaao Projeto de Resolução n° 21.

PRESIDENTE- Resposta à questão de or­dem do Constituinte José Costa.

BONIFÁCIO DE ANDRADA (Questão de or­dem) - Deferimento pela Mesa de pedidosde verificação de votação sem o apoiamentoexigido pelo Regimento Interno da AssembléiaNacional Constituinte.

PRESIDENTE- Resposta à questão de or­dem do Constituinte Bonifácio de Andrada.

. ~ESIDENTE - Comunicação sobre apre­ciaçao de todos os destaques para conclusãoda votação.

PRESIDENTE- Colaboração dos Consti­tuintes para ultimação do processo de vota­ção.

!OSÉ GENOfNO (Questão de ordem)­Numero de destaques sujeitos à apreciaçãodo Plenário da--Assembléia Nacional Consti·tuinte.

PRESIDENTE- Resposta à questão de or­dem do Constituinte José Genoíno.

\I1VALDO BARBOSA (Questão de ordem)- Subsistência do § 2° do art. 23 do Regi­mento Interno relativamente à não-exigênciade maioria absoluta para apresentação deemendas sobre matérias correlatas.

PRESIDENTE- Resposta à questão de orodem do Constituinte VIValdo Barbosa.

PRESIDENTE - Esclarecimentos sobreteor do destaque apresentado pelo Constituin­te Mário Covas.

MÁRIO COVAS, BONIFÁCIO DE ANDRADA- Encaminhamento do requerimento de des­taque para retirada da expressão "automática"do texto do § 29 do art. l°.

OSVAL~~CEDO (Questão de ordem)- Conseqüências da aprovação do Substi­tutivo da Mesa Diretora nos trabalhos da N;­sembléia Nacional Constituinte.

PRESIDENTE- Resposta à questão de or­dem do Constituinte Osvaldo Macedo.

BONIFÁCIO DE ANDRADA (Pela ordem)- Tomada de votos no processo de votaçãodo destaque requerido pelo Constituinte MárioCovas

J?SÉ GE~ofNO (Questão de ordem) ­Pedido de venficação de votação.

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Dezembro de 1987 DIÁRIO DA ASSEMBLÉIA NACIONAL CONSTITUINTE Quinta-feira 10 6051

PRESIDENTE - Resposta à questão de or­dem do Constituinte José Genoíno.

MÁRIO COVAS (Questão de ordem) ­Acordopara retiradade requerimentode vota­ção em globo de destaques e de pedido deverificação de votação.

JOSÉ LOURENÇO (Questão de ordem) ­Suspensão da sessão em face da expectativade acordo sobre votação de destaques.

PRESIDENTE-Resposta às questões deordem dos Constituintes Mário Covas e JoséLourenço.

VlI- Encerramento

2 - MESA (Relaçãodos membros)

3- - ÚDERES E VlCE·ÚDERES DEPARTIDOS (Relaçãodos membros)

4 - COMISSÃO DE SISTEMATIZA­ÇÃO (Relaçãodos membros)

Ata da 173~ Sessão, em 9 de dezembro de 1987Presidência dos Srs.: aJysses Guimarães, Presidente; Mauro Benevides,

Primeiro-Vice-Presidente; Jorge Arbage, Segundo-Vice-Presidente.

ÀS15:30HORAS COMPARECEM OSSEf'{HD­RES:

Abigail Feitosa - PMDB; Adauto Pereira­PDS; Adhemar de Barros Filho - PDT; AdolfoOliveira - PL; AdroaldoStreck - PDT; AdylsonMotta- PDS;Afif Domingos - PL; Agassiz Al­meida .....: PMDB; Agripino de Oliveira Uma ­PFL; Alarico Abib - PMDB; Albérico Cordeiro- PFL; Albérico Filho - PMDB; Alceni Guerra- PFL; Aldo Arantes - PC do B; Alércio Dias- PFL; Alexandre Costa - PFL; Aloísio Vascon-celos - PMDB; Aloysio Chaves - PFL; AloysioTeixeira- PMDB; Aluizio Campos- PMDB; Alva­ro Valle - PL; Amaral Netto - PDS; AmauryMiJller -'PDT; Amilcar Moreira - PMDB; ÂngeloMagalhães- PFL; Anna Maria Rattes - PMDB;Annibal Barcellos - PFL; Antero de Barros ­PMDB; Antônio Britto - PMDB; Antônioc:arlosKonderReis- PDS;Antoniocarlos MendesT;Ja­me - PFL; Antôniode Jesus - PMDB; AntonioGaspar - PMDB; AntonioMariz - PMDB; Anto­nio Salim Curiati - PDS; Amaldo Faria de Sá- PTB; Arnaldo Martins - PMDB; Amaldo Mo­raes - PMDB; AmaldoPrieto- PFL;ArnoldFio­ravante- PDS;Aroldede Oliveira - PFL; ArtenirWerner- PDS;Arturda Távola- PMDB; Asdru­bal Bentes - PMDB; Átila Lira- PFL; AugustoCarvalho - PCB; Áureo Mello - PMDB; BasílioVillani - PMDB; Benedicto Monteiro - PMDB;Benedita da Silva - PT; Bernardo Cabral ­PMDB; Beth Azize - PSB; Bezerra de Melo­PMDB; Bocayuva Cunha - PDT; Bonifácio deAndrada- PDS;Bosco França - PMDB; Bran­dão Monteiro - PDT; Caio Pompeu - PMDB;Cardoso Alves - PMDB; Carlos Alberto Caó ­PDT; Carlos Cardinal- PDT; Carlos Chiarelli ­PFL; Carlos Cotta - PMDB; Carlos Mosconi­PMDB; CarlosSant'Anna-PMDB; CarlosVinagre- PMDB; Cássio Cunha Uma - PMDB; Céliode Castro - PMDB; Celso Dourado - PMDB;César Maia - PDT; Chagas Duarte- PFL; Cha­gas Rodrigues- PMDB; ChicoHumberto-~DT;Cid Sabóia de Carvalho - PMDB; CláudioAvila- PFL; Cleonâncio Fonseca - PFL; Costa Fer­reira - PFL; Cristina Tavares - PMDB; CunhaBueno - PDS; Darcy Deitos - PMDB; DarcyPozza-PDS; DasoCoimbra-PMDB; DelBoscoAmaral - PMDB; Délio Braz - PMDB; DenisarAmeiro- PMDB; Dionisio DalPrá- PFL; DirceuCarneiro- PMDBj Djenal Gonçalves- PMDB;Domingos Leonelli - PMDB; Edison Lobão -

PFL; Edivaldo Motta- PMDB; Edme Tavares ­PFL; Edmilson Valentim - PC do B; EduardoBonfim - PC do B; Egidio Ferreira Lima ­PMDB; Eliel Rodrigues- PMDB; Enoc Vieira ­PFL; Eraldo Trindade - PFL; Erico Pegoraro ­PFL; EuclidesScalco - PMDB; ExpeditoMacha­do - PMDB; Fábio Feldmann - PMDB; FábioRaunheitti - PTB; Fausto Fernandes - PMDB;Fausto Rocha - PFL; Felipe Mendes - PDS;Feres Nader - PDT; Fernando Bezerra Coelho- PMDB; Fernando Gomes-I- PMDB; FernandoHenrique Cardoso - PMDB; Fernando Santana- PCB; Flavio Palmierda Veiga - PMDB; Flores­0-PDT; FranciscoArnaral- PMDB; FranciscoCarneiro- PMDB; Francisco Diógenes - PDS;FranciscoKüster- PMDB; FranciscoRollemberg­- PMDB; Francisco Sales- PMDB; Furtado lei­te - PFL; Gabriel Guerreiro - PMDB; GastoneRighi - PTB; GenésioBemardino-PMDB; Geo­vani Borges - PFL; Geraldo Alckmin Filho ­PMDB; Geraldo Campos - PMDB; Geraldo Fle­ming - PMDB; Gerson Carnata- PMDB: GidelDantas - PMDB; Gil César - PMDB; GilsonMa­chado - PFL; Gonzaga Patriota - PMDB; Gu­mercindo Milhomem - PT;Gustavo de Faria ­PMDB; Haroldo Lima- PCdo B;HaroldoSabóia- PMDB; Hélio Costa - PMDB; Hélio Manhães- PMDB; Hélio Rosas - PMDB; Heráclito Fortes- PMDB; HermesZaneti- PMDB; Hilário Braun- PMDB; HomeroSantos - PFL; HumbertoLu-cena - PMDB; Humberto Souto - PFL; IberêFerreira- PFL; Ibsen Pinheiro- PMDB; Inocên­cio Oliveira - PFL; Irajá Rodrigues - PMDB;Iram Saraiva - PMDB; Irapuan Costa Júnior ­PMDB; Irma Passoni - PT;IsmaelWanderley­PMDB; Ivo Lech- PMDB; Ivo Mainardi - PMDB;Jacy Scanagatta - PFL; Jalles Fontoura - PFL;Jarbas Passarinho- PDS;Jayme Paliarin- PTB;Jayme Santana - PFL; Jesualdo Cavalcanti ­PFL; João Agripino - PMDB; João Alves - PFL;João de Deus Antunes - PDT; João Lobo ­PFL; João Paulo - PT; João Rezek - PMDB;Joaquim Francisco- PFL; Joaquim Hayckel­PMDB; Joaquim Sucena - PMDB; Jofran Frejat- PFL; Jonas Pinheiro - PFL; Jorge Arbage­PDS; Jorge Bornhausen - PFL; Jorge Hage ­PMDB; Jorge Leite - PMDB; Jorge Uequed ­PMDB; Jorge Vianna - PMDB; José CarlosCouti­nho - PL; Jose Carlos Grecco - PMDB; JoséCarlos Sabóia - PMDB; José Costa - PMDB;José Egreja- PTB; José Elias- PTB; José EliasMurad- PTB; José Fernandes - PDT; José Fo-

gaça- PMDB; José Freire- PMDB; José Genoí­no - PT; José Guedes - PMDB; José IgnácioFerreira- PMDB; José Jorge - PFL; José Uns- PFL; José Lourenço - PFL; José Luiz de Sá- PL; José Luiz Maia- PDS;José Maria Eymael- PDC; José Melo - PMDB; José MendonçaBezerra- PFL; José Paulo Bisol- PMDB; JoséRicha- PMDB; José Serra - PMDB; José Tava­res - PMDB; José Teixeira - PFL;José Tinoco- PFL; José Viana - PMDB; Júlio Campos ­PFL; Júlio Costamilan - PMDB; Jutahy Júnior- PMDB; Jutahy Magalhães- PMDB; Koyu lha- PMDB; LaelVarella - PFL; Lavoisier Maia-PDS;LeiteChaves- PMDB; LeopoldoBessone-PMDB; LeopoldoPeres - PMDB; LeurLornan­to - PFL; Louremberg Nunes Rocha - PMDB;Lourival Baptista- PFL;LúcioAlcântara- PFL;Luís Eduardo - PFL; Luís Roberto Ponte ­PMDB; Luiz Alberto Rodrigues- PMDB; Luiz Frei­re - PMDB; Luiz Gushiken - PT; Luiz InácioLula da Silva- PT; Luiz Salomão - PDT; LuizSoyer-PMDB; LysâneasMaciel-PDT; MaguitoVilela - PMDB; Manoel Castro- PFL; Mansuetode Lavor- PMDB; Márcia Kubitschek - PMDB;Márcio Braga - PMDB; Marco Maciel - PFL;Marcondes Gadelha - PFL; Marcos Lima ­PMDB; Maria Lúcia - PMDB; Mário Covas ­PMDB; Mário Uma -;- PMDB; Mário Maia- PDT;Marluce Pinto - PTB; MatheusIensen - PMDB;Maurício Fruet - PMDB; Maurício Nasser ­I?MDB; Maurllio Ferreira Lima - PMDB; MauroMiranda- PMDB; MauroSampaio- PMDB; MaxRosenmann-PMDB; Meira Filho-PMDB; MeloFreire-PMDB; Mello Reis- PDS;MendesBote­lho - PTB; MendesRibeiro - PMDB; Michel Te­mer - PMDB; Milton Barbosa - PMDB; MiltonReis- PMDB; Mozarildo Cavalcanti - PFL; Mus­sa Demes - PFL; NaborJúnior - PDT; NaphtaJiAlves de Souza-PMDB; NarcisoMendes-PDS;NelsonAguiar- PDT; NelsonCarneiro- PMDB;NelsonJobim - PMDB; Nelson Seixas - PDT;Nelton Friedrich - PMDB; Nilso Sguarezi ­PMDB; Nilson Gibson - PMDB; Nion Albernaz-PMDB; Noelde Carvalho - PDT; NyderBarbo­sa-PMDB; OctávioElísio - PMDB; OdacirSoa­res - PFL; Olívio Dutra - PT; Orlando Bezerra- PFL; Orlando Pacheco - PFL; Osmar Leitão- PFLj Osmir Uma - PMDB; Osmundo Rebou-ças - PMDB; Osvaldo Bender - PDS; OsvaldoCoelho- PFL; OsvaldoSobrinho - PMDB; Os­waldo Lima Filho - PMDB; Oswaldo Trevisan- PMDB; Ottomar Pinto- PTB; Paes de Andrade

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6052 Quinta-feira 10 DIÁRIO DAASSEMBLÉIA NAOONALCONSmUINTE Dezembro de 1987

- PMDB; Paes Landim - PFL; Paulo Delgado- PT; Paulo Macarini - PMDB;Paulo Mincarone=- PMDB; Paulo Paim - PT; Paulo Pimentel ­PFL; Paulo Ramos-PMDB; PauloSilva-PMDB;Paulo Zarzur - PMDB; Pedro Canedo - PFL;Pimenta da Veiga - PMDB; Plínio Arruda Sam­paio - PT; Plínio Martins - PMDB; Pompeu deSousa -PMDB; Rachid Saldanha Derzi-PMDB;Raimundo Bezerra - PMDB; Raquel Capiberibe- PMDB;Raul Ferraz- PMDB;Renato Johnsson- PMDB;Renato Vianna - PMDB;Ricardo Fiuza- PFL; Ricardo Izar - PFL; Rita Camata -PMDB; Roberto Balestra - PDC; Roberto Freire- PCB; Roberto Jefferson - PTB; Roberto Ro­llemberg - PMDB; Robson Marinho - PMDB;Ronaldo Carvalho - PMDB; Ronaldo Cezar Coe­lho - PMDB; Ronan Tito - PMDB; Ronaro Cor­rêa - PFL; Rosa Prata - PMDB; Rubem Bran­quinho - PMDB; Ruben Figueiró - PMDB; Ru­bervalPilotto - PDS; Ruy Nedel- PMDB;SadieHauache - PFL; Sandra Cavalcanti - PFL; Sar­ney Filho - PFL; Saulo Queiroz - PFL; SérgioWemeck - PMDB;Sigmaringa Seixas - PMDB;Siqueira Campos - PDC; Sólon Borges dos Reis- PTB; Sotero Cunha - PDC; Stélio Dias ­PFL; Tito Costa - PMDB; Ubiratan Spinelli ­PDS; Uldurico Pinto - PMDB;Ulysses Guimarães- PMDB;Valmir Campelo - PFL; Valter Pereira- PMDB; Vasco Alves - PMDB; Vicente Bogo- PMDB;Victor Faccioni - PDS; Victor Fontana- PFL; Victor Trovão - PFL; Vingt Rosado-PMDB;Vinicius Cansanção - PFL; Virgildásio deSenna - PMDB; Virgílio Galassi - PDS; VirgilioGuimarães - PT; Virgílio Távora - PDS; VitorBuaiz - PT; Vivaldo Barbosa - PDT; VladimirPalmeira - PT; Waldec Ornélas - PFL; WaldyrPugliesi - PMDB; Wilma Maia - PDS; WilsonMartins - PMDB; Ziza Valadares - PMDB.

I - ABERTURA DA SESSÃOO SR. PRESIDENTE (Jorge Arbage) - A

lista de presença registra o comparecimento de359 Senhores Constituintes.

Está aberta a sessão.Sob a proteção de Deus e em nome do povo

brasileiro, iniciamos nossos trabalhos.O Sr. Secretário procederá à leitura da ata da

sessão anterior.

U - O SR. MÁRIo MAIA, Segundo-Secre­tário, procede à leitura da ata da sessão antece­dente, a qual é, sem observações, assinada.

O SR. PRESIDENTE (Jorge Arbage) - Pas­sa-se à leitura do expediente.

111- EXPEDIENTENão há expediente a ser lido.

O SR. PRESIDENTE (Jorge Arbage)

W - PASSA-SE AOPEQUENO EXPEDIENTE

Tem a palavra o Sr. Constituinte Arnaldo Fariade Sá.

O SR. ARNALDO FARIA DE SÁ (PTB ­SP. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente,Srs. Constituintes, ocupo a tribuna para exigir daMesa da Assembléia Nacional Constituinte provi­dencias no sentido de averiguar notícia publicadahoje pelo jornal O Estado de S. Paulo segundo

a qual a Previdência Social só pagará em janeiroo 13" salário dos aposentados e pensionistas. Éuma vergonha que isso possa ocorrer! A Mesada Assembléia Nacional Constituinte tem de exigirexplicações, pois os aposentados e pensionistas,que já recebem uma importância ínfima, não po­dem ficar sem seu 13" salário no mês de dezem­bro. Seus vencimentos são minguados e miserá­veis, e ainda assim lhes são sonegados.

Temos conhecimento de que o Governo con­cede empréstimos vultosos a empresários doPais. Enquanto isso, de acordo com a notícia hojepublicada, um dos dirigentes da Dataprev tentaesclarecer o que está acontecendo.

Sr. Presidente, Srs. Constituintes, isso é inexpli­cável, é uma falta de vergonha e de consideraçãopara com os contribuintes da Previdência Social.Nós, Constituintes, precisamos tomar algumasprovidências e exigir que o 13" dos aposentadose pensionistas seja pago ainda neste mês. Dequalquer forma, temos de encontrar uma soluçãointermechária. Se o pagamento não puder ser efe­tuado por meio de carnês da Dataprev, que oseja através de crédito em conta corrente. O repre­sentante da Dataprev diz que isso é difícil,porqueos beneficiários não têm conta corrente. Ora, estemesmo Govemo, ao sancionar a Lei n° 7.604,aprovada pelo Congresso Nacional, vetou um arti­go que obrigava o sistema bancário financeironacional a prestar serviço gratuito a todos os apo­sentados e pensionistas.

O que querem esses senhores que estão admi­nistrando a Previdência? Que os aposentados epensionistas continuem morrendo, porque ficamais barato pagar o auxi1io-funeral equivalentea dois valores de referência do que pagar essamiséria que ganham os aposentados e pensio­nistas? Acho que a Constituinte tem a obrigaçãode tomar alguma providência.

Quando aprovamos o salário integral para osaposentados, todos se posícíonararn contra, argu­mentando que a Previdência quebraria. Ora, aPrevidência Social não quebrou, apesar de todosos desmandos que ocorreram até agora! Se oGovernotem dinheiro de sobra para fazer emprés­timos, por que não paga o que deve?

Exigimos uma tomada de posição. Do contrá­rio, vamos motivar todos os aposentados e pen­sionistas a virem a Brasília para, juntos, exigirmosdas autoridades competentes uma providêncianesse sentido.

ARTIGOA QUESE REFEREO ORADOR:

PREViDÊNCIA PAGASÓ EM JANEIRO O

139 DE APOSENTADOS

O Natal dos aposentados e pensionistas conti­nuará pobre ainda este ano. É que os carnêsaindanão incluirão o pagamento do 13" salário nemo do respectivo mês de dezembro, que eles sóreceberão em janeiro, junto com os atrasadosde novembro resultantes da diferença do aumen­to do salário mínimo. Desde quinta-feira da sema­na passada os inativos estão recebendo ainda ascompetências de setembro, outubro e novembrosem reajuste, cujo pagamento se prolongará atémeado do mês, informou ontem o presidente daDataprev, Ivan Polari, responsável pela confecçãodos carnês previdenciários.

Polari espera que a partir de janeiro, com oinício do recadastramento de todos os inativos,a Previdência Social tenha condições de diversi­ficar as formas de pagamento dos beneficios, efe­tuando-os com maior rapidez e eficiência. Hojea defasagem entre o reajuste dos benefícios, aconfecção dos camês, sua distribuição e o efetivorecebimento pelo segurado gira entre um e doismeses por total impossibilidade de a Dataprevfazer o serviço em tempo mais curto.

Aidéia do ministério é utilizaro máximo possívela conta corrente bancária e o correio para pagaros beneficios, sistemas que Ivan Polari assegurareduzirão em cerca de dez dias a defasagem nospagamentos. O grande problema é que os bancosnão querem aceitar a extensão das contas corren­tes para os pequenos proventos - que na Previ­dência são a grande maioria. Hoje apenas 1,8milhão de inativos recebe por conta corrente, oque representa somente 15% dos aposentadose pensionistas que desfrutam de maiores rendi­mentos ou já possuem conta em banco indepen­dente da Previdência Social. Esse sistema é omais cobiçado pelo ministério, porque só deixa­riam de ser incluídos nos carnês as alteraçõessalariais efetivadas nos dez últimos dias do mês.Detodo jeito, o pagamento tem de ser creditadono banco no final do mês para ser efetivado so­mente no mês seguinte.

Neste pagamento que está sendo efetuado ago­ra, os inativos urbanos deverão receber os bene­ficios reajustados em 7,68%, que estavam emmanutenção até 31 de maio, e em 4,69% paraos iniciados a partir de 19 de junho. Os empre­gados rurais tiveram os mesmos índices de rea­juste, enquanto os benefícios rurais por acidentede trabalho foram reajustados em 4,69%. Já osbeneficios dos inativos rurais passaram a valerCz$ 1.500,00 (metade do valor dos urbanos), semincluir o reajuste proporcionado pelo aumentodo salário mínimo agora em dezembro, cuja por­taria o Ministério da Previdência Social deverá di­vulgar ainda esta semana com os novos índices.

O SR. ADROALDO SmeCK (PDT - R5.Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente,Srs. Constituintes, preocupa-me sobremaneira ofato de estar refluindo a questão sobre a duraçãodo mandato do Presidente Samey, estabelecidoem 4 anos peja Comissão de Sistematização. Estaé uma questão morta e sepultada, não apenasporque o Poder Constituinte quer, mas porqueé preciso atender à aspiração da quase totalidadedos brasileiros, cansados de tanta incompetênciaadministrativa.

Os principais jornais do País nos dão contade alguns desastres que começam a ínvíabílízara nossa economia: a massa de salários cai drama.ticamente. Fala-se num percentual de 38% nosúltimos meses. Ora Sr. Presidente e Srs. Consti­tuintes, uma economia capitalista que queira hon­rar esta condição funda-se, basicamente, numamassa salarial bem distribuída, que funciona co­mo um colchão de ar destinado a suportar osimpactos de uma queda de safra, de uma desvalo­rização cambial ou do aumento dos preços dopetróleo no mercado Internacional. Nos EstadosUnidos, a grande nação capitalista, imediatamen­te após um surto inflacionário, corrige-se, em pri­meiro lugar, os ganhos dos assalariados comoforma de manter a estrutura dos negócios.

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Dezembro de 1987 olARIa DA ASSEMBLÉIA NAOONAL CONSTITUINTE Quinta-feira 10 6053

No Brasil Constituinte, o poder aquisitivo des­penca fragorosamente, as indústrias retrocedemnos seus programas de produção e setores intei­ros da atividade produtiva tendem a desaparecer.E cito o caso especifico da produção de frangos,inviabilizada por preços desestimulantes. Há trêsmeses, um quilo de frango vivo custava 43 cruza­dos, enquanto hoje custa 27 cruzados no merca­do. E por isso matrizes estão sendo sacrificadas,inclusive galinhas poedeiras. Isto significa, Srs.Constituintes, que, no ano que vem, no máximoem abril, não haverá safra de ovos nem tampoucofrangos no mercado brasileiro.

E nós, com o peso da responsabilidade quetemos perante a Nação, preocupando-nos como mandato de um Presidente que somente seusamigos do peito querem manter no Poder.

Assim, num dia importante êomo o de hoje,em que nos preparamos para votar a reformu­lação do nosso Regimento Interno, que nos per­mitirá limpar o texto constitucional até aqui elabo­rado é fundamental que nos entendamos, fazendoconcessões de parte a parte, ou seremos respon­sabilizados pelo caos total, que está assim muitolonge.

Ontem, Gorbachev e Reagan, lideres incontes­tes do capitalismo e do comunismo, deram aomundo uma demonstração de que, com entendi­mento, os perigos que nos espreitam podem sercontornados.

Pergunto: por acaso nós Constituintes Brasi­leiros, somos tão incapazes a-ponto de, interna­mente, não conseguirmos conter as arengas deuma esquerda furiosa e de uma direita inconse-qüente? .' - .

É esta a mensagem singela que deixo a todosos meus colegas Constituintes, convicto de queestamos com tudo para recobrar o tempo perdidopara soluções que consultem os verdadeiros inte­resses do País, massacrado por propostas radicaisde direita e de esquerda, quando estamos cansa­dos de saber que a virtude está em fazer apenasaquilo que é possível ser feito.

Muito obrigado.

o SR. Al"lTONIO DE JESUS (PMDB- GO.. Pronuncia o seguinte díscurso.) - Sr. Presidente,Srs, Constituintes, a sociedade que não se preo­cupa com suas crianças e não lhes oferece condi­ções de desenvolvimento, de saúde física, mentale social, não revela apenas a sua desumanidade,seu desrespeito à vida, sua incompetência organi­zacional; ela condená ao fracasso o futuro da co­munidade.

A criança de hoje, cidadão de amanhã, é umser com todos os direitos fundamentais da pessoahumana e mais, com o direito de ser protegida,de receber cuidados e atenções durante sua ima­turidade física e emocional.

Uma nação não se forma responsável, desen­volvida, equilibrada, harmônica e felizpor decreto.

-Esse ideal só se alcança quando seus integrantes,na sua individualidade, forem agraciados com aoportunidade de vivenciar, na infância, um climade segurança física e emocional.

Que segurança oferecemos, hoje, às milhares- de crianças que estão nascendo em nosso País?

Que lar as acolhe carinhosamente e as sustentanos primeiros passos?

Quase nada se faz nesta terra pela verdadeirafelicidade humana e nacional. A miséria que cam-

peia não mata apenas fisicamente, não destróisomente o corpo e a saúde mental. Aniquila amoral da sociedade brasileira, na convivência pro­longada com a desgraça social.

A insegurança é geral, o medo, a raiva e a violên­cia dominam a expressão emocional, e nosso po­vo, do mais rico ao mais carente, já esqueceuo que é amor, harmonia, equilíbrio, bondade,tranqüilidade. Desconhece, especialmente, o queseja paz, aquele sentimento indispensável à inte-gração do ser humano no mundo. '

Está o País carente não só de pão e teto; estáespecialmente deficiente de bondade, compreen­são e afeto. Nesse clima, assistimos ao mais de­gradante tratamento dispensado às nossas crian-ças. .

Espalhadas pelas ruas, abandonadas pelos paisou, pior ainda, por eles usadas, iniciam-se na prá­tica da marginalidade, expondo-se a todo tipo deexperiências, moldando seu caráter na escola daesperteza, cujo fim é sempre trágico.

Não são, porém, apenas as crianças desvalidasdos recursos sócio-econômicos as vitimas desseclima geral. Crianças de lares materialmente bemconstruidos estão padecendo os mesmos males,em escala diferente. A insegurança dos pais eo desamor geral, que tomou conta de nossa socie­dade, obriga todas as crianças à vivência de cons­trangimentos e tensões.

Se os pais que vivem na miséria abandonamseus filhos ou lhe aplicam castigos físicos qualifi­cados dentro da lei como verdadeiros crimes, nasclasses superiores, os pais se mostram ansiosos,incapazes de oferecer amor, e compensam a faltabásica com o consumo exagerado de produtosindustriais, substituto medíocre da afetividade es­pontânea..

A semente da violência e da infelicidade estáespalhada por todo o territ6rio nacional e, se nãocomeçarmos a recolher com urgência esse mal,substituindo-o pelo 'amor, carinho, compreensãoe o cuidado genuino para com nossas crianças,não sô o futuro individual está condenado comotambém todo o futuro do País 'estará compro-metido com a miséria moral. '

A sociedade como um todo e as famílias, emespecial, precisam conhecer os direitos funda­mentais da criança, internacionalmente reconhe­cidos pela ONU, e respeitá-los'. Cabe, portanto,à sociedade punir os crimes cometidos contraa criança, sejam de que origem forem, pois elassão o futuro da !1?ssa Nação.

É inadmissível que crianças sejam tratadas co­mo objetos indesejáveis no lar, quando são víti­mas de toda sorte de agressões, cometidas porpaís inescrupulosos, que procuram descarregarnos filhos seus recalques e frustrações, como umespécie de vingança pelo i~ucessoina vida.

O Estado deve favorecer e até mesmo estimulara adoção de crianças, quando seus pais se achamincapacitados para educá-Ias ou prover suas ne­cessidades básicas.

Não basta porém a adoção de medidas palia­tivas. É necessário fortalecer o núcleo familiardando as devidas condições para que. os pai~possam ass!s~r os filhos condignamente.

A estabilidade da família depende diretamenteda estabilidade fínanceira e emocional, no âmbitofísico, e da estabilidade moral, na esfera espiritual.

Precisamos de um Brasil do qual nos orgulhe­mos e no qual as familias queiram ter seus filhospara amá-los e possibilitar-lhes amar à Pátria.

- O SR. VIRGÍLIO GUIMARÃES (PT - MG.Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srs.Constituintes, o plenário da Assembléia NacionalConstituinte foi invadido pelo povo. Pessoas dopovo colocaram-se atrás de cada um dos Consti­tuintes para pressioná-los a respeito de suas rei­vindicações. Diante da invasão do próprio plenáriopor pessoas do povo, o que fez o Govemo? Cha­mou as tropas para garantir a segurança da As­sembléia Nacional Constituinte, num fato quedespertou polêmica nesta Casa.

Um dos Constituintes assim se pronunciou: "Oque me admira é ver tanto medo do povo e tãopouco da tropa. No meio do povo brasileiro nuncapodemos estar mal". Estas são as palavras doConstituinte Antônio Carlos Ribeiro de AndradeMachado da Silva,o histórico Constituinte AntônioCarlos na Constituinte de 1923. Quando da inva­são do plenário pelo povo, ele defendeu essa atitu­de popular, e foi mais longe, Sr. Presidente, dizen­do: "Que se diga ao Governo que a falta de tran­qüilidade procede da tropa e não do povo...", por­que o Governo alegava que isso tirava a tranqüi­lidade da Assembléia Nacional Constituinte paradeliberar.

Continuava o Constituinte Antônio Carlos:

"Estando a Assembléia, nesta Corte, ro­deada da força armada, está coacta" - istoé, está coagida - "Faça-se, saber ao Gover­no que não há senão as baionetas que pertur­bam o sossego público: que xapoíados" dopovo nunca se podem considerar como pro­vas de inquietações, e que até é ridiculo einduz a crer que o Governo não tem a quese apegar, o querer persuadir que a inquie­tação de toda a capital procede de "apoia­dos" das galerias, e que esse desassossegoexige medidas extraordinárias".

É incrível,Sr. Presidente, que mais de 150 anosdepois se repita aqui a velha arenga dos reacio­nários, daqueles que sempre se valem das tropascontra o povo, que é o que mais uma vez aconteceaqui. O povo jamais invadiu as galerias, porqueas galerias são o lugar do povo; ninguém invadeas galerias, as pessoas apenas as ocupam, porqueali é o seu lugar de direito. Constitui problema,isto sim, estarem as galerias vazias, como agora.Se porventura existem Constituintes que apelampara as tropas, isto sim, é um problema, porquea presença do povo a cobrar os seus direitos éo que há de normal, porque o Constituinte nãopode temer o povo. Temem o povo os Consti­tuintes que se agacham diante das rnultínacíonaís,do poder econômico, dos latifundiários, e queapenas a estes prestam contas e, por isso. nãotitubeiam em dizer que o povo coage. O povocoage naquilo que lhe é de direito, e só se senteminquietos os Constituintes reacionários, direitistase que, mais uma vez, se voltam para as tropase contra óPovo.

Meus protestos contra esses que agacham anteas tropas e se lançam contra o povo.

.A SRA. IRMA PASSONI (PT- SP. Semrevisão da oradora.) - Sr. Presidente, Srs. Consti­tuintes, trago aqui, hoje, o episódio da Cosipa,

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6054 Quinta-feira 10 DIÁRIO DA ASSEMBLÉIA NACIONAL CONSTITUINTE Dezembro de 1987

empresa ligada à Síderbrás, em Cubatão, umadas maiores empresas do País, com 15 mil funcio­nários em greve. Lamentavelmente, ontem e ~oje

foram violentamente espancados por um aparatopolicial utilizado para buscar os operários em ca­sa, obrigando-os a trabalhar depois de decretadailegal a greve, na quinta-feira. Um dos operários,doente, teve um ataque cardíaco, durante seu se­questro em sua residência.

Arepressão na porta do sindicato foiabsurda,atingindo inclusive transeuntes que nada tinhama ver com a greve. Em média são 40 trabalhadoresespancados, alguns deles internados em Santos,em decorrência de violências policiais.

Solicitamos urgência de medidas por partedo Ministérioda Indústria e do Comércio, porquehoje a Cosipa é dirigida por interventores quesimplesmente se ausentam da própria fábrica eda própria cidade. Em vez de assumirem a res­ponsabilidade de comando da empresa, ausen­tam-se do Estado. No domingo passado estavamem Minas Gerais, e a situação dos funcionáriosda empresa é de desespero.

Apelamos para o Ministério da lndústriae doComércio e para o Ministériodo Trabalho no sen­tido de que intervenham no caso, em vista deuma abertura de negociações tentada por parteda direção do sindicato e lamentavelmente, nãoatendida. -

Portanto, deixo aqui registrado o apoio dabancada do Partido dos Trabalhadores aos operá­rios da Cosipa, e também nosso apelo no sentidode que se reabram as negociações, porque suasreivindícações são justas: 40% de recomposiçãosalarial, o não - desconto dos dias parados ea não - punição aos grevistas.

Apelamos ainda para a Síderbrás no sentidode juntamente com os Ministérios da lndustriae do Comércio e do Trabalho encontraram umasolução para o impasse que se criou e jamaisusem da truculência absurda e injusta da PolíciaMilitar para destruir a vida dos trabalhadores, queaté hoje dedicaram suas vidas à construção deuma das maiores indústrias do País, a Cosipa.

-O SR. AFONSO ARINOS (PFL - RJ. Pro­nuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente,Srs, Constituintes, a Assembléia Constituinte, re­presentante legitima e soberana do povo brasi­leiro, manifesta sua solidariedade e seu aplausoàs negociações que se desenvolvem entre o Presi­dente Ronald Reagan, dos Estados Unidos, e oSecretário-Geral MikailGorbachev, da União So­viética, relativas ao desarmamento nuclear pro­gressivo das duas superpotências.

A Assembléia Constituinte, continuadora dasgloriosas tradições de paz e igualdade entre asnações., que marcam a política ínternacíonal doBrasil, formula melhores votos para que o desar­mamento nuclear total, completo, seja a conse­qilência das negociações em curso, de forma aexpressar ao mundo uma era de liberdade e pazno fim deste século XX, que assistiu as maioresrevoluções e às maiores guerras de toda a Históriahumana.

O progresso da tecnologia acentou o progressoda produção industrial.Acompetição econômico­tecnológica levou aos choques ideológicos mar­cados pela Resolução de 1917, na Rússia, à Reso­lução fascista de 1922, na Itália, com Mussolini,

e à Resolução nazista de 1933, na Alemanha, comHitler.

As duas grandes guerras do século foram asmaiores da Históriahumana, mas a segunda trou­xe o emprego da energia nuclear, na sua aplicaçãobélica.

Todas as teorias políticas revolucionárias: domarxismo internacionalista ao fascismo e ao na­zismo nacionalistas, perderam qualquer possibi­lidade história diante da certeza do perecimentode tudo em conseqüência da guerra nuclear.

Experiência pessoal na Comissão da ONU -o desarmamento nuclear da América do Sul, pro­posta brasileira esquecida pelo ltamaraty, poste­riormente vitoriosa.

Ajuntaria a esta proposta - que gostaria fosseaprovada pela Assembléia Nacional Constituinte_ a sugestão de que sua aprovação fosse comu­nicada, por intermédio dos representantes dosEstados Unidos e da União Soviética, aos respec­tivos govemantes.

Muito obrigado a V. Ex", Sr. Presidente. (Pal­mas.)

O SR. AROLDE DE OLIVEIRA (PFL - RJ.Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, caroscolegas Constituintes, acreditamos que, hoje,após três semanas de discussões, de opção pelodíálogo de boa vontade e de paciência por partedo grupo majoritário da Assembléia NacionalConstituinte, temos na pauta dos trabalhos umsubstitutivo da MeSa,árbitro interessado em con­duzir aS negociações, pois que encontrou comotexto um denominador comum das propostas emtomo da mudança do Regimento Interno.

Quero deixar claro, Sr. Presidente, que, nestatarde, votaremos e aprovaremos sem mais delon­gas, o substitutivo que consubstancía propostaconciliatória da Mesa dos trabalhos da AssembléiaNacional Constituinte.

Estamos, como grupo majoritário, dando maisuma vez demonstração de que não somos intran­sigentes, de que estamos abertos ao diálogo. Sa­bemos que existem muitos destaques apostos nosubstitutivo. Desejo esclarecer a V.EX,ao Plenáriodesta Casa e à Imprensa aqui presente que osdestaques não são fruto da intransigência do"Centrão", do grupo majoritário, mas, sim, do ra­dicalismo das esquerdas minoritárias que nãoquerem o entendimento.

Por isso, Sr. Presidente, caros colegas Consti­tuintes, devemos partir imediatamente, seguindoo trâmite regimental, para a votação do substi­tutivo da Mesa. Ele traduz o esforço da direçãoda Assembléia Nacional Constituinte e das lide­ranças responsáveis pela condução dos trabalhos,no sentido de encontrarmos rapidamente a res­posta que a Nação angustiada espera de nós,no sentido de partirmos, tão cedo quanto possível,para votação da matéria constitucional e para asdefinições, agora sim, do que é decisão da Assem­bléia Nacional Constituinte.

Infelizmente, estamos vivendo sob a égide deum parecer de um projeto da Comissão de Siste­matização, que, da maneira como é colocado àNação, parece ser a última palavra em matériade texto constitucional, o que será utilizado comodefinitivo para reger as instituições no Pais. Nãoé verdade. A Assembléia Nacional Constituinte,consoante os princípios de soberania, irá pronun-

ciar-se de acordo com as regras democráticas,ouvindo, explícita e afirmativamente, para as deci­sões em tomo de todos os díposírívos da NovaConstituição, a vontade majoritária deste Plenário.

OSR. FRANCISCO KÜSTER (PMDB-SC.Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, S~e Srs. Constituintes, vimos à tribuna, nesta tarde,em momento que antecede o que muitos ousamchamar de uma grande decisão que, a meu ver,não é tão grande assim, ou mesmo uma impor­tante decisão, que também não é tão importanteassim, porque absolutamente desnecessária.

A decisão já foi tomada, no início dos trabalhosda Assembléia Nacional Constituinte, quando 559representantes de 140 milhões de brasileiros ela­boraram, discutiram, votaram o Regimento Inter­no, que deveria nortear os trabalhos da Assem­bléia Nacional Constituinte desde seu início atéseu término.

Entretanto, forças outras, estranhas até ao pro­prio universo da Assembléia Nacional Constituin­te, fízerarn com que estivéssemos hoje cara acara com aquilo que poderá ainda tomar-se umimpasse.

Todavia, outras coisas aconteceram a partirdessas providências adotadas pelos eminentesColegas, com as quais não concordo, mas tenho,como democrata, a obrigação de respeitar, dochamado "Centrão", como por exemplo, a decla­ração do Líder do Partiddo da Frrente Liberal,que ousou dizer que, se dispusesse de uma arma,teria disparado contra as galerias naquela oportu­nidade. O Líder do Partido Democrático Socialdisse que viu algumas pessoas armadas, inclusiveum Senador.

É de se questionar, Sr. Presidente, SI"' a" e SI"'Constituintes. que, se de repente 559 Constituin­tes, entre -homens e mulheres, decidirem optarpelo comparecimento a esta Casa armados, por­tando revólveres, facas, metralhadoras. granadase outras coisas mais para construir uma Consti­tuição, que vai acontecer? Que dirá este povoansioso, sedento de mudanças, mas mudançasverdadeiras, e não traição. É de se questionaro posicionamento, o arroubo das lideranças, comas quais n&o concordo - repito - mas tenhoobrigação de respeitar até mesmo em seus exces­sos. Essas lideranças dizem que, se portassemarmas, teriam disparado contra os populares que,naquele dia, marcavam sua presença nas galerias.

Mas as coisas não param aí, Sr. Presidente al­guns tentam atingir uma figura eminente - edeixo claro que não tenho procuração algumanem dos seus maiores amigos, para tocar no seunome, mas vou fazê-lo por conta própria - queé o Líder do PMDBna Assembléia Nacional Cons­tituinte, o Senador Mário Covas, numa ação or­questrata, visando a enfraquecê-lo. É bom queos peemedebistas saibam, assim como as lideran­ças maiores do partido, que o Senador Mário Co­vas soube ser valente e coerente quando na opo­sição.

O fato é que PMDBhoje é um partido equivo­cado. Falo do meu partido, que está na situaçãoe no poder. Estão tentando torpedear uma lide­rança, que ainda se safa neste universo de contra­dições em que vive hoje o PMDB numa açãoorquestrada. Denunciamos que alguns querematingir a liderança do Senador Mário Covas, que,

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Dezembrode 1987 DIÁRIO DA ASSEMBLÉIA NACIONAL CONSmUINTE Quinta-feira 10 6055

se não lira todo o universo do PMDB,ainda lideraa sua maioria. E ouso dizer o seguinte: o SenadorMário Covas lidera a maioria de qualidade do nos­so partido, o PMDB,a cujas fileirasainda pertenço,mas já não sei se continuarei a pertencer pormuito tempo. Desejo continuar a ser membrodo partido, mas é necessário que ele retome aolocal de onde nunca deveria ter saído, a partirdo momento em que passou a inchar.

E concluo, Sr, Presidente, dizendo que é umdesserviço que fazem os os que se dizem peerne­debístas, ao.tentarem torpedear essa Liderança,que é uma reserva moral que tem o PMDB, umadas poucas talvez, tal o equívoco que cometemoutras expressões do meu partido.

o SR. ALDO ARANTES (PC do B - GO.Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srs.Constituintes, estamos aqui, mais uma vez, paradar continuidade ao processo de votação das alte­rações do Regimento Interno. Todos sabemosquais foram as razões que determinaram esta cri­se que está atravessando a Assembléia NacionalConstituinte. Esta crise é conseqüência de algu­mas vitórias limitadas, parclels, dos setores popu­lares na Assembléia Nacional Constituinte. Estacrise é decorrência do fato de se ter obtido nãoa estabilidade no emprego, mas uma conquistamenor, que é a proibição da dispensa imotivada.Esta crise decorre do fato de não se ter estabe­lecido o monopólio da distribuição do petróleo,mas sim a nacionalização da sua distribuição,questionada pelas empresas multínacíonaís, queprocuram confundir a opinião pública. Esta crisedecorre do fato de se ter conquistado a licençade 120 dias para mulheres gestantes e uma sériede outras postulações sociais como a liberdadee autonomia sindical e o direito de greve, entreoutras. O fato objetivo é que, a partir do resultadoda Comissão de Sistematização, houve uma arti­culação dos setores empresariais - da União Bra­sileíra dos Empresários e da UDR - e tudo issose refletiu aqui na articulação do chamado "Cen­trâo",

O objetivo é claro do "Centrão" é liquidar otrabalho realizado pela Comissão de Sistemati­zação, é liquidar a própria Comissão de Sistema­tização; é liquidar a figura do Relator; enfim. éliquidar praticamente todo o trabalho até aqui ela­borado pela Assembléia Nacional Constituinte.Para isso procuraram introduzir no Regimento In­terno modificações bizarras. que representamrealmente uma ruptura com toda a tradiçâo parla­mentar, ao se pretender - o que se tem discutidomuito aqui - substituir votos por abaixo-assi­nados ao se pretender substituir o compromissodo Constituinte. que aqui está para votar, por suaassinatura.

Srs. Constituintes, daqui a pouco estaremos vo­tando um substitutivo da Mesa que, na nossa opi­nião, não difere substancialmente do substitutivodo "Centrão". Hoje, integrantes da cúpula de ex­trema-direita do "Centrão" ocuparam meios decomunicação para informar que a redação dosubstitutivo da Mesa é. na verdade, a redação do"Centrão".

Quero dizer em meu nome e em nome daliderança do meu partido, que nós nos posicio­namos contra este substitutivo. Na verdade elerepresenta uma tentativa de dourar a pílula daproposta do "Centrão", mas mantendo a sua es-

sêncía, que é essência excludente, moralizadorados setores minoritários desta Casa e é. em últimainstância, o esforço de liquidar o trabalho da Co­missão de Sistematização e a própria Comissãode Sistematização.

Por isso, aqui fazemos um apelo a todos osConstituintes conscientes, democráticos e liberaisque no primeiro momento foram conquistadospela extrema-direita, por determinadas circuns­tâncias: votem com as propostas democráticas,para assegurar à Assembléia Nacional Constituin­te condição de elaborar um texto constitucionalde acordo com a vontade da maioria do povobrasileiro.

o SR. RaY NEDEL (PMDB- RS. Sem revi­são do orador.) - Sr. Presidente, Sr" e Srs. Cons­tutuintes, há poucos dias ocorreu um fato, conse­qüente das ações do Poder Executivo, que ocu­pou as primeiras páginas de todos os jornais doRio Grande do Sul e do Brasil, E fato auspicioso,porque, pela primeira vez, se notam os frutos docombate aos crimes de colarinho branco: o BancoCentral pune ex-diretores pelo rombo do Cen­tralsul.

Temos em mãos ofício do Sr. Ministro da Justi­ça, Dr. Paulo Brossard de Souza Pinto. dirigidoao Dr. Fernando Milliet, Presidente do Banco Cen­tral, e fazemos questão de deixá-lo registrado nosAnais da Assembléia Nacional Constituinte:

"Sr. Presidente, é com prazer que lhe infor­mo a extraordinária e simpática repercussãohavida no Rio Grande do Sul em face dadecisão do Banco Central, punindo os res­ponsáveis pelo fraudulento desvio de maisde 54 milhões de dólares no caso Centralsul.Como é do seu conhecimento, quando ofato foi divulgado, causou a pior repercussãoem todo o Rio Grande, comprometeu o cré­dito do sistema cooperativo, que vinha sedesenvolvendo há mais de setenta anos, comreais vantagens para a economia do Estado,e toda a gente se perguntou se, como emtantos casos, nada aconteceria aos seus au­tores, a despeito da sua excepcional gravi­dade.

A decisão de agora, quando muitos duvi­daram da ação do Banco Central, soou comofato auspicioso, e foi recebida com aplausos.Mas, devo lhe dizer com franqueza. indaga-sequando a Nação saberá o resultado de outroscasos rumorosos, como o da Delfin, da Co­roa Brastel, do Brasilinvest, do Sulbrasileiro.

Renovo a V. Ex' a declaração de que, namedida de suas atribuições, o Ministério daJustiça estará, por todos os seus órgãos,pronto a colaborar nesse trabalho de sanea­mento que o povo tanto espera.

Cordialmente - Paulo Brossard deSouza Pinto, Ministro da Justiça."

E na mesma data encaminha um telex parao Diretor-Geral do DPF, Dr. Romeu Turna, nosseguintes termos:

"llrn"Sr.Dr. Romeu TumaD.D. Diretor-Geral do DPFNesta

TLXlGMlSNNR001571 de2-12-87-Re­comendo todas as providências sentido loca­lizaras pessoas condenadas pelo Banco Cen-

traI no caso Centralsul, bem como fazer le­vantamento seus bens. Recomendo aindaexaminar medidas cautelares afim de evitarevasão.

Atentamente - Paulo Brossard de SouzaPinto - Ministro de Estado da Justiça."

Sr. Presidente, Sr" e Srs. Constituintes, pare­ce-me um fato inédito que crimes desta ordemtenham recebido punição. Agora passamos aacreditar que as medidas sejam tomadas, queos culpados sejam efetivamente punidos e nãopossam evadir-se. Sabemos que um dos maiores,criminosos praticante deste tipo de fraude, Sr.Valmir Dalmolín, está morando no Brasil, muitopróximo da fronteira com o Paraguai, o que nosdeve deixar alertas. A Polícia Federal, que estácontrolando aquela divisa deve ficar atenta paraevitar a evasão d~ punido.

O SR. oLÍVIo DCITRA (PT- RS. Sem revi­são do orador.) - Sr. Presidente, SI"'" e Srs. Consti­tuintes, o Plenário da Assembléia Nacional Consti­tuinte tem pela frente uma decisão das mais im­portantes no processo constitumte brasileiro.

Temos dito desta tribuna que o Regimento In­terno que regia os trabalhos da Constituinte nãoera regimento no qual o Partido dos Trabalha­dores teria votado. Fomos minoria. O partido dosTrabalhadores tinha uma proposta de RegimentoInterno diferente daquela que foi aprovada pelamaioria, inclusive com o voto da maior parte dosConstituintes que hoje compõem o chamado"Centrão".

O Partido dos Trabalhadores tinha uma pro­posta de funcionamento da Constituinte atravésda instalação de quatro grandes Comissões. De­pois dos trabalhos destas grandes Comissões, to­dos os 559 Constituintes estariam elaborando aConstituição na grande comissão plenária. Nãofoi esta a vontade da maioria, e a maioria quehoje se diz no "Centráo" foi aquela que votouo Regimento Interno em funcionamento.

Ocorre que tinha esta maioria um script defi­nido para o trabalho da Comissão de Sisteme­tização. A vontade popular, a mobilização do mo­vimento sindical, do movimento comunitário e

_da sociedade civiltrouxeram para os depoimentosnas subcomissões e nas Comissões Temáticase para atuação dos Parlamentares, membros daComissão de Sistematização, na verdade, a impo­sição de que deveríamos ter um texto Constitu­cional além da Constituição outorgada pelos mili­tares. A Comissão não poderia, depois de ouvir

_a sociedade civil, depois de ter aqui a presençado movimento popular sindical pressionando legi­timamente. deixar de votar, como votou em avan­ços, muitos deles, a maioria. apenas relativos, 'al­guns deles significativos. E esses avanços. no en­tanto, é que açularam a direita, que se organizoue fez um discurso peseudamente democrático departicipação dos 559 Constituintes. Mas, na verda­de, havia por trás desse argumento o intuito demudar as regras do jogo. enquanto o jogo estavaem andamento. Por que esta alteração? Para im­pedir que o processo de avanço no texto Constitu­cional por pressão popular tivesse prosseguimen­to, através das regras do jogo do Regimento Inter­no, as quais queremos nós. do PT,sejam profun­damente democráticas. Não queremos qua a nos­sa vontade de 16 Constituintes, somada à dosdemais progressistas, predomine. Queremos re-

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gra5 que possibilitem a todos os 559 Constituin­tes, sem substituir voto por assinaturas, apresentaremendas, que serão ou não aprovadas de acordocom a presença dos Constituintes neste plenário,atravé de seus votos. Queremos que cada Consti­tuinte diga à Nação o que está votando e contrao que se está posicionando. .

Na verdade o "Centrão" quer esconder o votoda maioria, o voto do centro direitoso que o coor­dena. O Partido dos Trabalhadores que a transpa­rência, quer que cada Constituinte se compro­meta diante da Nação: -se é contra a proibiçãodas demissões imotivadas, se é contra a liberdadee autonomia sindical, o pleno direito de greve,o papel das Forças Armadas, restringido à defesada soberania, se é contra outros avanços sociaisconquistados na Comissão de Sistematização.Cada membro do "Centrão" e da sua perifiriatem de ser transparente. Tem de votar e dizerà Nação se está a favor ou contra o direito dostrabalhadores.

Por isso, o PTentende que a proposta de Cen­trão é truculenta, porque, na verdade, quer escon­der a posição de cada um dos Constituintes quedele participa, quer esconder desta Nação a posi­ção da maioria deste Congresso Nacional.

Anexo ao discurso do Sr. Olivio Dutra:

CARTA ABERTAAOS BRASILEIROS

o PTapresenta ao povo brasileiro o seu candi­dato à Presidência da República: Luís Inácio Lulada Silva.

O PT tem coragem de dizer a todos os brasi­leiros que, neste momento difícil, existem saídaspara a grave crise que foi criada pelos poderososda Velha e Nova República.

O PTchama você a participar desta briga, paraque a vontade do povo trabalhador possa preva­lecer acimados interesses dos banqueiros,latifun­diários, grandes industriais e militares.

Nosso povo vive dias dificeis. A inflação reduzo poder de compra dos salários. As medidas doGoverno Sarney promovem o desemprego. Nãose criam novas oportunidades de trabalho paraa juventude.

Esta situação tem razões que o PT quer nova­mente denunciar. O Governo Sarney atendeu àsexigências do Fundo Monetário Internacional(FMI), bloqueou o caminho da reforma agráriae partica o arrocho salarial. A Nova Repúblicatraiu as promessas feitas na campanha das diretasem 84.

Mas os trabalhadores e o povo brasileiro de­monstram disposição de não mais continuar aceí­

. tando os desmandos deste Governo. Greves deportuários, de metalúrgicos, servidores públicose outras categorias têm ocorrido em todo o Pais,

. manifestando um claro desejo de acabar definiti­vamente com a farsa da Nova República, apesarde repressão.

Embora ludibriados nas eleições de 86, os tra­balhadores e o povo brasileiro não desistiram delutar por uma Constituição democrática, que re­conheça os direitos populares e que abra espaçoà reforma agrária. Esta luta deu alguns resultados:a redução do mandato ilegítimo.de José Sarneye a inclusão de algumas reinvidicações dos traba­lhadores no projeto da Comissão de Sistemati­zação.

Isto não está garantido. Todos sabem comoos reacionários, os conservadores reagiram a es-

ses resultados: organizaram o tal "Centrão" e mo­dificaram as regras do jogo do Congresso Cons­tituinte.

Ninguém pode aceitar esse caminho.Vamos garantir os direitos do povo na Consti­

tuição. Vamos sair às ruas para impedir que Sar­ney permaneça no poder por mais de 4 anos.Vamos às ruas para lutar pelos direitos dos traba­lhadores, pela estabilidade, pelas 40 horas, pelodireito à moradia, pela Reforma Agrária, contrao pagamento da dívida externa.

Trabalhar pela candidatura de Lula é lutar pelaconquista desses direitos.

O PT conquista cada vez mais a confiança dopovo, porque tem sido coerente, tem acertadoem suas previsões, não se deixou enganar peloColégio Eleitoral nem pelo Plano Cruzado.

O PTtem dado provas de firmeza na luta sindi­cal junto à cur, no movimento popular e na atua­ção corajosa.e limpa de seus 16 Deputados naConstituinte.

O PT tem dito e continua a dizer que, sema participação e a luta dos trabalhadores. nãohaverá saída possível. Por isso mesmo apresentacomo candidato Lula, um símbolo das lutas trava­das no Brasil nos últimos anos. Pela primeira vezum trabalhador disputará a Presidência da Repú­blica. Um trabalhador que representa a luta demilhões de oprimidos na cidade e no campo.

O PT chama a todos que buscam viver de seupróprio trabalho a contribuir para que, pela pri­meira vezem 400 anos de nossa História,o Gover­no saia das mãos dos representantes dos ricos,dos poderosos, dos exploradores.

Basta de miséria. Basta de injustiça. Basta deatitudes retrógradas.

Pelo progresso do País. Por condições dignasde vida para nosso povo. Vamos à luta.

Fora SarneyLula para Presidente

Pelo Brasil que a gente quer

o SR. FRANCISCO CARNEIRO (PMDB­DF. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presi­dente, Srs. Constituintes, depois da inauguraçãode Brasília,o feito mais importante de sua história,e que se constitui em honra e glória nacionais,foi a decisão da Unesco de transformar a cidadeem Patrimônio Cultural da Humanidade.

Esta distinção da Unesco é o reconhecimentoinequívoco da excepcional genialidade criativados homens que conceberam Brasília - LúcioCosta, Oscar Niemeyer, Bruno de Giorgi.

As ações heroícas que aqui se efetivaram, naepopéia dos mil dias da construção de Brasília,amalgamaram uma raça de candangos configu­rada na garra, gana e obstinação de JuscelinoKubitschek, Israel Pinheiro e suas equipes.

.Esses homens, suas famílias - onde quer queestejam os pioneiros - sentem a glória e a satisfa­ção inexcedível de ver Brasília configurada comobem cultural da humanidade.

Essa decisão da Unesco é de-fundamental im­portância para a preservação do plano originalde Lúcio Costa, complementado pela genial plás­tica arquitetônica de Oscar Niemeyer.

A especulação imobiliária e até injustificadasações governamentais ficarão impedidas de desfi­gurar uma jóia preciosa. contemporânea, frutodo gênio criativo e da capacidade construtora debrasileiros.

Que memória temos hoje dos projetos feitose executados para Minas Gerais e Goiânia? Nadamais resta - foi tudo desfigurado criminosamen­te.

Antes que isso começasse a acontecer em Bra­síha, o Governador José Aparecido prestou a estaCapital e ao Brasil um serviço patriótico e culturalde inestimável valor e, por isso, ele ficará na Histó­ria de Brasília e do Brasil.

Com um ato definido, decisivo, inequívoco eexplícito,através do Decreto n9 10.829,que possi­bilitou à Unesco incorporar Brasília como bemcultural da humanidade, tolheu o governador emdefinitivo, qualquer desfiguração do projeto urba­mstico original da mais nova capital do mundo,que foi a consagração do urbanista Lúcio Costavitorioso em Concurso Internacional para o Pro­jeto da Nova Capital do Brasil.

Pelo trabalho paciente, persistente e até teimo­so de amor cívico, com uma nova visão, muitonítida, de horizontes mais amplos e mais longín­quos, S. Ex", o Governador José Aparecido deOliveira,ao conseguir para Brasília a singular dis­tinção da Unes co, motivou uma repercussãomundial. de grandes dimensões culturais, sociais,políticas e econômicas para Brasília e para o Bra­sil.

É preciso conhecer na íntegra o decreto gover­namental, para entender que Brasília não fica en­gessada.

O que preservado está, como se fora num sa­crário, é a concepção urbanística da cidade e omodo muito excepcional e humano de viver dosbrasilienses. ~

Passos dessa magnitude não se enquadram- no aqui, agora, neste instante.

São dimensões mentais e de um sentir cívicodos quais, para muitos, só o tempo explicará averdade e as razões puras.

Governador José Aparecido, Brasília é hoje Pa­trimônio Cultural, pertence à Humanidade, e ébrasileiro, como diz o Ministro Celso Furtado.

Por isso e portanto, nós lhe devemos muito.

O SR. OSVALDO BENDER (PDS-RS. Pro­nuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente,S!'"" e Srs. Constituintes, tenho recebido, nos últi­mos dias, inúmeras denúncias referentes ao atra­so no pagamento, por parte da Previdência Social,dos convênios firmados com o Funrural e os Sin­dícatosdos Trabaladores Rurais. Estes, por suavez, fizeram convênios com profissionais, médi­cos, dentistas e hospitais, para prestação de servi­ços aos que têm direito ao Funrural. Aconteceque, desde setembro, os pagamentos da Previ­dência não estão sendo efetuados e, em conse­quência, os prestadores de serviços também nãoestão recebendo seus honorários.

Tenho recebido um grande número de recla­mações de diversos municípios da região querepresento. Ainda ontem recebi uma reclamaçãodo Município de lraí, Rio Grande do Sul. que con­firma as demais denúncias. Não é admissível queaqueles que prestam serviços aos segurados doFunrural se sacrifiquem e praticamente financiema Previdência Social, quando se anuncia ter aqueleórgão cento e vinte bilhões de cruzados aplicadosno over e no open deixando de pagar aos benefi­ciários e aos conveniados. O que é mais graveainda e o atraso no pagamento dos proventosdos aposentados pelo Funrural, que chega a atin-

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gir noventa dias em sua grande maioria. Assim,além de receberem apenas um terço do saláriomínimo, com o atraso, esta quantia chega total­mente defasada em suas mãos. O mesmo acon­tece com o reajuste dos aposentados, pois aoinvés de receberem logo a metade do salário míni­mo, recebem este reajuste em noventa dias oumais, quando já se fixaram novos valores parao salário mínimo, e o reajuste não representa maiso mesmo valor. E assim acontece, também, comos atrasos no recebimento dos carnês e, em con­seqúência, o dinheiro dos aposentados fica pormais noventa dias na Previdência Social, renden­do juros e correção monetária com as aplicações,tudo isto à custa do sacrificio dessa pobre gente,que, na verdade, não recebe nem o meio salário,conforme a lei,mas apenas um terço e já desvalo-rizado. , -

Nunca me esqueço da frase pronunciada noglgantinho do Beira Rio pelo falecido SenadorTancredo Neves, quando disse que "o trabalhadorrural apenas era considerado meio homem, oumeia pessoa". Em resposta, devo dizer que a NovaRepública conseguiu que o homem, hoje, ficassemais reduzido, valendo apenas um terço de ho­mem, às vezes até menos.

Quero fazer desta tribuna um veemente apeloàs autoridades responsáveis, especialmente a S.Ex>, o Ministro da Previdência Social, no sentidode que sejam tomadas as devidas providências .para que, pelo menos e no mínimo, os nossostrabalhadores rurais recebam em dia as suas apo­sentadorias, bem como os profissionais, dentistase médicos, que também precisam receber os seushonorários a contento, e não têm 'condições definanciar a Previdência Social. Precisamos dar umbasta a essas aplicações, a não ser que as contasestejam pagas. A Previdência Social não podeganhar ainda mais dinheiro, além do que já pa­gam os trabalhadores e empregadores, com apli­cações às custas e sacrifIcio desses segurados.Espero que minhas palavras não sejam vãs e te­nham caído em terra fértil,para que os seguradose os prestadores de serviços possam colher osfrutos advindos de decisões corajosas e justasdas autoridades competentes.

o SR. NILSON GIBSON (PMDB- PE. Pro­nuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Sr"e Srs. Constituintes, como sempre tenho feitoquando alguma causa de cunho eminentementehumanístico vem merecer destaque, trago algu­mas considerações sobre um fato que, sem dúvi­da, já se reflete sobre todos os povos. Refiro-meà reunião de cúpula, ocorrida ontem na capitalamericana, Washington, que culminou com a as­sinatura de um acordo histórico, que prevê a elimi­nação de armas nucleares de curto e médio alcan­ce.

Ontem, quando o acordo estava sendo assina­do, certamente o mundo - particularmente aEuropa e Ásia - respirava um pouco mais alivia­do, pois, naquele momento, nos livravamos demais de duas mil armas nucleares. O acordo,que nos faz acreditar na possibilidade de umareestruturação intemacional, já que conduz a umaprofundamento da cooperação mútua, prevêque, entre os mísseis que a União SOViética teráde desmantelar, estão 441 SS20, de três ogivasnucleares cada um, e cinco mil quilômetros dealcance. Por outro lado, os Estados Unidos esta-

rão destruindo seus mais de 300 foguetes Per­shing 11 e Cruise, que vêm sendo instalados naEuropa desde 1983.

Entretanto, há que se atentar para o detalhede que o total de armas nucleares que serão elimi­nadas representam tão-somente 4% de todo oarsenal nuclear existente. Restaram mais de dozemil ogivas de pequeno porte na Europa - armastáticas - os mísseis nucleares da França e daInglaterra e os enormes arsenais das duas super­potências, cuja eliminação deverá necessaria­mente ocorrer, para o bem da Humanidade.

Reagan e Gorbachev deverão discutir as possi­bilidades de uma redução de 50% dos arsenaisde armas de longo alcance e, embora essa metanos pareça difícilde ser alcançada a curto prazo,não devemos nos fixar a um pensamento nega­tivo. Afinal,os discursos de ontem, em Washing­ton, transcenderam o protocolo. Carregados deconteúdo político, estavam endereçados tanto àopinião pública intemacional, como ao públicointerno de cada país, chegando a haver, da partedo líder soviético, um convite a Reagan para umareestruturação, a níver intemacional, da corridaarmamentista. A concordância de Reagan nos le­vaa acreditar que, acima da diferença de sistemas,pode haver compreensão.

Cabe reproduzir aqui que o Pravda destacou,em sua edição de ontem, que que o encontroentre Reagan e Gorbachev expressa "um descon­gelamento entre as duas superpotências, em facedo acordo de desarmamento". Sem dúvida algu­ma, o tratado mostra a superação de uma barreirapsicológica entre as duas nações que nos pareciaintransponível.

De fato, já não é sem tempo que essa atitudeé reclamada. Afinal, líderes são agentes de mu­dança, 't:ujas habilidades intuitivas e qualidadespessoais devem ser usadas para atingir metase valores mais amplos e mais nobres A funçãoda liderança é engajar seguidores, sem dividi-los.É envolver aspirações e necessidades, num pro­cesso de melhoria das conclições humanas e so­ciais, erguendo os povos acima de seus própriosegoísmos, com senso de responsabilidade e hu­manidade.

Nos dias que correm, diante do sobressalto daspessoas pelos altos índices de violência e crimína­lidade, avolumam-se os reclamos por mais segu­rança, razão pela qual as superpotências devemesforçar-se para alcançar os objetivos da paz.

Em suma, o mais importante é não deixarmosque se apague a chama dos direitos humanos,observando que crises políticas em outros paísespodem comprometer toda a paz mundial.

O acontecimento de ontem constitui-se no iní­cio de uma caminhada necessária e premente.Afinal, a ameaça de uma catástrofe nuclear nãoestá afastada, daí a importância de incentivarmoscada vez mais as medidas de desarmamento, in­clusive as de longo alcance e mesmo a reduçãode forças convencionais. A humanidade não querviver sob a ameaça de mísseis e, todos juntos,num processo contínuo de conscientização, pre­cisamos absorver a idéia de que não podemosver milhões de dólares investidos num negócionefasto que conduzirá, fatalmente, à destruiçãodo próprio homem.

Realmente, a linguagem dos tratados mudou.Não se fala mais de controle, fala-se de elimina-

ção, "Não podemos continuar a viver como vivía­mos. Não podemos ter uma sociedade movidapela força da inércia", disse o LíderGorbachev.

Daqui, desta tribuna, como modesto e humildeLíderpolitico de Pernambuco, vindo do Agreste,lá da cidade de Belo Jardim, peço a Deus quefaça com que sejam definidos com clareza e c1ivul­gados amplamente os acordos entre as duas po­tências, principalmente em face do peso politicoe da capacidade de influirpositivamente nas deci­sões que afetam o desempenho de outras nações.

Parabéns, Estados Unid9s e Rússia, pelo ex­traordinário evento, que repercutiu em todo oMundo.

o SR. JOSÉ: LUIZ MAIA (PDS - PI.Pronun­cia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srs.Constituintes, inusitado sentimento impele-me àtribuna nesta hora. Não sei se desencanto ou frus­tração, se vergonha ou revolta, se insegurançaou receio pelo futuro doBrasil. Melhor dizendo:pelo futuro que alguns poucos, em suas elucubra­ções irresponsáveis, pretendem impor ao nossoPaís, exatamente no instante em que a serenidade,a prudência e o diálogo devem ser a palavra deordem, a bandeira com a qual chegaremos à cla­reira que dissipará as nebulosas que tornam,plúmbeo o céu de nossos dias.

O espetáculo a que serviu de palco o recintoda Assembléia Nacional Constituinte na últimaquinta-feira, ao apodo de uma galeria ensande­cida, estimulada - o que é muito grave - porelementos comprometidos com a dignidade dainstituição parlamentar, constitui episódio sobreo qual necessitamos refletir profundamente, sobpena de todos, por omissão, partilharmos do des­moronamento da fragilíssima estrutura democrá­tica brasileira.

Os fatos que se vêm sucedendo conduzem-nosa uma constatação irrecusável: conspira-se, acin­tosamente, contra a soberania da Assembléia Na­cional Constituinte. Financia-se a baderna, usan­do indevidamente o nome do trabalhador brasi­leiro. Financia-se igualmente a represália, em no­me de pseudovalores morais, como se nosso mo­dus operandi refletisse qualquer ameaça, pormínima que fosse, ao reordenamento pacífico davida nacional.

O confronto exacerbado entre extremos incon­ciliáveis coloca-nos no centro de um verdadeirocaldeirão cujo conteúdo não deve ceder à forçade pressão do fogo de qualquer dos lados. Éindispensável manter o equilíbrio, tarefa que setornará possível somente através do diálogo, doentenclimento, da boa vontade, do consenso. Ea nossa disponibilidade para servir ao País, acimados interesses pessoais ou de grupos, parece-mefundamental para que alcancemos o objetivo colí­mado.

A transição por que passa o País, depois dosvinte anos do inverno autoritário, pode até contri­buir para o clima de inquietação e de asfixia en­frentado pela sociedade brasileira. Mas atribuir aesse processo ou por ele convalidar os excessosa que temos assistido pode parecer, no mínimo,fIliar-se a uma teoria abismal cujo desdobra­mento será inevitavelmente ruinoso para o grandepacto social com o qual desejamos dotar o Brasil,atrayés da nova Constituição

As conseqüências dos muitos desacertos aindapermanecem frescas na memória nacional. Nada

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6058 Quinta-feira 10 DIÁRIO DAASSEMBLÉIA NACIONAL CONSTITUINTE Dezembro de 1987

justifica a reincidência de confrontos, a intransi­gência obstinada, a prática desastrosa de radica­lismos. Sabemos que isso não convém ao modelode convivência fraterna entre brasileiros, mas, es­quecidos do compromisso que temos com o futu­ro, repetimos os pecados de ontem, numa atitudepueril e Inteiramente destoante da realidade dosdias atuais e que deve servir de bússola para nossacaminhada.

Mas será esse, realmente, o retrato de corpointeiro do novo Brasil que nos cumpre construirnesta Assembléia Constituinte? Será efetivamenteo perfil do trabalhador brasileiro aquele documen­tado pelas câmeras de televisão e que o satéliterevelou aos olhos do mundo? Não, Senhores! Te­nho absoluta certeza de que não. Essa faceta ne­gativa é produto de insufladores profissionais, deagentes da subversão localizada, de serviçais dadiscórdia e da baderna.

Esse retrato - covenhamos - não espelhao Brasil reunido neste Parlamento nem evidenciaa consciência ordeira do nosso trabalhador. É,sim, um atentado, mais um atentado - que seperpetra contra a soberania desta Assembléia econtra o empenho de seus componentes assen­tados sobre o ideal exclusivo de preparar o Brasilpara sair da crise e retomar o caminho normalde seu desenvolvimento.

O repúdio aos acontecimentos da última quin­ta-feira, expresso pelo Presidente de meu Partido,o ilustre Senador Jarbas Passarinho, muito bemsecundado pelo não menos ilustre Senador Fer­nando Henrique Cardoso, mereceu e nem mere­cendo os aplausos da sociedade brasileira. Refleteexatamente a lucidez da consciência nacional, in­teressada tão-somente em redimensionar o seudestino, sempre fiel à legenda de "Ordem e Pro­gresso" assinalada com muita propriedade no pa­vilhão patrio.

Mais do que nunca, Srs, Constituintes, precisa­mos estar unidos para evitar que a turba atropeleo ideário de servir ao País. O entendimento, atra­vés do qual chegaremos ao consenso, não nospode faltar nesta hora em que a dignidade nacio­nal, distorcida pela leviandade de uns poucos,é rudemente exposta à curiosidade de outros po­vos.

O Brasil tem uma História, tem um passado,mas, acima de tudo, tem à sua frente descortinadoo mais límpido horizonte. Sair das trevas paraa luz é questão do esforço e da temperança quese concentrada em cada um de nós. Nada impe­dirá que cheguemos a porto seguro. A borrascapassa. A nave de nosso destino, como Naçãofraterna, há de trilhar sobre águas tranqüilas, aosol da liberdade.

Condenemos e combatamos, sem tréguas, to­dos os excessos. A Nação brasileira confia emnosso trabalho. Não podemos cometer o crimede decepcioná-Ia.

o SR. MENDES RIBEIRO (PMDB - RS.Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente,Srs. Constituintes, nunca, antes, foi preciso tantoequilíbrio, bom senso, cultuar a arte de não aceitarprovocações, ter a sabedoria de, contrapondo ra­zão, desnudar mistificações.

O Brasil clama, acima de tudo, pela capacidadede pensar no bem comum. Espancar o choqueentre irmãos. Não adubar inimigos) Respeitareventuais adversários. Fazer da lei guarida de di-

reitos. E, nela estribado, assegurar o pensar eo agir de quem se situa em posição diferente.

Eis a essência do servir.Não é fácil. Pelo contrário, tropeçamos, pela

inexperiência gerada nos muitos dias de trevas,na liberdade. Confusões lamentáveis entre o serlivre e o conviver com a baderna ameaçam aestabilidade social. Exasperam idéias antagôni­cas. E - inconcebível-há quem anseie transfor­mar o Brasil em terra de ninguém, açulando aluta de classes

Onde e quando, como e por quê, se faz impe­rioso o sinal de alerta? O pisar no freio, impedmdoque os excessos liquidem as aspirações de umamanhã aberto?

Onde? Nas ruas. Nas praças. Nos palanques.Nas reuniões. Nos meios de comunicação. Emqualquer lugar.

Quando? Sempre que alguém se alçar donoda verdade. E, em nome do que julga certo, estig­matizar, agredir, pregar a eliminação de quemo contesta.

Como? Se possível de forma tolerante. Com­preendendo a angústia dos amordaçados porduas décadas, porém não deixando passar umsó sinal de fraqueza. O ideal ensina o comandoda maioria e o respeito à minoria, na composiçãodo melhor para a vida em sociedade.

Por quê? Porque, de outra forma, será a irafermentando a violência. A violência semeandoa desunião. A desunião dando por fruto o caos.O caos impossibilitando construir o pais do futuro.

Discordo de atos do Executivo. Julgo desacer­tado o período de governo. Lamento promessasdescumpridas e propósitos marginalizados. In­quieto-me ante a falta de credibilidade e a cres­cente miséria do povo. No entanto, seria tolo oumal intencionado debitar aos atuais govemantestodos os males que nos afligem. Somos respon­sáveis coletivamente pelo que aí está. Mudar éum imperativo, porém não será apontando a raiva,a vingança, a pior de todas as armas contra nósmesmos que faremos a redenção.

Temo - não por medo, por coerência - oresultado de pregações ditas partidárias e que,percebe até o mais ingênuo, enveredam pelo des­respeito. Pelo ataque grosseiro às autoridades eàs instituições.

A possibilidade de verbalizar o pensamento, amassa de que é feita a democracia, não tem poringrediente o ódio, repele o incitamento à tomada

",do poder a qualquer preço.Lutar por idéias é o oposto do crê ou morre.

Compactuar com 05 radicais, desejosos de trans­formar nosso chão em páteo dos interesses depotências ínternaclonais, é pecado que a Histórianão perdoará.

O tempo desaconselha bravatas. Inobstante,ninguém recusará o confronto se o preço da pazfor ceder passo ao descaminho, arma publica­mente e, já agora, sem nenhum freio usada pelosradicais.

A responsabilidade é nossa. Se não é possívelguerrear solitariamente, de forma isolada nin­guém colherá a paz.

O SR. HARLAN GADELHA (PMDB - PE.Pronuncia o seguinte discurso) - Sr. Presidente,SI'"' e Srs. Constituintes, é oportuno solicitar àPresidência da Mesa que sejam transcritos nosAnais desta Casa, artigos publicados no Informa-

tivo Publicitário do jornal Gazeta Mercantil, dosdias 14, 15, 16, 17-19,20,21,22 e 23, do mêsde outubro do corrente ano, com os seguintestítulos:

"PERNAMBUCOEMFOCO:

1) Sólidas Bases para se investir com Se­gurança.

2) Incentivos à Indústria na Região Metro­politana.

3) Em Suape, a Plataforma para um NovoNordeste.

4) Safra Generosa no Sertão do São Fran­cisco.

5) Transnordestina: Trilhos para o Desen­volvimento.

6) O Local Certo para uma Refinaria dePetróleo.

7) Na Caatinga, Surpresas para 05 Inves­tidores.

8) Mobilização Geral para o Esforço deProdução."

No momento só nos resta parabenizar a desta­cada atuação do eminente Deputado Federal eSecretário de Indústria e Comércio de Pernam­buco (Sicom), o empresário Marcos Perez Quei­roz.

Para tanto, neste breve pronunciamento sobreo tema, é salutar fazer nossas as palavras do ilustreSecretário, quando declara no Gazeta Mercantil,de 14-10-87:

"Pernambuco, que possui tradição indus­trial por ter sido pioneiro com a agroindústriada cana-de-açúcar e servido de berço a gran­des grupos nacionais como Lundgren eOthon, entre outros, deslocados para o Cen­tro-SuI e João Santos, Banorte, Brennand,radicados no próprio Estado, constitui umadas mais atraentes regiões para acolher osnovos investimentos, no setor.

Temos todas as vantagens comparativasque algum empresário deseja proporcionara seu empreendimento."

A seguir enumera-as:"A primeira delas, e a mão-de-obra, que,

além de ser mais econômica que a de outrasregiões do País, tem formação para trabalharna indústria e apresenta índices de produti­vidade atestados como os melhores pelasempresas instaladas no Estado.

Outro ponto considerável é a infra-estru­tura disponível para acolher os empreendi­mentos. Recife, a capital, com 2,4 milhõesde habitantes (retifique-se aqui para RegiãoMetropolitana do Recife), mais de um terçodo Estado, possui eficientes equipamentosde lazer e de apoio, com universidades, hos­pitaise um aeroporto internacional conside­rado o terceiro, em movimento, no País.

05 portos existentes no Estado apresen­tam condições ideais para o transporte marí­timo, situando-se a menos de oito horas dasrotas internacionais. O de Recife, especia­lizado no transporte de mercadorias em ge­ral, possui três quilômetros de cais e passapor um processo de ampliação. O ComplexoIndustrial Portuário de Suape complementao sistema de transporte marítimo do Estado,

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pois possui área com toda a infra-estruturapara suportar indústrias que precisam impor­tar grandes insumos e exportar sua produçãopara outras regiões e países." -

Para nós, pernambucanos e nordestinos, oComplexo Industrial Portuário de Suape é ummarco decisivo para a arrancada vitoriosa da in­dustrialização da Região.

"No Complexo de Suape, onde já se inves­tiu em torno de US$ 150 milhões pelo poderpúblico estadual e US$ 55 milhões pelas di­versas empresas ali instaladas, como Petro­brás, Atlantic,Esso, Shell e Texaco, Pernam­buco quer ver implantarem-se grandes proje­tos industriais.

Os projetos exigirão investimentos totaisda ordem de U5$.2,5 bilhões, ofertarão cercade 25 mil empregos diretos e indiretos e po­derão modificar radicalmente a presença doEstado no contexto econômico regional enacional:

1) refinaria de petróleo para processar125 mil barris diários, que demandará mver­sões de US$ 1,2 bilhão, gerando 12 mil em­pregos;

2) montadora de automóveis com'capaci­dade para produzir 200 mil unidades paraa exportação e 100 mil para o mercado inter­no, que absorverá um investimento de US$600 milhões, proporcionando emprego paracerca de 6 mil pessoas, nas áreas de monta­gem e fornecimento de insumos e serviços.A oportunidade de negócio foi identificadapelo Banco Nacional de DesenvolvimentoEconômico e Social (BNDES);

3) laminação de aços planos em condi­ções de fabricar 1 milhão de toneladas anuaispara abastecer o Nordeste, cujo consumoatual é superior a 600 mil toneladas, e expor­tar o excedente. O Investimento poderá al­cançar US$ 496 milhões e oferecer 5 milempregos, e está sendo analisado pelo Con­selho Nacional de Siderurgia (Cosinder), quedeverá destiná-lo à iniciativa privada;

4) unidade produtora de ferro-esponja de400 mil toneladas anuais para substituir asucata importada em fomos elétricos. Uminvestimento que poderá chegar a US$ 171milhões, empregando até 2 mil funcioná-

• 1t \nos.O GovernoArraes tem-se caracterizado em dar

ênfase ao proceso desenvolvimentista do Estado,que esteve estacionado ao longo das últimas dé­cadas, em decorrência de políticas discrimina­tórias contra Pernambuco.

Esses quatro grandes projetos são de capitalimportância para o soerguimento da economiado Estado.

Neste momento é imprescindivel o apoio doGoverno Federal para viabilizar a sua implantação.

"A União tem uma dívida a resgatar com ospernambucanos, pois nunca destinou a nosso Es­tado Investimento de porte na indústria de base",afirma o Secretário Marcos Queiroz:

O governo popular de MiguelArraes, sufragadonas urnas com uma das maiores e expressivasvitóriasjá conhecidas na história pernambucana,tem como que um compromisso com o povo,ao promover o seu desenvolvimento econômicona geração de novos empregos.

Recife é a capital com a mais alta taxa de de­semprego do País.

Pólo centralizadorda Região,polarízador de rni­grantes advindos de todos os demaís Estadosnordestinos, que para ali vão estudar e trabalhar,atraídos pelas melhores perspectivas econômicasda capital pernambucana,

Além disto impulsionados pelo próprio êxodorural dentro do Estado, afugentados pela seca,expulsos do seu habitat natural, inchando a peri­feria da cidade e empobrecendo cada vez maiso carnpo.'

Para tanto se faz necessário a implantação deurna refinariade petróleo na região, como marcodecisivo de uma nova era para a economia doEstado.

Apartir daí, novos investimentos e grandes em­preendimentos no setor da indústria de base sur­girão.

"O investimento, estimado em US$ 1,2 bi­lhão para processar 125 mil barris diáriosde petróleo, proporcionará 2 mil empregosdiretos e 10 mil indiretos, durante o seu fun­cionamento, e cerca de 12 mil durante aconstrução."

"Aprimeira grande vantagem, sem dúvida,é de localização.Pernambuco responde sozí­000 por 38% do consumo da Região Nor­deste setentrional, excetuando os Estados daBahia e Sergipe, mais próximos da Refinariade Mataripe, situada no Recôncavo Baiano,e em fase de duplicação. A região metropo­litana do Recife consome ainda 61% do totaldo Estado, constituindo-se ainda no pólo deuma região formada por Paraíba, Alagoas eo próprio Pernambuco, responsável por cer­ca de 58% do consumo do Nordeste seten­trional.

Acrescente-se que-a instalação de umarefinariade petróleo requer uma área ampla,com projeção ambiental e com infra-estru­tura representada por instalações portuárias,abastecimento d'água, energia elétrica, liga­ções rodoviária e ferroviária."

"A área do Complexo de Suape, de 13mil hectares, tem reservado para a preser­vação ambiental nada menos que 52% dototal e apenas 19% para instalações indus­triais,mais que suficientes para receber umarefinaria,e outros empreendimentos.

As instalações portuárias de Suape sãoúnicas em todo o Nordeste. O píer de granéislíquidos já construído tem extensão de 305metros e capacidade de carga e descargasimultânea de dois navios de até 30 milTPB,através dutovia própria."

"A instalação da refinaria também permi­tirá a integração das linhas de produção dealgumas empresas químicas de Pernambu­co, como a Coperbo, que tem ampliação pre­vista de 229% para 160 mil toneladas deelastômeros, termoplástícos, eteno alcool­químico e polisopreno. Um investimento deUS$ 91,1 milhões. Apolimerização de isopre­no depende da definição, por parte da Petro­brás, da implantação de uma unidade paraproduzir isopreno, que também poderá serviabilizada com a decisão de se instalar arefinaria em Pernambuco."

Para Pernambuco, a concretIzação do pro­jeto de ampliação da Coperbo, na opinião

do Presidente de Suape, tomará o Estadoo maior pólo nacional produtor de elastô­meros sintéticos, gerando oportunidades pa­ra o surgimento de indústria de transforma­ção para a produção de pneus, artefatos deborracha, sapatos, etc.

Finalizando.só nos resta transcrever a ad­vertência, em forma de denúnoa, do Presi­dente da federação das indústrias do Estadode Pernambuco - Fíepe, Dr. Gustavo Quei­roz, quanto ao descaso do Governo Federalpara com a região, nos seguintes termos:

"Preocupada com a produtividade dasgrandes indústrias pernambucanas, abaixoda média do mercado nacional, a Fiepe suge­re a necessidade de uma politica industrialforte,a ser articulada com o Governo Federal,por meio do Banco Nacional de Desenvol­vimento Econômico e Social (BNDES) e ór­gãos como a Sudene.

O próprio Presidente da entidade, GustavoQueiroz, disse a este jornal que não se justi­fica o fato de o BNDES prestar socorro fman­ceiro a grandes empresas privadas do País,em detrimento do Nordeste, região de noveEstados e com uma população superior a40 milhões de habitantes." ,

Aodefender maiores investimentos da Sudenepara o seu Estado, ele criticou o orçamento desteano daquele órgão, de cerca de 13 bilhões, oque em sua opinião é insuficiente.

Para Queiroz, não só Pernambuco precisa demais capital, mas também toda a região dele ne­cessita e assinala a necessidade mínima de verbaspara a Sudene, em 1988, equivalente a US$ 500rnUhões, cerca de Cr$ 30 bilhões ao cdmbio destasemana.

"Pernambuco retoma à União em impos­tos e taxas muito mais do que recebe", assi­nala. "E o Governo deve conscientizar-se pa­ra as graves questões sociais determinadaspelo desemprego" (Transcrito do jornal "Ga­zeta Mercantil", de 25-11-87, Caderno Rela­tório da Gazeta Mercantil,Opções de Investi­mento. Pernambuco: Uma Política Industrialpara a Região).É o que tinha a dizer.MuitoObrigado!

ARTIGOS A aUE SE REFERE O ORA­DOR:

, SÓUDAS BASES PARA SEINVESTIR COMSEGURANÇA

Pernambuco que possui tradição industrial porter sido pioneiro com a agroindústria da cana-de­açúcar e servido de berço a grandes grupos nacio­nais como Lundgren e Othon, entre outros, deslo­cados para o Centro-Sul, e João Santos, Banortee Brennand, radicados no próprio Estado, cons­tituiuma das alternativasmais atraentes para aco­lher os novos investimentos, no setor.

"Temos todas as vantagens comparativas quealgum empresário deseja proporcionar a seu em­preendimento", afirma o Deputado Federal e em­presário Marcos Perez Queiroz, titular da Secre­taria de Indústria e Comércio de Pernambuco (Si­com).

A primeira delas, destaca o secretário pernam­bucano, é a mão-de-obra, que além de ser maiseconômica que a de outras regiões do País, temformação para trabalhar na indústria e apresenta

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índices de produtividade atestados como as me­lhores pelas empresas instaladas no Estado.

Outro ponto considerável é a infra-estrutura dis­ponível para acolher os empreendimentos. Recife,a capital, com 2,4 milhões de habitantes, maisde um terço do Estado, possui efecientes equipa­mentos de Jazer e de apoio com universidades,hospitais e um aeroporto internacional conside­rado o terceiro em movimento no País.

Os portos existentes no Estado apresentamcondições ideais para o transporte marítimo, si­tuando-se a menos de oito horas das rotas inter­nacionais, O de Recife, especializado no trans­porte de mercadorias em geral, possui três quilô­metros de cais e passa por um processo de am­pliação. "O Complexo Indústrial Portuário de Sua­pe complementa o sistema de tranporte marítimono Estado, pois possui área com toda a infra-es­trutura para suportar indústrias que precisam im­portar grandes ínsumas e exportar sua produçãopara outras regiões e países", 'explica.

No complexo de Suape, onde já se investiuem tomo de US$ 150 milhões pelo poder públicoestadual e US$ 55 milhões pelas diversas empre­sas ali instaladas, como Petrobrás, AtIantic,Esso,SheIl e Texaco, Pernambuco quer ver implanta­rem-se grandes projetos indústriais.

Os projetos exigirão investimentos totais da or­dem de US$ 2,5 bilhões, ofertarão cerca de 25rmlempregos diretos e indiretos e poderão modi­ficar radicalmente a presença do Estado no con­texto econômico regional e nacional:

1) refinaria de petróleo para processar 125 milbarris diários que demandará inversões de US$1,2 bilhão, gerando 12 mil empregos;

2) montadora de automóveis com capacidadepara produzir 200 mil unidades para a exportaçãoe 100 mil para o mercado interno, que observaráum investimento de US$ 600 milhões, proporcio­nando emprego para cerca de 6 mil pessoas, nasáreas de montagem fornecimento de insumasserviços. A oportunidade de negócio foi indentí­ficada pelo Banco Nadonal de DesenvolvimentoEconômico e Social (BNDES);

3) laminação de aços planos-em condiçõesde fabricar 1 milhão de toneladas anuais paraabastecer o Nordeste, cujo consumo atual é supe­rior a 600 mil toneladas, e exportar o excedente.O investimento poderá alcançar US$ 496 milhõese oferecer 5 mil empregos, e está sendo analisadopelo Conselho Nacional de Siderurgia (Conder),que deverá destiná-lo à iniciativaprivada;

4) unidade produtora 'de ferro-esponja de 400mil toneladas anuais para substituir a sucata im­portada em fornos elétricos. Um investimento quepoderá chegar a US$ 171 milhões, empregandoaté 2 mil funcionários.

Para viabilizar a implantação desses quatrograndes projetos, Pernambucano pretende contarcom o apoio do Governo federal. "A União temuma dívida a resgatar com os pernambucanos,pois nunca destinou ao nosso Estado investimen­to de porte na indústria de base", reclama Queiroz

Aação governamental da Sicom contempla co­mo prioridade, igualmente, consolidar a regiãometropolitana do Recife como pólo industrial di­versificado. Queiroz destaca a existência atual decinco distritos industriais.

A Sicom desenvolve, ainda, dois projetos espe­ciais de implantação de núcleos industriais Umdeles é o conjunto industrial milltifabrilde Jaboa-

tão, que visa à construção de 24 galpões comárea total de 38 mil metros quadrados, agrupadosem cinco conjuntos, numa área de 24 hectares,para recepção de pequenas e médias empresascom grande potencial, mas que encontram difi­culdades para expandir-se por visível saturaçãodas instalações atuais e da infra-estrutura local.

Outro núcleo é o centro urbano do Curado,com duas áreas bem distintas para abrigar resi­dências e instalações para comércio e serviçosleves e também serviços pesados, indústrias eempresas de transporte rodoviário e de passa­geiros. Em Curado, informa o titular da Sícom,haverá urna área com 35 lotes de 2.240 metrosquadrados cada uma reservada especialmentepara as empresas de informática.

A interiorização da industrialização, caminhopara reduzir os desequilíbrios e harmonizar o inte­rior do Estado com a capital, completa o planode ação da, Sicom. O maior destaque cabe aopotencial da microrregião do sertão do São Fran­cisco. Nesta área tem prosperado o cultivo irriga­do de tomate, melancia, cebola, alho, uva e melão.

A elevada produtividade alcançada por essasculturas, em especial a do tomate (3.2,6 mil kgpor hectare, bem acima da média nacional), tematraído a implantação de indústrias no distrito dePetrolina, que já atingem o número de dez, entreelas a Companhia Industrial e Mercantil Paoletti.

O Valedo São Francisco também tem reveladoum grande potencial para o plantio de grãos, emparticular a soja, nos cerrados situados no oesteda Bahia. "Com a construção de um simples tre­cho de 200 km de ferrovia, ligando o porto dePetrolina a Salgueiro, toda a safra poderá seguiraté o porto de Suape com um quarto do custoatual", explica o secretário pernambucano. "Aobra sairá por apenas US$ 170 milhões, umafração do investimento exigido por outras em fasede planejamento e execução", diz.

Semsontar as variadas oportunidades de negó­cios e as vantagens comparativas de localização,infra-estrutura e qualidade da mão-de-obra, o go­verno de Pernambuco oferece, também, incen­tivos aos empresários que querem investir no Es­tado. Um deles, de ordem fiscal, é a redução deaté 50% do ICM devido _pela empresa, duran.o prazo de cinco anos, para investimento fIXO.Um outro, de ordem financeira, oferece emprés­timo no valor de até 50% do lCM devido pelaempresa, destinado a financiar o capital de giroou investimento fixo.Ressalta-se o fato de ambosserem excludentes. As indústrias acolhidas peloEstado beneficiam-se ainda dos incentivos fiscaisproporcionados pela Superintendência de Desen­volvimento do Nordeste (Sudene), e podem con­tar com até 50% de colaboração financeira noinvestimento total. "Nos últimos sete anos, 121projetos industriais incentivados pela Sudene fo­ram instalados em Pernambuco. Estamos recep­tivos para acolher novos empreendimentos", assi­nala Marcos Queiroz.

INCENTIVOS À INDÚSTRIA NA"REGIÃO METROPOLITANA

A Região Metropolitana do Recife (RMR) possuiuma área de 2.201 quilômetros quadrados, equi­valente a apenas 2,2% da superficie de Pernam­buco. Mas nela concentram-se 2,4 milhões dehabitantes, superior a um terço do total do Estado.Estima-se que um quarto da população economí-

camente ativa da RMR viva de subemprego e queaté três quartos dos trabalhadores recifenses te­nham uma renda mensal inferior ou igual a doissalários mínimos.

Para reverter este dificil quadro SOCIal, o gover­no de Pernambuco pretende incentivar ao máxi­mo a instalação de indústrias na RMR. "Aatividadeindustrial, em função de sua capacidade produ­tiva, é a que possui maiores condições de gerarefeitos multiplicadores favoráveis tanto no campoeconômico quanto social", afirma o Secretáriode Indústria e Comércio, Marcos Perez Queiroz,empresário e Deputado Federal.

A população da RMR, apesar dos problemassociais que enfrenta, é considerada por Queirozum verdadeiro patrimônio. "Trata-se de umamão-de-obra acostumada a trabalhar no parquefabril,com conhecimentos adquiridos nos diversi­ficados ramos que compõem a indústria pernam­bucana e com índices de produtividade atEstadoscomo dos melhores pelas empresas aqui instala­das", diz.

Perfilempresarial

O perfiltípico da indústria que pode ter sucessoe atrair o interesse e incentivos do governo dePernambuco são os empreendimentos de médioou grande porte e que utilizempreferencialmenteinsumos de origem local para a substituição deimportações do próprio Estado, da região e doPaís, segundo definição de Antônio Carlos Pessoade Melo, Presidente do Diper - Companhia deDesenvolvimento Industrial de Pernambuco, ór­gão responsável pelo fomento e pela execuçãodo programa de industrialização do Estado.

Uma das primeiras ênfases do Diper está noesforço para atrair a Pernambuco indústrias dosetor de informática.

Um recente estudo realizado pela AssociaçãoBrasileira da Indústria de Computadores e Perifé­ricos (Abicomp) classifica Recife como a metró­pole do Nordeste que possui melhores condiçõespara a instalação de indústrias do setor.

Para abrigar as empresas do setor de informá­tica, o Diper está implantando o Centro Urbanodo Curado, onde serão vendidos lotes com prazosmáximos de financiamento de doze meses e deconstrução até seis meses a partir da assinaturado contrato.

Outro núcleo industrial em implantação peloDiper é o Conjunto Industrial Multifabril do Jaboa­tão (CIMJ), que será composto de 24 galpõespara 60 pequenas e médias empresas e um edifi­cio de administração, abrangendo uma área cons­truída de 38 mil metros quadrados, agrupadosem 5 conjuntos - 'denominados "bolsões" -,que se distribuem espacialmente numa área de24 hectares. "Numa primeira etapa, serão conclui­dos três galpões do 'bolsão A' e um do 'bolsãoB', que terão espaço suficiente para acomodaraté 15 indústrias em sua área de 7.519 metrosquadrados", informa Melo.

Com o CIMJ, o Diper pretende, de acordo comMelo, apoiar sobretudo as pequenas e médiasempresas que se encontram em dificuldades dese expandir devido à visívelsaturação das instala­ções atuais e da infra-estrutura do local. O objetivodo Estado é que essas pequenas e médias empre­sas, que empregam mão-de-obra intensiva e co­mercializam seus produtos na própria RMR, sedesenvolvam e passem também a ser supridoras

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das grandes empresas já existentes na região eque vierem a se instalar.

Apoio às pequenas empresas

Os projetos industriais instalados em Pernam­buêo no período de 1979 a junho de 1986 eincentivados pela Superintendência do Desenvol­vimento do Nordeste (Sudene) chegaram a 121,equivalentes a 21 % do total, proporcionando ageração de 22,6 mil empregos diretos. Esses pro­jetos estão hoje implantados, em sua maioria, nosdistritos industriàis da RMR.

Os distritos industriais, em número de cinco,de acordo com o presidente do Diper, adquiriramcom o tempo vocações próprias em função' dotipo de mão-de-obra existente em cada local eda própria aglomeração das empresas com ativi­dades semelhantes:

1) Distrito Industrial Comendador Arthur Lund­gren

Área: 472 hectaresLocalização: Municípios de Paulista e Abreu e

LímaDistância do Recife: 20 kmSituação: As empresas instaladas em Paulista

têm predommância nos gêneros industriais devestuário, destacando-se a Hering do NordesteSA, Santista - Indústria Têxtil do Nordeste SAe Tekanor S.A.

2) Distrito Industrial do CaboÁrea: 387 hectaresLocalização: Município do CaboDistância do Recife: 30 kmSituação: Asprincipais empresas instaladas são

do setor químico, como a Rhodia Nordeste SAe a Companhia Pernambucana de Borracha Sin­tética (Coperbo).

3) Distrito Industrial Sócio-Integrado HenriqueDias

Área: 375 hectaresLocalização: JaboatãoDistância do Recife: 12 kmSituação: Entre as empresas instaladas no local

destacam-se a Ford Brasil SA e a AlpargatasNordeste SA

4) Distrito Industrial do Curado e VárzeaÁrea: 126 hectaresLocalização: RecifeDistância do centro de Recife: 15 kmSituação: Há grandes empresas instaladas na

região. como a Siderúrgica Açonorte SA e a In­dústria de Azulejos SA, mas a tendência temsido a vinda de empresas do setor eletroeletrô­nico, como a Philips Eletrônica do Nordeste SAe a Sul América Teleinformática SA

5) Distrito Industrial de Igarassu- Área: 150 hectares

Distância do Recife: 40 km, A vocação são as atividades dos setores metal­

mecânico, têxtil e químico. Suas empresas maisrepresentativas são a Elekeiroz do Nordeste, In­dústrias Químicas SA., Alcoa - Alumínio do Nor­deste SA.

EM SUAPE, A PLATAFORMAPARAUM NOVO NORDESTE

O complexo industrial-portuário de Suape, a40 quilômetros do Recife, fOI concebido para mu­dar radicalmente o perfil econômico e social dePernambuco, resgatando ao Estado a posição depólo dmâmico de desenvolvimento do Nordeste,

perdida para a Bahia ao longo das duas últimasdécadas.

Com essa destinação, o empreendimento exibenúmeros por si mesmos eloqüentes: área totalde 13 mil hectares, sendo 52% destinados à pre­servação ambiental; 15%, à preservação cultural;9%, a obras de infra-estrutura; 3% reservados àzona residencial; 2%, à zona agrícola e florestal;e 19%, à zona portuária e industrial propriamentedita. '

O sistema portuário possui dimensões impres­sionantes, exibindo um molhe ou quebra-mar deenrocamento com extensão total de 2.950 me­tros, um pier de granéis líquidos com 305 metros,para atracação simultânea de dois navios de 30mil TPB, um cais industrial com 340 metros decomprimento e 39 de largura, com dois berçosexternos para receber navios de 15 mil TPB edois berços internos para atracação de navios deaté 80 mil TPB. '

"Tudo isso custou ao Estado de Pernambucocerca de US$ 150 milhões em recursos próprios,porque mais uma vez o governo federal se furtouem assumir sua responsabilidade de investir emprojetos de infra-estrutura no Estado de Pernam­buco", afirma o secretário de Indústria e Comérciode Pernambuco, Marcos Perez Queiroz, empre­sário e deputado federal. "O que provocou a redu­ção de recursos para o governo estadual aplicarnas áreas prioritárias da educação, saúde e sanea-mento" completa. ,

Muito ainda há a ser feito em Suape, comoa dragagem da Darsena, uma bacia para evoluçãodos navios de forma retangular, dotada de umcais com dois quilômetros de extensão por umquilômetro de largura e com espaço para a insta­lação de fábricas que necessitam de cais própriopara o transporte maritimo de Insumos e produtosacabados.

A infra-estrutura disponivel em Suape e sualocalização estratégica, ã oito horas apenas dasrotas internacionais, constituem motivo mais doque suficiente para atrair investimentos de portena indústria de base, algo que os pernambucanossempre reivindicaram junto ao governo federal,mas nunca foram atendidos.

Entre os investimentos compatíveis com amagnitude de Suape, o presidente do complexoindustrial portuário, Rilson Carneiro Raposo, res­salta:

• Refmaria de petróleo para processar 125 milbarris diários, um investimento calculado em US$1,2 bilhão, que deverá gerar 12 mil empregosdiretos e indiretos.

• Montadora de automóveis para fabricar 200mil unidades dirigidas para o mercado externoe 100 mil para o interno, um investimento quepoderá alcançar US$ 600 milhões, gerando 6 milempregos diretos e indiretos. _

• Usina para laminação de aços planos comcondições de fabricar 1 milhão de toneladasanuais, para atender ao mercado nordestino, cujoconsumo é hoje superior a 600 mil toneladas,e exportação do excedente. O investimento estáestimado em US$-496 milhões e oferecerá 5 milempregos no total. -

• Unidade produtora de ferro esponja. com ca­pacidade para 400 mil- toneladas anuais, desti­nada a substituir o consumo da sucata em fornoselétricos. O investimento poderá chegar a US$171 milhões e empregará até 2 mil pessoas.

O complexo de Suape também apresenta voca­ção para atividades navais e pesqueiras. Figuranos planos do governo do Estado instalar emSuape um grande estaleiro para construção denavios e reparos navais, aproveitando a proximi­dade do porto das rotas marítimas internacionais.Esse mesmo fator oferece competividade parase implantar em Suape, segundo Raposo, um ter­minal pesqueiro, que já vem sendo negociadocom alguns países com grande atividade no setore que se mostraram interessados no investimento

O terminal pesqueiro permitirá incrementar acaptura de atuns e outros pescados, tais como"yellonfin tuna", "bí-eyed tuna", "albacore", a se­rem destinados à exportação, além do "tuna atlan­ticus", muito procurado no mercado interno.Além disso, o empreendimento poderá estimularas pequenas empresas. mediante a prestação deassistência técnica, apoio na comercialização emanutenção de embarcações, manter estoquesregulador de pescados para o consumo internoe servir de base a navios estrangeiros que operamnoAtlântico Sul, mediante a oferta de suprimentosde combustíveis, óleos lubrificantes, água potável,mantimentos, iscas, equipamentos e ferramentas,além de serviços e manutenção de embarcações.

Outras oportunidades de negócios, embora demenor porte mas igualmente promissoras, po­dem ser identificadas em Suape. A sucroalcool­química, na opinião de Raposo, é uma delas.

Outra opção é o mercado de fertilizantes, queconta como principal vantagem a disponibilidade"de rocha fosfática e de gipsita.

Toda uma linha de incentivos fiscais e finan­ceiros vem sendo oferecida pelo governo federalatravés da Superintendência de Desenvolvimentodo Nordeste (Sudene) aos projetos a serem im-plantados em Suape. '

O governo estadual oferece ainda uma linhaespecial de incentivos para Suape através da Lein° 9.861, que criou o Fundo de Desenvolvimentode Suape. A lei garante a participação acionáriado Estado ou aquisição de debêntures das empre­sas instaladas na área, até o limite máximo equiva­lente a 50% do ICM devido, com contrato de re­compra pelo prazo de dez anos até o montanteinvestido pelo empresário.

Por ser uma área isolada, o complexo de Suapeconstitui, na opinião de Raposo, um distrito idealpara receber empresas dentro do conceito de Zo­na de Processamento de Exportações (ZPE). "Po­demos facilmente implantar o sistema de controleaduaneiro exigido por uma ZPE Só precisamossaber quais serão as regras de funcionamentodessas zonas", garante.

, I'

SAFRAS GENEROSAS NOSERTÃO DO SÃO FRANCISCO

O cultivo de aspargo em Petrolina, distante 754quilômetros a oeste do Recife, exibe uma produti­vidade de 8 toneladas por hectare, quatro vezesmaior que a média nacional. Essa lucrativa ativida­de, com intensidades variáveis, também ocorrecom outras culturas como o algodão herbáceo,arroz, banana. caju, cebola, laranja. limão. melan­cia, melão, tomate, videira, etc.

"O Sertão do São Francisco significará parao Brasil o mesmo que a Califórnia representoupara os Estados Unidos", afirma o empresárioe deputado federal Marcos Perez Queiroz, secre-

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6062 Quinta-feira 10 DIÁRIO DA ASSEMBLÉIA NACIONALCONSTITUINTE Dezembro de 1987

tário de Indústria e Comércio do Estado de Per­nambuco.

Adísponíbllídade de matéria-prima farta e bara­. ta e a abundância de mão-de-obra têm estimu­, lado o desenvolvimento da agroindústria na mi­

crorregião. O cultivode tomate, em especial, ocu­pou 12 mil hectares em 1986, proporcionandouma safra de 420 miltoneladas, com uma expres­siva produtividade de 35 mil quilos por hectare,duas vezes superior à média nacional.

Grande parte desta produção foiabsorvida pelaEtti Nordeste Industrial SA, uma das empresasinstaladas no Distrito Industrial de ClementinoCoelho, em Petrolina. Antônio Carlos Pessoa deMello, presidente do Diper - Companhia de De­senvoMmento Industrialde Pernambuco, respon­sável pela execução da política do setor, informaque na área de 610 hectares do Distritode Petro­lina já estão funcionando sete empresas, alémde três em fase final de implantação, uma emimplantação e mais seis com implantação progra­mada, totaJizando uma oferta de empregos daordem de 3,1 mil pessoas.

"O distrito é dotado de sistema viário de 7,2quilômetros, rede de energia elétrica, sistema deabastecimento de água e comunicação. Além dis­so, encontra-se interligado por rodovias às princi­pais capitais da região, está próximo do aeroportode Petrolina, que possui infra-estrutura adequadapara a operação de aviões a jato", descreve Melo.

Como oportunidade de negócios na agroindús­tria, o Diper ressalta a implantação de unidadesbeneficiadoras de uvas, objetivando a produçãode vinhos finos e passas, pois as condições climá­ticas no Vale do São Francisco são ideais paraeste tipo de indústria,garantindo apreciávelpoten­cial de exportação. A produção de uva já atingemil hectares para uma safra superior a 40 miltoneladas por ano. Hácondições ainda de implan­tação de unidades beneflcíadoras de melão, me­lancia, manga, limão, laranja e outros cítricos.Destaque igualmente pode ser dado ao aproveita­mento dos excedentes de produção 'de cebolae tomate, pois justificam a instalação de uma uni­dade industrial específica.

As opções de investimentos da microrregiãodo Vale do São Francisco tenderão a crescer àmedida que avança a implantação dos projetosaprovados e em estudo pela Companhia de De­senvolvimento do Vale do São Francisco (Code­vasf), do Ministérioda Irrigação,e Superintendên­cia do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene),do Ministériodo Interior.

A Codevasf, responsável pela implantação detrês dístntos irrigados em NiloCoelho, Bebedouroe Petrolêndía, com uma área total de 23,2 milhectares, deverá irrigar, até 1990, mais 40 milhectares,46,2% da meta estabelecida para o Esta­do de Pernambuco pelo Programa de Irrigaçãodo Nordeste (Proine). Os demais participantesdesse programa são o Departamento Nacionalde Obras Contra as Secas (DNOCS), tambémdo Ministério da Irrigação, responsável por 5,2mil hectares, a iniciativa privada na forma de em­presa, com 24,0 mil hectares, o Programa deApoio ao Pequeno Produtor (PAPP), vinculado àSudene, com 12 mil hectares, utilizandoa tecno­logia de irrigação pontual e, finalmente, o própriogoverno estadual com 5,7 mil hectares.

Papel da Sudene

Os incentivos aos projetos agropecuários e in­dustriais são fornecidos pela Sudene. O órgãofederal apresentava um balanço expressivo atéjunho deste ano, o que mostra o potencial dedesenvolvimento da microrregião do sertão doSão Francisco: o número de projetos aprovadoschegou a dezenove, sendo onze já implantadose seis em implantação. Entre os projetos em aná­lise encontram-se três para a fabricação de polpade tomate e um outro para o setor têxtil. Essesempreendimentos poderão gerar oportunidadesde empregos diretos para 1,3 mil pessoas, cominvestimentos totais da ordem de Cz$ 690,6 mi­lhões.

As cartas-consulta apresentadas à Sudenecompreendem projetos nas áreas agroindustrial,têxtil e um hotel, que poderão proporcionar em­pregos diretos para 2,2 mil pessoas e investimen­tos de Cz$ 984,6 milhões.

TRANSNORDESTINA: TRILHOSPARA O DESENVOLVIMENTO

As promissoras regiões do Vale do São Fran­cisco e dos cerradsos próximos apresentam umpotencial agrícola excepcional com seus 6 mi­lhões de hectares, metade propícia à prática daagricultura irrigada e a outra metade à produçãode grãos.

Mas,apesar desse potencial, os produtores pio­neiros enfrentam um problema grave de trans­porte da safra. A soja de Barreiras, região oesteda Bahia que já produz 200 mil toneladas anuais,paga, por exemplo, um frete de (lS$ 20 a toneladapara levar o produto até Paranaguá, tradicionalporto paranaense exportador de grãos, distantemais de 2,5 mil quilômetros.

"O uso do transporte fluvial pela hidrovianaturaldo São Francisco até o porto de Petrolina,seguidode transbordo para vagões ferroviários, faria comque os grãos do cerrado do Valedo São Franciscochegassem ao Complexo Industrial Portuário deSuape, 3 milquilômetros mais próximo dos maio­res mercados internacionais consumidores, por(lS$ 5 a tonelada, um quarto do custo atual",analisa o presidente do Diper - Companhia deDesenvoMmento Industrial de Pernambuco, An­tônio Carlos Pessoa de Melo.

Para que esse sonho cios habitantes do ValedoSão Francisco (lO milhões de pessoas, segun­do o censo de 1980, ou 8,4% da população brasi­leira) se-tome realidade é preciso construir umtrecho de 200 quilômetros de ferrovia, unindoPetrolina ao ponto final da linha da RFFSA emSalgueiro, ambos municípios de Pernambuco.

"O empreendimento custará apenas cerca deuse 170 milhões, uma fração do custo de outrosprojetos do mesmo gênero", calcula o deputadofedera! e empresário Marcos Peres Queiroz, titularda Secretaria de Indústria e Comércio (Sicom)de Pernambuco.

Aferrovia,já batizada de "Transnordestina", teráo que transportar de imediato, começando pelasafra de grãos dos cerrados epela produção nasáreas irrigadas de Juazeiro e Petrolina.

No futuro, receberá a safra que será colhidana área de 1 milhão de hectares em implantaçãopelo Programa de Irrigação do Nordeste (Proine),que prevê investimentos da ordem de (lS$ 4,3bilhões.

"O corredor de transporte também terá o quetrazer para a região do Vale do São Francisco,como, por exemplo, fertilizantes e produtos a se­rem consumidos na região pela agricultura e pelaagroindústria, além de alimentos para a popu­lação nordestina carente, o que diferencia o pro­jeto de um corredor típico de exportação", ressaltao secretário pernambucano.

Àmedida que o volume de mercadorias, produ­tos agricolas e insumos aumente o movimentodo corredor, deverão ser completados os investi­mentos para ampliação da capacidade do sistemaintermodal, propõe Queiroz.

Parte dos recursos disponíveis será empregadano balizamento do rio São Francisco, o que toma­rá mais confiável a navegação ao longo do seuextenso curso. Outra parte dos recursos será em­pregada na consolidação do porto de Petrolinaque dispõe hoje de dois cais, sendo um para oembarque de minérios, principalmente de gipsita,da qual Pernambuco dispõe da maior reservado País, e outro para mercadorias em geral emum armazém de 2 mil metros quadrados, cujacapacidade de estocagem é de aproximadamente500 toneladas. O restante do dinheiro necessáriopara concluiro projeto de sistema intermodal serágasto com a modernização do trecho ferroviárioentre Salgueiro e Suape.

Os Estados a serem beneficiados com a obraserão Minas Gerais, Bahia, Alagoas, Sergipe, RioGrande do Norte, Paraíba, Ceará e mais os Esta­dos das Amazônia Legal, em especial Goiás.

Para o Estado de Pernambuco, os benefíciosserão imediatos e com grande efeito multiplica­dor. O Complexo Industrial e Portuário de Suape,um investimento de aS$ 150 milhões do governodo Estado, poderá aumentar seu movimento como transporte de grãos e de insumos provenientese destinados ao Vale do São Francisco. A áreaindustrial reservada em Suape receberá fábricaspara processar a safra de grãos e outros produtosagrícolas.

A extensão de um ramal, ligando Araripina àponta da Transnordestina, em Salgueiro, estimu­lará a atividade de extração e beneficiamento degipsita. que, naquela região, a 800 quilômetrosde Recife, equivale a 88% da demanda nacionalde gipsita natural e a 72% do produto beneficiado(gesso), que no total está sendo estimada emeoo mil toneladas até o fim deste ano.

O LOCAL CERTO PARA CIMAREFINARIA DE PETRÓLEO

A Petróleo Brasileiro S/A (Petrobrás) estuda aimplantação de uma refmariano Nordeste do País.

Para os pernambucanos a escolha do seu Esta­do para acolher o empreendimento terá um signi­ficado especial. "Será o primeiro grande investi­mento do governo federal em Pernambuco nosetor da indústria de base, e, conseqüentemente,o pagamento de uma dívida antiga", avalia o em­presário e deputado federal Marcos Perez Queiroz,titular da Secretaria de Indústria e Comércio dePernambuco.

O investimento, estimado em aS$ 1,2 bilhãopara processar 125 mil barris diários de petróleo.proporcionará 2 rml empregos diretos e 10 milindiretos durante seu funcionamento e cerca de12 mil durante a construção. Mas os pernam­bucanos não encaram a implantação da refinariano Estado como uma espécie de favordo governo

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federal. "Será um reconhecimento das vantagenseconômicas e estratégicas que oferecemos", ob­serva Queiroz.

A primeira grande vantagem, sem dúvida, éde ordem locacional. Pernambuco responde sozi­nho por 38% do consumo da região Nordestesetentrional, excetuando os Estados da Bahia eSergipe, mais próximos da Refinaria de Mataripe,situada no Recôncavo Bahiano, e em fase de du­plicação. Aregião metropolitana do Recife conso­me ainda 61%do total do Estado, constituindo-seainda num pólo de uma região formada por Paraí­ba, Alagoas e o próprio Pernambuco, responsávelpor cerca de 58% do consumo do Nordeste seten­trional.

Acrescente-se que a instalação de uma refinariade petróleo requer uma área ampla com proteçãoambiental e com infra-estrutura representada porinstalações portuárias, abastecimento d'água,energia elétrica, ligações rodoviária e ferroviária."Todos esses requisitos são oferecidos pelo Com­plexo Industrial Portuário de Suape", garanteQueiroz.

Aárea do complexo de Suape, de 13 mil hecta­res, tem reservado para a preservação ambientalnada menos que 52% do total e apenas 19%para instalações industriais, mais que suficientespara receber uma refinaria, e outros empreen­dimentos.

As Instalações portuárias de Suape são únicasem todo o Nordeste. "O pier de granéis líquidosjá construido tem extensão de 305 metros e capa­cidade de carga e descarga simultânea de doisnavios de até 30 mil TPB, através de dutovia pró­pria", destaca o presidente do órgão gerenciadorde Suape, Rilson Carneiro Raposo.

O pier vem sendo utilizado desde 1984 pelape~rbrás Distribuidora S/A e outras empresas dose r como, Esso Brasileira de Petróleo S/A, Cia.Atla tic de Petróleo S/A,Shell do BrasilS/A,Texa­co o BrasilS/Aque já investiram US$ 55 milhõesnu parque de tancagem para regular todo oabestecímento de combustíveis líquidos das re­giões Norte e Nordeste.

A possibilidade de construção de píers parareceber navios de maior capacidade, até 115.000TPB que atenda à refinaria foi previsto no projetode Suape. O espaço existente permite a operaçãoconjunta de dois atracadouros, ambos com pro­fundidade natural de 15 metros que pode ser a~­pliada para 17 metros através de dragagem.~~dos esses investimentos feitos na infra-es­

tru'r,ra de Suape proporcionarão uma conside­rável economia à Petrobrás na implantação darefinaria."Calculamos a redução de custo do pro­jeto em US$ 150 milhões, e de dois anos noprazo de antecipação no início de operação darefinaria, o que significará igualmente economiade milhões de dólares, devido a existência de infra­estrutura pronta" informa Rilson Raposo.

Outro argumento de peso considerável paràa Petrobrás instalar a refinaria em terras pernam­bucanas é a sua integração ao eixo químico Reci­fe-Salvador.

Nesta região do País localizam-se o ComplexoPetroquímico de Camaçarí, Bahia, o Complexode Fertilizantes em Sergipe, o Pólo Cloroquímicode Alagoas, e um pólo químico e sucroalquímicona Região Metropolitana do Recife,compreendidopela Companhia Pernambucana de Borracha Sin-

tética S/A (Coperbo), a Elekeiroz do Nordeste In­dústria Química S/A e Rhodia Nordeste S/A

"Aexistência de duas refinarias, uma em Mata­ripe, na Bahia, e outra em Suape, em Pernam­buco; portanto, em cada extremo, fortalecerá esseeixo contribuindo para sua consolidação e maiorsegurança à operação do conjunto químico", dizo presidente de Suape.

A instalação da refinaria também permitirá aintegração das linhas de produção de algumasempresas químicas de Pernambuco, como a C07perbo, que tem ampliação prevista de 229% para160 mil toneladas anuais até 1990 de elastôme­ros, termoplásticos, eteno alcoolquímícoe poliso­preno. Um investimento de US$ 91,1 milhões.A polimerização de isopreno depende da defini­ção, por parte da Petrobrás, da implantação deuma unidade para produzir ísopreno,que tambémpoderá ser viabilizadacom a decisão de se instalara refinaria em Pernambuco.

Para Pernambuco, a concretização do projetode ampliação da Coperbo, na opinião do presi­dente de Suape, tomará o Estado o maior pólonacional produtor de elastôrneros sintéticos, ge­rando oportunidades para o surgimento de indús­tria de transformação para a produção de pneus,artefatos de borracha, sapatos, etc.

NACAATINGA, SURPRESASPARA OS INVESTIDORES

As zonas do Agreste' e do Sertão de Pem~m­buco (89% da área total do Estado, de 98,3 milquilômetros quadrados), apesar de enfrentaremsecas periódicas, reservam surpresas para o in-vestidor. ,

As oportunidades de negócios começam emAraripina,no extremo-oeste do Estado, a 800 qui­lómetros.do Recife, centro de uma região ondese localiza a maiorjazida brasileira de gipsita, mi­nério usado como insumo das indústrias de fertili­zantes, cimento, papel e construção civil. Passampelo Sertão do São Francisco, onde se situa Petro­Iina, a 754 quilômetros da capital, o mais avan­çado pólo brasileiro de agricultura irr.!gada e frentede expansão da agroindústria. Multiplicam-se portodo o Estado na forma de indústrias têxteis, decalçados e artefatos de couro e exploração deminérios em geral. em especial granitos, com se­tenta tipos diferentes já identificados. "A atraçãode investidores para o interior de Pernambucoe o apoio às micro, pequenas e médias empresasque atuam nessa região estão entre as príoridadesda Secretaria de Indústria e Comércio (Sicom)",afirma o titular da 'Pasta, Marcos Perez Queiroz,também empresário e deputado federal.

No setor mineral, a atividade mais desenvolvidaé, sem dúvida,a exploração das reservas de gipsitano sertão de Araripe, estimadas em mais de 1bilhão de toneladas e superiores em 85% às reser­vas já dimensionadas no País.

O núcleo industrial de Araripinajá possui cercade trinta empresas responsáveis pela extração eprocessamento de 88% da oferta de gipsita brutae 72% de gipsita beneficiada no Brasil. "O futurodessas empresas é promissor, pois o mercadobrasileiro deverá apresentar uma demanda da or­dem de 820 mil toneladas neste ano, impulsio­nado pelo aumento de 16,4% da demanda degipsita natural e de 39,8% de gipsita beneficiada",prevê Queiroz.

As projeções realizadas pela Diper - Compa­nhia de Desenvolvimento Industrial de Pernam­buco indicam que o consumo de gipsita benefi­ciada deverá chegar a 265 mil toneladas em 1990,um salto de 373% sobre o consumo aparenteverificado no ano passado.

A gipsita natural é usada principalmente na fa­bricação de cimento portland, como insumo naindústria química para a produção de ácido sulfú­rico, sulfato de amônia, enxofre elementar e sulfa­to de magnésio e na agricultura para a correçãode solos alcalinos ou deficientes em enxofre epara melhorar a assimilação do potássio e donitrogênio. A aplicação principal da gipsita calci­nada ou gesso é na construção civil em formade pré-fabricados, revestimentos e estuques.

Tendo em vista a expressiva participação dePernambuco na produção de gipsita e a boa pers­pectiva de expansão do consumo nacional, o go­verno do Estado, segundo o presidente da Diper,Antônio Carlos Pessoa de Melo,vem procurandodirecionar ações que conduzam a uma políticadecisiva, de apoio à classe empresarial

Uma delas é o investimento em pesquisa. atra­vés de convênio com o Centro de TecnologiaMineral(Cetem), do Rio de Janeiro, para o desen­volvimento de um projeto para a obtenção deenxofre a partir de gipsita, o que resultará emeconomia de divisas anuais da ordem de US$600 milhões, custo que onera a balança comercialdo País com importações desse produto.

Entre outros minérios disponiveis em Pernam­buco, a Sicom quer estimular o beneficiamentode granitos com a produção de chapas visandoà exportação. Para tanto, o Estado opera, juntoao porto do Recife, um entreposto para dar oapoio necessário ao exportador. Minérios de titâ­nio e vanádio foram pesquísados no municípiode Floresta, situado a 436 km do Recife,revelandoreservas que permitem a instalação de uma usinade beneficiamento de titânio esponja de 3 miltoneladas anqaís, e de pentóxido de vanádio de48 toneladas anuais.

O Estado também apresenta ocorrência de re­servas de quartzo, na região dos municípios deFloresta, Itacuruba e Belém do São Francisco,da ordem de 33 milhões de toneladas que podemser transformadas para a obtenção de silíciometá­lico, ferro-silícioe silicato.

Aagroindústria tem-se mostrado uma atividademuito promissora na região do sertão do SãoFrancisco, tendo o município de Petrolina comopólo. Sete empresas já se encontram instaladasno distrito industrial local, além de outras trêsem fase final de implantação, uma em implan­tação e mais seis com implantação programada"O surto de crescimento da região deve-se àselevadas taxas de produtividade obtidas com aagricultura irrigada", observa o presidente da Di­per.

"Com a perspectiva de implantação pelo Pro­grama de Irrigação do Nordeste (Proine) de 86,5mil hectares irrigados até 1990, o potencial daregião aumenta ainda mais", diz.

Aindústria têxtil, entre as tradicionais, apresentaa maior importància relativa para Pernambuco.O Estado beneficia mais de 50 mil toneladas/anode algodão e 5 mil toneladas de poliéster e possui5 mil teares e 557 mil fusos, representando maisde dois terços de todas as instalações existentes

- no Nordeste.

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o setor têxtil cresce ano a ano e já ofereceemprego para mais de 20 mil pessoas nas cidadesda região metropolitana do Recife, Recife, Olinda,Jaboatão, Cabo, Moreno, São Lourenço da Matae Paulista Na Zona da Mata - Goiana, Carpinae Escada No Agreste - Gravata, Caruaru e Gara­nhuns - e no Sertão, aproveitando o algodão"moco" ali produzido em Petrolina, às margensdo rio São Francisco, e em Araripina, na divisacom o Píauie o Ceará.

O governo do Estado tem planos de aproveitarigualmente a capacidade da mão-de-obra localpara transformar Pernambuco num grande pólocalçadista. Outro fator favoravel à iniciativa é adisponiblhdade de matéria-prima. Dessa forma,podera substituir as importações de calçados queatendem a cerca de 80% da demanda estadual.

O projeto conta com o apoio da Superinten­dencia Nacional do Desenvolvimento do Nordeste(Sudene) que proporcionou em junho de 1986a participação efetiva nos recursos do Fundo deInvestimento do Nordeste (FlNOR).

Os curturnes de Pemambuco e Estados vizi­nhos participam com cerca de 26% da produçãode peles. estimada em -13 milhões de umdadesno Nordeste brasileiro, e estão fortemente con­centrados na região do Sertão

MOBILIZAÇÃO GERAL PARAO ESFORÇO DE PRODUÇÃO

A Secretaria da Indústria e Comércio (Sicom)de Pernambuco estabeleceu como ponto centralda sua estratégia incorporar a população ao pro­cesso de produção para desenvolver o Estado.

Para tanto, elaborou um programa denomina­do "Investir", que pretende estimular novos inves­timentos na área industrial. Ele contempla, de umlado. os setores dmàrmcos da economia comoeletroeletrónica, química e minerais não-metáli­cos, siderurgia. fertilizantes. farmoquímica, álcoole açucaro com seus desdobramentos alcoolquí­mica e sucroqurrnica, e, de outro, os ramos indus­tnais tradicionais, empregadores intensivos demão-de-obra, como o têxtil e confecções, madeirae mobiliário, produtos alimentares, couro e calça­dos e construção civil.

"Com essa política esperamos conseguir moti­var Investimentos em novas fábricas superioresa US$ I bilhão. até o final da década, permitindoa criação de pelo menos 50 mil novos empregos",estima o empresario e Deputado Federal MarcosPerez Queiroz, secretário de Indústria e Comerciode Pernambuco

A essa perspectiva. Queiroz ainda soma os pro­jetos da indústria de base que a Sicom luta paraver implantados em Pernambuco. como uma refi­nana de petróleo, uma montadora de automóveis.uma larmnação de aços planos e uma unidadede ferro-esponja, com investimentos calculadosem US$ 2,5 bilhões, capazes de oferecer empre­gos diretos e Indiretos a 25 mil pessoas.

Apoio de Armes

O sucesso dessa pohtíca fará a Indústria per­nambucana elevar em 50% o seu número deempregados, estimado atualmente pela Federa­ção das Indústrias do Estado de Pernambuco(FIEPE), em cerca de 150 mil.

No que depender do governador Miguel Arraesde Alencar, não vai faltar apoio ao setor Industrial."Todos os investimentos visando à implantaçãoe a expansão de Indústrias que trouxerem consigo

contribuição para solucionar os problemas queafligem a nossa população merecerão o apoiodo govemo do Estado", garante o secretário

O Estado de Pernambuco oferece incentivospara as empresas que planejam Instalar-se noComplexo Industrial Portuário de Suape. Trata-sede um estímulo fínanceiro no valor equivalentea 50% do ICM devido pelas empresas que seinstalarem no complexo e que se constituamigualmente empreendimentos novos e produzambens sem similar no Estado.

O incentivo será concedido sob a forma deações ou debêntures e terá prazo de fruição dedez anos. mas não excederá o valor do investi­mento realizado pelo empreendedor.

As empresas de informática aproveitam os be­nefícios do Fundo de Desenvolvimento da Infor­mática de Pernambuco. um incentivo financeiro,concedido sob a forma- de compra de ações oudebêntures. destinado a estimular a fabricaçãode computadores, equipamentos periféricos oucomponentes com condições semelhantes às deSuape.

Assistência creditícia à classe empresanal podeser obtida junto ao Banco do Estado de Pernam­buco SA (Bandepe), para projetos nas áreas agrí­cola, industrial. comercial e de prestação de servi­ços, mediante repasse de recursos oriundos doBanco Nacional do Desenvolvimento Econômicoe Social (BNDES).

Na área federal, o empresário conta com diver­sos incentivos administrados pela Superintendên­cia de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene)Os mais significativos são: isenção do Impostode Renda. participação acionária do Fundo deInvestimentos no Nordeste (Finar), redução doImposto de Importação e do Imposto sobre Pro­dutos Industrializados.

O projeto de desenvolvimento da mdustríaem­preendido pela Sicom tarnbern contempla oapoio às micro. pequenas e médias empresas.A execução do programa de apoio está a cargodo Centro de Desenvolvimento Empresarial dePernambuco (Ceag-PE e se desenvolve em todoo Estado. tendo como metas a criação de centraisde compras e distribuição e o desenvolvimentode setores como confecções, calçados e artigosde couro. artesanato e agroindústria, mediantetreinamento gerencial, consultoria, orientação deacesso ao crédito, etc.

Na área tecnológica, as micro. pequenas e mé­dias empresas poderão contar com o apoio daFundação Instituto Tecnológico do Estado de Per­nambuco. que está empenhada em desenvolvertecnologias que dêem suporte à germinação denovos emprendimentos, que ampliem a competi­tividade dos já existentes, que possibilitem a diver­sificação do parque industrial. que permitam ouso de matérias-primas disponíveis no próprioEstado. que contribuam para a produção de benspara atender. a baixo custo. as comunidades ca­rentes do estado e que consolidem e ampliema capacitação dos recursos humanos.

A ação da Sicom orienta-se também para arecuperação de empreendimentos que estejamem dificuldades, caso da .Companhla IndustrialPernambucana (Ciper) de São Lourenço da Mata,que foi recentemente adquirida pelo grupo Bras­pérola, permitindo a manutenção de 1,7 mil em­pregos diretos. "Todas essas iniciativas da Sicomdeverão provocar o desenvolvimento sócio-eco-

nómíco mais integrado, de forma a conduzir Per­nambuco a retomar a liderança no Nordeste co­mo pólo dinâmico". diz o secretáno de Indústriae Comércio

As exportações pernambucana serão tambémbeneficiadas pela atuação da Sicorn. Esperamostriplicar as nossas exportações, da ordem de US$250 milhões anuais, o que equivale a somente1% das vendas externas brasileiras, para que cor­respondam à partícipação do Eestado no ProdutoInterno Bruto (PIB)de cerca de 3%•prevê Queiroz.

O desenvolvimento industrial possibilitará, nasua opmíão, uma linha mais diversificada de pro­dutos para exportar, reduzindo a atual dependên­cia de produtos da agroindústria sucroalcooleira,que responde sozinha por cerca de 70% das ex­portações totais do Estado.

A diretoria geral de operações, drríqidapor Mú­cio Novaes Cavalcanti, é o órgão da Sicom encar­regado de orientar os empresários interessadosem investir em Pernambuco, oferecendo serviçosde apoio e Informações sobre as opções de negó­cios existentes.

o SR. MA<IRO SAMPAIO (PMDB - CE.Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente,Srs. Constituintes. o Presidente em exercício daAssembléia Legislativa do Ceará, o ilustre Depu­tado Franzé Moraes, nosso correligionário doPMDB, fez enérgico pronunciamento da tribunadaquela Casa de Leis, no princípio do mês denovembro próximo passado. alinhando as seguin­tes reivindicações dos servidores do Departamen­to Nacional de Produção Mineral - DNPM, doMinistério das Minas e Energia: reposição salarialde 137 por cento; extensão de gratificação deatividades técnico-administrativas de 80por centoaos servidores de nivel médio que concluirão cur­so superior. independente de vagas e sem neces­sidade de concurso intemo; 12 referências paratodos os servidores; incorporação total da dife­rença individual ao salário; e enquadramento doFAS

Tais reivindicações, que foram levadas ao Ple­nário da Assembléia Legislativa cearense pela As­sociação dos Servidores do DNPMde nosso Esta­do. e que. se não forem atendidas, poderão levara categoria à greve nacional, se juntam a outras,não menos justas. que esses mesmos funcioná­nos fazem, de mais verbas para esse Departa­mento. que é responsável pela supervisão, fomen­to, controle e fiscalização de todas as atívrdadesconcernentes ao setor mineral, em todo País.

Quando nos lembramos de que o setor minerale exatamente aquele em que o Brasil mais enfren­ta o problema. gravíssimo, do contrabando cadavez mais crescente de minérios de todos os tipospara o exterior;com prejuízos simplesmente incal­culáveis para a economia brasileira, e outro pro­blema, não menos grave, da competição desigualdas poderosíssimas empresas multinacionais doouro, das pedras preciosas e outros minerais, tãovaliosos quanto estes, enfrentando e sempre ven­cendo as raquíticas empresas brasileiras de médioe pequeno portes, quando nos lembramos disto,Srs. Deputados. é quase Impossível acreditar queo DNPM não disponha das verbas necessáriaspara o desempenho de suas funções.

É mais incrível ainda que seus funcionários,em sua quase totalidade, não estejam percebendosalános condignos com sua importantíssima fun-

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ção, estando expostos, assim, muito mais facil­mente, ao aliciamento por parte da empresa priva­da brasileira e principalmente estrangeira, em de­trimento do bom funcionamento de tão Impor­tante setor.

Fazendo coro, portanto, com o nobre Deputadocearense Franzé Moraes, que em seu pronuncia­mento recebeu apartes de solidariedade de quasetodas as Bancadas com assento na AssembléiaLegislativa cearense, faço daqui um veementeapelo ao MinistroAureliano Chaves de Mendonça,titular do Ministériodas Minas e Energia, que levena devida conta a manifestação oficial que rece­beu daquela Assembléia e atenda às justíssimasreivindicações dos servidores do DNPM, determi­nando o estudo e a implantação das melhoriassolicitadas.

Era o que tinha para dizer.O SR. DIONíSIO HAGE (PFL- PA.Pronun­

cia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srs,Constituintes, quero, nesta oportunidade, prestarminha homenagem e - por que não dizer? ­do Congresso Nacional, a destacada figura doclero de meu Estado, D. Tadeu Henrique Prost,

Frei Tadeu Prost nasceu na cidade de Chicago,nos Estados Unidos, no ano de 1915, filho deluxemburgueses. Após cursar o seminário arqui­diocesano, transferiu-se para a Ordem dos Fran­ciscanos Menores. Ordenou-se sacerdotalmentena cidade de Teutópolis, no Estado de Dlinois,nos Estados Unidos, no ano de 1942. Voltou-separa a Amazônia, oferecendo-se para ser missio­nário lá, chegando em 1943. Teve como compa­nheiro nesse trabalho inicial Dom Tiago Ryan,figura destacada do clero na cidade de Santarém,no Estado do Pará, vindo servir em Fordlândia.

Na Amazônia, Frei Tadeu Prost não ficou res­trito somente à região de Fordlãndia: expandiusuas atividades religiosas, como vísítador, paraa província franciscana de Goiás, procurador daPrelazia de Santarém, vindo posteriormente paraBelém, residindo no Colégio Nazaré, marcandosua presença na formação espiritual de muitosjovens de nossa terra.

Organizador da Procuradoria dos Franciscanosem Belém, adquirindo um imóvel na cidade, àPraça Batista Campos, aí construiu a capela de8to. Antônio de Lisboa, Quando o Arcebispo deBelém, D. Alberto Ramos, solicitou a nomeaçãode dois bispos auxiliares para ajudarem a adminis­tração da Arquidiocese do Pará, teve ele seu nomeindicado à Sta. Sé e aceito pelo Papa, sendo no­meado em 1962.

Sem dúvida, na condição de Bispo Auxiliar, suagrande obra foi a construção do Seminário Arqui­diocesano, Seminário S. Pio X, construído comgrande sacrifício. Não tendo, como faço questãode notar, a contribuição de milionários ou multina­cionais , nem mesmo verbas federais, mas aspequenas contribuições dos fiéis, com a colabo­ração de paroquianos norte-americanos, fazendoaté mesmo pessoalmente coletas de recursos nasmissas, ergueu ele sua obra.

Outra realização de grande alcance social deFrei Tadeu Prost é, sem dúvida, o Hospital Guada­lupe, que não passava de uma estrutura nua, per­tencente à Congregação das Irmãs Adoradorasdo Sangue de Cristo, que chegaram até mesmoa cogitar a venda do imóvel. Graças ao trabalhode D. Tadeu Prost, Belém conta com mais esseestabelecimento hospitalar.

Ao ensejo das comemorações das suas bodasde prata do exercício sacerdotal, grandes foramas festas realizadas na Arquidiocese de Belémem homenagem a D. Tadeu Prost.

Na condição de representante do povo paraen­se associo-me a todas as homenagens prestadasa D.Tadeu, levando-lhe o agradecimento da genteda terra pelos reais serviços prestados ao Paráe à Amazônia, onde pontificou em seu trabalhomaterial e espiritual, reconhecido pela atual gera­ção.

Sr. Presidente, Srs. Constituintes, aproveito estaoportunidade para um registro e uma homena­gem neste âifícilmomento da vida nacional, quan­do surge um grande estabelecimento de ensino,o Colégio Cristhus, em Belém do Pará, com exce­lentes instalações e corpo docente de primeiraordem.

O novo colégio surge graças à capacidade eao espírito empreendedor do Prof.Francisco Cân­dido Silva e seus irmãos, Prof"Emília e Prof. Bos­co, que dirigem com competência-os ColégiosRui Barbosa, Nóbrega e Saci Pererê.

A eles, a nossa homenagem.O SR. PAULO MACARINI (PMDB - Se.

Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente,Srs, Constituintes. a pesquisa agropecuária con­verte-se no grande instrumento de fixação do ho­mem ao solo, aumento de produção, maior poderaquisítívo e busca de melhores índices de produ­tividade.

Em Santa Catarina, a Empasc - Empresa Ca­tarinense de Pesquisa Agropecuária conta comcerca de setecentos servidores, dos quais duzen­tos são pesquisadores, muitos com cursos depós-graduação a nívelde mestrado ou doutorado.

Como incentivo que a direção e o pessoal técni­co da Empasc desenvolvem na maximização douso dos fatores de produção disponíveis na pro­priedade, na redução do uso de insumos, na não­agressão ao meio ambiente e na redução dos .custos de produção, transcrevo a análise dos be­neficios da pesquisa agropecuária que a empresadesenvolve em Santa Catarina:

1. INTRODUÇÃOA pesquisa agropecuária objetiva gerar e

_adaptar tecnologias que permitam a expan­são do volume de produção e da produti­vidade, a melhoria da qualidade do produto.a combinação mais eficiente dos fatores deprodução e a elevação do nível de vida dafamilia rural.

O processo de geração e adaptação detecnologias depende de alguns fatores quemerecem ser destacados. tais como decisãopolítica, disponibilidade de equipamentos einstalações adequadas e recursos humanosbem treinados.

Cnada em 1975 e iniciando suas atividadesem 1976, a Empresa Catarinense de PesquisaAgropecuária - Empasc, pôde, atravésdos re­cursos que a sociedade lhe tem alocado. im­plantar uma estrutura de pesquisa, aliada aum programa agressivo de capacitação depessoal, que lhe permite. embora num espaçode tempo bastante curto, demonstrar que osinvestimentos em pesquisa resuJtaram em be­nefícios econômicos e sociais altamente signi­ficativos em relação a outros setores, ou mes­mo quando comparados a instituições de pes­quisa agrícola em países desenvolvidos.

Este trabalho apresenta os resultados depesquisas mais importantes e realiza umaavaliação econômica que compreende osprimeiros 10 anos da Empasc. As análisessobre rentabilidade da pesquisa têm se cons­tituído numa preocupação constante na em­presa, pois permitem justificar os recursosrecebidos e auxiliarno processo de alocaçãoentre os diversos projetos.2 AVANÇOS TECNOLÓGICOS DA PES­QUISA

Serão enfocados nesta seção algumasáreas consideradas prioritárias e nas quaisa Empasc tem concentrado seus esforços.Apesar da importância sócio-econômica decertos produtos, seus avanços tecnológicosnão são aqui relatados, seja porque as tecno­logias encontram-se em fase de geração ouadaptação, seja porque seu nível de adoçãoainda não pode ser estimado. Também nãosão feitas referências a suínos e aves, poisas pesquisas com esses produtos estão acargo da Embrapa, através do Centro Nacio­nal de Pesquisa de Suinos e Aves, localizadoem Concórdia.

2.1. Zoneamento agroclimáticoTrata-se de um trabalho em que o conheci­

mento das condições de clima. solo e plantapermite delimitar regiões onde existe maiorprobabilidade de sucesso na exploração dedeterminada cultura. Assim, foram regiona­lizadas mais de 25 culturas.

2.2. Tecnologias para pequenas proprie­dades

As pequenas propriedades rurais predo­minam na ocupação do território catarinensee são responsáveis pela maior parte da pro­dução agrícola e do emprego no meio rural.Como exemplo, nas microrregiões homogê­neas Colonial do Rio do Peixe e Colonial doOeste as propriedades com menos de 50ha contribuem com 93% da produção agrí­cola total. Tais propriedades estão merecen­do especial atenção por parte da Empasc.Para tanto, no ano de 1983 foi criado, emChapecó, o Centro de Pesquisa para Peque­nas Propriedades - CPPP.Este Centro, atra­vés do convênio com a GTZ (Agência Alemãde Cooperação Técnica) está procurando es­tabelecer sistemas de avaliação sócio-eco­nômico das pequenas propriedades rurais eo desenvolvimento de métodos de adminis­tração rural. Vale lembrar que, mesmo coma existência deste Centro de Pesquisa especí­fico, a prioridade com as pequenas proprie­dades está presente em todas as unidadesda Empasc.

2.3. Sementes e MudasAs pequenas propriedades tendem a rejei­

tar, devido aos riscos envolvidos, tecnologiasmodemas que envolvam altos investimentos.Para elevar a produtividade sem significativasaumentos nos custos, a Empasc tem procu­rado, através de programa específico, varie­dades mais produtiva e de melhor qualidade,além de recomendar as atividades adequa­das às diferentes regiões climáticas do Esta­do. O programa visa suprir as necessidadesestaduais de sementes básicas e de materiais

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6066 Quinta-feira 10 DIÁRIO DA ASSEMBLÉIA NACIONAL CONSTITUINTE Dezembro de 1987

TABELA 1 - Produção de sementes básicas da EMPASC(t) no periodo 1977/1985

de propagação vegetativa. A semente básicadá origem à certificada e esta à fiscalizada,que é a semente utilizada para produção degrãos.

Para o caso do arroz irrigado e de sequeíroe para a cebola, as produções de sementesbásicas já suprem, atualmente, a demanda.2.4 Produtos

Nesta seção são apresentados os tópicosrelevantes dentro de cada produto. As tecno­logias geradas são apenas citadas. Aquantifi­cação de seus beneficios será apresentadaadiante.

2.4.1 Alho

O alho é um produto cuja auto-suficiêncianacional vem sendo buscada. Houve umacréscimo substancial na produção nacionalentre os anos de 1978 e 1983, declinandoapós. A produção catarinense, contudo, ex­perimentou aumentos crescentes, mesmoapós 1983. No período de 1979 a 1985 ataxa de crescimento da produção catarinensedo alho foi de 15% ao ano. Na safra de 1985o Estado de Santa Catarina passou a ser oprimeiro produtor nacional, respondendo por30% da produção. A produtividade do alhocatarínense saltou das 3,3 t/ha em 1982 para5,1 t/ha em 1985, enquanto a média nacionalsitua-se em tomo de 3,5 a 3,8 t/ha.

Apesquisa, sem dúvida, tem méritos nesteincremento da produção e produtividade. Istoporque, tendo em vista a péssima qualidadee tamanho inadequado do alho-semente queera utilizadonas lavouras catarinenses, a Em­pasc desenvolveu, juntamente com a Aca­resc, um trabalho buscando solucionar o pro­blema. Em função disso, já na safra de 1983os produtores começaram a sentir este bene­ficiona produtividade. Além desta tecnologia,outros trabalhos de pesquisa, com larga utili­zação pelos produtores, contribuíram parao crescimento da produtividade: adubaçãocom esterco, espaçamento de plantio, deter­minação de produtos efetivos contra ferru­gem, determinação do inicio das pulveriza­ções para controle da ferrugem, redução douso de potássio em cobertura

2.4.2. ArrozAté a década de 70 o cultivodo arroz irriga­

do em Santa Catarina era feito basicamentecom variedades tradicionais, com produtivi­dades bem inferiores às atuais. Na safra

A produção de sementes e mudas básicastem avançado nos últimos anos. A tabela 1mostra a produção de sementes básicas, pelaEmpasc, para os principais produtos.

1976n7 surgiram as primeiras recomenda­ções de cultivares modernas: Empasc 101,Empasc 102, IR 841 e CICA 4. Atualmente,quase todas as cultivares de arroz irrigadosão do tipo modemo, o que garantiu umaboa evolução da produtividade.

Como o preço sofreu oscilações positivase negativas nos últimos anos, conclui-se quenão foi ele o responsável pelo aumento deprodutividade. Desta forma, este deve ser cre­ditado quase que integralmente as novas cul­tivares, em cuja criação ou recomendaçãoa Empasc participou decisivamente. O traba­lho de pesquisa nesta área valeu ao pesqui­sadorTakazi lshiy,coordenador do Programade Pesquisa em Arroz da Empasc, o PrêmioCatarinense de Ciência e Tecnologia no anode 1985.

A cultura do arroz irrigado em Santa Cata­rina envolve cerca de 12.000 agricultores, lo­calizados principalmente na Planlcie Lítorá­nea e Vale do ltajaf, com área média porprodutor de 7,9 ha. Dada a importância socialdo produto, visto tratar-se de pequenos pro-

_ dutores em sua maioria. a Empasc instalou,na Estação Experimental de ltajaí, uma uni­dade de beneficiamento de sementes de ar­roz. Na safra 1985/86 foram beneficiadoscerca de 1.600 sacos de sementes. Para asafra de 1986/87 a intenção é utilizara plenacapacidade de beneficiamento, que é de

.3.000 sacos. O beneficiamento das sementesaumenta consideravelmente a sua qualidade.

2.4.3. CebolaSanta Catarina é o terceiro produtor nacio­

nal, com 23% da produção. Pelo Censo Agro­pecuário de 1980 existem, aproximadamen­te, 20.000 famílias envolvidas com a produ­ção de cebola.

A cultura da cebola experimentou um ex­pressivo aumento da área cultivada na safra1979/80, chegando quase aos 100%, em re­lação à safra anterior. A produtividade nesteano, contudo. manteve-se inalterada, em ra­zão da densidade de plantio inadequada.

Um experimento conduzido pela EMPASCmostrou que a produtividade poderia aumen­tar 60% apenas com uma adequação da den­sidade de semeadura. Esta tecnologia foi co-

locada à disposição dos produtores na safra1980/81.

Em 1981 a EMPASC lançou a cultivarEM­PASC 351 - Seleção Crioula, resultante detrabalhos de melhoramento feitos com umapopulação cultivada há vários anos no Valedo ltajaí. Esta cultivar destaca-se pela altaprodutividade. A nível experimental chega aproduzir 40 t/ha. Lavouras demonstrativasdesta cultivar produziram cerca de 20% amais que as lavouras demonstrativas das cul­tivares Norte 14 e Baia Períforme, bastanteplantados no Estado, e estas mais que o do­brou da média estadual.

Além da criação da cultivar EMPASC 351,a empresa produz sementes básicas das ou­tras cultivares recomendadas para o Estado.Praticamente em toda a área cultivada comcebola no Estado usam-se cultivares criadasou recomendadas pela EMPASC. Cabe lem­brar que a recomendação de cultivares envol­ve um trabalho de pesquisa semelhante aoda criação.

Nenhuma outra tecnologia de destaque foiintroduzida nos últimos anos. Como a produ­tividade foi crescente e o preço oscilou, epouco provávelque este tenha exercido gran­de influência sobre a produtividade. Esta é.então, atribuída quase que integralmente às2 tecnologias citadas: densidade populacio­nal e criação/recomendação de cultivares.

2.4.4. FeijãoEm Santa Catarina a cultura do feijão é

típica de propriedades e grande utilizadorade mão-de-obra familiar.Ocupando 255.000ha na safra e 159.600 ha na safrinha, é aterceira em importância quanto à área culti­vada no Estado. Com uma produção de314.000 t, cerca de 12% da produção nacio­nal, Santa Catarina situou-se como o terceiroprodutor de feijão em 1985.

A produtividade média é de 750 kglha,bem abaixo dos 1.750 kglha conseguidosna média dos testes de cultivares. Essa dife­rença poderia ser diminuída com o uso detecnologias já disponíveis.

O esforço da pesquisa em relação ao feijãovisa atacar os problemas mais importantesda cultura no Estado. O melhoramento, comintrodução e seleção de cultivares, tem sidodirecionado para resistência às principaisdoenças, adaptação às condições locais equalidade comercial do produto.

O lançamento de uma nova cultivar defeijão-preto, EMPASC 201-Chapecó, junta­mente com as demais cultivares recomen­dadas, propicia maior produtividade e melhorrenda ao agricultor.

Quanto aos corretivos e fertilizantes, foramelaboradas recomendações de calcário e deadubos minerais. Também para esterco deaves foram realizadas pesquisas e formula­das recomendações. Assim resíduos que an­tes eram poluentes são hoje eficientes substi­tutos dos adubos minerais.

2.4.5. Gado de corte e forrageirasNo Estado de Santa Catarina, 196.000 pro­

priedades estão envolvidas na exploração debovinos e possuem, em média, 11 cabeçaspor propriedade. O maior problema de explo-

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Dezembrode 1987 DIÁRIO DAASSEMBLÉIA NACIONAL CONSTITUINTE Quinta-feira 10 6067

ração é a falta de alimentação no inverno.No entanto, a utilização de pastagem culti­vada em larga escala, para solucionar o pro­blema de alimentação dos animais no outo­no/inverno, segundo estudos da EMPASC,tem-se mostrado de alto custo, pouco econô­mica e de risco elevado.

Uma tecnologia que é viável economica­mente para aumentar a produção de carnena base 'de campo nativo é o controle deendoparasltoses através da medicação anti­hemíntica. Pesquisa da EMPASC mostrou

- que à idade de abate dos bovinos pode serreduzida de 51 para, aproximadamente, 30meses, usando-se dosificações estratégicasa cada 45 dias, sendo que o retomo do inves­timento é de 16 cruzados para cada cruzadoinvestido: Portanto, é uma tecnologia alta­mente econômica e de baixo risco, e quepode ser utilizada pelos produtores sem alte­rar seu sistema de produção.

A formação de pequenas áreas de pasta­gens anuais de inverno dentro da proprie­dade tem sido prática adotada' por muitosfazendeiros como um tipo de "hospital" paraalimentar os animais mais fracos durante oinverno e criados em sistema de exploraçãoextensiva.Assim, visando-se obtervariedadesde azevérn, que é o principal componenteda pastagem anual do inverno, mais adapta­das e mais produtivas, foi criada a cultivarEMPASC301. Esta cultivar é 10% mais pro­dutiva do que as variedades,crioulas utiliza­das no Estado e sem nenhum aumento adi­cionai no custo de produção. Em termos ab­solutos, esse aumento de 10% na produçãocorresponde a 400 Kg de matéria seca/ha .ou o equivalente a 50 kg de peso vivolha.

A cultura da alfafa em Santa Catarina érealizada basicamente por pequenos produ­tores que têm na comercialização do fenoimportante fonte de renda. O sistema de pro­dução típico adotado pelos produtores indicapouco uso de calcário e fertilizantes ou usoem quantidades inadequadas. Para resolVerestes problemas a pesquisa gerou tecnolo­gias de calagem e adubação fosfatada quepermitem aumentar em cerca de 70% a ren­da dos produtores de alfafa. Além disso, aduração de pastagem é elevada de 3 para6 anos.

2.4.6. Gado de leiteNo Estado há cerca de 33.000 famílias

que comercializam leite. No ano de 1984,o valor bruto da produção leiteira representou7,8% do total dos produtos agropecuários,segundo a CEPA/Se. Nas principais regiõesprodutoras a área média do estabelecimentoagrícola está em 18 ha, para uma área dedi­cada à atividade leiteira de 9 ha. É, portanto,uma atividade típica de pequenos agricul­tores. A produtividade é baixa, em tomo de1.000 litroslvaca/ano.

Desde 1982 esta atiVidadetem sido defici­tária. Na média, a defasagem do preço emrelação ao custo foi de 30%. Isto explica,pelo menos em parte, a baixa produtividade.A produtividade deve ser aumentada não sópara elevar a rentabilidade, mas também parareduzir o déficit no consumo de leite. Segun­do a Organização Mundialda Saúde, a neces-

sidade é de 450 glhabJdia, e a disponibi­lidade no Estado está em tomo de 300 glhab./dia (67%).

Para relações de preços favoráveis à ativi­dade leiteirajá existe um bom acervo tecnoló­gico disponível voltado para maiores produti­vidades, mediante a aplicação mais intensiva

. de recursos. Com os preços históricos poucofavoráveis e a baixa disponibilidade de recur­sos por parte dos agricultores, a pesquisa,na busca de uma maior rentabilidade, temdado prioridade para a redução de custos.

Os principais resultados de pesquisa po­dem ser divididos em 2 grupos: a) experi­mentos de adaptação e avaliação de produti­vidades de plantas forrageiras; b) experimen­tos de conhecimento da realidade dos siste­mas de produção vigentes na região.

Em termos de plantas, as leguminosas leu­cena e grundu mostram uma boa produçãoe são pouco exigentes em insumos. Acentro­sema e a puerária (kudzu) são promissoras.Dentre as gramineas destacam-se: brachiariahumidicola, brachiaria decurnbens, setariasphacelata, azevém e aveia. O trevo brancoe o comichão apresentam boas condiçõesde desenvolvimento.

O conhecimento da realidade dos siste­mas de produção inclui, principalmente, ali­mentação e manejo animal, reprodução dehelmintos e gerência em 15 propriedadesagrícolas acompanhadas. Na área de gerên­cia, o sistema de produção é descrito emtermos de equações matemáticas de modoa avaliar as tecnologias que provocam maiorimpacto na renda do produtor. seja por au­mento da receita, seja por redução de custosou ambas. Com base no profundo conheci­mento da realidade espera-se ganhos signifi­cativos de produtividade sem grande dispên­dio e/ou redução de custos sem que a produ­tividade seja afetada.2.4.7. Maçã

A produção nacional de maçã vem cres­cendo acentuadamente, com incremento de16% ao ano, no período de 1969 a 1984.Neste mesmo período o consumo nacionalcresceu em 4% ao ano. O ajuste entre aoferta e demanda nacional, neste período.foi feito via redução de importações (em1979, 83% da fruta consumida era impor­tada, enquanto em 1984 apenas 36%). EmSanta Catarina, maior Estado produtor, a pro­dução vem crescendo em 31% ao ano. Aprodutividade catarinense é a maior do País,tendo atingido 15,3 t/ha nos pomares emprodução em 1985. com crescimento de 6%ao ano no período de 1979 a 1985.

Para esta visível melhora na produtividadecontribuiram, indiscutivelmente, os trabalhosda pesquisa na área de quebra de dormênciae polinização. A pesquisa em quebra de dor­mência visa solução para o problema da in­suficiência de frio em boa parte da regiãoprodutora. A pesquisa em polinização visadeterminar as cultivares a serem utilizadasno plantio intercalar, a fim de que a polini­zação se processe. Além destas, contribuíramsignificativamente as seguintes tecnologiasgeradas ou adaptadas pela Empasc: poda

verde, ponto de colheita, análise fohar, raleiomanula, sistema de alerta para controle dasdoenças da parte aérea e calendário fítossa­nítárío,

2.4.8. MandiocaEntre as culturas, a mandioca ocupa o

quinto lugar em valor da produção em SantaCatarina, segundo a CEPA/Se. E uma culturatipicamente de pequenos agricultores. Emtomo de 85% da produção é provenientede propriedades com menos de 50 ha, ea área cultivada com mandioca é inferior a10 ha. Há cerca de 90.000 famílias envolvidascom essa cultura no Estado. A área, produ­ção e rendimento têm se mantido estáveisnos últimos anos.

Com o preço da mandioca pouco estimu­lante nos últimos anos, e por se tratar deuma cultura de pequenos agricultores. a pes­quisa voltou-se para tecnologias cuja adoçãonão implicasse em aumento nos custos. Ateo ano de 1979 recomendava-se, para-corre­ção do solo, 15 t de calcário. 40 kg de kpe 120 kg de PP5> por hectare. Após esteano, com pesquisas efetuadas pela EMPASC,a recomendação de calcário baixou para 1tonelada e a adubação de correção foi elimi­nada. Com esta tecnologias consegue-seuma significativaredução de custos sem afe­tar a produção. Mais recentemente a pes­quisa testou a época de aplicação do fertili­zante em cobertura. Com o simples parcela­mento da adubação obteve-se, após 3 anosde experimentação, um acréscimo de produ­tividade de 6 t/ha. A produtividade média es­tadual é de 13,5 t/ha.2.4.9Ml1ho

O milho é o produto de maior expressãona agricultura catarinense, pois além de suaimportante part}cipas:ão no valor bruto daprodução, conseqüentimente, a base de sus­tentação de grande parte do parque industrialdo Estado.

A produção estadual, normalmente supe­rior a 2,1 milhões de toneladas por ano, éobtida por cerca de 170.000 agricult9res, namaioria.pequenos. Em anos normais, o ren­dimento médio estadual tem sido inferior a2.500 kglha, enquanto a média em testesde cultivares superou os 6.000 kg. Isso de­monstra que a produtividade da cultura podeser sensivelmente aumentada com um maiorgrau de utilização de tecnologras já dispo­níveis.

As principais ações da EMPASC, com rela­ção ao milho, têm sido as que seguem:

a) criação de 2 variedades de polinizaçãoaberta, com rendimentos semelhantes aoshíbridos e possibilidades de o agricultor pro­duzir-sua própria semente por 2 ou maisanos;

b) construção de uma unidade de benefi­ciamento de sementes de milho em CamposNovos com capacidade de beneficiamentode 1.200 t/ano;

c) determinação das quantidades adequa­das de corretivos e fertilizantespara a cultura,com ênfase ao esterco de aves e de suínos;

d) testes anuais de variedades e híbridosdisponíveis. com a divulgação de recomen­dações aos extenscionistas e agricultores;

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6068 Quinta-feira 10 DIÁRIO DAASSEMBLÉIA NACIONAL CONSmUINTE Dezembro de 1987

1976 13 20284 5 7.691 2674 20 30649

1977 27 30689 10 11761 5.7~ 42 48070

1978 51 4L5!S 16 13120 3.119 72 58.554

1'979 78 .010925 19 10188 1.034- 9. 52.147

19W 173 45.524 40 10.569 12 3.07! 225 59.171

19!1 389 4341$5 79 9.853 12 1.'179 480 59917

1982 937 59913 J50 11.502 16 1.052 1.133 ~~467

1983 2125 53390 5to 1'2.8IS 61 1.544 :!.696 67749

1984 5.794 "SAl3 1.811 14195 628 492, 8233 64 540

1985 ~ 24646 5932\) 6038 14 654 2557 6.155 33291 ao 138

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em sua totalidade, já que outros órgãos parti­cipam para que a pesquisa seja gerada, difun­dida e adotada pelos produtores.

Para esta avaliação utiliza-se o procedi­mento tradicional de cálculo de rentabilidadeeconômica de investementos. que é a deter­minação da taxa interna de retomo. A taxainterna de retomo é simplesmente uma taxade juros que iguala o valor atualizado dosbeneficios ao valor atualizado dos custos. Lo­go, reflete a remuneração do capital inves­tido. Trata-se de um critério muito usado co­mo parâmetro de decisão. O crítério diz queo empreendimento é viável se sua taxa forigual ou superior à remuneração do capitalinvestido em outros setores da economia.

3.t. DetennJnação dos CWltos e bene­fídos

Os custos da pesquisa são apresentadosna TABELA2.

Todos os valores monetários da análiseestão atualizados a preços de junho de 1986.Os benefícios para cada tecnologia são apre­sentados na TABELA3.

Todos os valores estão baseados em infor­mações obtidas junto a pesquisadores, ex­tenscionistas e literatura específica.

b) o tempo necessário entre o infcio deuma pesquisa e o momento em que seusefeitos traduzem-se em melhoria na produ­ção;

c) a proporção do beneficio que deve sercreditada a cada entidade que participou parao êxito;

d) a influência da polftica agrícola, alteran­do relações de preços entre insumos, queacabam por inviabilizar a adoção da tecno­logia-,

Nesta análise levam-se em conta os retor­nos oriundos dos programas de pesquisa daEMPASC, de forma agregada, e encontran­do-se unicamente nos beneficios líquidos au­feridos pelos produtores rurais. como au­mento da produtividade, redução nos custose melhoria na qualidade do produto. Descon­sideram-se, portanto, efeitos indiretos comosubstituição de importações, exportações,controle ambiental, arrecadação de impos­tos, beneficios aos consumidores, etc.

Para a análise toma-se como base apenasparte das tecnologias geradas, já que existemlimitações na coleta de dados para concluirtodas.

Por fim, cabe destacar que os beneficiosatribufdos à EMPASCnão são considerados

e) mais recentemente, implementação depesquisas com consórcio e sucessão, con­servação do solo e armazenagem a nfvel depropriedade.2.4.10. Soja

A cultura da soja é a segunda em áreacultivada no Estado ocupando, aproximada­mente, 420.000hectares. Cerca de 92% dosprodutores de soja possuem propriedadescom área total inferior a 50 ha. Porém, 8%dos produtores respondem por quase 50%da produção.

Os trabalhos de pesquisa com esta cuJturavisam, primeiramente, desenvolver cuItiwresprodutivas. resistentes às principais doençase adaptadas às condições embientais e de culti­vo no Estado. Também são produzidas se­mentes básicas e feitasrecomendações de cul­tivares.

Quanto ao uso de fertilizantes, a EMPASCcom base em experimentos conduzidos du­rante vários anos, determinou, para os princi­pais tipos de solos encontrados nas regiõesprodutoras, os níveis de uso mais adequadosagronômica e, economicamente. Graças àspesquisas da EMPASC, a recomendação ofi­cial de adubo fosfatado foi reduzida em 20%.

Na área de entomologia, estão sendo reali­zadas pesquisas para melhorar o controle daspragas, preferencialmente com a diminuiçãodo uso de agrotóxicos e distribuição de bacu­lovírus, agente biológico de controle de umadas principais pragas da cultura.

Também estão sendo testados sistemasde consórcio, visando melhorar a produti­vidade e a rentabilidade das pequenas pro­priedades, com maior ganho por área, au­mentando a eficiência no uso dos fatoresde produção, especialmente a terra.2.4.11. Uva

Santa Catarina é o terceiro produtor nacio­nal de uva. Na safra 1985/86, a produçãocatarínense atingiu 78.300 t. Além de econo­micamente importante, a aviticuIturadesem­penha, no Estado, papel de relevância social,uma vez que, explorada em pequenas pro­priedades, contribui para a absorção da mão­de-obra e fíxaçâo do homem ao campo. Ape­nas no Valedo Rio do Peixe. principal regiãoprodutora" aproximadamente 1.500 famlliasvivem do cultivo da uva.

AEstação qperimental de Videiraconduzpesquisas nas áreas de viticultura e enologia.A cantina, recém construída, dotada de mo-

, demos equipamentos. tem capacidade para50.000 I de vinho. Seu objetivo é a geraçãoe adaptação de tecnologias de vinificaçãoempequena escala, conforme o modelo regionalde produção, visando orientar cantineiros eprodutores rurais no sentido de melhorar aqualidade do vinho.3. AVALIAÇÃO SÓCIO-ECONÔMICA DAPESQUISA

Aavaliação da rentabilidade econômica dapesquisa agropecuária apresenta algunspontos críticos que dificultam a sua realiza­ção, e que merecem ser considerados. Entreeles, destacam-se:

a) a incerteza e os riscos envolvidos nosprocessos de geração, transferência e ado­ção das tecnologias;

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Dezembrode 1987 DIARIO DA ASSEMBLÉIA NACIONAL CONSTITUINTE Qúinta-feira 10 6069

TABELA4 - B~neficios liqufdos anuais da pesquisa da EMPASC (perlodo 1976/85)

Cz$ 1.000,00

Ano Beneficio Custos Beneficios Uquidos1976 750 30.649 - 29.8991977 23.853 48.070- - 24.2171978 28.402 58.554 - - 30.152 '1979 49.120 52.147 - 3.0271980 129.367 59.171 70.1961981 178.493 59.917 118.5761982 181.403 72.467 108.9361983 220.015 67.749 152.266-1984 236.598 64.540 172.0581985 , 276.059 80.138 195.921 -

Com base na adoção por parte dos produ­tores, calcula-se os benefícios anuais da pes­quisa, que comparados aos custos permitem

3.2. Resultados

Arepresentação gráfica dos custos e benefíciospara o Grupo de tecnologias consideradas, mos­tra que, passada a fase de estruturação física etécnica, a EMPASCalcança rapidamente seu pon­to de equilíbrio. Para o período, a taxa média decrescimento dos benefícios é igual a 80%, en­quanto a dos custos situa-se ào redor dos 10%ao ano.

Ataxa interna de retomo estimada-para o perío­do é igual a 49,7%. Isto significa que para cadacruzado investido na pesquisa houve retornoanual equivalente a um cruzado e quarenta e novecentavos.

Dado que apenas parte das tecnologias foramconsideradas, e que o período de análise conside­rado é curto, segundo padrões internacionais, po­de-se afirmar que o desempenho da EMPASCé excelente, similar aos melhores resultados obti­dos a nível nacional e internacional. A taxa internade retomo é bastante superior àquelas exigidasem projetos de órgãos internacionais, como BIDe BIRD, que se situam ao redor de 10%.

Pois bem, a pesquisa aliada à estrutura fundiáriade Santa Catarina, representada por mais de216.000 propriedades, com a força laboral doscatarinenses, há de se construir a grandeza destePaís, através da produção de alimentos, para eli­minar os bolsões de fome e de miséria que humi­lham esta Nação.

Era 'oque tinha a dizer.

O SR. CÉSAR MAIA (PDT - RJ. Pronunciao seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srs. Consti­tuintes, termina melancolicamente o ano de 1987.Termina como começou: a credibilidadese esvain­do e a inflação saindo de controle.

O governo parece que ainda não se convenceude que o elemento-chave de qualquer políticaeconômica eficaz é o estabelecimento de regrasdo jogo permanentes e estáveis. A função centraldo governo em uma economia de mercado édefinir constantes, já que o mercado é suficientepara produzir variáveis. Para isso não precisa deajuda. Na medida que o governo, ele mesmo éuma variável, temos uma complexa situação emque os agentes econômicos, sejam eles trabalha-

- dores, profissionais ou empresários, passam aatuar de forma defensiva e preventiva, objetivando

estimar os benefícios líquidos anuais da pes­quisa para o período analisado (TABELA 4).

maximizar suas rendas a curto prazo, para escaparde um risco que não avaliam, surgível a qualquermomento.

É como um jogo de xadrez, onde as peçaspossam se movimentar da forma que um jogadordesejar: o cavalo como torre, o bispo como rainhaetc...

Uteralmente é esta a situação da economia bra­sileira.Desta maneira, sempre que o governo bai­xa um pacote de medidas, os agentes econô­micos reagem como se aquelas medidas pudes­sem ser mudadas a qualquer momento ou nãofossem para valer. Resultado: atuam em funçãodesta perspectiva, e assim agem de tal forma queterminam por enfraquecer e impedir a eficiênciadelas, independentemente de intenções.

Hoje podemos garantir,-infelizmente, que nãohá medida, boa ou má, conseqüente ou inconse­qüente, na ótiêa de quem quer que seja, adotadapelo governo que possa produzir resultados positi­vos. Isto nada tem que ver com a competênciados gestores da política econômica ou mesmocom os justos objetivos do governo. Simplesmen­te é uma questão de credibilidade, que na verdadediz respeito à instância política.

Pelas nossas contas, este anunciado pacote se­rá o décimo segundo do atual governo. Em maté­ria de pacote e de surpresas não deve nada àVelha República.

Imaginem como se sente o empresário queacreditou no governo e, enfretando uma demandaacelerada, vis-à-vis uma taxa de juros baixa,resolveu ampliar suas atividades e portanto o seucapital de giro, e em seguida seus investimentos,se endividando. Poucas semanas depois, viu ataxa de juros passar de 3% ao para 20% ao mêse a economia desacelerar,

Para não ficarmos no Cruzado, poderíamoslembrar a recente criação da URP, que deveriacondicionar todos os reajustes. Ou na negociaçãoda dívida que no final era a negociação da mora­tória.

O fato é que hoje estamos no pior dos mundos.A desorganização da economia produzida pelo"Plano" Cruzado, ao invés de estimular a adoçãode novas medidas, reconhecemos, ácidas, termi­nou por trilhar o caminho do arrocho salarial eda recessão sem finalidades internas de reestrutu­ração, mas tão-somente na busca açodada deum' acordo qualquer com os credores externos.

Os preços continuam desajustados, seja abso­luta como relativamente, ou seja, em relação àrentabilidade em alguns setores, quanto em rela­ção aos demais preços em quase todos os seto­res. Os salários nunca estiveram tão deprimidos.O sistema financeiro permanece oferecendo ne­blina aos chamados poupadores, que trocam degalho ou de ativos a cada momento.

O panorama do final do ano não poderia serpior: inflação sem controle, a política monetáriasem controle, (se descontarmos a colocação líqui­da de títulos do governo em outubro, a base mo­netária teria crescido este mês mais que 50%),o gasto público sem controle, e os parâmetrosfixados pelo governo desprezados.

De certo, temos para a conjuntura próxima ospreços em ascensão e a economia desacelerada.Os primeiros pelo descontrole e a ineficiência degestão e a segunda pela necessidade de fecharas contas para cumprir alguma coisa do acordadocom os credores, num quadro de superávits co­merciais decrescentes.

De certo, projetamos um quadro de recessãoaté pelo menos o 2° trimestre de 88. Talvez ummidipacote de freio de arrumação na ascensãoinflacionária com objetivo de ganhar tempo. Afi­nal, com eleições diretas em novembro de 88,este prazo, na ótica usual do governo, tem queser vencido.

A partir da metade do segundo trimestre de88, começa a urticária eleitoral, que produziráaquela vontade incontida de fazer obras e realizarprogramas. É possível que se confirmem as esta­tisticas: em todo semestre eleitoral a economiaacelera. Só que agora as distorções posteriorespoderão ser mais graves, na medida que a acele­ração ocorrerá sobre uma economia desorgani­zada. Talvezneste momento, quato mais próximoda eleição melhor, alguns gestos generosos sejamadotados em relação aos salários.

Encerradas as eleições, vêm as medidas demaior rigor para passar a casa menos desarru­mada: maior austeridade no gasto público, ajustescambiais, juros mais salgados..., até que o gover-.no eleito defina sua equipe econômica. Daí parafrente será empurrar com a barriga até a trans­missão do cargo.

O novo governo assume em março, sob a óticada confiança, e como não é bobo adota as medi­das mais duras inicialmente, de maneira a usufruirdo período em que conta com apoio, já que seráinexorável o desgaste dos nove meses.

Claro que concentrar medidas mais rigorosasneste momento conta com o empurrãozinho da­do pela alocação de todas as responsabilidadesao governo anterior. Isto nos leva a pensar que,imaginando-se o melhor cenário de credibilidadee medidas acertadas, até quase o final de 1989,estaremos vívendo numa situação de restriçõesao crescimento.

Esperamos com fé, esperança e caridade, queno segundo semestre de 89 poderemos estar coma locomotiva ainda em baixa velocidade, mas emaceleração, e, o que é mais importante, vendouma luz no fim do túnel.

Não introduzimos em nossas hipóteses o cená­rioparlamentarista Isto ficará por conta dos pessi­mistas.

O SR. PAULO PAIM (PT - RS. Pronunciao seguinte discurso.) Sr. Presidente, Srs. e Sras.Constituintes, queremos deixar registrado nossos

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6070 Quinta-feira 10 DIÁRIO DA ASSEMBLÉIA NACIONAL CONSmUINTE Dezembro de 1987

protestos pelas ofensas pessoais, feitas da tribunadesta Casa e pela Imprensa, ao Presidente da Cen­trai Única dos Trabalhadores, Sr. Jair Meneguellie ao Presidente da Central Geral dos Trabalha­dores, Sr. Joaquim dos Santos Andrade, comotambém aos parlamentares de esquerda.

Essas ofensas, Sr. Presidente, foram feitas deforma truculenta por Lideres do "Centrão" (Direi­tão).

Ofensas e ameaças nada levarão. Queira ounão queira a direita as centrais sindicais e o DIAPdivulgarão para o conjunto dos trabalhadores bra­sileiros tudo o que aqui está acontecendo, votopor voto.

Como as posições e os interesses dos conser­vadores são publicados, de forma protecionista,pela grande imprensa, usando a mesma liberdadede imprensa as entidades sindicais publicarão osinteresses da classe trabalhadora. E cada Consti­tuinte que assuma, junto às bases, a responsa­bilídade política de cada um dos seus votos.

Sr. Presidente, a dignidade pessoal do Presi­dente da Central Única dos Trabalhadores e desua familia foi atingida. Jair Meneguelli tem umahistória de luta pela classe tabalhadora, tendo sidoagraciado recentemente com o título de CidadãoPaulista pela Câmara Municipal de São Paulo.

Lula e Jair Meneguelli, Sr. Presidente, já fazemparte da História desse Pais, principalmente deuma classe operária que, a partir de 1978. seinsurgiu contra o regime militar, enquanto muitosdos Líderes do "Centrão" desfrutavam a moradiados golpistas.

Não citarei nem o nome dos Líderes do "Cen­trão" que ofenderam os sindicalistas nem os pala­vrões que usaram, porque tanto os seus nomescomo os termos não são dignos de entrar paraeste registro por estarem em nível abaixo do ima­ginável.

Sr. Presidente, todas as ofensas e ameaças asindicalistas e parlamentares, nós as retribuímosaos seus autores. no mesmo tom, pois é isto queeles merecem.

Reiteramos nossa posição de não apostar noconfronto e sim na negociação, na perspectivade construir uma Constituição que efetivamenterepresente os interesses dos trabalhadores e doconjunto da sociedade.

Não faremos o jogo dos que apostam no retro­cesso democrático e não admitiremos a desmora­lização do trabalho sério e responsável até aquidesenvolvido.

o SR. ADHEMAR DE BARROS FILHO(pDT - SP. Pronuncia o seguinte díscurso.) ­Sr. Presidente, Srs. Constituintes, um dos pioresefeitos do Plano Cruzado I,que tantos votos levoupara os candidatos governamentais - em pleitodo ano passado - é a situação de penúria emque se encontram milhares de lavradores, quetiveram os juros dos seus empréstimos agravadoscom o recrudescimento da inflação, a partir dejaneiro deste ano.

Muitos deles, príncípahnente na região de CruzAlta. no Estado do Rio Grande do Sul, hoje, cum­prindo "prisão albergue", processados como "de­positários infiéis" pelos bancos credores, sem terpara quem apelar, pois, até agora, as autoridadesfinanceiras não decretaram a conveniente mora­tória.

A situação se agravou a partir de julho último,com a entrada, no foro local, de oitocentas açõesde cobrança de empréstimos tomados para cus­teio de implementos e máquinas agrícolas.

Quando se iniciou essa execução, os bens alie­nados não estavam mais em poder dos agrícul­tores, ocorrendo quarenta prisões preventivas, ini­cialmente fechadas e depois transformadas emalbergues, por superlotação da cadeia.

Os possíveis embargos suscitados pelos advo­gados apenas suspendem, por algum tempo, essasituação vexatória, que só pode ser dirimida como pagamento da condenação.

Um desses lavradores, processado e falido,condenado a trinta dias de prisão, perdeu, emdois anos, duzentos hectares de terra, um cami­nhão, várias máquinas agrícolas e uma boa resí­dência na cidade.

Outros trinta e nove agrícultores de Cruz Altaestão sujeitos a fazer-lhe companhia no presídio,por terem confiado na administração financeirado Ministro Dilson Funaro, que deixou a Pastada Fazenda quando viu a extensão da calamidadeque se iniciara com a famigerada requisição força­da do boi magro, que o Governo vai pagar, agora,a preço de boi gordo, no Estado de São Paulo.

Se esses desapropriados de ontem se transfor­mam em felizardos, recebendo o preço de boigordo pela rês magra, com correção monetáriae juros moratórios, os lavradores, vitimados peloPlano Cruzado, não têm a mesma sorte.

Os bancos credores promoveram, somente na­quela cidade, dois mil processos contra os deve­dores e como se trata de alienação-fiduciária, sãoeles acionados como depositários infiéis, sujeitosà prisão civil, o que não deixa de ser uma violência,resultante de iníqua legislação, tanto mais quandoo responsável pelo agravamento inflacionário éo próprio Governo, com o seu apetite tributárioe as taxações crescentes dos serviços públicos.

Era o que tínhamos a dizer, Sr. Presidente.

O SR. CARLOS VINAGRE (PMOB - PAPronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente,Srs, Constituintes, em um muito bem lançadoartigo publicado no jornal "O Liberal",respeitadodiário de Belém em sua edição do dia 24 deoutubro próximo passado, o colunista AdrianoBessa Ferreira tratou, com muita propriedade, dosempre presente assunto da internacionalizaçãoda Amazônia. ,

De vez em quando, algum lobista com trânsitointernacional aventa uma nova idéia para que oBrasil seja obrigado a abrir mão, em favor dealguma potência estrangeira, de toda a Amazôniaou de parte dela. Há algum tempo (exatamenteno mesmo ano da Revolução de 64), o famosofuturólogo americano, dessa vez falando em no­me do Hudson Institute, Herman Kahn, do altode sua gordura de quase duzentos quilos, tevea audácia de sugerir, como se a Amazônia fosseexatamente parte do quintal de Tio Sam, que essaregião, que representa quase dois terços do terri­tório brasileiro, fosse transformada em um grandelago, através dorepresamento dos principais riosda região e, em seguida, internacionalizada. Ape­sar das boas intenções do gigantesco projeto, co­mo a possibilidade de se aumentar ad infinituma navegabilidade da região, ele não vingou, por­que nunca se conseguiu entender, nem o próprioKahn jamais explicou claramente, como se daria

o tão propalado "bem-estar universal,", quem ge·riria o projeto e a quem ele beneficiaria.

Agora, Sr. Presidente, aparece um outro lobistanão menos ousado, e também norte-americano,identificado apenas como advogado (não se sabede quem), para jogar no ar outra sugestão sobrea Amazônia, como se, outra vez, essa região nãotivesse dono. Através da revista "Exame", em seunúmero 386, de 30 de setembro próximo passa­do, o cidadão Richard Kopaken, o tal advogado,saiu-se com esta, quando a revista lhe perguntoucomo o Brasil poderia valer-se de seus préstimosde lobista internacional:

"Seria, por exemplo, usar a Amazônia,maior fonte de oxigênio do mundo, comoinstrumento de barganha na negociação dadivida externa. Om primeiro passo seria con­vencer os grupos conservacíonístas dos pai­ses credores a comprarem créditos brasilei­ros, trocando-os posteriormente por pedaçosda Amazônia!"

Ficamos sem entender, Srs, Constituintes, co­mo ficou o articulista de "O Liberal", como éque uma revista com a responsabilidade da-"Exa­me" é capaz de veicular uma monstruosidadedessas, sem dar a devida resposta ao afoito lobistanorte-americano. É por causa de atitudes comoessa, de absoluto desinteresse criminoso, comoo da revista Exame, que a sanha internacionalem cima da Amazônia vai crescendo cada vezmais, até que, das palavras, as potências interes­sadas passem à ação em si.

A divida externa brasileira, já se cansou de falare de expor, já está paga por si mesma. E, o queé mais grave, ninguém respondeu às acusaçõeslevantadas pela cur, através de um de seus dire­tores, o Sr. Paulo Schilling, que lá mesmo emBelém declarou, em conferência pública, que hádados e documentos para provar que parte dessamiseranda divida está depositada em bancos suí­ços, nas contas secretas de alguns maus brasi­leiros. Como é que vem agora um Sr. Kopakenpropor, com o maior cinismo, que grupos conser­vacionistas internacionais comprem a Amazôniae depois troquem pedaços por parte de nossadivida externa? Ou, então, comprem a nossa divi­da e depois a troquem aos poucos por pedaçosda Amazônia?

Era o que tinha para dizer.

O SR. DENISAR ARNEIRO (PMOB - RJ.Pronuncia o seguinte dlscurso.) - Sr. Presidente,Srs. Constituintes, falo sobre a divida externa bra­sileira e parte de sua história. Quem acompanhao problema da dívida externa brasileira poderáter certeza de que durante muitas gerações osbrasileiros terão de conviver com este angustianteproblema.

Todos os nossos antepassados viveram estedrama. D. João VI, o Príncipe Regente que fugiude Portugal com receio das tropas de Napoleãoe da Espanha, passou a maior parte do tempoem que esteve no Brasil acumulando baús como ouro recebido como imposto pago à Coroa.Quando a guerra napoleônica terminou na Euro­pa, D. João voltou, com toda a corte, e não seesqueceu de levar esses baús. Assim, quando oBrasil se tomou independente, por obra e graçado seu filho, o Príncipe, e futuro Imperador, D.

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Dezembro de 1987 DIÁRIO DA ASSEMBLÉIA NACIONAL CONSTITUINTE Quinta-feira 10 6071

Pedro I, já estávamos endividados. Portugal so­mente reconheceu a independência brasileira de­pois que D. Pedro I aceitou arcar com os custose a amortização de um empréstimo contraído pelacoroa portuguesa junto aos "ingleses justàmentepara financiar as tropas do General Madeira, por­tuguês, que até o ano de 1883 resistiram na Bahia.Os brasileiros lutavam sob o comando do Almi­rante inglês Cochrane, e os banqueiros faturavamos juros do outro lado, com os portugueses. Du­rante a Monarquia, o Brasil contratou 18 emprés­timos, a maioria junto a bancos ingleses e fran­ceses.

Rui Barbosa, primeiro Ministroda Fazenda, de­pois da Proclamação da República, assumiu afir­mando que o "Império era o dêfict" e que seulema seria "fugir dos empréstimos externos". OVisconde de Ouro Preto, Primeiro Ministrodo Go­verno Imperial (D. Predro 11) deposto, justificoua dívida com o esforço de guerra que o Brasilprecisou fazer contra o Paraguai. O esforço militarteria consumido 67% desta dívida; os restantes33% foram aplicados na construção da rodoviaRio-Juiz de Fora, no combate às endemias, nasobras de saneamento e ainda na ajuda aos flagela­dos da seca do Nordeste, que, entre 1877e 1879,matou mais de 200 mil pessoas, o dobro dasbaixas da Guerra do Paraguai.

No final do século XIX assumiu Campos Salesa presidência. com uma proposta de moralizaçãodas contas públicas e, através de seu Ministroda Fazenda, Joaquim Murtinho, renegociou a dívi­da, consolidando todos os empréstimos existen­tes em um só, reduziu as despesas e criou novosimpostos. Com a casa limpa. Rodrigues Alvessu­cedeu a Sales e fez um excelente governo, em­preendedor e correto na administração do dinhei­ro público: ampliou o porto do Rio de Janeiro,construiu o de Recife. fez obras de saneamento(o célebre combate à febre amarela), instalou oembrião da indústria da construção naval e aindasaiu deixando um bom saldo de caixa para seusucessor.

Aalegria não durou muito. Já com Afonso Penao País voltava a fazer empréstimos externos e ascríticas acusaram o Presidente de "inflacionismo",em virtude da afta de preços. Pena não concluiuseu mandato. Em seu lugar assumiu o Vice-Pre­sidente NiloPeçanha. O Marechal Hermes da Fon­seca, que veio a seguir, deixou também uma he­rança amarga de sua gestão: fez um empréstimode 2,5 bilhões de libras e colocou a maior partedos recursos em um banco de Paris inteiramentedesconhecido e que se chamava "The RussianComercial Bank". O banco faliu antes da revolu­ção russa de 1917, naufragando com os depó­sitos brasileiros. Em 1914o Brasil teve de renego­ciar a sua dívida externa, dando como garantiaa renda da Alfândega do Rio de Janeiro. Comexceção de Arthur Bemardes, os governos poste­riores mantiveram mais ou menos a mesma linha,geralmente controlando empréstimos externospara sustentar o preço do café no mercado inter­nacional, haja vista a superprodução, e o seu pre­ço nunca mais deixou de cair.

Porém veio o trágico governo de WashingtonLuiz, destronado pela revolução de 1930. Wa­shington Luizaumentou a dívida externa barbara­mente, contratando mais de um terço de todosos empréstimos que haviam sido tomados noperíodo republicano e aplicando 20% deste rnon-

tante na revalorização dos preços externos do ca­fé. O Brasil precisava libertar-se desta dependên­cia cafeeira, e fez a revolução liderada por GetúlioVargas. Como toda "boa revolução", pediu váriasmoratórias aos credores. Foi a 11 Guerra Mundialque tirou, de certa forma, o Brasil do buraco.Sem poder importar dos países ricos, todos com­prometidos em esforço de guerra, o Brasil só fezexportar na época, acumulando bons saldos noexterior.O Pais orgulha-se de nunca ter dado calo­te em ninguém, ao contrário das nações desenvol­vidas. Os Estados Unidos, por exemplo, se recusa­ram a pagar o que deviam à Inglaterra depoisda sua independência. A União Soviética tem ain­da dívidas pendentes desde a época da sua revolu­ção. A China deu calote generalizado quando MaoTsé-Tung assumiu o poder em 1949.

O Brasil, se não deu calote, levou um bemgrande dos ingleses. Escorada pelos aliados ame­ricanos, e sob o pretexto do esforço de guerracontra a Alemanha e o Japão, a Inglaterra se recu­sou a pagar o saldo que o Brasil acumulou de1939 a 1945no pais.

Depois da guerra, o Brasil mudou também debanqueiro, deixando os ingleses e franceses delado para obter recursos nos órgãos oficiais decrédito americanos. Em 1956,de uma dívidatotalde US$ 2 bilhões (dos quais 650 milhões de dóla­res foram efetivamente pagos), os americanos en­travam com US$ 1,2 bilhão.

No governo de Juscelino Kubitschek não deupara fazer a dívida crescer com os americanospor causa do boicote do Fundo Monetário Interna­cional, que na ocasião criticava muito a falta decombate efetivo à inflação no Brasil.

Enquanto as portas do FMIestiveram fechadas,JK teve de socorrer-se junto a banqueiros ale­mães, franceses e ingleses, que não entraramcom muito, mas permitiram ao País pelo menosinstalar as suas indústrias de automóveis e deconstrução naval. No final de seu governo, porinterferência do presidente americano Dwight Ei­senhower, o FMIfez as pazes com o Brasil.

Jânio Quadros e João Goulart herdaram situa­ções financeiras explosivas. Goulart teve de passaruma boa parte do seu tempo negociando a dívidacom os americanos e com o Clube de Paris. Osnegociadores foram Walther Moreira Salles e Ro­berto Campos. A dívida externa, em 1963,atingiaUS$ 3,118 bilhões, e o governo de Jango decidiureescaloná-la de qualquer maneira, de forma ne­g.ociada ou não. A receita total de exportação doBrasil. na época, não passava de US$ 1,3 bilhãoanualmente. e o café entrava ainda com cercade 40%. O Presidente estimava que o Brasil pu­desse pagar pela dívida o correspondente a 15%do total a cada ano.

Hoje devemos quase cento e vinte bilhões dedólares ao mundo. dívidas estas contraidas, nosúltimos 22 anos, nos regimes militares e de exce­ção. Quando a Revolução de 64 se instalou noPais não devíamos três e meio bilhões de dólares.Como explicar, e onde foi aplicada. esta torrentede divisas fortes? Nossa economia cresceu, nos­sas comunicações melhoraram, mas não pode­mos esquecer que Juscelino Kubitschek cumpriusuas metas de fazer o Brasil crescer 50 anos em5 integralmente, e não precisou aumentar as nos­sas dividas: ele criou quase tudo que existe hojeno Brasil. destacando-se a nova Capital, indústria

automobilística, indústria aeronáutica, indústrianaval, ampliação do parque siderúrgico, enfim,soube administrar, com recursos praticamentecontados, um Brasil que orgulhava seus filhosde serem brasileiros.

Ao Presidente Sarney está cabendo administrarsem recursos. sem crédito e, acima de tudo, sen­do governo de transição da ditadura militar paraa democracia plena que esperamos.

Era o que tinha a dizer.

o SR: FRANCISCOAMARAL (PMDB -SP.Pronuncia o seguinte díscurso.) - Sr. Presidente,Srs. Constituintes, a atividade pecuária destinadaà produção de leite, um dos principais alimentospara a formação de homens e mulheres fortese sadios, deve merecer sempre especial atençãodos nossos governantes.

Esta importante atividade, porém. está amea­çada porque sofre crises cíclicas, ora pela impor­tação do produto, ora por falta de preços, masprincipalmente pela ausência de uma política es­tável do Governo Federal, de médio e longo prazo,na qual o produtor possa confiar.

Vejamos o exemplo deste ano. A política depreços tem sido correta, demonstrando que oGoverno pretende recuperar os preços reais. Talmedida tem sido muito importante para recuperara confiabilidade dos produtores. A produção nãotem diminuido e já começa a aumentar significati­vamente em todos os Estados, sobretudo nosde Minas Gerais, São Paulo, Rio Grande do Sul,Piaui e Goiás. Dentro de alguns dias os excedentesde safra estarão sendo formados, pois os merca­dos de derivados estão recessivos em razão dolimite de renda do consumidor.

Portanto. qual não foi a surpresa da classe pro­dutora com a notícia de que o Governo não pre­tende efetuar compras de leite em pó desnatado,de fabricação nacional, por não ter recursos edevido aos estoques existentes de origem estran­geira.

Em razão disto, Paulo Washington BittencourtPorto, Presidente da Confederação Brasileira deCooperativas de Laticínios,enviou telex ao Sr. Pre­sidente da República pleiteando uma mudançana intenção do Governo, para que compre o leiteem pó nacional. Pois, se o Governo não intervier,comprando e financiando parte dos excedentesdo leite, as indústrias, descapitalizadas, deixarãoa produção com os produtores, o que poderásignificar desestimulo, não obstante a política sa­tisfatória de preços.

No entender do Presidente da ConfederaçãoBrasileira de Cooperativas de Laticínios, a políticaque o setor reclama não é só a de preços: estase complementa com a de compra e financia­mento de produtos lácteos, pelo Governo, no mo­mento da safra. Somente assim poderá ser garan­tido ao produtor o preço constante da tabela daSunab.

Hoje,os programas sociais estão utilizandoleiteem pó estrangeiro. e dentro de alguns dias o leitede produção nacional estará sendo destinado aanimais ou sendo jogado fora, porque não haverámercado. Logicamente, isto ocasionará o desestí­mulo do setor, porque ele não obterá recursossequer para cobrir as despesas com o custo daprodução.

Desta forma, o Governo, no próximo ano, im­portará não apenas as quantidades de 1986. que

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foram as maiores da nossa história, mas muitomais. Colocando em risco uma atividade básicapara o nosso desenvolvimento.

Sr. Presidente, Srs. Constituintes, todos sabe­mos das dificuldades pelas quais passam bs cria­dores de gado leiteiro no País. Esses abnegadostrabalhadores muitas vezes labutam no vermelho,isto é, com prejuízos,para servirà população bra­sileira.

Esta situação não pode e não deve mais conti­nuar. Por isso apelamos às autoridades governa­mentais a fim de que estabeleçam um plano está­vel e duradouro para a política láctea.

o SR. s1ÉLIo DIAS (PFL- ES. Pronunciao seguinte díscurso.) - Sr. Presidente, Srs. Cons­tituintes, tomou posse hoje, no gabinete do Minis­tro Hugo Napoleão, o Professor Rômulo AugustoPenína, como Reitor da Universidade Federal doEspíríto Santo, em substituição ao Professor JoséAntonio Abi Zaid. Este registro se faz necessáriopela importância de que se reveste a instituiçãocuja reitoria o Professor Rôrnulo Augusto Penínaassume, pelo trabalho empreendido pelo Reitorque S. S' substitui, Professor José Antonio AbiZaid,e pelas características da hora presente, mol­dada pelas dificuldades e assolada de crise con­juntural.

Esta Assembléia Nacional Constituinte temcom a nação compromissos solenes que, pelasua essência, são de ordem estrutural e 'institu­cional.mas terão reflexosimediatos na esfera con­juntural, na medida em que criam novos mecanis­mos. esperanças. dão nova roupagem à educaçãoe, por conseguinte, ao ensino superior no País.

A universidade brasileira está em crise, é verda­de, e suas dificuldades se fundamentam em com­promissos que as autoridades têm o dever deassumir. O que vemos. até agora. é a instituiçãouniversitáriase debatendo para sobreviver,e, nes­ta luta,ela está perdendo as perspectivas de lideraro pensamento nacional. Sempre a reboque dofato econômico. da ciência e da tecnologia, elase perde em reivindicações. ora salariais. ora demanutenção de seus serviços básicos. dandooportunidade ao surgimento de populísmos ser­vis, que não engrandecem a instituição, nem aimpulsionam para suas verdadeiras funções.

Esta é a hora da universidade. É a hora emque o Brasil se encontra através da AssembléiaNacional Constituinte,com suas esperanças e ver­dades. A universidade está distante. É preciso quetodos trabalhemos para tomá-Ia vizinhae até con­frontante com os anseios da Nação brasileira.

O Professor Rômulo Augusto Penina toma pos­se no cargo de Reitor e dirigirá os destinos daUniversidadeFederal do EspíritoSanto numa ho­ra dificil, mas histórica. Como ex-reitor,voltandoagora por desejo e aspiração de toda a comu­nidade universitária.ele tem uma importante con­tribuição a dar. não só à instituição que vai dirigir,como a toda a universidade brasileira.

Ele terá o apoio das comunidades docente. dis­cente e administrativa da universidade. que, seo elegeram. numa escolha memorável. para suareitoria, têm o dever de dar-lhe a mão. fazendode sua administração um modelo para o Estadoe para o País.

Cumprimentamos o Professor Rômulo Augus­to Penína, desejando-lhe sucesso, em nosso no­me e no de todos os presentes 1)0 Plenário qa

Assembléia Nacional Constituinte. Agradecemostambém ao Professor José Antonio AbiZaid pelotrabalho empreendido. .

Era o que tínhamos a registrar.

o SR.INOC~ClO OUVEIRA (PFL- PE.Pronuncia o seguinte díscurso.) - Sr. Presidente,Srs, Constituintes, acabamos de retomar do ser­tão pernambucano, onde constatamos a grandedificuldade que atravessa o povo, em face da pre­cária assistência proporcionada pelo Programade Emergência do Estado.

Há número insuficiente de alistados, falta mate­rial e equipamento de trabalho (carros-de-mão,pás, picaretas, foices, enxadecos: etc.), o paga­mento é um salário irrisório, de cerca de 1.600cruzados, além de haver grande distorção, no quediz respeito à construção de obras sem interessee, muitas vezes localizadas em propriedades parti­culares, de correligionários do PMDB. Outra gravedenúncia é a manipulação política nas comissõesmunicipais que cuidam da assistência às vítimasda seca e até mesmo discriminação na distri­buição de água pelos caminhões-pipa, que fre­qüentemente só fazem entrega ao precioso líqui­do aos eleitores do Partido do Movimento Demo­crático BrasiJeiro.

Já foram detectadas manipulações políticas em11, dos 118 Municípiosem estado de emergência,em Pernambuco: Carnaíba, São.José do Belmon­te. Custódia, Petrolina, Águas Belas, lati, Macha­dos, Pombos, Sanharó e Santa Cruz do Capiba­ribe.

É absurda a existência destas distorções noPrograma de Emergência de Pernambuco, pois,como o próprio nome diz,ele atende a uma situa­ção critica. de necessidade, de urgência, não de­vendo ter partido e nem grupo político.

Em face da apuração, já constatada, de irregu­laridades em onze comissões municipais, faz-senecessário o afastamento imediato daspessoasenvoMdas e a correção das distorções, bem comoa intensificação da fiscalizaçãoem todos os Muni­cípios em estado de emergência, para evitar-sepráticas tão condenáveis.

Tomam-se também imperiosas medidas ur­gentes para melhorar o atendimento, como se­jam: aumento do número de alistados, distribui·ção de material e equipamento de trabalho, paga­mento de melhor salário, aumento do númerode caminhões-pipa proporcional às necessidadesde abastecimento d'água e direcionamento dotrabalho para obras definitivas, como estradas vi­cínaís, açudes, barragens, poços amazonas etc.

Era o que tinha a dizer.

o SR. MOZARILDO CAVALCANTI (PFL­RR. Pronuncia o seguinte díscurso.) - Sr. Presi­dente, Srs. Constituintes. assistimos, horrorizadose impassíveis, durante toda a nossa História. aum processo de dizímação das comunidades indí­genas neste País. Um quadro triste. que perdurouaté há bem pouco tempo.

Desassistidos, doentes. nossos índios foram ví­timas de um processo colonizador·perverso e per­vertido.O Governo brasileiropouco fez para ame-nizar esta situação. -

Atualmente. a Fundação Nacional do Índiotemdado mostras, na administração do PresidenteRomero .Jucá Filho. de que a questão indígenapode e deve ser tratada com respeito.

Respeito. no mínimo para que se asseguremas condições de melhoria da qualidade de vidados povos indígenas.

Acompanho a questão indígena com interessepessoal. E vejo que o trabalho da Funai não temsido em vão durante a atual administração.

O apoio e assistência ao índio estão sendo fo­mentados em níveis nunca antes vistos. A culturaindígena está sendo respeitada como esteio dacultura nacional. E as terras dos índios estão sen­do demarcadas.

Este, Srs, Constituintes. é um trabalho sério.De uma seriedade que assegura 27 milhões dehectares de terras aos nossos índios. Desse total,somente nos dois últimos anos a Funai demarcou15 milhões de hectares. É a maior prova de serie­dade no trato da questão.

O Presidente da Funaí, aliás. tem dado mostrasde sua capacidade administrativa. ao assumiruma entidade falida moralmente e transformá-Ianum órgão respeitado em todo o governo. numaentidade respeitada interna e externamente.

O índio brasileiro. se ainda não está em umasituação ideal hoje, está muito melhor do quehá quase dois anos, quando Romero Jucá assu­miu a presidência da Funaí. É impossível reverterum quadro de desídia secular em apenas doisanos de administração.

E, o que é mais importante. a Funaí passoua abordar as questões polêmicas que ninguémantes havia tido a coragem de enfocar.

Assuntos como mineração em áreas indígenas.presença missionária junto aos índios e explo­ração de madeira nas terras dos silvicolaspassa­ram a constar da pauta de assuntos da FundaçãoNacional do Índio.Porque são assuntos reais. Sãofatos que aconteciam e ainda hoje acontecemà reveliado Governo brasileiro e da própria Funaí,em prejuízo das comunidades indígenas.

Romero .Jucé, Srs. Parlamentares, poderia teroptado pela mesma políticaque infelicitoua Funaidurante anos. que prejudicou - muitas vezes írre­paravelmente - as comunidades indígenas

Mas não. O Presidente da Funai optou por nãoadotar uma políticade avestruz.Mantevea cabeçaerguida e enfrentou as questões. Deu um trata­mento sério aos assuntos polêmicos.

E isto, naturalmente, tem um ônus. O preçoda seriedade, da correção na condução das ques­tões e da coragem de enfrentar os assuntos polê­micos tem sido a tentativa de arranhar sua ima­gem como homem público através de uma insi­diosa campanha desenvolvida por alguns veículosde comunicação.

Tudo isto, entretanto. tem um objetivo maior.Ao atacar o Presidente da Funai, estes segmentosatacam. na verdade, os próprios índios. Atacamos interesses das comunidades indígenas. E fe­rem profundamente todos os que vêm acompa­nhando o trabalho da Funai.

Por trás de tudo, porém, há sempre segundasintenções. Preparados que estão nossos Parla­mentares para votar o capítulo dos índios. contra­riando os interesses de grupos que desejam oíndio eternamente preso aos grilhões da pobreza,iniciou-se uma torpe campanha através da im­prensa para desmoralizar a Fundação Nacionaldo Índio e seu Presidente.

O objetivo mais torpe desta ação embasadaem interesses estrangeiros é muito claro: apostamna divisão do Brasil. na ruptura da integridade

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territorial de nosso País. E para isto é o índioo instrumento mais fácil para ser utilízado.

A riqueza da terra, a madeira e o rrunério nor­teiam estas entidades A cobiça internacional so­bre as riquezas deste País é muito grande. Grandea ponto de quererem intervir no processo de ela­boração de nossa Carta Magna e favorecer a divi­são do Brasil.

Aqueles que se posicionam contra a políticadesenvolvida pelo Governo brasileiro em relaçãoaos Indios- uma política embasada no respeitomútuo e no apoio às comunidades indígenas emtodos os níveis - se posicionam, na verdade,contra os interesses nacionais. E, fundamental­mente, se posicionam contra os nossos irmãosmdios.

O destino de todos é progredir. É desenvol­ver-se. É seguir a senda do futuro.

Aqueles que tentam amarrar o índio sobre ostrilhos da História, tentando impedir a marcha dotrem do progresso, são verdadeiros genocidas.Porque a locomotiva do desenvolvimento não vaiparar.

Querer jogar 220 mil índios contra 130 milhõesde brasileiros é assinar uma sentença de exter­mínio generalizado contra as populações indíge­nas como um todo.

É esta nossa responsabilidade, Srs. Parlamen­tares: ou seremos capazes de elaborar uma leqis­lação coerente com as necessidades de nossosíndios e de nosso País, ou estaremos delibera­damente destruindo e aniquilando os últimos se­res autóctones do mundo.

A SR"BENEDITA DA SILVA (PT - RJ. Pro­nuncia o seguinte discurso) - Sr. Presidente, Sr'se Srs, Constituintes, estamos às vésperas de J988,ano de muito significado, não apenas para osnegros, mas também para o conjunto da socie­dade brasileira, tendo em vista que uma propostade libertação dos povos de regimes pseudodemo­cráticos e opressores deve ser uma luta que afetatodas as raças.

Será o ano em que "comemoraremos" o "Cen­tenário da Abolição". Mas as "comemorações"para o movimento negro não deverá ter caráterfestivo. Este ano será marcado pelo questiona­mento, pela contestação e pela desmitificação datese, tão propalada pelos governos brasileiros, da"democracia racial".

O momento é de reflexão e denúncia das desi­gualdades raciais, da verdadeira condição a queestã relegado o negro em nosso País - cidadãode segunda classe - e da hipocrisia que apregoaa igualdade de oportunidades.

Sr. Presidente, Sr's e Srs. Constituintes, minhapresença nesta tribuna tem a finalidade de regis­trar nos Anais desta Casa a "Carta de Salvador",documento-síntese do I Encontro Nacional doCentenário da Abolição, que reumu, na Capitalfbaiana, entre os dias 27 e 30 de novembro passa­do, lideranças militantes e pensadores negros detodo o País.

Nesse encontro - primeiro, porque outros seseguirão - refletiu-se, enquanto comunidade ne­gra, a crise política, econômica, social e culturalpor que passa nosso País. Reafirmou-se tambéma disposição de luta do movimento negro paracombater todas as formas de racismos - distar­çadas ou abertas - e a luta para conquistar espa­ços políticos, reforçando-se a aliança com outros

movimentos sociais, com o objetivo de revertero caráter dominante das elites brasileiras.

Solicito então, Sr. Presidente, a transcrição, naíntegra, da "Carta de Salvador", como parte domeu discurso.

Era o que tinha a dizer.

DOCUMENTOA aUESEREFEREA ORADORA.

I Encontro Nacional doCentenário da Abolição"Bmsil: crise e soluções"

CARTA DE SALVADOR

No momento em que a sociedade brasileiraparece submergir'na mais profunda das suas cri­ses, lideranças, militantes e pensadores negrosreunidos entre 27 e 30 de novembro de 1987,às vesperas do Centenário da Abolição, na Capitalda negntude brasileira, decidem, por intermédiodesta carta, falar aos corações e mentes de todosos brasileiros.

A crise econômico-financeira atual, caracten­zada pelos persistentes fantasmas da dívida exter­na, do deficit público e da Inflação.

Acrise social, marcada pelo abandono perverso'das nossas crianças e adolescentes, pela faveliza­ção crescente da nossa população urbana, pelodesemprego, pela concentração da renda e dapropriedade fundiária, pela expropriação das últi­mas comunidades rurais de produtores livres ­em especial os quilombos contemporâneos e asnações indígenas.

A crise cultural evidentena espetacular falênciada educação e do Ensino na tautologia e mesmicedos nossos pensadores e cientistas, incapazes depensar o Brasil com originalidade, no fortaleci­mento de preconceitos e esteréotipos contra amulher - em especial a negra e a nordestina- e, sobretudo, numa espécie de "naturalização"da violência que nos faz calar mesmo diante dassuas expressões mais contundentes, inimaginá­veis para nossos avós.

A cnse política, assinalada pela incapacidadede nossa classe política em completar a transi·ção democrática, frustrando perigosamente.aconfiança nela depositada pela nação, bem comopelo desgaste e a desmoralização das fórmulaspolítico-ideológicas em disputa não escapandodeste diagnóstico nem mesmo as fórmulas gene­rosas, sinceramente a favor das classes populares.

Tudo isso são para nós, em suma, variantesda mesma crise geral e profunda por que passaa civilizaçãobrasileira' ao que tudo indica o Brasilvai entrar no século XXI sem dar certo. Qual é,pois, a raiz da crise brasileira? O divórcio entreo Estado, monopólio das elites econômico-so­ciais, políticas e intelectuais - e a Nação,. ousociedade, dmàmíca, heterogênea, multiracial epluricultural. As elites têm no Brasil uma só cara:branca, rica, uruversltáría e egoísta; a Nação temvárias.

Acreditamos, os participantes deste I EncontroNacronal do Centenário da Abolição, que a oriqr­nahdade consiste precisamente em estarmos reu­nidos para discutir o Brasil, sua crise e soluções.Significa isto, na prática, que nos assumimos co­mo força hegemônica da Nação, ou sociedade,

brasileira. Percorremos um longo caminho, maschegaremos: a responsabilidade de achar as sal­das é nossa.

Quer isto dizer, em primeiro lugar, que apósadmitir a incapacidade de os atuais protagonistasresolverem o drama brasileiro. e após tambémcompreender que o racismo, em suas múltiplasformas - disfarçadas ou abertas - é um instru­mento básico de dominação do Estado sobre aNação - quer isto dizer que para nós a soluçãoda crise brasileira passa pelo combate ao racismoe depende de nos, os que orqanízadamente, epelo menos há 50 anos, o combatemos.

Em que pesem nossas muitas divergências eo que concluimos no I Encontro Nacional, Brasil.Crise e Soluções. Não viemos à Capital da negn­tude brasileira para festejar a Abolição - muitoembora a festa seja uma mediação essencial donegro com o mundo; e embora também com­preendamos o processo da Abolição como con­quista social, para o qual, primeiro que todos,contribuiu o negro com sua formidável capaci­dade de organização de Juta.

Zumbi foi na verdade o autor da AbohçãoReunidos em Salvador, entre 27 e 30 de novem­

bro de 1987, àsvesperas do Centenário da Aboli­ção, o que fízernos foi refletir, como negros, so­bre o país que, contra a opimão das elites, e nossoem primeiro lugar A liberdade e a autonomiadeste I Encontro - e I porque outros, estaduais,regionais e naCIonaIS se seguirão - foram preser­vados integralmente, não obstante os apoios ofi­ciais ímprescíndiveís à sua realização; liberdadee autonomia que são, de resto, sinais do avançodos movimentos negros.

Em decorrência do nível supenor a que supo­mos terem chegado as lideranças e pensadoresnegros brasileiros, .

Recomendamos a todos os que desejam cami­nhar conosco:

19- Redobrarem esforços pela lIbertação finalda Namíbia e da África do Sul;

2· - Prosseguirem na luta pela conquista dosespaços políticos formais, como sejam os curraispartidários e o jogo eleitoral, não permitindo, sobqualquer hipótese, a diluição da questão racial- entendida como aspecto essencial da crisebrasileira;

3° - Reforçarem as alianças com os demaismovimentos sociais, particularmente os que re­presentem forças vivas da sociedade brasileira e,como nós, se achem empenhados em revertera dominação das elites.

Salvador. 29 de novembro de 1987.

292" Aniversário da Mortede Zumbi dos Palmares

o SR. JÚUO CAMPOS (PFL- MT.Pronun­cia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srs.Constituintes. solicito registro nos Anais da As­sembléia Nacional Constituinte da Carta abertaencaminhada ao Exmo Sr. Presidente da Repú­blica, Dr.José Sarney, pela Associação para Recu­peração e Conservação do Ambiente, pedindo acriação e implantação imediata e efetiva do Par­que Nacional da Chapada dos GUImarães, no Es­tado de Mato Grosso.

Trata-se de justa reivindicação, que tem todoo nosso aporo pessoal, da bancada federal deMato Grosso e também da bancada dos deferi-

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50?4 Quinta-feira 10 DIÁRIO DA ASSEMBLÉIA NACIONAL CONSTITUINTE Dezembro de 1987

seres do Meio Ambiente na Assembléia NacionalConstituinte, e que, tenho certeza, será atendidapelo Chefe do Executivo brasileiro.

C4RTA A QUE SE REFERE O ORADOR:"Como cidadão consciente dos graves

problemas ambientais que todo o planeta en­frenta atualmente, venho por meio desta soli­

I citar a criação e implantação imediata e efeti-va do Parque Nacional da Chapada dos Gui­marães - Mato Grosso, área preciosa sobtodos os pontos de vista e principalmentepor ser uma das regiões onde nascem muitos,dos rios formadores do Pantanal Matogros­sense.

Acredito que a comunidade tem o direitode escolher suas próprias reservas e o Gover­no o dever de respeitar essas escolhas. Agin­do assim, todos participamos da ofensivacontra a destruição do meio-ambiente e dadiminuição da qualidade de nossas vidas edas que estão por vir".

O SR. OSVAlDO SOBRINHO (PMDB ­MT. Pronuncia o seguinte discurso) - Sr. Presi­dente, Sras. e Srs, Deputados, 05 Municipios ma­to-grossenses de Porto Esplrídíáo,Peixoto de Aze­vedo, Paranafta, lndiavaí, Figueír6polis d'Oeste,Nova Olímpia, Marcelândia, Reserva do Cabaçal,Comodoro, Guarantã do Norte, Araputanga, RioBranco, Jauru e VilaBela da Santissírna Trindade,recentemente criados, inconformados com a re­cente decisão do Tribunal de Contas da União,que estebeleceu coeficientes iniciais do Fundode Participação dos Municípios (FPM), reduzindoa cota antes atribuída aos Municípios matrizes,estão a reivindicar, junto ao Supremo TribunalFederal, a revisão dos critérios adotados na distri­buição dessas cotas, tendo em vista os gravesprejufzos que a medida lhes está ocasionando.

Como se sabe, alterando os anexos III e V deque trata a Resolução 227/86, relativa à atual com­posição dos coeficientes destinados aos Municí­pios de alguns Estados, inclusive o de Mato Gros­so, O TCU houve por bem obedecer ao critérioda proporcionalidade demográfica, baseando-se,para tanto, nos dados populacionais do últimocenso nacional, ocorrido em 1980, com estima­tivas projetadas para 1985.

As projeções em tela não correspondem, po­rém, à realidade demográfica de hoje, porquantoo aumento populaetonal do Estado não se restrin­fle a um crescimento simplesmente vegetativo.E preciso levar em conta, a esse respeito, a cor­rente migratória, produzida pela abertura de novasfronteiras agrícolas. além de outros fatores, quederam a Mato Grosso o maior índice de cresci­mento populacional do País.

Se é verdade, como foi dito, que o TCU deveater-se aos dados proporcionados pelo IBGE, éigualmente certo que esses dados, pelo menosno que se refere aos Municípios mencionados,podem ser contestados, pela simples compara­ção entre o número oficial de eleitores cadas­trados, em 1986, e a população estimada pelareferida Fundação.

Para mencionar, apenas, dOIS fatos concretos,ressalto que os Municípios de Peixoto de Azevedoe Guarantã do Norte. com 7.60 I e 6.421 habitan­tes, segundo as projeções do IBGE, possuem,respectivamente, 11.134 e 8.385 eleitores regIs­trados.

Com base nesses fatos, consideram os Municí­pios em questão que os dados populacionais for­necidos pelo Instituto não podem prevalecer parafixação das cotas das comarcas instaladas em31 de dezembro último, já que o próprio contin­gente eleitoral dessas comarcas é superior ao nú­mero de habitantes indicado pelo IBGE.

Vale destacar ainda que, segundo a legislaçãoespecifica, a distribuição da parcela do Fundodeve obedecer a um coeficiente individual de par­ticipação, de acordo com a população municipal,mas esse coeficiente não pode ser inferior ao mí­nimo de 0,6, correspondente a 10.188 habitantesou menos.Acontece, Sr. Presidente. que nos Mu­nícíplos citados, consoante documentação com­probatória já encaminhada ao Supremo TribunalFederal, o TCU ou estabeleceu coeficientes infe­riores ao mínimo legal, ou reduziu drasticamenteos índices anteriormente autorizados, com sériosprejuízos financeiros para as respectivas Prefei­turas.

Parece inequívoco que aos novos Municípios,bem como àqueles que tiveram seu território des­membrado, assiste o direito de serem contem­plados, no âmbito do Fundo de Participação dosMunicípios, com as cotas estabelecidas em lei,respeitado o coeficiente mínimo de 0.6, limite queo TCU inquestionavelmente agrediu, ferindo direi­to liquido e certo de tantas comarcas.

Com esse convencimento, as Prefeituras men­cionadas estão reivindicando junto à SupremaCorte do País a revisão dos critérios adotadose, conseqüentemente, a ampliação dos coeficien­tes a que fazem jus, esperando que o SupremoTribunal, pelo exame criterioso da matéria, venhaa corrigir as ímperfeíçôes e incongruências dadecisão que, limitando o papel daquelas adminis­trações na promoção do desenvolvimento, res­tringe a sua atuação em benefício das populaçõeslocais e compromete a construção de seu futuro.

Na esteira desse pensamento, desejo hipotecara mais irrestrita solidariedade ao justo e oportunopleito dos Govemos municipais indicados, por en­tender que o mesmo representa uma nova dimen­são na política de engrandecimento da instituiçãocomunitária, e muito contribuirá para o seu forta­lecimento no cenário da vida estadual.

O SR. SOTERO CUNHA (PDC - RJ. Pro­nuncia o seguinte discurso) - Sr. Presidente, Srs,Constituintes, persistiu por muito tempo o impas­se criado em tomo da duração do mandato doPresidente Sarney. Felizmente, prevaleceu a deci­são que mais se harmoniza com a vontade dopovo brasileiro: o mandato de quatro anos. Essarealidade já vinha sendo sentida, antes mesmoque os fatos fossem consumados.

Embora o assunto não esteja definitivamenteequacionado, uma Vez que a decisão final caberáao Plenário da Constituinte, há de considerar-seque a tendência dos nobres Pares é acolher adecisão da Comissão de Sistematização.

Estamos convictos de que a decisão tomadano último dia 15 reflete um sufrágio conscien­cioso, que está em plena harmonia com o pensa­mento mais sensível de todos os segmentos só­cio-políticos de nossa sociedade.

Era inadiável esta acomodação.Se apresenta mais do que lógica a necessidade

que se faz de um ajustamento de opiniões, porqueesta posição, alias corajosa, vem de encontro ao

anseio popular, dirimindo, ao mesmo tempo, umasituação existente de conflito. Isso servirá paraserenar os ânimos de toda a população, inconfor­mada com a situação atual.

Apróprta sobrevivência do sistema requer umamelhor esperança, em troca dos dias tumultua­dos, embalados muitas vezes pelo calor do senti­mento partidário e não raras vezes por interessesparticulares.

É preciso reconhecer que estabelecer quatroanos para o mandato do Presidente Sarney foiuma decisão acertada. Estamos convencidos deque esta foi e será a decisão mais sábia.

Estamos certos de que esta posição vem, pelomenos, acalentar um pouco os anseios, desarmaros ânimos e nunca recrudecê-los, além de fomen­tar prometedora expectativa e encher muitos co­rações, com melhores esperanças.

Aliberdade não deve ser conquistada pelo direi­to da força, mas pela força do direito, pois elase constitui numa das coisas mais preciosas: in­descartável e inegociável. Se o homem deve per­manecer nos ditames, orientado pelo princípiode defesa do Estado, deve também ser senhorde suas resoluções.

Se hoje conseguimos harmonizar uma decisãocom a vontade do povo, representado neste Ple­nário, devemos antes de tudo nos ajustar quantoao domínio de nossas posições e auto-controle,concorrendo, assim, para um maior bem-estarda população brasileira. Isso, uma vez que a nossaposição e a nossa decisão, bem como as nossasações de um modo geral, influenciam fazendoe desfazendo os nossos direitos.

Aquele que tem o poder democrático nas mãospara govemar deve fazê-lo através de leis promul­gadas.

Era o que tínhamos a dizer, Sr. Presidente.

O SR. SAMIRACHOA (PMDB-SP. Pronun­cia o seguinte díscurso.) - Sr. Presidente, Srs,Constituintes, os advogados paulistas há muitotempo vêm alertando as autoridades para a neces­sidade do pagamento das dívidas das entidadesde Direito Público. com a devida atualização mo­netária, até o dia do efetivo depósito correspon­dente.

Essa situação de não-pagamento integral dasindenizações a que as entidades de Direito Públicosão condenadas pelo Poder Judiciário - não é

um privilégio do Estado de São Paulo, onde sesupõe encontrar-se o maior volume de conde­nações judiciais existentes, mas, sim, de todo oBrasil, pelo que noticia a imprensa.

O problema é urgente e grave, pois atinge inú­meros credores da Fazenda Pública, e, dentre eles,muito especialmente, os desapropriados, que, sêno Estado de São Paulo, somam mais de 160mil pessoas aguardando o pagamento de indeni­zações, a fim de que possam recuperar suas mo­radias, expropriadas pelo Poder Público.

O não-pagamento das indenizações com corre­ção monetária, como, infelizmente, vem ocorren­do na prática, mesmo após a condenação dasentidades de Direito Público pelo Judiciário, atra­vés de processo regular, além de criar um odiosoproblema social, permite a etemização dos res­pectivos processos.

Como lamentavelmente ocorre, esse dramapungente atinge, preferencialmente, as pessoasmais pobres da população brasileira, exatamente

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as mais carentes, as mais necessitadas, que, apósas desapropriações de seus imóveis e sem o justorecebimento a que têm direito, não possuem con­dições de substituir sua moradia por outra dignade habitação.

A consequêncía social desse descumprimentodas decisões judiciais é um terrível problema so­cial em que grande parte dos expropriados e suasfamílias estão onerados com o pagamento dealuguel em casas simples ou até morando comofavelados, em face da precária situação que lhesfoi imposta pelo Poder Público.

É preciso um basta. É preciso um fim paraessa lamentável situação em que se encontramatualmente milhares de credores de entidades deDireito Público, não somente para que se possareparar a injustiça de que estão sendo vitimas,mas, sobretudo, para salvaguardar a estabilidadedo regime de Direito.

Se só em São Paulo mais de 160 mil aguardamo pagamento de indenizações por parte de entida­des do Poder Público, a Justiça do Estado, poroutro lado, encontra-se saturada de processos emface do não-cumprimento integral dos pagamen­tos das indenizações, exístmdoem tramitação noEstado cerca de 40 mil processos.

Como se vê, tal situação, além de injusta ede provocar um drama social para cada desapro­priação, acarreta igualmente uma sobrecarga aoPoder Judiciário pelo imenso volume de proces­sos, atravancando ainda mais o sistemajudiciárlo,impedindo a prestação jurisdicional rápida e céle­bre, além de se eternizarem mais processos nasprateleiras, aguardando uma solução que possapôr fim a essa pendência.

Esse atravancamento da Justiça por excessode processos dessa natureza compromete, emtermos de economia processual apregoada pelonosso Código de Processo Civil, é uma lástima,pois referido volume de processos exige do Poder.Judiciárío uma estrutura gigantesca e acaba con­seqüentemente comprometendo o andamentode outros tantos processos que também neces­sitam dessa mesma estrutura judiciária para ob­tenção de decisões e soluções definitivas.

Ademais, Sr. Presidente, ocorre algo desabo­nador e comprometedor para o Poder Judiciário,pois, a persistir essa situação que parece insolúvel,o .Judrciarío passa a ser desacreditado pela opi­nião pública - o que é péssimo, em face daquase doentia fragilidade das instituições nestePaís -, visto que, após longos anos de reivindi­cações por parte dos credores das entidades deDireitoPúblico, os seus direitos não são atendidos,apesar de obterem na Justiça sentenças favorá­veis e devidamente transitadas em julgado

No que concérne ao Poder Executivo, as reper­cussões lamentavelmente são as mesmas, vezque o Poder Público tem de manter enorme estru­tura para dar acompanhamento ao infindável nú­mero de ações existentes.

As Fazendas Públicas têm de manter os seusprocuradores constantemente voltados aos pro­blemas dos processos indenízatónos, que por me­ro dever de oficio procuram promover o adia­mento de decisões judiciais, utilizando-se, quandolhes convém, ate do entulho autoritário deixadocomo legado pelo reqime anterior à Nova Repú­blica.

O que não deixa igualmente de ser grave ­já que se trata ~e dinheiro do povo - é que

as entidades de Direito Público são condenadasa pagar, entre juros compensatórios e moratórios,a taxa de 18 por cento ao ano, e, com o não-paga­mento integral devidamente corrigido, o ônus aoscofres públicos toma-se bastante acentuado emvirtude do volume da dívida.

Vê-se, portanto, que a situação não interessae não convém para nenhuma das partes envol­vidas, pois, como é fácil de se verificar, além dodesgaste que vem ocorrendo entre credores, Exe­cutivo e Judiciário, tendo em vista os infindáveisrecursos interpostos pelas partes interessadas, háa sangria das verbas públicas.

Assim, com o adiamento por parte das Fazen­das em saldar definitivamente os seus débitos,o montante da dívida cresce a cada mês, emvista do regime inflacionário que vivemos, haven­do ainda a Incidência dos juros retromencíona­dos, por vezes maiores que os do mercado finan­ceiro, o que, obviamente, onera cada vez maiso já combalido Erário Público.

São essas as razões, Sr. Presidente e Srs. Cons­tituintes, que nos levaram a apresentar umaemenda ao art. 122, do Projeto de Constituiçãoelaborado pela digna Comissão de Sistematiza­ção, cujo teor é o seguinte:

"a) O art. 122, mantido seu caput, passaa ser redigido da seguinte forma:

"Art. 122. . .§ I? É obrigatória a inclusão no orça­

mento das entidades de direito público, deverba necessária ao pagamento dos seus dé­bitos constantes de precatórios judiciáriosapresentados até 1° de julho, data em queteráo atualizados os seus valores pelo tribunalque lhes deu origem. O pagamento far-se-áobrigatoriamente até o final do exercício se­guinte.

§ 2° Os débitos referidos no parágrafoanterior deverão ser pagos pelas entidadesdevedoras com atualização até o dia do efeti­

ovo depósito.§ 3° As dotações orçamentárias e os cré­

ditos abertos serão consignados ao PoderJudiciário, recolhendo-se as importânciasrespectivas à repartição indicada pelo Tribu­nal que determinar o cumprimento da deci­são exeqüenda, ordenar o pagamento, se­gundo as possibilidades do depósito, e auto­nzar, a requerimento de credor preterido riaordem cronológica, o sequestro da quantianecessária à satisfação do débito".

Por outro lado, não poderia deixar de apresentaras alterações que foram introduzidas aos arts.41 e 42, as quais se destinam exclusivamenteà compatibilização desses artigos com a modifi­cação alvitrada na disposição principal, estandoassim elaboradas:

"b) a letra a do item V do art. 41 passa- a ser assim redigida:

Art. 41. . : .V-.~ ..a) suspender o pagamento de suas divi­

das por mais de dois anos consecutivos",c) .o item I do art. 42 passa a ser assi"},

redíqído:I- deixar de pagar suas dívidas por dois

anos consecutivos".São essas, Sr. Presidente, Srs. Constituintes,

as medidas que entendemos poderão solucionar

de vez a questão. De igual maneira pensam osadvogados paulistas ligados diretamente ao pro­blema das entidades de Direitos Público.

Não são somente os advogados que julgamnecessárias as alterações à Assembléia NacionalConstituinte. O excelso Supremo Tribumal Fede­ral,ao examinar a Representação de Inconstitucio­nalidade de n° 1.238-7, requerida pelo douto Pro­curador-Geral da República, a pedido do Governodo Estado de São Paulo, e, igualmente, ao pro­nunciar-se sobre o Recurso Extraordinário de rr103.684-2, também de São Paulo, proferiu valio­sos conceitos e importantes definições, como porexemplo, ao salientar, no que conceme ao dispo­sitivo regimental:

"Ou o determina a lei - e a norma pres­creve o desnecessário; ou não o estabelecea lei - e não cabe ao Regimento Internodo Tribunal de Justiça prevê-lo, porque esta­rá extrapolando sua competência e invadindoa órbita do Poder Executivo, ao qual não ditanormas (artigo 6° da Constituição Federal)".

O STF especificou que a própria ConstituiçãoFederal atual estabelece a abertura de créditossuplementares para atender à insuficiência de ver­ba, uma vez que adiciona:

"Não se nega deva o Executivo providen­ciar a abertura dos créditos adicionais quese fizerem necessários ao pagamento com­plementar dos precatórios; nem que, quantopossível, o faça pelos valores atualizados."

Como o Executivo só se dispõe a suplementarverbas quando lhe convém- nunca para os débi­tos dos precatórios -, salienta o elucidador Acór­dão da Suprema Corte do País:

"O mais deplorável será, contudo, o fato deo Governo continuar, por exemplo, a desapro­priar terrenos, quando já sabe que não dispõede recursos para solveros pagamentos respec­tivos."

Ainda em relação ao Recurso Extraordináriode n" 103.684-2, que balizou o entendimento fia­nal da Suprema Corte de Justiça, traz a emenda,destacando o Acórdão como "a solução no qua­dro jurídico vigente", surgindo no corpo do Arres­to preciosas afirmações, como a que consta dotópico do parecer da douta Procuradoria Geralda República, parte integrante do Julgado, ondese pode ler:

"Assim posta a Questão, parece que sómesmo a alteração do quadro normativo emvigor - na esfera constitucional ou, talvez,no campo de atuação da lei ordinária - per­mitirá que se atenda às lidimas aspiraçõesdos credores da Fazenda Pública em execu­ções judiciais, propiciando-lhes exigir,já en­tão com o apoio no ordenamento jurídico,a atualização dos precatórios defasados emvirtude exclusivamente do transcurso de pra­zos estabelecidos legalmente".

Aliás, ao comentar a possibilidade de atuali­zação dos precatórios ainda sob a égide da atualConstituição e o problema da inflação em si, ea ela se referindo, assim se manifestou o semprefestejado e ilustrado Mmistro Sidney Sanches: '

"Esse fenômeno vem repercutindo tambémno cumprimento de execuções judiciais con­tra a Fazenda Pública, que passa anos, anosç anos, sell) solver definitivamente seus débi-

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tos, sujeitando-se a reiteradas atualizações,que, a rigor acabam tranformando o paga­mento em amortização a prestações.

Critério,que. ademais, obviamente, não foidesejado pela Constituição.

Por que não se adotar uma interpretaçãode textos constitucionais que evitem essa si­

, tuação vexatória para a Justiça, injusta paraos credores da Fazenda Pública e eticamente

- I condenável?"Assinala, mais adiante:" "Por que não adotar o mesmo critério para

prever os reajustes dos débitos judicialmentedeclarados e a cuja satisfação está definitiva.mente condenada?

Afinal,ela não prevê a correção monetáriade seus créditos, para incluí-los no orçamen­to?

Por que não adotar os mesmos índices.. assim estimados, para seus débitos?"

O nobre MinistroNeri da Silveira,em voto apar­tado, proferido nos mesmos autos, observa:

"00. no que concerne aos pagamentos dasquantias devidas pela Fazenda Pública, emVirtudede sentenças judiciárias, assegurandoao credor da entidade pública o recebimentode seu crédito, força é reconhecer, entretan­to, que, pela sistemática e limitações resul­tantes das normas referidas, trata-se de ga-

-' rantia que está a demandar aperfeiçoamento,em seu processo, no interesse da justiça, aamparar. mais eficaz e prontamente, os quesão credores do Tesouro federal, estadualou municipal."

Por tudo isso, afirma o eminente Ministro A1dirPassarinho, no mesmo julgamento:

"Em verdade. o ideal seria que o Executivoe o Legislativo elaborassem um orçamentocom previsão tal que comportasse o paga­mento dos precatórios."

Os julgamentos em tela referem-se ao espectroda atual Constituição. A hora é de transição. Nadaimpede, portanto. que se faça a justiça social tãoesperada, com os devidos reparos e inovações,para que o Estado cumpra o seu dever.

Como lembra o combativo advogado paulista,José Mário Pimentel de Assis Moura, profissionalpreocupado com o bom desempenho da justiçae o atendimento do direito das partes, argumentaque se há preocupação do Constituinte em emen­dar o projeto no tocante à prévia e justa indeni­zação segundo o causídico paulista - é chegadoo momento de se inserir a obrigatóna atualizaçãodo precatório à data do pagamento, bem como,atento à realidade de hoje, dotar o texto de reda­ção que faça o Estado, efetivamente, cumprir oorçamento, depositando, na repartição compe­tente, a verba orçada, para que o Judiciário efetueo pagamento, tirando do Executivo a adminis­tração da mesma verba.

Acreditamos, Sr. Presidente e Srs. Constituintes,que a adoção dos princípios que esposamos, ba­seados na experiência profissional e em confor­midade com o entendimento do Supremo Tribu­nal Federal e de vasta gama de advogados. solu­cionará de vez essa situação vexatória.

o SR. SIQUEIRA CAMPOS (PDC - GO.Pronuncia o seguinte díscurso.) - Sr. Presidente,

Srs. Constituintes, muito antes do deplorável aci­dente com a cápsula de Césio-137, em Goiânia,adverti por diversas vezes o Govemo da neces­sidade da suspensão do Programa Nuclear brasi­leiro e de levarmos a efeito um grande programade preparação de pessoal e de pesquisas tendoem vista a necessidade de preparação do Brasilpara maior capacitação técnico-científica capazde nos conferir condições próprias de domíniodo ciclo completo da tecnologia nuclear.

O Governodo Presidente José Sarney, que setem revelado um govemo de homens irrespon­sáveis e enganadores, ao invés de ouvir tantosapelos em favor da suspensão do Programa Nu­clear. feitos por políticos, cientistas e pessoas res­ponsáveis, preferiu, num golpe baixo, de naturezapromocional, colocar nas manchetes que o Brasiljá era uma potência atômica porque conseguirao domínio completo da tecnologia nuclear, parafabricação da bomba "A".

Não demorou muitos dias, a Nação estarrecidatomava conhecimento do grave acidente radioa­tivo de Goiânia. que fez quatro vítimas fatais eàtíngiu centenas de homens e mulheres, prejudi­cando o Estado de GOIás, com a perda de vidase graves lesões em sua economia.

O acidente radioativo de Goiânia é fruto da faltade responsabilidade do GovemoJosé Samey, quecontinua insensível, sem se dispor a discutir comprofundidade a necessidade da suspensão doPrograma Nuclear e da melhor preparação depessoal para o setor. .

Não temos notícia, Sr. Presidente, de haverocorrido, em qualquer parte do mundo, acidenteradioativo da forma como ocorreu em Goiânia,pelo abandono de uma bomba de cobalto conten­do 25 gramas de Césio-137.

Este fato comprova que não há qualquer cuida­do com o material radioativo espalhado por todoo País, o que leva pânico a todas as cidades brasi­leiras que têm bombas de cobalto, usinas nuclea­res, outros aparelhos ou engenhos contendo ma­terial desse tipo.

Goiânia e Goiás estão pagando um preço muitoalto em decorrência da falta de responsabilidadedo Governo e. agora, pela ação daninha de atra­vessadores desonestos que promovem uma ne­fasta campanha contra os produtos goianos econtra os nossos pontos turísticos

O povo tem sofrido muito com toda essa terrívelsituação, criada pela irresponsabilidade dos ho­mens do Govemo.

Temos, os goianos, pago um preço muito altoEsperamos, no entanto, que não tenha sido emvão o nosso imenso sacrifício, a nossa imensador.

Para que de tudo isso possa resultar algumacoisa, será necessário que a Assembléia NacionalConstituinte, o Congresso Nacional e a opiniãopública pressionem o Governo, particularmenteo Ministério das Minas e Energia e a ComissãoNacional de Energia Nuclear, para que seja reor­ganizado o setor e criada uma nova mentalidade,na qual a atuação responsável seja a tônica.

O povo goiano, cercado da solidariedade daNação, decidiu fazer do seu sofrimento uma ban­deira de luta em favor da efetiva proteção à ecolo­gia, isto é, proteção à vida do povo brasileiro.

Nesta hora de tamanha gravidade. o povo goia­no, especialmente a população goianiense, con­voca a Nação para uma rápida e decisiva atuação

de pressão, através das tribunas parlamentarese dos meios de comunicação de todo o País,para obrigar os homens do Governo a atuaremcom a responsabilidade requerida, não somentequanto ao setor de energia nuclear, mas em todosos setores da vida nacional, que estão completa­mente largados, como dejetos em enxurrada.

O povo goiano confia em mais essa ação desolidariedade do povo brasileiro.

Era o que tinha a dizer.

O SR. JOÃO DE DEUS ANTUNES (PDT- RS. Pronuncia o seguinte díscurso.) - Sr. Pre­sidente, Srs. Constituintes, a questão da moradiatem-se constituído em verdadeiro drama para amaioria dos brasileiros, que a cada dia vê desfa­zer-se o sonho da casa própria, ao mesmo tempoem que não encontra condições para pagar alu­guel, ainda que para ocupar modesto imóvel emárea da periferia de nossas grandes cidades ouaté em localidades de médio porte.

A razão fundamental, Sr. Presidente, é a parali­sação do setor imobiliário no País, conseqüênciada falta de programas habitacionais e de financia­mentos sob adequadas condições para a aquisi­ção de unidade residencial.

As conhecidas distorções na administração doantigo Sistema Financeiro da Habitação e doBNH, que levaram a um déficit financeiro de du­zentos bilhões de cruzados, pouco antes da extin­ção do órgão pelo atual Govemo, certamente con­tribuíram para o paulatino agravamento da carên­cia habitacional em nosso País, principalmenteporque, nos últimos anos de sua existência, aque­le Banco pautou suas operações no desvirtua­mento de sua natureza social, ao financiar prefe­rencialmente casas ou edificios de alto luxo.

Nada, entretanto, se compara ao descaso dosatuais govemantes, os quais fecharam o BNH,em vez de tão-somente eliminar as imperfeiçõese desvios de seu funcionamento, e ainda inviabili­zaram as possibilidades de reativação da constru­ção civil, ao dificultarem cada vez mais o acessodos assalariados e da própria classe média aofinanciamento imobiliário.

Os reflexos de um déficit habitacional superiora oito milhões de unidades acabam multiplican­do-se através dos exorbitantes custos dos alu­guéis, cujas condições contratuais nos dois últi­mos anos deixaram de seguir princípios da Leido lnquilinato e até mesmo das selvagens leisde mercado vigentes no Brasil, para obedecerema ilógicas e irracionais interferências do Govemo.

Desde março de 1986, por exemplo, três decre­tos-leis regulamentadores, além de inúmeras de­clarações oficiais sobre o assunto, produziramverdadeira balbúrdia na sistemática de locaçãoresidencial no Brasil, penalizando brutalmente oslocatários, mas também, em muitas situações,o proprietário do imóvel, com isso provocandoum exarcebado conflito de interesses, onerosase demoradas disputas judiciais, a instabilidade,o temor, o desassossego de uns e outros.

Em junho último, Sr. Presidente, quando o Go­vemo intentou novo ilusório congelamento depreços, as ações de despejo já representavammotivo de desespero para dezenas de milharesde famílias, por todo este Brasil, e a inadimplênciapassou a ser desonrosa rotina para outros tantosmilhares de inquilinos. Uma vez mais. o Governoda chamada Nova República desconheceu as

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reais causas da conjuntura, deixando de adotarmedidas realmente saneadoras, apenas suspen­dendo temporariamente a tramitação e a própriaexecução das referidas ações judiciais, como seisso resolvesse questão de caráter nitidamenteestrutural

Pois bem, vencido o prazo de noventa dias,quando se confirmou oficialmente o fracasso doPlano Bresser, pomposamente denominado "fle­xibilização dos preços," permanecem nítidas asameaças de despejo, sobretudo porque 05 reajus­tes de aluguéis agora aplicados traduzem índicesbastante superiores aos da correção nominal desalários de todos os níveis.

Por outro lado, há meses está-se anunciandoa elaboração, pela Consultoria Geral da República,de anteprojeto de nova Lei do Inquilinato a serencaminhado ao Congresso Nacional, documen­to que provocou, tão logo divulgado pela impren­sa, controversas apreciações de especialistas eestudiosos do assunto.

Trata-se tão-somente de mais um engodo ofí­ciaI, Sr. Presidente, não pelo fato de o Govemopropor modificações na legislação específica emvigor, mas porque, ao abrigo do repetido anúnciode soluções por decreto ou lei, ele continua aomitir-se quanto às necessárias medidas para oefetivo enfrentamento da situação:

Não será com propostas de lei fundamentadasnos efeitos visíveis do problema, enquanto persis­tem as causas do aprofundamento do déflcít habi­tacional, que se conseguirá normalizar a relaçãoconflituosa entre locadores e locatários residen­ciais, muito menos evitar que a cnse de moradiacontinue a ser um tormento para os brasileiros.

Uma solução real, consistente, pressupõe oimediato aquecíruento da construção civil, me­diante estímulos creditícios e fiscais às pessoasfísícas e às empresas e facilitando-se o financia­mento da casa própria aos segmentos de menorpoder aquisitivo, exatamente 05 que mais sofremcom a incompetência e a falta de determinaçãodo Governo Federal.

o SR. IVO LECH (pMDB - RS. Pronunciao seguinte díscurso.) - Sr. Presidente, Sr" e Srs.Constituintes, para um deputado de primeira le­gislatura, os recentes episódios, quando da vota­ção da Emenda Roberto Cardoso Alves,abalaramprofundamente o entendimento político em tomodo valor da nossa geração para a eternidade daPátria.

Nascemos para a política, tomando como para­digma as idéias líbertáríasde um Teotônio Vilela,pela incorporação de suas admirávies lições aonosso patrimônio cívico-moral. especialmente amaior delas, quando ele afirmava que a dividasocial era prevalente sobre todas as demais con­traídas pelo Brasil, e seu pagamento inadiável.

A dívida do Brasil com seu próprio povo ­era a nossa bandeira. Hoje, essa bandeira foi arria­da neste Plenário, como antes já o fora no Execu­tivo, quando seus agentes se dispuseram à pro­moção do chvisionismo, seja entre partidários doPMDB, seja na intimidade da Aliança Democrá­tica, para cuja ineficácia trabalharam, no sentidode votarem ao esquecimento os compromissoscom a Nação por ela assumidos.

Mais grave, ainda, o fato de todas essas práticasterem sido consumadas, no nosso caso, por aque­les que se elegeram sob o "Esperança e Mudan-

ça" um documento que o PMDB deu ao povocomo fruto do Projeto Brasil - síntese do Ideáríode Teotônio Vilela, na sua patriótica visão demo­crática dos males sofridos pelo Brasil dos brasi­leiros, para 05 quais indicou como remédio defini­tivo a solidariedade social.

Não entendemos, pois a aliança aqui celebradapor nobres Constituintes do meu partido comConstituintes igualmente ilustres, mas de origempolítica diametralmente oposta àquela que nosdeu vida e credibilidade.

Mais imcompreensível ainda a posição dequem teve a felicidade de herdar diretamente agrandeza de Teotônio e, no entanto, deu as costasà herança paterna, ignorando seu sentido civiliza­dor e assim se negando ao respeito que o Brasilvota à sua memória.

Aceitamos com muito maior compreensão oposicionamento político de um Roberto'CardosoAlves, que sempre negou Teotônio, Situado queestava e está à direita do seu pensamento ideoló­gico, ao ponto de hoje, com toda a franqueza,dizer-nosque não é da UDR, visto ser bem mais:ser a própria UDR.

Mas como aceitar que 42,5% da nossa Banca­da, eleita sob o programa e a história do PMDB,uma vez garantidos 05 mandatos, se coloque àdireita e sob o comando ideológico de quem nosafirma ser a própria UDR?Esta a verdade indiscu­tível: 42,5% da bancada de Constituintes doPMDBcolocaram-se às ordens de Roberto Cam­pos, Delfim Netto, Jarbas Passarinho, Amaral Net­to e tantos outros egressos da Arena, mas que,presentemente, têm sobre esses 42,5% de depen­dentes de nossa bancada a vantagem cívico-mo­ral de manter suas idéias e por elas lutar, atéporque foipor elas e com elas que aqui chegaram.

. Respeito-os. Mesmo não lhes batendo palmase tendo-os como adversários, respeito-os.

Não tenho como respeitar aqueles que esperta­mente, por puro mas nefasto interesse eleitoreiro,fingiram - Simplesmente fingiram - a adoçãoda nossa filosofia política, e, apesar do passadoque carregavam, o PMDB os recebeu como ir­mãos. Na atualidade, arrancando as máscaras,golpeiam fundo a unidade partidária, negam oprograma que firmaram e profanam a históriaque o partido escreveu junto com o povo.

Cavalos de Tróia modernos, que recebemosna intimidade da nossa boa fé, esses adesistasagora revelados seguem sendo o que sempre fo­ram: a defesa do capital em detrimento do traba­lho, na prática de um capitalismo primário, doqual se alimentam e de cujos interesses pelo lucroa qualquer preço são os agentes mais ativos. Es­ses. apenas aproveitaram-se eleitoralmente doPMDB; não são do PMDB. São eles mesmos esó decidem em causa própria, pela visão estreitados interesses que representam, em tudo contrá­rios ao que disseram ao povo, quando ao povopediram a honra de representá-lo. As verdadesque hoje defendem são as mentiras que ontemdisseram ao povo.

Ouvimos entre companheiros do PMDBda tra­dição e do exemplo que não é mais possível essaconvivência política, pelo que devemos nós, quea repudiamos, deixar o PMDB,buscando um reen­contro com nossas origens ideológicas, reencon­tro que nos possibilite seguirmos fiéis aos com­promissos. Permito-me discordar dos nobres co­legas de representação partídána. Somos, no

PMDB, a maioria. Aqueles que se negaram aopovo representam muito, mas somente 42,5%da bancada. Temos fiéis ao nosso ideário de lutasa maioria de 57,5% dos eleitos. Este o verdadeiroPMDB,liderado por Ulysses Guimarães, Mário Co­vas, Fernando Henrique Cardoso, Ibsen Pinheiro,nos variados momentos de sua atuação partidária,a nível congressual, onde se retratam democrati­camente seu corpo e seu espírito. Onde a maioriaé contra esse ideário de lutas? Apenas no Acre,no Amazonas, no Pará, em Rondônia, no RioGrande do Norte, em Sergipe, no Mato Grossoe em Goiás. Em 8 Estados somente. Assim mes­mo, nesses 8 Estados, o PMDB real conta com

-18 representantes leais, opostos a 46 que deser­taram da fundamentação ideológica que os ele­geu. No Ceará e aqui, no Distrito Federal, houveempate.

Insisto no percentual: 57,5% dos eleitos soba legenda do PMDB não arredaram pé dos com­promissos com o programa e com a história dopartido, nem se negou ao povo, apesar de todasas pressões do colonialismo cultural, que sustentao capitalismo selvagem, num presidencialismosem estrutura social, que sofremos como deriva­ção de duas décadas de autoritarismo tecnoburo­crátíco, antes e agora incapaz de conceber e'admi­nistrar uma ampla economia nacional de empre­sas populares, voltadas para nossas verdadeirasnecessidades de desenvolvimento, para 05 recla­mos internos da sociedade brasíleira, uma econo­mia de mercado subordinada aos nossos interes­ses e capaz de soberanamente entrosar-se como complexo da economia internacional.

Temos lutado por dar à Constituição brasileiraem preparo este sentido civilizador.O povo tempermanecido ao nosso lado, premido pelas suasangústias, esmagado pela concentração a bemdizer imoral da renda e da riqueza nacionais, quesomente aproveita de fato, quando muito, 1% danossa população.

Não há, portanto, por que desacreditar noPMDB que segue fiel aos compromissos do pro­grama e da história do partido. Sigamos unidose decididos. Aqueles que não comungam como nosso ideário têm abertas as portas do PMDBpara dele saírem, como as encontraram abertaspara nele entrarem. Mas se quiserem reformularseus conceitos e se colocar efetivamente ao ladodo povo, como disseram que estavam, ao pedir­lhe 05 votos, aqui estamos para o reencontro,cientes e conscientes de que nenhuma divergên­cia constrói a Nação que o povo espera de nós,delegados da sua esperança. De qualquer forma,porém, somos o PMDB - temos programa etemos história. Não temos a veleidade de consi­derar nosso programa obrà perfeita e intocaveI.Democraticamente, a negociação política serásempre a base para a evolução do nosso pensa­mento. Nunca, contudo, para o retrocesso.

A história do PMDB,esta sim, é írretocável, Ha­veremos de preservá-Ia sempre. Não se trata deum patrimônio pessoal ou grupal. É a própriahistória do povo brasileiro, na sua decisão pelademocracia. Uma história de coragem e de fé,com muitos de seus capítulos escritos com osangue daqueles tantos que preferiram morrera negar-se ao povo. Para não falarmos nos tortura­dos, falemos de Teotônio Vilelae falemos de Tan­credo Neves. Do respeito que nos merecem e

. que sempre hão de receber do verdadeiro partido

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6078 Quinta-feira 10 DIÁRIO DA ASSEMBLÉIA NACIONAL CONSTITUINTE Dezembro de 1987

que escolheram e dele fizeram a trincheira íncon­quistável de seus ideais de Pátria.

o SR. FERES NADER (PDT- RJ. Pronunciao seguinte discurso) - Sr. Presidente, Srs. Cons­tituintes, a nova administração do INPS,que ponti­fica com a presença marcante do seu dedica­díssimo e competente Presidente, Dr.Antônio TI­móteo, tem a felicidade de contar com o trabalhoeficiente de um notável jurista e extraordináriohomem público, Dr. AIexis Christus, que, à frenteda Procuradoria Geral do INPS,tem demonstradoque em nossa Nação existem homens dotadosde real capacidade e inteiramente voltados paraos interesses do País, na humanização do seutrabalho e na atenção para com os seguradosda Previdência.

Como homanegem ao ilustre jurista Dr. AIexisChristus Pontes Luz, transcrevemos o que a 'Tri­buna do Advogado" - OAB·RJ, de novembrode 1987, insere às fls. 14 e 15:

"Uma portaria, a de rr 37/87, do Procura­dor-Gerai do INPS, Alexís Christus PontesLuz, que delega competência aos Procura­dores Regionais para autorizar acordos emjuízo ou desistência recursal nos casos dedecisão judicial em ações acidentárias, desdeque convergentes os laudos médicos, é aprimeira medida concreta tomada pela Pro­curadoria Geral do INPS para agilizar os pro­cedimentos acídentários e resolver uma dasmais graves situações da Justiça estadual.

Confessando-se frustrado por não ter re­solvido até hoje a questão dos laudos peri­ciais nas ações acldentárías - "tomei possehá três meses com um projeto para resolvero problema no dia seguinte" - AIexis Chrís­tus diz, no entanto, que, "a curtíssimo prazoas perícias voltarão a se realizar". Com esseobjetivo, o Procurador-Geral tem mantidocontatos com advogados, juízes e desembar­gadores para se chegar a uma solução.

Essa solução, que ainda não está comple­tamente acertada, deve ser nos moldes daadotada em São Paulo, onde, em razão deum Provimento do Corregedor de Justiça,o INPS paga todos os laudos, quer positivos,quer negativos.

Os peritos são da confiança do juízo, fisca­lizados pelo Judiciário, seus' laudos são pa­gos - de acordo com a Tabela de Custasdo TJ - por determinaçãojudicial, logo apósserem acostados aos autos mas com os peri­tos ficando vinculados ao processo até o final.Esse é o sistema adotado em São Paulo,que e um dos que estão em estudo paraser adotado no Rio. Não é o 'único, mas temseus defensores - exphca Christus.Os Problemas

Com a edição de outubro da "Tribuna doAdvogado" permanentemente em cima desua mesa- "licom muita atenção a matériasobre a questão acidentária" - Christusquer, entre outras coisas, mudar a imagemdo INPS,por isso pede que todos comecema prestar atenção no que é da competênciado INPS,o que é do Inamps e o que pertenceao lapas. Cita o programa do comedianteAgildoRibeiro,onde o cidadão procura aten­dimento no INPS (quando é no Inamps) co-

mo exemplo da confusão e faz, desde logo,uma profissão de fé:

- O segurado é o nosso cliente; por isso,as questões que o atingem, afligem, são asnossas preocupações. Quero, portanto, fazerum apelo, uma convocação, que serve inclu­sive para responder a uma das denúnciasmais frequentes contra o Instituto. Gostariaque o acidentado viesse, em primeiro lugar,ao INPS para tentar obter seus benefícios.Queremos resolver administrativamente asquestões óbvias. É por essa via, a adminis­trativa, que começaremos a agilização dasquestões acidentárias.

Atualmente, e nos últimos anos, o segu­rado tem optado pela viajudicial, dificilmenterecorrendo à ação administrativa. Christuslembra que o benefício acidentário será, noscasos evidentes, concedido não só adminis­trativamente, com uma agilidade maior. Atéporque, em outra portaria, a Procuradoria Ge­rai do INPS determinou que nenhum benefício poderá ser pago, quando indiscutível,num prazo superior a 45 dias.

-A partir desta portaria, até 200 OTN,a Procuradoria Regional tem poderes paraliberar o beneficio. Outra coisa importante:os beneficios passam a ser pagos em rigo­rosa ordem de entrada do pedido. Não hámais qualquer condição de pedidos políticose privilégios.

Mas insiste que o mais importante é queo segurado entenda que o primeiro lugar,o caminho correto para a obtenção do bene­ficio, é o INPS e para lá é que ele se devedirigir antes de intentar a ação judicial. lem­bra ainda que, por ter constatado que sãomuitos os casos em que os recursos sãointentados pelo simples prazer de se recorrer,decidiu acabar com isso, de maneira queo "cliente do INPS - o segurado - nãoficasse à mercê de meras filigranasjurídicas."

- Quando cheguei aqui encontrei casosde recursos a súmulas. Ora, se o advogadocredenciado, se o Procurador vêem que tantoo laudo do juízo quanto o laudo do peritoassistente do INPSsão concordes no sentidode que o segurado tem direito ao beneficio,não há nenhuma razão para que se interpo­nha o recurso, que é meramente procrastí­natório e, o que é pior, acaba gerando umadespesa maior. Da mesma forma deve-seevitar a demanda inútil, partindo-se de ime­diato para o acordo quando se verificar queo direito do segurado é inquestionável- diz.

AsPeóciasA grande questão, no entanto, nas varas

acídentárías, é a referente às perícias médi­cas, alvo nos últimos 10 anos, no Rio, deacusações, por vezes, de falsas. Acusaçõesfeitas por juízes, quando se acumularam perí­cias positivas, por advogados, quando maiorpassou a ser o número de perícias negativas.AIexis Christus não vê problema algum, sobo ponto de vista processual, no pagamentode todas as perícias por parte do Instituto.

- Acho, com todo o respeito que me me­recem os colegas que discordam de mim,que está havendo uma certa confusão. OCódigo de Processo Civil não veda, em capí-

tuIo algum, a antecipação do pagamento dasperícias por qualquer das partes. Ele deter­mina que a parte perdedora pague, ao final,as custas e honorários, neles incluídos osdos peritos. Mas faculta ao pagamento pelaparte. Não há, como querem muitos, qual­quer impedimento.

O Procurador-Geral do INPS lembra quea paralisação das perícias é, hoje, o problemaque mais o aflige e admite que a soluçãoesteja bem - "mas bem mesmo" - próxi­ma. Várias alternativas, segundo ele, estãosendo examinadas. Não quis, no entanto,adiantar qual a que será adotada, emboraconsidere a de São Paulo muito boa - "ondehá um provimento do Corregedor de Justiçadeterminando o pagamento, pelo INPS, detodos os laudos" - bem como a do RioGrande do Sul, onde um simples protocolofirmado entre o Instituto e o Tnbunal de Jus­tiça resolveu a questão.

- Posso dizer que para termos a questãosolucionada é necessário que haja vontadepolítica e condição técnica. A condição técni­ca conseguiremos alcançar, ainda mais queo INPS - a Previdência como um todo ­está mudando. A vontade política é indiscu­tível e esta era necessária porque a suspen­são do pagamento das perícias - há doisanos e oito meses - foi feita por ato dopresidente do INPS. Então, é preciso outroato para retomar a questão. Mas posso garan­tir que falta muito pouco para que isso acon­teça.

O que o INPS quer, e Alexis mesmo semo explicitar deixa entender, é que o Tnbunalde Justiça assuma a formação de um corpode peritos da confiança dos juízes, que poreles serão fiscalizados e, se for o caso, puni­dos. Quer, ou melhor, aceita pagar todos oslaudos quando forem acostados aos autos,com honorários fixados pelo juízo e com pa­gamento mediante ordem judicial, desde queo perito fique, a exemplo de São Paulo, vincu­lado ao processo até o seu final. Evidente­mente que os honorários deverão obedecera uma tabela de custas a serem fixadas peloTribunal.

-'Muitos me perguntam se esses peritosdevem ser submetidos a concurso público.Pessoalmente, como todos os cargos queocupei foram obtidos mediante concurso pú­blico,sou favorávela este sistema de escolha.Só que, com os graves problemas que temos,no Rio isto me parece, num primeiro mo­mento, muito demorado, punindo com no­vas demoras o segurado. Entendo que o Tri­bunal pode nomear seu próprio corpo deperitos, fiscalizando-os permanentemente.

Também no sentido de agtlizaros procedi­mentos por parte do INPS, Alexís Christusafirma que vai ser baixada, nas próximas se­manas, uma portaria conjunta a ProcuradoriaGeral e da Secretaria de Assuntos Previden­ciários disciplinando a atuação dos assisten­tes técnicos do Instituto, até para evitar dis­crepâncias nos laudos.

RespostasA implantação da informatica em todo o

sistema previdenciário vai acabar com umadas denúncias mais comuns contra o INPS

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Dezembro de 1987 DIÁRIO DA ASSEMBLÉIA NACIONAL CONSTITUINTE Quinta-feira 10 6079

no que se refere a ações acidentárias: a denão verificar se um mesmo segurado estáintentando nova ação por acidente pelo qualjá recebe benefícios. Com o cumputador, ex-

_plíca Christus, "íssso é rigorosamente impos­sível, uma vez que em segundos será infor­mado o nome do segurado e sua situaçãono INPS".

- Com relação à conivência de funcio­nários nossos com a atuação de zangões,faço um apelo para que tragam denúnciasà Procuradoria uma vez que há uma pessoaespecialmente designada para avaliar cadadenúncia e instaurar, de imediato, de acordocom o caso, sindicância ou inquérito. Alémdisso, foi criada, no âmbito do Sistema Previ­denciário, a Comissão Nacional contra aFraude, da qual sou um dos membros (osoutros são os procuradores gerais do lnampse do lapas, sob a presidência do ConsultorJurídico do Ministério). Queremos e vamosapurar toda e qualquer denúncia, punindoos que cometerem delitos administrativos.Com relação ao zangão, é bom lembrar queele é aêtíco, sendo alvo de investigação tam­bémnaOAB.

Mas o que A1exis Christus quer mesmoé que o segurado se sinta "seguro" na suarelação como INPS, que procure-o para rece­ber seus direitos antes de entrar na Justiça,que saiba que ele é o objeto e o sentidoda existência do INPS.

- Ele é o nosso cliente, repito até a exaus­tão, diariamente. Por causa dele estamos to­dos aqui. Então, cabe a nós resolver seu pro­blema. E posso garantir que muito breve tudoisso vai funcionar, inclusive as perícias nasações acidentárias,"

Muito Obrigado.

o SR. PRESIDENTE (Jorge Arbage) - Estáfindo o tempo destinado ao Pequeno Expediente.

V - VAI-SE PASSAR AOHORÁRIO DE COMUNICAÇÕES

DAS UDERANÇAS

o Sr. Brandão Monteiro, - Sr. Presidente,peço a palavra para uma comunicação, comoLíder do PDT.

O SR. PRESIDENTE (Jorge Arbage) - Tema palavra o nobre Constituinte.

O SR. BRANDÃO MONTEIRO (pDT - RJ.Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srs.Constituintes, estamos hoje reunidos, mais umavez, para tentar resolver a questão crucial do Regi­mento Interno.

As discussões até aqui travadas têm proteladoos trabalhos da Assembléia Nacional Constituinte,para mim, de forma perigosa, haja vista o grandevazio político que se verifica no País.

É evidente que a Nação se ressente da inexis­tência de um governo. Sobre os ombros da As­sembléia Nacional Constituinte cai a grande espe­rança do povo brasileiro de reordenar a vida polí­tica do Pais, com uma Constituição. Sob o pontode vista econômico, atravessamos uma grave cri­se e as perspectivas dos níveis inílacionáríos, parao mês de janeiro, são de 22 a 25%, embora hoje

já se diga que o Governo, através do Ministérioda Fazenda, repetirá a dose de julho, expurgando5 a 10 dias de dezembro para que cheguemos,neste mês, a uma inflação de 14%. Será, evidente­mente, um simulacro de inflação, para que, nomês de janeiro, evidentemente o de menor de­manda, possamos atingir o nível inflacionário de10%.

Sr. Presidente, Srs, Constituintes, é muito gran­de a nossa preocupação com o nível de radicali­zação que se estabeleceu nesta Casa, em relaçãoàs questões adjetivas. Eu lembraria, a propósitodeste assunto, o fato histórico ocorrido ontemem Washington: o Presidente do Conselho de Mi­nistros da União Soviética, Mikhail Gorbachev,reuniu-se, na Casa Branca, com o Presidente Rea­gan e, ambos, assinaram um acordo que objetivaa liquidação dos mísseis de médio alcance. Vimos,nesse encontro, duas potências mundiais, composições e regimes políticos diferentes, buscandoentender-se para superar uma grave ameaça paraa humanidade, a crise do armamentismo, a criseda nuclearização militar no mundo. No entanto,nós, na ASsembléia NaCional Constituinte, temosouvido discursos de parlamentares que, em posi­ções diversas, ameaçam dar tiros em outros com­panheiros. E não só ameaçam, como já o fizeram,agredindo nesta Casa, Parlamentares que osten­tam posições diversas em matérias adjetivas.

Lamentavelmente, o Líderdo PDS, não só pelatelevisão como aqui no plenário, na tribuna, amea­çou dar tiros, contratar seguranças e matar quemquer que seja que venha a importuná-lo politica-mente. -

Traço esse paralelo para lamentar o nível deirracionalidade e o radicalismo primário que seestá estabelecendo nesta Casa. Somos de opmiãoque o Regimento merece ser reformado, pois de­ve consagrar o princípio democrático das maio­rias. Mas isso não deve ser feito em cima de umabandeira de erros. E é bom que se acrescenteque os erros do partido majoritário e que levaramalguns à formalização de propostas, que vieramunir vários parlamentares, pela justeza da primeiradas propostas, que era o destaque em separadopara votação de qualquer título, de qualquer incisoda Constituição, pela maioria dos parlamentares,o que é justo e com o que concordamos

Em contrapartida a esses princípios democrá­ticos, inadvertidamente, alguns setores políticosdeixaram que essa bandeira caísse nas mãos desetores que não querem a democracia. Em nomedesses princípios, esses setores, que se conjugam- o denominado "Centrão", que talvez seja maio­ria - pretendem esmagar as minorias, preten­dem transformar a discussão de preferências emabaixo-assinados. Estão mostrando ao grandepovo, que é ausente do processo legislativo, queos Deputados não precisam vir ao plenário, quetêm privilégios e que basta fazer um abaixo-as­sinado para que seus pontos de vista e idéiasem relação à preferência sejam aceitos como vo­tos.

A nossa posição, a posição do Partido Demo­crático Trabalhista, é contrária à proposta da Me­sa, porque entendemos que, embora o PresidenteUlysses Guimarães objetivasse encontrar uma fór­mula de acordo, o substitutivo da Mesa consagraesses princípios antidemocráticos. Os pequenospartidos trazem para esta Casa um Substitutivoà proposta da Mesa, objetivando a democracia

e alargando a participação de todos os Srs. Consti­tuintes.

Muito obrigado, Sr. Presidente. (Palmas)

O Sr. Amaral Netto, Lider do PDS - Sr. Presi­dente, peço a palavra para uma comunicação.

O SR. PRESIDENTE (Jorge Arbage) - Tema palavra o nobre Constituinte.

O SR. AMARAL NE'lTO (PDS - RJ. Semrevisão do orador.) - Sr. Presidente, Srs. Consti­tuintes, em primeiro lugar, pediria licença a V.Ex" para fazer uma declaração, em nome do "Cen­trão", sobre nossa posição - com rima e tudo- de transigência e de compreensão do mo­mento que vivemos

Aceitamos totalmente, na íntegra, o projeto quea Mesa apresenta, hoje, a este Plenário. Portantonão estamos impondo nada; nem mesmo o nossosubstitutivo. Votaremos aquilo que a Mesa man­dou imprimir e que vem agora a plenário.

A segunda parte do que direi se refere apenasàqueles Parlamentares integrantes do "Centrão".Eu chamaria a atenção de todos para o seguinte:cuidado com as intrigas e cuidado com os noticia­rios que, às vezes, não por mal, dão a entendercoisas que não aconteceram. Quero destacarprincipalmente o seguinte: no que se refere àsmodificações constitucionais, sejam elas quais fo­rem, e aos problemas temáticos da Constituiçãonão há nada resolvido dentro do "Centrão". O"Centrão" não pode tomar posição por meia-dú­zia de seus coordenadores ou de seu grupo; asemendas coletivas, com 280 assinaturas. serãoapresentadas a um por um dos membros do"Centrão", que são a maioria desta Casa, paraserem aceitas ou não. Ninguém assinará aquilocom o que não estiver de acordo. Esse e umponto importante, porque pode estar havendo dú­vidas no espírito de muitos companheiros.

O noticiário fala em trabalho de Comissões Te­máticas - e elas existem, o trabalho existe, oestudo também - mas nada será feito de con­creto, nada será tratado como definitivo enquantotodos os companheiros, em sessão plenária. nãoaprovélrem e assinarem aquelas propostas quevieram desse estudo e dessas análises.

Era para isso que eu chamava a atenção e,ainda, principalmente para que verifiquem de quelado vai estar hoje, a intransigência; quem é radicale quem não é; quem quer apressar a Constituinte,e quem quer conturbá-la ou travá-la neste mo­mento.

Portanto, Sr. Presidente, Srs. Constituintes. aquiestá uma palavra que trago em nome do própno"Centrão" e que espero seja compreendida nãosó pelos nossos companheiros, como por todaesta Casa.

Era isto que tinha a dizer.

O Sr. Haroldo Uma - Sr. Presidente, peçoa palavra para uma comunicação, como líder doPC do B.

O SR. PRESIDENTE (Jorge Arbage) - Tema palavra o nobre Constituinte.

O SR. HAROLDO LIMA (PC do B - BAComo líder. Sem revisão do orador.) - Sr. Presi­dente, Srs, Consítuíntes, vamos promover hojemais uma batalha ligada ao próprio destino datarefa de elaboração da Carta Magna.

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6080 Quinta-feira 10 DIÁRIO DA ASSEMBLÉIA NACIONAL CONSTITUINTE Dezembrode 1987

Na opinião do PC do B, o Substitutivo apresen­tado pela Mesa é igual ao do "Centrão", razãopela qual votaremos contra o Substitutivo da Me­sa. Somos de opinião de que deveremos todosespecialmente os Constituintes que têm marcha­do com o bloco chamado "Centrão", estar atentospara os desdobramentos prováveis dos proble­mas que se estão amontoando. Temos por tarefaelaborar uma Carta que não pode ser, sob hipó­tese alguma a Constituição de uma facção deSrs. Constituintes. Se o grupo mais relacionadocom as forças progressistas, os partidos minori­tários, o grupo progressista do PMDB, se essessetores forem alijados do processo de elaboraçãoda Carta Magna, acreditamos que se poderá invia­bilizar a promulgação da nova Constituição noBrasil. Pela compreensão que temos não vemoscomo poderá ser promulgada uma Carta Magnaque não conte com o apoio efetivo, com assina­turas de todos os que compõem os setores deesquerda, os setores dos partidos minoritáriosdesta Casa - os setores progressistas. Seisso nãoacontecer, estará inviabilizado o processo de elabo­ração da CartaMagna.

E chamamos a atenção dos Constituintes paraeste ponto, porque achamos que o "Centrão" nãotem por que condicionar-se ao comando da extre­ma direita nesta Assembléia. Na verdade, as dis­posições de forças que têm sido postas até agorasão falsificadas, falsas. O "Centrão" não é pura­mente um grupo de direita. O grupo de direitaé, na verdade, aquele que tem comandado, quetem dirigido o "Centrão". No "Centrão" não podeestar os conservadores, os moderados, de posi­ção conciliadora e de posição de centro. Estesnão podem continuar, perante o povo brasileiroa dar apoio e guarida à extrema direita para quese imponha e tente alijar setores progressistas.Se isso acontecer, sem sombra de dúvida a maio­ria, sob o comando da extrema direita, não teráa mínima condição de fazer prevalecer seu pontode vista, nem de votar e promulgar a nova CartaMagna.

O povo brasileiro não acatará, sob hipotése al­guma, uma Carta Magna sem o compromissoexplícito e sem assinatura de todos os setoresprogressistas desta Casa.

Srs. Constituintes, não tenham dúvida: não ha­verá possibilidade política no País de se promulgaruma Constituição que não seja assinada pelosprogressistas representados nesta AssembléiaNacional Constituinte. Por isso, é necessário estar­mos atentos, pois o Regimento, que será votadoem seguida não pode ser a norma autoritária eantidemocratica que a extrema direita nos estátentando impor.

Lamentamos que a Mesa tenha incorporadoo Substitutivo do "Centrão" e que o próprio Dr.Ulysses Guimarães, que assumiu o seu patrocínio,esteja encaminhando, não em nome da extremadireita, nem do "Centrão", mas em nome da Mesa,o mesmo Substitutivo elaborado pelos Constituin­tes José Lourenço, Carlos Sant'Anna e RicardoFiúza.

O Constituinte José Lourenço disse hoje, emrede nacional de televisão, que a proposta da Mesafoi elaborada com a sua participação pessoal. Eagora, no plenário, está confirmando isso.

Votaremos contra a proposta da Mesa porqueela é, essencialmente, a mesma do "Centrão".

o Sr. Roberto Jefferson - Sr. Presidente,peço a palavra para uma comunicação, comoLíder doPTB.

O SR. PRESIDENTE (Jorge Arbage) - Tema palavra o nobre Constituinte.

O SR. ROBERTO JEFFERSON (PDT-RJ.Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srs.Constituintes, é curioso que no dia de hoje a es­querda radical, representada principalmente peloPC do B, já publique um folhetocobrando posi­ções do Dr. Ulysses Guimarães. E curioso... Bas­tou S. Ex' posicionar-se com equilíbrio para queaqueles que eram seus aliados até ontem passas­sem, hoje, a cobrar-lhe posições.

Os que estavam batendo palmas para o Dr.Ulysses Guimarães na Comissão de Sistemati­zação - na interpretação de que só a assinaturade Bernardo Cabral valia pela vontade da Consti­tuinte, que apenas 47 votos valiam a Constituinte- estão hoje reclamando porque S. Ex" resolveinterpretar a lei da seguinte forma: para figurarno texto constitucional, toda matéria - como aEmenda nO 26 preceitua - precisa ter 280 votos.Ninguém discute que vamos aprovar com 280votos a Constituição a ser escrita. E por que oesperneio do PC do B, dos progressistas, entreaspas? Porque estão vendo que a engrenagemmontada no circo da Sistematização está sendoderrubada. O circo da Sistematização está sendoderrubado. Aquela fanfarronada, aquela prepotên­cia, aquela arrogância acabou. Estão despidosos falsos democratas, despidos os que queriamescrever uma nova Carta apenas com o voto doConstituinte Bernardo Cabral, ou de 47 homensescolhidos a dedo para fazer maioria de esquerdaradical na Sistematização.

Sabemos que o Líder do PMDBna Constituinte,o Sr. Mário Covas, ligou pessoalmente para cadacompanheiro que compõe o grupo do "Centrão",a fim de tentar impedir nossa unidade na votação,hoje. do projeto da Mesa que espelha as aspira­ções da maioria. Só ontem e hoje o Líder doPMDB telefonou para cada um. Até a semanapassada, quando blasonava vitória, sequer curn­primentava seus companheiros. Ouvimos aqui vá­rios discursos de integrantes do PMDB reclaman­do do descaso, do desprezo, do esquecimentoa que foram relegados pelo Líder do partido naConstituinte, e pela ilha que faziam em tomo deS. Ex' os seus Vice-Líderes. Ontem e hoje, noentanto, ligação telefônica, com humildade, a pe­dir apoio. Por quê? Porque toda a imprensa brasi­leira, na semana passada, destacou, na primeirapágina dos jornais, que o grande derrotado haviasido o Sr. Mário Covas, pela radicalização queimpôs ao processo, por haver fugido ao diálogo,pela posição de arrogância que tentou impor, in­clusive na abertura da sessão. S. Ex' disse: "Estouaqui e voto simbolicamente contra o voto dos500 que estão no plenário". Hoje, porém, fez liga­ção de casa em casa, de gabinete em gabinete,para dirigir apelo aos constituintes no sentido deque repilam o projeto da Mesa, que constitui aspi­ração na maioria.

Temos de alertar os constituintes para o fatode que o Sr. Mário Covas deseja retirar a prefe­rência automática inscrita no § 2° do art. loS.Ex' quer retirar a expressão "preferência automá­tica, não .." porque deseja impor três processos

de votação com 280 votos. O que queremos fa­zer? Apreferência automática assume o comandodo texto constitucional. Depois, temos duas vota­ções de 280 votos, primeiro e segundo turnospara aprovar o projeto. Mas o Constituinte MárioCovas, fazendo coro com a esquerda radical, quertrês votações de 280 votos, novamente, para mu­dar o Substitutivo Bernardo Cabral, que é umsó. São 280 votos na preferência, 280 em segun­do turno e 280 em terceiro. O que deseja nova­mente o Constituinte Mário Covas? S. Ex' querque façamos um esforço de 840 votos, 840 mani­festações contra a caneta do Sr. Bernardo Cabralou contra a posição de 47 constituintes escolhidosa dedo por ele para compor o Plenário da Comis­são de Sistematização, que, volto a repetir, foio circo que criou o impasse e o clima de radicali­zação ora existente no plenário da AssembléiaNacional Constituinte.

Finalmente, Sr. Presidente, gostaria de solicitara todos os constituintes que foram agraciadoscom a medalha "Ordem do Mérito do Trabalho",pelo Ministro Almir Pazzianotto, que não saiamdo plenário antes da votação. O Ministro cometeuo equívoco de premiar com essa medalha, hoje,constituintes que não podem estar ausentes, quedevem manifestar aqui o seu voto, apesar da hon­raria e da lembrança de S. Ex' (Palmas.)

O Sr. José Carlos Coutinho - Sr. Presi­dente, peço a palavra para uma comunicação,como Líder do PL.

O SR. PRESIDENTE (Jorge Arbage) - Tema palavra o nobre- Constituinte.

O SR. JOst CARLOS COOTINHO (PL­RJ. Sem revisão do orador. ) - Sr. Presidente,Srs, Constituintes, o povo brasileiro assiste abis­mado à nossa incompetência. Aqui em Brasilia,não se tem idéia da realidade do nosso povo emtodo o País. Esse Regimento Interno da nossaConstituinte vem postergando o que o povo querque sejam as mudanças. Existe hoje um fossoentre Brasília, o poder constituído aqui, e as neces­sidades, a fome e o desemprego do nosso povoem todo o País. Pior do que isto: não há a perspec­tiva do futuro vendida a esse povo, de que a Cons­tituinte seria a salvação. O Partido Liberal, ao assi­nar a favor das modificações do atual Regimento,entendeu que, como princípio, não poderíamos,em hipótese alguma, manter o que está no projetodo Sr. Bernardo Cabral que vem estatizar maisainda o pouco da nossa economia que ainda estánas mãos da iniciativaprivada. Estamos assistindohoje à estatização total da saúde, da educaçãoe à intervenção do Estado em nosso dia-a-dia.O povo brasileiro já está cansado de pagar o preçoda ineficiência e da corrupção que grassa nessesórgãos governamentais particularmente nas esta­tais. Temos, agora, o anúncio do déficit públicoda ordem de mais ou menos 200 bilhões de cruza­dos. Esse é o imposto que o povo brasileiro paga,que não está embutido no pacote tríbutano quenos querem impingir agora.

Temos de entender que o Partido Liberal, hojecom sete constituintes neste plenário, continuarálutando para que nossos filhos tenham o prazere a vontade de fazer, neste País, o que querem.

Somos pelas eleições gerais em todos os níveis,porque temos certeza absoluta de que o povosaberá escolher melhor seus representantes, e de

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Dezembro de 1987 DIÁRIO DA ASSEMBLÉIA NACIONAL CONSTITUINTE Quinta-feira 10 6081

que não venhamos a ter uma Constituição comoesta que se afigura aí. - .'

Sr. Presidente, fica o protesto do Partido Liberalpela situação por que passa o nosso País.

Estamos no mês de Natal e infelizmente nossapopulação está simplesmente desacreditando dofuturo. '

Muitoobrigado.

Durante o discurso do Sr. Constituinte Jo­sé Carlos Coutinho, o Sr. Jorge Arbage, Se­gundo Vice-Presidente deixa a cadeira da pre­sidéncie. que é ocupada pelo Sr. Mauro Be­nevides. Primeiro Vice-Presidente.

o Sr. Paulo Paim - Sr. Presidente, peço apalavra para uma comunicação, como líder doPT.

O SR. PRESIDENTE (Maüro Benevides) -Tem a palavra o nobre Constituinte. '

O SR. PAULO PAIM (PT- RS. Sem revisãodo orador.) - Sr. Presidente. Sr'" e Srs. Consti­tuintes. em nome da bancada do Partido dos Tra­balhadores, inicialmente gostaríamos de prestarnossa homenagem e solidariedade aos metalúr­gicos da Cosipa, em Santos, Estado de São Paulo,que estão em greve. Infelizmente, a polícia, aexemplo de ter agredido os trabalhadores do RioGrande do Sul, já bateu em mais de 40 metalúr­gicos. as metalúrgicos lutam pela justa reivindi­cação de aumento salarial de 40%, mas até omomento as negociações estão paralisadas.

Por outro lado, na condição de Vice-Presidenteda Central Única dos Trabalhadores, queremosregistrar nosso repúdio às ofensas pessoais ­feitas nesta Casa e através dá imprensa - deque foram vítimas o Presidente da Central Únicados Trabalhadores, Jair Meneghelli,e o Presidenteda CGT,Sr. Joaquim dos Santos Andrade. .

Sr. Presidente, essas ofensas foram feitas deforma truculenta pelos líderes da direita. Ofensase ameaças a nada levarão. Queira ou não a direita,as centrais sindicais - cm e CGT - e maisde 7 mil sindicatos neste País, juntamente como DIAP, haverão de publicar nos seus jornaís, votoa voto, tudo o que acontece na Assembléia Nacio­nal Constituinte. Enquanto as posições dos con­servadores são publicadas diariamente na grandeimprensa, é lógico que as posições dos trabalha­dores não o sejam. Pois bem, usaremos a nossaimprensa e faremos a nossa publicação.

Sr. Presidente, Srs Constituintes, o mais graveé que hoje. na imprensa de Brasília, o Presidenteda Central Única dos Trabalhadores, companhei­ro Jair Meneghelli, foi ofendido na sua dignidadee na de sua família, por um dos líderes da direita,que usou termos que não são dignos de um Cons­tituinte Sr. Presidente, não citarei o nome doslideres da direita que foram à imprensa nem ostermos por eles citados, porque entendo não sãpdignos de constar dos Anais da Assembléia Nacio­nal Constituinte.

Por outro lado, queremos retribuir no mesmotom as ofensas que os líderes da extrema direitatêm endereçado aos sindicalistas, aos trabalha­dores, aos parlamentares, porque entendemos serisso o que eles merecem. Reafirmamos nossaposição de não pregar o confronto nem os ata­ques pessoais, mas a negociação e a discussãopolítica. Tenho certeza de que não vamos com-

pactuar com esses líderes de direita que pregamo retrocesso.

Nós, do Partido dos Trabalhadores, continua­remos defendendo o processo rumo à democra­cia, na certeza de que" se prevalecerem o bomsenso e os direitos dos trabalhadores aprovadosna Comissão de Sistematização, teremos umaConstituinte que representará o interesse do con­junto do povo brasileiro.

O Sr. Nelson Jobim - Sr. Presidente, peçoa palavra para uma comunicação, como LíderdoPMOB.

O SR. PRESIDENTE (Mauro Benevides) ­Tem a palavra o nobre Constituinte.

O SR. NELSON JOBIM (PMOB - RS. Semrevisão do orador.) - Sr. Presidente, Srs. Consti-.tuíntes, o momento que se avizinha, de votaçãodas alterações regimentais, instrumento proces­sual que rege e disciplina as ações dos Consti­tuintes na Assembléia Nacional Constituinte, nosconduz a uma meditação necessária.

É mister que da leitura do projeto e do substi­tutivo da Mesa se conclua pela sua consistênciae correção. É mister verificar-seque o substitutivoproduzido pela Mesa tem um conteúdo díscíplí­natório das condutas dos Constituintes no Plená­rio da Assembléia de forma equânime e isonô­mica, pois prevê que as emendas, coletivas ouditas substitutivas globais, sejam apresentadasjuntamente com as demais emendas individuais.

Nesse momento, a Mesa deu um tratamentoequânime a todos os Constituintes, quer ao grupode Constituintes que possam ser virtualmenteuma maioria, quer os Constituintes individual-mente considerados. .

Por outro lado. o substitutivo da Mesa estabe­leceu também um tratamento em relação àsemendas coletivas que efetivamente não prejudi­cam as emendas individuais, posto que fez umainversão do tratamento da prejudicialidade. Todosesses elementos, e mais aqueles que podemosverificarno Substitutivo da Mesa nos levam neces­sariamente a votar favoravelmente a sua apro­vação.

No entanto, o nosso partido tem uma emendaque pretende ver acolhida por este Plenário. Tra­ta-se de emenda ao § 2° do art. i-, que pretendeque não seja automática a preferência de emen­das coletivas com 280 assinaturas. a que se quercom esta emenda apresentada pelo Constituinte~rio Covas é fazer com que as assinaturas dos280 Constituintes, que darão necessariamenteum tratamento diferenciado às denominadasemendas coletivas ou substitutivas. não sejammera expressão nominal em um pedaço de papel,mas possaJ!l reproduzir-se na votação da prefe­rência. Se o texto elaborado pelas subcomissões,pelas comissões temáticas e pela própria Comis­são de Sistematização deve ceder a preferênciade votação às emendas coletivas, que o seja pormanifestação soberana do Plenário, a fírn de queessa preferência não seja uma decorrência efetivasomente da assinatura, mas que seja, isto sim,sobre o texto do projeto na votação, uma decor­rência da vontade da maioria absoluta e da maio­ria simples do Plenário.

Portanto, é necessário, que a Emenda do emi­nente Constituinte Mário Covas seja acolhida por

este Plenário, para que o substitutivo da Mesase caracterize como algo que leve a isonomiaàs suas últimas conseqüências. E as últimas con­seqüências de nossa posição são exatamente re­conhecer, como devemos reconhecer sempre ea todo momento, e como o povo brasileiro haveráde reconhecer, que quem determinará os conteú­dos do Regimento, da Constituição, e a vontadeda Assembléia Nacional Constituinte será a sobe­rania que se manifesta por sua maioria absoluta.É necessário que se compreenda que o conceitode maioria parlamentar é aquele da solução de­mocrática pela manifestação do povo e não meranominação do representante individual, de falarem nome do povo, que produz a vontade do povo.Avontade do povo é aquela que se expressa pelamaioria parlamentar. Esta é a regra democráticaque queremos fazer prevalecer, quer nos conteú­dos constitucionais. quer nas regras procedimen­tais, quer neste substitutivo, para que a preferênciase produza pela vontade da maioria parlamentar,que não se produz nos corredores, nem nas ruas,mas aqui dentro, na negociação, na conversação.Precisamos demonstrar ao povo que o Parlamen­to é responsável e que se conduz majoritariamen­te para as intenções necessárias e últimas dosinteresses populares. E é por isso que o PMDB,por suas lideranças, decidiu votar favoravelmenteao substitutivo da Mesa, ao mesmo tempo queaprovará uma emenda que corrija o § 21' do art.I", o que importa na soma da votação ao substi­tutivo e na votação da emenda através do reco­nhecimento daquilo que é vitalpara nós, ou seja,a maioria parlamentar é exatamente a vontadedo povo. E ninguém falará em nome do povosenão a maioria parlamentar.

É esta a nossa manifestação.

O Sr. Roberto Freire - Líder do PCB ­Sr. Presidente. peço a palavra para uma comu­nicação.

O SR. PRESIDENTE (Mauro Benevides) ­Tem a palavra o nobre Constituinte.

O SR. ROBERTO FREIRE (PCB- PE. Semrevisão do orador.) - Sr. Presidente, SI'"' e Srs.Constituintes, havia solicitado minha inscrição pa­ra falar acerca do substitutivo ao projeto de refor­ma do Regimento, mas, como haverá encamínha-:mente, deixarei para fazê-lo quando encaminhar­mos, em função, inclusive,das preferências e dosdestaques, aceitos pela Mesa.

Aproveitoa oportunidade para reafirmar o nos­so posicionamento de ontem, manifestado atra­vés de comunicação de Liderança acerca do fatohistórico ocorrido na cidade de Washington, comreunião de cúpula entre o Secretário-Geral do Par­tido Comunista, Mikhail Gorbachev, e o Presidentedos Estados Unidos, Ronald Reagan, que chega­ram a um acordo não apenas de limitação dearmas nucleares, mas, concretamente, pela pri­meira vez na História da Humanidade, de umapolítica de destruição de armamentos. no casonucleares. Quero que fique registrado que apre­sentamos requerimento, em nome do Partido Co­munista Brasileiro, e hoje assistimos, com muitoprazer e com honra para nós, a um posiciona­mento também, a favor,por meio de requerimen­to nos mesmos termos apresentado pelo Presi­dente da Comissão de Sistematização, SenadorAfonso Arinos. Gostaria que esta Assembléia Na-

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6082 Quinta-feira 10 DIÁRIO DA ASSEMBLÉIA NACIONAL CONSTITUINTE Dezembrode 1987

cional Constituinte, representante do povo, fórumdemocrático da Nação brasileira, se pronunciasseatravés de um voto de congratulações por esteacordo que. talvez garanta à Humanidade umaperspectiva de paz. (Palmas.)

o Sr. Jamil Haddad, Líderdo PSB - Sr. Presí­dente, peço a palavra para uma comunicação.

O SR. PRESIDENTE (Mauro Benevides) ­Tem a palavra o nobre Constituinte.

O SR. JAMIL HADDAD (PSB - RJ. Semrevisão do orador) - Sr. Presidente Srs. Consti­tuintes, lendo o Projeto de Resolução rr 21-A,de 1987. da Mesa, chegamos à conclusão de quese trata do mesmo projeto aprovado pelo "Cen­trão'',

O nobre Constituinte Nelson Jobim declarounesta tribuna que será votada uma emenda ao§ 2~, do art lo, para evitar que apenas as assina­turas valham como preferência sem que haja vo­tos. Na realidade, este detalhe melhoraria em par­te esse projeto de resolução. Mas verificamos noseu art. 11 que é facultada à maioria absolutados membros da Assembléia Nacional Consti­tuinte a apresentação de substitutivos a títulos.a capítulos, a seções etc. As regras do jogo estãosendo mudadas após o seu início.

Queremos deixar bem claro que o Partido So­cialista Brasileiro, que havia assinado a propostaapresentada pelo PT nesta Casa, através da Vice­Líder Beth Azize, votará contrariamente ao projetode resolução da Mesa, apesar de saber que jáexiste um entendimento entre o PMDBe o "Cen­trão". no sentido de que seja aprovado este proje­to Nosso voto será contrário, a fim de podermosencarar de frente a população brasileira e dizerque não recuamos, pois não permitiremos queavanços conseguidos na Comissão de Sistema­tização sejam jogados na lata de lixo.

Eram essas. Sr. Presidente, as palavras que que­namos deixar registradas, quando se discute oprojeto de resolução.

O Sr. Fausto Rocha - Sr. Presidente, peçoa palavra para uma comunicação, como Líderdo PFL.

, O SR. PRESIDENTE (Mauro Benevides) ­Tem a palavra o nobre Constituinte.

O SR. FAUSTO ROCHA (PFL - SP. Semrevisão do orador.) - Sr. Presidente, Srs, Consti­tuintes, como Vice-Líder do PFL, representandoo nosso Líder José Lourenço, trago à conside­ração dos colegas o momento de seriedade egravidade que vivemos. Estamos no Parlamento.E esta palavra diz que viemos aqui para parla­mentar. para conversar, para nos entendermose para decidir por meio do voto Este é o mandatoque recebemos. A autoridade, Sr. Presidente, Srs.Constituintes, de que estamos investidos é a derepresentar o povo brasileiro. Há aqui represen­tantes de todos os Estados da Federação e detodos os matizes neste grande painel do que pen­sa a Nação brasileira. Há aqueles que optarampelo radicalismo, mas não estão de armas namão, usam a força da razão, a força do argumentoe não o argumento da força. Refiro-me, especifi­camente, Sr. Presidente, Srs. Constituintes, aosatos de beligerância, de provocação, de desres­peito a esta Casa de leis promovidos pelos profis-

sionais da baderna, aqueles que são estípendía­dos - precisamos descobrir por quem - e quevêm a este plenário. São sempre as mesmas facesdas fotografias da baderna institucionalizada, dapromoção da bagunça. Esses profissionais dagreve estão em todas as fotos dos jornais e aténos setores de segurança. Vêm a esta Casa, ocu­pam as galerias, proferem impropérios, palavrasde baixo calão, desrespeitando não só cada umdos Srs. Constituintes, mas esta Casa de leis ea própria instituição. É lamentável que isto ocorracontra o "Centrão", grupo integrado por represen­tantes que constituem a maioria absoluta destaCasa. Por conseguinte, rebelam-se contra a maio­ria que está expendendo seus conceitos, exter­nando seus pareceres e se manifestando atravésdo voto. As lideranças de esquerda, mormentea esquerda radical, já se haviam pronunciado porocasião do término das eleições e da proclama­ção dos resultados, dizendo que a Constituinteagrado, já que ela estaria marcada por uma posi­ção conservadora. Na verdade, nós do PFL, consi­deramos que os progressistas somos nós, os docentro, moderados, equilibrados, que buscamsempre o entendimento, o acordo em alto nívele que desejam o progresso da Nação por meioda produção maior. Produção maior através daeficiência. Defendemos a livre iniciativa, porqueela está calcada na eficiência. Já dizia o MinistroHélio Beltrão: "Em tudo o que faz o Estado élento, caro e ineficiente". A esquerda radical querestatizar os 30% que faltam no Brasil, já que 70%da nossa economia estão estatizados. E ai teria­mos a ineficiência elevada à enésima potência,aí teríamos a estatocracia. Quero, portanto, con­clamar os integrantes do "Centrão", a maioriarepresentativa desta Casa, baseado no bom sensoe no respeito, a que mais uma vez dêem a de­monstração de que não negociamos princípios,mas estaremos sempre dispostos ao diálogo nabuscá da compreensão e do equilíbrio. Que nãosó a esquerda radical, que até agora colocou naConstitumte tudo aquilo que deseja, mas tambémnós possamos trazer o produto da nossa observa­ção, os principios em que baseamos a nossa ativi­dade, principalmente em defesa das liberdades,de culto, de imprensa e de expressão, liberdademaior que integra a própria líberdade de imprensae partidária.

Sr. Presidente, Srs. Constituintes, o "Centrão",mais uma vez, vota unido em favor das nossasteses, agora aceitas pela Mesa. O que se discutehoje não é mais a questão do "Centrão" contraa esquerda radical, mas a esquerda radical contraa posição equilibrada que a Mesa tem demos­trado.

Presidente Mauro Benevides, aceite os cumpri­mentos do PFL pela atitude firme que V. Ex' de­monstrou dias atrás, quando as galerias se com­portavam de maneira desrespeitosa, contraria­mente ao que determina o Regimento Interno daAssembléia Nacional Constituinte. V. Ex- deu oexemplo daquilo que deve ser feito. Parabéns, Sr.Presidente. (Palmas.)

O Sr. Siqueira Campos - Sr. Presidente,peço a palavra para uma comunicação, comolider do PDC.

o SR. PRESIDENTE (Mauro Benevides) ­Tem a palavra o nobre Constituinte.

O SR. SIQUEIRA CAMPOS (PDC - GO.Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srs.Constituintes, o Partido Democrata Cristão, pormaioria absoluta dos seus membros, vota pelaaprovação do Substitutivo da Mesa, porque enten­de que chegou a hora de tomarmos uma posiçãoque vise a uma melhor condução dos trabalhosda Assembléia Nacional Constituinte, tendo emvista a vontade da maioria esmagadora da Casa,que deseja uma Constituição que possa corres­ponder às expectativas, às necessidades e aosanseios do povo brasileiro. Não poderia compor­tar-se de outra forma o Partido Democrata Cristão,que, como muito bem diz o seu nome, é demo­crata e cristão, portanto não pode, de maneiraalguma, permitir que a vontade da maioria sejadesrespeitada sob qualquer pretexto. Mas o Par­tido Democrata Cristão coloca-se também emdefesa da Comissão de Sistematização, que reali­zou um brilhante trabalho. O Relator BernardoCabral, desde o primeiro momento de sua inter­venção nas atividades da Assembléia NacionalConstituinte, sempre se portou com abertura,atuando democraticamente, de forma a permitiro acesso de todos os Constituintes ao seu gabi­nete. S. Ex' sempre permitiu o contato fácil eagradável, ouvindo todos. Elaborou um trabalhobaseado naquilo que foi aprovado nas subcomis­sões, nas comissões e na Comissão de Sistema­tização. Se não é inteiramente de sua autoria oProjeto de Constituição aprovado pela Comissãode Sistematização e entregue à consideração des­ta Casa, S. fr o coordenou e soube. nas diversasfases dos nossos trabalhos, interpretar com realautenticidade. com muita lealdade, as decisõesdas subcomissões e das comissões. Temos deexaltar o trabalho de Bernardo Cabral e aplaudiro seu comportamento. Não creio. como nãocrêem os democratas cristãos e todos os mem­bros da Assembléia Nacional Constituinte, queS. Ex' conduzisse os trabalhos para uma determi­nada posição que não correspondesse à vontadesoberana não só dos órgãos técnicos, mas doPlenário da Constituinte. S. Ex' sempre procurouser escravo da vontade soberana dos colegiadosque integrou. AAssembléia Nacional Constituintenão é um parlamento ordinário, comum. Aquiestão representados os diversos segmentos dacomunidade brasileira.

Sr. Presidente, no "Centrão" - e falamos muitoà vontade, porque cinco dos nossos Constituinteso integram - não existem só governistas. Nãosomos governistas. O Partido Democrata Cristãose opõe ao Governo, é um partido de oposição.Em momento algum concorda com as teses doGoverno, a menos que elas consultem aos interes­ses nacionais. Eventualmente poderemos apoiaro Governo, como temos apoiado também aquelasproposições de Parlamentares que integram a es­querda, o centro ou a direita e que nenhum com­promisso ou engajamento têm conosco. mas quemerecem a nossa aprovação, mesmo divergindode suas teses.

Assim, Sr. Presidente. não poderia de formaalguma deixar de integrar o "Centrão" e de reco­mendar aos membros de nossa bancada totalapoio ao Substrtutívo da Mesa, de autoria de S.Ex',Senador Mauro Benevides, que se debruçousobre as 128 emendas, oferecendo um trabalhomagnífico, livrede qualquer pressão, sem atender

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Dezembrode 1987 DIÁRIO DA ASSEMBLÉIA NACIONAL CONSTITUINTE Quinta-feira 10 6083

aos interesses de qualquer dos grupos que com­põem a Assembléia Nacional Constituinte, masfazendo prevalecer a vontade da maioria. Não im­porta se estamos modificando as regras do jogo,como disse o meu eminente amigo, Senador Ja­mil Haddad, Presidente do PSB; não importa seestamos modificando as regras do jogo em plenoandamento da partida. O Plenário é soberano.A Constituinte, também. Os trabalhos não iambem, precisavam, portanto, de melhor disciplina.É hora de consertar. O que não pode acontecer,Senador Jamil Haddad, é sair daqui uma Consti­tuição retrógada, atrasada, que não consulte aosinteresses do povo brasileiro. Temos de moder­nizar este Pais, de proceder a mudanças radicaisna vida nacional. E só o faremos com um docu­mento maior, uma Carta Magna que espelhe, efe­tivamente, a opinião da maioria da Nação brasi­leira. É disso que precisamos.

Sr. Presidente, essa Constituição tem de serda maioria do povo brasileiro, e não imposta, artifi-cialmente, por este ou por aquele grupo. -

Por esta razão, recomendamos a votação dosubstitutivo da Mesa hoje, para que não transfirammais os nossos trabalhos para outra data e quenão haja mais delongas. A Nação tem pressa deuma Carta Magna à altura daquilo que todos espe­ramos.

Durante o discurso do Sr. Constituinte Si­queira Campos, o Sr. Mauro Benevides, Pri­meiro-Vice-Presidente, deixa a cadeira dapresidência, que é ocupada pejo Sr. UlyssesGuimarães, Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Ulysses Guimarães)

COMPARECEM MAISOS SR5.:

AcivaJ Gomes - PMDB; Aécio de Borba ­PDS; Aécio Neves - PMDB; Affonso Camargo- PTB; Afonso Arinos - PFL; Airton Cordeiro- PFL; Airton Sandoval- PMDB;Albano Franco- PMDB; Alexandre Puzyna - PMDB; AlfredoCampos-PMDB;,A1mir Gabriel-PMDB;~uizioBezerra-PMDB;AlvaroAntônio -PMDB;A1varo:Pacheco - PFL; Alysson Paulinelli - PFL; AntcrJnio Carlos Franco - PMDB; Antonio Farias ­PMB; Antonio Ferreira - PFL; Antonio Perosa- PMDB; Antonio Ueno - PFL; Assis Canuto- PFL; Benito Gama - PFL; Carlos Alberto -PTB; Carlos Benevides - PMDB; Carlos De'Carli- PMDB;Carlos Virgilio- PDS; Carrel Benevides- PMDB; César Cals Neto - PDS; Chagas Neto- PMDB; Christóvam Chiaradia - PFL; DáltonCanabrava - PMDB; Davi Alves Silva - PDS;Delfim Netto - PDS; Díoníslo Hage - PFL; DirceTutu Quadros - PTB; Divaldo Suruagy - PFL;Domingos Juvenil - PMDB; Doreto Campanari- PMDB; Edésio Frias - PDT; Eduardo Jorge- PT; Eduardo Moreira - PMDB;Eliézer Moreira- PFL; Eraldo Tonico - PFL; Ervin Bonkoski- PMDB; Etevaldo Nogueira - PFL; Eunice Mi-chilis - PFL; Ézio Ferreira - PFL; FarabuliniJúnior - PTB; Femando Gasparian - PMDB;Fernando Lyra - PMDB; Fernando Velasco ­PMDB; Firmo de Castro - PMDB; Flávio Rocha- PL; França Teixeira - PMDB;Francisco Benja­mim - PFL; Francisco Coelho - PFL; FraciscoRossi - PTB; Gandi Jamil- PFL; Geovah Ama­rante-PMDB;Gerson Marcondes - PMDB;Gui­lherme Palmeira - PFL; Harlan Gadelha ­PMDB; Hélio Duque - PMDB; Hennque Córdova

- PDS; Henrique Eduardo Alves - PMDB; IvoCersósírno - PMDB; Ivo Vanderlinde - PMDB;Jairo Azi - PFL; Jairo Cameiro - PFL; JamilHaddad - PSB; Jessé Freire -.:. PFL; Jesus Tajra- PFL; Joaci Góes - PMDB; João Calmon ­PMDB;João Carlos Bacelar - PMDB;João Cas­telo - PDS; João da Mata - PFL; João MachadoRollemberg - PFL; João Menezes - PFL; JoãoNatal-PMDB;.JoaquimBevilacqua-PTB;JoséAgripino - PFL; José Camargo - PFL; JoséCarlos Martinez - PMDB; José Carlos Vascon­celos - PMDB; José da Conceição - PMDB;José Dutra - PMDB; José Geraldo - PMDB;José Maranhão - PMDB;José Mauricio - PDT;José Moura - PFL; José Queiroz - PFL; JoseSantana de Vasconcellos - PFL; José ThomazNonô - PFL; José Ulisses de Oliveira - PMDB;Jovanni Masini - PMDB;Juarez Antunes - PDT;Lélio Souza - PMDB; Levy Dias - PFL; Lídiceda Mata - PC do B; Lúcia Braga - PFL; LúciaVânia - PMDB;LuizLeal- PMDB;LuizMarques- PFL; Luiz Viana - PMDB; Maluly Neto ­PFL; Manoel Moreira - PMDB; Manoel Ribeiro- PMDB; Manuel Viana - PMDB; Marcelo Cor­deiro - PMDB; Márcio Lacerda - PMDB; Mariade Lourdes Abadia - PFL; Mário Bouchardet ­PMDB;'Mattos Leão - PMDB; Mauricio Campos- PFL; Mauricio Corrêa - PDT; Mauricio Pádua-PMDB; Mauro Benevides - PMDB;Mauro Bor-ges - PDC; Mauro .Campos - PMDB; MendesCanale - PMDB; Messias Góis - PFL; MessiasSoares - PTR; Moema São Thiago - PDT; My­rian Portella - PDS; Nelson Sabrá - PFL; NelsonWedekin - PMDB; Olavo Pires - PMDB; OnofreCorrêa - PFL; Oscar Corrêa - PFL; OsvaldoMacedo - PMDB;Oswaldo Almeida - PL; PauloMarques - PFL; Paulo Roberto Cunha - PDC;Pedro Ceolin - PFL; Raimundo Lira - PMDB;Raquel Cândido - PFL; Raul Belém - PMDB;Rita Furtado - PFL; Roberto Augusto - PTB;Roberto Brant-PMDB; Roberto Campos-PDS;Roberto Vital - PMDB; Rodrigues Palma ­PMDB;Ronaldo Aragão - PMDB;Rose de Freitas- PMDB; Rubem Medina - PFL; Ruy Bacelar- PMDB;SamirAchôa-PMDB;Santinho Furta-do - PMDB; Sérgio Brito - PFL; Sérgio Spada- PMDB; Severo Gomes - PMDB;Silvio Abreu- PMDB; Simão Sesslm-s- PFL; Tadeu França- PMDB; Teotônio Vilela Filho - PMDB; Theo-doro Mendes-PMDB; Ubiratan Aguiar- PMDB;Vieira da Silva - PDS; Wagner Lago - PMDB;Walmor de Luca - PMDB.

O SR. PRESIDENTE (Ulysses Guimarães)­A lista de presença registra o comparecimentode 463 Srs, Constituintes

Os Senhores Constituintes que tenham propo­sições a apresentar poderão fazê-lo.:

Não há proposições apresentadas.

O SR. PRESIDENTE (Ulysses Guimarães)­Vai-se passar à votação da matéria constante daOrdem do Dia.

O SR. PRESIDENTE (Ulysses ~uimarães)

Votação, em tumo 'único, do Projeto deResolução n9 21, de 1987, que "altera o Regi­mento Interno da Assembléia Nacional Cons­tituinte"; tendo parecer, pela aprovação. Pen­dente de parecer às emendas de Plenário.

O SR. PRESIDENTE (Ulysses Guimarães) ­A Mesa leva ao conhecimento dos Srs. Consti-

tuintes que no art. 89 do Substitutivo houve umerro de redação.

É a seguinte a redação correta:

Art. 8° Sem prejuízo do disposto no arti­go anterior, poderá ser votado requerimentode destaque, para votação em separado departes do texto do Projeto ou do Substitutivo,desde que subscrito por, no mínimo, 187­(cento e oitenta e sete) constituintes.

O objetivo da correção é esclarecer e explicitar­que o requerimento de preferência será votadodemocraticamente e decidido pelo Plenário. A re­dação anterior poderia levar a certa perplexidade,principalmente por parte do Plenário.

O SR. PRESIDENTE (Ulysses Guimarães)­Há sobre a mesa os seguintes:

Requerimentos de destaque, ao Substitutivooferecido pela Mesa.

Requeiro destaque, nos termos regimentais, pa­ra a supressão das expressões "autornátíça, nãosendo", no texto do § 2°, do Art. 19, do Substitutivoda Mesa, ao Projeto de Resolução n° 21-A, de1987, da Mesa.

Sala das Sessões, 9 de dezembro de 1987. ­Senador Mário Covas, Líder do PMDB na ANC.

Exmo. Sr. Presidente da Assembléia NacionalConstituinte

Nos termos regimentais, requeremos destaquepara votação em separado no Substitutivo do Re­lator, no art. 1°, para supressão das expressões"maioria absoluta".- Sala das Sessões, 9 de dezembro de 1987.­Brandão Monteiro - Luiz lnádo Lula da SU-va,

Exmo, Sr. Presidente da Assembléia NacionalConstituinte

Nos termos regimentais, requeremos destaquepara votação em separado das palavras "Títulos,Capítulos", constantes do art. 1° do Substitutivodo Relator.

Sala das Sessões, 9 de dezembro de 1987.­Brandão Monteiro - Luiz lnádo Lula da SU-va,

Exmo. Sr. Presidente da Assembléia Nacion~lConstituinte

Nos termos regimentais, requeremos destaquepara votação em separado e conseqüente rejeiçãodo § 2°, do art. l°, do Substitutivo do Relator aoProjeto de Resolução rr 21-A de 1987.

Sala das Sessões, 9 de dezembro de 1987.­Brandão Monteiro - Luiz Inácio Lula da SU-va,

Exmo. Sr. Presidente da Assembléia NacionalConstituinte

Nos termos regimentais, requeremos destaquepara votação em separado e conseqüente rejeiçãodo § 39, do art. i-, do Substitutivo do relator aoProjeto de Resolução rr 21-A de 1987. _

Sala das Sessões, 9 de dezembro de 1987.­Brandão Monteiro - Luiz lnádo Lula da SU­va,

Sr. Presidente _Requeiro destaque para votação em separado

do § 29 do art. lodo Substitutivo ao Projeto deResolução 0" 21/87. •

Sala das Sessões, 9 de dezembro de 1987.-Egídio Ferreira Uma.

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6084 Quinta-feira 10 DIÁRIO DAASSEMBLÉIA NACIONAL CONSTITUINTE Dezembro de 1987

Requerimento de Destaque

Nos termos regimentais requeiro destaque paravotação em separado do § 3° do art. 1°do Substi­tutivo do Projeto de Resolução n° 21-A, para su­pressão. - Haroldo Urna.

Exmo. Sr. Presidente da Assembléia NacionalConstituinte

Nos termos regimentais, requeremos destaquepara votação em separado da expressão final"desde que subscrito por, no mínimo, 187 consti­tuintes, constante do art. 8°, do substitutivo dorelator.

Sala das Sessões, 9 de dezembro de 1987.­Brandão Monteiro - PDT :..... José Genoíno-PT.

PROJETO DE RESOLUÇÃON9 21-N87 (ANC)

Requerimento de Destaque

Requeiro destaque para a supressão do artigo12, caput.

Sala das Sessões, 9 de dezembro de 1987. -Constituinte'Aluízio Campos. -

PROJETO DE RESOLUÇÃON9 21-N87 (ANC)

Requerimento de Destaque

Adite-se ao § 3° do art. 1°, depois da palavra"plenário", a seguinte expressão:

"que poderá votá-Ia por maioria simples de,pelo menos, quatrocentos constituintes".

Sala das Sessões, 9 de dezembro de 1987.­Constituinte Aluízio Campos.

O SR. PRESIDENTE (UlyssesGuimarães) ­Há sobre a mesa os seguintes

Requerimentos de destaque, às Emendas dePlenário ao Projeto.

Exmo, Sr. Presidente da Assembléia NacionalConstituinte

Nos termos regimentais, requeremos destaquepara votação em separado Emenda n° 3, do Pro­jeto de Resolução n° 21-A, da Mesa.

Sala das Sessões, 9 de dezembro de 1987.­Brandão Monteiro, PDT- José Genoíno, PT.

Exmo. Sr.Presidente da Assembléia NacionalConstituinte

Nos termos regimentais, requeremos destaquepara votação em separado do (a) Emenda n° 4,ao Projeto de Resolução n° 21-N87.

Sala das Sessões, 9 de dezembro de 1987.­Brandão Monteiro, PDT- José Genoíno, PT.

Exmo. Sr. Presidente da Assembléia NacionalConstituinte

Nos termos regimentais, requeremos destaquepara votação em separado Emenda n- 5, do Pro­jeto de Resolução n°21-A, de 1987, da Mesa.

Sala das Sessões, 9 de dezembro de 1987.­Brandão Monteiro - José Genoíno.

Exmo. Sr. Presidente da Assembléia NacionalConstituinte

Nos termos regimentais, requeremos destaquepara votação em separado Emenda rr 6, ao Pro­jeto de Resolução n9 21-N87, da Mesa.

-Sala das Sessões, 9 de dezembro de 1987.­Brandão Monteiro - José Genoíno.

Exmo. Sr. Presidente da Assembléia NacionalConstituinte

Nos termos regimentais, requeremos destaquepara votação em separado Emenda n° 16, ao Pro­jeto de Resolução n- 21-A, de 1987, da Mesa.

Sala das Sessões, 9 de dezembro de 1987.­Brandão Monteiro, PDT - José Genoíno ,PT.

Requerimento de Destaque

Requeiro,nos termos regimentais, destaque daEmenda n°23, apresentada ao Projeto de Resolu­ção rr 21, de 1987, da Mesa.

Sala de Sessões, 9 de dezembro de 1987. ­Senador Mário Covas, Líder do PMDB na ANC.

Exmo. Sr. Presidente da Assembléia NacionalConstituinte

Nos termos regimentais, requeremos destaquepara votação em separado Emenda rr 27, doProjeto de Resolução n°. 21-A,de 1987, da Mesa.

Sala das Sessões, 9-CIe dezembro de 1987.­Brandão Monteiro - José Genoíno.

PROJETO DE RESOLUÇÃON°21187 (ANC)

, Requerimento de Destaque

Requeiro destaque para a Emenda n" 32.Sala das Sessões, 9 de dezembro de 1987. ­

ConstituinteAluízio Campos.

PROJETO DE RESOLUÇÃON°21187 (ANC)

Requerimento de Destaque

Requeiro destaque para a Emenda n° 48.Sala das Sessões, 9 de dezembro de 1987.­

Constituinte Aluízio Campos.

PROJETO DE RESOLUÇÃON°21/87 (ANC)

Requerimento de Destaque

Requeiro destaque para a Emenda na52.Sala das Sessões, 9 de dezembro de 1987. ­

Constituinte Aluízio Campos.

PROJETO DE RESOLUÇÃON°21187 (ANC)

Requerimento de Destaque

Requeiro destaque para a Emenda rr 68.Sala das Sessões, 9 de dezembro de 1987.­

ConstituinteAluízio Campos.

PROJETO DE RESOLUÇÃON°21/87 (ANC)

Requerimento de Destaque

Requeiro destaque para a Emenda rr 70.Sala das Sessões, 9 de dezembro de 1987.-

ConstituinteAluízio Campos. .

PROJETO DE RESOLUÇÃON°21/87 (ANC)

Requerimento de Destaque

Requeiro destaque para a Emenda n984.Sala das Sessões, 9 de dezembro de 1987.­

ConstituinteAluízio Campos.

Requerimento de Destaque

Requeiro,nos termos regimentais, destaque daEmenda n°93, apresentada ao Projeto de Resolu­ção n° 21, de 1987, da Mesa.

Sala das Sessões, 9 de dezembro de 1987. ­Senador Mário Covas, Líder do PMDB na ANC.

PROJETO DE RESOLUÇÃON°21/87 (ANC)

Requerimento de DestaqueRequeiro destaque para a Emenda n- 99.Sala das Sessões, 9 de dezembro de 1987.­

ConstituinteAluízio Campos.

PROJETO DE RESOLUÇÃON9 21/87 (ANC)

Requerimento de DestaqueRequeirodestaque para a Emenda n- 110.Sala das Sessões, 9 de dezembro de 1987.­

Constituinte Aluízio Campos.

PROJETO DE RESOLUÇÃON°21/87 (ANC)

Requerimento de DestaqueRequeiro destaque para a Emenda rr' 120.Sala das Sessões, 9 de dezembro de 1987. ­

Constituinte Aluízio Campos.

PROJETO DE RESOLUÇÃON°21/87 (ANC)

Requerimento de DestaqueRequeiro destaque para a Emenda n9 121.Sala das Sessões, 9 de dezembro de 1987.­

ConstituinteAluízio Campos.EXmo Sr. Presidente da Assembléia NacionalConstituinte

Na forma admitida no § I" do art. 63, do Regi­mento Intemo da Assembléia Nacional Consti­tuinte, requeiro a V. EX destaque para votaçãoem separado da Emenda n" 125, apresentadaao Projeto de Resolução rr 21-A, de 1987, que"Alterao Regimento Intemo da Assembléia Nacio­nal Constituinte".

Sala das Sessões, 9 de dezembro de 1987. ­Roberto Jefferson - Constituinte Bonifáciode Andrada - ConstituinteAmaral Netto, LíderdoPDS.

O SR. PRESIDENTE (UlyssesGuimarães)­Há sobre a mesa os seguintes

Requerimentos de destaque, ao projeto.Exm" Sr. Presidente da Assembleia NacionalConstituinte I

Nos termos regimentais, requeremos destaquepara votação, em separado, do (a) art. l° e pará­grafos d'osubtitutivode Plenário (rr 1),ao Projetode Resolução rr 21-A, de 1987.

Sala das Sessões, 9 de dezembro de 1987.­Brandão Monteiro - Luiz Inácio Lula da SiI·va.Exrrr' Sr. Presidente da Assembléia NacionalConstituinte '

Nos termos regimentais, requeremos destaquepara votação em separado do (a) § P do art.4° do Projeto de Resolução rr 21-A, de 1987 econseqüente aprovação.

Sala das Sessões, 9 de dezembro de 1987. ­Brandão Monteiro - Luiz Inácio Lula da Sil­va.Exrrr Sr. Presidente da Assembleia NacionalConstituinte

Nos termos regimentais, requeremos destaquepara votação em separado do (a) § 2" do art.4" do Projeto de Resolução rr 21-A, de 1987,da Mesa.

Sala das Sessões, 9 de dezembro de 1987.­Brandão Monteiro - Luiz Inácio Lula da Sil­va.

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Dezembro de 1987 DIÁRIO DA ASSEMBLÉIA NACIONAL CONSmUINTE Quinta-feira 10 6085

Requerimento de Destaque

Nos termos regimentais requeiro destaque paravotação, em separado, do art, 12 do Projeto deResolução 21-A,para supressão. - Haroldo Uma.

o SR. PRESIDENTE (Ulysses Guimarães) ­Tem a palavra o Sr. José Genoínopara encami­nhar a votação.

O SR. JOSÉ GENoíNO (PT - SP. Semrevisão do orador.) - Sr. Presidente, SI'"' e Srs.Constituintes, não é uma questão neutra a discus­são e a votação da mudança do Regimento Inter­no. Nela está embutida uma matéria substantivaque não tem aparecido nos debates e nas mani­festações públicas.

A necessidade de mudar o Regimento Internosó aflorou a partir de uma articulação substantiva.O que estã em jogo, portantô, não é apenas umamudança no Regimento Interno, não é apenasuma questão adjetiva, é uma questão substantivaa qual pretendo discutir.

Em primeiro lugar, tem-se dito que é necessárioque a' maioria no Plenário tenha 'um poder sobe­rano sobre todo o trabalhe de dez meses feitopor esta Assembléia Nacional Constituinte. O tra­balho das Subcormssões, das Comissões Temá­ticas e Comissão de Sistematização é produtode uma democracia efetiva vistas nos debatese nas votações processadas nesta Casa. Com apossibilidade de apresentação de emendas subs­titutivas de artigos, capítulos e títulos, dá-se umapreferência automática a essa maioria eventual,que, a partir de um critério formal, derruba auto­maticamente o trabalho de dez meses desta As­sembléia. Esta não é uma questão democrática,trata-se apenas um discurso formaL

A segunda questão, Sr. Presidente, diz respeitoao Substitutivo da Mesa, que faz uma discrimi­nação entre as emendas individuais de Consti­tuintes e as emendas coletivas. As emendas cole­tivas só podem incidir em título, capítulo, seçãoe subseção, e as emendas individuais podem inci­dir sobre artigos, parágrafos, incisos e alíneas.E aplicando-se o critério da prejudicialidade paraas emendas conexas, como está no texto do Subs­titutivo da Mesa, e se, contando com a maioriade assinaturas, uma emenda tem preferência au­tomaticamente, votado o seu mérito as emendasindividuais cairão automaticamente. Portanto, es­tá configurado aqui um critério antidemocrático.

Também é antidemocrático o critério de umamínimo de 187 assinaturas para votar em sepa­rado uma matéria. Esse requerimento para votarem separado pode ser aprovado por maioria sim­ples, a qual, no Plenário da Assembléia NacionalConstituinte, passa a ter um poder acima da maio­ria absoluta, processo seguido até a Comissãode Sistematização para votar o Projeto de Cons­tituição.

Ainda é necessário dizer uma verdade: os lide­res do "Centrão" distribuíram material para orien­tar as suas bancadas, e a recomendação número1 dos lideres do "Centrão'' - neste sentido elesestão falando a verdade e é por isso que somoscontra - diz o seguinte:

"O projeto da Mesà foi inspirado no projetodo Centrão, com reais aperfeiçoamentos."

E realmente o projeto da Mesa é o projeto do"Centrão", melhorado em dois portos fundamen­tais: as emendas substitutivas de título e capítulodevem ter 280 assinaturas e a possibilidade dodestaque em separado. Quanto às emendas indi­viduais, quem não tiver obtido 187 assinaturasou 280 assinaturas, conforme a exigência, até ho­je, fará um esforço inútil para apresentar sudemenda individual. É que essas emendas cairãono escaninho da prejudicialidade, na civilidadedo Parlamento, que, através da formalidade dademocracia, esconde a democracia real daquelesque estão aqui, daqueles que estão votando, da­queles que estão trabalhando, daqueles que estãofazendo emenda. É só democracia eventual, ésó maioria de assinatura, é só maioria formal,que não aceitamos como decisiva para fazer aMura Constituição do BrasiL

Por isso, Sr. Presidente, encaminhamos contrao Substitutivo da Mesa. Temos substitutivo alter­nativo e preferência da Mesa para votá-lo. O subs­titutivo alternativo foi apresentado, ontem, por vá­rios lideres, inclusive do meu partido, o Partidodos Trabalhadores.

O Sr. Carlos Sant'Anna - Sr. Presidente,peço a palavra pela ordem.

O SR. PRESIDENTE (Ulysses Guimarães) ­Tem a palavra o nobre Constituinte.

O SR. CARLOS SANTANNA (PMDB-BA.Sem revisão do orador.) - Sr.Presidente, V.Ex',ainda há pouco, fez uma correção do avulso publi­cado. Peço a V. Ex" que repita' a correção quefez do avulso, para o entendimento de todos, poisestã havendo uma certa dúvida entre os consti-tuintes presentes. .

O SR. PRESIDENTE (Ulysses Guimarães) ­Acolho a solicitação de V.Ex" Na redação ofere­cida ao art. 8·, não se esclarecia como deveriaser aceito ou recusado o pedido de destaque.O Regimento deixa a decisão a cntério do Presi­dente, que pode aceitar ou recusar o destaque.Se o Presidente recusá-lo, pode haver recursopara o Plenário. Mas, nos entendimentos havidosentre as correntes interessadas na elaboraçãodeste texto, ficou claro que o requerimento depreferência deve ser votado e decidido pelo Ple­nário.

O Sr. Carlos Sant'Anna - Requerimento depreferência para destaque.

O SR. PRESIDENTE (Ulysses Guimarães)­Perfeitamente.

O Sr. Brandão Monteiro - Sr. Presidente,peço a palavra pela ordem.

O SR. PRESIDENTE (Ulysses Guimarães) ­Tem a palavra o nobre Constituinte.

O SR. BRANDÃO MONTEIRO (PDT - RJ.Sem revisão do orador.) -Sr. Presidente, gostariaque V. Ex" informasse à Casa como se dará oprocesso de votação, haja vista que há uma emen­da anteriormente aprovada, com vários desta­ques. Agora, fez-se o encaminhamento da pro­posta da Mesa, para a qual há também destaques.

Sr. Presidente, para orientar-me e à minha ban­cada, quero saber de V. Ex' se hoje votaremos

- e já se deu o encaminhamento - simples­mente o substitutivo da Mesa, esquecendo os an­teriores.

Era a indagação a V.Ex'

O SR. PRESIDENTE (Ulysses Guimarães) ­Há sobre a mesa pedido de preferência para subs­titutivo oferecido pelo PT. Será votada a prefe­rência. Concedida a preferência, vota-se essesubstitutivo. Caso contrário, terá preferência natu­ral a proposição de origem da Mesa.

O Sr. Nelson Carneiro - Sr. Presidente, peçoa palavra pela ordem.

O SR. PRESIDENTE (Ulysses Guimarães) ­Tem a palavra o nobre Constituinte.

O SR. NELSON CARNEIRO (PMDB- RJ.Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, gostariaque V Ex" esclarecesse o seguinte: o art. 19 dosubstítutívo diz:

"É facultada à maioria absoluta dos mem­bros da Assembléia NaCIonal Constituinte aapresentação de sustitutivos a Titulos, Capí­tulos, Seções e Subseções..."

No entanto, o art.9', § 3°, diz:

"A votação será realizada na ordem cres­cente dos Capítulos, Seções, Subseções eseus respectivos artigos ..."

Gostaria que V.Ex' esclarecesse se essa ordemcrescente também se refere aos títulos, porqueé importante saber se a votação pode começarpelo Título I,IV ou V.A falta da expressão "títulos"pode levar à confusão.

O SR. PRESIDENTE (Ulysses Guimarães)­Acolhoa solicitação de V.Ex' Pode ser oferecidosubstitutivo ao título; mas, oferecido um substi­tutivo ao título, por exemplo, a votação será porcapítulo. O Regimento não admitirá votação portítulo. Votam-se os capítulos, mesmo porque nopróprio Regimento, na proposta feita pela Casa,está esclarecida essa situação da ordem crescenteda votação.

O Sr. Nelson Carneiro - Não entendi. SeV.Ex"me perrmte, já que a confusão é grande...

O SR. PRESIDENTE (Ulysses Guimarães) ­Se V.Ex' chegar à mesa, particularmente esclare­cerei a dúvida.

O Sr. Nelson Carneiro - O que V.Ex' querdizer é que não se pode votar o Título 11 antesdoi?

O SR.PRESIDENTE (Ulysses Guimarães) ­É claro. Não pode. Está proibido no próprio texto.Não é possível, através de preferência, fazer comque o Título 11 e o III sejam votados antes doTítulo I.-A ordem. é que se faça a votação portítulo. Entretanto, dentro do título, pode o CapítuloIV ser votado antes do 111 ou do 11.

O Sr. Nelson Carneiro - Fico satisfeito. V.Ex' esclarece que, primeiro, se vota o Título I.depois o 11 e, em seguida, o 111.

Muito obrigado.

O SR. PRESIDENTE (Ulysses Guimarães)­Este é o sistema de votação.

O SR. PRESIDENTE (Ulysses Guimarães) ­Tem a palavra o Sr. VIvaldoBarbosa para encami­nhar a votação.

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6086 Quinta-feira' 10 DIÁRIO DA ASSEMBLÉIA NACIONAL CONSTITUINTE Dezembro de 1987

o SR. VIVALDO BARBOSA (PDT - RJ.Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srs.Constituintes, há quase um mês terminaram ostrabalhos de Comissão de Sistematização. Háquase um mês a Assembléia Nacional Consti­tuinte não vota, não discute o mérito de um dispo­sitivo, um inciso, uma alínea, artigo, capítulo outítulo do projeto da esperada, almejada e tão so­nhada nova Constituição para o País.

Se atraso houve, como ocorreu com a votaçãodo Projeto de Constituição, foi a titulo de se per­mitir maior participação. de se abrir, o processoregimental ou torná-lo mais democrático, -parapossibilitar àqueles que não estavam participandodos trabalhos de elaboração do Projeto de Consti­tuição oportunidade de darem também sua con­tribuição.

No entanto, estamos parados há quase ummês. Nesse periodo muitas vozes se levantaramadvertindo para a possibilidade de ficar a promul­gação da nova Constituição para o mês de março,ou abril, ou mesmo maio. Com votação e promul­gação tão tardia da Constituição, ficaria difícil.quase impossível realizar.validamente, com todosos requisitos e rituais, a esperada eleição direta.para Presidente da República, no próximo ano.Se esse atraso for empecilho para que se elejano próximo ano o Presidente da República noPaís, como clama, reclama e expressa a vontadedo povo brasileiro - aliás até reconhecida pelaprópria palavra do atual Presidente da República- se é verdade que se protela a promulgaçãoda Constituição com o intuito de não se elegero Presidente da República no próximo ano, o queestamos vivendo no momento é negativo, poisestamos fazendo muito mal ao País e à históriada Assembléia Nacional Constituinte. Não possoacreditar que haja intenção de se atrasar a promul­gação da nova Constituição com tal objetivo.Esseatraso já é preocupante e prejudica e enxovalhaa imagem da Constituinte perante a opinião públi­ca. Entretanto, mais preocupante ainda que oatraso são os prazos alargados para tramitaçãodo Regimento daqui para a frente.

Atribui-se o prazo de sete dias para apresen­tação de novas emendas. Não e um prazo paraos Constituintes enfrentarem o Projeto de Consti­tuição, ou virem aqui honrar seus mandatos, maso prazo de que dispõem para apresentar quatroemendas a mais. Tanto pelo projeto do "Centrão"quanto pelo projeto da Mesa e seu Presidente,hoje estamos reduzidos a Constituintes de quatroidéias, pois só podemos apresentar quatro emen­das, e para isso nos é atribuido o prazo de setedias. Isso é preocupante. ,

Mais ainda: o Relator, que. segundo o Regi­mento atual e as versões até agora, apresentadas,dispõe de Cinco dias para dar seu parecer, naúltima versão passou a ter o prazo de sete diaspara fazê-lo. Isso nos preocupa, porque, em virtu­de desses prazos e, ainda mais, suspendendo-sea fruição deles durante o recesso, o que, alémde normal, é um clamor da Assembléia NacionalConstituinte, vamos adiar a promulgação daConstituição para abril, maio ou junho. '

Por isso, Sr. Presidente. Srs. Constituintes, hojequeremos expressar nosso inconformismo, poisnão aceitamos prazos tão longos Tantas semanas- quase um mês - apenas para se alterar oRegimento! Não aceitamos os novos prazos queo substitutivo da Mesa oferece. pois são alongados

demais e desnecessários, em virtude da naturezada matéria que procuram envolver. Mais uma vezexpressamos nosso inconformismo, porque nãocarecia a Assembléia de novo Regimento nemde qualquer mudança.

Solidarizamo-nos com aqueles que quiseramparticipar e abrimos espaços a novas emendas.Mas por que restringir, por que limitar a quatroemendas e por que prazos tão longos?

Por esses motivos, Sr. Presidente, e por outrosque o soar da campainha já não nos permiteenumerar. somos contra o projeto do "Centrão"e contra o projeto apresentado como substitutivopela Mesa.

o SR. PRESIDENTE (Ulysses Guimarães)­Tem a palavra o Sr. Gastone Righi para encami­nhar a votação, pelo PTB.

O SR. GASTONE RIGHI (PTB - SP. Semrevisão do orador.) - Sr. Presidente, Srs. Consti­tuintes, ao encaminhar a votação, pretendemosesclarecer algo nascido de uma campanha sub­reptícia, falsa e tendenciosa. Temos lido nos jor­nais - e inúmeros oradores já o proclamaram- que o "Centrão" quer que prevaleçam assina­turas ao invés de votos. Isso é inteiramente falsoe desprovido de qualquer fundamento. O "Centrão"quer votar sempre. O que o "Centrão" não aceitaé que se usem métodos menores, rasteiros e censu­ráveis, como as que, infelizmente,o digno e magní­fico Líder do PMDB está hoje tentando sustentar.

O que pretende o Líder Mário Covas? Tenhocerteza de que S. Ex' está equivocado. O LíderMário Covas sempre procedeu eticamente, comapoio e respaldo moral nos seus atos. Não possoacreditar, portanto, que S. Ex"tenha noção exatade seu errôneo posicionamento de hoje. Estáequivocado S. Ex"O que o "Centrão" quer é quehaja preferência de acordo com o número deapoiamentos que cada emenda disponha. Se umaemenda do "Centrão" tiver 280 ou 282 assina­turas e outra emenda, que não seja do "Centrão",tiver 300 assinaturas, que tenha então preferênciaa emenda de 300 assinatura. A que tiver maiornúmero de apoiamentos tera preferências. E pre­ferência para quê? Não é para ser aprovada, épreferência para ser votada. (Palmas.) A emendaserá votada e, na votação, a emenda tem queobter maioria absoluta, ou seja, 280 votos positi­vos, sem o que estará recusada.

Logo, não queremos frustrar ninguém em seudireito de votar, muito ao contrário. Agora, o quenão se admite é que, tendo nós a obrigação dedar 280 votos positivos a uma emenda, sejamosobrigados a uma votação prévia para mostrar quetemos uma maioria simples no Plenário. Ora, sesomos obrigados a ter a maioria absoluta paraaprovar uma emenda, por que sermos subme­tidos a uma votação prévia com maioria sim-pies?(Palmas.)

Sabem V.Ex' por que uma certa esquerdalha,que não é bem a esquerda séria, sóbria e honrada,mas a esquerdalha do quanto pior melhor, estádesejosa de que haja essa votação prévia? Porque,com duas votações, o processo de retardamento,de obstrução, toma-se facilitado. Sabem todosque os membros do "Centrão, ou boa parte deles,pela sua média de idade, em virtude até de condi­ções físicas ou de ocupação, são menos presentesdo que os membros da esquerda. E é por isso

que, permitindo-se a obstrução, poderiam eles.num processo de cansaço no plenário, fazer comque o número majoritário do "Centrão" já nãofosse tão representativo.

Então, vejam V. Ex'" qual é o elemento éticoem que repousam os que sustentam esse desta­que torpe, censurável e lamentável, que é o daexigência de duas votações - uma com maioriasimples e outra com maioria absoluta. Vejam queaberração, que absurdo! Se já teremos uma vota­ção com maioria absoluta, por que exigir umaprévia com maioria simples? (Palmas.)

Ninguém quer sonegar os votos, ou substituirvotos por assinaturas. O que queremos é simplificaro processo de votação. Que todos votem, que hajahonestidade de principias e que a maioria vençaNão podemos admitir que uma minoria, pela sab0­tagem, pela rasteira regimental, faça prevalecer seuspontos de vista. Vamos acabar com essa burla, comessa desonestidade, e afirmar o que é verdade. O"Centrão" está querendo justiça, o "Centrão sus­tenta teses há um ano, querendo que a maioriaprevaleça.(Muito bem!) E só hoje, nesta noite. éque a Mesa se curva, é que a Líderança do PMDBse curva. Mas, mesmo assim, antes de fechar aporta, esta deixa o seu rabo lá atrás, querendo gol­pear-nos com essa autêntica imundicie que é aintrodução do instrumento de obstrução, legitimadono requerimento de destaque do LíderMárioCovas.(Palmas.)

Assim, Senhoras e Senhores, quando posto emvotação o Substitutivo da Mesa, nosso voto seráfavorável mas, quando votarmos o destaque doLíder Mário Covas, nosso voto, em nome dajusti­ça, deverá ser "n"ão"! Muito bem! (Palmas.)

O SR. PRESIDENTE (Ulysses Guimarães)­Antes de dar a palavra ao próximo orador, registroa presença de uma representação paraguaia, for­mada por Miguel A. Saguier, do Partido LíberalRadical Autêntico (PlRA), Anibal Abbate, do Movi­mento Popular Colorado (MOPOCO), Luis ManuelAndrada, do Partido Democrata Cristiano (PDC),Rodolfo M. Leguizamon, do Movimento PopularColorado, Silvio Negrete Filho, do Partido Revolu­cionário Febrerista (PRF) e EmílíoReynal, do Mo­vimento Popular Colorado.

O SR. PRESIDENTE (Ulysses Guimarães)Tem a palavra o Sr. Roberto Freire para encami­nhar a votação, pelo PCB

O SR. ROBERTO FREIRE (PCB-PE. Semrevisão do orador.) - Sr. Presidente, Sr' e Srs.Constituintes, evidentemente, a proposta da Mesanão representa a solução mais democrática Foia solução possível em face da intransigência deuma articulação que nitidamente se preocupavamuito mais em impor uma determinada concep­ção política à Constituinte do que concretamentebuscar fórmulas que viabilizassem apresentaçõespara que a maioria aqui votasse a nível regimental.Isto é evidente. Não cabe mais discutir isto. atéporque a maioria já impôs a solução mais extre­mada, sectária e intransigente em relação à ques­tão regimental. A solução apresentada pela Mesaé a busca de um consenso em que haja possibi­lidade de a minoria não ser esmagada, como de­seja o projeto do Constituinte Cardoso Alves,man­tendo ainda aspectos Significativos de resguardodos trabalhos já realizados pela Assembléia Nacio-

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ezembrode 1987 DIÁRIO DA ASSEMBLÉIA NACIONAL CONSTITUINTE Quinta-feira 10 6087

al Constituinte, porque não se pode admitir oJUSO da apresentação de emendas substitutivasue prejudiquem todo o trabalho, todas as ernen­as já aprovadas, inclusive a participação indivi­ual de cada Constituinte. Neste ponto, a propostaaMesa significa avanço em cima do grave recuoavido em virtude da articulação direitista e rea­ionéria.

Em função disso, apresentamos, juntamenteorn outros partidos, um substitutivo a essa reso­ição, visando garantir alguns dos direitos ques­onados pelo chamado "Centrão'', que seria me­ior chamado de articulação de direita, embora- faço esta ressalva - nem todos que ali estãoresentes sejam homens de direita. É possível,elo substitutivo apresentado, assinado inicial­lente pelo Deputado Plínio Arruda Sampaio, emorne do PT, termos um Regimento que Q,aranta19o do que eles desejam, mas permanecendomdamentalmente, a estrutura democrática doegimento desta Assembléia. Votaremos pelareferência desse substitutivo, caso, é evidente-, e aqui não queremos jogar para enganar­Substitutivo da Mesa, que representa uma posí­

30 das forças mais democráticas, seja por issoiesmo derrotado.

A posição do Partido Comunista Brasileiro é,ois, pela aprovação da Resolução da Mesa, res­slvados os destaques, particularmente o apre­entado pela Liderança do PMDB na Constituinte,ue retira aquele caráter também arbitrário e abu­vo da aplicação automática de preferências queenham assinadas por determinado número deonstítuintes, sem a necessidade do voto. Votare­lOS a favor do Substitutivo da Mesa, ressalvadoss destaques, principalmente o apresentado pelaiderança do PDT a favor do qual também vota­ernos.

Essa a nossa posição.

o SR. PRESIDENTE (Ulysses Guimarães)­em' a palavra o Sr. Ricardo Fiuza para encarni­har a votação, pelo PFL.

o SR. RICARDO FIUZA (PFL~ PE. Semevisão do orador.) - Sr. Presidente, Sr" e Srs.'onstítuíntes, estamos hoje na culminância dem trabalho que dignifica toda a classe políticarasileira. Em nome da maioria que foi denomi­ada "Centrão, apresentamos um texto propondomodificação do Regimento Interno, com a únicanalidade de tomar democráticas as decisões dassembléia Nacional Constituinte.

E por que. Sr. Presidente? Porque achávamosjue as decisões oriundas da Comissão de Síste­natização não representavam a média do pensa­nento do povo brasileiro. Procuramos insistente­nente uma forma de acordo que possíbílitasseI votação sem grandes discussões. Lamentavel­nente, uma parcela do PMDB não a aceitou, duvl­(ando que este País tivesse maioria de parlamen­ares de centro. Fomos, portanto, obrigados a lhesnostrar que o Brasil não é um país de extremos."ostramos-Ihes a nossa força, mas não lhes mos­ramos prepotência, porque não a temos.

Discutimos exaustivamente com todos os seg­mentos do Plenário. Principalmente falamos como nosso eminente Presidente, Ulysses Guimarães,que não tem faltado à Assembléia Nacional Cons­tituínte com seu equílíbrío e discemimento. Che­gamos a um texto que poderíamos dizer conver­gente, facilitando sobremodo a votação, porquenós, da maioria, assim o quisemos; demos à mi­noria. possibilitemos aos partidos pequenos ini­ciativas que não tinham, e hoje eles vêm apre­sentar um projeto contra o da Mesa, que é demo­crático. Esse projeto dos pequenos partidos foielaborado porque demos vez a eles

Mas o texto da Mesa é democrático. Peço aoscompanheiros que, em nome do bom andamentodos trabalhos da Assembléia Nacional Constituin­te. fechem questão em tomo desse texto. Todavia.há uma emenda, do nobre Constituinte Mário Co­vas, muito bem trabalhada, pretendendo anular,através de sofismas, a preferência para votaçãodas emendas assinadas por 280 Constituintes.

Alguns exaltados dizem: democracia é voto, va­mos votar. Queremos deixar claro que. em mo­mento algum, pretendemos não votar a nossapreferência. Achamos apenas ter direito a queesta preferência seja votada em primeiro lugar.Isto é fundamental. Vejam bem: se não há votode liderança exercido, qual o mal de haver prefe­rência implícita para a maioria?

Foram dados muitos telefonemas e apresen­tados argumentos que fogem à verdade. Já fize­mos muitas concessões e não podemos.lamenta­velmente, de forma alguma aprovar a emendade autoria do eminente LíderMário Covas. A maio­ria democrática deste País, desejosa de umaConstituição moderna, deve manter este pontode vista.

Sr. Presidente, para que não haja dúvidas, devodeixar bem claro que foi nossa principal procu­pação o fato de 280 companheiros assinaremo texto. Mesmo que este texto venha a ser apro­vado, ele não inibirá, não prejudicará qualquerdas emendas apresentadas pessoalmente pelosConstituintes. Não queremos que os companhei­ros sejam triturados, como o foram na Comissãode Sisternatízação,

Portanto, Sr. Presidente, devo louvar o grandeesforço de V.Ex" e dos Lideres do PMDB- comquem dialogamos neste período - pelo espíritodemocrático com que encaminharam este traba­lho final, obra de todos e da maioria, para quenão se modifique o texto da Mesa.

Muito obrigado. (Palmas.)

O SR. PRESIDENTE (Ulysses Guimarães)­Há sobre a mesa e vou submeter a votos o se­guinte:

Requerimento

Exrnv Sr. Presidente da Assembléia NacionalConstituinte

Nos termos regimentais, requeremos preferên­cia para votação do Substitutivo n9 I, de Plenário,

ao Projeto de Resolução n° 21-A, de 1987, daMesa.

Sala das Sessões, 9 de dezembro de 1987 ­PDT Brandão Monteiro - PT Luiz Inácio Lulada Silva.

O Sr. José Genoíno - Sr. Presidente, peçoa palavra pela ordem.

O SR. PRESIDENTE (Ulysses Guimarães)­Tem a palavra o nobre Constituinte.

O SR. JOS~ GENoíNO (PT - SP. Semrevisão do orador.) - Sr. Presidente, formulo aV. Ex" uma questão de ordem para o esclareci­mento da Casa e dos constituintes. Vamos entraragora no processo de votação do Projeto de Reso­lução rr 21-A: foi apresentada uma preferência.Caso a preferência seja aprovada, será votado omérito; ou, então, votaremos o da Mesa. Este éo entendimento da matéria para a qual esta sessãofoi convocada, com base no art. 82 do RegimentoInterno, que disciplina os procedimentos da vota­ção sobre resolução de mudanças no RegimentoInterno.

Na quarta-feira passada, quando foi votado oProjeto de Resolução rr 20, de autoria do nobreConstituinte Cardoso Alves, formulei uma questãode ordem: o Projeto de Resolução só seria consi­derado aprovado depois de votados os destaquese as emendas. Portanto, temos uma situação sin­gular nesta Casa. Estamos votando, agora, o Pro­jeto de Resolução rr 21-A, mas a votação do Pro­jeto de Resolução rr 20 foi iniciada e não con­cluída, pois os de ataques e as emendas não fo­ram examinados. Portanto. a matéria não estáaprovada.

Ouvimos vários líderes do "Centrão" apoiandoo Projeto de Resolução rr 21-A, da Mesa. Porisso formulo a presente indagação: algum repre­sentante do "Centrão" retirou oficialmente da Me­sa o Projeto de Resolução rr 20, votado na quarta­feira? Se ele foi retirado, temos uma situação nor­malizada e, portanto, vamos votar o Projeto deResolução n" 21-A Se o Líder do "Centrão" queapoiou aquele projetO de resolução não o retirouda Mesa, pergunto a V. Ex" o que será feito doProjeto de Resolução n9 20, cuja votação apenasiniciamos. Se não foi concluída, não há matériaaprovada e agora estamos votando o Projeto deResolução na 21-A. Sr. Presidente, como fica asituação desta matéria que, regimentalmente, éclara e cristalina? Sr. Presidente, se foi retiradoda Mesa, por alguns dos subscritores, o projetodo "Centrão", está resolvida a minha questão deordem. V. Ex', como Presidente da Mesa, o quefará com aquela votação que apenas iniciamosna quarta-feira pela manhã?

O SR. PRESIDENTE (Ulysses Guimarães)­A Mesa esclarece a V. Ex', em primeiro lugar,que apresentou a proposição agora em caráterde substitutivo, que está sendo examinado combase na competência que lhe dá o art 81. A Mesapode apresentar projeto de resolução. Em segun­do lugar, quero recordar a V.Ex" que o Presidente

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6088 Quinta-feira 10 DIÁRIO DA ASSEMBLÉIA NACIONAL CONSTITUINTE Dezembro de 1987

da Casa conversou com lideranças, inclusive comV. Ex', que, aliás, discordou dessa forma de seencontrar uma alternativa regimental que pudesserepresentar pelo menos a vontade da maioria des­ta Casa A Mesa, nestas circunstâncias, tem condi­ções de organizar a Ordem do Dia e o fez indepen­dentemente do projeto anterior. O substitutivo an­terior não foi retirado, as emendas não foram vota­das Mas isso não impede, regimentalmente, quea Casa se pronuncie sobre a matéria da formaque se pretende fazer na presente sessão. (Pal­mas.) Aprovando-se qualquer substitutivo - oque agora tem o apoio de V. Ex"ou o da Mesa- evidentemente toda a matéria que o contrarie,inclusive a constante do Projeto de Resolução n°20, estará prejudicada.

o SR. PRESIDENTE (Ulysses Guimarães)­Os Srs. que o aprovam queiram permanecer co­mo estão. (Pausa.)

Rejeitado.

o Sr. José Genoíno - Sr. Presidente, peçoa palavra pela ordem.

o SR. PRESIDENTE (Ulysses Guimarães)­Tem a palavra o nobre Constituinte.

o SR. JOSÉ GENOÍNO (PT - SP. Semrevisão do orador.) - Peço verificação de votação,Sr. Presidente.

o Sr. Amaral Netto - O PTnão tem númeropara pedir verificação, Sr. Presidente

O Sr. Brandão Monteiro - O PT e o PDTpedem verificação de votação, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Ulysses Guimarães)­Com o PT e o PDT pedindo verificação, há condi­ções Por isso vamos fazê-Ia.

Os Srs. Constituintes que aprovam a preferên­cia dirão "sim", e dirão "não" os que a rejeitarem.

(Procede-se a votação.)

Absteve-se de votar o Sr.: ULYSSESGUIMARÃES-PMDB

O SR. PRESIDEN"IE (Ulysses Guimarães) ­A Mesa vai proclamar o resultado da votação.

SIM 75;NÃo 417;ABSTENÇÃO 01;TOTAL 493;O Requerimento está rejeitado.Votaram SIM os Srs.:Abigail Feitosa - PMDB; Acival Gomes ­

p,I',mB; Adhemar de Barros Filho - PDT; Adroal­do Streck-PDT;Aldo Arantes - PC do B;Amau­ry Müller - PDT; Anna Má~ia Rattes - PMDB;Antero de Barros - PMDB; Augusto Carvalho- PCB; Benedita da Si'va - PT; Beth Azize­PSB; Bocayuva Cunha - PDT; Brandão Monteiro- PDT; Carlos Alberto Cao - PDT; Carlos Cardi­nal - PDT; Carlos Cotta - PMDB; Carlos Mos­coni - PMDB; Ceho de Castro - PMDB; CésarMaia - PDT; Cristina Tavares - PMDB; Dirceu

Carneiro - PMDB; Domingos Leonelli - PMDB;Edésio Frias - PDT; Edmilson Valentim - PCdo B; Eduardo Bonfim - PC do B; EduardoJorge- PT; Fernando Santana - PCB; Florestan Fer­nandes ---;- PT; F1oriceno Paixão - PDT; FranciscoKüster - PMDB; Gumercindo Milhomem - PT;Haroldo Lima - PC do B; Haroldo Sabóia ­PMDB; Hermes Zaneti - PMDB; Irma Passoni- PT; Jamil Haddad - PSB; João Paulo - PT;José Carlos Sabóia - PMDB; José Genoíno ­PT; José Maurício - PDT; José Paulo Bisol ­PMDB; Juarez Antunes - PDT; Koyu Iha ­PMDB; Lídrce da Mata - PC do B; Lúcia Braga- PFL; Luiz Gushiken - PT; Luiz Inácio Lulada Silva - PT; Luiz Salomão - PDT; LysâneasMaciel - PDT; Mário Maia - PDT; Maurício Cor­rêa - PDT; Moema São Thiago - PDT; MyrianPortella - PDS; Nelson Aguiar --:- PDT; NelsonSeixas - PDT; Nilso Sguarezi - PMDB; Noelde Carvalho - PDT; Paulo Delgado - PT;PauloPaim - PT; Paulo Ramos - PMDB;Plinio ArrudaSampaio - PT; Raquel Capiberibe - PMDB; Ro­berto Freire - PCB; Rose de Freitas - PMDB;Sigmaringa Seixas - PMDB; Tadeu França ­PMDB; Teotonio Vilela Filho - PMDB; UIduricoPinto - PMDB; Valter Pereira - PMDB; VascoAlves - PMDB; Vicente Bogo - PMDB; VirgílIOGuimarães - PT; VIValdo Barbosa - PDT; Vladi­mir Palmeira - PT; Waldyr Pugliesi - PMDB;

Votaram NÃo os Srs.:

Adauto Pereira - PDS; Adolfo Oliveira - PL;Adylson Motta - PDS; Aécio de Borba - PDS;Aécio Neves - PMDB;Affonso Camargo - PT8;AfifDorninqos - PL;Afonso Arinos - PFL;Agas­siz Almeida - PMDB; Agripino de Oliveira Lima- PFL; Airton Cordeiro - PFL; Airton Sandoval- PMDB;Alarico Abib - PMDB;Albano Franco- PMDB;Albérico Cordeiro - PFL;Albérico Filho- PMDB; Alceni Guerra - PFL; Alércio Dias -PFL; Alexandre Costa - PFL; Alexandre Puzyna- PMDB; Alfredo Campos - PMDB; Almir Ga­briel - PMDB; Aloísio Vasconcelos - PMDB;Aloysio Chaves - PFL; Aloysio Teixeira - PMDB;Aluízio Campos - PMDB; Alvaro Antônio ­PMDB; Álvaro Pacheco - PFL; Álvaro Valle ­PL; Alysson Paulinelli - PFL; Amaral Netto ­PDS; Amilcar Moreira - PMDB; Ângelo Maga­lhães - PFL; Annibal Barcellos - PFL; AntônioCarlos Franco - PMDB; Antôniocarlos KonderReis - PDS; Antoniocarlos Mendes Thame ­PFL; Antônio de Jesus - PMDB; Antonio Farias- PMB;Antonio Ferreira - PFL; Antonio Gaspar- PMDB;Antonio Manz - PMDB;Antonio Perosa- PMDB;Antonio Salim Curiati - PDS; AntonioUeno - PFL; Arnaldo Faria de Sá- PTB;ArnaldoMartins - PMDB; Arnaldo Moraes - PMDB; Ar­naldo Prieto - PFL; Arnold Fioravante - PDS;Arolde de Oliveira - PFL; Artenir Werner - PDS;Artur da Távola - PMDB; Asdrubal Bentes ­PMDB; Assis Canuto - PFL; Átila Lira - PFL;Aureo Mello - PMDB; Basílio Villam - PMDB;Benedicto Monteiro - PMDB; Benito Gama ­PFL; Bernardo Cabral - PMDB; Bezerra de Melo- PMDB; Bomfácio de Andrada - PDS; BoscoFrança - PMDB;Caio Pompeu - PMDB;Cardo­so Alves - PMDB; Carlos Alberto - PTB; CarlosChIarellI- PFL; Carlos De'Carli - PMDB; CarlosSant'Anna - PMDB; Carlos Vmagre - PMDB;Carlos Virgílio- PDS; Carrel Benevides - PMDB;

Cássio Cunha Lima - PMDB; Celso Dourado­PMDB; César Cals Neto - PDS; Chagas Duarte- PFL; Chagas Rodrigues - PMDB; ChristóvamChiaradia - PFL; 'Cid Sabóia de Carvalho ­PMDB;Cláudio Ávila- PFL; Cleonâncio Fonseca- PFL; Costa Ferreira - PFL; Dálton Canabrava- PMDB; Darcy Pozza - PDS; Daso Coimbra- PMDB; Davi Alves Silva - PDS; Del BoscoAmaral - PMDB; Delfim Netto - PDS; DélioBraz-PMDB;DenisarArneiro- PMDB;DionisioDal Prá - PFL; DlonísíoHage - PFL; Dirce TutuQuadros - PT8; Divaldo Suruagy - PFL; DjenalGonçaJves- PMDB;DomingosJuvenil- PMD8;Doreto Campanari - PMD8; Edison Lobão ­PFL; Edivaldo Motta - PMDB; Edme Tavares­PFL; Eduardo Moreira - PMDB; Egídio FerreiraLima - PMDB; Eliel Rodrigues - PMDB; EliézerMoreira - PFL; Enoc Vieira- PFL; Eraldo Tinoco- PFi...; Eraldo Trindade - PFL; Erico Pegoraro-PFL; Ervin Bonkoski- PMDB;Eunice Michiles- PFL; Evaldo Gonçalves - PFL; Expedito Ma-chado - PMDB;Ézio Ferreira - PFL; Fábio Feld­mann - PMDB;Farabulini Júnior - PT8; FaustoFernandes-PMDB; Fausto Rocha-PFL; FelipeMendes - PDS; Feres Nader - PDT; FernandoBezerra Coelho - PMDB; Fernando Gasparian- PMDB; Fernando Gomes - PMD8; FernandoHenrique Cardoso - PMDB; Fernando Lyra ­PMDB; Fernando Velasco - PMDB; Firmo deCastro - PMDB; Flavio Palmier da Veiga ­PMDB; Flávío Rocha - PL; França Teixeira ­PMDB; Francisco Amaral - PMDB; FranciscoBenjamim - PFL; Francisco Carneiro - PMD8;- PFL; Francisco Diógenes - PDS; Francisco

Rollemberg - PMDB; Francisco Rossi - PT8;Francisco Sales - PMDB; Furtado Leite - PFL;Gabriel Guerreiro - PMDB; Gandi Jamil- PFL;Gastone Righi - PT8: Genésio Bernardino ­PMDB;Geovah Arnarante - PMDB;Geovani Bor­ges - PFL; Geraldo Alckmin Filho - PMDB; Ge­raldo Campos - PMD8; Geraldo Fleming ­PMDB; Gerson Camata - PMDB: Gerson Mar­condes - PMDB; Gidel Dantas - PMD8; GilsonMachado - PFL; Gonzaga Patriota - PMDB;Gui­lherme Palmeira - PFL; Gustavo de Faria ­PMDB; Harlan Gadelha - PMDB; Hélio Costa ­PMDB; Hélio Duque - PMDB; Hélio Manhães ­PMDB; Henrique Córdova - PDS; HenriqueEduardo Alves - PMDB; Heráclito Fortes ­PMDB; Hilário Braun - PMDB; Homero Santos- PFL; Humberto Lucena - PMDB; HumbertoSouto - PFL; Iberê Ferreira - PFL; Ibsen Pinhei­ro - PMDB;Inocêncio Oliveira- PFL; Irajá Rodri­gues - PMDB; Iram Saraiva - PMDB; IrapuanCosta Júnior - PMDB; Ismael Wanderley ­PMDB; Ivo Cersósímo - PMDB; Ivo Lech ­PMDB; Ivo Mainardi - PMDB; Ivo Vanderlinde- PMDB;Jacy Scanagatta - PFL; Jairo Carneiro- PFL:Jalles Fontoura - PFL;Jarbas Passarinho- PDS; Jayme Paliarin - PT8; Jayme Santana- PFL; Jesualdo Cavalcanti - PFL; Jesus Tajra- PFL; Joaci Góes - PMDB; João Agripino -PMDB; João Alves - PFL; João Carlos Bacelar- PMDB; João Castelo - PDS; João da Mata- PFL;João Lobo-PFL; João Machado Rollem-berg - PFL; João Menezes - PFL; João Natal- PMDB;João Rezek- PMDB;Joaquim Bevilac­qua - PT8; Joaquim Francisco - PFL;JoaquimHayckel - PMDB; Joaquim Sucena - PMDB;Jofran Frejat-PFL;Jonas Pinheiro - PFL;JorgeArbage - PDS; Jorge Bornhausen - PFL; Jorge

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Dezembrode 1987 DIÁRIO DA ASSEMBLÉIA NACIONAL CONSTITUINTE Quinta-feira 10 6089

Hage - PMDB;Jorge Leite - PMDB;Jorge Ue­qued-PMDB;Jorge Vianna - PMDB;José Agri­pino - PFL; José Camargo - PFL; José CarlosCoutinho - PL; José Carlos Grecco - PMDB;José Carlos Martinez - PMDB; José Carlos Vas­concelos - PMDB; José Costa - PMDB; Joséda Conceição - PMDB; José Dutra - PMDB;José Egreja - P1B; José Elias - P1B; José EliasMurad- P1B; José Fogaça - PMDB;José Freire- PMDB; José Geraldo - PMDB; José Guedes- PMDB; José Ignácio Ferreira - PMDB; José'Jorge - PFL. José Uns - PFL; José Lourenço- PFL; José LuIZ de Sá - PL; José Luiz Maia- PDS; José Maranhão - PMDB;José Melo -PMDB; José Mendonça Bezerra - PFL; JoséMoura - PFL; José Queiroz - PFL; José Richa- PMDB;José Santana de Vasconcellos - PFL;José Serra - PMDB;José Teixeira - PFL; JoséThomaz Nonô - PFL; José Tinoco - PFL; JoséUlísses de Oliveira- PMDB;José Viana- PMDB;Júlio Campos - PFL; Júlio Costamilan - PMDB;Jutahy Júnior - PMDB; Jutahy Magalhães ­PMDB;Lael Varella- PFL;Leite Chaves-PMDB;Lélio Souza - PMDB; Leopoldo Bessone ­PMDB; Leopoldo Peres - PMDB; Leur Lomanto- PFL; Levy Dias - PFL; Louremberg NunesRocha - PMDB; Lourival Baptista - PFL; LúciaVânia - PMDB; Lúcio Alcântara - PFL;, LuísEduardo - PFL; Luís Roberto Ponte - PMDB;Luiz Alberto Rodrigues - PMDB; Luiz Freire ­PMDB; Luiz Leal- PMDB; LuIZ Marques - PFL;Luiz Soyer - PMDB; Luiz Viana - PMDB;MalulyNeto - PFL; Manoel Castro - PFL; Manoel Mo­reira - PMDB;Manoel Ribeiro - PMDB;ManuelViana - PMDB;Marcelo Cordeiro - PMDB;Már­cia Kubitschek - PMDB;Márcio Braga - PMDB;MárcIo Lacerda - PMDB; Marco Maciel - PFL;Marcondes Gadelha - PFL; Marcos Lima ­PMDB; Maria de Lourdes Abadia - PFL; MariaLúcia - PMDB;Mário Bouchardet - PMDB;Má­rio Covas - PMDB; Mário Lima - PMDB; Ma­theus Iensen - PMDB; Mattos Leão - PMDB;Maurício Campos - PFL; Maurício Fruet ­PMDB;Maurício Nasser- PMDB;Maurício Pádua- PMDB;Maurílio FerreiraLima - PMDB;MauroBenevides - PMDB;Mauro Borges - PDC; Mau­ro Campos - PMDB, Mauro Miranda - PMDB;Mauro Sampaio - PMDB; Max Rosenmann ­PMDB; Meira Filho - PMDB; Melo Freire ­PMDB; Mello Reis - PDS; Mendes Botelho ­PTB; Mendes Canale - PMDB; Mendes Ribeiro- PMDB; Messias Góis - PFL; Messias Soares- PTR; Michel Temer - PMDB;Milton Barbosa- PMDB;Milton Reis - PMDB, Mozarildo Caval-canti - PFL; Mussa Demes - PFL; Nabor Júnior- PDT; Naphtali Alves de Souza - PMDB; Nar­ciso Mendes - PDS; Nelson Carneiro - PMDB;Nelson Jobim - PMDB; Nelson Sabrá - PFL;Nelson Wedekin - PMDB; Nilson Gibson ­PMDB; Nion Albernaz - PMDB; Nyder Barbosa- PMDB;Octávio Elísio - PMDB;Odacir Soares- PFL; Olavo Pires - PMDB; Onofre Corrêa -PMDB;Orlando Bezerra - PFL; Orlando Pacheco- PFL; Oscar Corrêa - PFL; Osmar Leitão ­PFL; Osmir Lima - PMDB; Osmundo Rebouças- PMDB; Osvaldo Bender - PDS; Osvaldo Coe­lho - PFL; Osvaldo Macedo - PMDB; OsvaldoSobrinho - PMDB; Oswaldo Almeida - PL, Os­waldo Lima Filho - PMDB; Oswaldo Trevisan- PMDB;Ottomar Pinto - PTB; Paes de Andrade- PMDB; Paes Landim - PFL; Paulo Macarini

- PMDB; Paulo Marques - PFL; Paulo Minca­rone - PMDB; Paulo Pimentel - PFL; Paulo Ro­berto Cunha - PDC; Paulo Silva - PMDB;PauloZarzur - PMDB; Pedro Canedo - PFL; PedroCeolin - PFL; Pimenta da Veiga - PMDB;PlínioMartins - PMDB; Pompeu de Sousa - PMDB;Rachid Saldanha Derzi - PMDB; Raimundo Be­zerra - PMDB; Raimundo Lira - PMDB; RaquelCândido - PFL; Raul Belém - PMDB; Raul Fer­raz - PMDB;Renato Johnsson - PMDB;RenatoVianna - PMDB; Ricardo Fiuza - PFL; RicardoIzar - PFL; Rita Camata - PMDB; Rita Furtado- PFL; RobertoAugusto - PTB; Roberto Balestra- PDC; Roberto Brant - PMDB; Roberto Cam-pos - PDS; Roberto Jefferson - P1B; RobertoRollemberg - PMDB; Roberto Torres - PTB;Roberto Vital - PMDB; Robson Marinho ­PMDB;Rodrigues Palma - PMDB;Ronaldo CezarCoelho - PMDB; Ronan Tito - PMDB; RonaroCorrêa-PFL; Rosa Prata-PMDB;Rubem Bran­qumho - PMDB; Rubem Medina - PFL; RubenFigueiró - PMDB; Ruberval Pilotto - PDS; RuyBacelar - PMDB; Ruy Nedel - PMDB; SadieHauache -'PFL; Samir Achôa - PMDB;SandraCavalcanti - PFL; Santinho Furtado - PMDB;Sarney Filho - PFL; Saulo Queiroz - PFL; SérgioBrito - PFL; Sérgio Werneck - PMDB; SeveroGomes - PMDB; Silvio Abreu - PMDB; SimãoSessím - PFL; SIqueira Campos - PDC; SólonBorges dos Reis - PTB; Sotero Cunha - PDC;Stélio Dias - PFL; Theodoro Mendes - PMDB;Tito Costa - PMDB; Ubiratan Aguiar - PMDB;Ubiratan Spinelli -'pDS; ValmirCampelo - PFL;Victor Faccioni - PDS; Victor Fontana - PFL;VictorTrovão - PFL; Vieirada Silva - PDS; VingtRosado - PMDB; Vinicius Cansanção - PFL;VJrgildásio de Senna - PMDB; Virgílio Galassi- PDS; Virgílio Távora - PDS; Wagner Lago- PMDB; Waldeck Ornélas - PFL; Walmor deLuca - PMDB; Wilson Martins - PMDB; ZizaValadares - PMDB.

Durante a chamada nominal foram levantadasas seguintes Questões de Ordem:

O Sr. Carlos Sant'Anna. - Sr. Presidente. pe­ço a palavra pela ordem.

O SR. PRESIDENTE (Ulysses Guima~ães)­Tem a palavra o nobre Constituinte

O SR. CARLOS SANT'ANNA (PMDB- BASem revisão do orador.) - Sr. Presidente. trata-sedo processo de votação. Entendo que V. Ex' querdizer que quem votar "sim" estará aprovando osubstitutivo do PT e quem votar "não" estará rejei­tando o substitutivo do PT.

O SR. PRESIDENTE (Ulysses Guimarães) ­Em parte V. Ex' tem razão. Está-se votando apreferência a este substitutivo, depois se terá quevotar o rnênto, se for dada a preferência; do con­trário votar-se-á o substitutivo da Mesa.

O Sr. Aldo Arantes. - Sr. Presidente. peçoa palavra pela ordem.

O SR. PRESIDENTE (Ulysses Guimarães) ­Tem a palavra o nobre Constituinte

O SR. ALDO ARANTES (PC do B - GO.Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, queroprestar um esclarecimento. O Constitumte CarlosSant'Anna quis caracterizar o substitutivo comosendo do PT, na tentativa de criar dificuldades

políticas para a sua tramitação. Queria dizer queesse substitutivo é do PT, do PDT. do PC do Be de setores progressistas do PMDB.

O SR. PRESIDENTE (Ulysses Guimarães)-V. Ex"tem razão.

O SR. PRESIDENTE (Ulysses Guimarães)­Vem à Mesa e vai à publicação a seguinte:

Declaração de Votos

Sr. Presidente,Requeiro. para Registro nos Anais da Sessão

da Assembléia Nacional Constituinte. dia 9-12-87,o meu voto "sim" ao pedido de preferência enca­minhado pelos PT e PDT, que objetivava votaçãode substitutivo mais democrático ao andamentodos trabalhos da ANC.

Espero deferimento - Nelton Friedrich ­PMDB-PR.

O Sr. José Genoíno - Sr. Presidente, peçoa palavra pela ordem.

O SR. PRESIDENTE (Ulysses Guimarães)­Tem a palavra o nobre Constituinte.

O SR. JOSÉ GENoíNO (PT - SP. Semrevisão do orador.)-Sr. Presidente, quero formu­lar uma questão de ordem. Vamos agora votaro substitutivo apresentado pela Mesa, não o n°21. mas o que hoje é do conhecimento dos Srs.Constituintes, isto é. o n° 21-A Esse Substitutivotem algumas inovações em relação ao inicial. Di­go inovações no sentido da organização da maté­ria, dos destaques separados da apresentação deemendas, representando mudança em relação ao

"Substitutivo original. Só tivemos conhecimentodo Substitutivo da Mesa hoje. Apresentamosemendas ao Substitutivo 21, ao Projeto de Resolu­ção n° 21. Temos agora o Substitutivo 21-A Aquestão é a seguinte: votando o Substitutivo queV. Ex'anunciou, as emendas apresentadas ao Pro­jeto de Resolução n° 21 serão mantidas; portanto.votar-se-á o Substitutivo ressalvadas as emendas?

Outra questão, Sr. Presidente: não tivemosoportunidade regimental de apresentar destaquesao Substitutivo da Mesa. O Substitutivo que serávotado não recebeu destaque, e é necessário umtempo hábil para podermos exercer o direito de­mocrático de apresentá-los. Pergunto: qual é otempo de que dispomos para apresentar desta­ques ao Projeto de Resolução rr 21-A, ora emvotação?

São portanto. duas questões: emendas apre­sentadas ao Substitutivo n' 21 e o direito de apre­sentar destaques ao Substitutivo n° 21-A. que nãoé mais o n° 21.

O SR. PRESIDENTE (Ulysses Guimarães) ­A Mesa responde a V.Ex"que o tempo hábil paraa apresentação do destaque é no início da votaçãoem globo da matéria.

O Sr. José Genoíno - O início é agora.

O SR. PRESIDENTE (Ulysses Guimarães)­Não. O tempo foi utilizado inclusive por V. Ex',que. se não me engano, apresentou destaque aoSubstitutivo n° 21. De maneira que está esgotadoo tempo para apresentar qualquer destaque sobrea maténa em tramitação. (Palmas.) Sendo apro­vado o Substitutivo da Mesa. estará prejudicadoo Substitutivo ou projeto anterior, e todas asemendas e proposições a ele oferecidas.

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6090 Quinta-feira 10 DIÁRIO DA ASSEMBLÉIA NACIONAL CONSTITUINTE---

Dezembro de 1987

o Sr. José Genoíno - Sr. Presidente, nobreConstituinte, ilustre Presidente da Assembléia Na­cional Constituinte, aprovar o Substitutivo da Me­sa, prejudicando todas as emendas apresentadasao Substitutivo original, é um casuísmo e umaviolência regimentais. (Apupos)

Parece-me. Sr. Presidente, que a Mesa usouo artífícro de apresentar um substitutivo apenaspara garantir a prejudicialidade das emendas. Epergunto a V. Ex': ate a emenda do Ilustre LíderMáno Covas ao Projeto de Resolução estará preju­dicada? As emendas apresentadas ao Projeto deResolução não podem ser prejudicadas.

Sr. Presidente. é necessáno que V, Ex" revejaesta questão.

o SR. PRESIDENTE (Ulysses Guimarães) ­A Mesa recebe com compreensão democráticaas expressões de V.Ex'

Tem quase cem anos de tradição aquilo queestamos praticando aqui. Por isso chama-se subs­titutivo Substitutivo em português !=Iuer dizer oque substitui. Se substitui, pretere tudo o que foifeito anteriormente. (Muito beml)

Prorrogo a sessão ate o término da votaçãoda materia

o SR. PRESIDENTE (Ulysses Guimarães)­AMesa ao apreciar as emendas ao projeto. ofere­ceu ao mesmo e vou submeter a votos o segumte:

Substrtutrvo, ressalvados os destaques:

Altera o Regimento Interno da AssembléiaNacional Constituinte.

Art l ' E facultada à maioria absoluta dosmembros da Assembléia Nacional Constítumtea apresentação de substitutivos a Títulos, Capítu­los. Seções e Subseções e de emendas a dispo­sitivos do projeto de Constituição.

§ 1" Caso sejam apresentados dois ou maissubstitutivos sobre a mesma matéria, terá priori­dade para votação aquele que obtiver o maiornúmero de subscritores; sendo estes em igualnúmero, terá preferência o oferecido em primeirolugar

§ 2° Os substitutivos e as emendas apresen­tadas com base neste artrqo terão preferência au­tomatica. não sendo submetida a votos e suaaprovação não prejudicará as demais emendas,salvo se forem de idêntico conteúdo.

§ 3° Se na votação da materia destacada nostermos deste artigo. não for alcançado quorumde maioria absoluta. repetir-se-á a mesma na ses­são sequmte, com 24 (vinte e quatro) horas deintervalo entre uma e outra, para decisão finaldo plena rio

Art. 2' Excetuadas as emendas populares,consideram-se prejudicadas todas as emendase destaques oferecidos em fases anteriores doprocesso de elaboração constitucional.

Art. 3' Publicado no "Diário da AssembléiaNacional Constituinte" e distribuído em avulsoso Projeto da Comissão de Sistematização, abrir­se-a o prazo de 7 (sete) dias para apresentaçãoque.

1-substitutivos e emendas coletivas, na formado art. 1 ;

11- emendas individuais. que deverão incidirsobre artigo, parágrafo. item ou alínea do projetode Constituição, limitadas ao número máximo de4 (quatro) para cada Constituinte.

§ 10 O Relator da Comissão de Sistematiza­ção terá o prazo máximo de 7 (sete) dias paraemitir parecer conclusivo pela aprovação ou rejei­ção da matéria, não podendo subernendá-la ouconcluir por substitutivo.

§ 20 Admitir-se-á, ainda. a fusão de emendasdesde que a proposição dela constante não apre­sente inovações em relação às emendas objetoda fusão, assinada pelos primeiros signatários dasemendas, que lhe deram origem, desde que enca­minhada à Mesa antes de ímcíada a votação res­pectiva.

§ 3~ É admitida a co-autoria de emendasapós a respectiva publicação.

Art. 4' Nas 72 (setenta e duas) horas que seseguiram à publicação do parecer do Relator, po­derão ser apresentados requerimentos de desta­que, limitados ao número máximo de 6 (seis)para cada Constituinte, que deverão incidir, notodo ou em parte, sobre o texto de emenda, indivi­dual ou popular, substitutivo ou dispositivo doprojeto de Constituição.

Art. 5° O requerimento de preferência paravotação dos destaques de que trata o artigo ante­rior deverá ser subscrito por, no mínimo, 56 (cín­qüenta e seis) Constituintes, e apresentado atéas 18 (dezoito) horas do dia que anteceder à apre­ciação do Título a que diga respeito. No casode ocorrer o término da votação no mesmo dia,a apresentação das preferências dar-se-á 2 (duas)horas antes de iniciada a votação do próximoTítulo.

§ 1" Terá prioridade para votação o requeri­mento de preferência que contiver maior númerode subscritores. salvo acordo em contrário.

§ 2" Os substitutivos, as emendas e os desta­ques aprovados ou rejeitados prejudicarão as pro­posições conexas

§ 3< Ausente o autor do requerimento. o des­taque não será submetido à deliberação do Plená­rio, salvo autorização por escrito do primeiro sig­natánc a um de seus subscritores.

Art. 60 Ao ser anunciada a votação de cadaTítulo do projeto de Constituição, será facultadoo uso da palavra aos Líderes de partidos ou aosConstituintes por eles indicados, bem assim aoRelator, pelo seguinte prazo:

a) partido com mais de 150 (cento e cínqúen­ta) representantes - 12 (doze) minutos;

b) partido com mais de 15 (quinze) e menosde 150 (cento e cinqüenta) representantes - 8(oito) minutos; ,

c) partido com até 15 (quinze) representantes- 5 (cinco) minutos;

d) Relator - 10 (dez) minutos.Art. 7° Serão permitidos destaques para

aprovação ou supressão de parte do projeto oude substitutivo, na forma do art 4°, consideran­do-se incluída ou excluída do texto respectivo àmatéria objeto do destaque, se este for aprovadopela maioria absoluta dos membros da Assem­bléia Nacional Constituinte.

Art. 8° Sem prejuízo do disposto no artigo an­terior, podera ser votado requerimento de desta­que. para votação em separado de partes do textodo Projeto ou ao Substitutivo, desde que subscritopor. no mínimo. 187 (cento e oitenta e sete) Cons­tituintes.

Parágrafo único. A matéria destacada na for­ma deste artigo somente será incluída no texto

constitucional se aprovada pela maioria absolutados membros da Assembleia Nacional Consti­tuinte. Caso não atinja este quorum será tida co­mo rejeitada, sem prejuízo das emendas que ha­jam sido destacadas para o mesmo texto.

Art. 9" Votar-se-á em primeiro lugar o Capí­tulo do respectivo Título seguido dos destaquese, sucessivamente. o grupo de emendas. confor­me tenham parecer favorável ou contrário.

§ 1" As emendas e os destaques aprovadosou rejeitados prejudicarão as proposições de rnê­nto conexas. salvo o disposto no § 2° do art. 10e no parágrafo único do art. 8°.

§ 29 No encaminhamento de votação de ma­téria destacada. poderão falar, por 5 (cinco) minu­tos. 5 (cinco) Constituintes: 2 (dois) a favor, compreferência para o Autor do destaque, 2 (dois)contra. e o Relator.

§ 3° A votação será realizada na ordem cres­cente dos Capítulos, Seções, Subseções e seusrespectivos artigos, não sendo admitido requeri­mento de preferência de um sobre outro.

Art. 10. Ocorrendo a rejeição de Capítulo ede suas respectivas emendas. será a sessão sus­pensa pelo prazo de até 48 (quarenta e oito) horas,devendo o Relator apresentar texto circunscritoà matéria existente, sem prejuízo da faculdadeatribuída à maioria absoluta dos membros da As­sembléia Nacional Constituinte, de oferecer texto.nas mesmas condições do Relator.

Parágrafo ÚnICO. Verificadaa hipótese previstaneste artigo, abrir-se-á um prazo de 24 (vinte equatro) horas para a apresentação de destaques.independentemente do principio da prejudiciali­dade. desde que subscritos por, no mínimo. 187(cento e oitenta e sete) Constituintes.

Art. 11. Concluída a votação do projeto, dasemendas e dos destaques, o Relator redigirá ovencido, para sua apreciação em segundo turno,no prazo de até 7 (sete) dias.

§ 10 Publicado o texto do Relator no "Diárioda Assembléia Nacional Constituinte" e distnbuí­do em avulsos, será a matéria incluída em Ordemdo Dia durante 5 (cinco) dias. para discussão emsegundo tumo.

§ 2" Durante a segunda discussão cada ora­dor poderá falar por 10 (dez) minutos uma únicavez, de acordo com a ordem de inscrição, e osLíderes por 20 (vinte) minutos.

§ 3° Durante a discussão em segundo turno,é facultada a cada Constituinte a apresentaçãode 4 (quatro) emendas supressívas, além de ou­tras destinadas a sanar omissões, erros ou contra­dições. ou para correção de linguagem

§ 4° Encerrada a discussão. o Relator emitiráparecer sobre as emendas. no prazo de 5 (cinco)dias, sendo a matéria, depois de publicada, sub­metida à votação.

Art. 12. Concluída a votação, com ou sememendas. a matéria será encaminhada a uma Co­missão de Redação integrada por Constituintesa serem designados pelo Presidente, entre esteso Relator. '

Parágrafo único. Apresentada a redação final,far-se-á a sua publicação no "Diário da Assem­bléia Nacional Constituinte" e em avulsos, sendoincluída em Ordem do Dia para votação em turnoÚnICO no prazo de 24 (vinte e quatro) horas. Noencaminhamento da votação, poderão usar dapalavra uma única vez, por 5 (cinco) minutos.2 (dois) representantes de cada partido.

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Dezembro de 1987 DIÁRIO DAASSEMBLÉIA NACIONAL CONSTITUINTE Quinta-feira 10 6091

Art. 13. Aos Constituintes. obedecido o siste­ma de rodízio, serão entregues, semanalmente.senhas a serem distribuídas ao público em geral,para ingresso às galerias.

Art. 14. Esta resolução entra em vigorna datade sua publicação, revogadas as disposições emcontrário.

O SR. PRESIDENTE (Ulysses Guimarães)­Os Srs, que o aprovam queiram permanecer co­mo estão. (Pausa.)

Aprovado

O Sr. José Genoíno - Sr. Presidente. peçoa palavra pela ordem.

O SR. PRESIDENTE (Ulysses Guimarães) ­Tem a palavra o nobre Constituinte.

O SR. JOSÉ GENoíNO (PT - SP. Semrevisão do orador.) - Sr. Presidente, peço verifi­cação.

O SR. PRESIDENTE (Ulysses Guimarães)­Estã deferido o pedido de verificação. Passa-seà chamada para a veríãcaçãc solicitada pelo nobreLíder José Genoíno.

Trata-se do Substitutivo da Mesa. Quem estiverde acordo e quiser aprovar o Substitutivo da mesa,dirá sim, quem quiser refutá-lo, dirá não, salvoos destaques oferecidos exclusivamente a estesubstitutivo.

O Sr. Brandão Monteiro - Sr. Presidente.peço a palavra pela ordem.

O SR. PRESIDENTE (Ulysses Guimarães)­Tem a palavra o nobre Constituinte.

O SR. BRANDÃO MONTEIRO (PDT - RJ.Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, estaCasa, ou melhor, o País gastou bilhões de cruza­dos com a instalação do painel eletrônido. E esta­mos procedendo a votações simbólicas que nosobrigam a questionar o quorum. Houve três trei­nos com todos os Constituintes aqui presentes.Pressupõe-se que todos nós sejamos razoavel­mente alfabetizados. daí a razão pela qual nãoentendemos por que não utilizamos o painel ele­trônico.

Esta é a questão de ordem que levanto a V.Ex", uma vez que o utilizamos na Comissão deSistematização.

O SR. PRESIDENTE (Ulysses Guimarães)­A MeSa informa ao nobre Líder que seu desejoera evidentemente o de usar o painel eletrônico.Convocou os Constituintes para uma experiênciae ficou comprovado ser preciso quese simulas­sem outras votações. Então, para nitidez e trans­parência das votações, peço paciência aos Srs.Constituintes. Quando iniciarmos novas votaçõesem janeiro. faremos quatro, cinco, seis votaçõesna primeira oportunidade, a fim de que tenhamoscerteza de que o painel registrará efetivamentea decisão dos Constituintes.

Confirmo que prorroguei a sessão até o temponecessário para a votação da matéria em pauta.

O Sr. José Costa - Sr. Presidente, peço apalavra pela ordem.

O SR. PRESIDENTE (Ulysses Guimarães)­Tem a palavra o nobre Constituinte.

O SR. JOSÉ COSTA (PMDB - AL. Semrevisão do orador. ) - Sr. Presidente, está'em

votação o Projeto de Resolução n° 21-A, de 1987?Nesse projeto de resolução, o § 4° do art. 13diz:

"Concluída a votação, com ou sem emen­das, a matéria será encaminhada a uma Co­missão de Redação integrada por Constituin­tes a serem designados pelo Presidente, entreestes o relator."

Assim, indago a V. Ex", para orientar o meuvoto, quantos são os membros dessa Comissãoe qual o critério a ser seguido por V. Ex', quea indicará e a comporá.

O SR. PRESIDENTE (Ulysses Guimarães)­Devo dizer a V. Ex" que este é um assunto quepoderei resolver da melhor maneira possível naocasião oportuna. e me aconselharei com os de­mais Constituintes, não me esquecendo de cha­mar V. Ex" para que me ajude a tomar decisãomais acertada.

O Sr. Bonifácio de Andrada - Sr. Presi­dente, peço a palavra pela ordem.

O SR. PRESIDENTE (Ulysses Guimarães)­Tem a palavra o nobre Constituinte.

O SR. BONIFÁCIO DE ANDRADA (PDS- MG.Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente,é preciso disciplinar os pedidos de verificação devotação de forma democrática e regimental.

Conforme o art. 70 do Regimento Intemo daAssembléia Nacional Constituinte, só pode haververificação de votação requerida por 35 Srs. Cons­tituintes ou lideres representando esse número.Se V.Ex" permitir que qualquer Constituinte peçaverificação de votação, entraremos num trabalhode desrespeito permanente ao Regimento.

O SR. PRESIDENTE (Ulysses Guimarães)­Não estando V.'Ex' na posição da Mesa, não podever que as lideranças que se manifestaram perfa­zem o quorum para a verificação de votação.

(Procede-se à votação.)

O SR. PRESIDENTE (Ulysses Guimarães)--;A Mesa leva ao conhecimento dos Srs. Consti­tuintes que a votação só poderá ser havida comoperfeita. e acabada após o término da apreciaçãode toda a matéria, de todos os destaques. A Mesaencarece a todos que prestem esse serviço àConstituinte e aoPaís, permanecendo no plenáriopara que possemos dar tramitação ao projeto deConstituição. Façam esse sacrificio pela Consti­tuinte e pela Nação dando número a esta votação.(Palrnas.)

Abstiveram-se de votar os Srs.:Mário Maia - PDT; Ulysses Guimarães _

PMDB.

O SR. PRE~íb~ (Ulysses Guimarães)-A Mesa vai proclamara resultado da votação.

SIM-435..NÃo- 48.Abstenção (ões)-2.Total-485.O Substítutívoesté aprovado.

Votaram SIM os Srs.:

Abigail Feitosa - PMDB; Acival Gomes ­PMDB; Adauto Pereira - PDS; Adolfo Oliveira

- PL; Adylson Motta - PDS; Aécio de Borba- PDS; Aécio Neves - PMDB;Affonso Camargo- PTB; Agassiz Almeida - PMDB; Agripino deOliveira Lima - PFL; Airton Cordeiro - PFL;Airton Sandoval - PMDB;Alarico Abib - PMDB;Albano Franco - PMDB; Albérico Cordeiro ­PFL; Albérico Filho - PMDB; Alceni Guerra ­PFL; Alércio Dias - PFL; Alexandre Costa - PFL;Alexandre Puzyna - PMDB; Alfredo Campos ­PMDB; Almir Gabriel - PMDB; Aloísio Vascon­celos - PMDB; Aloysio Chaves - PFL; AloysioTeixeira - PMDB;AluizioBezerra - PMDB;Aluí­zio Campos - PMDB; Álvaro Antônio - PMDB;Álvaro Pacheco - PFL;ÁlvaroValle- PL;AlyssonPaulinelli - PFL; Amaral Netto - PDS; AmilcarMoreira - PMDB; Ângelo Magalhães - PFL;Anna Maria Rattes - PMDB; Annibal Barcellos- PFL; Antero de Barros - PMDB;Antônio Britto- PMDB;Antônio Carlos Franco - PMDB;Antô-níocarlos Konder Reis - PDS; AntoniocarlosMendes Thame - PFL; Antônio de Jesus ­PMDB; Antonio Farias - PMB; Antonio Ferreira- PFL; Antonio Gaspar - PMDB;Antonio Mariz- PMDB;Antonio Perosa - PMDB; Antonio Sa-lim Curiati - PDS; Antonio Ueno - PFL; AmaldoFaria de Sá - PTB; Amaldo Martins - PMDB;Amaldo Moraes - PMDB;Arnaldo Prieto - PFL;Arnold Fioravante - PDS; Arolde de Oliveira ­PFL; Artenir Wemer - PDS; Artur da Távola ­PMDB; Asdrubal Bentes - PMDB; Assis Canuto- PFL; Átila Lira - PFL; Augusto Carvalho ­PCB; Áureo Mello - PMDB; Basílio ViIlani ­PMDB; Benedicto Monteiro - PMDB; Benito Ga­ma - PFL; Bemardo Cabral - PMDB; Bezerrade Melo - PMDB;Bonifácio de Andrada - PDS;Bosco França - PMDB; Caio Pompeu - PMDB;Cardoso Alves - PMDB; Carlos Alberto - PTB;Carlos Benevides - PMDB; Carlos Chiarelli ­PFL; Carlos Cotta - PMDB; Carlos De'Carli ­PMDB; Carlos Mosconi - PMDB; Carlos Sant'A­nna - PMDB; Carlos Vinagre - PMDB; CarlosVirgílio- PDS; Carrel Benevides - PMDB;CássioCunha Lima - PMDB; Celso Dourado - PMDB;César Cals Neto - PDS; Chagas Duarte - PFL;Chagas Neto - PMDB; Chagas Rodngues ­PMDB; Christóvam Chiaradia - PFL; Cid Sabóiade Carvalho- PMDB;Gáudio Ávila- PFL; CostaFerreira - PFL; Cristina Tavares - PMDB;CunhaBueno-PDS; Dálton Canabrava-PMDB;DarcyDeitos-PMDB; DarcyPozza-PDS; Daso Coim­bra - PMDB; Davi Alves Silva - PDS; Del BoscoAmaral - PMDB; Delfim Netto - PDS; DélioBraz-PMDB;DenisarAmeiro- PMDB;DionisioDal Prá - PFL; Dionísio Hage - PFL; Dirce TutuQuadros- PTB;Dirceu Cameiro- PMDB;Dival­do Suruagy - PFL; Djenal Gonçalves - PMDB;Domingos Leonelli - PMDB; Doreto Campanari- PMDB; Edison Lobão - PFL; Edivaldo Motta-PMDB; EdmeTavares-PFL; Eduardo Moreira- PMDB; Egídio Ferreira Lima - PMDB; ElielRodrigues - PMDB;Eliézer Moreira - PFL; EnocVieira- PFL; Eraldo Tinoco - PFL; Eraldo Trin­dade - PFL; Erico Pegoraro - PFL; Ervin Bon­koskí - PMDB;Etevaldo Nogueira - PFL; Eucli­des Scalco - PMDB; Eunice Michiles - PFL;Expedito Machado-PMDB; Ézio Ferreira-PFL;Fábio Feldmann - PMDB; Farabulini Júnior ­PTB;Fausto Fernandes - PMDB; Fausto Rocha- PFL; Felipe Mendes - PDS; Feres Nader ­PDT; Fernando Bezerra Coelho-PMDB;Fernan­do Gasparian - PMDB; Fernando Gomes -

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6092 Quinta-feira 10 DIÁRIO DA ASSEMBLÉIA NACIONAL CONSTITUINTE Dezembro de 1987

PMDB; Fernando Henrique Cardoso - PMDB;Fernando Lyra- PMDB; Fernando Santana ­PCB; Fernando Velasco- PMDB; Firmo de Cas­tro - PMDB; Flavio Palmier da Veiga - PMDB;Flávio Rocha - PFL; França Teixeira - PMDB;FranciscoArnaral- PMDB; Francisco Benjamim- PFL;Francisco Carneiro- PMDB; FranciscoCoelho- PFL; Francisco Diógenes- PDS;Fran­cisco Rollemberg- PMDB; Francisco Rossi ­PTB; Francisco Sales - PMDB; Furtado Leite­PFL; GabrielGuerreiro- PMDB; Gastone Righi- PTB; Genésio Bernardino - PMDB; GeovahArnarante- PMDB; GeovaniBorges - PFL;Ge­raldo Alckmin Filho - PMDB; Geraldo Campos- PMDB; GeraldoFleming- PMDB; Gerson Ca­mata - PMDB; Gerson Marcondes- PMDB; Gi­del Dantas - PMDB; Gilson Machado - PFL;Gonzaga Patriota - PMDB; Guilherme Palmeira- PFL;Gustavode Faria- PMDB; HarlanGade­lha - PMDB; Haroldo Sabóia - PMDB; HélioCosta - PMDB; Hélio Duque - PMDB; HélioManhães - PMDB; Henrique Córdova - PDS;HenriqueEduardo Alves - PMDB; Heráclito For­tes - PMDB; Hilário Braun - PMDB; HomeroSantos-PFL;HumbertoLucena-PMDB; Hum­berto Souto - PFL;Iberê Ferreira - PFL;IbsenPinheiro- PMDB; InocêncioOliveira - PFL;IrajáRodrigues- PMDB; Iram Saraiva- PMDB; Ira­puan Costa Júnior - PMDB; Ismael Wanderley- PMDB; Ivo Cersósímo - PMDB; Ivo Lech ­PMDB; Ivo Mainardi - PMDB; Ivo Vanderlinde- PMDB; Jacy Scanagatta - PFL;Jairo Azi ­PFL;Jairo Carneiro - PFL; Jalles Fontoura ­PFL;Jayme Pallarín - PTB; Jayme Santana ­PFL; Jessé Freire - PFL; Jesualdo Cavalcanti- PFL; Jesus Tajra- PFL;Joaci Góes - PMDB;João Agripino - PMDB; João Alves - PFL;JoãoCarlos Bacelar - PMDB; João Castelo - PDS;João da Mata - PFL; João Lobo - PFL; JoãoMachado Rollemberg - PFL; João Menezes ­PFL;João Natal- PMDB; João Rezek- PMDB;Joaquim Bevílacqua- PTB; Joaquim Francisco- PFL; Joaquim Hayckel- PMDB; Joaquim Su­cena - PMDB; Jofran Frejat-PFL; Jonas Pinhei­ro - PFL; Jorge Arbage- PDS;Jorge Bornhau­sen - PFL; Jorge Hage - PMDB; Jorge Leite- PMDB; Jorge Uequed - PMDB; Jorge Vianna- PMDB; José Agripino - PFL; José Camargo- PFL;José Carlos Coutinho- PL; José CarlosGrecco- PMDB; José CarlosMartinez - PMDB;Jose CarlosSabóia'-PMDB; José CarlosVascon­celos - PMDB; José da Conceição - PMDB;José Dutra - PMDB; José Egreja - PTB; JoséElias- PTB; José EliasMurad- PTB; José Fo­gaça - PMDB; José Freire - PMDB; José Ge­raldo- PMDB; José Guedes - PMDB; José Igná­cio Ferreira - PMDB; José Jorge - PFL;JoséUns - PFL; José Lourenço - PFL; José Luizde Sá - PL; José Luiz Maia- PDS;José Mara­nhão - PMDB; José Melo- PMDB; José Men­donça Bezerra- PFL;José Moura- PFL;JoséQueiroz- PFL; José Richa- PMDB; José San­tana de Vasconcellos - PFL; José Serra- PMDB;José Teixeira - PFL; José Thomaz Nonê - PFL;José Tinoco - PFL; José Ulisses de Oliveira ­PMDB; José Viana- PMDB; Jovanni Masini '­PMDB; Júlio Campos - PFL; Júlio Costamilan- PMDB; Jutahy Júnior - PMDB; Jutahy Maga­lhães - PMDB; Koyu lha - PMDB; Lael Varella- PFL; Leite Chaves - PMDB; Lélio Souza ­PMDB; Leopoldo Bessone - PMDB; Leopoldo

Peres - PMDB; Leur Lomanto - PFL; Levy Dias- PFL; Lourival Baptista - PFL; Lúcia Braga- PFL; Lúcia Vânia - PMDB; Lúcio Alcântara- PFL; LuísEduardo - PFL; LuisRobertoPonteAlberto Rodrigues- PMDB; Luiz Freire- PMDB;Luiz Leal - PMDB; Luiz Marques- PFL; LuizSoyer - PMDB; Luiz Viana - PMDB; MaguitoVilela - PMDB; Maluly Neto- PFL; ManoelCas­tro - PFL; Manoel Moreira - PMDB; ManoelRibeiro-PMDB; ManuelViana-PMDB; MarceloCordeiro- PMDB; MárciaKubitschek- PMDB;MárcioBraga-PMDB; MárcioLacerda- PMDB;MarcoMaciel - PFL;MarcondesGadelha- PFL;MarcosUma - PMDB; Mariade LourdesAbadia- PFL;MariaLúcia- PMDB; Mário Bouchardet- PMDB; MárioCovas-c- PMDB; MárioUma -PMOB; Matheus Iensen - PMOB; Mattos Leão- PMDB; Maurício Campos - PFL; MaurícioFruet - PMDB; Maurício Nasser - PMDB; Mau­rício Pádua - PMDB; Maun1io Ferreira Uma ­PMDB; MauroBenevides- PMDB; Mauro Cam­pos - PMDB; Mauro Miranda- PMDB; MauroSampaio - PMDB; Max Rosenmann - PMDB;Meira Filho- PMDB; MeloFreire- PMDB; MelloReis - PDS; Mendes Botelho - PTB; MendesCanale- PMDB; Mendes Ribeiro - PMDB; Mes­sias Góis- PFL; MessiasSoares - PTR; MichelTemer - PMDB; Milton Barbosa - PMDB; MiltonReis- PMDB; Mozarildo Cavalcanti - PFL;Mus­sa Demes - PFL; Myrian Portella- PDS;NaborJúnior - PDT; NaphtaliAlves de Souza- PMDB;Narciso Mendes - PDS; Nelson Carneiro ­PMDB; Nelson Jobim - PMDB; Nelson Sabrá- PFL; Nelson Wedekin - PMDB; Nelton Frie­drich - PMDB; NilsoSguarezi - PMDB; NilsonGibson- PMDB; NionA1bemaz - PMDB; NyderBarbosa - PMDB; OctávioElísio- PMDB; Oda­cirSoares - PFL;OrlandoBezerra- PFL;OscarCorrêa - PFL;Osmar Leitão- PFL; OsmundoRebouças - PMDB; OsvaldoBender - PDS;Os­valdoCoelho-PFL; OsvaldoSobrinho-PMOB;OswaldoAlmeida- PL; Oswaldo Uma Filho ­PMDB; OswaldoTrevisan- PMDB; Ottomar Pin­to - PTB;Paes de Andrade - PMDB; Paes Lan­dim - PFL;Paulo Macarini - PMDB; Paulo Mar­ques - PFL; Paulo Mincarone - PMDB; PauloPimentel - PFL;Paulo Ramos - PMDB; PauloRoberto Cunha - PDC; Paulo Silva - PMDB;Paulo Zarzur - PMDB; Pedro Canedo - PFL;Pedro Ceolin- PFL; Pimenta da Veiga- PMDB;Plínio Martins - PMDB; Pompeu de Sousa ­PMDB; RachidSaldanha Derzi - PMDB; Raimun­do Bezerra - PMDB; Raquel Cândido - PFL;RaulBelém-PMDB; RaulFerraz-PMDB; Rena­to Johnsson - PMDB; Renato Vianna - PMDB;Ricardo Fiuza - PFL; Ricardo Izar- PFL; RitaCamata - PMDB; Rita Furtado - PFL; RobertoAugusto - PTB; Roberto Balestra - PDC; Ro­berto Brant - PMDB; Roberto Campos - PDS;RobertoFreire- PCB; RobertoJefferson - PTB;Roberto Rollemberg - PMDB; Roberto Vital ­PMDB; Robson Marinho - PMDB; RodriguesPal­ma - PMDB; Ronaldo Cezar Coelho - PMDB;RonanTito- PMDB; RonaroCorrêa- PFL; RosaPrata- PMDB; Rosede Freitas- PMDB; RubemBranquinho - PMDB; Rubem Medina - PFL;RubenFigueiró-PMDB; Ruberval Pilotto-PDS;RuyBacelar- PMDB; RuyNedel- PMDB; SadieHauache - PFL; Samir Achôa - PMDB; SarneyFilho- PFL; Saulo Queiroz- PFL;Sérgio Brito- PFL; SérgioWerneck- PMDB; Severo Gomes

- PMDB; Sílvio Abreu - PMDB; Simão Sessírn- PFL; Siqueira Campos - PDC; Sólon Borgesdos Reis - PTB; Sotero Cunha - PDC; StélioDias-PFL;TeotonioVilela Filho-PMDB; Theo­doro Mendes- PMDB; Tito Costa- PMDB; Ubi­ratan Aguiar- PMDB; UbiratanSpinelli - PDS;Valmir Campelo - PFL; Valter Pereira - PMDB;Vicente Bago - PMDB; Victor Faccioni - PDS;Victor Fontana - PFL; Victor Trovão- PFL; Viei­ra da Silva- PDS;Vingt Rosado - PMDB; Vini­cius Cansanção - PFL; Virgildásio de Senna ­PMDB; Virgílio Galassi- PDS;Virgílio Távora ­PDS; Wagner Lago - PMDB; Waldec Ornélas- PFL; Waldyr Pugliesi - PMDB; Walmor deLuca - PMDB; Wilson Martins - PMDB; ZizaValadares- PMDB.

VotaramNÃo os Srs.:

Adhemar de Barros Filho - PDT; AdroaldoStreck - PDT; AldoArantes- PC do B;AmauryMüller - PDT; Benedita da Silva- PT;Beth Azize- PSB;BocayuvaCunha - PDT;Brandão Mon­teiro - PDT; Carlos AlbertoCaó - PDT;CarlosCardinal- PDT; Céliode Castro- PMDB; CésarMaia- PDT;Edésio Frias - PDT;Edmilson Va­lennrn - PC do B; Eduardo Bonfim - PC doB; Eduardo Jorge - PT; Florestan Fernandes- PT;F1oriceno Paixão- PDT;Gumercindo Mi­lhomem - PT;HaroldoUma - PCdo B;HermesZaneti- PMDB; Irma Passoni - PT;Jamil Had­dad - PSB; João Paulo - PT; José Costa ­PMDB; José Genoíno - PT; José Maurício ­PDT; José PauloBísol - PMDB; Juarez Antunes- PDT; Lídiceda Mata PC do B; Luiz Gushiken- PT; Luiz Inácio Lula da Silva- PT; LuizSalo-mão - PDT;Lysâneas Maciel - PDT;MaurícioCorrea - PDT; Moema São Thiago - PDT;Nel­son Aguiar - PDT;Nelson Seixas - PDT;Noelde Carvalho- PDT; Paulo Delgado - PT;PauloPaim- PT;Plínio ArrudaSampaio - PT;RaquelCapiberibe - PMDB; Tadeu França - PMDB;Uldurico Pinto - PMDB; Vasco Alves - PMDB;Virgílio Guimarães-PT; Vivaldo Barbosa-PDT.

o SR. PRESIDENTE (Ulysses Guimarães)­A Mesa, antes de anunciar a próxima matéria,se permite, mais uma vez,lembrar apelo a todosos Srs, Constituintes no sentido de que lhe em­prestem a indispensável colaboração que ultimea votação da modificação do Regimento, a flrnde que depois se processem todos os atos neces­sários a que, no começo de janeiro, possamosvotar a matéria constitucional.

O Sr. José Genoíno Sr. Presidente, peço apalavrapela ordem.

O SR. PRESIDENTE (Ulysses Guimarães)­Tem a palavrao nobre Constituinte.

O SR. JOSÉ GENOíNO (PT - SP. Sem revi­são do orador.) - Sr. Presidente, considerandoque vamos agora apreciaros destaques ao Projetode Resolução rr 21-A considerando ainda quecada destaque terá encaminhamento favorável doautor e outra contra, pergunto à Mesa se podeinformarà Casa quantos destaques temos a apre­ciar. Ocorre que a matéria só será consideradaaprovada depois de apreciados todos os desta­ques. É necessário ainda que haja o quorumde 280 Constutuintes.Caso não exista este quo­rum, a matéria não será aprovada.

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Dezembrode 1987 DIÁRIO DAASSEMBLÉIA NACIONAL CONSTITUINTE Quinta-feira 10 6093

o SR. PRESIDENTE (Ulysses Guimarães)­São seis os destaques.

O Sr. Vivaldo Barbosa) - Sr. Presidente, peçoa palavra pela ordem.

O SR. PRESIDENTE (Ulysses Guimarães )- Tem a palavra o nobre Constituinte.

O SR. VIVALDO BARBOSA (PDT - SP.Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, solicitoa V. Ex' um esclarecimento sobre a votação dosdiversos destaques que virão a seguir. até paraevitar votações eventualmente desnecessárias.Encareceria a V. Ex' um esclarecimento, certa­mente ouvindo o nobre Relator. Não obstante aaprovação, ocorrida agora, do Substitutivo doeminente Relator, no projeto de Resolução subsis­tem o teor e a proposta do § 2° do art. 23, quepermite a apresentação de emenda substitutiva,mesmo que atinja diversos artigos e dispositivos,inclusive capítulos, seções e subseções. Mas, emse tratando de matéria correlata, na forma do §2', do art. 23, não se exige número de assinantesque representem a maioria absoluta do Plenário,e sim que a emenda se enquadre naqueles quatroitens em que é permitida a cada constituinte asua apresentação. Peço a V. Ex' um esclareci­mento nesse sentido para todo o Plenário.

O SR. PRESIDENTE (Ulysses Guimarães)­Primeiro, é preciso que seja votada toda a matéria.O Substitutivo já o foi. Em segundo lugar, comoa questão levantada por V. Ex" fez remissão aotexto sobre a matéria semelhante do Substitutivoque está sendo alterado, dada a importância dotema e em homenagem a V.Ex',a Mesa estudarásua questão de ordem para lhe dar uma respostano momento oportuno, possivelmente amanhã.

O SR. PRESIDENTE (Ulysses Guimarães) ­Vou submeter a votos a seguinte matéria desta­cada, constante no texto do § 2°, do artigo l Ç

,

do substitutivo da Mesa, ao Projeto, para supres­são das expressões:

"Automática, não sendo"

O SR. PRESIDENTE (Ulysses Guimarães) ­Quer o Constituinte Mário Covas, que do textodo substitutivo que acaba de ser aprovado hajasupressão dos termos "automática não sendo".Esta é a emenda a propósito da qual o destaqueestá sendo apreciado neste instante e vai ser postoa voto. Para melhor esclarecer se é preciso, oque deseja o nobre Líder Mário Covas é que apreferência, no caso da emenda chamada cole­tiva, com 280 votos, seja votada pelo Plenário,ao passo que o texto que acaba de ser aprovado,o texto da Mesa, considera a preferência natural,a preferência automática para aqueles substitu­tivos ou emendas que tenham 280 assinaturas.

O SR. PRESIDENTE (Ulysses Guimarães) ­Tem a palavra o Sr. Constituinte MárioCovas paraencaminhar a votação do Requerimento de Des­taque.

O SR. MÁRIO COVAS (PMDB - SP. Semrevisão do orador.) - Sr. Presidente, Srs. Consti­tuintes, tentarei atender ao apelo de V.Ex"e tão­somente fazer uma ligeira exposição sobre as ra­zões e mais do que razões, sobre os fundamentosnos quais me baseio para a apresentação destedestaque. .

Quero, Sr. Presidente, declarar desde logo queV. Ex", na sua imensa capacidade de mediaçãoe atendendo às responsabilidades que a presi­dência lhe confere, houve por bem, já na quarta­feira passada, anunciar a sua disposição de tentarvencer determinados impasses surgidos na vota­ção de Regimento Interno e apresentar uma pro­posta que pudesse, sustentada pelo prestigio daprópria Mesa, resolver o problema. Devo dizer queV. Ex' superintendeu, em várias das etapas, astentativas de acordo relativas à proposta de altera-:ção do Regimento Interno e, com a sabedoriaque lhe é peculiar no exercício desse cargo, houvepor bem apresentar um substitutivo, no qual ín-!corporou, na maioria dos seus artigos todos osdispositivos em relação aos quais teria havidoacordo, incluindo um outro que - até por nãoter havido acordo - na sugestão de V.Ex" deveria,ser no Plenário, submetido a votos. Quero dizera V. Ex" que concordamos inteiramente com adisposição, até por que, quando efetivamente nãose consegue uma adesão total pelo mecanismode entendimento, nada mais justo e razoável 'doque o mecanismo do voto para se chegar à deci­são de uma matéria. Quero dizer que, delíberada-:mente, o Relator da Mesa apresentou a matériaassim, de tal maneira que se pudesse disputarou oferecer solução para a Presidência, atravésde votos, neste capítulo.

Portanto, ao pretender o destaque, não estamosindo contra o Substitutivo da Mesa; ao contrário,estamos simplesmente aderindo a um mecanis­mo, encontrado por ela própria, mediante o qualvotamos o substitutivo como um todo - assimvotaremos, segundo convicção específica a res­peito desta matéria, mas o que é que respeitaou que limita esta divergência? É o seguinte, Sr.Presidente: o substitutivo anteriormente aprovado'- e finalmente esta disposição foi incorporadaao Substitutivo da Mesa - diz respeito aos meca­nismos pelos quais esta reforma regimental abriua possibilidade de emendas substitutivas, no meumodesto entender um procedimento inadequadopara votação de uma Constituição, já que umprocesso constitucional exige maioria, artigo porartigo. Mas essas maiorias são flutuantes, mudamde artigo para artigo. E outras palavras, a maioriaque vota a transformação de Território em Estadonão é a mesma maioria que vota a parte social,de direitos, dos trabalhadores, por exemplo, ouos direitos políticos. Portanto em cada artigo, háque se construir uma maioria, razão pela quala emenda substitutiva aparece como algo queviolenta este processo. Se a emenda substitutivafosse permitida desde o início, o meu partido,que aqui chegou com 305 Constituintes, apresen­tando a sua emenda substitutiva, teria concluídoa votação da Constituição em pouco mais de umasemana. Exatamente para se impedir isso e per­mitir que todas as parcelas aqui presentes possamser parte do processo constituinte é que a emendasubstitutiva sempre foi proibida. Mas, agora, aaprovação de mudança regimental, a despeitodesta opinião, por vontade da maioria. levou àadmissão da emenda substitutiva.

-Todavia, para ser apresentada, a emenda subs­titutiva tem que ter aval de 280 assinaturas. Ora,criou-se, portanto, quorum qualificado, para atramitação, de 280 assinaturas. O ponto exatoque se discute nesse destaque é se o fato deexistir em 280 assinaturas faz prescindir ou não

a necessidade de uma votação para a preferência.O projeto anterior, tal qual o atual e a Mesa ofez para que se pudesse votar a respeito - deter­minava que as 280 assinaturas conferiam auto­maticamente a preferência. Nós, entretanto sus­tentamos que a eXistência de 280 assinaturas dácurso à rnátêría, mas efetivamente, não dispensapara efeito de, preferência, a votação da prefe­rência. Tenho ouvido, contra este argumento, esteoutro: de que adianta votar a preferência de algoque é subscrito por 280 assinaturas - resolveresse problema por maioria simples - para de­pois, ter que votar, e aí por maioria absoluta, omérito da questão? Ora, se o mérito da questãofor aprovado, necessariamente a preferênciasedará. Isso não é bem verdade, Sr. Presidente. Emprimeiro lugar, com isso, quebra-se um conceitoda tradição parlamentar, onde a assinatura é ummecanismo para trânsito, não para decisão. A de­cisão se dá sempre através de voto.

Em segundo lugar, Sr. Presidente, ele poderiaoferecer algumas alternativas em que esse pro­cesso se mostraria profundamente danoso. Emrealidade, o que importa considerar é que, na'medida em que as assinaturas conferem automa­ticamente a preferência, esta gera um efeito queé inverter a ordem de votação. E porque geraum efeito, necessariamente tem que passar pelovoto. .-

Portanto, Sr. Presidente, parece-me absoluta­mente lógico que, independentemente das 280,assinaturas, se deva votar a preferência.

Há alguns minutos eu dava uma entrevista, on-:de me perguntavam: mas, afinal porque a dife­rença entre o voto e a assinatura? Eu a simplificavade forma corriqueira e talvez rude, pouco apro­priada, da seguinte maneira: cada um de nós,que é eleitor e que, portanto, elege o seu Depu­tado, o s17u Senador, o seu Governador e espero,que no ano que vem, o seu Presidente da Repú­blica, se habilita a fazê-lo quando assina um papelque se chama título eleitoral, mas só concorre'para o resultado no instante em que, na data da:eleição, comparece à junta, assinala uma cédula:úníca e coloca o voto dentro da uma. Potencíalémente, a existência do título e a assinatura dão>nos condição para votar, mas o voto e a decisão.só acontecem no instante em que se vota.

Maisdo que isso, Sr. Presidente, há um segundo­dispositivo que cria o mesmo efeito do que aquele:das 280 assinanturas: é o que determina a permís­são do pedido de destaque para votação em sepaarado, O destaque para a votação em separado'gera o mesmo efeito que o pedido de votaçãode emenda substitutiva e também exige-se quo.'rum qualificado de assinaturas para poder ser'apresentado: 187, dizo projeto. Mas ambos geramlum efeito no mesmo instante em que são apres­sentados se a preferência for concedida sem voto,E, por isso houve uma concordânci de que, no I

caso da emenda para a votação em separadoxalém das 187 assinaturas, se votasse a preferên>cía, para que ? pedido de votação em separado"fosse válido. E o que está constando do art. 111do referido projeto substitutivo da Mesa.

Portando, Sr. Presidente. a mesma regra que­vale para a apresentação de destaque, para a vota­ção em separado, há que necessariamente valerpara aquilo que seja a emenda substitutiva.

Para concluir, quero dizer que este não é um.problema político nem idielógico. O que se vota

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neste instante é na realidade, a visão de cadaum de nós sobre o comportamento da Assem­bléia Nacional Constituinte. Qual a forma maisdemocrátíca de dar curso às decisões? Segura­mente quem tiver 280 votos será sempre vitorioso,mas na realidade, neste instante, o que está emvotação, o que se define é a rigor, se o mecanismomais correto para uma decisão que terá efeitoprático é ou não ovoto. Por tudo isso, muitoobrigado, Sr. Presidente.

o SR. PRESIDENTE (Ulysses Guimarães)­Tem a palavra o Sr. Constituinte Bonifácio deAndrada para encaminhar a votação.

O SR. BONIFÁCIO DE ANDRADA (PDS­MG. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente,S!'"'e Srs, Constituintes, em primeiro lugar: nossa~palavras de aplauso e de homenagem ao Presí­dente Ulysses Guimarães e à Mesa pela propo­sição (palmas) que encaminharam a este Plena­rio elaborada pela Mesa e que contém, ao ladode 'várias providências sobre reforma regimenta,I,teses e pontos de vista consagrados pelo movi­mento ou pelo partido do "Centrão". ,.

O destaque do eminente Senador Máno Covasé contra o projeto de resolução da Mesa e o enten­dimento do § 2°do art. loS. Ex' se coloca, portan­to, contra a Mesa presidida por esse emin~nte

brasileiro (palmas), Presidente Ulysses GUima-rães. .

Sr. Presidente, qual o argumento do eminenteSenador Mário Covas, neste Plenário, fora destePlenário e sobretudo nos telefones? Qual o argu­mento de S. Ex'? É o de que a preferência automá­nca, a preferência implícita nos substitutivos, co~a assinatura de 280 Constituintes, fere a teonados regimentos da Assembléia Constituinte, daCâmara, do Senado e do Congresso Nacional.S. Ex' insinua mesmo que a preferência automá-tica é antídernocrática, _

Sr. Presidente, à primeira vista, confesso. a V.Ex' que o argumento que o eminente Líder espa­lhou por esta Casa, pelos corredores, pelos nossosamplos salões, pelas linhas telefônicas e pelosseus adjuntos, nos assustou, e fomos, com o aUXÍ­lio de outros companheiros, verificar ~e realmentea preferência automática é antidemocráti~,:e an.ti­regimental, se ela não existe e se a tradição naoa conhece. ,

Sr. Presidente, examinamos não, o Regimentodo Senado, mas o desta Casa, para o qual peç?a atenção do eminente Líder Mário Covas. O Regi­mento da" Câmara, no art. 189, estabelece, deforma clara e inequívoca, que uma série de propo­sições têm preferência automática - inclu"si~e

os substitutivos de Comissões têm preferênciaautomática na votação sobre os projetos. (Pal­rnas.)

Mas, Sr. Presidente, nós não poderíamos ir atanto. O substitutivo da Mesa está sendo votadopor uma preferência auto~~tica;Para aca~ar comessa preferência autornátíca e que os ilustresConstltumtes pediram preferência para um outrosubstitutivo. Quer dizer, nós não pedimos prefe­rência nem a Mesa pediu preferência, para osubsti~tivo que estamos votando, porque substí­tutivo tem preferência automática. (Palmas.)

Mas, Sr. Presidente, poderia o nobre Líder MárioCovas dizer que as preferências automáticas sóexistem em matérias de legislação ordinária. Se

S. Ex"efírmasse isso - mas não afirmou, - diría­mos também que nisso estaria errado.

O Regimento comum do Congresso Nacional,no seu art.72, dizo seguinte:

"As propostas de emenda constitucionalassinadas por dois terços dos membros decada Casa do Congresso Nacional têm prefe­rência automática sobre todas as outras."

E sabemos, Sr. Presidente, que para uma pro­posta de emenda constitucional ser apresentadabasta a assinatura, de apenas, um terço dos mem­bros do Senado e dos membros da Câmara dosDeputados, de modo que, quando se fixa um quo­rum de dois terços, cria-se uma preferência auto­mática. Perguntamos a V. Ex', Sr. Presidente: seexistem tantas preferências automáticas no Regi­mento e na votação da matéria constitucional,por que não dar preferência ~utomáticapara un:substitutivo, assinado por mais de duzentos e OI­

tenta Constituintes? .Sr. Presidente, esta é uma providência perfeita­

mente ancorada na tradição regimental das Casasdo Cogresso Nacional e no próprio CongressoNacional, quer em matéria de legislação ordinária,quer em matéria de elaboração constitucion~,

em tramitação e proposta de emenda à Consti­tuição. Querer vetar preferências é criar dificul­dades ao funcionamento do Plenário da Assem­bléia Constituinte, como agora há pouco nos fala­va o nobre Líder Gastone Righi e dizia, acrescen­tando a tanto, o nobre Líder Carlos Sant'Anna:"é fazer uma batalha ou criar uma tempestadeem um copo d'água".

Não, Sr. Presidente, o que queremos é apressaro processo Constituinte. (Muito}'em. Palrnas.) ?que queremos, Sr. Presidente e dar a este PaIS,o quanto antes, uma Constítuíçâo.Se tem~s ~80

assinaturas num documento, que e o substitutivo,para preferência a títulos ou a capítulos no proj~to

constitucional, deveremos ter esta automáticapreferência, como têm o Deputado e o Senadorquando encaminham uma proposta de reformaconstitucional, com dois terços de assinaturas dasduas Casas do Congresso Nacional.

Não, Sr. Presidente, a posição do "Centrão",apoiando decisivamente o projeto de resoluçãoda Mesa da Assembléia Nacional Constituinte, éde fato coerente com as melhores tradições, nãosó de ordem democrática, mas na vida regimentaldesta instituição e sobretudo da Assembléia Na­cional Constituinte.

Por aí, Sr. Presidente, tem-se feito uma sériede intrigas a respeito da atitude do nosso grupo,mas queremos repetir, como dissemos on~em,

que defendemos substancialmente duas. COisas:o-voto da maioria, constatável para a feitura daCarta Magna brasileira, e em seguida, a aberturaao diálogo, diálogo harmonioso, cordial, para queesta Casa consiga o consenso necessano à vota­ção d~ matéria constitucional. (Palmas.)

O Sr. Osvaldo Macedo - Sr. Presidente, pe­ço a palavra pela ordem.

O SR. PRESIDENTE (Ulysses Guimarães)­Tem a palavra o nobre Constituinte.

O SR. OSVALDO MACEDO (PMDB- PRoSem revisão do orador.) - Sr. Presidente, pergun­to a V.Ex' como Presidente da Assembléia Nacio­nal Constituinte, que aprovou o substitutivo que

se pretende emendar, se, aprovado o substitutivono original, permitindo-se, portanto, que as prefe­rências sejam obtidas apenas com a assinaturade 280 constituintes sem a sua presença, nãose poderá usar o expediente de, não havendoquorum na primeira votação nem na segunda,se apresentarem indefinidamente preferências eabaixo-assinados para postergar os trabalhos daConstituinte e, portanto, frustrar o trabalho quea Nação inteira espera da Assembléia NacionalConstituinte.

O SR. PRESIDENTE (Ulysses Guimarães) ­A questão levantada por V.Ex"pressupõe, primei­ro, que haja decisão sobre o destaque.

O Sr. Bonifácio de Andrada - Sr. Presi­dente, peço a palavra pela ordem.

O SR. PRESIDENTE (Ulysses Guimarães)­Tem a palavra o nobre Constituinte.

O SR. BONIFÁCIO DE ANDRADA (PDS- MG.Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente,o voto "não" é contra o destaque do ilustre Consti­tuinte Mário Covas?

O SR. PRESIDENTE (Ulysses Guimarães)­O voto "sim" aprova o Destaque Mário Covas.Se for aprovado o destaque requerido pelo nobreConstituinte Mário Covas, a votação automáticanão será admitida. O voto não confirmará o textoou o substitutivo da Mesa.

O Sr. Roberto Freire - Sr. Presidente, estra­nha-me o fato de o Constituinte Bonifácio de An­drada, que encaminhou a votação, não saber vo­tar.

O SR. BONIFÁCIODEAND~A-Agra­deço ao Constituinte Roberto Freire.

O SR. PRESIDENTE (Ulysses Guimarães)­Passa-se à chamada.

(Procede-se a votação.)

O SR. PRESIDENTE (Ulysses Guimarães) ­A Mesa vai proclamar o resultado da votação.

SfM-194.NÃO-265.Abstenção (ões) - 4.Total-463.O Destaque está rejeitado.

Votaram SIM os Srs.:

Abigail Feitosa - PMDB; Adhemar de BarrosFilho - PDT; Adroaldo Streck - PDT; AdylsonMotta - PDS; Aécio Neves - PMDB; AffonsoCamargo - PTB; Agassiz Almeida - PMDB;Aír-.ton Sandoval - PMDB; Aldo Arantes - PC doB' Almir Gabriel - PMDB; Aluizio Bezerra ­PMoB' Amaury Müller - PDT; Anna Maria Rattes- PMDB' Antero de Barros - PMDB; AntônioBritto - 'PMDB; Antôniocarlos Konder Reis ­PDS; Antonio Gaspar - PMDB; Antonio Mariz- PMDB;Antonio Perosa - PMDB;Arnaldo ~ar­

tins - PMDB; Artur da Távola - PMDB; AtilaLira- PFL;Augusto Carvalho - PCB: BenedictoMonteiro - PMDB;Benedita da Silva - PT; Ber­nardo Cabral - PMDB; Beth Azize - PSB; Bo­cayuva Cunha - PDT; Brandão Monteiro - PDT;Carlos Alberto Caó - PDT; Carlos Cardinal ­PDT' Carlos Cotta - PMDB; Carlos Mosconi ­PMDB; Cássio Cunha Lima - PMDB; Célio de

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Dezembro de 1987 DIÁRIO DA ASSEMBLÉIA NACIONAL CONSTITUINTE Quinta-feira 10 6095

Castro- PMDB; Celso Dourado- PMDB; CésarMaia- PDT; Chagas Rodrigues - PMDB; CidSabóia de Carvalho - PMDB; Cristina Tavares-PMDB; DarcyDeitos-PMDB; DirceTutu Qua­dros - PTB;Dirceu Carneiro- PMDB; Domin­gos Leonelli - PMDB; Doreto Campanari ­PMDB; Edésio Frias - PDT;Edmilson Valentim- PCdo B;Eduardo Bonfim- PCdo B;EduardoJorge - PT; Eduardo Moreira- PMDB; EgídioFerreira Lima - PMDB; Euclides Scalco ­PMDB; Fábio Feldmann - PMDB; Fernando Be­zerra Coelho - PMDB; Fernando Gasparian ­PMDB; Fernando Henrique Cardoso - PMDB;Fernando Lyra - PMDB; Fernando Santana ­PCB; Firmo de Castro - PMDB; Florestan Fer­nandes - PT; Floriceno Paixão- PDT; FrançaTeixeira - PMDB; Francisco Küster - PMDB;Francisco Rollemberg- PMDB; Francisco Rossi- PTB; Gabriel Guerreiro - PMDB; GeovahAmarante - PMDB; Geraldo Alckmin Filho ­PMDB; GeraldoCampos-PMDB; Gerson Cama­ta - PMDB; Gerson Marcondes - PMDB; Gon­zaga Patriota - PMDB; Gumercindo Milhomem- PT; Harlan Gadelha ----' PMDB; Haroldo Lima- PCdo B;HaroldoSabóia - PMDB; HélioCosta- PMDB; Hélio Manhães- PMDB; HenriqueCór-dova - PDS;Hermes Zaneti - PMDB; Ibsen Pi­nheiro - PMDB; Irajá Rodrigues --= PMDB; lramSaraiva - PMDB; Irma Passoni - PT; Ivo Lech- PMDB; Ivo Mainardi - PMDB; Jamil Haddad- PSB;Jesualdo Cavalcanti - PFL; Joaci Góes- PMDB; João Agripino - PMDB; João CarlosBacelar- PMDB; João Paulo- PT;Jorge Hage- PMDB; Jorge Uequed - PMDB; José CarlosGrecco - PMDB; José Carlos Sabóia - PMDB;José Costa - PMDB; José da Conceição ­PMDB; José Fogaça - PMDB; José Genoíno ­PT;José Guedes - PMDB; José IgnácioFerreira- PMDB; José Maurício - PDT; José PauloBisol- PMDB; José Richa - PMDB; José Serra -PMDB; José Viana- PMDB; Jovanni Masini ­PMDB; Juarez Antunes- PDT; Júlio Costamilan- PMDB; Jutahy Júnior - PMDB; Jutahy Maga­lhães - PMDB; Koyulha - PMDB; LeiteChav~- PMDB; LélioSouza - PMDB; Lídiceda Matá- PC do B; Lúcia Braga - PFL; Luiz AlbertoRodrigues - PMDB; Luiz Gushiken - PT; LuizInácioLulada Silva- PT;Luiz Salomão - PDT;Luiz Viana - PMDB; Lysâneas Maciel - PDT;Maguito Vilela - PMDB; Marcelo Cordeiro -Márcio Braga - PMDB; Márcio Lacerda ­

PMDB; Maria de Lourdes Abadia - PFL;MárioCovas- PMDB; Mário Lima~ PMDB; Mário Maia- PDT; Maurício Corrêa - PDT; Mauricio Fruet- PMDB; Maurílio FerreiraLima- PMDB; MauroCampos - PMDB; MendesBotelho- PTB; Men­des Canale - PMDB; Michel Temer - PMDB;Moema São Thiago - PDT; Myrian Portella ­PDS; Nelson Aguiar- PDT; Nelson Cameiro ­PMDB; Nelson Jobim - PMDB; Nelson Seixas- PDT; Nelson Wedekin- PMDB; Nelton Frie­drich - PMDB; Nilso Sguarezi - PMDB; NionA1bemaz - PMDB; Noel de Carvalho - PDT;Octávio Elísio- PMDB; Osmir Lima - PMDB;Osvaldo Macedo - PMDB; Oswaldo Lima Filho- PMDB; Paes de Andrade- PMDB; Paulo Del­gado - PT;PauloMacarini - PMDB; PauloPaim- PT; Paulo Ramos - PMDB; Paulo Silva ­PMDB; Pimenta da Veiga- PMDB; Plínio ArrudaSampaio - PT; Pompeu de Sousa - PMDB;Raimundo Bezerra - PMDB; Raquel Capiberibe

~ PMDB; Raul Belém - PMDB; Raul Ferraz ­PMDB; Renato Vianna - PMDB; RitaCamata ­PMDB; Roberto Freire - PCB; Roberto Rollem­berg - PMDB;.Robson Marinho - PMDB; Ro­naldo Aragão - PMDB; Ronaldo Cezar Coelho- PMDB; Ronan Tito - PMDB; Rose de Freitas- PMDB; Ruy Bacelar - PMDB; Ruy Nedel -PMDB; Samir Achôa - PMDB; Severo Gomes- PMDB; Sigmaringa Seixas - PMDB; TadeuFrança - PMDB; Teotonio Vilela Filho- PMDB;Uldurico Pinto- PMDB; Valter Pereira"":"" PMDB;Vasco Alves - PMDB; Vicente Bogo - PMDB;Virgildásio de Senna - PMDB; Virgílio Guimarães- PT;Vivaldo Barbosa - PDT; Vladimir Palmeira- PT;Waldyr Pugliesi- PMDB; Walmorde Luca-PMDB; Wilson Martins - PMDB; Ziza Valadares-PMDB. '

VotaramNÃo os Srs.:

AdautoPereira- PDS;Aéciode Borba- PDS;Agripino de Oliveira Lima- PFL;Airton Cordeiro- PFL; Alarico Abib - PMDB; Albano Franco- PMDB; Albérico Filho - PMDB; Alércio Dias- PFL; Alexandre Costa- PFL; Alexandre Puzyna- PMDB; Alfredo Campos - PMDB; Aloísio Vas-concelos - PMDB; Aloysio Chaves-PFL; ÁlvaroAntônio- PMDB; Álvaro Pacheco - PFL;Alys­son Paulinelli - PFL; AmaralNetto- PDS;Amil­car Moreira - PMDB; ÂngeloMagalhães- PFL;Annibal Barcellos- PFL;AntônioCarlos Franco- PMDB; Antônio de Jesus - PMDB; AntonioFerreira - PFL; Antonio Salim Curiati - PDS;Antonio Ueno - PFL; Arnaldo Faria-de Sá­PTB; Amaldo Moraes - PMDB; Amaldo Prieto- PFL; Amaldo Fioravante - PDS; Arolde deOliveira - PFL;ArtenirWerner- PDS;AsdrubalBentes - PMDB; Assis Canuto - PFL; ÁureoMello - PMDB; Basílio VIIlani - PMDB; BenitoGama - PFL;Bezerra de Melo- PMDB; Boni­fáciodeAndrada-PDS;Bosco França - PMDB;CaioPompeu - PMDB; Cardoso Alves - PMDB;Carlos Alberto - PTB; Carlos Chiarelli - PFL;Carlos De'Carli - PMDB; Carlos Sant'Anna­PMDB; Carlos Vinagre - PMDB; Carlos Virgílio- PDS; Carrel Benevides - PMDB; César CalsNeto- PDS;Chagas Duarte- PFL;Chagas F'!eto- PMDB; ChristóvamChiaradia- PFL;CláudioÁvila - PFL;Cleonâncio Fonseca - PFL;CostaFerreira - PFL; Cunha Bueno -:- PDS; DarcyPozza-PDS; Daso Coimbra-PMDB; Davi AlvesSilva- PDS;DelBosco Amaral- PMDB; DelfimNetto- PDS;DélioBraz- PMDB; DenisarAmei­ro - PMDB; Dionisio Dal Prá - PFL; DionísioHage - PFL; Divaldo Suruagy - PFL; DjenalGonçalves--; PMDB; DomingosJuvenil- PMDB;Edison Lobão - PFL;EdivaldoMotta- PMDB;Edme Tavares - PFL; ElielRodrigues- PMDB;EliézerMoreira - PFL;Enoc Vieira - PFL;EraldoTinoco - PFL; Eraldo Trindade - PFL; EricoPegoraro- PFL;ErvinBonkoski- PMDB; Euni­ce Michiles - PFL;ExpeditoMachado - PMDB;Ézio Ferreira - PFL; Farabulini Júnior - PTB;Fausto Fernandes - PMDB; Fausto Rocha ­PFL; FelipeMendes- PDS;Feres Nader- PDT;Fernando Gomes - PMDB; Fernando Velasco-PMDB; AavioPalmierda Veiga-PMDB; FlávioRocha - PL;Francisco Benjamim- PFL; Fran­cisco Carneiro - PMDB; Francisco Coelho ­PFL; Francisco Diógenes- PDS;Francisco Sales,- PMDB; Furtado Leite - PFL; Gastone Righi- PTB;Genésio Bernardino - PMDB; Geovani

Borges - PFL; Geraldo Aeming - PMDB; GidelDantas - PMDB; GilsonMachado - PFL; Gus­tavo de Faria - PMDB; HenriqueEduardo Alves-PMDB; HIlário Braun- PMDB; HomeroSantos- PFL; Iberê Ferreira - PfL; Inocêncio Oliveira- PFL; Irapuan Costa Júnior - PMDB; IsmaelWanderley - PMDB; Ivo Cersósímo - PMDB;Jacy Scanagatta - PFL;Jairo Carneiro- PFL;Jarbas Passarinho- PDS;Jayme Paliarin - PTB;Jesus Tajra- PFL; João Alves - PFL; João Cas­telo - PDS;João da Mata - PFL; João Lobo- PFL; João Machado Rollemberg- PFL; JoãoMenezes- PFL;João Rezek- PMDB; JoaquimBevílacqua - PTB; Joaquim Francisco - PFL;Joaquim Haickel - PMDB; Joaquim Sucena ­PMDB; Jofran Frejat - PFL; Jonas Pinheiro ­PFL; Jorge Arbage - PDS; Jorge Bornhausen- PFL; Jorge Leite - PMDB; Jorge Vianna ­PMDB; José Agripino - PFL;José Camargo ­PFL; José Carlos Coutinho - PL; José CarlosMartinez - PMDB; José Dutra - PMDB; JoséEgreja - PTB; José Elias - PTB; José EliasMurad- PTB;José Freire- PMDB; José Geraldo- PMDB; José Uns - PFL; José Lourenço ­PFL; José Luiz de Sá - PL; José Luiz Maia ­PDS; José Maranhão - PMDB; José Melo ­PMDB; José Mendonça Bezerra - PFL; JoséMoura- PFL; José Santana de Vasconcellos ­PFL; José Teixeira - PFL;Júlio Campos - PFL;LaelVarella - PFL; LeopoldoBessone - PMDB;Leopoldo Peres - PMDB; Leur Lomanto- PFL;Levy Dias - PFL;Louremberg Nunes Rocha ­PMDB; Lourival Baptista - PFL; Lúcia Vânia­PMDB; LuísEduardo - PFL; Luís Roberto Ponte- PMDB; Luiz Leal - PMDB; Luiz Marques ­PFL; Luiz Soyer - PMDB; Maluly Neto - PFL;ManoelCastro - PFL; ManoelMoreira"':"" PMDB;ManoelRibeiro - PMDB; ManuelViana - PMDB;Márcia Kubitschek - PMDB; Marco Maciel ­PFL; Marcondes Gadelha - PFL; Marcos Lima- PMDB; Maria Lúcia- PMDB; Mário Bouchar­det - PMDB; Matheus Iensen - PMDB; MattosLeão - PMDB; Maurício Campos - PFL; Mau­rícioNàsser - PMDB; Maurício Pádua - PMDB;Mauro Miranda - PMDB; Mauro Sampaio ­PMDB; Max Rosenmann - PMDB; Meira Filho- PMDB; Melo Freire - PMDB; Mello Reis ­PDS;Mendes Ribeiro - PMDB; Messias Góis­PFL; Messias Soares - PTR; Milton Barbosa ­PMDB; Milton Reis- PMDB; Mozarildo Cavalcanti- PFL;Mussa Demes - PFL; Nabor Júnior ­PDT; NaphtaliAlves de Souza - PMDB; NarcisoMendes - PDS; Nelson Sabrá - PFL; NilsonGibson- PMDB; NyderBarbosa - PMDB; Oda­cirSoares - PFL; OnofreCorrêa- PMDB; Orlan­do Bezerra- PFL;Oscar Corrêa - PFL; OsmarLeitão - PFL; Osmundo Rebouças - PMDB;OsvaldoBender - PDS;OsvaldoCoelho- PFL;Osvaldo Sobrinho - PMDB; Oswaldo Almeida- PL; OswaldoTrevisan- PMDB; Ottomar Pinto- PTB; Paes Làndim - PFL; Paulo Marques -PFL;Paulo Mincarone- PMDB; Paulo Pimentel- PFL; Paulo Roberto Cunha - PDC; Paulo Zar­zur- PMDB; Pedro Canedo - PFL;Pedro Ceolin- PFL; RachidSaldanha Derzi - PMDB; RaquelCândido - PFL; Renato Johnsson - PMDB; Ri­cardo Fiuza- PFL; RicardoIzar- PFL; RitaFur­PTB; Roberto 3alestra - PDC; Roberto Campos- PDS;Robeto Jefferson - PTB; Roberto Vital- PMDB; Ro:lrigues Palma - PMDB; RonaroCorrêa- PFL;RosaPrata- PMDB; RubemBran-

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6096 Quinta-feira 10 DIARrO DA ASSEMBLÉIA NACIONAL CONSTITUINTE Dezembro de 1987

quinho - PMDB; Rubem Medina - PFL;RubenFigueiró - PMDB; Ruberval Pilotto-"':PDS;SadieHauache - PFL;Sandra Cavalcanti- PFL; Sar­ney Filho - PFL; Sérgio Brito - PFL; SérgioWerneck - PMDB; SílvioAbreu - PMDB; SimãoSessim - PFL;Siqueira Campos - PDC; SólonBorges dos Reis - PTB; Sotero Cunha - PDC;Stélio Dias - PFL;Theodoro Mendes - PMDB;Tito Costa - PMDB; Ubiratan Aguiar - PMDB;UbiratanSpinelli- PDS;ValmirCampelo - PFL;Victor Faccioni - PDS; Victor Fontana - PFL;Victor Trovão - PFL; Vingt Rosado - PMDB;Vínícíus Cansanção - PFL; Virgilio Galassi ­PDS; Virgl1io Távora - PDS; Wagner Lago ­PMDB; Waldeck Ornélas - PFL.

Abstiveram-se de votar os Srs.:Aluizio Campos - PMDB; Humberto Lucena

- PMDB; Mauro Benevides - PMDB; UlyssesGuimarães - PMDB.

Durante a chamada nominal assumem,sucessivamente, epresidênc'aosSts.MauroBenevides, 10 Vice-Presidente e Ulysses Gui­marães, Presidente.

o SR. PRESIDENTE (UlyssesGuimarães) ­Há sobre a mesa e vou submeter a votos o se­guinte

REQUERIMENTO

,,,!ostermos do art.83, do Regimento da Assem­blêía Nacional Constituinte, combinado com oart. 186, § 8°, do Regimento Interno da Câmarados Deputados, requeiro votação, em globo, detodos os requerimentos de destaque pedidos so­bre o Substitutivo da Mesa, (Proj. de Resoluçãon9 21-A)

Sala das Sessões, 9 de dezembro de 1987.­José Lourenço - Cardoso Alves.

O SR. PRESIDENTE (Ulysses Guimarães).Os Srs. que o aprovam queiram permanecer co­mo estão.(Pausa.)

Aprovado.

O SR. José Genoíno - Sr. Presidente, peçoa palavra pela ordem.

O SR. PRESIDENTE (UlyssesGuimarães) ­Tem a palavra o nobre Constituinte.

O SR. JOSÉ GENoíNO (PT - SP. Semrevisãodo orador.) - Sr. Presidente, peço verifica­ção de votação.

O SR. PRESIDENTE (UlyssesGuimarães)­Vai-seproceder à verificação de votação. A Mesapede a presença de todos, para que votemos apreferência e, depois, globalmente, 05 destaques,encerando-se a votação da matéria.

(Procede-se à chamada)

Durante a chamada nominal foram levantadosas seguintes questões de ordem:

O Sr. José Genoíno - Sr. Presidente, peçoa palavra pela ordem.

O SR. PRESIDENTE (UlyssesGuimarães)­Tem a palavra o nobre Constituinte.

O SR. JOSÉ GENOíNO (PT - SP. Semrevisão do orador.) - Sr. Presidente, a chamadaestá muito rápida. Estão passando despercebidosnomes de Constituintes.Vamos fazeruma chama­da com calma regimental e não na corrida, comose estivéssemos fazendo algum jogo. Isto não ébrincadeira.

O SR. PRESIDENTE (UlyssesGuimarães)-V. Ex"tem razão. A Mesa atenderá ao seu pedido.

O Sr. Mário Covas - Sr. Presidente; peço apalavrapela ordem.

o SR. PRESIDENTE (UlyssesGuímarães)­Tem a palavra o nobre Constituinte.,

o SR. MÀRlo COVAS (PMDB - SP. Semrevisão do orador.) - Sr. Presidente, estávamosaqui reunidos, todas as lideranças, conversandoe buscando uma solução para este problema. Evi­dentemente, não haveria tempo de votar, hoje,tudo o que consta da pauta. Então, num acordo,ficou decidido o seguinte: quem apresentou orequerimento pedindo que se votasse a matériaglobalmente retira o seu pedido; quem pediu averificaçãode votação retirao requerimento. Para­lisaríamos, agora, a votação e, amanhã, por con­vocação de V.Ex-, todas as lideranças se reuniriamcom o objetivo de buscar viabilizar, pelo menos,os pedidos de destaques que se julguem maisfundamentais, para que tentemos, no período datarde, amanhã, viabilizar esta votação e chegarao seu final. É interesse de todos nós. Falo peloque ouvi aqui embaixo. É interesse de todos nós,mesmo que isso não satisfaça integralmente al­guns, como é o meu caso. Mas que se faça, omais rápido possível, a mudança regimental, paraque não frustremos o povo brasileirona sua reivin­dicação de elaboração da Constituição brasileira.

O Sr. José Genoíno - Sr. Presidente, peçoa palavra pela ordem.

O SR. PRESIDENTE (UlyssesGuimarães)­Tem a palavra o nobre Constituinte.

o SR. JOSÉ GENOíNO (PFL - BA Semrevisão do orador.) - Sr. Presidente, em nomede todos os companheiros que tenho acompa­nhado, quero dizer a V.Ex' e aos demais Consti­tuintes que tomamos a iniciativade procurar osLíderes do PDT, do PT e, depois, o do PMDB,para propor que suspendêssemos- esta sessão,dependendo, naturalmente, da decisão de V. Ex",e iniciássemos conversações no sentido de viabi­lizar,durante esta semana, até amanhã, a votaçãodas matérias em pauta. Queremos, com este espí­rito, mostrar a V. Ex< e ao País, sobretudo comohomenagem a V.Ex", a nossa permanente dispo­sição para o entendimento. De nossa parte nãohaverá jamais radicalismo que possam conduziresta Constituinte a um impasse.

Convidamos todos os -companheíros para,amanhã, às llh30min, na sala da Presidência,se assim desejar V. Ex-, iniciarmos negociaçõesque viabilizem o entendimento.

O SR. PRESIDENTE (UlyssesGuimarães)­AMesa e a Casa ouviram as propostas que acaba­ramde ser feitas.

Desejo dizer, em nome da Mesa, que, comoPresidente, estou certo de que tudo ocorrerá emconsonância som a expectativa nacional. A Mesae o Presídnete, em primeiro lugar, felicitamtodos05 Srs. Constituintes por esta possibilidade de umentendimento alto e nobre, como o que aqui foiesboçado. Colocarei o meu gabinete à disposiçãodas lideranças. O Presidente desta Casa estaráàs ordens de V. Exas, a partir de amanhã, às 11h,para um entendimento.

Aofazereste registro,que sem dúvida nenhumaé multo alvissareiro. é necessário que se saibaque a Constituinte, que tem votações tão impor­tantes a fazer, encontrou condições para um en­tendimento quanto ao instrumento papa realizá­las, uma modificação no seu Regimento Interno.Evidentemente, tendo sido retirado o requerimen­to de votação global, cai o pedido de verificaçãode votação, que passava a ser pretensão adjetiva,uma conseqüência do mesmo.

Por isso, considero retirado o requerimento. Co­loco-me- à disposição de todos para o entendi­mento. Felicito 05 líderes de todos os partidos,os meus companheiros e esta Casa por essa pos­sibilidade que se acena no sentido de termos aalteração do Regimento aprovada ainda amanhã.(Palmas.)

O SR. PRESIDENTE (UlyssesGuimarães) ­Nada mais havendo a tratar, vou encerrar a ses­são.

DEIXAM DE COMPARECER OS SENHORES:

Ademir Anarade - PMDB; Antônio Câmara_ PMDB; Cid Carvalho - PMDB; FelipeCheidde - PMDB; Femando Cunha - PMDB;

Francisco Dornelles - PFL; Francisco Pinto_ PMDB; Genebaldo Correia - PMDB; Ge­raldo Bulhões - PMDB; Geraldo Melo ­PMDB; Gerson Peres - PDS; Itamar Franco

João Cunha - PMDB; João HermannNeto - PMDB; Jonival Lucas - PFL; LezioSathler - PMDB; Luiz Viana Neto - PMDB;

Márlo Assad - PFL; Mário de Oliveira ­PMDB; MiltonLíma-PMDB; MiraldoGomes_ PMDB; Miro Teixeira - PMDB; NestorDuarte - PMDB; Paulo Roberto - PMDB;

PercivalMuniz- PMDB; Raimundo Rezende-PMDB; Renan Calheiros-PMDB; RenatoBernardi - PMDB; Roberto D'Ávila - PDT;

Roberto Torres - PTB; Rospide Netto­PMDB; Salatíel CaIValho-PFL; Telmo Kirst-PDS; VIIsonSouza-PMDB; WilsonCam-pos-PMDB. .

VII-ENCERRAMENTO

O SR. PRESIDENTE (UlyssesGuimarães)­Encerro a sessão, designando para amanhã, dia10, às 14:30 horas a seguinte:

ORDEM DO DIA

A mesma da sessão de hoje.

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ASSEMBLÉIA NACIONAL CONSmWNTE

UDERANÇAS NAASSEMBLÉIA NACIONAL CONSmOlNTE

PMDB Messias Góis Vice-Líderes:

Presidente: Líder: Arolde de Oliveira PlínioArrudaSampaio

ULYSSES GUIMARÃES MlktoCcwu Alércio Dias José Genoíno

Vice-Líderes:EvaldoGonçalves PL

EuclideS Scalco Simão Sessim Líder:

19-Vice-Presidente:PauloMacarini Inocênciode Oliveira Adolfo OUvelrm

MAURO BENEVIDES Antônio Perosa DivaldoSuruagy

RobsonMÍ.uinho JoséAgripino MaiaPDC

Antônio Britto MaurícioCamposLíder:

29-Vice-Presidente: Gonzaga Patriota, PauloPimentel

JORGE ARBAGE Osmir Uma José Uns Mauro Borges

GidelDantasPaes Landim

HenriqueEduardoAlves Vice-Líderes:

}9-Secretário: José Guedes PDS José MariaEymael

MARCELO CORDEIRO Ubiratan Aguiar Líder: SiqueiraCampos

Rose de Freitas Amaral Netto PCdoB

Vasco AlvesVice-Líderes:

Líder:

29-Secretário: Cássio CunhaUrnaVU'gl1io Távora

HaroIdoUmm

MÁRIo MAIAFlávioPalmierdaVeiga

Joaci GóesHenriqueCórdova

NestorDuarteVictorFaccioni Vice-Líder:

AntonioMarizCarlos Vrrgl1io Aldo Arantes

3°-Secretário: walmor de LucaPCB

ARNALDOFARIADE SÁ RaulBelém PDT Líder:

RobertoBrant Líder: Roberto Freire

Mauro Campos Brandio Monteiro Vice-Líder:

19-5uplente de Secretário: HélioManhãesFernandoSantana

Vice-Líderes:BENEDITA.DA SILVA

Teotonio VIlela FilhoAmauryMüller

AluizioBezerra Adhemarde Barros FJ1ho PSBNion Albemaz

Vwaldo BarbosaUder:

2°-Suplente de Secretário:OsvaldoMacedo JamUHaddadJovanni Masini José Fernandes

WIZSOYER José CarlosGreccoGeraldo Alckmin FJ1ho PTB Více-Líden

PFL Líder: BethAzize

39-Suplente de Secretário: Líder: Gastone RIgbI

SOTERO CUNHA J~Lourenço Vice·Líderes: PMB

Vice-Uderes: Sólon Borgesdos Reis lider:

FaustoRocha Ottomar Pinto Antônio Farias

RicardoFiuza RobertoJefferson PTRGeovani Borges PT Uder:

MozariIdo Cavalcanti Líder:ValmirCampelo LuIz lnádo Lula da Silva Messias Soares

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COMISSÃO DESIS'IEMATIZAÇÃO

Presidente:AfonsoArinos- PFL- RJ

1°-Vice-Presidente:Aluizio Campos - PMDB - PB

2"-Vice-Presidente:Brandão Monteiro - PDT-"- RJ

Relator:Bernardo Cabral- PMDB - AM

PDS

Antoniocarlos KonderReis

Darcy PozzaGerson Peres .

PDTBrandão MonteiroJosé MlIurício

PTB

Jarbas PassarinhoJosé LuizMaiaVlfgDio TiM:>ra

LysâneasMaciel

PFL

EnocVieiraFurtado LeiteGUson MachadoHugo NapoleãoJesualdo Cavalcan~João MenezesJofran Frejat

PDS

~sonMottaBonifácio de Andrada

Jonas PinheIroJosé LourençoJosé TinocoMozariIdo CavlIIcanliValmir CampeloP«es landImRicardoIzarOscar Corrêa

VIctor Faccioni

1ltuJares

PMDB

Abigail Feitosa José IgnácioFerreiraAdemirAndrade José Paulo BisolAlfredo Campos José RichaAlmir Gabriel José SerraAluizio Campos José Ulisses de OliveiraAntonioBritto ManoelMoreiraArturda Távola MárioUmaBernardo Cabral Milton ReisCarlosMosconi NelsonCarneiroCarlosSant'Anna NelsonJobimCelso Dourado NeltonFriedrichOd Carvalho Nilson GibsonCristina Tavares OswaldoUma FilhoEgídioFerreiraUma PauloRamosFernando BezerraCoelho Pimenta da VeigaFernando Gasparian PriscoV"umaFernando Henrique Cardoso RaimundoBezerraFernando Lyra RenatoVI/mnaFrancisco Pinto RodriguesPalmaHaroldo Sabóia SigmaringaSeixasJoão Calmon Severo GomesJoão Herrnann Neto Theodoro MendesJosé Fogaça Virgildásio de SennaJosé Freire Wilson MartinsJosé Geraldo Suplentes

PMDB

PTLuizInácio Lula Plínio Arruda

da sOva Sampaio

PLAdolfo Oliveira

PDC

SiqueiraCampos

PCdoB.1

Haroldo Uma

PCBRoberto Freire

PSBJamil Haddad .

?MOB

AntonioFarias

Luiz Salomão

PDT.

Ottomar Pinto

Bocayuva Cunha

PT

PTB

. PL

Afif Domingos

José Genoino

PMBIsraelPinheiroFilho

Beth Azize

PCB

Fernando sântana

AldoArantes

PSB

PDCJosé MariaEymael RobertoBaUestra

PCdoB

_Reuniões; terças, quartas e 9uin.tas-feiras.

'"Sec:retârla: Maria LauraCoutinho

Telefones: 224-2848- 213-6875 ­213·6878.. "

Joaquim Bevilácqua

LuizHenriqueManoelVIanaMárcio BragaMarcos UmaMichel TemerMiroTeixeiraNelsonWedekinOctávioElísioRobertoBrantRose de FreitasU1durico PintoVicente BagoVilson de SouzaZizaValadares

AécioNevesAlbanoFrancoAntonioMarizChagas RodriguesDasoCoimbraDélioBrazEuclídesScalcoIsraelPinheiroJoão AgripinoJoão NatalJosé CarlosGreccoJosé CostaJosé MaranhãoJosé Tavares

Francisco RossiGastone Righi

José JorgeJosé UnsJosé LourençoJosé Santana de

VasconceUosJosé ThomazNonôLuísEduardoMarcondesGadelhaMá'~

as:doC~lhoPauloPimentelRicardoFiuzaSandra Cavalcanti

PFL

AfonsoArinosAlceni GuerraAloysio ChavesAntonioCarlosMendes

ThameArnaldo PrietoCarlosChiarelliChristóvam ChiaradiaEdme TavaresEraldoTinocoFrancisco DornellesFrancisco BenjamimInocêncioOliveira

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DIÁRIO IDA ASSEMBLÉIA NACIONAL CONSTITUINTE

Preço d,e Assinatura,

Semestral ·....•." .Despesa c/ postagem .

(Via Terrestre)TOTAL

Cz$ 264,00Cz$ 66,00

330,00

~{~mplarA'I1Lllso ~,OO

-

Os pedidos devem ser acompanhados de Cheque pagável em Brasília

ou Ordem de Pagamento pela CaixaEconômica Federal- Agência - PS - CI:.GRAF,,conta corrente n'? 920001-2, a favor do:

CENTRO GRÁFICO DO SENADO FEDERAL

Praça dos Três Poderes - Caixa-PostalJ,203 -- Brasília - DF.CEP: 70.160

Maiores informações pelos telefones (061) 211-4128 e 224-5615, naSupervisão de Assinaturas e Distribuições de Publicações - Coordenação deAtendimento ao Usuário.

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REVISrA'DE INFORMAÇAOLEGISLATIVA N9 92

(outubro a dezembro de 1986)

Estácirculando o n9 92 da Revista de Informação Legislativa, periódico trimestral de pesquisajurídica editado pela Subsecretaria de Edições Técnicas do Senado Federal.

Este número, com 416 páginas, contém as seguintes matérias:

COLABORAÇÃO

- Liberdade, participação, comunidade - André Fran-coMontara -

- O referendum e a representação democrática noBrasil - Cármen Lúcia Antúnes Rocha

- Constituição: lição americana - Adhemar FerreiraMaciel

A Constituição, a Federação e o planejamento nacional- Cotrim Neto

- A Assembléia Constituinte e o seu temário- JoséAlfredo de Oliveira Baracho

-Imunidades parlamentares dos Vereadores - ZenoVeloso .

- Educação e Constituinte - PInto Ferreira

- A Constituinte de 1987e as finanças públicas - Har-rv Conrado Schüler

- Tribunais de Contas e a Constituição - José LuizAnhaia Mello

- A liberdade de iniciativa econômica. Fundamento. na­tureza e garantia constitucional - Francisco dos SantosAmaral Neto

I

- EI Ombudsman en América Latina - Jorge LuizMaiorano

- O Ouvidor-Geral e o Ombudsman: duas instituiçõesdistintas - Carlos Alberto Provenciano Gallo

- Responsabilidad dei Estado por revocación unileteralde sus actesy contratos - Ro_dolfo Carlos Barra

- O habeas corpus eo interdictum de hornme liberoexhíbendo - Edson de Arruda Camara

- A prática do processo legislativo - RosinetheMonteiro Soares . _

- Estabilidade e Fundo de Garantia - análise constitu­cional da compatibilidade dos dOIS sistemas - TorquatoJardim

- Trabalho do menor: realidade e ordem legal- Can­dido Alberto Gomes

- Cultura: incentivos fiscaisa aplicação nosetor-Car­los Alberto Blttar-

- Tortura - delito não tradicional recentemente crimi­nalizadona GréCia - Dionysio D. Spinellis

- Direito de VOto nas SOCIedades anônimas - FátimaRegina_ Farah .

Avenda na Subsecretariace Edições Técnicas ­Senado Federal. anexo I.229 andar-Praça dos Três Poderes,CEP 70160- Brasília, DF ­Telefone: 211-3578.

PREÇO DO

EXEMPLAR:

Cz$ 40,00

Assinaturapara 1987(nQs 93 a 96):os 160,00

Ospedidosdeverão seracompanhados de chequenominal à Subsecretana de Edições Técnicasdo Senado Federal ou de vale postal remetido à Aqência ECT Senado Federal- CGA 470775.

Atende-se, também, pelo sistema de reembolso postal.

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REVISTA DEINFOR,MAÇÃO

LEGISLATIVA, N9 93Está circulando o n9 93 (janeiro/março de 1987) da Revista de Informação Legislativa, periódico trimestral

de pesquisa jurídica editado pela Subsecretaria de Edições Técnicas do Senado Federal.Este número, com 344 páginas, contém as seguintes matérias:

-,

ASSEMBLÉIA NACIONAL CONSTITUINTEInstalação - Ministro José Carlos Moreira -AlvesCOLABORACÃOA Constituição brasileira de 1934 e seus reflexosna atualidade - Pinto FerreiraExcessos da instabilidade constitucional - CláudioPachecoBicameralismo ou unicameralismo? - Alaor BarbosaOrigem, conceito, tipos de Constituição, Poder Cons­tituinte e história das Constituições brasileiras - Car-los Roberto Ramos I -

Liberdades públicas - Geraldo AtalibaO partido político na GonstituiçãOí :-ú; Ronaldo PolettiO Ministério Público na ConstitUiÇão - proposta deenquadramento - José Dilermando MeirelesApontamentos sobre imunidades tributárias à luz dajurisprudência do STF - Ruy Carlos de Barros Mon­teiro

. A.concepção cristã da propriedade e sua função so­cial - A. Machado PaupérioA Justiça Agrária na Constituinte' de 87 -OtávioMendonça

Justiça Agrária: proposta à Assembléia NacionalConstituinte - Wellington dos Mendes Lopes . .A natureza especial da Justiça dó Trabalho e suaorigem democrática - jÚlio César do Prado Leite'A proteção jurídica das comunidades indfgenas doBrasil - Antônio Sebastião de lima -

O controle dos contratos administrativos. Questõesconstitucionais - José Eduardo Sabo Paes .Do regime jurfdico dos encargos moratórlos no siste­ma financeiro após a reforma monetária - AmoldoWald . I ,.

Regulamentação do Estudo de Impacto Ambiental- Paulo Affonso Leme Machado

Avenda na Subsecretariade Edições Técnicas­(Telefone: 211-3578)Senado Federal, anexo I229 andarPraça dos Três Poderes70160 - Brasrlia - DF

PREÇO DOEXEMPLAR:Cz$ 40,00

I

. -

Assinaturapara 1987:Cz$160,00 ..(números 93 a 96)

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I.

REVISTA DEINFORMACÃO

, :J

LEGISLATIVA N° 94Está circulando o nQ 94 (abril/junho de 1987) da Revista de Informação Legislativa, periódico tri­

mestral 'de pesquisa jurídica, editado pela Subsecretaria de Edições Técnicas do Senado Federal.I

Este número, com 368 páginas, contém as seguintes matérias:

A Constituição do Império - Paulo BonavidesA Constituição de 1934 - Josaphat Marinho

, A transição constitucional brasileira e o Antepro­, jecto da Comissão Afonso Arinos - Jorge Mi-

randa •I

Mudança social e mudança legal: os limites do

Congresso Constituinte de 87 - José Reinaldo deI Lima Lopes ' ,

A Constituição em questão - Edu'ardo Silva CostaO bicentenário da Constituição americana - Ri-

cardo Arnaldo Malheiros Fiuza "-Constituinte e a segurança pública - José Alfre­do de Oliveira BarachoRelações exteriores eConstituição - Paulo Ro-berto de Almeida , ,Os novos Estados como novos atores nas rela­ções' internacionais - Sérgio França DaneseO Ministério P.úblico Fedé_ral, e a representaçãojudicial 'da União Federal - E'dylcéa Tavares No-, -gueira de PaulaConstituinte e .melo ambiente - Paulo AffonsoLeme Machado

Interesses difusos: a ação civil pública e a Cons­tituição - Alvaro Luiz Valery MirraSuspensão da executoriedade das leis - CarlosRoberto PellegrinoNatureza das decisões do Tribunal de Contas ­J. Cretella JúniorApontamentos sobre imunidades tributárias à luzda jurisprudência do STF - Parte 2: A imunidadetributária dos partidos políticos e das instituiçõesde educação - Ruy Carlos de Barros MonteiroD'as feria-dos - Sebastião Baptista AffonsoDo voto distrital - Paulo Gadelha

• I

A liberdade de 'culto no pleito de 15-11-86 - JesséTorres Pereira JúniorDerecho penal y derecho sancionador en el orde­namiento jurídico espaüot - Miguel Polalno Na-varrete '

Asistencia religiosa. Derechos religiosos de san­cionados a penas privativas de 'Jibertad - AntonioBerlstalnIntegração do preso (condenado) no convívio so­cial - omodelo da APAC deSãoJosé dos Cam­pos - Armida Berqarnlnl Miotto

A venda na subsscrstaõade Edições Técnicas­(Telefone: 211-3578)Senado Federal, anexo I- 229 andarPraça dos Três Poderes70160 - Brasília - DF

·PRECO DO:J

EXEMPLAR:CZ$ 40,00

Assinaturapara 1987:CZ$ 160,00(números 93 a 96)

Os pedidos deverão ser acompanhados de cheque nominal à Subsecretaria de Edições Técnicas~ . I ::>.' ' í-sderal ou de vale postal' remetido à Agência da ECT Senado Federal - CGA 470775.

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REVISTA DE INFORMAÇÃOLEGISLATIVA N9 95

(julho a setembro de 1987)

Está circulando o n- 95 da Revista de Informação Legislativa, penódico trimestral de pesquisa'jurídica editado pela Subsecretaria de Edições Técrucas do Senado Federal.

Este número, com 360 páginas, contém as seguintes matérias:

- Direttos humanos no Brastl - compreen­são teónca de sua históna recente - José Rei.naldo de Lima Lopes

_ Proteção mternacronal dos direitos do ho­mem nos sistemas regionais americano e europeu_ uma Introdução ao estudo comparado dos direi­tos protegidos - Clemerson Merlin Cleve

- Teona do ato de governo - J. CretellaJúnior

- A Corte Constitucional - Pinto Ferreira

- A Interpretação constitucional e o controleda constitucionalidade das leis - Maria HelenaFerreira da Câmara

- Tendências atuais dos regimes de governo- Raul Machado Horta

- Do contencioso administrativo e do pro-cesso administrativo - no Estado de Direito ­A.S. Cotrim Neto

_ Ombudsman - Carlos Alberto Proven­ciano Gallo

- Liberdade capitalista no Estado de Dtrerto- Ronaldo Poletti

- A Constituição do Estado federal e das Uni-dades federadas - Fernanda Dias Menezes deAlmeida

. - A dístnbuição dos tributos na Federaçãobrasileira - Harry Conrado Schüler

- A moeda nacroria' e a Constituinte - Letá­cio Jansen

- Do tombamento'- uma supestão à As­sembléia Nacional Constituinte - Nailê Bussoma­no

- Facetas da "Comissão Afonso Arinos" ­e eu ... - Rosah Russomano

- Mediação e bons ofíCIOS - consideraçõessobre sua natureza e presença na história da Amé-rIca Latina - José Carlos Brandi Aleixo .

- Prevenção do dano nuclear -aspectos jurí­dicos - P~ulo Affonso Leme Machado

À venda na Subsecretanade Edições Técnicas­Senado Federal, anexo I.229 andar - Praçados Três Poderes,CEP 70160 - Brasília, DF- Telefone: 211-3578.

PREÇO DOEXEMPLAR:

Cz$ 40,00

Assinatura para 1987' .(n9S 93 a 96): Cz$ 160,OQ

Os pedidos deverão ser acompanhados de cheque nominal à Subsecretaria de Edições Técni­cas' do Senado Federal ou de vale postal remetido à Agência ECT Senado Federal - CGA 470775.

Atende-se, também, pelo sistema de reembolso postal. -

Page 56: ASSEMBLÉIAimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/157anc10dez1987.pdf · ASSEMBLÉIA ANO l_N° 157 QUINTA-fEIRA,10 DE DEZEMBRODE 1987 BRASfuA-DF ASSEMBLÉIA NACIONALCONSTITUINTE sUMÁRIo

EDIÇÃO DE HOJE: 56 PÁGINAS

Centro Gráfico do Senado 'FederalCaixa Postal 07/1203

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PREÇO DESTE EXEMPLAR: Cz$ 2,00 1