história da assembléia

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Page 1: História da Assembléia
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Marcelo Lemes MenaLuís Carlos Alexandre

Histórico da Igreja Assembléia de Deus

Monografia apresentada no cursode Bacharel em Teologia, para a

Matéria de Metodologia Científica

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Sorocaba 2002

AGRADECIMENTOS

A Deus, que nos ajudou nesta jornada.

A todas as pessoas, que de alguma forma, contribuíram para a realização deste curso.

Ao Professor, Mestre, Pastor e Amigo Eli Proença , Orientador de nossa monografia.

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DEDICATÓRIA

Às nossas famílias e filhos com muito amor e Carinho

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Sumário

Introdução ……………………………………………………………………………05

1. História.........................................................................................................06

2. Visão Geral .................................................................................................11

3. Comissão da década da colheita ................................................................14

4. Relação das Escolas Teológicas.................................................................17

5. Nove décadas de vitórias.............................................................................19

6. Traçando um perfil contextualizado sob o equilíbrio do Espírito Santo.......20

7. A igreja e a ação social................................................................................26

8. O atual e o futuro do perfil das Assembléias de Deus.................................32

9. Quantos Evangélicos há no Brasil?.............................................................35

10.Dados mais atuais do IBGE do ano 2000................................................... 40

Bibliografia........................................................................................................41

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Introdução

Neste trabalho vamos iniciar com toda a história da Igreja Evangélica Assembléia de Deus no Brasil e toda a sua evolução, e logo após iremos apresentar alguns fatos que colocam esta igreja, como uma das maiores igrejas evangélicas do Brasil, e assim os seus dados recebidos de alguns pastores da Convenção geral, vamos demonstrar o seu crescimento demográfico, imobiliário, ministerial, teológico e missionário, nos últimos dez anos.Daremos alguns dados também do crescimento evangélico no Brasil nos últimos anos, sendo estes dados segundo o IBGE.E em tudo isto vemos Deus operando em todas as coisas, e o que é o mais importante que é a salvação de almas.Assim sendo após a leitura deste trabalho, você notará como esta igreja tem sido abençoada, e como os pastores e membros se tornam motivados pelo Espírito Santo, ao ver esta igreja sendo tão premiada com a presença de Deus em seus cultos e assim pessoas e mais pessoas sendo batizadas com o poder do Espírito Santo ,e fazendo com que este ministério de Jesus Cristo, que é : - Ide por todo o mundo e pregai a toda a criatura...(Mc.16.15), seja levado em todos os lugares .Vale a pena ler ! Boa leitura!

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Capítulo 1

História

Como tudo começou

Enquanto o avivamento expandia-se e dominava a vida religiosa de Chicago. Na cidade de South Bend, no Estado de Indiana, que fica cem quilômetros de Chicago, morava um pastor batista que se chamava Gunnar Vingren. Atraído pelos acontecimentos do avivamento de Chicago, o jovem originário da Suécia foi a essa cidade a fim de saber o que realmente estava acontecendo ali. Diante da demonstração do poder divino, ele creu e foi batizado com o Espírito Santo.Pouco tempo depois, Gunnar Vingren participou de uma convenção de igrejas batistas, em Chicago. Essas igrejas aceitaram o Movimento Pentecostal. Ali ele conheceu outro jovem sueco que se chamava Daniel Berg. Esse jovem também fora batizado com Espírito Santo. Através de uma revelação divina, o lugar tinha sido mencionado: Pará. Nenhum dos presentes conhecia aquela localidade. Após a oração, os jovens foram a uma biblioteca à procura de um mapa que lhes indicasse onde o Pará estava localizado. Foi quando descobriram que se tratava de um estado do Norte do Brasil, tratava-se de uma chamada de fé.

Rumo ao Brasil

Gunnar Vingren e Daniel Berg despediram-se da igreja e dos irmãos em Chicago. A ordem lhe fora designado ir. A igreja levantou uma coleta para auxiliar os missionários que partiam. A quantia que lhes foi entregue só deu para a compra de duas passagens até nova Iorque. Quando lá chegassem, eles não sabiam como conseguiriam dinheiro para comprar mais duas passagens até o Pará. Porém, esse detalhe não os abalou em nada nem os deteve em Chicago 'a espera de mais recursos. Tinham convicção de que haviam sido convocados por Deus. Portanto, era da total responsabilidade e especilidade de Deus fazer com que os recursos materiais inexistentes necessários 'a viagem surgissem.Chegaram 'a grande metrópole, Nova Iorque, sem conhecer ninguém, e sem dinheiro para continuar a viagem. Os dois missionários caminhavam por uma das ruas de Nova Iorque, quando encontraram um negociante que conhecia o jovem Gunnar. Na noite anterior, enquanto em oração, aquele negociante sentira que devia certa quantia ao irmão Vingren. Pela manhã aquele homem colocou a referida importância em um envelope para mandá-la pelo correio, mas enquanto estava caminhando para executar aquela tarefa, viu os dois enviados do Senhor surgirem 'a sua frente. Surpreso ao ver a maneira especial como Deus trabalhava, o comerciante contou-lhes sua experiência e entregou-lhe o envelope.

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Quando o irmão Vingren abriu o envelope, encontrou dentro dele 90 dólares - exatamente o preço de duas passagens até o Pará.No dia 5 de novembro de 1910, os missionário Daniel Berg e Gunnar Vingren deixaram Nova Iorque abordo do navio "CleMent" com destino à Belém do Pará. No início do século XX, apesar da presença de imigrantes alemães e suíços de origem protestante e do valoroso trabalho de missionários de igrejas evangélicas tradicionais, nosso país era quase que totalmente católico.

A chegada de Gunnar Vingren e Daniel Berg no Brasil

No dia 19 de novembro de 1910, em um dia de sol causticante, os dois missionário desembarcaram em Belém. Quando Daniel Berg e Gunnar Vingren chegaram a Belém, ninguém poderia imaginar que aqueles dois jovens suecos estavam para iniciar um movimento que alteraria profundamente o perfil religioso e até social do Brasil. Não possuíam eles amigos ou conhecidos na cidade de Belém. Não traziam endereço de alguém que os acolhessem ou orientasse. Carregando suas malas, enveredaram por uma rua. Ao alcançarem uma praça, sentaram-se em um banco para descansar; e aí fizeram a primeira oração em terras brasileiras. Seguindo a indicação de alguns passageiros com os quais viajaram, os missionários Gunnar Vingren e Daniel Berg hospedaram-se num modesto hotel, cuja diária completa era de oito mil réis. Em uma das mesas do hotel, o irmão Vingren encontrou um jornal que tinha o endereço do pastor metodista Justus Nelson. No dia seguinte, foram procurá-lo, e contaram-lhe como Deus os tinha enviado como missionários para aquela cidade. Como Daniel Berg e Gunnar Vingren estivessem até aquele momento ligados à Igreja Batista na América (as igrejas que aceitavam o avivamento permaneciam com o mesmo nome), Justus Nelson os acompanhou à Igreja Batista, em Belém, e os apresentou ao responsável pelo trabalho, pastor Raimundo Nobre. E, assim, os missionários passaram a morar nas dependências da igreja. Alguns dias depois, Adriano Nobre, que pertencia à igreja presbiteriana e morava nas ilhas, foi a Belém em vista ao primo Raimundo Nobre. Este apresentou os missionários a Adriano, que imediatamente mostrou-se interessado em ajudá-los a aprender falar o português. Passado um determinado tempo eles já podiam falar português. Vingren continuou a estudar a língua, enquanto Daniel trabalhava como fundidor. Passado algum tempo, Berg começou a dedicar-se ao trabalho de colportogem.

O movimento pentecostal começou a queimar os corações dos brasileiros

Os jovens missionários tinham o coração avivado pelo Espírito Santo, e oravam de dia e de noite. Oravam sem cessar. Esse fato chamou a atenção de alguns membros da igreja, que passaram a censurá-los, considerando-os fanáticos por dedicarem tanto tempo à oração. Mas isso não os abalou. Com desenvoltura e eloqüência, continuaram a pregar a salvação em Cristo Jesus e o batismo com o Espírito Santo, sempre alicerçados na Escrituras. Todavia, como resultado daquelas orações, alguns membros daquela Igreja Batista creram nas

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verdades do Evangelho completo que os missionários anunciavam. Os primeiros a declararem publicamente sua crença nas promessas divinas foram as irmãs Celina Albuquerque e Maria Nazaré. Elas não somente creram, mas resolveram permanecer em oração até que Deus as batizasse com Espírito Santo conforme o que está registrado em Atos 2.39.Numa quinta-feira, à uma hora da manhã de dois de junho de 1911, na Rua Siqueira Mendes, 67, na cidade de Belém, Celina de Albuquerque, enquanto orava, foi batizada com o Espírito Santo. Após o batismo daquela irmã começaria a luta acirrada. Na Igreja Batista alguns creram, porém outros não se predispuseram sequer a compreender a doutrina do Espírito Santo. Portanto, dois partidos estavam criados.Devido a este movimento pentecostal Daniel Berg e Gunnar Vingren e mais 17 simpatizantes foram expulsos da Igreja Batista, no dia 13 de junho de 1911. Na mesma noite da expulsão, ao chegarem a casa da irmã Celina, na Rua Siqueira Mendes, 67, os irmãos resolveram passar a se congregar ali, o que normalmente foi feito pelo espaço de mais ou menos três meses, com cultos dirigidos pelo missionário Vingren e pelo irmão Plácido. Daniel Berg pouco falava por ainda estar atrasado no aprendizado da língua.

A fundação da 1° Assembléia de Deus

Disso tudo surgiu a necessidade de que o trabalho fosse organizado como igreja, o que se deu a 18 de junho de 1911, quando por deliberação unânime, foi fundada a Assembléia de Deus no Brasil, tendo em Daniel Berg e Gunnar Vingren os primeiros orientadores. O termo Assembléia de Deus dado a denominação não tem uma origem definida entre nós. entretanto, sugere-se estar ligado as Igrejas que na América do Norte professam a mesma doutrina e recebem a designação de Assembléia de Deus ou Igreja Pentecostal. Sobre a questão e aceitável o seguinte testemunho do irmão Manoel Rodrigues. "Estou perfeitamente lembrado da primeira vez que se tocou neste assunto. Tínhamos saído de um culto na Vila Coroa. Estávamos na parada do bonde Bemal do Couto, canto com a Santa Casa de Misericórdia. O irmão Vingren perguntou-nos que nome deveria dar-se a Igreja, explicando que na América do Norte usavam o termo Assembléia de Deus ou Igreja Pentecostal. Todos os presentes concordaram em que deveria ser Assembléia de Deus. Em 11 de Janeiro de 1968 a denominação foi registrada oficialmente como pessoa jurídica. Com o nome de Assembléia de Deus. Gunnar Vingren permaneceu de 1911 até 1924, quando transferiu-se para o Rio de Janeiro. então capital do Brasil.

As perseguições

Com a fundação da Assembléia de Deus repercutiam profundamente entre as Várias denominações evangélicas. O medo que a Assembléia de Deus viesse a absorver as demais denominações fez com que estas se unissem para combater o movimento Pentecostal. No ano de 1911, em Belém. Alguns dispuseram-se a combater o Movimento Pentecostal em seu nascedouro. Para alcançarem esse intento, não escolhiam os meios: calúnia, intriga, delação e até agressão física, tudo era válido. Chegaram, inclusive, a levar aos jornais a denúncia de que os pentecostais eram uma seita perigosa, tendo com prática o exorcismo. Enfim, alarmaram a população. A matéria no jornal, A Folha do Norte, todavia, acabou por

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atrair numerosas pessoas para os cultos da nova igreja. Não poderia haver propaganda melhor.

Os primeiros missionários da Assembléia de Deus

Haviam-se passado apenas dois anos desde que a Assembléia de Deus iniciara suas atividades em terras brasileiras. Ao iniciar-se o ano de 1913, Gunnar Vingren sentiu que devia falar a José Plácido da Costa sobre a necessidade de se levar as Boas Novas a outras terras. O missionário Vingren foi direto ao assunto: "Irmão Plácido, por que não vai pregar o Evangelho ao povo português?" Embora não pudesse responder afirmativamente naquele momento, Plácido da Costa compreendeu que esta era a vontade de Deus. A Mensagem pentecostal traz, em si, o espírito missionário. No dia 4 de abril de 1913, José Plácido da Costa e família embarcaram no navio hildebrand, na cidade de Belém, com destino a Portugal. Essa foi a primeira demonstração viva e prática do espírito missionário de uma igreja que contava apenas dois anos de atividades. Segundo o relatório prestado por Plácido da Costa, o trabalho em Portugal foi estabelecida logo no mês seguinte. Ou seja: em maio de 1913. A mensagem pentecostal passou a ser triunfantemente propagada em terras lusitanas.No dia 21 de julho de 1921, o pastor José Matos embarcava com destino a Portugal. Era o segundo obreiro que saía de Belém para semear o Evangelho na poética e heróica Lusitânia.

Estado de São Paulo

Em 15 de novembro de 1927 chegava 'a cidade de São Paulo o missionário Daniel Berg e esposa, com o objetivo de anunciar as Boas Novas na metrópole paulista, como já havia feito em outras cidades e Estados.Ao chegar 'a grande cidade industrial, Daniel Berg não conhecia ninguém, nem trazia o endereço de qualquer pessoa. Estava tão-somente escudado e confiante na direção divina. Traziam pouco dinheiro, razão por que resolveram alugar uma casa em um dos lugares mais humildes da cidade, o bairro de Vila Carrão, naquela época quase totalmente despovoado.Os primeiros cultos realizados pelo casal de missionários foram assistidos somente por duas ou três pessoas. O pequeno grupo se reunia na pequena sala da casa, cantava algum instrumento e orava. Mas os vizinhos pouco a pouco foram tomando conhecimento das reuniões realizadas a portas fechadas.Deus começou a falar aos corações durante os cultos naquela humilde casa. As conversões começaram a acontecer. No dia 4 de março de 1928 foi efetuado o batismo dos primeiros novos convertidos. Com o aumento do número dessas pessoas, não foi mais possível reuni-los na pequena sala. Portando, era necessário alugar-se um salão para os cultos. Com muito esforço, a igreja alugou um salão na Av. Celso Garcia, 1209, onde funcionou a primeira sede.Porém, a igreja continuou a crescer, de modo que o salão da Av. Celso Garcia tornou-se pequeno. Resolveram então mudar a igreja para a Rua Dr. Cândido do Vale, 41, não muito

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distante da primeira sede. Acompanhando o ritmo progressivo da cidade, a igreja florescia e multiplicava seus trabalhos. Para atender esse progresso era necessário a construção de um templo. O local escolhido foi a Rua Vilela. O templo foi inaugurado em 1930. O avanço da Assembléia de Deus era constante, na direção de todos os bairros da cidade. Portas e mais portas se abriam para que se estabelecessem novos trabalhos. Em 14 de julho de 1934, a Assembléia de Deus inaugurou um novo salão na Vila Independência (Ipiranga). As estacas continuavam a alongar-se. Salões com capacidade para trezentas pessoas tornavam-se pequenos rapidamente. Serviram como pastor Nessa fase inicial dos trabalhos, além dos nomes mencionados, os irmãos Samuel Nystron, Samuel Hedlund e Gustavo Bergstron. Em 24 de março de 1935 a igreja mudou sua sede para o espaçoso salão da Rua Cruz Branca, 35. A inauguração da nova sede foi um acontecimento histórico na vida da igreja. Nessa ocasião realizou-se também a primeira Convenção regional do Estado de São Paulo.

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Capítulo 2

VISÃO GERAL

A Assembléia de Deus é, atualmente, a major igreja evangélica do Brasil, e está fartamente disseminada por todos os Estados da Federação. Esse crescimento singular não se deve propriamente aos esforços dos seus membros (embora estes sejam esforçados), mas à ação direta do Espírito Santo de Deus. No espaço de 90 anos apenas, aconteceu esse milagre: o Brasil, de Norte a Sul, de Leste a Oeste, encheu-se de pentecostais. Fenômeno igual não consta ter ocorrido em outros países no tempo presente.A taxa de crescimento das Assembléias de Deus, desde o inicio deste movimento pentecostal, tem sido alta. Se essa taxa for conservada, chegará em breve o dia em que não mais se dirá que o Brasil é o maior país católico.Milhares de “complexos de igrejas-mães” estão localizados em cidades principais, espalhadas por todo o Brasil. A essas igrejas-mães estão filiadas igrejas menores, congregações, e casas de oração.As igrejas-mães são conhecidas pelo nome de ministérios e contam, cada uma, com milhares de crentes ativos. Cada congregação, muitas vezes organizada em local distante, é responsável apenas perante a igreja-mãe. Essa e uma das características das Assembléias de Deus que ajudam o seu extraordinário crescimento. É um processo que descentraliza a obra. Quando, porém, a congregação se desenvolve sobremaneira, desliga-se da igreja-mãe, e se torna ela mesma uma igreja-mãe que passa a orientar outras congregações menores. O fenômeno do crescimento se prende também ao método de trabalho, e às suas raízes, isto é, o fato de ser as Assembléias de Deus uma obra de fé. Durante o relato histórico, observamos que os obreiros partiam pela fé e pela fé abriam os novos trabalhos, que, também pela fé, prosperavam.

1. A obra social

As Assembléias de Deus recrutam ate o momento seus integrantes, da grande massa da população brasileira, das camadas inferiores do povo, embora, haja, também, muitos membros da classe media e alta. Entretanto, a igreja tem ajudado o povo, ensinando-o a ler, espalhando literatura, construindo bibliotecas comunitárias, jardins de infância, creches, orfanatos, asilos, casas para recuperação para toxicômanos, etc. Cada igreja-mãe supre as necessidades dos membros que dela fazem parte e das pessoas de sua comunidade, providenciando alimentos, casa, roupa, assistência médica. Alguns campos possuem sua própria policlínica ou mantém convênios. Possuem escolas e realizam, com eficiência, um multiministério abençoado por Deus, que cuida dos velhos e das crianças, dos estudantes e dos chefes de família, dos menores abandonados e das donas-de-casa.

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2. Missões

Missões é a tarefa primordial e definitiva da Igreja do Senhor Jesus Cristo aqui na terra. Essa atividade da Igreja não cessará até que Ele venha. As Assembléias de Deus, bem no principio, encarou com seriedade essa tarefa. Somente dois anos se passaram, desde o inicio de suas atividades no Brasil, e o espírito missionário já fora despertado. Em 1913, Gunnar Vingren, pastor da Assembléia de Deus em Belém, sentiu que deveria falar a José Plácido da Costa sobre missões, isto é, sobre a necessidade de levar as boas novas a outras terras. Disse-lhe, então, num encontro: "Irmão Plácido, por que não vai pregar o Evangelho ao povo português?" Plácido não pode responder afirmativamente logo, mas compreendeu que Deus lhe falava e desejava que fosse anunciar o evangelho a outros povos. Assim impulsionado pela chama missionária, no dia 4 de abril de 1913, através da novel igreja, José Plácido da Costa e família embarcaram no navio Hildebrand, no Pará, com destino a Portugal. Era a primeira demonstração viva e prática do espírito missionário da Assembléia de Deus.Segundo o relato do missionário, o trabalho em Portugal foi estabelecido em maio do mesmo ano, sendo a mensagem pentecostal anunciada ao povo daquela nação.Em 1921, também foi enviado para Portugal, José de Matos, que percorreu o país de Norte a Sul, estabelecendo contatos e fundando igrejas no Algarve e nas Beiras.Em 1962, segundo o Mensageiro da Paz (02/10/52), foi enviado a Bolívia, pela igreja do Rio de Janeiro, o Pastor Euclides Vieira da Silva.A Assembléia de Deus no Brasil continua enviando missionários para o exterior e, também, para o interior do país. Ela vem desenvolvendo um trabalho de incentivo a todos os cristãos que queiram servir a Cristo como mensageiros do seu Evangelho. O órgão orientador dos trabalhos missionários das Assembléias de Deus é a Secretaria Nacional de Missões, ligada à Convenção Geral. Essa secretaria tem como objetivo orientar as igrejas quanto ao envio e suporte aos seus missionários.Atualmente, a Assembléia de Deus no Brasil mantém missionários em toda América Latina, América do Norte, e em vários países da África, Ásia, Oceania e Oriente Médio.

3. Educação Teológica

Recentemente, começou a se dar ênfase aos institutos bíblicos para o treinamento de ministros e líderes leigos, nas Assembléias de Deus do Brasil. Centenas dessas instituições estão espalhadas pelo país. Em cada Estado da federação há várias instituições de ensino teológico. Veja: Conselho de Educação e Cultura Religiosa .

4. Relação com outras igrejas evangélicas

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A atitude das Assembléias de Deus para com as outras igrejas evangélicas não pode ser de indiferença. Elas têm se colocado contra o Movimento Ecumênico e a Convenção Geral das assembléias de Deus, em 1963, declarou: "O ecumenismo, representado pelo Conselho ecumênico das Igrejas e pelo Concílio Vaticano tem uma tendência à apostasia. Uma comunhão de igrejas que ‘abertamente praticam o culto aos ídolos’ e que crêem na justificação pelas boas obras (igreja católica romana), que negam a divindade de Jesus Cristo ou seu nascimento virginal, a necessidade do novo nascimento, a ressurreição e o retorno de Cristo (Conselho Mundial de Igrejas), é uma coisa impossível para os pentecostais. Os protestantes do Conselho Mundial de Igrejas traíram aqueles que morreram como mártires pela causa da fé”.

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Capítulo 3

COMISSÃO DA DÉCADA DA COLHEITA

Resumo Histórico

1. Início

O projeto da Década da Colheita teve seu início em 1988, quando líderes das Assembléias de Deus ao redor do mundo reuniram-se nos Estados Unidos da América, com o objetivo de tomarem uma iniciativa conjunta em favor da evangelização mundial. Nesta reunião estava o representante do Brasil, pastor José Wellington Bezerra da Costa, que assumiu o compromisso de promover no nosso país a Década da Colheita.O lançamento oficial no Brasil ocorreu no ano seguinte, em setembro de 1989, na 30ª AGO, em Salvador, BA. A partir de então, um grupo de pastores foi escolhido para traçar um projeto arrojado de evangelismo que atingisse todo país.

2. Qual era a proposta para o Brasil

Em vista do desempenho evangelístico animador que ocorria em nossas igrejas, a comissão inicial traçou os seguintes objetivos:- Levantar um exército de três milhões de intercessores; (isto correspondia a 30% da população de membros de nossas igrejas)- Ganhar 50 milhões de almas para Cristo; (No início do projeto, em 1990, significava o trabalho de 6 crentes, para ganhar uma única pessoa para Cristo no ano)- Preparar 100 mil obreiros dispostos a trabalhar na seara do Mestre;- Estabelecer 50 mil novas igrejas em todo o Brasil;- Enviar novos missionários para outras nações

3. O que foi feito

3.1. Divulgação

- Através de uma página exclusiva no órgão oficial das Assembléias de Deus, o jornal "Mensageiro da Paz", foram divulgados os planos, contribuições, materiais disponíveis, artigos sobre evangelização, envolvimento de igrejas, entre outros;- Diretrizes da Década da Colheita- 50 milhões de folhetos.

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- A CPAD imprimiu e distribuiu para as igrejas a preços abaixo do custo 50 milhões de folhetos para evangelização.- Lição Bíblica para a EBD.- Circulou no 3º trimestre de 1991, uma lição específica sobre a Década da Colheita, que foi estudada em nossas Escolas Dominicais.

3.2. Material de apoio

Para dar suporte ao trabalho da Década da Colheita em todo o país foram confeccionados e distribuídos os seguintes materiais:- Manual de evangelismo- Manual do trabalhador da Década- Cartazes- Cupom de intercessor- Plano Mensal de Oração

3.3. Conferências

A comissão planejou, entre outras atividades, a realização de conferências regionais, objetivando a conscientização do pastor, para que este, por sua vez, mobilizasse a igreja que dirige.Foram realizadas as seguintes conferências:

3.3.1. Regionais

- Região Norte: Belém, PA.- Região Nordeste: Recife, PE.- Região Sudeste: Rio de Janeiro, RJ.- Região Centro-Oeste: Anápolis, GO.- Região Sul: Criciúma, SC.

3.3.2. Locais

- Macapá, AP- Campo Grande, MS- Ipatinga, MG- Abreu e Lima, PE- Santarém, PA- Cuiabá, MT

3. 4. PesquisasO total da população assembleiana até o início da década era duvidosa. Com o objetivo de possibilitar a Comissão aferir o desempenho dos objetivos propostos foram realizados 3 pesquisas.A pesquisa que obteve melhores resultados foi a de 1993.

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Eis os números obtidos:Total de igrejas-sede: estima-se em 8.602Total de membros: Estima-se em 12.800.000Total de batizados: Estima-se em 672.565 em 93Taxa anual de crescimento: A taxa se mantém desde 1990 no patamar de 5,54 %.Fizeram parte da Comissão da Década da Colheita neste último mandato os seguintes pastores:Presidente: José Wellington Bezerra da Costa;Relator: Waldir Nunes Bícego, in memorian;Secretário: Geremias dos Santos Couto;Tesoureiro: Isael de Araújo;Secretário-Adjunto: Cyro MelloMembros:José Alves da Silva; Sebastião Cachoeira; Walmir Farinelli; Jemuel Kessler; Juvenil dos Santos Pereira; Nelson Luchemberg; Carlos Padilha de Siqueira; Lelis Washington Marinhos; José Carlos Vicente de Paula; José Maria Cantelli; Eliezer Barros dos Reis; Edson José dos Santos; Sebastião Ivo Thiago; Severino Braga Varela.

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Capítulo 4

Relação das Escolas Teológicas Reconhecidas pelo CECRE, em Maio de 1998

IBAD - Instituto Bíblico das Assembléia de Deus - Pindamonhagaba, SPIBP - Instituto Bíblico Pentecostal - Rio de Janeiro, RJ.EBPS - Escola Bíblica Permanente Sião - Belo Horizonte - MG.EETAD - Esc. de Educação Teológica das Assembléia de Deus - Campinas, SPEPOE - Esc. De Preparação de Obreiros Evangélicos- S. Cristóvão, RJSTEPEN - Seminário Teológico Pentecostal - Nova Iguaçu, RJIBAAD - Inst. Bíblico Amazônico das Assembléia de Deus - Belém, PAIBADAM - Inst. Bíblico da Assembléia de Deus no Amazonas - Manaus, AMEBD - Escola Bíblica Bereana (correspondência) - RJSEAD - Sem. por Extensão das Assembléia de Deus - São Paulo, SPESTEADB - Esc. Teo. Das Assembléias de Deus no Brasil - Salvador, BAESTEADB - Esc. Teo. Das Assembléias de Deus no Brasil - Recife, PEESTEADB - Esc. Teo. Das Assembléias de Deus no Brasil - Natal, RNETCCL - Esc. Teo. Cícero Canuto de Lima - Belenzinho, São PauloSETAD - Seminário Teo. Das Assembléia de Deus - PAETEL - Esc. Teo. Pr. Cícero Canuto de Lima - Lorena SPFAETEL - Faculdade de Educação Teológica Logos - São Paulo, SPIBADEP - Inst. Bíblico da Assembléia de Deus no Estado do Paraná, PRIBADERJ - Inst. Bíblico das Assembléia de Deus do Estado do Rio de Janeiro, RJSEBE - Seminário Evang. Boa Esperança - RJIBMC - Inst. Bíblico Missionário CanaãIBADEJ - Ins. Bíblico das Assembléia de Deus em Joinville, SCFAETEPMAT - Fac. de Edu. Teo. Pent. Das Assembléias de Deus no MTIBED - Ins. Bíblico Estrela de DaviCETEMO - Centro de Ensino Teológico Moriá - Rio de JaneiroETQS - Esc. Teo. Pr. Elizeu Queiroz de Souza - Jundiaí SPIBADS - Ins. Bíblico das Assembléia de Deus do Espírito SantoSETADAC - Sem. De Edu. Teo. Da Assembléia de Deus em Cruzeiro, SPIBADI - Ins. Bíblico da Assembléia de Deus de Imperatriz, MAEETDAFL - Esc. De Edu. Teo. Pr. Antônio Ferreira Lopes, SPEMICS -Esc. Missionária por Correspondência Siloé, SCICP - Instituto Cristã de Pesquisa, SPSEEST - Seminário Evan. Espírito Santense de Teologia, ES

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SETEP - Seminário Teológico Pentecostal do PiauíIBADEM - Inst. Bíblico das Assembléia de Deus no Maguari - Ananindeua, PASETEQUE - Seminário Teológico Querigma, P. Prudente, SPFATECAD - Facul. Teo. e Cultural das Assembléia de Deus - Teixeira de Freitas, BASETADESP - Sem. de Edu. Teo. Das Assembléia de Deus, SPFADADS - Faculdade Teológica das Assembléia de Deus em Santos, SPESTEMAPEL - Esc. Teo. Pr. Manoel Pereira de Lima, ALFASSEM - Faculdade Assembleiana de Teo. e Educ. Religiosa, DF

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Capítulo 5

Nove Décadas de Vitórias

Por: José Wellington Bezerra da CostaPor ocasião das comemorações dos noventa anos de fundação das Assembléias de Deus no Brasil, o pastor José Wellington Bezerra da Costa discursou sobre o evento, que reproduzimos na íntegra, devido a sua importância histórica.Louvamos ao Senhor pelos noventa anos de fundação das Assembléias de Deus no Brasil. Olhando para as páginas da História encontramos, com alegria, uma igreja que nasceu debaixo da graça e do poder de Deus. A poderosa mensagem pentecostal chegou ao Brasil por intermédio de dois missionários escandinavos, verdadeiros heróis na fé. Homens comuns que assimilaram bem a nossa cultura e nosso modo de vida. Possuíam um único objetivo: obedecer à visão celestial que haviam recebido. A mensagem que pregavam era simples, clara e objetiva: "Jesus Cristo salva, Jesus Cristo cura e Jesus Cristo batiza com o Espírito Santo". De fato, esta mensagem cumpria-se literalmente. Pecadores eram salvos, pela graça do Senhor; as enfermidades não resistiam à palavra de autoridade que proferiam e os novos crentes eram batizados com o Espírito Santo e com fogo. Nove décadas, apenas são passadas, e as Assembléias de Deus no Brasil têm alcançado uma posição de destaque no universo evangélico. Somos a maior igreja pentecostal do mundo. Temos mantido, pela bondade de Deus, um padrão de notável equilíbrio doutrinário, espiritual e ético diante das autoridades e de toda a sociedade brasileira. Durante esse período, nunca estivemos envolvidos em qualquer escândalo nacional, porque diante das autoridades constituídas temos demonstrado o devido respeito e obediência, conforme prescreve os escritos sagrados em Romanos 13.1-7. Não que estejamos "tocando trombetas" diante das nossas obras, mas as evidências são palpáveis por todos, inclusive pelos eventuais opositores.Há no momento, entretanto, vários movimentos neopentecostais que têm causado verdadeiras celeumas na sociedade, devido a atitudes constrangedoras, demagógicas e questionáveis, perante os princípios bíblicos. Embora chamados de evangélicos pela imprensa nacional e estrangeira, que nada entendem desse assunto, não comungamos dos mesmos princípios. Louvamos ao Senhor porque vivemos em um país democrático, onde a Carta Magna da nação garante liberdade de culto a todos os brasileiros. Respeitamos, assim, o livre arbítrio de todo cidadão. Esse tem sido nosso comportamento, não atacar quem quer que seja, mas falar somente acerca do amor de Jesus, que excede todo entendimento. Pregamos somente o evangelho de Cristo e este crucificado, "que é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê", Rm 1.16. Preservamos como fundamental o princípio homilético, a nós legado pelos pioneiros, de que "Jesus Cristo salva, cura e batiza com o Espírito Santo". Não abrimos mão

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dessa prática, pois foi através dessa tricotomia doutrinária que o Senhor proporcionou este maravilhoso crescimento que vemos hoje, em todo o território nacional e exterior. Portanto, conclamamos nossos companheiros, pastores filiados à Convenção Geral das Assembléias de Deus no Brasil, CGADB, a que continuemos pregando somente a mensagem simples e pura do Calvário, porque é a única que tem poder para transformar o mais vil pecador em nova criatura.

Capítulo 6

Traçando um perfil contextualizado sob o equilíbrio do Espírito Santo

1. Em busca de um perfil ideal

Todos são unânimes em reconhecer que a igreja do presente século não é mais o grande e poderoso organismo que abalou o mundo nos dias apostólicos. Aqueles que possuem algum envolvimento na obra de Deus estão convictos de que algo está faltando para o seu perfeito funcionamento. O nome de cristã é o mesmo, as características bíblicas são bem semelhantes, mas o vigor do início foi alterado. Algum enxerto prejudicou o crescimento da frondosa árvore plantada no deserto. As flores da primavera fazem-na bela, mas os frutos são mirrados, indignos para o título que possui.

1.1. Temos um ponto de referência

A comparação da igreja do século XX com a igreja primitiva, aquela que brilhou nos “Atos dos Apóstolos”, embora distante, sempre será necessária para não se perder o referencial. Alguns fatores que eram simplesmente considerados comuns naquela igreja são, atualmente, mencionados apenas nos discursos. Porém, da teoria à prática, o caminho a percorrer tem sido distante. Dentre alguns fatores de destaque desta comparação, podemos citar a admissão dos novos membros; o amor entre os irmãos, a comunhão e o repartir do pão; a postura e dedicação dos ministros à oração e jejuns; os contínuos milagres e manifestações dos dons espirituais no dia a dia dos crentes; o critério na separação de obreiros para o ministério; o tratamento implacável para com os hereges e o carinho com os fracos na fé; o cuidado com os novos crentes; o posicionamento do cristão diante da sociedade contemporânea; a liturgia, etc., todavia, se nos aproximarmos um pouco mais para o século em que vivemos, surge um novo referencial. Refiro-me ao início das Assembléias de Deus no Brasil. Creio que seria presunção da minha parte colocar a nossa igreja no mesmo nível daquele grupo de crentes mencionados no livro de Atos, ainda que haja uma série de acontecimentos que contribuem para pensar dessa maneira. Não podemos esquecer que houve outros movimentos com características semelhantes, no decorrer da história.Esse referencial é mais próximo. O tempo, o espaço e fatores culturais são semelhantes. Embora as transformações sociais e econômicas ocorram com muita velocidade, ainda é válido

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partir da plataforma lançada no Pará, em 1911, para resgatar nossa identidade como Igreja que aguarda o arrebatamento. São decorridos 88 anos, desde que tudo começou. Olhando para as páginas da História encontramos, com alegria, uma igreja que nasceu debaixo da graça e do poder de Deus. A poderosa mensagem pentecostal chegou ao Brasil por intermédio de dois missionários escandinavos, verdadeiros heróis na fé. Homens comuns que assimilaram bem nossa cultura e modo de vida. Possuíam um único objetivo: obedecer a visão celestial recebida do Senhor. A mensagem que pregavam era simples, clara e objetiva: “Jesus Cristo salva, Jesus Cristo cura e Jesus Cristo batiza com o Espírito Santo”. De fato, esta mensagem cumpria-se literalmente. Pecadores eram salvos, pela graça do Senhor; as enfermidades não resistiam à palavra de autoridade que proferiam e os novos crentes eram batizados com o Espírito Santo e com fogo. Oito décadas, apenas, e as Assembléias de Deus tem alcançado uma posição de destaque no universo evangélico, não somente no Brasil, como no exterior. Somos conhecidos como a maior igreja pentecostal do mundo. Temos mantido, pela bondade de Deus, um padrão de notável equilíbrio doutrinário, espiritual e ético diante das autoridades e da sociedade brasileira. Durante esse período, nunca estivemos envolvidos em qualquer escândalo nacional, porque diante das autoridades constituídas temos demonstrado o devido respeito e obediência, conforme prescreve os escritos sagrados em Romanos 13.1-7. Não que estejamos “tocando trombetas” diante das nossas obras, mas as evidências são palpáveis por todos, inclusive aos opositores.Preservamos como fundamental, o princípio homilético nos legado pelos pioneiros que “Jesus Cristo salva, cura e batiza com o Espírito Santo”. Não abrimos mão dessa prática, pois foi através dessa tricotomia doutrinária que o Senhor proporcionou este maravilhoso crescimento que vemos hoje, em todo território nacional e exterior. Portanto, conclamamos nossos companheiros, pastores filiados à Convenção Geral das Assembléias de Deus no Brasil, CGADB, que continuemos pregando somente a mensagem simples e pura do calvário, porque é a única que tem poder para transformar o mais vil pecador em nova criatura.

2. Temos um referencial na liturgia

Muito tem-se falado em renovação. Alguns argumentam que precisamos renovar nossos princípios. Mas, essa “renovação”, na prática, se confunde com “inovação”. Embora muito semelhantes, estas palavras impõe-nos profundas divergências no contexto pentecostal. Renovar é mudar para melhor ou melhorar em alguns aspectos, enquanto que inovar é abandonar o antigo, recomeçando de modo diferente.No meio em que vivemos, presenciamos todos os dias inovações das mais diversas. Algumas, até razoáveis; outras, esquisitas, antibíblicas. Não podem suportar as intempéries do tempo, porque, geralmente, são movimentos baseados na presunção, na porfia. Esses movimentos estão centralizados, quase sempre, na pessoa do líder. Se esse líder sofrer algum problema de ordem social ou moral, todo movimento sofre as conseqüências, ou seja, vai a pique.Observamos esses fatos, apenas, para lembrar que não precisamos copiar ou importar costumes e métodos para manter a estabilidade que o Espírito Santo nos legou, até aqui.

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Liturgias humanas passam. Não, porém, a liturgia dos cultos da igreja primitiva. Veja 1 Co 14.26. Doutrinas meramente humanas, logo cedem passagem para outras, recém descobertas. Não, porém, a doutrina dos apóstolos. Rejeitamos essas inovações. Expurguemo-las do nosso meio. A renovação de que precisamos, não seria melhorar alguns aspectos ao que já funcionou, comprovadamente, no início? E esta nova geração de obreiros não é fruto disso? O número que dispomos de crentes, de templos, de obras sociais, de pastores, porventura não é a prova da eficácia do método de trabalho dos pioneiros? Podemos julgá-lo obsoleto?Basta voltar a atenção para a Europa e América do Norte, celeiros de missionários e berços dos grandes avivamentos. Inovaram. Por isso tornaram-se grandes campos missionários. Mudaram o marco estabelecido pelos pioneiros (Pv 22.28). Permitiram a ingerência do deus deste século que, com astúcia, opinou nos negócios da Casa do Senhor, 1 Jo 2.15-17.A renovação de que precisamos, antes de quaisquer métodos ou estratégias, é o urgente retorno ao altar da oração, da busca da sabedoria e da fé, dons do Espírito, indispensáveis na execução das obras de Deus.Da oração, porque orando tornamo-nos humildes diante de Deus; da sabedoria, porque ela é a mola mestra que norteia decisões; da fé, porque sem ela é impossível agradar a Deus.Renovar sim. Inovar não.

3. Temos um perfil nas doutrinas e nos costumes

Constantemente ouvimos que as pessoas fazem uma certa confusão a respeito do significado dessas duas palavras. Embora elas se pareçam, mas quanto à significação elas são distintas. Doutrina é o conjunto dos princípios bíblicos que formam a base da Igreja; costume – no nosso caso eclesiástico, trata-se do comportamento do crente, da sua postura diante do mundo.A doutrina, por ser bíblica, não pode sofrer adaptações, conforme as circunstâncias da época. Na Palavra de Deus não se pode mexer. Os costumes sim, eles são facilmente manipulados, porque o “deus deste século” (2 Co 4.4.) é quem dita as tendências” da moda aos estilistas ou decide o que deve ser veiculado nos meios de comunicação, conforme as suas conveniências malignas. Eis as razões porque a Igreja não pode aceitar os costumes deste mundo: nós não somos cidadãos deste mundo e o nosso governo é o Senhor Jesus Cristo. Os padrões do mundo são contrários aos princípios bíblicos, ( 1 Jo 5.19).A Igreja, como “sal da terra” deveria influenciar nos padrões nos padrões e costumes do mundo. Mas, o que está acontecendo é exatamente o contrário.Igreja, literalmente significa “chamado para fora”. Isto quer dizer que fomos chamados para deixar o mundo e pertencer a Deus. Ora, se fomos chamados para fazer a diferença, não podemos aceitar os mesmos costumes e práticas do mundo, de onde saímos. A Assembléia de Deus no Brasil, desde os seus primórdios, é uma igreja observadora dos bons costumes pautados na doutrina essencialmente bíblica. É verdade que tem ocorrido alguns extremismos, que geralmente conduzem à intolerância. Se os nossos pastores permitirem que os costumes sejam “liberados”, para cada crente fazer o que bem entender, sem a devida orientação bíblica, fatalmente ocorrerá uma mornidão espiritual, tal qual se detectou na igreja de Laodicéia. Não mais se poderá corrigir os excessos, que certamente ocorrerão.

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4. Perfil na Consagração

Com certeza, o assunto mais decisivo da vida de um obreiro cristão é a sua vida de consagração. Consagrar, significa total dedicação ao Senhor e ao seu trabalho. Isto, sem reservas. Quando o obreiro cochila nessa área, todo o seu trabalho tende à rotina, à estagnação e, não poucas vezes, ao fracasso.Um líder consagrado influencia toda a igreja, seus companheiros de ministério, familiares e, até, a cidade onde reside. Consequentemente, o descuido nessa área, produz um clima de indolência. A recomendação de Paulo a Timóteo foi que o seu exemplo deveria ser notório aos fiéis, em tudo: "sê o exemplo dos fiéis", (1 Tm 4.12). O esforço que Timóteo fizesse para conseguir essa recomendação do apóstolo, não deveria ser uma imposição, como algo obrigatório, mas deveria ser motivado, acima de qualquer coisa, como uma entrega espontânea, incondicional, "afim de agradar àquele que o alistou para a guerra", 1 Tm 2.4. Agradar, aqui, é proporcionar alegria ao Senhor; é deixá-lo satisfeito com o que somos e o que fazemos. Vale a pena questionar se, de fato, o trabalho que realizamos é o melhor para o Senhor.Quando afirmo que a consagração é o primeiro passo, de extrema urgência, isto é simplesmente um convite para um retorno, a meu ver, indispensável. Reconsagração, com certeza. Quem não perdeu as rédeas da situação que se consagre ainda mais e, quem, por ventura, se embaraçou "com os negócios desta vida" (1 Tm 2,4), ainda há tempo para reconsagração.Para o verdadeiro cristão é desnecessário enfatizar que a constante oração, o jejum e uma vida irrepreensível diante de Deus e do mundo são prioridades no processo de santificação, segundo a Bíblia. Ora, não foi esse o caminho dos apóstolos, dos heróis da fé (Hb 11), dos chamados "pais da igreja", dos nossos pioneiros Gunnar Vingren e Daniel Berg? Precisamos avançar, sim, em direção ao "alvo, pelo prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus", (como bem ilustra o apóstolo Paulo em Fl 3.13-14 sobre os jogos olímpicos), mas não podemos esquecer de apanhar a tocha da mão desses pioneiros, para, de maneira nenhuma, sermos penalizados de "corrermos em vão", Gl 2.2. Se, de pronto, não houver nada de novo nessa declaração, uma das funções do profeta é, exatamente, exortar, repreender e corrigir o povo, a que retorne aos verdadeiros princípios estabelecidos pelo Senhor.Esse retrocesso é indispensável.

5. Perfil na evangelização

Não gostaria de ser julgado como aquele que gosta de enfatizar o óbvio ou "chover no molhado", mas julgo necessário reafirmar (da mesma maneira que Paulo repetia suas exortações aos Filipenses, Fl 3.1) o que a muito vem sendo exortado que a evangelização agressiva, ao estilo apostólico é necessária. Paulo previa que, em determinado período na História da Igreja, haveriam grupos que não aceitariam a doutrina bíblica como única regra de fé, mas tentariam adulterá-las, adaptando-as conforme as suas próprias concupiscência e conveniências, (2 Tm 4.3,4). Por esse motivo devia-se pregar, instar, redargüir, repreender e exortar com grande amor, "a tempo e fora de

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tempo", (2 Tm 4.2), ou seja, cada oportunidade de anunciar o evangelho deve ser aproveitada, com a máxima diligência. Esse princípio foi praticado, na íntegra, por Daniel Berg. Desde as viagens pelo interior da Ilha do Marajó, no Pará, ainda sem saber se expressar com clareza na língua portuguesa, cada pessoa que encontrava, Daniel via uma alma perdida que precisava urgentemente de um salvador. Era como se fosse a última oportunidade daquela alma e, se ele, como pregador, não anunciasse as boas novas de salvação, o Senhor haveria de requerer responsabilidades, Ez 33.7-9. Outro princípio paulino que bem assegura o desenvolvimento deste tema é encontrado em 1 Co 9.22, onde o apóstolo busca todos os métodos disponíveis ao seu alcance, e, até as alternativas que estavam além das suas possibilidades para salvar os seus ouvintes. É isso que sugere o texto: "fiz-me tudo para todos, para por todos os meios chegar a salvar alguns". A aplicação da estratégia de Paulo, para os nossos dias, pode-se resumir da seguinte maneira: todos os métodos pedagógicos, todos os meios de comunicação, todos os equipamentos tecnológicos disponíveis, investir todo o dinheiro, em todo os lugares, a qualquer hora, com todo o pessoal, com todas as forças, com todo ânimo, com todos os instrumentos e grupos musicais recomendáveis, etc.Com o crescimento da igreja, até certo ponto inesperado, houve, também, um volume considerável de atividades administrativas que, em regra geral, consomem a maior parte do tempo do pastor. Com isso, a administração dos números assumiu posição de prioridade, enquanto que a evangelização passou a ser tarefa de um grupo isolado da igreja, geralmente chamado de "Departamento de Evangelismo". Esse "Departamento" é que planeja e executa o evangelismo nos fins de semana, uma vez no mês, e, pasmem: algumas igrejas só tratam desse assunto durante os congressos de mocidade, anualmente (!).O que deveria ser tarefa diária de todos os crentes, sob a liderança do pastor, passou a ser feita periodicamente, por uns poucos. Evidentemente, tratamos de exceções que, todavia, tendem a crescer.

6. Perfil no discipulado

Consagração, evangelização, discipulado e missões, são temas tão interligados que fazem dos três últimos, uma conseqüência natural do primeiro. Isto quer dizer que, se um servo do Senhor é consagrado, conforme as bases mencionadas anteriormente, a evangelização será apenas um detalhe para essa pessoa, ou seja, toda a sua vida estará tão envolvida com Deus que o seu coração só falará do amor de Deus. Em todos os lugares por onde passar, com todas as pessoas com quem falar, o seu assunto principal sempre será o amor de Deus. E, quanto a ser e fazer discípulos, segundo foi ordenado pelo Senhor na Grande Comissão, também tem como base a vida de obediência ao Senhor. Ora, fazer discípulos é, exatamente, o tema central da Grande Comissão. Fazer discípulos, não é simplesmente evangelizar como está sendo feito. É conduzir pessoas a um compromisso total com Deus, e acompanhá-las no processo de amadurecimento espiritual, até que estejam preparadas para repassar o que aprenderam. Se um novo discípulo não pode discipular outro, então o processo de discipulado estará incompleto.

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Os números que dispomos de pessoas convertidas, durante as campanhas evangelísticas são expressivos, entretanto, o percentual dos que chegam ao batismo é muito reduzido, lamentavelmente. Se, pelo menos, 50% das pessoas que se convertem, permanecessem, conforme os números que são apresentados nos relatórios evangelísticos, é possível que mais da metade da população brasileira fosse membro das nossas igrejas. Assim sendo, não podemos afirmar que somos bons evangelistas, pelo fato que o evangelismo completo é produzir um crente fiel a Deus, ou seja, conduzi-lo até ao batismo nas águas, pelo menos.As estatísticas estão aí nos acusando, diante do Espírito Santo, que precisamos obedecer a Grande Comissão do Senhor Jesus Cristo.Urge o tempo de mudar este quadro.

7. Perfil em missões

O nosso débito, diante de Deus, seria menor se a Grande Comissão de Jesus se resumisse somente no "fazer discípulos". Mas a expressão se completa com outro quesito que, constantemente, aponta para nós e afirma que somos devedores: "Fazei discípulos de todas as nações". Nações aqui não significa somente cada uma das 237 nações do mundo, mas cada povo que se distingue dos demais, em matéria de língua, cultura, sistema político, é uma "nação" do ponto de vista da Grande Comissão do Senhor. Logo, os grupos indígenas do Mato Grosso, do Amazonas, de Roraima, de Angola, Nova Guiné, etc., são as "nações" onde Jesus mandou que fizéssemos discípulos.Há, pelo menos, cerca de 100 tribos indígenas no Brasil que não tem nenhum testemunho evangélico entre eles. Isto significa que há mais de 80 línguas que nada tem das Escrituras Sagradas, só no Brasil, onde vivemos. Além das outras 4.500 línguas espalhadas pelo mundo que necessitam de tradução das Escrituras Sagradas, acrescente-se ainda o desafio dos três maiores grupos religiosos do mundo (Islamismo, Hinduísmo e Budismo) que, juntos, somam 44,7% da população mundial. No ano 2000 essa população será de 2,4 bilhões de pessoas.

Conclusão:

Não é preciso ir muito longe para identificar nosso perfil. Está diante de nós. Voltemos nosso olhar para o início das Assembléias de Deus no Brasil e teremos um ponto de partida essencial. Esse olhar dirimiria muitas dúvidas.

José Wellington Bezerra da Costa

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Capítulo 7

A IGREJA E A AÇÃO SOCIALPr. Iris Goulart Seixas

1 – Introdução

Os cuidados de Deus pela pessoa humana são manifestos em todo o conteúdo bíblico tanto no Antigo como no Novo Testamento. E, sem dúvida, este cuidado estende-se ao ser humano em todas as suas dimensões: Corpo, alma e espírito, da mesma forma a igreja deve proceder. Deve preocupar-se com o bem-estar espiritual ensinando o caminho de Deus, evangelizando, pregando o evangelho a toda a criatura e encaminhando-a para a comunhão com Deus. Cuidando da alma, encaminhando aqueles que carecem de conforto, de orientação e de afeto. Cuidar do corpo físico, suprindo as necessidades: do pão, da roupa, do medicamento e da educação.

1.1 – Em busca de um perfil para a igreja do próximo milênio

Na área Social, a igreja tem um exemplo digno de ser seguido nos primeiros capítulos de Atos dos Apóstolos, o que examinaremos logo a seguir. Mas, na realidade, para a escolha do perfil precisamos olhar o contexto em que vivemos, isto é, o tipo de sociedade em que a igreja está inserida. E para avaliar o contexto é necessário verificar a configuração da pirâmide social. Verificar onde a Igreja está situada e qual a sua projeção no meio. A igreja brasileira é um segmento que se situa na classe média e classe baixa, com raras exceções. A sociedade brasileira constitui-se de uma base onde está mais de 50% de população. E, a Igreja constitui aproximadamente 15% deste nível, onde também, cerca de 80% da igreja se encontra. Os 20% restante fazem parte da classe média alta e bem raramente há alguns na classe alta. O que não varia muito do quadro geral de distribuição de rendas no Brasil.Mas a igreja, agora salva e liberta por Cristo do poder dos vícios, jogos e da prostituição, tem possibilidade de desenvolver-se e melhorar sua posição socio-econômica. Porém, esta igreja precisa estar preparada para ocupar com postura digna à sua posição social. Com firmeza e convicção para testemunhar de sua fé (I Pe 3.15).Só uma igreja bem estruturada e entrosada na sociedade poderá ganhar o povo de diferentes classes sociais para Cristo. E, as instituições sociais e beneficentes poderão se constituir em bases de aproximação para a conquista da população para Cristo.

1.2 - O perfil social da Igreja Primitiva

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O primeiro modelo que observamos é o perfil social da igreja primitiva a qual se estruturou de tal maneira que conseguiu conquistar a confiança e o respeito da sociedade (At 2:42 a 47; 4:32 a 35; 5:13 e 14). Podemos classificar o perfil da igreja da época dos apóstolos à luz dos primeiros capítulos do livro de Atos em 3(três) áreas distintas, a saber: A MARTURIA, isto é, o testemunho, a orientação espiritual, o evangelismo e a pregação e ensino da palavra; A COINONIA (a formação da comunidade social) descrita em At. 2:42 a 47; A DIACONIA ou o serviço de atendimento social bem descrito em At 6: 1 a 10. Observando este modelo podemos encontrar uma forma para a igreja crescer e conquistar a confiança e a admiração da Sociedade que a cerca, e também do poder público.

1.3 - O perfil das missões desenvolvidas no Brasil, também constitui modelo

A igreja AD no Brasil desenvolvida por missionários americanos e suecos teve um extraordinário crescimento e em pouco mais de 20 anos todos os estados brasileiros estavam alcançados pela mensagem pentecostal. A MARTURIA foi o ministério que mais se desenvolveu. Porém, estes missionários não esqueceram da DIACONIA, desenvolveram obras sociais, tais como: asilos, orfanatos, creches e escolas.

1.4 - O perfil da igreja que queremos para o século XXI

Sendo a Bíblia a nossa regra de fé e crença, nos espelhamos no modelo e nas ações sociais da igreja cristã dos dias apostólicos, onde encontramos referência a três distintos ministérios, se assim podemos chamar, são eles:a- A MARTURIA o testemunho, o que inclui o ministério da Palavra e da oração conforme (At 6:4;);b- A COINONIA, ou a administração e estruturação comunitária do novo segmento social (At 2:42-27);c- A DIACONIA, o atendimento aos pobres, carentes e necessitados (At 6:1 a 10);Com a estruturação destes ministérios teremos a condição de desenvolver uma atividade que envolva a todos os membros da igreja, selecionando-os segundo seus valores e vocações, o que facultará o cumprimento integral de tão nobre missão.

2. - Contextualização da ação social

2.1 - Contexto social desenvolvido pelos órgãos governamentais

Considerando o contexto social desenvolvido pelos órgãos governamentais, a igreja do presente precisa trabalhar com tecnologia e dentro de normas e legislação específica do atendimento social no segmento que representa. E, para isto a Convenção Geral, em sua AGO realizada em janeiro de 1997, por proposta do Conselho Regional Sul, criou em sua organização o “Conselho de Ação Social” para desenvolver sua filosofia de ação social nas áreas da Educação, da Cultura, da Assistência Social, da Saúde e da Previdência Privada Complementar; visando com isto o atendimento e o desenvolvimento integral do ser humano. A

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fim de, em convênio com os órgãos públicos desenvolver programas e projetos de interesse Comunitário, a nível local, regional e federal ou nacional. Tendo como:a - Objetivo Geral – Organizar um sistema capaz de assegurar o desenvolvimento de atividades voltadas à Educação, a Cultura, a Assistência Social, à Saúde e à Previdência Complementar no propósito de melhorar a condição de vida de seus adeptos em todo o território nacional e colaborar com os órgãos governamentais.b - Objetivos específicos I – Organizar, planejar, implantar e desenvolver projetos na área da Educação abrangendo a todos os níveis.II – Organizar, planejar, implantar e desenvolver programas e projetos na área da Assistência Social, atendendo o disposto na legislação pertinente; III – Organizar, planejar, implantar e desenvolver programas, projetos e serviços na área da Saúde médico-odontológica;IV – Organizar e desenvolver ações voltadas à área da Cultura.V – Organizar, criar e orientar fundações de Previdência Complementares;VI – Promover o entrosamento com órgãos públicos e entidades privadas congêneres visando o desenvolvimento integrado das ações de interesse comunitário; eVII – Prestar orientação, assessoria e assistência técnica às igrejas filiadas à CGADB, quanto à implantação de projetos nas áreas da Educação, da Cultura, da Assistência Social e da Previdência Privada Complementar.

2.2 - Preocupação com o Social

Os motivos da preocupação com o social são decorrentes do alto crescimento das Assembléias de Deus no Brasil e a necessidade de dar atendimento ao segmento social que representa. Havia vista, os dados estatísticos que comprovam um crescimento na ordem de 5,18% ao ano.

2.3 - Ocupar o espaço que lhe cabe por direito

A conquista do espaço social é um direito da comunidade e um dever do Ministério conquistá-lo.

2.4 - Os Direitos e as obrigações

Quando temos obrigações a estas correspondem direitos promocionais. Se hoje o contigente de crentes corresponde a mais de 10% (dez por cento) da população do país e, naturalmente, a contribuição que prestam aos cofres públicos, para o bem e a ordem nacional, por uma questão de justiça, cabe-lhe igual direito de representatividade. E, para que a igreja não se torne uma massa de manobra a ser explorada por grupos alheios à sua comunidade, é preciso que nos organizemos e tenhamos nossos próprios representantes. E isto é parte da COINONIA, da nossa organização social e comunitária.

3 – O DEVER CRISTÃO DE DESENVOLVER A AÇÃO SOCIAL28

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3.1 – Na Igreja Primitiva

O livro de Atos dos Apóstolos mostra a vida comunitária da igreja (At 2:42-47), e especialmente quanto ao atendimento aos crentes judeus ou israelitas. Mas o atendimento comunitário entre as igrejas gentílicas teve sua origem em uma mensagem profética entregue através de Ágabo em Antioquia. E os apóstolos aprenderam não apenas a atender sua comunidade, mas também, enviaram socorro aos irmãos da Judéia e, em continuação, desenvolveram este tipo de atendimento por todos os lugares onde abriam igrejas, isto nos é informado através de 2 Co 8 e 9, onde Paulo afirma que as necessidades dos irmãos eram supridas e muitas glórias eram elevadas a Deus. A Bíblia de Estudo Pentecostal trás ricas informações neste sentido.

3.2 – Na Igreja brasileira

O apoio da CGADB ao desenvolvimento Social, através de criação do Conselho de Ação Social constitui-se em um apoio desta e todas as Convenções Regionais e às Igrejas que desejam realizar serviços da área social.

3.3 – Conscientização ao Ministério Convencional

A conscientização do Ministério, e da Igreja como um todo, quanto ao dever da ação social é indispensável para o progresso da Igreja como segmento Social.

3.4 – O investimento na área Social

Os pastores como ministros de Deus e responsáveis pela orientação da Igreja, precisam ser conscientizados em investir no Social e dar condições para o crescimento de Instituições que realizam o atendimento à comunidade.

4 - COMO E POR QUE REALIZAR AS OBRAS DE ALCANCE SOCIAL? – (PALAVRA CONCLUSIVA)

4.1 – Por ser esta uma Missão da Igreja

A missão integral da Igreja só é realizada quando o Espírito Santo sensibiliza o crente para com um espírito voluntário executar as obras sociais. (At 4:34) Pois, a base de nossas ações, tanto na evangelização quanto da responsabilidade social, está no próprio caráter de Deus. Ele é o Deus de Justiça. Ele é o Deus de misericórdia. Pois, ...Ele... faz justiça ao oprimido e dá pão ao que tem fome. O Senhor liberta o encarcerado. O Senhor abre os olhos dos cegos., o Senhor levanta os abatidos, o Senhor ama os justos. O Senhor guarda o peregrino, ampara o órfão e a viúva, porém transtorna o caminho dos ímpios. (Sl 146:7 a 9).

4.2 – Por termos em Cristo exemplo

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O exemplo dado pelo Senhor Jesus Cristo – Ele refletiu a misericórdia do Pai.Teve compaixão dos pobres, alimentou os famintos, curou os doentes, libertou os cativos e oprimidos, atendeu os publicanos. Enfim socorreu a todos os grupos sociais que experimentavam alguma forma de discriminação.

4.3 – Fomos levantados para este fim

Purificou para Si um povo especial e zeloso de BOAS OBRAS Tt. 2:14 – Não somos salvos pelas obras, mas estas foram feitas para que andássemos nelas (Ef. 2.8). As obras não salvam, mas são uma evidência indispensável e visível da salvação experimentada pelo povo de Deus (Tg. 2:14 a 26).

4.4 – Esta missão reflete os mandamentos de Deus

A Ação Social é, na missão integral da Igreja, a parceira da evangelização. No ministério público de Jesus, a sua proclamação (Kerygma) e o seu serviço (Diakonia) caminhavam de mãos dadas, de maneira que se tornou difícil distinguir as ações de Jesus que eram puramente evangelizadoras” e as que eram exclusivamente “sociais”. Como regenerados e integrantes do Reino de Deus, somos como discípulos convocados a manifestar no serviço prestado aos outros, a essência da nova vida em Cristo demonstrando a fé que atua pelo amor (Gl 5.6) e... “eu com as obras, te mostrarei a minha fé” (Tg 2.18) e I Jo 3.16 a 18).

5 - INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES

5.1 - FUNDAÇÃO DE PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR

O Preletor informou que a Convenção das Igrejas AD no Estado do Paraná criou a Fundação de Previdência Social das Assembléias de Deus o Estado do Paraná – FUNPADEPAR, a qual foi autorizada pelo Ministério da Previdência através da Portaria de 12 de março de 1997 através da qual se fará a complementação salarial para os pastores e obreiros vinculados às Igrejas no âmbito daquela Convenção.

5.2- FACULDADES DE ENSINO SECULAR DAS ASSEMBLÉIAS DE DEUS

Também, a Convenção paranaense criou, com sede em Curitiba, a FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO, CIÊNCIAS, EDUCAÇÃO E LETRAS – FACEL, a qual foi credenciada pelo Ministério da Educação e da Cultura – MEC, através de parecer do Conselho Nacional de Educação nº 212 e Resolução nº 508 – MEC datada de 12 de março de 1998. A FACEL tem autorizados pelo MEC os seguintes Cursos:· Administração Geral com Habilitação em Comércio Exterior, 100(cem) vagas: 4 anos;· Letras – Português e Espanhol e respectivas literaturas, 100(cem) vagas: 4 anos;· Filosofia Licenciatura Plena, 80(oitenta) vagas: 4 anos;· Filosofia Bacharelado, 80(oitenta) vagas: 3 anos;

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· Pedagogia – genralista (cinco habilitações) 100(cem) vagas: 4 anos.Nossa primeira Faculdade com administração das Assembléias de Deus no Brasil, realizou seu primeiro Processo Seletivo (Concurso Vestibular) dia 18 de julho do corrente ano e teve sua aula inaugural dia 29 do mesmo mês com a presença do Presidente da mantenedora, Associação Educacional das Assembléias de Deus no Estado do Paraná – AEADEPAR, Pr. Daniel Sales Acioli, do Presidente da Convenção do Estado CIEADEP Pr. Israel Sodré e também com a participação de nosso Presidente da CGADB, Pr. José Wellington Bezerra da Costa que foi o Pregador na cerimônia da Sessão Solene da implantação da Faculdade. Compareceu ao ato o Pastor José Pimentel de Carvalho, Presidente da Assembléia de Deus na cidade de Curitiba, que dirigiu a oração com a bênção sobre as atividades das Faculdades Integradas da FACEL.O Pr. Iris Goulart Seixas, Diretor Geral (Reitor) da FACEL, informou ainda, que a Instituição está em pleno funcionamento, com cinco turmas e um total de 230 alunos matriculados. E, que em janeiro próximo haverá um Processo Seletivo (concurso VESTIBULAR 2000) quando serão ofertadas 460 vagas nos cinco cursos ministrados pela Instituição. Também, colocou-se à disposição dos Presidentes das Convenções regionais para orientar através do Conselho de Ação Social – CONAS/CGADB quem quizer desenvolver projeto da área de educação ou outra qualquer dentre as atribuídas a este Conselho.

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Capítulo 8

O ATUAL E O FUTURO PERFIL DAS ASSEMBLÉIAS DE DEUS

A Waldomiro Martins Ferreira, meu primeiro pastor, in memoriam.Pr. Joanyr de Oliveira (Pronunciamento feito no Fórum Convencional promovido pelo5º ELAD - ENCONTRO DE LÍDERES DAS ASSEMBLÉIAS DE DEUS.Rio de Janeiro, 23 a 26 de agosto de 1999.)Colegas pastores e demais obreiros,Que todos nós estejamos conscientes da gravidade desta hora. As Assembléias de Deus no Brasil encontram-se numa dramática encruzilhada. Que rumo tomar?Já estivemos, no passado, em situação semelhante. Poderíamos ter-nos tornado uma legião de fanáticos exclusivistas, inchados de soberba denominacional, amarrados ao legalismo mais obtuso, ao obscurantismo mais tenebroso. (As Assembléias de Deus, em sua primeira fase, justificavam o que alguém afirmou: “O Pentecostalismo é um movimento à procura de uma teologia.” Era a fase infantil. Nos Estados Unidos a doutrina, herança do Movimento da Santidade, acolhia excessos tais como um absurdo antiintelectualismo e a condenação da medicina que costumava resultar em escândalos e tragédias.) A força que vem do Senhor soprou, porém, sobre o peso que nos ameaçava, derrubou muralhas, e então caminhamos no sentido da lucidez e equilíbrio. As lideranças, em sua maioria, fizeram a opção correta. Não nos tornamos uma Congregação Cristã do Brasil ou similar, com a qual tivemos origem comum; não permanecemos como uma a mais dentre as correntes pentecostais crônicamente imaturas. O Senhor, pela sua bondade, ensinou-nos a eqüidistância entre o extremismo no campo do espiritual e o racionalismo. São Paulo foi ouvido e entendido: “Orarei com o espírito, mas também orarei com o entendimento.” (I Co. 14.15) Os que, embora bem intencionados, pregavam a inutilidade e até o malefício da cultura, das escolas (as seculares e as de ensino bíblico sistemático), não prevaleceram sobre nós, graças a Deus, que é o Mestre dos mestres. A apologia do emocionalismo irracional, de um evangelho epidérmico, manipulado por mercadejadores, sufocado pelo imediatismo interesseiro, apenas voltado para curas e prosperidade material, não contava com o mais mínimo terreno entre nós, das Assembléias de Deus.Estamos agora, sim, em nova encruzilhada. Muitas vezes somos quase levados a pensar que não temos como vocação “um só Senhor, uma só fé, um só batismo.” (Ef. 4.5); que o ensino de Paulo foi arquivado para sempre nas igrejas. Nossos costumes, que eram praticamente os mesmos, agora tendem a variar conforme nossas opções individuais, nossas conveniências, nossos interesses, enfim, conforme nossas cabeças: ultraliberais, liberais, moderadas,

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conservadoras, ultraconservadoras. Mas o mais grave é que a doutrina, obviamente muito mais importante que os costumes, inclina-se a ser, também, uma atordoante colcha de retalhos. Estamos deixando de ser um só povo. Há Assembléias de Deus, hoje, de doutrinas e liturgia simplesmente estranhas, caóticas, e algumas bem mais permissivas que as igrejas presbiterianas, metodistas, batistas mais liberais. Agora, estamos entre o perfil de uma comunidade que o Espírito Santo visita com seus sopros docemente embriagadores e seu fogo crepitante e purificador, uma igreja consagrada e madura, e um fruto doente da onda globalizante, de sincretismos, enlaçada a modelos que nivelam por baixo, uma simples e melancólica sombra do que foi no passado. Ontem, o ideal era uma Assembléia de Deus capaz de, como sal da terra, modificar o mundo; hoje, o propósito é às vezes mudar a igreja a cada dia, vertiginosamente, amoldando-a ao frívolo mundo que valoriza o ter em detrimento do ser. A aparência vale bem mais que a autenticidade. Autenticidade passa a ser preocupação quase só dos que são rotulados de velhos inúteis, sonhadores, irrealistas, espíritos nada práticos; perdem-se as raízes, e oportunismo, imediatismo, superficialismo é o que quer imperar nos corações e mentes. Nas preferências, não raro o quantitativo sufoca e vence o qualitativo. Importa, assim, encher as igrejas, não preencher nos crentes o vazio da doutrina e da inquestionável consagração. Não importa ensinar os argumentos da fé, da difícil nobreza da ética e da verdade. As meninices da maioria dos neopentecostais avançam com suas excrescências doutrinárias no sagrado território que a misericórdia do Senhor nos propiciou. Tudo o que outrora rejeitávamos com veemência nos grupos que surgiam de cisões na Assembléia de Deus está sendo agora aplaudido. Aplaudido é bem o termo: as palmas, como parte de coreografias por vezes bem primárias, infantis, grotescas cooperam nos ruidosos espetáculos em que, em muitos lugares, os cultos se transformaram. “Aplaudir é pecado ? E dançar ?” contesta-se. “Davi dançou. Miriã dançou.” Mas há os que, como o autor destas reflexões, querem saber: “Que temos nós com os costumes e os rituais do judaísmo? Paulo dançou? Pedro, certa feita contido como judaizante, dançou ? As mulheres pioneiras do Cristianismo porventura dançaram ?” Ainda que o houvessem feito, eles eram judeus; nós, não. É oportuno enfatizar que toda a cultura judaica, as artes inclusive, voltava-se para o louvor de Jeová. Entre nós, ocidentais, brasileiros, ao contrário, a arte sempre se comprometeu, predominantemente, sobretudo no modernismo, com o erotismo, a blasfêmia, a irreverência, o pecado em todas as suas formas, o folclore que muitas vezes vem a ser mera máscara da idolatria, do satanismo e afins, do chamado baixo-espiritismo. Por que confundir o que vem de Deus com o que provém dessas fontes impuras e malignas? Nossa hinologia tradicional, por exemplo, fruto de vidas realmente consagradas, de penas competentes, está sendo arquivada, e em seu lugar o que temos com freqüência são produtos de mero profissionalismo, é a linguagem vulgar e desarticulada, o herético, o secular, o profano, como se sagrado fossem, a enganar a muitos. Agora, o solene cede lugar ao folclórico; a unção dá lugar ao populismo irreverente.O modelo em nossas práticas religiosas e doutrinas, é claro, deve ser Cristo. Que e como é que ele ministrou ? Ele era sóbrio e não aderia a modismos. Ele veio cumprir a lei, não a veio impor a nós, graças a Deus pela sua misericórdia. Seus cultos ao Pai não eram movidos por artifícios, pela técnica capciosa, pela psicologia do engano, mas pelo santo, espontâneo e verdadeiro poder do Espírito.

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Creio na sinceridade da maioria dos irmãos que, inconscientemente, se estão curvando aos tentáculos dos “ventos de doutrinas” referidos em Efésios 4.14. Muitos usam como argumento que todos os recursos são válidos para manter a igreja avivada. Ainda que seja com fogo artificial... Acontecem até simulações de curas. Chega-se até ao extremo de ensinar a falar línguas estranhas, que por isso são às vezes muito estranhas… Há até os que recorrem aos mais desonestos procedimentos para, na linguagem publicitária, “vender” Cristo. Alguém já o vendeu no passado - até por quanto sabemos: trinta dinheiros -, mas o seu fim foi a tragédia e o estigma eterno.Oração, jejum, vida no altar, leitura bíblica, dons espirituais, cultos e congressos sem “shows” e estrelismos não bastam? Aquele que encontrou o Senhor na estrada de Damasco certa feita enfatizou o que dele ouviu: “A minha graça te basta…” (II Co. 12:9.) Não carecemos de espetáculos, da falsa glória de celebridades para ser uma igreja convincente e poderosa. O cristocentrismo foi, é e será sempre essencial ! Senhores pastores, irmãos em Cristo, está diante de nós um imenso desafio. Tenho consciência de que é dificílimo encontrar o ponto de equilíbrio. O ultraconservadorismo é fácil, com sua fria rigidez que cega, fere e mata. A irresponsável adesão às novidades no abominável “mercado da fé”, aos estrangeiros que nos aculturam como se fôssemos silvícolas, é também muito fácil; mas essa atitude vem, não raro, a ser um câncer no corpo da igreja; é um ácido dissimulado com sabor de mel, que descaracteriza enquanto corrói e apodrece. O que vemos é uma pungente traição aos santos homens de Deus que nos precederam e nunca imaginariam que tantos haveriam de aparecer para renegar-lhes os ensinamentos e corromper o seu maravilhoso legado.Para onde vamos? Para onde estamos seguindo? Apraz-nos sempre proclamar a propósito da igreja, e nisso nos acomodamos, que um dia Jesus nos assegurou: “As portas do inferno não prevalecerão contra ela.” (Mt. 16.18). Mas é preciso advertir: esse compromisso do Senhor é para com as igrejas fiéis, que não abrem suas portas às astutas ciladas do inimigo. Segmentos da igreja primitiva corromperam-se, irreversivelmente, dando lugar ao império dos papas com sua politicagem, seu mundanismo e suas horripilantes heresias, e chegaram ao fundo do abismo porque perderam toda a autenticidade e pureza. E nós, para onde vamos ?Só a misericórdia de Deus nos salvará do pior, como felizmente aconteceu há cerca de quarenta anos. Que fazer? Não trago, companheiros de fé, homens sinceros e tementes a Deus, alguma fórmula infalível na extirpação dos desvios que habitam os extremos. Não tenho nem posso ter tamanha pretensão. Unicamente o Senhor é capaz de ditar-nos as medidas e o tom ideais e perfeitos. Só posso dizer-lhes, irmãos, o que minha alma diz dentro de mim: algo está muito errado entre nós. Parece-me que nos cabe primeiro, e sobretudo, orar, gemer e chorar - e também agir e reagir - para que o Misericordioso nos traga o seu socorro, nesta hora escura em que a reflexão e o auto-exame sufocam-se nos alaridos programados; o compromisso e a seriedade, no oportunismo, nas mesquinhas conveniências pessoais; a serena e humilde consagração, nas cores enganosas do espetáculo.Sim, que Deus tenha misericórdia de nós. Brasília, 16 de agosto de 1999.

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Capítulo 9

Quantos Evangélicos há no Brasil?

Alguns dizem que tem mais que 40 milhões; outros 35 milhões; e outros somente 25 milhões. Alguns estudos recentes nos dão uma idéia muito mais clara do tamanho da Igreja Evangélica

do Brasil.

Fontes de Dados:

A melhor fonte de dados que temos sobre a população evangélica é o IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, reconhecido por suas boas pesquisas. Além disto, alguns estudos acadêmicos e sociológicos vêm sendo feitos que confirmam a validade dos dados do IBGE. Durante a década de 90, estudos importantes foram publicados pelo ISER, Instituto de Estudos da Religião, do Rio e pela Departamento de Sociologia da USP em São Paulo. Temos que reconhecer que dados do censo deixam muitas perguntas sem respostas. Por exemplo, quais grupos étnicos já foram alcançados com o evangelho e quais não? Quantas igrejas locais já foram implantadas e onde ficam? etc. Porém enquanto a igreja brasileira se organiza para fazer sua própria pesquisa, muita conclusões e observações podem ser feitas baseadas nos dados já existentes que podem ajudar a igreja a estabelecer alvos e planejar seu trabalho na obra de alcançar o nosso Brasil com o Evangelho de Jesus Cristo. As seguintes observações foram baseadas nos dados do IBGE dos censos de 1970, 1980 e 1991.

O Crescimento da Igreja Evangélica no Brasil:

Agradecemos a Deus pelo extraordinário crescimento que Ele tem dado à Igreja Evangélica no Brasil! A Igreja cresceu mais que o dobro que o ritmo da população durante mais de 20 anos. De 1970 até 1980 a Igreja cresceu 5,06% ao ano enquanto a população cresceu 2,48% ao ano. De 1980 a 1991, este crescimento continuou numa taxa semelhante, apesar do crescimento da população diminuir um pouco (5,18% ao ano - Igreja e 1,93% ao ano - população).

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Este Gráfico mostra o crescimento dos evangélicos e da população no Brasil de 1970 a 1980 e de 1980 a 1991. Como pode perceber, existem variações regionais, mas o país como um todo tem mostrado pouca mudança no seu ritmo de crescimento durante este longo período. Também pode ser notado que o crescimento da Igreja tem seguido o crescimento da população em cada região salvo o Nordeste onde o crescimento da população diminuiu enquanto o crescimento da Igreja acelerou.

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Este mapa mostra a taxa de crescimento dos evangélicos em cada estado do país. O Estado de Roraima tem a maior taxa de crescimento que qualquer outro estado do país. A região sul

se destaca como tendo uma taxa de crescimento menor que o restante do país. Nesta região o crescimento dos evangélicos foi somente 2,8% comparado com um crescimento do restante do país de 5,2%. Oremos pela igreja dessa região e louvemos a Deus pelo crescimento saudável

da igreja evangélica brasileira em taxas maiores que o dobro da taxa de crescimento da população durante tantos anos.

O Tamanho da Igreja Evangélica Brasileira:

Então quantos evangélicos temos no Brasil? Em 1970, o censo constatou uma população evangélica de 4,8 milhões no Brasil; em 1980 foi de 7,9 milhões; e em 1991 foi de 13,7 milhões. Se o ritmo de crescimento constatado entre 1980 e 1991 continuou até o final de 1996, teria um total de 17,8 milhões de evangélicos no Brasil, estes compondo aproximadamente 11% de população do país. Se o crescimento continuar neste ritmo, a igreja evangélica do Brasil alcançaria 50% da população no ano 2045.

Este gráfico mostra que se o crescimento constatado entre 1980 e 1991 continuar até o fim do século, a população evangélica brasileira chegará a aproximadamente 22 milhões até no ano

2000.

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A presença evangélica no país não é igual em todas as regiões. Este gráfico mostra a porcentagem de evangélicos na população de cada região geográfica do país em 1980 e

em1991. Fica claro que a região Nordeste está muito atrás do restante do país em termos de presença evangélica. De fato, a porcentagem de evangélicos naquela região é somente 6,8% enquanto o país inteiro tem 11% de evangélicos. Se tirar o Nordeste do cálculo, o restante do

país 12,6%, quase 2 vezes a porcentagem no Nordeste. Oremos pela região Nordeste.

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Este mapa mostra a porcentagem da população de evangélicos em cada estado. Pode ser facilmente notado a necessidade do Nordeste. Cada estado da região Nordeste tem menos de 10% de evangélicos, enquanto o único estado fora da região com menos que 10% é o Estado

de Minas Gerais. O mapa também nos mostra que 3 estados tem uma porcentagem de evangélicos maior que 15% da população: Rondônia, Espírito Santo e Rio de Janeiro.

Quando olhamos nos dados a nível de município, também achamos que a distribuição dos evangélicos no país varia muito. Em 1991 existiam 222 municípios com uma população de 116 mil onde o número de evangélicos não alcançou 1% da população. Mais de 1300 municípios com uma população de quase 20 milhões tinham menos que 5% de evangélicos.

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Capítulo 10

Dados mais atuais do IBGE do ano 2000:RELIGIÃOCai a proporção de católicos e cresce a de evangélicosApesar da predominância do catolicismo no Brasil, a proporção de pessoas que se declararam católicas caiu de 83,8%, em 1991, para 73,8%, em 2000. Em contrapartida, os evangélicos, que correspondem ao segundo maior percentual, representavam, em 1991, 9 %, e em 2000 chegaram a 15,4%. Na terceira posição encontram-se as pessoas que declararam não ter religião, 7,3 %, em 2000, contra 4,8%, em 1991. Os católicos, evangélicos e sem religião representavam, em 2000, 96,5% da população brasileira.O Rio de Janeiro apresentou a menor proporção de católicos (57,2%) e o maior contingente de pessoas sem religião (15,5%). As pesquisas indicam que, ao longo dos censos, o Rio de Janeiro vem apresentando uma maior diversidade de declarações de religião.As maiores concentrações de evangélicos estão no extremo norte do País, mais especificamente no Amazonas (19,2% ), Roraima (23,6%), Acre (20,4%) e Rondônia (27,7%). No Rio de Janeiro (21,1%), Espírito Santo (27,5%) e Goiás ( 20,8% ) as proporções também foram expressivas.O catolicismo teve maior penetração nos estados pertencentes à Região Nordeste, principalmente no Piauí (91,3%), Ceará (84,9%), Paraíba (84,2%) e Maranhão ( 83%). Além do Rio de Janeiro, Espírito Santo (60,9%) e Rondônia (57,5%) apresentaram as menores proporções de católicos apostólicos romanos

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Bibliografia:

BUCKLAND, Rev. A. M. Dicionário Bíblico Universal. Ed. Vida, pág. 329Bíblia Vida Nova. Sociedade Bíblica do Brasil

LÄPPLE, Alfred. A Bíblia Hoje: Documentação de História, Geografia, Arqueologia. Edições Paulinas. São Paulo, 1979, página 197 E 199

Bíblia de Estudo Scofield

KNIGHT, A. E.; ANGLIN, W. História do Cristianismo. Casa Editora Evangélica. Teresópolis, 1955. Cap. 2, páginas 9 e 14.

COMBY, Jean. Para Ler a História da Igreja I: das Origens ao Século XV. Edições Loyola. São Paulo,1984. Capítulo 2, página 43

WILLIAMS, Terri. Cronologia da História Eclesiástica em Gráficos e Mapas. Edições Vida Nova. São Paulo, 1993. página 21

WALKER, Williston. História da Igreja Cristã - Volume 1. ASTE. São Paulo, 1987. página 88

Site CPAD. .www.cpad.com.br

Site CGADB. .www.cgadb.com.br

Site Assembléia de Deus . .www.ad.org.br

Site IBGE . .www.ibge.gov.br

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