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1 ASSÉDIO MORAL NO AMBIENTE DE TRABALHO Aluna: Judiane Dall' Agnol Orientador: Mestre Rene Chabar Kapitansky RESUMO: O presente artigo tem por objetivo mostrar o que é de fato o Assédio Moral no ambiente de trabalho, a sua origem, as conseqüências ocasionadas às vítimas e o que pode ser feito para preveni-lo. Para um maior entendimento do tema, foi aplicado um questionário junto aos alunos da Escola Superior ESADE - Laureate International Universities, que visa unir a teoria à prática, dando com isso uma maior confiabilidade ao estudo. Utilizou-se de uma pesquisa quantitativa que busca identificar o quanto o tema Assédio Moral é conhecido na sociedade atual, bem como, o número de vítimas que já sofreram a violência psíquica – originária do assédio - e de que forma reagiram frente a esta conflitante posição. Diante deste levantamento foi possível se aprofundar no tema proposto neste artigo. PALAVRAS-CHAVE: trabalho, educação, organização e Assédio Moral. 1. INTRODUÇÃO Nos últimos anos, com o advento da globalização, o tema Assédio Moral vem tornando-se recorrente junto ao mercado de trabalho. Em 2001 teve seus primeiros textos publicados no Brasil e hoje ganha destaque junto aos meios acadêmicos, organizacionais e jornalísticos. Pode-se dizer que esta temática trás consigo muitas informações as quais repercutem na sociedade civil através de meios sindicais, da medicina e jurídicos, tornando o tema disponível a todos, através dos meios de comunicação que alertam sobre os malefícios decorrentes do Assédio Moral. Pergunta-se: Este é um fenômeno novo, ou já existe desde que o trabalho é conhecido como trabalho? Se o trabalho existe desde que o homem é conhecido como homem, questiona-se: O Assédio Moral sempre existiu? Buscamos conhecer sobre o assunto, porém não nos preocupamos em saber qual a sua origem.

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Page 1: Assédio Moral no ambiente de trabalho · 2010-11-24 · 1 ASSÉDIO MORAL NO AMBIENTE DE TRABALHO Aluna: Judiane Dall' Agnol Orientador: Mestre Rene Chabar Kapitansky RESUMO: O presente

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ASSÉDIO MORAL NO AMBIENTE DE TRABALHO

Aluna: Judiane Dall' Agnol

Orientador: Mestre Rene Chabar Kapitansky

RESUMO: O presente artigo tem por objetivo mostrar o que é de fato o Assédio Moral no

ambiente de trabalho, a sua origem, as conseqüências ocasionadas às vítimas e o que pode ser

feito para preveni-lo. Para um maior entendimento do tema, foi aplicado um questionário

junto aos alunos da Escola Superior ESADE - Laureate International Universities, que visa

unir a teoria à prática, dando com isso uma maior confiabilidade ao estudo. Utilizou-se de

uma pesquisa quantitativa que busca identificar o quanto o tema Assédio Moral é conhecido

na sociedade atual, bem como, o número de vítimas que já sofreram a violência psíquica –

originária do assédio - e de que forma reagiram frente a esta conflitante posição. Diante deste

levantamento foi possível se aprofundar no tema proposto neste artigo.

PALAVRAS-CHAVE: trabalho, educação, organização e Assédio Moral.

1. INTRODUÇÃO

Nos últimos anos, com o advento da globalização, o tema Assédio Moral vem

tornando-se recorrente junto ao mercado de trabalho. Em 2001 teve seus primeiros textos

publicados no Brasil e hoje ganha destaque junto aos meios acadêmicos, organizacionais e

jornalísticos.

Pode-se dizer que esta temática trás consigo muitas informações as quais repercutem

na sociedade civil através de meios sindicais, da medicina e jurídicos, tornando o tema

disponível a todos, através dos meios de comunicação que alertam sobre os malefícios

decorrentes do Assédio Moral.

Pergunta-se: Este é um fenômeno novo, ou já existe desde que o trabalho é conhecido

como trabalho?

Se o trabalho existe desde que o homem é conhecido como homem, questiona-se: O

Assédio Moral sempre existiu?

Buscamos conhecer sobre o assunto, porém não nos preocupamos em saber qual a sua

origem.

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Heloani (2004, p. 2), em sua obra “Pensata – Assédio Moral – Um Ensaio sobre a

Expropriação da Dignidade do Trabalho”, considera “que a discussão sobre o assédio moral é

nova. O fenômeno é velho. Tão velho quanto o trabalho, isto é, quanto ao homem,

infelizmente....” O autor relembra a história da colonização no Brasil, onde índios e negros

foram humilhados pelos colonizadores que utilizavam de sua superioridade para impor suas

vontades. Reforça que “A humilhação está embasada no próprio sistema macroeconômico,

que, em seu processo disciplinar, favorece o aparecimento dessa forma de violência, em que o

superior hierárquico detém um certo poder sobre seu subordinado”.

No centro das mudanças do mercado de trabalho existe a história da humanidade que

passa por grandes modificações desde os tempos primórdios. A revolução tecnológica foi um

dos últimos acontecimentos marcantes que trouxe consigo um fator chamado de

competitividade mundial. As máquinas passaram a substituir cada vez mais o homem e este

teve que se adaptar rapidamente ao novo perfil profissional. Desta maneira os salários sofrem

cada vez mais reduções e o trabalho torna-se cada vez mais inseguro e seletivo.

O surgimento desta revolução trouxe consigo novas modalidades de empregos

chamados de terceirizados e de contratos de trabalho por tempo determinado, que estabelecem

o trabalho informal, proporcionando com isso a possibilidade do assédio moral aos

trabalhadores se tornar maior e mais explicita, pois devido a não segurança no trabalho,

perdem seus direitos adquiridos ao longo da história, deixando-os mais vulneráveis.

Hoje está análise só pode ser feita graças ao primeiro livro lançado sobre o Assédio

Moral em 1996, na Suécia, por Heinz Leymann - Psicólogo do trabalho. Ele, após realizar

uma pesquisa junto a um grupo de trabalhadores tratou do tema sem conseguir defini-lo,

concluindo que os trabalhadores sofriam de “psicoterror” (comunicação hostil), e cunhou o

termo “mobbing”1 em que um ou mais indivíduos coagem uma pessoa, o que a leva a uma

fraqueza psicológica.

Em 1998, na França a psiquiatra e vitimologista, com experiência em psicoterapia de

família, Marie-France Hirigoyen, popularizou o nome com o lançamento do seu livro:

“Assédio Moral” e nele disseminou amplamente este tema ainda duvidoso. Sua abordagem

passa a esclarecer que o Assédio é um sofrimento invisível, conduzido no local de trabalho

através de condutas abusivas que possam acarretar dano à personalidade e a dignidade física

ou psíquica da vítima, podendo ocasionar a perda do emprego ou o rebaixamento no local de

trabalho a qual o opressor esta alocado e em casos mais críticos até a morte.

1 Verbo inglês to bully, que significa: desumano, grosseiro, tirânico.

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O Assédio Moral persiste ao longo da história das relações de trabalho. Porém, nos

dias atuais, com o aumento da competitividade por vantagens e cargos e pelo culto ao sucesso

profissional, o tema vem ganhando maior proporção junto às instituições de trabalho.

Com base nestas informações foi notada a necessidade de se aprofundar ainda mais

sobre o assunto.

Para isso, foi realizado uma pesquisa quantitativa junto aos alunos da ESADE –

Laureate International Universities, Escola Superior de Porto Alegre. Esses alunos estão

ativos no mercado de trabalho, e esta pesquisa tem por objetivo identificar com precisão a

porcentagem de alunos que conhecem o tema Assédio Moral, se já sofreram ou sofrem abuso

em seu ambiente de trabalho, bem de que maneira reagiram ou reagem frente a esta violência.

O artigo em questão abordará um tema novo em nossa sociedade, que surge

timidamente em nosso meio e que requer muita atenção, cuidados e estudo, pois seus

malefícios são visíveis, desestabilizando e devastando a vida daquele que o sofre.

Enfim, este artigo tratará basicamente do estudo sobre o Assédio Moral no Ambiente

de Trabalho, sua origem e as conseqüências ocasionadas às vítimas.

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 A RELAÇÃO DA ORIGEM DO TRABALHO COM O ASSÉDIO MORAL

O trabalho é algo relacionado à nossa existência e sempre ocupou lugar central na vida

do homem, sendo em diferentes comunidades, limitando-se as condições sócias econômicas

existentes.

A origem da palavra trabalho vem do latim: tripalium, instrumento utilizado para

torturas, ou mais precisamente “instrumento feito de três paus aguçados, algumas vezes

munidos de três pontas de ferro, nas quais os agricultores bateriam o trigo, as espigas de

milho, o linho, para rasgá-los e esfiapá-los." Albornoz (1994, p.10).

O trabalho por muitos anos foi associado ao sacrifício e ao fardo. Era desprezado pelos

cidadãos livres na Grécia antiga. Já Platão, considerava o exercício das profissões vil e

degradante e no início da Era cristão o trabalho era visto como tarefa penosa e humilhante,

utilizada na punição dos pecadores.

No Antigo Testamento, em Gênesis (capítulo 3, versículo 19, p. 5), Adão é penalizado

quando Deus lhe da o seguinte castigo: “No suor do rosto comerás o teu pão.” Desta forma

nossa civilização evoluí com uma visão distorcida do trabalho, ora negativa quando ao fardo,

sacrifício e penalidade e ora positiva – sendo esta em menor conscientização – quando do

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sustento, da realização pessoal e possibilidade de crescer e construir sua história junto à

sociedade.

Bava Jr. (2000, p 17) em sua obra “Introdução à Sociologia do Trabalho” reputa que

“É da natureza do trabalho humano fazê-lo, já que o trabalho é, na verdade, o abrigo da

humanidade e não da riqueza que ele gera”.

Com a evolução da história sobre o trabalho, a sociedade entrou na Era da produção

artesanal, o trabalhador mudou sua visão do trabalho e adquiriu autoconfiança, pois através de

sua participação em todo o processo produtivo, desencadeou criatividade e habilidades,

identificando-se com sua função, sendo diretamente responsável pelos resultados que obtinha

dele. Com o surgimento da revolução industrial a palavra racionalização ganhou seu enfoque.

O controle entra nas fábricas e tudo passa a ser ditado, analisado. Custos minimizados e

ganhos maximizados. A emoção deixa de ter valor e a produção em grande escala ganha seu

espaço, gerando com isso uma nova forma de convivência nos meios sociais.

Rapidamente as empresas são influenciadas pelas abordagens taylorista e fayolista,

“que resultaram em uma organização do trabalho extremamente autoritária”. Kanaane (2007,

p. 26). Passando a estabelecer jornada de trabalho, com horários exatos de entrada e saída e a

produtividade passa a ser controlada por cronômetros com horários predeterminados para

executar tarefas. As pessoas ficam sujeitas as leis impostas pelas fábricas, à indústria muda o

conceito de trabalho e passa a ditar novos valores à sociedade, criando com isso a Sociedade

Industrial.

Este conceito muda apenas no início da década de 70, com a crise do capitalismo os

modelos taylorista e fayolista perdem a força após decadência, gerando com isso

significativas mudanças nas relações de trabalho, sendo necessário uma administração mais

flexível.

Estas mudanças no âmbito do trabalho não param de ocorrer. Com há tecnologia nos

anos 90 entramos na Era da Informação, esta nova fase trouxe consigo coisas do bem e coisas

do mal. Segundo Souza (2009, p. 27), “[...] o bem, pois nada mais fica oculto, toda a

informação é acessível a todos [...].” “O mal também está presente, pois exige de nós total

disponibilidade para estarmos 24 horas no ar, seja lá onde estivermos”.

A globalização ganhou seu espaço, nem bem saímos de uma Era e logo entramos

noutra. Era da informação, Era do conhecimento e hoje estamos entrando na Era do conceito,

desenvolvida para agregar as demais já existentes. “Na Era do Conceito somente a

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racionalidade e a lógica não serão suficientes para a competitividade das organizações e das

pessoas, pois todas as respostas que sabemos podem perder o valor num piscar de olhos, uma

vez que todas as perguntas se renovam em velocidade exponencial”. Souza (2009, p. 28).

Analisando brevemente, este conceito pode ser perfeitamente utilizado, porém, é

sabido que o trabalho não é visto desta forma tão simples assim pelas organizações e pelos

empregados que fazem parte dela. Segundo Freitas, Heloani e Barreto na obra “Assédio

Moral no Trabalho” (2008, p. 35), “[...] essa nova organização do trabalho faz parecer que os

que têm emprego devem se submeter à degradação do clima de trabalho sem pestanejar, visto

que eles são privilegiados; ter emprego passa a ser motivo para ser chantageado com a ameaça

do desemprego” .

Apesar de nossa evolução, as formas de atuar no mercado de trabalho se repetem,

vemos pequenos avanços, porém nada que soe positivamente para os trabalhadores em seu

ambiente de trabalho. Segundo Kanaane (2007, p. 27), “[...] desenvolvemos hábitos e

maneiras de agir, estabelecemos padrões repetitivos, que acabam por se tornar uma espécie de

'segunda natureza' que passa a dirigir os rumos de nossa vida como se fossem inexoráveis e

imitáveis” [...] “nossas reações tendem a automatizar-se, a ponto de não tomarmos

consciência desse fato, influenciando nossa capacidade de encontrarmos opções para alterá-

las”.

Desta forma agimos muitas vezes sem saber o porquê, apenas por que a história nos

modelou desta forma e devido nossas necessidades e correrias do dia a dia não paramos para

questioná-la, dando assim continuidade ao mesmo modelo, alimentado os mesmos padrões.

Diante de uma sociedade cada vez mais consumista, a competição generalizada passou

a fazer parte do cotidiano das pessoas nos seus locais de trabalho, dando espaço a hostilidade,

indiferença e até mesmo a inveja, gerando no homem mudanças de comportamentos e de

valores, sendo estas mudanças vistas como uma forma de violência social, latente e induzida

muitas vezes. Nesta corrida a favor do egocentrismo, muitas formas silenciosas são permitidas

em nosso meio de trabalho, provocadas pela ansiedade e pela busca da perfeição, gerando um

desequilíbrio psicológico na humanidade, tornando-a refém do medo, por conta de

perseguições injustificáveis. Até quando o trabalho afetará nossos trabalhadores de forma

negativa? É necessário mudanças de pensamento e comportamento, pois o trabalho ocupa

uma função muito importante em nossas vidas, é através dele que criamos uma sociedade

digna, próspera e com um futuro promissor. Se continuarmos a alimentar as nossas empresas

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com esta indiferença, com uma estrutura social que, como vimos, age com egoísmo e

competitividade, continuaremos a desencadear problemas de saúde cada vez latentes, gerando

nas pessoas desestabilidade emocionais, levando a depressão, baixa estima, baixo

desempenho, estagnação e como veremos a seguir muitos ao óbito. Trata-se de perversidade

no sentido moral.

2.2 EDUCAÇÃO: A BASE MORAL DA SOCIEDADE

Sabemos que a educação é a base moral de uma sociedade. Ela inicia cedo, logo que

nascemos e passamos a fazer parte de uma família. Pode ser ensinada através dos pais, como

descreve Zagury (2000, p. 19) “O ser humano ao nascer, não tem ainda uma ética definida. E

somos nós, especialmente nós, os pais, que temos esta tarefa fundamental e espetacular.”, ou

como podemos ver a seguir, a educação pode ser dada pela própria sociedade através de um

conjunto de fatores que repercutem de maneira negativa em crianças e adolescentes,

provocando a ira e a violência: “[...] o consumismo exacerbado, a competitividade, o

individualismo, a má distribuição de renda, a crise ética, a impunidade e a corrupção, o fácil

acesso da população a armas, o interesse da indústria armamentista, o crescente desemprego,

o seríssimo problema das drogas [...]”, “[...] tudo isso junto pode produzir nas crianças e

jovens em formação uma gradual perda de sensibilidade e da capacidade de se indignar,

fundamental para o desenvolvimento da empatia e da solidariedade” Zagury (2000, p. 110 e

111).

Dolto (2005, p. 223), em sua obra: A Causa das Crianças nos diz: “Não é pelo fato de

não emitir palavras que o bebê não as recebe: se as finezas incluídas na linguagem ainda lhe

escapam, ele apreende o sentido delas graças a sua intuição direta da pessoa que lhe fala, seja

qual for à língua que ela empregue para se dirigir a ele.”

Nesta mesma metodologia Maldonado (2002 p. 13), em sua obra Comunicação entre

Pais e Filhos descreve: “A criancinha ao nascer não é uma folha em branco. Em muitos

aspectos é idêntica a todos os bebês. [...]. O contexto onde vive, as pessoas com quem

convive, suas experiências de vida, certas predisposições, recursos e características pessoais:

tudo isso contribui para seu modo de ser.”

Diante destas afirmações, podemos ver o quanto à educação na base é essencial na

fase de formação de uma criança para que ela se torne um adulto com valores baseados na

ética.

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Maldonado, ainda afirma que: “[...] no âmbito familiar, a criança sempre ocupa o trono

[...], passará a exigir o primeiro lugar em outras situações.”

Além disso, Miller (1997) afirma que: “A criança que não é orientada pelos pais e é

atendida em tudo sempre que chora e esperneia tende a perpetuar este tipo de conduta. Ela já

está aprendendo a alongar seus limites e iniciando o processo de controlar o mundo através,

primeiramente, do grito e, talvez depois, pela violência ou agressão.”

Como vemos, crianças sem orientação e sendo atendidas através do grito, de

xingamentos e quebrando as coisas, acostumadas desde criança a serem o centro das atenções,

crescem com esta mentalidade e agem desta forma nos meios aos quais estão inseridas,

principalmente no âmbito do trabalho, onde esta percepção é mais latente. Esta personalidade

gera um adulto egocêntrico, suas ações são voltadas para as suas necessidades e diante do

poder passa a fazer com que as suas vontades prevaleçam, não medindo as conseqüências e os

males que provoca no próximo.

Já se a educação na fase criança for baseada em maus tratos e repressões o resultado

tende a ser pior.

Millher (1997, p. 16), em sua obra O Drama da Criança Bem Dotada afirma: “A

repressão aos maus maus-tratos sofridos no passado leva algumas pessoas, por exemplo, a

destruir a própria vida e a vida de outros [...] outras reproduzem ativamente o sofrimento a

que forma submetidas.”

Hirigoyen (1998, p. 47) em sua obra Assédio Moral: A Violência Perversa no

Cotidiano nos diz: “A violência perversa nas famílias constitui uma engrenagem infernal,

difícil de ser detectada, pois tende a transmitir-se de uma geração a outra. É o caso dos maus-

tratos psicológicos que escapam muitas vezes à vigilância dos que estão à volta, mas que

produzem devastações cada vez maiores.”

A convenção internacional dos direitos das crianças considera como mau-trato

psicológico às crianças:

- a violência verbal – como exemplo o “patinho feio” termo vulgar utilizando no

âmbito familiar. Geralmente crianças postas de lado, porque são dotadas de pouca inteligência

que desagradam os pais, ou porque não possuem características estéticas bonitas.

- os comportamentos sádicos e desvalorizadores – gera na criança a menos valia. Neste

estágio a criança perde a estima e a consideração, sendo desacreditada em todos os seus atos.

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- a rejeição afetiva – é a irmã gêmea da descriminação e da segregação. As crianças

são desprezadas e seus atos são constantemente reprovados com desdenhas e repelidas.

- as exigências excessivas ou desproporcionais em relação à idade da criança – apesar

de nítidos esforços por parte da criança, quando este não é satisfatório, os pais utilizam de

punições ou de palavras ofensivas.

- as ordens ou injunções educativas contraditórias ou impossíveis – tratar a criança

como adulto, não se atentando as limitações muitas vezes da idade, gera o desprezo e a

incapacidade na criança.

Estes comportamentos encontrados na base provocam uma série de conseqüências

psicológicas na fase adulta desta criança, pois trabalham de forma lenta e silenciosa e são

nomeadas de assédio moral no âmbito familiar.

Segundo Hirigoyen (2000, pg. 59): “As crianças vítimas de agressões perversas não

têm outro recurso a não ser os mecanismos de clivagem protetora, e vêem-se por vezes

portadoras de um núcleo psíquico morto. Tudo que não pode ser metabolizado durante a

infância vê-se projetado em permanentes passagens a ato na idade adulta.”

Theophilo em seu artigo: Violência Psico Física na Criança e no Adolescente,

disponível em seu site: http://www.psicologia.org.br/internacional afirma: “Adultos frustrados

aproveitam o seu complexo de inferioridade para descarregarem na frágil criança o seu

mesquinho modo de ser, aplicando punições exageradas como, por exemplo, em pleno

inverno obrigarem a criança a tomar banho frio como castigo, etc. Tais violências psíquicas

podem não marcar fisicamente, mas com certeza, deixarão marcas comportamentais negativas

por toda a vida.”

Desta forma, concluímos que crianças com uma educação na base empobrecida,

voltada para a violência física e moral e discriminatória, tem maiores chances de se

desenvolverem adultos com os mesmos comportamentos e este se manifestarem não apenas

no âmbito familiar, mas principalmente no âmbito do trabalho onde detém um setor poder, ou

lutam por ele. Com isso o assédio moral vem ganhando espaço em nosso meio devido nossa

cultura e nossa base familiar, acarretada muitas vezes pela falta de conhecimento. Essa

conduta se repete de geração após geração, e por sermos tolerantes, nos tornamos

complacentes.

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2.3 O TRABALHO COMO PALCO DO ASSÉDIO MORAL

Chiavenato (2000, p. 282), em sua obra Administração: Teoria, Processo e Prática -

nos trás a teoria de McGregor onde diz que a natureza humana é composta por duas

concepções:

Teoria X: as pessoas são preguiçosas; evitam o trabalho; evitam a responsabilidade, a

fim de se sentirem mais seguras; as pessoas precisam ser controladas e dirigidas; as pessoas

são ingênuas e sem iniciativa.

Teoria Y: as pessoas são esforçadas e gostam de ter o que fazer, tem motivação básica,

potencial de desenvolvimento, possuem capacidade de assumir responsabilidades, e possuem

capacidade de imaginação e de criatividade.

A teoria X esta relacionada há história do trabalho, onde se tem como cultura controlar

os trabalhadores. Já a teoria Y é uma nova forma de se ver o trabalhador atual, alguém

disposto, criativo e confiável, uma modalidade ainda em fase desenvolvimento em nosso

meio.

McGregor aponta como a mais indicada a Teoria Y, para se aumentar a motivação dos

empregados, porém no mercado de trabalho a Teoria mais encontrada é a X, obsoleta,

entretanto, o cenário visto desde a origem do trabalho.

Como se pode ver são duas formas diferentes de trabalhar, o que diferencia uma

empresa da outra quanto à forma que esta irá tratar seus funcionários, será a administração.

A administração de uma organização esta altamente ligada ao estilo com que os

administradores dirigem as pessoas dentro dela. Este estilo, esta diretamente conectado a

cultura organizacional e esta cultura, conforme Chiavenato (2000, p. 287) “É uma complexa

mistura de presunções, crenças, comportamentos, histórias, mitos, metáforas e outras idéias,

que representa a maneira particular de uma empresa funcionar e trabalhar”.

Desta forma ao analisarmos as organizações e suas culturas, veremos que através delas

são criados palcos que expressam ações e comportamentos no ambiente de trabalho, sendo

estes muitas vezes abusivos, humilhantes e violentos que expressam visivelmente o

predomínio da Teoria X.

Kanaabe (2007, p. 59) define: “As organizações exercem influência acentuada sobre

os estados mentais e emocionais dos indivíduos que as compõem.” Quanto mais

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desorganizada, mal-estruturada e depressiva uma empresa é, maiores são as chances de um

assediador agir em prol de seus interesses.

Hirigoyen (2000, p. 95) relata: “A desorganização de uma empresa é sempre geradora

de estresse, quer se trate de uma inadequada definição dos papéis, de um clima organizacional

instável, ou ainda de uma falta de coordenação.”

A autora afirma ainda que: “O mundo do trabalho é extremamente manipulador [...]

exige-se dos empregados que invistam corpo e alma em seu trabalho, em um sistema

qualificado de “managinário”, transformando-os assim, em “escravos dourados”.”

Desta forma, para não recorrer a reducionismos, reforça-se que em nossa sociedade, e

em específico no ambiente de trabalho, o Assédio Moral é algo que faz parte das organizações

e que tem como premissa o uso da violência psicológica junto aos colaboradores, gerando

insatisfações, baixa produtividade, doenças físicas e demissões.

Para esclarecermos melhor este assunto, falaremos abaixo sobre o tema proposto neste

artigo.

2.4 ASSÉDIO MORAL

O tema assédio moral surgiu no século XX devido à gravidade dos sintomas que são

avassaladores. Um assunto que até pouco tempo atrás era visto como um exagero, ou até

mesmo uma convergência da atualidade, porém, na medida em que os relatos das vítimas

foram surgindo, ganharam destaque em nosso meio, demonstrando que não se trata apenas de

uma tendência da modernidade, e sim, um tema que preserva um dos direitos mais

importantes do homem: a dignidade.

2.4.1 ASSÉDIO MORAL NO AMBIENTE DE TRABALHO

O tema assédio moral é identificado como um fenômeno destruidor do ambiente de

trabalho, favorecendo não apenas ao absenteísmo como também a baixa produtividade,

gerados pelos desgastes psicológicos.

Hirigoyen (2000, p. 66) define o assédio moral como: “Por assédio em um local de

trabalho temos que entender toda e qualquer conduta abusiva manifestando-se, sobretudo por

comportamentos, palavras, atos, gestos, escritos que possam trazer dano à personalidade, à

dignidade ou à integridade física ou psíquica de uma pessoa, pôr em perigo seu emprego ou

degradar o ambiente de trabalho”.

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De acordo com Souza (2009, p. 31) em sua obra “As Chefias Avassaladoras”: O

Assédio Moral é um conjunto de ações depreciativas, sistemáticas e prolongadas contra um

subordinado, que tem por objetivo destruir seu equilíbrio psicológico, tornando-o refém do

medo por conta de perseguições injustificadas.

Já segundo Heloani (2004, p. 5): “[...] o Assédio Moral caracteriza-se pela

intencionalidade; consiste na constante e deliberada desqualificação da vítima, seguida de sua

conseqüente fragilização, com o intuito de neutralizá-la em termos de poder. Esse

enfraquecimento psíquico pode levar o indivíduo vitimizado a uma paulatina

despersonalização.”

Dessa forma, a depravação moral não mede esforços para poupar nenhuma pessoa, e

se demonstra com mais intensidade quando ocorre no mundo do trabalho. De fato, o assédio

moral no trabalho identifica-se como um fenômeno destruidor, ratificado pelos atos omissivos

ou comissivos, atitudes, gestos, procedimentos e comportamentos do chefe ou do superior

hierárquico ou dos próprios colegas, favorecendo a diminuição da produtividade, o

absenteísmo, face os desgastes psicológicos que provoca.

Para Nascimento (2009) “Assédio é o termo utilizado para designar toda conduta que

cause constrangimento psicológico à pessoa.” “[...] caracteriza-se por ser uma conduta

abusiva, de natureza psicológica, que atenta contra a dignidade psíquica, de forma repetitiva e

prolongada, e que expõe o trabalhador a situações humilhantes e constrangedoras, capazes de

causar ofensa à personalidade, à dignidade ou à integridade psíquica, e que tenha por efeito

excluir a posição do empregado no emprego ou deteriorar o ambiente de trabalho, durante a

jornada de trabalho e no exercício de suas funções.”

No ambiente de trabalho, essa guerra psicológica resulta em dois elementos: o

primeiro é o abuso de poder, sendo este um comportamento mais fácil de se desmascarar, pois

é recriminado pelos empregados e o segundo é a manipulação perversa, sendo esta conduta

mais astuciosa e que causa maiores destruições derivadas de sua forma silenciosa de se

manifestar.

Na instrumentalização procedimental do assédio, não existem explicação precisas,

mas sim, um conjunto de sentimentos inconfessáveis, ocultos e nocivos, que dentro das

organizações se desenvolvem como algo inofensivo e que se difundem com muita rapidez.

Num primeiro momento as ameaças e as desavenças são levadas na brincadeira pelo

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assediado, porém, à medida que se repetem com freqüência a vítima sente-se retraída,

submetendo-se a estas situações humilhantes e desagradáveis num espaço maior de tempo.

Com isso, assediar é submeter alguém sem trégua a ataques repetidos, sendo que sua

sistematização atenta contra a dignidade e integridade psíquica ou física do sujeito. A cada

humilhação sofrida a vítima tende a se fragilizar mais e por conseqüência permanece

paralisada diante das humilhações devido aos sentimentos de raiva, de culpa e de medo que

somatizados, provocam um desgaste psicológico expressivo, impossibilitando que o sujeito

reaja ao assédio moral.

"O assédio moral também é um comportamento aético, não só por parte dos chefes

tiranos que o praticam, mas também por parte das empresas que os mantém em seus quadros."

Souza (2009).

2.4.2 PERFIL DA VÍTIMA DO ASSÉDIO MORAL

"A vítima é vítima porque foi designada como tal pelo perverso." Hirigoyen (2000).

Todo colaborador, dentro de uma organização, pode ser vítima do assédio moral.

Porém, segundo a autora, frequentemente o assédio se inicia quando uma vítima reage ao

autoritarismo de um chefe, ou se recusa a deixar-se subjugar. Apesar das pressões, possui

capacidade de resistir à autoridade, levando-a tornar-se um alvo.

Outro comportamento que leva uma pessoa a ser vítima é a falta de confiança em si e a

necessidade de a qualquer preço passar uma melhor imagem sua para os outros, sendo esta

uma das características que as transformam em pressas.

Hirigoyen (2000), afirma ainda que: "Pode-se dizer que as vítimas potenciais são

portadoras de uma melancolia parcial, com um ponto doloroso de um lado – que pode ser um

traumatismo de infância – e, de outro, uma melancólica e sim à parte viva, à vitalidade que

eles percebem e da qual tentam apropriar-se."

Geralmente o perfil do assediado esta relacionado àqueles colaboradores

perfeccionistas, que trabalham além do horário de trabalho, são dedicados, estão disponíveis

aos fins de semana e não faltam ao trabalho nem quando estão doentes.

Definir com exatidão o perfil da vítima do assédio moral é uma tarefa complexa, pois

esta diretamente ligada ao ambiente de trabalho, a cultura da organização, a capacidade de

resistência da vítima e a personalidade do agressor. Pode-se dizer então que o perfil da vítima

é multifacetado.

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2.4.3 PERFIL DO AGRESSOR – OPRESSOR

Freire (2005), em sua obra, Pedagogia do Oprimido, descreve que para os opressores a

busca pelo ter cada vez mais é o que vale indiferente se esta procura se dará através do ter

menos ou do nada ter dos oprimidos2.

O autor afirma ainda (p. 32) que: “A violência dos opressores, que os faz também

desumanos, não instaura uma outra vocação - a do ser menos.” Ou seja, o opressor luta

diariamente pelo poder. Para isso, ele abusa da sua autoridade assediando suas vítimas, como

forma de valorizar-se e de satisfazer suas vontades.

Este comportamento é típico de pessoas perversas. Segundo Hirigoyen, a finalidade de

uma pessoa perversa é chegar ao poder, ou nele manter-se, não importa por quais meios.

Porém no funcionamento perverso, não existe apenas a busca do poder, há, sobretudo um

enorme prazer em usar o outro como um objeto, uma marionete.

A autora afirma ainda que "Toda pessoa em crise pode ser levada a utilizar

mecanismos perversos para defender-se." As atitudes de um agressor estão ligadas à

intolerância às críticas e a necessidade de ser admirado.

No que tange a área de gestão, de acordo com Souza (2009, p. 45): “Chefias

avassaladoras são extremamente desconfiadas e controladoras. Pedem volumes

desnecessários de relatórios, controles e mapas que nunca atendem ao que ele quer,

justamente porque eles, quase sempre, não sabem o que querem.” O autor afirma ainda que

chefes avassaladores são donos da verdade; de todas as verdades.

Para exemplificar de maneira humorada Barreto, (2000) em sua obra Uma Jornada de

Humilhação, identificou os tipos de chefes com o perfil de assediadores, os quais seguem

abaixo:

Profeta: Sua missão é demitir indiscriminadamente os trabalhadores para tornar a

máquina a mais enxuta possível. Para ele demitir é uma "grande realização". Gosta de

humilhar com cautela, reserva e elegância.

Pit-bull: É agressivo, violento e até perverso no que fala e em suas ações. Demite

friamente e demite com prazer.

2 Oprimido: abaixado, acabrunhado, achatado, aperreado, humilhado e vexado.

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Troglodita: Aplica as normas sem pensar. Sempre tem razão. É uma pessoa grotesca e

brusca.

Tigrão: Possui grande incapacidade, por isso age com agressividade para escondê-la.

Necessita de público para assisti-lo e por isso sentir-se temido por todos.

Mala – babão: Conhecido com "capataz moderno". Vive bajulando o chefe e

manipula todos os subordinados com "mão de ferro". Também gosta de perseguir os que

comanda.

Grande Irmão: Aproxima-se do grupo e finge que é sensível e amigo dos

trabalhadores. Numa primeira oportunidade usa dos problemas dos empregados para afastá-

los ou rebaixa-los no grupo como também para demiti-los.

Garganta: Não conhece bem seu trabalho, porém vive contando vantagens. Não

admite que seus subordinados saibam mais que ele e tem por hábito colocar seus

colaboradores em funções acima de seus conhecimentos ou abaixo de suas funções.

Tasea: Conhecido como o "tá se achando". É aquele inseguro e confuso que esconde

sua incapacidade. Dá ordens contraditórias. Se algum projeto ganha os elogios dos superiores

ele apresenta-se para recebê-los, mas em situação inversa responsabiliza os subordinados pela

"incompetência".

Em suma o perfil do agressor ou oprimido esta relacionado à falta de sentimentos

(incapacidade de colocar-se no lugar do próximo), ao egocentrismo extremo, a falta de

empatia ao próximo. Os mesmos possuem grande inveja do próximo pelo que aparentam ter e

possuem facilidade em mentir, humilhar, rebaixar e violentar física e psiquicamente sua

vítima em prol de seus interesses pessoais.

2.4.4 QUEM AGRIDE QUEM

Ressalta-se que, no aspecto contextual do assédio moral, distinguem-se três espécies

de sujeitos: o agressor, a vítima e os espectadores. Contudo, outras observações se impõem.

Mesmo havendo três atores neste cenário trágico, o assédio moral dentro de uma organização

pode ser praticado por qualquer pessoa e ocorre em todas as direções.

Conforme Souza (2009), ele pode ser praticado das seguintes formas:

- Assédio moral horizontal: ocorre entre funcionários do mesmo nível hierárquico.

Trata-se de colegas de trabalho, de uma mesma área, onde um colega é agredido por outro

colega, ou até mesmo uma descriminação do próprio grupo a um indivíduo.

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- Assédio moral vertical ascendente: refere-se ao assédio moral onde um ou mais

subordinados investem contra o gestor. Uma forma de assédio rara, mas que acontece.

- Assédio moral vertical descendente: mais comum em nosso meio. Ocorre quando um

subordinado é vitimado pelo chefe que desfruta de um abuso de poder, dando vazão as suas

frustrações, fantasias e onipotência para humilhar através de palavras ou de atos,

chantageando permanentemente, podendo levar ao assédio sexual3.

Vê-se que o assédio moral ocorre em todos os níveis dentro de uma organização e se

dá através de comportamentos expostos num grupo a qual desenvolve uma identidade nova e

única.

2.4.5 MÉTODOS DE ASSÉDIO

Como vimos acima, o assédio moral pode ocorrer de diferentes direções e estas podem

ser manifestadas de formas diversas, assumindo características específicas, sendo

comportamentos freqüentes e repetitivos.

Freitas, Heloani e Barreto (2008), definem os métodos do assédio conforme seguem

baixo:

- Deterioração proposital das condições de trabalho: retirar da vítima a sua autonomia,

não lhe transmitir as informações úteis para a realização de tarefas, contestar sistematicamente

as suas decisões....;

- Isolamento e recusa de comunicação: a vítima é interrompida constantemente,

superiores hierárquicos ou colegas não dialogam com ela, a comunicação é feita apenas por

escrito, proíbem os colegas de lhe falar...;

- Atentado contra a dignidade: utilizam insinuações desdenhosas para qualificá-la,

fazem gestos de desprezo diante dela, é desacreditada diante dos colegas,...;

- Violência verbal, física ou sexual: ameaças de violência física, agridem a vítima

fisicamente, invadem a sua privacidade com ligações telefônicas ou cartas, seguem-na na

rua,....

Tais métodos paralisam a vítima, tornando-a refém de procedimentos e situações que a

desestimula, gerando um desconforto e a incerteza de sua real capacidade. Esta situação

3 Hirigoyen (2000): “O assédio sexual não é senão um passo a mais na perseguição moral."

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gerada através de uma pressão psicológica intensa e de forma invisível, faz com que a vítima

não reaja e se submeta diariamente a estes episódios. Muitas vezes esta submissão ocorre pelo

medo do famoso: desemprego.

2.4.6 DIFERENCAS ENTRE O ASSÉDIO MORAL E O ASSÉDIO SEXUAL

A violência sexual e moral no ambiente de trabalho são fenômenos comuns. Embora

as condutas adotadas em ambos os casos sejam aparentemente similares, possuem finalidades

diferentes.

Enquanto o assédio moral é definido por comportamentos abusivos, através de gestos,

palavras, escritos e atitudes; de forma intencional e freqüente, ferindo a integridade física e

psíquica de uma pessoa o assédio sexual se mostra de maneira inoportuna e geralmente

através de alguém com posição hierárquica privilegiada, que utiliza desta posição para afirmar

seu próprio poder, considerando a vítima um objeto sexual.

Segundo Hirigoyen (2000), o maior número de queixas referente o assédio sexual vem

de mulheres agredidas por homens e estes frequentemente são os superiores hierárquicos. A

mulher assediada sexualmente é vista pelo agressor como estando "à disposição". Ela deve

aceitar a investida e quando se recusa passa a sofrer humilhações e agressões.

Desta maneira, percebe-se que o assédio sexual é uma das formas de assédio moral

mais freqüente, onde o detentor de poder utiliza da sua posição superior para constranger o

subordinado com todos os danos que o assédio moral pode provocar na saúde física e psíquica

do trabalhador.

A Lei n° 10.224, em 15 de maio de 2004, passou a vigorar acrescida do Art. 216-A,

dispondo sobre assédio sexual como crime.

Art. 216-A. "Constranger alguém com o intuito de obter vantagem ou

favorecimento sexual, prevalecendo-se o agente da sua condição de superior

hierárquico ou ascendência inerentes ao exercício de emprego, cargo ou

função." "Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos."

2.4.7 CONDUTAS MAIS COMUNS

As condutas mais comuns encontradas no âmbito laboral segundo Capelari (2009) em

seu artigo "O assédio moral no trabalho e a responsabilidade da empresa pelos danos causados

ao empregado" são:

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• instruções confusas e imprecisas ao(à) trabalhador(a);

• dificultar o trabalho;

• atribuir erros imaginários ao(à) trabalhador(a);

• exigir, sem necessidade, trabalhos urgentes;

• sobrecarga de tarefas;

• ignorar a presença do(a) trabalhador(a), ou não cumprimentá- lo(a) ou, ainda, não lhe

dirigir a palavra na frente dos outros, deliberadamente;

• fazer críticas ou brincadeiras de mau gosto ao(à) trabalhador(a) em público;

• impor horários injustificados;

• retirar-lhe, injustificadamente, os instrumentos de trabalho;

• agressão física ou verbal, quando estão sós o(a) assediador(a) e a vítima;

• revista vexatória;

• restrição ao uso de sanitários;

• ameaças;

• insultos;

• isolamento.”

As conseqüências mais dramáticas do assédio são reservadas à vítima da conduta

abusiva reiterada. Dessa forma, num ambiente onde impera o medo e o constrangimento,

difícil é manter-se saudável, pois a humilhação constituí risco à saúde.

2.4.8 CONSEQUENCIA DO ASSÉDIO MORAL

É através dos efeitos provocados no colaborador que o assédio moral demonstra seu

poder destrutivo, pois são compreendidas as conseqüências pelo surgimento ou agravamento

de doenças geradas pelo sofrimento psicológico e físico que ficarão eternamente marcadas em

sua história. Porém, raramente ele associa o seu sofrimento à violência moral do qual é

submetido.

Souza (2009) define os danos causados à saúde da vítima: "Funcionários que sofrem

assédio moral de forma contínua, e que não têm como se defender, principalmente por

necessidade do emprego, ficam extremamente fragilizados emocionalmente e, na linha do

tempo, com freqüência, desenvolvem também, por causa dos danos psicológicos causados

pelo elevado estresse, sérios problemas para a sua saúde física."

Segundo Hirigoyen (2000), "Aceitar esta submissão é algo que só se consegue às

custas de uma grande tensão interior, que possibilite não ficar descontente com o outro,

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acalmá-lo quando está nervoso, esforçar-se para não reagir. Esta tensão é geradora de

estresse."

Este estresse, após período de evolução do assédio, provoca um distúrbio

psicossomático no indivíduo, ocasionando emagrecimento intenso ou aumento acentuado de

peso, crises de hipertensão arterial e distúrbios de todos os gêneros.

Porém se as investidas continuarem a ocorrer, as seqüelas tendem a se agravar. A

desestabilização passa a ser permanente, persistindo mesmo que a vítima se afaste de seu

opressor, evoluindo o quadro do seu estresse, provocando danos a sua personalidade.

Desta forma danos à mente e ao corpo são comuns de ocorrer nas vítimas do assédio

moral. Souza (2009), destaca os principais danos que uma vítima pode sofrer de seu chefe:

Danos psicológicos: medo, abatimento, insônia, ansiedade, perda de memória,

insegurança, tristeza, impotência, síndrome do pânico, depressão, fadiga, apatia, fragilidade

emocional, falta de apetite, isolamento e distúrbios neurovegetativos.

Danos físicos: problemas digestivos, úlceras, taquicardia, mau hálito, infecções

respiratórias, doenças cardiovasculares, dores de cabeça, dermatites, dores no corpo, queda de

cabelo e desenvolvimento de câncer.

Como fuga não é de estranhar que muitas vítimas buscam aliviar esta dor através do

uso das drogas e do álcool e como já não bastassem muitas desencadeiam a ideação suicida.

"E quando ocorre o suicídio, o indivíduo mostra a única forma encontrada para acabar

definitivamente com o sofrimento que não desejava, que não pediu para experimentar e que o

desonra." Freitas, Heloani e Barreto (2008, p. 76).

Não é de estranhar que as manifestações de socorro são expressas nas mais variadas

formas, através do corpo, mente e das ações. Estes comportamentos se dão devido à fraqueza

e a incompreensão à qual o oprimido é submetido. A violência moral é o palco da

humilhação, que aprisiona a vítima e a torna passiva e submissa à situação ao qual esta

passando, fazendo com que se entregue a própria existência. Num ambiente onde impera o

medo e o constrangimento, difícil é manter-se saudável, pois o vexame constitui um grande

risco a integridade física e psíquica dos indivíduos.

2.4.9 O QUE A VÍTIMA DEVE FAZER

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Heloani (2003) "A maior dificuldade em relação ao tratamento do assédio moral é

justamente sua "invisibilidade" e o alto grau de subjetividade envolvido na questão." Por isso,

antes de mais nada é necessário observar bem o processo do assédio. "Se tem a sensação de

estar sendo ameaçada a própria dignidade ou a própria integridade psíquica em virtude de

atitude hostil de uma ou de várias pessoas, e isso acontecer regularmente e por um longo

período, pode-se pensar que se trata efetivamente de um assédio moral" Hirigoyen (2000).

Neste caso o ideal seria o de reagir o mais rápido possível, antes do assédio

desencadear na vítima problemas psicológicos e físicos graves, porém se por algum motivo a

vítima permanecer na empresa, está deverá então acumular dados e indícios, registrar injúrias

e fazer cópia de tudo que possa constituir defesa e se possível garantir uma testemunha.

Buscar ajuda dentro da empresa no Departamento de Recursos Humanos ou com

superiores também é uma forma de lutar contra o assédio moral. Se o DRH e o superior não

puderem ou não quiserem fazer nada, resta buscar ajuda de um médico do trabalho que poderá

ouvir a vítima e poderá ajudá-la fazendo com que os empregados e os responsáveis da

empresa tomem consciência das graves conseqüências da violência psicológica.

Além disso, a ajuda de um psiquiatra ou de psicólogo é muito bem vinda, pois servirão

como norteadores quanto ao caminho e as atitudes que o assediado deverá tomar.

Outra forma de procurar ajuda é através dos sindicatos, do Ministério do Trabalho e da

Superintendência Regional do Trabalho e Emprego, relatando o acontecido.

No Brasil, ainda não há uma lei de âmbito nacional que tenha por objetivo prevenir ou

coibir o assédio moral e punir os agressores. O que existem são apenas leis municipais que

coíbem o assédio moral, porém estas estão voltadas apenas para a área pública.

Na esfera federal, o deputado Marcos de Jesus – deputado do PL - alterou o Código

Penal - Projeto de Lei n.4.742/01 – introduzindo o inciso 146-A com a seguinte redação:

"Desqualificar, reiteradamente, por meio de palavras, gestos ou atitudes, a

auto-estima, a segurança ou a imagem do servidor público ou empregado em

razão de vínculo hierárquico funcional ou laboral."

A pena de detenção é de três meses a um ano, além de multa.

Não obstante, o relator deste projeto Deputado Aldir Cabral, alterou o texto original e

tratou do assunto no Capítulo Relativo à Periclitação da Vida e da Saúde, com o número 136-

A, com a seguinte composição:

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"Depreciar, de qualquer forma e reiteradamente a imagem ou desempenho

deervidor público ou empregado, em razão de subordinação hierárquica

funcional ou laboral, sem justa causa, ou tratá-lo com rigor excessivo,

colocando em risco ou afetando sua saúde física ou psíquica".

De fato, por não existir ainda uma Lei que coíba o Assédio Moral no âmbito laboral,

cabe a vítima prevenir-se, buscar ajuda e estar entre os que a amam e se solidarizam com a

situação a qual se encontra, pois assim minimizará o sofrimento e encontrará forças para

seguir adiante.

Enquanto vivermos em uma sociedade com uma estrutura social que impera o egoísmo

e a hipercompetitividade e que deixa de lado a generosidade e a humanidade esse tipo de

repressão moral continuará a ocorrer em escalas cada vez maiores, destruindo e abalando

psicologicamente e fisicamente a integridade dos indivíduos nas relações de trabalho.

3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Com base nos conceitos levantados neste artigo, sentiu-se a necessidade de elaborar

um questionário que visa compreender o quanto o tema Assédio Moral é conhecido na

sociedade, bem como, de que forma as vítimas reagem frente ao agressor.

Desta maneira, o público eleito para esta pesquisa foram os alunos da Escola Superior

Esade, da graduação dos cursos de direito, economia, psicologia, administração e

contabilidade, sendo estes alunos que estão ativos no mercado de trabalho.

O método de pesquisa utilizada é a pesquisa quantitativa4 probabilística5 com

amostragem Estratificada6, sendo esta a mais adequada para esta finalidade, pois este tipo de

amostragem tem como principal vantagem o fato de assegurar a representatividade do

universo a ser pesquisado.

4 A pesquisa quantitativa é um estudo estatístico que se destina a descrever as características de uma determinada situação, medindo numericamente as hipóteses levantadas a respeito de um problema de pesquisa. Este tipo de pesquisa visa confirmar se os dados mensuráveis obtidos numa amostra são estatisticamente válidos para o universo do qual a amostra foi retirada. 5 Probabilística - onde todos os elementos do conjunto, possuem a mesma chance de serem entrevistados.

6 Amostragem Estratificada - Caracteriza-se pela seleção de uma amostra de cada subgrupo da população considerada, por exemplo: sexo, idade, classe social, etc.

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Esta pesquisa, conforme supra mencionado, foi aplicada através de um questionário,

composto por quinze questões fechadas de múltipla escolha, contemplando 131 alunos da

faculdade Esade do turno da noite no período de 7 a 10 de junho de 2010.

4. ANÁLISE DA PESQUISA

4.1 DESCRICAO DA AMOSTRA

A amostra da pesquisa realizada na Escola Superior Esade foi composta por 131

alunos respondentes, em sua maioria representada por mulheres com 6 pontos percentuais a

mais que os homens. As idades variam de 19 a 46 anos, sendo a parte mais representativa

daqueles de 17 a 24 anos (46%).

Gráfico 1: Gênero

Gráfico 2: Faixa etária dos estudantes pesquisados

Do total de respondentes 88 são solteiros, 40 são casados e 3 separados e dos 131

pesquisados apenas 17% tem filhos, distribuídos da seguinte maneira: mulheres com filhos

(15) e homens com filhos (12).

4.2 DESCRI ÇÃO DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS PELOS PESQUISADOS

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A amostra indica que 80% dos pesquisados trabalham em empresas privadas, 14% em

empresas públicas e demais 6% em Economia Mista e ONGs. Esse dado indica que a pesquisa

é mais significativa para as organizações LTDA. Gráfico 3: Tipos de Organizações

Outro elemento importante é o tempo de atividade nas empresas, sendo bem

representativo o período de menos de 2 anos com um total de 62 respondentes, contra 43

respondentes de 2 a 5 anos, 14 respondentes de 5 a 10 anos e demais 12 respondentes para

mais de 10 anos.

Gráfico 4: Tempo de atividade na empresa

O total de respondentes que trabalham como efetivos são 104, representando 79% do

grupo da pesquisa, contra 16% de estagiários, 3% de prestador de serviços e apenas 2% para

terceirizados.

Deste grupo de 131 respondentes, apenas 8 pesquisados possuem mais de um

emprego, representando apenas 6% dos outros 94% que afirmam possuir apenas uma

ocupação.

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Referente à pergunta: Você gosta do que faz?, apenas 17 alunos responderam que não

em contra partida dos demais 114 que responderam que sim.

No quesito relacionamento com os colegas de trabalho foram apenas 3 do total de

respondentes que informam não ter um bom relacionamento com o grupo no ambiente de

trabalho. Esses 3 respondentes são do gênero masculino, na faixa etária de 25 a 34 anos,

trabalham em empresa privada e são efetivados.

4.3 PERCEPÇÃO DOS ENTREVISTADOS EM RELAÇÃO AO TEMA ASSÉDIO MORAL

A maioria dos pesquisados sabem o que significa o tema Assédio Moral. Do montante,

observado somente 4 confirmam não conhecer o assunto proposto neste artigo.

Dos 127 respondentes que se demonstram conhecedores do tema, 37 afirmam já ter

sofrido Assédio Moral no local de trabalho, o que significa um percentual de 29%. Gráfico 5: Percentual de assediados

A amostra aponta que das 37 vítimas que informam ter sofrido Assédio Moral no local

de trabalho 21 são mulheres sendo 6 da faixa etária dos 17 a 24 anos, 11 dos 25 a 34 anos e 4

dos 35 a 46 anos. Já os demais 16 são homens, sendo 2 da faixa etária dos 17 aos 24 anos, 12

dos 25 a 34 anos e 2 dos 35 a 46 anos.

Este resultado adverte que dentre os gêneros a mulher é a mais predisposta a ser vítima

do assédio moral e, no que diz respeito à facha etária a pesquisa aponta que tanto no homem

como na mulher o maior índice aparece entre a idade dos 25 aos 34 anos.

Essas vítimas, frente ao assédio sofrido se posicionaram da seguinte maneira: 14

enfrentaram o agressor, 7 pediram ajuda a superiores, 6 nada fizeram com medo da demissão,

5 pediram demissão e 5 pediram ajuda para terceiros.

Gráfico 6: Reação das vítimas frente ao Assédio Moral

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4.4 PERCEPÇÃO DOS ENTREVISTADOS QUANTO A PRÁTICA DO ASSÉDIO

MORAL

No gráfico sete, o objetivo é apresentar o resultado da pergunta número 10 da pesquisa

respondida, que visa apresentar com precisão o nível de conhecimento dos respondentes

quando as atitudes que caracterizam o Assédio Moral no ambiente de trabalho. A grande

maioria (56%) conhece os comportamentos de um agressor frente à vítima, porém num índice

consideravelmente grande (44%) reconhecem atitudes não vistas como Assédio Moral como

se fossem.

Gráfico 7: Atitudes que caracterizam Assédio Moral

A pesquisa revelou existir no grupo 30 pessoas (23%), que possuem cargo de chefia na

empresa a qual fazem parte. Destas 30 pessoas, 70% afirmam nunca ter assediado algum

indivíduo, 13 % confirmam que sim, que já assediaram alguém e 17% afirmam não saber.

A maioria dos pesquisados 85% descrevem que é possível assediar alguém sem dar-se

conta disso e ainda a maior parte 92% expõem que é possível ser vítima do assédio moral sem

perceber-se.

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O grupo quando questionado quanto à possibilidade do assédio moral provocar o

suicídio respondeu em 76% que sim, que é possível ocorrer suicídio por parte da vítima.

Gráfico 8: Possibilidade de ocorrer suicídio frente ao Assédio Moral

5. RESULTADO DA PESQUISA VERSOS OBJETIVO

A pesquisa aplicada junto aos alunos da Escola Superior Esade foi concluída com

êxito. Percebe-se que a grande maioria dos pesquisados possuem conhecimento e interesse

pelo tema, pois desde o primeiro momento na aplicação do questionário se mostraram

preocupados com o assunto.

O objetivo de buscar um grupo que atendesse um número similar entre os gêneros foi

possível de atender como vimos no gráfico 1: 47% homens e 53% mulheres.

Todos os pesquisados estão ativos no mercado de trabalho e na sua maioria 79%

possuem cargo efetivo o que facilitou no levantamento de um resultado mais significativo.

Verificou-se que o número maior de vítimas é do sexo feminino, sendo 21 mulheres e

16 homens. Isso nos reporta a obra de Freitas, Heloani e Barreto (2008 pg. 20) que descreve a

pesquisa realizada por Leymann onde aponta que de "2.500 suecos entrevistados 55% eram

vítimas do sexo feminino", o que denota que as mulheres são as mais propensas ao assédio

moral dentro das organizações.

Outro fator observado - gráfico 7 - foi de que 56% das respostas foram assertivas

quanto ao conhecimento das atitudes que caracterizam o assédio moral, sendo este um ponto

extremamente positivo para evitá-lo, porém a diferença dos 44% é um número elevado, e

deixa uma margem significativa quanto a uma percepção confusa sobre o tema.

No que diz respeito a existir a possibilidade de ser um agressor ou uma vítima sem a

consciência dos fatos o resultado foi bem elevado e positivo - 85% no primeiro caso e 92% no

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segundo caso - o que leva a acreditar que os respondentes estão cientes quanto à forma que é

conduzido o assédio moral, sendo esta de uma maneira silenciosa e na grande maioria das

vezes invisível.

Quanto às conseqüências do assédio moral, o grupo respondeu em 76% que é possível

que uma vítima venha a cometer suicídio, mais uma vez comprovando que possuem

conhecimento sobre o tema.

Diante disso, conclui-se que a pesquisa aplicada aos 131 alunos da Escola Superior

Esade, demonstrou que a grande maioria dos pesquisados conhecem o tema assédio moral,

bem de que forma é possível evitá-lo e as conseqüências que este trás ao indivíduo. Porém

ainda vemos uma expressiva parte do grupo que o interpreta de forma errônea e confusa, ou

seja, esta falta deste conhecimento pode influenciar negativamente, tanto no papel de vítima,

como no de agressor.

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este artigo tratou do tema Assédio Moral no ambiente de trabalho e apresentou o

resultado da pesquisa realizada junto aos alunos da Escola Superior Esade, com o objetivo de

verificar com exatidão o quanto o tema é conhecido em nosso meio, bem como a sua real

ocorrência nas organizações e suas conseqüências que se manifestam através da saúde física e

psíquica das vítimas.

Antes, porém, é preciso ressaltar que tal artigo, em momento algum, teve a pretensão

de esgotar todas as questões pertinentes ao tema e, tampouco, demonstrar resultados absolutos

ou inquestionáveis.

Ao final deste estudo chegou-se a três conclusões importantes. Primeiramente,

observou-se que o tema assédio moral, apesar de estar recebendo grande destaque e relevância

no mundo organizacional, na verdade, é um tema novo, de existência antiga no ambiente do

trabalho e que possui relação direta a com base familiar e a cultura das empresas. Tal

violência, como visto, abala sorrateiramente a base psicológica das pessoas no trabalho, pois

as expõe a situações humilhantes e vexatórias; concretizando-se das mais variadas formas:

desde isolamentos, indiferenças, ironias, denegação de serviços, agressões verbais e

menosprezo. Esta situação leva muitas vítimas ao esgotamento psíquico, ocasionando doenças

físicas e mentais, deixando marca psicológicas para o resto de suas vidas e levando em casos

mais graves ao suicídio.

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A segunda conclusão diz respeito à pesquisa aplicada junto a Escola Superior Esade,

onde se pode perceber que os 131 pesquisados, na sua maioria são conhecedores do tema

Assédio Moral no ambiente de trabalho, o que demonstra que se trata de um assunto que esta

cada vez mais sendo discutido e abordado em nossa sociedade, devido à gravidade do mesmo.

Esse conhecimento por parte do grupo, é possível de se ter devido serem estes estudantes de

um curso superior, onde o acesso à informação se faz presente e compreensível a todos.

A terceira e última conclusão esta relacionada à teoria e a prática do tema proposto

neste artigo, onde através do estudo se pode verificar como o assédio moral age nas

organizações e como as vítimas, de maneira silenciosa e invisível, são levadas a este

sofrimento. Com a pesquisa verificou-se que o assédio moral realmente acontece nas

empresas e que as vítimas na maioria das vezes não sabem como se posicionar frente ao

agressor, muitas vezes por medo de demissões, frustrações, sentimento de menos valia e por

não conhecerem com exatidão o tema. Faz-se necessário divulgar o assunto com mais

eficácia, para que assim mais pessoas tenham acesso ao tema, pois desta forma será possível

minimizar as ações dos agressores dando oportunidade às vítimas de se reconhecerem frente

ao assédio moral e de agirem de forma a obterem o êxito. Assim será possível iniciar uma

mudança da cultura organizacional em nossa sociedade, onde o respeito mútuo começa a ter o

seu valor indiferente de credo, raça ou classe social em que cada endivido se encontre.

Concluindo, o trabalho reafirmou a importância de se conhecer profundamente todos

os aspectos que envolvem o tema Assédio Moral no ambiente de trabalho, tanto pelos

malefícios que provoca em suas vítimas como pelas excelentes oportunidades de crescimento

e desenvolvimento disponibilizadas aos profissionais que tiverem a oportunidade de

trabalharem em um ambiente livre desta violência, do Assédio Moral.

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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ZAGURY, Tânia. Os Direitos dos Pais. Construindo cidadãos em tempos de crise. Rio de

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APÊNDICE

Pesquisa aplicada em 131 estudantes da ESADE.

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QUESTIONÁRIO DE AVALIAÇÃO SOBRE ASSÉDIO MORAL

Prezado(a) respondente:

Este questionário é parte integrante de meu trabalho de conclusão no curso de Administração

da ESADE. Os resultados serão utilizados apenas para pesquisa acadêmica e serão mantidos

em sigilo. Assim, é desnecessária sua identificação.

Agradeço por sua colaboração.

Judiane Dall Agnol

Idade: _______ Sexo: ( )masculino ( )feminino

Estado Civil: ( ) casado ( ) solteiro ( ) separado

Filho(s)? ( ) sim ( ) não

1. Em que tipo de organização você trabalha?

( ) Privada ( ) Pública ( ) Economia mista ( ) ONG

2. Há quanto tempo está no atual emprego?

( )menos de 2 anos ( )de 2 a 5 anos ( )de 5 a 10 anos ( )mais de 10 anos

3. Qual seu vínculo com a instituição:

( ) Quadro efetivo ( ) Terceirizado ( ) Estagiário ( ) Prestador de Serviços

4. Você tem mais de um emprego?

( ) Sim ( ) Não

5. Você gosta do que faz?

( ) Sim ( ) Não

6. Você se relaciona bem com seus colegas no trabalho?

( ) Sim ( ) Não

7. Sabe o que é Assédio Moral?

( ) Sim ( ) Não

8. Se respondeu sim na questão anterior, você já sofreu Assédio Moral no trabalho?

( ) Sim ( ) Não

9. Se respondeu sim na questão anterior, qual foi sua reação?

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( ) Nada fêz, com medo da demissão ( ) Pediu demissão ( ) Pediu ajuda a superiores

( ) Enfrentou o assediador ( ) Pediu ajuda a terceiros

10. Marque as alternativas que caracterizam o Assédio Moral:

( ) Chamar a atenção de um subordinado na frente de outros

( ) Cobrar pontualidade e produtividade

( ) Ignorar a existência de alguém, sistematicamente

( ) Humilhar, uma única vez, alguém em público

( ) Fazer um subordinado sentir-se incompetente

( ) Dar mais ou menos trabalho do que a pessoa é capaz de realizar

( ) Ser exigente e fiscalizar, constantemente, o trabalho do subordinado

( ) Delegar ao subordinado tarefas mais ou menos complexas que a sua capacidade

11. Você possui cargo de chefia?

( ) Sim ( ) Não

12. Se respondeu sim à questão anterior, você acha que já praticou algum ato de assédio

moral?

( ) Sim ( ) Não ( ) Não sei

13. Você acha que alguém pode praticar assédio moral sem dar-se conta disso?

( ) Sim ( ) Não

14. Você acha que alguém pode sofrer assédio moral sem dar-se conta disso?

( ) Sim ( ) Não

15. Você acredita que o assédio moral possa gerar doenças ou levar alguém a cometer

suicídio?

( ) Sim ( ) Não acredito ( ) Tenho dúvidas