aspectos jurídicos do assédio moral

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  • 8/14/2019 Aspectos Jurdicos do Assdio Moral

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    ASSDIO MORAL NUNCA MAIS !CHEGA DE HUMILHAO!

    ASPECTOS JURDICOS DO ASSDIO MORAL. RENATO FERRAZ

    ASSDIO MORAL

    O HOMEM O LOBO DO HOMEM ( HOBBES)

    1- Introduo : :

    O assdio moral est ligado idia de humilhao,isto , com o sentimento de ser ofendido,menosprezado, rebaixado, constrangido, etc. Apessoa que vtima de assdio moral se sentedesvalorizada e envergonhada.

    Todavia, todo trabalhador deve ser tratado comrespeito e urbanidade, da mesma forma que o seusuperior hierrquico deve tratar ser tratado com respeitoe urbanidade.

    No latim vulgar, trabalho tripaliare e significa torturar.No latim clssico tripalium, instrumento de tortura deoutrora.

    O trabalho j foi uma atividade necessria sobrevivncia do homem, quando o estado de igualdadeera uma realidade. Nesta poca no se conhecia ahierarquia econmica e nem havia propriedade privada.

    Com o desenvolvimento da civilizao humana, criaram-se as relaes de poder e hierarquia e a propriedadeprivada. O homem passou a ser explorado pelohomem. Os detentores do poder detinham tambm o

    que era produzido pelo subordinado. O trabalho passoua significar tortura...

    Exemplo disso a escravido, em que o trabalho eraconsiderado vergonhoso e, por isso mesmo deveria serrealizado pelos escravos, seres inferiores, verdadeirosobjetos, destitudos de direitos.

    Assim, o assdio moral muito antigo na histria dahumanidade, porm somente na dcada de 1980 quecomea o seu estudo cientfico pelo mdico alemo Dr.Heinz Leymann e , posteriormente pela psiquiatrafrancesa Marie-France Hirigoyen que escreveu o livroAssdio Moral: A Violncia Perversa do Cotidiano

    Hoje, a globalizao, com base em novas tcnicas deseleo, insero e avaliao do indivduo no trabalho,fez uma reestruturao nas relaes do trabalho.

    O novo paradigma o "sujeito produtivo", ou seja, otrabalhador que ultrapassa metas, deixando de lado asua dor ou a de terceiro. a valorizao doindividualismo em detrimento do grupo de trabalho.

    O individualismo exacerbado reduz as relaes afetivas esociais no local de trabalho, gerando uma srie de atritos,no s entre as chefias e os subordinados, comotambm entre os prprios subordinados.

    O programa de metas, sem critrios de bom-senso oude razoabilidade, gera uma constante opresso noambiente de trabalho, com a sua transmisso para os

    gerentes, lderes, encarregados e os demaistrabalhadores que compem um determinado grupo detrabalho.

    As conseqncias dessas tenses (= presses)repercutem na vida cotidiana do trabalhador, com sriasinterferncias na sua qualidade de vida, gerandodesajustes sociais e transtornos psicolgicos.

    H relatos de depresso, ansiedade e outras formas demanifestao (ou agravamento) de doenas psquicas ouorgnicas. Casos de suicdio tm sido relatados, comodecorrncia dessas situaes.

    2. O que assdio moral?Do dicionrio eletrnico Aurlio : [Do lat. obsidiu

    (< lat. obsidere, 'pr-se diante'; 'sitiar'; 'atacar'), poss.com infl. do it.]S. m.1. Cerco posto a um reduto para tom-lo; stio: &2. Fig. Insistncia importuna, junto de algum,

    com perguntas, propostas, pretenses, etc.:

    Assim, Assediar , significa perseguircom insistncia,que o mesmo que molestar, perturbar, aborrecer,incomodar, importunar.

    Assdio o termo utilizado para designar toda condutaque cause constrangimento psicolgico ou fsico pessoa.

    Dentre suas espcies, verificamos existir pelo menosdois tipos de assdio que se distinguem pela natureza: oassdio sexual e o assdio moral.

    2.1-Conceito Jurdico de Assdio Moral

    A Lei n 3921/2002, define assdio moral como :

    Artigo 2 - Considera-se assdio moral no trabalho,para os fins do que trata a presente Lei, a exposio do

    funcionrio, servidor ou empregado a situaohumilhante ou constrangedora, ou qualquer ao, oupalavra gesto, praticada de modo repetitivo eprolongado, durante o expediente do rgo ou entidade,e, por agente, delegado, chefe ou supervisorhierrquico ou qualquer representante que, no exercciode suas funes, abusando da autoridade que lhe foiconferida, tenha por objetivo ou efeito atingir a auto-estima e a autodeterminao do subordinado, comdanos ao ambiente de trabalho, aos serviosprestados ao pblico e ao prprio usurio, bem como,obstaculizar a evoluo da carreira ou a estabilidadefuncional do servidor constrangido

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    Conceito da psiquiatra francesa Marie-FranceHirigoyen que define o assdio moral como:

    "qualquer conduta abusiva que atente, por suarepetio ou sistematizao, contra a dignidade ouintegridade psquica ou fsica de uma pessoa,ameaando seu emprego ou degradando o clima detrabalho".

    Ou seja, o assdio moral- um conjunto decomportamentos abusivos (gesto, palavra e atitude), osquais, por sua reiterao, ocasionam leses integridade fsica ou psquica de uma pessoa, com adegradao do ambiente de trabalho.

    Na doutrina brasileira assdio moral conhecido como :manipulao perversa, terrorismo psicolgico,psicoterror e coao moral.

    O assdio sexual se caracteriza pela conduta denatureza sexual, a qual deve ser repetitiva, semprerepelida pela vtima e que tenha por fim constranger apessoa em sua intimidade e privacidade, ou seja,pedido de favores sexuais pelo superior hierrquico,com promessa de tratamento diferenciado em caso deaceitao e/ou ameaas, ou atitudes concretas derepreslias no caso de recusa, como a perda doemprego, ou de benefcios".

    J assdio moral (mobbing, de moletar ) , ainda,manipulao perversa, terrorismo psicolgico)caracteriza-se por ser uma conduta abusiva, denatureza psicolgica, que atenta contra a dignidadepsquica, de forma repetitiva e prolongada, e que expe otrabalhador a situaes humilhantes econstrangedoras, capazes de causar ofensa personalidade, dignidade ou integridade psquicado trabalhador.

    Assim, duas ressalvas j devem ser feitas: o assdiomoral possui natureza psicolgica, enquanto o outropossui natureza sexual .

    Por outro lado, poder-se-ia classificar o assdiocomo uma espcie do gnero "dano moral",caracterizando esse como o resultado de uma

    conduta que viole os direitos da personalidade de umindivduo

    "A moral, portanto, um atributo da personalidade. Odano moral, em conseqncia, aquele que afeta aprpria personalidade humana. (...) Como se v, o danomoral decorre da ofensa ao direito personalssimo davtima. (TST - DECISO: 05 11 2003 PROC: RR NUM:577297 ANO : 1999 REGIO: 18 RGO JULGADOR -PRIMEIRA TURMA FONTE DJ DATA: 21-11-2003 REL.JUIZ CONVOCADO ALOYSIO CORRA DA VEIGA)"

    Isso porque, o assdio moral uma das formas de seconfigurar o dano aos direitos personalssimos doindivduo. Assim, um ato violador de qualquer desses

    direitos poder configurar, dependendo dascircunstncias, o assdio moral, o assdio sexual ou aleso ao direito de personalidade propriamente dita. Adiferena entre eles o modo como se verifica a leso,bem como a gravidade do dano.

    Dessa forma, teramos o assdio moral como umasituao de violao mais grave que a "mera" leso dodireito de personalidade, eis que acarreta um dano sade psicolgica da pessoa, sua higidez mental, oque deve ser mais severamente repreendido peloordenamento. Tal repreenso se revela, principalmente,no tocante valorao da indenizao advinda doassdio moral, que deve ser analisada de modo diversodaqueles critrios comumente utilizados para as demaisformas de pleito do dano moral.

    Nota-se que no dado ao assediado a devida atenovalorativa na reparao do dano sofrido, pois, comoforma mais grave de violao da personalidade e dasade mental do trabalhador, mereceria indenizaosuprior.

    Estudo realizado pela Organizao Internacional doTrabalho (OIT) (16) e a Organizao Mundial de Sade(OMS) mostra que as perspectivas para os prximosvinte anos so muito pessimistas no que tange aoimpacto psicolgico nos trabalhadores das novaspolticas de gesto na organizao do trabalhovinculadas s polticas neoliberais.

    Segundo tal pesquisa, predominar nas relaes detrabalho as depresses, o stress, angstias, desajustesfamiliares e outros danos psquicos, denotando o danoao meio ambiente laboral.

    A OIT ainda detectou a grave situao em que seencontram os milhares de trabalhadores que sofrem esseataque perverso do assdio moral.

    Estudos realizados na Unio Europia explicitam que8% (oito por cento) dos trabalhadores, o quecorresponde a 12 milhes de pessoas, convivem com

    o tratamento tirnico de seus chefes .

    Este foi o mesmo percentual encontrado por um estudopatrocinado pela Unio Europia em 1996, baseado em15.800 entrevistas realizadas nos 15 Estados-Membros,revelando que:

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    4% dos trabalhadores (seis milhes) foram vtimas deviolncias fsicas no ano anterior; (3 milhes) foramvtimas de assdio sexual;

    3-Caracterizao subjetiva do assdio moral

    Primeiramente, enfatiza-se que o assdio moral caracterizado por uma conduta abusiva, seja doempregador/Estado que se utiliza de sua superioridadehierrquica para constranger seus subalternos, ouseja, dos empregados entre si com a finalidade deexcluir algum indesejado do grupo, o que pode sedar, alis muito comumente, por motivos de competioou de discriminao pura e simples.

    Ao primeiro fenmeno se d o nome de assdio vertical,bossing ou mesmo mobbing descendente, como prefere

    denominar o Dr. Heinz Leymann , psiclogo ecientista mdico que, na dcada de 80, comeou aestudar o fenmeno do assdio moral a partir deexperincias verificadas por outros estudiosos em gruposde crianas em idade escolar que tinhamcomportamentos hostis, cujas manifestaes comearama ser percebidas, vinte anos depois, no ambiente detrabalho.

    Assim, o que se verifica no assdio vertical autilizao do poder de chefia para fins de verdadeiroabuso de direito do poder diretivo e disciplinar.

    4- Natureza Psicolgica do assdio moral

    Na formulao atual, o assdio moral concebido comouma forma de "terror psicolgico" praticado pelaempresa/Estado ou pelos colegas, que tambm definido como :

    "qualquer conduta imprpria que se manifesteespecialmente atravs de comportamentos, palavras,atos, gestos, escritos capazes de causar ofensa personalidade, dignidade ou integridade fsica oupsquica de uma pessoa, de colocar seu emprego emperigo ou de degradar o clima de trabalho" oumesmo como "prtica persistente de danos, ofensas,intimidaes ou insultos, abusos de poder ou

    sanes disciplinares injustas que induz naquele aquem se destina sentimentos de raiva, ameaa,humilhao, vulnerabilidade que minam a confiana emsi mesmo"

    A conduta que causa o assdio moral no precisa serexplcita, e em expressivo nmero de casos no o ,manifestando-se de forma tcita, atravs de gestos sutise palavras equvocas, justamente para dificultar suaidentificao.

    O assediador demonstra, na maioria dos casos,preferncia pela manifestao no verbal de suaconduta, para dificultar o desmonte de sua estratgia,bem como, o revide pela vtima.

    Como isso ocorre? Podem ser citados comoexemplo: suspiros, sorrisos, trocadilhos, jogo depalavras de cunho sexista, indiferena, erguer deombros, olhares de desprezo, silncio forado,ignorar a existncia da vtima etc.

    Ou pode se dar atravs da fofoca, zombarias, insultos,deboche, ironias e sarcasmo, que so mais fceis deserem negados em caso de reao, pois, o assediadorno costuma honrar seus atos, sendo comum sedefender, quando acusado, alegando que foi somenteuma brincadeira ou que houve mal-entendido, ou svezes, coloca-se na condio de vtima, afirmandoque a pessoa est vendo ou ouvindo coisas, que estcom parania, que louca, que muito sensvel, quefaz confuso, que muito encrenqueira ou histrica,entre outros motivos alegados

    A principal implicao do terrorismo psicolgico aafetao da sade mental e fsica da vtima, maiscomumente acometida de doenas como depresso estress, chegando, por vezes, ao suicdio.

    justamente por ser uma forma sutil de degradaopsicolgica que, por muitas vezes, a tarefa mais difcil identificar o assdio moral, pois a pessoa envolvida emum contexto tal que levada a pensar que merecedora ou mesmo culpada pelas situaesconstrangedoras.

    5- Conduta repetitiva, prolongada ofensivaou humilhante

    Um dos elementos essenciais para a caracterizao doassdio moral no ambiente de trabalho a reiterao daconduta ofensiva ou humilhante, uma vez que, sendoeste fenmeno de natureza psicolgica, no h de serum ato espordico capaz de trazer leses psquicas vtima.

    Assim, um s ato, em regra, ficaria no caso de dano

    moral, se for o caso. Assim, nem todo dano personalidade configura o assdio moral.

    Dentre os pases que possuem legislao especficasobre o assdio moral podemos elencar a Sucia, aEUA, Itlia, Frana, a Noruega, a Finlndia e a Austrlia.

    Na Frana o Assdio Moral tipificado como CRIMEcom pena de recluso de um ano e bem como opagamento de uma multa no valor de 15.000 (quinzemil) Euros.

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    No Brasil, temos o Projeto de Lei ( PL) 4742/2001, oqual pretende incluir o art. 146-A no Cdigo PenalBrasileiro com a seguinte redao:

    "Art. 146-A. Depreciar, de qualquer forma ereiteradamente a imagem ou o desempenho deservidor pblico ou empregado, em razo desubordinao hierrquica funcional ou laboral, semjusta causa, ou trat-lo com rigor excessivo,colocando em risco ou afetando sua sade fsica oupsquica.

    Pena - deteno de um a dois anos."

    Temos o Projeto de Lei Federal 4591/2001 da DeputadaRita Camata, o qual dispe sobre a aplicao depenalidades prtica de assdio moral por parte deservidores pblicos da Unio, das autarquias e dasfundaes pblicas federais a seus subordinados,alterando a Lei n 8.112, de 11 de dezembro de 1990,tendo redao assemelhada quela das leis municipaissupracitadas.

    "Art. 117 .......

    XX - coagir moralmente subordinado, atravs de atosou expresses reiteradas que tenham por objetivo atingira sua dignidade ou criar condies de trabalhohumilhantes ou degradantes, abusando da autoridadeconferida pela posio hierrquica."

    6- Exemplos de condutas que configuramassdio moral :

    Rigor excessivo; ameaas explcitas ou veladas;divulgao de doenas e problemas pessoais de formadireta ou pblica; agresses verbais ou atravs degestos; atribuio de tarefas estranhas atividadeprofissional do) imposio de horrios injustificados;retirada de mesa de trabalho e pessoal de apoio.

    Divulgao de boatos maldosos; delegao de tarefasflagrantemente superiores ou inferiores suacapacidade; imputao de erros inexistentes;orientaes, ordens ou instrues contraditrias e

    imprecisas; crticas em pblico; ridicularizar asconvices religiosas ou polticas, dos gostos dotrabalhador; dentre vrias outras.

    Frases como:

    Puxa, fulano, como que deve ser a casa devocs, no estou encontrando nenhum processo .

    Do jeito que voc est indo , no vai ser aprovadono estgio experimental

    Puxa, fulano, como voc erra !.

    Voc o pior servidor do cartrio

    Vamos trabalhar: quem no quer trabalhar e queno est satisfeito, que pea exonerao e v fazeroutro concurso pblico.

    Que doena profissional que nada... O que naverdade a fulana tem pessoal, sabem o que ?? Elatem ....Ela tem ....lerDEZA!!!!

    Processamento em dia, no dia

    Me poupe ...faa concurso para juiz

    A forma como tais atitudes so externadas, com umverniz de "brincadeira", mediante sutis e humilhantesinsinuaes ou, mais ainda, atravs de comunicaono-verbal (suspiros, erguer de ombros, olhares dedesprezo, silncio, ignorncia da presena e/ouexistncia, ironias e sarcasmos), constrange defesada vtima, temerosa de ser encarada como paranica oudesajustada.

    7- Perfil do assediador

    O assediador tem um perfil, tratando-se de uma pessoaperversa, que se sente feliz e realizada em praticar omal, que se compraz com o sofrimento e o desesperoalheio, que tudo faz pela infelicidade dos seus

    semelhantes, que gosta de demonstrar poder e fora,sem quaisquer limites ticos ou ditados pela natureza econdio humana.

    Nas precisas palavras de Jorge Luiz de Oliveira da Silva :

    O assdio moral, a princpio, traz repercussesextremamente negativas ao homem, repercutindo naseara fsica, psicolgica, social e econmica. Indagaros motivos que levam o assediador a agir de forma toviolenta (uma "violncia sutil") nos remete aoscaminhos da tica e da moral.

    O assediador essencialmente um indivduo destitudode tica e de moral. O assediador age por impulsosnegativos e sem nenhuma nobreza de carter,revelando seu lado perverso ao verificar sua vtimasucumbir aos poucos diante de sua iniqidade.

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    Vale pena, at para descontrair um pouco, diante daseriedade do tema, trazer baila uma classificao bem-humorada dos tipos de chefes agressivos, pelas prprias

    vtimas, conforme relatos feitos mdica MargaridaBarreto (2000):

    1) Pit-Bull: agressivo e violento, que demite friamente ehumilha por prazer;

    2 ) O profeta: aquele que exalta suas prpriasqualidades e tem a misso de enxugar a mquina e, porisso, demite indiscriminadamente, mas humilha comcautela;

    3 ) O troglodita: o chefe brusco, que no admitediscusso e no aceita reclamaes;

    4 ) O tigro: esconde sua incapacidade com atitudesgrosseiras e necessita de pblico, pois, quer ser temidopor todos;

    5 ) O grande irmo: primeiro banca o protetor, paradepois atacar, ou seja, aproxima-se, entra na intimidadedo trabalhador e, na primeira oportunidade, usa o quesabe contra o empregado para rebaix-lo ou demiti-lo.

    8-Veja o que a praga do assdio moral fazcom os serventurios :

    Crises de choro, Dores generalizadas, Palpitaes,tremores, Sentimento de inutilidade, Insnia ou

    sonolncia excessiva, Depresso, Diminuio da libido,Sede de vingana, Aumento da presso arterial, Dor decabea, Distrbios Digestivos, Tonturas, Idia desuicdio, Falta de apetite , Falta de ar, Passa a beber,Tentativa de suicdio9- O que a vtima deve fazer ?

    Resistir: anotar com detalhes toda as humilhaessofrida (dia, ms, ano, hora, local ou setor, nome doagressor, colegas que testemunharam, contedo daconversa e o que mais voc achar necessrio);

    * Dar visibilidade, procurando a ajuda dos colegas,

    principalmente daqueles que testemunharam o fato ouque j sofreram humilhaes do agressor;

    * Organizar. O apoio fundamental dentro e fora dolocal de trabalho;

    * Evitar conversar com o agressor, semtestemunhas. Ir sempre com colega de trabalho;

    * Procurar o sindicato e relatar o acontecido para osdiretores;

    * Buscar apoio junto a familiares, amigos e colegas,pois o afeto e a solidariedade so fundamentais pararecuperao da auto-estima, dignidade, identidade ecidadania.

    Importante: Se voc testemunha de cena(s) dehumilhao no trabalho supere seu medo, sejasolidrio com seu colega.

    Voc poder ser a prxima vtima e nesta hora oapoio dos seus colegas tambm ser precioso. Noesquea que o medo refora o poder do agressor!

    10- O que Dano moral ?

    luz da Constituio vigente o dano moral nada mais do que violao do direito `a dignidade.

    11. Inverso do nus da prova

    Para a vtima de assdio moral no fcil fazer a provado nexo etiolgico entre o dano e a conduta do sujeitoperverso, na medida em que o dano do terror psicolgicoderiva de um conjunto de comportamentos de reduzidadimenso no espao e no tempo, se apreciadossingularmente, mas de gravidade inimaginvel seapreciados sob a tica da continuidade, de atosprogramados em srie e por isso idneos paracaracterizar a conduta repetida de assdio moral. Nodano de "mobbing" no h uma multiplicidade de causas,

    Dando provas de sensibilidade moderna visoteleolgica e instrumentalista do processo, o legisladorfrancs, atravs da lei de modernizao do trabalho, quedefine o assdio moral e as hipteses de sano,recentemente aprovada, adotou o princpio dainverso do nus da prova; assim, diante daverossimilhana das alegaes cabe ao agente provarsua inocncia em relao queles fatos.

    Cremos que essa conduta do legislador francs est emconsonncia com a doutrina da prevalncia dosdireitos fundamentais da pessoa humana emcontraposio ao agigantamento do Estado e do poderprivado e ao enfraquecimento do primado da liberdade

    individual.11- Ao de Responsabilidade Civil porAssdio Moral contra o Estado ou Ao deResponsabilidade Civil contra o Estado porDano Moral :

    Tudo que foi exposto aqui tem que ter uma utilidadeprtica. Assim, presentes os requisitos do assdio moral dever nosso e do sindicato ingressar contra o Estadoque pelo art 37 6 da CF responde objetivamente.

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    Caso no seja possvel provar o assdio moral em face areiterao da conduto, podemos e devemos ingressarcom Dano Moral.

    11- Concluso :

    A explorao do trabalhador na produo de bens eservios remonta ao perodo da antiguidade quandoescravos eram recrutados fora.

    A transio do trabalho escravo para atividades laboraisremuneradas ocorreu somente na modernidade. No lugardo feitor surgiu o administrador, a jornada de trabalho, odescanso remunerado e a previdncia, quando otrabalhador adquire valor naquela nova ordemeconmica.

    Contudo, at os dias atuais a sade dos trabalhadores atingida por relaes de trabalho mal sucedidas dandomargem ao surgimento a danos fsicos e at mesmo aobito.

    O assdio moral, como fenmeno social de temposantigos, porm de reconhecimento recente configura-secomo uma PRAGA a ser combatida, por razeshumansticas, sociais e at econmicas, eis que a figura

    do assediador moral no ambiente de trabalho,degradando-o, desestimula os servidores e empregadose diminui a produtividade.

    O assdio moral caracteriza-se pela submisso dostrabalhadores ou servidores a situaes deconstrangimentos e humilhaes repetitivas eprolongadas no seu ambiente de trabalho. Esta prticacondenvel mais comum em relaes hierrquicasautoritrias, responsveis por atitudes e condutasnegativas, anti- ticas do chefe em relao ao seusubordinado.

    Entre outras deterioraes das relaes de trabalho,destacamos a exigncia de tarefas com prazosimpossveis, a sobrecarga de trabalho, o desvio defuno.

    Embora sob o prisma jurdico apenas recentemente oinstituto do assdio moral tenha merecido o interesse dosdoutos, a importncia do tema irrefutvel.

    O assdio deve ser combatido por suas conseqnciasinsidiosas sob todos os aspectos. Do ponto de vistapessoal, do ofendido, sequer preciso deitar maioresconsideraes, to evidentes so os efeitos perniciosossobre sua sade fsica e mental.

    Igualmente, h efeitos perversos sob o ngulo social,eis que um ambiente de trabalho em que predominem oterror e o constrangimento contamina as relaesdos servidores entre si

    . Por fim, sob a tica estritamente econmica, no hdvida de que a queda de motivao e rendimento doempregado, nesse contexto de humilhaes edesconfortos, reduz de maneira drstica aprodutividade

    O assunto relevante e est na ordem do dia. Urgemaes concretas para prevenir e combater os casos deassdio e punir o ofensor.

    LEGISLAO DE APOIO

    CONSTITUIO FEDERAL

    Art. 1 A Repblica Federativa do Brasil, formada pelaunio indissolvel dos Estados e Municpios e do DistritoFederal, constitui-se em Estado Democrtico de Direito etem como fundamentos:

    III - a dignidade da pessoa humana;

    Art. 3 Constituem objetivos fundamentais daRepblica Federativa do Brasil:

    IV - promover o bem de todos,sem preconceitos de

    origem, raa, sexo, cor, idade e quaisquer outrasformas de discriminao.

    Art.5 V - assegurado o direito de resposta,proporcional ao agravo, alm da indenizao por danomaterial, moral ou imagem;

    Art.5 X - so inviolveis a intimidade, a vida privada, ahonra e a imagem das pessoas, assegurado o direito aindenizao pelo dano material ou moral decorrente desua violao;

    Art.37 6 - As pessoas jurdicas de direito pblico eas de direito privado prestadoras de servios pblicos

    respondero pelos danos que seus agentes, nessaqualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito deregresso contra o responsvel nos casos de dolo ouculpa.

    Art. 170. A ordem social tem como base o primado dotrabalho, e como objetivo o bem-estar e a justia sociais

    Primeira lei estadual aprovada no Brasil (agosto de2002).

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    CDIGO CIVILDos Atos Ilcitos

    Art.186- aquele que, por ao ou omisso voluntria,negligncia ou imprudncia, violar direito e causar dadano a outrem ainda que exclusivamente moral cometeato ilcito.

    Lei n 3921, de 23 de agosto de 2002.( ASSDIO MORAL NO SERVIO PBLICO )

    O Presidente da Assemblia Legislativa do Estado do Riode Janeiro, em conformidade com o que dispe o 5combinado com o 7 do artigo 115 da ConstituioEstadual, promulga a Lei n 3921, de 23 de agosto de2002, oriunda do Projeto de Lei n 2807, de 2001.

    A Assemblia Legislativa do Estado do Rio de Janeiroresolve:

    Artigo 1 - Fica vedada, no mbito dos rgos,reparties ou entidades da administraocentralizada, autarquias, fundaes, empresaspblicas ou sociedades de economia mista, do PoderLegislativo, Executivo ou Judicirio, inclusiveconcessionrias ou permissionrias de serviosestaduais de utilidade ou interesse pblico, o exerccio dequalquer ato, atitude ou postura que se possacaracterizar como assdio moral no trabalho, porparte de superior hierrquico, contra funcionrio,servidor ou empregado e que implique em violao dadignidade desses ou sujeitando-o a condies detrabalho humilhantes e degradantes.

    Artigo 2 - Considera-se assdio moral no trabalho,para os fins do que trata a presente Lei, a exposio dofuncionrio, servidor ou empregado a situaohumilhante ou constrangedora, ou qualquer ao, oupalavra gesto, praticada de modo repetitivo eprolongado, durante o expediente do rgo ou entidade,e, por agente, delegado, chefe ou supervisor hierrquicoou qualquer representante que, no exerccio de suasfunes, abusando da autoridade que lhe foi conferida,tenha por objetivo ou efeito atingir a auto-estima e aautodeterminao do subordinado, com danos ao

    ambiente de trabalho, aos servios prestados aopblico e ao prprio usurio, bem como, obstaculizar aevoluo da carreira ou a estabilidade funcional doservidor constrangido.

    Pargrafo nico - O assdio moral no trabalho, nombito da administrao pblica estadual e dasentidades colaboradoras, caracteriza-se, tambm, nasrelaes funcionais escales hierrquicos, pelasseguintes circunstncias:

    1. determinar o cumprimento de atribuiesestranhas ou atividades incompatveis com o cargodo servidor ou em condies e prazos inexeqveis;

    2. designar para funes triviais, o exercente defunes tcnicas, especializadas ou aquelas para asquais, de qualquer forma, sejam exigidos treinamento econhecimento especficos;

    3. apropriar-se do crdito de idias, propostas,projetos ou de qualquer trabalho de outrem;

    4. torturar psicologicamente, desprezar, ignorarou humilhar o servidor, isolando-o de contatos comseus colegas e superiores hierrquicos ou com outraspessoas com as quais se relacione funcionalmente;

    5. sonegar de informaes que sejam necessriosao desempenho das funes ou teis vida funcional doservidor;

    6. divulgar rumores e comentrios maliciosos,bem como crticas reiteradas, ou subestimaresforos, que atinjam a sade mental do servidor; e

    7. na exposio do servidor ou do funcionrio aefeitos fsicos ou mentais adversos, em prejuzo deseu desenvolvimento pessoal e profissional.

    Artigo 3 - Todo ato resultante de assdio moral notrabalho nulo de pleno direito.

    Artigo 4 - O assdio moral no trabalho praticado poragente, que exera funo de autoridade, nos termos

    desta Lei, infrao grave e sujeitar o infrator sseguintes penalidades:

    1. advertncia;2. suspenso; e/ou3. demisso;

    1 - Na aplicao das penalidades, sero consideradosos danos para a Administrao, ficando o servidorobrigado a permanecer em servio

    2 - A advertncia ser aplicada por escrito, nos casos

    em que no se justifique imposio de penalidade maisgrave, podendo ser convertida em freqnciaobrigatria a programa de aprimoramento, e melhoriado comportamento funcional, com infrator o compelidoa dele participar regularmente, permanecendo emservio.

    3 - A suspenso ser aplicada em caso dereincidncia de faltas punidas com advertncia.

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    ASPECTOS JURDICOS DO ASSDIO MORAL - RENATO FERRAZ 4 - Quando houver convenincia para o servio, apenalidade de suspenso poder ser convertida emmulta, em montante ou percentual calculado por dia, base dos vencimentos ou remunerao, nos termos das

    normas especficas de cada rgo ou entidade,sujeitando o infrator a receber informaes, atribuies,tarefas e outras atividades.

    5 - A demisso ser aplicada em caso dereincidncia das faltas punidas com suspenso, nostermos regulamentares e mediante processoadministrativo prprio

    Artigo 5 - Por provocao da parte ofendida, ou deofcio pela autoridade que tiver conhecimento daprtica de assdio moral no trabalho, ser promovidasua imediata apurao, mediante sindicncia ouprocesso administrativo.Pargrafo nico - Nenhum servidor ou funcionrio podersofrer qualquer espcie de constrangimento ou sersancionado por ter testemunhado atitude definidasnesta Lei ou por t-las relatado.

    Artigo 6 - Fica assegurado ao servidor ou funcionrioacusado da prtica de assdio moral no trabalho o direitode ampla defesa das acusaes que lhe foremimputadas, nos termos das normas especficas de cadargo ou entidade, sob pena de nulidade.

    Artigo 7 - Os rgos ou entidades da administraopblica estadual, bem como, concessionrias oupermissionrias, na pessoa de seus representanteslegais, ficam obrigados a tomar as medidasnecessrias para prevenir o assdio moral notrabalho, conforme definido na presente Lei.

    Pargrafo nico - Para os fins de que trata este artigo,sero adotadas, dentre outras, as seguintes medidas:

    1. o planejamento e a organizao do trabalhoconduzir, em beneficio do servidor, contemplando,entre outros, os seguintes pressupostos:

    1. considerar sua autodeterminao e possibilitaro exerccio de suas responsabilidades funcional eprofissional;2. dar-lhe possibilidade de variao de atribuies,

    atividades ou tarefas funcionais;3. assegurar-lhe a oportunidade de contatos com ossuperiores hierrquicos, colegas e servidores, ligandotarefas individuais de trabalho e oferecendo informaessobre exigncias do servio e resultados;4. garantir-lhe a dignidade pessoal e funcional; e2. na medida do no possvel, o trabalho poucodiversificado e repetitivo ser evitado, protegendo oservidor no caso de variao de ritmo de execuo; e3. as condies de trabalho garantia deoportunidades de desenvolvimento funcional e

    profissional, no servio ou atravs de cursosprofissionalizantes.

    Artigo 8 - A receita proveniente das multas impostas e

    arrecadadas nos termos do artigo 4. desta Lei serrevertida e aplicada exclusivamente em programa deaprimoramento e aperfeioamento funcional doservidores .

    Artigo 9 - Esta Lei ser regulamentada pelo Executivono prazo de 60 (sessenta) dias.

    Artigo 10 - As despesas decorrentes da execuooramentria da presente Lei correro por conta dasdotaes prprias do oramento, suplementadas senecessrio.

    Artigo 11 - Esta Lei entra em vigor na data de suapublicao

    Artigo 12 - Ficam revogadas as disposies emcontrrio.

    Assemblia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, em23 de agosto de 2002.

    Sergio Cabral,

    RESOLUO N 29/2006

    ATRIBUIES DO ANALISTA JUDICIRIO

    Praticar os atos necessrios ao impulsionamentooficial dos processos judiciais e administrativos emcurso na unidade de sua lotao, dependentes ouno de ordem judicial, de acordo com os procedimentosfixados em lei ou regulamento e observadas as rotinasexpedidas pela chefia imediata; fornecer suportetcnico e administrativo ao exerccio da atividadejudicante por magistrado ou rgo julgador.

    TCNICO DE ATIVIDADE JUDICIRIA

    Realizar as tarefas de nvel mdio, adequadas escolaridade do cargo, que lhe forem designadas, emapoio ao processamento de feitos judiciais e aprocessos administrativos, no mbito da serventia de sua

    lotao ou unidade administrativa, quando for o caso.

    CMARA MUNICIPAL DE SO PAULO - SP

    Lei n 13.288, de 10 de janeiro de 2002.

    Dispe sobre a aplicao de penalidades prtica de"assdio moral" nas dependncias da AdministraoPblica Municipal Direta e Indireta por servidorespblicos municipais.

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    ASPECTOS JURDICOS DO ASSDIO MORAL - RENATO FERRAZA Cmara Municipal de So Paulo decreta:

    Artigo 1 - Ficam os servidores pblicos municipaissujeitos s seguintes penalidades administrativas na

    prtica de assdio moral, nas dependncias do local detrabalho:

    I - Curso de aprimoramento profissionalII - SuspensoIII - MultaIV - Demisso

    Pargrafo nico - Para fins do disposto nesta leiconsidera-se assdio moral todo tipo de ao, gesto oupalavra que atinja, pela repetio, a auto-estima e asegurana de um indivduo, fazendo-o duvidar de si e desua competncia, implicando em dano ao ambiente detrabalho, evoluo da carreira profissional ou estabilidade do vnculo empregatcio do funcionrio, taiscomo: marcar tarefas com prazos impossveis; passaralgum de uma rea de responsabilidade parafunes triviais; tomar crdito de idias de outros;ignorar ou excluir um funcionrio s se dirigindo a eleatravs de terceiros; sonegar informaes de formainsistente; espalhar rumores maliciosos; criticar compersistncia; subestimar esforos.

    LEI -- ASSDIO MORAL -- BRASILCMARA MUNICIPAL DE CAMPINAS - SP

    Lei n 11.409 de 04 de novembro de 2002

    Veda o assdio moral no mbito da administraopblica municipal direta, indireta, nas autarquias efundaes pblicas

    A Cmara Municipal aprovou e eu, Prefeita do Municpiode Campinas, sanciono e promulgo a seguinte lei:

    Artigo 1 - Fica vedado o assdio moral no mbito daadministrao pblica direta, indireta, nas autarquias efundaes pblicas, que submeta servidor aprocedimentos que impliquem em violao de suadignidade ou, por qualquer forma que o sujeite acondies de trabalho humilhante ou degradante.

    Artigo 2 - Considera-se assdio moral para os fins deque trata a presente lei toda ao, gesto, determinaoou palavra,praticada de forma constante por agente,servidor, empregado, ou qualquer pessoa que,abusando da autoridade que lhe confere suas funes,tenha por objetivo ou efeito atingir a auto-estima ou aautodeterminao do servidor.

    1. Considera para efeito do caput deste artigo:

    I - determinar o cumprimento de atribuiesestranhas ou de atividades incompatveis com ocargo que ocupa, ou em condies e prazosinexeqveis;

    II - designar para o exerccio de funes triviais oexercente de funes tcnicas, especializadas, ouaquelas para as quais, de qualquer forma, exijamtreinamento e conhecimentos especficos;

    III - apropriar-se do crdito de idias, propostas, projetosou de qualquer trabalho de outrem;

    2. Considera-se tambm assdio moral as aes,gestos e palavras que impliquem:

    I - em desprezo, ignorncia ou humilhao ao servidorque o isolem de contatos com seus superioreshierrquicos e com outros servidores, sujeitando-o areceber informaes, atribuies, tarefas e outrasatividades somente atravs de terceiros;

    II - na divulgao de rumores e comentriosmaliciosos, bem como na prtica de crticasreiteradas ou na subestimao de esforos, queatinjam a dignidade do servidor;

    III - na exposio do servidor a efeitos fsicos ou mentaisadversos, em prejuzo de seu desenvolvimento pessoal eprofissional;

    IV - em restrio ao exerccio do direito de livre opinio emanifestao das idias