aspectos clÍnicos e diagnÓsticos da febre amarela · cássia silva de miranda godoy...
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ASPECTOS CLÍNICOS E DIAGNÓSTICOS DA FEBRE AMARELA
Dra. Cássia Silva de Miranda GodoyInfectologista do HAA / HDT Hospital Araújo Jorge / ACCG
Jataí 2008
Regiões Endêmicas de Febre Amarela
Febre Amarela no Mundo, 1950-1998
Febre Amarela na América do Sul, 1990-2006
(n)
42
49
Taxa de letalidade
(%)
201
941
ÓbitosCasos
Região Geográfica
478Brasil
1.939América do Sul
Febre Amarela: nº casos e óbitos por UFBrasil, 1980 - 2006
0
20
40
60
80
100
120
140
Caso 2 2 54 10 2 105 99 126 32 38 130 10 33 2 22
Óbito 1 2 41 3 2 66 18 50 25 27 66 10 23 2 9
AC AP AM BA DF GO MA MG MS MT PA RO RR SP TO
Áreas de Risco para Febre Amarela Silvestre. Brasil,
2003.
Indene 8 e parcialmente 7 109.660.162 hab.
parcialmente 7 22.347.837 hab.Transição parcialmente 7 4.777.348 hab.Indene de risco potencial
Estados População
12 29.327.171 hab.EndêmicaÁreas de risco
Fonte: SVS/MS
Casos de Febre Amarela Silvestre por Região. Brasil, 1932-2006
Total: 2.325 casosFonte: SVS/MS
Casos de FA e EpizootiaCasos de Epizootia
1- Jataí - Abril
Faz.Cachoeiro do Sto. Antônio
03 macacos guariba
2 casos de FA
5- Doverlândia – Agosto
Fazenda Ferradura
Espécie não identificado
2 e 4 -São Miguel do Passa QuatroJunho – Julho
Fazenda Água Vermelha01 macaco Guariba01 Não identificado
3- Silvânia – Junho
Est. Trat. de água
01 macaco Guariba
8- Piranhas –Setembro
9 -Fazenda Nova – Setembro
10 macacos
10- Novo Brasil – Setembro
01 macaco
12 - Heitoraí – Setembro
1 macaco
6 e 12 - Paraúna – Agosto - Faz. São Luiz do Vicente (córrego São José): 03 macacos Guariba
Setembro – Formoso do Colemar
05 macacos Guariba
11- Goiás –
03 macacos
7- Faina -agosto
Faz. Água Limpa
1 guariba, 2 pregos e sagüi
Municípios com ocorrência de Casos de FA e epizootia.Goiás, 2007
INFORMAÇÕES GERAIS
• Doença febril aguda (máx. 12 dias) com dois ciclos epidemiológicos distintos (silvestre e urbano);
• Gravidade variável, depende:- diferença entre cêpas virais- inócuo- exposição anterior a outros flavivírus
• Modo de transmissão: picada de mosquito infectado- FAS: macaco → mosquito → homem- FAU: homem → Aedes → homem
INFORMAÇÕES GERAIS• Período de incubação: 3 a 6 dias• Susceptibilidade: todas as pessoas não vacinadas• Viremia:
- homem → 24 – 48 hs antes e 3 a 5 dias após o início dos sintomas (em média 7 dias)- mosquito → durante toda a vida
• Imunidade:- ativa: pela vacina (10 anos) e doença (permanente) - passiva: lactentes até o 6º mês de vida
• Mortalidade global: de 5-10% , de 40 a 60%(f. grave)
PatogeniaInoculação
↓Linfonodos regionais (replicação)
↓Viremia
↓FÍGADO
Cels. de Kupffer↓ clearance insulina↓ detoxicação ↓ endotoxinas
Vasodilatação ↓
Hipotensão↓
Encefalopatia
Hepatócito↑ transaminases↓ glicogenólise↓ fat. CoagulaçãoIcterícia
↓Insuficiência
hepática
CIV↓
Hemorragia↓
CHOQUE↓
Insuficiência renal
Formas Clínicas
Quadro clínico
• PERÍODO DE INFECÇÃO (viremia) → < 3 dias- queixas inespecíficas (febre de início súbito, cefaléia e astenia)- forma leve: até 2 dias- forma moderada (2-3 dias): febre, cefaléia, mialgias, sinal de Faget, astenia, vômitos, as vezes epistaxe.
• PERÍODO DE REMISSÃO (algumas horas a 2 dias):- ↓ da temperatura e dos sintomas
Quadro clínico• C. PERÍODO TOXÊMICO (formas graves e maligna /
clássica) → 5 a 7 dias- febre elevada, sinal de Faget evidente, cefaléia intensa, mialgia generalizada / lombalgia, astenia, prostração e tontura → período de remissão- piora clínica: náuseas, vômitos hemorrágicos / melena, icterícia franca, encefalopatia, albuminúria/oligúria IRA- Insuficiência hepatorrenal
• D. ÓBITO (6º ao 7º dia) podendo ocorrer forma atípica fulminante (24 a 48hs) ou tardio (SEPSE, PNM ou NTA)
Tempo de duração das principais manifestações clínicas da Febre Amarela
Febre Amarela - principais órgãos de choque
FígadoRins
Coração
Aspectos clínicos da Febre Amarela
Tríade clássica (falência hepática)
Icterícia
Albuminúria
Hemorragia
Evolução
Dias50 3 7 9 120- 6
IctericiaHemorragia
IgGViremia
Curso Clínico da Febre Amarela
IgM
Febre
Indicadores prognósticos da Febre Amarela
• Rápida progressão do período de intoxicação e aumento acelerado da bilirrubina sérica • Diátese (tendência) hemorrágica grave e aparecimento de coagulação intravascular disseminada
• Insuficiência renal causada por necrose tubular aguda
• Aparecimento precoce de hipotensão
• Choque • Coma e convulsões
Fonte: OPS - Bol. of Sanit. Panam. 102(4), 1987. Washington D. C., 1987
ALS, 43 anos,
Rio Preto da
Eva/AM.
DIS: 20/12/02
DO: 03/01/2003
Foto cedida por Dra Maria Paula Mourão/FMTAM
Paciente com Febre Amarela, Manau/AM
Icterícia
Criança com quadro grave de
febre amarela
Fonte: IEC/MS
Paciente com Febre Amarela, Pará/Brasil
Hemorragia
Aspectos Clínicos da Febre Amarela
Fonte: Peters CJ, 2002
Hemorragia
Paciente com Febre Amarela – Manaus/AM
Foto: Maria Paula Mourão, FMTAM
Diagnóstico diferencial• A. FORMAS LEVES E MODERADAS• B. FORMAS GRAVES
Hepatites virais Febre Amarela
Febres hemorrágicas
FHD Febre Tifóide
Malária Leptospirose
SEPSE
Alterações Laboratoriais
• Leucograma: no início discreta leucocitose / neutrofilia, depois leucopenia com linfocitose;
• Bioquímica:- transaminases aumentadas (TGP > 1000)- ↑ bilirrubinas às custas de Bd- ↑ colesterol e fosfatase alcalina - ↑ uréia e creatinina
• Urina: proteinúria, hematúria e cilindrúria• Coagulograma: ↑ TAP, TPP e TC; trombocitopenia
Diagnósticos
• A. DIAGNÓSTICO VIROLÓGICO (até 5º dia):
- Isolamento e identificação do vírus (camundongos, mosquitos e cultura de tecidos);
- Detecção dos antigenos virais (imunofluorecência e imunohistoquímica)
- Identificação do RNA viral (hibridização “in situ” e PCR
Diagnósticos
• B. DIAGNÓSTICO SOROLÓGICO (> 7º dia):
- MACelisa
- Inibição da Hemaglutinação (contra glicoproteínas do envelope viral)
- Teste de neutralização (contra proteína C do capsídeo viral)
- Reação de fixação do complemento.
Diagnósticos
• C. DIAGNÓSTICO HISTOPATOLÓGICO (8 – 12 hs):
- Fígado, rins, baço, coração, linfonodos e cérebro (espécimes obtidos “post mortem”)
- Fígado: ↑ volume com focos hemorrágicos, necrose médio-zonal dos lóbulos hepáticos, esteatose e degeneração eosinofílica dos hepatócitos (corpúsculos de Councilman / citoplasmáticos e de Margarino Torres / intranucleares). Reação inflamatória mínima, dilatação sinusoidal e hipertrofia das células de Kupffer.
- Demais órgãos: pulmão, baço, coração e cérebro.
OBRIGADA !