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ASPECTOS AMBIENTAIS E DE INFRAESTRURAS DA PRAÇA PREFEITO JOÃO SZESZ
NA CIDADE DE MAMBORÊ (PR), BRASIL
Ana Claudia Breitkreitz Fernandes Ayres, Unespar – Câmpus de Campo Mourão, [email protected]
Maila Mirian Ferreira de Carvalho, Unespar – Câmpus de Campo Mourão, [email protected]
Marcos Clair Bovo, (OR), Unespar – Câmpus de Campo Mourão, [email protected]
RESUMO: As áreas verdes mais comuns na cidade são as praças, acompanhamento viário, parques, fundo de vale e jardins. Dentre estes, a praça enquanto área verde é a que oferece o mais fácil acesso e interação entre a população citadina, pois contribui com diferentes funções dentre elas a social, ecológica e a estética. No entanto elas são constituídas de vegetação exótica e nativa, e o mobiliário nem sempre está compatível com as exigências do público. Tendo em vista a importância destes espaços público a presente pesquisa têm por objetivo caracterizar e analisar a Praça Prefeito Szesz enquanto área verde urbana de Mamborê/PR, destacando os seus aspectos paisagísticos e a sua infraestrutura.Como metodologia adotou-se pesquisa in loco dos aspectos qualitativos e quantitativos dos equipamentos e infraestruturas no sentido de averiguar as condições que se encontram esses equipamentos, e a qualidade paisagística e a análise da vegetação. Dentre os resultados conclui-se que esse espaço público é pouco usado para reunir e promover lazer a diferentes grupos de citadinos; não oferece aos seus usuários elementos arquitetônicos e estruturais adequados e em bom estado de conservação; a necessidade de reposição, manutenção e implantação de novas estruturas e equipamentos; necessidade do poder público municipal de desenvolver ações visando à revitalização da praça e tornado estas mais atrativas para a população de Mamborê. Palavras-chave: Praça. Áreas Verdes. Espaço Público. 1 INTRODUÇÃO
Diversos pesquisadores têm realizado estudos referentes às áreas verdes urbanas, sobre a sua
manutenção e sobre o seu potencial em realçar a qualidade de vida sobre as suas funções ambientais,
sociais e estéticas que venham a contribuir para amenizar a gama de propriedades negativas da
urbanização. Dentre os estudos realizados dando ênfase aos benefícios da vegetação urbana,
destacamos as pesquisas realizadas por Milano, (1988, 1990); Amorim, (2001); Goya, (1992); Oliveira
(1996); Nucci, 2001); De Angelis, (2000), Bovo (2009). Esses trabalhos apresentam a importância da
vegetação para o clima urbano, o controle da poluição do ar e da acústica, a melhoria da qualidade
estética, os efeitos sobre a saúde mental e física da população, o aumento do conforto ambiental, a
valorização econômica das propriedades e a formação de uma memória e de um patrimônio cultural.
Para Milano e Dalcin (2000), as cidades abrigam hoje mais da metade da população mundial.
No Brasil, 84% da população segundo o IBGE (2010), estão concentrados em centros urbanos. Essa
concentração acaba contribuindo para o crescimento acelerado e desordenado das cidades, fruto de
fluxos migratórios inter-regionais e do êxodo rural, acarretando diversas consequências
socioambientais. Todos esses fatores, somados à política imobiliária, colaboram para a ocupação de
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áreas de risco, pois, ao se considerar o solo como mercadoria, legitimou-se a propriedade privada e a
ocupação diferencial do espaço urbano. Neste contexto, as interferências humanas no meio natural
tornam-se cada vez mais acentuadas, trazendo como consequência, entre outras, a proliferação de
favelas, o desmatamento das áreas de encostas, as enchentes, o surgimento de ilhas de calor, a
impermeabilização do solo e a ausência de áreas verdes, estas, muitas vezes, substituídas pelo
concreto.
No Brasil inúmeras cidades, entre elas São Paulo (SP), Belo Horizonte (MG), Presidente
Prudente (SP), Santa Maria (RS) há a escassez de árvores nas calçadas que acompanham o sistema
viário. Estas condições nos levam a pensar em como as cidades brasileiras, principalmente as
pequenas, médias e grandes, foram construídas e como crescem sem que o Poder Público discuta
adequadamente suas áreas verdes públicas que são, certamente, um registro histórico de quanto o
homem tem se distanciado da natureza, prescindindo do seu contato.
Hoje verificamos os efeitos negativos do acelerado processo de urbanização das cidades
brasileiras sobre a qualidade de vida de seus moradores, entre os quais destacamos a falta de um
planejamento urbano que considere as áreas verdes como elementos essenciais para os moradores
citadinos. Percebemos que essas áreas são deixadas pelo Poder Público em segundo plano, tendo-se
como consequências o empobrecimento da paisagem urbana, a desvalorização imobiliária das
propriedades do entorno, a falta de lazer para os moradores e a deterioração do ambiente
Portanto, o presente artigo tem como objetivo caracterizar e analisar a Praça Prefeito Szesz
enquanto área verde urbana de Mamborê/PR, destacando os seus aspectos paisagísticos e a sua
infraestrutura, a fim de compreender a qualidade ambiental deste espaço público. Essa pesquisa
também objetiva propor medidas que auxiliem no planejamento e gerenciamento dessa área verde,
visando proporcionar a melhoria ambiental.
2 ÁREAS VERDES URBANAS: ALGUNS APONTAMENTOS TEÓRICOS
Uma parte da vida dos citadinos das pequenas cidades se passa nas praças públicas, pois estas
desempenham papel importante para a população local. Para Dobal (1952, p. 3), a cidade tem muitas
praças, “umas cuidadas, ajardinadas, frequentadas, outras abandonadas, esquecidas, outras que nem se
quer tem o nome de praças [...].
Sendo assim, a administração pública municipal, em geral, não apresentam eficiência com
relação à implantação de seus projetos e a satisfação da população. Determinados setores do poder
público municipal, apresentam resultados satisfatórios na execução de ações, porém outros são
inoperantes e inócuos no que concerne ao ordenamento dos espaços urbanos.
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O meio urbano é resultado de fatores naturais modificados pelo homem, ou seja, cada vez
mais o homem está presente no meio ambiente e este meio encontra-se ligado ao homem. Dentro desta
perspectiva destacamos a importância da vegetação no meio urbano que é o principal espaço ocupado
pelo homem.
Atualmente a qualidade ambiental e a qualidade de vida das pessoas vêm preocupando
pesquisadores e cientistas do mundo todo, que tentam de alguma forma entender as ações antrópicas
na paisagem os efeitos que isso vem causando para os mesmos. Diante dessa situação verificamos que
a questão da arborização nas cidades tem sido um fator relevante e bastante discutido no meio
acadêmico e também pela sociedade em geral. É importante ressaltar que a vegetação desempenha um
papel fundamental no meio urbano, pois através desta podemos avaliar a qualidade de vida das
pessoas, além de influenciar em outros fatores como clima e umidade do ar.
Para Milano (1990), manter a arborização das cidades quer dizer obter melhorias visuais e
estéticas no meio urbano, além de melhorar a saúde física e mental das pessoas, ainda contribui para a
redução da poluição sonora e visual desses meios que são os mais ocupados pela população e que
tendem a aumentar cada vez mais.
A presença de vegetação no meio urbano se mostra relevante em todos os aspectos que
envolvem a paisagem e a vida das pessoas nas cidades. Para (GREY & DENEKE, 1978, p.3):
[...] A vegetação neste contexto, contribui significativamente para a melhoria destas condições em virtude das ações de controle da incidência de radiação solar direta e refletida, no aumento da umidade relativa do ar e na condução e diminuição da velocidade dos ventos, benefícios estes diretamente proporcionais à quantidade de vegetação/árvores.
Neste sentido Costa (2010) destaca que essas áreas são:
[...] igualmente relevantes para o bem-estar e as condições de saúde da população, por promoverem a biodiversidade, constituírem importante parte da paisagem urbana, por trazerem benefícios econômicos significativos e formar espaços estruturais e funcionais fundamentais para transformar as nossas cidades em áreas mais agradáveis de viver. As áreas verdes podem assim assumir um papel primordial nos esforços para melhorar a qualidade de vida e no desenvolvimento sustentável (COSTA, 2010, p.20).
Desta forma, Andrade (2011) destaca que a: [...] presença de áreas verdes em cidades vem se mostrando como uma espécie de indicativo de qualidade de vida urbana, sendo tais espaços destinados especialmente ao lazer. Cumprindo uma função muito mais que paisagística, as áreas verdes, mesclam-se ao espaço urbano e quando bem zeladas, o dão uma qualidade ambiental maior (ANDRADE, 2011, p.2).
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Através disso, podemos perceber que a presença de vegetação na área urbana diminui os
efeitos como radiação solar e velocidade dos ventos. Então, quanto maior o índice de áreas verdes,
melhor será o ambiente da cidade. Por outro lado a arborização também pode causar conflitos. De
acordo com Moisés Filho (2002, p. 5):
[...] apesar de inúmeros benefícios que estas proporcionam ao ambiente, a arborização no meio urbano não é isenta de conflitos. A arborização assim como os demais componentes do espaço urbano de uma cidade, disputa espaço físico e recursos para a sua manutenção.
Dentre as áreas verdes urbanas as praças apresentam grande relevância, pois são espaços
públicos que desempenham diferentes funções. Dentre elas destacamos a social, estética, ecológica e a
psicológica. Para Serpa (2011, p.9) a praça é entendida como “[...] espaço da ação política ou ao
menos da possibilidade da ação política na contemporaneidade”, complementado por Andrade (2011,
p.9) “as praças se caracterizam por abrigar estruturas diversas como, por exemplo, bicicletário, coreto,
chafariz, luminárias, bebedouro, lixeira, quiosque, arborização, bancos, e muitos outros” e também
constituem importantes áreas verdes nos espaços citadinos.
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Na organização da pesquisa adotamos os seguintes procedimentos: pesquisa bibliográfica,
levantamento de campo e análise dos resultados.
Para isso realizamos estudos bibliográficos de teses, dissertações, livros, artigos de revistas
científicas, relacionadas às áreas verdes urbanas, com objetivo de buscar a fundamentação teórica para
a sustentação e elaboração da pesquisa.
A pesquisa in loco teve por base um questionário semi estruturado com objetivo de avaliar as
estruturas e equipamentos compreendendo os aspectos quantitativos e a avaliação qualitativa da
vegetação.
Quanto aos equipamentos e estruturas físicas adotamos a metodologia desenvolvida por De
Angelis (2000) no qual foram avaliadas a disposição, quantidade, aspecto geral de uso e viabilidade
aos usuários.
Também foi realizado o diagnóstico da situação geral da Praça Prefeito Szesz, a partir da
avaliação quantitativa e qualitativa direta, com a identificação e descrição dos equipamentos e
mobiliários existentes como bancos, iluminação, monumentos artísticos, pisos (entre outros), segundo
a metodologia utilizada por De Angelis et all (2004), que atribui valores que variam de 0,0 (zero) a 4,0
(quatro), na seguinte escala: 0 a 0,4 (péssimo); 0,5 a 1,4 (ruim); 1,5 a 2,4 (regular); 2,5 a 3,4 (bom);
3,5 a 4,0 (ótimo). Por meio dos resultados atingidos a praça foi avaliada, no sentido de diagnosticar o
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nível de confortabilidade oferecido aos mais variados usuários, incluindo idosos, gestantes, deficientes
físicos, etc.
Para melhor representar os aspectos qualitativos das estruturas e dos equipamentos existentes
na praça estudadas será utilizada a metodologia desenvolvida por Bovo (2009) que se utilizou de
símbolos, sendo estes representados em três cores principais: a) cor verde, representando as estruturas
e equipamentos em bom estado; b) cor laranja, simbolizando os regulares; c) cor vermelha, para
indicar os equipamentos e estruturas caracterizados como ruim; d) cor preta indica as propostas de
equipamentos e estruturas a serem implantadas nas quatro áreas estudadas (Quadro 1).
Quadro 1 - Símbolos dos equipamentos ou estruturas das praças de estudo de Mamborê/PR.
Fonte: Organizado por BOVO, M. C., 2009.
Os resultados foram tabulados em planilha específica e consequentemente descritos e
analisados de maneira detalhada.
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4 ANÁLISE DOS RESULTADOS
A cidade de Mamborê (imagem 1) está localizada na Mesorregião Centro Ocidental
Paranaense possui uma área territorial de 788.061 km² (IBGE, 2012) com uma população estimada de
13.781 habitantes (IBGE, 2012). Sua altitude é de 762 metros em relação ao nível do mar, sua Latitude
de 24º19'10'' S e Longitude 52º31'48'' W. Na sua área central encontra-se Praça Prefeito João Szesz
que será objeto de investigação dessa pesquisa.
Imagem 1: Mapa da Localização do Perímetro Urbano e Localização Geográfica de Mamborê no contexto da Mesorregião Centro Ocidental Paranaense.
FONTE: MORIGI, Josimari de Brito, 2010.
A Praça Prefeito João Szesz é popularmente conhecida como “praça da matriz” por localizar-
se em frente à Igreja Matriz, na Avenida Augusto Mendes dos Santos e Avenida Manuel Francisco da
Silva com a Rua Piraí e Rua Guadalajara no centro de Mamborê–PR.
4.1 A PRAÇA PREFEITO JOÃO SZESZ ENQUANTO ÁREA VERDE
Neste item apresentamos a análise da Praça Prefeito João Szesz enquanto área verde urbana
que se encontra localizada na área central e comercial da cidade de Mamborê. No que tange a
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vegetação da praça esta apresenta uma situação satisfatória, pois verificamos que há uma “harmonia”
suficiente entre os espaços de pavimentação e espaços considerados verdes.
Quanto à condição vegetação-iluminação está também apresenta como satisfatória, pois as
copas das árvores não impedem a iluminação da praça. Isto se deve ao fato das árvores serem de porte
grande, pois estas são antigas, e também por que o logradouro apresenta iluminação do tipo baixa o
que faz com que a luz não seja bloqueada tanto pelos galhos e pelas folhas das árvores existentes.
Dessa forma, mesmo possuindo um número considerável de espécies arbóreas, a praça é
amplamente iluminada, indicando que a relação vegetação-iluminação é satisfatória, garantido a ampla
funcionalidade desses espaços públicos abertos a população.
Quanto às espécies de vegetação existentes na Praça Prefeito João Szesz destacam as arbóreas
com predomínio da Sibipiruna (Caesalpinia peltophoroides) Ipês- Amarelo (Tabebuia alba (Cham.),
Flamboyant (Delonix regia Sandwith), entre outras (imagem 2), e árvores nativas, o que constitui um
ponto também positivo desse espaço público, onde a prioridade deve ser por árvores que garantam
sombreamento e que de preferência não gerem frutos, até para facilitar a questão de limpeza e
manutenção da praça.
Além de espécies arbóreas, as praças ainda contam “espécies de forração” de caráter
especialmente estético, mas que em conjunto caracterizam a agradabilidade ambiental de tais espaços.
Tomando como base os parâmetros de avaliação de Teixeira (1991), a vegetação presente nas
duas praças se enquadra na categoria “bom”, ou seja, as mesmas encontram-se praticamente isenta de
pragas, doenças ou injúrias.
Quanto à qualidade paisagística, ainda segundo os parâmetros de Teixeira (1991) a praça em
questão enquadra-se novamente na categoria “bom”, ou seja, não apresenta danos significativos e está
em condições de uso pleno, novamente confirmando a situação de boa conservação da mesma.
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Imagem 2: Espécies arbóreas da Praça Prefeito João Szesz. Foto: FERREIRA M.M. 2014.
4.2 ANÁLISE DOS EQUIPAMENTOS E DAS INFRAESTRUTURAS DA PRAÇA PREFEITO
JOÃO SZESZ
Quanto ao mobiliário urbano da praça este possui grande relevância, pois responde às
necessidades sociais dos citadinos. Sendo assim tais mobiliários permitem não só a socialização de
espaços públicos como também contribuem para a construção da identidade desse espaço. É isso, que
em essência traduz o sentido de utilização de tais espaços pela população, principalmente para prática
de lazer.
Afinal, que seriam das praças sem seus equipamentos e mobiliários como bancos, obras de
arte, chafarizes, pontos de iluminação, entre outros? Certamente, estes contribuem para a peculiaridade
desses espaços livres e públicos de tal maneira que é considerável dizer que cada praça por mais
simples que seja possui uma identidade única no contexto do espaço urbano em que se insere.
Quanto às estruturas encontradas na praça destacamos a existência de 46 postes de luminárias
com dois globos cada, o que proporciona uma boa luminosidade da praça durante a noite,
possibilitando com que as pessoas circulem livremente pela praça. A praça é pavimentada de asfalto,
que em determinados locais apresentam problemas devido o escoamento da água da chuva.
A praça apresenta 12 bancos de mesmo designer e material. Estes últimos apresentam-se em
concreto (encosto e assento) e encontram distribuídos de forma irregular pela praça. Alguns deles já
manifestam sinais de uso intenso e isso nos foi comprovado pela existência de certos bancos, cuja
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estrutura de concreto já se encontra em ressecamento devido à exposição constante ao sol e a chuva.
No entanto apresentam poucos sinais evidentes de vandalismo.
Quanto às lixeiras existem apenas 4 sendo insuficiente se considerada a área da praça. Estas
lixeiras não são do mesmo material e designer, ou seja, duas delas são constituídas em material
plástico com suporte metálico e duas com material de metal com suporte também de metal. Estas
últimas já se encontram danificadas o que afeta consideravelmente a funcionalidade do logradouro
público, quanto à higienização.
Outro elemento fundamental refere-se à iluminação que é essencial para o “funcionamento da
praça” durante a noite. A socialização de espaços livres e públicos como as praças está em muito
ligada às condições de iluminação, que quase sempre acabam sendo sinônimos de maior ou menor
segurança de um determinado logradouro. Além disso, a iluminação tem valor estético, portanto
consequentemente atrativo à população. Então, o designer e arquitetura do próprio poste de luz
também deverem ser consideradas, já que também configura um elemento presente na praça e,
portanto ornamental ao espaço.
Em 2012, durante o processo de revitalização, a Praça Prefeito João Szesz passou a contar
com postes de luz em estilo republicano, sendo estes distribuídos de forma minuciosamente
geométrica. Esses postes de luz contribuem de forma significativa para o embelezamento do
logradouro esse acham em número adequado, de maneira que durante a noite, a praça se encontra
amplamente iluminada, possibilitando sua utilização pela população.
Outro equipamento importante é a academia da terceira idade (A.T.I.). Nesta encontra-se os
seguintes equipamentos: rotação vertical; rotação dupla diagonal; cavalgada; leg press; simuladores de
caminhada, duas lixeiras permeáveis em meta entre outros. Na área ocupada pelos equipamentos da
A.T.I., o solo é concretado. Neste local observamos que certos equipamentos ficam sem utilidade, pois
a água da chuva fica parada sobre o calçamento onde está instalado o equipamento, pois o desnível do
mesmo impossibilita que a água escoe, deixando grandes poças da água no local.
A Academia encontra-se iluminada por luminárias presentes em postes de concreto com duas
pétalas e luminárias baixas com dois globos. Os equipamentos da academia se encontram em péssimo
estado de conservação. Todos eles estão enferrujados, sem contar com os equipamentos que já não
estão em funcionamento, pois se encontram quebrados.
Quanto ao estacionamento este se encontra posicionado no entorno da praça, servindo para
estacionamento dos veículos das pessoas que frequentam a igreja que está localizada nesta praça.
Esta praça possui dois banheiros sendo um feminino e um masculino que se encontra em
péssimas condições de uso.
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Esta praça conta com quatro quiosques que oferece possibilidade de alimentação, mas não
possui instalações sanitárias devidamente instaladas, como água, banheiro, etc. Cabe destacar a
presença de pessoas nesse espaço exclusivamente à noite (horário que os quiosques estão abertos)
geralmente nos finais de semana. Uma característica peculiar é que os frequentadores de tais
quiosques se restringem somente as imediações de tal estabelecimento comercial não usufruindo
também da praça. A isso se correlaciona a falta de atrativos neste espaço
Quanto à placa de identificação esta apresenta em bom estado de conservação. Nesta placa
está escrito a seguinte mensagem, escrita por Ir. Germano Rebellatto “O grande homem Mantém o seu
modo de pensar, independentemente da opinião pública. É tranquilo, pensa com clareza, fala com
inteligência, vive com tranquilidade”. É importante destacar que João Szesz foi prefeito de Mamborê
de 1965 a 1969 e de 1973 a 1976, e em sua vida levou como lema a honestidade, a dedicação e o
trabalho. Sendo assim, está praça foi implantada e inaugurada em homenagem e reconhecimento do
Prefeito João Szesz em setembro de 2001.
O espaço para eventos culturais presente nesta praça está localizado bem no centro da praça,
porém, nunca é utilizado para realizações sociais e culturais. Nos últimos anos este espaço tem sido
utilizado para o trabalho do CRAS - Centro de Referência da Assistência Social de Mamborê, mas até
o momento da realização desta pesquisa este local se encontra fechado.
Na sequência apresentamos o quadro 2 que a apresenta a síntese qualitativa dos equipamentos
e estruturas existes na Praça Prefeito João Szesz, os equipamentos representados pela cor preta são
propostas de implantação.
Quadro 02: Síntese qualitativa das estruturas e equipamentos da Praça Prefeito João Szesz.
■ Bom ■ Regular ■ Ruim ■ Proposta de implantação Fonte: Pesquisa de campo realizada pelo autor em 2014.
A síntese qualitativa dos equipamentos e estruturas existentes na praça, possibilita verificar os
problemas existentes nos mesmos, diante disso compete ao poder público municipal os serviços de
manutenção, reposição e instalação de novos equipamentos visando a melhoria dessa área verde para
os citadinos.
No quadro 3 apresentamos a síntese geral das estruturas e equipamentos e de outros itens
avaliados na pesquisa de acordo com a metodologia desenvolvida por De Angelis (2004) que atribui
notas de zero a quatro de acordo com o índice qualitativo dos mesmos.
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QUADRO 03 – Levantamento das estruturas e equipamentos existentes na praça. Equipamentos, Estruturas e Mobiliários Urbanos
Quantidade e Descrição Nota
Bancos 12 Bancos de concreto. Não se encontram bem distribuídos, não estão em bom estado de conservação, não apresentam conforto por serem produzidos com material concreto. Muito recuados um do outro.
1,5
Pavimentação Pavimentação tipo concreto, tipo de pavimentação segura que evita escorregamentos ou quedas aos frequentadores, porém está bastante desgastada e com presença de valetas e pequenos buracos.
2,0
Iluminação 46 postes de luz estilo republicano com um, dois ou três globos de luz. Iluminação do tipo baixa para proporcionar luminosidade adequada em função da copa das árvores. Apresenta algumas lâmpadas queimadas.
3,5
Traçado dos Caminhos
Conduzem especialmente a Prefeitura Municipal de Mamborê, ao Colégio Estadual João XXIII e Igreja Matriz. Indicativo de ser um meio de acesso e não necessariamente de passeio pela praça em si.
4,0
Canteiros
Com meio fio. Em alguns locais da praça o meio-fio encontra-se desgastado e quebrado.
3,5
Placa de Identificação
Placa de identificação afixada em estrutura de concreto em boas condições, visível, porém em tamanho muito pequeno.
3,5
Lixeiras 6 lixeiras, mal distribuídas e pouco conservadas. 1,0
Sanitários 2 sanitários (um feminino e um masculino), em péssimo estado e condição de uso.
0,0
Palco Apresenta um local para realização de apresentações culturais, porém nunca é utilizado.
1,0
Estacionamento 1 estacionamento para capacidade de dezenas de carros, muito bem sinalizado.
4,0
Equipamentos Físicos para 3ª Idade
1 A.T. I, em estado bastante precário, apresentando equipamentos enferrujados e quebrados
0,8
Qualidade Paisagística Apresenta uma grande de espécies arbóreas, com aspectos físicos sanitários satisfatórios e uma boa distribuição.
3,5
Limpeza e Conservação Presença de amontoados de cisco e formiga saúva no interior da praça.
3,0
Fonte: pesquisa de campo realizada pela autora em 2014.
De maneira geral, podemos considerar que a praça apresenta um nível que vai desde o regular
até o bom e ótimo para a conservação e isso é resultado em grande parte da pouca atenção que o poder
público passou a dar para tal logradouro desde que foi construída.
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Alguns equipamentos obtiverem o conceito de ótimo, seja no sentido de conservação e de
distribuição no espaço das praças, como foi o caso da iluminação (3,5), indicando que a praça é
amplamente iluminada, o que faz com que não ocorra nenhum impedimento para uso do espaço
durante a noite, o que contribui para a ampliação de seu aspecto de socialização à população.
Dos mobiliários analisados, as lixeiras foram as que obtiveram a nota mais baixa (1,5) por se
constituírem de material pouco resistente, por se apresentarem em número insuficiente e por
apresentarem sinais evidentes de vandalismo.
Como já mencionado acima a maioria dos equipamentos, estruturas e mobiliários da Praça
Prefeito João Szesz obtiveram notas que oscilaram entre 3,0 a 3,5, que segundo o parâmetro utilizado
na pesquisa indicam uma condição que vai do bom ao ótimo.
Sem dúvida o município de Mamborê, desde a última revitalização da praça em 2012, não tem
zelado de forma significativa no espaço que se configura um dos principais espaços públicos da
cidade. É obvio também que a requer condição das estruturas e mobiliários da praça também se deve
ao fato da praça nunca ter passado por uma reforma.
Nesse sentido, os mobiliários urbanos que em essência são a própria praça devem considerar
amplamente a diversidade com que se constitui uma cidade (portadores de necessidades especiais,
crianças, idosos, etc.), definindo-se com prioridade principal a socialização do espaço que antes ser
belo e ornamental precisa ser, sobretudo, funcional.
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A partir da análise dos mobiliários urbanos da Praça Prefeito João Szesz constatamos que não
respondem especificamente ao que se espera de uma praça pública em seus aspectos mais básicos para
atender a população citadina, pois os equipamentos e a infraestruturas necessitam de manutenção,
reposição e implantação de novos equipamentos urbanos conforme já evidenciados ao longo da
pesquisa.
É evidente que os mobiliários urbanos presentes na Praça Prefeito João Szesz não contribuem
para a construção da identidade histórica da praça. Diante dessa situação é extremamente considerável
que projetos relacionados à construção de praças devem levar em consideração pelo menos quatro
elementos relacionados aos mobiliários que por elas serão abrigados: tipo, segurança, distribuição,
adaptação às condições especiais e necessidades da população em geral.
Nesse sentido, a prioridade dos gestores públicos deve se assentar não somente na perspectiva
de idealizar projetos de áreas verdes que “enfeitem” a cidade, mas que sejam capazes de atender e
cumprir uma função social que se estenda a grande maioria daqueles que também compõem a cidade e
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que muitas vezes são ignorados como os idosos, cadeirantes e outros portadores de necessidades
especiais.
REFERÊNCIAS
AMORIM, Margarete Cristiane de Costa Trindade. Caracterização das áreas verdes em Presidente Prudente. In: SPÓSITO, Maria. E. B. Textos e Contextos para a Leitura Geográfica de uma Cidade Média. Presidente Prudente: Programa de Pós-Graduação em Geografia. FCT/UNESP GASPERR. 2001. ANDRADE, Thiago. B; BOVO, Marcos C; A importância do mobiliário urbano para a identidade e a socialização de espaços públicos: o caso da praça Getúlio Vargas em Campo Mourão/ PR. Disponível em <http://www.fecilcam.br/nupem/anais_vi_epct/resumos/Ciencias_exatas/comunicacao.html>. 2011. Acesso em 27 de fevereiro de 2014.
BOVO, Marcos Clair. Áreas verdes urbanas, imagem e uso: um estudo geográfico sobre a cidade de Maringá-PR. Tese de (Doutorado em Geografia) Universidade Estadual Paulista. Presidente Prudente. 2009. COSTA. S. C. Áreas verdes: um elemento chave para a sustentabilidade urbana. Disponível em <http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/10.126/3672>. Portal Vitruvios. 2010. Acesso em 24 de Fevereiro de 2014.
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