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11 BR Notícias do Brasil O desenho das embalagens consi- derou as características fisiológicas, organolépticas (cor, textura, sabor, odor etc) de cada fruta, entre as quais o caqui, manga, mamão papaia, mo- rangos e palmito de pupunha pro- cessado. “Cada tipo de fruta respira e libera etileno de forma própria. Co- mo as nossas embalagens respeitam estas características essenciais de ca- da tipo de fruta, elas colaboram para a redução das perdas pós-colheita e aumentam a vida útil dos produtos acondicionados”, afirma. De acordo com testes realizados pelo CTAA/ Embrapa, as embalagens reduziram em até 70% as perdas pós-colheita de caquis, por exemplo. Germana Barata tas e tenham entrada de ar, importan- te para prevenir temperaturas mais altas e frear o processo de degradação. As embalagens são articuladas, têm baixo peso, são acopladas a bandejas específicas para cada tipo de fruta e são reutilizadas após a entrega dos produtos. A base é composta por ma- teriais que usam resíduos minerais ou de fibras vegetais, muitas vezes, gratuitos ou de baixo custo, enquan- to a bandeja pode ser feita a partir de plástico PET reciclado. Luiz Carlos do Carmo Motta, da Divisão de De- senho Industrial do INT, informa que a base pode ter custo até inferior ao de outras caixas atualmente em uso, além de contribuir para retirar do ambiente resíduos que podem causar impactos ambientais. Tecnologia Desenho de embalagens diminui perdas em frutas frescas Por serem alimentos frágeis, alta- mente perecíveis, as frutas exigem cuidados especiais para diminuir o desperdício e as perdas econômicas após a colheita. Para contribuir para um processo mais sustentável desde o campo até o consumidor, pesqui- sadores do Instituto Nacional de Tecnologia (INT), do Instituto de Macromoléculas da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e do Centro de Tecnologia de Alimen- tos da Embrapa (CTAA) desenvol- veram caixotes dobráveis e embala- gens para o transporte e exposição de frutas que aumentam em uma sema- na a vida dos produtos e mantêm as perdas abaixo de 10%, índice similar ao de países desenvolvidos. A ideia é simples, mas gerou o depósi- to de 40 patentes e demandou R$7,5 milhões do fundo tecnológico do BNDES ao longo de quatro anos de pesquisas e testes. O projeto poderá ajudar a diminuir o desperdício de alimentos, estimado em 26 milhões de toneladas ao ano no Brasil, dos quais 45% seriam de hortifruti. Ao invés de frutas sobrepostas e sem ven- tilação, as embalagens desenvolvidas permitem que as bandejas sejam em- pilhadas sem risco de amassar as fru- Sem sobreposição, caquis duraram mais no supermercado, reduzindo o desperdício Divulgação INT

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BRN o t í c i a s d o B r a s i l

O desenho das embalagens consi-derou as características fisiológicas, organolépticas (cor, textura, sabor, odor etc) de cada fruta, entre as quais o caqui, manga, mamão papaia, mo-rangos e palmito de pupunha pro-cessado. “Cada tipo de fruta respira e libera etileno de forma própria. Co-mo as nossas embalagens respeitam estas características essenciais de ca-da tipo de fruta, elas colaboram para a redução das perdas pós-colheita e aumentam a vida útil dos produtos acondicionados”, afirma. De acordo com testes realizados pelo CTAA/Embrapa, as embalagens reduziram em até 70% as perdas pós-colheita de caquis, por exemplo.

Germana Barata

tas e tenham entrada de ar, importan-te para prevenir temperaturas mais altas e frear o processo de degradação.As embalagens são articuladas, têm baixo peso, são acopladas a bandejas específicas para cada tipo de fruta e são reutilizadas após a entrega dos produtos. A base é composta por ma-teriais que usam resíduos minerais ou de fibras vegetais, muitas vezes, gratuitos ou de baixo custo, enquan-to a bandeja pode ser feita a partir de plástico PET reciclado. Luiz Carlos do Carmo Motta, da Divisão de De-senho Industrial do INT, informa que a base pode ter custo até inferior ao de outras caixas atualmente em uso, além de contribuir para retirar do ambiente resíduos que podem causar impactos ambientais.

Tecnologia

Desenho de embalagens diminui perdas em frutas frescas

Por serem alimentos frágeis, alta-mente perecíveis, as frutas exigem cuidados especiais para diminuir o desperdício e as perdas econômicas após a colheita. Para contribuir para um processo mais sustentável desde o campo até o consumidor, pesqui-sadores do Instituto Nacional de Tecnologia (INT), do Instituto de Macromoléculas da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e do Centro de Tecnologia de Alimen-tos da Embrapa (CTAA) desenvol-veram caixotes dobráveis e embala-gens para o transporte e exposição de frutas que aumentam em uma sema-na a vida dos produtos e mantêm as perdas abaixo de 10%, índice similar ao de países desenvolvidos.A ideia é simples, mas gerou o depósi-to de 40 patentes e demandou R$7,5 milhões do fundo tecnológico do BNDES ao longo de quatro anos de pesquisas e testes. O projeto poderá ajudar a diminuir o desperdício de alimentos, estimado em 26 milhões de toneladas ao ano no Brasil, dos quais 45% seriam de hortifruti. Ao invés de frutas sobrepostas e sem ven-tilação, as embalagens desenvolvidas permitem que as bandejas sejam em-pilhadas sem risco de amassar as fru-

Sem sobreposição, caquis duraram mais no supermercado, reduzindo o desperdício

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