as tendências da arte após 1960
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Na 1ª metade do Século 20 assistiu-se a uma desconstrução da arte figurativa entendida como representação da visão humana da realidade, concepção de arte que se foi construindo desde o Renascimento.
As chamadas vanguardas lançaram-se na experiência e na pesquisa
artística, delineando-se duas grandes tendências:
Por um lado, uma arte representação de um real filtrado e até
deformado pela subjectividade do artista (o seu íntimo consciente e
inconsciente) – FAUVISMO, EXPRESSIONISMO e SURREALISMO
Paralelamente, surge uma arte de tipo conceptual e uma arte
abstracta – CUBISMO, FUTURISMO, SUPREMATISMO,
CONSTRUTIVISMO, NEO-PLASTICISMO, DADAÍSMO.
No ambiente do pós 2ª Guerra, desenvolve-se um novo tipo de arte
figurativa que traduz todo o mal-estar psíquico e físico provocado
pelo conflito mundial. Para além de várias experiências pessoais e
particulares, assiste-se à expansão do NEO-REALISMO.
Na década de 50 delineou-se igualmente uma tendência de pintura
não figurativa que, nas suas duas vertentes gerou novas formas de
arte:
Com influências conjugadas do Expressionismo e do Surrealismo – o
INFORMALISMO e EXPRESSIONISMO ABSTRACTO (Action-Painting,
Gestualismo, Tachismo, Pintura Matérica e Pintura Espacialista).
Com influências do Neo-Plasticismo o ABSTRACCIONISMO
GEOMÉTRICO
SEGUNDA METADE DO SÉCULO XX
O grande desenvolvimento dos meios e tecnologias de comunicação
confere à IMAGEM -- realidade virtual -- um enorme poder junto do público.
A arte como produtora de imagens tem que competir com esses outros
meios de comunicação -- a fotografia, o cinema, a TV, o vídeo, e os meios
informáticos interactivos -- utilizando-os em projectos artísticos: ARTE
CINÉTICA e OP ART, ARTE CONCEPTUAL, ARTE VíDEO, ARTE
COMPUTORIZADA.
Para além dos limites da pintura e da escultura em que se experimentam
novos caminhos da figuração e da abstracção, a arte recorre cada vez mais
a:
1 - produção de objectos artísticos, utilizando objectos de uso comum
descontextualizados, ou objectos construídos com materiais naturais ou
artificiais:
POP ART, MINIMAL ART, ARTE CONCEPTUAL, INSTALAÇÃO, LAND ART,
ARTE POVERA.
2 - realização de acções artísticas nas quais se executam ou propõem
intervenções no corpo humano ou na Natureza – HAPPENING,
PERFORMANCE, BODY ART, LAND ART
POP ART
Movimento artístico que se desenvolve nos anos 60 e
70, primeiro nos E.U.A., depois emInglaterra e no resto de
Europa
Surge como reacção à inexistência de figuração do
abstraccionismo e do informalismo
Inspira-se no imaginário da sociedade de consumo e da
cultura popular urbana: BD,
publicidade, imagens do cinema, da TV, etc.
Inicialmente, tinha uma posição de crítica à sociedade
de consumo mas depois acaba por se identificar com ela,
abolindo mesmo toda a distinção entre o bom e o mau
gosto
HIPER-REALISMO
Surgiu nos E.U.A. o final dos anos 60 e
prolonga-se pela década de 70.
Teve poucas repercussões na Europa onde o
interesse pela nova figuração se traduziu em
inúmeras experiências individuais de características
diferentes entre si.
Propôs na pintura uma visão fotográfica de
aproximação à realidade. Usou as técnicas da
fotografia como fonte de informação e de registo dessa
realidade.
Expressão artística fria e impessoal em que se
não encontram as emoções ou acções do artista.
OP ART
(OPTICAL ART)
Movimento artístico que se desenvolveu nos anos 60 e 70, na
Europa e E.U.A.
Explora determinados fenómenos ópticos de modo a que
uma obra que na realidade está estática pareça ter movimento –
vibrar, pulsar, cintilar.
Insere-se no movimento da ARTE CINÉTICA que desenvolveu
experiências
com o movimento real dos objectos artísticos -- mobiles,
mecanismos, jogos de luz.
ARTE CINÉTICARefere-se à obra de Alexander Calder, um escultor americano que conferiu mobilidade às suas esculturas, suspendendo do tecto elementos metálicos unidos uns aos outros por arames.Os mobiles, como lhes chamou Duchamp, eram estruturas de peças bidimensionais, inspiradas na pintura abstracta de Mondrian, que integrava o movimento como factor primordial de manifestação estética da obra.
MINIMAL ART
Desenvolve-se a partir de finais da década de 60 nos
E.U.A.
É uma reacção ao subjectivismo emocional do
expressionismo abstracto
Defende apenas o recurso às formas geométricas
mais elementares
Na pintura recusa qualquer forma de ilusionismo
É a escultura que mais se desenvolve usando
materiais e processos de reprodução seriada de
fabricação industrial
ARTE CONCEPTUAL
Designação de diversas formas de arte cuja característica
comum é a afirmação de que a verdadeira obra de arte não é o
objecto físico produzido pelo artista, mas sim a ideia ou o conceito
que o precede.
Levada ao extremo, chega mesmo a não realizar qualquer
objecto artístico.
Esta noção era já defendida por Duchamp (DADAÍSMO), mas
só se veio a desenvolver a partir de meados dos anos 60.
São utilizados diversos meios de comunicação para
apresentarem as ideias ou conceitos ao público: textos, fotografias,
mapas, diagramas, registos de som e de vídeo, etc.
BODY ART
Experiência artística que se desenvolveu nos Anos
70 , nos E.U.A. E na Europa, tendo como base a
arte conceptual e também a perfomance -- desempenho de
actores não profissionais seguindo um roteiro ou
coreografia idealizados pelo artista
O que a caracteriza é o uso do corpo humano como
meio de expressão artística (por vezes o corpo do próprio
artista)
Muitas das obras são registadas e divulgadas por
meio de fotografias ou vídeos
HAPPENING (acontecimento)
As primeiras experiências surgem nos finais dos Anos 50,
inicialmente nos E.U.A.
São acontecimentos ou espectáculos provocados, partindo de um
plano elaborado pelo artista, mas totalmente abertos à improvisação
e intervenção dos espectadores
Os happenings combinam elementos de teatro com artes visuais e
desenvolvem-se quase sempre em espaços públicos que não são os
dos museus e galerias
Reagindo a qualquer recuperação da arte pelo mercado, é por
definição uma arte efémera, intransportável no espaço e não
reproduzível no tempo
HAPPENING -- Wolf VOSTELL, Fenómenos, 1965
(Décollage-Happening num cemitério de automóveis, Berlim)
LAND ART
Surge nos finais dos Anos 60, nos E.U.A. e na Europa.
Por um lado, é uma consequência da insatisfação
perante a monotonia das formas simples do Minimalismo e, por
outro, é expressão do desencanto perante o
desenvolvimento tecnológico da cultura ie da arte dos museus
Caracteriza-se por uma intervenção na paisagem,
contribuindo para uma consciencialização ecológica e, por
vezes, redescobre rituais das culturas arcaicas
As obras são, muitas vezes, de natureza efémera, outras
obedecem a um projecto que só se pode ir cumprindo e
realizando ao longo do tempo
INSTALAÇÃO
Novo meio artístico que se desenvolveu a partir
dos anos 70.
São obras elaboradas a partir de objectos
comuns, de fragmentos de materiais naturais ou
fabricados, construindo ambientes em salas de museus,
exposições, ou mesmo ao ar livre
Muitos movimentos e experiências artísticas têm
recorrido à instalação.
ARTE DE TIPO CONCEPTUAL – instalação de CHRISTO, Over the
River, 1999
Projecto para o rio Arkansas-Colorado. Data provável de conclusão
2010
ARTE POVERA
Movimento que se Inicia em Itália em 1970
Busca o contacto directo com a vida quotidiana nos seus
aspectos mais comuns
Utiliza para a realização das suas obras materiais
“desprovidos de valor” artístico quer naturais quer artificiais
Arte sem artifícios, simultaneamente desconcertante e
provocatória, recusa a ideia tradicional de coleccionismo de obras de
arte e de comercialização das mesmas.
ARTE POBRE – Mario MERZ, A Casa do Jardineiro, 1983/84
(tubos de metal, rede de arame, óleo e acrílico sobre tela, cera, metal,
mexilhões e pinhas
ARTE VÍDEO
Surge quando a tecnologia do vídeo se desenvolveu e foi
possível recorrer à montagem electrónica de imagens em
sequências complexas acompanhadas, frequentemente, de um
fundo musical.
A arte vídeo inspira-se no cinema, na TV e na música, mas
é um género artístico específico com regras próprias.
Por outro lado, sofreu as influências das experiências dos
happenings e das performances.
ARTE COMPUTORIZADA
O desenvolvimento da tecnologia dos computadores nas
últimas décadas do Século 20 permitiu a criação de um mundo virtual,
isto é, um mundo perceptível mas inexistente.
No domínio artístico o computador veio trazer enormes
possibilidades no tratamento da imagem virtual criando espaços a três
dimensões, produzindo efeitos especiais, retocando imagens da
realidade, permitindo uma interacção entre a realidade e o virtual.