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As provas da sobrevivência Em direção a uma abordagem de coleta, análise e armazenamento de evidência da sobrevivência A Xavier, 9º ENLIHPE 24/8/2013 A. Xavier (eradoespirito.blogspot.com) 1

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As provas da sobrevivência Em direção a uma abordagem de coleta, análise e armazenamento de evidência da sobrevivência

A Xavier, 9º ENLIHPE

24/8/2013

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Conceito de “prova”

1. Conjunto ou sequência de raciocínios que levam a um resultado matemático ou lógico;

2. Todo meio destinado a convencer o juiz, seu destinatário, a respeito da verdade de um fato levado a julgamento;

3. Evidências ou resultado que valida ou corrobora um resultado esperado ou previsto por uma teoria (nas ciência);

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Conceito de “prova”

1. “Filosoficamente falando”, uma ‘prova’ é um meio usado para:

1. Justificar uma determinada afirmação,

2. Reduzir o risco de se acreditar nela,

3. Garantir a certeza (além da mera convicção) a respeito da informação contida na afirmativa. (“Aquilo que os homens de fato querem não é o conhecimento, mas a certeza. “ Bertrand Russell)

2. Outros: “Ah! Dentro de toda a alma existe a prova de que a dor como um dardo se renova quando o prazer barbaramente a ataca...” (Monólogo de uma sombra, Augusto dos Anjos)

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A prova das afirmações espíritas

• Pelo caráter de suas afirmações e seu objeto de estudo, as provas das afirmações espíritas (sobrevivência, reencarnação etc) devem ser consideradas no contexto da teoria espírita;

• A teoria espírita é o melhor mapa ou chave que nos permite conhecer o que é se pode perguntar, saber, prever ou explicar a respeito dos fenômenos espíritas.

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“Todo efeito tem uma causa. Todo efeito inteligente tem uma causa inteligente. O poder da causa inteligente está na razão da grandeza do efeito.”

As provas da sobrevivência e o processo de comunicação

Uma vez que o objeto de estudo da ciência espírita não pode ser acessado diretamente, suas evidências devem ser coletadas de forma indireta, a partir dos ‘blueprints’ deixados pelo espírito (inteligência, vontade, sentimentos) .

Há porém a questão do processo de comunicação através do qual esses blueprints são identificados;

Fenômenos psíquicos sempre se caracterizaram como processo de comunicação por excelência.

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O processo de comunicação O processo de comunicação é o meio através do qual podemos observar as manifestações do princípio inteligente.

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É o processo através do qual emissor e receptor trocam informação (uma definição mecânica do processo);

Processo através do qual dois seres inteligentes atingem um nível diferente de entendimento e compreensão a respeito de si, de ideias, conceitos e emoções ou do ambiente que as cerca (muito melhor...);

Estados mentais que atestam ou identificam a presença do espírito

• Sensações: dores, coceiras, palpitações, formigamentos;

• Cognições: crenças, conhecimentos, compreensões, concepções etc;

• Emoções: medos, ciúme, inveja, raiva, indignação;

• Percepções: visão, audição, gosto, cheiro, toque etc;

• Estados de quase percepção: sonhos, imaginação, visões mentais, alucinações etc;

• Estados conativos: intenções, desejos, quereres etc.

Todos esses estados podem ser explícitos ou estar implícitos

no processo de comunicação. Eles atestam a existência de uma causa extra física que os experimenta.

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Kardec sobre a psicografia

“De todos os meios de comunicação é a escrita o mais simples, o mais cômodo e, sobretudo, o mais completo. É para ela que devem tender todos os esforços, pois que permite estabelecer com os Espíritos relações tão continuadas e tão regulares quanto as que existem entre nós. Devemos a ela ligar-nos tanto mais quanto é tal meio aquele pelo qual os Espíritos melhor revelam a sua natureza e o seu grau de perfeição ou de inferioridade. Pela facilidade que têm de exprimir-se, dão-nos eles a conhecer seus pensamentos íntimos, pondo-nos, assim, em condições de os julgar e lhes apreciar o valor. ”

(Instruções Práticas sobre as Manifestações Espíritas » Capítulo V – Dos médiuns » Médiuns escreventes ou psicógrafos);

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Kardec sobre a importância das mensagens particulares

“Quanto mais próxima de nós está a existência terrestre dos Espíritos — quer pela posição social, quer por laços de parentesco ou de meras relações — tanto mais nos interessamos por eles, tornando-se fácil averiguar-lhes a identidade. As posições vulgares são as mais comuns, as de maior número, podendo cada qual aplicá-las em si, de modo a tornarem-se úteis, ao passo que as posições excepcionais comovem menos, porque saem da esfera dos nossos hábitos. Não foram, pois, as sumidades que procuramos, e se nesses exemplos se encontram quaisquer personagens conhecidas, de obscuras se compõe o maior número.” “E nós não nos dirigimos nem aos curiosos, nem aos amadores de escândalos, mas tão-somente aos que pretendem instruir-se.” (‘Céu e Inferno’, nota de rodapé do Cap. I, “O Passamento” na II Parte)

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10 O conhecimento do Mundo Espiritual com base em narrativas ou descrições de Espíritos comuns e não celebridades... Se, de um lado, os Espíritos Superiores trouxeram a teoria, os exemplos e aplicações são dados por Espíritos de todas as classes na escala espírita.

Observações sobre o caráter da linguagem (escrita ou falada)

I. Morfologia: diz respeito a maneira como os sinais gráficos que representam o processo se apresentam. Exemplo mais relevante: assinatura do autor e citações (nomes);

II. Sintaxe: diz respeito às estruturas linguísticas, a como elas estão organizadas e caracteriza o que se chama de ‘idioma’. A caracterização não é exclusivamente dependente da sintaxe, porém;

III. Semântica: diz respeito ao significado dos termos linguísticos que se manifesta como o léxico ou por uma semântica privada a certos grupos: regiões, cidades, comunidade ou famílias;

IV. Pragmática: o quanto a transferência da informação não depende do que está explicitamente escrito, pois é dependente do contexto (πρᾶγμα: coisa, realidade concreta);

V. Intenção: diz respeito ao uso não (exclusivamente) comunicativo da língua. Por exemplo, a linguagem pode ser usada para induzir um comportamento no receptor (agressão, amor, ciúme etc).

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Nível I Morfologia

Nível II Sintaxe

Nível III Semântica

Nível IV Pragmática

Nível V Intenção

Importante!

• Quanto mais elevado o nível, tanto mais privativo o conteúdo, isto é, tanto menos pública está a mensagem disponível;

• Quanto mais baixo o nível, tanto maior a interferência do meio de comunicação (médium ou media).

• Essa descrição é geral e se aplica a qualquer processo de comunicação, inclusive os psíquicos (mediunidade)!

• Portanto, argumentos céticos de fraude são aparentemente mais aceitáveis se aplicados aos níveis mais baixos do processo (alguém disse o nome da vovó morta para o médium...). Tornam-se um grande desafio explicar como o médium teve acesso a informação de alto nível, pois o verdadeiro autor de uma mensagem é quem tem a competência pragmática e intencional para emiti-la...

• O processo de transferência de conteúdo pragmático não pode ser explicado facilmente...

Nível I Morfologia

Nível II Sintaxe

Nível III Semântica

Nível IV Pragmática

Nível V Intenção

Interferência

Privacidade

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Exemplos

Carta de Alberto Corradi em italiano (16 de março de 1979) em “Claramente Vivos” (E. Barbosa, IDE, 2008). Presença de elementos morfológicos e gráficos estranhos à linguagem ou conhecimento do médium, além da assinatura. Há quem se restrinja a acreditar que a assinatura ou formato de letra é a única ‘prova’ de autoria. Será?

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Exemplos

“Tantas provas, começando pelo nome que eu usava para ela, Titina, as referências aos membros da família, os nomes dos nossos filhos, a forma com

que ela me trata na carta, idêntica à que usava em

vida, na intimidade, além da descrição que fez de sua morte, não difere do que aconteceu, pois ela morreu de angina.”

Depoimento do Sr. Moacir Neto, cético da psicografia e da religião, ao receber a carta de sua esposa Conceição Interlando Neto (Quem são, 1981)

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Exemplos • Luiz Antônio Biazzio (1953-1982, Vozes da outra margem,

1986):

• “A nossa Maria Clara desejava receber alguma notícia do nosso trabalho”. Referência do autor a intenção não pública de um parente .

• Marco Antônio Araújo (1943-1971, Claramente Vivos, 1979): • “...é com essa paz que respondo a todos os seus escritos de amor

materno...” e “agradeço tudo o que você me dedica em suas páginas de saudade e carinho”. Referência do autor a manutenção de escritos íntimos de sua mãe endereçados a ele.

• “Levava comigo vários assuntos para nossos entendimentos”. Referência do autor a um pasta com anotações que ele levava consigo à época do seu falecimento.

• “uma sede enorme de refazimento no lar, a licença de três dias para restauração de forças, um carro alugado às pressas, de parceria com um amigo anônimo, e a queda espetacular do corpo físico”. Descrições de detalhes que antecedem ao acidente fatal.

• Wagner Augusto de Souza Jr.(1974-1985, Estamos Vivos, 1982) • “Mãezinha, a vovó Gegê veio comigo para dizer que estou melhor.” (duas

informações: referência a um parente e citação de apelido de Geralda Carvalho de Souza, avó paterna)

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Exemplos

• Waldemar Vieira (1898-1977, Quem são, 1981)

• “Agradeço ao seu carinho por todas as suas páginas vivas de sacrifício por nós todos.” Referência ao exemplo dado pela esposa (representa um amontoado de lembranças privadas na mente do destinatário).

• “Perdoe-me pelos obstáculos e conflitos que bem sei lhe haver imposto no curso da vida.” Referência a problemas que o autor reconhece ter causado.

• “Deixando o mundo de abrolhos, //Guardo, ante a Bênção Divina,//A menina de meus olhos//Nos olhos desta menina.” Pequena poesia escrita pelo autor no final da carta mediúnica. O autor faz referência à poesia de 50 anos antes:

• Oh! que olhos de menina,// Oh! que menina de olhos, //Esses seus olhos, menina, //São as meninas de meus olhos.

• Conceição Interlando Neto (Quem são, 1981)

• “Querido Moacir, meu querido companheiro” Forma peculiar com que o autor trata seu parente próximo.

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Exemplos

• Josefina de Fátima Tristão (1951-1976, Quem são, 1981)

• “...os planos eram muitos, sonhávamos muitas realizações lá no nosso escritório.” Referência aos planos da família no escritório de contabilidade.

• “Mãezinha, cumpra a sua promessa.” Referência a uma promessa da mãe mantida em sigilo, caso houvesse uma melhora do estado de saúde da autora.

• “Quando posso, estou na Major Rubens Vaz para abraçá-los, em Ribeirão”. Referência ao endereço da residência dos destinatários da carta.

• “Quanto às roupas de menina e moça que eu ia colecionando devagarinho, façam como as irmãs desejam”. Expressão de um desejo da autora com relação ao destino de seu enxoval.

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Precisamos de um método: Análise de Conteúdo

• A análise de conteúdo procede à análise de textos de forma a se extrair informação que pode ser colocada na forma quantitativa e, portanto, que fica sujeita à análise estatística;

• É um método de extração de atributos que aplica princípios de objetividade/intersubjetividade, confiabilidade, validade, generalidade, replicabilidade e ‘teste de hipótese’;

• Porém o uso de humanos para leitura e interpretação das mensagens é mandatório!

• Neuendorf, K. A. (2009). Reliability for content analysis. In A. B. Jordan, D. Kunkel, J. Manganello, & M. Fishbein (Eds.), Media messages and public health: A decisions approach to content analyis (pp. 67-87). New York: Routledge.

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médiuns

autores

É possível que um mesmo autor se comunique através de vários médiuns

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médiuns

autores

O mais comum é que vários autores façam uso de um mesmo médium.

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médiuns

autores

Ao fazer isso, um mesmo autor pode escrever várias cartas

cartas

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médiuns

autores

cartas

referências

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MID (id de médium)

AID (id de autor)

LID (id de carta)

RID (id de referencia)

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MID (id de médium)

AID (id de autor)

LID (id de carta)

RID (id de referencia)

MID-AID-LID-RID

Sequência de números que permite identificar uma carta.

(Sistema de classificação geral para cartas psicografadas)

Análise

• Uma carta tem um conjunto de atributos que são identificados por avaliadores humanos (não serve computador…).

• Os atributos podem ser numerados, o que, em conjunto com a identificação da carta, permite identificar e catalogar cada atributo.

• O conjunto de atributos caracteriza e descreve a carta.

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O que acontece se mais de um inspetor avalia uma carta?

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26 Eles devem chegar a conclusões aproximadamente semelhantes sobre os atributos dessa carta. Se não, várias causas podem estar envolvidas (falaremos sobre isso depois…)

O que acontece se mais de um inspetor avalia uma carta?

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IID

MID-AID-LID

A associação MID-AID-LID-IID cria uma instância de análise que pode ser armazenada visando testes de confiabilidade na extração dos atributos.

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MID (id de médium)

AID (id de autor)

LID (id de carta)

RID (id de referencia)

MID-AID-LID-RID-IID

(Processo de análise de cartas psicografadas)

Processo de análise

• (catalogação) Inspeção de texto auxiliar com busca de: nome do autor, nome dos pais, causa mortis, número de cartas, referências das cartas;

• (análise): leitura por meio de avaliadores do conteúdo e extração de atributos: presença de nomes, datas, referência à lugares, apelidos de encarnados e desencarnados, referências à situações anteriores, referências a sentimentos, emoções, percepções, memórias, estados conativos (intenções) no autor;

Além disso a análise de conteúdo pode ser usada para extrair e quantificar presença de informação de natureza espírita: informação sobre desencarnação, estado pós-desencarnação, referências a vidas anteriores etc.

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Atributos de uma carta Uma UM (unidades de mensagem) é o menor pedaço de mensagem que pode ser analisado e que serve como atributo para uma carta ou mensagem (classe)

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PESSOA LOCAL FATO EXPRESSÃO DATA

• Nome -> TIPO • Parentesco • Estado

(situação)

• Nome -> TIPO • Instituição

• Fato anterior a Desencarnação;

• Fato posterior à desencarnação;

• Relacionamento com luto familiar;

• Característica física de pessoa

• Característica psicológica de pessoa;

• Sentimento de pessoa(s) encarnada(s);

• Interesse peculiar

• Familiar; • Gíria; • Ortografia

correta mas não utilizada

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Interface de inserção de dados (VBA via MSExcel)

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Interface de inserção de dados (VBA via MSExcel)

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Interface de inserção de dados (VBA via MSExcel)

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Interface de aquisição de UM’s para avaliação

Unidade de mensagem

Localização na carta

Tipo de conteúdo: Latente ou manifesto

Campos para caracterização do tipo de informação: pessoa, local, expressão, data, situação, Esta interface ainda está em desenvolvimento...

Correspondência fato-informação e conhecimento do médium.

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Confiabilidade do estudo a partir de métricas rigorosas de confiabilidade inter avaliadores.

• Porque a confiabilidade é importante: garantia de que o estudo não é ‘enviezado’ quanto ao procedimento usado para colher os dados. Garantia de publicação futura...

• Ferramentas numéricas capazes de verificar a confiabilidade inter-avaliadores:

• Outra opção é, com base no Excel, calcular os coeficientes de confiabilidade diretamente (pelo menos 2 coeficientes).

Medidas consagradas na literatura de análise de conteúdo.

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Análise de confiabilidade (detalhes)

• Conteúdo manifesto: a tarefa da avaliação restringe-se ao registro puro e simples do conteúdo.

• Conteúdo latente: aquilo que se presume ou se infere a partir de interpretações. Há certas características de conteúdo latente de difícil captura (ex. humor, sentimentos, expectativas etc);

• Para que serve o piloto de avaliação?

• Identificação de medidas problemáticas: quando uma variável com confiabilidade deficiente é identificada no teste piloto;

• Identificação de categorias problemáticas ou valores dentro de uma variável. Isso se consegue olhando-se a matriz “Avaliador A X Avaliador B” de valores codificados;

• Identificação de avaliadores problemáticos. Treinamento adicional pode ser necessário antes

de se tomar a decisão de não mais se incluir esse

avaliador.

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codificação Piloto de avaliação avaliação

A confiabilidade é função de dois outros elementos igualmente: as próprias unidades escolhidas para a análise e os avaliadores. Objetividade é um algo muito mais difícil de ser atingido com conteúdo latente. Isso indica a necessidade de treinamento para detecção de

conteúdo latente.

Expectativas com a análise 1. Uma vez catalogados, os dados obtidos

permite correlacionar um determinado autor as suas cartas publicadas, um médium ao conteúdo psicografado, uma mensagem a um grupo de referência;

2. Essa relação hierárquica de atributos (através de chaves) constitui um banco de dados das cartas;

3. A informação pode ser disponibilizada para outros pesquisadores por acesso online;

4. Cada Unidade de Mensagem será uma entrada no arquivo de análise ligada a um analista e a uma identificação de carta. Isso permitirá que o conteúdo seja referenciado várias vezes para estudos posteriores;

5. As UM poderão ser agrupadas em classes e uma análise frequencial mais abrangente e detalhada poderá ser feita;

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Discussão final • O método proposto para se extrair atributos

manifesto e latente de cartas particulares não é específico, mas geral, podendo ser aplicado a qualquer psicógrafo que produza cartas particulares;

• Pode também ser aplicado a comunicações psicofônicas, desde que gravadas;

• Em 2013 espera-se ter o catálogo de todos os autores publicados das cartas particulares, com estabelecimento de uma relação médium-referência-autor-carta;

• Espera-se extrair o conteúdo de uma grande amostra de cartas (no mínimo 500) com geração de 5 mil a 10 mil entradas para registro numérico;

• O método exige ao menos 2 avaliadores independentes que devem ser treinados para se fazer a extração;

• O método exige a determinação de pelo menos 2 medidas de confiabilidade;

• O conteúdo espírita será abordado por meio de análise de conteúdo possibilitando a adoção de métodos numéricos (estatísticos) de contagem e referência.

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Cartas particulares analisadas por Kardec em na II Parte de “Céu e Inferno”: 18 Espíritos felizes, 7 Espíritos ‘em Condições’, 10 Espíritos sofredores, 9 Espíritos suicidas, 5 Espíritos arrependidos, 5 Espíritos endurecidos, 14 Espíritos que partiram em ‘Expiações Terrestres’ (Cap. VIII). Ao todo: 68 autores espirituais analisados, por diferentes médiuns por Kardec.

Obrigado!

Referências técnicas

• Bardin L. (1977) Análise de conteúdo. Lisboa: Edições 70, Ltda;

• Krippendorff K. H. (2004), Content Analysis: An Introduction to Its Methodology. Sage Publications, Inc;

• Neuendorf, K. A. (2009). Reliability for content analysis. In A. B. Jordan, D. Kunkel, J. Manganello, & M. Fishbein (Eds.), Media messages and public health: A decisions approach to content analyis (pp. 67-87). New York: Routledge.

• Xavier, A. (2011). Pragmatics and Intention in automatic writing compositions: the Chico Xavier case. Paranthropology, pp. 2, número 1, pp.47-51.

• Xavier, A. (2012a). Extração de atributos e caracterização estatística de cartas particulares psicografadas por Chico Xavier. Apresentação do 8o Enlihpe (Encontro da Liga de Pesquisadores de Espiritismo).

• Xavier, A. (2012b). First study on the statistics of Chico Xavier automatic writing messages. Acesso em 2012.

• West M. D. (2001) Applications of Computer Content Analysis. Ablex Publishing. London.

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