as origens do egito

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UNISALESIANO CURSO DE HISTRIA 1 SEMESTRE RAFAEL ARAJO DE SOUZA

As Origens do Egito O passado dos egpcios, principalmente as suas origens e seu inicio de civilizao, bem como a formao da lngua, religio, escrita, arte, etc, continuam ainda como uma penumbra na nossa Histria. Apenas sabemos algumas partes de acontecimentos dessa formao por informaes de pesquisas arqueolgicas e fatos extrados dos prprios egpcios em uma poca datada de por volta de 2500 a.C. Sendo assim, foram divididas as origens do Egito em trs fases: o fim do Paleoltico e Mesoltico que datam de 45000 at 5000 a.C., o Neoltico de 5000 at por volta de 3800 a.C. e a poca Pr-dinstica de 3800 at 3000 a.C. Em 1960 quando a UNESCO, lanou a campanha para salvar a Nbia, onde l estavam monumentos do Egito, muitos pr-historiadores que l estavam comearam a analisar que a pr-histria do Antigo Egito poderia ser bem diferente do que eles imaginavam. Fatos como o povoamento do Vale no Paleoltico e o surgimento dos homens do Neoltico no tiveram um intervalo como se pensava, at mesmo a agricultura e a criao de gado, que se atribua ao homem do Neoltico, no se tem mais tanta certeza, pois comearam a surgir dvidas se a cevada j no teria surgido no Alto Egito no Paleoltico Superior, bem como a irrigao. So essas dvidas que abrem caminhos a novas pesquisas para entender a pr-histria do Egito. No Paleoltico, o Vale do Nilo reconheceu diversas fases. Como primeira tivemos o Paleoltico Inferior e Mdio onde foi achado indcios na regio de Tebas ( Alto Egito), perto do Cairo ( nas jazidas de Abbassieh) bem como nos osis ocidentais. O paleoltico Mdio seria a segunda fase onde a existncia de um clima mido facilitava a vida tanto no leste como no oeste do Nilo j que nessa poca existia uma abundncia de animais selvagens e plantas comestveis que se encontrava nas savanas daquele tempo. Nessa poca, aparecem vestgios de dois tipos de populaes que parecem ter sido contemporneas: os Aterienses e os Khormusienses mostrando assim, um dos primeiros indcios de dualidade das populaes que se firmaria no Egito faranico. J a ultima fase seria o Paleoltico Superior, onde a tcnica de corte da pedra comea a se projetar na frica. O Mesoltico ou Epipaleoltico, onde at pouco tempo no era bem conhecido, comea hoje a se apresentar como um perodo de grande transio entre o Paleoltico Superior e o Neoltico. Tudo graas as escavaes na Nbia onde surgiram em El Kab instalaes de pescadores e caadores do perodo de 6400 a 6000 a.C. A agricultura que teria se desenvolvido no Vale Paleolitico Superior no suportou talvez a aridez do clima milnios aps seu desenvolvimento ou talvez alguma sucesso de inundaes onde expulsaram as populaes do Mesoltico do fundo do Vale onde voltaram ento as tcnicas de caa e da pesca. Os homens desta poca eram conhecidos pela fabricao de punhais de pedra lascada, cutelos, raspadores e etc, todos esses instrumentos feitos a partir do slex que se encontrava em abundncia nas falsias da cadeia lbica. Vestgios de acampamentos mostram que a alimentao se baseava em moluscos, de peixe e de caa e recolhiam algumas gramneas e j tinham contato com a cevada, mesmo assim certo que ainda no cultivavam. Foram encontrados tambm datados desse perodo presena de pontas de flechas mostrando que j se conhecia o arco para a caa.

Por volta do ano 5500 a.C. onde surgem tcnicas de polimento das pedras, uma agricultura mais consistente, a tecelagem, a utilizao da cermica mais abundante e da domesticao de animais que comeamos a identificar a era do Neoltico no Egito. Esse surgimento do neoltico no Vale do rio Nilo caracterizado por um espao de tempo que h entre o fim do Mesoltico de El Kab por volta de 6000 a.C. e o surgimento de populaes neolticas no Vale e no Faium por volta de 5500 a.C. no se sabendo ao certo como e o que ocorreu para o avano dessas tcnicas neste perodo. O Neoltico marcado por um clima mais mido, diferente da aridez do Mesoltico, talvez assim caracterizando a volta da agricultura. No Egito, o Neoltico caracterizado atravs de um pequeno nmero de locais dispersos por toda extenso do pas, locais como de Faium A, Merimbde-Beni-Salameh, Shaheinab entre outros, e que no so contemporneos uns dos outros. Entretanto conseguiu-se datar cronologicamente esse perodo egpcio graas as tcnicas do carbono 14 e da termoluminescncia. No Baixo Egito as atividades da agricultura e da criao de gado so caractersticas de homens do Faium A e Merimbde-Beni-Salameh. Podemos notar a experincia agrcola desses homens a partir de que eles j conheciam o trigo, a cevada, o trigo- mourisco e o linho e o fato de terem sido encontrados ossadas de bois, porcos, carneiros entre outros animais mostravam a prtica da domesticao desses animais. Vemos tambm que mesmo sendo agricultores, a caa e a pesca continuaram, pois muitas pontas de flechas feitas de slex foram encontradas nas cabanas que formavam as aldeias. Analisando a parte da religio vemos uma cultura que j acreditava em uma vida aps a morte e uma crena religiosa onde seus mortos eram enterrados nas mediaes de suas aldeias. No Alto Egito, Nagada, Hemamieh/Badari foram locais onde o Neoltico foi presente. Nesse perodo tambm chamado de Tasiense por causa de Deir Tasa, prximo de Badari existia tambm outra cultura contempornea que se localizava em El Omari a cultura El Omari-Heluan. Vrios fatores distinguiam essas duas culturas, em BadariTasa os seus mortos eram enterrados em necrpoles na orla do deserto demonstrando possurem ritos funerrios bem como uma crena na vida aps a morte. J os El OmariHeluan enterravam seus mortos em suas aldeias ou nas prprias casas onde todo um critrio e forma de se enterrar o morto mostrava uma tendncia de ritos de inumao. Dentre outros aspectos os fatos apontam para que El Omari-Heluan possua tcnicas mais evoludas que o grupo meridional. Os instrumentos de pedras eram melhor talhados, a fabricao de vasos de pedra, bem como as construes j comeam a ficar mais agrupadas. J no Sul a olaria com sua tcnica um pouco mais evoluda seria o seu destaque com seus vasos negros e brancas incrustaes bem como vasos vermelhos e incrustaes pretas. Na transio do Neoltico para o Pr-dinstico no vemos nenhuma ruptura mas sim uma continuidade da evoluo dos povos que habitavam o Egito. Encontramos nessa poca os Badariense-Tasiense sucedendo o Amratiense ou Nagada I e os El Omari-Heluan passando aos do Gerzeense e depois a do Meadiense , onde depois de terem contatos entre essas duas culturas no meio do Pr-Dinstico fundem-se ambos em uma nica civilizao que viria a se formar o Egito unificado. Esse perodo foi dividido em quatro perodos sucessivos so eles o PrDinstico primitivo, o Antigo, o Mdio e o Recente. No Pr-dinstico Primitivo e conhecido no norte pela cultura de Faium A e no sul pelas mais recentes camadas do Badariense. Os egpcios comeam a viver com um melhor conforto com as camas de madeira e almofadas de couro, ocorre um desenvolvimento ao culto dos mortos, os instrumentos mais utilizados continuam a ser fabricados com slex mesmo com o metal

sendo conhecido. Aparece uma grande utilizao de objetos de adornos com prolas, esmaltes, paletas de cosmticos esculpidas em xistos, estatuetas em marfim ou argila,etc. No Pr-Dinstico Antigo onde se passa em um grande nmero de locais no Alto e do Mdio Egito constitudo pela cultura do Amratiense que continua as tradies Badarienses. A fabricao de vasos vermelhos de bordos negros continua por parte dos Amratienses bem como surgem novidades como cermicas decoradas ora com desenhos geomtricos ora com animais. Na sua alimentao, a utilizao da caa e da pesca ainda freqente. A utilizao da pedra continua a ser mais presente que o metal, e bem como as peas de slex foram encontradas peas de obsidiana, um vidro natural no encontrado no Egito, que leva-nos a entender que existiam relaes com povos estrangeiros. Nas artes vemos uma evoluo nas estatuetas com detalhes mais ricos como homens barbudos e estojos flicos. A cultura Amratienses aparece principalmente na parte mdia do Alto Egito e o aparecimento de vasos de pedra parece implicar num contato entre norte e sul, mas atualmente no se conhece nenhum local do Baixo Egito do perodo Pr-Dinstico Antigo. O Pr-Dinstico Mdio ou Gerzeense do nome de Gerzeh, no Baixo Egito, onde a cultura onde vai aparecer com mais fora no perodo de 4000 a 3500 a.C. Uma grande caracterstica dos Gerzeenses e a religio funerria, onde os tmulos se tornam retangulares e comportam vrias cmaras, onde as disposies dos corpos nos tmulos podem indicar uma evoluo das crenas religiosas. As diferenas entre Gerzeenses e Amratienses se apresentam na cermica onde apresentam desenhos naturalistas bastante diferentes do Amratienses onde inclui montanhas, flamingos, barcos, objetos e plantas. Alguns armamentos como a clava era utilizada pelas duas culturas sendo a clava piriforme dos Gerzeenses e a clava troncnica pelos Amratienses. J as semelhanas esto entre as paletas de cosmticos e os instrumentos de slex e de ossos. O ouro era mais freqente e h progresso na metalurgia, a religio comea aparecer representada pelas esttuas como um falco de pedra sendo um antepassado do deus Hrus e indcios de uma primeira figurao da deusa Hathor. Vemos tambm que o contato com populaes estrangeiras era freqente pelos Gerzeenses graas a peas de cermica que foram encontradas em Gerzeh tambm a foram na Palestina. No Pr-Dinstico Recente os Gerzeenses, quando atingiram um grande influncia no norte, comearam a influenciar tambm o sul, assim a cultura Amratiense comea a dar espao a uma cultura mesclada com caractersticas Amratienses e Gerzeenses. Desta forma, a cultura Amratiense comea pouco a pouco a desaparecer, onde os traos e pensamentos da outra cultura se enrazam progressivamente, levando a substituio de costumes e tradies do sul pelas do norte. Na vida material no ocorre muitas mudanas em relao a poca anterior diferente das artes e as tcnicas continuam a evoluir. Afigura humana se torna tema freqente bem como surge a pintura mural, gravuras em relevo. Nossa arqueologia nos mostra essas caractersticas materiais, mas nada sabemos ainda sobre as lutas de oposio entre Sul e Norte, e o que levou a vitria do Sul.Hoje, no se acredita em reino unificado no PrDinstico recente, pois remetendo-se a Pedra de Palermo vemos algumas indicaes deste perodo e vemos sete soberanos no Baixo Egito e outros cinco no Alto Egito. A Pedra de Palermo nos mostra essa diviso poltica o que nos deixa um indcio que seria difcil ter um reino unificado. Como analisamos, muitos fatores ainda so obscuros na origem do Egito, mas a quantidade de povos e das diferentes culturas que viveram ao longo do Vale do Nilo, desde o Paleoltico at o Pr-Dinstico, foram com certeza as que comearam a moldar o que seria depois a cultura da civilizao egpcia.