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ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA 2ª EDIÇÃO VOL. I TOMO I LEIS FEDERAIS ESPECIAIS LEIS CODIFICADAS, LEIS PENAIS E ESTATUTOS ATUALIZADO ATÉ 17-08-10 LEP ATUALIZADA ATÉ 20-08-10

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E S TA D O D O R I O G R A N D E D O S U L

P O D E R J U D I C I Á R I O

T R I B U N A L D E J U S T I Ç A

2ª EDIÇÃO

VOL. I – TOMO I

LEIS FEDERAIS ESPECIAIS

LEIS CODIFICADAS,LEIS PENAIS E

ESTATUTOSATUALIZADO

ATÉ 17-08-10

LEP ATUALIZADA

ATÉ 20-08-10

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Porto Alegre, outubro de 2010.

20

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ESTADO DO RIO GRANDE DO SULPODER JUDICIÁRIOTRIBUNAL DE JUSTIÇA

VOL. ITOMO I

2ª Edição

LEIS FEDERAIS ESPECIAIS

LEIS CODIFICADAS,LEIS PENAIS EESTATUTOSATUALIZADOS ATÉ 17-08-10

LEP ATUALIZADA ATÉ 20-08-10

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EXPEDIENTE

Publicação do Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul – Comissão de Biblioteca e deJurisprudência e Conselho Editorial da Revista de Jurisprudência.

Capa: Marcelo Oliveira Ames – Departamento de Artes Gráficas – TJRS

Diagramação, Revisão e Impressão: Departamento de Artes Gráficas – TJRS

Tiragem: 3.028 exemplares

Catalogação na fonte elaborada pelo Departamento de Biblioteca e de Jurisprudência do TJRS

O conteúdo deste impresso é cópia fiel dos arquivos constantes no sitehttp://www.planalto.gov.br (17-08-2010 – LEP 20-08-2010).

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ADMINISTRAÇÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇAGESTÃO 2010–2011

 

PRESIDENTEDESEMBARGADOR LEO LIMA

1º VICE-PRESIDENTEDESEMBARGADOR JOSÉ AQUINO FLÔRES DE CAMARGO

2º VICE-PRESIDENTEDESEMBARGADOR VOLTAIRE DE LIMA MORAES

3ª VICE-PRESIDENTEDESEMBARGADORA LISELENA SCHIFINO ROBLES RIBEIRO

CORREGEDOR-GERAL DA JUSTIÇADESEMBARGADOR RICARDO RAUPP RUSCHEL

 

 

 

 

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COMISSÃO DE BIBLIOTECA E DE JURISPRUDÊNCIA

Desª Liselena Schifino Robles Ribeiro, Presidente

Des. Francisco José Moesch

Desª Matilde Chabar Maia

CONSELHO EDITORIAL DA REVISTA DE JURISPRUDÊNCIA 

Desª Liselena Schifino Robles Ribeiro, Presidente

Des. Almir Porto da Rocha Filho, Coordenador

Des. Francisco José Moesch

Des. Genaro José Baroni Borges, Coordenador do Boletim Eletrônico de Ementas

Desª Sandra Brisolara Medeiros

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SUMÁRIO

Apresentação .................................................................................................... 07

Leis Codificadas

Código Comercial – Lei nº 556/1850 ....................................................................... 11

Código Tributário Nacional – Lei nº 5.172/1966 ..................................................... 75

Código de Defesa do Consumidor – Lei nº 8.078/1990 ............................................ 121

Código de Trânsito Brasileiro – Lei nº 9.503/1997 .................................................... 149

Leis Penais

Lei das Contravenções Penais – Decreto-Lei nº 3.688/1941 ....................................... 227

Lei de Execução Penal – Lei nº 7.210/1984 ............................................................. 243

Lei dos Crimes Hediondos – Lei nº 8.072/1990 ........................................................ 281

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APRESENTAÇÃO

A Administração do Tribunal de Justiça, objetivando oferecer um compêndio de obrasjurídicas aos magistrados, dá prosseguimento ao projeto que se iniciou em 2008 com aedição dos três primeiros volumes, contendo: Constituições Federal e Estadual, CódigosCivil, de Processo Civil, Penal e de Processo Penal.

Os trabalhos foram desenvolvidos sob a orientação da Comissão de Biblioteca e deJurisprudência, com o apoio da Secretaria das Comissões e dos Departamentos de ArtesGráficas e de Biblioteca do Tribunal. Trata-se, agora, de quatro volumes que se somam aostrês anteriores, cuja 3ª edição, atualizada, foi distribuída recentemente.

Há dois volumes contendo Leis Federais Especiais: o primeiro abrange Leis Codifica-das, Penais e Estatutos; o segundo, Leis Civis; o terceiro compreende Leis Estaduais –Estatutos e Regimentos; e o quarto com as Súmulas do STF, STJ, TRF 4ª Região e TJRS, asquais, devido a sua importância para o sistema jurídico, passam a integrar as respectivascompilações jurídicas.

Nestes volumes, foi contemplado um grande número de leis esparsas, devidamenteatualizadas, as mais consultadas no âmbito do Poder Judiciário, de forma a facilitar aousuário o acesso à legislação cuja aplicação é mais constante.

Sempre com vista ao emprego racional dos recursos públicos – uma vez que, adquiri-das em editoras, as mesmas obras despenderiam valor elevado – e por proporcionar maiorfacilidade e agilidade na atualização, optou-se pela elaboração e confecção pelo próprioPoder Judiciário.

A distribuição está sendo feita a todos os magistrados, de primeiro e de segundograus, bem como a todas as Secretarias, Departamentos e Cartórios das comarcas. Espe-ramos que esses novos volumes legislativos venham complementar os benefícios dos trêsprimeiros.

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LEIS CODIFICADAS

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CÓDIGO COMERCIAL

LEI Nº 556, DE 25 DE JUNHO DE 1850.

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CÓDIGO COMERCIAL – LEI Nº 556/1850

Parte Segunda - Do Comércio Marítimo

Título I - Das embarcações (arts. 457 a 483) ............................................................15

Título II - Dos proprietários, compartes e caixas de navios (arts. 484 a 495) .................19

Título III - Dos capitães ou mestres de navio (arts. 496 a 537) ...................................20

Título IV - Do piloto e contramestre (arts. 538 a 542) ................................................24

Título V - Do ajuste e soldadas dos oficiais e gente da tripulação, seus direitos e

obrigações (arts. 543 a 565) ..............................................................................25

Título VI - Dos fretamentos ....................................................................................28

Capítulo I - Da natureza e forma do contrato de fretamento e das cartas-partidas

(arts. 566 a 574) .............................................................................................28

Capítulo II - Dos conhecimentos (arts. 575 a 589) .....................................................30

Capítulo III - Dos direitos e obrigações do fretador e afretador (arts. 590 a 628) ...........31

Capítulo IV - Dos passageiros (arts. 629 a 632) .........................................................36

Título VII - Do contrato de dinheiro a risco ou câmbio marítimo (arts. 633 a 665) ..........36

Título VIII - Dos seguros marítimos .........................................................................40

Capítulo I - Da natureza e forma do contrato de seguro marítimo (arts. 666 a 684) ........40

Capítulo II - Das coisas que podem ser objeto de seguro marítimo (arts. 685 a 691) ......43

Capítulo III - Da avaliação dos objetos seguros (arts. 692 a 701) ................................43

Capítulo IV - Do começo e fim dos riscos (arts. 702 a 709) .........................................44

Capítulo V - Das obrigações recíprocas do segurador e do segurado (arts. 710 a 730) ......45

Título IX - Do naufrágio e salvados (arts. 731 a 739) .................................................47

Título X - Das arribadas forçadas (arts. 740 a 748) ....................................................47

Título XI - Do dano causado por abalroação (arts. 749 a 752) .....................................48

Título XII - Do abandono (arts. 753 a 760) ...............................................................48

Título XIII - Das avarias .........................................................................................49

Capítulo I - Da natureza e classificação das avarias (arts. 761 a 771) ...........................49

Capítulo II - Da liquidação, repartição e contribuição da avaria grossa (arts. 772 a 796) ....51

Parte Terceira - Das Quebras

Título I - Da natureza e declaração das quebras, e seus efeitos (arts. 797 a 841) ...........54

Título II - Da reunião dos credores e da concordata (arts. 842 a 854) ...........................60

Título III - Do contrato de união, dos administradores, da liquidação e dividendos ..............62

Capítulo I - Do contrato de união (arts. 855 a 858) ....................................................62

Capítulo II - Dos administradores, da liquidação e dividendos (arts. 859 a 872) .............62

Título IV - Das diversas especiais de créditos e suas graduações (arts. 873 a 879) .........64

Título V - Das preferenciais e distribuições (arts. 880 a 892) .......................................65

Título VI - Da reabilitação dos falidos (arts. 893 a 897) ..............................................67

Título VII - Das moratórias (arts. 898 a 906) ............................................................67

Título VIII - Disposições gerais (arts. 907 a 913) .......................................................68

Título Único - Da administração da justiça nos negócios e causas comerciais .................70

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Capítulo I - Dos tribunais e juízo comerciais ..............................................................70

Seção I - Dos tribunais do comércio (arts. 1º a 13) ...............................................70

Seção II - Da eleição dos deputados comerciantes (arts. 14 a 16) ...........................71

Seção III - Do juízo comercial (arts. 17 a 21) ......................................................72

Capítulo II - Da ordem do juízo nas causas comerciais (arts. 22 a 30) ..........................72

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Código Comercial – Lei nº 556/1850 Arts. 457 a 462

CÓDIGO COMERCIALLEI Nº 556, DE 25 DE JUNHO DE 1850.

Ordem do Juízo no processo comercial Código Comercial

Arts. 1º ao 456 - (Revogados pela Lei nº 10.406, de 2002)

PARTE SEGUNDA – DO COMÉRCIO MARÍTIMO

TÍTULO IDAS EMBARCAÇÕES

Art. 457 - Somente podem gozar das prerrogativas e favores concedidos a embarcaçõesbrasileiras, as que verdadeiramente pertencerem a súditos do Império, sem que algumestrangeiro nelas possua parte ou interesse.

Provando-se que alguma embarcação, registrada debaixo do nome de brasileiro, pertenceno todo ou em parte a estrangeiro, ou que este tem nela algum interesse, será apreendidacomo perdida; e metade do seu produto aplicado para o denunciante, havendo-o, e a outrametade a favor do cofre do Tribunal do Comércio respectivo.

Os súditos brasileiros domiciliados em país estrangeiro não podem possuir embarcação bra-sileira; salvo se nela for comparte alguma casa comercial brasileira estabelecida no Império.

Art. 458 - Acontecendo que alguma embarcação brasileira passe por algum título domíniode estrangeiro no todo ou em parte, não poderá navegar com a natureza de propriedadebrasileira, enquanto não for alienada a súdito do Império.

Art. 459 - É livre construir as embarcações pela forma e modo que mais convenienteparecer; nenhuma, porém, poderá aparelhar-se sem se reconhecer previamente, por vis-toria feita na conformidade dos regulamentos do Governo, que se acha navegável.

O auto original da vistoria será depositado na secretaria do Tribunal do Comércio respectivo;e antes deste depósito nenhuma embarcação será admitida a registro.

Art. 460 - Toda embarcação brasileira destinada à navegação do alto mar, com exceçãosomente das que se empregarem exclusivamente nas pescarias das costas, deve ser re-gistrada no Tribunal do Comércio do domicílio do seu proprietário ostensivo ou armador(artigo nº. 484), e sem constar do registro não será admitida a despacho.

Art. 461 - O registro deve conter:

1 - a declaração do lugar onde a embarcação foi construída, o nome do construtor, e aqualidade das madeiras principais;

2 - as dimensões da embarcação em palmos e polegadas; e a sua capacidade em tonela-das, comprovadas por certidão de arqueação com referência à sua data;

3 - a armação de que usa, e quantas cobertas tem;

4 - o dia em que foi lançada ao mar;

5 - o nome de cada um dos donos ou compartes, e os seus respectivos domicílios;

6 - menção especificada do quinhão de cada comparte, se for de mais de um proprietário,e a época da sua respectiva aquisição, com referência à natureza e data do título, quedeverá acompanhar a petição para o registro. O nome da embarcação registrada e do seuproprietário ostensivo ou armador serão publicados por anúncios nos periódicos do lugar.

Art. 462 - Se a embarcação for de construção estrangeira, além das especificaçõessobreditas, deverá declarar-se no registro a nação a que pertencia, o nome que tinha e oque tomou, e o título por que passou a ser de propriedade brasileira; podendo omitir-se,quando não conste dos documentos, o nome do construtor.

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Código Comercial – Lei nº 556/1850

Art. 463 - O proprietário armador prestará juramento por si ou por seu procurador,nas mãos do presidente do tribunal, de que a sua declaração é verídica, e de que todosos proprietários da embarcação são verdadeiramente súditos brasileiros, obrigando-sepor termo a não fazer uso ilegal do registro, e a entregá-lo dentro de 1 (um) ano nomesmo tribunal, no caso da embarcação ser vendida, perdida ou julgada incapaz denavegar; pena de incorrer na multa no mesmo termo declarada, que o tribunal arbi-trará.

Nos lugares onde não houver Tribunal do Comércio, todas as diligências sobreditas serãopraticadas perante o juiz de direito do comércio, que enviará ao tribunal competente asdevidas participações, acompanhadas dos documentos respectivos.

Art. 464 - Todas as vezes que qualquer embarcação mudar de proprietário ou de nome,será o seu registro apresentado no Tribunal do Comércio respectivo para as competentesanotações.

Art. 465 - Sempre que a embarcação mudar de capitão, será esta alteração anotada noregistro, pela autoridade que tiver a seu cargo a matrícula dos navios, no porto onde amudança tiver lugar.

Art. 466 - Toda a embarcação brasileira em viagem é obrigada a ter a bordo:

1 - o seu registro (artigo nº 460);

2 - o passaporte do navio;

3 - o rol da equipagem ou matrícula;

4 - a guia ou manifesto da Alfândega do porto brasileiro donde houver saído, feito naconformidade das leis, regulamentos e instruções fiscais;

5 - a carta de fretamento nos casos em que este tiver lugar, e os conhecimentos da cargaexistente a bordo, se alguma existir;

6 - os recibos das despesas dos portos donde sair, compreendidas as de pilotagem, anco-ragem e mais direitos ou impostos de navegação;

7 - um exemplar do Código Comercial.

Art. 467 - A matrícula deve ser feita no porto do armamento da embarcação, e conter:

1 - os nomes do navio, capitão, oficiais e gente da tripulação, com declaração de suasidades, estado, naturalidade e domicílio, e o emprego de cada um a bordo;

2 - o porto da partida e o do destino, e a torna-viagem, se esta for determinada;

3 - as soldadas ajustadas, especificando-se, se são por viagem ou ao mês, por quantiacerta ou a frete, quinhão ou lucro na viagem;

4 - as quantias adiantadas, que se tiverem pago ou prometido pagar por conta das soldadas;

5 - a assinatura do capitão, e de todos os oficiais do navio e mais indivíduos da tripulaçãoque souberem escrever (artigo nºs 511 e 512).

Art. 468 - As alienações ou hipotecas de embarcações brasileiras destinadas à navegaçãodo alto-mar, só podem fazer-se por escritura pública, na qual se deverá inserir o teor doseu registro, com todas as anotações que nele houver (artigo nºs 472 e 474); pena denulidade.

Todos os aprestos, aparelhos e mais pertences existentes a bordo de qualquer navio aotempo da sua venda, deverão entender-se compreendidos nesta, ainda que deles se nãofaça expressa menção; salvo havendo no contrato convenção em contrário.

Art. 469 - Vendendo-se algum navio em viagem, pertencem ao comprador os fretes quevencer nesta viagem; mas se na data do contrato o navio tiver chegado ao lugar do seudestino, serão do vendedor; salvo convenção em contrário.

Arts. 463 a 469

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Código Comercial – Lei nº 556/1850

Art. 470 - No caso de venda voluntária, a propriedade da embarcação passa para ocomprador com todos os seus encargos; salvo os direitos dos credores privilegiados quenela tiverem hipoteca tácita. Tais são:

1 - os salários devidos por serviços prestados ao navio, compreendidos os de salvados epilotagem;

2 - todos os direitos de porto e impostos de navegação;

3 - os vencimentos de depositários e despesas necessárias feitas na guarda do navio, com-preendido o aluguel dos armazéns de depósito dos aprestos e aparelhos do mesmo navio;

4 - todas as despesas do custeio do navio e seus pertences, que houverem sido feitas parasua guarda e conservação depois da última viagem e durante a sua estadia no porto davenda;

5 - as soldadas do capitão, oficiais e gente da tripulação, vencidas na última viagem;

6 - o principal e prêmio das letras de risco tomadas pelo capitão sobre o casco e aparelhoou sobre os fretes (artigo nº. 651) durante a última viagem, sendo o contrato celebrado eassinado antes do navio partir do porto onde tais obrigações forem contraídas;

7 - o principal e prêmio de letras de risco, tomadas sobre o casco e aparelhos, ou fretes,antes de começar a última viagem, no porto da carga (artigo nº. 515);

8 - as quantias emprestadas ao capitão, ou dívidas por ele contraídas para o conserto ecusteio do navio, durante a última viagem, com os respectivos prêmios de seguro, quando emvirtude de tais empréstimos o capitão houver evitado firmar letras de risco (artigo nº. 515);

9 - faltas na entrega da carga, prêmios de seguro sobre o navio ou fretes, e avariasordinárias, e tudo o que respeitar à última viagem somente.

Art. 471 - São igualmente privilegiadas, ainda que contraídas fossem anteriormente àúltima viagem:

1 - as dívidas provenientes do contrato da construção do navio e juros respectivos, portempo de 3 (três) anos, a contar do dia em que a construção ficar acabada;

2 - as despesas do conserto do navio e seus aparelhos, e juros respectivos, por tempo dos2 (dois) últimos anos, a contar do dia em que o conserto terminou.

Art. 472 - Os créditos provenientes das dívidas especificadas no artigo precedente, e nosnºs 4, 6, 7 e 8 do artigo nº. 470, só serão considerados como privilegiados quando tiveremsido lançados no Registro do Comércio em tempo útil (artigo nº. 10, nº 2) e as suasimportâncias se acharem anotadas no registro da embarcação (artigo nº. 468).

As mesmas dívidas, sendo contraídas fora do Império, só serão atendidas achando-seautenticadas com o Visto - do respectivo cônsul.

Art. 473 - Os credores contemplados nos artigo nºs 470 e 471 preferem entre si pelaordem dos números em que estão colocados; as dívidas, contempladas debaixo do mesmonúmero e contraídas no mesmo porto, precederão entre si pela ordem em que ficamclassificadas, e entrarão em concurso sendo de idêntica natureza; porém, se dívidas idên-ticas se fizerem por necessidade em outros portos, ou no mesmo porto a que voltar onavio, as posteriores preferirão às anteriores.

Art. 474 - Em seguimento dos créditos mencionados nos artigo nºs 470 e 471, são tam-bém privilegiados o preço da compra do navio não pago, e os juros respectivos, por tempode 3 (três) anos, a contar da data do instrumento do contrato; contanto, porém, que taiscréditos constem de documentos inscritos lançados no Registro do Comércio em tempoútil, e a sua importância se ache anotada no registro da embarcação.

Art. 475 - No caso de quebra ou insolvência do armador do navio, todos os créditos acargo da embarcação, que se acharem nas precisas circunstâncias dos artigo nºs 470, 471e 474, preferirão sobre o preço do navio a outros credores da massa.

Arts. 470 a 475

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Código Comercial – Lei nº 556/1850

Art. 476 - O vendedor de embarcação é obrigado a dar ao comprador uma nota por eleassinada de todos os créditos privilegiados a que a mesma embarcação possa achar-se obrigada(artigo nºs 470, 471 e 474), a qual deverá ser incorporada na escritura da venda em seguimen-to do registro da embarcação. A falta de declaração de algum crédito privilegiado induz presun-ção de má-fé da parte do vendedor, contra o qual o comprador poderá intentar a ação criminalque seja competente, se for obrigado ao pagamento de algum crédito não declarado.

Art. 477 - Nas vendas judiciais extingue-se toda a responsabilidade da embarcação paracom todos e quaisquer credores, desde a data do termo da arrematação, e fica subsistindosomente sobre o preço, enquanto este se não levanta.

Todavia, se do registro do navio constar que este está obrigado por algum crédito privi-legiado, o preço da arrematação será conservado em depósito, em tanto quanto bastepara solução dos créditos privilegiados constantes do registro; e não poderá levantar-seantes de expirar o prazo da prescrição dos créditos privilegiados, ou se mostrar queestão todos pagos, ainda mesmo que o exeqüente seja credor privilegiado, salvo pres-tando fiança idônea; pena de nulidade do levantamento do depósito; competindo aocredor prejudicado ação para haver de quem indevidamente houver recebido, e de per-das e danos solidariamente contra o juiz e escrivão que tiverem passado e assinado aordem ou mandado.

Art. 478 - Ainda que as embarcações sejam reputadas bens móveis, contudo, nas ven-das judiciais, se guardarão as regras que as leis prescrevem para as arrematações dosbens de raiz; devendo as ditas vendas, além da afixação dos editais nos lugares públicos,e particularmente nas praças do comércio, ser publicadas por três anúncios insertos, como intervalo de 8 (oito) dias, nos jornais do lugar, que habitualmente publicarem anúncios,e, não os havendo, nos do lugar mais vizinho.

Nas mesmas vendas, as custas judiciais do processo da execução e arrematação preferema todos os créditos privilegiados.

Art. 479 - Enquanto durar a responsabilidade da embarcação por obrigações privilegiadas,pode esta ser embargada e detida, a requerimento de credores que apresentarem títuloslegais (artigo nºs 470, 471 e 474), em qualquer porto do Império onde se achar, estando semcarga ou não tendo recebido a bordo mais da quarta parte da que corresponder à sua lotação;o embargo, porém, não será admissível achando-se a embarcação com os despachos neces-sários para poder ser declarada desimpedida, qualquer que seja o estado da carga; salvo sea dívida proceder de fornecimentos feitos no mesmo porto, e para a mesma viagem.

Art. 480 - Nenhuma embarcação pode ser embargada ou detida por dívida não privilegiada;salvo no porto da sua matrícula; e mesmo neste, unicamente nos casos em que os deve-dores são por direito obrigados a prestar caução em juízo, achando-se previamente inten-tadas as ações competentes.

Art. 481 - Nenhuma embarcação, depois de ter recebido mais da quarta parte da cargacorrespondente à sua lotação, pode ser embargada ou detida por dívidas particulares doarmador, exceto se estas tiverem sido contraídas para aprontar o navio para a mesmaviagem, e o devedor não tiver outros bens com que possa pagar; mas, mesmo neste caso,se mandará levantar o embargo, dando os mais compartes fiança pelo valor de seusrespectivos quinhões, assinando o capitão termo de voltar ao mesmo lugar finda a viagem,e prestando os interessados na expedição fiança idônea à satisfação da dívida, no caso daembarcação não voltar por qualquer incidente, ainda que seja de força maior. O capitãoque deixar de cumprir o referido termo responderá pessoalmente pela dívida, salvo o casode força maior, e a sua falta será qualificada de barataria.

Art. 482 - Os navios estrangeiros surtos nos portos do Brasil não podem ser embargadosnem detidos, ainda mesmo que se achem sem carga, por dívidas que não forem contraídasno território brasileiro em utilidade dos mesmos navios ou da sua carga; salvo provindoa dívida de letras de risco ou de câmbio sacadas em país estrangeiro no caso do artigonº. 651, e vencidas em algum lugar do Império.

Arts. 476 a 482

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Código Comercial – Lei nº 556/1850

Art. 483 - Nenhum navio pode ser detido ou embargado, nem executado na sua totalida-de por dívidas particulares de um comparte; poderá, porém, ter lugar a execução no valordo quinhão do devedor, sem prejuízo da livre navegação do mesmo navio, prestando osmais compartes fiança idônea.

TÍTULO IIDOS PROPRIETÁRIOS, COMPARTES E CAIXAS DE NAVIOS

Art. 484 - Todos os cidadãos brasileiros podem adquirir e possuir embarcações brasilei-ras; mas a sua armação e expedição só pode girar debaixo do nome e responsabilidade deum proprietário ou comparte, armador ou caixa, que tenha as qualidades requeridas paraser comerciante (artigo nºs 1 e 4).

Art. 485 - Quando os compartes de um navio fazem dele uso comum, esta sociedade ouparceria marítima regula-se pelas disposições das sociedades comerciais (Parte I, TítuloXV); salvo as determinações contidas no presente Título.

Art. 486 - Nas parcerias ou sociedades de navios, o parecer da maioria no valor dosinteresses prevalece contra o da minoria nos mesmos interesses, ainda que esta sejarepresentada pelo maior número de sócios e aquela por um só. Os votos computam-se naproporção dos quinhões; o menor quinhão será contado por um voto; no caso de empatedecidirá a sorte, se os sócios não preferirem cometer a decisão a um terceiro.

Art. 487 - Achando-se um navio necessitado de conserto, e convindo neste a maioria, ossócios dissidentes, se não quiserem anuir, serão obrigados a vender os seus quinhões aosoutros compartes, estimando-se o preço antes de principiar-se o conserto; se estes nãoquiserem comprar, proceder-se-á à venda em hasta pública.

Art. 488 - Se o menor número entender que a embarcação necessita de conserto e a maioriase opuser, a minoria tem direito para requerer que se proceda a vistoria judicial; decidindo-seque o conserto é necessário, todos os compartes são obrigados a contribuir para ele.

Art. 489 - Se algum comparte na embarcação quiser vender o seu quinhão, será obrigadoa afrontar os outros parceiros; estes têm direito a preferir na compra em igualdade decondições, contanto que efetuem a entrega do preço à vista, ou o consignem em juízo nocaso de contestação. Resolvendo-se a venda do navio por deliberação da maioria, a mino-ria pode exigir que se faça em hasta pública.

Art. 490 - Todos os compartes têm direito, de preferir no fretamento a qualquer terceiro,em igualdade de condições; concorrendo na preferência para a mesma viagem dois oumais compartes, preferirá o que tiver maior parte de interesses na embarcação; no casode igualdade de interesses decidirá a sorte; todavia, esta preferência não dá direito paraexigir que se varie o destino da viagem acordada pela maioria.

Art. 491 - Toda a parceria ou sociedade de navio é administrada por um ou mais caixas,que representa em juízo e fora dele a todos os interessados, e os responsabiliza; salvo asrestrições contidas no instrumento social, ou nos poderes do seu mandato, competente-mente registrados (artigo nºs 10, nº 2).

Art. 492 - O caixa deve ser nomeado dentre os compartes; salvo se todos convierem nanomeação de pessoa estranha à parceria; em todos os casos é necessário que o caixatenha as qualidades exigidas no artigo nº. 484.

Art. 493 - Ao caixa, não havendo estipulação em contrário, pertence nomear, ajustar edespedir o capitão e mais oficiais do navio, dar todas as ordens, e fazer todos os contratosrelativos à administração, fretamento e viagens da embarcação; obrando sempre em con-formidade do acordo da maioria e do seu mandato, debaixo de sua responsabilidade pes-soal para com os compartes pelo que obrar contra o mesmo acordo, ou mandato.

Arts. 483 a 493

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Código Comercial – Lei nº 556/1850

Art. 494 - Todos os proprietários e compartes são solidariamente responsáveis pelasdívidas que o capitão contrair para consertar, habilitar e aprovisionar o navio; sem queesta responsabilidade possa ser ilidida, alegando-se que o capitão excedeu os limites dassuas faculdades, ou instruções, se os credores provarem que a quantia pedida foi empre-gada a benefício do navio (artigo nº. 517). Os mesmos proprietários e compartes sãosolidariamente responsáveis pelos prejuízos que o capitão causar a terceiro por falta dadiligência que é obrigado a empregar para boa guarda, acondicionamento e conservaçãodos efeitos recebidos a bordo (artigo nº. 519). Esta responsabilidade cessa, fazendo aque-les abandono do navio e fretes vencidos e a vencer na respectiva viagem. Não é permitidoo abandono ao proprietário ou comparte que for ao mesmo tempo capitão do navio.

Art. 495 - O caixa é obrigado a dar aos proprietários ou compartes, no fim de cadaviagem, uma conta da sua gestão, tanto relativa ao estado do navio e parceria, como daviagem finda, acompanhada dos documentos competentes, e a pagar sem demora o saldolíquido que a cada um couber; os proprietários ou compartes são obrigados a examinar aconta do caixa logo que lhes for apresentada, e a pagar sem demora a quota respectiva aosseus quinhões. A aprovação das contas do caixa dada pela maioria dos compartes do navionão obsta a que a minoria dos sócios intente contra eles as ações que julgar competentes.

TÍTULO IIIDOS CAPITÃES OU MESTRES DE NAVIO

Art. 496 - Para ser capitão ou mestre de embarcação brasileira, palavras sinônimas nesteCódigo para todos os efeitos de direito, requer-se ser cidadão brasileiro, domiciliado noImpério, com capacidade civil para poder contratar validamente.

Art. 497 - O capitão é o comandante da embarcação; toda a tripulação lhe está sujeita, eé obrigada a obedecer e cumprir as suas ordens em tudo quanto for relativo ao serviço donavio.

Art. 498 - O capitão tem a faculdade de impor penas correcionais aos indivíduos datripulação que perturbarem a ordem do navio, cometerem faltas de disciplina, ou deixa-rem de fazer o serviço que lhes competir; e até mesmo de proceder à prisão por motivo deinsubordinação, ou de qualquer outro crime cometido a bordo, ainda mesmo que o delin-qüente seja passageiro; formando os necessários processos, os quais é obrigado a entre-gar com os presos às autoridades competentes no primeiro porto do Império aonde entrar.

Art. 499 - Pertence ao capitão escolher e ajustar a gente da equipagem, e despedi-la, noscasos em que a despedida possa ter lugar (artigo nº. 555), obrando de conserto com odono ou armador, caixa, ou consignatário do navio, nos lugares onde estes se acharempresentes. O capitão não pode ser obrigado a receber na equipagem indivíduo algumcontra a sua vontade.

Art. 500 - O capitão que seduzir ou desencaminhar marinheiro matriculado em outraembarcação será punido com a multa de cem mil réis por cada indivíduo que desencami-nhar, e obrigado a entregar o marinheiro seduzido, existindo a bordo do seu navio; e se aembarcação por esta falta deixar de fazer-se à vela, será responsável pelas estadias dademora.

Art. 501 - O capitão é obrigado a ter escrituração regular de tudo quanto diz respeito àadministração do navio, e à sua navegação; tendo para este fim três livros distintos,encadernados e rubricados pela autoridade a cargo de quem estiver a matrícula dosnavios; pena de responder por perdas e danos que resultarem da sua falta de escrituraçãoregular.

Art. 502 - No primeiro, que se denominará - Livro da Carga - assentará diariamente asentradas e saídas da carga, com declaração específica das marcas e números dos volu-mes, nomes dos carregadores e consignatários, portos da carga e descarga, fretes ajusta-

Arts. 494 a 502

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dos, e quaisquer outras circunstâncias ocorrentes que possam servir para futuros esclare-cimentos. No mesmo livro se lançarão também os nomes dos passageiros, com declaraçãodo lugar do seu destino, preço e condições da passagem, e a relação da sua bagagem.

Art. 503 - O segundo livro será da - Receita e Despesa da Embarcação; e nele, debaixo decompetentes títulos, se lançará, em forma de contas correntes, tudo quanto o capitãoreceber e despender respectivamente à embarcação; abrindo-se assento a cada um dosindivíduos da tripulação, com declaração de seus vencimentos, e de qualquer ônus a quese achem obrigados, e a cargo do que receberem por conta de suas soldadas.

Art. 504 - No terceiro livro, que será denominado - Diário da Navegação - se assentarãodiariamente, enquanto o navio se achar em algum porto, os trabalhos que tiverem lugar abordo, e os consertos ou reparos do navio. No mesmo livro se assentará também toda aderrota da viagem, notando-se diariamente as observações que os capitães e os pilotossão obrigados a fazer, todas as ocorrências interessantes à navegação, acontecimentosextraordinários que possam ter lugar a bordo, e com especialidade os temporais, e osdanos ou avarias que o navio ou a carga possam sofrer, as deliberações que se tomarempor acordo dos oficiais da embarcação, e os competentes protestos.

Art. 505 - Todos os processos testemunháveis e protestos formados a bordo, tendentes acomprovar sinistros, avarias, ou quaisquer perdas, devem ser ratificados com juramentodo capitão perante a autoridade competente do primeiro lugar onde chegar; a qual deveráinterrogar o mesmo capitão, oficiais, gente da equipagem (artigo nº. 545, nº 7) e passa-geiros sobre a veracidade dos fatos e suas circunstâncias, tendo presente o Diário daNavegação, se houver sido salvo.

Art. 506 - Na véspera da partida do porto da carga, fará o capitão inventariar, em presen-ça do piloto e contramestre, as amarras, âncoras, velames e mastreação, com declaraçãodo estado em que se acharem. Este inventário será assinado pelo capitão, piloto e contra-mestre. Todas as alterações que durante a viagem sofrer qualquer dos sobreditos artigosserão anotadas no Diário da Navegação, e com as mesmas assinaturas.

Art. 507 - O capitão é obrigado a permanecer a bordo desde o momento em que começaa viagem de mar, até a chegada do navio a surgidouro seguro e bom porto; e a tomar ospilotos e práticos necessários em todos os lugares em que os regulamentos, o uso eprudência o exigirem; pena de responder por perdas e danos que da sua falta resultarem.

Art. 508 - É proibido ao capitão abandonar a embarcação, por maior perigo que se ofere-ça, fora do caso de naufrágio; e julgando-se indispensável o abandono, é obrigado aempregar a maior diligência possível para salvar todos os efeitos do navio e carga, e compreferência os papéis e livros da embarcação, dinheiro e mercadorias de maior valor. Seapesar de toda a diligência os objetos tirados do navio, ou os que nele ficarem se perde-rem ou forem roubados sem culpa sua, o capitão não será responsável

Art. 509 - Nenhuma desculpa poderá desonerar o capitão que alterar a derrota que eraobrigado a seguir, ou que praticar algum ato extraordinário de que possa provir dano aonavio ou à carga, sem ter precedido deliberação tomada em junta composta de todosos oficiais da embarcação, e na presença dos interessados do navio ou na carga, sealgum se achar a bordo. Em tais deliberações, e em todas as mais que for obrigado atomar com acordo dos oficiais do navio, o capitão tem voto de qualidade, e até mesmopoderá obrar contra o vencido, debaixo de sua responsabilidade pessoal, sempre que ojulgar conveniente.

Art. 510 - É proibido ao capitão entrar em porto estranho ao do seu destino; e, se ali forlevado por força maior (artigo nº. 740), é obrigado a sair no primeiro tempo oportuno quese oferecer; pena de responder pelas perdas e danos que da demora resultarem ao navioou à carga (artigo nº. 748).

Art. 511 - O capitão que entrar em porto estrangeiro é obrigado a apresentar-se ao cônsuldo Império nas primeiras 24 (vinte quatro) horas úteis, e a depositar nas suas mãos a guia

Arts. 502 a 511

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ou manifesto da Alfândega, indo de algum porto do Brasil, e à matrícula; e a declarar, efazer anotar nesta pelo mesmo cônsul, no ato da apresentação, toda e qualquer alteraçãoque tenha ocorrido sobre o mar na tripulação do navio; e antes da saída as que ocorreremdurante a sua estada no mesmo porto.

Quando a entrada for em porto do Império, o depósito do manifesto terá lugar na Alfânde-ga respectiva, havendo-a, e o da matrícula na repartição onde esta se costuma fazer comas sobreditas declarações.

Art. 512 - Na volta da embarcação ao porto donde saiu, ou naquele onde largar o seucomando, é o capitão obrigado a apresentar a matrícula original na repartição encarregadada matrícula dos navios, dentro de 24 (vinte e quatro) horas úteis depois que der fundo, ea fazer as mesmas declarações ordenadas no artigo precedente. Passados 8 (oito) diasdepois do referido tempo, prescreve qualquer ação de procedimento, que possa ter lugarcontra o capitão por faltas por ele cometidas na matrícula durante a viagem.

O capitão que não apresentar todos os indivíduos matriculados, ou não fizer constar devi-damente a razão da falta, será multado, pela autoridade encarregada da matrícula dosnavios, em cem mil-réis por cada pessoa que apresentar de menos, com recurso para oTribunal do Comércio competente.

Art. 513 - Não se achando presentes os proprietários, seus mandatários ou consignatários,incumbe ao capitão ajustar fretamentos, segundo as instruções que tiver recebido (artigonº. 569).

Art. 514 - O capitão, nos portos onde residirem os donos, seus mandatários ouconsignatários, não pode, sem autorização especial destes, fazer despesa alguma extraor-dinária com a embarcação.

Art. 515 - É permitido ao capitão em falta de fundos, durante a viagem, não se achandopresente algum dos proprietários da embarcação, seus mandatários ou consignatários, ena falta deles algum interessado na carga, ou mesmo se, achando-se presentes, nãoprovidenciarem, contrair dívidas, tomar dinheiro a risco sobre o casco e pertences donavio e remanescentes dos fretes depois de pagas as soldadas, e até mesmo, na faltaabsoluta de outro recurso, vender mercadorias da carga, para o reparo ou provisão daembarcação; declarando nos títulos das obrigações que assinar a causa de que estasprocedem (artigo nº. 517).

As mercadorias da carga que em tais casos se venderem serão pagas aos carregadorespelo preço que outras de igual qualidade obtiverem no porto da descarga, ou pelo que porarbitradores se estimar no caso da venda ter compreendido todas as da mesma qualidade(artigo nº. 621).

Art. 516 - Para poder ter lugar alguma das providências autorizadas no artigo precedente,é indispensável:

1 - Que o capitão prove falta absoluta de fundos em seu poder pertencentes à embarcação.

2 - Que não se ache presente o proprietário da embarcação, ou mandatário seu ouconsignatário, e na falta algum dos interessados na carga; ou que, estando presentes, sedirigiu a eles e não providenciaram.

3 - Que a deliberação seja tomada de acordo com os oficiais da embarcação, lavrando-seno Diário da Navegação termo da necessidade da medida tomada (artigo nº. 504).

A justificação destes requisitos será feita perante o juiz de direito do comércio do portoonde se tomar o dinheiro a risco ou se venderem as mercadorias, e por ele julgada proce-dente, e nos portos estrangeiros perante os cônsules do Império.

Art. 517 - O capitão que, nos títulos ou instrumentos das obrigações procedentes dedespesas por ele feitas para fabrico, habilitação ou abastecimento da embarcação, deixarde declarar a causa de que procedem, ficará pessoalmente obrigado para com as pessoascom quem contratar; sem prejuízo da ação que estas possam ter contra os donos do navio

Arts. 511 a 517

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Código Comercial – Lei nº 556/1850

provando que as quantias devidas foram efetivamente aplicadas a benefício deste (artigonº. 494).

Art. 518 - O capitão que tomar dinheiro sobre o casco do navio e seus pertences, empe-nhar ou vender mercadorias, fora dos casos em que por este Código lhe é permitido, e oque for convencido de fraude em suas contas, além das indenizações de perdas e danos,ficará sujeito à ação criminal que no caso couber.

Art. 519 - O capitão é considerado verdadeiro depositário da carga e de quaisquer efeitosque receber a bordo, e como tal está obrigado à sua guarda, bom acondicionamento econservação, e à sua pronta entrega à vista dos conhecimentos (artigo nºs 586 e 587).

A responsabilidade do capitão a respeito da carga principia a correr desde o momento emque a recebe, e continua até o ato da sua entrega no lugar que se houver convencionado,ou que estiver em uso no porto da descarga.

Art. 520 - O capitão tem direito para ser indenizado pelos donos de todas as despesasnecessárias que fizer em utilidade da embarcação com fundos próprios ou alheios, contantoque não tenha excedido as suas instruções, nem as faculdades que por sua natureza sãoinerentes à sua qualidade de capitão.

Art. 521 - É proibido ao capitão pôr carga alguma no convés da embarcação sem ordemou consentimento por escrito dos carregadores; pena de responder pessoalmente por todoo prejuízo que daí possa resultar.

Art. 522 - Estando a embarcação fretada por inteiro, se o capitão receber carga de tercei-ro, o afretador tem direito a fazê-la desembarcar.

Art. 523 - O capitão, ou qualquer outro indivíduo da tripulação, que carregar na embarca-ção, ainda mesmo a pretexto de ser na sua câmara ou nos seus agasalhados, mercadoriade sua conta particular, sem consentimento por escrito do dono do navio ou dos afretadores,pode ser obrigado a pagar frete dobrado.

Art. 524 - O capitão que navega em parceria a lucro comum sobre a carga não pode fazercomércio algum por sua conta particular a não haver convenção em contrário; pena decorrerem por conta dele todos os riscos e perdas, e de pertencerem aos demais parceirosos lucros que houver.

Art. 525 - É proibido ao capitão fazer com os carregadores ajustes públicos ou secretosque revertam em benefício seu particular, debaixo de qualquer título ou pretexto que seja;pena de correr por conta dele e dos carregadores, todo o risco que acontecer, e de perten-cer ao dono do navio todo o lucro que houver.

Art. 526 - É obrigação do capitão resistir por todos os meios que lhe ditar a sua prudência atoda e qualquer violência que possa intentar- se contra a embarcação, seus pertences e carga;e se for obrigado a fazer entrega de tudo ou de parte, deverá munir-se com os competentesprotestos e justificações no mesmo porto, ou no primeiro onde chegar (artigo nºs 504 e 505).

Art. 527 - O capitão não pode reter a bordo os efeitos da carga a título de segurança dofrete; mas tem direito de exigir dos donos ou consignatários, no ato da entrega da carga,que depositem ou afiancem a importância do frete, avarias grossas e despesas a seucargo; e na falta de pronto pagamento, depósito, ou fiança, poderá requerer embargopelos fretes, avarias e despesas sobre as mercadorias da carga, enquanto estas se acha-rem em poder dos donos ou consignatários, ou estejam fora das estações públicas oudentro delas; e mesmo para requerer a sua venda imediata, se forem de fácil deterioração,ou de guarda arriscada ou dispendiosa.

A ação de embargo prescreve passados 30 (trinta) dias a contar da data do último dia dadescarga.

Art. 528 - Quando por ausência do consignatário, ou por se não apresentar o portador doconhecimento à ordem, o capitão ignorar a quem deva competentemente fazer a entrega,solicitará do juiz de direito do comércio, e onde o não houver da autoridade local a quem

Arts. 517 a 528

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Código Comercial – Lei nº 556/1850

competir, que nomeie depositário para receber os gêneros, e pagar os fretes devidos porconta de quem pertencer.

Art. 529 - O capitão é responsável por todas as perdas e danos que, por culpa sua,omissão ou imperícia, sobrevierem ao navio ou à carga; sem prejuízo das ações criminaisa que a sua malversação ou dolo possa dar lugar (artigo nº. 608).

O capitão é também civilmente responsável pelos furtos, ou quaisquer danos praticados abordo pelos indivíduos da tripulação nos objetos da carga, enquanto esta se achar debaixoda sua responsabilidade.

Art. 530 - Serão pagas pelo capitão todas as multas que forem impostas à embarcaçãopor falta de exata observância das leis e regulamentos das Alfândegas e polícia dos portos;e igualmente os prejuízos que resultarem de discórdias entre os indivíduos da mesmatripulação no serviço desta, se não provar que empregou todos os meios convenientespara as evitar.

Art. 531 - O capitão que, fora do caso de inavegabilidade legalmente provada, vender onavio sem autorização especial dos donos, ficará responsável por perdas e danos, além danulidade da venda, e do procedimento criminal que possa ter lugar.

Art. 532 - O capitão que, sendo contratado para uma viagem certa, deixar de a concluirsem causa justificada, responderá aos proprietários, afretadores e carregadores pelasperdas e danos que dessa falta resultarem.

Em reciprocidade, o capitão, que sem justa causa for despedido antes de finda a viagem,será pago da sua soldada por inteiro, posto à custa do proprietário ou afretador no lugaronde começou a viagem, e indenizado de quaisquer vantagens que possa ter perdido peladespedida.

Pode, porém, ser despedido antes da viagem começada, sem direito a indenização, nãohavendo ajuste em contrário.

Art. 533 - Sendo a embarcação fretada para porto determinado, só pode o capitão negar-sea fazer a viagem, sobrevindo peste, guerra, bloqueio ou impedimento legítimo da embar-cação sem limitação de tempo.

Art. 534 - Acontecendo falecer algum passageiro ou indivíduo da tripulação durante aviagem, o capitão procederá a inventário de todos os bens que o falecido deixar, comassistência dos oficiais da embarcação e de duas testemunhas, que serão com preferênciapassageiros, pondo tudo em boa arrecadação, e logo que chegar ao porto da saída faráentrega do inventário e bens às autoridades competentes.

Art. 535 - Finda a viagem, o capitão é obrigado a dar sem demora contas da sua gestão aodono ou caixa do navio, com entrega do dinheiro que em si tiver, livros e todos os mais papéis.E o dono ou caixa é obrigado a ajustar as contas do capitão logo que as receber, e a pagar asoma que lhe for devida. Havendo contestação sobre a conta, o capitão tem direito para serpago imediatamente das soldadas vencidas, prestando fiança de as repor, a haver lugar.

Art. 536 - Sendo o capitão o único proprietário da embarcação, será simultaneamenteresponsável aos afretadores e carregadores por todas as obrigações impostas aos capitãese aos armadores.

Art. 537 - Toda a obrigação pela qual o capitão, sendo comparte do navio, for responsávelà parceria, tem privilégio sobre o quinhão e lucros que o mesmo tiver no navio e fretes.

TÍTULO IVDO PILOTO E CONTRAMESTRE

Art. 538 - A habilitação e deveres dos pilotos e contramestres são prescritos nos regula-mentos de Marinha.

Arts. 528 a 538

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Código Comercial – Lei nº 556/1850

Art. 539 - O piloto, quando julgar necessário mudar de rumo, comunicará ao capitão asrazões, que assim o exigem; e se este se opuser, desprezando as suas observações, queem tal caso deverá renovar-lhe na presença dos mais oficiais do navio, lançará o seuprotesto no Diário da Navegação (artigo nº. 504), o qual deverá ser por todos assinado, eobedecerá às ordens do capitão, sobre quem recairá toda a responsabilidade.

Art. 540 - O piloto, que, por imperícia, omissão ou malícia, perder o navio ou lhe causardano, será obrigado a ressarcir o prejuízo que sofrer o mesmo navio ou a carga; além deincorrer nas penas criminais que possam ter lugar; a responsabilidade do piloto não excluia do capitão nos casos do artigo nº. 529.

Art. 541 - Por morte ou impedimento do capitão recai o comando do navio no piloto, e nafalta ou impedimento deste no contramestre, com todas as prerrogativas, faculdades,obrigações e responsabilidades inerentes ao lugar de capitão.

Art. 542 - O contramestre que, recebendo ou entregando fazendas, não exige e entregaao capitão as ordens, recibos, ou outros quaisquer documentos justificativos do seu ato,responde por perdas e danos daí resultantes.

TÍTULO VDO AJUSTE E SOLDADAS DOS OFICIAIS E GENTE DA TRIPULAÇÃO,

SEUS DIREITOS E OBRIGAÇÕES

Art. 543 - O capitão é obrigado a dar às pessoas da tripulação, que o exigirem, uma notapor ele assinada, em que se declare a natureza do ajuste e preço da soldada, e a lançar namesma nota as quantias que se forem pagando por conta. As condições do ajuste entre ocapitão e a gente da tripulação, na falta de outro título do contrato, provam-se pelo rol daequipagem ou matrícula; subentendendo-se sempre compreendido no ajuste o sustentoda tripulação.

Não constando pela matrícula, nem por outro escrito do contrato, o tempo determinado doajuste, entende-se sempre que foi por viagem redonda ou de ida e volta ao lugar em queteve lugar a matrícula.

Art. 544 - Achando-se o Livro da Receita e Despesa do navio conforme à matrícula (artigonº. 467), e escriturado com regularidade (artigo nº. 503), fará inteira fé para solução dequaisquer dúvidas que possam suscitar-se sobre as condições do contrato das soldadas;quanto, porém, às quantias entregues por conta, prevalecerão, em caso de dúvida, osassentos lançados nas notas de que trata o artigo precedente.

Art. 545 - São obrigações dos oficiais e gente da tripulação:

1 - ir para bordo prontos para seguir viagem no tempo ajustado; pena de poderem serdespedidos;

2 - não sair do navio nem passar a noite fora sem licença do capitão; pena de perdimentode 1 (um) mês de soldada;

3 - não retirar os seus efeitos de bordo sem serem visitados pelo capitão, ou pelo seusegundo, debaixo da mesma pena;

4 - obedecer sem contradição ao capitão e mais oficiais, nas suas respectivas qualidades,e abster-se de brigas; debaixo das penas declaradas nos artigo n os 498 e 555;

5 - auxiliar o capitão, em caso de ataque do navio, ou desastre sobrevindo à embarcaçãoou à carga, seja qual for a natureza do sinistro; pena de perdimento das soldadas vencidas;

6 - finda a viagem, fundear e desaparelhar o navio, conduzi-lo a surgidouro seguro, eamarrá-lo, sempre que o capitão o exigir; pena de perdimento das soldadas vencidas;

7 - prestar os depoimentos necessários para ratificação dos processos testemunháveis, e pro-testos formados a bordo (artigo nº. 505), recebendo pelos dias da demora uma indenização

Arts. 539 a 545

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Código Comercial – Lei nº 556/1850Arts. 545 a 552

proporcional às soldadas que venciam; faltando a este dever não terão ação para deman-dar as soldadas vencidas.

Art. 546 - Os oficiais e quaisquer outros indivíduos da tripulação, que, depois de matricula-dos, abandonarem a viagem antes de começada, ou se ausentarem antes de acabada,podem ser compelidos com prisão ao cumprimento do contrato, a repor o que se lheshouver pago adiantado, e a servir 1 (um) mês sem receberem soldada.

Art. 547 - Se depois de matriculada a equipagem se romper a viagem no porto da matrículapor fato do dono, capitão, ou afretador, a todos os indivíduos da tripulação justos ao mêsse abonará a soldada de 1 (um) mês, além da que tiverem vencido; aos que estiveremcontratados por viagem abonar-se-á metade da soldada ajustada.

Se, porém, o rompimento da viagem tiver lugar depois da saída do porto da matrícula, osindivíduos justos ao mês têm direito a receber, não pelo tempo vencido, mas também peloque seria necessário para regressarem ao porto da saída, ou para chegarem ao do destino,fazendo-se a conta por aquele que se achar mais próximo; aos contratados por viagemredonda se pagará como se a viagem se achasse terminada.

Tanto os indivíduos da equipagem justos por viagem, como os justos ao mês, têm direitoa que se lhes pague a despesa da passagem do porto da despedida para aquele onde oupara onde se ajustarem, que for mais próximo. Cessa esta obrigação sempre que osindivíduos da equipagem podem encontrar soldada no porto da despedida.

Art. 548 - Rompendo-se a viagem por causa de força maior, a equipagem, se a embarca-ção se achar no porto do ajuste, só tem direito a exigir as soldadas vencidas.

São causas de força maior:

1 - declaração de guerra, ou interdito de comércio entre o porto da saída e o porto dodestino da viagem;

2 - declaração de bloqueio do porto, ou peste declarada nele existente;

3 - proibição de admissão no mesmo porto dos gêneros carregados na embarcação;

4 - detenção ou embargo da embarcação (no caso de se não admitir fiança ou não serpossível dá-la), que exceda ao tempo de 90 (noventa) dias;

5 - inavegabilidade da embarcação acontecida por sinistro.

Art. 549 - Se o rompimento da viagem por causa de força maior acontecer achando-sea embarcação em algum porto de arribada, a equipagem contratada ao mês só temdireito a ser paga pelo tempo vencido desde a saída do porto até o dia em que fordespedida, e a equipagem justa por viagem não tem direito a soldada alguma se aviagem não se conclui.

Art. 550 - No caso de embargo ou detenção, os indivíduos da tripulação justos ao mêsvencerão metade de suas soldadas durante o impedimento, não excedendo este de 90(noventa) dias; findo este prazo caduca o ajuste. Aqueles, porém, que forem justos porviagem redonda são obrigados a cumprir seus contratos até o fim da viagem.

Todavia, se o proprietário da embarcação vier a receber indenização pelo embargo oudetenção, será obrigado a pagar as soldadas por inteiro aos que forem justos ao mês, eaos de viagem redonda na devida proporção.

Art. 551 - Quando o proprietário, antes de começada a viagem, der à embarcação destinodiferente daquele que tiver sido declarado no contrato, terá lugar novo ajuste; e os que senão ajustarem só terão direito a receber o vencido, ou a reter o que tiverem recebidoadiantado.

Art. 552 - Se depois da chegada da embarcação ao porto do seu destino, e ultimada adescarga, o capitão, em lugar de fazer o seu retorno, fretar ou carregar a embarcação parair a outro destino, é livre aos indivíduos da tripulação ajustarem-se de novo ou retirarem--se, não havendo no contrato estipulação em contrário.

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Código Comercial – Lei nº 556/1850 Arts. 552 a 559

Todavia, se o capitão, fora do Império, achar a bem navegar para outro porto livre, e nelecarregar ou descarregar, a tripulação não pode despedir-se, posto que a viagem se prolon-gue além do ajuste; recebendo os indivíduos justos por viagem um aumento de soldada naproporção da prolongação.

Art. 553 - Sendo a tripulação justa a partes ou quinhão no frete, não lhe será devidaindenização alguma pelo rompimento, retardação ou prolongação da viagem causada porforça maior; mas se o rompimento, retardação ou prolongação provier de fato dos carre-gadores, terá parte nas indenizações que se concederem ao navio; fazendo-se a divisãoentre os donos do navio e a gente da tripulação, na mesma proporção em que o fretedeveria ser dividido.

Se o rompimento, retardação ou prolongação provier de fato do capitão ou proprietário donavio, estes serão obrigados às indenizações proporcionais respectivas. Quando a viagemfor mudada para porto mais vizinho, ou abreviada por outra qualquer causa, os indivíduosda tripulação justos por viagem serão pagos por inteiro.

Art. 554 - Se alguém da tripulação depois de matriculado for despedido sem justa causa,terá direito de haver a soldada contratada por inteiro, sendo redonda, e se for ao mês far-se-áa conta pelo termo médio do tempo que costuma gastar-se nas viagens para o porto doajuste. Em tais casos o capitão não tem direito para exigir do dono do navio as indeniza-ções que for obrigado a pagar; salvo tendo obrado com sua autorização.

Art. 555 - São causas justas para a despedida:

1 - perpetração de algum crime, ou desordem grave que perturbe a ordem da embarca-ção, reincidência em insubordinação, falta de disciplina ou de cumprimento de deveres(artigo nº. 498);

2 - embriaguez habitual;

3 - ignorância do mister para que o despedido se tiver ajustado;

4 - qualquer ocorrência que o inabilite para desempenhar as suas obrigações, com exceçãodo caso prevenido no artigo nº. 560.

Art. 556 - Os oficiais e gente da tripulação podem despedir-se, antes de começada aviagem, nos casos seguintes:

1 - quando o capitão muda do destino ajustado (artigo nº. 551);

2 - se depois do ajuste o Império é envolvido em guerra marítima, ou há notícias certas depeste no lugar do destino;

3 - se assoldadados para ir em comboio, este não tem lugar;

4 - morrendo o capitão, ou sendo despedido.

Art. 557 - Nenhum indivíduo da tripulação pode intentar litígio contra o navio ou capitão,antes de terminada a viagem; todavia, achando-se o navio em bom porto, os indivíduosmaltratados, ou a quem o capitão houver faltado com o devido sustento, poderão deman-dar a rescisão do contrato.

Art. 558 - Sendo a embarcação apresada, ou naufragando, a tripulação não tem direito às solda-das vencidas na viagem do sinistro, nem o dono do navio a reclamar as que tiver pago adiantadas.

Art. 559 - Se a embarcação aprisionada se recuperar achando-se ainda a tripulação abordo, será esta paga de suas soldadas por inteiro.

Salvando-se do naufrágio alguma parte do navio ou da carga, a tripulação terá direito a serpaga das soldadas vencidas na última viagem, com preferência a outra qualquer dívidaanterior, até onde chegar o valor da parte do navio que se puder salvar; e não chegandoesta, ou se nenhuma parte se tiver salvado, pelos fretes da carga salva.

Entende-se última viagem, o tempo decorrido desde que a embarcação principiou a rece-ber o lastro ou carga que tiver a bordo na ocasião do apresamento, ou naufrágio.

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Código Comercial – Lei nº 556/1850Arts. 559 a 567

Se a tripulação estiver justa a partes, será paga somente pelos fretes dos salvados, e emdevida proporção de rateio com o capitão.

Art. 560 - Não deixará de vencer a soldada ajustada qualquer indivíduo da tripulação queadoecer durante a viagem em serviço do navio, e o curativo será por conta deste; se,porém, a doença for adquirida fora do serviço do navio, cessará o vencimento da soldadaenquanto ela durar, e a despesa do curativo será por conta das soldadas vencidas; e seestas não chegarem, por seus bens ou pelas soldadas que possam vir a vencer.

Art. 561 - Falecendo algum indivíduo da tripulação durante a viagem, a despesa do seuenterro será paga por conta do navio; e seus herdeiros têm direito à soldada devida até odia do falecimento, estando justo ao mês; até o porto do destino se a morte acontecer emcaminho para ele, sendo o ajuste por viagem; e à de ida e volta acontecendo em torna--viagem, se o ajuste for por viagem redonda.

Art. 562 - Qualquer que tenha sido o ajuste, o indivíduo da tripulação que for morto emdefesa da embarcação será considerado como vivo para todos os vencimentos e quaisquerinteresses que possam vir aos da sua classe, até que a mesma embarcação chegue aoporto do seu destino.

O mesmo benefício gozará o que for aprisionado em ato de defesa da embarcação, se estachegar a salvamento.

Art. 563 - Acabada a viagem, a tripulação tem ação para exigir o seu pagamento dentro de 3 (três)dias depois de ultimada a descarga, com os juros da lei no caso de mora (artigo nº. 449, nº 4).

Ajustando-se os oficiais e gente da tripulação para diversas viagens, poderão, terminadacada viagem, exigir as soldadas vencidas.

Art. 564 - Todos os indivíduos da equipagem têm hipoteca tácita no navio e fretes paraserem pagos das soldadas vencidas na última viagem com preferência a outras dívidasmenos privilegiadas; e em nenhum caso o réu será ouvido sem depositar a quantia pedida.

Entender-se-á por equipagem ou tripulação para o dito efeito, e para todos os mais dispos-tos neste Título, o capitão, oficiais, marinheiros e todas as mais pessoas empregadas noserviço do navio, menos as sobrecargas.

Art. 565 - O navio e frete respondem para com os donos da carga pelos danos quesofrerem por delitos, culpa ou omissão culposa do capitão ou gente da tripulação, perpe-trados em serviço do navio; salvas as ações dos proprietários da embarcação contra ocapitão, e deste contra a gente da tripulação.

O salário do capitão e as soldadas da equipagem são hipoteca especial nestas ações.

TÍTULO VIDOS FRETAMENTOS

CAPÍTULO IDA NATUREZA E FORMA DO CONTRATO DE FRETAMENTO E

DAS CARTAS-PARTIDAS

Art. 566 - O contrato de fretamento de qualquer embarcação, quer seja na sua totalidadeou em parte, para uma ou mais viagens, quer seja à carga, colheita ou prancha. O que temlugar quando o capitão recebe carga de quanto se apresentam, deve provar-se por escrito.No primeiro caso o instrumento, que se chama carta-partida ou carta de fretamento, deveser assinado pelo fretador e afretador, e por quaisquer outras pessoas que intervenham nocontrato, do qual se dará a cada uma das partes um exemplar; e no segundo, o instrumen-to chama-se conhecimento, e basta ser assinado pelo capitão e o carregador. Entende-sepor fretador o que dá, e por afretador o que toma a embarcação a frete.

Art. 567 - A carta-partida deve enunciar:

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Código Comercial – Lei nº 556/1850 Arts. 567 a 573

1 - o nome do capitão e o do navio, o porte deste, a nação a que pertence, e o porto do seuregistro (artigo nº. 460);

2 - o nome do fretador e o do afretador, e seus respectivos domicílios; se o fretamento forpor conta de terceiro deverá também declarar-se o seu nome e domicílio;

3 - a designação da viagem, se é redonda ou ao mês, para uma ou mais viagens, e se estassão de ida e volta ou somente para ida ou volta, e finalmente se a embarcação se freta notodo ou em parte;

4 - o gênero e quantidade da carga que o navio deve receber, designada por toneladas,nºs, peso ou volume, e por conta de quem a mesma será conduzida para bordo, e destepara terra;

5 - o tempo da carga e descarga, portos de escala quando a haja, as estadias e sobreestadias ou demoras, e a forma por que estas se hão de vencer e contar;

6 - o preço do frete, quanto há de pagar-se de primagem ou gratificação, e de estadias esobre estadias, e a forma, tempo e lugar do pagamento;

7 - se há lugares reservados no navio, além dos necessários para uso e acomodação dopessoal e material do serviço da embarcação;

8 - todas as mais estipulações em que as partes se acordarem.

Art. 568 - As cartas de fretamento devem ser lançadas no Registro do Comércio, dentrode 15 (quinze) dias a contar da saída da embarcação nos lugares da residência dos Tribu-nais do Comércio, e nos outros, dentro do prazo que estes designarem (artigo nº. 31).

Art. 569 - A carta de fretamento valerá como instrumento público tendo sido feita porintervenção e com assinatura de algum corretor de navios, ou na falta de corretor portabelião que porte por fé ter sido passada na sua presença e de duas testemunhas com eleassinadas. A carta de fretamento que não for autenticada por alguma das duas referidasformas, obrigará as próprias partes mas não dará direito contra terceiro.

As cartas de fretamento assinadas pelo capitão valem ainda que este tenha excedido asfaculdades das suas instruções; salvo o direito dos donos do navio por perdas e danoscontra ele pelos abusos que cometer.

Art. 570 - Fretando-se o navio por inteiro, entende-se que fica somente reservada acâmara do capitão, os agasalhados da equipagem, e as acomodações necessárias para omaterial da embarcação.

Art. 571 - Dissolve-se o contrato de fretamento, sem que haja lugar a exigência algumade parte a parte:

1 - Se a saída da embarcação for impelida, antes da partida, por força maior sem limitaçãode tempo.

2 - Sobrevindo, antes de principiada a viagem, declaração de guerra, ou interdito decomércio com o país para onde a embarcação é destinada, em conseqüência do qual onavio e a carga conjuntamente não sejam considerados como propriedade neutra.

3 - Proibição de exportação de todas ou da maior parte das fazendas compreendidas na cartade fretamento do lugar donde a embarcação deva partir, ou de importação no de seu destino.

4 - Declaração de bloqueio do porto da carga ou do seu destino, antes da partida do navio.

Em todos os referidos casos as despesas da descarga serão por conta do afretador oucarregadores.

Art. 572 - Se o interdito de comércio com o porto do destino do navio acontece durante asua viagem, e se por este motivo o navio é obrigado a voltar com a carga, deve-se somen-te o frete pela ida, ainda que o navio tivesse sido fretado por ida e volta.

Art. 573 - Achando-se um navio fretado em lastro para outro porto onde deva carregar,dissolve-se o contrato, se chegando a esse porto sobrevier algum dos impedimentos

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Código Comercial – Lei nº 556/1850Arts. 573 a 581

designados nos artigo nºs 571 e 572, sem que possa ter lugar indenização alguma pornenhuma das partes, quer o impedimento venha só do navio, quer do navio e carga. Se,porém, o impedimento nascer da carga e não do navio, o afretador será obrigado a pagarmetade do frete ajustado.

Art. 574 - Poderá igualmente rescindir-se o contrato de fretamento a requerimento doafretador, se o capitão lhe tiver ocultado a verdadeira bandeira da embarcação; ficandoeste pessoalmente responsável ao mesmo afretador por todas as despesas da carga edescarga, e por perdas e danos, se o valor do navio não chegar para satisfazer o prejuízo.

CAPÍTULO IIDOS CONHECIMENTOS

Art. 575 - O conhecimento deve ser datado, e declarar:

1 - o nome do capitão, e o do carregador e consignatário (podendo omitir-se o nome destese for à ordem), e o nome e porte do navio;

2 - a qualidade e a quantidade dos objetos da carga, suas marcas e números, anotados à margem;

3 - o lugar da partida e o do destino, com declaração das escalas, havendo-as;

4 - o preço do frete e primagem, se esta for estipulada, e o lugar e forma do pagamento;

5 - a assinatura do capitão (artigo nº. 577), e a do carregador.

Art. 576 - Sendo a carga tomada em virtude de carta de fretamento, o portador doconhecimento não fica responsável por alguma condição ou obrigação especial contida namesma carta, se o conhecimento não tiver a cláusula - segundo a carta de fretamento.

Art. 577 - O capitão é obrigado a assinar todas as vias de um mesmo conhecimento queo carregador exigir, devendo ser todas do mesmo teor e da mesma data, e conter onúmero da via. Uma via ficará em poder do capitão, as outras pertencem ao carregador.

Se o capitão for ao mesmo tempo o carregador, os conhecimentos respectivos serão assi-nados por duas pessoas da tripulação a ele imediatas no comando do navio, e uma via serádepositada nas mãos do armador ou do consignatário.

Art. 578 - Os conhecimentos serão assinados e entregues dentro de 24 (vinte e quatro)horas, depois de ultimada a carga, em resgate dos recibos provisórios; pena de seremresponsáveis por todos os danos que resultarem do retardamento da viagem, tanto ocapitão como os carregadores que houverem sido remissos na entrega dos mesmos co-nhecimentos.

Art. 579 - Seja qual for a natureza do conhecimento, não poderá o carregador variar aconsignação por via de novos conhecimentos, sem que faça prévia entrega ao capitão detodas as vias que este houver assinado.

O capitão que assinar novos conhecimentos sem ter recolhido todas as vias do primeiroficará responsável aos portadores legítimos que se apresentarem com alguma das mes-mas vias.

Art. 580 - Alegando-se extravio dos primeiros conhecimentos, o capitão não será obriga-do a assinar segundos, sem que o carregador preste fiança à sua satisfação pelo valor dacarga neles declarada.

Art. 581 - Falecendo o capitão da embarcação antes de fazer-se à vela, ou deixando deexercer o seu ofício, os carregadores têm direito para exigir do sucessor que revalide coma sua assinatura os conhecimentos por aquele assinados, conferindo-se a carga com osmesmos conhecimentos; o capitão que os assinar sem esta conferência responderá pelasfaltas; salvo se os carregadores convierem que ele declare nos conhecimentos que nãoconferiu a carga.

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Código Comercial – Lei nº 556/1850 Arts. 581 a 591

No caso de morte do capitão ou de ter sido despedido sem justa causa, serão pagas pelodono do navio as despesas da conferência; mas se a despedida provier de fato do capitão,serão por conta deste.

Art. 582 - Se as fazendas carregadas não tiverem sido entregues por número, peso oumedida, ou no caso de haver dúvida na contagem, o capitão pode declarar nos conheci-mentos, que o mesmo número, peso ou medida lhe são desconhecidos; mas se o carrega-dor não convier nesta declaração deverá proceder-se a nova contagem, correndo a despe-sa por conta de quem a tiver ocasionado.

Convindo o carregador na sobredita declaração, o capitão ficará somente obrigado a entre-gar no porto da descarga os efeitos que se acharem dentro da embarcação pertencentesao mesmo carregador, sem que este tenha direito para exigir mais carga; salvo se provarque houve desvio da parte do capitão ou da tripulação.

Art. 583 - Constando ao capitão que há diversos portadores das diferentes vias de umconhecimento das mesmas fazendas, ou tendo-se feito seqüestro, arresto ou penhoranelas, é obrigado a pedir depósito judicial, por conta de quem pertencer.

Art. 584 - Nenhuma penhora ou embargo de terceiro, que não for portador de alguma dasvias de conhecimento, pode, fora do caso de reivindicação segundo as disposições desteCódigo (artigo nº. 874), nº 2), privar o portador do mesmo conhecimento da faculdade derequerer o depósito ou venda judicial das fazendas no caso sobredito; salvo o direito doexeqüente ou de terceiro opoente sobre o preço da venda.

Art. 585 - O capitão pode requerer o depósito judicial todas as vezes que os portadores deconhecimentos se não apresentarem para receber a carga imediatamente que ele derprincípio à descarga, e nos casos em que o consignatário esteja ausente ou seja falecido.

Art. 586 - O conhecimento concebido nos termos enunciados no artigo nº. 575 faz inteiraprova entre todas as partes interessadas na carga e frete, e entre elas e os seguradores;ficando salva a estes e aos donos do navio a prova em contrário.

Art. 587 - O conhecimento feito em forma regular (artigo nº 575) tem força e é acionávelcomo escritura pública.

Sendo passado à ordem é transferível e negociável por via de endosso.

Art. 588 - Contra os conhecimentos só pode opor-se falsidade, quitação, embargo, arres-to ou penhora e depósito judicial, ou perdimento dos efeitos carregados por causa justificada.

Art. 589 - Nenhuma ação entre o capitão e os carregadores ou seguradores será admissívelem juízo se não for logo acompanhada do conhecimento original. A falta deste não podeser suprida pelos recibos provisórios da carga; salvo provando-se que o carregador fezdiligência para obtê-lo e que, fazendo-se o navio à vela sem o capitão o haver passado,interpôs competente protesto dentro dos primeiros 3 (três) dias úteis, contados da saídado navio, com intimação do armador, consignatário ou outro qualquer interessado, e nafalta destes por editais; ou sendo a questão de seguros sobre sinistro acontecido no portoda carga, se provar que o mesmo sinistro aconteceu antes do conhecimento poder serassinado.

CAPÍTULO IIIDOS DIREITOS E OBRIGAÇÕES DO FRETADOR E AFRETADOR

Art. 590 - O fretador é obrigado a ter o navio prestes para receber a carga, e o afretadora efetuá-la no tempo marcado no contrato.

Art. 591 - Não se tendo determinado na carta de fretamento o tempo em que devecomeçar a carregar-se, entende-se que principia a correr desde o dia em que o capitãodeclarar que está pronto para receber a carga; se o tempo que deve durar a carga e adescarga não estiver fixado, ou quanto se há de pagar de primagem e estadias e

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Código Comercial – Lei nº 556/1850Arts. 591 a 602

sobreestadias, e o tempo e modo do pagamento, será tudo regulado pelo uso do portoonde uma ou outra deva efetuar-se.

Art. 592 - Vencido o prazo, e o das estadias e sobre estadias que se tiverem ajustado, e,na falta de ajuste, as do uso no porto da carga, sem que o afretador tenha carregadoefeitos alguns, terá o capitão a escolha, ou de resilir do contrato e exigir do afretadormetade do frete ajustado e primagem com estadias e sobre estadias, ou de empreender aviagem sem carga, e finda ela exigir dele o frete por inteiro e primagem, com as avariasque forem devidas, estadias e sobre estadias.

Art. 593 - Quando o afretador carrega só parte da carga no tempo aprazado, o capitão,vencido o tempo das estadias e sobre estadias, tem direito, ou de proceder a descarga porconta do mesmo afretador e pedir meio frete, ou de empreender a viagem com a parte dacarga que tiver a bordo para haver o frete por inteiro no porto do seu destino, com as maisdespesas declaradas no artigo antecedente.

Art. 594 - Renunciando o afretador ao contrato antes de começarem a correr os diassuplementares da carga, será obrigado a pagar metade do frete e primagem.

Art. 595 - Sendo o navio fretado por inteiro, o afretador pode obrigar o fretador a quefaça sair o navio logo que tiver metido a bordo carga suficiente para pagamento do frete eprimagem, estadias e sobre estadias, ou prestado fiança ao pagamento. O capitão nestecaso não pode tomar carga de terceiro sem consentimento por escrito do afretador, nemrecusar-se à saída; salvo por falta de prontificação do navio, que, segundo as cláusulas dofretamento, não possa ser imputável ao fretador.

Art. 596 - Tendo o fretador direito de fazer sair o navio sem carga ou só com parte dela(artigo nºs 592 e 593), poderá, para segurança do frete e de outras indenizações a quehaja lugar, completar a carga por outros carregadores, independente de consentimento doafretador; mas o benefício do novo frete pertencerá a este.

Art. 597 - Se o fretador houver declarado na carta-partida maior capacidade daquela queo navio na realidade tiver, não excedendo da décima parte, o afretador terá opção paraanular o contrato, ou exigir correspondente abatimento no frete, com indenização de per-das e danos; salvo se a declaração estiver conforme à lotação do navio.

Art. 598 - O fretador pode fazer descarregar à custa do afretador os efeitos que esteintroduzir no navio além da carga ajustada na carta de fretamento; salvo prestando-seaquele a pagar o frete correspondente, se o navio os puder receber.

Art. 599 - Os carregadores ou afretadores respondem pelos danos que resultarem, se,sem ciência e consentimento do capitão, introduzirem no navio fazendas, cuja saída ouentrada for proibida, e de qualquer outro fato ilícito que praticarem ao tempo da carga oudescarga; e, ainda que as fazendas sejam confiscadas, serão obrigados a pagar o frete eprimagem por inteiro, e a avaria grossa.

Art. 600 - Provando-se que o capitão consentiu na introdução das fazendas proibidas, ouque, chegando ao seu conhecimento em tempo, as não fez descarregar, ou sendo informadodepois da viagem começada as não denunciar no ato da primeira visita da Alfândega quereceber a bordo no porto do seu destino, ficará solidariamente obrigado para com todos osinteressados por perdas e danos que resultarem ao navio ou à carga, e sem ação para havero frete, nem indenização alguma do carregador, ainda que esta se tenha estipulado.

Art. 601 - Estando o navio a frete de carga geral, não pode o capitão, depois que tiverrecebido alguma parte da carga, recusar-se a receber a mais que se lhe oferecer por freteigual, não achando outro mais vantajoso; pena de poder ser compelido pelos carregadoresdos efeitos recebidos a que se faça à vela com o primeiro vento favorável, e de pagar asperdas e danos que dá demora resultarem.

Art. 602 - Se o capitão, quando tomar frete à colheita ou à prancha, fixar o tempo duranteo qual a embarcação estará à carga, findo o tempo marcado será obrigado a partir com oprimeiro vento favorável; pena de responder pelas perdas e danos que resultarem do

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Código Comercial – Lei nº 556/1850 Arts. 602 a 610

retardamento da viagem; salvo convindo na demora a maioria dos carregadores em rela-ção ao valor do frete.

Art. 603 - Não tendo o capitão fixado o tempo da partida, é obrigado a sair com o primeirovento favorável depois que tiver recebido mais de dois terços da carga correspondente àlotação do navio, se assim o exigir a maioria dos carregadores em relação ao valor dofrete, sem que nenhum dos outros possa retirar as fazendas que tiver a bordo.

Art. 604 - Se o capitão, no caso do artigo antecedente, não puder obter mais de doisterços da carga dentro de 1 (um) mês depois que houver posto o navio a frete geral,poderá sub-rogar outra embarcação para transporte da carga que tiver a bordo, contantoque seja igualmente apta para fazer a viagem, pagando a despesa da baldeação da carga,e o aumento de frete e do prêmio do seguro; será, porém, lícito aos carregadores retirarde bordo as suas fazendas, sem pagar frete, sendo por conta deles a despesa de desarru-mação e descarga, restituindo os recibos provisórios ou conhecimentos, e dando fiançapelos que tiverem remetido. Se o capitão não puder achar navio, e os carregadores nãoquiserem descarregar, será obrigado a sair 60 (sessenta) dias depois que houver posto onavio à carga, com a que tiver a bordo.

Art. 605 - Não tendo a embarcação capacidade para receber toda a carga contratada comdiversos carregadores ou afretadores, terá preferência a que se achar a bordo, e depois aque tiver prioridade na data dos contratos; e se estes forem todos da mesma data haverálugar a rateio, ficando o capitão responsável pela indenização dos danos causados.

Art. 606 - Fretando-se a embarcação para ir receber carga em outro porto, logo que láchegar, deverá o capitão apresentar-se sem demora ao consignatário, exigindo dele quelhe declare por escrito na carta de fretamento o dia, mês e ano de sua apresentação; penade não principiar a correr o tempo do fretamento antes da sua apresentação.

Recusando o consignatário fazer na carta de fretamento a declaração requerida, deve-rá protestar e fazer-lhe intimar o protesto, e avisar o afretador. Se passado o tempodevido para a carga, e o da demora ou de estadias e sobre estadias, o consignatárionão tiver carregado o navio, o capitão, fazendo-o previamente intimar por via de novoprotesto para efetuar a entrega da carga dentro do tempo ajustado, e não cumprindoele, nem tendo recebido ordens do afretador, fará diligência para contratar carga porconta deste para o porto do seu destino; e com carga ou sem ela seguirá para ele, ondeo afretador será obrigado a pagar-lhe o frete por inteiro com as demoras vencidas,fazendo encontro dos fretes da carga tomada por sua conta, se alguma houver tomado(artigo nº. 596).

Art. 607 - Sendo um navio embargado na partida, em viagem, ou no lugar da descarga,por fato ou negligência do afretador ou de algum dos carregadores, ficará o culpadoobrigado, para com o fretador ou capitão e os mais carregadores, pelas perdas e danosque o navio ou as fazendas vierem a sofrer provenientes desse fato.

Art. 608 - O capitão é responsável ao dono do navio e ao afretador e carregadores porperdas e danos, se por culpa sua o navio for embargado ou retardado na partida, durantea viagem, ou no lugar do seu destino.

Art. 609 - Se antes de começada a viagem ou no curso dela, a saída da embarcação forimpedida temporariamente por embargo ou força maior, subsistirá o contrato, sem haverlugar a indenizações de perdas e danos pelo retardamento. O carregador neste caso pode-rá descarregar os seus efeitos durante a demora, pagando a despesa, e prestando fiançade os tornar a carregar logo que cesse o impedimento, ou de pagar o frete por inteiro eestadias e sobre estadias, não os reembarcando.

Art. 610 - Se o navio não puder entrar no porto do seu destino por declaração de guerra,interdito de comércio, ou bloqueio, o capitão é obrigado a seguir imediatamente paraaquele que tenha sido prevenido na sua carta de ordens. Não se achando prevenido,procurará o porto mais próximo que não estiver impedido; e daí fará os avisos competen-tes ao fretador e afretadores, cujas ordens deve esperar por tanto tempo quanto seja

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Código Comercial – Lei nº 556/1850Arts. 610 a 618

necessário para receber a resposta. Não recebendo esta, o capitão deve voltar para oporto da saída com a carga.

Art. 611 - Sendo arrestado um navio no curso da viagem por ordem de uma potência,nenhum frete será devido pelo tempo da detenção sendo fretado ao mês, nem aumento defrete se for por viagem. Quando o navio for fretado para 2 (dois) ou mais portos e aconte-cer que em um deles se saiba ter sido declarada guerra contra a potência a que pertenceo navio ou a carga, o capitão, se nem esta nem aquele forem livres, quando não possapartir em comboio ou por algum outro modo seguro, deverá ficar no porto da notícia atéreceber ordens do dono do navio ou do afretador. Se só o navio não for livre, o fretadorpode resilir do contrato, com direito ao frete vencido, estadias e sobre estadias e avariagrossa, pagando as despesas da descarga. Se, pelo contrário, só a carga não for livre, oafretador tem direito para rescindir o contrato, pagando a despesa da descarga, e o capi-tão procederá na conformidade dos artigo nºs 592 e 596.

Art. 612 - Sendo o navio obrigado a voltar ao porto da saída, ou a arribar a outro qualquerpor perigo de piratas ou de inimigos, podem os carregadores ou consignatários convir nasua total descarga, pagando as despesas desta e o frete da ida por inteiro, e prestando afiança determinada no artigo nº. 609. Se o fretamento for ao mês, o frete é devido somen-te pelo tempo que o navio tiver sido empregado.

Art. 613 - Se o capitão for obrigado a consertar a embarcação durante a viagem, oafretador, carregadores, ou consignatários, não querendo esperar pelo conserto, podemretirar as suas fazendas pagando todo o frete, estadias e sobre estadias e avaria grossa,havendo-a, as despesas da descarga e desarrumação.

Art. 614 - Não admitindo o navio conserto, o capitão é obrigado a fretar por sua conta, esem poder exigir aumento algum do frete, uma ou mais embarcações para transportar acarga ou lugar do destino. Se o capitão não puder fretar outro ou outros navios dentro de60 (sessenta) dias depois que o navio for julgado inavegável, e quando o conserto forimpraticável, deverá requerer depósito judicial da carga e interpor os competentes protes-tos para sua ressalva; neste caso o contrato ficará resciso, e somente se deverá o fretevencido. Se, porém, os afretadores ou carregadores provarem que o navio condenado porincapaz estava inavegável quando se fez à vela, não serão obrigados a frete algum, e terãoação de perdas e danos contra o fretador. Esta prova é admissível não obstante e contra oscertificados da visita da saída.

Art. 615 - Ajustando-se os fretes por peso, sem se designar se é líquido ou bruto, deveráentender-se que é peso bruto; compreendendo-se nele qualquer espécie de capa, caixa ouvasilha em que as fazendas se acharem acondicionadas.

Art. 616 - Quando o frete for justo por número, peso ou medida, e houver condição deque a carga será entregue no portaló do navio, o capitão tem direito de requerer que osefeitos sejam contados, medidos ou pesados a bordo do mesmo navio antes da descarga;e procedendo-se a esta diligência não responderá por faltas que possam aparecer emterra; se, porém, as fazendas se descarregarem sem se contarem, medirem ou pesarem,o consignatário terá direito de verificar em terra a identidade, número, medição ou peso,e o capitão será obrigado a conformar-se com o resultado desta verificação.

Art. 617 - Nos gêneros que por sua natureza são suscetíveis de aumento ou diminuição,independentemente de má arrumação ou falta de estiva, ou de defeito no vasilhame, comoé, por exemplo, o sal, será por conta do dono qualquer diminuição ou aumento que osmesmos gêneros tiverem dentro do navio; e em um e outro caso deve-se frete do que senumerar, medir ou pesar no ato da descarga.

Art. 618 - Havendo presunção de que as fazendas foram danificadas, roubadas ou dimi-nuídas, o capitão é obrigado, e o consignatário e quaisquer outros interessados têm direitoa requerer que sejam judicialmente visitadas e examinadas, e os danos estimados a bordoantes da descarga, ou dentro em 24 (vinte e quatro) horas depois; e ainda que esteprocedimento seja requerido pelo capitão não prejudicará os seus meios de defesa.

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Código Comercial – Lei nº 556/1850 Arts. 618 a 628

Se as fazendas forem entregues sem o referido exame, os consignatários têm direito defazer proceder a exame judicial no preciso termo de 48 (quarenta e oito) horas depois dadescarga; e passado este prazo não haverá mais lugar a reclamação alguma.

Todavia, não sendo a avaria ou diminuição visível por fora, o exame judicial poderávalidamente fazer-se dentro de 10 (dez) dias depois que as fazendas passarem às mãosdos consignatários, nos termos do artigo nº 211.

Art. 619 - O capitão ou fretador não pode reter fazendas no navio a pretexto de faltade pagamento de frete, avaria grossa ou despesas; poderá, porém, precedendo com-petente protesto, requerer o depósito de fazendas equivalentes, e pedir venda delas,ficando-lhe direito salvo pelo resto contra o carregador, no caso de insuficiência dodepósito.

A mesma disposição tem lugar quando o consignatário recusa receber a carga.

Nos dois referidos casos, se a avaria grossa não puder ser regulada imediatamente, é lícitoao capitão exigir o depósito judicial da soma que se arbitrar.

Art. 620 - O capitão que entregar fazendas antes de receber o frete, avaria grossa edespesas, sem pôr em prática os meios do artigo precedente, ou os que lhe facultarem osleis ou usos do lugar da descarga, não terá ação para exigir o pagamento do carregador ouafretador, provando este que carregou as fazendas por conta de terceiro.

Art. 621 - Pagam frete por inteiro as fazendas que se deteriorarem por avaria, oudiminuírem, por mau acondicionamento das vasilhas, caixas, capas ou outra qualquercobertura em que forem carregadas, provando o capitão que o dano não procedeu de faltade arrumação ou de estiva (artigo nº. 624).

Pagam igualmente frete por inteiro as fazendas que o capitão é obrigado a vender nascircunstâncias previstas no artigo nº. 515.

O frete das fazendas alijadas para salvação comum do navio e da carga abona-se porinteiro como avaria grossa (artigo nº. 764).

Art. 622 - Não se deve frete das mercadorias perdidas por naufrágio ou varação, roubo depiratas ou presa de inimigo, e, tendo-se pago adiantado, repete-se; salvo convenção emcontrário.

Todavia, resgatando-se o navio e fazendas, ou salvando-se do naufrágio, deve-se o fretecorrespondente até o lugar da presa, ou naufrágio; e será pago por inteiro se o capitãoconduzir as fazendas salvas até o lugar do destino, contribuindo este ao fretador por avariagrossa no dano, ou resgate.

Art. 623 - Salvando-se no mar ou nas praias, sem cooperação da tripulação, fazendas quefizeram parte da carga, e sendo depois de salvas entregues por pessoas estranhas, não sedeve por elas frete algum.

Art. 624 - O carregador não pode abandonar as fazendas ao frete. Todavia pode ter lugaro abandono dos líquidos, cujas vasilhas se achem vazias ou quase vazias.

Art. 625 - A viagem para todos os efeitos do vencimento de fretes, se outra coisa se não ajustar,começa a correr desde o momento em que a carga fica debaixo da responsabilidade do capitão.

Art. 626 - Os fretes e avarias grossas têm hipoteca tácita e especial nos efeitos que fazemobjeto da carga, durante 30 (trinta) dias depois da entrega, se antes desse termo nãohouverem passado para o domínio de terceiro.

Art. 627 - A dívida de fretes, primagem, estadias e sobre estadias, avarias e despesas dacarga prefere a todas as outras sobre o valor dos efeitos carregados; salvo os casos, deque trata o artigo nº. 470, nº 1.

Art. 628 - O contrato de fretamento de um navio estrangeiro exeqüível no Brasil, há deser determinado e julgado pelas regras estabelecidas neste Código, quer tenha sido ajus-tado dentro do Império, quer em país estrangeiro.

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Código Comercial – Lei nº 556/1850Arts. 629 a 634

CAPÍTULO IVDOS PASSAGEIROS

Art. 629 - O passageiro de um navio deve achar-se a bordo no dia e hora que o capitãodesignar, quer no porto da partida, quer em qualquer outro de escala ou arribada; pena deser obrigado ao pagamento do preço da sua passagem por inteiro, se o navio se fizer devela sem ele.

Art. 630 - Nenhum passageiro pode transferir a terceiro, sem consentimento do capitão,o seu direito de passagem.

Resilindo o passageiro do contrato antes da viagem começada, o capitão tem direito àmetade do preço da passagem; e ao pagamento por inteiro, se aquele a não quiser conti-nuar depois de começada.

Se o passageiro falecer antes da viagem começada, deve-se só metade do preço da passagem.

Art. 631 - Se a viagem for suspensa ou interrompida por causa de força maior, no portoda partida, rescinde-se o contrato, sem que nem o capitão nem o passageiro tenhamdireito a indenização alguma; tendo lugar a suspensão ou interrupção em outro qualquerporto de escala ou arribada, deve somente o preço correspondente à viagem feita.

Interrompendo-se a viagem depois de começada por demora de conserto do navio, opassageiro pode tornar passagem em outro, pagando o preço correspondente à viagemfeita. Se quiser esperar pelo conserto, o capitão não é obrigado ao seu sustento; salvo seo passageiro não encontrar outro navio em que comodamente se possa transportar, ou opreço da nova passagem exceder o da primeira, na proporção da viagem andada.

Art. 632 - O capitão tem hipoteca privilegiada para pagamento do preço da passagem emtodos os efeitos que o passageiro tiver a bordo, e direito de os reter enquanto não for pago.O capitão só responde pelo dano sobrevindo aos efeitos que o passageiro tiver a bordodebaixo da sua imediata guarda, quando o dano provier de fato seu ou da tripulação.

TÍTULO VIIDO CONTRATO DE DINHEIRO A RISCO OU CÂMBIO MARÍTIMO

Art. 633 - O contrato de empréstimo a risco ou câmbio marítimo, pelo qual o dadorestipula do tomador um prêmio certo e determinado por preço dos riscos de mar quetoma sobre si, ficando com hipoteca especial no objeto sobre que recai o empréstimo, esujeitando-se a perder o capital e prêmio se o dito objeto vier a perecer por efeito dosriscos tomados no tempo e lugar convencionados, só pode provar-se por instrumentopúblico ou particular, o qual será registrado no Tribunal do Comércio dentro de 8 (oito)dias da data da escritura ou letra. Se o contrato tiver lugar em país estrangeiro porsúditos brasileiros, o instrumento deverá ser autenticado com o - visto - do cônsul doImpério, se aí o houver, e em todo o caso anotado no verso do registro da embarcação,se versar sobre o navio ou fretes. Faltando no instrumento do contrato alguma dassobreditas formalidades, ficará este subsistindo entre as próprias partes, mas não esta-belecerá direitos contra terceiro.

É permitido fazer empréstimo a risco não só em dinheiro, mas também em efeitos própriospara o serviço e consumo do navio, ou que possam ser objeto de comércio; mas em taiscasos a coisa emprestada deve ser estimada em valor fixo para ser paga com dinheiro.

Art. 634 - O instrumento do contrato de dinheiro a risco deve declarar:

1 - A data e o lugar em que o empréstimo se faz.

2 - O capital emprestado, e o preço do risco, aquele e este especificados separadamente.

3 - O nome do dador e o do tomador, com o do navio e o do seu capitão.

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Código Comercial – Lei nº 556/1850 Arts. 634 a 643

4 - O objeto ou efeito sobre que recai o empréstimo.

5 - Os riscos tomados, com menção específica de cada um.

6 - Se o empréstimo tem lugar por uma ou mais viagens, qual a viagem, e por que termo.

7 - A época do pagamento por embolso, e o lugar onde deva efetuar- se.

8 - Qualquer outra cláusula em que as partes convenham, contanto que não seja oposta ànatureza deste contrato, ou proibida por lei.

O instrumento em que faltar alguma das declarações enunciadas será considerado comosimples crédito de dinheiro de empréstimo ao prêmio da lei, sem hipoteca nos efeitossobre que tiver sido dada, nem privilégio algum.

Art. 635 - A escritura ou letra de risco exarada à ordem tem força de letra de câmbiocontra o tomador e garantes, e é transferível e exeqüível por via de endosso, com osmesmos direitos e pelas mesmas ações que as letras de câmbio.

O cessionário toma o lugar de endossador, tanto a respeito do capital como do prêmio edos riscos, mas a garantia da solvabilidade do tomador é restrita ao capital; salvo condiçãoem contrário quanto ao prêmio.

Art. 636 - Não sendo a escritura ou letra de risco passada à ordem, só pode ser transferidapor cessão, com as mesmas formalidades e efeitos das cessões civis, sem outra responsa-bilidade da parte do cedente, que não seja a de garantir a existência da dívida.

Art. 637 - Se no instrumento do contrato se não tiver feito menção específica dos riscoscom reserva de algum, ou deixar de se estipular o tempo, entende-se que o dador dodinheiro tomará sobre si todos aqueles riscos marítimos, e pelo mesmo tempo que geral-mente costumam receber os seguradores.

Art. 638 - Não se declarando na escritura ou letra de risco que o empréstimo é só por ida ou sópor volta, ou por uma e outra, o pagamento, recaindo o empréstimo sobre fazendas, é exeqüívelno lugar do destino destas, declarado nos conhecimentos ou fretamento, e se recair sobre onavio, no fim de 2 (dois) meses depois da chegada ao porto do destino, se não aparelhar de volta.

Art. 639 - O empréstimo a risco pode recair:

1 - sobre o casco, fretes e pertences do navio;

2 - sobre a carga;

3 - sobre a totalidade destes objetos, conjunta ou separadamente, ou sobre uma partedeterminada de cada um deles.

Art. 640 - Recaindo o empréstimo a risco sobre o casco e pertences do navio, abrange nasua responsabilidade o frete da viagem respectiva.

Quando o contrato é celebrado sobre o navio e carga, o privilégio do dador é solidáriosobre uma e outra coisa.

Se o empréstimo for feito sobre a carga ou sobre um objeto determinado do navio ou dacarga, os seus efeitos não se estendem além desse objeto ou da carga.

Art. 641 - Para o contrato surtir o seu efeito legal, é necessário que exista dentro do naviono momento do sinistro a importância da soma dada de empréstimo a risco, em fazendasou no seu equivalente.

Art. 642 - Quando o objeto sobre que se toma dinheiro a risco não chega a pôr-seefetivamente em risco por não se efetuar a viagem, rescinde se o contrato; e o dadorneste caso tem direito para haver o capital com os juros da lei desde o dia da entrega dodinheiro ao tomador, sem outro algum prêmio, e goza do privilégio de preferência quantoao capital somente.

Art. 643 - O tomador que não carregar efeitos no valor total da soma tomada a risco éobrigado a restituir o remanescente ao dador antes da partida do navio, ou todo se nenhum

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Código Comercial – Lei nº 556/1850Arts. 643 a 653

empregar; e se não restituir, dá-se ação pessoal contra o tomador pela parte descoberta,ainda que a parte coberta ou empregada venha a perder-se (artigo nº. 655). O mesmoterá lugar quando o dinheiro a risco for tomado para habilitar o navio, se o tomador nãochegar a fazer uso dele ou da coisa estimável, em todo ou em parte.

Art. 644 - Quando no instrumento de risco sobre fazendas houver a faculdade de - tocarfazer escala - ficam obrigados ao contrato, não só o dinheiro carregado em espécie paraser empregado na viagem, e as fazendas carregadas no lugar da partida, mas também asque forem carregadas em retorno por conta do tomador, sendo o contrato feito de ida evolta; e o tomador neste caso tem faculdade de trocá-las ou vendê-las e comprovar outrasem todos os portos de escala.

Art. 645 - Se ao tempo do sinistro parte dos efeitos objeto de risco já se achar em terra,a perda do dador será reduzida ao que tiver ficado dentro do navio; e se os efeitos salvosforem transportados em outro navio para o porto do destino originário (artigo nº. 614),neste continuam os riscos do dador.

Art. 646 - O dador a risco sobre efeitos carregados em navio nominativamente designadono contrato não responde pela perda desses efeitos, ainda mesmo que seja acontecida porperigo de mar, se forem transferidos ou baldeados para outro navio, salvo provando-selegalmente que a baldeação tivera lugar por força maior.

Art. 647 - Em caso de sinistro, salvando-se alguns efeitos da carga objeto de risco, aobrigação do pagamento de dinheiro a risco fica reduzida ao valor dos mesmos objetosestimado pela forma determinada nos artigo nºs 694 e segs. O dador neste caso temdireito para ser pago do principal e prêmio por esse mesmo valor até onde alcançar,deduzidas as despesas de salvados, e as soldadas vencidas nessa viagem.

Sendo o dinheiro dado sobre o navio, o privilégio do dador compreende não só os fragmen-tos náufragos do mesmo navio, mas também o frete adquirido pelas fazendas salvas,deduzidas as despesas de salvados, e as soldadas vencidas na viagem respectiva, nãohavendo dinheiro a risco ou seguro especial sobre esse frete.

Art. 648 - Havendo sobre o mesmo navio ou sobre a mesma carga um contrato de riscoe outro de seguro (artigo nº. 650), o produto dos efeitos salvos será dividido entre osegurador e o dador a risco pelo seu capital somente na proporção de seus respectivosinteresses.

Art. 649 - Não precedendo ajuste em contrário, o dador conserva seus direitos íntegroscontra o tomador, ainda mesmo que a perda ou dano da coisa objeto do risco provenha dealguma das causas enumeradas no artigo nº 711.

Art. 650 - Quando alguns, mas não todos os riscos, ou uma parte somente do navio ou dacarga se acham seguros, pode contrair-se empréstimo a risco pelos riscos ou parte nãosegura até à concorrência do seu valor por inteiro (artigo nº. 682).

Art. 651 - As letras mercantis provenientes de dinheiro recebido pelos capitães paradespesas indispensáveis do navio ou da carga nos termos dos artigo nºs. 515 e 516, e osprêmios do seguro correspondente, quando a sua importância houver sido realmente se-gurada, têm o privilégio de letras de empréstimo a risco, se contiverem declaração expres-sa de que o importe foi destinado para as referidas despesas; e são exeqüíveis, ainda mesmoque tais objetos se percam por qualquer evento posterior, provando o dador que o dinheirofoi efetivamente empregado em beneficio do navio ou da carga (artigo nºs 515 e 517).

Art. 652 - O empréstimo de dinheiro a risco sobre o navio tomado pelo capitão no lugar dodomicílio do dono, sem autorização escrita deste, produz ação e privilégio somente naparte que o capitão possa ter no navio e frete; e não obriga o dono, ainda mesmo que sepretenda provar que o dinheiro foi aplicado em beneficio da embarcação.

Art. 653 - O empréstimo a risco sobre fazendas, contraído antes da viagem começada,deve ser mencionado nos conhecimentos e no manifesto da carga, com designação dapessoa à quem o capitão deve participar a chegada feliz no lugar do destino. Omitida

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Código Comercial – Lei nº 556/1850 Arts. 653 a 664

aquela declaração, o consignatário, tendo aceitado letras de câmbio, ou feito adiantamen-to na fé dos conhecimentos, preferirá ao portador da letra de risco. Na falta de designaçãoa quem deva participar a chegada, o capitão pode descarregar as fazendas, sem respon-sabilidade alguma pessoal para com o portador da letra de risco.

Art. 654 - Se entre o dador a risco e o capitão se der algum conluio por cujo meio osarmadores ou carregadores sofram prejuízo, será este indenizado solidariamente pelo dadore pelo capitão, contra os quais poderá intentar-se a ação criminal que competente seja.

Art. 655 - Incorre no crime de estelionato o tomador que receber dinheiro a risco porvalor maior que o do objeto do risco, ou quando este não tenha sido efetivamente embar-cado (artigo nº. 643); e no mesmo crime incorre também o dador que, não podendoignorar esta circunstância, a não declarar à pessoa a quem endossar a letra de risco. Noprimeiro caso o tomador, e no segundo o dador respondem solidariamente pela importân-cia da letra, ainda quando tenha perecido o objeto do risco.

Art. 656 - É nulo o contrato de câmbio marítimo:

1 - Sendo o empréstimo feito a gente da tripulação.

2 - Tendo o empréstimo somente por objeto o frete a vencer, ou o lucro esperado dealguma negociação, ou um e outro simultânea e exclusivamente.

3 - Quando o dador não corre algum risco dos objetos sobre os quais se deu o dinheiro.

4 - Quando recai sobre objetos, cujos riscos já têm sido tomados por outrem do seu inteirovalor (artigo nº. 650).

5 - Faltando o registro, ou as formalidades exigidas no artigo nº. 516 para o caso de queaí se trata.

Em todos os referidos casos, ainda que o contrato não surta os seus efeitos legais, otomador responde pessoalmente pelo principal mutuado e juros legais, posto que a coisaobjeto do contrato tenha perecido no tempo e no lugar dos riscos.

Art. 657 - O privilégio do dador a risco sobre o navio compreende proporcionalmente, nãosó os fragmentos náufragos do mesmo navio, mas também o frete adquirido pelas fazen-das salvas, deduzidas as despesas de salvados e as soldadas devidas por essa viagem, nãohavendo seguro ou risco especial sobre o mesmo frete.

Art. 658 - Se o contrato a risco compreender navio e carga, as fazendas conservadas sãohipoteca do dador, ainda que o navio pereça; o mesmo é, vice-versa, quando o navio sesalva e as fazendas se perdem.

Art. 659 - É livre aos contraentes estipular o prêmio na quantidade, e o modo de pagamentoque bem lhes pareça; mas uma vez concordado, a superveniência de risco não dá direito aexigência de aumento ou diminuição de prêmio; salvo se outra coisa for acordada no contrato.

Art. 660 - Não estando fixada a época do pagamento, será este reputado vencido apenastiverem cessado os riscos. Desse dia em diante correm para o dador os juros da lei sobreo capital e prêmio no caso de mora; a qual só pode provar-se pelo protesto.

Art. 661 - O portador, na falta de pagamento no termo devido, é obrigado a protestar e apraticar todos os deveres dos portadores de letras de câmbio para vencimento dos juros,e conservação do direito regressivo sobre os garantes do instrumento de risco.

Art. 662 - O dador de dinheiro a risco adquire hipoteca no objeto sobre que recai oempréstimo, mas fica sujeito a perder todo o direito à soma mutuada, perecendo o objetohipotecado no tempo e lugar, e pelos riscos convencionados; e só tem direito ao embolsodo principal e prêmio por inteiro no caso de chegada a salvamento.

Art. 663 - Incumbe ao tomador provar a perda, e justificar que os feitos, objeto doempréstimo, existiam na embarcação na ocasião do sinistro.

Art. 664 - Acontecendo presa ou desastre de mar ao navio ou fazendas sobre que recaiuo empréstimo a risco, o tomador tem obrigação de noticiar o acontecimento ao dador,

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Código Comercial – Lei nº 556/1850Arts. 664 a 668

apenas tal nova chegar ao seu conhecimento. Achando-se o tomador a esse tempo nonavio, ou próximo aos objetos sobre que recaiu o empréstimo, é obrigado a empregar nasua reclamação e salvação as diligências próprias de um administrador exato; pena deresponder por perdas e danos que da sua falta resultarem.

Art. 665 - Quando sobre contrato de dinheiro a risco ocorra caso que se não ache preve-nido neste Título, procurar-se-á a sua decisão por analogia, quanto seja compatível, noTítulo - Dos seguros marítimos - e vice-versa.

TÍTULO VIIIDOS SEGUROS MARÍTIMOS

CAPÍTULO IDA NATUREZA E FORMA DO CONTRATO DE SEGURO MARÍTIMO

Art. 666 - O contrato de seguro marítimo, pelo qual o segurador, tomando sobre si afortuna e riscos do mar, se obriga a indenizar ao segurado da perda ou dano que possasobrevir ao objeto do seguro, mediante um prêmio ou soma determinada, equivalente aorisco tomado, só pode provar-se por escrito, a cujo instrumento se chama apólice; contudojulga-se subsistente para obrigar reciprocamente ao segurador e ao segurado desde omomento em que as partes se convierem, assinando ambas a minuta, a qual deve contertodas as declarações, cláusulas e condições da apólice.

Art. 667 - A apólice de seguro deve ser assinada pelos seguradores, e conter:

1 - O nome e domicílio do segurador e o do segurado; declarando este se segura por suaconta ou por conta de terceiro, cujo nome pode omitir-se; omitindo-se o nome do segura-do, o terceiro que faz o seguro em seu nome fica pessoal e solidariamente responsável.

A apólice em nenhum caso pode ser concedida ao portador.

2 - o nome, classe e bandeira do navio, e o nome do capitão; salvo não tendo o seguradocerteza do navio (artigo nº. 670).

3 - A natureza e qualidade do objeto seguro e o seu valor fixo ou estimado.

4 - O lugar onde as mercadorias foram, deviam ou devam ser carregadas.

5 - Os portos ou ancoradouros, onde o navio deve carregar ou descarregar, e aqueles ondedeva tocar por escala.

6 - O porto donde o navio partiu, devia ou deve partir; e a época da partida, quando estahouver sido positivamente ajustada.

7 - Menção especial de todos os riscos que o segurador toma sobre si.

8 - O tempo e o lugar em que os riscos devem começar e acabar.

9 - O prêmio do seguro, e o lugar, época e forma do pagamento.

10 - O tempo, lugar e forma do pagamento no caso de sinistro.

11 - Declaração de que as partes se sujeitam à decisão arbitral, quando haja contestação,se elas assim o acordarem.

12 - A data do dia em que se concluiu o contrato, com declaração, se antes, se depois domeio-dia.

13 - É geralmente todas as outras condições em que as partes convenham.

Uma apólice pode conter dois ou mais seguros diferentes.

Art. 668 - Sendo diversos os seguradores, cada um deve declarar a quantia por que seobriga, e esta declaração será datada e assinada. Na falta de declaração, a assinaturaimporta em responsabilidade solidária por todo o valor segurado.

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Código Comercial – Lei nº 556/1850 Arts. 668 a 677

Se um dos seguradores se obrigar por certa e determinada quantia, os seguradores quedepois dele assinarem sem declaração da quantia por que se obrigam, ficarão responsá-veis cada um por outra igual soma.

Art. 669 - O seguro pode recair sobre a totalidade de um objeto ou sobre parte delesomente; e pode ser feito antes da viagem começada ou durante o curso dela, de ida evolta, ou só por ida ou só por volta, por viagem inteira ou por tempo limitado dela, e contraos riscos de viagem e transporte por mar somente, ou compreender também os riscos detransportes por canais e rios.

Art. 670 - Ignorando o segurado a espécie de fazendas que hão de ser carregadas, ou nãotendo certeza do navio em que o devam ser, pode efetuar validamente o seguro debaixodo nome genérico - fazendas - no primeiro caso, e - sobre um ou mais navios - no segun-do; sem que o segurado seja obrigado a designar o nome do navio, uma vez que na apólicedeclare que o ignora, mencionando a data e assinatura da última carta de aviso ou ordensque tenha recebido.

Art. 671 - Efetuando-se o seguro debaixo do nome genérico de - fazendas - o segurado éobrigado a provar, no caso de sinistro, que efetivamente se embarcaram as fazendas novalor declarado na apólice; e se o seguro se tiver feito - sobre um ou mais navios -incumbe-lhe provar que as fazendas seguras foram efetivamente embarcadas no navioque sofreu o sinistro (artigo nº. 716).

Art. 672 - A designação geral - fazendas - não compreende moeda de qualidade alguma,nem jóias, ouro ou prata, pérolas ou pedras preciosas, nem munições de guerra; emseguros desta natureza é necessário que se declare a espécie do objeto sobre que recai oseguro.

Art. 673 - Suscitando-se dúvida sobre a inteligência de alguma ou algumas das condiçõese cláusulas da apólice, a sua decisão será determinada pelas regras seguintes:

1 - as cláusulas escritas terão mais força do que as impressa;

2 - as que forem claras, e expuserem a natureza, objeto ou fim do seguro, servirão deregra para esclarecer as obscuras, e para fixar a intenção das partes na celebração docontrato;

3 - o costume geral, observado em casos idênticos na praça onde se celebrou o contrato,prevalecerá a qualquer significação diversa que as palavras possam ter em uso vulgar;

4 - em caso de ambigüidade que exija interpretação, será esta feita segundo as regrasestabelecidas no artigo nº. 131.

Art. 674 - A cláusula de fazer escala compreende a faculdade de carregar e descarregarfazendas no lugar da escala, ainda que esta condição não seja expressa na apólice (artigonº. 667, nº 5).

Art. 675 - A apólice de seguro é transferível e exeqüível por via de endosso, substituindoo endossado ao segurado em todas as suas obrigações, direitos e ações (artigo nº. 363).

Art. 676 - Mudando os efeitos segurados de proprietário durante o tempo do contrato, oseguro passa para o novo dono, independentemente de transferência da apólice; salvocondição em contrário.

Art. 677 - O contrato do seguro é nulo:

1 - Sendo feito por pessoa que não tenha interesse no objeto segurado.

2 - Recaindo sobre algum dos objetos proibidos no artigo nº. 686.

3 - Sempre que se provar fraude ou falsidade por alguma das partes.

4 - Quando o objeto do seguro não chega a por-se efetivamente em risco.

5 - Provando-se que o navio saiu antes da época designada na apólice, ou que se demoroualém dela, sem ter sido obrigado por força maior.

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Código Comercial – Lei nº 556/1850Arts. 677 a 684

6 - Recaindo o seguro sobre objetos já segurados no seu inteiro valor, e pelos mesmosriscos. Se, porém, o primeiro seguro não abranger o valor da coisa por inteiro, ou houversido efetuado com exceção de algum ou alguns riscos, o seguro prevalecerá na parte, epelos riscos executados.

7 - O seguro de lucro esperado, que não fixar soma determinada sobre o valor do objetodo seguro.

8 - Sendo o seguro de mercadorias que se conduzirem em cima do convés, não se tendofeito na apólice declaração expressa desta circunstância.

9 - Sobre objetos que na data do contrato se achavam já perdidos ou salvos, havendopresunção fundada de que o segurado ou segurador podia ter notícia do evento ao tempoem que se efetuou o seguro. Existe esta presunção, provando-se por alguma forma que anotícia tinha chegado ao lugar em que se fez o seguro, ou àquele donde se expediu aordem para ele se efetuar ao tempo da data da apólice ou da expedição dá mesma ordem,e que o segurado ou o segurador a sabia. Se, porem, a apólice contiver a cláusula - perdidoou não perdido - ou sobre boa ou má nova - cessa a presunção; salvo provando-se fraude.

Art. 678 - O seguro pode também anular-se:

1 - quando o segurado oculta a verdade ou diz o que não verdade;

2 - quando faz declaração errônea, calando, falsificando ou alterando fatos ou circunstân-cias, ou produzindo fatos ou circunstâncias não existentes, de tal natureza e importânciaque, a não se terem ocultado, falsificado ou produzido, os seguradores, ou não houveramadmitido o seguro, ou o teriam efetuado debaixo de prêmio maior e mais restritas condi-ções.

Art. 679 - No caso de fraude da parte do segurado, além da nulidade do seguro, será estecondenado a pagar ao segurador o prêmio estipulado em dobro. Quando a fraude estiverda parte do segurador, será este condenado a retornar o prêmio recebido, e a pagar aosegurado outra igual quantia.

Em um e outro caso pode-se intentar ação criminal contra o fraudulento.

Art. 680 - A desviação voluntária da derrota da viagem, e a alteração na ordem dasescalas, que não for obrigada por urgente necessidade ou força maior, anulará o seguropelo resto da viagem (artigo nº. 509).

Art. 681 - Se o navio tiver vários pontos de escala designados na apólice, é lícito aosegurado alterar a ordem das escalas; mas em tal caso só poderá escalar em um únicoporto dos especificados na mesma apólice.

Art. 682 - Quando o seguro versar sobre dinheiro dado a risco, deve declarar-se naapólice, não só o nome do navio, do capitão, e do tomador do dinheiro, como outros-sim fazer-se menção dos riscos que este quer segurar e o dador excetuara, ou qual ovalor descoberto sobre que é permitido o seguro (artigo nº. 650). Além desta decla-ração é necessário mencionar também na apólice a causa da dívida para que serviu odinheiro.

Art. 683 - Tendo-se efetuado sem fraude diversos seguros sobre o mesmo objeto, preva-lecerá o mais antigo na data da apólice. Os seguradores cujas apólices forem posterioressão obrigados a restituir o prêmio recebido, retendo por indenização 0,5% (meio porcento) do valor segurado.

Art. 684 - Em todos os casos em que o seguro se anular por fato que não resulte direta-mente de força maior, o segurador adquire o prêmio por inteiro, se o objeto do seguro setiver posto em risco; e se não se tiver posto em risco, retém 0,5% (meio por cento) dovalor segurado.

Anulando-se, porém, algum seguro por viagem redonda com prêmio ligado, o seguradoradquire metade (tão-somente) do prêmio ajustado.

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Código Comercial – Lei nº 556/1850 Arts. 685 a 693

CAPÍTULO IIDAS COISAS QUE PODEM SER OBJETO DE SEGURO MARÍTIMO

Art. 685 - Toda e qualquer coisa, todo e qualquer interesse apreciável a dinheiro, quetenha sido posto ou deva pôr-se a risco de mar, pode ser objeto de seguro marítimo, nãohavendo proibição em contrário.

Art. 686 - É proibido o seguro:

1 - sobre coisas, cujo comércio não seja lícito pelas leis do Império, e sobre os naviosnacionais ou estrangeiros que nesse comércio se empregarem;

2 - sobre a vida de alguma pessoa livre;

3 - sobre soldadas a vencer de qualquer indivíduo da tripulação.

Art. 687 - O segurador pode ressegurar por outros seguradores os mesmos objetos queele tiver segurado, com as mesmas ou diferentes condições, e por igual, maior ou menorprêmio.

O segurado pode tornar a segurar, quando o segurador ficar insolvente, antes da notícia daterminação do risco, pedindo em juízo anulação da primeira apólice; e se a esse tempoexistir risco pelo qual seja devida alguma indenização ao segurado, entrará este pela suaimportância na massa do segurador falido.

Art. 688 - Não se declarando na apólice de seguro de dinheiro a risco, se o segurocompreende o capital e o prêmio, entende-se que compreende só o capital, o qual, no casode sinistro, será indenizado pela forma determinada no artigo nº. 647.

Art. 689 - Pode segurar-se o navio, seu frete e fazendas na mesma apólice, mas nestecaso há de determinar-se o valor de cada objeto distintamente; faltando esta especificação,o seguro ficará reduzido ao objeto definido na apólice somente.

Art. 690 - Declarando-se genericamente na apólice, que se segura o navio sem outraalguma especificação, entende-se que o seguro compreende o casco e todos os pertencesda embarcação, aprestos, aparelhos, mastreação e velame, lanchas, escaleres, botes,utensílios e vitualhas ou provisões; mas em nenhum caso os fretes nem o carregamento,ainda que este seja por conta do capitão, dono, ou armador do navio.

Art. 691 - As apólices de seguro por ida e volta cobrem os riscos seguros que sobrevieremdurante as estadias intermedias, ainda que esta cláusula seja omissa na apólice.

CAPÍTULO IIIDA AVALIAÇÃO DOS OBJETOS SEGUROS

Art. 692 - O valor do objeto do seguro deve ser declarado na apólice em quantia certa,sempre que o segurado tiver dele conhecimento exato.

No seguro de navio, esta declaração é essencialmente necessária, e faltando ela o segurojulga-se improcedente. Nos seguros sobre fazendas, não tendo o segurado conhecimentoexato do seu verdadeiro importe, basta que o valor se declare por estimativa.

Art. 693 - O valor declarado na apólice, quer tenha a cláusula - valha mais ou valhamenos-, quer a não tenha, será considerado em juízo como ajustado e admitido entre aspartes para todos os efeitos do seguro. Contudo, se o segurador alegar que a coisa seguravalia ao tempo do contrato um quarto menos, ou daí para cima, do preço em que osegurado a estimou, será admitido a reclamar a avaliação; incumbindo-lhe justificar areclamação pelos meios de prova admissíveis em comércio. Para este fim, e em ajuda deoutras provas, poderá o segurador obrigar o segurado à exibição dos documentos ou dasrazões em que se fundara para o cálculo da avaliação que dera na apólice; e se presumiráter havido dolo da parte do segurado se ele se negar a esta exibição.

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Código Comercial – Lei nº 556/1850Arts. 694 a 705

Art. 694 - Não se tendo declarado na apólice o valor certo do seguro sobre fazenda, seráeste determinado pelo preço da compra das mesmas fazendas, aumentado com as despe-sas que estas tiverem feito até o embarque, e mais o prêmio do seguro e a comissão de seefetuar, quando esta se tiver pago; por forma que, no caso de perda total, o segurado sejaembolsado de todo o valor posto a risco. Na apólice de seguro sobre fretes sem valor fixo,será este determinado pela carta de fretamento, ou pelos conhecimentos, e pelo manifes-to, ou livro da carga, cumulativamente em ambos os casos.

Art. 695 - O valor do seguro sobre dinheiro a risco prova-se pelo contrato original, e o doseguro sobre despesas feitas com o navio ou carga durante a viagem (artigo nºs 515 e651) com as respectivas contas competentemente legalizadas.

Art. 696 - O valor de mercadorias provenientes de fábricas, lavras ou fazendas do segu-rado, que não for determinado na apólice, será avaliado pelo preço que outras tais merca-dorias poderiam obter no lugar do desembarque, sendo aí vendidas, aumentado na formado artigo nº. 694.

Art. 697 - As fazendas adquiridas por troca estimam-se pelo preço que poderiam obter nomercado do lugar da descarga aquelas que por elas se trocaram, aumentado na forma doartigo nº. 694.

Art. 698 - A avaliação em seguros feitos sobre moeda estrangeira faz se, reduzindo-seesta ao valor da moeda corrente no Império pelo curso que o câmbio tinha na data daapólice.

Art. 699 - O segurador em nenhum caso pode obrigar o segurado a vender os objetos doseguro para determinar o seu valor.

Art. 700 - Sempre que se provar que o segurado procedeu com fraude na declaração dovalor declarado na apólice, ou na que posteriormente se fizer no caso de se não ter feito noato do contrato (artigo nºs 692 e 694), o juiz, reduzindo a estimação do objeto segurado aoseu verdadeiro valor, condenará o segurado a pagar ao segurador o dobro do prêmioestipulado.

Art. 701 - A cláusula inserta na apólice - valha mais ou valha menos - não releva o seguradoda condenação por fraude; nem pode ser valiosa sempre que se provar que o objeto segurovalia menos de um quarto que o preço fixado na apólice (artigo nºs 692 e 693).

CAPÍTULO IVDO COMEÇO E FIM DOS RISCOS

Art. 702 - Não constando da apólice do seguro o tempo em que os riscos devem começare acabar, os riscos de seguro sobre navio principiam a correr por conta do segurador desdeo momento em que a embarcação suspende a sua primeira âncora para velejar, e termi-nam depois que tem dado fundo e amarrado dentro do porto do seu destino, no lugar queaí for designado para descarregar, se levar carga, ou no lugar em que der fundo e amarrar,indo em lastro.

Art. 703 - Segurando-se o navio por ida e volta, ou por mais de uma viagem, os riscoscorrem sem interrupção por conta do segurador, desde o começo da primeira viagem atéo fim da última (artigo nº. 691).

Art. 704 - No seguro de navios por estadia em algum porto, os riscos começam a correrdesde que o navio dá fundo e se amarra no mesmo porto, e findam desde o momento emque suspende a sua primeira âncora para seguir viagem.

Art. 705 - Sendo o seguro sobre mercadorias, os riscos têm princípio desde o momentoem que elas se começam a embarcar nos cais ou à borda d’água do lugar da carga, e sóterminam depois que são postas a salvo no lugar da descarga; ainda mesmo no caso docapitão ser obrigado a descarregá-las em algum porto de escala, ou de arribada forçada.

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Código Comercial – Lei nº 556/1850 Arts. 706 a 711

Art. 706 - Fazendo-se seguro sobre fazendas a transportar alternadamente por mar eterra, rios ou canais, em navios, barcos, carros ou animais, os riscos começam logo que osefeitos são entregues no lugar onde devem ser carregados, e só expiram quando sãodescarregados a salvamento no lugar do destino.

Art. 707 - Os riscos de seguro sobre frete têm o seu começo desde o momento e à medidaque são recebidas a bordo as fazendas que pagam frete; e acabam logo que saem parafora do portaló do navio, e à proporção que vão saindo; salvo se por ajuste ou por uso doporto o navio for obrigado a receber a carga à beira d’água, e pô-la em terra por sua conta.

O risco do frete, neste caso, acompanha o risco das mercadorias.

Art. 708 - A fortuna das somas mutuadas a risco principia e acaba para os seguradores namesma época, e pela mesma forma que corre para o dador do dinheiro a risco; no caso,porém, de se não ter feito no instrumento do contrato a risco menção específica dos riscostomados, ou se não houver estipulado o tempo, entende-se que os seguradores tomaramsobre si todos os riscos, e pelo mesmo tempo que geralmente costumam receber osdadores de dinheiro a risco.

Art. 709 - No seguro de lucro esperado, os riscos acompanham a sorte das fazendasrespectivas.

CAPÍTULO VDAS OBRIGAÇÕES RECÍPROCAS DO SEGURADOR E DO SEGURADO

Art. 710 - São a cargo do segurador todas as perdas e danos que sobrevierem ao objetoseguro por alguns dos riscos especificados na apólice.

Art. 711 - O segurador não responde por danos ou avaria que aconteça por fato dosegurado, ou por alguma das causas seguintes:

1 - desviação voluntária da derrota ordinária e usual da viagem;

2 - alterarão voluntária na ordem das escalas designadas na apólice; salvo a exceçãoestabelecida no artigo nº. 680;

3 - prolongação voluntária da viagem, além do último porto atermado na apólice. Encurtando--se a viagem, o seguro surte pleno efeito, se o porto onde ela findar for de escala declaradana apólice; sem que o segurado tenha direito para exigir redução do prêmio estipulado;

4 - separação espontânea de comboio, ou de outro navio armado, tendo-se estipulado naapólice de ir em conserva dele;

5 - diminuição e derramamento do líquido (artigo nº. 624);

6 - falta de estiva, ou defeituosa arrumação da carga;

7 - diminuição natural de gêneros, que por sua qualidade são suscetíveis de dissolução,diminuição ou quebra em peso ou medida entre o seu embarque e o desembarque; salvotendo estado encalhado o navio, ou tendo sido descarregadas essas fazendas por ocasiãode força maior; devendo-se, em tais casos, fazer dedução da diminuição ordinária quecostuma haver em gêneros de semelhante natureza (artigo nº. 617);

8 - quando a mesma diminuição natural acontecer em cereais, açúcar, café, farinhas,tabaco, arroz, queijos, frutas secas ou verdes, livros ou papel e outros gêneros de seme-lhante natureza, se a avaria não exceder a 10% (dez por cento) do valor seguro; salvo sea embarcação tiver estado encalhada, ou as mesmas fazendas tiverem sido descarregadaspor motivo de força maior, ou o contrário se houver estipulado na apólice;

9 - danificações de amarras, mastreação, velame ou outro qualquer pertence do navio,procedida do uso ordinário do seu destino;

10 - vício intrínseco, má qualidade, ou mau acondicionamento do objeto seguro;

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Código Comercial – Lei nº 556/1850Arts. 711 a 722

11 - avaria simples ou particular, que, incluída a despesa de documentos justificativos, nãoexceda de 3% (três por cento) do valor segurado;

12 - rebeldia do capitão ou da equipagem; salvo havendo estipulação em contrário decla-rada na apólice. Esta estipulação é nula sendo o seguro feito pelo capitão, por conta deleou alheia, ou por terceiro por conta do capitão.

Art. 712 - Todo e qualquer ato por sua natureza criminoso praticado pelo capitão noexercício de seu emprego, ou pela tripulação, ou por um e outra conjuntamente, do qualaconteça dano grave ao navio ou à carga, em oposição à presumida vontade legal do donodo navio, é rebeldia.

Art. 713 - O segurador que toma o risco de rebeldia responde pela perda ou dano proce-dente do ato de rebeldia do capitão ou da equipagem, ou seja por conseqüência imediata,ou ainda casualmente, uma vez que a perda ou dano tenha acontecido dentro do tempodos riscos tomados, e na viagem e portos da apólice.

Art. 714 - A cláusula - livre de avaria- desobriga os seguradores das avarias simples ouparticulares; a cláusula - livre de todas as avarias - desonera-os também das grossas.Nenhuma destas cláusulas, porém, os isenta nos casos em que tiver lugar o abandono.

Art. 715 - Nos seguros feitos com a cláusula - livre de hostilidade - o segurador é livre, se osefeitos segurados perecem ou se deterioram por efeito de hostilidade. O seguro, neste caso,cessa desde que foi retardada a viagem, ou mudada a derrota por causa das hostilidades.

Art. 716 - Contendo o seguro sobre fazendas a cláusula - carregadas em um ou maisnavios -, o seguro surte todos os efeitos, provando-se que as fazendas seguras foramcarregadas por inteiro em um só navio, ou por partes em diversas embarcações.

Art. 717 - Sendo necessário baldear-se a carga, depois de começada a viagem, para embar-cação diferente da que tiver sido designada na apólice, por inavegabilidade ou força maior, osriscos continuam a correr por conta do segurador até o navio substituído chegar ao porto dodestino, ainda mesmo que tal navio seja de diversa bandeira, não sendo esta inimiga.

Art. 718 - Ainda que o segurador não responda pelos danos que resultam ao navio porfalta de exata observância das leis e regulamentos das Alfândegas e polícia dos portos(artigo nº. 530), esta falta não o desonera de responder pelos que daí sobrevierem à carga.

Art. 719 - O segurado deve sem demora participar ao segurador, e, havendo mais de um,somente ao primeiro na ordem da subscrição, todas as notícias que receber de qualquersinistro acontecido ao navio ou à carga. A omissão culposa do segurado a este respeito,pode ser qualificada de presunção de má-fé.

Art. 720 - Se passado 1 (um) ano a datar da saída do navio nas viagens para qualquerporto da América, ou 2 (dois) anos para outro qualquer porto do mundo, e, tendo expiradoo tempo limitado na apólice, não houver notícia alguma do navio, presume-se este perdi-do, e o segurado pode fazer abandono ao segurador, e exigir o pagamento da apólice; oqual, todavia, será obrigado a restituir, se o navio se não houver perdido e se vier a provarque o sinistro aconteceu depois de ter expirado o termo dos riscos.

Art. 721 - Nos casos de naufrágio ou varação, presa ou arresto de inimigo, o segurado éobrigado a empregar toda a diligência possível para salvar ou reclamar os objetos seguros, semque para tais atos se faça necessária a procuração do segurador, do qual pode o segurado exigiro adiantamento do dinheiro preciso para a reclamação intentada ou que se possa intentar, semque o mau sucesso desta prejudique ao embolso do segurado pelas despesas ocorridas.

Art. 722 - Quando o segurado não pode fazer por si as devidas reclamações, por deveremter lugar fora do Império, ou do seu domicílio, deve nomear para esse fim competentemandatário, avisando desta nomeação ao segurador (artigo nº. 719). Feita a nomeação eo aviso, cessa toda a sua responsabilidade, nem responde pelos atos do seu mandatário;ficando unicamente obrigado a fazer cessão ao segurador das ações que competirem,sempre que este o exigir.

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Código Comercial – Lei nº 556/1850 Arts. 723 a 742

Art. 723 - O segurado, no caso de presa ou aresto de inimigo, só está obrigado a seguiros termos da reclamação até a promulgação da sentença da primeira instância.

Art. 724 - Nos casos dos três artigos precedentes, o segurado é obrigado a obrar deacordo com os seguradores. Não havendo tempo para os consultar, obrará como melhorentender, correndo as despesas por conta dos mesmos seguradores. Em caso de abando-no admitido pelos seguradores, ou destes tomarem sobre si as diligências dos salvados oudas reclamações, cessam todas as sobreditas obrigações do capitão e do segurado.

Art. 725 - O julgamento de um tribunal estrangeiro, ainda que baseado pareça em funda-mentos manifestamente injustos, ou fatos notoriamente falsos ou desfigurados, não desonerao segurador, mostrando o segurado que empregou os meios ao seu alcance, e produziu asprovas que lhe era possível prestar para prevenir a injustiça do julgamento.

Art. 726 - Os objetos segurados que forem restituídos gratuitamente pelos apressadoresvoltam ao domínio de seus donos, ainda que a restituição tenha sido feita a favor docapitão ou de qualquer outra pessoa.

Art. 727 - Todo o ajuste que se fizer com os apressadores no alto-mar para resgatar acoisa segura é nulo; salvo havendo para isso autorização por escrito na apólice.

Art. 728 - Pagando o segurador um dano acontecido à coisa segura, ficará subrogado emtodos os direitos e ações que ao segurado competirem contra terceiro; e o segurado nãopode praticar ato algum em prejuízo do direito adquirido dos seguradores.

Art. 729 - O prêmio do seguro é devido por inteiro, sempre que o segurado receber aindenização do sinistro.

Art. 730 - O segurador é obrigado a pagar ao segurado as indenizações a que tiver direito,dentro de 15 (quinze) dias da apresentação da conta, instruída com os documentos res-pectivos; salvo se o prazo do pagamento tiver sido estipulado na apólice.

TÍTULO IXDO NAUFRÁGIO E SALVADOS

Arts. 731 a 739 - (Revogados pela Lei nº 7.542, de 26.9.1986)

TÍTULO XDAS ARRIBADAS FORÇADAS

Art. 740 - Quando um navio entra por necessidade em algum porto ou lugar distinto dosdeterminados na viagem a que se propusera, diz-se que fez arribada forçada (artigo nº. 510).

Art. 741 - São causas justas para arribada forçada:

1 - falta de víveres ou aguada;

2 - qualquer acidente acontecido à equipagem, cargo ou navio, que impossibilite este decontinuar a navegar;

3 - temor fundado de inimigo ou pirata.

Art. 742 - Todavia, não será justificada a arribada:

l - se a falta de víveres ou de aguada proceder de não haver-se feito a provisão necessáriasegundo o costume e uso da navegação, ou de haver-se perdido e estragado por máarrumação ou descuido, ou porque o capitão vendesse alguma parte dos mesmos víveresou aguada;

2 - nascendo a inavegabilidade do navio de mau conserto, de falta de apercebimento ouesquipação, ou de má arrumação da carga;

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Código Comercial – Lei nº 556/1850Arts. 742 a 753

3 - se o temor de inimigo ou pirata não for fundado em fatos positivos que não deixem dúvida.

Art. 743 - Dentro das primeiras 24 (vinte e quatro) horas úteis da entrada no porto dearribada, deve o capitão apresentar-se à autoridade competente para lhe tomar o protestoda arribada, que justificará perante a mesma autoridade (artigo nºs 505 e 512).

Art. 744 - As despesas ocasionadas pelo arribada forçada correm por conta do fretador oudo afretador, ou de ambos, segundo for a causa que as motivou, com direito regressivocontra quem pertencer.

Art. 745 - Sendo a arribada justificada, nem o dono do navio nem o capitão respondempelos prejuízos que puderem resultar à carga; se, porém, não for justificada, um e outroserão responsáveis solidariamente até a concorrência do valor do navio e frete.

Art. 746 - Só pode autorizar-se descarga no porto de arribada, sendo indispensavelmentenecessária para conserto no navio, ou reparo de avaria da carga (artigo nº. 614). O capitão,neste caso, é responsável pela boa guarda e conservação dos efeitos descarregados; salvounicamente os casos de força maior, ou de tal natureza que não possam ser prevenidos.

A descarga será reputada legal em juízo quando tiver sido autorizada pelo juiz de direitodo comércio. Nos países estrangeiros compete aos cônsules do Império dar a autorizaçãonecessária, e onde os não houver será requerida à autoridade local competente.

Art. 747 - A carga avariada será reparada ou vendida, como parecer mais conveniente;mas em todo o caso deve preceder autorização competente.

Art. 748 - O capitão não pode, debaixo de pretexto algum, diferir a partida do porto daarribada desde que cessa o motivo dela; pena de responder por perdas e danos resultan-tes da dilação voluntária (artigo nº. 510).

TÍTULO XIDO DANO CAUSADO POR ABALROAÇÃO

Art. 749 - Sendo um navio abalroado por outro, o dano inteiro causado ao navio abalroadoe à sua carga será pago por aquele que tiver causado a abalroação, se esta tiver aconte-cido por falta de observância do regulamento do porto, imperícia, ou negligência do capi-tão ou da tripulação; fazendo-se a estimação por árbitros.

Art. 750 - Todos os casos de abalroação serão decididos, na menor dilação possível, porperitos, que julgarão qual dos navios foi o causador do dano, conformando-se com asdisposições do regulamento do porto, e os usos e prática do lugar. No caso dos árbitrosdeclararem que não podem julgar com segurança qual navio foi culpado, sofrerá cada umo dano que tiver recebido.

Art. 751 - Se, acontecendo a abalroação no alto-mar, o navio abalroado for obrigado aprocurar porto de arribada para poder consertar, e se perder nessa derrota, a perda donavio presume-se causada pela abalroação.

Art. 752 - Todas as perdas resultantes de abalroação pertencem à classe de avariasparticulares ou simples; excetua-e o único caso em que o navio, para evitar dano maior deuma abalroação iminente, pica as suas amarras, e abalroa a outro para sua própria salva-ção (artigo nº. 764). Os danos que o navio ou a carga, neste caso, sofre, são repartidospelo navio, frete e carga por avaria grossa.

TÍTULO XIIDO ABANDONO

Art. 753 - É lícito ao segurado fazer abandono dos objetos seguros, e pedir ao seguradora indenização de perda total nos seguintes casos:

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Código Comercial – Lei nº 556/1850 Arts. 753 a 761

1 - presa ou arresto por ordem de potência estrangeira, 6 (seis) meses depois de suaintimação, se o arresto durar por mais deste tempo;

2 - naufrágio, varação, ou outro qualquer sinistro de mar compreendido na apólice, de queresulte não poder o navio navegar, ou cujo conserto importe em três quartos ou mais dovalor por que o navio foi segurado;

3 - perda total do objeto seguro, ou deterioração que importe pelo menos três quartos dovalor da coisa segurada (artigo nºs 759 e 777);

4 - falta de notícia do navio sobre que se fez o seguro, ou em que se embarcaram osefeitos seguros (artigo nº. 720).

Art. 754 - O segurado não é obrigado a fazer abandono; mas se o não fizer nos casos emque este Código o permite, não poderá exigir do segurador indenização maior do que teriadireito a pedir se houvera acontecido perda total; exceto nos casos de letra de câmbiopassada pelo capitão (artigo nº. 515), de naufrágio, reclamação de presa, ou arresto deinimigo, e de abalroação.

Art. 755 - O abandono só, é admissível quando as perdas acontecem depois de começada a viagem.

Não pode ser parcial, deve compreender todos os objetos contidos na apólice. Todavia, sena mesma apólice se tiver segurado o navio e a carga, pode ter lugar o abandono de cadaum dos dois objetos separadamente (artigo nº. 689).

Art. 756 - Não é admissível o abandono por título de inavegabilidade, se o navio, sendoconsertado, pode ser posto em estado de continuar a viagem até o lugar do destino;salvo se à vista das avaliações legais, a que se deve proceder, se vier no conhecimentode que as despesas do conserto excederiam pelo menos a três quartos do preço estima-do na apólice.

Art. 757 - No caso de inavegabilidade do navio, se o capitão, carregadores, ou pessoa queos represente não puderem fretar outro para transportar a carga ao seu destino dentro de60 (sessenta) dias depois de julgada a inavegabilidade (artigo nº. 614), o segurado podefazer abandono.

Art. 758 - Quando nos casos de presa constar que o navio foi retomado antes de intimadoo abandono, não é este admissível; salvo se o dano sofrido por causa da presa, e adespesa com o prêmio da retomada, ou salvagem importa em três quartos, pelo menos,do valor segurado, ou se em conseqüência da represa os efeitos seguros tiverem passadoa domínio de terceiro.

Art. 759 - O abandono do navio compreende os fretes das mercadorias que se puderemsalvar, os quais serão considerados como pertencentes aos seguradores; salva a preferên-cia que sobre os mesmos possa competir à equipagem por suas soldadas vencidas naviagem (artigo nº. 564), e a outros quaisquer credores privilegiados (artigo nº. 738).

Art. 760 - Se os fretes se acharem seguros, os que forem devidos pelas mercadoriassalvas, pertencerão aos seguradores dos mesmos fretes, deduzidas as despesas dos sal-vados, e as soldadas devidas à tripulação pela viagem (artigo nº. 559).

TÍTULO XIIIDAS AVARIAS

CAPÍTULO IDA NATUREZA E CLASSIFICAÇÃO DAS AVARIAS

Art. 761 - Todas as despesas extraordinárias feitas a bem do navio ou da carga, conjuntaou separadamente, e todos os danos acontecidos àquele ou a esta, desde o embarque epartida até a sua volta e desembarque, são reputadas avarias.

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Código Comercial – Lei nº 556/1850Arts. 762 a 764

Art. 762 - Não havendo entre as partes convenção especial exarada na carta partida ou noconhecimento, as avarias hão de qualificar-se, e regular-se pelas disposições deste Código.

Art. 763 - As avarias são de duas espécies: avarias grossas ou comuns, e avarias simplesou particulares. A importância das primeiras é repartida proporcionalmente entre o navio,seu frete e a carga; e a das segundas é suportada, ou só pelo navio, ou só pela coisa quesofreu o dano ou deu causa à despesa.

Art. 764 - São avarias grossas:

1 - Tudo o que se dá ao inimigo, corsário ou pirata por composição ou a título de resgatedo navio e fazendas, conjunta ou separadamente

2 - As coisas alijadas para salvação comum.

3 - Os cabos, mastros, velas e outros quaisquer aparelhos deliberadamente cortados, oupartidos por força de vela para salvação do navio e carga.

4 - As âncoras, amarras e quaisquer outras coisas abandonadas para salvamento ou bene-fício comum.

5 - Os danos causados pelo alijamento às fazendas restantes a bordo.

6 - Os danos feitos deliberantemente ao navio para facilitar a evacuação d’água e os danosacontecidos por esta ocasião à carga.

7 - O tratamento, curativo, sustento e indenizações da gente da tripulação ferida ou muti-lada defendendo o navio.

8 - A indenização ou resgate da gente da tripulação mandada ao mar ou à terra em serviçodo navio e da carga, e nessa ocasião aprisionada ou retida.

9 - As soldadas e sustento da tripulação durante arribada forçada.

10 - Os direitos de pilotagem, e outros de entrada e saída num porto de arribada forçada.

11 - Os aluguéis de armazéns em que se depositem, em, porto de arribada forçada, asfazendas que não puderem continuar a bordo durante o conserto do navio.

12 - As despesas da reclamação do navio e carga feitas conjuntamente pelo capitão numasó instância, e o sustento e soldadas da gente da tripulação durante a mesma reclamação,uma vez que o navio e carga sejam relaxados e restituídos.

13 - Os gastos de descarga, e salários para aliviar o navio e entrar numa barra ou porto,quando o navio é obrigado a fazê-lo por borrasca, ou perseguição de inimigo, e os danosacontecidos às fazendas pela descarga e recarga do navio em perigo.

14 - Os danos acontecidos ao corpo e quilha do navio, que premeditadamente se faz vararpara prevenir perda total, ou presa do inimigo.

15 - As despesas feitas para pôr a nado o navio encalhado, e toda a recompensa porserviços extraordinários feitos para prevenir a sua perda total, ou presa.

16 - As perdas ou danos sobrevindos às fazendas carregadas em barcas ou lanchas, emconseqüência de perigo.

17 - As soldadas e sustento da tripulação, se o navio depois da viagem começada éobrigado a suspendê-la por ordem de potência estrangeira, ou por superveniência deguerra; e isto por todo o tempo que o navio e carga forem impedidos.

18 - O prêmio do empréstimo a risco, tomado para fazer face a despesas que devam entrarna regra de avaria grossa.

19 - O prêmio do seguro das despesas de avaria grossa, e as perdas sofridas na venda daparte da carga no porto de arribada forçada para fazer face às mesmas despesas.

20 - As custas judiciais para regular as avarias, e fazer a repartição das avarias grossas.

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Código Comercial – Lei nº 556/1850 Arts. 764 a 772

21 - As despesas de uma quarentena extraordinária.

E, em geral, os danos causados deliberadamente em caso de perigo ou desastre imprevis-to, e sofridos como conseqüência imediata destes eventos, bem como as despesas feitasem iguais circunstâncias, depois de deliberações motivadas (artigo nº. 509), em bem esalvamento comum do navio e mercadorias, desde a sua carga e partida até o seu retornoe descarga.

Art. 765 - Não serão reputadas avarias grossas, posto que feitas voluntariamente e pordeliberações motivadas para o bem do navio e carga, as despesas causadas por víciointerno do navio, ou por falta ou negligência do capitão ou da gente da tripulação. Todasestas despesas são a cargo do capitão ou do navio (artigo nº. 565).

Art. 766 - São avaria simples e particulares:

1 - O dano acontecido às fazendas por borrasca, presa, naufrágio, ou encalhe fortuito,durante a viagem, e as despesas feitas para as salvar.

2 - A perda de cabos, amarras, âncoras, velas e mastros, causada por borrasca ou outroacidente do mar.

3 - As despesas de reclamação, sendo o navio e fazendas reclamadas separadamente.

4 - O conserto particular de vasilhas, e as despesas feitas para conservar os efeitos avariados.

5 - O aumento de frete e despesa de carga e descarga; quando declarado o navio inavegável,as fazendas são levadas ao lugar do destino por um ou mais navios (artigo nº. 614).

Em geral, as despesas feita; e o dano sofrido só pelo navio, ou só pela carga, durante otempo dos riscos.

Art. 767 - Se em razão de baixios ou bancos de areia conhecidos o navio não puder darà vela do lugar da partida com a carga inteira, nem chegar ao lugar do destino semdescarregar parte da carga em barcas, as despesas feitas para aligeirar o navio não sãoreputadas avarias, e correm por conta do navio somente, não havendo na carta-partida ounos conhecimentos estipulação em contrário.

Art. 768 - Não são igualmente reputadas avarias, mas simples despesas a cargo do navio,as despesas de pilotagem da costa e barras, e outras feitas por entrada e saída de obras ourios; nem os direitos de licenças, visitas, tonelagem, marcas, ancoragem, e outros impos-tos de navegação.

Art. 769 - Quando for indispensável lançar-se ao mar alguma parte da carga, deve come-çar-se pelas mercadorias e efeitos que estiverem em cima do convés; depois serão alijadasas mais pesadas e de menos valor, e dada igualdade, as que estiverem na coberta e maisà mão; fazendo-se toda a diligência possível para tomar nota das marcas e números dosvolumes alijados.

Art. 770 - Em seguimento da ata da deliberação que se houver tomado para o alijamento(artigo nº. 509) se fará declaração bem especificada das fazendas lançadas ao mar; e sepelo ato do alijamento algum dano tiver resultado ao navio ou à carga remanescente, sefará também menção deste acidente.

Art. 771 - As danificações que sofrerem as fazendas postas a bordo de barcos para à suacondução ordinária, ou para aligeirar o navio em caso de perigo, serão reguladas pelasdisposições estabelecidas neste capítulo que lhes forem aplicáveis, segundo à diversascausas de que o dano resultar.

CAPÍTULO IIDA LIQUIDAÇÃO, REPARTIÇÃO E CONTRIBUIÇÃO DA AVARIA GROSSA

Art. 772 - Para que o dano sofrido pelo navio ou carga possa considerar-se avaria a cargo dosegurador, é necessário que ele seja examinado por dois arbitradores peritos que declarem:

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Código Comercial – Lei nº 556/1850Arts. 772 a 780

1 - De que procedeu o dano.

2 - A parte da carga que se acha avariada, e por que causa, indicando as suas marcas,número ou volumes.

3 - Tratando-se do navio ou dos seus pertences, quanto valem os objetos avariados, e emquanto poderá importar o seu conserto ou reposição. Todas estas diligências, exames evistorias serão determinadas pelo juiz de direito do respectivo distrito, e praticada comcitação dos interessados, por si ou seus procuradores; podendo o juiz, no caso de ausênciadas partes, nomear de ofício pessoa inteligente e idônea que as represente (artigo nº. 618).

As diligências, exames e vistorias sobre o casco do navio e seus pertences devem serpraticadas antes de dar-se princípio ao seu conserto, nos casos em que este possa terlugar.

Art. 773 - Os efeitos avariados serão sempre vendidos em público leilão a quem mais der,e pagos no ato da arrematação; e o mesmo se praticará com o navio, quando ele tenha deser vendido segundo as disposições deste Código; em tais casos o juiz, se assim lheparecer conveniente, ou se algum interessado o requerer, poderá determinar que o cascoe cada um dos seus pertences se venda separadamente.

Art. 774 - A estimação do preço para o cálculo da avaria será feita sobre a diferença entree respectivo rendimento bruto das fazendas sãs e o das avariadas, vendidos a dinheiro notempo da entrega; e em nenhum caso pelo seu rendimento liquido, nem por aquele que,demorada a venda ou sendo a prazo, poderiam vir a obter.

Art. 775 - Se o dono ou consignatário não quiser vender a parte das mercadorias sãs, nãopode ser compelido; e o preço para o cálculo será em tal caso o corrente que as mesmasfazendas, se vendidas fossem ao tempo da entrega, poderiam obter no mercado, certifica-do pelos preços correntes do lugar, ou, na falta destes, atestado, debaixo de juramentopor dois comerciantes acreditados de fazendas do mesmo gênero.

Art. 776 - O segurador não é obrigado a pagar mais de dois terços do custo do consertodas avarias que tiverem acontecido ao navio segurado por fortuna do mar, contanto que onavio fosse estimado na apólice por seu verdadeiro valor, e os consertos não excedam detrês quartos desse valor no dizer de arbitradores expertos. Julgando estes, porém, quepelos consertos o valor real do navio se aumentaria além do terço da soma que custariam,o segurador pagará as despesas, abatido o excedente valor do navio.

Art. 777 - Excedendo as despesas a três quartos do valor do navio, julga-se este declara-do inavegável a respeito dos seguradores; os quais, neste caso, serão obrigados, nãotendo havido abandono, a pagar a soma segurada, abatendo-se nesta o valor do naviodanificado ou dos seus fragmentos, segundo o dizer de arbitradores espertos.

Art. 778 - Tratando-se de avaria particular das mercadorias, e achando-se estas estima-das na apólice por valor certo, o cálculo do dano será feito sobre o preço que as mercado-rias avariadas alcançarem no porto da entrega e o da venda das não avariadas no mesmolugar e tempo, sendo de igual espécie e qualidade, ou se todas chegaram avariadas, sobreo preço que outras semelhantes não avariadas alcançaram ou poderiam alcançar; e adiferença, tomada a proporção entre umas e outras, será a soma devida ao segurado.

Art. 779 - Se o valor das mercadorias se não tiver fixado na apólice, a regra para achar-sea soma devida será a mesma do artigo precedente, contanto que primeiro se determine ovalor das mercadorias não avariadas; o que se fará acrescentando às importâncias dasfaturas originais as despesas subseqüentes (artigo nº. 694). E tomada a diferença propor-cional entre o preço por que se venderam as não avariadas e as avariadas, se aplicará aproporção relativa à parte das fazendas avariadas pelo seu primeiro custo e despesas.

Art. 780 - Contendo a apólice a cláusula de pagar-se avaria por marcas, volumes, caixas,sacas ou espécies, cada uma das partes designadas será considerada como um seguroseparado para a forma da liquidação das avarias, ainda que essa parte se ache englobadano valor total do seguro (artigo nºs 689 e 692).

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Código Comercial – Lei nº 556/1850 Arts. 781 a 790

Art. 781 - Qualquer parte da carga, sendo objeto suscetível de avaliação separada, que seperca totalmente, ou que por algum dos riscos cobertos pela respectiva apólice fique tãodanificada que não valha coisa alguma, será indenizada pelo segurador com perda total,ainda que relativamente ao todo ou à carga segura seja parcial, e o valor da parte perdidaou destruída pelo dano se ache incluído, ainda que indistintamente, no total do seguro.

Art. 782 - Se a apólice contiver a cláusula de pagar avarias como perda de salvados, adiferença para menos do valor fixado na apólice, que resultar da venda líquida que osgêneros avariados produzirem no lugar onde se venderam, sem atenção alguma ao produ-to bruto que tenham no mercado do porto do seu destino, será a estimação da avaria.

Art. 783 - A regulação, repartição ou rateio das avarias grossas serão feitos por árbitros,nomeados por ambas as partes, as instâncias do capitão.

Não se querendo as partes louvar, a nomeação de árbitros será feita pelo Tribunal doComércio respectivo, ou pelo juiz de direito do comércio a que pertencer, nos lugaresdistantes do domicílio do mesmo tribunal.

Se o capitão for omisso em fazer efetuar o rateio das avarias grossas, pode a diligência serpromovida por outra qualquer pessoa que seja interessada.

Art. 784 - O capitão tem direito para exigir, antes de abrir as escotilhas do navio, que osconsignatários da carga prestem fiança idônea ao pagamento da avaria grossa, a que suasrespectivas mercadorias forem obrigadas no rateio da contribuição comum.

Art. 785 - Recusando-se os consignatários a prestar a fiança exigida, pode o capitãorequerer o depósito judicial dos efeitos obrigados à contribuição, até ser pago, ficando opreço da venda sub-rogado, para se efetuar por ele o pagamento da avaria grossa, logoque o rateio tiver lugar.

Art. 786 - A regulação e repartição das avarias grossas deverá fazer-se no porto daentrega da carga. Todavia, quando, por dano acontecido depois da saída, o navio forobrigado a regressar ao porto da carga, as despesas necessárias para reparar os danos daavaria grossa podem ser neste ajustadas.

Art. 787 - Liquidando-se as avarias grossas ou comuns no porto da entrega da carga, hãode contribuir para a sua composição:

1 - a carga, incluindo o dinheiro, prata, ouro, pedras preciosas, e todos os mais valores quese acharem a bordo;

2 - o navio e seus pertences, pela sua avaliação no porto da descarga, qualquer que sejao seu estado;

3 - os fretes, por metade do seu valor também.

Não entram para a contribuição o valor dos víveres que existirem a bordo para mantimentodo navio, a bagagem do capitão, tripulação e passageiros, que for do seu uso pessoal, nemos objetos tirados do mar por mergulhadores à custa do dono.

Art. 788 - Quando a liquidação se fizer no porto da carga, o valor da mesma será estima-do pelas respectivas faturas, aumentando-se ao preço da compra as despesas até o em-barque; e quanto ao navio e frete se observarão as regras estabelecidas no artigo antece-dente.

Art. 789 - Quer a liquidação se faça no porto da carga, quer no da descarga, contribuirãopara as avarias grossas as importâncias que forem ressarcidas por via da respectiva con-tribuição.

Art. 790 - Os objetos carregados sobre o convés (artigo nºs 521 e 677, nº 8), e os quetiverem sido embarcados sem conhecimento assinado pelo capitão (artigo nº. 599) e osque o proprietário ou seu representante, na ocasião do risco de mar, tiver mudado dolugar em que se achavam arrumados sem licença do capitão contribuem pelos respecti-vos valores, chegando o salvamento; mas o dono, no segundo caso, não tem direito para

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Código Comercial – Lei nº 556/1850Arts. 790 a 800

a indenização recíproca, ainda quando fiquem deteriorados, ou tenham sido alijados abenefício comum.

Art. 791 - Salvando-se qualquer coisa em conseqüência de algum ato deliberado de queresultou avaria grossa, não pode quem sofreu o prejuízo causado por este ato exigirindenização alguma por contribuição dos objetos salvados, se estes por algum acidentenão chegarem ao poder do dono ou consignatários, ou se, vindo ao seu poder, não tiveremvalor algum; salvo os casos dos artigo nºs 651 e 764, nºs 12 e 19.

Art. 792 - No caso de alijamento, se o navio se tiver salvado do perigo que o motivou,mas, continuando a viagem, vier a perder-se depois, as fazendas salvas do segundo perigosão obrigadas a contribuir por avaria grossa para a perda das que foram alijadas naocasião do primeiro.

Se o navio se perder no primeiro perigo e algumas fazendas se puderem salvar, estas nãocontribuem para a indenização das que foram alijadas na ocasião do desastre que causouo naufrágio.

Art. 793 - A sentença que homologa à repartição das avarias grossas com condenação decada um dos contribuintes tem força definitiva, e pode executar-se logo, ainda que dela serecorra.

Art. 794 - Se, depois de pago o rateio, os donos recobrarem os efeitos indenizados poravaria grossa, serão obrigados a repor pró rata a todos os contribuintes o valor líquido dosefeitos recobrados. Não tendo sido contemplados no rateio para a indenização, não estãoobrigados a entrar para a contribuição da avaria grossa com o valor dos gêneros recobra-dos depois da partilha em que deixaram de ser considerados.

Art. 795 - Se o segurador tiver pago uma perda total, e depois vier a provar-se que ela foisó parcial, o segurado não é obrigado a restituir o dinheiro recebido; mas neste caso osegurador fica sub rogado em todos os direitos e ações do segurado, e faz suas todas asvantagens que puderem resultar dos efeitos salvos.

Art. 796 - Se, independente de qualquer liquidação ou exame, o segurador se ajustar empreço certo de indenização, obrigando-se por escrito na apólice, ou de outra qualquerforma, a pagar dentro de certo prazo, e depois se recusar ao pagamento, exigindo que osegurado prove satisfatoriamente o valor real do dano, não será este obrigado à prova,senão no único caso em que o segurador tenha em tempo reclamado o ajuste por fraudemanifesta da parte do mesmo segurado.

PARTE TERCEIRA - DAS QUEBRAS

TÍTULO IDA NATUREZA E DECLARAÇÃO DAS QUEBRAS, E SEUS EFEITOS

Art. 797 - Todo o comerciante que cessa os seus pagamentos, entende-se quebrado oufalido. (Vide Decreto-Lei nº 7.661, 1945)

Art. 798 - A quebra ou falência pode ser casual, com culpa, ou fraudulenta. (Vide Decreto--Lei nº 7.661, 1945)

Art. 799 - É casual, quando a insolvência procede de acidentes de casos fortuitos ou forçamaior (art. 898). (Vide Decreto-Lei nº 7.661, 1945)

Art. 800 - A quebra será qualificada com culpa, quando a insolvência pode atribuir-se aalgum dos casos seguintes: (Vide Decreto-Lei nº 7.661, 1945)

1 - Excesso de despesas no tratamento pessoal do falido, em relação ao seu cabedal enúmero de pessoas de sua família;

2 - Perdas avultadas a jogos, ou especulação de aposta ou agiotagem;

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Código Comercial – Lei nº 556/1850 Arts. 800 a 805

3 - Venda por menos do preço corrente de efeitos que o falido comprara nos seis mesesanteriores à quebra, e se ache ainda devendo;

4 - Acontecendo que o falido, entre a data do seu último balanço (art. 10 n. 4) e a dafalência (art. 806), se achasse devendo por obrigações diretas o dobro do seu cabedalapurado nesse balanço.

Art. 801 - A quebra poderá ser qualificada com culpa: (Vide Decreto-Lei nº 7.661, 1945)

1 - Quando o falido não tiver a sua escrituração e correspondência mercantil nos termosregulados por este Código (art. 13 e 14);

2 - Não se apresentando no tempo e na forma devida (art. 805);

3 - Ausentando-se ou ocultando-se.

Art. 802 - É fraudulenta a quebra nos casos em que concorre alguma das circunstanciasseguintes: (Vide Decreto-Lei nº 7.661, 1945)

1 - Despesas ou perdas fictícias, ou falta de justificação do emprego de todas as receitasdo falido;

2 - Ocultação no balanço de qualquer soma de dinheiro, ou de quaisquer bens ou títulos(art. 805);

3 - Desvio ou aplicação de fundos ou valores de que o falido tivesse sido depositário oumandatário;

4 - Vendas, negociações e doações feitas, ou dividas contraídas com simulação ou fingi-mento;

5 - Compra de bens em nome de terceira pessoa; e

6 - Não tendo o falido os livros que deve ter (art. 11), ou se os apresentar truncados oufalsificados.

Art. 803 - São cúmplices de quebra fraudulenta: (Vide Decreto-Lei nº 7.661, 1945)

1 - Os que por qualquer modo se mancomunarem com o falido para fraudar os credores,e os que o auxiliarem para ocultar ou desviar bens, seja qual for a sua espécie, quer antesquer depois da falência;

2 - Os que ocultarem ou recusarem aos administradores a entrega dos bens, créditos outítulos quem tenham do falido;

3 - Os que depois de publicada a declaração do falimento admitirem cessão ou endossosdo falido, ou com ele celebrarem algum contrato ou transação;

4 - Os credores legítimos que fizerem concertos com o falido em prejuízo da massa;

5 - Os corretores que intervierem em qualquer operação mercantil do falido depois dedeclarada a quebra.

Art. 804 - As quebras dos corretores e dos agentes de casa de leilão sempre se presumemfraudulentas. (Vide Decreto-Lei nº 7.661, 1945)

Art. 805 - Todo o comerciante que tiver cessado os seus pagamentos é obrigado, nopreciso termo de três dias, a apresentar na Secretaria do Tribunal do Comércio do seudomicílio uma declaração datada, e assinada por ele ou seu procurador, em que exponhaas causas do seu falimento, e o estado da sua casa; ajuntando o balanço exato do seuativo e passivo (art. 10 n. 4), com os documentos probatórios ou instrutivos que achar abem. Esta declaração, de cuja apresentação o Secretário do Tribunal deverá certificar odia e a hora, e da qual se dará contrafé ao apresentante, fará menção nominativa detodos os sócios solidários, com designação do domicílio de cada um, quando a quebradisser respeito a sociedade coletiva (arts. 311, 316 e 811). (Vide Decreto-Lei nº 7.661,1945)

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Código Comercial – Lei nº 556/1850Arts. 806 a 812

Art. 806 -  Apresentada a declaração da quebra, o Tribunal do Comércio declarará semdemora a abertura da falência, isto é, fixará o termo legal da sua existência, a contar dadata – da declaração do falido, ou da sua ausência, ou desde que se fecharam os seusarmazéns, lojas ou escritórios, ou finalmente de outra época anterior em que tenha havidoefetiva cessação de pagamentos: ficando porém entendido que a sentença que fixar aabertura da quebra não poderá retroagí-la a época que exceda além de quarenta dias dasua data atual. (Vide Decreto-Lei nº 7.661, 1945)

Art. 807 -  A quebra pode também ser declarada a requerimento de algum ou alguns doscredores legítimos do falido, depois da cessação dos pagamentos deste; e também a podedeclarar o Tribunal do Comércio ex-ofício quando lhe conste por notoriedade pública, fun-dada em fatos indicativos de um verdadeiro estado de insolvência (art. 806). Não é porémpermitido ao filho a respeito do pai, ao pai a respeito do filho, nem à mulher a respeito domarido ou vice-versa, fazer-se declarar falidos respetivamente. (Vide Decreto-Lei nº 7.661,1945)

O fato superveniente da morte do falido, que em sua vida houver cessado os seus paga-mentos, não impede a declaração da quebra, nem o andamento das diligências subsequentese conseqüentes, achando-se esta anteriormente declarada.

Art. 808 - No caso do artigo precedente, poderá o falido embargar o despacho que decla-rar a quebra, provando não ter cessado os seus pagamentos. Os embargos não terãoefeito suspensivo; mas se forem recebidos e julgados provados, o que terá lugar dentro devinte dias improrrogáveis, contados do dia da sua apresentação, e por conseguinte for revoga-do o despacho da declaração da quebra, será tudo posto no antigo estado; e o comercianteinjuriado poderá intentar a sua ação de perdas e danos contra o autor da injuria, mostrando queeste se portará com dolo, falsidade ou injustiça manifesta. (Vide Decreto-Lei nº 7.661, 1945)

Art. 809 - Na sentença da abertura da quebra, o Tribunal do Comércio ordenará que seponham selos em todos os bens, livros e papéis do falido; designará um dos seus mem-bros, dentre os Deputados comerciantes, para servir de Juiz comissário ou de instrução doprocesso da quebra, e um dos oficiais da sua secretaria para servir de escrivão no mesmoprocesso: e nomeará dentre os credores um ou mais que sirvam de Curadores fiscaisprovisórios, ou, não os havendo tais que possam convenientemente desempenhar esteencargo, a outra pessoa ou pessoas que tenham a capacidade necessária. Os Curadoresnomeados prestarão juramento nas mãos do Presidente; a quem incumbe expedir logo aoJuiz de Paz respectivo cópia autentica da sentença da abertura da falência, com a partici-pação dos Curadores fiscais nomeados, para proceder a aposição dos selos. Sendo possí-vel inventariar-se todos os bens do falido em um dia, proceder-se-á imediatamente a estadiligência, dispensando-se a aposição dos selos. (Vide Decreto-Lei nº 7.661, 1945)

Art. 810 - Constando que algum devedor comerciante, que tiver cessado os seus paga-mentos, intenta ausentar-se, ou trata de desviar todo ou parte do seu ativo, poderá oPresidente do Tribunal do Comércio, a requisição do Fiscal ou de qualquer credor, ordenara aposição provisória dos selos, como medida conservatória do direito dos credores, con-vocando imediatamente o Tribunal para deliberar sobre a declaração da quebra (art. 807).(Vide Decreto-Lei nº 7.661, 1945)

Art. 811 - Recebida pelo Juiz de Paz a sentença declaratória da quebra, passará imediata-mente a fazer por os selos em todos os bens, livros e documentos do falido que foremsusceptíveis de os receber, quer os bens pertençam ao estabelecimento e casa social, quera cada um dos sócios solidários da firma falida. (Vide Decreto-Lei nº 7.661, 1945)

Não se porá selo nas roupas e móveis indispensáveis para uso do falido ou falidos e de suafamília; mas nem por isso deixarão de ser descritos no inventário.

Aqueles bens que não puderem receber selo, serão depositados e entregues provisoria-mente a pessoa de confiança.

Art. 812 - Postos os selos, e publicada pelo Juiz comissário a sentença da abertura daquebra, cuja publicação se fará, dentro de três dias depois do recebimento por editais

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Código Comercial – Lei nº 556/1850 Arts. 812 a 819

afixados na Praça do Comércio, na porta da casa do Tribunal, e nas do escritório, lojasarmazéns do falido, o dito Juiz pelos mesmos editais convocará a todos os credores dofalido para que em lugar, dia e hora certa, não excedendo o prazo de seis dias compareçamperante ele para procederem à nomeação do depositário ou depositários que hão de rece-ber provisoriamente a casa falida. (Vide Decreto-Lei nº 7.661, 1945)

Art. 813 - Nomeados o depositário ou depositários na forma dita, o Curador fiscal reque-rerá ao Juiz de Paz o rompimento dos selos, e procederá a descrição e inventário de todosos bens e efeitos do falido; e este inventário se fará com autorização e perante o Juizcomissário, presentes o depositário ou depositários nomeados e o falido ou seu procura-dor, e não comparecendo este à sua revelia (art. 822). (Vide Decreto-Lei nº 7.661, 1945)

Havendo bens situados em lugares distantes, serão as funções do Juiz comissário exercidaspelo Juiz ou Juizes de Paz respectivos.

Art. 814 - A medida que se forem rompendo os selos e se fizer a descrição e inventáriodos bens, serão estes entregues ao depositário ou depositários; os quais se obrigarão portermo à sua boa guarda, conservação e entrega, como fieis depositários e mandatáriosque ficam sendo. (Vide Decreto-Lei nº 7.661, 1945)

O Juiz comissário mandará lavrar termo nos livros do falido do estado em que estes seacham, e publicará os títulos e mais papéis que julgar conveniente; e findo o inventárioinquirirá o falido ou seu procurador para declarar, debaixo de juramento, se tem maisalguns bens que devam ir à descrição.

Art. 815 - Concluído o inventário, o Curador fiscal proporá ao Juiz comissário duas oumais pessoas que hajam de avaliar os bens descritos: o Juiz pode recusar a primeira emandar fazer segunda proposta, e se não se conformar com esta, nomeará de per si osavaliadores que julgar idôneos em número igual, para procederem à avaliação juntamentecom os segundos propostos pelo Curador fiscal. (Vide Decreto-Lei nº 7.661, 1945)

Art. 816 - Os gêneros ou mercadorias que forem de fácil deterioração, ou que não possamguardar-se sem perigo ou grande despesa, serão vendidos em leilão por determinação doJuiz comissário, ouvido o Curador fiscal. Todos os outros bens não poderão ser vendidossem ordem ou despacho do Tribunal. (Vide Decreto-Lei nº 7.661, 1945)

Art. 817 - Quando o falido não tenha ajuntado à declaração da quebra o balanço da suacasa (art. 805), ou quando depois, tendo sido citado para o fazer em três dias, o nãoapresentar, o Curador fiscal procederá a organizá-lo à vista dos livros e papéis do falido, esobre as informações que puder obter do mesmo falido, seus caixeiros, guarda-livros eoutros quaisquer agentes do seu comércio. (Vide Decreto-Lei nº 7.661, 1945)

No balanço se descreverão todos os bens do falido, qualquer que seja a sua natureza eespécie, as suas dívidas ativas e passivas (art. 10 n. 4), e os seus ganhos e perdas,acrescentando-se as observações e esclarecimentos que parecerem necessários.

Art. 818 - Fechado o balanço, ou ainda mesmo pendente a sua organização, procederá oJuiz comissário, conjuntamente com o Curador fiscal, ao exame e averiguação dos livrosdo falido, para conhecer se estão em forma legal (art. 13), e escriturados com regularida-de e sem vicio (art. 14). Indagará outrossim a causa ou causas verdadeiras da falência,podendo para este fim perguntar as testemunhas que julgar precisas e sabedoras, asquais serão interrogadas na presença do falido ou seu procurador, e do Curador fiscal; acada um dos quais é licito contestá-las no mesmo ato, e bem assim requerer qualquerdiligência que possa servir para descobrir-se a verdade; ficando todavia ao arbítrio do Juizrecusar a diligência quando lhe pareça ociosa ou impertinente.

Do exame dos livros, da inquirição das testemunhas e sua contestação, e de qualquerdiligência que se tenha praticado, se lavrarão os competentes autos ou termos, mas tudoem um só processo. (Vide Decreto-Lei nº 7.661, 1945)

Art. 819 - Ultimada a instrução do processo, o Juiz comissário o remeterá ao Tribunal doComércio, acompanhando-o de um relatório circunstanciado com referência a todos os

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Código Comercial – Lei nº 556/1850Arts. 819 a 829

atos da instrução, e concluindo-o com o seu parecer e juízo acerca das causas da quebrae sua qualificação, tendo em vista para as suas conclusões as regras estabelecidas nosarts. 799, 800, 801, 802, 803 e 804. (Vide Decreto-Lei nº 7.661, 1945)

Art. 820 -  Apresentado ao Tribunal o processo, será proposto e decidido na primeiraconferência. (Vide Decreto-Lei nº 7.661, 1945)

Qualificada a quebra na segunda ou terceira espécie, será o falido pronunciado como no casocaiba, com os cúmplices se os houver (art. 803): e serão todos remetidos presos com otraslado do processo ao Juiz criminal competente, para serem julgados pelo Júri; sem queaos pronunciados se admita recurso algum da pronúncia. (Vide Decreto-Lei nº 7.661, 1945)

Qualquer que seja o julgamento final do Júri, os efeitos civis da pronuncia do Tribunal doComércio não ficarão inválidos.

Art. 821 - Em quanto no Código criminal outra pena se não determinar para a falência comculpa, será esta punida com prisão de um a oito anos. (Vide Decreto-Lei nº 7.661, 1945)

Art. 822 - Logo que principiar a instrução do processo da quebra, o falido assinará termonos autos de se achar presente por si ou por seu procurador a todos os atos e diligênciasdo processo, pena de revelia. (Vide Decreto-Lei nº 7.661, 1945)

Art. 823 - O devedor que apresentar a sua declaração da falido em devido tempo (art. 805),e assistir pessoalmente a todos os atos e diligências subsequentes, não pode ser presoantes da pronúncia. (Vide Decreto-Lei nº 7.661, 1945)

Art. 824 - Contra todos os que se apresentarem fora de tempo, ou deixarem de assistiraos atos e diligências subsequentes, pode o Tribunal ordenar que sejam postos em custó-dia, se durante a formação do processo se reconhecer que o devedor está convencidode falência culposa ou fraudulenta, ou se ausentarem ou ocultarem. (Vide Decreto-Leinº 7.661, 1945)

Art. 825 - Não existindo presunção de culpa ou fraude na falência, o falido que se nãoocultar, e se tiver apresentado em todo os atos e diligências da instrução do processo(art. 822), tem direito a pedir, a título de socorro, uma soma a deduzir de seus bens,proposta pelos administradores, e fixada pelo Tribunal, ouvido o Juiz comissário, e tendo-seem consideração as necessidades e família do mesmo falido, a sua boa fé, e a maior ou menorperda que da falência terá de resultar aos credores. (Vide Decreto-Lei nº 7.661, 1945)

Art. 826 - O falido fica inibido de direito da administração e disposição dos seus bens desdeo dia em que se publicar a sentença da abertura da quebra. (Vide Decreto-Lei nº 7.661,1945)

Art. 827 - São nulas, a benefício da massa somente: (Vide Decreto-Lei nº 7.661, 1945)

1 - As doações por título gratuito feitas pelo falido depois do último balanço, sempre quedele constar que o seu ativo era naquela época inferior ao seu passivo;

2 - As hipotecas da garantia de dividas contraídas anteriormente à data da escritura, nos40 dias precedentes à época legal da quebra (art. 806).

As quantias pagas pelo falido por dividas não vencidas nos 40 dias anteriores à época legalda quebra, reentrarão na massa.

Art. 828 - Todos os atos do falido alienativos de bens de raiz, móveis ou semoventes, etodos os mais atos e obrigações, ainda mesmo que sejam de operações comerciais, podemser anulados, qualquer que seja a época em que fossem contraídos, em quanto não pres-creverem, provando-se que neles interveio fraude em dano de credores. (Vide Decreto-Leinº 7.661, 1945)

Art. 829 - Contra comerciante falido, não correm juros, ainda que estipulados sejam, se amassa falida não chegar para pagamento do principal: havendo sobras, proceder-se-á arateio para pagamento dos juros estipulados, dando-se preferência aos credores privilegia-dos e hipotecários pela ordem estabelecida no artigo 880. (Vide Decreto-Lei nº 7.661, 1945)

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Código Comercial – Lei nº 556/1850 Arts. 830 a 840

Art. 830 -  As execuções que ao tempo da declaração da quebra se moverem contracomerciante falido, ficarão suspensas até a verificação dos créditos, não excedendo detrinta dias; sem prejuízo de quaisquer medidas conservatórias dos direitos e ações doscredores privilegiados ou hipotecários. (Vide Decreto-Lei nº 7.661, 1945)

Se a execução for de reivindicação (art. 874), prosseguirá, sem suspensão, com o Curadorfiscal.

Todavia, se os bens executados se acharem já na praça com dia definitivo para suaarrematação fixado por editais, o Curador fiscal, com autorização do Juiz comissário, po-derá convir na continuação, entrando para a massa o produto se a execução proceder decréditos que não sejam privilegiados nem hipotecários, ou o remanescente procedendodestes.

Art. 831 - A qualificação da quebra torna exigíveis todas as dividas passivas do falido,ainda mesmo que se não achem vencidas, ou sejam comerciais ou civis, com abatimentodos juros legais correspondentes ao tempo que faltar para o vencimento.

Art. 832 - Os coobrigados com o falido em divida não vencida ao tempo da quebra, sãoobrigados a dar fiança ao pagamento no vencimento, não preferindo pagá-la imediata-mente (art. 379). (Vide Decreto-Lei nº 7.661, 1945)

Esta disposição procede somente no caso dos coobrigados simultânea mas não sucessiva-mente. Sendo a obrigação sucessiva, como nos endossos, a falência do endossado poste-rior não dá direito a acionar os endossatários anteriores antes do vencimento (art. 390).

Art. 833 -  Incumbe ao Curador fiscal requerer ao Juiz comissário que autorize todas asdiligências necessárias a benefício da massa: e é obrigado a praticar todos os atos neces-sários para conservação dos direitos e ações dos credores, e especialmente os prevenidosnas disposições dos artigos 277 e 387, requerendo para esse fim a imediata abertura erompimento dos selos nos livros e papéis do falido. (Vide Decreto-Lei nº 7.661, 1945)

Havendo despesas que fazer, serão pagas pelo depositário, precedendo autorização domesmo Juiz (art. 876 n. 2).

Art. 834 - O Curador fiscal é obrigado a diligenciar o aceite e pagamento de letras e detodas as dividas ativas do falido, passando as competentes quitações, que serão porele assinadas e pelo depositário, e referendadas pelo Juiz comissário. (Vide Decreto-Leinº 7.661, 1945)

Art. 835 - As dividas ativas exigíveis em diversos domicílios podem validamente cobrar-se por mandatários competentemente autorizados pelo sobredito Juiz. (Vide Decreto-Leinº 7.661, 1945)

Art. 836 -  As somas provenientes de venda de efeitos ou cobranças, abatidas as despe-sas e custas, serão lançadas em caixa de duas chaves, das quais terá o Curador fiscal umae o depositário outra; salvo se os credores acordarem em que sejam recolhidas a algumBanco comercial ou depósito público. (Vide Decreto-Lei nº 7.661, 1945)

Art. 837 - A saída de fundos da mesma caixa só pode ter lugar em virtude de ordem doJuiz comissário. (Vide Decreto-Lei nº 7.661, 1945)

Art. 838 - Desde a entrada do Curador fiscal em exercício, todas as ações pendentescontra o devedor falido, e as que houverem de ser intentadas posteriormente à falência, sópoderão ser continuadas ou intentadas contra o mesmo Curador fiscal. Este porém nãopode intentar, seguir ou defender ação alguma em nome da massa sem autorização do Juizcomissário. (Vide Decreto-Lei nº 7.661, 1945)

Art. 839 - O Curador fiscal e os depositários perceberão uma comissão, que será arbitradapelo Tribunal do Comércio, em relação à importância da massa, e à diligência, trabalho eresponsabilidade de uns e outros. (Vide Decreto-Lei nº 7.661, 1945)

Art. 840 -  O Tribunal, sobre proposta do Juiz comissário, e com audiência do Curadorfiscal, arbitrará a gratificação que deve ser paga aos guarda-livros e caixeiros que for

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Código Comercial – Lei nº 556/1850Arts. 840 a 846

necessário empregar na escrituração da falência e mais negócios e dependências correlativas,com atenção ao seu trabalho e à importância da massa. (Vide Decreto-Lei nº 7.661, 1945)

Art. 841 -  Fica entendido que todas as despesas e custas, que se fizerem nas diligênciasa que se proceder relativas à quebra com a devida autorização, devem ser pagas pelamassa dos bens do falido (art. 876 n. 2). (Vide Decreto-Lei nº 7.661, 1945)

TÍTULO IIDA REUNIÃO DOS CREDORES E DA CONCORDATA

Art. 842 - Ultimada a instrução do processo da quebra, o Juiz comissário, dentro de oitodias, fará chamar os credores do falido para em dia e hora certa, e na sua presença sereunirem, a fim de se verificarem os créditos, se deliberar sobre a concordata, quando ofalido a proponha, ou se formar o contrato de união, e se proceder à nomeação de admi-nistradores. (Vide Decreto-Lei nº 7.661, 1945)

O chamamento a respeito dos credores conhecidos será por carta do escrivão, e aos nãoconhecidos por editais e anúncios nos periódicos: e nas mesmas cartas, editais e anúncios seadvertirá, que nenhum credor será admitido por procurador, se este não tiver poderes espe-ciais para o ato (art. 145), e que a procuração não pode ser dada a pessoa que seja devedoraao falido, nem um mesmo procurador representar por dois diversos credores (art. 822).

Art. 843 - O Curador fiscal, os administradores, e todos os credores presentes por si oupor seus procuradores assinarão termo no processo da quebra, de que se dão por intima-dos de todos os despachos do Tribunal do Comércio, que no mesmo forem proferidos emsessão pública, e das decisões do Juiz comissário, que estiverem patentes em mão doescrivão do processo. (Vide Decreto-Lei nº 7.661, 1945)

Art. 844 - Os credores que não comparecerem a alguma reunião para que tenham sidocompetentemente convocados, entende-se que aderem às resoluções que tomar a maioriade votos dos credores que comparecerão; contanto que, para a concessão ou negação daconcordata, se ache presente o número dos credores exigidos no artigo 848. (VideDecreto-Lei nº 7.661, 1945)

Art. 845 - Reunidos os credores sob a presidência do Juiz comissário, e presentes oCurador fiscal, e o falido por si ou por seu procurador, ou à sua revelia (art. 822), o mesmoJuiz fará um relatório exato do estado da falência e de suas circunstâncias, segundo cons-tar do processo: e apresentada em seguimento a lista dos credores conhecidos, que estaráde antemão preparada pelo Curador fiscal, e na qual se acharão inscritos os que se houve-rem apresentado, com os seus nomes, domicílios, importância e natureza de seus respecti-vos créditos (art. 873), assentando-se em continuação os credores que neste ato de novose apresentarem, o referido Juiz proporá a nomeação de uma Comissão que haja deverificar os créditos apresentados, se a reunião os não der logo por verificados. (VideDecreto-Lei nº 7.661, 1945)

Esta Comissão será composta de três dos credores; e examinando os livros e papéis dofalido no escritório onde se acharem, é obrigada a apresentar o seu parecer em outrareunião, que não poderá espaçar-se a mais de oito dias da data da primeira.

Os créditos dos membros da Comissão, serão verificados pelo Curador fiscal.

Art. 846 - Na segunda reunião dos credores, apresentados os pareceres da Comissão eCurador fiscal, e não se oferecendo duvida sobre a admissão dos créditos constantes dalista, e havidos por verificados para o fim tão somente de habilitar o credor para podervotar e ser votado, o Juiz comissário proporá à deliberação da reunião o projeto deconcordata, se o falido o tiver apresentado. (Vide Decreto-Lei nº 7.661, 1945)

Porém se houver contestação sobre algum crédito, e não podendo o Juiz comissário conci-liar as partes, se louvarão estas no mesmo ato em dois Juizes árbitros; os quais remeterão

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Código Comercial – Lei nº 556/1850 Arts. 846 a 854

ao mesmo Juiz o seu parecer, dentro de cinco dias. Se os dois árbitros se não conforma-rem, o Juiz comissário dará vencimento com o seu voto àquela parte que lhe parecer, parao fim sobredito somente, e desta decisão arbitral não haverá recurso algum.

Art. 847 - Lida em nova reunião a sentença arbitral, se passará seguidamente a deliberarsobre a concordata, ou sobre o contrato de união (art. 755). (Vide Decreto-Lei nº 7.661,1945)

Se ainda nesta reunião se apresentarem novos credores, poderão ser admitidos sem pre-juízo dos já inscritos e reconhecidos: mas se não forem admitidos não poderão tomarparte nas deliberações da reunião; o que todavia não prejudicará aos direitos que lhespossam competir, sendo depois reconhecidos (art. 888).

Para ser válida a concordata exige-se que seja concedida por um número tal de credoresque represente pelo menos a maioria destes em número, e dois terços no valor de todos oscréditos sujeitos aos efeitos da concordata.

Art. 848 - Não é licito tratar-se da concordata antes de se acharem satisfeitas todas as forma-lidades prescritas neste Título e no antecedente: e se for concedida com preterição de algumadas duas disposições, a todo o tempo poderá ser anulada. (Vide Decreto-Lei nº 7.661, 1945)

Não pode dar-se concordata no caso em que o falido for julgado com culpa ou fraudulento,e quando anteriormente tenha sido concedida, será revogada.

Art. 849 -  A concordata pode ser reincidida pelas mesma causas por que tem lugar arevogação da moratória; procedendo-se em tais casos, e nos de ser anulados, pela formadeterminada no artigo 902. (Vide Decreto-Lei nº 7.661, 1945)

Art. 850 - A concordata deve ser negada ou outorgada, e assinada na mesma reunião emque for proposta. Se não houver dissidentes, o Juiz comissário a homologará imediatamen-te: mas havendo-os assinará a todos os dissidentes coletivamente oito dias para dentrodeles apresentarem os seus embargos; dos quais mandará dar vista ao Curador fiscal e aofalido, que serão obrigados a contestá-los dentro de cinco dias. Os embargos com a contes-tação serão pelo Juiz comissário remetidos ao Tribunal do Comércio competente, no prefixotermo de três dias depois de apresentada a contestação. (Vide Decreto-Lei nº 7.661, 1945)

Art. 851 -  Apresentados e vistos os embargos, proferirá o Tribunal a sua sentença,rejeitando-os, ou recebendo-os e julgando-os logo provados. Todavia, se ao Tribunal pare-cer que a matéria dos embargos é relevante mas que não está suficientemente provada,poderá assinar dez dias para a prova; e findo este prazo, sem mais audiência que a doFiscal, os julgará a final. (Vide Decreto-Lei nº 7.661, 1945)

Da decisão do Juiz comissário que homologar a concordata, não haverá recurso senão o deembargos processados na forma sobredita: da sentença porém do Tribunal que desprezaros embargos dos credores que se opuserem à homologação, haverá recurso de apelaçãopara a Relação do distrito, no efeito devolutivo somente.

Os prazos assinados neste artigo e nos antecedentes são improrrogáveis.

Art. 852 - A concordata é obrigatória extensivamente para com todos os credores, salvosunicamente os do domínio (art. 874), os privilegiados (art. 876) e os hipotecários (art. 879).(Vide Decreto-Lei nº 7.661, 1945)

Art. 853 - Os credores do domínio, os privilegiados e hipotecários, não podem tomarparte nas deliberações relativas à concordata; pena de ficarem sujeitos a todas as deci-sões que a respeito da mesma se tomarem. (Vide Decreto-Lei nº 7.661, 1945)

Art. 854 -  Intimada a concordata ao Curador fiscal, e ao depositário ou depositários,estes são obrigados a entregar ao devedor todos os bens que se acharem em seu poder, eaquele a prestar contas da sua administração perante o Juiz comissário; ao qual incumberesolver quaisquer duvidas que hajam de suscitar-se sobre a entrega dos bens, ou aprestação de contas; podendo referi-las à decisão de árbitros, quando as partes assim orequeiram. (Vide Decreto-Lei nº 7.661, 1945)

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Código Comercial – Lei nº 556/1850Arts. 855 a 860

TÍTULO IIIDO CONTRATO DE UNIÃO, DOS ADMINISTRADORES, DA LIQUIDAÇÃO E DIVIDENDOS

CAPÍTULO IDO CONTRATO DE UNIÃO

Art. 855 -  Não havendo concordata, se passará a formar o contrato de união entre oscredores na mesma reunião, se o falido não tiver apresentado o seu projeto (art. 846), ouem outra, quando o tenha apresentado, que o Juiz comissário convocará até oito diasdepois que a sentença do Tribunal que a houver negado lhe for remetida. (Vide Decreto-Leinº 7.661, 1945)

Art. 856 - Em virtude do contrato de união, os credores presentes nomearão de entre sium, dois ou mais administradores para administrarem a casa falida, concedendo-lhes ple-nos poderes para liquidar, arrecadar, pagar, demandar ativa e passivamente, e praticartodos e quaisquer atos que necessários sejam a bem da massa, em Juízo e fora dele. (VideDecreto-Lei nº 7.661, 1945)

A nomeação recairá com preferência em pessoa que seja credor comerciante, e cuja dividase ache verificada; e será vencida pela maioria de votos dos credores presentes, correndo--se segundo escrutínio, no caso de se não obter sobre os mais votados em número duplo dosadministradores que se pretenderem nomear; e se neste igualmente se não obtiver maioria,recairá a nomeação nos mais votados, decidindo a sorte em caso de igualdade de votos.

Nomeando-se mais de um administrador, obrarão coletivamente, e à sua responsabilidadeé solidária.

Art. 857 - O administrador que intentar ação contra a massa, ou fizer oposição em Juízo àsdeliberações tomadas na reunião dos credores, ficará por esse fato inabilitado para continuarna administração, e se procederá a nova nomeação. (Vide Decreto-Lei nº 7.661, 1945)

Art. 858 - É permitido aos credores requerer diretamente ao Tribunal do Comércio adestituição dos administradores, sem necessidade de alegarem causa justificada, comtanto que a petição seja assinada pela maioria dos credores em quantidade de dividas.Dando-se causa justificada, a destituição pode ter lugar a requerimento assinado porqualquer credor, e até mesmo ex-ofício. (Vide Decreto-Lei nº 7.661, 1945)

CAPÍTULO IIDOS ADMINISTRADORES, DA LIQUIDAÇÃO E DIVIDENDOS

Art. 859 - Os administradores, logo que entrarem no exercício das suas funções, exami-narão o balanço que houver sido apresentado pelo falido ou pelo Curador fiscal (art. 817),e farão outro parecendo-lhes que não está exato. Reverão outrosim a relação dos credo-res, cujos títulos lhe serão entregues no prazo de oito dias; e à proporção que os foremconferindo com os livros e mais papéis do falido, porão em cada um a seguinte nota –Admitido ao passivo da falência de F. por tal quantia: - ou – Não admitido por tais e taisrazões, segundo entenderem e acharem justo: esta nota será datada, e assinada pelosditos administradores. (Vide Decreto-Lei nº 7.661, 1945)

Art. 860 - Oferecendo-se contestação sobre a validade de algum crédito, ou sobre suaclassificação (art. 873), o Juiz comissário ordenará, que as partes deduzam perante ele oseu direito, breve e sumariamente, no peremptório termo de cinco dias; findos os quaisdevolverá o processo ao Tribunal do Comércio: e este, achado que a causa pode serdecidida pela verdade sabida, constante das alegações e provas, a julgará definitivamen-te; dando apelação, se for requerida, para a Relação do distrito, ou remeterá as partespara os meios ordinários, quando seja necessária mais alta indagação. (Vide Decreto-Leinº 7.661, 1945)

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Código Comercial – Lei nº 556/1850 Arts. 860 a 870

No segundo caso, e sempre que no primeiro se interpuser recurso, poderá o Tribunalordenar que os portadores dos créditos contestados sejam provisionalmente contempla-dos, como credores simples ou chirografários, nos dividendos da massa, pela quantia queele julgar conveniente fixar (art. 888). (Vide Decreto-Lei nº 7.661, 1945)

As custas do processo, quando a oposição for feita por parte dos administradores e elesdecaírem, serão pagas pela massa, mas sendo feito por terceiro, serão pagas por este.

Art. 861 - Constando pelos livros e assentos do falido, ou por algum documento atendivel,que existem credores ausentes, o Tribunal do Comércio decidirá, sobre representação dosadministradores e informação do Juiz comissário, se devem ser provisionalmente contem-plados nas repartições da massa, e por que quantia (art. 886). (Vide Decreto-Lei nº 7.661,1945)

Art. 862 - Os administradores da quebra, sem necessidade de outro algum título maisque a ata do contrato da união, e independente da audiência do falido, procederão àvenda de todos os seus bens, efeitos e mercadorias, qualquer que seja a sua espécie, ea liquidação das suas dividas ativas e passivas. A venda será feita em leilão público,precedendo autorização do Juiz comissário, e com as solenidades da Lei. (Vide Decreto--Lei nº 7.661, 1945)

Art. 863 - Nem o Juiz comissário e seu escrivão, nem os administradores e o Curadorfiscal poderão comprar para si ou para outrem bens alguns da massa; pena de perdimentoda coisa e do preço a benefício do acervo comum. (Vide Decreto-Lei nº 7.661, 1945)

Art. 864 - É permitido aos administradores vender as dividas ativas da massa que foremde difícil liquidação ou cobrança, e entrar a respeito delas em qualquer transação ouconvênio que lhes pareça útil para o fim de apressar-se a liquidação, com tanto porémque preceda assentimento dos credores, e autorização do Juiz comissário. (Vide Decreto--Lei nº 7.661, 1945)

Art. 865 - Os administradores poderão chamar para o serviço da administração da massaos guarda-livros, caixeiros e mais empregados que possam ser necessários (art. 840).(Vide Decreto-Lei nº 7.661, 1945)

Art. 866 - Todas as quantias recebidas serão arrecadadas em caixa de duas chaves, umadas quais se conservará sempre no poder do Juiz comissário e outra na mão de um dosadministradores; salvo o caso em que os credores se acordarem em serem depositadasem algum Banco comercial ou depósito público. (Vide Decreto-Lei nº 7.661, 1945)

Art. 867 - Os administradores apresentarão ao Juiz comissário de mês em mês uma contaexata do estado da falência e das quantias em caixa; e o Juiz mandará proceder à repartiçãoou dividendo toda vez que o rateio possa chegar a cinco por cento. As quantias pagas serãonotadas nos respectivos créditos ou títulos, e lançadas em uma folha que os credores assina-rão. O saldo a favor da massa determinará o ultimo rateio. (Vide Decreto-Lei nº 7.661, 1945)

Art. 868 -  Ultimada a liquidação, o Juiz comissário convocará os credores para que reu-nidos assistam à prestação das contas dos administradores, cujas funções acabarão logoque as tenham prestado. (Vide Decreto-Lei nº 7.661, 1945)

Art. 869 -  Se acontecer que, pagos integralmente todos os credores, fiquem sobras,serão estas restituídas ao falido, ou aos seus herdeiros e sucessores: e quando estes nãoapareçam, sendo chamados por editais e anúncios repetidos três vezes nos periódicos comintervalo de três dias, serão metidas em depósito público, por conta de quem pertencer.(Vide Decreto-Lei nº 7.661, 1945)

Art. 870 - Se os bens não chegarem para integral pagamento dos credores, na mesmareunião de que trata o artigo 868, proporá o Juiz comissário, se deve ou não dar-sequitação plena ao falido. Se dois terços dos credores em número, que representem doisterços das dividas dos créditos por solver, concordarem em a dar, a quitação é obrigatóriamesmo a respeito dos credores dissidentes; e o falido ficará por este ato desobrigado dequalquer responsabilidade para o futuro. (Vide Decreto-Lei nº 7.661, 1945)

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Código Comercial – Lei nº 556/1850Arts. 871 a 876

Art. 871 - Torna-se porém de nenhum efeito a quitação, se, dentro de três anos imedia-tamente seguintes, se provar que o falido fizera algum ajuste ou trato oculto com algumcredor para o induzir a assinar a quitação com promessa ou prestação real de algum valor.E neste caso, tanto o falido como a pessoa ou pessoas com quem ele se conluiasse,poderão ser processados criminalmente como incursos em estelionato. (Vide Decreto-Leinº 7.661, 1945)

Art. 872 - Os bens que o falido possa vir a adquirir de futuro quando os credores lhe nãopassem quitação, ficam sujeitos às dividas contraídas anteriormente ao seu falimento.(Vide Decreto-Lei nº 7.661, 1945)

TÍTULO IVDAS DIVERSAS ESPECIAIS DE CRÉDITOS E SUAS GRADUAÇÕES

Art. 873 - Os credores do falido serão descritos em quatro relações distintas, segundo anatureza dos seus títulos: na primeira serão lançados os credores de domínio: na segundaos credores privilegiados: na terceira os credores com hipoteca: e na quarta os credoressimples ou chirografários. (Vide Decreto-Lei nº 7.661, 1945)

Art. 874 - Pertencem à classe de credores do domínio: (Vide Decreto-Lei nº 7.661, 1945)

1 - Os credores de bens que o falido possuir por título de depósito, penhor, administração,arrendamento, aluguel, comodato, ou usufruto;

2 - Os credores de mercadorias em comissão de compra ou venda, trânsito ou entrega;

3 - Os credores de letras de câmbio, ou outros quaisquer títulos comerciais endossadossem transferência da propriedade (art. 361 n. 3);

4 - Os credores de remessas feitas ao falido para um fim determinado;

5 -  O filho famílias, pelos bens castrenses e adventícios, o herdeiro e o legatário pelosbens da herança ou legado, e o tutelado pelos bens da tutoria ou curadoria;

6 - A mulher casada: I. pelos bens dotais, e pelos parafernais que possuísse antes doconsórcio, se os respetivos títulos se acharem lançados no Registro do Comércio dentro dequinze dias subsequentes à celebração do matrimônio (art. 31): II. pelos bens adquiridosna constância do consórcio por título de doação, herança ou legado com a cláusula de nãoentrarem na comunhão, uma vez que se prove por documento competente que tais bensentrarão efetivamente no poder do marido, e os respectivos títulos e documentos tenhamsido inscritos no Registro do Comércio dentro de quinze dias subsequentes ao do recebi-mento (art. 31);

7 - O dono da coisa furtada existente em espécie;

8 - O vendedor antes da entrega da coisa vendida, se a venda não for a crédito (art. 198).

Art. 875 - O depósito de gênero sem designação da espécie, e o dinheiro que vencerjuros, não entram na classe de créditos do domínio; desta natureza são também as somasentregues a banqueiros para serem retiradas à vontade, vençam ou não juros. (VideDecreto-Lei nº 7.661, 1945)

Art. 876 - São credores privilegiados aqueles cujos créditos procederem de alguma dascausas seguintes:

1 - Despesas funerárias feitas sem luxo e com relação à qualidade social do falido, eaquelas a que dera lugar a doença de que falecera; (Vide Decreto-Lei nº 7.661, 1945)

2 - Despesas e custas da administração da casa falida, tendo sido feitas com a devidaautorização (arts. 833 e 841);

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Código Comercial – Lei nº 556/1850 Arts. 876 a 881

3 - Salários ou soldadas de feitores, guarda-livros, caixeiros, agentes e domésticosdo falido, vencidas no ano imediatamente anterior à data da declaração da quebra(art. 806);

4 - Soldadas das gentes de mar que não estiverem prescritas (art. 449 n. 4);

5 - Hipoteca tácita especial;

6 - Hipoteca tácita geral.

Art. 877 - Tem o credor hipoteca tácita especial: (Vide Decreto-Lei nº 7.661, 1945)

1 - Nos móveis que se acharem dentro da casa, para pagamento dos alugueis vencidos, enos frutos pendentes, a respeito da renda ou foro dos prédios rústicos;

2 - Nas benfeitorias ou no seu valor, pelos materiais e jornais dos operários empregadosnas mesmas benfeitorias;

3 -  O credor pignoratício, na coisa dada em penhor;

4 - Na coisa salvada, o que a salvou pelas despesas com que a fez salva (art. 738);

5 - Na embarcação e fretes da ultima viagem a tripulação do navio (art. 564);

6  - No navio, os que concorreram com dinheiro para a sua compra, concerto, aprestos ouprovisões (art. 475);

7 - Nas fazendas carregadas, o aluguel ou frete, as despesas e avaria grossa (arts. 117,626 e 627);

8 - No objeto sobre que recai o empréstimo marítimo, o dador do dinheiro a risco (arts. 633e 662);

9 - Nos mais casos compreendidos em diversas disposições deste Código (arts. 108,156,189, 537, 565 e632).

Art. 878 - Tem hipoteca tácita geral em todos os bens do falido:

1 - O credor por alcance de contas de curadoria ou tutoria que o falido tivesse exercido;

2 - O credor por herança ou legado;

3 - O credor que presta alimentos ao falido e sua família, ou de ordem do falido, nos seismeses anteriores à quebra (art. 806).

Art. 879 -  São credores hipotecários aqueles que tem os seus créditos garantidos porhipoteca especial (art. 806). (Vide Decreto-Lei nº 7.661, 1945)

Todos os mais são credores simples ou chirografários.

TÍTULO VDAS PREFERENCIAIS E DISTRIBUIÇÕES

Art. 880 - Os credores preferem uns aos outros pela ordem em que ficam classificados, ena mesma classe preferem pela ordem da sua enumeração. (Vide Decreto-Lei nº 7.661,1945)

Art. 881 - Não se oferecendo duvida sobre os credores de domínio (art. 874), nem sobreos privilegiados (art. 876), o Juiz comissário poderá mandar entregar logo a coisa aosprimeiros, e aos segundos a importância reclamada. A coisa será entregue na mesmaespécie em que houver sido recebida, ou naquela em que existir tendo sido sub-rogada:na falta da espécie será pago o seu valor. (Vide Decreto-Lei nº 7.661, 1945)

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Código Comercial – Lei nº 556/1850Arts. 882 a 892

Art. 882 - Os privilegiados enumerados no artigo 876 em 1., 2., 3., e 4. lugar serão pagospela massa, os da 5. espécie só podem ser pagos pelo produto dos bens em que tiveremhipoteca tácita especial, e até onde esta chegar somente, os da 6. espécie serão embolsadospela massa depois de pagos os privilegiados, que os preferirem; procedendo-se a rateioentre os últimos, dada a igualdade de direitos, e não havendo bens que bastem. (VideDecreto-Lei nº 7.661, 1945)

Art. 883 -  Os administradores podem remir os penhores a beneficio da massa; e nãosendo possível remirem-se, o Juiz comissário fará citar os credores pignoratícios para ostrazerem a leilão. A sobra, havendo-a, entrará na massa; mas se pelo contrário não bastaro seu produto, a diferença entrará em rateio entre os credores pignoratícios e chirografário.(Vide Decreto-Lei nº 7.661, 1945)

Art. 884 -  Concorrendo dois ou mais credores com hipoteca especial sobre a mesmacoisa, preferem entre si pela ordem seguinte: (Vide Decreto-Lei nº 7.661, 1945)

1 - O que a hipoteca especial reunir o privilégio de hipoteca tácita especial ou geral poralgum dos títulos especificados no artigo 877.

2 - O que for mais antigo na prioridade do registro da hipoteca.

Art. 885 - Aparecendo duas hipotecas registradas na mesma data, prevalecerá aquelaque tiver declarada no instrumento a hora em que a escritura se lavrou. Se ambas houve-rem sido apresentadas para o registro simultaneamente, os portadores dos instrumentosentrarão em rateio entre si. (Vide Decreto-Lei nº 7.661, 1945)

Art. 886 - Os credores hipotecários a respeito dos quais se não der contestação, ou quetenham obtido sentença, serão embolsados pelo produto da venda dos bens hipotecados:a sobra, havendo-a, entra na massa; e pela falta ou diferença concorrem em rateio com oscredores chirografários. (Vide Decreto-Lei nº 7.661, 1945)

Art. 887 - Quando acontecer que o credor hipotecário nada receba dos bens hipotecadospor serem absorvido por outro que deva preferir na mesma hipoteca, entrará no rateiocomo credor chirografário. (Vide Decreto-Lei nº 7.661, 1945)

Art. 888 -  Se antes de liquidado definitivamente o direito de preferência de algum credorprivilegiado ou hipotecário se proceder a algum rateio, será contemplado na qualidade decredor chirografário; e a quota que lhe pertencer, ficará em reserva na caixa, para ter odestino que pela decisão final do processo deva dar-se-lhe. O mesmo se praticará a respei-to de outro qualquer credor mandado contemplar provisionalmente nos rateios ou reparti-ções (art. 860 e 861). (Vide Decreto-Lei nº 7.661, 1945)

Art. 889 - Os credores que tiverem garantias por fianças, serão contemplados na massageral dos credores chirografários, deduzindo-se as quantias que tiverem recebido do fia-dor; e este será considerado na massa por tudo quanto tiver pago em descarga do falido(art. 260). (Vide Decreto-Lei nº 7.661, 1945)

Art. 890 - Os credores da quarta classe tem todos direitos iguais para serem pagos emrateio pelos remanescentes que ficarem depois de satisfeitos os credores das outras clas-ses. (Vide Decreto-Lei nº 7.661, 1945)

Art. 891 - Nenhum credor chirografário que se apresentar habilitado com sentença sim-plesmente de preceito obtida anteriormente à declaração da quebra, tem direito para sercontemplado nos rateios. (Vide Decreto-Lei nº 7.661, 1945)

Art. 892 - O credor portador de título garantido solidariamente pelo falido e outroscoobrigados também falidos, será admitido a representar em todas as massas pelo valornominal do seu crédito; e participará das repartições que nelas se fizerem até seu inteiropagamento (art. 391). (Vide Decreto-Lei nº 7.661, 1945)

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Código Comercial – Lei nº 556/1850 Arts. 893 a 900

TÍTULO VIDA REABILITAÇÃO DOS FALIDOS

Art. 893 - O falido que tiver obtido quitação plena de seus credores pode pedir a sua reabili-tação perante o Tribunal do Comércio que declarou a quebra. (Vide Decreto-Lei nº 7.661,1945)

Art. 894 -  A petição deve ser instruída com a quitação dos credores, e certidão documprimento da pena, no caso de lhe ter sido imposta. Se a quebra com tudo houver sidojulgada com culpa, está no arbítrio do Tribunal, procedendo às averiguações que julgarconvenientes, conceder ou negar a reabilitação. (Vide Decreto-Lei nº 7.661, 1945)

Art. 895 - O falido de quebra fraudulenta, não pode nunca ser reabilitado. (Vide Decreto--Lei nº 7.661, 1945)

Art. 896 - Da sentença de concessão ou denegação de reabilitação não há recurso. Toda-via poderá reformar-se a sentença que a houver negado, no fim de seis meses, apresen-tado a parte novos documentos que abonem a sua regularidade de conduta.

Art. 897 - Reabilitado o falido por sentença do Tribunal competente, cessam todas asinterdições legais produzidas por efeito da declaração da quebra. (Vide Decreto-Lei nº 7.661,1945)

TÍTULO VIIDAS MORATÓRIAS

Art. 898 - Só pode obter moratória o comerciante que provar, que a sua impossibilidadede satisfazer de pronto as obrigações contraídas procede de acidentes extraordináriosimprevistos, ou de força maior (art. 799), e que ao mesmo tempo verificar por um balançoexato e documentado, que tem fundos bastantes para pagar integralmente a todos os seuscredores, mediante alguma espera. (Vide Decreto-Lei nº 7.661, 1945)

Art. 899 - O Tribunal do Comércio do distrito do impetrante, quando o requerimento seache nos casos previstos no artigo antecedente, poderá expedir imediatamente uma or-dem para sustar todos os procedimentos executivos pendentes, ou que de futuro contraele se intentem, até que definitivamente se determine a moratória. E quer esta ordem seexpeça quer não, o Tribunal nomeará logo dois dos credores do impetrante, que lhe pare-çam mais idôneos, para verificarem a exatidão do balanço apresentado à vista dos livros epapéis, que o mesmo impetrante deve facultar-lhes no seu escritório; e com a nomeaçãomandará ao Juiz de Direito do Comércio a que pertencer, que chame à sua presença, emdia certo e improrrogável, a todos os seus credores que existirem no distrito de sua juris-dição para responderem à moratória; devendo o chamamento fazer-se por cartas do escri-vão, e por editais ou anúncios nos periódicos. (Vide Decreto-Lei nº 7.661, 1945)

Art. 900 - Reunidos os credores no dia assinado, que não será nem menos de dez nemmais de vinte do em que a ordem do Tribunal tiver sido apresentada ao Juiz, e lida ainformação dos credores sindicantes, que lha deverão remeter com antecipação, serão osmesmos credores e o impetrante ouvidos verbalmente por si ou seus procuradores: ereduzidas a termo a contestação e a resposta, tudo em ato sucessivo, o Juiz devolverátodos os papéis com o seu parecer ao Tribunal. (Vide Decreto-Lei nº 7.661, 1945)

O Tribunal, ouvido o Fiscal, concederá ou negará a moratória como julgar acertado; po-dendo, antes da decisão final, mandar proceder a qualquer exame ou diligência que enten-der necessária para mais cabal conhecimento do verdadeiro estado do negócio; sendonecessário para a concessão que nela convenha a maioria dos credores em número, e que

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Código Comercial – Lei nº 556/1850Arts. 900 a 909

ao mesmo tempo represente dois terços da totalidade das dividas dos credores sujeitosaos efeitos da moratória.

Art. 901 - Não pode em caso algum conceder-se moratória por maior espaço que o de trêsanos. (Vide Decreto-Lei nº 7.661, 1945)

O espaço conta-se do dia da concessão da moratória.

Art. 902 - Concedida a moratória, o Tribunal nomeará dois dos credores do indiciado paraque fiscalizem a sua conduta durante a mesma moratória: e esta será revogada a reque-rimento dos Fiscais, ou ainda de algum outro credor, sempre que se provar, ou que oimpetrante procede de má fé e em prejuízo dos credores, ou que o estado dos seusnegócios se acha de tal sorte deteriorado, mesmo sem culpa sua, que o ativo não bastarápara solver integralmente as dividas passivas. Nestes casos o Tribunal, revogada a mora-tória, procederá imediatamente a declarar a falência, continuando nos mais atos ulteriorese conseqüentes. (Vide Decreto-Lei nº 7.661, 1945)

Art. 903 - O efeito da moratória é suspender toda e qualquer execução, e sustar a obriga-ção do pagamento das dividas puramente pessoais do indiciado: mas a moratória nãosuspende o andamento ordinário dos litígios intentados ou que de novo se intentem; salvoquanto à sua execução. (Vide Decreto-Lei nº 7.661, 1945)

A maioria não compreende as ações ou execuções intentadas antes ou depois da suaconcessão, que procederem de créditos do domínio, privilegiados ou hipotecários; nemaproveita aos coobrigados ou fiadores do devedor.

Art. 904 - O devedor que obtiver moratória não pode atear, nem gravar de maneiraalguma seus bens de raiz, móveis ou semoventes, sem assistência ou autorização doscredores fiscais. A contravenção a este preceito, não só anula o ato, mas pode determinara revogação da moratória, se assim parecer ao Tribunal à vista da gravidade do caso. (VideDecreto-Lei nº 7.661, 1945)

Art. 905 -  A moratória em que deixar de cumprir-se alguma das formalidades pres-critas neste Código, a todo o tempo pode ser anulada. (Vide Decreto-Lei nº 7.661,1945)

Art. 906 - Da sentença do Tribunal do Comércio que negar moratória, só há recurso deembargos, pela forma determinada no artigo 851: haverá porém o de apelação para aRelação do distrito nos casos de concessão, no efeito devolutivo somente. (Vide Decreto--Lei nº 7.661, 1945)

TÍTULO VIIIDISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 907 - Das decisões do Juiz comissário, haverá recurso de agravo para o Tribunal doComércio, devendo ser interposto no peremptório termo de cinco dias, e decidido noprimeiro dia de Sessão do mesmo Tribunal depois da sua interposição. (Vide Decreto-Leinº 7.661, 1945)

Art. 908 - As disposições deste Código relativamente às falências ou quebras, são aplicá-veis somente ao devedor que for comerciante matriculado. (Vide Decreto-Lei nº 7.661,1945)

Art. 909 - Todavia na arrecadação, administração e distribuição dos bens dos negociantesque não forem matriculados, nos casos de falência, se guardará no Juízo ordinário quantose acha determinado pelo presente Código para as quebras dos comerciantes matricula-dos, na parte que for aplicável. (Vide Decreto-Lei nº 7.661, 1945)

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Código Comercial – Lei nº 556/1850 Arts. 910 a 913

Art. 910 - Os direitos e responsabilidades civis dos credores falidos passam para seusherdeiros e sucessores até onde chegarem os bens daqueles, e não mais. (Vide Decreto--Lei nº 7.661, 1945)

Art. 911 - Os menores herdeiros dos falidos, sendo legalmente representados porseus tutores ou curadores, não gozam de privilégio algum nos casos de quebra, e arespeito deles tem aplicação o disposto no artigo 353. (Vide Decreto-Lei nº 7.661,1945)

Art. 912 - O presente Código só principiará a obrigar e ter execução seis meses depois dadata da sua publicação na Corte. (Vide Decreto-Lei nº 7.661, 1945)

Art. 913 - A contar da referida época em diante, ficam derrogadas todas as Leis e dispo-sições de direito relativas a matérias de comércio, e todas as mais que se opuserem àsdisposições do presente Código. (Vide Decreto-Lei nº 7.661, 1945)

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Código Comercial – Lei nº 556/1850Arts. 1º a 7º

TÍTULO ÚNICO(VIDE DECRETO-LEI N° 1.608, DE 1939) E (VIDE LEI N° 5.869, DE 11.1.1973)

DA ADMINISTRAÇÃO DA JUSTIÇA NOS NEGÓCIOS E CAUSAS COMERCIAIS

CAPÍTULO IDOS TRIBUNAIS E JUÍZO COMERCIAIS

SEÇÃO IDOS TRIBUNAIS DO COMÉRCIO

Art. 1º - Haverá Tribunais do Comércio na Capital do Império, nas Capitais das Provínciasda Bahia  e de Pernambuco, e nas Províncias onde para o futuro se criarem, tendo cada umpor distrito o da respectiva Província.

Nas Províncias onda não houver Tribunal do Comércio, as suas atribuições serão exercidaspelas relações; e, na falta destas, na parte administrativa, pelas Autoridades Administrati-vas, e na parte judiciária, pelas Autoridades Judiciárias que o Governo designar (art. 27).

Art. 2º - O Tribunal do Comércio da Capital do Império será composto de um Presidenteletrado, seis Deputados comerciantes, servindo um de Secretário, e três Suplentes tam-bém comerciantes; e terá por adjunto um Fiscal, que será sempre um Desembargadorcom exercício efetivo na Relação Rio de Janeiro.

Os tribunais das Províncias serão compostos de um Presidente letrado, quatro Deputadoscomerciantes, servindo um de Secretário, e dois Suplentes também comerciantes; e terãopor adjunto um Fiscal, que será sempre um Desembargador com exercício efetivo naRelação da respectiva Província.

Art. 3º - Os Presidentes e os Fiscais são da nomeação do Imperador, podendo ser remo-vidos sempre que o bem do serviço o exigir.

Os Deputados e os Suplentes serão eleitos por eleitores comerciantes.

Art. 4º - Os Deputados comerciantes e os Suplentes servirão por quatro anos, renovando-seaqueles por metade de dois em dois anos.

Na primeira renovação recairá a exclusão nos menos votados; decidindo a sorte em igual-dade de votos.

Nos casos de vaga do lugar de Deputado ou Suplente comerciante, proceder-se-á a novaeleição; mas o novo eleito servirá somente pelo tempo que faltava ao substituto.

Art. 5º - Nenhum comerciante poderá eximir-se do serviço de Deputado ou Suplente dosTribunais do Comércio; exceto nos casos de idade avançada, ou moléstia grave e continuadaque absolutamente o impossibilite. Os que sem justa causa não aceitarem a nomeação,nunca mais poderão ter voto ativo nem passivo nas eleições comerciais.

Não é porém obrigatória a aceitação antes de passados quatro anos de intervalo entre oserviço da antecedente e nova nomeação.

Art. 6º - Não poderão conjuntamente no mesmo Tribunal os parentes dentro do segundograu de afinidade em quanto durar o cunhado, ou do quarto de consangüinidade, nemtambém dois ou mais Deputados comerciantes que tenham sociedade entre si.

Art. 7º - Em cada Tribunal do Comércio haverá uma Secretaria com um oficial maior, e osescriturários e mais empregados que necessários sejam par o expediente dos negócios.

A primeira nomeação do oficial maior, escriturários e mais empregados será feita pelo Impe-rador, tendo preferência os que atualmente servem no Tribunal da Junta do Comércio, setiverem a precisa idoneidade. As subsequentes nomeações e demissões dos oficiais maio-res, escriturários e porteiros terão lugar por consulta dos respectivos Tribunais; aos quais

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Código Comercial – Lei nº 556/1850 Arts. 7º a 16

fica pertencendo no futuro a livre nomeação e demissão de todos os mais empregados eagentes subalternos.

Art. 8º -  Aos Tribunais do Comércio competirá, além das atribuições expressamentedeclaradas no Código Comercial, aquela jurisdição voluntária inerente à natureza da suainstituição, que for marcada nos Regulamentos do Poder Executivo (art. 27).

Art. 9º - Ao Tribunal do Comércio da Capital do Império é especialmente encarregada aestatística anual do comércio, agricultura, industria e navegação do Império; e para a suaorganização se entenderá com os Tribunais das Províncias, e ainda com outras Autoridadesque serão obrigadas a cumprir as suas requisições.

Art. 10 - Os negócios de mero expediente, poderão ser despachados por três Membros doTribunal, sendo um deles o Presidente. Todos os outros o serão por metade e mais um dosMembros que o compuserem, compreendido o Presidente. Excetuam-se unicamente oscasos de que tratam os artigos 806, 820 e 894 do Código Comercial, para a decisão dosquais é indispensável que o Tribunal se ache completo. Em todos os casos a maioriaabsoluta dos votos determina o vencimento.

Art. 11 - Haverá nas Secretarias dos Tribunais do Comércio um Registro Público do Co-mércio, no qual, em livros competentes, rubricados pelo Presidente do Tribunal, se inscre-verá a matricula dos comerciantes (Cód. Comercial art. 4), e todos os papéis, que segundoas disposições do Código Comercial, nele devam ser registrados (Cód. Comercial art. 10n.º 2).

Art. 12 - Os Presidentes dos Tribunais do Comércio das Províncias são obrigados a formaranualmente relatórios dos negócios que perante os mesmos Tribunais se apresentarem,com as decisões que se tomarem; e deles remeterão cópia ao Presidente do Tribunal daCapital do Império, com as observações que julgarem convenientes.

Art. 13 - O Presidente do Tribunal do Comércio da Capital do Império, formando pela suaparte igual relatório, os levará todos ao conhecimento do Governo, acompanhados dassuas observações, para este providenciar como achar conveniente na parte que coubernas suas atribuições, e propor ao Poder Legislativo as disposições que dependerem demedidas legislativas.

SEÇÃO IIDA ELEIÇÃO DOS DEPUTADOS COMERCIANTES

Art. 14 - Podem votar e ser votados nos Colégios Comerciais, todos os comerciantes(art. 4) estabelecidos no distrito onde tiver lugar a eleição, que forem cidadãos brasileiros,e se acharem no livre exercício dos seus direitos civis e políticos, ainda que tenham deixa-do de fazer profissão habitual do comércio.

Na primeira eleição, não havendo, pelo menos, vinte comerciantes matriculados no Tri-bunal da Junta do Comércio para formar o Colégio Comercial, serão admitidos a votar eser votados os negociantes que tiverem ou se presumir terem um capital de quarentacontos.

Ficam porém excluídos de votar e ser votados aqueles comerciantes, que em algum tempoforam convencidos de perjúrio, falsidade ou quebra com culpa ou fraudulenta, posto quetenham cumprido as sentenças que os condenaram, ou se achem reabilitados.

Art. 15 - Nenhum comerciante pode ser Deputado ou Suplente, antes de trinta anoscompletos de idade, e sem que tenha pelo menos cinco anos de profissão habitual decomércio. A nomeação do Presidente não poderá recair em pessoa que tenha menos dareferida idade.

Art. 16 - Os Tribunais do Comércio designarão a época em que deverá ter lugar a reuniãodo Colégio Eleitoral dos comerciantes; e será este presidido pelo Presidente do Tribunal.

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Código Comercial – Lei nº 556/1850Arts. 16 a 26

A designação do dia da primeira eleição será feita pelo Ministro do Império na Corte, epelos Presidentes nas Províncias.

SEÇÃO IIIDO JUÍZO COMERCIAL

Art. 17 - As atribuições conferidas no Código Comercial aos Juizes de Direito do Comércioserão exercidas pelas Justiças ordinárias; às quais fica também competindo o conhecimen-to das causas comerciais em primeira instancia, com recurso para as Relações respectivas;com as exceções estabelecidas no Código Comercial para os casos de quebra.

Art. 18 - Serão reputadas comerciais, todas as causas que derivarem de direitos e obriga-ções sujeitos às disposições do Código Comercial, com tanto que uma das partes sejacomerciante.

Art. 19 - Serão também julgadas na conformidade das disposições do Código Comercial,e pela mesma forma de processo, ainda que não intervenha pessoa comerciante:

I - As questões entre particulares sobre títulos da divida pública, e outros quaisquer papéisde crédito do Governo;

II - As questões de companhias ou sociedades, qualquer que seja a sua natureza ouobjeto;

III - As questões que derivarem de contratos de locação compreendidos nas disposiçõesdo Título X do Código Comercial, com exceção somente das que forem relativas à locaçãode prédios rústicos ou urbanos.

Art. 20 - Serão necessariamente decididas por árbitros as questões e controvérsias a queo Código Comercial dá esta forma de decisão.

Art. 21 - Todo o Tribunal ou Juiz que conhecer de negócios ou causas do comércio, todo oárbitro ou arbitrador, experto ou perito que tiver de decidir sobre objetos, atos ou obriga-ções comerciais, é obrigado a fazer aplicação da Legislação comercial aos casos ocorrentes.

CAPÍTULO IIDA ORDEM DO JUÍZO NAS CAUSAS COMERCIAIS

Art. 22 - Todas as causas comerciais devem ser processadas, em todos os Juízos e instancias,breve e sumariamente, de plano e pela verdade sabida, sem que seja necessário guardarestritamente todas as formas ordinárias, prescritas para os processos civis: sendo unica-mente indispensável que se guardem as formulas e termos essenciais para que as partespossam alegar o seu direito, e produzir as suas provas.

Art. 23 - Não é necessária a conciliação nas causas comerciais que procederem de papéisde crédito comerciais que se acharem endossados, nas em que as partes não podemtransigir, nem para os atos de declaração de quebra.

Art. 24 - Nas causas comerciais só se exige que seja pessoal a primeira citação, e a quedeve fazer-se no princípio da execução.

Art. 25 - Achando-se o réu fora do lugar onde a obrigação foi contraída, poderá ser citadona pessoa de seus mandatários, administradores, feitores ou gerentes, nos casos em quea ação derivar de atos praticados pelos mesmos mandatários, administradores, feitores ougerentes. O mesmo terá lugar a respeito das obrigações contraídas pelos capitães oumestres de navios, consignatários e sobrecargas, não se achando presente o principaldevedor ou obrigado.

Art. 26 - Não haverá recurso de apelação nas causas comerciais (art. 18) cujo valor nãoexceder de duzentos mil réis, nem o de revista, se o valor não exceder de dois contos de réis.

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Código Comercial – Lei nº 556/1850

Art. 27 - O Governo, além dos Regulamentos e Instruções da sua competência para a boaexecução do Código Comercial, é autorizado para, em um Regulamento adequado, deter-minar a ordem do Juízo no processo comercial; e particularmente para a execução dosegundo período do artigo 1º e artigo 8º, tendo em vista as disposições deste Título e asdo Código Comercial: e outro sim para estabelecer as regras e formalidades que devemseguir-se nos embargos de bens, e na detenção pessoal do devedor que deixa de pagardivida comercial.

Art. 28 - Os lugares de Presidente, Deputado e Fiscal dos Tribunais do Comércio, sãoempregos honoríficos, e os que os servirem só perceberão, por este título, os emolumentosque direitamente lhes pertencerem. Recaindo a nomeação de Presidente em Desembargador,este acumulará os dois empregos, mas só perceberá o seu ordenado se tiver exercícioefetivo na Relação do lugar onde se achar o Tribunal do Comércio.

Os demais empregados dos mesmos Tribunais perceberão uma gratificação arbitrada peloGoverno sobre consulta dos respectivos Tribunais, e paga pela caixa dos emolumentos.

Art. 29 - O Governo estabelecerá a tarifa dos emolumentos que devem perceber os Tribu-nais do Comércio. Todas as multas decretadas no Código Comercial sem aplicação especial,entrarão para a caixa dos emolumentos dos respectivos Tribunais do Comércio.

Art. 30 - Fica extinto o Tribunal da Junta do Comércio. Os Membros do mesmo Tribunalserão aposentados com as honras e prerrogativas de que gozavam, e os vencimentoscorrespondentes ao seu tempo de serviço.

Os demais empregados do mesmo Tribunal, que não puderem ser admitidos nas Secreta-rias dos Tribunais do Comércio, continuarão a perceber os seus vencimentos por inteiro,enquanto não forem novamente empregados.

Mandamos portanto a todas as Autoridades, a quem o conhecimento, e execução da refe-rida Lei pertencer, que a cumpram, e façam cumprir, e guardar tão inteiramente, comonela se contém. O Secretário de Estado dos Negócios da Justiça e faça imprimir, publicar ecorrer. Dada no Palácio do Rio de Janeiro aos vinte e cinco de junho de mil oitocentos ecinqüenta, vigésimo nono da Independência e do Império.

Este texto não substitui o publicado na CLB de 1850 T. 11, Pág. 57-238.

Arts. 27 a 30

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CÓDIGO TRIBUTÁRIONACIONAL

LEI Nº 5.172, DE 25 DE OUTUBRO DE 1966.

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CÓDIGO TRIBUTÁRIO NACIONAL – LEI Nº 5.172/1966

Disposição preliminar (art. 1º) ................................................................................81

Livro Primeiro - Sistema Tributário Nacional

Título I - Disposições gerais (arts. 2º a 5º) ...............................................................81

Título II - Competência tributária ............................................................................81

Capítulo I - Disposições gerais (arts. 6º a 8º) ............................................................81

Capítulo II - Limitações da competência tributária .....................................................82

Seção I - Disposições gerais (arts. 9º a 11) .........................................................82

Seção II - Disposições especiais (arts. 12 a 15) ....................................................83

Título III - Impostos ..............................................................................................83

Capítulo I - Disposições gerais (arts. 16 a 18) ...........................................................83

Capítulo II - Impostos sobre o comércio exterior .......................................................84

Seção I - Impostos sobre a importação (arts. 19 a 22) ..........................................84

Seção II - Imposto sobre a exportação (arts. 23 a 28) ..........................................84

Capítulo III - Impostos sobre o patrimônio e a renda .................................................85

Seção I - Imposto sobre a propriedade territorial rural (arts. 29 a 31) .....................85

Seção II - Imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana (arts. 32 a 34) ....85

Seção III - Imposto sobre a transmissão de bens imóveis e de direitos a eles

relativos (arts. 35 a 42) ....................................................................................85

Seção IV - Imposto sobre a renda e proventos de qualquer natureza (arts. 43 a 45) ....86

Capítulo IV - Impostos sobre a produção e a circulação ..............................................87

Seção I - Imposto sobre produtos industrializados (arts. 46 a 51) ...........................87

Seção II - Imposto estadual sobre operações relativas à circulação de mercadorias

(arts. 52 a 58) ............................................................................................88

Seção III - Imposto municipal sobre operações relativas à circulação de mercadorias

(arts. 59 a 62) ............................................................................................88

Seção IV - Imposto sobre operações de crédito, câmbio e seguro, e sobre operações

relativas a títulos e valores mobiliários (arts. 63 a 67) ......................................88

Seção V - Imposto sobre serviços de transportes e comunicações (arts. 68 a 70) ......89

Seção VI - Imposto sobre serviços de qualquer natureza (arts. 71 a 73) ..................89

Capítulo V - Impostos especiais ...............................................................................89

Seção I - Imposto sobre operações relativas a combustíveis, lubrificantes, energia

elétrica e minerais do País (arts. 74 a 75) ............................................................89

Seção II - Impostos extraordinários (art. 76) .......................................................90

Título IV - Taxas (arts. 77 a 80) ..............................................................................90

Título V - Contribuição de melhoria (arts. 81 a 82) .....................................................91

Título VI - Distribuições de receitas tributárias ..........................................................91

Capítulo I - Disposições gerais (arts. 83 a 84) ...........................................................91

Capítulo II - Imposto sobre a propriedade territorial rural e sobre a renda e proventos

de qualquer natureza (art. 85) ...........................................................................92

Capítulo III - Fundos de Participação dos Estados e dos Municípios ...............................92

Seção I - Constituição dos fundos (arts. 86 a 87) ..................................................92

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Seção II - Critério de distribuição do Fundo de Participação dos Estados (arts. 88 a 90) .. 93

Seção III - Critério de distribuição do Fundo de Participação dos Municípios (art. 91) .....94

Seção IV - Cálculo e pagamento das quotas estaduais e municipais (arts. 92 a 93) ...... 95

Seção V - Comprovação da aplicação das quotas estaduais e municipais (art. 94) .....96

Capítulo IV - Imposto sobre operações relativas a combustíveis, lubrificantes,

energia elétrica e minerais do País (art. 95) .........................................................96

Livro Segundo - Normas Gerais de Direito Tributário

Título I - Legislação tributária .................................................................................96

Capítulo I - Disposições gerais ................................................................................96

Seção I - Disposição preliminar (art. 96) .............................................................96

Seção II - Leis, tratados e convenções internacionais e decretos (arts. 97 a 99) .......97

Seção III - Normas complementares (art. 100) ....................................................97

Capítulo II - Vigência da legislação tributária (arts. 101 a 104) ....................................97

Capítulo III - Aplicação da legislação tributária (arts. 105 a 106) .................................98

Capítulo IV - Interpretação e integração da legislação tributária (arts. 107 a 112) .......... 98

Título II - Obrigação tributária ................................................................................99

Capítulo I - Disposições gerais (art. 113) ..................................................................99

Capítulo II - Fato gerador (arts. 114 a 118) ..............................................................99

Capítulo III - Sujeito ativo (arts. 119 a 120) ........................................................... 100

Capítulo IV - Sujeito passivo ................................................................................. 100

Seção I - Disposições gerais (arts. 121 a 123) .................................................... 100

Seção II - Solidariedade (arts. 124 a 125) ......................................................... 100

Seção III - Capacidade tributária (art. 126) ....................................................... 101

Seção IV - Domicílio tributário (art. 127) ........................................................... 101

Capítulo V - Responsabilidade tributária .................................................................. 101

Seção I - Disposição geral (art. 128) ................................................................. 101

Seção II - Responsabilidade dos sucessores (arts. 129 a 133) .............................. 101

Seção III - Responsabilidade de terceiros (arts. 134 a 135) ................................. 103

Seção IV - Responsabilidade por infrações (arts. 136 a 138) ................................ 103

Título III - Crédito tributário ................................................................................. 104

Capítulo I - Disposições gerais (arts. 139 a 141) ...................................................... 104

Capítulo II - Constituição de crédito tributário ......................................................... 104

Seção I - Lançamento (arts. 142 a 146) ............................................................ 104

Seção II - Modalidades de lançamento (arts. 147 a 150) ..................................... 105

Capítulo III - Suspensão do crédito tributário .......................................................... 106

Seção I - Disposições gerais (art. 151) .............................................................. 106

Seção II - Moratória (arts. 152 a 155-A) ........................................................... 106

Capítulo IV - Extinção do crédito tributário .............................................................. 108

Seção I - Modalidades de extinção (art. 156) ..................................................... 108

Seção II - Pagamento (arts. 157 a 164) ............................................................ 108

Seção III - Pagamento indevido (arts. 165 a 169) ............................................... 110

Seção IV - Demais modalidades de extinção (arts. 170 a 174) .............................. 110

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Capítulo V - Exclusão de crédito tributário ............................................................... 111

Seção I - Disposições gerais (art. 175) .............................................................. 111

Seção II - Isenção (arts. 176 a 179) ................................................................. 112

Seção III - Anistia (arts. 180 a 182) ................................................................. 112

Capítulo VI - Garantias e privilégios do crédito tributário ........................................... 113

Seção I - Disposições gerais (arts. 183 a 185-A) ................................................. 113

Seção II - Preferências (arts. 186 a 193) ........................................................... 114

Título IV - Administração tributária ........................................................................ 115

Capítulo I - Fiscalização (arts. 194 a 200) ............................................................... 115

Capítulo II - Dívida ativa (arts. 201 a 204) ............................................................. 116

Capítulo III - Certidões negativas (arts. 205 a 208) ................................................. 117

Disposições finais e transitórias (arts. 209 a 218) .................................................... 118

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Código Tributário Nacional – Lei nº 5.172/1966 Arts. 1º a 6º

CÓDIGO TRIBUTÁRIO NACIONALLEI Nº 5.172, DE 25 DE OUTUBRO DE 1966.

Denominado Código Tributário Nacional Dispõe sobre o Sistema Tributário Nacionale institui normas gerais de direitotributário aplicáveis à União, Estados eMunicípios.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sancionoa seguinte lei:

DISPOSIÇÃO PRELIMINAR

Art. 1º - Esta Lei regula, com fundamento na Emenda Constitucional n. 18, de 1º dedezembro de 1965, o sistema tributário nacional e estabelece, com fundamento no artigo5º, inciso XV, alínea b, da Constituição Federal, as normas gerais de direito tributárioaplicáveis à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, sem prejuízo darespectiva legislação complementar, supletiva ou regulamentar.

LIVRO PRIMEIROSISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL

TÍTULO IDISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 2º - O sistema tributário nacional é regido pelo disposto na Emenda Constitucionaln. 18, de 1º de dezembro de 1965, em leis complementares, em resoluções do SenadoFederal e, nos limites das respectivas competências, em leis federais, nas Constituições eem leis estaduais, e em leis municipais.

Art. 3º - Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela sepossa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada median-te atividade administrativa plenamente vinculada.

Art. 4º - A natureza jurídica específica do tributo é determinada pelo fato gerador darespectiva obrigação, sendo irrelevantes para qualificá-la:

I - a denominação e demais características formais adotadas pela lei;

II - a destinação legal do produto da sua arrecadação.

Art. 5º - Os tributos são impostos, taxas e contribuições de melhoria.

TÍTULO IICOMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA

CAPÍTULO IDISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 6º - A atribuição constitucional de competência tributária compreende a competêncialegislativa plena, ressalvadas as limitações contidas na Constituição Federal, nas Constitui-ções dos Estados e nas Leis Orgânicas do Distrito Federal e dos Municípios, e observado odisposto nesta Lei.

Parágrafo único - Os tributos cuja receita seja distribuída, no todo ou em parte, a outraspessoas jurídicas de direito público pertencerá à competência legislativa daquela a quetenham sido atribuídos.

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Código Tributário Nacional – Lei nº 5.172/1966Arts. 7º a 11

Art. 7º - A competência tributária é indelegável, salvo atribuição das funções de arrecadarou fiscalizar tributos, ou de executar leis, serviços, atos ou decisões administrativas emmatéria tributária, conferida por uma pessoa jurídica de direito público a outra, nos termosdo § 3º do artigo 18 da Constituição.

§ 1º - A atribuição compreende as garantias e os privilégios processuais que competem àpessoa jurídica de direito público que a conferir.

§ 2º - A atribuição pode ser revogada, a qualquer tempo, por ato unilateral da pessoajurídica de direito público que a tenha conferido.

§ 3º - Não constitui delegação de competência o cometimento, a pessoas de direito priva-do, do encargo ou da função de arrecadar tributos.

Art. 8º - O não-exercício da competência tributária não a defere a pessoa jurídica dedireito público diversa daquela a que a Constituição a tenha atribuído.

CAPÍTULO IILIMITAÇÕES DA COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA

SEÇÃO IDISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 9º - É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:

I - instituir ou majorar tributos sem que a lei o estabeleça, ressalvado, quanto à majoração,o disposto nos artigos 21, 26 e 65;

II - cobrar imposto sobre o patrimônio e a renda com base em lei posterior à data inicial doexercício financeiro a que corresponda;

III - estabelecer limitações ao tráfego, no território nacional, de pessoas ou mercadorias,por meio de tributos interestaduais ou intermunicipais;

IV - cobrar imposto sobre:

a) o patrimônio, a renda ou os serviços uns dos outros;

b) templos de qualquer culto;

c) o patrimônio, a renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, dasentidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social,sem fins lucrativos, observados os requisitos fixados na Seção II deste Capítulo; (Redaçãodada pela Lcp nº 104, de 10.1.2001)

d) papel destinado exclusivamente à impressão de jornais, periódicos e livros.

§ 1º - O disposto no inciso IV não exclui a atribuição, por lei, às entidades nele referidas,da condição de responsáveis pelos tributos que lhes caiba reter na fonte, e não as dispensada prática de atos, previstos em lei, assecuratórios do cumprimento de obrigações tributá-rias por terceiros.

§ 2º - O disposto na alínea a do inciso IV aplica-se, exclusivamente, aos serviços própriosdas pessoas jurídicas de direito público a que se refere este artigo, e inerentes aos seusobjetivos.

Art. 10 - É vedado à União instituir tributo que não seja uniforme em todo o territórionacional, ou que importe distinção ou preferência em favor de determinado Estado ouMunicípio.

Art. 11 - É vedado aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios estabelecer diferen-ça tributária entre bens de qualquer natureza, em razão da sua procedência ou do seudestino.

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Código Tributário Nacional – Lei nº 5.172/1966 Arts. 12 a 18

SEÇÃO IIDISPOSIÇÕES ESPECIAIS

Art. 12 - O disposto na alínea a do inciso IV do artigo 9º, observado o disposto nos seus§§ 1º e 2º, é extensivo às autarquias criadas pela União, pelos Estados, pelo DistritoFederal ou pelos Municípios, tão-somente no que se refere ao patrimônio, à renda ou aosserviços vinculados às suas finalidades essenciais, ou delas decorrentes.

Art. 13 - O disposto na alínea a do inciso IV do artigo 9º não se aplica aos serviçospúblicos concedidos, cujo tratamento tributário é estabelecido pelo poder concedente, noque se refere aos tributos de sua competência, ressalvado o que dispõe o parágrafoúnico.

Parágrafo único - Mediante lei especial e tendo em vista o interesse comum, a União podeinstituir isenção de tributos federais, estaduais e municipais para os serviços públicos queconceder, observado o disposto no § 1º do artigo 9º.

Art. 14 - O disposto na alínea c do inciso IV do artigo 9º é subordinado à observância dosseguintes requisitos pelas entidades nele referidas:

I - não distribuírem qualquer parcela de seu patrimônio ou de suas rendas, a qualquertítulo; (Redação dada pela Lcp nº 104, de 10.1.2001)

II - aplicarem integralmente, no País, os seus recursos na manutenção dos seus objetivosinstitucionais;

III - manterem escrituração de suas receitas e despesas em livros revestidos de formali-dades capazes de assegurar sua exatidão.

§ 1º - Na falta de cumprimento do disposto neste artigo, ou no § 1º do artigo 9º, aautoridade competente pode suspender a aplicação do benefício.

§ 2º - Os serviços a que se refere a alínea c do inciso IV do artigo 9º são exclusivamente,os diretamente relacionados com os objetivos institucionais das entidades de que trataeste artigo, previstos nos respectivos estatutos ou atos constitutivos.

Art. 15 - Somente a União, nos seguintes casos excepcionais, pode instituir empréstimoscompulsórios:

I - guerra externa, ou sua iminência;

II - calamidade pública que exija auxílio federal impossível de atender com os recursosorçamentários disponíveis;

III - conjuntura que exija a absorção temporária de poder aquisitivo.

Parágrafo único - A lei fixará obrigatoriamente o prazo do empréstimo e as condições deseu resgate, observando, no que for aplicável, o disposto nesta Lei.

TÍTULO IIIIMPOSTOS

CAPÍTULO IDISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 16 - Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação indepen-dente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte.

Art. 17 - Os impostos componentes do sistema tributário nacional são exclusivamente osque constam deste Título, com as competências e limitações nele previstas.

Art. 18 - Compete:

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Código Tributário Nacional – Lei nº 5.172/1966Arts. 18 a 28

I - à União, instituir, nos Territórios Federais, os impostos atribuídos aos Estados e, seaqueles não forem divididos em Municípios, cumulativamente, os atribuídos a estes;

II - ao Distrito Federal e aos Estados não divididos em Municípios, instituir, cumulativa-mente, os impostos atribuídos aos Estados e aos Municípios.

CAPÍTULO IIIMPOSTOS SOBRE O COMÉRCIO EXTERIOR

SEÇÃO IIMPOSTOS SOBRE A IMPORTAÇÃO

Art. 19 - O imposto, de competência da União, sobre a importação de produtos estrangei-ros tem como fato gerador a entrada destes no território nacional.

Art. 20 - A base de cálculo do imposto é:

I - quando a alíquota seja específica, a unidade de medida adotada pela lei tributária;

II - quando a alíquota seja ad valorem, o preço normal que o produto, ou seu similar,alcançaria, ao tempo da importação, em uma venda em condições de livre concorrência,para entrega no porto ou lugar de entrada do produto no País;

III - quando se trate de produto apreendido ou abandonado, levado a leilão, o preço da arrematação.

Art. 21 - O Poder Executivo pode, nas condições e nos limites estabelecidos em lei, alteraras alíquotas ou as bases de cálculo do imposto, a fim de ajustá-lo aos objetivos da políticacambial e do comércio exterior.

Art. 22 - Contribuinte do imposto é:

I - o importador ou quem a lei a ele equiparar;

II - o arrematante de produtos apreendidos ou abandonados.

SEÇÃO IIIMPOSTO SOBRE A EXPORTAÇÃO

Art. 23 - O imposto, de competência da União, sobre a exportação, para o estrangeiro, deprodutos nacionais ou nacionalizados tem como fato gerador a saída destes do território nacional.

Art. 24 - A base de cálculo do imposto é:

I - quando a alíquota seja específica, a unidade de medida adotada pela lei tributária;

II - quando a alíquota seja ad valorem, o preço normal que o produto, ou seu similar,alcançaria, ao tempo da exportação, em uma venda em condições de livre concorrência.

Parágrafo único - Para os efeitos do inciso II, considera-se a entrega como efetuada noporto ou lugar da saída do produto, deduzidos os tributos diretamente incidentes sobre aoperação de exportação e, nas vendas efetuadas a prazo superior aos correntes no merca-do internacional o custo do financiamento.

Art. 25 - A lei pode adotar como base de cálculo a parcela do valor ou do preço, referidosno artigo anterior, excedente de valor básico, fixado de acordo com os critérios e dentrodos limites por ela estabelecidos.

Art. 26 - O Poder Executivo pode, nas condições e nos limites estabelecidos em lei, alteraras alíquotas ou as bases de cálculo do imposto, a fim de ajustá-los aos objetivos da políticacambial e do comércio exterior.

Art. 27 - Contribuinte do imposto é o exportador ou quem a lei a ele equiparar.

Art. 28 - A receita líquida do imposto destina-se à formação de reservas monetárias, naforma da lei.

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Código Tributário Nacional – Lei nº 5.172/1966 Arts. 29 a 35

CAPÍTULO IIIIMPOSTOS SOBRE O PATRIMÔNIO E A RENDA

SEÇÃO IIMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE TERRITORIAL RURAL

Art. 29 - O imposto, de competência da União, sobre a propriedade territorial rural temcomo fato gerador a propriedade, o domínio útil ou a posse de imóvel por natureza, comodefinido na lei civil, localização fora da zona urbana do Município.

Art. 30 - A base do cálculo do imposto é o valor fundiário.

Art. 31 - Contribuinte do imposto é o proprietário do imóvel, o titular de seu domínio útil,ou o seu possuidor a qualquer título.

SEÇÃO IIIMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE PREDIAL E TERRITORIAL URBANA

Art. 32 - O imposto, de competência dos Municípios, sobre a propriedade predial e territorialurbana tem como fato gerador a propriedade, o domínio útil ou a posse de bem imóvel pornatureza ou por acessão física, como definido na lei civil, localizado na zona urbana doMunicípio.

§ 1º - Para os efeitos deste imposto, entende-se como zona urbana a definida em leimunicipal; observado o requisito mínimo da existência de melhoramentos indicadosem pelo menos 2 (dois) dos incisos seguintes, construídos ou mantidos pelo PoderPúblico:

I - meio-fio ou calçamento, com canalização de águas pluviais;

II - abastecimento de água;

III - sistema de esgotos sanitários;

IV - rede de iluminação pública, com ou sem posteamento para distribuição domiciliar;

V - escola primária ou posto de saúde a uma distância máxima de 3 (três) quilômetros doimóvel considerado.

§ 2º - A lei municipal pode considerar urbanas as áreas urbanizáveis, ou de expansãourbana, constantes de loteamentos aprovados pelos órgãos competentes, destinados àhabitação, à indústria ou ao comércio, mesmo que localizados fora das zonas definidas nostermos do parágrafo anterior.

Art. 33 - A base do cálculo do imposto é o valor venal do imóvel.

Parágrafo único - Na determinação da base de cálculo, não se considera o valor dos bensmóveis mantidos, em caráter permanente ou temporário, no imóvel, para efeito de suautilização, exploração, aformoseamento ou comodidade.

Art. 34 - Contribuinte do imposto é o proprietário do imóvel, o titular do seu domínio útil,ou o seu possuidor a qualquer título.

SEÇÃO IIIIMPOSTO SOBRE A TRANSMISSÃO DE BENS IMÓVEIS E DE DIREITOS

A ELES RELATIVOS

Art. 35 - O imposto, de competência dos Estados, sobre a transmissão de bens imóveis ede direitos a eles relativos tem como fato gerador:

I - a transmissão, a qualquer título, da propriedade ou do domínio útil de bens imóveis pornatureza ou por acessão física, como definidos na lei civil;

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Código Tributário Nacional – Lei nº 5.172/1966Arts. 35 a 43

II - a transmissão, a qualquer título, de direitos reais sobre imóveis, exceto os direitosreais de garantia;

III - a cessão de direitos relativos às transmissões referidas nos incisos I e II.

Parágrafo único - Nas transmissões causa mortis, ocorrem tantos fatos geradores distintosquantos sejam os herdeiros ou legatários.

Art. 36 - Ressalvado o disposto no artigo seguinte, o imposto não incide sobre a transmis-são dos bens ou direitos referidos no artigo anterior:

I - quando efetuada para sua incorporação ao patrimônio de pessoa jurídica em pagamen-to de capital nela subscrito;

II - quando decorrente da incorporação ou da fusão de uma pessoa jurídica por outra oucom outra.

Parágrafo único - O imposto não incide sobre a transmissão aos mesmos alienantes, dosbens e direitos adquiridos na forma do inciso I deste artigo, em decorrência da suadesincorporação do patrimônio da pessoa jurídica a que foram conferidos.

Art. 37 - O disposto no artigo anterior não se aplica quando a pessoa jurídica adquirentetenha como atividade preponderante a venda ou locação de propriedade imobiliária ou acessão de direitos relativos à sua aquisição.

§ 1º - Considera-se caracterizada a atividade preponderante referida neste artigo quandomais de 50% (cinqüenta por cento) da receita operacional da pessoa jurídica adquirente,nos 2 (dois) anos anteriores e nos 2 (dois) anos subseqüentes à aquisição, decorrer detransações mencionadas neste artigo.

§ 2º - Se a pessoa jurídica adquirente iniciar suas atividades após a aquisição, ou menosde 2 (dois) anos antes dela, apurar-se-á a preponderância referida no parágrafo anteriorlevando em conta os 3 (três) primeiros anos seguintes à data da aquisição.

§ 3º - Verificada a preponderância referida neste artigo, tornar-se-á devido o imposto, nostermos da lei vigente à data da aquisição, sobre o valor do bem ou direito nessa data.

§ 4º - O disposto neste artigo não se aplica à transmissão de bens ou direitos, quandorealizada em conjunto com a da totalidade do patrimônio da pessoa jurídica alienante.

Art. 38 - A base de cálculo do imposto é o valor venal dos bens ou direitos transmitidos.

Art. 39 - A alíquota do imposto não excederá os limites fixados em resolução do SenadoFederal, que distinguirá, para efeito de aplicação de alíquota mais baixa, as transmissõesque atendam à política nacional de habitação.

Art. 40 - O montante do imposto é dedutível do devido à União, a título do imposto de quetrata o artigo 43, sobre o provento decorrente da mesma transmissão.

Art. 41 - O imposto compete ao Estado da situação do imóvel transmitido, ou sobre queversarem os direitos cedidos, mesmo que a mutação patrimonial decorra de sucessãoaberta no estrangeiro.

Art. 42 - Contribuinte do imposto é qualquer das partes na operação tributada, comodispuser a lei.

SEÇÃO IVIMPOSTO SOBRE A RENDA E PROVENTOS DE QUALQUER NATUREZA

Art. 43 - O imposto, de competência da União, sobre a renda e proventos de qualquernatureza tem como fato gerador a aquisição da disponibilidade econômica ou jurídica:

I - de renda, assim entendido o produto do capital, do trabalho ou da combinação deambos;

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Código Tributário Nacional – Lei nº 5.172/1966 Arts. 43 a 49

II - de proventos de qualquer natureza, assim entendidos os acréscimos patrimoniais nãocompreendidos no inciso anterior.

§ 1º - A incidência do imposto independe da denominação da receita ou do rendimento,da localização, condição jurídica ou nacionalidade da fonte, da origem e da forma depercepção. (Incluído pela Lcp nº 104, de 10.1.2001)

§ 2º - Na hipótese de receita ou de rendimento oriundos do exterior, a lei estabelecerá ascondições e o momento em que se dará sua disponibilidade, para fins de incidência doimposto referido neste artigo. (Incluído pela Lcp nº 104, de 10.1.2001)

Art. 44 - A base de cálculo do imposto é o montante, real, arbitrado ou presumido, darenda ou dos proventos tributáveis.

Art. 45 - Contribuinte do imposto é o titular da disponibilidade a que se refere o artigo 43,sem prejuízo de atribuir a lei essa condição ao possuidor, a qualquer título, dos bensprodutores de renda ou dos proventos tributáveis.

Parágrafo único - A lei pode atribuir à fonte pagadora da renda ou dos proventos tributáveisa condição de responsável pelo imposto cuja retenção e recolhimento lhe caibam.

CAPÍTULO IVIMPOSTOS SOBRE A PRODUÇÃO E A CIRCULAÇÃO

SEÇÃO IIMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS

Art. 46 - O imposto, de competência da União, sobre produtos industrializados tem comofato gerador:

I - o seu desembaraço aduaneiro, quando de procedência estrangeira;

II - a sua saída dos estabelecimentos a que se refere o parágrafo único do artigo 51;

III - a sua arrematação, quando apreendido ou abandonado e levado a leilão.

Parágrafo único - Para os efeitos deste imposto, considera-se industrializado o produto quetenha sido submetido a qualquer operação que lhe modifique a natureza ou a finalidade,ou o aperfeiçoe para o consumo.

Art. 47 - A base de cálculo do imposto é:

I - no caso do inciso I do artigo anterior, o preço normal, como definido no inciso II doartigo 20, acrescido do montante:

a) do imposto sobre a importação;

b) das taxas exigidas para entrada do produto no País;

c) dos encargos cambiais efetivamente pagos pelo importador ou dele exigíveis;

II - no caso do inciso II do artigo anterior:

a) o valor da operação de que decorrer a saída da mercadoria;

b) na falta do valor a que se refere a alínea anterior, o preço corrente da mercadoria, ousua similar, no mercado atacadista da praça do remetente;

III - no caso do inciso III do artigo anterior, o preço da arrematação.

Art. 48 - O imposto é seletivo em função da essencialidade dos produtos.

Art. 49 - O imposto é não-cumulativo, dispondo a lei de forma que o montante devidoresulte da diferença a maior, em determinado período, entre o imposto referente aosprodutos saídos do estabelecimento e o pago relativamente aos produtos nele entrados.

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Código Tributário Nacional – Lei nº 5.172/1966Arts. 49 a 63

Parágrafo único - O saldo verificado, em determinado período, em favor do contribuintetransfere-se para o período ou períodos seguintes.

Art. 50 - Os produtos sujeitos ao imposto, quando remetidos de um para outro Estado, oudo ou para o Distrito Federal, serão acompanhados de nota fiscal de modelo especial,emitida em séries próprias e contendo, além dos elementos necessários ao controle fiscal,os dados indispensáveis à elaboração da estatística do comércio por cabotagem e demaisvias internas.

Art. 51 - Contribuinte do imposto é:

I - o importador ou quem a lei a ele equiparar;

II - o industrial ou quem a lei a ele equiparar;

III - o comerciante de produtos sujeitos ao imposto, que os forneça aos contribuintesdefinidos no inciso anterior;

IV - o arrematante de produtos apreendidos ou abandonados, levados a leilão.

Parágrafo único - Para os efeitos deste imposto, considera-se contribuinte autônomo qual-quer estabelecimento de importador, industrial, comerciante ou arrematante.

SEÇÃO IIIMPOSTO ESTADUAL SOBRE OPERAÇÕES RELATIVAS À CIRCULAÇÃO

DE MERCADORIAS

Arts. 52 a 58 - (Revogados pelo Decreto-lei nº 406, de 31.12.1968)

SEÇÃO IIIIMPOSTO MUNICIPAL SOBRE OPERAÇÕES RELATIVAS À CIRCULAÇÃO

DE MERCADORIAS

Arts. 59 a 62 - (Revogados pelo Ato Complementar nº 31, de 1966)

SEÇÃO IVIMPOSTO SOBRE OPERAÇÕES DE CRÉDITO, CÂMBIO E SEGURO, E SOBRE

OPERAÇÕES RELATIVAS A TÍTULOS E VALORES MOBILIÁRIOS

Art. 63 - O imposto, de competência da União, sobre operações de crédito, câmbio eseguro, e sobre operações relativas a títulos e valores mobiliários tem como fato gerador:

I - quanto às operações de crédito, a sua efetivação pela entrega total ou parcial do montanteou do valor que constitua o objeto da obrigação, ou sua colocação à disposição do interessado;

II - quanto às operações de câmbio, a sua efetivação pela entrega de moeda nacional ou estran-geira, ou de documento que a represente, ou sua colocação à disposição do interessado emmontante equivalente à moeda estrangeira ou nacional entregue ou posta à disposição por este;

III - quanto às operações de seguro, a sua efetivação pela emissão da apólice ou dodocumento equivalente, ou recebimento do prêmio, na forma da lei aplicável;

IV - quanto às operações relativas a títulos e valores mobiliários, a emissão, transmissão,pagamento ou resgate destes, na forma da lei aplicável.

Parágrafo único - A incidência definida no inciso I exclui a definida no inciso IV, e recipro-camente, quanto à emissão, ao pagamento ou resgate do título representativo de umamesma operação de crédito.

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Código Tributário Nacional – Lei nº 5.172/1966 Arts. 64 a 74

Art. 64 - A base de cálculo do imposto é:

I - quanto às operações de crédito, o montante da obrigação, compreendendo o principal e os juros;

II - quanto às operações de câmbio, o respectivo montante em moeda nacional, recebido,entregue ou posto à disposição;

III - quanto às operações de seguro, o montante do prêmio;

IV - quanto às operações relativas a títulos e valores mobiliários:

a) na emissão, o valor nominal mais o ágio, se houver;

b) na transmissão, o preço ou o valor nominal, ou o valor da cotação em Bolsa, comodeterminar a lei;

c) no pagamento ou resgate, o preço.

Art. 65 - O Poder Executivo pode, nas condições e nos limites estabelecidos em lei, alterar asalíquotas ou as bases de cálculo do imposto, a fim de ajustá-lo aos objetivos da política monetária.

Art. 66 - Contribuinte do imposto é qualquer das partes na operação tributada, comodispuser a lei.

Art. 67 - A receita líquida do imposto destina-se a formação de reservas monetárias, naforma da lei.

SEÇÃO VIMPOSTO SOBRE SERVIÇOS DE TRANSPORTES E COMUNICAÇÕES

Art. 68 - O imposto, de competência da União, sobre serviços de transportes e comunica-ções tem como fato gerador:

I - a prestação do serviço de transporte, por qualquer via, de pessoas, bens, mercadoriasou valores, salvo quando o trajeto se contenha inteiramente no território de um mesmoMunicípio;

II - a prestação do serviço de comunicações, assim se entendendo a transmissão e orecebimento, por qualquer processo, de mensagens escritas, faladas ou visuais, salvoquando os pontos de transmissão e de recebimento se situem no território de um mesmoMunicípio e a mensagem em curso não possa ser captada fora desse território.

Art. 69 - A base de cálculo do imposto é o preço do serviço.

Art. 70 - Contribuinte do imposto é o prestador do serviço.

SEÇÃO VIIMPOSTO SOBRE SERVIÇOS DE QUALQUER NATUREZA

Arts. 71 a 73 - (Revogados pelo Decreto-lei nº 406, de 31.12.1968)

CAPÍTULO VIMPOSTOS ESPECIAIS

SEÇÃO IIMPOSTO SOBRE OPERAÇÕES RELATIVAS A COMBUSTÍVEIS, LUBRIFICANTES,

ENERGIA ELÉTRICA E MINERAIS DO PAÍS

Art. 74 - O imposto, de competência da União, sobre operações relativas a combustíveis,lubrificantes, energia elétrica e minerais do País tem como fato gerador:

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90

Código Tributário Nacional – Lei nº 5.172/1966Arts. 74 a 79

I - a produção, como definida no artigo 46 e seu parágrafo único;

II - a importação, como definida no artigo 19;

III - a circulação, como definida no artigo 52;

IV - a distribuição, assim entendida a colocação do produto no estabelecimento consumi-dor ou em local de venda ao público;

V - o consumo, assim entendida a venda do produto ao público.

§ 1º - Para os efeitos deste imposto a energia elétrica considera-se produto industrializado.

§ 2º - O imposto incide, uma só vez sobre uma das operações previstas em cada incisodeste artigo, como dispuser a lei, e exclui quaisquer outros tributos, sejam quais foremsua natureza ou competência, incidentes sobre aquelas operações.

Art. 75 - A lei observará o disposto neste Título relativamente:

I - ao imposto sobre produtos industrializados, quando a incidência seja sobre a produçãoou sobre o consumo;

II - ao imposto sobre a importação, quando a incidência seja sobre essa operação;

III - ao imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias, quando a incidên-cia seja sobre a distribuição.

SEÇÃO IIIMPOSTOS EXTRAORDINÁRIOS

Art. 76 - Na iminência ou no caso de guerra externa, a União pode instituir, temporariamen-te, impostos extraordinários compreendidos ou não entre os referidos nesta Lei, suprimidos,gradativamente, no prazo máximo de cinco anos, contados da celebração da paz.

TÍTULO IVTAXAS

Art. 77 - As taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelosMunicípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, têm como fato gerador o exercícioregular do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público espe-cífico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição.

Parágrafo único - A taxa não pode ter base de cálculo ou fato gerador idênticos aos quecorrespondam a impôsto nem ser calculada em função do capital das emprêsas. (Vide AtoComplementar nº 34, de 30.1.1967)

Art. 78 - Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que, limitandoou disciplinando direito, interêsse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção defato, em razão de intêresse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aoscostumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicasdependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à tranqüilidade pública ou aorespeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos. (Redação dada pelo AtoComplementar nº 31, de 28.12.1966)

Parágrafo único - Considera-se regular o exercício do poder de polícia quando desempenha-do pelo órgão competente nos limites da lei aplicável, com observância do processo legal e,tratando-se de atividade que a lei tenha como discricionária, sem abuso ou desvio de poder.

Art. 79 - Os serviços públicos a que se refere o artigo 77 consideram-se:

I - utilizados pelo contribuinte:

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Código Tributário Nacional – Lei nº 5.172/1966 Arts. 79 a 83

a) efetivamente, quando por ele usufruídos a qualquer título;

b) potencialmente, quando, sendo de utilização compulsória, sejam postos à sua disposi-ção mediante atividade administrativa em efetivo funcionamento;

II - específicos, quando possam ser destacados em unidades autônomas de intervenção,de unidade, ou de necessidades públicas;

III - divisíveis, quando suscetíveis de utilização, separadamente, por parte de cada um dosseus usuários.

Art. 80 - Para efeito de instituição e cobrança de taxas, consideram-se compreendidas noâmbito das atribuições da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios, aque-las que, segundo a Constituição Federal, as Constituições dos Estados, as Leis Orgânicasdo Distrito Federal e dos Municípios e a legislação com elas compatível, competem a cadauma dessas pessoas de direito público.

TÍTULO VCONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA

Art. 81 - A contribuição de melhoria cobrada pela União, pelos Estados, pelo DistritoFederal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, é instituída parafazer face ao custo de obras públicas de que decorra valorização imobiliária, tendo comolimite total a despesa realizada e como limite individual o acréscimo de valor que da obraresultar para cada imóvel beneficiado.

Art. 82 - A lei relativa à contribuição de melhoria observará os seguintes requisitos mínimos:

I - publicação prévia dos seguintes elementos:

a) memorial descritivo do projeto;

b) orçamento do custo da obra;

c) determinação da parcela do custo da obra a ser financiada pela contribuição;

d) delimitação da zona beneficiada;

e) determinação do fator de absorção do benefício da valorização para toda a zona ou paracada uma das áreas diferenciadas, nela contidas;

II - fixação de prazo não inferior a 30 (trinta) dias, para impugnação pelos interessados,de qualquer dos elementos referidos no inciso anterior;

III - regulamentação do processo administrativo de instrução e julgamento da impugnaçãoa que se refere o inciso anterior, sem prejuízo da sua apreciação judicial.

§ 1º - A contribuição relativa a cada imóvel será determinada pelo rateio da parcela docusto da obra a que se refere a alínea c, do inciso I, pelos imóveis situados na zonabeneficiada em função dos respectivos fatores individuais de valorização.

§ 2º - Por ocasião do respectivo lançamento, cada contribuinte deverá ser notificado domontante da contribuição, da forma e dos prazos de seu pagamento e dos elementos queintegram o respectivo cálculo.

TÍTULO VIDISTRIBUIÇÕES DE RECEITAS TRIBUTÁRIAS

CAPÍTULO IDISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 83 - Sem prejuízo das demais disposições deste Título, os Estados e Municípios quecelebrem com a União convênios destinados a assegurar ampla e eficiente coordenação

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Código Tributário Nacional – Lei nº 5.172/1966Arts. 83 a 86

dos respectivos programas de investimentos e serviços públicos, especialmente no campo dapolítica tributária, poderão participar de até 10% (dez por cento) da arrecadação efetuada,nos respectivos territórios, proveniente do imposto referido no artigo 43, incidente sobre orendimento das pessoas físicas, e no artigo 46, excluído o incidente sobre o fumo e bebi-das alcoólicas.

Parágrafo único - O processo das distribuições previstas neste artigo será regulado nosconvênios nele referidos.

Art. 84 - A lei federal pode cometer aos Estados, ao Distrito Federal ou aos Municípios oencargo de arrecadar os impostos de competência da União cujo produto lhes seja distri-buído no todo ou em parte.

Parágrafo único - O disposto neste artigo, aplica-se à arrecadação dos impostos de compe-tência dos Estados, cujo produto estes venham a distribuir, no todo ou em parte, aosrespectivos Municípios.

CAPÍTULO IIIMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE TERRITORIAL RURAL E SOBRE A RENDA E

PROVENTOS DE QUALQUER NATUREZA

Art. 85 - Serão distribuídos pela União:

I - aos Municípios da localização dos imóveis, o produto da arrecadação do imposto a quese refere o artigo 29;

II - aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, o produto da arrecadação, na fonte,do imposto a que se refere o artigo 43, incidente sobre a renda das obrigações de suadívida pública e sobre os proventos dos seus servidores e dos de suas autarquias.

§ 1º - Independentemente de ordem das autoridades superiores e sob pena de demissão,as autoridades arrecadadoras dos impostos a que se refere este artigo farão entrega, aosEstados, ao Distrito Federal e aos Municípios, das importâncias recebidas, à medida queforem sendo arrecadadas, em prazo não superior a 30 (trinta) dias, a contar da data decada recolhimento.

§ 2º - A lei poderá autorizar os Estados, o Distrito Federal e os Municípios a incorporar defini-tivamente à sua receita o produto da arrecadação do imposto a que se refere o inciso II,estipulando as obrigações acessórias a serem cumpridas por aqueles no interesse da arrecada-ção, pela União, do imposto a ela devido pelos titulares da renda ou dos proventos tributados.

§ 3º - A lei poderá dispor que uma parcela, não superior a 20% (vinte por cento), doimposto de que trata o inciso I seja destinada ao custeio do respectivo serviço de lança-mento e arrecadação. (Suspensa a execução pela RSF nº 337, de 1983)

CAPÍTULO IIIFUNDOS DE PARTICIPAÇÃO DOS ESTADOS E DOS MUNICÍPIOS

SEÇÃO ICONSTITUIÇÃO DOS FUNDOS

Art. 86 - Do produto da arrecadação dos impostos a que se referem os artigos 43 e 46,80% (oitenta por cento) constituem a receita da União e o restante será distribuído à razãode 10% (dez por cento) ao Fundo de Participação dos Estados e do Distrito Federal e 10 %(dez por cento) ao Fundo de Participação dos Municípios.

Parágrafo único - Para cálculo da percentagem destinada aos Fundos de Participação,exclui-se do produto da arrecadação do imposto a que se refere o artigo 43 a parceladistribuída nos termos do inciso II do artigo anterior.

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Código Tributário Nacional – Lei nº 5.172/1966 Arts. 87 a 90

Art. 87 - O Banco do Brasil S.A., à medida em que for recebendo as comunicações dorecolhimento dos impostos a que se refere o artigo anterior, para escrituração na conta“Receita da União”, efetuará automaticamente o destaque de 20% (vinte por cento), quecreditará, em partes iguais, ao Fundo de Participação dos Estados e do Distrito Federal e aoFundo de Participação dos Municípios.

Parágrafo único - Os totais relativos a cada imposto, creditados mensalmente a cada umdos Fundos, serão comunicados pelo Banco do Brasil S.A. ao Tribunal de Contas da Uniãoaté o último dia útil do mês subseqüente.

SEÇÃO IICRITÉRIO DE DISTRIBUIÇÃO DO FUNDO DE PARTICIPAÇÃO DOS ESTADOS

Art. 88 - O Fundo de Participação dos Estados e do Distrito Federal, a que se refere oartigo 86, será distribuído da seguinte forma:

I - 5% (cinco por cento), proporcionalmente à superfície de cada entidade participan-te;

II - 95% (noventa e cinco por cento), proporcionalmente ao coeficiente individual departicipação, resultante do produto do fator representativo da população pelo fatorrepresentativo do inverso da renda per capita, de cada entidade participante, como defini-dos nos artigos seguintes.

Parágrafo único - Para os efeitos do disposto neste artigo, consideram-se:

I - a superfície territorial apurada e a população estimada, quanto à cada entidade partici-pante, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística;

II - a renda per capita, relativa a cada entidade participante, no último ano para o qualexistam estimativas efetuadas pela Fundação “Getúlio Vargas”.

Art. 89 - O fator representativo da população a que se refere o inciso II do artigo anterior,será estabelecido da seguinte forma:

Percentagem que a população da entidade participante Fatorrepresenta da população total do País:

I - Até 2% ................................................................... 2,0

II - Acima de 2% até 5%:

a) pelos primeiros 2%................................................... 2,0

b) para cada 0,3% ou fração excedente, mais .................. 0,3

III - acima de 5% até 10%:

a) pelos primeiros 5%................................................... 5,0

b) para cada 0,5% ou fração excedente, mais .................. 0,5

IV - acima de 10% ....................................................... 10,0

Parágrafo único - Para os efeitos deste artigo, considera-se como população total do País asoma das populações estimadas a que se refere o inciso I do parágrafo único do artigoanterior.

Art. 90 - O fator representativo do inverso da renda per capita, a que se refere o inciso IIdo artigo 88, será estabelecido da seguinte forma:

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94

Código Tributário Nacional – Lei nº 5.172/1966Arts. 90 a 91

Inverso do índice relativo à renda per capita da entidade Fatorparticipante:

Até 0,0045 ............................................................. 0,4

Acima de 0,0045 até 0,0055 .................................... 0,5

Acima de 0,0055 até 0,0065 .................................... 0,6

Acima de 0,0065 até 0,0075 .................................... 0,7

Acima de 0,0075 até 0,0085 .................................... 0,8

Acima de 0,0085 até 0,0095 .................................... 0,9

Acima de 0,0095 até 0,0110 .................................... 1,0

Acima de 0,0110 até 0,0130 .................................... 1,2

Acima de 0,0130 até 0,0150 .................................... 1,4

Acima de 0,0150 até 0,0170 .................................... 1,6

Acima de 0,0170 até 0,0190 .................................... 1,8

Acima de 0,0190 até 0,0220 .................................... 2,0

Acima de 0,220 ...................................................... 2,5

Parágrafo único - Para os efeitos deste artigo, determina-se o índice relativo à renda percapita de cada entidade participante, tomando-se como 100 (cem) a renda per capitamédia do País.

SEÇÃO IIICRITÉRIO DE DISTRIBUIÇÃO DO FUNDO DE PARTICIPAÇÃO DOS MUNICÍPIOS

Art. 91 - Do Fundo de Participação dos Municípios a que se refere o art. 86, serão atribuí-dos: (Redação dada pelo Ato Complementar nº 35, de 1967)

I - 10% (dez por cento) aos Municípios das Capitais dos Estados;

II - 90% (noventa por cento) aos demais Municípios do País.

§ 1º - A parcela de que trata o inciso I será distribuída proporcionalmente a um coeficienteindividual de participação, resultante do produto dos seguintes fatôres: (Redação dadapelo Ato Complementar nº 35, de 1967)

a) fator representativo da população, assim estabelecido:

Percentual da População de cada Município em relação à do conjunto das Capitais:Fator:

Até 2% ................................................................................... 2

Mais de 2% até 5%:

Pelos primeiros 2% .................................................................. 2

Cada 0,5% ou fração excedente, mais ..................................... 0,5

Mais de 5% ............................................................................. 5

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95

Código Tributário Nacional – Lei nº 5.172/1966 Arts. 91 a 93

b) Fator representativo do inverso da renda per capita do respectivo Estado, de conformi-dade com o disposto no art. 90.

§ 2º - A distribuição da parcela a que se refere o item II deste artigo, deduzido o percentualreferido no artigo 3º do Decreto-lei que estabelece a redação deste parágrafo, far-se-áatribuindo-se a cada Município um coeficiente individual de participação determinado naforma seguinte: (Redação dada pelo Decreto Lei nº 1.881, de 1981) (Vide Lei Complemen-tar nº 91, de 1997)

Categoria do Município, segundo seu número de habitantes Coeficiente

a) Até 16.980

Pelos primeiros 10.188 0,6

Para cada 3.396, ou fração excedente, mais 0,2

b) Acima de 16.980 até 50.940

Pelos primeiros 16.980 1,0

Para cada 6.792 ou fração excedente, mais 0,2

c) Acima de 50.940 até 101,880

Pelos primeiros 50.940 2,0

Para cada 10.188 ou fração excedente, mais 0,2

d) Acima de 101.880 até 156.216

Pelos primeiros 101.880 3,0

Para cada 13.584 ou fração excedente, mais 0,2

e) Acima de 156.216 4,0

§ 3º - Para os efeitos deste artigo, consideram-se os municípios regularmente instalados,fazendo-se a revisão das quotas anualmente, a partir de 1989, com base em dados oficiaisde população produzidos pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística -IBGE. (Redação dada pela Lei Complementar nº 59, de 1988)

§§ 4º 5º - (Revogados pela Lei Complementar nº 91, de 1997)

SEÇÃO IVCÁLCULO E PAGAMENTO DAS QUOTAS ESTADUAIS E MUNICIPAIS

Art. 92 - Até o último dia útil de cada exercício, o Tribunal de Contas da União comuni-cará ao Banco do Brasil S.A. os coeficientes individuais de participação de cada Estado edo Distrito Federal, calculados na forma do disposto no artigo 88, e de cada Município,calculados na forma do disposto no artigo 91, que prevalecerão para todo o exercíciosubseqüente.

Art. 93 - Até o último dia útil de cada mês, o Banco do Brasil S.A. creditará a cada Estado,ao Distrito Federal e a cada Município as quotas a eles devidas, em parcelas distintas paracada um dos impostos a que se refere o artigo 86, calculadas com base nos totais credita-dos ao Fundo correspondente, no mês anterior.

§ 1º - Os créditos determinados por este artigo serão efetuados em contas especiais, aber-tas automaticamente pelo Banco do Brasil S.A., em sua agência na Capital de cada Estado,no Distrito Federal e na sede de cada Município, ou, em sua falta na agência mais próxima.

§ 2º - O cumprimento do disposto neste artigo será comunicado pelo Banco do Brasil S.A.ao Tribunal de Contas da União, discriminadamente, até o último dia útil do mês subse-qüente.

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96

Código Tributário Nacional – Lei nº 5.172/1966Arts. 94 a 96

SEÇÃO VCOMPROVAÇÃO DA APLICAÇÃO DAS QUOTAS ESTADUAIS E MUNICIPAIS

Art. 94 - Do total recebido nos termos deste Capítulo, os Estados, o Distrito Federal e osMunicípios destinarão obrigatoriamente 50% (cinqüenta por cento), pelo menos, ao seu orça-mento de despesas de capital como definidas em lei da normas gerais de direito financeiro.

§ 1º - Para comprovação do cumprimento do disposto neste artigo, as pessoas jurídicas dedireito público, nele referidas remeterão ao Tribunal de Contas da União:

I - cópia autêntica da parte permanente das contas do Poder Executivo, relativas ao exer-cício anterior;

II - cópia autêntica do ato de aprovação, pelo Poder Legislativo, das contas a que se refereo inciso anterior;

III - prova da observância dos requisitos aplicáveis, previstos, em lei de normas gerais dedireito financeiro, relativamente ao orçamento e aos balanços do exercício anterior.

§ 2º - O Tribunal de Contas da União poderá suspender o pagamento das distribuiçõesprevistas no artigo 86, nos casos:

I - de ausência ou vício da comprovação a que se refere o parágrafo anterior;

II - de falta de cumprimento ou cumprimento incorreto do disposto neste artigo, apuradosdiretamente ou por diligência determinada às suas Delegações nos Estados, mesmo quetenha sido apresentada a comprovação a que se refere o parágrafo anterior.

§ 3º - A sanção prevista no parágrafo anterior subsistirá até comprovação, a juízo doTribunal, de ter sido sanada a falta que determinou sua imposição, e não produzirá efeitosquanto à responsabilidade civil, penal ou administrativa do Governador ou Prefeito.

CAPÍTULO IVIMPOSTO SOBRE OPERAÇÕES RELATIVAS A COMBUSTÍVEIS, LUBRIFICANTES,

ENERGIA ELÉTRICA E MINERAIS DO PAÍS

Art. 95 - Do produto da arrecadação do imposto a que se refere o artigo 74 serão distri-buídas aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios 60% (sessenta por cento) do queincidir sobre operações relativas a combustíveis lubrificantes e energia elétrica, e 90%(noventa por cento) do que incidir sobre operações relativas a minerais do País.

Parágrafo único - (Revogado pelo Ato Complementar nº 35, de 1967)

LIVRO SEGUNDONORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO

TÍTULO ILEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA

CAPÍTULO IDISPOSIÇÕES GERAIS

SEÇÃO IDISPOSIÇÃO PRELIMINAR

Art. 96 - A expressão “legislação tributária” compreende as leis, os tratados e as conven-ções internacionais, os decretos e as normas complementares que versem, no todo ou emparte, sobre tributos e relações jurídicas a eles pertinentes.

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97

Código Tributário Nacional – Lei nº 5.172/1966 Arts. 97 a 101

SEÇÃO IILEIS, TRATADOS E CONVENÇÕES INTERNACIONAIS E DECRETOS

Art. 97 - Somente a lei pode estabelecer:

I - a instituição de tributos, ou a sua extinção;

II - a majoração de tributos, ou sua redução, ressalvado o disposto nos artigos 21, 26, 39,57 e 65;

III - a definição do fato gerador da obrigação tributária principal, ressalvado o disposto noinciso I do § 3º do artigo 52, e do seu sujeito passivo;

IV - a fixação de alíquota do tributo e da sua base de cálculo, ressalvado o disposto nosartigos 21, 26, 39, 57 e 65;

V - a cominação de penalidades para as ações ou omissões contrárias a seus dispositivos,ou para outras infrações nela definidas;

VI - as hipóteses de exclusão, suspensão e extinção de créditos tributários, ou de dispensaou redução de penalidades.

§ 1º - Equipara-se à majoração do tributo a modificação da sua base de cálculo, queimporte em torná-lo mais oneroso.

§ 2º - Não constitui majoração de tributo, para os fins do disposto no inciso II deste artigo,a atualização do valor monetário da respectiva base de cálculo.

Art. 98 - Os tratados e as convenções internacionais revogam ou modificam a legislaçãotributária interna, e serão observados pela que lhes sobrevenha.

Art. 99 - O conteúdo e o alcance dos decretos restringem-se aos das leis em função dasquais sejam expedidos, determinados com observância das regras de interpretaçãoestabelecidas nesta Lei.

SEÇÃO IIINORMAS COMPLEMENTARES

Art. 100 - São normas complementares das leis, dos tratados e das convenções interna-cionais e dos decretos:

I - os atos normativos expedidos pelas autoridades administrativas;

II - as decisões dos órgãos singulares ou coletivos de jurisdição administrativa, a que a leiatribua eficácia normativa;

III - as práticas reiteradamente observadas pelas autoridades administrativas;

IV - os convênios que entre si celebrem a União, os Estados, o Distrito Federal e osMunicípios.

Parágrafo único - A observância das normas referidas neste artigo exclui a imposição depenalidades, a cobrança de juros de mora e a atualização do valor monetário da base decálculo do tributo.

CAPÍTULO IIVIGÊNCIA DA LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA

Art. 101 - A vigência, no espaço e no tempo, da legislação tributária rege-se pelasdisposições legais aplicáveis às normas jurídicas em geral, ressalvado o previsto nesteCapítulo.

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98

Código Tributário Nacional – Lei nº 5.172/1966Arts. 102 a 108

Art. 102 - A legislação tributária dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios vigora,no País, fora dos respectivos territórios, nos limites em que lhe reconheçamextraterritorialidade os convênios de que participem, ou do que disponham esta ou outrasleis de normas gerais expedidas pela União.

Art. 103 - Salvo disposição em contrário, entram em vigor:

I - os atos administrativos a que se refere o inciso I do artigo 100, na data da sua publicação;

II - as decisões a que se refere o inciso II do artigo 100, quanto a seus efeitos normativos,30 (trinta) dias após a data da sua publicação;

III - os convênios a que se refere o inciso IV do artigo 100, na data neles prevista.

Art. 104 - Entram em vigor no primeiro dia do exercício seguinte àquele em que ocorra asua publicação os dispositivos de lei, referentes a impostos sobre o patrimônio ou a renda:

I - que instituem ou majoram tais impostos;

II - que definem novas hipóteses de incidência;

III - que extinguem ou reduzem isenções, salvo se a lei dispuser de maneira mais favorá-vel ao contribuinte, e observado o disposto no artigo 178.

CAPÍTULO IIIAPLICAÇÃO DA LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA

Art. 105 - A legislação tributária aplica-se imediatamente aos fatos geradores futuros eaos pendentes, assim entendidos aqueles cuja ocorrência tenha tido início mas não estejacompleta nos termos do artigo 116.

Art. 106 - A lei aplica-se a ato ou fato pretérito:

I - em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicação depenalidade à infração dos dispositivos interpretados;

II - tratando-se de ato não definitivamente julgado:

a) quando deixe de defini-lo como infração;

b) quando deixe de tratá-lo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, desdeque não tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento de tributo;

c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo dasua prática.

CAPÍTULO IVINTERPRETAÇÃO E INTEGRAÇÃO DA LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA

Art. 107 - A legislação tributária será interpretada conforme o disposto neste Capítulo.

Art. 108 - Na ausência de disposição expressa, a autoridade competente para aplicar alegislação tributária utilizará sucessivamente, na ordem indicada:

I - a analogia;

II - os princípios gerais de direito tributário;

III - os princípios gerais de direito público;

IV - a eqüidade.

§ 1º - O emprego da analogia não poderá resultar na exigência de tributo não previsto em lei.

§ 2º - O emprego da eqüidade não poderá resultar na dispensa do pagamento de tributo devido.

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99

Código Tributário Nacional – Lei nº 5.172/1966 Arts. 109 a 116

Art. 109 - Os princípios gerais de direito privado utilizam-se para pesquisa da definição,do conteúdo e do alcance de seus institutos, conceitos e formas, mas não para definiçãodos respectivos efeitos tributários.

Art. 110 - A lei tributária não pode alterar a definição, o conteúdo e o alcance de institu-tos, conceitos e formas de direito privado, utilizados, expressa ou implicitamente, pelaConstituição Federal, pelas Constituições dos Estados, ou pelas Leis Orgânicas do DistritoFederal ou dos Municípios, para definir ou limitar competências tributárias.

Art. 111 - Interpreta-se literalmente a legislação tributária que disponha sobre:

I - suspensão ou exclusão do crédito tributário;

II - outorga de isenção;

III - dispensa do cumprimento de obrigações tributárias acessórias.

Art. 112 - A lei tributária que define infrações, ou lhe comina penalidades, interpreta-seda maneira mais favorável ao acusado, em caso de dúvida quanto:

I - à capitulação legal do fato;

II - à natureza ou às circunstâncias materiais do fato, ou à natureza ou extensão dos seus efeitos;

III - à autoria, imputabilidade, ou punibilidade;

IV - à natureza da penalidade aplicável, ou à sua graduação.

TÍTULO IIOBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA

CAPÍTULO IDISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 113 - A obrigação tributária é principal ou acessória.

§ 1º - A obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto o pagamen-to de tributo ou penalidade pecuniária e extingue-se juntamente com o crédito dela decorrente.

§ 2º - A obrigação acessória decorre da legislação tributária e tem por objeto as prestações,positivas ou negativas, nela previstas no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos.

§ 3º - A obrigação acessória, pelo simples fato da sua inobservância, converte-se emobrigação principal relativamente à penalidade pecuniária.

CAPÍTULO IIFATO GERADOR

Art. 114 - Fato gerador da obrigação principal é a situação definida em lei como necessá-ria e suficiente à sua ocorrência.

Art. 115 - Fato gerador da obrigação acessória é qualquer situação que, na forma da legisla-ção aplicável, impõe a prática ou a abstenção de ato que não configure obrigação principal.

Art. 116 - Salvo disposição de lei em contrário, considera-se ocorrido o fato gerador eexistentes os seus efeitos:

I - tratando-se de situação de fato, desde o momento em que o se verifiquem as circuns-tâncias materiais necessárias a que produza os efeitos que normalmente lhe são próprios;

II - tratando-se de situação jurídica, desde o momento em que esteja definitivamenteconstituída, nos termos de direito aplicável.

Parágrafo único - A autoridade administrativa poderá desconsiderar atos ou negócios jurí-dicos praticados com a finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador do tributo ou

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100

Código Tributário Nacional – Lei nº 5.172/1966Arts. 116 a 125

a natureza dos elementos constitutivos da obrigação tributária, observados os procedi-mentos a serem estabelecidos em lei ordinária. (Incluído pela Lcp nº 104, de 10.1.2001)

Art. 117 - Para os efeitos do inciso II do artigo anterior e salvo disposição de lei emcontrário, os atos ou negócios jurídicos condicionais reputam-se perfeitos e acabados:

I - sendo suspensiva a condição, desde o momento de seu implemento;

II - sendo resolutória a condição, desde o momento da prática do ato ou da celebração donegócio.

Art. 118 - A definição legal do fato gerador é interpretada abstraindo-se:

I - da validade jurídica dos atos efetivamente praticados pelos contribuintes, responsáveis,ou terceiros, bem como da natureza do seu objeto ou dos seus efeitos;

II - dos efeitos dos fatos efetivamente ocorridos.

CAPÍTULO IIISUJEITO ATIVO

Art. 119 - Sujeito ativo da obrigação é a pessoa jurídica de direito público, titular dacompetência para exigir o seu cumprimento.

Art. 120 - Salvo disposição de lei em contrário, a pessoa jurídica de direito público, que seconstituir pelo desmembramento territorial de outra, subroga-se nos direitos desta, cujalegislação tributária aplicará até que entre em vigor a sua própria.

CAPÍTULO IVSUJEITO PASSIVO

SEÇÃO IDISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 121 - Sujeito passivo da obrigação principal é a pessoa obrigada ao pagamento detributo ou penalidade pecuniária.

Parágrafo único - O sujeito passivo da obrigação principal diz-se:

I - contribuinte, quando tenha relação pessoal e direta com a situação que constitua orespectivo fato gerador;

II - responsável, quando, sem revestir a condição de contribuinte, sua obrigação decorrade disposição expressa de lei.

Art. 122 - Sujeito passivo da obrigação acessória é a pessoa obrigada às prestações queconstituam o seu objeto.

Art. 123 - Salvo disposições de lei em contrário, as convenções particulares, relativas àresponsabilidade pelo pagamento de tributos, não podem ser opostas à Fazenda Pública, paramodificar a definição legal do sujeito passivo das obrigações tributárias correspondentes.

SEÇÃO IISOLIDARIEDADE

Art. 124 - São solidariamente obrigadas:

I - as pessoas que tenham interesse comum na situação que constitua o fato gerador daobrigação principal;

II - as pessoas expressamente designadas por lei.

Parágrafo único - A solidariedade referida neste artigo não comporta benefício de ordem.

Art. 125 - Salvo disposição de lei em contrário, são os seguintes os efeitos da solidariedade:

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101

Código Tributário Nacional – Lei nº 5.172/1966 Arts. 125 a 129

I - o pagamento efetuado por um dos obrigados aproveita aos demais;

II - a isenção ou remissão de crédito exonera todos os obrigados, salvo se outorgada pessoal-mente a um deles, subsistindo, nesse caso, a solidariedade quanto aos demais pelo saldo;

III - a interrupção da prescrição, em favor ou contra um dos obrigados, favorece ouprejudica aos demais.

SEÇÃO IIICAPACIDADE TRIBUTÁRIA

Art. 126 - A capacidade tributária passiva independe:

I - da capacidade civil das pessoas naturais;

II - de achar-se a pessoa natural sujeita a medidas que importem privação ou limitação doexercício de atividades civis, comerciais ou profissionais, ou da administração direta deseus bens ou negócios;

III - de estar a pessoa jurídica regularmente constituída, bastando que configure umaunidade econômica ou profissional.

SEÇÃO IVDOMICÍLIO TRIBUTÁRIO

Art. 127 - Na falta de eleição, pelo contribuinte ou responsável, de domicílio tributário, naforma da legislação aplicável, considera-se como tal:

I - quanto às pessoas naturais, a sua residência habitual, ou, sendo esta incerta ou desco-nhecida, o centro habitual de sua atividade;

II - quanto às pessoas jurídicas de direito privado ou às firmas individuais, o lugar da sua sede,ou, em relação aos atos ou fatos que derem origem à obrigação, o de cada estabelecimento;

III - quanto às pessoas jurídicas de direito público, qualquer de suas repartições no terri-tório da entidade tributante.

§ 1º - Quando não couber a aplicação das regras fixadas em qualquer dos incisos desteartigo, considerar-se-á como domicílio tributário do contribuinte ou responsável o lugar dasituação dos bens ou da ocorrência dos atos ou fatos que deram origem à obrigação.

§ 2º - A autoridade administrativa pode recusar o domicílio eleito, quando impossibilite oudificulte a arrecadação ou a fiscalização do tributo, aplicando-se então a regra do parágrafoanterior.

CAPÍTULO VRESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA

SEÇÃO IDISPOSIÇÃO GERAL

Art. 128 - Sem prejuízo do disposto neste capítulo, a lei pode atribuir de modo expressoa responsabilidade pelo crédito tributário a terceira pessoa, vinculada ao fato gerador darespectiva obrigação, excluindo a responsabilidade do contribuinte ou atribuindo-a a esteem caráter supletivo do cumprimento total ou parcial da referida obrigação.

SEÇÃO IIRESPONSABILIDADE DOS SUCESSORES

Art. 129 - O disposto nesta Seção aplica-se por igual aos créditos tributários definitiva-mente constituídos ou em curso de constituição à data dos atos nela referidos, e aos

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102

Código Tributário Nacional – Lei nº 5.172/1966Arts. 129 a 133

constituídos posteriormente aos mesmos atos, desde que relativos a obrigações tributáriassurgidas até a referida data.

Art. 130 - Os créditos tributários relativos a impostos cujo fato gerador seja a propriedade,o domínio útil ou a posse de bens imóveis, e bem assim os relativos a taxas pela prestaçãode serviços referentes a tais bens, ou a contribuições de melhoria, subrogam-se na pessoados respectivos adquirentes, salvo quando conste do título a prova de sua quitação.

Parágrafo único - No caso de arrematação em hasta pública, a sub-rogação ocorre sobre orespectivo preço.

Art. 131 - São pessoalmente responsáveis:

I - o adquirente ou remitente, pelos tributos relativos aos bens adquiridos ou remidos;(Vide Decreto Lei nº 28, de 1966)

II - o sucessor a qualquer título e o cônjuge meeiro, pelos tributos devidos pelo de cujusaté a data da partilha ou adjudicação, limitada esta responsabilidade ao montante doquinhão do legado ou da meação;

III - o espólio, pelos tributos devidos pelo de cujus até a data da abertura da sucessão.

Art. 132 - A pessoa jurídica de direito privado que resultar de fusão, transformação ouincorporação de outra ou em outra é responsável pelos tributos devidos até à data do atopelas pessoas jurídicas de direito privado fusionadas, transformadas ou incorporadas.

Parágrafo único - O disposto neste artigo aplica-se aos casos de extinção de pessoasjurídicas de direito privado, quando a exploração da respectiva atividade seja continuadapor qualquer sócio remanescente, ou seu espólio, sob a mesma ou outra razão social, ousob firma individual.

Art. 133 - A pessoa natural ou jurídica de direito privado que adquirir de outra, porqualquer título, fundo de comércio ou estabelecimento comercial, industrial ou profissio-nal, e continuar a respectiva exploração, sob a mesma ou outra razão social ou sob firmaou nome individual, responde pelos tributos, relativos ao fundo ou estabelecimento adqui-rido, devidos até à data do ato:

I - integralmente, se o alienante cessar a exploração do comércio, indústria ou atividade;

II - subsidiariamente com o alienante, se este prosseguir na exploração ou iniciar dentrode seis meses a contar da data da alienação, nova atividade no mesmo ou em outro ramode comércio, indústria ou profissão.

§ 1º - O disposto no caput deste artigo não se aplica na hipótese de alienação judicial:(Incluído pela Lcp nº 118, de 2005)

I - em processo de falência; (Incluído pela Lcp nº 118, de 2005)

II - de filial ou unidade produtiva isolada, em processo de recuperação judicial. (Incluídopela Lcp nº 118, de 2005)

§ 2º - Não se aplica o disposto no § 1o deste artigo quando o adquirente for: (Incluído pelaLcp nº 118, de 2005)

I - sócio da sociedade falida ou em recuperação judicial, ou sociedade controlada pelodevedor falido ou em recuperação judicial; (Incluído pela Lcp nº 118, de 2005)

II - parente, em linha reta ou colateral até o 4o (quarto) grau, consangüíneo ou afim, dodevedor falido ou em recuperação judicial ou de qualquer de seus sócios; ou (Incluído pelaLcp nº 118, de 2005)

III - identificado como agente do falido ou do devedor em recuperação judicial com oobjetivo de fraudar a sucessão tributária. (Incluído pela Lcp nº 118, de 2005)

§ 3º - Em processo da falência, o produto da alienação judicial de empresa, filial ouunidade produtiva isolada permanecerá em conta de depósito à disposição do juízo de

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103

Código Tributário Nacional – Lei nº 5.172/1966 Arts. 133 a 137

falência pelo prazo de 1 (um) ano, contado da data de alienação, somente podendo serutilizado para o pagamento de créditos extraconcursais ou de créditos que preferem aotributário. (Incluído pela Lcp nº 118, de 2005)

SEÇÃO IIIRESPONSABILIDADE DE TERCEIROS

Art. 134 - Nos casos de impossibilidade de exigência do cumprimento da obrigação prin-cipal pelo contribuinte, respondem solidariamente com este nos atos em que intervieremou pelas omissões de que forem responsáveis:

I - os pais, pelos tributos devidos por seus filhos menores;

II - os tutores e curadores, pelos tributos devidos por seus tutelados ou curatelados;

III - os administradores de bens de terceiros, pelos tributos devidos por estes;

IV - o inventariante, pelos tributos devidos pelo espólio;

V - o síndico e o comissário, pelos tributos devidos pela massa falida ou pelo concordatário;

VI - os tabeliães, escrivães e demais serventuários de ofício, pelos tributos devidos sobreos atos praticados por eles, ou perante eles, em razão do seu ofício;

VII - os sócios, no caso de liquidação de sociedade de pessoas.

Parágrafo único - O disposto neste artigo só se aplica, em matéria de penalidades, às decaráter moratório.

Art. 135 - São pessoalmente responsáveis pelos créditos correspondentes a obrigaçõestributárias resultantes de atos praticados com excesso de poderes ou infração de lei,contrato social ou estatutos:

I - as pessoas referidas no artigo anterior;

II - os mandatários, prepostos e empregados;

III - os diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito privado.

SEÇÃO IVRESPONSABILIDADE POR INFRAÇÕES

Art. 136 - Salvo disposição de lei em contrário, a responsabilidade por infrações da legis-lação tributária independe da intenção do agente ou do responsável e da efetividade,natureza e extensão dos efeitos do ato.

Art. 137 - A responsabilidade é pessoal ao agente:

I - quanto às infrações conceituadas por lei como crimes ou contravenções, salvo quandopraticadas no exercício regular de administração, mandato, função, cargo ou emprego, ouno cumprimento de ordem expressa emitida por quem de direito;

II - quanto às infrações em cuja definição o dolo específico do agente seja elementar;

III - quanto às infrações que decorram direta e exclusivamente de dolo específico:

a) das pessoas referidas no artigo 134, contra aquelas por quem respondem;

b) dos mandatários, prepostos ou empregados, contra seus mandantes, preponentes ouempregadores;

c) dos diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito privado, con-tra estas.

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104

Código Tributário Nacional – Lei nº 5.172/1966Arts. 138 a 145

Art. 138 - A responsabilidade é excluída pela denúncia espontânea da infração, acompa-nhada, se for o caso, do pagamento do tributo devido e dos juros de mora, ou do depósitoda importância arbitrada pela autoridade administrativa, quando o montante do tributodependa de apuração.

Parágrafo único - Não se considera espontânea a denúncia apresentada após o início dequalquer procedimento administrativo ou medida de fiscalização, relacionados com a infração.

TÍTULO IIICRÉDITO TRIBUTÁRIO

CAPÍTULO IDISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 139 - O crédito tributário decorre da obrigação principal e tem a mesma natureza desta.

Art. 140 - As circunstâncias que modificam o crédito tributário, sua extensão ou seusefeitos, ou as garantias ou os privilégios a ele atribuídos, ou que excluem sua exigibilidadenão afetam a obrigação tributária que lhe deu origem.

Art. 141 - O crédito tributário regularmente constituído somente se modifica ou extingue,ou tem sua exigibilidade suspensa ou excluída, nos casos previstos nesta Lei, fora dosquais não podem ser dispensadas, sob pena de responsabilidade funcional na forma da lei,a sua efetivação ou as respectivas garantias.

CAPÍTULO IICONSTITUIÇÃO DE CRÉDITO TRIBUTÁRIO

SEÇÃO ILANÇAMENTO

Art. 142 - Compete privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito tribu-tário pelo lançamento, assim entendido o procedimento administrativo tendente a verificara ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável,calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo caso, propor aaplicação da penalidade cabível.

Parágrafo único - A atividade administrativa de lançamento é vinculada e obrigatória, sobpena de responsabilidade funcional.

Art. 143 - Salvo disposição de lei em contrário, quando o valor tributário esteja expressoem moeda estrangeira, no lançamento far-se-á sua conversão em moeda nacional aocâmbio do dia da ocorrência do fato gerador da obrigação.

Art. 144 - O lançamento reporta-se à data da ocorrência do fato gerador da obrigação erege-se pela lei então vigente, ainda que posteriormente modificada ou revogada.

§ 1º - Aplica-se ao lançamento a legislação que, posteriormente à ocorrência do fato geradorda obrigação, tenha instituído novos critérios de apuração ou processos de fiscalização,ampliado os poderes de investigação das autoridades administrativas, ou outorgado aocrédito maiores garantias ou privilégios, exceto, neste último caso, para o efeito de atribuirresponsabilidade tributária a terceiros.

§ 2º - O disposto neste artigo não se aplica aos impostos lançados por períodos certos detempo, desde que a respectiva lei fixe expressamente a data em que o fato gerador seconsidera ocorrido.

Art. 145 - O lançamento regularmente notificado ao sujeito passivo só pode ser alteradoem virtude de:

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105

Código Tributário Nacional – Lei nº 5.172/1966 Arts. 145 a 149

I - impugnação do sujeito passivo;

II - recurso de ofício;

III - iniciativa de ofício da autoridade administrativa, nos casos previstos no artigo 149.

Art. 146 - A modificação introduzida, de ofício ou em conseqüência de decisão administra-tiva ou judicial, nos critérios jurídicos adotados pela autoridade administrativa no exercíciodo lançamento somente pode ser efetivada, em relação a um mesmo sujeito passivo,quanto a fato gerador ocorrido posteriormente à sua introdução.

SEÇÃO IIMODALIDADES DE LANÇAMENTO

Art. 147 - O lançamento é efetuado com base na declaração do sujeito passivo ou deterceiro, quando um ou outro, na forma da legislação tributária, presta à autoridade admi-nistrativa informações sobre matéria de fato, indispensáveis à sua efetivação.

§ 1º - A retificação da declaração por iniciativa do próprio declarante, quando vise areduzir ou a excluir tributo, só é admissível mediante comprovação do erro em que sefunde, e antes de notificado o lançamento.

§ 2º - Os erros contidos na declaração e apuráveis pelo seu exame serão retificados deofício pela autoridade administrativa a que competir a revisão daquela.

Art. 148 - Quando o cálculo do tributo tenha por base, ou tome em consideração, o valorou o preço de bens, direitos, serviços ou atos jurídicos, a autoridade lançadora, medianteprocesso regular, arbitrará aquele valor ou preço, sempre que sejam omissos ou nãomereçam fé as declarações ou os esclarecimentos prestados, ou os documentos expedidospelo sujeito passivo ou pelo terceiro legalmente obrigado, ressalvada, em caso de contes-tação, avaliação contraditória, administrativa ou judicial.

Art. 149 - O lançamento é efetuado e revisto de ofício pela autoridade administrativa nosseguintes casos:

I - quando a lei assim o determine;

II - quando a declaração não seja prestada, por quem de direito, no prazo e na forma dalegislação tributária;

III - quando a pessoa legalmente obrigada, embora tenha prestado declaração nos termosdo inciso anterior, deixe de atender, no prazo e na forma da legislação tributária, a pedidode esclarecimento formulado pela autoridade administrativa, recuse-se a prestá-lo ou nãoo preste satisfatoriamente, a juízo daquela autoridade;

IV - quando se comprove falsidade, erro ou omissão quanto a qualquer elemento definidona legislação tributária como sendo de declaração obrigatória;

V - quando se comprove omissão ou inexatidão, por parte da pessoa legalmente obrigada,no exercício da atividade a que se refere o artigo seguinte;

VI - quando se comprove ação ou omissão do sujeito passivo, ou de terceiro legalmenteobrigado, que dê lugar à aplicação de penalidade pecuniária;

VII - quando se comprove que o sujeito passivo, ou terceiro em benefício daquele, agiucom dolo, fraude ou simulação;

VIII - quando deva ser apreciado fato não conhecido ou não provado por ocasião dolançamento anterior;

IX - quando se comprove que, no lançamento anterior, ocorreu fraude ou falta funcional daautoridade que o efetuou, ou omissão, pela mesma autoridade, de ato ou formalidadeespecial.

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106

Código Tributário Nacional – Lei nº 5.172/1966Arts. 149 a 152

Parágrafo único - A revisão do lançamento só pode ser iniciada enquanto não extinto odireito da Fazenda Pública.

Art. 150 - O lançamento por homologação, que ocorre quanto aos tributos cuja legislaçãoatribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autori-dade administrativa, opera-se pelo ato em que a referida autoridade, tomando conheci-mento da atividade assim exercida pelo obrigado, expressamente a homologa.

§ 1º - O pagamento antecipado pelo obrigado nos termos deste artigo extingue o crédito,sob condição resolutória da ulterior homologação ao lançamento.

§ 2º - Não influem sobre a obrigação tributária quaisquer atos anteriores à homologação,praticados pelo sujeito passivo ou por terceiro, visando à extinção total ou parcial docrédito.

§ 3º - Os atos a que se refere o parágrafo anterior serão, porém, considerados na apura-ção do saldo porventura devido e, sendo o caso, na imposição de penalidade, ou suagraduação.

§ 4º - Se a lei não fixar prazo a homologação, será ele de cinco anos, a contar da ocorrên-cia do fato gerador; expirado esse prazo sem que a Fazenda Pública se tenha pronunciado,considera-se homologado o lançamento e definitivamente extinto o crédito, salvo se com-provada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação.

CAPÍTULO IIISUSPENSÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO

SEÇÃO IDISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 151 - Suspendem a exigibilidade do crédito tributário:

I - moratória;

II - o depósito do seu montante integral;

III - as reclamações e os recursos, nos termos das leis reguladoras do processo tributárioadministrativo;

IV - a concessão de medida liminar em mandado de segurança.

V - a concessão de medida liminar ou de tutela antecipada, em outras espécies de açãojudicial; (Incluído pela Lcp nº 104, de 10.1.2001)    

VI - o parcelamento. (Incluído pela Lcp nº 104, de 10.1.2001)  

Parágrafo único - O disposto neste artigo não dispensa o cumprimento das obrigaçõesassessórios dependentes da obrigação principal cujo crédito seja suspenso, ou dela conse-qüentes.

SEÇÃO IIMORATÓRIA

Art. 152 - A moratória somente pode ser concedida:

I - em caráter geral:

a) pela pessoa jurídica de direito público competente para instituir o tributo a que se refira;

b) pela União, quanto a tributos de competência dos Estados, do Distrito Federal ou dosMunicípios, quando simultaneamente concedida quanto aos tributos de competênciafederal e às obrigações de direito privado;

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107

Código Tributário Nacional – Lei nº 5.172/1966 Arts. 152 a 155-A

II - em caráter individual, por despacho da autoridade administrativa, desde que autoriza-da por lei nas condições do inciso anterior.

Parágrafo único - A lei concessiva de moratória pode circunscrever expressamente a suaaplicabilidade à determinada região do território da pessoa jurídica de direito público quea expedir, ou a determinada classe ou categoria de sujeitos passivos.

Art. 153 - A lei que conceda moratória em caráter geral ou autorize sua concessão emcaráter individual especificará, sem prejuízo de outros requisitos:

I - o prazo de duração do favor;

II - as condições da concessão do favor em caráter individual;

III - sendo caso:

a) os tributos a que se aplica;

b) o número de prestações e seus vencimentos, dentro do prazo a que se refere o inciso I,podendo atribuir a fixação de uns e de outros à autoridade administrativa, para cada casode concessão em caráter individual;

c) as garantias que devem ser fornecidas pelo beneficiado no caso de concessão em cará-ter individual.

Art. 154 - Salvo disposição de lei em contrário, a moratória somente abrange os crédi-tos definitivamente constituídos à data da lei ou do despacho que a conceder, ou cujolançamento já tenha sido iniciado àquela data por ato regularmente notificado ao sujeitopassivo.

Parágrafo único - A moratória não aproveita aos casos de dolo, fraude ou simulação dosujeito passivo ou do terceiro em benefício daquele.

Art. 155 - A concessão da moratória em caráter individual não gera direito adquirido eserá revogado de ofício, sempre que se apure que o beneficiado não satisfazia ou deixoude satisfazer as condições ou não cumprira ou deixou de cumprir os requisitos para aconcessão do favor, cobrando-se o crédito acrescido de juros de mora:

I - com imposição da penalidade cabível, nos casos de dolo ou simulação do beneficiado,ou de terceiro em benefício daquele;

II - sem imposição de penalidade, nos demais casos.

Parágrafo único - No caso do inciso I deste artigo, o tempo decorrido entre a concessão damoratória e sua revogação não se computa para efeito da prescrição do direito à cobrançado crédito; no caso do inciso II deste artigo, a revogação só pode ocorrer antes de prescri-to o referido direito.

Art. 155-A - O parcelamento será concedido na forma e condição estabelecidas em leiespecífica. (Incluído pela Lcp nº 104, de 10.1.2001)

§ 1º - Salvo disposição de lei em contrário, o parcelamento do crédito tributário não excluia incidência de juros e multas. (Incluído pela Lcp nº 104, de 10.1.2001)

§ 2º - Aplicam-se, subsidiariamente, ao parcelamento as disposições desta Lei, relativas àmoratória. (Incluído pela Lcp nº 104, de 10.1.2001)

§ 3º - Lei específica disporá sobre as condições de parcelamento dos créditos tributáriosdo devedor em recuperação judicial. (Incluído pela Lcp nº 118, de 2005)

§ 4º - A inexistência da lei específica a que se refere o § 3o deste artigo importa naaplicação das leis gerais de parcelamento do ente da Federação ao devedor em recupera-ção judicial, não podendo, neste caso, ser o prazo de parcelamento inferior ao concedidopela lei federal específica. (Incluído pela Lcp nº 118, de 2005)

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108

Código Tributário Nacional – Lei nº 5.172/1966Arts. 156 a 161

CAPÍTULO IVEXTINÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO

SEÇÃO IMODALIDADES DE EXTINÇÃO

Art. 156 - Extinguem o crédito tributário:

I - o pagamento;

II - a compensação;

III - a transação;

IV - remissão;

V - a prescrição e a decadência;

VI - a conversão de depósito em renda;

VII - o pagamento antecipado e a homologação do lançamento nos termos do disposto noartigo 150 e seus §§ 1º e 4º;

VIII - a consignação em pagamento, nos termos do disposto no § 2º do artigo 164;

IX - a decisão administrativa irreformável, assim entendida a definitiva na órbita adminis-trativa, que não mais possa ser objeto de ação anulatória;

X - a decisão judicial passada em julgado.

XI - a dação em pagamento em bens imóveis, na forma e condições estabelecidas emlei. (Incluído pela Lcp nº 104, de 10.1.2001)

Parágrafo único - A lei disporá quanto aos efeitos da extinção total ou parcial do créditosobre a ulterior verificação da irregularidade da sua constituição, observado o disposto nosartigos 144 e 149.

SEÇÃO IIPAGAMENTO

Art. 157 - A imposição de penalidade não ilide o pagamento integral do crédito tributário.

Art. 158 - O pagamento de um crédito não importa em presunção de pagamento:

I - quando parcial, das prestações em que se decomponha;

II - quando total, de outros créditos referentes ao mesmo ou a outros tributos.

Art. 159 - Quando a legislação tributária não dispuser a respeito, o pagamento é efetuadona repartição competente do domicílio do sujeito passivo.

Art. 160 - Quando a legislação tributária não fixar o tempo do pagamento, o vencimentodo crédito ocorre trinta dias depois da data em que se considera o sujeito passivo notifica-do do lançamento.

Parágrafo único - A legislação tributária pode conceder desconto pela antecipação do pa-gamento, nas condições que estabeleça.

Art. 161 - O crédito não integralmente pago no vencimento é acrescido de juros de mora,seja qual for o motivo determinante da falta, sem prejuízo da imposição das penalidadescabíveis e da aplicação de quaisquer medidas de garantia previstas nesta Lei ou em leitributária.

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109

Código Tributário Nacional – Lei nº 5.172/1966 Arts. 161 a 164

§ 1º - Se a lei não dispuser de modo diverso, os juros de mora são calculados à taxa deum por cento ao mês.

§ 2º - O disposto neste artigo não se aplica na pendência de consulta formulada pelodevedor dentro do prazo legal para pagamento do crédito.

Art. 162 - O pagamento é efetuado:

I - em moeda corrente, cheque ou vale postal;

II - nos casos previstos em lei, em estampilha, em papel selado, ou por processo mecâ-nico.

§ 1º - A legislação tributária pode determinar as garantias exigidas para o pagamentopor cheque ou vale postal, desde que não o torne impossível ou mais oneroso que opagamento em moeda corrente.

§ 2º - O crédito pago por cheque somente se considera extinto com o resgate deste pelosacado.

§ 3º - O crédito pagável em estampilha considera-se extinto com a inutilização regulardaquela, ressalvado o disposto no artigo 150.

§ 4º - A perda ou destruição da estampilha, ou o erro no pagamento por esta modalida-de, não dão direito a restituição, salvo nos casos expressamente previstos na legislaçãotributária, ou naquelas em que o erro seja imputável à autoridade administrativa.

§ 5º - O pagamento em papel selado ou por processo mecânico equipara-se ao paga-mento em estampilha.

Art. 163 - Existindo simultaneamente dois ou mais débitos vencidos do mesmo sujei-to passivo para com a mesma pessoa jurídica de direito público, relativos ao mesmoou a diferentes tributos ou provenientes de penalidade pecuniária ou juros de mora,a autoridade administrativa competente para receber o pagamento determinará arespectiva imputação, obedecidas as seguintes regras, na ordem em que enumera-das:

I - em primeiro lugar, aos débitos por obrigação própria, e em segundo lugar aos decor-rentes de responsabilidade tributária;

II - primeiramente, às contribuições de melhoria, depois às taxas e por fim aos impos-tos;

III - na ordem crescente dos prazos de prescrição;

IV - na ordem decrescente dos montantes.

Art. 164 - A importância de crédito tributário pode ser consignada judicialmente pelosujeito passivo, nos casos:

I - de recusa de recebimento, ou subordinação deste ao pagamento de outro tributo oude penalidade, ou ao cumprimento de obrigação acessória;

II - de subordinação do recebimento ao cumprimento de exigências administrativas semfundamento legal;

III - de exigência, por mais de uma pessoa jurídica de direito público, de tributo idênticosobre um mesmo fato gerador.

§ 1º - A consignação só pode versar sobre o crédito que o consignante se propõepagar.

§ 2º - Julgada procedente a consignação, o pagamento se reputa efetuado e a impor-tância consignada é convertida em renda; julgada improcedente a consignação no todoou em parte, cobra-se o crédito acrescido de juros de mora, sem prejuízo das penalida-des cabíveis.

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Código Tributário Nacional – Lei nº 5.172/1966Arts. 165 a 170-A

SEÇÃO IIIPAGAMENTO INDEVIDO

Art. 165 - O sujeito passivo tem direito, independentemente de prévio protesto, à restitui-ção total ou parcial do tributo, seja qual for a modalidade do seu pagamento, ressalvado odisposto no § 4º do artigo 162, nos seguintes casos:

I - cobrança ou pagamento espontâneo de tributo indevido ou maior que o devido em faceda legislação tributária aplicável, ou da natureza ou circunstâncias materiais do fato gera-dor efetivamente ocorrido;

II - erro na edificação do sujeito passivo, na determinação da alíquota aplicável, no cálculodo montante do débito ou na elaboração ou conferência de qualquer documento relativo aopagamento;

III - reforma, anulação, revogação ou rescisão de decisão condenatória.

Art. 166 - A restituição de tributos que comportem, por sua natureza, transferência dorespectivo encargo financeiro somente será feita a quem prove haver assumido o referidoencargo, ou, no caso de tê-lo transferido a terceiro, estar por este expressamente autori-zado a recebê-la.

Art. 167 - A restituição total ou parcial do tributo dá lugar à restituição, na mesma propor-ção, dos juros de mora e das penalidades pecuniárias, salvo as referentes a infrações decaráter formal não prejudicadas pela causa da restituição.

Parágrafo único - A restituição vence juros não capitalizáveis, a partir do trânsito emjulgado da decisão definitiva que a determinar.

Art. 168 - O direito de pleitear a restituição extingue-se com o decurso do prazo de 5(cinco) anos, contados:

I - nas hipótese dos incisos I e II do artigo 165, da data da extinção do crédito tributário;(Vide art 3 da LCp nº 118, de 2005)

II - na hipótese do inciso III do artigo 165, da data em que se tornar definitiva a decisãoadministrativa ou passar em julgado a decisão judicial que tenha reformado, anulado,revogado ou rescindido a decisão condenatória.

Art. 169 - Prescreve em dois anos a ação anulatória da decisão administrativa que denegara restituição.

Parágrafo único - O prazo de prescrição é interrompido pelo início da ação judicial, recome-çando o seu curso, por metade, a partir da data da intimação validamente feita ao repre-sentante judicial da Fazenda Pública interessada.

SEÇÃO IVDEMAIS MODALIDADES DE EXTINÇÃO

Art. 170 - A lei pode, nas condições e sob as garantias que estipular, ou cuja estipulaçãoem cada caso atribuir à autoridade administrativa, autorizar a compensação de créditostributários com créditos líquidos e certos, vencidos ou vincendos, do sujeito passivo contraa Fazenda pública. (Vide Decreto nº 7.212, de 2010)

Parágrafo único - Sendo vincendo o crédito do sujeito passivo, a lei determinará, para osefeitos deste artigo, a apuração do seu montante, não podendo, porém, cominar reduçãomaior que a correspondente ao juro de 1% (um por cento) ao mês pelo tempo a decorrerentre a data da compensação e a do vencimento.

Art. 170-A - É vedada a compensação mediante o aproveitamento de tributo, objeto decontestação judicial pelo sujeito passivo, antes do trânsito em julgado da respectiva deci-são judicial. (Artigo incluído pela Lcp nº 104, de 10.1.2001)

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111

Código Tributário Nacional – Lei nº 5.172/1966 Arts. 171 a 175

Art. 171 - A lei pode facultar, nas condições que estabeleça, aos sujeitos ativo e passivoda obrigação tributária celebrar transação que, mediante concessões mútuas, importe emdeterminação de litígio e conseqüente extinção de crédito tributário.

Parágrafo único - A lei indicará a autoridade competente para autorizar a transação emcada caso.

Art. 172 - A lei pode autorizar a autoridade administrativa a conceder, por despachofundamentado, remissão total ou parcial do crédito tributário, atendendo:

I - à situação econômica do sujeito passivo;

II - ao erro ou ignorância excusáveis do sujeito passivo, quanto a matéria de fato;

III - à diminuta importância do crédito tributário;

IV - a considerações de eqüidade, em relação com as características pessoais ou materiaisdo caso;

V - a condições peculiares a determinada região do território da entidade tributante.

Parágrafo único - O despacho referido neste artigo não gera direito adquirido, aplicando--se, quando cabível, o disposto no artigo 155.

Art. 173 - O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extingue-se após 5(cinco) anos, contados:

I - do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sidoefetuado;

II - da data em que se tornar definitiva a decisão que houver anulado, por vício formal, olançamento anteriormente efetuado.

Parágrafo único - O direito a que se refere este artigo extingue-se definitivamente com odecurso do prazo nele previsto, contado da data em que tenha sido iniciada a constituiçãodo crédito tributário pela notificação, ao sujeito passivo, de qualquer medida preparatóriaindispensável ao lançamento.

Art. 174 - A ação para a cobrança do crédito tributário prescreve em cinco anos, contadosda data da sua constituição definitiva.

Parágrafo único - A prescrição se interrompe:

I - pelo despacho do juiz que ordenar a citação em execução fiscal; (Redação dada pelaLcp nº 118, de 2005)

II - pelo protesto judicial;

III - por qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor;

IV - por qualquer ato inequívoco ainda que extrajudicial, que importe em reconhecimentodo débito pelo devedor.

CAPÍTULO VEXCLUSÃO DE CRÉDITO TRIBUTÁRIO

SEÇÃO IDISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 175 - Excluem o crédito tributário:

I - a isenção;

II - a anistia.

Parágrafo único - A exclusão do crédito tributário não dispensa o cumprimento das obriga-ções acessórias dependentes da obrigação principal cujo crédito seja excluído, ou delaconseqüente.

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112

Código Tributário Nacional – Lei nº 5.172/1966Arts. 176 a 181

SEÇÃO IIISENÇÃO

Art. 176 - A isenção, ainda quando prevista em contrato, é sempre decorrente de lei queespecifique as condições e requisitos exigidos para a sua concessão, os tributos a que seaplica e, sendo caso, o prazo de sua duração.

Parágrafo único - A isenção pode ser restrita a determinada região do território da entida-de tributante, em função de condições a ela peculiares.

Art. 177 - Salvo disposição de lei em contrário, a isenção não é extensiva:

I - às taxas e às contribuições de melhoria;

II - aos tributos instituídos posteriormente à sua concessão.

Art. 178 - A isenção, salvo se concedida por prazo certo e em função de determinadascondições, pode ser revogada ou modificada por lei, a qualquer tempo, observado o dis-posto no inciso III do art. 104. (Redação dada pela Lei Complementar nº 24, de 7.1.1975)

Art. 179 - A isenção, quando não concedida em caráter geral, é efetivada, em cada caso,por despacho da autoridade administrativa, em requerimento com o qual o interessadofaça prova do preenchimento das condições e do cumprimento dos requisitos previstos emlei ou contrato para concessão.

§ 1º - Tratando-se de tributo lançado por período certo de tempo, o despacho referidoneste artigo será renovado antes da expiração de cada período, cessando automaticamen-te os seus efeitos a partir do primeiro dia do período para o qual o interessado deixar depromover a continuidade do reconhecimento da isenção.

§ 2º - O despacho referido neste artigo não gera direito adquirido, aplicando-se, quandocabível, o disposto no artigo 155.

SEÇÃO IIIANISTIA

Art. 180 - A anistia abrange exclusivamente as infrações cometidas anteriormente à vi-gência da lei que a concede, não se aplicando:

I - aos atos qualificados em lei como crimes ou contravenções e aos que, mesmo sem essaqualificação, sejam praticados com dolo, fraude ou simulação pelo sujeito passivo ou porterceiro em benefício daquele;

II - salvo disposição em contrário, às infrações resultantes de conluio entre duas ou maispessoas naturais ou jurídicas.

Art. 181 - A anistia pode ser concedida:

I - em caráter geral;

II - limitadamente:

a) às infrações da legislação relativa a determinado tributo;

b) às infrações punidas com penalidades pecuniárias até determinado montante, conjugadasou não com penalidades de outra natureza;

c) a determinada região do território da entidade tributante, em função de condições a elapeculiares;

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Código Tributário Nacional – Lei nº 5.172/1966 Arts. 181 a 185-A

d) sob condição do pagamento de tributo no prazo fixado pela lei que a conceder, ou cujafixação seja atribuída pela mesma lei à autoridade administrativa.

Art. 182 - A anistia, quando não concedida em caráter geral, é efetivada, em cada caso,por despacho da autoridade administrativa, em requerimento com a qual o interessadofaça prova do preenchimento das condições e do cumprimento dos requisitos previstos emlei para sua concessão.

Parágrafo único - O despacho referido neste artigo não gera direito adquirido, aplicando--se, quando cabível, o disposto no artigo 155.

CAPÍTULO VIGARANTIAS E PRIVILÉGIOS DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO

SEÇÃO IDISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 183 - A enumeração das garantias atribuídas neste Capítulo ao crédito tributário nãoexclui outras que sejam expressamente previstas em lei, em função da natureza ou dascaracterísticas do tributo a que se refiram.

Parágrafo único - A natureza das garantias atribuídas ao crédito tributário não altera anatureza deste nem a da obrigação tributária a que corresponda.

Art. 184 - Sem prejuízo dos privilégios especiais sobre determinados bens, que se-jam previstos em lei, responde pelo pagamento do crédito tributário a totalidade dosbens e das rendas, de qualquer origem ou natureza, do sujeito passivo, seu espólioou sua massa falida, inclusive os gravados por ônus real ou cláusula de inalienabilidadeou impenhorabilidade, seja qual for a data da constituição do ônus ou da cláusula,excetuados unicamente os bens e rendas que a lei declare absolutamenteimpenhoráveis.

Art. 185 - Presume-se fraudulenta a alienação ou oneração de bens ou rendas, ou seucomeço, por sujeito passivo em débito para com a Fazenda Pública, por crédito tributárioregularmente inscrito como dívida ativa. (Redação dada pela Lcp nº 118, de 2005)

Parágrafo único - O disposto neste artigo não se aplica na hipótese de terem sido reserva-dos, pelo devedor, bens ou rendas suficientes ao total pagamento da dívida inscrita. (Re-dação dada pela Lcp nº 118, de 2005)

Art. 185-A - Na hipótese de o devedor tributário, devidamente citado, não pagar nemapresentar bens à penhora no prazo legal e não forem encontrados bens penhoráveis,o juiz determinará a indisponibilidade de seus bens e direitos, comunicando a decisão,preferencialmente por meio eletrônico, aos órgãos e entidades que promovem regis-tros de transferência de bens, especialmente ao registro público de imóveis e às auto-ridades supervisoras do mercado bancário e do mercado de capitais, a fim de que, noâmbito de suas atribuições, façam cumprir a ordem judicial. (Incluído pela Lcp nº 118,de 2005)

§ 1º - A indisponibilidade de que trata o caput deste artigo limitar-se-á ao valor totalexigível, devendo o juiz determinar o imediato levantamento da indisponibilidade dos bensou valores que excederem esse limite. (Incluído pela Lcp nº 118, de 2005)

§ 2º - Os órgãos e entidades aos quais se fizer a comunicação de que trata o caput desteartigo enviarão imediatamente ao juízo a relação discriminada dos bens e direitos cujaindisponibilidade houverem promovido. (Incluído pela Lcp nº 118, de 2005)

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Código Tributário Nacional – Lei nº 5.172/1966Arts. 186 a 191-A

SEÇÃO IIPREFERÊNCIAS

Art. 186 - O crédito tributário prefere a qualquer outro, seja qual for sua natureza ou otempo de sua constituição, ressalvados os créditos decorrentes da legislação do trabalhoou do acidente de trabalho. (Redação dada pela Lcp nº 118, de 2005)

Parágrafo único - Na falência: (Incluído pela Lcp nº 118, de 2005)

I - o crédito tributário não prefere aos créditos extraconcursais ou às importâncias passí-veis de restituição, nos termos da lei falimentar, nem aos créditos com garantia real, nolimite do valor do bem gravado; (Incluído pela Lcp nº 118, de 2005)

II - a lei poderá estabelecer limites e condições para a preferência dos créditos decorren-tes da legislação do trabalho; e (Incluído pela Lcp nº 118, de 2005)

III - a multa tributária prefere apenas aos créditos subordinados. (Incluído pela Lcpnº 118, de 2005)

Art. 187 - A cobrança judicial do crédito tributário não é sujeita a concurso de credores ouhabilitação em falência, recuperação judicial, concordata, inventário ou arrolamento. (Re-dação dada pela Lcp nº 118, de 2005)

Parágrafo único - O concurso de preferência somente se verifica entre pessoas jurídicas dedireito público, na seguinte ordem:

I - União;

II - Estados, Distrito Federal e Territórios, conjuntamente e pró rata;

III - Municípios, conjuntamente e pró rata.

Art. 188 - São extraconcursais os créditos tributários decorrentes de fatos geradoresocorridos no curso do processo de falência. (Redação dada pela Lcp nº 118, de 2005)

§ 1º - Contestado o crédito tributário, o juiz remeterá as partes ao processo compe-tente, mandando reservar bens suficientes à extinção total do crédito e seus acresci-dos, se a massa não puder efetuar a garantia da instância por outra forma, ouvido,quanto à natureza e valor dos bens reservados, o representante da Fazenda Públicainteressada.

§ 2º - O disposto neste artigo aplica-se aos processos de concordata.

Art. 189 - São pagos preferencialmente a quaisquer créditos habilitados em inventário ouarrolamento, ou a outros encargos do monte, os créditos tributários vencidos ou vincendos,a cargo do de cujus ou de seu espólio, exigíveis no decurso do processo de inventário ouarrolamento.

Parágrafo único - Contestado o crédito tributário, proceder-se-á na forma do disposto no§ 1º do artigo anterior.

Art. 190 - São pagos preferencialmente a quaisquer outros os créditos tributários venci-dos ou vincendos, a cargo de pessoas jurídicas de direito privado em liquidação judicial ouvoluntária, exigíveis no decurso da liquidação.

Art. 191 - A extinção das obrigações do falido requer prova de quitação de todos ostributos. (Redação dada pela Lcp nº 118, de 2005)

Art. 191-A - A concessão de recuperação judicial depende da apresentação da prova dequitação de todos os tributos, observado o disposto nos arts. 151, 205 e 206 desta Lei.(Incluído pela Lcp nº 118, de 2005)

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Código Tributário Nacional – Lei nº 5.172/1966 Arts. 192 a 197

Art. 192 - Nenhuma sentença de julgamento de partilha ou adjudicação será proferidasem prova da quitação de todos os tributos relativos aos bens do espólio, ou às suasrendas.

Art. 193 - Salvo quando expressamente autorizado por lei, nenhum departamento daadministração pública da União, dos Estados, do Distrito Federal, ou dos Municípios,ou sua autarquia, celebrará contrato ou aceitará proposta em concorrência públicasem que o contratante ou proponente faça prova da quitação de todos os tributosdevidos à Fazenda Pública interessada, relativos à atividade em cujo exercício contrataou concorre.

TÍTULO IVADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA

CAPÍTULO IFISCALIZAÇÃO

Art. 194 - A legislação tributária, observado o disposto nesta Lei, regulará, em carátergeral, ou especificamente em função da natureza do tributo de que se tratar, a competênciae os poderes das autoridades administrativas em matéria de fiscalização da sua aplicação.

Parágrafo único - A legislação a que se refere este artigo aplica-se às pessoas naturais oujurídicas, contribuintes ou não, inclusive às que gozem de imunidade tributária ou deisenção de caráter pessoal.

Art. 195 - Para os efeitos da legislação tributária, não têm aplicação quaisquer disposiçõeslegais excludentes ou limitativas do direito de examinar mercadorias, livros, arquivos,documentos, papéis e efeitos comerciais ou fiscais, dos comerciantes industriais ou produ-tores, ou da obrigação destes de exibi-los.

Parágrafo único - Os livros obrigatórios de escrituração comercial e fiscal e os comprovan-tes dos lançamentos neles efetuados serão conservados até que ocorra a prescrição doscréditos tributários decorrentes das operações a que se refiram.

Art. 196 - A autoridade administrativa que proceder ou presidir a quaisquer diligências defiscalização lavrará os termos necessários para que se documente o início do procedimen-to, na forma da legislação aplicável, que fixará prazo máximo para a conclusão daquelas.

Parágrafo único - Os termos a que se refere este artigo serão lavrados, sempre que possí-vel, em um dos livros fiscais exibidos; quando lavrados em separado deles se entregará, àpessoa sujeita à fiscalização, cópia autenticada pela autoridade a que se refere este artigo.

Art. 197 - Mediante intimação escrita, são obrigados a prestar à autoridade administrativatodas as informações de que disponham com relação aos bens, negócios ou atividades deterceiros:

I - os tabeliães, escrivães e demais serventuários de ofício;

II - os bancos, casas bancárias, Caixas Econômicas e demais instituições financeiras;

III - as empresas de administração de bens;

IV - os corretores, leiloeiros e despachantes oficiais;

V - os inventariantes;

VI - os síndicos, comissários e liquidatários;

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Código Tributário Nacional – Lei nº 5.172/1966Arts. 197 a 201

VII - quaisquer outras entidades ou pessoas que a lei designe, em razão de seu cargo,ofício, função, ministério, atividade ou profissão.

Parágrafo único - A obrigação prevista neste artigo não abrange a prestação de informa-ções quanto a fatos sobre os quais o informante esteja legalmente obrigado a observarsegredo em razão de cargo, ofício, função, ministério, atividade ou profissão.

Art. 198 - Sem prejuízo do disposto na legislação criminal, é vedada a divulgação, por parteda Fazenda Pública ou de seus servidores, de informação obtida em razão do ofício sobre asituação econômica ou financeira do sujeito passivo ou de terceiros e sobre a natureza e oestado de seus negócios ou atividades. (Redação dada pela Lcp nº 104, de 10.1.2001)

§ 1º - Excetuam-se do disposto neste artigo, além dos casos previstos no art. 199, osseguintes: (Redação dada pela Lcp nº 104, de 10.1.2001)

I - requisição de autoridade judiciária no interesse da justiça; (Incluído pela Lcp nº 104, de10.1.2001)

II - solicitações de autoridade administrativa no interesse da Administração Pública, desdeque seja comprovada a instauração regular de processo administrativo, no órgão ou naentidade respectiva, com o objetivo de investigar o sujeito passivo a que se refere ainformação, por prática de infração administrativa. (Incluído pela Lcp nº 104, de 10.1.2001)

§ 2º - O intercâmbio de informação sigilosa, no âmbito da Administração Pública, serárealizado mediante processo regularmente instaurado, e a entrega será feita pessoalmen-te à autoridade solicitante, mediante recibo, que formalize a transferência e assegure apreservação do sigilo. (Incluído pela Lcp nº 104, de 10.1.2001)

§ 3º - Não é vedada a divulgação de informações relativas a: (Incluído pela Lcp nº 104, de10.1.2001)

I - representações fiscais para fins penais; (Incluído pela Lcp nº 104, de 10.1.2001)

II - inscrições na Dívida Ativa da Fazenda Pública; (Incluído pela Lcp nº 104, de 10.1.2001)

III - parcelamento ou moratória. (Incluído pela Lcp nº 104, de 10.1.2001)

Art. 199 - A Fazenda Pública da União e as dos Estados, do Distrito Federal e dos Municí-pios prestar-se-ão mutuamente assistência para a fiscalização dos tributos respectivos epermuta de informações, na forma estabelecida, em caráter geral ou específico, por lei ouconvênio.

Parágrafo único - A Fazenda Pública da União, na forma estabelecida em tratados,acordos ou convênios, poderá permutar informações com Estados estrangeiros no inte-resse da arrecadação e da fiscalização de tributos. (Incluído pela Lcp nº 104, de10.1.2001)

Art. 200 - As autoridades administrativas federais poderão requisitar o auxílio da forçapública federal, estadual ou municipal, e reciprocamente, quando vítimas de embaraço oudesacato no exercício de suas funções, ou quando necessário à efetivação dê medidaprevista na legislação tributária, ainda que não se configure fato definido em lei comocrime ou contravenção.

CAPÍTULO IIDÍVIDA ATIVA

Art. 201 - Constitui dívida ativa tributária a proveniente de crédito dessa natureza, regu-larmente inscrita na repartição administrativa competente, depois de esgotado o prazofixado, para pagamento, pela lei ou por decisão final proferida em processo regular.

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Código Tributário Nacional – Lei nº 5.172/1966 Arts. 201 a 208

Parágrafo único - A fluência de juros de mora não exclui, para os efeitos deste artigo, aliquidez do crédito.

Art. 202 - O termo de inscrição da dívida ativa, autenticado pela autoridade competente,indicará obrigatoriamente:

I - o nome do devedor e, sendo caso, o dos co-responsáveis, bem como, sempre quepossível, o domicílio ou a residência de um e de outros;

II - a quantia devida e a maneira de calcular os juros de mora acrescidos;

III - a origem e natureza do crédito, mencionada especificamente a disposição da lei emque seja fundado;

IV - a data em que foi inscrita;

V - sendo caso, o número do processo administrativo de que se originar o crédito.

Parágrafo único - A certidão conterá, além dos requisitos deste artigo, a indicação do livroe da folha da inscrição.

Art. 203 - A omissão de quaisquer dos requisitos previstos no artigo anterior, ou o erro aeles relativo, são causas de nulidade da inscrição e do processo de cobrança dela decor-rente, mas a nulidade poderá ser sanada até a decisão de primeira instância, mediantesubstituição da certidão nula, devolvido ao sujeito passivo, acusado ou interessado o prazopara defesa, que somente poderá versar sobre a parte modificada.

Art. 204 - A dívida regularmente inscrita goza da presunção de certeza e liquidez e tem oefeito de prova pré-constituída.

Parágrafo único - A presunção a que se refere este artigo é relativa e pode ser ilidida porprova inequívoca, a cargo do sujeito passivo ou do terceiro a que aproveite.

CAPÍTULO IIICERTIDÕES NEGATIVAS

Art. 205 - A lei poderá exigir que a prova da quitação de determinado tributo, quandoexigível, seja feita por certidão negativa, expedida à vista de requerimento do interes-sado, que contenha todas as informações necessárias à identificação de sua pessoa,domicílio fiscal e ramo de negócio ou atividade e indique o período a que se refere opedido.

Parágrafo único - A certidão negativa será sempre expedida nos termos em que tenha sidorequerida e será fornecida dentro de 10 (dez) dias da data da entrada do requerimento narepartição.

Art. 206 - Tem os mesmos efeitos previstos no artigo anterior a certidão de que conste aexistência de créditos não vencidos, em curso de cobrança executiva em que tenha sidoefetivada a penhora, ou cuja exigibilidade esteja suspensa.

Art. 207 - Independentemente de disposição legal permissiva, será dispensada a provade quitação de tributos, ou o seu suprimento, quando se tratar de prática de ato indispen-sável para evitar a caducidade de direito, respondendo, porém, todos os participantes noato pelo tributo porventura devido, juros de mora e penalidades cabíveis, exceto as relati-vas a infrações cuja responsabilidade seja pessoal ao infrator.

Art. 208 - A certidão negativa expedida com dolo ou fraude, que contenha erro contra aFazenda Pública, responsabiliza pessoalmente o funcionário que a expedir, pelo créditotributário e juros de mora acrescidos.

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Código Tributário Nacional – Lei nº 5.172/1966Arts. 208 a 217

Parágrafo único - O disposto neste artigo não exclui a responsabilidade criminal e funcionalque no caso couber.

DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

Art. 209 - A expressão “Fazenda Pública”, quando empregada nesta Lei sem qualificação,abrange a Fazenda Pública da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.

Art. 210 - Os prazos fixados nesta Lei ou legislação tributária serão contínuos, excluindo--se na sua contagem o dia de início e incluindo-se o de vencimento.

Parágrafo único - Os prazos só se iniciam ou vencem em dia de expediente normal narepartição em que corra o processo ou deva ser praticado o ato.

Art. 211 - Incumbe ao Conselho Técnico de Economia e Finanças, do Ministério da Fazen-da, prestar assistência técnica aos governos estaduais e municipais, com o objetivo deassegurar a uniforme aplicação da presente Lei.

Art. 212 - Os Poderes Executivos federal, estaduais e municipais expedirão, por decreto,dentro de 90 (noventa) dias da entrada em vigor desta Lei, a consolidação, em texto único,da legislação vigente, relativa a cada um dos tributos, repetindo-se esta providência até odia 31 de janeiro de cada ano.

Art. 213 - Os Estados pertencentes a uma mesma região geo-econômica celebrarão entre siconvênios para o estabelecimento de alíquota uniforme para o imposto a que se refere o artigo 52.

Parágrafo único - Os Municípios de um mesmo Estado procederão igualmente, no que serefere à fixação da alíquota de que trata o artigo 60.

Art. 214 - O Poder Executivo promoverá a realização de convênios com os Estados, paraexcluir ou limitar a incidência do imposto sobre operações relativas à circulação de merca-dorias, no caso de exportação para o exterior.

Art. 215 - A lei estadual pode autorizar o Poder Executivo a reajustar, no exercício de1967, a alíquota de imposto a que se refere o artigo 52, dentro de limites e segundocritérios por ela estabelecidos.

Art. 216 - O Poder Executivo proporá as medidas legislativas adequadas a possibilitar,sem compressão dos investimentos previstos na proposta orçamentária de 1967, o cum-primento do disposto no artigo 21 da Emenda Constitucional nº 18, de 1965.

Art. 217 - As disposições desta Lei, notadamente as dos arts 17, 74, § 2º e 77, parágrafoúnico, bem como a do art. 54 da Lei 5.025, de 10 de junho de 1966, não excluem aincidência e a exigibilidade: (Incluído pelo Decreto-lei nº 27, de 14.11.1966)

I - da “contribuição sindical”, denominação que passa a ter o imposto sindical de quetratam os arts 578 e seguintes, da Consolidação das Leis do Trabalho, sem prejuízo dodisposto no art. 16 da Lei 4.589, de 11 de dezembro de 1964; (Incluído pelo Decreto-leinº 27, de 14.11.1966)

II - das denominadas “quotas de previdência” a que aludem os arts 71 e 74 da Lei 3.807,de 26 de agosto de 1960 com as alterações determinadas pelo art. 34 da Lei 4.863, de 29de novembro de 1965, que integram a contribuição da União para a previdência social, deque trata o art. 157, item XVI, da Constituição Federal; (Incluído pelo Decreto-lei nº 27, de14.11.1966) (Vide Ato Complementar nº 27, de 08.12.1966)

III - da contribuição destinada a constituir o “Fundo de Assistência” e “Previdência doTrabalhador Rural”, de que trata o art. 158 da Lei 4.214, de 2 de março de 1963; (Incluídopelo Decreto-lei nº 27, de 14.11.1966)

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Código Tributário Nacional – Lei nº 5.172/1966

IV - da contribuição destinada ao Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, criada pelo art. 2ºda Lei 5.107, de 13 de setembro de 1966; (Incluído pelo Decreto-lei nº 27, de 14.11.1966)

V - das contribuições enumeradas no § 2º do art. 34 da Lei 4.863, de 29 de novembro de1965, com as alterações decorrentes do disposto nos arts 22 e 23 da Lei 5.107, de 13 desetembro de 1966, e outras de fins sociais criadas por lei. (Incluído pelo Decreto-lei nº 27,de 14.11.1966)

Art. 218 - Esta Lei entrará em vigor, em todo o território nacional, no dia 1º de janeiro de1967, revogadas as disposições em contrário, especialmente a Lei n. 854, de 10 de outu-bro de 1949. (Renumerado do art. 217 pelo Decreto-lei nº 27, de 14.11.1966)

Brasília, 25 de outubro de 1966; 145º da Independência e 78º da República.

H. CASTELLO BRANCO

Octavio Bulhões

Carlos Medeiros Silva

Este texto não substitui o publicado no DOU de 27 de outubro de 1966 e retificado no DOUde 31.10.1966

Arts. 217 a 218

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CÓDIGO DE DEFESADO CONSUMIDOR

LEI Nº 8.078, DE 11 DE SETEMBRO DE 1990.

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CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR – LEI Nº 8.078/1990

Título I - Dos direitos do consumidor ...................................................................... 125

Capítulo I - Disposições gerais (arts. 1º a 3º) .......................................................... 125

Capítulo II - Da política nacional de relações de consumo (arts. 4º a 5º) .................... 125

Capítulo III - Dos direitos básicos do consumidor (arts. 6º a 7º) ................................ 126

Capítulo IV - Da qualidade de produtos e serviços, da prevenção e da reparação

dos danos ..................................................................................................... 127

Seção I - Da proteção à saúde e segurança (arts. 8º a 11) .................................. 127

Seção II - Da responsabilidade pelo fato do produto e do serviço (arts. 12 a 17) ..... 128

Seção III - Da responsabilidade por vício do produto e do serviço (arts. 18 a 25) .... 129

Seção IV - Da decadência e da prescrição (arts. 26 a 27) .................................... 130

Seção V - Da desconsideração da personalidade jurídica (art. 28) ......................... 131

Capítulo V - Das práticas comerciais ...................................................................... 131

Seção I - Das disposições gerais (art. 29) .......................................................... 131

Seção II - Da oferta (arts. 30 a 35) .................................................................. 131

Seção III - Da publicidade (arts. 36 a 38) .......................................................... 132

Seção IV - Das práticas abusivas (arts. 39 a 41)................................................. 133

Seção V - Da cobrança de dívidas (art. 42 a 42-A) .............................................. 134

Seção VI - Dos bancos de dados e cadastros de consumidores (arts. 43 a 45) ........ 134

Capítulo VI - Da proteção contratual ...................................................................... 135

Seção I - Disposições gerais (arts. 46 a 50) ....................................................... 135

Seção II - Das cláusulas abusivas (arts. 51 a 53) ............................................... 135

Seção III - Dos contratos de adesão (art. 54) .................................................... 137

Capítulo VII - Das sanções administrativas (arts. 55 a 60) ........................................ 137

Título II - Das infrações penais (arts. 61 a 80) ........................................................ 139

Título III - Da defesa do consumidor em juízo ......................................................... 141

Capítulo I - Disposições gerais (arts. 81 a 90) ......................................................... 141

Capítulo II - Das ações coletivas para a defesa de interesses individuais homogêneos(arts. 91 a 100) ............................................................................................. 142

Capítulo III - Das ações de responsabilidade do fornecedor de produtos e serviços(arts. 101 a 102) ........................................................................................... 143

Capítulo IV - Da coisa julgada (arts. 103 a 104) ...................................................... 144

Título IV - Do sistema nacional de defesa do consumidor (arts. 105 a 106) ................. 144

Título V - Da convenção coletiva de consumo (arts. 107 a 108) .................................. 145

Título VI - Disposições finais (arts. 109 a 119) ........................................................ 146

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Código de Defesa do Consumidor – Lei nº 8.078/1990

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CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDORLEI Nº 8.078, DE 11 DE SETEMBRO DE 1990.

RegulamentoDispõe sobre a proteção do consumidor e dá outras providências.

Regulamento

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sancio-no a seguinte lei:

TÍTULO IDOS DIREITOS DO CONSUMIDOR

CAPÍTULO IDISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 1º - O presente código estabelece normas de proteção e defesa do consumidor, deordem pública e interesse social, nos termos dos arts. 5°, inciso XXXII, 170, inciso V, daConstituição Federal e art. 48 de suas Disposições Transitórias.

Art. 2º - Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ouserviço como destinatário final.

Parágrafo único - Equipara-se a consumidor a coletividade de pessoas, ainda queindetermináveis, que haja intervindo nas relações de consumo.

Art. 3º - Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ouestrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividade de produ-ção, montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação, distribuiçãoou comercialização de produtos ou prestação de serviços.

§ 1º - Produto é qualquer bem, móvel ou imóvel, material ou imaterial.

§ 2º - Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante remune-ração, inclusive as de natureza bancária, financeira, de crédito e securitária, salvo asdecorrentes das relações de caráter trabalhista.

CAPÍTULO IIDA POLÍTICA NACIONAL DE RELAÇÕES DE CONSUMO

Art. 4º - A Política Nacional das Relações de Consumo tem por objetivo o atendimento dasnecessidades dos consumidores, o respeito à sua dignidade, saúde e segurança, a prote-ção de seus interesses econômicos, a melhoria da sua qualidade de vida, bem como atransparência e harmonia das relações de consumo, atendidos os seguintes princípios:(Redação dada pela Lei nº 9.008, de 21.3.1995)

I - reconhecimento da vulnerabilidade do consumidor no mercado de consumo;

II - ação governamental no sentido de proteger efetivamente o consumidor:

a) por iniciativa direta;

b) por incentivos à criação e desenvolvimento de associações representativas;

c) pela presença do Estado no mercado de consumo;

d) pela garantia dos produtos e serviços com padrões adequados de qualidade, segurança,durabilidade e desempenho.

III - harmonização dos interesses dos participantes das relações de consumo ecompatibilização da proteção do consumidor com a necessidade de desenvolvimento eco-nômico e tecnológico, de modo a viabilizar os princípios nos quais se funda a ordem

Arts. 1º a 4º

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econômica (art. 170, da Constituição Federal), sempre com base na boa-fé e equilíbrio nasrelações entre consumidores e fornecedores;

IV - educação e informação de fornecedores e consumidores, quanto aos seus direitos edeveres, com vistas à melhoria do mercado de consumo;

V - incentivo à criação pelos fornecedores de meios eficientes de controle de qualidade esegurança de produtos e serviços, assim como de mecanismos alternativos de solução deconflitos de consumo;

VI - coibição e repressão eficientes de todos os abusos praticados no mercado de consu-mo, inclusive a concorrência desleal e utilização indevida de inventos e criações industriaisdas marcas e nomes comerciais e signos distintivos, que possam causar prejuízos aosconsumidores;

VII - racionalização e melhoria dos serviços públicos;

VIII - estudo constante das modificações do mercado de consumo.

Art. 5º - Para a execução da Política Nacional das Relações de Consumo, contará o poderpúblico com os seguintes instrumentos, entre outros:

I - manutenção de assistência jurídica, integral e gratuita para o consumidor carente;

II - instituição de Promotorias de Justiça de Defesa do Consumidor, no âmbito do MinistérioPúblico;

III - criação de delegacias de polícia especializadas no atendimento de consumidores víti-mas de infrações penais de consumo;

IV - criação de Juizados Especiais de Pequenas Causas e Varas Especializadas para asolução de litígios de consumo;

V - concessão de estímulos à criação e desenvolvimento das Associações de Defesa doConsumidor.

§ 1º - (Vetado).

§ 2º - (Vetado).

CAPÍTULO IIIDOS DIREITOS BÁSICOS DO CONSUMIDOR

Art. 6º - São direitos básicos do consumidor:

I - a proteção da vida, saúde e segurança contra os riscos provocados por práticas nofornecimento de produtos e serviços considerados perigosos ou nocivos;

II - a educação e divulgação sobre o consumo adequado dos produtos e serviços, assegu-radas a liberdade de escolha e a igualdade nas contratações;

III - a informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e serviços, comespecificação correta de quantidade, características, composição, qualidade e preço, bemcomo sobre os riscos que apresentem;

IV - a proteção contra a publicidade enganosa e abusiva, métodos comerciais coercitivosou desleais, bem como contra práticas e cláusulas abusivas ou impostas no fornecimentode produtos e serviços;

V - a modificação das cláusulas contratuais que estabeleçam prestações desproporcionais ousua revisão em razão de fatos supervenientes que as tornem excessivamente onerosas;

VI - a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivose difusos;

Arts. 4º a 6º

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VII - o acesso aos órgãos judiciários e administrativos com vistas à prevenção ou repara-ção de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos ou difusos, assegurada a prote-ção Jurídica, administrativa e técnica aos necessitados;

VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da prova,a seu favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ouquando for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de experiências;

IX - (Vetado);

X - a adequada e eficaz prestação dos serviços públicos em geral.

Art. 7º - Os direitos previstos neste código não excluem outros decorrentes de trata-dos ou convenções internacionais de que o Brasil seja signatário, da legislação internaordinária, de regulamentos expedidos pelas autoridades administrativas competentes,bem como dos que derivem dos princípios gerais do direito, analogia, costumes e eqüi-dade.

Parágrafo único - Tendo mais de um autor a ofensa, todos responderão solidariamentepela reparação dos danos previstos nas normas de consumo.

CAPÍTULO IVDA QUALIDADE DE PRODUTOS E SERVIÇOS, DA PREVENÇÃO E DA REPARAÇÃO DOS

DANOS

SEÇÃO IDA PROTEÇÃO À SAÚDE E SEGURANÇA

Art. 8º - Os produtos e serviços colocados no mercado de consumo não acarretarão riscosà saúde ou segurança dos consumidores, exceto os considerados normais e previsíveis emdecorrência de sua natureza e fruição, obrigando-se os fornecedores, em qualquer hipóte-se, a dar as informações necessárias e adequadas a seu respeito.

Parágrafo único - Em se tratando de produto industrial, ao fabricante cabe prestar asinformações a que se refere este artigo, através de impressos apropriados que devamacompanhar o produto.

Art. 9º - O fornecedor de produtos e serviços potencialmente nocivos ou perigosos àsaúde ou segurança deverá informar, de maneira ostensiva e adequada, a respeito da suanocividade ou periculosidade, sem prejuízo da adoção de outras medidas cabíveis em cadacaso concreto.

Art. 10 - O fornecedor não poderá colocar no mercado de consumo produto ou serviçoque sabe ou deveria saber apresentar alto grau de nocividade ou periculosidade à saúdeou segurança.

§ 1º - O fornecedor de produtos e serviços que, posteriormente à sua introdução nomercado de consumo, tiver conhecimento da periculosidade que apresentem, deverá co-municar o fato imediatamente às autoridades competentes e aos consumidores, medianteanúncios publicitários.

§ 2º - Os anúncios publicitários a que se refere o parágrafo anterior serão veiculados naimprensa, rádio e televisão, às expensas do fornecedor do produto ou serviço.

§ 3º - Sempre que tiverem conhecimento de periculosidade de produtos ou serviços àsaúde ou segurança dos consumidores, a União, os Estados, o Distrito Federal e os Muni-cípios deverão informá-los a respeito.

Art. 11 - (Vetado).

Arts. 6º a 11

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SEÇÃO IIDA RESPONSABILIDADE PELO FATO DO PRODUTO E DO SERVIÇO

Art. 12 - O fabricante, o produtor, o construtor, nacional ou estrangeiro, e o importadorrespondem, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causa-dos aos consumidores por defeitos decorrentes de projeto, fabricação, construção, monta-gem, fórmulas, manipulação, apresentação ou acondicionamento de seus produtos, bemcomo por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua utilização e riscos.

§ 1º - O produto é defeituoso quando não oferece a segurança que dele legitimamente seespera, levando-se em consideração as circunstâncias relevantes, entre as quais:

I - sua apresentação;

II - o uso e os riscos que razoavelmente dele se esperam;

III - a época em que foi colocado em circulação.

§ 2º - O produto não é considerado defeituoso pelo fato de outro de melhor qualidade tersido colocado no mercado.

§ 3º - O fabricante, o construtor, o produtor ou importador só não será responsabilizadoquando provar:

I - que não colocou o produto no mercado;

II - que, embora haja colocado o produto no mercado, o defeito inexiste;

III - a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro.

Art. 13 - O comerciante é igualmente responsável, nos termos do artigo anterior, quando:

I - o fabricante, o construtor, o produtor ou o importador não puderem ser identificados;

II - o produto for fornecido sem identificação clara do seu fabricante, produtor, construtorou importador;

III - não conservar adequadamente os produtos perecíveis.

Parágrafo único - Aquele que efetivar o pagamento ao prejudicado poderá exercer o direitode regresso contra os demais responsáveis, segundo sua participação na causação doevento danoso.

Art. 14 - O fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de culpa,pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dosserviços, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos.

§ 1º - O serviço é defeituoso quando não fornece a segurança que o consumidor dele podeesperar, levando-se em consideração as circunstâncias relevantes, entre as quais:

I - o modo de seu fornecimento;

II - o resultado e os riscos que razoavelmente dele se esperam;

III - a época em que foi fornecido.

§ 2º - O serviço não é considerado defeituoso pela adoção de novas técnicas.

§ 3º - O fornecedor de serviços só não será responsabilizado quando provar:

I - que, tendo prestado o serviço, o defeito inexiste;

II - a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro.

§ 4º - A responsabilidade pessoal dos profissionais liberais será apurada mediante a veri-ficação de culpa.

Art. 15 - (Vetado).

Art. 16 - (Vetado).

Arts. 12 a 16

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Art. 17 - Para os efeitos desta Seção, equiparam-se aos consumidores todas as vítimas doevento.

SEÇÃO IIIDA RESPONSABILIDADE POR VÍCIO DO PRODUTO E DO SERVIÇO

Art. 18 - Os fornecedores de produtos de consumo duráveis ou não duráveis respondemsolidariamente pelos vícios de qualidade ou quantidade que os tornem impróprios ou ina-dequados ao consumo a que se destinam ou lhes diminuam o valor, assim como poraqueles decorrentes da disparidade, com a indicações constantes do recipiente, da emba-lagem, rotulagem ou mensagem publicitária, respeitadas as variações decorrentes de suanatureza, podendo o consumidor exigir a substituição das partes viciadas.

§ 1º - Não sendo o vício sanado no prazo máximo de trinta dias, pode o consumidor exigir,alternativamente e à sua escolha:

I - a substituição do produto por outro da mesma espécie, em perfeitas condições de uso;

II - a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuízo deeventuais perdas e danos;

III - o abatimento proporcional do preço.

§ 2º - Poderão as partes convencionar a redução ou ampliação do prazo previsto noparágrafo anterior, não podendo ser inferior a sete nem superior a cento e oitenta dias.Nos contratos de adesão, a cláusula de prazo deverá ser convencionada em separado, pormeio de manifestação expressa do consumidor.

§ 3º - O consumidor poderá fazer uso imediato das alternativas do § 1º deste artigo sempreque, em razão da extensão do vício, a substituição das partes viciadas puder comprometer aqualidade ou características do produto, diminuir-lhe o valor ou se tratar de produto essencial.

§ 4º - Tendo o consumidor optado pela alternativa do inciso I do § 1° deste artigo, e nãosendo possível a substituição do bem, poderá haver substituição por outro de espécie,marca ou modelo diversos, mediante complementação ou restituição de eventual diferen-ça de preço, sem prejuízo do disposto nos incisos II e III do § 1° deste artigo.

§ 5º - No caso de fornecimento de produtos in natura, será responsável perante o consu-midor o fornecedor imediato, exceto quando identificado claramente seu produtor.

§ 6º - São impróprios ao uso e consumo:

I - os produtos cujos prazos de validade estejam vencidos;

II - os produtos deteriorados, alterados, adulterados, avariados, falsificados, corrompidos,fraudados, nocivos à vida ou à saúde, perigosos ou, ainda, aqueles em desacordo com asnormas regulamentares de fabricação, distribuição ou apresentação;

III - os produtos que, por qualquer motivo, se revelem inadequados ao fim a que se destinam.

Art. 19 - Os fornecedores respondem solidariamente pelos vícios de quantidade do produ-to sempre que, respeitadas as variações decorrentes de sua natureza, seu conteúdo líqui-do for inferior às indicações constantes do recipiente, da embalagem, rotulagem ou demensagem publicitária, podendo o consumidor exigir, alternativamente e à sua escolha:

I - o abatimento proporcional do preço;

II - complementação do peso ou medida;

III - a substituição do produto por outro da mesma espécie, marca ou modelo, sem osaludidos vícios;

IV - a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuízo deeventuais perdas e danos.

Arts. 17 a 19

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§ 1º - Aplica-se a este artigo o disposto no § 4° do artigo anterior.

§ 2º - O fornecedor imediato será responsável quando fizer a pesagem ou a medição e oinstrumento utilizado não estiver aferido segundo os padrões oficiais.

Art. 20 - O fornecedor de serviços responde pelos vícios de qualidade que os tornemimpróprios ao consumo ou lhes diminuam o valor, assim como por aqueles decorrentes dadisparidade com as indicações constantes da oferta ou mensagem publicitária, podendo oconsumidor exigir, alternativamente e à sua escolha:

I - a reexecução dos serviços, sem custo adicional e quando cabível;

II - a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuízo deeventuais perdas e danos;

III - o abatimento proporcional do preço.

§ 1º - A reexecução dos serviços poderá ser confiada a terceiros devidamente capacitados,por conta e risco do fornecedor.

§ 2º - São impróprios os serviços que se mostrem inadequados para os fins que razoavel-mente deles se esperam, bem como aqueles que não atendam as normas regulamentaresde prestabilidade.

Art. 21 - No fornecimento de serviços que tenham por objetivo a reparação de qualquerproduto considerar-se-á implícita a obrigação do fornecedor de empregar componentes dereposição originais adequados e novos, ou que mantenham as especificações técnicas dofabricante, salvo, quanto a estes últimos, autorização em contrário do consumidor.

Art. 22 - Os órgãos públicos, por si ou suas empresas, concessionárias, permissionáriasou sob qualquer outra forma de empreendimento, são obrigados a fornecer serviços ade-quados, eficientes, seguros e, quanto aos essenciais, contínuos.

Parágrafo único - Nos casos de descumprimento, total ou parcial, das obrigações referidasneste artigo, serão as pessoas jurídicas compelidas a cumpri-las e a reparar os danoscausados, na forma prevista neste código.

Art. 23 - A ignorância do fornecedor sobre os vícios de qualidade por inadequação dosprodutos e serviços não o exime de responsabilidade.

Art. 24 - A garantia legal de adequação do produto ou serviço independe de termo ex-presso, vedada a exoneração contratual do fornecedor.

Art. 25 - É vedada a estipulação contratual de cláusula que impossibilite, exonere ouatenue a obrigação de indenizar prevista nesta e nas seções anteriores.

§ 1º - Havendo mais de um responsável pela causação do dano, todos responderão solida-riamente pela reparação prevista nesta e nas seções anteriores.

§ 2º - Sendo o dano causado por componente ou peça incorporada ao produto ou serviço,são responsáveis solidários seu fabricante, construtor ou importador e o que realizou aincorporação.

SEÇÃO IVDA DECADÊNCIA E DA PRESCRIÇÃO

Art. 26 - O direito de reclamar pelos vícios aparentes ou de fácil constatação caduca em:

I - trinta dias, tratando-se de fornecimento de serviço e de produtos não duráveis;

II - noventa dias, tratando-se de fornecimento de serviço e de produtos duráveis.

§ 1º - Inicia-se a contagem do prazo decadencial a partir da entrega efetiva do produto oudo término da execução dos serviços.

Arts. 19 a 26

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§ 2º - Obstam a decadência:

I - a reclamação comprovadamente formulada pelo consumidor perante o fornecedor deprodutos e serviços até a resposta negativa correspondente, que deve ser transmitida deforma inequívoca;

II - (Vetado).

III - a instauração de inquérito civil, até seu encerramento.

§ 3º - Tratando-se de vício oculto, o prazo decadencial inicia-se no momento em que ficarevidenciado o defeito.

Art. 27 - Prescreve em cinco anos a pretensão à reparação pelos danos causados por fatodo produto ou do serviço prevista na Seção II deste Capítulo, iniciando-se a contagem doprazo a partir do conhecimento do dano e de sua autoria.

Parágrafo único - (Vetado).

SEÇÃO VDA DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA

Art. 28 - O juiz poderá desconsiderar a personalidade jurídica da sociedade quando, emdetrimento do consumidor, houver abuso de direito, excesso de poder, infração da lei, fatoou ato ilícito ou violação dos estatutos ou contrato social. A desconsideração também seráefetivada quando houver falência, estado de insolvência, encerramento ou inatividade dapessoa jurídica provocados por má administração.

§ 1º - (Vetado).

§ 2º - As sociedades integrantes dos grupos societários e as sociedades controladas, sãosubsidiariamente responsáveis pelas obrigações decorrentes deste código.

§ 3º - As sociedades consorciadas são solidariamente responsáveis pelas obrigações de-correntes deste código.

§ 4º - As sociedades coligadas só responderão por culpa.

§ 5º - Também poderá ser desconsiderada a pessoa jurídica sempre que sua personali-dade for, de alguma forma, obstáculo ao ressarcimento de prejuízos causados aos consu-midores.

CAPÍTULO VDAS PRÁTICAS COMERCIAIS

SEÇÃO IDAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 29 - Para os fins deste Capítulo e do seguinte, equiparam-se aos consumidores todasas pessoas determináveis ou não, expostas às práticas nele previstas.

SEÇÃO IIDA OFERTA

Art. 30 - Toda informação ou publicidade, suficientemente precisa, veiculada por qualquerforma ou meio de comunicação com relação a produtos e serviços oferecidos ou apresen-tados, obriga o fornecedor que a fizer veicular ou dela se utilizar e integra o contrato quevier a ser celebrado.

Arts. 26 a 30

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Art. 31 - A oferta e apresentação de produtos ou serviços devem assegurar informaçõescorretas, claras, precisas, ostensivas e em língua portuguesa sobre suas características,qualidades, quantidade, composição, preço, garantia, prazos de validade e origem, entreoutros dados, bem como sobre os riscos que apresentam à saúde e segurança dos consu-midores.

Parágrafo único - As informações de que trata este artigo, nos produtos refrigerados ofereci-dos ao consumidor, serão gravadas de forma indelével. (Incluído pela Lei nº 11.989, de 2009)

Art. 32 - Os fabricantes e importadores deverão assegurar a oferta de componentes epeças de reposição enquanto não cessar a fabricação ou importação do produto.

Parágrafo único - Cessadas a produção ou importação, a oferta deverá ser mantida porperíodo razoável de tempo, na forma da lei.

Art. 33 - Em caso de oferta ou venda por telefone ou reembolso postal, deve constar onome do fabricante e endereço na embalagem, publicidade e em todos os impressosutilizados na transação comercial.

Parágrafo único -  É proibida a publicidade de bens e serviços por telefone, quando achamada for onerosa ao consumidor que a origina. (Incluído pela Lei nº 11.800, de 2008).

Art. 34 - O fornecedor do produto ou serviço é solidariamente responsável pelos atos deseus prepostos ou representantes autônomos.

Art. 35 - Se o fornecedor de produtos ou serviços recusar cumprimento à oferta, apresen-tação ou publicidade, o consumidor poderá, alternativamente e à sua livre escolha:

I - exigir o cumprimento forçado da obrigação, nos termos da oferta, apresentação oupublicidade;

II - aceitar outro produto ou prestação de serviço equivalente;

III - rescindir o contrato, com direito à restituição de quantia eventualmente antecipada,monetariamente atualizada, e a perdas e danos.

SEÇÃO IIIDA PUBLICIDADE

Art. 36 - A publicidade deve ser veiculada de tal forma que o consumidor, fácil e imedia-tamente, a identifique como tal.

Parágrafo único - O fornecedor, na publicidade de seus produtos ou serviços, manterá, emseu poder, para informação dos legítimos interessados, os dados fáticos, técnicos e cientí-ficos que dão sustentação à mensagem.

Art. 37 - É proibida toda publicidade enganosa ou abusiva.

§ 1º - É enganosa qualquer modalidade de informação ou comunicação de caráter publici-tário, inteira ou parcialmente falsa, ou, por qualquer outro modo, mesmo por omissão,capaz de induzir em erro o consumidor a respeito da natureza, características, qualidade,quantidade, propriedades, origem, preço e quaisquer outros dados sobre produtos e ser-viços.

§ 2º - É abusiva, dentre outras a publicidade discriminatória de qualquer natureza, a queincite à violência, explore o medo ou a superstição, se aproveite da deficiência de julga-mento e experiência da criança, desrespeita valores ambientais, ou que seja capaz deinduzir o consumidor a se comportar de forma prejudicial ou perigosa à sua saúde ousegurança.

§ 3º - Para os efeitos deste código, a publicidade é enganosa por omissão quando deixarde informar sobre dado essencial do produto ou serviço.

§ 4º - (Vetado).

Arts. 31 a 37

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Art. 38 - O ônus da prova da veracidade e correção da informação ou comunicação publi-citária cabe a quem as patrocina.

SEÇÃO IVDAS PRÁTICAS ABUSIVAS

Art. 39 - É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços, dentre outras práticas abusivas:(Redação dada pela Lei nº 8.884, de 11.6.1994)

I - condicionar o fornecimento de produto ou de serviço ao fornecimento de outro produtoou serviço, bem como, sem justa causa, a limites quantitativos;

II - recusar atendimento às demandas dos consumidores, na exata medida de suas dispo-nibilidades de estoque, e, ainda, de conformidade com os usos e costumes;

III - enviar ou entregar ao consumidor, sem solicitação prévia, qualquer produto, ou forne-cer qualquer serviço;

IV - prevalecer-se da fraqueza ou ignorância do consumidor, tendo em vista sua idade,saúde, conhecimento ou condição social, para impingir-lhe seus produtos ou serviços;

V - exigir do consumidor vantagem manifestamente excessiva;

VI - executar serviços sem a prévia elaboração de orçamento e autorização expressa doconsumidor, ressalvadas as decorrentes de práticas anteriores entre as partes;

VII - repassar informação depreciativa, referente a ato praticado pelo consumidor noexercício de seus direitos;

VIII - colocar, no mercado de consumo, qualquer produto ou serviço em desacordo comas normas expedidas pelos órgãos oficiais competentes ou, se normas específicas nãoexistirem, pela Associação Brasileira de Normas Técnicas ou outra entidade credenciadapelo Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Conmetro);

IX - recusar a venda de bens ou a prestação de serviços, diretamente a quem se disponhaa adquiri-los mediante pronto pagamento, ressalvados os casos de intermediação regula-dos em leis especiais; (Redação dada pela Lei nº 8.884, de 11.6.1994)

X - elevar sem justa causa o preço de produtos ou serviços. (Incluído pela Lei nº 8.884, de11.6.1994)

XI -  Dispositivo  incluído pela MPV  nº 1.890-67, de 22.10.1999, transformado em inciso XIII, quando da converão na Lei nº 9.870, de 23.11.1999

XII - deixar de estipular prazo para o cumprimento de sua obrigação ou deixar a fixação deseu termo inicial a seu exclusivo critério. (Incluído pela Lei nº 9.008, de 21.3.1995)

XIII - aplicar fórmula ou índice de reajuste diverso do legal ou contratualmente estabele-cido. (Incluído pela Lei nº 9.870, de 23.11.1999)

Parágrafo único - Os serviços prestados e os produtos remetidos ou entregues ao consumi-dor, na hipótese prevista no inciso III, equiparam-se às amostras grátis, inexistindo obri-gação de pagamento.

Art. 40 - O fornecedor de serviço será obrigado a entregar ao consumidor orçamento préviodiscriminando o valor da mão-de-obra, dos materiais e equipamentos a serem empregados,as condições de pagamento, bem como as datas de início e término dos serviços.

§ 1º - Salvo estipulação em contrário, o valor orçado terá validade pelo prazo de dez dias,contado de seu recebimento pelo consumidor.

§ 2º - Uma vez aprovado pelo consumidor, o orçamento obriga os contraentes e somentepode ser alterado mediante livre negociação das partes.

Arts. 38 a 40

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§ 3º - O consumidor não responde por quaisquer ônus ou acréscimos decorrentes dacontratação de serviços de terceiros não previstos no orçamento prévio.

Art. 41 - No caso de fornecimento de produtos ou de serviços sujeitos ao regime decontrole ou de tabelamento de preços, os fornecedores deverão respeitar os limites oficiaissob pena de não o fazendo, responderem pela restituição da quantia recebida em excesso,monetariamente atualizada, podendo o consumidor exigir à sua escolha, o desfazimentodo negócio, sem prejuízo de outras sanções cabíveis.

SEÇÃO VDA COBRANÇA DE DÍVIDAS

Art. 42 - Na cobrança de débitos, o consumidor inadimplente não será exposto a ridículo,nem será submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaça.

Parágrafo único - O consumidor cobrado em quantia indevida tem direito à repetição doindébito, por valor igual ao dobro do que pagou em excesso, acrescido de correção mone-tária e juros legais, salvo hipótese de engano justificável.

Art. 42-A - Em todos os documentos de cobrança de débitos apresentados ao consumidor,deverão constar o nome, o endereço e o número de inscrição no Cadastro de PessoasFísicas – CPF ou no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica – CNPJ do fornecedor do produtoou serviço correspondente. (Incluído pela Lei nº 12.039, de 2009)

SEÇÃO VIDOS BANCOS DE DADOS E CADASTROS DE CONSUMIDORES

Art. 43 - O consumidor, sem prejuízo do disposto no art. 86, terá acesso às informaçõesexistentes em cadastros, fichas, registros e dados pessoais e de consumo arquivadossobre ele, bem como sobre as suas respectivas fontes.

§ 1º - Os cadastros e dados de consumidores devem ser objetivos, claros, verdadeiros eem linguagem de fácil compreensão, não podendo conter informações negativas referen-tes a período superior a cinco anos.

§ 2º - A abertura de cadastro, ficha, registro e dados pessoais e de consumo deverá sercomunicada por escrito ao consumidor, quando não solicitada por ele.

§ 3º - O consumidor, sempre que encontrar inexatidão nos seus dados e cadastros, poderáexigir sua imediata correção, devendo o arquivista, no prazo de cinco dias úteis, comunicara alteração aos eventuais destinatários das informações incorretas.

§ 4º - Os bancos de dados e cadastros relativos a consumidores, os serviços de proteçãoao crédito e congêneres são considerados entidades de caráter público.

§ 5º - Consumada a prescrição relativa à cobrança de débitos do consumidor, não serãofornecidas, pelos respectivos Sistemas de Proteção ao Crédito, quaisquer informações quepossam impedir ou dificultar novo acesso ao crédito junto aos fornecedores.

Art. 44 - Os órgãos públicos de defesa do consumidor manterão cadastros atualizados dereclamações fundamentadas contra fornecedores de produtos e serviços, devendo divulgá--lo pública e anualmente. A divulgação indicará se a reclamação foi atendida ou não pelofornecedor.

§ 1º - É facultado o acesso às informações lá constantes para orientação e consulta porqualquer interessado.

§ 2º - Aplicam-se a este artigo, no que couber, as mesmas regras enunciadas no artigoanterior e as do parágrafo único do art. 22 deste código.

Art. 45 - (Vetado).

Arts. 40 a 45

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CAPÍTULO VIDA PROTEÇÃO CONTRATUAL

SEÇÃO IDISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 46 - Os contratos que regulam as relações de consumo não obrigarão os consumido-res, se não lhes for dada a oportunidade de tomar conhecimento prévio de seu conteúdo,ou se os respectivos instrumentos forem redigidos de modo a dificultar a compreensão deseu sentido e alcance.

Art. 47 - As cláusulas contratuais serão interpretadas de maneira mais favorável ao con-sumidor.

Art. 48 - As declarações de vontade constantes de escritos particulares, recibos e pré--contratos relativos às relações de consumo vinculam o fornecedor, ensejando inclusiveexecução específica, nos termos do art. 84 e parágrafos.

Art. 49 - O consumidor pode desistir do contrato, no prazo de 7 dias a contar de suaassinatura ou do ato de recebimento do produto ou serviço, sempre que a contratação defornecimento de produtos e serviços ocorrer fora do estabelecimento comercial, especial-mente por telefone ou a domicílio.

Parágrafo único - Se o consumidor exercitar o direito de arrependimento previsto nesteartigo, os valores eventualmente pagos, a qualquer título, durante o prazo de reflexão,serão devolvidos, de imediato, monetariamente atualizados.

Art. 50 - A garantia contratual é complementar à legal e será conferida mediante termoescrito.

Parágrafo único - O termo de garantia ou equivalente deve ser padronizado e esclarecer,de maneira adequada em que consiste a mesma garantia, bem como a forma, o prazo e olugar em que pode ser exercitada e os ônus a cargo do consumidor, devendo ser-lheentregue, devidamente preenchido pelo fornecedor, no ato do fornecimento, acompanha-do de manual de instrução, de instalação e uso do produto em linguagem didática, comilustrações.

SEÇÃO IIDAS CLÁUSULAS ABUSIVAS

Art. 51 - São nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulas contratuais relativas aofornecimento de produtos e serviços que:

I - impossibilitem, exonerem ou atenuem a responsabilidade do fornecedor por vícios dequalquer natureza dos produtos e serviços ou impliquem renúncia ou disposição de direi-tos. Nas relações de consumo entre o fornecedor e o consumidor pessoa jurídica, a inde-nização poderá ser limitada, em situações justificáveis;

II - subtraiam ao consumidor a opção de reembolso da quantia já paga, nos casos previs-tos neste código;

III - transfiram responsabilidades a terceiros;

IV - estabeleçam obrigações consideradas iníquas, abusivas, que coloquem o consumidorem desvantagem exagerada, ou sejam incompatíveis com a boa-fé ou a eqüidade;

V - (Vetado);

VI - estabeleçam inversão do ônus da prova em prejuízo do consumidor;

VII - determinem a utilização compulsória de arbitragem;

Arts. 46 a 51

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VIII - imponham representante para concluir ou realizar outro negócio jurídico pelo consu-midor;

IX - deixem ao fornecedor a opção de concluir ou não o contrato, embora obrigando oconsumidor;

X - permitam ao fornecedor, direta ou indiretamente, variação do preço de maneira unilateral;

XI - autorizem o fornecedor a cancelar o contrato unilateralmente, sem que igual direitoseja conferido ao consumidor;

XII - obriguem o consumidor a ressarcir os custos de cobrança de sua obrigação, sem queigual direito lhe seja conferido contra o fornecedor;

XIII - autorizem o fornecedor a modificar unilateralmente o conteúdo ou a qualidade docontrato, após sua celebração;

XIV - infrinjam ou possibilitem a violação de normas ambientais;

XV - estejam em desacordo com o sistema de proteção ao consumidor;

XVI - possibilitem a renúncia do direito de indenização por benfeitorias necessárias.

§ 1º - Presume-se exagerada, entre outros casos, a vontade que:

I - ofende os princípios fundamentais do sistema jurídico a que pertence;

II - restringe direitos ou obrigações fundamentais inerentes à natureza do contrato, de talmodo a ameaçar seu objeto ou equilíbrio contratual;

III - se mostra excessivamente onerosa para o consumidor, considerando-se a natureza econteúdo do contrato, o interesse das partes e outras circunstâncias peculiares ao caso.

§ 2º - A nulidade de uma cláusula contratual abusiva não invalida o contrato, excetoquando de sua ausência, apesar dos esforços de integração, decorrer ônus excessivo aqualquer das partes.

§ 3º - (Vetado).

§ 4º - É facultado a qualquer consumidor ou entidade que o represente requerer ao Minis-tério Público que ajuíze a competente ação para ser declarada a nulidade de cláusulacontratual que contrarie o disposto neste código ou de qualquer forma não assegure ojusto equilíbrio entre direitos e obrigações das partes.

Art. 52 - No fornecimento de produtos ou serviços que envolva outorga de crédito ouconcessão de financiamento ao consumidor, o fornecedor deverá, entre outros requisitos,informá-lo prévia e adequadamente sobre:

I - preço do produto ou serviço em moeda corrente nacional;

II - montante dos juros de mora e da taxa efetiva anual de juros;

III - acréscimos legalmente previstos;

IV - número e periodicidade das prestações;

V - soma total a pagar, com e sem financiamento.

§ 1º - As multas de mora decorrentes do inadimplemento de obrigações no seu termo nãopoderão ser superiores a dois por cento do valor da prestação. (Redação dada pela Leinº 9.298, de 1º.8.1996)

§ 2º - É assegurado ao consumidor a liquidação antecipada do débito, total ou parcialmen-te, mediante redução proporcional dos juros e demais acréscimos.

§ 3º - (Vetado).

Art. 53 - Nos contratos de compra e venda de móveis ou imóveis mediante pagamento emprestações, bem como nas alienações fiduciárias em garantia, consideram-se nulas de

Arts. 51 a 53

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pleno direito as cláusulas que estabeleçam a perda total das prestações pagas em benefí-cio do credor que, em razão do inadimplemento, pleitear a resolução do contrato e aretomada do produto alienado.

§ 1º - (Vetado).

§ 2º - Nos contratos do sistema de consórcio de produtos duráveis, a compensação ou arestituição das parcelas quitadas, na forma deste artigo, terá descontada, além da vanta-gem econômica auferida com a fruição, os prejuízos que o desistente ou inadimplentecausar ao grupo.

§ 3º - Os contratos de que trata o caput deste artigo serão expressos em moeda correntenacional.

SEÇÃO IIIDOS CONTRATOS DE ADESÃO

Art. 54 - Contrato de adesão é aquele cujas cláusulas tenham sido aprovadas pela auto-ridade competente ou estabelecidas unilateralmente pelo fornecedor de produtos ou servi-ços, sem que o consumidor possa discutir ou modificar substancialmente seu conteúdo. 

§ 1º - A inserção de cláusula no formulário não desfigura a natureza de adesão do contrato.

§ 2º - Nos contratos de adesão admite-se cláusula resolutória, desde que a alternativa,cabendo a escolha ao consumidor, ressalvando-se o disposto no § 2° do artigo anterior.

§ 3º - Os contratos de adesão escritos serão redigidos em termos claros e com caracteresostensivos e legíveis, cujo tamanho da fonte não será inferior ao corpo doze, de modo afacilitar sua compreensão pelo consumidor. (Redação dada pela nº 11.785, de 2008)

§ 4º - As cláusulas que implicarem limitação de direito do consumidor deverão ser redigidascom destaque, permitindo sua imediata e fácil compreensão.

§ 5º - (Vetado)

CAPÍTULO VIIDAS SANÇÕES ADMINISTRATIVAS

(VIDE LEI Nº 8.656, DE 1993)

Art. 55 - A União, os Estados e o Distrito Federal, em caráter concorrente e nas suasrespectivas áreas de atuação administrativa, baixarão normas relativas à produção, indus-trialização, distribuição e consumo de produtos e serviços.

§ 1º - A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios fiscalizarão e controlarão aprodução, industrialização, distribuição, a publicidade de produtos e serviços e o mercadode consumo, no interesse da preservação da vida, da saúde, da segurança, da informaçãoe do bem-estar do consumidor, baixando as normas que se fizerem necessárias.

§ 2º - (Vetado).

§ 3º - Os órgãos federais, estaduais, do Distrito Federal e municipais com atribuições parafiscalizar e controlar o mercado de consumo manterão comissões permanentes para ela-boração, revisão e atualização das normas referidas no § 1°, sendo obrigatória a participa-ção dos consumidores e fornecedores.

§ 4º - Os órgãos oficiais poderão expedir notificações aos fornecedores para que, sob penade desobediência, prestem informações sobre questões de interesse do consumidor, res-guardado o segredo industrial.

Art. 56 - As infrações das normas de defesa do consumidor ficam sujeitas, conforme ocaso, às seguintes sanções administrativas, sem prejuízo das de natureza civil, penal e dasdefinidas em normas específicas:

Arts. 53 a 56

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I - multa;

II - apreensão do produto;

III - inutilização do produto;

IV - cassação do registro do produto junto ao órgão competente;

V - proibição de fabricação do produto;

VI - suspensão de fornecimento de produtos ou serviço;

VII - suspensão temporária de atividade;

VIII - revogação de concessão ou permissão de uso;

IX - cassação de licença do estabelecimento ou de atividade;

X - interdição, total ou parcial, de estabelecimento, de obra ou de atividade;

XI - intervenção administrativa;

XII - imposição de contrapropaganda.

Parágrafo único - As sanções previstas neste artigo serão aplicadas pela autoridade admi-nistrativa, no âmbito de sua atribuição, podendo ser aplicadas cumulativamente, inclusivepor medida cautelar, antecedente ou incidente de procedimento administrativo.

Art. 57 - A pena de multa, graduada de acordo com a gravidade da infração, a vantagemauferida e a condição econômica do fornecedor, será aplicada mediante procedimentoadministrativo, revertendo para o Fundo de que trata a Lei nº 7.347, de 24 de julho de1985, os valores cabíveis à União, ou para os Fundos estaduais ou municipais de proteçãoao consumidor nos demais casos. (Redação dada pela Lei nº 8.656, de 21.5.1993)

Parágrafo único - A multa será em montante não inferior a duzentas e não superior a trêsmilhões de vezes o valor da Unidade Fiscal de Referência (Ufir), ou índice equivalente quevenha a substituí-lo. (Parágrafo acrescentado pela Lei nº 8.703, de 6.9.1993)

Art. 58 - As penas de apreensão, de inutilização de produtos, de proibição de fabricaçãode produtos, de suspensão do fornecimento de produto ou serviço, de cassação do registrodo produto e revogação da concessão ou permissão de uso serão aplicadas pela adminis-tração, mediante procedimento administrativo, assegurada ampla defesa, quando foremconstatados vícios de quantidade ou de qualidade por inadequação ou insegurança doproduto ou serviço.

Art. 59 - As penas de cassação de alvará de licença, de interdição e de suspensão tempo-rária da atividade, bem como a de intervenção administrativa, serão aplicadas medianteprocedimento administrativo, assegurada ampla defesa, quando o fornecedor reincidir naprática das infrações de maior gravidade previstas neste código e na legislação de consu-mo.

§ 1º - A pena de cassação da concessão será aplicada à concessionária de serviço público,quando violar obrigação legal ou contratual.

§ 2º - A pena de intervenção administrativa será aplicada sempre que as circunstâncias defato desaconselharem a cassação de licença, a interdição ou suspensão da atividade.

§ 3º - Pendendo ação judicial na qual se discuta a imposição de penalidade administrativa,não haverá reincidência até o trânsito em julgado da sentença.

Art. 60 - A imposição de contrapropaganda será cominada quando o fornecedor incorrerna prática de publicidade enganosa ou abusiva, nos termos do art. 36 e seus parágrafos,sempre às expensas do infrator.

§ 1º - A contrapropaganda será divulgada pelo responsável da mesma forma, freqüênciae dimensão e, preferencialmente no mesmo veículo, local, espaço e horário, de formacapaz de desfazer o malefício da publicidade enganosa ou abusiva.

Arts. 56 a 60

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§ 2º - (Vetado)

§ 3º - (Vetado).

TÍTULO IIDAS INFRAÇÕES PENAIS

Art. 61 - Constituem crimes contra as relações de consumo previstas neste código, semprejuízo do disposto no Código Penal e leis especiais, as condutas tipificadas nos artigosseguintes.

Art. 62 - (Vetado).

Art. 63 - Omitir dizeres ou sinais ostensivos sobre a nocividade ou periculosidade deprodutos, nas embalagens, nos invólucros, recipientes ou publicidade:

Pena - Detenção de seis meses a dois anos e multa.

§ 1º - Incorrerá nas mesmas penas quem deixar de alertar, mediante recomendaçõesescritas ostensivas, sobre a periculosidade do serviço a ser prestado.

§ 2º - Se o crime é culposo:

Pena - Detenção de um a seis meses ou multa.

Art. 64 - Deixar de comunicar à autoridade competente e aos consumidores a nocividade oupericulosidade de produtos cujo conhecimento seja posterior à sua colocação no mercado:

Pena - Detenção de seis meses a dois anos e multa.

Parágrafo único - Incorrerá nas mesmas penas quem deixar de retirar do mercado, imedia-tamente quando determinado pela autoridade competente, os produtos nocivos ou perigo-sos, na forma deste artigo.

Art. 65 - Executar serviço de alto grau de periculosidade, contrariando determinação deautoridade competente:

Pena - Detenção de seis meses a dois anos e multa.

Parágrafo único - As penas deste artigo são aplicáveis sem prejuízo das correspondentes àlesão corporal e à morte.

Art. 66 - Fazer afirmação falsa ou enganosa, ou omitir informação relevante sobre anatureza, característica, qualidade, quantidade, segurança, desempenho, durabilidade, preçoou garantia de produtos ou serviços:

Pena - Detenção de três meses a um ano e multa.

§ 1º - Incorrerá nas mesmas penas quem patrocinar a oferta.

§ 2º - Se o crime é culposo;

Pena - Detenção de um a seis meses ou multa.

Art. 67 - Fazer ou promover publicidade que sabe ou deveria saber ser enganosa ouabusiva:

Pena - Detenção de três meses a um ano e multa.

Parágrafo único - (Vetado).

Art. 68 - Fazer ou promover publicidade que sabe ou deveria saber ser capaz de induzir oconsumidor a se comportar de forma prejudicial ou perigosa a sua saúde ou segurança:

Pena - Detenção de seis meses a dois anos e multa:

Parágrafo único - (Vetado).

Arts. 60 a 68

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Art. 69 - Deixar de organizar dados fáticos, técnicos e científicos que dão base à publici-dade:

Pena - Detenção de um a seis meses ou multa.

Art. 70 - Empregar na reparação de produtos, peça ou componentes de reposição usados,sem autorização do consumidor:

Pena - Detenção de três meses a um ano e multa.

Art. 71 - Utilizar, na cobrança de dívidas, de ameaça, coação, constrangimento físico ou moral,afirmações falsas incorretas ou enganosas ou de qualquer outro procedimento que exponha oconsumidor, injustificadamente, a ridículo ou interfira com seu trabalho, descanso ou lazer:

Pena - Detenção de três meses a um ano e multa.

Art. 72 - Impedir ou dificultar o acesso do consumidor às informações que sobre eleconstem em cadastros, banco de dados, fichas e registros:

Pena - Detenção de seis meses a um ano ou multa.

Art. 73 - Deixar de corrigir imediatamente informação sobre consumidor constante decadastro, banco de dados, fichas ou registros que sabe ou deveria saber ser inexata:

Pena - Detenção de um a seis meses ou multa.

Art. 74 - Deixar de entregar ao consumidor o termo de garantia adequadamente preen-chido e com especificação clara de seu conteúdo;

Pena - Detenção de um a seis meses ou multa.

Art. 75 - Quem, de qualquer forma, concorrer para os crimes referidos neste código,incide as penas a esses cominadas na medida de sua culpabilidade, bem como o diretor,administrador ou gerente da pessoa jurídica que promover, permitir ou por qualquer modoaprovar o fornecimento, oferta, exposição à venda ou manutenção em depósito de produ-tos ou a oferta e prestação de serviços nas condições por ele proibidas.

Art. 76 - São circunstâncias agravantes dos crimes tipificados neste código:

I - serem cometidos em época de grave crise econômica ou por ocasião de calamidade;

II - ocasionarem grave dano individual ou coletivo;

III - dissimular-se a natureza ilícita do procedimento;

IV - quando cometidos:

a) por servidor público, ou por pessoa cuja condição econômico-social seja manifestamen-te superior à da vítima;

b) em detrimento de operário ou rurícola; de menor de dezoito ou maior de sessenta anosou de pessoas portadoras de deficiência mental interditadas ou não;

V - serem praticados em operações que envolvam alimentos, medicamentos ou quaisqueroutros produtos ou serviços essenciais .

Art. 77 - A pena pecuniária prevista nesta Seção será fixada em dias-multa, correspondenteao mínimo e ao máximo de dias de duração da pena privativa da liberdade cominada ao crime.Na individualização desta multa, o juiz observará o disposto no art. 60, §1° do Código Penal.

Art. 78 - Além das penas privativas de liberdade e de multa, podem ser impostas, cumulativaou alternadamente, observado odisposto nos arts. 44 a 47, do Código Penal:

I - a interdição temporária de direitos;

II - a publicação em órgãos de comunicação de grande circulação ou audiência, às expensasdo condenado, de notícia sobre os fatos e a condenação;

III - a prestação de serviços à comunidade.

Arts. 69 a 78

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Art. 79 - O valor da fiança, nas infrações de que trata este código, será fixado pelo juiz, oupela autoridade que presidir o inquérito, entre cem e duzentas mil vezes o valor do Bônusdo Tesouro Nacional (BTN), ou índice equivalente que venha a substituí-lo.

Parágrafo único - Se assim recomendar a situação econômica do indiciado ou réu, a fiançapoderá ser:

a) reduzida até a metade do seu valor mínimo;

b) aumentada pelo juiz até vinte vezes.

Art. 80 - No processo penal atinente aos crimes previstos neste código, bem como aoutros crimes e contravenções que envolvam relações de consumo, poderão intervir, comoassistentes do Ministério Público, os legitimados indicados no art. 82, inciso III e IV, aosquais também é facultado propor ação penal subsidiária, se a denúncia não for oferecidano prazo legal.

TÍTULO IIIDA DEFESA DO CONSUMIDOR EM JUÍZO

CAPÍTULO IDISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 81 - A defesa dos interesses e direitos dos consumidores e das vítimas poderá serexercida em juízo individualmente, ou a título coletivo.

Parágrafo único - A defesa coletiva será exercida quando se tratar de:

I - interesses ou direitos difusos, assim entendidos, para efeitos deste código, ostransindividuais, de natureza indivisível, de que sejam titulares pessoas indeterminadas eligadas por circunstâncias de fato;

II - interesses ou direitos coletivos, assim entendidos, para efeitos deste código, ostransindividuais, de natureza indivisível de que seja titular grupo, categoria ou classe depessoas ligadas entre si ou com a parte contrária por uma relação jurídica base;

III - interesses ou direitos individuais homogêneos, assim entendidos os decorrentes deorigem comum.

Art. 82 - Para os fins do art. 81, parágrafo único, são legitimados concorrentemente:(Redação dada pela Lei nº 9.008, de 21.3.1995)

I - o Ministério Público,

II - a União, os Estados, os Municípios e o Distrito Federal;

III - as entidades e órgãos da Administração Pública, direta ou indireta, ainda que sempersonalidade jurídica, especificamente destinados à defesa dos interesses e direitos pro-tegidos por este código;

IV - as associações legalmente constituídas há pelo menos um ano e que incluam entreseus fins institucionais a defesa dos interesses e direitos protegidos por este código, dis-pensada a autorização assemblear.

§ 1º - O requisito da pré-constituição pode ser dispensado pelo juiz, nas ações previstasnos arts. 91 e seguintes, quando haja manifesto interesse social evidenciado pela dimen-são ou característica do dano, ou pela relevância do bem jurídico a ser protegido.

§ 2º - (Vetado).

§ 3º - (Vetado).

Art. 83 - Para a defesa dos direitos e interesses protegidos por este código são admissíveistodas as espécies de ações capazes de propiciar sua adequada e efetiva tutela.

Arts. 79 a 83

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Parágrafo único - (Vetado).

Art. 84 - Na ação que tenha por objeto o cumprimento da obrigação de fazer ou não fazer,o juiz concederá a tutela específica da obrigação ou determinará providências que assegu-rem o resultado prático equivalente ao do adimplemento.

§ 1º - A conversão da obrigação em perdas e danos somente será admissível se por elas optaro autor ou se impossível a tutela específica ou a obtenção do resultado prático correspondente.

§ 2º - A indenização por perdas e danos se fará sem prejuízo da multa (art. 287, do Códigode Processo Civil).

§ 3º - Sendo relevante o fundamento da demanda e havendo justificado receio de ineficá-cia do provimento final, é lícito ao juiz conceder a tutela liminarmente ou após justificaçãoprévia, citado o réu.

§ 4º - O juiz poderá, na hipótese do § 3° ou na sentença, impor multa diária ao réu,independentemente de pedido do autor, se for suficiente ou compatível com a obrigação,fixando prazo razoável para o cumprimento do preceito.

§ 5º - Para a tutela específica ou para a obtenção do resultado prático equivalente, poderáo juiz determinar as medidas necessárias, tais como busca e apreensão, remoção decoisas e pessoas, desfazimento de obra, impedimento de atividade nociva, além de requi-sição de força policial.

Art. 85 - (Vetado).

Art. 86 - (Vetado).

Art. 87 - Nas ações coletivas de que trata este código não haverá adiantamento de custas,emolumentos, honorários periciais e quaisquer outras despesas, nem condenação da associaçãoautora, salvo comprovada má-fé, em honorários de advogados, custas e despesas processuais.

Parágrafo único - Em caso de litigância de má-fé, a associação autora e os diretoresresponsáveis pela propositura da ação serão solidariamente condenados em honoráriosadvocatícios e ao décuplo das custas, sem prejuízo da responsabilidade por perdas edanos.

Art. 88 - Na hipótese do art. 13, parágrafo único deste código, a ação de regresso poderáser ajuizada em processo autônomo, facultada a possibilidade de prosseguir-se nos mes-mos autos, vedada a denunciação da lide.

Art. 89 - (Vetado)

Art. 90 - Aplicam-se às ações previstas neste título as normas do Código de Processo Civile da Lei n° 7.347, de 24 de julho de 1985, inclusive no que respeita ao inquérito civil,naquilo que não contrariar suas disposições.

CAPÍTULO IIDAS AÇÕES COLETIVAS PARA A DEFESA DE INTERESSES

INDIVIDUAIS HOMOGÊNEOS

Art. 91 - Os legitimados de que trata o art. 82 poderão propor, em nome próprio e nointeresse das vítimas ou seus sucessores, ação civil coletiva de responsabilidade pelosdanos individualmente sofridos, de acordo com o disposto nos artigos seguintes. (Redaçãodada pela Lei nº 9.008, de 21.3.1995)

Art. 92 - O Ministério Público, se não ajuizar a ação, atuará sempre como fiscal da lei.

Parágrafo único - (Vetado).

Art. 93 - Ressalvada a competência da Justiça Federal, é competente para a causa ajustiça local:

Arts. 83 a 93

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I - no foro do lugar onde ocorreu ou deva ocorrer o dano, quando de âmbito local;

II - no foro da Capital do Estado ou no do Distrito Federal, para os danos de âmbitonacional ou regional, aplicando-se as regras do Código de Processo Civil aos casos decompetência concorrente.

Art. 94 - Proposta a ação, será publicado edital no órgão oficial, a fim de que os interes-sados possam intervir no processo como litisconsortes, sem prejuízo de ampla divulgaçãopelos meios de comunicação social por parte dos órgãos de defesa do consumidor.

Art. 95 - Em caso de procedência do pedido, a condenação será genérica, fixando aresponsabilidade do réu pelos danos causados.

Art. 96 - (Vetado).

Art. 97 - A liquidação e a execução de sentença poderão ser promovidas pela vítima eseus sucessores, assim como pelos legitimados de que trata o art. 82.

Parágrafo único - (Vetado).

Art. 98 - A execução poderá ser coletiva, sendo promovida pelos legitimados de que tratao art. 82, abrangendo as vítimas cujas indenizações já tiveram sido fixadas em sentençade liquidação, sem prejuízo do ajuizamento de outras execuções. (Redação dada pela Leinº 9.008, de 21.3.1995)

§ 1º - A execução coletiva far-se-á com base em certidão das sentenças de liquidação, daqual deverá constar a ocorrência ou não do trânsito em julgado.

§ 2º - É competente para a execução o juízo:

I - da liquidação da sentença ou da ação condenatória, no caso de execução individual;

II - da ação condenatória, quando coletiva a execução.

Art. 99 - Em caso de concurso de créditos decorrentes de condenação prevista na Lein.° 7.347, de 24 de julho de 1985 e de indenizações pelos prejuízos individuais resultantesdo mesmo evento danoso, estas terão preferência no pagamento.

Parágrafo único - Para efeito do disposto neste artigo, a destinação da importância recolhi-da ao fundo criado pela Lei n°7.347 de 24 de julho de 1985, ficará sustada enquantopendentes de decisão de segundo grau as ações de indenização pelos danos individuais,salvo na hipótese de o patrimônio do devedor ser manifestamente suficiente para respon-der pela integralidade das dívidas.

Art. 100 - Decorrido o prazo de um ano sem habilitação de interessados em númerocompatível com a gravidade do dano, poderão os legitimados do art. 82 promover a liqui-dação e execução da indenização devida.

Parágrafo único - O produto da indenização devida reverterá para o fundo criado pela Lein.° 7.347, de 24 de julho de 1985.

CAPÍTULO IIIDAS AÇÕES DE RESPONSABILIDADE DO FORNECEDOR

DE PRODUTOS E SERVIÇOS

Art. 101 - Na ação de responsabilidade civil do fornecedor de produtos e serviços, semprejuízo do disposto nos Capítulos I e II deste título, serão observadas as seguintes normas:

I - a ação pode ser proposta no domicílio do autor;

II - o réu que houver contratado seguro de responsabilidade poderá chamar ao processoo segurador, vedada a integração do contraditório pelo Instituto de Resseguros do Brasil.Nesta hipótese, a sentença que julgar procedente o pedido condenará o réu nos termos do

Arts. 93 a 101

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Código de Defesa do Consumidor – Lei nº 8.078/1990

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art. 80 do Código de Processo Civil. Se o réu houver sido declarado falido, o síndico seráintimado a informar a existência de seguro de responsabilidade, facultando-se, em casoafirmativo, o ajuizamento de ação de indenização diretamente contra o segurador, vedadaa denunciação da lide ao Instituto de Resseguros do Brasil e dispensado o litisconsórcioobrigatório com este.

Art. 102 - Os legitimados a agir na forma deste código poderão propor ação visandocompelir o Poder Público competente a proibir, em todo o território nacional, a produção,divulgação distribuição ou venda, ou a determinar a alteração na composição, estrutura,fórmula ou acondicionamento de produto, cujo uso ou consumo regular se revele nocivoou perigoso à saúde pública e à incolumidade pessoal.

§ 1º - (Vetado).

§ 2º - (Vetado)

CAPÍTULO IVDA COISA JULGADA

Art. 103 - Nas ações coletivas de que trata este código, a sentença fará coisa julgada:

I - erga omnes, exceto se o pedido for julgado improcedente por insuficiência de provas,hipótese em que qualquer legitimado poderá intentar outra ação, com idêntico fundamen-to valendo-se de nova prova, na hipótese do inciso I do parágrafo único do art. 81;

II - ultra partes, mas limitadamente ao grupo, categoria ou classe, salvo improcedênciapor insuficiência de provas, nos termos do inciso anterior, quando se tratar da hipóteseprevista no inciso II do parágrafo único do art. 81;

III - erga omnes, apenas no caso de procedência do pedido, para beneficiar todas asvítimas e seus sucessores, na hipótese do inciso III do parágrafo único do art. 81.

§ 1º - Os efeitos da coisa julgada previstos nos incisos I e II não prejudicarão interesses edireitos individuais dos integrantes da coletividade, do grupo, categoria ou classe.

§ 2º - Na hipótese prevista no inciso III, em caso de improcedência do pedido, os interes-sados que não tiverem intervindo no processo como litisconsortes poderão propor ação deindenização a título individual.

§ 3º - Os efeitos da coisa julgada de que cuida o art. 16, combinado com o art. 13 da Lein° 7.347, de 24 de julho de 1985, não prejudicarão as ações de indenização por danospessoalmente sofridos, propostas individualmente ou na forma prevista neste código, mas,se procedente o pedido, beneficiarão as vítimas e seus sucessores, que poderão procederà liquidação e à execução, nos termos dos arts. 96 a 99.

§ 4º - Aplica-se o disposto no parágrafo anterior à sentença penal condenatória.

Art. 104 - As ações coletivas, previstas nos incisos I e II e do parágrafo único do art. 81,não induzem litispendência para as ações individuais, mas os efeitos da coisa julgada ergaomnes ou ultra partes a que aludem os incisos II e III do artigo anterior não beneficiarãoos autores das ações individuais, se não for requerida sua suspensão no prazo de trintadias, a contar da ciência nos autos do ajuizamento da ação coletiva.

TÍTULO IVDO SISTEMA NACIONAL DE DEFESA DO CONSUMIDOR

Art. 105 - Integram o Sistema Nacional de Defesa do Consumidor (SNDC), os órgãosfederais, estaduais, do Distrito Federal e municipais e as entidades privadas de defesa doconsumidor.

Arts. 101 a 105

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Código de Defesa do Consumidor – Lei nº 8.078/1990

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Art. 106 - O Departamento Nacional de Defesa do Consumidor, da Secretaria Nacional deDireito Econômico (MJ), ou órgão federal que venha substituí-lo, é organismo de coorde-nação da política do Sistema Nacional de Defesa do Consumidor, cabendo-lhe:

I - planejar, elaborar, propor, coordenar e executar a política nacional de proteção aoconsumidor;

II - receber, analisar, avaliar e encaminhar consultas, denúncias ou sugestões apresenta-das por entidades representativas ou pessoas jurídicas de direito público ou privado;

III - prestar aos consumidores orientação permanente sobre seus direitos e garantias;

IV - informar, conscientizar e motivar o consumidor através dos diferentes meios de comunicação;

V - solicitar à polícia judiciária a instauração de inquérito policial para a apreciação dedelito contra os consumidores, nos termos da legislação vigente;

VI - representar ao Ministério Público competente para fins de adoção de medidas proces-suais no âmbito de suas atribuições;

VII - levar ao conhecimento dos órgãos competentes as infrações de ordem administrativaque violarem os interesses difusos, coletivos, ou individuais dos consumidores;

VIII - solicitar o concurso de órgãos e entidades da União, Estados, do Distrito Federal eMunicípios, bem como auxiliar a fiscalização de preços, abastecimento, quantidade e segu-rança de bens e serviços;

IX - incentivar, inclusive com recursos financeiros e outros programas especiais, a formaçãode entidades de defesa do consumidor pela população e pelos órgãos públicos estaduais emunicipais;

X - (Vetado).

XI - (Vetado).

XII - (Vetado)

XIII - desenvolver outras atividades compatíveis com suas finalidades.

Parágrafo único - Para a consecução de seus objetivos, o Departamento Nacional de Defe-sa do Consumidor poderá solicitar o concurso de órgãos e entidades de notória especiali-zação técnico-científica.

TÍTULO VDA CONVENÇÃO COLETIVA DE CONSUMO

Art. 107 - As entidades civis de consumidores e as associações de fornecedores ou sindi-catos de categoria econômica podem regular, por convenção escrita, relações de consumoque tenham por objeto estabelecer condições relativas ao preço, à qualidade, à quantida-de, à garantia e características de produtos e serviços, bem como à reclamação e compo-sição do conflito de consumo.

§ 1º - A convenção tornar-se-á obrigatória a partir do registro do instrumento no cartóriode títulos e documentos.

§ 2º - A convenção somente obrigará os filiados às entidades signatárias.

§ 3º - Não se exime de cumprir a convenção o fornecedor que se desligar da entidade emdata posterior ao registro do instrumento.

Art. 108 - (Vetado).

Arts. 106 a 108

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Código de Defesa do Consumidor – Lei nº 8.078/1990

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TÍTULO VIDISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 109 - (Vetado).

Art. 110 - Acrescente-se o seguinte inciso IV ao art. 1° da Lei n° 7.347, de 24 de julho de1985:

“IV - a qualquer outro interesse difuso ou coletivo”.

Art. 111 - O inciso II do art. 5° da Lei n° 7.347, de 24 de julho de 1985, passa a ter aseguinte redação:

“II - inclua, entre suas finalidades institucionais, a proteção ao meio ambiente, ao consu-midor, ao patrimônio artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico, ou a qualqueroutro interesse difuso ou coletivo”.

Art. 112 - O § 3° do art. 5° da Lei n° 7.347, de 24 de julho de 1985, passa a ter a seguinteredação:

“§ 3º - Em caso de desistência infundada ou abandono da ação por associação legitimada,o Ministério Público ou outro legitimado assumirá a titularidade ativa”.

Art. 113 - Acrescente-se os seguintes §§ 4°, 5° e 6° ao art. 5º. da Lei n.° 7.347, de 24 dejulho de 1985:

“§ 4º - O requisito da pré-constituição poderá ser dispensado pelo juiz, quando hajamanifesto interesse social evidenciado pela dimensão ou característica do dano, ou pelarelevância do bem jurídico a ser protegido.

§ 5º - Admitir-se-á o litisconsórcio facultativo entre os Ministérios Públicos da União, doDistrito Federal e dos Estados na defesa dos interesses e direitos de que cuida esta lei.(Vide Mensagem de veto) (Vide REsp 222582 /MG - STJ)

§ 6° - Os órgãos públicos legitimados poderão tomar dos interessados compromisso deajustamento de sua conduta às exigências legais, mediante combinações, que terá eficáciade título executivo extrajudicial”. (Vide Mensagem de veto)  (Vide REsp 222582 /MG - STJ)

Art. 114 - O art. 15 da Lei nº 7.347, de 24 de julho de 1985, passa a ter a seguinteredação:

“Art. 15 - Decorridos sessenta dias do trânsito em julgado da sentença condenatória, semque a associação autora lhe promova a execução, deverá fazê-lo o Ministério Público,facultada igual iniciativa aos demais legitimados”.

Art. 115 - Suprima-se o caput do art. 17 da Lei n° 7.347, de 24 de julho de 1985,passando o parágrafo único a constituir o caput, com a seguinte redação:

“Art. 17 - “Art. 17. Em caso de litigância de má-fé, a associação autora e os diretoresresponsáveis pela propositura da ação serão solidariamente condenados em honoráriosadvocatícios e ao décuplo das custas, sem prejuízo da responsabilidade por perdas edanos”.

Art. 116 - Dê-se a seguinte redação ao art. 18 da Lei n° 7.347, de 24 de julho de 1985:

“Art. 18 - Nas ações de que trata esta lei, não haverá adiantamento de custas, emolumentos,honorários periciais e quaisquer outras despesas, nem condenação da associação autora,salvo comprovada má-fé, em honorários de advogado, custas e despesas processuais”.

Art. 117 - Acrescente-se à Lei n° 7.347, de 24 de julho de 1985, o seguinte dispositivo,renumerando-se os seguintes:

Arts. 109 a 117

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Código de Defesa do Consumidor – Lei nº 8.078/1990

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“Art. 21 - Aplicam-se à defesa dos direitos e interesses difusos, coletivos e individuais, noque for cabível, os dispositivos do Título III da lei que instituiu o Código de Defesa doConsumidor”.

Art. 118 - Este código entrará em vigor dentro de cento e oitenta dias a contar de suapublicação.

Art. 119 - Revogam-se as disposições em contrário.

Brasília, 11 de setembro de 1990; 169° da Independência e 102° da República.

FERNANDO COLLOR

Bernardo Cabral

Zélia M. Cardoso de Mello

Ozires Silva

Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de 12.9.1990 - Retificado no DOU de 10.1.2007

Arts. 117 a 119

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CÓDIGO DE TRÂNSITO BRASILEIRO

LEI Nº 9.503, DE 23 DE SETEMBRO DE 1997.

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CÓDIGO DE TRÂNSITO BRASILEIRO – LEI Nº 9.503/1997

Capítulo I - Disposições preliminares (arts. 1º a 4º) ................................................. 153

Capítulo II - Do Sistema Nacional de Trânsito .......................................................... 153

Seção I - Disposições gerais (arts. 5º a 6º) ....................................................... 153

Seção II - Da composição e da competência do Sistema Nacional de Trânsito(arts. 7º a 25) ............................................................................................... 154

Capítulo III - Das normas gerais de circulação e conduta (arts. 26 a 67) ..................... 162

Capítulo IV - Dos pedestres e condutores de veículos não motorizados (arts. 68 a 71) .. 168

Capítulo V - Do cidadão (arts. 72 a 73) .................................................................. 169

Capítulo VI - Da educação para o trânsito (arts. 74 a 79) .......................................... 170

Capítulo VII - Da sinalização de trânsito (arts. 80 a 90) ............................................ 172

Capítulo VIII - Da engenharia de tráfego, da operação, da fiscalização e do policiamento

ostensivo de trânsito (arts. 91 a 95) ................................................................. 173

Capítulo IX - Dos veículos ..................................................................................... 174

Seção I - Disposições gerais (arts. 96 a 102) ..................................................... 174

Seção II - Da segurança dos veículos (arts. 103 a 113) ....................................... 176

Seção III - Da identificação do veículo (arts. 114 a 117) ...................................... 178

Capítulo X - Dos veículos em circulação internacional (arts. 118 a 119) ...................... 179

Capítulo XI - Do registro de veículos (arts. 120 a 129) ............................................. 179

Capítulo XII - Do licenciamento (arts. 130 a 135) .................................................... 181

Capítulo XIII - Da condução de escolares (arts. 136 a 139) ....................................... 181

Capítulo XIII-A - Da condução de moto-frete (arts. 139-A a 139-B) ............................ 182

Capítulo XIV - Da habilitação (arts. 140 a 160) ........................................................ 183

Capítulo XV - Das infrações (arts. 161 a 255) .......................................................... 187

Capítulo XVI - Das penalidades (arts. 256 a 268) ..................................................... 206

Capítulo XVII - Das medidas administrativas (arts. 269 a 279) .................................. 209

Capítulo XVIII - Do processo administrativo ............................................................ 211

Seção I - Da autuação (art. 280) ...................................................................... 211

Seção II - Do julgamento das autuações e penalidades (arts. 281 a 290) ............... 211

Capítulo XIX - Dos crimes de trânsito ..................................................................... 213

Seção I - Disposições gerais (arts. 291 a 301) .................................................... 213

Seção II - Dos crimes em espécie (arts. 302 a 312) ............................................ 215

Capítulo XX - Disposições finais e transitórias (arts. 313 a 341) ................................. 216

Anexo I - Dos conceitos e definições ...................................................................... 219

Anexo II ............................................................................................................ 224

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Código de Trânsito Brasileiro – Lei nº 9.503/1997

CÓDIGO DE TRÂNSITO BRASILEIROLEI Nº 9.503, DE 23 DE SETEMBRO DE 1997.

Institui o Código de Trânsito Brasileiro.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sancionoa seguinte Lei:

CAPÍTULO IDISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 1º - O trânsito de qualquer natureza nas vias terrestres do território nacional, abertasà circulação, rege-se por este Código.

§ 1º - Considera-se trânsito a utilização das vias por pessoas, veículos e animais, isoladosou em grupos, conduzidos ou não, para fins de circulação, parada, estacionamento eoperação de carga ou descarga.

§ 2º - O trânsito, em condições seguras, é um direito de todos e dever dos órgãos eentidades componentes do Sistema Nacional de Trânsito, a estes cabendo, no âmbito dasrespectivas competências, adotar as medidas destinadas a assegurar esse direito.

§ 3º - Os órgãos e entidades componentes do Sistema Nacional de Trânsito respondem, noâmbito das respectivas competências, objetivamente, por danos causados aos cidadãosem virtude de ação, omissão ou erro na execução e manutenção de programas, projetos eserviços que garantam o exercício do direito do trânsito seguro.

§ 4º - (Vetado)

§ 5º - Os órgãos e entidades de trânsito pertencentes ao Sistema Nacional de Trânsitodarão prioridade em suas ações à defesa da vida, nela incluída a preservação da saúde edo meio-ambiente.

Art. 2º - São vias terrestres urbanas e rurais as ruas, as avenidas, os logradouros, oscaminhos, as passagens, as estradas e as rodovias, que terão seu uso regulamentado peloórgão ou entidade com circunscrição sobre elas, de acordo com as peculiaridades locais eas circunstâncias especiais.

Parágrafo único - Para os efeitos deste Código, são consideradas vias terrestres as praiasabertas à circulação pública e as vias internas pertencentes aos condomínios constituídospor unidades autônomas.

Art. 3º - As disposições deste Código são aplicáveis a qualquer veículo, bem como aosproprietários, condutores dos veículos nacionais ou estrangeiros e às pessoas nele expres-samente mencionadas.

Art. 4º - Os conceitos e definições estabelecidos para os efeitos deste Código são osconstantes do Anexo I.

CAPÍTULO IIDO SISTEMA NACIONAL DE TRÂNSITO

SEÇÃO IDISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 5º - O Sistema Nacional de Trânsito é o conjunto de órgãos e entidades da União,dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios que tem por finalidade o exercício dasatividades de planejamento, administração, normatização, pesquisa, registro e licenciamentode veículos, formação, habilitação e reciclagem de condutores, educação, engenharia,

Arts. 1º a 5º

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Código de Trânsito Brasileiro – Lei nº 9.503/1997

operação do sistema viário, policiamento, fiscalização, julgamento de infrações e de recur-sos e aplicação de penalidades.

Art. 6º - São objetivos básicos do Sistema Nacional de Trânsito:

I - estabelecer diretrizes da Política Nacional de Trânsito, com vistas à segurança, à fluidez,ao conforto, à defesa ambiental e à educação para o trânsito, e fiscalizar seu cumprimento;

II - fixar, mediante normas e procedimentos, a padronização de critérios técnicos, finan-ceiros e administrativos para a execução das atividades de trânsito;

III - estabelecer a sistemática de fluxos permanentes de informações entre os seus diver-sos órgãos e entidades, a fim de facilitar o processo decisório e a integração do Sistema.

SEÇÃO IIDA COMPOSIÇÃO E DA COMPETÊNCIA DO SISTEMA NACIONAL DE TRÂNSITO

Art. 7º - Compõem o Sistema Nacional de Trânsito os seguintes órgãos e entidades:

I - o Conselho Nacional de Trânsito - CONTRAN, coordenador do Sistema e órgão máximonormativo e consultivo;

II - os Conselhos Estaduais de Trânsito - CETRAN e o Conselho de Trânsito do DistritoFederal - CONTRANDIFE, órgãos normativos, consultivos e coordenadores;

III - os órgãos e entidades executivos de trânsito da União, dos Estados, do DistritoFederal e dos Municípios;

IV - os órgãos e entidades executivos rodoviários da União, dos Estados, do Distrito Federale dos Municípios;

V - a Polícia Rodoviária Federal;

VI - as Polícias Militares dos Estados e do Distrito Federal; e

VII - as Juntas Administrativas de Recursos de Infrações - JARI.

Art. 7º-A - A autoridade portuária ou a entidade concessionária de porto organizadopoderá celebrar convênios com os órgãos previstos no art. 7º, com a interveniência dosMunicípios e Estados, juridicamente interessados, para o fim específico de facilitar a autua-ção por descumprimento da legislação de trânsito. (Incluído pela Lei nº 12.058, de 2009)

§ 1º - O convênio valerá para toda a área física do porto organizado, inclusive, nas áreasdos terminais alfandegados, nas estações de transbordo, nas instalações portuárias públi-cas de pequeno porte e nos respectivos estacionamentos ou vias de trânsito internas.(Incluído pela Lei nº 12.058, de 2009)

§ 2º - (Vetado) (Incluído pela Lei nº 12.058, de 2009)

§ 3º - (Vetado) (Incluído pela Lei nº 12.058, de 2009)

Art. 8º - Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios organizarão os respectivos órgãose entidades executivos de trânsito e executivos rodoviários, estabelecendo os limitescircunscricionais de suas atuações.

Art. 9º - O Presidente da República designará o ministério ou órgão da Presidência res-ponsável pela coordenação máxima do Sistema Nacional de Trânsito, ao qual estarávinculado o CONTRAN e subordinado o órgão máximo executivo de trânsito da União.

Art. 10 - O Conselho Nacional de Trânsito - CONTRAN, com sede no Distrito Federal e presididopelo dirigente do órgão máximo executivo de trânsito da União, tem a seguinte composição:

I - (Vetado)

II - (Vetado)

III - um representante do Ministério da Ciência e Tecnologia;

IV - um representante do Ministério da Educação e do Desporto;

Arts. 5º a 10

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Código de Trânsito Brasileiro – Lei nº 9.503/1997

V - um representante do Ministério do Exército;

VI - um representante do Ministério do Meio Ambiente e da Amazônia Legal;

VII - um representante do Ministério dos Transportes;

VIII - (Vetado)

IX - (Vetado)

X - (Vetado)

XI - (Vetado)

XII - (Vetado)

XIII - (Vetado)

XIV - (Vetado)

XV - (Vetado)

XVI - (Vetado)

XVII - (Vetado)

XVIII - (Vetado)

XIX - (Vetado)

XX - um representante do ministério ou órgão coordenador máximo do Sistema Nacionalde Trânsito;

XXI - (Vetado)

XXII - um representante do Ministério da Saúde. (Incluído pela Lei nº 9.602, de 1998)

XXIII - 1 (um) representante do Ministério da Justiça. (Incluído pela Lei nº 11.705, de 2008)

§ 1º - (Vetado)

§ 2º - (Vetado)

§ 3º - (Vetado)

Art. 11 - (Vetado)

Art. 12 - Compete ao CONTRAN:

I - estabelecer as normas regulamentares referidas neste Código e as diretrizes da PolíticaNacional de Trânsito;

II - coordenar os órgãos do Sistema Nacional de Trânsito, objetivando a integração de suasatividades;

III - (Vetado)

IV - criar Câmaras Temáticas;

V - estabelecer seu regimento interno e as diretrizes para o funcionamento dos CETRAN eCONTRANDIFE;

VI - estabelecer as diretrizes do regimento das JARI;

VII - zelar pela uniformidade e cumprimento das normas contidas neste Código e nasresoluções complementares;

VIII - estabelecer e normatizar os procedimentos para a imposição, a arrecadação e acompensação das multas por infrações cometidas em unidade da Federação diferente dado licenciamento do veículo;

IX - responder às consultas que lhe forem formuladas, relativas à aplicação da legislaçãode trânsito;

X - normatizar os procedimentos sobre a aprendizagem, habilitação, expedição dedocumentos de condutores, e registro e licenciamento de veículos;

Arts. 10 a 12

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Código de Trânsito Brasileiro – Lei nº 9.503/1997

XI - aprovar, complementar ou alterar os dispositivos de sinalização e os dispositivos eequipamentos de trânsito;

XII - apreciar os recursos interpostos contra as decisões das instâncias inferiores, naforma deste Código;

XIII - avocar, para análise e soluções, processos sobre conflitos de competência oucircunscrição, ou, quando necessário, unificar as decisões administrativas; e

XIV - dirimir conflitos sobre circunscrição e competência de trânsito no âmbito da União,dos Estados e do Distrito Federal.

Art. 13 - As Câmaras Temáticas, órgãos técnicos vinculados ao CONTRAN, são integradaspor especialistas e têm como objetivo estudar e oferecer sugestões e embasamento técni-co sobre assuntos específicos para decisões daquele colegiado.

§ 1º - Cada Câmara é constituída por especialistas representantes de órgãos e entidadesexecutivos da União, dos Estados, ou do Distrito Federal e dos Municípios, em igual núme-ro, pertencentes ao Sistema Nacional de Trânsito, além de especialistas representantesdos diversos segmentos da sociedade relacionados com o trânsito, todos indicados segun-do regimento específico definido pelo CONTRAN e designados pelo ministro ou dirigentecoordenador máximo do Sistema Nacional de Trânsito.

§ 2º - Os segmentos da sociedade, relacionados no parágrafo anterior, serão representa-dos por pessoa jurídica e devem atender aos requisitos estabelecidos pelo CONTRAN.

§ 3º - Os coordenadores das Câmaras Temáticas serão eleitos pelos respectivos membros.

§ 4º - (Vetado)

I - (Vetado)

II - (Vetado)

III - (Vetado)

IV - (Vetado)

Art. 14 - Compete aos Conselhos Estaduais de Trânsito - CETRAN e ao Conselho de Trân-sito do Distrito Federal - CONTRANDIFE:

I - cumprir e fazer cumprir a legislação e as normas de trânsito, no âmbito das respectivasatribuições;

II - elaborar normas no âmbito das respectivas competências;

III - responder a consultas relativas à aplicação da legislação e dos procedimentos normativosde trânsito;

IV - estimular e orientar a execução de campanhas educativas de trânsito;

V - julgar os recursos interpostos contra decisões:

a) das JARI;

b) dos órgãos e entidades executivos estaduais, nos casos de inaptidão permanente cons-tatados nos exames de aptidão física, mental ou psicológica;

VI - indicar um representante para compor a comissão examinadora de candidatos porta-dores de deficiência física à habilitação para conduzir veículos automotores;

VII - (Vetado)

VIII - acompanhar e coordenar as atividades de administração, educação, engenharia, fisca-lização, policiamento ostensivo de trânsito, formação de condutores, registro e licenciamentode veículos, articulando os órgãos do Sistema no Estado, reportando-se ao CONTRAN;

IX - dirimir conflitos sobre circunscrição e competência de trânsito no âmbito dos Municípios; e

X - informar o CONTRAN sobre o cumprimento das exigências definidas nos §§ 1º e 2º doart. 333.

Arts. 12 a 14

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Código de Trânsito Brasileiro – Lei nº 9.503/1997

XI - designar, em caso de recursos deferidos e na hipótese de reavaliação dos exames,junta especial de saúde para examinar os candidatos à habilitação para conduzir veículosautomotores. (Incluído pela Lei nº 9.602, de 1998)

Parágrafo único - Dos casos previstos no inciso V, julgados pelo órgão, não cabe recurso naesfera administrativa.

Art. 15 - Os presidentes dos CETRAN e do CONTRANDIFE são nomeados pelos Governa-dores dos Estados e do Distrito Federal, respectivamente, e deverão ter reconhecida expe-riência em matéria de trânsito.

§ 1º - Os membros dos CETRAN e do CONTRANDIFE são nomeados pelos Governadoresdos Estados e do Distrito Federal, respectivamente.

§ 2º - Os membros do CETRAN e do CONTRANDIFE deverão ser pessoas de reconhecidaexperiência em trânsito.

§ 3º - O mandato dos membros do CETRAN e do CONTRANDIFE é de dois anos, admitidaa recondução.

Art. 16 - Junto a cada órgão ou entidade executivos de trânsito ou rodoviário funcionarãoJuntas Administrativas de Recursos de Infrações - JARI, órgãos colegiados responsáveispelo julgamento dos recursos interpostos contra penalidades por eles impostas.

Parágrafo único - As JARI têm regimento próprio, observado o disposto no inciso VI doart. 12, e apoio administrativo e financeiro do órgão ou entidade junto ao qual funcionem.

Art. 17 - Compete às JARI:

I - julgar os recursos interpostos pelos infratores;

II - solicitar aos órgãos e entidades executivos de trânsito e executivos rodoviários informaçõescomplementares relativas aos recursos, objetivando uma melhor análise da situação recorrida;

III - encaminhar aos órgãos e entidades executivos de trânsito e executivos rodoviáriosinformações sobre problemas observados nas autuações e apontados em recursos, e quese repitam sistematicamente.

Art. 18 - (Vetado)

Art. 19 - Compete ao órgão máximo executivo de trânsito da União:

I - cumprir e fazer cumprir a legislação de trânsito e a execução das normas e diretrizesestabelecidas pelo CONTRAN, no âmbito de suas atribuições;

II - proceder à supervisão, à coordenação, à correição dos órgãos delegados, ao controlee à fiscalização da execução da Política Nacional de Trânsito e do Programa Nacional deTrânsito;

III - articular-se com os órgãos dos Sistemas Nacionais de Trânsito, de Transporte e deSegurança Pública, objetivando o combate à violência no trânsito, promovendo, coorde-nando e executando o controle de ações para a preservação do ordenamento e da segu-rança do trânsito;

IV - apurar, prevenir e reprimir a prática de atos de improbidade contra a fé pública, opatrimônio, ou a administração pública ou privada, referentes à segurança do trânsito;

V - supervisionar a implantação de projetos e programas relacionados com a engenharia,educação, administração, policiamento e fiscalização do trânsito e outros, visando à uni-formidade de procedimento;

VI - estabelecer procedimentos sobre a aprendizagem e habilitação de condutores deveículos, a expedição de documentos de condutores, de registro e licenciamento deveículos;

VII - expedir a Permissão para Dirigir, a Carteira Nacional de Habilitação, os Certificados deRegistro e o de Licenciamento Anual mediante delegação aos órgãos executivos dos Esta-dos e do Distrito Federal;

Arts. 14 a 19

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Código de Trânsito Brasileiro – Lei nº 9.503/1997

VIII - organizar e manter o Registro Nacional de Carteiras de Habilitação - RENACH;

IX - organizar e manter o Registro Nacional de Veículos Automotores - RENAVAM;

X - organizar a estatística geral de trânsito no território nacional, definindo os dados aserem fornecidos pelos demais órgãos e promover sua divulgação;

XI - estabelecer modelo padrão de coleta de informações sobre as ocorrências de aciden-tes de trânsito e as estatísticas do trânsito;

XII - administrar fundo de âmbito nacional destinado à segurança e à educação de trânsito;

XIII - coordenar a administração da arrecadação de multas por infrações ocorridas emlocalidade diferente daquela da habilitação do condutor infrator e em unidade da Federa-ção diferente daquela do licenciamento do veículo;

XIV - fornecer aos órgãos e entidades do Sistema Nacional de Trânsito informações sobreregistros de veículos e de condutores, mantendo o fluxo permanente de informações comos demais órgãos do Sistema;

XV - promover, em conjunto com os órgãos competentes do Ministério da Educação e doDesporto, de acordo com as diretrizes do CONTRAN, a elaboração e a implementação deprogramas de educação de trânsito nos estabelecimentos de ensino;

XVI - elaborar e distribuir conteúdos programáticos para a educação de trânsito;

XVII - promover a divulgação de trabalhos técnicos sobre o trânsito;

XVIII - elaborar, juntamente com os demais órgãos e entidades do Sistema Nacional deTrânsito, e submeter à aprovação do CONTRAN, a complementação ou alteração da sinali-zação e dos dispositivos e equipamentos de trânsito;

XIX - organizar, elaborar, complementar e alterar os manuais e normas de projetos deimplementação da sinalização, dos dispositivos e equipamentos de trânsito aprovados peloCONTRAN;

XX - expedir a permissão internacional para conduzir veículo e o certificado de passagem nasalfândegas, mediante delegação aos órgãos executivos dos Estados e do Distrito Federal;

XXI - promover a realização periódica de reuniões regionais e congressos nacionais de trânsi-to, bem como propor a representação do Brasil em congressos ou reuniões internacionais;

XXII - propor acordos de cooperação com organismos internacionais, com vistas ao aper-feiçoamento das ações inerentes à segurança e educação de trânsito;

XXIII - elaborar projetos e programas de formação, treinamento e especialização do pessoalencarregado da execução das atividades de engenharia, educação, policiamento ostensivo,fiscalização, operação e administração de trânsito, propondo medidas que estimulem a pes-quisa científica e o ensino técnico-profissional de interesse do trânsito, e promovendo a suarealização;

XXIV - opinar sobre assuntos relacionados ao trânsito interestadual e internacional;

XXV - elaborar e submeter à aprovação do CONTRAN as normas e requisitos de segurançaveicular para fabricação e montagem de veículos, consoante sua destinação;

XXVI - estabelecer procedimentos para a concessão do código marca-modelo dos veículospara efeito de registro, emplacamento e licenciamento;

XXVII - instruir os recursos interpostos das decisões do CONTRAN, ao ministro ou dirigen-te coordenador máximo do Sistema Nacional de Trânsito;

XXVIII - estudar os casos omissos na legislação de trânsito e submetê-los, com propostade solução, ao Ministério ou órgão coordenador máximo do Sistema Nacional de Trânsito;

XXIX - prestar suporte técnico, jurídico, administrativo e financeiro ao CONTRAN.

§ 1º - Comprovada, por meio de sindicância, a deficiência técnica ou administrativa ou aprática constante de atos de improbidade contra a fé pública, contra o patrimônio ou

Art. 19

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Código de Trânsito Brasileiro – Lei nº 9.503/1997

contra a administração pública, o órgão executivo de trânsito da União, mediante aprova-ção do CONTRAN, assumirá diretamente ou por delegação, a execução total ou parcial dasatividades do órgão executivo de trânsito estadual que tenha motivado a investigação, atéque as irregularidades sejam sanadas.

§ 2º - O regimento interno do órgão executivo de trânsito da União disporá sobre suaestrutura organizacional e seu funcionamento.

§ 3º - Os órgãos e entidades executivos de trânsito e executivos rodoviários da União, dosEstados, do Distrito Federal e dos Municípios fornecerão, obrigatoriamente, mês a mês, osdados estatísticos para os fins previstos no inciso X.

Art. 20 - Compete à Polícia Rodoviária Federal, no âmbito das rodovias e estradas federais:

I - cumprir e fazer cumprir a legislação e as normas de trânsito, no âmbito de suasatribuições;

II - realizar o patrulhamento ostensivo, executando operações relacionadas com a segu-rança pública, com o objetivo de preservar a ordem, incolumidade das pessoas, o patrimônioda União e o de terceiros;

III - aplicar e arrecadar as multas impostas por infrações de trânsito, as medidas adminis-trativas decorrentes e os valores provenientes de estada e remoção de veículos, objetos,animais e escolta de veículos de cargas superdimensionadas ou perigosas;

IV - efetuar levantamento dos locais de acidentes de trânsito e dos serviços de atendimen-to, socorro e salvamento de vítimas;

V - credenciar os serviços de escolta, fiscalizar e adotar medidas de segurança relativasaos serviços de remoção de veículos, escolta e transporte de carga indivisível;

VI - assegurar a livre circulação nas rodovias federais, podendo solicitar ao órgão rodoviário aadoção de medidas emergenciais, e zelar pelo cumprimento das normas legais relativas aodireito de vizinhança, promovendo a interdição de construções e instalações não autorizadas;

VII - coletar dados estatísticos e elaborar estudos sobre acidentes de trânsito e suascausas, adotando ou indicando medidas operacionais preventivas e encaminhando-os aoórgão rodoviário federal;

VIII - implementar as medidas da Política Nacional de Segurança e Educação de Trânsito;

IX - promover e participar de projetos e programas de educação e segurança, de acordocom as diretrizes estabelecidas pelo CONTRAN;

X - integrar-se a outros órgãos e entidades do Sistema Nacional de Trânsito para fins dearrecadação e compensação de multas impostas na área de sua competência, com vistasà unificação do licenciamento, à simplificação e à celeridade das transferências de veículose de prontuários de condutores de uma para outra unidade da Federação;

XI - fiscalizar o nível de emissão de poluentes e ruído produzidos pelos veículos automotoresou pela sua carga, de acordo com o estabelecido no art. 66, além de dar apoio, quandosolicitado, às ações específicas dos órgãos ambientais.

Art. 21 - Compete aos órgãos e entidades executivos rodoviários da União, dos Estados,do Distrito Federal e dos Municípios, no âmbito de sua circunscrição:

I - cumprir e fazer cumprir a legislação e as normas de trânsito, no âmbito de suas atribuições;

II - planejar, projetar, regulamentar e operar o trânsito de veículos, de pedestres e deanimais, e promover o desenvolvimento da circulação e da segurança de ciclistas;

III - implantar, manter e operar o sistema de sinalização, os dispositivos e os equipamen-tos de controle viário;

IV - coletar dados e elaborar estudos sobre os acidentes de trânsito e suas causas;

V - estabelecer, em conjunto com os órgãos de policiamento ostensivo de trânsito, asrespectivas diretrizes para o policiamento ostensivo de trânsito;

Arts. 19 a 21

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VI - executar a fiscalização de trânsito, autuar, aplicar as penalidades de advertência, porescrito, e ainda as multas e medidas administrativas cabíveis, notificando os infratores earrecadando as multas que aplicar;

VII - arrecadar valores provenientes de estada e remoção de veículos e objetos, e escoltade veículos de cargas superdimensionadas ou perigosas;

VIII - fiscalizar, autuar, aplicar as penalidades e medidas administrativas cabíveis, relativasa infrações por excesso de peso, dimensões e lotação dos veículos, bem como notificar earrecadar as multas que aplicar;

IX - fiscalizar o cumprimento da norma contida no art. 95, aplicando as penalidades earrecadando as multas nele previstas;

X - implementar as medidas da Política Nacional de Trânsito e do Programa Nacional de Trânsito;

XI - promover e participar de projetos e programas de educação e segurança, de acordocom as diretrizes estabelecidas pelo CONTRAN;

XII - integrar-se a outros órgãos e entidades do Sistema Nacional de Trânsito para fins dearrecadação e compensação de multas impostas na área de sua competência, com vistasà unificação do licenciamento, à simplificação e à celeridade das transferências de veículose de prontuários de condutores de uma para outra unidade da Federação;

XIII - fiscalizar o nível de emissão de poluentes e ruído produzidos pelos veículos automotoresou pela sua carga, de acordo com o estabelecido no art. 66, além de dar apoio às açõesespecíficas dos órgãos ambientais locais, quando solicitado;

XIV - vistoriar veículos que necessitem de autorização especial para transitar e estabeleceros requisitos técnicos a serem observados para a circulação desses veículos.

Parágrafo único - (Vetado)

Art. 22 - Compete aos órgãos ou entidades executivos de trânsito dos Estados e doDistrito Federal, no âmbito de sua circunscrição:

I - cumprir e fazer cumprir a legislação e as normas de trânsito, no âmbito das respectivasatribuições;

II - realizar, fiscalizar e controlar o processo de formação, aperfeiçoamento, reciclagem esuspensão de condutores, expedir e cassar Licença de Aprendizagem, Permissão para Dirigire Carteira Nacional de Habilitação, mediante delegação do órgão federal competente;

III - vistoriar, inspecionar quanto às condições de segurança veicular, registrar, emplacar,selar a placa, e licenciar veículos, expedindo o Certificado de Registro e o LicenciamentoAnual, mediante delegação do órgão federal competente;

IV - estabelecer, em conjunto com as Polícias Militares, as diretrizes para o policiamentoostensivo de trânsito;

V - executar a fiscalização de trânsito, autuar e aplicar as medidas administrativas cabíveispelas infrações previstas neste Código, excetuadas aquelas relacionadas nos incisos VI eVIII do art. 24, no exercício regular do Poder de Polícia de Trânsito;

VI - aplicar as penalidades por infrações previstas neste Código, com exceção daquelasrelacionadas nos incisos VII e VIII do art. 24, notificando os infratores e arrecadando asmultas que aplicar;

VII - arrecadar valores provenientes de estada e remoção de veículos e objetos;

VIII - comunicar ao órgão executivo de trânsito da União a suspensão e a cassação dodireito de dirigir e o recolhimento da Carteira Nacional de Habilitação;

IX - coletar dados estatísticos e elaborar estudos sobre acidentes de trânsito e suas causas;

X - credenciar órgãos ou entidades para a execução de atividades previstas na legislaçãode trânsito, na forma estabelecida em norma do CONTRAN;

XI - implementar as medidas da Política Nacional de Trânsito e do Programa Nacional deTrânsito;

Arts. 21 a 22

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Código de Trânsito Brasileiro – Lei nº 9.503/1997

XII - promover e participar de projetos e programas de educação e segurança de trânsitode acordo com as diretrizes estabelecidas pelo CONTRAN;

XIII - integrar-se a outros órgãos e entidades do Sistema Nacional de Trânsito para fins dearrecadação e compensação de multas impostas na área de sua competência, com vistasà unificação do licenciamento, à simplificação e à celeridade das transferências de veículose de prontuários de condutores de uma para outra unidade da Federação;

XIV - fornecer, aos órgãos e entidades executivos de trânsito e executivos rodoviáriosmunicipais, os dados cadastrais dos veículos registrados e dos condutores habilitados,para fins de imposição e notificação de penalidades e de arrecadação de multas nas áreasde suas competências;

XV - fiscalizar o nível de emissão de poluentes e ruído produzidos pelos veículos automotoresou pela sua carga, de acordo com o estabelecido no art. 66, além de dar apoio, quandosolicitado, às ações específicas dos órgãos ambientais locais;

XVI - articular-se com os demais órgãos do Sistema Nacional de Trânsito no Estado, sobcoordenação do respectivo CETRAN.

Art. 23 - Compete às Polícias Militares dos Estados e do Distrito Federal:

I - (Vetado)

II - (Vetado)

III - executar a fiscalização de trânsito, quando e conforme convênio firmado, como agen-te do órgão ou entidade executivos de trânsito ou executivos rodoviários, concomitantementecom os demais agentes credenciados;

IV - (Vetado)

V - (Vetado)

VI - (Vetado)

VII - (Vetado)

Parágrafo único - (Vetado)

Art. 24 - Compete aos órgãos e entidades executivos de trânsito dos Municípios, no âm-bito de sua circunscrição:

I - cumprir e fazer cumprir a legislação e as normas de trânsito, no âmbito de suasatribuições;

II - planejar, projetar, regulamentar e operar o trânsito de veículos, de pedestres e deanimais, e promover o desenvolvimento da circulação e da segurança de ciclistas;

III - implantar, manter e operar o sistema de sinalização, os dispositivos e os equipamen-tos de controle viário;

IV - coletar dados estatísticos e elaborar estudos sobre os acidentes de trânsito e suas causas;

V - estabelecer, em conjunto com os órgãos de polícia ostensiva de trânsito, as diretrizespara o policiamento ostensivo de trânsito;

VI - executar a fiscalização de trânsito, autuar e aplicar as medidas administrativas cabí-veis, por infrações de circulação, estacionamento e parada previstas neste Código, noexercício regular do Poder de Polícia de Trânsito;

VII - aplicar as penalidades de advertência por escrito e multa, por infrações de circulação,estacionamento e parada previstas neste Código, notificando os infratores e arrecadandoas multas que aplicar;

VIII - fiscalizar, autuar e aplicar as penalidades e medidas administrativas cabíveis rela-tivas a infrações por excesso de peso, dimensões e lotação dos veículos, bem comonotificar e arrecadar as multas que aplicar;

IX - fiscalizar o cumprimento da norma contida no art. 95, aplicando as penalidades earrecadando as multas nele previstas;

Arts. 22 a 24

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Código de Trânsito Brasileiro – Lei nº 9.503/1997

X - implantar, manter e operar sistema de estacionamento rotativo pago nas vias;

XI - arrecadar valores provenientes de estada e remoção de veículos e objetos, e escoltade veículos de cargas superdimensionadas ou perigosas;

XII - credenciar os serviços de escolta, fiscalizar e adotar medidas de segurança relativasaos serviços de remoção de veículos, escolta e transporte de carga indivisível;

XIII - integrar-se a outros órgãos e entidades do Sistema Nacional de Trânsito para finsde arrecadação e compensação de multas impostas na área de sua competência, comvistas à unificação do licenciamento, à simplificação e à celeridade das transferências deveículos e de prontuários dos condutores de uma para outra unidade da Federação;

XIV - implantar as medidas da Política Nacional de Trânsito e do Programa Nacional deTrânsito;

XV - promover e participar de projetos e programas de educação e segurança de trânsitode acordo com as diretrizes estabelecidas pelo CONTRAN;

XVI - planejar e implantar medidas para redução da circulação de veículos e reorientaçãodo tráfego, com o objetivo de diminuir a emissão global de poluentes;

XVII - registrar e licenciar, na forma da legislação, ciclomotores, veículos de tração epropulsão humana e de tração animal, fiscalizando, autuando, aplicando penalidades earrecadando multas decorrentes de infrações;

XVIII - conceder autorização para conduzir veículos de propulsão humana e de tração animal;

XIX - articular-se com os demais órgãos do Sistema Nacional de Trânsito no Estado, sobcoordenação do respectivo CETRAN;

XX - fiscalizar o nível de emissão de poluentes e ruído produzidos pelos veículosautomotores ou pela sua carga, de acordo com o estabelecido no art. 66, além de darapoio às ações específicas de órgão ambiental local, quando solicitado;

XXI - vistoriar veículos que necessitem de autorização especial para transitar e estabele-cer os requisitos técnicos a serem observados para a circulação desses veículos.

§ 1º - As competências relativas a órgão ou entidade municipal serão exercidas noDistrito Federal por seu órgão ou entidade executivos de trânsito.

§ 2º - Para exercer as competências estabelecidas neste artigo, os Municípios deverãointegrar-se ao Sistema Nacional de Trânsito, conforme previsto no art. 333 deste Código.

Art. 25 - Os órgãos e entidades executivos do Sistema Nacional de Trânsito poderãocelebrar convênio delegando as atividades previstas neste Código, com vistas à maioreficiência e à segurança para os usuários da via.

Parágrafo único - Os órgãos e entidades de trânsito poderão prestar serviços de capacitaçãotécnica, assessoria e monitoramento das atividades relativas ao trânsito durante prazo aser estabelecido entre as partes, com ressarcimento dos custos apropriados.

CAPÍTULO IIIDAS NORMAS GERAIS DE CIRCULAÇÃO E CONDUTA

Art. 26 - Os usuários das vias terrestres devem:

I - abster-se de todo ato que possa constituir perigo ou obstáculo para o trânsito deveículos, de pessoas ou de animais, ou ainda causar danos a propriedades públicas ouprivadas;

II - abster-se de obstruir o trânsito ou torná-lo perigoso, atirando, depositando ou abando-nando na via objetos ou substâncias, ou nela criando qualquer outro obstáculo.

Art. 27 - Antes de colocar o veículo em circulação nas vias públicas, o condutor deveráverificar a existência e as boas condições de funcionamento dos equipamentos de uso

Arts. 24 a 27

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obrigatório, bem como assegurar-se da existência de combustível suficiente para chegarao local de destino.

Art. 28 - O condutor deverá, a todo momento, ter domínio de seu veículo, dirigindo-o comatenção e cuidados indispensáveis à segurança do trânsito.

Art. 29 - O trânsito de veículos nas vias terrestres abertas à circulação obedecerá àsseguintes normas:

I - a circulação far-se-á pelo lado direito da via, admitindo-se as exceções devidamentesinalizadas;

II - o condutor deverá guardar distância de segurança lateral e frontal entre o seu e osdemais veículos, bem como em relação ao bordo da pista, considerando-se, no momento,a velocidade e as condições do local, da circulação, do veículo e as condições climáticas;

III - quando veículos, transitando por fluxos que se cruzem, se aproximarem de local nãosinalizado, terá preferência de passagem:

a) no caso de apenas um fluxo ser proveniente de rodovia, aquele que estiver circulandopor ela;

b) no caso de rotatória, aquele que estiver circulando por ela;

c) nos demais casos, o que vier pela direita do condutor;

IV - quando uma pista de rolamento comportar várias faixas de circulação no mesmosentido, são as da direita destinadas ao deslocamento dos veículos mais lentos e de maiorporte, quando não houver faixa especial a eles destinada, e as da esquerda, destinadas àultrapassagem e ao deslocamento dos veículos de maior velocidade;

V - o trânsito de veículos sobre passeios, calçadas e nos acostamentos, só poderá ocorrerpara que se adentre ou se saia dos imóveis ou áreas especiais de estacionamento;

VI - os veículos precedidos de batedores terão prioridade de passagem, respeitadas asdemais normas de circulação;

VII - os veículos destinados a socorro de incêndio e salvamento, os de polícia, os defiscalização e operação de trânsito e as ambulâncias, além de prioridade de trânsito, go-zam de livre circulação, estacionamento e parada, quando em serviço de urgência e devi-damente identificados por dispositivos regulamentares de alarme sonoro e iluminaçãovermelha intermitente, observadas as seguintes disposições:

a) quando os dispositivos estiverem acionados, indicando a proximidade dos veículos,todos os condutores deverão deixar livre a passagem pela faixa da esquerda, indo para adireita da via e parando, se necessário;

b) os pedestres, ao ouvir o alarme sonoro, deverão aguardar no passeio, só atravessandoa via quando o veículo já tiver passado pelo local;

c) o uso de dispositivos de alarme sonoro e de iluminação vermelha intermitente só poderáocorrer quando da efetiva prestação de serviço de urgência;

d) a prioridade de passagem na via e no cruzamento deverá se dar com velocidade reduzidae com os devidos cuidados de segurança, obedecidas as demais normas deste Código;

VIII - os veículos prestadores de serviços de utilidade pública, quando em atendimento navia, gozam de livre parada e estacionamento no local da prestação de serviço, desde quedevidamente sinalizados, devendo estar identificados na forma estabelecida pelo CONTRAN;

IX - a ultrapassagem de outro veículo em movimento deverá ser feita pela esquerda, obede-cida a sinalização regulamentar e as demais normas estabelecidas neste Código, excetoquando o veículo a ser ultrapassado estiver sinalizando o propósito de entrar à esquerda;

X - todo condutor deverá, antes de efetuar uma ultrapassagem, certificar-se de que:

a) nenhum condutor que venha atrás haja começado uma manobra para ultrapassá-lo;

Arts. 27 a 29

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Código de Trânsito Brasileiro – Lei nº 9.503/1997

b) quem o precede na mesma faixa de trânsito não haja indicado o propósito de ultrapas-sar um terceiro;

c) a faixa de trânsito que vai tomar esteja livre numa extensão suficiente para que suamanobra não ponha em perigo ou obstrua o trânsito que venha em sentido contrário;

XI - todo condutor ao efetuar a ultrapassagem deverá:

a) indicar com antecedência a manobra pretendida, acionando a luz indicadora de direçãodo veículo ou por meio de gesto convencional de braço;

b) afastar-se do usuário ou usuários aos quais ultrapassa, de tal forma que deixe livre umadistância lateral de segurança;

c) retomar, após a efetivação da manobra, a faixa de trânsito de origem, acionando a luzindicadora de direção do veículo ou fazendo gesto convencional de braço, adotando os cuidadosnecessários para não pôr em perigo ou obstruir o trânsito dos veículos que ultrapassou;

XII - os veículos que se deslocam sobre trilhos terão preferência de passagem sobre osdemais, respeitadas as normas de circulação.

§ 1º - As normas de ultrapassagem previstas nas alíneas a e b do inciso X e a e b do incisoXI aplicam-se à transposição de faixas, que pode ser realizada tanto pela faixa da esquer-da como pela da direita.

§ 2º - Respeitadas as normas de circulação e conduta estabelecidas neste artigo, emordem decrescente, os veículos de maior porte serão sempre responsáveis pela segurançados menores, os motorizados pelos não motorizados e, juntos, pela incolumidade dospedestres.

Art. 30 - Todo condutor, ao perceber que outro que o segue tem o propósito de ultrapassá--lo, deverá:

I - se estiver circulando pela faixa da esquerda, deslocar-se para a faixa da direita, semacelerar a marcha;

II - se estiver circulando pelas demais faixas, manter-se naquela na qual está circulando,sem acelerar a marcha.

Parágrafo único - Os veículos mais lentos, quando em fila, deverão manter distância suficienteentre si para permitir que veículos que os ultrapassem possam se intercalar na fila com segurança.

Art. 31 - O condutor que tenha o propósito de ultrapassar um veículo de transportecoletivo que esteja parado, efetuando embarque ou desembarque de passageiros, deveráreduzir a velocidade, dirigindo com atenção redobrada ou parar o veículo com vistas àsegurança dos pedestres.

Art. 32 - O condutor não poderá ultrapassar veículos em vias com duplo sentido dedireção e pista única, nos trechos em curvas e em aclives sem visibilidade suficiente, naspassagens de nível, nas pontes e viadutos e nas travessias de pedestres, exceto quandohouver sinalização permitindo a ultrapassagem.

Art. 33 - Nas interseções e suas proximidades, o condutor não poderá efetuar ultrapassagem.

Art. 34 - O condutor que queira executar uma manobra deverá certificar-se de que podeexecutá-la sem perigo para os demais usuários da via que o seguem, precedem ou vãocruzar com ele, considerando sua posição, sua direção e sua velocidade.

Art. 35 - Antes de iniciar qualquer manobra que implique um deslocamento lateral, ocondutor deverá indicar seu propósito de forma clara e com a devida antecedência, pormeio da luz indicadora de direção de seu veículo, ou fazendo gesto convencional de braço.

Parágrafo único - Entende-se por deslocamento lateral a transposição de faixas, movimen-tos de conversão à direita, à esquerda e retornos.

Art. 36 - O condutor que for ingressar numa via, procedente de um lote lindeiro a essavia, deverá dar preferência aos veículos e pedestres que por ela estejam transitando.

Arts. 29 a 36

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Art. 37 - Nas vias providas de acostamento, a conversão à esquerda e a operação deretorno deverão ser feitas nos locais apropriados e, onde estes não existirem, o condutordeverá aguardar no acostamento, à direita, para cruzar a pista com segurança.

Art. 38 - Antes de entrar à direita ou à esquerda, em outra via ou em lotes lindeiros, ocondutor deverá:

I - ao sair da via pelo lado direito, aproximar-se o máximo possível do bordo direito dapista e executar sua manobra no menor espaço possível;

II - ao sair da via pelo lado esquerdo, aproximar-se o máximo possível de seu eixo ou dalinha divisória da pista, quando houver, caso se trate de uma pista com circulação nos doissentidos, ou do bordo esquerdo, tratando-se de uma pista de um só sentido.

Parágrafo único - Durante a manobra de mudança de direção, o condutor deverá cederpassagem aos pedestres e ciclistas, aos veículos que transitem em sentido contrário pelapista da via da qual vai sair, respeitadas as normas de preferência de passagem.

Art. 39 - Nas vias urbanas, a operação de retorno deverá ser feita nos locais para istodeterminados, quer por meio de sinalização, quer pela existência de locais apropriados,ou, ainda, em outros locais que ofereçam condições de segurança e fluidez, observadas ascaracterísticas da via, do veículo, das condições meteorológicas e da movimentação depedestres e ciclistas.

Art. 40 - O uso de luzes em veículo obedecerá às seguintes determinações:

I - o condutor manterá acesos os faróis do veículo, utilizando luz baixa, durante a noite edurante o dia nos túneis providos de iluminação pública;

II - nas vias não iluminadas o condutor deve usar luz alta, exceto ao cruzar com outroveículo ou ao segui-lo;

III - a troca de luz baixa e alta, de forma intermitente e por curto período de tempo, como objetivo de advertir outros motoristas, só poderá ser utilizada para indicar a intenção deultrapassar o veículo que segue à frente ou para indicar a existência de risco à segurançapara os veículos que circulam no sentido contrário;

IV - o condutor manterá acesas pelo menos as luzes de posição do veículo quando sobchuva forte, neblina ou cerração;

V - O condutor utilizará o pisca-alerta nas seguintes situações:

a) em imobilizações ou situações de emergência;

b) quando a regulamentação da via assim o determinar;

VI - durante a noite, em circulação, o condutor manterá acesa a luz de placa;

VII - o condutor manterá acesas, à noite, as luzes de posição quando o veículo estiver paradopara fins de embarque ou desembarque de passageiros e carga ou descarga de mercadorias.

Parágrafo único - Os veículos de transporte coletivo regular de passageiros, quandocircularem em faixas próprias a eles destinadas, e os ciclos motorizados deverão utilizar--se de farol de luz baixa durante o dia e a noite.

Art. 41 - O condutor de veículo só poderá fazer uso de buzina, desde que em toque breve,nas seguintes situações:

I - para fazer as advertências necessárias a fim de evitar acidentes;

II - fora das áreas urbanas, quando for conveniente advertir a um condutor que se tem opropósito de ultrapassá-lo.

Art. 42 - Nenhum condutor deverá frear bruscamente seu veículo, salvo por razões desegurança.

Art. 43 - Ao regular a velocidade, o condutor deverá observar constantemente as condiçõesfísicas da via, do veículo e da carga, as condições meteorológicas e a intensidade do trânsito,obedecendo aos limites máximos de velocidade estabelecidos para a via, além de:

Arts. 37 a 43

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Código de Trânsito Brasileiro – Lei nº 9.503/1997

I - não obstruir a marcha normal dos demais veículos em circulação sem causa justificada,transitando a uma velocidade anormalmente reduzida;

II - sempre que quiser diminuir a velocidade de seu veículo deverá antes certificar-se deque pode fazê-lo sem risco nem inconvenientes para os outros condutores, a não ser quehaja perigo iminente;

III - indicar, de forma clara, com a antecedência necessária e a sinalização devida, amanobra de redução de velocidade.

Art. 44 - Ao aproximar-se de qualquer tipo de cruzamento, o condutor do veículo devedemonstrar prudência especial, transitando em velocidade moderada, de forma que possadeter seu veículo com segurança para dar passagem a pedestre e a veículos que tenhamo direito de preferência.

Art. 45 - Mesmo que a indicação luminosa do semáforo lhe seja favorável, nenhum condutorpode entrar em uma interseção se houver possibilidade de ser obrigado a imobilizar o veículona área do cruzamento, obstruindo ou impedindo a passagem do trânsito transversal.

Art. 46 - Sempre que for necessária a imobilização temporária de um veículo no leitoviário, em situação de emergência, deverá ser providenciada a imediata sinalização deadvertência, na forma estabelecida pelo CONTRAN.

Art. 47 - Quando proibido o estacionamento na via, a parada deverá restringir-se aotempo indispensável para embarque ou desembarque de passageiros, desde que não in-terrompa ou perturbe o fluxo de veículos ou a locomoção de pedestres.

Parágrafo único - A operação de carga ou descarga será regulamentada pelo órgão ouentidade com circunscrição sobre a via e é considerada estacionamento.

Art. 48 - Nas paradas, operações de carga ou descarga e nos estacionamentos, o veículodeverá ser posicionado no sentido do fluxo, paralelo ao bordo da pista de rolamento ejunto à guia da calçada (meio-fio), admitidas as exceções devidamente sinalizadas.

§ 1º - Nas vias providas de acostamento, os veículos parados, estacionados ou em opera-ção de carga ou descarga deverão estar situados fora da pista de rolamento.

§ 2º - O estacionamento dos veículos motorizados de duas rodas será feito em posiçãoperpendicular à guia da calçada (meio-fio) e junto a ela, salvo quando houver sinalizaçãoque determine outra condição.

§ 3º - O estacionamento dos veículos sem abandono do condutor poderá ser feito somentenos locais previstos neste Código ou naqueles regulamentados por sinalização específica.

Art. 49 - O condutor e os passageiros não deverão abrir a porta do veículo, deixá-la abertaou descer do veículo sem antes se certificarem de que isso não constitui perigo para elese para outros usuários da via.

Parágrafo único - O embarque e o desembarque devem ocorrer sempre do lado da calça-da, exceto para o condutor.

Art. 50 - O uso de faixas laterais de domínio e das áreas adjacentes às estradas e rodoviasobedecerá às condições de segurança do trânsito estabelecidas pelo órgão ou entidadecom circunscrição sobre a via.

Art. 51 - Nas vias internas pertencentes a condomínios constituídos por unidades autônomas,a sinalização de regulamentação da via será implantada e mantida às expensas do condomí-nio, após aprovação dos projetos pelo órgão ou entidade com circunscrição sobre a via.

Art. 52 - Os veículos de tração animal serão conduzidos pela direita da pista, junto à guia dacalçada (meio-fio) ou acostamento, sempre que não houver faixa especial a eles destinada,devendo seus condutores obedecer, no que couber, às normas de circulação previstas nesteCódigo e às que vierem a ser fixadas pelo órgão ou entidade com circunscrição sobre a via.

Art. 53 - Os animais isolados ou em grupos só podem circular nas vias quando conduzidospor um guia, observado o seguinte:

Arts. 43 a 53

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Código de Trânsito Brasileiro – Lei nº 9.503/1997

I - para facilitar os deslocamentos, os rebanhos deverão ser divididos em grupos detamanho moderado e separados uns dos outros por espaços suficientes para não obstruiro trânsito;

II - os animais que circularem pela pista de rolamento deverão ser mantidos junto aobordo da pista.

Art. 54 - Os condutores de motocicletas, motonetas e ciclomotores só poderão circularnas vias:

I - utilizando capacete de segurança, com viseira ou óculos protetores;

II - segurando o guidom com as duas mãos;

III - usando vestuário de proteção, de acordo com as especificações do CONTRAN.

Art. 55 - Os passageiros de motocicletas, motonetas e ciclomotores só poderão ser transportados:

I - utilizando capacete de segurança;

II - em carro lateral acoplado aos veículos ou em assento suplementar atrás do condutor;

III - usando vestuário de proteção, de acordo com as especificações do CONTRAN.

Art. 56 - (Vetado)

Art. 57 - Os ciclomotores devem ser conduzidos pela direita da pista de rolamento, prefe-rencialmente no centro da faixa mais à direita ou no bordo direito da pista sempre que nãohouver acostamento ou faixa própria a eles destinada, proibida a sua circulação nas viasde trânsito rápido e sobre as calçadas das vias urbanas.

Parágrafo único - Quando uma via comportar duas ou mais faixas de trânsito e a da direitafor destinada ao uso exclusivo de outro tipo de veículo, os ciclomotores deverão circularpela faixa adjacente à da direita.

Art. 58 - Nas vias urbanas e nas rurais de pista dupla, a circulação de bicicletas deveráocorrer, quando não houver ciclovia, ciclofaixa, ou acostamento, ou quando não for possí-vel a utilização destes, nos bordos da pista de rolamento, no mesmo sentido de circulaçãoregulamentado para a via, com preferência sobre os veículos automotores.

Parágrafo único - A autoridade de trânsito com circunscrição sobre a via poderá autorizara circulação de bicicletas no sentido contrário ao fluxo dos veículos automotores, desdeque dotado o trecho com ciclofaixa.

Art. 59 - Desde que autorizado e devidamente sinalizado pelo órgão ou entidade comcircunscrição sobre a via, será permitida a circulação de bicicletas nos passeios.

Art. 60 - As vias abertas à circulação, de acordo com sua utilização, classificam-se em:

I - vias urbanas:

a) via de trânsito rápido;

b) via arterial;

c) via coletora;

d) via local;

II - vias rurais:

a) rodovias;

b) estradas.

Art. 61 - A velocidade máxima permitida para a via será indicada por meio de sinalização,obedecidas suas características técnicas e as condições de trânsito.

§ 1º - Onde não existir sinalização regulamentadora, a velocidade máxima será de:

I - nas vias urbanas:

a) oitenta quilômetros por hora, nas vias de trânsito rápido:

Arts. 53 a 61

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Código de Trânsito Brasileiro – Lei nº 9.503/1997

b) sessenta quilômetros por hora, nas vias arteriais;

c) quarenta quilômetros por hora, nas vias coletoras;

d) trinta quilômetros por hora, nas vias locais;

II - nas vias rurais:

a) nas rodovias:

1) 110 (cento e dez) quilômetros por hora para automóveis, camionetas e motocicletas;(Redação dada pela Lei nº 10.830, de 2003)

2) noventa quilômetros por hora, para ônibus e microônibus;

3) oitenta quilômetros por hora, para os demais veículos;

b) nas estradas, sessenta quilômetros por hora.

§ 2º - O órgão ou entidade de trânsito ou rodoviário com circunscrição sobre a via poderáregulamentar, por meio de sinalização, velocidades superiores ou inferiores àquelasestabelecidas no parágrafo anterior.

Art. 62 - A velocidade mínima não poderá ser inferior à metade da velocidade máximaestabelecida, respeitadas as condições operacionais de trânsito e da via.

Art. 63 - (Vetado)

Art. 64 - As crianças com idade inferior a dez anos devem ser transportadas nos bancostraseiros, salvo exceções regulamentadas pelo CONTRAN.

Art. 65 - É obrigatório o uso do cinto de segurança para condutor e passageiros em todasas vias do território nacional, salvo em situações regulamentadas pelo CONTRAN.

Art. 66 - (Vetado)

Art. 67 - As provas ou competições desportivas, inclusive seus ensaios, em via aberta àcirculação, só poderão ser realizadas mediante prévia permissão da autoridade de trânsitocom circunscrição sobre a via e dependerão de:

I - autorização expressa da respectiva confederação desportiva ou de entidades estaduaisa ela filiadas;

II - caução ou fiança para cobrir possíveis danos materiais à via;

III - contrato de seguro contra riscos e acidentes em favor de terceiros;

IV - prévio recolhimento do valor correspondente aos custos operacionais em que o órgãoou entidade permissionária incorrerá.

Parágrafo único - A autoridade com circunscrição sobre a via arbitrará os valores mínimosda caução ou fiança e do contrato de seguro.

CAPÍTULO IVDOS PEDESTRES E CONDUTORES DE VEÍCULOS NÃO MOTORIZADOS

Art. 68 - É assegurada ao pedestre a utilização dos passeios ou passagens apropriadasdas vias urbanas e dos acostamentos das vias rurais para circulação, podendo a autorida-de competente permitir a utilização de parte da calçada para outros fins, desde que nãoseja prejudicial ao fluxo de pedestres.

§ 1º - O ciclista desmontado empurrando a bicicleta equipara-se ao pedestre em direitos edeveres.

§ 2º - Nas áreas urbanas, quando não houver passeios ou quando não for possível autilização destes, a circulação de pedestres na pista de rolamento será feita com priorida-de sobre os veículos, pelos bordos da pista, em fila única, exceto em locais proibidos pelasinalização e nas situações em que a segurança ficar comprometida.

Arts. 61 a 68

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Código de Trânsito Brasileiro – Lei nº 9.503/1997

§ 3º - Nas vias rurais, quando não houver acostamento ou quando não for possível autilização dele, a circulação de pedestres, na pista de rolamento, será feita com prioridadesobre os veículos, pelos bordos da pista, em fila única, em sentido contrário ao desloca-mento de veículos, exceto em locais proibidos pela sinalização e nas situações em que asegurança ficar comprometida.

§ 4º - (Vetado)

§ 5º - Nos trechos urbanos de vias rurais e nas obras de arte a serem construídas, deveráser previsto passeio destinado à circulação dos pedestres, que não deverão, nessas condi-ções, usar o acostamento.

§ 6º - Onde houver obstrução da calçada ou da passagem para pedestres, o órgão ouentidade com circunscrição sobre a via deverá assegurar a devida sinalização e proteçãopara circulação de pedestres.

Art. 69 - Para cruzar a pista de rolamento o pedestre tomará precauções de segurança,levando em conta, principalmente, a visibilidade, a distância e a velocidade dos veículos,utilizando sempre as faixas ou passagens a ele destinadas sempre que estas existiremnuma distância de até cinqüenta metros dele, observadas as seguintes disposições:

I - onde não houver faixa ou passagem, o cruzamento da via deverá ser feito em sentidoperpendicular ao de seu eixo;

II - para atravessar uma passagem sinalizada para pedestres ou delimitada por marcassobre a pista:

a) onde houver foco de pedestres, obedecer às indicações das luzes;

b) onde não houver foco de pedestres, aguardar que o semáforo ou o agente de trânsitointerrompa o fluxo de veículos;

III - nas interseções e em suas proximidades, onde não existam faixas de travessia, os pedes-tres devem atravessar a via na continuação da calçada, observadas as seguintes normas:

a) não deverão adentrar na pista sem antes se certificar de que podem fazê-lo sem obs-truir o trânsito de veículos;

b) uma vez iniciada a travessia de uma pista, os pedestres não deverão aumentar o seupercurso, demorar-se ou parar sobre ela sem necessidade.

Art. 70 - Os pedestres que estiverem atravessando a via sobre as faixas delimitadas paraesse fim terão prioridade de passagem, exceto nos locais com sinalização semafórica,onde deverão ser respeitadas as disposições deste Código.

Parágrafo único - Nos locais em que houver sinalização semafórica de controle de passa-gem será dada preferência aos pedestres que não tenham concluído a travessia, mesmoem caso de mudança do semáforo liberando a passagem dos veículos.

Art. 71 - O órgão ou entidade com circunscrição sobre a via manterá, obrigatoriamente,as faixas e passagens de pedestres em boas condições de visibilidade, higiene, segurançae sinalização.

CAPÍTULO VDO CIDADÃO

Art. 72 - Todo cidadão ou entidade civil tem o direito de solicitar, por escrito, aos órgãosou entidades do Sistema Nacional de Trânsito, sinalização, fiscalização e implantação deequipamentos de segurança, bem como sugerir alterações em normas, legislação e outrosassuntos pertinentes a este Código.

Art. 73 - Os órgãos ou entidades pertencentes ao Sistema Nacional de Trânsito têm odever de analisar as solicitações e responder, por escrito, dentro de prazos mínimos, sobre

Arts. 68 a 73

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Código de Trânsito Brasileiro – Lei nº 9.503/1997

a possibilidade ou não de atendimento, esclarecendo ou justificando a análise efetuada, e,se pertinente, informando ao solicitante quando tal evento ocorrerá.

Parágrafo único - As campanhas de trânsito devem esclarecer quais as atribuições dosórgãos e entidades pertencentes ao Sistema Nacional de Trânsito e como proceder a taissolicitações.

CAPÍTULO VIDA EDUCAÇÃO PARA O TRÂNSITO

Art. 74 - A educação para o trânsito é direito de todos e constitui dever prioritário para oscomponentes do Sistema Nacional de Trânsito.

§ 1º - É obrigatória a existência de coordenação educacional em cada órgão ou entidadecomponente do Sistema Nacional de Trânsito.

§ 2º - Os órgãos ou entidades executivos de trânsito deverão promover, dentro de suaestrutura organizacional ou mediante convênio, o funcionamento de Escolas Públicas deTrânsito, nos moldes e padrões estabelecidos pelo CONTRAN.

Art. 75 - O CONTRAN estabelecerá, anualmente, os temas e os cronogramas das campa-nhas de âmbito nacional que deverão ser promovidas por todos os órgãos ou entidades doSistema Nacional de Trânsito, em especial nos períodos referentes às férias escolares,feriados prolongados e à Semana Nacional de Trânsito.

§ 1º - Os órgãos ou entidades do Sistema Nacional de Trânsito deverão promover outrascampanhas no âmbito de sua circunscrição e de acordo com as peculiaridades locais.

§ 2º - As campanhas de que trata este artigo são de caráter permanente, e os serviços derádio e difusão sonora de sons e imagens explorados pelo poder público são obrigados adifundi-las gratuitamente, com a freqüência recomendada pelos órgãos competentes doSistema Nacional de Trânsito.

Art. 76 - A educação para o trânsito será promovida na pré-escola e nas escolas de 1º, 2ºe 3º graus, por meio de planejamento e ações coordenadas entre os órgãos e entidades doSistema Nacional de Trânsito e de Educação, da União, dos Estados, do Distrito Federal edos Municípios, nas respectivas áreas de atuação.

Parágrafo único - Para a finalidade prevista neste artigo, o Ministério da Educação e doDesporto, mediante proposta do CONTRAN e do Conselho de Reitores das UniversidadesBrasileiras, diretamente ou mediante convênio, promoverá:

I - a adoção, em todos os níveis de ensino, de um currículo interdisciplinar com conteúdoprogramático sobre segurança de trânsito;

II - a adoção de conteúdos relativos à educação para o trânsito nas escolas de formaçãopara o magistério e o treinamento de professores e multiplicadores;

III - a criação de corpos técnicos interprofissionais para levantamento e análise de dadosestatísticos relativos ao trânsito;

IV - a elaboração de planos de redução de acidentes de trânsito junto aos núcleosinterdisciplinares universitários de trânsito, com vistas à integração universidades--sociedade na área de trânsito.

Art. 77 - No âmbito da educação para o trânsito caberá ao Ministério da Saúde, median-te proposta do CONTRAN, estabelecer campanha nacional esclarecendo condutas a se-rem seguidas nos primeiros socorros em caso de acidente de trânsito.

Parágrafo único - As campanhas terão caráter permanente por intermédio do SistemaÚnico de Saúde - SUS, sendo intensificadas nos períodos e na forma estabelecidos noart. 76.

Arts. 73 a 77

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Código de Trânsito Brasileiro – Lei nº 9.503/1997

Art. 77-A - São assegurados aos órgãos ou entidades componentes do Sistema Nacionalde Trânsito os mecanismos instituídos nos arts. 77-B a 77-E para a veiculação de mensa-gens educativas de trânsito em todo o território nacional, em caráter suplementar àscampanhas previstas nos arts. 75 e 77. (Incluído pela Lei nº 12.006, de 2009)

Art. 77-B - Toda peça publicitária destinada à divulgação ou promoção, nos meios decomunicação social, de produto oriundo da indústria automobilística ou afim, incluirá, obri-gatoriamente, mensagem educativa de trânsito a ser conjuntamente veiculada. (Incluídopela Lei nº 12.006, de 2009)

§ 1º - Para os efeitos dos arts. 77-A a 77-E, consideram-se produtos oriundos da indústriaautomobilística ou afins: (Incluído pela Lei nº 12.006, de 2009)

I - os veículos rodoviários automotores de qualquer espécie, incluídos os de passageiros eos de carga; (Incluído pela Lei nº 12.006, de 2009)

II - os componentes, as peças e os acessórios utilizados nos veículos mencionados noinciso I. (Incluído pela Lei nº 12.006, de 2009)

§ 2º - O disposto no caput deste artigo aplica-se à propaganda de natureza comercial,veiculada por iniciativa do fabricante do produto, em qualquer das seguintes modalidades:(Incluído pela Lei nº 12.006, de 2009)

I - rádio; (Incluído pela Lei nº 12.006, de 2009)

II - televisão; (Incluído pela Lei nº 12.006, de 2009)

III - jornal; (Incluído pela Lei nº 12.006, de 2009)

IV - revista; (Incluído pela Lei nº 12.006, de 2009)

V - outdoor. (Incluído pela Lei nº 12.006, de 2009)

§ 3º - Para efeito do disposto no § 2o, equiparam-se ao fabricante o montador, o encarroçador,o importador e o revendedor autorizado dos veículos e demais produtos discriminados no§ 1º deste artigo. (Incluído pela Lei nº 12.006, de 2009)

Art. 77-C - Quando se tratar de publicidade veiculada em outdoor instalado à margem derodovia, dentro ou fora da respectiva faixa de domínio, a obrigação prevista no art. 77-Bestende-se à propaganda de qualquer tipo de produto e anunciante, inclusive àquela decaráter institucional ou eleitoral. (Incluído pela Lei nº 12.006, de 2009)

Art. 77-D - O Conselho Nacional de Trânsito (Contran) especificará o conteúdo e o padrãode apresentação das mensagens, bem como os procedimentos envolvidos na respectivaveiculação, em conformidade com as diretrizes fixadas para as campanhas educativas detrânsito a que se refere o art. 75. (Incluído pela Lei nº 12.006, de 2009)

Art. 77-E - A veiculação de publicidade feita em desacordo com as condições fixadas nosarts. 77-A a 77-D constitui infração punível com as seguintes sanções: (Incluído pela Leinº 12.006, de 2009)

I - advertência por escrito; (Incluído pela Lei nº 12.006, de 2009)

II - suspensão, nos veículos de divulgação da publicidade, de qualquer outra propagan-da do produto, pelo prazo de até 60 (sessenta) dias; (Incluído pela Lei nº 12.006, de2009)

III - multa de 1.000 (um mil) a 5.000 (cinco mil) vezes o valor da Unidade Fiscal deReferência (Ufir), ou unidade que a substituir, cobrada do dobro até o quíntuplo, em casode reincidência. (Incluído pela Lei nº 12.006, de 2009)

§ 1º - As sanções serão aplicadas isolada ou cumulativamente, conforme dispuser o regu-lamento. (Incluído pela Lei nº 12.006, de 2009)

§ 2º - Sem prejuízo do disposto no caput deste artigo, qualquer infração acarretará aimediata suspensão da veiculação da peça publicitária até que sejam cumpridas as exigên-cias fixadas nos arts. 77-A a 77-D. (Incluído pela Lei nº 12.006, de 2009)

Arts. 77-A a 77-E

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Código de Trânsito Brasileiro – Lei nº 9.503/1997

Art. 78 - Os Ministérios da Saúde, da Educação e do Desporto, do Trabalho, dos Transpor-tes e da Justiça, por intermédio do CONTRAN, desenvolverão e implementarão programasdestinados à prevenção de acidentes.

Parágrafo único - O percentual de dez por cento do total dos valores arrecadados destina-dos à Previdência Social, do Prêmio do Seguro Obrigatório de Danos Pessoais causados porVeículos Automotores de Via Terrestre - DPVAT, de que trata a Lei nº 6.194, de 19 dedezembro de 1974, serão repassados mensalmente ao Coordenador do Sistema Nacionalde Trânsito para aplicação exclusiva em programas de que trata este artigo.

Art. 79 - Os órgãos e entidades executivos de trânsito poderão firmar convênio com osórgãos de educação da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, objetivandoo cumprimento das obrigações estabelecidas neste capítulo.

CAPÍTULO VIIDA SINALIZAÇÃO DE TRÂNSITO

Art. 80 - Sempre que necessário, será colocada ao longo da via, sinalização prevista nesteCódigo e em legislação complementar, destinada a condutores e pedestres, vedada autilização de qualquer outra.

§ 1º - A sinalização será colocada em posição e condições que a tornem perfeitamentevisível e legível durante o dia e a noite, em distância compatível com a segurança dotrânsito, conforme normas e especificações do CONTRAN.

§ 2º - O CONTRAN poderá autorizar, em caráter experimental e por período prefixado, autilização de sinalização não prevista neste Código.

Art. 81 - Nas vias públicas e nos imóveis é proibido colocar luzes, publicidade, inscrições,vegetação e mobiliário que possam gerar confusão, interferir na visibilidade da sinalizaçãoe comprometer a segurança do trânsito.

Art. 82 - É proibido afixar sobre a sinalização de trânsito e respectivos suportes, ou junto aambos, qualquer tipo de publicidade, inscrições, legendas e símbolos que não se relacionemcom a mensagem da sinalização.

Art. 83 - A afixação de publicidade ou de quaisquer legendas ou símbolos ao longo dasvias condiciona-se à prévia aprovação do órgão ou entidade com circunscrição sobre avia.

Art. 84 - O órgão ou entidade de trânsito com circunscrição sobre a via poderá retirarou determinar a imediata retirada de qualquer elemento que prejudique a visibilidadeda sinalização viária e a segurança do trânsito, com ônus para quem o tenha coloca-do.

Art. 85 - Os locais destinados pelo órgão ou entidade de trânsito com circunscrição sobre a via àtravessia de pedestres deverão ser sinalizados com faixas pintadas ou demarcadas no leito da via.

Art. 86 - Os locais destinados a postos de gasolina, oficinas, estacionamentos ou garagensde uso coletivo deverão ter suas entradas e saídas devidamente identificadas, na formaregulamentada pelo CONTRAN.

Art. 87 - Os sinais de trânsito classificam-se em:

I - verticais;

II - horizontais;

III - dispositivos de sinalização auxiliar;

IV - luminosos;

V - sonoros;

VI - gestos do agente de trânsito e do condutor.

Arts. 78 a 87

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Código de Trânsito Brasileiro – Lei nº 9.503/1997

Art. 88 - Nenhuma via pavimentada poderá ser entregue após sua construção, ou rea-berta ao trânsito após a realização de obras ou de manutenção, enquanto não estiverdevidamente sinalizada, vertical e horizontalmente, de forma a garantir as condiçõesadequadas de segurança na circulação.

Parágrafo único - Nas vias ou trechos de vias em obras deverá ser afixada sinalizaçãoespecífica e adequada.

Art. 89 - A sinalização terá a seguinte ordem de prevalência:

I - as ordens do agente de trânsito sobre as normas de circulação e outros sinais;

II - as indicações do semáforo sobre os demais sinais;

III - as indicações dos sinais sobre as demais normas de trânsito.

Art. 90 - Não serão aplicadas as sanções previstas neste Código por inobservância àsinalização quando esta for insuficiente ou incorreta.

§ 1º - O órgão ou entidade de trânsito com circunscrição sobre a via é responsável pelaimplantação da sinalização, respondendo pela sua falta, insuficiência ou incorreta coloca-ção.

§ 2º - O CONTRAN editará normas complementares no que se refere à interpretação,colocação e uso da sinalização.

CAPÍTULO VIIIDA ENGENHARIA DE TRÁFEGO, DA OPERAÇÃO, DA FISCALIZAÇÃO E

DO POLICIAMENTO OSTENSIVO DE TRÂNSITO

Art. 91 - O CONTRAN estabelecerá as normas e regulamentos a serem adotados em todoo território nacional quando da implementação das soluções adotadas pela Engenharia deTráfego, assim como padrões a serem praticados por todos os órgãos e entidades doSistema Nacional de Trânsito.

Art. 92 - (Vetado)

Art. 93 - Nenhum projeto de edificação que possa transformar-se em pólo atrativo detrânsito poderá ser aprovado sem prévia anuência do órgão ou entidade com circunscriçãosobre a via e sem que do projeto conste área para estacionamento e indicação das vias deacesso adequadas.

Art. 94 - Qualquer obstáculo à livre circulação e à segurança de veículos e pedestres,tanto na via quanto na calçada, caso não possa ser retirado, deve ser devida e imediata-mente sinalizado.

Parágrafo único - É proibida a utilização das ondulações transversais e de sonorizadorescomo redutores de velocidade, salvo em casos especiais definidos pelo órgão ou entidadecompetente, nos padrões e critérios estabelecidos pelo CONTRAN.

Art. 95 - Nenhuma obra ou evento que possa perturbar ou interromper a livre circulaçãode veículos e pedestres, ou colocar em risco sua segurança, será iniciada sem permissãoprévia do órgão ou entidade de trânsito com circunscrição sobre a via.

§ 1º - A obrigação de sinalizar é do responsável pela execução ou manutenção da obra ou do evento.

§ 2º - Salvo em casos de emergência, a autoridade de trânsito com circunscrição sobre avia avisará a comunidade, por intermédio dos meios de comunicação social, com quarentae oito horas de antecedência, de qualquer interdição da via, indicando-se os caminhosalternativos a serem utilizados.

§ 3º - A inobservância do disposto neste artigo será punida com multa que varia entrecinqüenta e trezentas UFIR, independentemente das cominações cíveis e penais cabíveis.

Arts. 88 a 95

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Código de Trânsito Brasileiro – Lei nº 9.503/1997

§ 4º - Ao servidor público responsável pela inobservância de qualquer das normas previstasneste e nos arts. 93 e 94, a autoridade de trânsito aplicará multa diária na base de cinqüentapor cento do dia de vencimento ou remuneração devida enquanto permanecer a irregularidade.

CAPÍTULO IXDOS VEÍCULOS

SEÇÃO IDISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 96 - Os veículos classificam-se em:

I - quanto à tração:

a) automotor;

b) elétrico;

c) de propulsão humana;

d) de tração animal;

e) reboque ou semi-reboque;

II - quanto à espécie:

a) de passageiros:

1 - bicicleta;

2 - ciclomotor;

3 - motoneta;

4 - motocicleta;

5 - triciclo;

6 - quadriciclo;

7 - automóvel;

8 - microônibus;

9 - ônibus;

10 - bonde;

11 - reboque ou semi-reboque;

12 - charrete;

b) de carga:

1 - motoneta;

2 - motocicleta;

3 - triciclo;

4 - quadriciclo;

5 - caminhonete;

6 - caminhão;

7 - reboque ou semi-reboque;

8 - carroça;

9 - carro-de-mão;

c) misto:

Arts. 95 a 96

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Código de Trânsito Brasileiro – Lei nº 9.503/1997

1 - camioneta;

2 - utilitário;

3 - outros;

d) de competição;

e) de tração:

1 - caminhão-trator;

2 - trator de rodas;

3 - trator de esteiras;

4 - trator misto;

f) especial;

g) de coleção;

III - quanto à categoria:

a) oficial;

b) de representação diplomática, de repartições consulares de carreira ou organismosinternacionais acreditados junto ao Governo brasileiro;

c) particular;

d) de aluguel;

e) de aprendizagem.

Art. 97 - As características dos veículos, suas especificações básicas, configuração e con-dições essenciais para registro, licenciamento e circulação serão estabelecidas peloCONTRAN, em função de suas aplicações.

Art. 98 - Nenhum proprietário ou responsável poderá, sem prévia autorização da autori-dade competente, fazer ou ordenar que sejam feitas no veículo modificações de suascaracterísticas de fábrica.

Parágrafo único - Os veículos e motores novos ou usados que sofrerem alterações ouconversões são obrigados a atender aos mesmos limites e exigências de emissão de poluentese ruído previstos pelos órgãos ambientais competentes e pelo CONTRAN, cabendo à entidadeexecutora das modificações e ao proprietário do veículo a responsabilidade pelo cumprimen-to das exigências.

Art. 99 - Somente poderá transitar pelas vias terrestres o veículo cujo peso e dimensõesatenderem aos limites estabelecidos pelo CONTRAN.

§ 1º - O excesso de peso será aferido por equipamento de pesagem ou pela verificação dedocumento fiscal, na forma estabelecida pelo CONTRAN.

§ 2º - Será tolerado um percentual sobre os limites de peso bruto total e peso brutotransmitido por eixo de veículos à superfície das vias, quando aferido por equipamento, naforma estabelecida pelo CONTRAN.

§ 3º - Os equipamentos fixos ou móveis utilizados na pesagem de veículos serão aferidosde acordo com a metodologia e na periodicidade estabelecidas pelo CONTRAN, ouvido oórgão ou entidade de metrologia legal.

Art. 100 - Nenhum veículo ou combinação de veículos poderá transitar com lotação depassageiros, com peso bruto total, ou com peso bruto total combinado com peso por eixo,superior ao fixado pelo fabricante, nem ultrapassar a capacidade máxima de tração daunidade tratora.

Parágrafo único - O CONTRAN regulamentará o uso de pneus extralargos, definindo seuslimites de peso.

Arts. 96 a 100

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Código de Trânsito Brasileiro – Lei nº 9.503/1997

Art. 101 - Ao veículo ou combinação de veículos utilizado no transporte de carga indivisível,que não se enquadre nos limites de peso e dimensões estabelecidos pelo CONTRAN, pode-rá ser concedida, pela autoridade com circunscrição sobre a via, autorização especial detrânsito, com prazo certo, válida para cada viagem, atendidas as medidas de segurançaconsideradas necessárias.

§ 1º - A autorização será concedida mediante requerimento que especificará as caracterís-ticas do veículo ou combinação de veículos e de carga, o percurso, a data e o horário dodeslocamento inicial.

§ 2º - A autorização não exime o beneficiário da responsabilidade por eventuais danos queo veículo ou a combinação de veículos causar à via ou a terceiros.

§ 3º - Aos guindastes autopropelidos ou sobre caminhões poderá ser concedida, pelaautoridade com circunscrição sobre a via, autorização especial de trânsito, com prazo deseis meses, atendidas as medidas de segurança consideradas necessárias.

Art. 102 - O veículo de carga deverá estar devidamente equipado quando transitar, demodo a evitar o derramamento da carga sobre a via.

Parágrafo único - O CONTRAN fixará os requisitos mínimos e a forma de proteção dascargas de que trata este artigo, de acordo com a sua natureza.

SEÇÃO IIDA SEGURANÇA DOS VEÍCULOS

Art. 103 - O veículo só poderá transitar pela via quando atendidos os requisitos e condi-ções de segurança estabelecidos neste Código e em normas do CONTRAN.

§ 1º - Os fabricantes, os importadores, os montadores e os encarroçadores de veículosdeverão emitir certificado de segurança, indispensável ao cadastramento no RENAVAM,nas condições estabelecidas pelo CONTRAN.

§ 2º - O CONTRAN deverá especificar os procedimentos e a periodicidade para queos fabricantes, os importadores, os montadores e os encarroçadores comprovem oatendimento aos requisitos de segurança veicular, devendo, para isso, manter disponíveisa qualquer tempo os resultados dos testes e ensaios dos sistemas e componentes abran-gidos pela legislação de segurança veicular.

Art. 104 - Os veículos em circulação terão suas condições de segurança, de controle deemissão de gases poluentes e de ruído avaliadas mediante inspeção, que será obrigatória,na forma e periodicidade estabelecidas pelo CONTRAN para os itens de segurança e peloCONAMA para emissão de gases poluentes e ruído.

§ 1º - (Vetado)

§ 2º - (Vetado)

§ 3º - (Vetado)

§ 4º - (Vetado)

§ 5º - Será aplicada a medida administrativa de retenção aos veículos reprovados nainspeção de segurança e na de emissão de gases poluentes e ruído.

Art. 105 - São equipamentos obrigatórios dos veículos, entre outros a serem estabeleci-dos pelo CONTRAN:

I - cinto de segurança, conforme regulamentação específica do CONTRAN, com exceçãodos veículos destinados ao transporte de passageiros em percursos em que seja permitidoviajar em pé;

II - para os veículos de transporte e de condução escolar, os de transporte de passageiroscom mais de dez lugares e os de carga com peso bruto total superior a quatro mil, qui-

Arts. 101 a 105

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Código de Trânsito Brasileiro – Lei nº 9.503/1997

nhentos e trinta e seis quilogramas, equipamento registrador instantâneo inalterável develocidade e tempo;

III - encosto de cabeça, para todos os tipos de veículos automotores, segundo normasestabelecidas pelo CONTRAN;

IV - (Vetado)

V - dispositivo destinado ao controle de emissão de gases poluentes e de ruído, segundonormas estabelecidas pelo CONTRAN.

VI - para as bicicletas, a campainha, sinalização noturna dianteira, traseira, lateral e nospedais, e espelho retrovisor do lado esquerdo.

VII - equipamento suplementar de retenção - air bag frontal para o condutor e o passagei-ro do banco dianteiro. (Incluído pela Lei nº 11.910, de 2009)

§ 1º - O CONTRAN disciplinará o uso dos equipamentos obrigatórios dos veículos e deter-minará suas especificações técnicas.

§ 2º - Nenhum veículo poderá transitar com equipamento ou acessório proibido, sendo oinfrator sujeito às penalidades e medidas administrativas previstas neste Código.

§ 3º - Os fabricantes, os importadores, os montadores, os encarroçadores de veículos e osrevendedores devem comercializar os seus veículos com os equipamentos obrigatóriosdefinidos neste artigo, e com os demais estabelecidos pelo CONTRAN.

§ 4º - O CONTRAN estabelecerá o prazo para o atendimento do disposto neste artigo.

§ 5º - A exigência estabelecida no inciso VII do caput deste artigo será progressivamenteincorporada aos novos projetos de automóveis e dos veículos deles derivados, fabricados,importados, montados ou encarroçados, a partir do 1º (primeiro) ano após a definiçãopelo Contran das especificações técnicas pertinentes e do respectivo cronograma de im-plantação e a partir do 5º (quinto) ano, após esta definição, para os demais automóveiszero quilômetro de modelos ou projetos já existentes e veículos deles derivados. (Incluídopela Lei nº 11.910, de 2009)

§ 6º - A exigência estabelecida no inciso VII do caput deste artigo não se aplica aosveículos destinados à exportação. (Incluído pela Lei nº 11.910, de 2009)

Art. 106 - No caso de fabricação artesanal ou de modificação de veículo ou, ainda, quandoocorrer substituição de equipamento de segurança especificado pelo fabricante, será exigido,para licenciamento e registro, certificado de segurança expedido por instituição técnica credenciadapor órgão ou entidade de metrologia legal, conforme norma elaborada pelo CONTRAN.

Art. 107 - Os veículos de aluguel, destinados ao transporte individual ou coletivo depassageiros, deverão satisfazer, além das exigências previstas neste Código, às condiçõestécnicas e aos requisitos de segurança, higiene e conforto estabelecidos pelo poder com-petente para autorizar, permitir ou conceder a exploração dessa atividade.

Art. 108 - Onde não houver linha regular de ônibus, a autoridade com circunscrição sobre a viapoderá autorizar, a título precário, o transporte de passageiros em veículo de carga ou misto,desde que obedecidas as condições de segurança estabelecidas neste Código e pelo CONTRAN.

Parágrafo único - A autorização citada no caput não poderá exceder a doze meses, prazoa partir do qual a autoridade pública responsável deverá implantar o serviço regular detransporte coletivo de passageiros, em conformidade com a legislação pertinente e com osdispositivos deste Código. (Incluído pela Lei nº 9.602, de 1998)

Art. 109 - O transporte de carga em veículos destinados ao transporte de passageiros sópode ser realizado de acordo com as normas estabelecidas pelo CONTRAN.

Art. 110 - O veículo que tiver alterada qualquer de suas características para competiçãoou finalidade análoga só poderá circular nas vias públicas com licença especial da autorida-de de trânsito, em itinerário e horário fixados.

Art. 111 - É vedado, nas áreas envidraçadas do veículo:

Arts. 105 a 111

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Código de Trânsito Brasileiro – Lei nº 9.503/1997

I - (Vetado)

II - o uso de cortinas, persianas fechadas ou similares nos veículos em movimento, salvonos que possuam espelhos retrovisores em ambos os lados.

III - aposição de inscrições, películas refletivas ou não, painéis decorativos ou pinturas,quando comprometer a segurança do veículo, na forma de regulamentação doCONTRAN. (Incluído pela Lei nº 9.602, de 1998)

Parágrafo único - É proibido o uso de inscrição de caráter publicitário ou qualquer outraque possa desviar a atenção dos condutores em toda a extensão do pára-brisa e da trasei-ra dos veículos, salvo se não colocar em risco a segurança do trânsito.

Art. 112 - (Revogado pela Lei nº 9.792, de 1999)

Art. 113 - Os importadores, as montadoras, as encarroçadoras e fabricantes de veículose autopeças são responsáveis civil e criminalmente por danos causados aos usuários, aterceiros, e ao meio ambiente, decorrentes de falhas oriundas de projetos e da qualidadedos materiais e equipamentos utilizados na sua fabricação.

SEÇÃO IIIDA IDENTIFICAÇÃO DO VEÍCULO

Art. 114 - O veículo será identificado obrigatoriamente por caracteres gravados no chassiou no monobloco, reproduzidos em outras partes, conforme dispuser o CONTRAN.

§ 1º - A gravação será realizada pelo fabricante ou montador, de modo a identificar o veículo,seu fabricante e as suas características, além do ano de fabricação, que não poderá ser alterado.

§ 2º - As regravações, quando necessárias, dependerão de prévia autorização da autorida-de executiva de trânsito e somente serão processadas por estabelecimento por elacredenciado, mediante a comprovação de propriedade do veículo, mantida a mesma iden-tificação anterior, inclusive o ano de fabricação.

§ 3º - Nenhum proprietário poderá, sem prévia permissão da autoridade executiva detrânsito, fazer, ou ordenar que se faça, modificações da identificação de seu veículo.

Art. 115 - O veículo será identificado externamente por meio de placas dianteira e traseira, sendoesta lacrada em sua estrutura, obedecidas as especificações e modelos estabelecidos pelo CONTRAN.

§ 1º - Os caracteres das placas serão individualizados para cada veículo e o acompanharãoaté a baixa do registro, sendo vedado seu reaproveitamento.

§ 2º - As placas com as cores verde e amarela da Bandeira Nacional serão usadas somentepelos veículos de representação pessoal do Presidente e do Vice-Presidente da República,dos Presidentes do Senado Federal e da Câmara dos Deputados, do Presidente e dosMinistros do Supremo Tribunal Federal, dos Ministros de Estado, do Advogado-Geral daUnião e do Procurador-Geral da República.

§ 3º - Os veículos de representação dos Presidentes dos Tribunais Federais, dos Governado-res, Prefeitos, Secretários Estaduais e Municipais, dos Presidentes das Assembléias Legislativas,das Câmaras Municipais, dos Presidentes dos Tribunais Estaduais e do Distrito Federal, e dorespectivo chefe do Ministério Público e ainda dos Oficiais Generais das Forças Armadasterão placas especiais, de acordo com os modelos estabelecidos pelo CONTRAN.

§ 4º - Os aparelhos automotores destinados a puxar ou arrastar maquinaria de qualquernatureza ou a executar trabalhos agrícolas e de construção ou de pavimentação são sujei-tos, desde que lhes seja facultado transitar nas vias, ao registro e licenciamento da repar-tição competente, devendo receber numeração especial.

§ 5º - O disposto neste artigo não se aplica aos veículos de uso bélico.

§ 6º - Os veículos de duas ou três rodas são dispensados da placa dianteira.

Arts. 111 a 115

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Código de Trânsito Brasileiro – Lei nº 9.503/1997

Art. 116 - Os veículos de propriedade da União, dos Estados e do Distrito Federal, devida-mente registrados e licenciados, somente quando estritamente usados em serviço reser-vado de caráter policial, poderão usar placas particulares, obedecidos os critérios e limitesestabelecidos pela legislação que regulamenta o uso de veículo oficial.

Art. 117 - Os veículos de transporte de carga e os coletivos de passageiros deverãoconter, em local facilmente visível, a inscrição indicativa de sua tara, do peso bruto total(PBT), do peso bruto total combinado (PBTC) ou capacidade máxima de tração (CMT) e desua lotação, vedado o uso em desacordo com sua classificação.

CAPÍTULO XDOS VEÍCULOS EM CIRCULAÇÃO INTERNACIONAL

Art. 118 - A circulação de veículo no território nacional, independentemente de sua origem, emtrânsito entre o Brasil e os países com os quais exista acordo ou tratado internacional, reger-se-ápelas disposições deste Código, pelas convenções e acordos internacionais ratificados.

Art. 119 - As repartições aduaneiras e os órgãos de controle de fronteira comunicarãodiretamente ao RENAVAM a entrada e saída temporária ou definitiva de veículos.

Parágrafo único - Os veículos licenciados no exterior não poderão sair do território nacionalsem prévia quitação de débitos de multa por infrações de trânsito e o ressarcimento de danosque tiverem causado a bens do patrimônio público, respeitado o princípio da reciprocidade.

CAPÍTULO XIDO REGISTRO DE VEÍCULOS

Art. 120 - Todo veículo automotor, elétrico, articulado, reboque ou semi-reboque, deveser registrado perante o órgão executivo de trânsito do Estado ou do Distrito Federal, noMunicípio de domicílio ou residência de seu proprietário, na forma da lei.

§ 1º - Os órgãos executivos de trânsito dos Estados e do Distrito Federal somente registra-rão veículos oficiais de propriedade da administração direta, da União, dos Estados, doDistrito Federal e dos Municípios, de qualquer um dos poderes, com indicação expressa, porpintura nas portas, do nome, sigla ou logotipo do órgão ou entidade em cujo nome o veículoserá registrado, excetuando-se os veículos de representação e os previstos no art. 116.

§ 2º - O disposto neste artigo não se aplica ao veículo de uso bélico.

Art. 121 - Registrado o veículo, expedir-se-á o Certificado de Registro de Veículo - CRV deacordo com os modelos e especificações estabelecidos pelo CONTRAN, contendo as caracte-rísticas e condições de invulnerabilidade à falsificação e à adulteração.

Art. 122 - Para a expedição do Certificado de Registro de Veículo o órgão executivo de trânsitoconsultará o cadastro do RENAVAM e exigirá do proprietário os seguintes documentos:

I - nota fiscal fornecida pelo fabricante ou revendedor, ou documento equivalente expedidopor autoridade competente;

II - documento fornecido pelo Ministério das Relações Exteriores, quando se tratar deveículo importado por membro de missões diplomáticas, de repartições consulares decarreira, de representações de organismos internacionais e de seus integrantes.

Art. 123 - Será obrigatória a expedição de novo Certificado de Registro de Veículo quando:

I - for transferida a propriedade;

II - o proprietário mudar o Município de domicílio ou residência;

III - for alterada qualquer característica do veículo;

IV - houver mudança de categoria.

Arts. 116 a 123

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Código de Trânsito Brasileiro – Lei nº 9.503/1997

§ 1º - No caso de transferência de propriedade, o prazo para o proprietário adotar asprovidências necessárias à efetivação da expedição do novo Certificado de Registro deVeículo é de trinta dias, sendo que nos demais casos as providências deverão ser imediatas.

§ 2º - No caso de transferência de domicílio ou residência no mesmo Município, o proprie-tário comunicará o novo endereço num prazo de trinta dias e aguardará o novo licenciamentopara alterar o Certificado de Licenciamento Anual.

§ 3º - A expedição do novo certificado será comunicada ao órgão executivo de trânsito queexpediu o anterior e ao RENAVAM.

Art. 124 - Para a expedição do novo Certificado de Registro de Veículo serão exigidos osseguintes documentos:

I - Certificado de Registro de Veículo anterior;

II - Certificado de Licenciamento Anual;

III - comprovante de transferência de propriedade, quando for o caso, conforme modelo enormas estabelecidas pelo CONTRAN;

IV - Certificado de Segurança Veicular e de emissão de poluentes e ruído, quando houveradaptação ou alteração de características do veículo;

V - comprovante de procedência e justificativa da propriedade dos componentes e agrega-dos adaptados ou montados no veículo, quando houver alteração das características origi-nais de fábrica;

VI - autorização do Ministério das Relações Exteriores, no caso de veículo da categoria demissões diplomáticas, de repartições consulares de carreira, de representações de orga-nismos internacionais e de seus integrantes;

VII - certidão negativa de roubo ou furto de veículo, expedida no Município do registroanterior, que poderá ser substituída por informação do RENAVAM;

VIII - comprovante de quitação de débitos relativos a tributos, encargos e multas de trânsitovinculados ao veículo, independentemente da responsabilidade pelas infrações cometidas;

IX - (Revogado pela Lei nº 9.602, de 1998)

X - comprovante relativo ao cumprimento do disposto no art. 98, quando houver alteraçãonas características originais do veículo que afetem a emissão de poluentes e ruído;

XI - comprovante de aprovação de inspeção veicular e de poluentes e ruído, quando for ocaso, conforme regulamentações do CONTRAN e do CONAMA.

Art. 125 - As informações sobre o chassi, o monobloco, os agregados e as característicasoriginais do veículo deverão ser prestadas ao RENAVAM:

I - pelo fabricante ou montadora, antes da comercialização, no caso de veículo nacional;

II - pelo órgão alfandegário, no caso de veículo importado por pessoa física;

III - pelo importador, no caso de veículo importado por pessoa jurídica.

Parágrafo único - As informações recebidas pelo RENAVAM serão repassadas ao órgãoexecutivo de trânsito responsável pelo registro, devendo este comunicar ao RENAVAM, tãologo seja o veículo registrado.

Art. 126 - O proprietário de veículo irrecuperável, ou definitivamente desmontado, de-verá requerer a baixa do registro, no prazo e forma estabelecidos pelo CONTRAN, sendovedada a remontagem do veículo sobre o mesmo chassi, de forma a manter o registroanterior.

Parágrafo único - A obrigação de que trata este artigo é da companhia seguradora ou doadquirente do veículo destinado à desmontagem, quando estes sucederem ao proprietário.

Art. 127 - O órgão executivo de trânsito competente só efetuará a baixa do registro apósprévia consulta ao cadastro do RENAVAM.

Arts. 123 a 127

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Código de Trânsito Brasileiro – Lei nº 9.503/1997

Parágrafo único - Efetuada a baixa do registro, deverá ser esta comunicada, de imediato,ao RENAVAM.

Art. 128 - Não será expedido novo Certificado de Registro de Veículo enquanto houverdébitos fiscais e de multas de trânsito e ambientais, vinculadas ao veículo, independente-mente da responsabilidade pelas infrações cometidas.

Art. 129 - O registro e o licenciamento dos veículos de propulsão humana, dos ciclomotorese dos veículos de tração animal obedecerão à regulamentação estabelecida em legislaçãomunicipal do domicílio ou residência de seus proprietários.

CAPÍTULO XIIDO LICENCIAMENTO

Art. 130 - Todo veículo automotor, elétrico, articulado, reboque ou semi-reboque, paratransitar na via, deverá ser licenciado anualmente pelo órgão executivo de trânsito doEstado, ou do Distrito Federal, onde estiver registrado o veículo.

§ 1º - O disposto neste artigo não se aplica a veículo de uso bélico.

§ 2º - No caso de transferência de residência ou domicílio, é válido, durante o exercício, olicenciamento de origem.

Art. 131 - O Certificado de Licenciamento Anual será expedido ao veículo licenciado, vinculadoao Certificado de Registro, no modelo e especificações estabelecidos pelo CONTRAN.

§ 1º - O primeiro licenciamento será feito simultaneamente ao registro.

§ 2º - O veículo somente será considerado licenciado estando quitados os débitos relativosa tributos, encargos e multas de trânsito e ambientais, vinculados ao veículo, independen-temente da responsabilidade pelas infrações cometidas.

§ 3º - Ao licenciar o veículo, o proprietário deverá comprovar sua aprovação nas inspeçõesde segurança veicular e de controle de emissões de gases poluentes e de ruído, conformedisposto no art. 104.

Art. 132 - Os veículos novos não estão sujeitos ao licenciamento e terão sua circulaçãoregulada pelo CONTRAN durante o trajeto entre a fábrica e o Município de destino.

Parágrafo único - O disposto neste artigo aplica-se, igualmente, aos veículos importados,durante o trajeto entre a alfândega ou entreposto alfandegário e o Município de destino.

Art. 133 - É obrigatório o porte do Certificado de Licenciamento Anual.

Art. 134 - No caso de transferência de propriedade, o proprietário antigo deverá encami-nhar ao órgão executivo de trânsito do Estado dentro de um prazo de trinta dias, cópiaautenticada do comprovante de transferência de propriedade, devidamente assinado edatado, sob pena de ter que se responsabilizar solidariamente pelas penalidades impostase suas reincidências até a data da comunicação.

Art. 135 - Os veículos de aluguel, destinados ao transporte individual ou coletivo depassageiros de linhas regulares ou empregados em qualquer serviço remunerado, pararegistro, licenciamento e respectivo emplacamento de característica comercial, deverãoestar devidamente autorizados pelo poder público concedente.

CAPÍTULO XIIIDA CONDUÇÃO DE ESCOLARES

Art. 136 - Os veículos especialmente destinados à condução coletiva de escolares somen-te poderão circular nas vias com autorização emitida pelo órgão ou entidade executivos detrânsito dos Estados e do Distrito Federal, exigindo-se, para tanto:

Arts. 127 a 136

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Código de Trânsito Brasileiro – Lei nº 9.503/1997

I - registro como veículo de passageiros;

II - inspeção semestral para verificação dos equipamentos obrigatórios e de segurança;

III - pintura de faixa horizontal na cor amarela, com quarenta centímetros de largura, àmeia altura, em toda a extensão das partes laterais e traseira da carroçaria, com o dísticoESCOLAR, em preto, sendo que, em caso de veículo de carroçaria pintada na cor amarela,as cores aqui indicadas devem ser invertidas;

IV - equipamento registrador instantâneo inalterável de velocidade e tempo;

V - lanternas de luz branca, fosca ou amarela dispostas nas extremidades da parte superiordianteira e lanternas de luz vermelha dispostas na extremidade superior da parte traseira;

VI - cintos de segurança em número igual à lotação;

VII - outros requisitos e equipamentos obrigatórios estabelecidos pelo CONTRAN.

Art. 137 - A autorização a que se refere o artigo anterior deverá ser afixada na parteinterna do veículo, em local visível, com inscrição da lotação permitida, sendo vedadaa condução de escolares em número superior à capacidade estabelecida pelo fabri-cante.

Art. 138 - O condutor de veículo destinado à condução de escolares deve satisfazer osseguintes requisitos:

I - ter idade superior a vinte e um anos;

II - ser habilitado na categoria D;

III - (Vetado)

IV - não ter cometido nenhuma infração grave ou gravíssima, ou ser reincidente em infra-ções médias durante os doze últimos meses;

V - ser aprovado em curso especializado, nos termos da regulamentação do CONTRAN.

Art. 139 - O disposto neste Capítulo não exclui a competência municipal de aplicar asexigências previstas em seus regulamentos, para o transporte de escolares.

CAPÍTULO XIII-ADA CONDUÇÃO DE MOTO-FRETE

(INCLUÍDO PELA LEI Nº 12.009, DE 2009)

Art. 139-A - As motocicletas e motonetas destinadas ao transporte remunerado de mer-cadorias – moto-frete – somente poderão circular nas vias com autorização emitida peloórgão ou entidade executivo de trânsito dos Estados e do Distrito Federal, exigindo-se,para tanto: (Incluído pela Lei nº 12.009, de 2009)

I - registro como veículo da categoria de aluguel; (Incluído pela Lei nº 12.009, de 2009)

II - instalação de protetor de motor mata-cachorro, fixado no chassi do veículo, destinadoa proteger o motor e a perna do condutor em caso de tombamento, nos termos de regu-lamentação do Conselho Nacional de Trânsito - Contran; (Incluído pela Lei nº 12.009, de2009)

III - instalação de aparador de linha antena corta-pipas, nos termos de regulamentação doContran; (Incluído pela Lei nº 12.009, de 2009)

IV - inspeção semestral para verificação dos equipamentos obrigatórios e de segurança.(Incluído pela Lei nº 12.009, de 2009)

§ 1º - A instalação ou incorporação de dispositivos para transporte de cargas deve estar deacordo com a regulamentação do Contran. (Incluído pela Lei nº 12.009, de 2009)

§ 2º - É proibido o transporte de combustíveis, produtos inflamáveis ou tóxicos e degalões nos veículos de que trata este artigo, com exceção do gás de cozinha e de galões

Arts. 136 a 139-A

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183

Código de Trânsito Brasileiro – Lei nº 9.503/1997

contendo água mineral, desde que com o auxílio de side-car, nos termos de regulamenta-ção do Contran. (Incluído pela Lei nº 12.009, de 2009)

Art. 139-B - O disposto neste Capítulo não exclui a competência municipal ou estadual deaplicar as exigências previstas em seus regulamentos para as atividades de moto-frete noâmbito de suas circunscrições. (Incluído pela Lei nº 12.009, de 2009)

CAPÍTULO XIVDA HABILITAÇÃO

Art. 140 - A habilitação para conduzir veículo automotor e elétrico será apurada por meiode exames que deverão ser realizados junto ao órgão ou entidade executivos do Estado oudo Distrito Federal, do domicílio ou residência do candidato, ou na sede estadual ou distritaldo próprio órgão, devendo o condutor preencher os seguintes requisitos:

I - ser penalmente imputável;

II - saber ler e escrever;

III - possuir Carteira de Identidade ou equivalente.

Parágrafo único - As informações do candidato à habilitação serão cadastradas no RENACH.

Art. 141 - O processo de habilitação, as normas relativas à aprendizagem para conduzirveículos automotores e elétricos e à autorização para conduzir ciclomotores serão regula-mentados pelo CONTRAN.

§ 1º - A autorização para conduzir veículos de propulsão humana e de tração animal ficaráa cargo dos Municípios.

§ 2º - (Vetado)

Art. 142 - O reconhecimento de habilitação obtida em outro país está subordinado àscondições estabelecidas em convenções e acordos internacionais e às normas do CONTRAN.

Art. 143 - Os candidatos poderão habilitar-se nas categorias de A a E, obedecida a seguin-te gradação:

I - Categoria A - condutor de veículo motorizado de duas ou três rodas, com ou sem carrolateral;

II - Categoria B - condutor de veículo motorizado, não abrangido pela categoria A, cujopeso bruto total não exceda a três mil e quinhentos quilogramas e cuja lotação não excedaa oito lugares, excluído o do motorista;

III - Categoria C - condutor de veículo motorizado utilizado em transporte de carga, cujopeso bruto total exceda a três mil e quinhentos quilogramas;

IV - Categoria D - condutor de veículo motorizado utilizado no transporte de passageiros,cuja lotação exceda a oito lugares, excluído o do motorista;

V - Categoria E - condutor de combinação de veículos em que a unidade tratora se enquadrenas Categorias B, C ou D e cuja unidade acoplada, reboque, semi-reboque ou articulada,tenha seis mil quilogramas ou mais de peso bruto total, ou cuja lotação exceda a oitolugares, ou, ainda, seja enquadrado na categoria trailer.

§ 1º - Para habilitar-se na categoria C, o condutor deverá estar habilitado no mínimo háum ano na categoria B e não ter cometido nenhuma infração grave ou gravíssima, ou serreincidente em infrações médias, durante os últimos doze meses.

§ 2º - Aplica-se o disposto no inciso V ao condutor da combinação de veículos com mais deuma unidade tracionada, independentemente da capacidade de tração ou do peso bruto total.

Art. 144 - O trator de roda, o trator de esteira, o trator misto ou o equipamento automotordestinado à movimentação de cargas ou execução de trabalho agrícola, de terraplenagem,

Arts. 139-A a 144

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Código de Trânsito Brasileiro – Lei nº 9.503/1997

de construção ou de pavimentação só podem ser conduzidos na via pública por condutorhabilitado nas categorias C, D ou E.

Art. 145 - Para habilitar-se nas categorias D e E ou para conduzir veículo de transportecoletivo de passageiros, de escolares, de emergência ou de produto perigoso, o candidatodeverá preencher os seguintes requisitos:

I - ser maior de vinte e um anos;

II - estar habilitado:

a) no mínimo há dois anos na categoria B, ou no mínimo há um ano na categoria C, quandopretender habilitar-se na categoria D; e

b) no mínimo há um ano na categoria C, quando pretender habilitar-se na categoria E;

III - não ter cometido nenhuma infração grave ou gravíssima ou ser reincidente em infra-ções médias durante os últimos doze meses;

IV - ser aprovado em curso especializado e em curso de treinamento de prática veicularem situação de risco, nos termos da normatização do CONTRAN.

Art. 146 - Para conduzir veículos de outra categoria o condutor deverá realizar examescomplementares exigidos para habilitação na categoria pretendida.

Art. 147 - O candidato à habilitação deverá submeter-se a exames realizados pelo órgãoexecutivo de trânsito, na seguinte ordem:

I - de aptidão física e mental;

II - (Vetado)

III - escrito, sobre legislação de trânsito;

IV - de noções de primeiros socorros, conforme regulamentação do CONTRAN;

V - de direção veicular, realizado na via pública, em veículo da categoria para a qual estiverhabilitando-se.

§ 1º - Os resultados dos exames e a identificação dos respectivos examinadoresserão registrados no RENACH. (Renumerado do parágrafo único, pela Lei nº 9.602,de 1998)

§ 2º - O exame de aptidão física e mental será preliminar e renovável a cada cinco anos,ou a cada três anos para condutores com mais de sessenta e cinco anos de idade, no localde residência ou domicílio do examinado. (Incluído pela Lei nº 9.602, de 1998)

§ 3º - O exame previsto no § 2º incluirá avaliação psicológica preliminar e complementarsempre que a ele se submeter o condutor que exerce atividade remunerada ao veículo,incluindo-se esta avaliação para os demais candidatos apenas no exame referente à pri-meira habilitação. (Redação dada pela Lei nº 10.350, de 2001)

§ 4º - Quando houver indícios de deficiência física, mental, ou de progressividade de doençaque possa diminuir a capacidade para conduzir o veículo, o prazo previsto no § 2º poderá serdiminuído por proposta do perito examinador.  (Incluído pela Lei nº 9.602, de 1998)

§ 5º - O condutor que exerce atividade remunerada ao veículo terá essa informação incluídana sua Carteira Nacional de Habilitação, conforme especificações do Conselho Nacional deTrânsito – Contran. (Incluído pela Lei nº 10.350, de 2001)

Art. 148 - Os exames de habilitação, exceto os de direção veicular, poderão seraplicados por entidades públicas ou privadas credenciadas pelo órgão executivo detrânsito dos Estados e do Distrito Federal, de acordo com as normas estabelecidaspelo CONTRAN.

§ 1º - A formação de condutores deverá incluir, obrigatoriamente, curso de direçãodefensiva e de conceitos básicos de proteção ao meio ambiente relacionados com otrânsito.

§ 2º - Ao candidato aprovado será conferida Permissão para Dirigir, com validade de um ano.

Arts. 144 a 148

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Código de Trânsito Brasileiro – Lei nº 9.503/1997

§ 3º - A Carteira Nacional de Habilitação será conferida ao condutor no término de um ano,desde que o mesmo não tenha cometido nenhuma infração de natureza grave ou gravíssimaou seja reincidente em infração média.

§ 4º - A não obtenção da Carteira Nacional de Habilitação, tendo em vista a incapacidadede atendimento do disposto no parágrafo anterior, obriga o candidato a reiniciar todo oprocesso de habilitação.

§ 5º - O Conselho Nacional de Trânsito - CONTRAN poderá dispensar os tripulantes deaeronaves que apresentarem o cartão de saúde expedido pelas Forças Armadas ou peloDepartamento de Aeronáutica Civil, respectivamente, da prestação do exame de aptidãofísica e mental. (Incluído pela Lei nº 9.602, de 1998)

Art. 149 - (Vetado)

Art. 150 - Ao renovar os exames previstos no artigo anterior, o condutor que não tenhacurso de direção defensiva e primeiros socorros deverá a eles ser submetido, conformenormatização do CONTRAN.

Parágrafo único - A empresa que utiliza condutores contratados para operar a sua frota deveículos é obrigada a fornecer curso de direção defensiva, primeiros socorros e outrosconforme normatização do CONTRAN.

Art. 151 - No caso de reprovação no exame escrito sobre legislação de trânsito ou dedireção veicular, o candidato só poderá repetir o exame depois de decorridos quinze diasda divulgação do resultado.

Art. 152 - O exame de direção veicular será realizado perante uma comissão integradapor três membros designados pelo dirigente do órgão executivo local de trânsito, para operíodo de um ano, permitida a recondução por mais um período de igual duração.

§ 1º - Na comissão de exame de direção veicular, pelo menos um membro deverá serhabilitado na categoria igual ou superior à pretendida pelo candidato.

§ 2º - Os militares das Forças Armadas e Auxiliares que possuírem curso de formação decondutor, ministrado em suas corporações, serão dispensados, para a concessão da Car-teira Nacional de Habilitação, dos exames a que se houverem submetido com aprovaçãonaquele curso, desde que neles sejam observadas as normas estabelecidas pelo CONTRAN.

§ 3º - O militar interessado instruirá seu requerimento com ofício do Comandante, Chefeou Diretor da organização militar em que servir, do qual constarão: o número do registrode identificação, naturalidade, nome, filiação, idade e categoria em que se habilitou aconduzir, acompanhado de cópias das atas dos exames prestados.

§ 4º - (Vetado)

Art. 153 - O candidato habilitado terá em seu prontuário a identificação de seus instruto-res e examinadores, que serão passíveis de punição conforme regulamentação a serestabelecida pelo CONTRAN.

Parágrafo único - As penalidades aplicadas aos instrutores e examinadores serão de adver-tência, suspensão e cancelamento da autorização para o exercício da atividade, conformea falta cometida.

Art. 154 - Os veículos destinados à formação de condutores serão identificados por umafaixa amarela, de vinte centímetros de largura, pintada ao longo da carroçaria, à meiaaltura, com a inscrição AUTO-ESCOLA na cor preta.

Parágrafo único - No veículo eventualmente utilizado para aprendizagem, quando auto-rizado para servir a esse fim, deverá ser afixada ao longo de sua carroçaria, à meiaaltura, faixa branca removível, de vinte centímetros de largura, com a inscrição AUTO--ESCOLA na cor preta.

Art. 155 - A formação de condutor de veículo automotor e elétrico será realizada porinstrutor autorizado pelo órgão executivo de trânsito dos Estados ou do Distrito Federal,pertencente ou não à entidade credenciada.

Arts. 148 a 155

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Código de Trânsito Brasileiro – Lei nº 9.503/1997

Parágrafo único - Ao aprendiz será expedida autorização para aprendizagem, de acordocom a regulamentação do CONTRAN, após aprovação nos exames de aptidão física, mental,de primeiros socorros e sobre legislação de trânsito. (Incluído pela Lei nº 9.602, de 1998)

Art. 156 - O CONTRAN regulamentará o credenciamento para prestação de serviço pelasauto-escolas e outras entidades destinadas à formação de condutores e às exigênciasnecessárias para o exercício das atividades de instrutor e examinador.

Art. 157 - (Vetado)

Art. 158 - A aprendizagem só poderá realizar-se: (Vide Lei nº 12.217, de 2010) Vigência

I - nos termos, horários e locais estabelecidos pelo órgão executivo de trânsito;

II - acompanhado o aprendiz por instrutor autorizado.

§ 1º - Além do aprendiz e do instrutor, o veículo utilizado na aprendizagem poderá conduzirapenas mais um acompanhante. (Renumerado do parágrafo único pela Lei nº 12.217, de 2010).

§ 2o - Parte da aprendizagem será obrigatoriamente realizada durante a noite, cabendo aoCONTRAN fixar-lhe a carga horária mínima correspondente. (Incluído pela Lei nº 12.217, de2010).

Art. 159 - A Carteira Nacional de Habilitação, expedida em modelo único e de acordo comas especificações do CONTRAN, atendidos os pré-requisitos estabelecidos neste Código,conterá fotografia, identificação e CPF do condutor, terá fé pública e equivalerá a documentode identidade em todo o território nacional.

§ 1º - É obrigatório o porte da Permissão para Dirigir ou da Carteira Nacional de Habilita-ção quando o condutor estiver à direção do veículo.

§ 2º - (Vetado)

§ 3º - A emissão de nova via da Carteira Nacional de Habilitação será regulamentada peloCONTRAN.

§ 4º - (Vetado)

§ 5º - A Carteira Nacional de Habilitação e a Permissão para Dirigir somente terão validadepara a condução de veículo quando apresentada em original.

§ 6º - A identificação da Carteira Nacional de Habilitação expedida e a da autoridadeexpedidora serão registradas no RENACH.

§ 7º - A cada condutor corresponderá um único registro no RENACH, agregando-se nestetodas as informações.

§ 8º - A renovação da validade da Carteira Nacional de Habilitação ou a emissão de uma novavia somente será realizada após quitação de débitos constantes do prontuário do condutor.

§ 9º - (Vetado)

§ 10 - A validade da Carteira Nacional de Habilitação está condicionada ao prazo de vigên-cia do exame de aptidão física e mental. (Incluído pela Lei nº 9.602, de 1998)

§ 11 - A Carteira Nacional de Habilitação, expedida na vigência do Código anterior, serásubstituída por ocasião do vencimento do prazo para revalidação do exame de aptidãofísica e mental, ressalvados os casos especiais previstos nesta Lei. (Incluído pela Leinº 9.602, de 1998)

Art. 160 - O condutor condenado por delito de trânsito deverá ser submetido a novosexames para que possa voltar a dirigir, de acordo com as normas estabelecidas peloCONTRAN, independentemente do reconhecimento da prescrição, em face da pena con-cretizada na sentença.

§ 1º - Em caso de acidente grave, o condutor nele envolvido poderá ser submetido aosexames exigidos neste artigo, a juízo da autoridade executiva estadual de trânsito, asse-gurada ampla defesa ao condutor.

Arts. 155 a 160

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Código de Trânsito Brasileiro – Lei nº 9.503/1997

§ 2º - No caso do parágrafo anterior, a autoridade executiva estadual de trânsito poderáapreender o documento de habilitação do condutor até a sua aprovação nos exames realizados.

CAPÍTULO XVDAS INFRAÇÕES

Art. 161 - Constitui infração de trânsito a inobservância de qualquer preceito deste Códi-go, da legislação complementar ou das resoluções do CONTRAN, sendo o infrator sujeitoàs penalidades e medidas administrativas indicadas em cada artigo, além das puniçõesprevistas no Capítulo XIX.

Parágrafo único - As infrações cometidas em relação às resoluções do CONTRAN terão suaspenalidades e medidas administrativas definidas nas próprias resoluções.

Art. 162 - Dirigir veículo:

I - sem possuir Carteira Nacional de Habilitação ou Permissão para Dirigir:

Infração - gravíssima;

Penalidade - multa (três vezes) e apreensão do veículo;

II - com Carteira Nacional de Habilitação ou Permissão para Dirigir cassada ou com sus-pensão do direito de dirigir:

Infração - gravíssima;

Penalidade - multa (cinco vezes) e apreensão do veículo;

III - com Carteira Nacional de Habilitação ou Permissão para Dirigir de categoria diferenteda do veículo que esteja conduzindo:

Infração - gravíssima;

Penalidade - multa (três vezes) e apreensão do veículo;

Medida administrativa - recolhimento do documento de habilitação;

IV - (Vetado)

V - com validade da Carteira Nacional de Habilitação vencida há mais de trinta dias:

Infração - gravíssima;

Penalidade - multa;

Medida administrativa - recolhimento da Carteira Nacional de Habilitação e retenção doveículo até a apresentação de condutor habilitado;

VI - sem usar lentes corretoras de visão, aparelho auxiliar de audição, de prótese física ou asadaptações do veículo impostas por ocasião da concessão ou da renovação da licença para conduzir:

Infração - gravíssima;

Penalidade - multa;

Medida administrativa - retenção do veículo até o saneamento da irregularidade ou apre-sentação de condutor habilitado.

Art. 163 - Entregar a direção do veículo a pessoa nas condições previstas no artigo anterior:

Infração - as mesmas previstas no artigo anterior;

Penalidade - as mesmas previstas no artigo anterior;

Medida administrativa - a mesma prevista no inciso III do artigo anterior.

Art. 164 - Permitir que pessoa nas condições referidas nos incisos do art. 162 tome possedo veículo automotor e passe a conduzi-lo na via:

Infração - as mesmas previstas nos incisos do art. 162;

Arts. 160 a 164

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Código de Trânsito Brasileiro – Lei nº 9.503/1997

Penalidade - as mesmas previstas no art. 162;

Medida administrativa - a mesma prevista no inciso III do art. 162.

Art. 165 - Dirigir sob a influência de álcool ou de qualquer outra substância psicoativa quedetermine dependência: (Redação dada pela Lei nº 11.705, de 2008)

Infração - gravíssima; (Redação dada pela Lei nº 11.705, de 2008)

Penalidade - multa (cinco vezes) e suspensão do direito de dirigir por 12 (doze) meses;(Redação dada pela Lei nº 11.705, de 2008)

Medida Administrativa - retenção do veículo até a apresentação de condutor habilitado erecolhimento do documento de habilitação. (Redação dada pela Lei nº 11.705, de 2008)

Parágrafo único - A embriaguez também poderá ser apurada na forma do art. 277.

Art. 166 - Confiar ou entregar a direção de veículo a pessoa que, mesmo habilitada, porseu estado físico ou psíquico, não estiver em condições de dirigi-lo com segurança:

Infração - gravíssima;

Penalidade - multa.

Art. 167 - Deixar o condutor ou passageiro de usar o cinto de segurança, conformeprevisto no art. 65:

Infração - grave;

Penalidade - multa;

Medida administrativa - retenção do veículo até colocação do cinto pelo infrator.

Art. 168 - Transportar crianças em veículo automotor sem observância das normas desegurança especiais estabelecidas neste Código:

Infração - gravíssima;

Penalidade - multa;

Medida administrativa - retenção do veículo até que a irregularidade seja sanada.

Art. 169 - Dirigir sem atenção ou sem os cuidados indispensáveis à segurança:

Infração - leve;

Penalidade - multa.

Art. 170 - Dirigir ameaçando os pedestres que estejam atravessando a via pública, ou osdemais veículos:

Infração - gravíssima;

Penalidade - multa e suspensão do direito de dirigir;

Medida administrativa - retenção do veículo e recolhimento do documento de habilitação.

Art. 171 - Usar o veículo para arremessar, sobre os pedestres ou veículos, água ou detritos:

Infração - média;

Penalidade - multa.

Art. 172 - Atirar do veículo ou abandonar na via objetos ou substâncias:

Infração - média;

Penalidade - multa.

Art. 173 - Disputar corrida por espírito de emulação:

Infração - gravíssima;

Penalidade - multa (três vezes), suspensão do direito de dirigir e apreensão do veículo;

Medida administrativa - recolhimento do documento de habilitação e remoção do veículo.

Art. 174 - Promover, na via, competição esportiva, eventos organizados, exibição e de-monstração de perícia em manobra de veículo, ou deles participar, como condutor, sempermissão da autoridade de trânsito com circunscrição sobre a via:

Arts. 164 a 174

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189

Código de Trânsito Brasileiro – Lei nº 9.503/1997

Infração - gravíssima;

Penalidade - multa (cinco vezes), suspensão do direito de dirigir e apreensão do veículo;

Medida administrativa - recolhimento do documento de habilitação e remoção doveículo.

Parágrafo único - As penalidades são aplicáveis aos promotores e aos condutores participantes.

Art. 175 - Utilizar-se de veículo para, em via pública, demonstrar ou exibir manobra perigo-sa, arrancada brusca, derrapagem ou frenagem com deslizamento ou arrastamento de pneus:

Infração - gravíssima;

Penalidade - multa, suspensão do direito de dirigir e apreensão do veículo;

Medida administrativa - recolhimento do documento de habilitação e remoção do veículo.

Art. 176 - Deixar o condutor envolvido em acidente com vítima:

I - de prestar ou providenciar socorro à vítima, podendo fazê-lo;

II - de adotar providências, podendo fazê-lo, no sentido de evitar perigo para o trânsito no local;

III - de preservar o local, de forma a facilitar os trabalhos da polícia e da perícia;

IV - de adotar providências para remover o veículo do local, quando determinadas porpolicial ou agente da autoridade de trânsito;

V - de identificar-se ao policial e de lhe prestar informações necessárias à confecção doboletim de ocorrência:

Infração - gravíssima;

Penalidade - multa (cinco vezes) e suspensão do direito de dirigir;

Medida administrativa - recolhimento do documento de habilitação.

Art. 177 - Deixar o condutor de prestar socorro à vítima de acidente de trânsito quandosolicitado pela autoridade e seus agentes:

Infração - grave;

Penalidade - multa.

Art. 178 - Deixar o condutor, envolvido em acidente sem vítima, de adotar providênciaspara remover o veículo do local, quando necessária tal medida para assegurar a segurançae a fluidez do trânsito:

Infração - média;

Penalidade - multa.

Art. 179 - Fazer ou deixar que se faça reparo em veículo na via pública, salvo nos casos deimpedimento absoluto de sua remoção e em que o veículo esteja devidamente sinalizado:

I - em pista de rolamento de rodovias e vias de trânsito rápido:

Infração - grave;

Penalidade - multa;

Medida administrativa - remoção do veículo;

II - nas demais vias:

Infração - leve;

Penalidade - multa.

Art. 180 - Ter seu veículo imobilizado na via por falta de combustível:

Infração - média;

Penalidade - multa;

Arts. 174 a 180

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190

Código de Trânsito Brasileiro – Lei nº 9.503/1997

Medida administrativa - remoção do veículo.

Art. 181 - Estacionar o veículo:

I - nas esquinas e a menos de cinco metros do bordo do alinhamento da via transversal:

Infração - média;

Penalidade - multa;

Medida administrativa - remoção do veículo;

II - afastado da guia da calçada (meio-fio) de cinqüenta centímetros a um metro:

Infração - leve;

Penalidade - multa;

Medida administrativa - remoção do veículo;

III - afastado da guia da calçada (meio-fio) a mais de um metro:

Infração - grave;

Penalidade - multa;

Medida administrativa - remoção do veículo;

IV - em desacordo com as posições estabelecidas neste Código:

Infração - média;

Penalidade - multa;

Medida administrativa - remoção do veículo;

V - na pista de rolamento das estradas, das rodovias, das vias de trânsito rápido e das viasdotadas de acostamento:

Infração - gravíssima;

Penalidade - multa;

Medida administrativa - remoção do veículo;

VI - junto ou sobre hidrantes de incêndio, registro de água ou tampas de poços de visita degalerias subterrâneas, desde que devidamente identificados, conforme especificação doCONTRAN:

Infração - média;

Penalidade - multa;

Medida administrativa - remoção do veículo;

VII - nos acostamentos, salvo motivo de força maior:

Infração - leve;

Penalidade - multa;

Medida administrativa - remoção do veículo;

VIII - no passeio ou sobre faixa destinada a pedestre, sobre ciclovia ou ciclofaixa, bemcomo nas ilhas, refúgios, ao lado ou sobre canteiros centrais, divisores de pista de rola-mento, marcas de canalização, gramados ou jardim público:

Infração - grave;

Penalidade - multa;

Medida administrativa - remoção do veículo;

IX - onde houver guia de calçada (meio-fio) rebaixada destinada à entrada ou saída deveículos:

Arts. 180 a 181

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191

Código de Trânsito Brasileiro – Lei nº 9.503/1997

Infração - média;

Penalidade - multa;

Medida administrativa - remoção do veículo;

X - impedindo a movimentação de outro veículo:

Infração - média;

Penalidade - multa;

Medida administrativa - remoção do veículo;

XI - ao lado de outro veículo em fila dupla:

Infração - grave;

Penalidade - multa;

Medida administrativa - remoção do veículo;

XII - na área de cruzamento de vias, prejudicando a circulação de veículos e pedestres:

Infração - grave;

Penalidade - multa;

Medida administrativa - remoção do veículo;

XIII - onde houver sinalização horizontal delimitadora de ponto de embarque ou desem-barque de passageiros de transporte coletivo ou, na inexistência desta sinalização, nointervalo compreendido entre dez metros antes e depois do marco do ponto:

Infração - média;

Penalidade - multa;

Medida administrativa - remoção do veículo;

XIV - nos viadutos, pontes e túneis:

Infração - grave;

Penalidade - multa;

Medida administrativa - remoção do veículo;

XV - na contramão de direção:

Infração - média;

Penalidade - multa;

XVI - em aclive ou declive, não estando devidamente freado e sem calço de segurança,quando se tratar de veículo com peso bruto total superior a três mil e quinhentos quilogramas:

Infração - grave;

Penalidade - multa;

Medida administrativa - remoção do veículo;

XVII - em desacordo com as condições regulamentadas especificamente pela sinalização(placa - Estacionamento Regulamentado):

Infração - leve;

Penalidade - multa;

Medida administrativa - remoção do veículo;

XVIII - em locais e horários proibidos especificamente pela sinalização (placa - ProibidoEstacionar):

Infração - média;

Art. 181

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192

Código de Trânsito Brasileiro – Lei nº 9.503/1997

Penalidade - multa;

Medida administrativa - remoção do veículo;

XIX - em locais e horários de estacionamento e parada proibidos pela sinalização (placa -Proibido Parar e Estacionar):

Infração - grave;

Penalidade - multa;

Medida administrativa - remoção do veículo.

§ 1º - Nos casos previstos neste artigo, a autoridade de trânsito aplicará a penalidadepreferencialmente após a remoção do veículo.

§ 2º - No caso previsto no inciso XVI é proibido abandonar o calço de segurança na via.

Art. 182 - Parar o veículo:

I - nas esquinas e a menos de cinco metros do bordo do alinhamento da via transversal:

Infração - média;

Penalidade - multa;

II - afastado da guia da calçada (meio-fio) de cinqüenta centímetros a um metro:

Infração - leve;

Penalidade - multa;

III - afastado da guia da calçada (meio-fio) a mais de um metro:

Infração - média;

Penalidade - multa;

IV - em desacordo com as posições estabelecidas neste Código:

Infração - leve;

Penalidade - multa;

V - na pista de rolamento das estradas, das rodovias, das vias de trânsito rápido e dasdemais vias dotadas de acostamento:

Infração - grave;

Penalidade - multa;

VI - no passeio ou sobre faixa destinada a pedestres, nas ilhas, refúgios, canteiros centraise divisores de pista de rolamento e marcas de canalização:

Infração - leve;

Penalidade - multa;

VII - na área de cruzamento de vias, prejudicando a circulação de veículos e pedestres:

Infração - média;

Penalidade - multa;

VIII - nos viadutos, pontes e túneis:

Infração - média;

Penalidade - multa;

IX - na contramão de direção:

Infração - média;

Penalidade - multa;

X - em local e horário proibidos especificamente pela sinalização (placa - Proibido Parar):

Arts. 181 a 182

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193

Código de Trânsito Brasileiro – Lei nº 9.503/1997

Infração - média;

Penalidade - multa.

Art. 183 - Parar o veículo sobre a faixa de pedestres na mudança de sinal luminoso:

Infração - média;

Penalidade - multa.

Art. 184 - Transitar com o veículo:

I - na faixa ou pista da direita, regulamentada como de circulação exclusiva para determi-nado tipo de veículo, exceto para acesso a imóveis lindeiros ou conversões à direita:

Infração - leve;

Penalidade - multa;

II - na faixa ou pista da esquerda regulamentada como de circulação exclusiva para deter-minado tipo de veículo:

Infração - grave;

Penalidade - multa.

Art. 185 - Quando o veículo estiver em movimento, deixar de conservá-lo:

I - na faixa a ele destinada pela sinalização de regulamentação, exceto em situações deemergência;

II - nas faixas da direita, os veículos lentos e de maior porte:

Infração - média;

Penalidade - multa.

Art. 186 - Transitar pela contramão de direção em:

I - vias com duplo sentido de circulação, exceto para ultrapassar outro veículo e apenas pelotempo necessário, respeitada a preferência do veículo que transitar em sentido contrário:

Infração - grave;

Penalidade - multa;

II - vias com sinalização de regulamentação de sentido único de circulação:

Infração - gravíssima;

Penalidade - multa.

Art. 187 - Transitar em locais e horários não permitidos pela regulamentação estabelecidapela autoridade competente: 

I - para todos os tipos de veículos:

Infração - média;

Penalidade - multa;

II - (Revogado pela Lei nº 9.602, de 1998)

Art. 188 - Transitar ao lado de outro veículo, interrompendo ou perturbando o trânsito:

Infração - média;

Penalidade - multa.

Art. 189 - Deixar de dar passagem aos veículos precedidos de batedores, de socorro deincêndio e salvamento, de polícia, de operação e fiscalização de trânsito e às ambulâncias,quando em serviço de urgência e devidamente identificados por dispositivos regulamenta-dos de alarme sonoro e iluminação vermelha intermitentes:

Infração - gravíssima;

Arts. 182 a 189

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194

Código de Trânsito Brasileiro – Lei nº 9.503/1997

Penalidade - multa.

Art. 190 - Seguir veículo em serviço de urgência, estando este com prioridade de passa-gem devidamente identificada por dispositivos regulamentares de alarme sonoro e ilumi-nação vermelha intermitentes:

Infração - grave;

Penalidade - multa.

Art. 191 - Forçar passagem entre veículos que, transitando em sentidos opostos, estejamna iminência de passar um pelo outro ao realizar operação de ultrapassagem:

Infração - gravíssima;

Penalidade - multa.

Art. 192 - Deixar de guardar distância de segurança lateral e frontal entre o seu veículo eos demais, bem como em relação ao bordo da pista, considerando-se, no momento, avelocidade, as condições climáticas do local da circulação e do veículo:

Infração - grave;

Penalidade - multa.

Art. 193 - Transitar com o veículo em calçadas, passeios, passarelas, ciclovias, ciclofaixas,ilhas, refúgios, ajardinamentos, canteiros centrais e divisores de pista de rolamento, acos-tamentos, marcas de canalização, gramados e jardins públicos:

Infração - gravíssima;

Penalidade - multa (três vezes).

Art. 194 - Transitar em marcha à ré, salvo na distância necessária a pequenas manobrase de forma a não causar riscos à segurança:

Infração - grave;

Penalidade - multa.

Art. 195 - Desobedecer às ordens emanadas da autoridade competente de trânsito ou deseus agentes:

Infração - grave;

Penalidade - multa.

Art. 196 - Deixar de indicar com antecedência, mediante gesto regulamentar de braço ouluz indicadora de direção do veículo, o início da marcha, a realização da manobra de pararo veículo, a mudança de direção ou de faixa de circulação:

Infração - grave;

Penalidade - multa.

Art. 197 - Deixar de deslocar, com antecedência, o veículo para a faixa mais à esquerda ou maisà direita, dentro da respectiva mão de direção, quando for manobrar para um desses lados:

Infração - média;

Penalidade - multa.

Art. 198 - Deixar de dar passagem pela esquerda, quando solicitado:

Infração - média;

Penalidade - multa.

Art. 199 - Ultrapassar pela direita, salvo quando o veículo da frente estiver colocado nafaixa apropriada e der sinal de que vai entrar à esquerda:

Infração - média;

Arts. 189 a 199

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195

Código de Trânsito Brasileiro – Lei nº 9.503/1997

Penalidade - multa.

Art. 200 - Ultrapassar pela direita veículo de transporte coletivo ou de escolares, paradopara embarque ou desembarque de passageiros, salvo quando houver refúgio de seguran-ça para o pedestre:

Infração - gravíssima;

Penalidade - multa.

Art. 201 - Deixar de guardar a distância lateral de um metro e cinqüenta centímetros aopassar ou ultrapassar bicicleta:

Infração - média;

Penalidade - multa.

Art. 202 - Ultrapassar outro veículo:

I - pelo acostamento;

II - em interseções e passagens de nível;

Infração - grave;

Penalidade - multa.

Art. 203 - Ultrapassar pela contramão outro veículo:

I - nas curvas, aclives e declives, sem visibilidade suficiente;

II - nas faixas de pedestre;

III - nas pontes, viadutos ou túneis;

IV - parado em fila junto a sinais luminosos, porteiras, cancelas, cruzamentos ou qualqueroutro impedimento à livre circulação;

V - onde houver marcação viária longitudinal de divisão de fluxos opostos do tipo linhadupla contínua ou simples contínua amarela:

Infração - gravíssima;

Penalidade - multa.

Art. 204 - Deixar de parar o veículo no acostamento à direita, para aguardar a oportuni-dade de cruzar a pista ou entrar à esquerda, onde não houver local apropriado paraoperação de retorno:

Infração - grave;

Penalidade - multa.

Art. 205 - Ultrapassar veículo em movimento que integre cortejo, préstito, desfile e for-mações militares, salvo com autorização da autoridade de trânsito ou de seus agentes:

Infração - leve;

Penalidade - multa.

Art. 206 - Executar operação de retorno:

I - em locais proibidos pela sinalização;

II - nas curvas, aclives, declives, pontes, viadutos e túneis;

III - passando por cima de calçada, passeio, ilhas, ajardinamento ou canteiros de divisõesde pista de rolamento, refúgios e faixas de pedestres e nas de veículos não motorizados;

IV - nas interseções, entrando na contramão de direção da via transversal;

V - com prejuízo da livre circulação ou da segurança, ainda que em locais permitidos:

Infração - gravíssima;

Arts. 199 a 206

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196

Código de Trânsito Brasileiro – Lei nº 9.503/1997

Penalidade - multa.

Art. 207 - Executar operação de conversão à direita ou à esquerda em locais proibidospela sinalização:

Infração - grave;

Penalidade - multa.

Art. 208 - Avançar o sinal vermelho do semáforo ou o de parada obrigatória:

Infração - gravíssima;

Penalidade - multa.

Art. 209 - Transpor, sem autorização, bloqueio viário com ou sem sinalização ou disposi-tivos auxiliares, deixar de adentrar às áreas destinadas à pesagem de veículos ou evadir-separa não efetuar o pagamento do pedágio:

Infração - grave;

Penalidade - multa.

Art. 210 - Transpor, sem autorização, bloqueio viário policial:

Infração - gravíssima;

Penalidade - multa, apreensão do veículo e suspensão do direito de dirigir;

Medida administrativa - remoção do veículo e recolhimento do documento de habilitação.

Art. 211 - Ultrapassar veículos em fila, parados em razão de sinal luminoso, cancela, blo-queio viário parcial ou qualquer outro obstáculo, com exceção dos veículos não motorizados:

Infração - grave;

Penalidade - multa.

Art. 212 - Deixar de parar o veículo antes de transpor linha férrea:

Infração - gravíssima;

Penalidade - multa.

Art. 213 - Deixar de parar o veículo sempre que a respectiva marcha for interceptada:

I - por agrupamento de pessoas, como préstitos, passeatas, desfiles e outros:

Infração - gravíssima;

Penalidade - multa.

II - por agrupamento de veículos, como cortejos, formações militares e outros:

Infração - grave;

Penalidade - multa.

Art. 214 - Deixar de dar preferência de passagem a pedestre e a veículo não motorizado:

I - que se encontre na faixa a ele destinada;

II - que não haja concluído a travessia mesmo que ocorra sinal verde para o veículo;

III - portadores de deficiência física, crianças, idosos e gestantes:

Infração - gravíssima;

Penalidade - multa.

IV - quando houver iniciado a travessia mesmo que não haja sinalização a ele destinada;

V - que esteja atravessando a via transversal para onde se dirige o veículo:

Infração - grave;

Penalidade - multa.

Arts. 206 a 214

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197

Código de Trânsito Brasileiro – Lei nº 9.503/1997

Art. 215 - Deixar de dar preferência de passagem:

I - em interseção não sinalizada:

a) a veículo que estiver circulando por rodovia ou rotatória;

b) a veículo que vier da direita;

II - nas interseções com sinalização de regulamentação de Dê a Preferência:

Infração - grave;

Penalidade - multa.

Art. 216 - Entrar ou sair de áreas lindeiras sem estar adequadamente posicionado paraingresso na via e sem as precauções com a segurança de pedestres e de outros veículos:

Infração - média;

Penalidade - multa.

Art. 217 - Entrar ou sair de fila de veículos estacionados sem dar preferência de passa-gem a pedestres e a outros veículos:

Infração - média;

Penalidade - multa.

Art. 218 - Transitar em velocidade superior à máxima permitida para o local, medida porinstrumento ou equipamento hábil, em rodovias, vias de trânsito rápido, vias arteriais edemais vias: (Redação dada pela Lei nº 11.334, de 2006)

I - quando a velocidade for superior à máxima em até 20% (vinte por cento): (Redaçãodada pela Lei nº 11.334, de 2006)

Infração - média; (Redação dada pela Lei nº 11.334, de 2006)

Penalidade - multa; (Redação dada pela Lei nº 11.334, de 2006)

II - quando a velocidade for superior à máxima em mais de 20% (vinte por cento) até 50%(cinqüenta por cento): (Redação dada pela Lei nº 11.334, de 2006)

Infração - grave; (Redação dada pela Lei nº 11.334, de 2006)

Penalidade - multa; (Redação dada pela Lei nº 11.334, de 2006)

III - quando a velocidade for superior à máxima em mais de 50% (cinqüenta por cento):(Incluído pela Lei nº 11.334, de 2006)

Infração - gravíssima; (Incluído pela Lei nº 11.334, de 2006)

Penalidade - multa [3 (três) vezes], suspensão imediata do direito de dirigir e apreensãodo documento de habilitação. (Incluído pela Lei nº 11.334, de 2006)

Art. 219 - Transitar com o veículo em velocidade inferior à metade da velocidade máximaestabelecida para a via, retardando ou obstruindo o trânsito, a menos que as condições detráfego e meteorológicas não o permitam, salvo se estiver na faixa da direita:

Infração - média;

Penalidade - multa.

Art. 220 - Deixar de reduzir a velocidade do veículo de forma compatível com a segurançado trânsito:

I - quando se aproximar de passeatas, aglomerações, cortejos, préstitos e desfiles:

Infração - gravíssima;

Penalidade - multa;

II - nos locais onde o trânsito esteja sendo controlado pelo agente da autoridade detrânsito, mediante sinais sonoros ou gestos;

Arts. 215 a 220

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198

Código de Trânsito Brasileiro – Lei nº 9.503/1997

III - ao aproximar-se da guia da calçada (meio-fio) ou acostamento;

IV - ao aproximar-se de ou passar por interseção não sinalizada;

V - nas vias rurais cuja faixa de domínio não esteja cercada;

VI - nos trechos em curva de pequeno raio;

VII - ao aproximar-se de locais sinalizados com advertência de obras ou trabalhadores na pista;

VIII - sob chuva, neblina, cerração ou ventos fortes;

IX - quando houver má visibilidade;

X - quando o pavimento se apresentar escorregadio, defeituoso ou avariado;

XI - à aproximação de animais na pista;

XII - em declive;

XIII - ao ultrapassar ciclista:

Infração - grave;

Penalidade - multa;

XIV - nas proximidades de escolas, hospitais, estações de embarque e desembarque depassageiros ou onde haja intensa movimentação de pedestres:

Infração - gravíssima;

Penalidade - multa.

Art. 221 - Portar no veículo placas de identificação em desacordo com as especificações emodelos estabelecidos pelo CONTRAN:

Infração - média;

Penalidade - multa;

Medida administrativa - retenção do veículo para regularização e apreensão das placas irregulares.

Parágrafo único - Incide na mesma penalidade aquele que confecciona, distribui ou coloca, emveículo próprio ou de terceiros, placas de identificação não autorizadas pela regulamentação.

Art. 222 - Deixar de manter ligado, nas situações de atendimento de emergência, osistema de iluminação vermelha intermitente dos veículos de polícia, de socorro de incên-dio e salvamento, de fiscalização de trânsito e das ambulâncias, ainda que parados:

Infração - média;

Penalidade - multa.

Art. 223 - Transitar com o farol desregulado ou com o facho de luz alta de forma aperturbar a visão de outro condutor:

Infração - grave;

Penalidade - multa;

Medida administrativa - retenção do veículo para regularização.

Art. 224 - Fazer uso do facho de luz alta dos faróis em vias providas de iluminação pública:

Infração - leve;

Penalidade - multa.

Art. 225 - Deixar de sinalizar a via, de forma a prevenir os demais condutores e, à noite,não manter acesas as luzes externas ou omitir-se quanto a providências necessárias paratornar visível o local, quando:

I - tiver de remover o veículo da pista de rolamento ou permanecer no acostamento;

II - a carga for derramada sobre a via e não puder ser retirada imediatamente:

Arts. 220 a 225

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199

Código de Trânsito Brasileiro – Lei nº 9.503/1997

Infração - grave;

Penalidade - multa.

Art. 226 - Deixar de retirar todo e qualquer objeto que tenha sido utilizado para sinaliza-ção temporária da via:

Infração - média;

Penalidade - multa.

Art. 227 - Usar buzina:

I - em situação que não a de simples toque breve como advertência ao pedestre ou acondutores de outros veículos;

II - prolongada e sucessivamente a qualquer pretexto;

III - entre as vinte e duas e as seis horas;

IV - em locais e horários proibidos pela sinalização;

V - em desacordo com os padrões e freqüências estabelecidas pelo CONTRAN:

Infração - leve;

Penalidade - multa.

Art. 228 - Usar no veículo equipamento com som em volume ou freqüência que não sejamautorizados pelo CONTRAN:

Infração - grave;

Penalidade - multa;

Medida administrativa - retenção do veículo para regularização.

Art. 229 - Usar indevidamente no veículo aparelho de alarme ou que produza sons e ruídoque perturbem o sossego público, em desacordo com normas fixadas pelo CONTRAN:

Infração - média;

Penalidade - multa e apreensão do veículo;

Medida administrativa - remoção do veículo.

Art. 230 - Conduzir o veículo:

I - com o lacre, a inscrição do chassi, o selo, a placa ou qualquer outro elemento deidentificação do veículo violado ou falsificado;

II - transportando passageiros em compartimento de carga, salvo por motivo de forçamaior, com permissão da autoridade competente e na forma estabelecida pelo CONTRAN;

III - com dispositivo anti-radar;

IV - sem qualquer uma das placas de identificação;

V - que não esteja registrado e devidamente licenciado;

VI - com qualquer uma das placas de identificação sem condições de legibilidade e visibilidade:

Infração - gravíssima;

Penalidade - multa e apreensão do veículo;

Medida administrativa - remoção do veículo;

VII - com a cor ou característica alterada;

VIII - sem ter sido submetido à inspeção de segurança veicular, quando obrigatória;

IX - sem equipamento obrigatório ou estando este ineficiente ou inoperante;

X - com equipamento obrigatório em desacordo com o estabelecido pelo CONTRAN;

Arts. 225 a 230

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200

Código de Trânsito Brasileiro – Lei nº 9.503/1997

XI - com descarga livre ou silenciador de motor de explosão defeituoso, deficiente ouinoperante;

XII - com equipamento ou acessório proibido;

XIII - com o equipamento do sistema de iluminação e de sinalização alterados;

XIV - com registrador instantâneo inalterável de velocidade e tempo viciado ou defeituoso,quando houver exigência desse aparelho;

XV - com inscrições, adesivos, legendas e símbolos de caráter publicitário afixados oupintados no pára-brisa e em toda a extensão da parte traseira do veículo, excetuadas ashipóteses previstas neste Código;

XVI - com vidros total ou parcialmente cobertos por películas refletivas ou não, painéisdecorativos ou pinturas;

XVII - com cortinas ou persianas fechadas, não autorizadas pela legislação;

XVIII - em mau estado de conservação, comprometendo a segurança, ou reprovado naavaliação de inspeção de segurança e de emissão de poluentes e ruído, prevista no art. 104;

XIX - sem acionar o limpador de pára-brisa sob chuva:

Infração - grave;

Penalidade - multa;

Medida administrativa - retenção do veículo para regularização;

XX - sem portar a autorização para condução de escolares, na forma estabelecida no art. 136:

Infração - grave;

Penalidade - multa e apreensão do veículo;

XXI - de carga, com falta de inscrição da tara e demais inscrições previstas neste Código;

XXII - com defeito no sistema de iluminação, de sinalização ou com lâmpadas queimadas:

Infração - média;

Penalidade - multa.

Art. 231 - Transitar com o veículo:

I - danificando a via, suas instalações e equipamentos;

II - derramando, lançando ou arrastando sobre a via:

a) carga que esteja transportando;

b) combustível ou lubrificante que esteja utilizando;

c) qualquer objeto que possa acarretar risco de acidente:

Infração - gravíssima;

Penalidade - multa;

Medida administrativa - retenção do veículo para regularização;

III - produzindo fumaça, gases ou partículas em níveis superiores aos fixados pelo CONTRAN;

IV - com suas dimensões ou de sua carga superiores aos limites estabelecidos legalmenteou pela sinalização, sem autorização:

Infração - grave;

Penalidade - multa;

Medida administrativa - retenção do veículo para regularização;

V - com excesso de peso, admitido percentual de tolerância quando aferido por equipa-mento, na forma a ser estabelecida pelo CONTRAN:

Arts. 230 a 231

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201

Código de Trânsito Brasileiro – Lei nº 9.503/1997

Infração - média;

Penalidade - multa acrescida a cada duzentos quilogramas ou fração de excesso de pesoapurado, constante na seguinte tabela:

a) até seiscentos quilogramas - 5 (cinco) UFIR;

b) de seiscentos e um a oitocentos quilogramas - 10 (dez) UFIR;

c) de oitocentos e um a um mil quilogramas - 20 (vinte) UFIR;

d) de um mil e um a três mil quilogramas - 30 (trinta) UFIR;

e) de três mil e um a cinco mil quilogramas - 40 (quarenta) UFIR;

f) acima de cinco mil e um quilogramas - 50 (cinqüenta) UFIR;

Medida administrativa - retenção do veículo e transbordo da carga excedente;

VI - em desacordo com a autorização especial, expedida pela autoridade competente paratransitar com dimensões excedentes, ou quando a mesma estiver vencida:

Infração - grave;

Penalidade - multa e apreensão do veículo;

Medida administrativa - remoção do veículo;

VII - com lotação excedente;

VIII - efetuando transporte remunerado de pessoas ou bens, quando não for licenciadopara esse fim, salvo casos de força maior ou com permissão da autoridade competente:

Infração - média;

Penalidade - multa;

Medida administrativa - retenção do veículo;

IX - desligado ou desengrenado, em declive:

Infração - média;

Penalidade - multa;

Medida administrativa - retenção do veículo;

X - excedendo a capacidade máxima de tração:

Infração - de média a gravíssima, a depender da relação entre o excesso de peso apuradoe a capacidade máxima de tração, a ser regulamentada pelo CONTRAN;

Penalidade - multa;

Medida Administrativa - retenção do veículo e transbordo de carga excedente.

Parágrafo único - Sem prejuízo das multas previstas nos incisos V e X, o veículo quetransitar com excesso de peso ou excedendo à capacidade máxima de tração, nãocomputado o percentual tolerado na forma do disposto na legislação, somente poderácontinuar viagem após descarregar o que exceder, segundo critérios estabelecidos nareferida legislação complementar.

Art. 232 - Conduzir veículo sem os documentos de porte obrigatório referidos neste Código:

Infração - leve;

Penalidade - multa;

Medida administrativa - retenção do veículo até a apresentação do documento.

Art. 233 - Deixar de efetuar o registro de veículo no prazo de trinta dias, junto ao órgãoexecutivo de trânsito, ocorridas as hipóteses previstas no art. 123:

Infração - grave;

Arts. 231 a 233

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202

Código de Trânsito Brasileiro – Lei nº 9.503/1997

Penalidade - multa;

Medida administrativa - retenção do veículo para regularização.

Art. 234 - Falsificar ou adulterar documento de habilitação e de identificação do veículo:

Infração - gravíssima;

Penalidade - multa e apreensão do veículo;

Medida administrativa - remoção do veículo.

Art. 235 - Conduzir pessoas, animais ou carga nas partes externas do veículo, salvo noscasos devidamente autorizados:

Infração - grave;

Penalidade - multa;

Medida administrativa - retenção do veículo para transbordo.

Art. 236 - Rebocar outro veículo com cabo flexível ou corda, salvo em casos de emergên-cia:

Infração - média;

Penalidade - multa.

Art. 237 - Transitar com o veículo em desacordo com as especificações, e com falta deinscrição e simbologia necessárias à sua identificação, quando exigidas pela legislação:

Infração - grave;

Penalidade - multa;

Medida administrativa - retenção do veículo para regularização.

Art. 238 - Recusar-se a entregar à autoridade de trânsito ou a seus agentes, medianterecibo, os documentos de habilitação, de registro, de licenciamento de veículo e outrosexigidos por lei, para averiguação de sua autenticidade:

Infração - gravíssima;

Penalidade - multa e apreensão do veículo;

Medida administrativa - remoção do veículo.

Art. 239 - Retirar do local veículo legalmente retido para regularização, sem permissão daautoridade competente ou de seus agentes:

Infração - gravíssima;

Penalidade - multa e apreensão do veículo;

Medida administrativa - remoção do veículo.

Art. 240 - Deixar o responsável de promover a baixa do registro de veículo irrecuperávelou definitivamente desmontado:

Infração - grave;

Penalidade - multa;

Medida administrativa - Recolhimento do Certificado de Registro e do Certificado deLicenciamento Anual.

Art. 241 - Deixar de atualizar o cadastro de registro do veículo ou de habilitação do condutor:

Infração - leve;

Penalidade - multa.

Art. 242 - Fazer falsa declaração de domicílio para fins de registro, licenciamento ouhabilitação:

Arts. 233 a 242

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203

Código de Trânsito Brasileiro – Lei nº 9.503/1997

Infração - gravíssima;

Penalidade - multa.

Art. 243 - Deixar a empresa seguradora de comunicar ao órgão executivo de trânsitocompetente a ocorrência de perda total do veículo e de lhe devolver as respectivas placase documentos:

Infração - grave;

Penalidade - multa;

Medida administrativa - Recolhimento das placas e dos documentos.

Art. 244 - Conduzir motocicleta, motoneta e ciclomotor:

I - sem usar capacete de segurança com viseira ou óculos de proteção e vestuário deacordo com as normas e especificações aprovadas pelo CONTRAN;

II - transportando passageiro sem o capacete de segurança, na forma estabelecida no incisoanterior, ou fora do assento suplementar colocado atrás do condutor ou em carro lateral;

III - fazendo malabarismo ou equilibrando-se apenas em uma roda;

IV - com os faróis apagados;

V - transportando criança menor de sete anos ou que não tenha, nas circunstâncias,condições de cuidar de sua própria segurança:

Infração - gravíssima;

Penalidade - multa e suspensão do direito de dirigir;

Medida administrativa - Recolhimento do documento de habilitação;

VI - rebocando outro veículo;

VII - sem segurar o guidom com ambas as mãos, salvo eventualmente para indicação demanobras;

VIII - transportando carga incompatível com suas especificações ou em desacordo com oprevisto no § 2º do art. 139-A desta Lei; (Redação dada pela Lei nº 12.2009, de 2009)

IX - efetuando transporte remunerado de mercadorias em desacordo com o previsto noart. 139-A desta Lei ou com as normas que regem a atividade profissional dos mototaxistas:(Incluído pela Lei nº 12.2009, de 2009)

Infração - grave; (Incluído pela Lei nº 12.2009, de 2009)

Penalidade - multa; (Incluído pela Lei nº 12.2009, de 2009)

Medida administrativa - apreensão do veículo para regularização. (Incluído pela Leinº 12.2009, de 2009)

§ 1º - Para ciclos aplica-se o disposto nos incisos III, VII e VIII, além de:

a) conduzir passageiro fora da garupa ou do assento especial a ele destinado;

b) transitar em vias de trânsito rápido ou rodovias, salvo onde houver acostamento oufaixas de rolamento próprias;

c) transportar crianças que não tenham, nas circunstâncias, condições de cuidar de suaprópria segurança.

§ 2º - Aplica-se aos ciclomotores o disposto na alínea b do parágrafo anterior:

Infração - média;

§ 3º - A restrição imposta pelo inciso VI do caput deste artigo não se aplica às motoci-cletas e motonetas que tracionem semi-reboques especialmente projetados para essefim e devidamente homologados pelo órgão competente. (Incluído pela Lei nº 10.517,de 2002)

Arts. 242 a 244

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204

Código de Trânsito Brasileiro – Lei nº 9.503/1997

Penalidade - multa.

Art. 245 - Utilizar a via para depósito de mercadorias, materiais ou equipamentos, semautorização do órgão ou entidade de trânsito com circunscrição sobre a via:

Infração - grave;

Penalidade - multa;

Medida administrativa - remoção da mercadoria ou do material.

Parágrafo único - A penalidade e a medida administrativa incidirão sobre a pessoa física oujurídica responsável.

Art. 246 - Deixar de sinalizar qualquer obstáculo à livre circulação, à segurança de veículoe pedestres, tanto no leito da via terrestre como na calçada, ou obstaculizar a viaindevidamente:

Infração - gravíssima;

Penalidade - multa, agravada em até cinco vezes, a critério da autoridade de trânsito,conforme o risco à segurança.

Parágrafo único - A penalidade será aplicada à pessoa física ou jurídica responsável pelaobstrução, devendo a autoridade com circunscrição sobre a via providenciar a sinalizaçãode emergência, às expensas do responsável, ou, se possível, promover a desobstrução.

Art. 247 - Deixar de conduzir pelo bordo da pista de rolamento, em fila única, os veículosde tração ou propulsão humana e os de tração animal, sempre que não houver acostamen-to ou faixa a eles destinados:

Infração - média;

Penalidade - multa.

Art. 248 - Transportar em veículo destinado ao transporte de passageiros carga exceden-te em desacordo com o estabelecido no art. 109:

Infração - grave;

Penalidade - multa;

Medida administrativa - retenção para o transbordo.

Art. 249 - Deixar de manter acesas, à noite, as luzes de posição, quando o veículo estiverparado, para fins de embarque ou desembarque de passageiros e carga ou descarga demercadorias:

Infração - média;

Penalidade - multa.

Art. 250 - Quando o veículo estiver em movimento:

I - deixar de manter acesa a luz baixa:

a) durante a noite;

b) de dia, nos túneis providos de iluminação pública;

c) de dia e de noite, tratando-se de veículo de transporte coletivo de passageiros, circulan-do em faixas ou pistas a eles destinadas;

d) de dia e de noite, tratando-se de ciclomotores;

II - deixar de manter acesas pelo menos as luzes de posição sob chuva forte, neblina oucerração;

III - deixar de manter a placa traseira iluminada, à noite;

Infração - média;

Penalidade - multa.

Arts. 244 a 250

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205

Código de Trânsito Brasileiro – Lei nº 9.503/1997

Art. 251 - Utilizar as luzes do veículo:

I - o pisca-alerta, exceto em imobilizações ou situações de emergência;

II - baixa e alta de forma intermitente, exceto nas seguintes situações:

a) a curtos intervalos, quando for conveniente advertir a outro condutor que se tem opropósito de ultrapassá-lo;

b) em imobilizações ou situação de emergência, como advertência, utilizando pisca-alerta;

c) quando a sinalização de regulamentação da via determinar o uso do pisca-alerta:

Infração - média;

Penalidade - multa.

Art. 252 - Dirigir o veículo:

I - com o braço do lado de fora;

II - transportando pessoas, animais ou volume à sua esquerda ou entre os braços e pernas;

III - com incapacidade física ou mental temporária que comprometa a segurança do trânsito;

IV - usando calçado que não se firme nos pés ou que comprometa a utilização dospedais;

V - com apenas uma das mãos, exceto quando deva fazer sinais regulamentares de braço,mudar a marcha do veículo, ou acionar equipamentos e acessórios do veículo;

VI - utilizando-se de fones nos ouvidos conectados a aparelhagem sonora ou de telefone celular;

Infração - média;

Penalidade - multa.

Art. 253 - Bloquear a via com veículo:

Infração - gravíssima;

Penalidade - multa e apreensão do veículo;

Medida administrativa - remoção do veículo.

Art. 254 - É proibido ao pedestre:

I - permanecer ou andar nas pistas de rolamento, exceto para cruzá-las onde for permitido;

II - cruzar pistas de rolamento nos viadutos, pontes, ou túneis, salvo onde exista permissão;

III - atravessar a via dentro das áreas de cruzamento, salvo quando houver sinalizaçãopara esse fim;

IV - utilizar-se da via em agrupamentos capazes de perturbar o trânsito, ou para a práticade qualquer folguedo, esporte, desfiles e similares, salvo em casos especiais e com adevida licença da autoridade competente;

V - andar fora da faixa própria, passarela, passagem aérea ou subterrânea;

VI - desobedecer à sinalização de trânsito específica;

Infração - leve;

Penalidade - multa, em 50% (cinqüenta por cento) do valor da infração de natureza leve.

Art. 255 - Conduzir bicicleta em passeios onde não seja permitida a circulação desta, oude forma agressiva, em desacordo com o disposto no parágrafo único do art. 59:

Infração - média;

Penalidade - multa;

Medida administrativa - remoção da bicicleta, mediante recibo para o pagamento damulta.

Arts. 251 a 255

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Código de Trânsito Brasileiro – Lei nº 9.503/1997

CAPÍTULO XVIDAS PENALIDADES

Art. 256 - A autoridade de trânsito, na esfera das competências estabelecidas nesteCódigo e dentro de sua circunscrição, deverá aplicar, às infrações nele previstas, as se-guintes penalidades:

I - advertência por escrito;

II - multa;

III - suspensão do direito de dirigir;

IV - apreensão do veículo;

V - cassação da Carteira Nacional de Habilitação;

VI - cassação da Permissão para Dirigir;

VII - freqüência obrigatória em curso de reciclagem.

§ 1º - A aplicação das penalidades previstas neste Código não elide as punições origináriasde ilícitos penais decorrentes de crimes de trânsito, conforme disposições de lei.

§ 2º - (Vetado)

§ 3º - A imposição da penalidade será comunicada aos órgãos ou entidades executivos detrânsito responsáveis pelo licenciamento do veículo e habilitação do condutor.

Art. 257 - As penalidades serão impostas ao condutor, ao proprietário do veículo, aoembarcador e ao transportador, salvo os casos de descumprimento de obrigações edeveres impostos a pessoas físicas ou jurídicas expressamente mencionados nesteCódigo.

§ 1º - Aos proprietários e condutores de veículos serão impostas concomitantemente aspenalidades de que trata este Código toda vez que houver responsabilidade solidária eminfração dos preceitos que lhes couber observar, respondendo cada um de per si pela faltaem comum que lhes for atribuída.

§ 2º - Ao proprietário caberá sempre a responsabilidade pela infração referente à préviaregularização e preenchimento das formalidades e condições exigidas para o trânsito doveículo na via terrestre, conservação e inalterabilidade de suas características, componentes,agregados, habilitação legal e compatível de seus condutores, quando esta for exigida, eoutras disposições que deva observar.

§ 3º - Ao condutor caberá a responsabilidade pelas infrações decorrentes de atos pratica-dos na direção do veículo.

§ 4º - O embarcador é responsável pela infração relativa ao transporte de carga comexcesso de peso nos eixos ou no peso bruto total, quando simultaneamente for o únicoremetente da carga e o peso declarado na nota fiscal, fatura ou manifesto for inferioràquele aferido.

§ 5º - O transportador é o responsável pela infração relativa ao transporte de carga comexcesso de peso nos eixos ou quando a carga proveniente de mais de um embarcadorultrapassar o peso bruto total.

§ 6º - O transportador e o embarcador são solidariamente responsáveis pela infraçãorelativa ao excesso de peso bruto total, se o peso declarado na nota fiscal, fatura oumanifesto for superior ao limite legal.

§ 7º - Não sendo imediata a identificação do infrator, o proprietário do veículo terá quinzedias de prazo, após a notificação da autuação, para apresentá-lo, na forma em quedispuser o CONTRAN, ao fim do qual, não o fazendo, será considerado responsável pelainfração.

Arts. 256 a 257

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207

Código de Trânsito Brasileiro – Lei nº 9.503/1997

§ 8º - Após o prazo previsto no parágrafo anterior, não havendo identificação do infrator esendo o veículo de propriedade de pessoa jurídica, será lavrada nova multa ao proprietáriodo veículo, mantida a originada pela infração, cujo valor é o da multa multiplicada pelonúmero de infrações iguais cometidas no período de doze meses.

§ 9º - O fato de o infrator ser pessoa jurídica não o exime do disposto no § 3º do art. 258e no art. 259.

Art. 258 - As infrações punidas com multa classificam-se, de acordo com sua gravidade,em quatro categorias:

I - infração de natureza gravíssima, punida com multa de valor correspondente a 180(cento e oitenta) UFIR;

II - infração de natureza grave, punida com multa de valor correspondente a 120 (cento evinte) UFIR;

III - infração de natureza média, punida com multa de valor correspondente a 80 (oitenta) UFIR;

IV - infração de natureza leve, punida com multa de valor correspondente a 50 (cinqüenta) UFIR.

§ 1º - Os valores das multas serão corrigidos no primeiro dia útil de cada mês pela varia-ção da UFIR ou outro índice legal de correção dos débitos fiscais.

§ 2º - Quando se tratar de multa agravada, o fator multiplicador ou índice adicional espe-cífico é o previsto neste Código.

§ 3º - (Vetado)

§ 4º - (Vetado)

Art. 259 - A cada infração cometida são computados os seguintes números de pontos:

I - gravíssima - sete pontos;

II - grave - cinco pontos;

III - média - quatro pontos;

IV - leve - três pontos.

§ 1º - (Vetado)

§ 2º - (Vetado)

Art. 260 - As multas serão impostas e arrecadadas pelo órgão ou entidade de trânsitocom circunscrição sobre a via onde haja ocorrido a infração, de acordo com a competênciaestabelecida neste Código.

§ 1º - As multas decorrentes de infração cometida em unidade da Federação diversa da dolicenciamento do veículo serão arrecadadas e compensadas na forma estabelecida pelo CONTRAN.

§ 2º - As multas decorrentes de infração cometida em unidade da Federação diversadaquela do licenciamento do veículo poderão ser comunicadas ao órgão ou entidade res-ponsável pelo seu licenciamento, que providenciará a notificação.

§ 3º - (Revogado pela Lei nº 9.602, de 1998)

§ 4º - Quando a infração for cometida com veículo licenciado no exterior, em trânsito noterritório nacional, a multa respectiva deverá ser paga antes de sua saída do País, respei-tado o princípio de reciprocidade.

Art. 261 - A penalidade de suspensão do direito de dirigir será aplicada, nos casos previs-tos neste Código, pelo prazo mínimo de um mês até o máximo de um ano e, no caso dereincidência no período de doze meses, pelo prazo mínimo de seis meses até o máximo dedois anos, segundo critérios estabelecidos pelo CONTRAN.

§ 1º - Além dos casos previstos em outros artigos deste Código e excetuados aquelesespecificados no art. 263, a suspensão do direito de dirigir será aplicada sempre que oinfrator atingir a contagem de vinte pontos, prevista no art. 259.

Arts. 257 a 261

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Código de Trânsito Brasileiro – Lei nº 9.503/1997

§ 2º - Quando ocorrer a suspensão do direito de dirigir, a Carteira Nacional de Habilitaçãoserá devolvida a seu titular imediatamente após cumprida a penalidade e o curso dereciclagem.

Art. 262 - O veículo apreendido em decorrência de penalidade aplicada será recolhido aodepósito e nele permanecerá sob custódia e responsabilidade do órgão ou entidadeapreendedora, com ônus para o seu proprietário, pelo prazo de até trinta dias, conformecritério a ser estabelecido pelo CONTRAN.

§ 1º - No caso de infração em que seja aplicável a penalidade de apreensão do veículo, oagente de trânsito deverá, desde logo, adotar a medida administrativa de recolhimento doCertificado de Licenciamento Anual.

§ 2º - A restituição dos veículos apreendidos só ocorrerá mediante o prévio pagamentodas multas impostas, taxas e despesas com remoção e estada, além de outros encargosprevistos na legislação específica.

§ 3º - A retirada dos veículos apreendidos é condicionada, ainda, ao reparo de qualquercomponente ou equipamento obrigatório que não esteja em perfeito estado de funciona-mento.

§ 4º - Se o reparo referido no parágrafo anterior demandar providência que nãopossa ser tomada no depósito, a autoridade responsável pela apreensão liberará oveículo para reparo, mediante autorização, assinando prazo para a sua reapresentaçãoe vistoria.

Art. 263 - A cassação do documento de habilitação dar-se-á:

I - quando, suspenso o direito de dirigir, o infrator conduzir qualquer veículo;

II - no caso de reincidência, no prazo de doze meses, das infrações previstas no inciso IIIdo art. 162 e nos arts. 163, 164, 165, 173, 174 e 175;

III - quando condenado judicialmente por delito de trânsito, observado o disposto no art. 160.

§ 1º - Constatada, em processo administrativo, a irregularidade na expedição do documentode habilitação, a autoridade expedidora promoverá o seu cancelamento.

§ 2º - Decorridos dois anos da cassação da Carteira Nacional de Habilitação, o infratorpoderá requerer sua reabilitação, submetendo-se a todos os exames necessários à habili-tação, na forma estabelecida pelo CONTRAN.

Art. 264 - (Vetado)

Art. 265 - As penalidades de suspensão do direito de dirigir e de cassação do documentode habilitação serão aplicadas por decisão fundamentada da autoridade de trânsito com-petente, em processo administrativo, assegurado ao infrator amplo direito de defesa.

Art. 266 - Quando o infrator cometer, simultaneamente, duas ou mais infrações, ser-lhe-ãoaplicadas, cumulativamente, as respectivas penalidades.

Art. 267 - Poderá ser imposta a penalidade de advertência por escrito à infração denatureza leve ou média, passível de ser punida com multa, não sendo reincidente o infra-tor, na mesma infração, nos últimos doze meses, quando a autoridade, considerando oprontuário do infrator, entender esta providência como mais educativa.

§ 1º - A aplicação da advertência por escrito não elide o acréscimo do valor da multaprevista no § 3º do art. 258, imposta por infração posteriormente cometida.

§ 2º - O disposto neste artigo aplica-se igualmente aos pedestres, podendo a multa sertransformada na participação do infrator em cursos de segurança viária, a critério daautoridade de trânsito.

Art. 268 - O infrator será submetido a curso de reciclagem, na forma estabelecida peloCONTRAN:

I - quando, sendo contumaz, for necessário à sua reeducação;

Arts. 261 a 268

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Código de Trânsito Brasileiro – Lei nº 9.503/1997

II - quando suspenso do direito de dirigir;

III - quando se envolver em a cidente grave para o qual haja contribuído, independente-mente de processo judicial;

IV - quando condenado judicialmente por delito de trânsito;

V - a qualquer tempo, se for constatado que o condutor está colocando em risco a seguran-ça do trânsito;

VI - em outras situações a serem definidas pelo CONTRAN.

CAPÍTULO XVIIDAS MEDIDAS ADMINISTRATIVAS

Art. 269 - A autoridade de trânsito ou seus agentes, na esfera das competênciasestabelecidas neste Código e dentro de sua circunscrição, deverá adotar as seguintesmedidas administrativas:

I - retenção do veículo;

II - remoção do veículo;

III - recolhimento da Carteira Nacional de Habilitação;

IV - recolhimento da Permissão para Dirigir;

V - recolhimento do Certificado de Registro;

VI - recolhimento do Certificado de Licenciamento Anual;

VII - (Vetado)

VIII - transbordo do excesso de carga;

IX - realização de teste de dosagem de alcoolemia ou perícia de substância entorpecenteou que determine dependência física ou psíquica;

X - recolhimento de animais que se encontrem soltos nas vias e na faixa de domínio dasvias de circulação, restituindo-os aos seus proprietários, após o pagamento de multas eencargos devidos.

XI - realização de exames de aptidão física, mental, de legislação, de prática de primeirossocorros e de direção veicular. (Incluído pela Lei nº 9.602, de 1998)

§ 1º - A ordem, o consentimento, a fiscalização, as medidas administrativas e coercitivasadotadas pelas autoridades de trânsito e seus agentes terão por objetivo prioritário aproteção à vida e à incolumidade física da pessoa.

§ 2º - As medidas administrativas previstas neste artigo não elidem a aplicação das pena-lidades impostas por infrações estabelecidas neste Código, possuindo caráter complemen-tar a estas.

§ 3º - São documentos de habilitação a Carteira Nacional de Habilitação e a Permissão paraDirigir.

§ 4º - Aplica-se aos animais recolhidos na forma do inciso X o disposto nos arts. 271 e 328,no que couber.

Art. 270 - O veículo poderá ser retido nos casos expressos neste Código.

§ 1º - Quando a irregularidade puder ser sanada no local da infração, o veículo seráliberado tão logo seja regularizada a situação.

§ 2º - Não sendo possível sanar a falha no local da infração, o veículo poderá ser retiradopor condutor regularmente habilitado, mediante recolhimento do Certificado deLicenciamento Anual, contra recibo, assinalando-se ao condutor prazo para sua regulariza-ção, para o que se considerará, desde logo, notificado.

Arts. 268 a 270

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Código de Trânsito Brasileiro – Lei nº 9.503/1997

§ 3º - O Certificado de Licenciamento Anual será devolvido ao condutor no órgão ouentidade aplicadores das medidas administrativas, tão logo o veículo seja apresentado àautoridade devidamente regularizado.

§ 4º - Não se apresentando condutor habilitado no local da infração, o veículo será recolhi-do ao depósito, aplicando-se neste caso o disposto nos parágrafos do art. 262.

§ 5º - A critério do agente, não se dará a retenção imediata, quando se tratar de veículo detransporte coletivo transportando passageiros ou veículo transportando produto perigosoou perecível, desde que ofereça condições de segurança para circulação em via pública.

Art. 271 - O veículo será removido, nos casos previstos neste Código, para o depósitofixado pelo órgão ou entidade competente, com circunscrição sobre a via.

Parágrafo único - A restituição dos veículos removidos só ocorrerá mediante o pagamentodas multas, taxas e despesas com remoção e estada, além de outros encargos previstosna legislação específica.

Art. 272 - O recolhimento da Carteira Nacional de Habilitação e da Permissão para Dirigirdar-se-á mediante recibo, além dos casos previstos neste Código, quando houver suspeitade sua inautenticidade ou adulteração.

Art. 273 - O recolhimento do Certificado de Registro dar-se-á mediante recibo, além doscasos previstos neste Código, quando:

I - houver suspeita de inautenticidade ou adulteração;

II - se, alienado o veículo, não for transferida sua propriedade no prazo de trinta dias.

Art. 274 - O recolhimento do Certificado de Licenciamento Anual dar-se-á mediante reci-bo, além dos casos previstos neste Código, quando:

I - houver suspeita de inautenticidade ou adulteração;

II - se o prazo de licenciamento estiver vencido;

III - no caso de retenção do veículo, se a irregularidade não puder ser sanada no local.

Art. 275 - O transbordo da carga com peso excedente é condição para que o veículo possaprosseguir viagem e será efetuado às expensas do proprietário do veículo, sem prejuízo damulta aplicável.

Parágrafo único - Não sendo possível desde logo atender ao disposto neste artigo, o veículoserá recolhido ao depósito, sendo liberado após sanada a irregularidade e pagas as despe-sas de remoção e estada.

Art. 276 - Qualquer concentração de álcool por litro de sangue sujeita o condutor àspenalidades previstas no art. 165 deste Código. (Redação dada pela Lei nº 11.705, de2008)

Parágrafo único - Órgão do Poder Executivo federal disciplinará as margens de tolerânciapara casos específicos. (Redação dada pela Lei nº 11.705, de 2008)

Art. 277 - Todo condutor de veículo automotor, envolvido em acidente de trânsito ou quefor alvo de fiscalização de trânsito, sob suspeita de dirigir sob a influência de álcool serásubmetido a testes de alcoolemia, exames clínicos, perícia ou outro exame que, por meiostécnicos ou científicos, em aparelhos homologados pelo CONTRAN, permitam certificar seuestado. (Redação dada pela Lei nº 11.275, de 2006)

§ 1º - Medida correspondente aplica-se no caso de suspeita de uso de substância entorpe-cente, tóxica ou de efeitos análogos. (Renumerado do parágrafo único pela Lei nº 11.275,de 2006)

§ 2º - A infração prevista no art. 165 deste Código poderá ser caracterizada pelo agentede trânsito mediante a obtenção de outras provas em direito admitidas, acerca dos notó-rios sinais de embriaguez, excitação ou torpor apresentados pelo condutor. (Redação dadapela Lei nº 11.705, de 2008)

Arts. 270 a 277

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Código de Trânsito Brasileiro – Lei nº 9.503/1997

§ 3º - Serão aplicadas as penalidades e medidas administrativas estabelecidas no art. 165deste Código ao condutor que se recusar a se submeter a qualquer dos procedimentosprevistos no caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº 11.705, de 2008)

Art. 278 - Ao condutor que se evadir da fiscalização, não submetendo veículo à pesagemobrigatória nos pontos de pesagem, fixos ou móveis, será aplicada a penalidade prevista noart. 209, além da obrigação de retornar ao ponto de evasão para fim de pesagem obrigatória.

Parágrafo único - No caso de fuga do condutor à ação policial, a apreensão do veículodar-se-á tão logo seja localizado, aplicando-se, além das penalidades em que incorre, asestabelecidas no art. 210.

Art. 279 - Em caso de acidente com vítima, envolvendo veículo equipado com registradorinstantâneo de velocidade e tempo, somente o perito oficial encarregado do levantamentopericial poderá retirar o disco ou unidade armazenadora do registro.

CAPÍTULO XVIIIDO PROCESSO ADMINISTRATIVO

SEÇÃO IDA AUTUAÇÃO

Art. 280 - Ocorrendo infração prevista na legislação de trânsito, lavrar-se-á auto de infra-ção, do qual constará:

I - tipificação da infração;

II - local, data e hora do cometimento da infração;

III - caracteres da placa de identificação do veículo, sua marca e espécie, e outros elemen-tos julgados necessários à sua identificação;

IV - o prontuário do condutor, sempre que possível;

V - identificação do órgão ou entidade e da autoridade ou agente autuador ou equipamentoque comprovar a infração;

VI - assinatura do infrator, sempre que possível, valendo esta como notificação do come-timento da infração.

§ 1º - (Vetado)

§ 2º - A infração deverá ser comprovada por declaração da autoridade ou do agente daautoridade de trânsito, por aparelho eletrônico ou por equipamento audiovisual, reaçõesquímicas ou qualquer outro meio tecnologicamente disponível, previamente regulamenta-do pelo CONTRAN.

§ 3º - Não sendo possível a autuação em flagrante, o agente de trânsito relatará o fato àautoridade no próprio auto de infração, informando os dados a respeito do veículo, alémdos constantes nos incisos I, II e III, para o procedimento previsto no artigo seguinte.

§ 4º - O agente da autoridade de trânsito competente para lavrar o auto de infraçãopoderá ser servidor civil, estatutário ou celetista ou, ainda, policial militar designado pelaautoridade de trânsito com jurisdição sobre a via no âmbito de sua competência.

SEÇÃO IIDO JULGAMENTO DAS AUTUAÇÕES E PENALIDADES

Art. 281 - A autoridade de trânsito, na esfera da competência estabelecida neste Códigoe dentro de sua circunscrição, julgará a consistência do auto de infração e aplicará apenalidade cabível.

Arts. 277 a 281

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Código de Trânsito Brasileiro – Lei nº 9.503/1997

Parágrafo único - O auto de infração será arquivado e seu registro julgado insubsistente:

I - se considerado inconsistente ou irregular;

II - se, no prazo máximo de trinta dias, não for expedida a notificação da autuação.(Redação dada pela Lei nº 9.602, de 1998)

Art. 282 - Aplicada a penalidade, será expedida notificação ao proprietário do veículo ouao infrator, por remessa postal ou por qualquer outro meio tecnológico hábil, que assegurea ciência da imposição da penalidade.

§ 1º - A notificação devolvida por desatualização do endereço do proprietário do veículoserá considerada válida para todos os efeitos.

§ 2º - A notificação a pessoal de missões diplomáticas, de repartições consulares de carreira e derepresentações de organismos internacionais e de seus integrantes será remetida ao Ministériodas Relações Exteriores para as providências cabíveis e cobrança dos valores, no caso de multa.

§ 3º - Sempre que a penalidade de multa for imposta a condutor, à exceção daquela deque trata o § 1º do art. 259, a notificação será encaminhada ao proprietário do veículo,responsável pelo seu pagamento.

§ 4º - Da notificação deverá constar a data do término do prazo para apresentação derecurso pelo responsável pela infração, que não será inferior a trinta dias contados da datada notificação da penalidade. (Incluído pela Lei nº 9.602, de 1998)

§ 5º - No caso de penalidade de multa, a data estabelecida no parágrafo anterior será adata para o recolhimento de seu valor. (Incluído pela Lei nº 9.602, de 1998)

Art. 283 - (Vetado)

Art. 284 - O pagamento da multa poderá ser efetuado até a data do vencimento expressana notificação, por oitenta por cento do seu valor.

Parágrafo único - Não ocorrendo o pagamento da multa no prazo estabelecido, seuvalor será atualizado à data do pagamento, pelo mesmo número de UFIR fixado noart. 258.

Art. 285 - O recurso previsto no art. 283 será interposto perante a autoridade que impôsa penalidade, a qual remetê-lo-á à JARI, que deverá julgá-lo em até trinta dias.

§ 1º - O recurso não terá efeito suspensivo.

§ 2º - A autoridade que impôs a penalidade remeterá o recurso ao órgão julgador, dentrodos dez dias úteis subseqüentes à sua apresentação, e, se o entender intempestivo, assi-nalará o fato no despacho de encaminhamento.

§ 3º - Se, por motivo de força maior, o recurso não for julgado dentro do prazo previstoneste artigo, a autoridade que impôs a penalidade, de ofício, ou por solicitação do recor-rente, poderá conceder-lhe efeito suspensivo.

Art. 286 - O recurso contra a imposição de multa poderá ser interposto no prazo legal,sem o recolhimento do seu valor.

§ 1º - No caso de não provimento do recurso, aplicar-se-á o estabelecido no parágrafoúnico do art. 284.

§ 2º - Se o infrator recolher o valor da multa e apresentar recurso, se julgada improceden-te a penalidade, ser-lhe-á devolvida a importância paga, atualizada em UFIR ou por índicelegal de correção dos débitos fiscais.

Art. 287 - Se a infração for cometida em localidade diversa daquela do licenciamento doveículo, o recurso poderá ser apresentado junto ao órgão ou entidade de trânsito daresidência ou domicílio do infrator.

Parágrafo único - A autoridade de trânsito que receber o recurso deverá remetê-lo, depronto, à autoridade que impôs a penalidade acompanhado das cópias dos prontuáriosnecessários ao julgamento.

Arts. 281 a 287

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Código de Trânsito Brasileiro – Lei nº 9.503/1997

Art. 288 - Das decisões da JARI cabe recurso a ser interposto, na forma do artigo seguin-te, no prazo de trinta dias contado da publicação ou da notificação da decisão.

§ 1º - O recurso será interposto, da decisão do não provimento, pelo responsável pelainfração, e da decisão de provimento, pela autoridade que impôs a penalidade.

§ 2º - (Revogado pela Lei nº 12.249, de 2010)

Art. 289 - O recurso de que trata o artigo anterior será apreciado no prazo de trinta dias:

I - tratando-se de penalidade imposta pelo órgão ou entidade de trânsito da União:

a) em caso de suspensão do direito de dirigir por mais de seis meses, cassação dodocumento de habilitação ou penalidade por infrações gravíssimas, pelo CONTRAN;

b) nos demais casos, por colegiado especial integrado pelo Coordenador-Geral da JARI,pelo Presidente da Junta que apreciou o recurso e por mais um Presidente de Junta;

II - tratando-se de penalidade imposta por órgão ou entidade de trânsito estadual, muni-cipal ou do Distrito Federal, pelos CETRAN E CONTRANDIFE, respectivamente.

Parágrafo único - No caso da alínea b do inciso I, quando houver apenas uma JARI, orecurso será julgado por seus próprios membros.

Art. 290 - A apreciação do recurso previsto no art. 288 encerra a instância administrativade julgamento de infrações e penalidades.

Parágrafo único - Esgotados os recursos, as penalidades aplicadas nos termos deste Códi-go serão cadastradas no RENACH.

CAPÍTULO XIXDOS CRIMES DE TRÂNSITO

SEÇÃO IDISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 291 - Aos crimes cometidos na direção de veículos automotores, previstos nesteCódigo, aplicam-se as normas gerais do Código Penal e do Código de Processo Penal, seeste Capítulo não dispuser de modo diverso, bem como a Lei nº 9.099, de 26 de setembrode 1995, no que couber.

§ 1º - Aplica-se aos crimes de trânsito de lesão corporal culposa o disposto nos arts. 74, 76e 88 da Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995, exceto se o agente estiver: (Renumeradodo parágrafo único pela Lei nº 11.705, de 2008)

I - sob a influência de álcool ou qualquer outra substância psicoativa que determinedependência; (Incluído pela Lei nº 11.705, de 2008)

II - participando, em via pública, de corrida, disputa ou competição automobilística, deexibição ou demonstração de perícia em manobra de veículo automotor, não autorizadapela autoridade competente; (Incluído pela Lei nº 11.705, de 2008)

III - transitando em velocidade superior à máxima permitida para a via em 50 km/h(cinqüenta quilômetros por hora). (Incluído pela Lei nº 11.705, de 2008)

§ 2º - Nas hipóteses previstas no § 1º deste artigo, deverá ser instaurado inquérito policialpara a investigação da infração penal. (Incluído pela Lei nº 11.705, de 2008)

Art. 292 - A suspensão ou a proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigirveículo automotor pode ser imposta como penalidade principal, isolada ou cumulativamen-te com outras penalidades.

Art. 293 - A penalidade de suspensão ou de proibição de se obter a permissão ou ahabilitação, para dirigir veículo automotor, tem a duração de dois meses a cinco anos.

Arts. 288 a 293

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Código de Trânsito Brasileiro – Lei nº 9.503/1997

§ 1º - Transitada em julgado a sentença condenatória, o réu será intimado a entregar àautoridade judiciária, em quarenta e oito horas, a Permissão para Dirigir ou a Carteira deHabilitação.

§ 2º - A penalidade de suspensão ou de proibição de se obter a permissão ou a habilitaçãopara dirigir veículo automotor não se inicia enquanto o sentenciado, por efeito de condena-ção penal, estiver recolhido a estabelecimento prisional.

Art. 294 - Em qualquer fase da investigação ou da ação penal, havendo necessidade paraa garantia da ordem pública, poderá o juiz, como medida cautelar, de ofício, ou a requeri-mento do Ministério Público ou ainda mediante representação da autoridade policial, de-cretar, em decisão motivada, a suspensão da permissão ou da habilitação para dirigirveículo automotor, ou a proibição de sua obtenção.

Parágrafo único - Da decisão que decretar a suspensão ou a medida cautelar, ou da queindeferir o requerimento do Ministério Público, caberá recurso em sentido estrito, semefeito suspensivo.

Art. 295 - A suspensão para dirigir veículo automotor ou a proibição de se obter a permis-são ou a habilitação será sempre comunicada pela autoridade judiciária ao ConselhoNacional de Trânsito - CONTRAN, e ao órgão de trânsito do Estado em que o indiciado ouréu for domiciliado ou residente.

Art. 296 - Se o réu for reincidente na prática de crime previsto neste Código, o juizaplicará a penalidade de suspensão da permissão ou habilitação para dirigir veículoautomotor, sem prejuízo das demais sanções penais cabíveis. (Redação dada pela Leinº 11.705, de 2008)

Art. 297 - A penalidade de multa reparatória consiste no pagamento, mediante depósitojudicial em favor da vítima, ou seus sucessores, de quantia calculada com base no disposto no§ 1º do art. 49 do Código Penal, sempre que houver prejuízo material resultante do crime.

§ 1º - A multa reparatória não poderá ser superior ao valor do prejuízo demonstrado noprocesso.

§ 2º - Aplica-se à multa reparatória o disposto nos arts. 50 a 52 do Código Penal.

§ 3º - Na indenização civil do dano, o valor da multa reparatória será descontado.

Art. 298 - São circunstâncias que sempre agravam as penalidades dos crimes de trânsitoter o condutor do veículo cometido a infração:

I - com dano potencial para duas ou mais pessoas ou com grande risco de grave danopatrimonial a terceiros;

II - utilizando o veículo sem placas, com placas falsas ou adulteradas;

III - sem possuir Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação;

IV - com Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação de categoria diferente da do veículo;

V - quando a sua profissão ou atividade exigir cuidados especiais com o transporte depassageiros ou de carga;

VI - utilizando veículo em que tenham sido adulterados equipamentos ou característicasque afetem a sua segurança ou o seu funcionamento de acordo com os limites de velocida-de prescritos nas especificações do fabricante;

VII - sobre faixa de trânsito temporária ou permanentemente destinada a pedestres.

Art. 299 - (Vetado)

Art. 300 - (Vetado)

Art. 301 - Ao condutor de veículo, nos casos de acidentes de trânsito de que resultevítima, não se imporá a prisão em flagrante, nem se exigirá fiança, se prestar pronto eintegral socorro àquela.

Arts. 293 a 301

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Código de Trânsito Brasileiro – Lei nº 9.503/1997

SEÇÃO IIDOS CRIMES EM ESPÉCIE

Art. 302 - Praticar homicídio culposo na direção de veículo automotor:

Penas - detenção, de dois a quatro anos, e suspensão ou proibição de se obter a permissãoou a habilitação para dirigir veículo automotor.

Parágrafo único - No homicídio culposo cometido na direção de veículo automotor, a penaé aumentada de um terço à metade, se o agente:

I - não possuir Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação;

II - praticá-lo em faixa de pedestres ou na calçada;

III - deixar de prestar socorro, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à vítima doacidente;

IV - no exercício de sua profissão ou atividade, estiver conduzindo veículo de transporte depassageiros.

V - (Revogado pela Lei nº 11.705, de 2008)

Art. 303 - Praticar lesão corporal culposa na direção de veículo automotor:

Penas - detenção, de seis meses a dois anos e suspensão ou proibição de se obter apermissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor.

Parágrafo único - Aumenta-se a pena de um terço à metade, se ocorrer qualquer dashipóteses do parágrafo único do artigo anterior.

Art. 304 - Deixar o condutor do veículo, na ocasião do acidente, de prestar imediatosocorro à vítima, ou, não podendo fazê-lo diretamente, por justa causa, deixar de solicitarauxílio da autoridade pública:

Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa, se o fato não constituir elemento decrime mais grave.

Parágrafo único - Incide nas penas previstas neste artigo o condutor do veículo, ainda quea sua omissão seja suprida por terceiros ou que se trate de vítima com morte instantâneaou com ferimentos leves.

Art. 305 - Afastar-se o condutor do veículo do local do acidente, para fugir à responsabi-lidade penal ou civil que lhe possa ser atribuída:

Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa.

Art. 306 - Conduzir veículo automotor, na via pública, estando com concentração de álcool por litro de sangue igual ou superior a 6 (seis) decigramas, ou sob a influência dequalquer outra substância psicoativa que determine dependência: (Redação dada pela Leinº 11.705, de 2008)

Penas - detenção, de seis meses a três anos, multa e suspensão ou proibição de se obtera permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor.

Parágrafo único -  O Poder Executivo federal estipulará a equivalência entre distintos tes-tes de alcoolemia, para efeito de caracterização do crime tipificado neste artigo. (Incluídopela Lei nº 11.705, de 2008)

Art. 307 - Violar a suspensão ou a proibição de se obter a permissão ou a habilitação paradirigir veículo automotor imposta com fundamento neste Código:

Penas - detenção, de seis meses a um ano e multa, com nova imposição adicional deidêntico prazo de suspensão ou de proibição.

Parágrafo único - Nas mesmas penas incorre o condenado que deixa de entregar, no prazoestabelecido no § 1º do art. 293, a Permissão para Dirigir ou a Carteira de Habilitação.

Arts. 302 a 307

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Código de Trânsito Brasileiro – Lei nº 9.503/1997

Art. 308 - Participar, na direção de veículo automotor, em via pública, de corrida, disputaou competição automobilística não autorizada pela autoridade competente, desde queresulte dano potencial à incolumidade pública ou privada:

Penas - detenção, de seis meses a dois anos, multa e suspensão ou proibição de se obtera permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor.

Art. 309 - Dirigir veículo automotor, em via pública, sem a devida Permissão para Dirigirou Habilitação ou, ainda, se cassado o direito de dirigir, gerando perigo de dano:

Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa.

Art. 310 - Permitir, confiar ou entregar a direção de veículo automotor a pessoa nãohabilitada, com habilitação cassada ou com o direito de dirigir suspenso, ou, ainda, aquem, por seu estado de saúde, física ou mental, ou por embriaguez, não esteja emcondições de conduzi-lo com segurança:

Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa.

Art. 311 - Trafegar em velocidade incompatível com a segurança nas proximidades deescolas, hospitais, estações de embarque e desembarque de passageiros, logradouros es-treitos, ou onde haja grande movimentação ou concentração de pessoas, gerando perigo dedano:

Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa.

Art. 312 - Inovar artificiosamente, em caso de acidente automobilístico com vítima, napendência do respectivo procedimento policial preparatório, inquérito policial ou processopenal, o estado de lugar, de coisa ou de pessoa, a fim de induzir a erro o agente policial, operito, ou juiz:

Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa.

Parágrafo único - Aplica-se o disposto neste artigo, ainda que não iniciados, quando dainovação, o procedimento preparatório, o inquérito ou o processo aos quais se refere.

CAPÍTULO XXDISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

Art. 313 - O Poder Executivo promoverá a nomeação dos membros do CONTRAN no prazode sessenta dias da publicação deste Código.

Art. 314 - O CONTRAN tem o prazo de duzentos e quarenta dias a partir da publicaçãodeste Código para expedir as resoluções necessárias à sua melhor execução, bem comorevisar todas as resoluções anteriores à sua publicação, dando prioridade àquelas quevisam a diminuir o número de acidentes e a assegurar a proteção de pedestres.

Parágrafo único - As resoluções do CONTRAN, existentes até a data de publicação desteCódigo, continuam em vigor naquilo em que não conflitem com ele.

Art. 315 - O Ministério da Educação e do Desporto, mediante proposta do CONTRAN, deve-rá, no prazo de duzentos e quarenta dias contado da publicação, estabelecer o currículo comconteúdo programático relativo à segurança e à educação de trânsito, a fim de atender odisposto neste Código.

Art. 316 - O prazo de notificação previsto no inciso II do parágrafo único do art. 281 sóentrará em vigor após duzentos e quarenta dias contados da publicação desta Lei.

Art. 317 - Os órgãos e entidades de trânsito concederão prazo de até um ano para aadaptação dos veículos de condução de escolares e de aprendizagem às normas do incisoIII do art. 136 e art. 154, respectivamente.

Art. 318 - (Vetado)

Arts. 308 a 318

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Código de Trânsito Brasileiro – Lei nº 9.503/1997

Art. 319 - Enquanto não forem baixadas novas normas pelo CONTRAN, continua em vigoro disposto no art. 92 do Regulamento do Código Nacional de Trânsito - Decreto nº 62.127,de 16 de janeiro de 1968.

Art. 320 - A receita arrecadada com a cobrança das multas de trânsito será aplicada,exclusivamente, em sinalização, engenharia de tráfego, de campo, policiamento, fiscaliza-ção e educação de trânsito.

Parágrafo único - O percentual de cinco por cento do valor das multas de trânsito arreca-dadas será depositado, mensalmente, na conta de fundo de âmbito nacional destinado àsegurança e educação de trânsito.

Art. 321 - (Vetado)

Art. 322 - (Vetado)

Art. 323 - O CONTRAN, em cento e oitenta dias, fixará a metodologia de aferição de pesode veículos, estabelecendo percentuais de tolerância, sendo durante este período suspensaa vigência das penalidades previstas no inciso V do art. 231, aplicando-se a penalidade devinte UFIR por duzentos quilogramas ou fração de excesso.

Parágrafo único - Os limites de tolerância a que se refere este artigo, até a sua fixação peloCONTRAN, são aqueles estabelecidos pela Lei nº 7.408, de 25 de novembro de 1985.

Art. 324 - (Vetado)

Art. 325 - As repartições de trânsito conservarão por cinco anos os documentos relati-vos à habilitação de condutores e ao registro e licenciamento de veículos, podendo sermicrofilmados ou armazenados em meio magnético ou óptico para todos os efeitos le-gais.

Art. 326 - A Semana Nacional de Trânsito será comemorada anualmente no período com-preendido entre 18 e 25 de setembro.

Art. 327 - A partir da publicação deste Código, somente poderão ser fabricados e licencia-dos veículos que obedeçam aos limites de peso e dimensões fixados na forma desta Lei,ressalvados os que vierem a ser regulamentados pelo CONTRAN.

Parágrafo único - (Vetado)

Art. 328 - Os veículos apreendidos ou removidos a qualquer título e os animais não reclama-dos por seus proprietários, dentro do prazo de noventa dias, serão levados à hasta pública,deduzindo-se, do valor arrecadado, o montante da dívida relativa a multas, tributos e encar-gos legais, e o restante, se houver, depositado à conta do ex-proprietário, na forma da lei.

Art. 329 - Os condutores dos veículos de que tratam os arts. 135 e 136, para exercerem suasatividades, deverão apresentar, previamente, certidão negativa do registro de distribuição crimi-nal relativamente aos crimes de homicídio, roubo, estupro e corrupção de menores, renovável acada cinco anos, junto ao órgão responsável pela respectiva concessão ou autorização.

Art. 330 - Os estabelecimentos onde se executem reformas ou recuperação de veículos eos que comprem, vendam ou desmontem veículos, usados ou não, são obrigados a possuirlivros de registro de seu movimento de entrada e saída e de uso de placas de experiência,conforme modelos aprovados e rubricados pelos órgãos de trânsito.

§ 1º - Os livros indicarão:

I - data de entrada do veículo no estabelecimento;

II - nome, endereço e identidade do proprietário ou vendedor;

III - data da saída ou baixa, nos casos de desmontagem;

IV - nome, endereço e identidade do comprador;

V - características do veículo constantes do seu certificado de registro;

VI - número da placa de experiência.

Arts. 319 a 330

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Código de Trânsito Brasileiro – Lei nº 9.503/1997

§ 2º - Os livros terão suas páginas numeradas tipograficamente e serão encadernados ouem folhas soltas, sendo que, no primeiro caso, conterão termo de abertura e encerramen-to lavrados pelo proprietário e rubricados pela repartição de trânsito, enquanto, no segun-do, todas as folhas serão autenticadas pela repartição de trânsito.

§ 3º - A entrada e a saída de veículos nos estabelecimentos referidos neste artigo regis-trar-se-ão no mesmo dia em que se verificarem assinaladas, inclusive, as horas a elascorrespondentes, podendo os veículos irregulares lá encontrados ou suas sucatas ser apreen-didos ou retidos para sua completa regularização.

§ 4º - As autoridades de trânsito e as autoridades policiais terão acesso aos livros sempreque o solicitarem, não podendo, entretanto, retirá-los do estabelecimento.

§ 5º - A falta de escrituração dos livros, o atraso, a fraude ao realizá-lo e a recusa de suaexibição serão punidas com a multa prevista para as infrações gravíssimas, independentedas demais cominações legais cabíveis.

Art. 331 - Até a nomeação e posse dos membros que passarão a integrar os colegiadosdestinados ao julgamento dos recursos administrativos previstos na Seção II do Capí-tulo XVIII deste Código, o julgamento dos recursos ficará a cargo dos órgãos ora exis-tentes.

Art. 332 - Os órgãos e entidades integrantes do Sistema Nacional de Trânsito proporcio-narão aos membros do CONTRAN, CETRAN e CONTRANDIFE, em serviço, todas as facilida-des para o cumprimento de sua missão, fornecendo-lhes as informações que solicitarem,permitindo-lhes inspecionar a execução de quaisquer serviços e deverão atender pronta-mente suas requisições.

Art. 333 - O CONTRAN estabelecerá, em até cento e vinte dias após a nomeação de seusmembros, as disposições previstas nos arts. 91 e 92, que terão de ser atendidas pelosórgãos e entidades executivos de trânsito e executivos rodoviários para exercerem suascompetências.

§ 1º - Os órgãos e entidades de trânsito já existentes terão prazo de um ano, após a ediçãodas normas, para se adequarem às novas disposições estabelecidas pelo CONTRAN, con-forme disposto neste artigo.

§ 2º - Os órgãos e entidades de trânsito a serem criados exercerão as competênciasprevistas neste Código em cumprimento às exigências estabelecidas pelo CONTRAN, con-forme disposto neste artigo, acompanhados pelo respectivo CETRAN, se órgão ou entidademunicipal, ou CONTRAN, se órgão ou entidade estadual, do Distrito Federal ou da União,passando a integrar o Sistema Nacional de Trânsito.

Art. 334 - As ondulações transversais existentes deverão ser homologadas pelo órgão ouentidade competente no prazo de um ano, a partir da publicação deste Código, devendoser retiradas em caso contrário.

Art. 335 - (Vetado)

Art. 336 - Aplicam-se os sinais de trânsito previstos no Anexo II até a aprovação peloCONTRAN, no prazo de trezentos e sessenta dias da publicação desta Lei, após a manifes-tação da Câmara Temática de Engenharia, de Vias e Veículos e obedecidos os padrõesinternacionais.

Art. 337 - Os CETRAN terão suporte técnico e financeiro dos Estados e Municípios que oscompõem e, o CONTRANDIFE, do Distrito Federal.

Art. 338 - As montadoras, encarroçadoras, os importadores e fabricantes, ao comerciaremveículos automotores de qualquer categoria e ciclos, são obrigados a fornecer, no ato dacomercialização do respectivo veículo, manual contendo normas de circulação, infrações, pe-nalidades, direção defensiva, primeiros socorros e Anexos do Código de Trânsito Brasileiro.

Art. 339 - Fica o Poder Executivo autorizado a abrir crédito especial no valor de R$ 264.954,00(duzentos e sessenta e quatro mil, novecentos e cinqüenta e quatro reais), em favor do

Arts. 330 a 339

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Código de Trânsito Brasileiro – Lei nº 9.503/1997

ministério ou órgão a que couber a coordenação máxima do Sistema Nacional de Trânsito,para atender as despesas decorrentes da implantação deste Código.

Art. 340 - Este Código entra em vigor cento e vinte dias após a data de sua publicação.

Art. 341 - Ficam revogadas as Leis nºs 5.108, de 21 de setembro de 1966, 5.693, de 16de agosto de 1971, 5.820, de 10 de novembro de 1972, 6.124, de 25 de outubro de 1974,6.308, de 15 de dezembro de 1975, 6.369, de 27 de outubro de 1976, 6.731, de 4 dedezembro de 1979, 7.031, de 20 de setembro de 1982, 7.052, de 02 de dezembro de1982, 8.102, de 10 de dezembro de 1990, os arts. 1º a 6º e 11 do Decreto-lei nº 237, de28 de fevereiro de 1967, e os Decretos-leis nºs 584, de 16 de maio de 1969, 912, de 2 deoutubro de 1969, e 2.448, de 21 de julho de 1988.

Brasília, 23 de setembro de 1997; 176º da Independência e 109º da República.

FERNANDO HENRIQUE CARDOSO

Iris Rezende

Eliseu Padilha

Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de 24.9.1997.

ANEXO IDOS CONCEITOS E DEFINIÇÕES

Para efeito deste Código adotam-se as seguintes definições:

ACOSTAMENTO - parte da via diferenciada da pista de rolamento destinada à parada ouestacionamento de veículos, em caso de emergência, e à circulação de pedestres e bicicle-tas, quando não houver local apropriado para esse fim.

AGENTE DA AUTORIDADE DE TRÂNSITO - pessoa, civil ou policial militar, credenciada pelaautoridade de trânsito para o exercício das atividades de fiscalização, operação, policia-mento ostensivo de trânsito ou patrulhamento.

AUTOMÓVEL - veículo automotor destinado ao transporte de passageiros, com capacidadepara até oito pessoas, exclusive o condutor.

AUTORIDADE DE TRÂNSITO - dirigente máximo de órgão ou entidade executivo integrantedo Sistema Nacional de Trânsito ou pessoa por ele expressamente credenciada.

BALANÇO TRASEIRO - distância entre o plano vertical passando pelos centros das rodastraseiras extremas e o ponto mais recuado do veículo, considerando-se todos os elemen-tos rigidamente fixados ao mesmo.

BICICLETA - veículo de propulsão humana, dotado de duas rodas, não sendo, para efeitodeste Código, similar à motocicleta, motoneta e ciclomotor.

BICICLETÁRIO - local, na via ou fora dela, destinado ao estacionamento de bicicletas.

BONDE - veículo de propulsão elétrica que se move sobre trilhos.

BORDO DA PISTA - margem da pista, podendo ser demarcada por linhas longitudinais debordo que delineiam a parte da via destinada à circulação de veículos.

CALÇADA - parte da via, normalmente segregada e em nível diferente, não destinada àcirculação de veículos, reservada ao trânsito de pedestres e, quando possível, à implanta-ção de mobiliário urbano, sinalização, vegetação e outros fins.

CAMINHÃO-TRATOR - veículo automotor destinado a tracionar ou arrastar outro.

CAMINHONETE - veículo destinado ao transporte de carga com peso bruto total de até trêsmil e quinhentos quilogramas.

CAMIONETA - veículo misto destinado ao transporte de passageiros e carga no mesmocompartimento.

Arts. 339 a 341

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Código de Trânsito Brasileiro – Lei nº 9.503/1997Anexo I

CANTEIRO CENTRAL - obstáculo físico construído como separador de duas pistas de rola-mento, eventualmente substituído por marcas viárias (canteiro fictício).

CAPACIDADE MÁXIMA DE TRAÇÃO - máximo peso que a unidade de tração é capaz detracionar, indicado pelo fabricante, baseado em condições sobre suas limitações de gera-ção e multiplicação de momento de força e resistência dos elementos que compõem atransmissão.

CARREATA - deslocamento em fila na via de veículos automotores em sinal de regozijo, dereivindicação, de protesto cívico ou de uma classe.

CARRO DE MÃO - veículo de propulsão humana utilizado no transporte de pequenas cargas.

CARROÇA - veículo de tração animal destinado ao transporte de carga.

CATADIÓPTRICO - dispositivo de reflexão e refração da luz utilizado na sinalização de viase veículos (olho-de-gato).

CHARRETE - veículo de tração animal destinado ao transporte de pessoas.

CICLO - veículo de pelo menos duas rodas a propulsão humana.

CICLOFAIXA - parte da pista de rolamento destinada à circulação exclusiva de ciclos,delimitada por sinalização específica.

CICLOMOTOR - veículo de duas ou três rodas, provido de um motor de combustão interna,cuja cilindrada não exceda a cinqüenta centímetros cúbicos (3,05 polegadas cúbicas) ecuja velocidade máxima de fabricação não exceda a cinqüenta quilômetros por hora.

CICLOVIA - pista própria destinada à circulação de ciclos, separada fisicamente do tráfego comum.

CONVERSÃO - movimento em ângulo, à esquerda ou à direita, de mudança da direçãooriginal do veículo.

CRUZAMENTO - interseção de duas vias em nível.

DISPOSITIVO DE SEGURANÇA - qualquer elemento que tenha a função específica de pro-porcionar maior segurança ao usuário da via, alertando-o sobre situações de perigo quepossam colocar em risco sua integridade física e dos demais usuários da via, ou danificarseriamente o veículo.

ESTACIONAMENTO - imobilização de veículos por tempo superior ao necessário para em-barque ou desembarque de passageiros.

ESTRADA - via rural não pavimentada.

FAIXAS DE DOMÍNIO - superfície lindeira às vias rurais, delimitada por lei específica e sobresponsabilidade do órgão ou entidade de trânsito competente com circunscrição sobre a via.

FAIXAS DE TRÂNSITO - qualquer uma das áreas longitudinais em que a pista pode sersubdividida, sinalizada ou não por marcas viárias longitudinais, que tenham uma largurasuficiente para permitir a circulação de veículos automotores.

FISCALIZAÇÃO - ato de controlar o cumprimento das normas estabelecidas na legislaçãode trânsito, por meio do poder de polícia administrativa de trânsito, no âmbito de circuns-crição dos órgãos e entidades executivos de trânsito e de acordo com as competênciasdefinidas neste Código.

FOCO DE PEDESTRES - indicação luminosa de permissão ou impedimento de locomoção nafaixa apropriada.

FREIO DE ESTACIONAMENTO - dispositivo destinado a manter o veículo imóvel na ausên-cia do condutor ou, no caso de um reboque, se este se encontra desengatado.

FREIO DE SEGURANÇA OU MOTOR - dispositivo destinado a diminuir a marcha do veículono caso de falha do freio de serviço.

FREIO DE SERVIÇO - dispositivo destinado a provocar a diminuição da marcha do veículoou pará-lo.

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Código de Trânsito Brasileiro – Lei nº 9.503/1997 Anexo I

GESTOS DE AGENTES - movimentos convencionais de braço, adotados exclusivamentepelos agentes de autoridades de trânsito nas vias, para orientar, indicar o direito de passa-gem dos veículos ou pedestres ou emitir ordens, sobrepondo-se ou completando outrasinalização ou norma constante deste Código.

GESTOS DE CONDUTORES - movimentos convencionais de braço, adotados exclusivamen-te pelos condutores, para orientar ou indicar que vão efetuar uma manobra de mudançade direção, redução brusca de velocidade ou parada.

ILHA - obstáculo físico, colocado na pista de rolamento, destinado à ordenação dos fluxosde trânsito em uma interseção.

INFRAÇÃO - inobservância a qualquer preceito da legislação de trânsito, às normas ema-nadas do Código de Trânsito, do Conselho Nacional de Trânsito e a regulamentaçãoestabelecida pelo órgão ou entidade executiva do trânsito.

INTERSEÇÃO - todo cruzamento em nível, entroncamento ou bifurcação, incluindo as áreasformadas por tais cruzamentos, entroncamentos ou bifurcações.

INTERRUPÇÃO DE MARCHA - imobilização do veículo para atender circunstância momentâ-nea do trânsito.

LICENCIAMENTO - procedimento anual, relativo a obrigações do proprietário de veículo,comprovado por meio de documento específico (Certificado de Licenciamento Anual).

LOGRADOURO PÚBLICO - espaço livre destinado pela municipalidade à circulação, paradaou estacionamento de veículos, ou à circulação de pedestres, tais como calçada, parques,áreas de lazer, calçadões.

LOTAÇÃO - carga útil máxima, incluindo condutor e passageiros, que o veículo transporta,expressa em quilogramas para os veículos de carga, ou número de pessoas, para osveículos de passageiros.

LOTE LINDEIRO - aquele situado ao longo das vias urbanas ou rurais e que com elas se limita.

LUZ ALTA - facho de luz do veículo destinado a iluminar a via até uma grande distância doveículo.

LUZ BAIXA - facho de luz do veículo destinada a iluminar a via diante do veículo, semocasionar ofuscamento ou incômodo injustificáveis aos condutores e outros usuários davia que venham em sentido contrário.

LUZ DE FREIO - luz do veículo destinada a indicar aos demais usuários da via, que seencontram atrás do veículo, que o condutor está aplicando o freio de serviço.

LUZ INDICADORA DE DIREÇÃO (pisca-pisca) - luz do veículo destinada a indicar aos de-mais usuários da via que o condutor tem o propósito de mudar de direção para a direita oupara a esquerda.

LUZ DE MARCHA À RÉ - luz do veículo destinada a iluminar atrás do veículo e advertir aosdemais usuários da via que o veículo está efetuando ou a ponto de efetuar uma manobrade marcha à ré.

LUZ DE NEBLINA - luz do veículo destinada a aumentar a iluminação da via em caso deneblina, chuva forte ou nuvens de pó.

LUZ DE POSIÇÃO (lanterna) - luz do veículo destinada a indicar a presença e a largura doveículo.

MANOBRA - movimento executado pelo condutor para alterar a posição em que o veículoestá no momento em relação à via.

MARCAS VIÁRIAS - conjunto de sinais constituídos de linhas, marcações, símbolos oulegendas, em tipos e cores diversas, apostos ao pavimento da via.

MICROÔNIBUS - veículo automotor de transporte coletivo com capacidade para até vintepassageiros.

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Código de Trânsito Brasileiro – Lei nº 9.503/1997

MOTOCICLETA - veículo automotor de duas rodas, com ou sem side-car, dirigido por con-dutor em posição montada.

MOTONETA - veículo automotor de duas rodas, dirigido por condutor em posição sentada.

MOTOR-CASA (MOTOR-HOME) - veículo automotor cuja carroçaria seja fechada e destina-da a alojamento, escritório, comércio ou finalidades análogas.

NOITE - período do dia compreendido entre o pôr-do-sol e o nascer do sol.

ÔNIBUS - veículo automotor de transporte coletivo com capacidade para mais de vintepassageiros, ainda que, em virtude de adaptações com vista à maior comodidade destes,transporte número menor.

OPERAÇÃO DE CARGA E DESCARGA - imobilização do veículo, pelo tempo estritamentenecessário ao carregamento ou descarregamento de animais ou carga, na forma disciplina-da pelo órgão ou entidade executivo de trânsito competente com circunscrição sobre a via.

OPERAÇÃO DE TRÂNSITO - monitoramento técnico baseado nos conceitos de Engenharia deTráfego, das condições de fluidez, de estacionamento e parada na via, de forma a reduzir asinterferências tais como veículos quebrados, acidentados, estacionados irregularmente atra-palhando o trânsito, prestando socorros imediatos e informações aos pedestres e condutores.

PARADA - imobilização do veículo com a finalidade e pelo tempo estritamente necessáriopara efetuar embarque ou desembarque de passageiros.

PASSAGEM DE NÍVEL - todo cruzamento de nível entre uma via e uma linha férrea ou trilhode bonde com pista própria.

PASSAGEM POR OUTRO VEÍCULO - movimento de passagem à frente de outro veículo quese desloca no mesmo sentido, em menor velocidade, mas em faixas distintas da via.

PASSAGEM SUBTERRÂNEA - obra de arte destinada à transposição de vias, em desnívelsubterrâneo, e ao uso de pedestres ou veículos.

PASSARELA - obra de arte destinada à transposição de vias, em desnível aéreo, e ao usode pedestres.

PASSEIO - parte da calçada ou da pista de rolamento, neste último caso, separada porpintura ou elemento físico separador, livre de interferências, destinada à circulação exclu-siva de pedestres e, excepcionalmente, de ciclistas.

PATRULHAMENTO - função exercida pela Polícia Rodoviária Federal com o objetivo de garan-tir obediência às normas de trânsito, assegurando a livre circulação e evitando acidentes.

PERÍMETRO URBANO - limite entre área urbana e área rural.

PESO BRUTO TOTAL - peso máximo que o veículo transmite ao pavimento, constituído dasoma da tara mais a lotação.

PESO BRUTO TOTAL COMBINADO - peso máximo transmitido ao pavimento pela combina-ção de um caminhão-trator mais seu semi-reboque ou do caminhão mais o seu reboque oureboques.

PISCA-ALERTA - luz intermitente do veículo, utilizada em caráter de advertência, destinadaa indicar aos demais usuários da via que o veículo está imobilizado ou em situação deemergência.

PISTA - parte da via normalmente utilizada para a circulação de veículos, identificada porelementos separadores ou por diferença de nível em relação às calçadas, ilhas ou aoscanteiros centrais.

PLACAS - elementos colocados na posição vertical, fixados ao lado ou suspensos sobre apista, transmitindo mensagens de caráter permanente e, eventualmente, variáveis, median-te símbolo ou legendas pré-reconhecidas e legalmente instituídas como sinais de trânsito.

POLICIAMENTO OSTENSIVO DE TRÂNSITO - função exercida pelas Polícias Militares com oobjetivo de prevenir e reprimir atos relacionados com a segurança pública e de garantir

Anexo I

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Código de Trânsito Brasileiro – Lei nº 9.503/1997

obediência às normas relativas à segurança de trânsito, assegurando a livre circulação eevitando acidentes.

PONTE - obra de construção civil destinada a ligar margens opostas de uma superfícielíquida qualquer.

REBOQUE - veículo destinado a ser engatado atrás de um veículo automotor.

REGULAMENTAÇÃO DA VIA - implantação de sinalização de regulamentação pelo órgão ouentidade competente com circunscrição sobre a via, definindo, entre outros, sentido dedireção, tipo de estacionamento, horários e dias.

REFÚGIO - parte da via, devidamente sinalizada e protegida, destinada ao uso de pedes-tres durante a travessia da mesma.

RENACH - Registro Nacional de Condutores Habilitados.

RENAVAM - Registro Nacional de Veículos Automotores.

RETORNO - movimento de inversão total de sentido da direção original de veículos.

RODOVIA - via rural pavimentada.

SEMI-REBOQUE - veículo de um ou mais eixos que se apóia na sua unidade tratora ou é aela ligado por meio de articulação.

SINAIS DE TRÂNSITO - elementos de sinalização viária que se utilizam de placas, marcasviárias, equipamentos de controle luminosos, dispositivos auxiliares, apitos e gestos, des-tinados exclusivamente a ordenar ou dirigir o trânsito dos veículos e pedestres.

SINALIZAÇÃO - conjunto de sinais de trânsito e dispositivos de segurança colocados na viapública com o objetivo de garantir sua utilização adequada, possibilitando melhor fluidezno trânsito e maior segurança dos veículos e pedestres que nela circulam.

SONS POR APITO - sinais sonoros, emitidos exclusivamente pelos agentes da autoridadede trânsito nas vias, para orientar ou indicar o direito de passagem dos veículos ou pedes-tres, sobrepondo-se ou completando sinalização existente no local ou norma estabelecidaneste Código.

TARA - peso próprio do veículo, acrescido dos pesos da carroçaria e equipamento, docombustível, das ferramentas e acessórios, da roda sobressalente, do extintor de incêndioe do fluido de arrefecimento, expresso em quilogramas.

TRAILER - reboque ou semi-reboque tipo casa, com duas, quatro, ou seis rodas, acopladoou adaptado à traseira de automóvel ou camionete, utilizado em geral em atividades turís-ticas como alojamento, ou para atividades comerciais.

TRÂNSITO - movimentação e imobilização de veículos, pessoas e animais nas vias terrestres.

TRANSPOSIÇÃO DE FAIXAS - passagem de um veículo de uma faixa demarcada para outra.

TRATOR - veículo automotor construído para realizar trabalho agrícola, de construção epavimentação e tracionar outros veículos e equipamentos.

ULTRAPASSAGEM - movimento de passar à frente de outro veículo que se desloca nomesmo sentido, em menor velocidade e na mesma faixa de tráfego, necessitando sair eretornar à faixa de origem.

UTILITÁRIO - veículo misto caracterizado pela versatilidade do seu uso, inclusive fora de estrada.

VEÍCULO ARTICULADO - combinação de veículos acoplados, sendo um deles automotor.

VEÍCULO AUTOMOTOR - todo veículo a motor de propulsão que circule por seus própriosmeios, e que serve normalmente para o transporte viário de pessoas e coisas, ou para a traçãoviária de veículos utilizados para o transporte de pessoas e coisas. O termo compreende osveículos conectados a uma linha elétrica e que não circulam sobre trilhos (ônibus elétrico).

VEÍCULO DE CARGA - veículo destinado ao transporte de carga, podendo transportar doispassageiros, exclusive o condutor.

Anexo I

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Código de Trânsito Brasileiro – Lei nº 9.503/1997

VEÍCULO DE COLEÇÃO - aquele que, mesmo tendo sido fabricado há mais de trinta anos,conserva suas características originais de fabricação e possui valor histórico próprio.

VEÍCULO CONJUGADO - combinação de veículos, sendo o primeiro um veículo automotore os demais reboques ou equipamentos de trabalho agrícola, construção, terraplenagemou pavimentação.

VEÍCULO DE GRANDE PORTE - veículo automotor destinado ao transporte de carga compeso bruto total máximo superior a dez mil quilogramas e de passageiros, superior a vintepassageiros.

VEÍCULO DE PASSAGEIROS - veículo destinado ao transporte de pessoas e suas bagagens.

VEÍCULO MISTO - veículo automotor destinado ao transporte simultâneo de carga e passa-geiro.

VIA - superfície por onde transitam veículos, pessoas e animais, compreendendo a pista, acalçada, o acostamento, ilha e canteiro central.

VIA DE TRÂNSITO RÁPIDO - aquela caracterizada por acessos especiais com trânsito livre,sem interseções em nível, sem acessibilidade direta aos lotes lindeiros e sem travessia depedestres em nível.

VIA ARTERIAL - aquela caracterizada por interseções em nível, geralmente controlada porsemáforo, com acessibilidade aos lotes lindeiros e às vias secundárias e locais, possibili-tando o trânsito entre as regiões da cidade.

VIA COLETORA - aquela destinada a coletar e distribuir o trânsito que tenha necessidadede entrar ou sair das vias de trânsito rápido ou arteriais, possibilitando o trânsito dentrodas regiões da cidade.

VIA LOCAL - aquela caracterizada por interseções em nível não semaforizadas, destinadaapenas ao acesso local ou a áreas restritas.

VIA RURAL - estradas e rodovias.

VIA URBANA - ruas, avenidas, vielas, ou caminhos e similares abertos à circulação pública,situados na área urbana, caracterizados principalmente por possuírem imóveis edificadosao longo de sua extensão.

VIAS E ÁREAS DE PEDESTRES - vias ou conjunto de vias destinadas à circulação prioritáriade pedestres.

VIADUTO - obra de construção civil destinada a transpor uma depressão de terreno ouservir de passagem superior.

ANEXO II

Consulte o endereço: http://www.planalto.gov.br/ccivil/leis/1995_1997/anexo/9503-97.pdf

Anexos I e II

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LEIS PENAIS

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LEI DAS CONTRAVENÇÕES PENAIS

DECRETO-LEI Nº 3.688, DE 3 DE OUTUBRO DE 1941.

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LEI DAS CONTRAVENÇÕES PENAIS – DECRETO-LEI Nº 3.688/1941

Parte Geral (arts. 1º a 17) ................................................................................... 231

Parte Especial

Capítulo I - Das contravenções referentes à pessoa (arts. 18 a 23) ........................... 232

Capítulo II - Das contravenções referentes ao patrimônio (arts. 24 a 27) ................... 233

Capítulo III - Das contravenções referentes à incolumidade pública (arts. 28 a 38) ..... 234

Capítulo IV - Das contravenções referentes à paz pública (arts. 39 a 42) .................... 235

Capítulo V - Das contravenções referentes à fé pública (arts. 43 a 46) ........................ 236

Capítulo VI - Das contravenções relativas à organização do trabalho (arts. 47 a 49) ..... 236

Capítulo VII - Das contravenções relativas à polícia de costumes (arts. 50 a 65) .......... 237

Capítulo VIII - Das contravenções referentes à Administração Pública (arts. 66 a 70) ... 239

Disposições finais (arts. 71 a 72) ........................................................................... 239

Lei nº 1.390, de 3 de julho de 1951 ....................................................................... 240

Lei nº 7.437, de 20 de dezembro de 1985............................................................... 241

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Lei das Contravenções Penais – Decreto-Lei nº 3.688/1941

LEI DAS CONTRAVENÇÕES PENAISDECRETO-LEI Nº 3.688, DE 3 DE OUTUBRO DE 1941.

Vide Lei nº 1.390, de 3.7.1951

Vide Lei nº 7.437, de 20.12.1985

O Presidente da República, usando das atribuições que lhe confere o artigo 180 da Cons-tituição,

DECRETA:

LEI DAS CONTRAVENÇÕES PENAIS

PARTE GERAL

Art. 1º - Aplicam-se as contravenções às regras gerais do Código Penal, sempre que apresente lei não disponha de modo diverso.

Art. 2º - A lei brasileira só é aplicável à contravenção praticada no território nacional.

Art. 3º - Para a existência da contravenção, basta a ação ou omissão voluntária. Deve-se,todavia, ter em conta o dolo ou a culpa, se a lei faz depender, de um ou de outra, qualquerefeito jurídico.

Art. 4º - Não é punível a tentativa de contravenção.

Art. 5º - As penas principais são:

I – prisão simples.

II – multa.

Art. 6º - A pena de prisão simples deve ser cumprida, sem rigor penitenciário, em estabe-lecimento especial ou em secção especial de prisão comum, podendo ser dispensado oisolamento noturno.

Art. 6º - A pena de prisão simples deve ser cumprida, sem rigor penitenciário, em estabe-lecimento especial ou seção especial de prisão comum, em regime semi-aberto ou aberto.(Redação dada pela Lei nº 6.416, de 24.5.1977)

§ 1º - O condenado a pena de prisão simples fica sempre separado dos condenados a penade reclusão ou de detenção.

§ 2º - O trabalho é facultativo, se a pena aplicada, não excede a quinze dias.

Art. 7º - Verifica-se a reincidência quando o agente pratica uma contravenção depois depassar em julgado a sentença que o tenha condenado, no Brasil ou no estrangeiro, porqualquer crime, ou, no Brasil, por motivo de contravenção.

Art. 8º - No caso de ignorância ou de errada compreensão da lei, quando escusaveis, apena pode deixar de ser aplicada.

Art. 9º - A multa converte-se em prisão simples, de acordo com o que dispõe o CódigoPenal sobre a conversão de multa em detenção.

Parágrafo único - Se a multa é a única pena cominada, a conversão em prisão simples sefaz entre os limites de quinze dias e três meses.

Art. 10 - A duração da pena de prisão simples não pode, em caso algum, ser superior acinco anos, nem a importância das multas ultrapassar cinquenta contos.

Art. 11 - Desde que reunidas as condições legais, o juiz pode suspender, por tempo nãoinferior a um ano nem superior a três, a execução da pena de prisão simples que nãoultrapasse dois anos.

Arts. 1º a 10

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Lei das Contravenções Penais – Decreto-Lei nº 3.688/1941

Art. 11 - Desde que reunidas as condições legais, o juiz pode suspender por tempo nãoinferior a um ano nem superior a três, a execução da pena de prisão simples, bem comoconceder livramento condicional. (Redação dada pela Lei nº 6.416, de 24.5.1977)

Art. 12 - As penas acessórias são a publicação da sentença e as seguintes interdições dedireitos:

I - a incapacidade temporária para profissão ou atividade, cujo exercício dependa dehabilitação especial, licença ou autorização do poder público;

II - a suspensão dos direitos políticos.

Parágrafo único - Incorrem:

a) na interdição sob nº I, por um mês a dois anos, o condenado por motivo de contravençãocometida com abuso de profissão ou atividade ou com infração de dever a ela inerente;

b) na interdição sob nº II, o condenado a pena privativa de liberdade, enquanto dure aexecução do pena ou a aplicação da medida de segurança detentiva.

Art. 13 - Aplicam-se, por motivo de contravenção, os medidas de segurança estabelecidasno Código Penal, à exceção do exílio local.

Art. 14 - Presumem-se perigosos, alem dos indivíduos a que se referem os ns. I e II doart. 78 do Código Penal:

I - o condenado por motivo de contravenção cometido, em estado de embriaguez peloálcool ou substância de efeitos análogos, quando habitual a embriaguez;

II - o condenado por vadiagem ou mendicância;

III - o reincidente na contravenção prevista no art. 50;

IV - o reincidente na contravenção prevista no art. 58.  (Revogado pela Lei nº 6.416, de 24.5.1977)

Art. 15 - São internados em colônia agrícola ou em instituto de trabalho, de reeducação oude ensino profissional, pelo prazo mínimo de um ano: (Regulamento)

I - o condenado por vadiagem (art. 59);

II - o condenado por mendicância (art. 60 e seu parágrafo);

III - o reincidente nas contravenções previstas nos arts. 50 e 58. (Revogado pela Leinº 6.416, de 24.5.1977)

Art. 16 - O prazo mínimo de duração da internação em manicômio judiciário ou em casade custódia e tratamento é de seis meses.

Parágrafo único - O juiz, entretanto, pode, ao invés de decretar a internação, submeter oindivíduo a liberdade vigiada.

Art. 17 - A ação penal é pública, devendo a autoridade proceder de ofício.

PARTE ESPECIAL

CAPÍTULO IDAS CONTRAVENÇÕES REFERENTES À PESSOA

Art. 18 - Fabricar, importar, exportar, ter em depósito ou vender, sem permissão da auto-ridade, arma ou munição:

Pena - prisão simples, de três meses a um ano, ou multa, de um a cinco contos de réis,ou ambas cumulativamente, se o fato não constitue crime contra a ordem política ousocial.

Art. 19 - Trazer consigo arma fora de casa ou de dependência desta, sem licença daautoridade:

Arts. 11 a 19

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Lei das Contravenções Penais – Decreto-Lei nº 3.688/1941

Pena - prisão simples, de quinze dias a seis meses, ou multa, de duzentos mil réis a trêscontos de réis, ou ambas cumulativamente.

§ 1º - A pena é aumentada de um terço até metade, se o agente já foi condenado, emsentença irrecorrivel, por violência contra pessoa.

§ 2º - Incorre na pena de prisão simples, de quinze dias a três meses, ou multa, deduzentos mil réis a um conto de réis, quem, possuindo arma ou munição:

a) deixa de fazer comunicação ou entrega à autoridade, quando a lei o determina;

b) permite que alienado menor de 18 anos ou pessoa inexperiente no manejo de arma atenha consigo;

c) omite as cautelas necessárias para impedir que dela se apodere facilmente alienado,menor de 18 anos ou pessoa inexperiente em manejá-la.

Art. 20 - Anunciar processo, substância ou objeto destinado a provocar aborto ou evitar a gravidez;

Pena - multa, de quinhentos mil réis a cinco contos de réis.

Art. 20 - Anunciar processo, substância ou objeto destinado a provocar aborto: (Redaçãodada pela Lei nº 6.734, de 1979)

Pena - multa de hum mil cruzeiros a dez mil cruzeiros. (Redação dada pela Lei nº 6.734, de 1979)

Art. 21 - Praticar vias de fato contra alguem:

Pena - prisão simples, de quinze dias a três meses, ou multa, de cem mil réis a um contode réis, se o fato não constitue crime.

Parágrafo único - Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) até a metade se a vítima é maiorde 60 (sessenta) anos. (Incluído pela Lei nº 10.741, de 2003)

Art. 22 - Receber em estabelecimento psiquiátrico, e nele internar, sem as formalidadeslegais, pessoa apresentada como doente mental:

Pena - multa, de trezentos mil réis a três contos de réis.

§ 1º - Aplica-se a mesma pena a quem deixa de comunicar a autoridade competente, no prazolegal, internação que tenha admitido, por motivo de urgência, sem as formalidades legais.

§ 2º - Incorre na pena de prisão simples, de quinze dias a três meses, ou multa dequinhentos mil réis a cinco contos de réis, aquele que, sem observar as prescrições legais,deixa retirar-se ou despede de estabelecimento psiquiátrico pessoa nele, internada.

Art. 23 - Receber e ter sob custódia doente mental, fora do caso previsto no artigoanterior, sem autorização de quem de direito:

Pena - prisão simples, de quinze dias a três meses, ou multa, de quinhentos mil réis a cincocontos de réis.

CAPÍTULO IIDAS CONTRAVENÇÕES REFERENTES AO PATRIMÔNIO

Art. 24 - Fabricar, ceder ou vender gazua ou instrumento empregado usualmente naprática de crime de furto:

Pena - prisão simples, de seis meses a dois anos, e multa, de trezentos mil réis a trêscontos de réis.

Art. 25 - Ter alguem em seu poder, depois de condenado, por crime de furto ou roubo, ouenquanto sujeito à liberdade vigiada ou quando conhecido como vadio ou mendigo, gazuas,chaves falsas ou alteradas ou instrumentos empregados usualmente na prática de crimede furto, desde que não prove destinação legítima:

Arts. 19 a 25

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Lei das Contravenções Penais – Decreto-Lei nº 3.688/1941

Pena - prisão simples, de dois meses a um ano, e multa de duzentos mil réis a dois contosde réis.

Art. 26 - Abrir alguem, no exercício de profissão de serralheiro ou oficio análogo, a pedidoou por incumbência de pessoa de cuja legitimidade não se tenha certificado previamente,fechadura ou qualquer outro aparelho destinado à defesa de lugar nu objeto:

Pena - prisão simples, de quinze dias a três meses, ou multa, de duzentos mil réis a umconto de réis.

Art. 27 - Explorar a credulidade pública mediante sortilégios, predição do futuro, explica-ção de sonho, ou práticas congêneres: (Revogado pela Lei nº 9.521, de 27.11.1997)

Pena - prisão simples, de um a seis meses, e multa, de quinhentos mil réis a cinco contosde réis.

CAPÍTULO IIIDAS CONTRAVENÇÕES REFERENTES À INCOLUMIDADE PÚBLICA

Art. 28 - Disparar arma de fogo em lugar habitado ou em suas adjacências, em via públicaou em direção a ela:

Pena - prisão simples, de um a seis meses, ou multa, de trezentos mil réis a três contos deréis.

Parágrafo único - Incorre na pena de prisão simples, de quinze dias a dois meses, oumulta, de duzentos mil réis a dois contos de réis, quem, em lugar habitado ou em suasadjacências, em via pública ou em direção a ela, sem licença da autoridade, causa deflagraçãoperigosa, queima fogo de artifício ou solta balão aceso.

Art. 29 - Provocar o desabamento de construção ou, por erro no projeto ou na execução,dar-lhe causa:

Pena - multa, de um a dez contos de réis, se o fato não constitue crime contra a incolumidadepública.

Art. 30 - Omitir alguem a providência reclamada pelo Estado ruinoso de construção quelhe pertence ou cuja conservação lhe incumbe:

Pena - multa, de um a cinco contos de réis.

Art. 31 - Deixar em liberdade, confiar à guarda de pessoa inexperiente, ou não guardarcom a devida cautela animal perigoso:

Pena - prisão simples, de dez dias a dois meses, ou multa, de cem mil réis a um conto deréis.

Parágrafo único - Incorre na mesma pena quem:

a) na via pública, abandona animal de tiro, carga ou corrida, ou o confia à pessoainexperiente;

b) excita ou irrita animal, expondo a perigo a segurança alheia;

c) conduz animal, na via pública, pondo em perigo a segurança alheia.

Art. 32 - Dirigir, sem a devida habilitação, veículo na via pública, ou embarcação a motorem aguas públicas:

Pena - multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis.

Art. 33 - Dirigir aeronave sem estar devidamente licenciado:

Pena - prisão simples, de quinze dias a três meses, e multa, de duzentos mil réis a doiscontos de réis.

Arts. 25 a 33

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Lei das Contravenções Penais – Decreto-Lei nº 3.688/1941

Art. 34 - Dirigir veículos na via pública, ou embarcações em águas públicas, pondo emperigo a segurança alheia:

Pena - prisão simples, de quinze das a três meses, ou multa, de trezentos mil réis a doiscontos de réis.

Art. 35 - Entregar-se na prática da aviação, a acrobacias ou a vôos baixos, fora da zonaem que a lei o permite, ou fazer descer a aeronave fora dos lugares destinados a esse fim:

Pena - prisão simples, de quinze dias a três meses, ou multa, de quinhentos mil réis a cincocontos de réis.

Art. 36 - Deixar do colocar na via pública, sinal ou obstáculo, determinado em lei ou pelaautoridade e destinado a evitar perigo a transeuntes:

Pena - prisão simples, de dez dias a dois meses, ou multa, de duzentos mil réis a doiscontos de réis.

Parágrafo único - Incorre na mesma pena quem:

a) apaga sinal luminoso, destrói ou remove sinal de outra natureza ou obstáculo destinadoa evitar perigo a transeuntes;

b) remove qualquer outro sinal de serviço público.

Art. 37 - Arremessar ou derramar em via pública, ou em lugar de uso comum, ou do usoalheio, coisa que possa ofender, sujar ou molestar alguem:

Pena - multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis.

Parágrafo único - Na mesma pena incorre aquele que, sem as devidas cautelas, coloca oudeixa suspensa coisa que, caindo em via pública ou em lugar de uso comum ou de usoalheio, possa ofender, sujar ou molestar alguem.

Art. 38 - Provocar, abusivamente, emissão de fumaça, vapor ou gás, que possa ofenderou molestar alguem:

Pena - multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis.

CAPÍTULO IVDAS CONTRAVENÇÕES REFERENTES À PAZ PÚBLICA

Art. 39 - Participar de associação de mais de cinco pessoas, que se reunam periodicamen-te, sob compromisso de ocultar à autoridade a existência, objetivo, organização ou admi-nistração da associação:

Pena - prisão simples, de um a seis meses, ou multa, de trezentos mil réis a três contos de réis.

§ 1º - Na mesma pena incorre o proprietário ou ocupante de prédio que o cede, no todo ouem parte, para reunião de associação que saiba ser de carater secreto.

§ 2º - O juiz pode, tendo em vista as circunstâncias, deixar de aplicar a pena, quando lícitoo objeto da associação.

Art. 40 - Provocar tumulto ou portar-se de modo inconveniente ou desrespeitoso, emsolenidade ou ato oficial, em assembléia ou espetáculo público, se o fato não constitueinfração penal mais grave;

Pena - prisão simples, de quinze dias a seis meses, ou multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis.

Art. 41 - Provocar alarma, anunciando desastre ou perigo inexistente, ou praticar qual-quer ato capaz de produzir pânico ou tumulto:

Pena - prisão simples, de quinze dias a seis meses, ou multa, de duzentos mil réis a doiscontos de réis.

Arts. 34 a 41

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Lei das Contravenções Penais – Decreto-Lei nº 3.688/1941

Art. 42 - Perturbar alguem o trabalho ou o sossego alheios:

I - com gritaria ou algazarra;

II - exercendo profissão incômoda ou ruidosa, em desacordo com as prescrições legais;

III - abusando de instrumentos sonoros ou sinais acústicos;

IV - provocando ou não procurando impedir barulho produzido por animal de que tem aguarda:

Pena - prisão simples, de quinze dias a três meses, ou multa, de duzentos mil réis a doiscontos de réis.

CAPÍTULO VDAS CONTRAVENÇÕES REFERENTES À FÉ PÚBLICA

Art. 43 - Recusar-se a receber, pelo seu valor, moeda de curso legal no país:

Pena - multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis.

Art. 44 - Usar, como propaganda, de impresso ou objeto que pessoa inexperiente ourústica possa confundir com moeda:

Pena - multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis.

Art. 45 - Fingir-se funcionário público:

Pena - prisão simples, de um a três meses, ou multa, de quinhentos mil réis a três contos deréis.

Art. 46 - Usar, publicamente, de uniforme, ou distintivo de função pública que nãoexerce:

Pena - multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis, se o fato não constitue infraçãopenal mais grave.

Art 46 - Usar, publicamente, de uniforme, ou distintivo de função pública que não exerce;usar, indevidamente, de sinal, distintivo ou denominação cujo emprêgo seja regulado porlei. (Redação dada pelo Decreto-Lei nº 6.916, de 2.10.1944)

Pena - multa, de duzentos a dois mil cruzeiros, se o fato não constitui infração penal maisgrave. (Redação dada pelo Decreto-Lei nº 6.916, de 2.10.1944)

CAPÍTULO VIDAS CONTRAVENÇÕES RELATIVAS À ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO

Art. 47 - Exercer profissão ou atividade econômica ou anunciar que a exerce, sem preen-cher as condições a que por lei está subordinado o seu exercício:

Pena - prisão simples, de quinze dias a três meses, ou multa, de quinhentos mil réis a cincocontos de réis.

Art. 48 - Exercer, sem observância das prescrições legais, comércio de antiguidades, deobras de arte, ou de manuscritos e livros antigos ou raros:

Pena - prisão simples de um a seis meses, ou multa, de um a dez contos de réis.

Art. 49 - Infringir determinação legal relativa à matrícula ou à escrituração de indústria,de comércio, ou de outra atividade:

Pena - multa, de duzentos mil réis a cinco contos de réis.

Arts. 42 a 49

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Lei das Contravenções Penais – Decreto-Lei nº 3.688/1941

CAPÍTULO VIIDAS CONTRAVENÇÕES RELATIVAS À POLÍCIA DE COSTUMES

Art. 50 - Estabelecer ou explorar jogo de azar em lugar público ou acessivel ao público,mediante o pagamento de entrada ou sem ele: (Vide Decreto-Lei nº 4.866, de 23.10.1942)(Vide Decreto-Lei 9.215, de 30.4.1946)

Pena - prisão simples, de três meses a um ano, e multa, de dois a quinze contos de réis,estendendo-se os efeitos da condenação à perda dos moveis e objetos de decoração do local.

§ 1º - A pena é aumentada de um terço, se existe entre os empregados ou participa dojogo pessoa menor de dezoito anos.

§ 2º - Incorre na pena de multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis, quem éencontrado a participar do jogo, como ponteiro ou apostador.

§ 3º - Consideram-se, jogos de azar:

c) o jogo em que o ganho e a perda dependem exclusiva ou principalmente da sorte;

b) as apostas sobre corrida de cavalos fora de hipódromo ou de local onde sejam autorizadas;

c) as apostas sobre qualquer outra competição esportiva.

§ 4º - Equiparam-se, para os efeitos penais, a lugar acessivel ao público:

a) a casa particular em que se realizam jogos de azar, quando deles habitualmente parti-cipam pessoas que não sejam da família de quem a ocupa;

b) o hotel ou casa de habitação coletiva, a cujos hóspedes e moradores se proporcionajogo de azar;

c) a sede ou dependência de sociedade ou associação, em que se realiza jogo de azar;

d) o estabelecimento destinado à exploração de jogo de azar, ainda que se dissimule esse destino.

Art. 51 - Promover ou fazer extrair loteria, sem autorização legal:

Pena - prisão simples, de seis meses a dois anos, e multa, de cinco a dez contos de réis,estendendo-se os efeitos da condenação à perda dos moveis existentes no local.

§ 1º - Incorre na mesma pena quem guarda, vende ou expõe à venda, tem sob sua guardapara o fim de venda, introduz ou tenta introduzir na circulação bilhete de loteria não autorizada.

§ 2º - Considera-se loteria toda operação que, mediante a distribuição de bilhete, listas,cupões, vales, sinais, símbolos ou meios análogos, faz depender de sorteio a obtenção deprêmio em dinheiro ou bens de outra natureza.

§ 3º - Não se compreendem na definição do parágrafo anterior os sorteios autorizados nalegislação especial.

Art. 52 - Introduzir, no país, para o fim de comércio, bilhete de loteria, rifa ou tômbolaestrangeiras:

Pena - prisão simples, de quatro meses a um ano, e multa, de um a cinco contos de réis.

Parágrafo único - Incorre na mesma pena quem vende, expõe à venda, tem sob sua guarda.para o fim de venda, introduz ou tenta introduzir na circulação, bilhete de loteria estrangeira.

Art. 53 - Introduzir, para o fim de comércio, bilhete de loteria estadual em território ondenão possa legalmente circular:

Pena - prisão simples, de dois a seis meses, e multa, de um a três contos de réis.

Parágrafo único - Incorre na mesma pena quem vende, expõe à venda, tem sob suaguarda, para o fim de venda, introduz ou tonta introduzir na circulação, bilhete de loteriaestadual, em território onde não possa legalmente circular.

Art. 54 - Exibir ou ter sob sua guarda lista de sorteio de loteria estrangeira:

Pena - prisão simples, de um a três meses, e multa, de duzentos mil réis a um conto de réis.

Parágrafo único - Incorre na mesma pena quem exibe ou tem sob sua guarda lista desorteio de loteria estadual, em território onde esta não possa legalmente circular.

Arts. 50 a 54

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Lei das Contravenções Penais – Decreto-Lei nº 3.688/1941

Art. 55 - Imprimir ou executar qualquer serviço de feitura de bilhetes, lista de sorteio,avisos ou cartazes relativos a loteria, em lugar onde ela não possa legalmente circular:

Pena - prisão simples, de um a seis meses, e multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis.

Art. 56 - Distribuir ou transportar cartazes, listas de sorteio ou avisos de loteria, onde elanão possa legalmente circular:

Pena - prisão simples, de um a três meses, e multa, de cem a quinhentos mil réis.

Art. 57 - Divulgar, por meio de jornal ou outro impresso, de rádio, cinema, ou qualqueroutra forma, ainda que disfarçadamente, anúncio, aviso ou resultado de extração de lote-ria, onde a circulação dos seus bilhetes não seria legal:

Pena - multa, de um a dez contos de réis.

Art. 58 - Explorar ou realizar a loteria denominada jogo do bicho, ou praticar qualquer atorelativo à sua realização ou exploração:

Pena - prisão simples, de quatro meses a um ano, e multa, de dois a vinte contos de réis.

Parágrafo único - Incorre na pena de multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis,aquele que participa da loteria, visando a obtenção de prêmio, para si ou para terceiro.

Art. 59 - Entregar-se alguem habitualmente à ociosidade, sendo válido para o trabalho,sem ter renda que lhe assegure meios bastantes de subsistência, ou prover à própriasubsistência mediante ocupação ilícita:

Pena - prisão simples, de quinze dias a três meses.

Parágrafo único - A aquisição superveniente de renda, que assegure ao condenado meiosbastantes de subsistência, extingue a pena.

Art. 60 - Mendigar, por ociosidade ou cupidez: (Revogado pela Lei nº 11.983, de 2009)

Pena - prisão simples, de quinze dias a três meses. (Revogado pela Lei nº 11.983, de 2009)

Parágrafo único - Aumenta-se a pena de um sexto a um terço, se a contravenção é prati-cada: (Revogado pela Lei nº 11.983, de 2009)

a) de modo vexatório, ameaçador ou fraudulento. (Revogado pela Lei nº 11.983, de 2009)

b) mediante simulação de moléstia ou deformidade; (Revogado pela Lei nº 11.983, de 2009)

c) em companhia de alienado ou de menor de dezoito anos. (Revogado pela Lei nº 11.983, de 2009)

Art. 61 - Importunar alguem, em lugar público ou acessivel ao público, de modo ofensivoao pudor:

Pena - multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis.

Art. 62 - Apresentar-se publicamente em estado de embriaguez, de modo que causeescândalo ou ponha em perigo a segurança própria ou alheia:

Pena - prisão simples, de quinze dias a três meses, ou multa, de duzentos mil réis a doiscontos de réis.

Parágrafo único - Se habitual a embriaguez, o contraventor é internado em casa de custó-dia e tratamento.

Art. 63 - Servir bebidas alcoólicas:

I - a menor de dezoito anos;

II - a quem se acha em estado de embriaguez;

III - a pessoa que o agente sabe sofrer das faculdades mentais;

IV - a pessoa que o agente sabe estar judicialmente proibida de frequentar lugares ondese consome bebida de tal natureza:

Pena - prisão simples, de dois meses a um ano, ou multa, de quinhentos mil réis a cincocontos de réis.

Art. 64 - Tratar animal com crueldade ou submetê-lo a trabalho excessivo:

Pena - prisão simples, de dez dias a um mês, ou multa, de cem a quinhentos mil réis.

Arts. 55 a 64

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239

Lei das Contravenções Penais – Decreto-Lei nº 3.688/1941

§ 1º - Na mesma pena incorre aquele que, embora para fins didáticos ou científicos, realizaem lugar público ou exposto ao publico, experiência dolorosa ou cruel em animal vivo.

§ 2º - Aplica-se a pena com aumento de metade, se o animal é submetido a trabalhoexcessivo ou tratado com crueldade, em exibição ou espetáculo público.

Art. 65 - Molestar alguem ou perturbar-lhe a tranquilidade, por acinte ou por motivo reprovavel:

Pena - prisão simples, de quinze dias a dois meses, ou multa, de duzentos mil réis a doiscontos de réis.

CAPÍTULO VIIIDAS CONTRAVENÇÕES REFERENTES À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Art. 66 - Deixar de comunicar à autoridade competente:

I - crime de ação pública, de que teve conhecimento no exercício de função pública, desdeque a ação penal não dependa de representação;

II - crime de ação pública, de que teve conhecimento no exercício da medicina ou de outraprofissão sanitária, desde que a ação penal não dependa de representação e a comunica-ção não exponha o cliente a procedimento criminal:

Pena - multa, de trezentos mil réis a três contos de réis.

Art. 67 - Inumar ou exumar cadaver, com infração das disposições legais:

Pena - prisão simples, de um mês a um ano, ou multa, de duzentos mil réis a dois contosde réis.

Art. 68 - Recusar à autoridade, quando por esta, justificadamente solicitados ou exigidos,dados ou indicações concernentes à própria identidade, estado, profissão, domicílio e resi-dência:

Pena - multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis.

Parágrafo único - Incorre na pena de prisão simples, de um a seis meses, e multa, deduzentos mil réis a dois contos de réis, se o fato não constitue infração penal mais grave,quem, nas mesmas circunstâncias, f’az declarações inverídicas a respeito de sua identida-de pessoal, estado, profissão, domicílio e residência.

Art. 69 - Exercer, no território nacional, atividade remunerada o estrangeiro que nele se encon-tre como turista, visitante ou viajante em trânsito: (Revogado pela Lei nº 6.815, de 19.8.1980)

Pena - prisão simples, de três meses a um ano.

Art. 70 - Praticar qualquer ato que importe violação do monopólio postal da União:

Pena - prisão simples, de três meses a um ano, ou multa, de três a dez contos de réis, ouambas cumulativamente.

DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 71 - Ressalvada a legislação especial sobre florestas, caça e pesca, revogam-se asdisposições em contrário.

Art. 72 - Esta lei entrará em vigor no dia 1º de janeiro de 1942.

Rio de Janeiro, 3 de outubro de 1941; 120º da Independência e 58º da República.

GETULIO VARGAS.

Francisco Campos.

Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de 3.10.1941

Arts. 64 a 72

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240

Lei das Contravenções Penais – Lei nº 1.390/1951

LEI Nº 1.390, DE 3 DE JULHO DE 1951.

Vide Decreto-Lei nº 3.688, de 3.10.1941

Inclui entre as contravenções penais a prática de atos resultantes de preconceitos de raça ou de côr.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA , faço saber que o CONGRESSO NACIONAL decreta e eusanciono a seguinte Lei:

Art 1º - Constitui contravenção penal, punida nos têrmos desta Lei, a recusa, por parte deestabelecimento comercial ou de ensino de qualquer natureza, de hospedar, servir, aten-der ou receber cliente, comprador ou aluno, por preconceito de raça ou de côr.

Parágrafo único - Será considerado agente da contravenção o diretor, gerente ou respon-sável pelo estabelecimento.

Art 2º - Recusar alguém hospedagem em hotel, pensão, estalagem ou estabelecimentoda mesma finalidade, por preconceito de raça ou de côr. Pena: prisão simples de trêsmeses a um ano e multa de Cr$5.000,00 (cinco mil cruzeiros) a Cr$20.000,00 (vinte milcruzeiros).

Art 3º - Recusar a venda de mercadorias e em lojas de qualquer gênero, ou atenderclientes em restaurantes, bares, confeitarias e locais semelhantes, abertos ao público,onde se sirvam alimentos, bebidas, refrigerantes e guloseimas, por preconceito de raça oude côr. Pena: prisão simples de quinze dias a três meses ou multa de Cr$500,00 (quinhen-tos cruzeiros) a Cr$5.000,00 (cinco mil cruzeiros).

Art 4º - Recusar entrada em estabelecimento público, de diversões ou esporte, bem comoem salões de barbearias ou cabeleireiros por preconceito de raça ou de côr. Pena: prisãosimples de quinze dias três meses ou multa de Cr$500,00 (quinhentos cruzeiros) aCr$5.000,00 (cinco mil cruzeiros).

Art 5º - Recusar inscrição de aluno em estabelecimentos de ensino de qualquer curso ougrau, por preconceito de raça ou de côr. Pena: prisão simples de três meses a um ano oumulta de Cr$500,00 (quinhentos cruzeiros) a Cr$5.000,00 (cinco mil cruzeiros).

Parágrafo único - Se se tratar de estabelecimento oficial de ensino, a pena será a perda docargo para o agente, desde que apurada em inquérito regular.

Art 6º - Obstar o acesso de alguém a qualquer cargo do funcionalismo público ou ao serviçoem qualquer ramo das fôrças armadas, por preconceito de raça ou de côr. Pena: perda docargo, depois de apurada a responsabilidade em inquérito regular, para o funcionário diri-gente de repartição de que dependa a inscrição no concurso de habilitação dos candidatos.

Art 7º - Negar emprêgo ou trabalho a alguém em autarquia, sociedade de economiamista, emprêsa concessionária de serviço público ou emprêsa privada, por preconceito deraça ou de côr. Pena: prisão simples de três meses a um ano e multa de Cr$500,00(quinhentos cruzeiros) a Cr$5.000,00 (cinco mil cruzeiros), no caso de emprêsa privada;perda do cargo para o responsável pela recusa, no caso de autarquia, sociedade de econo-mia mista e emprêsa concessionária de serviço público.

Art 8º - Nos casos de reincidência, havidos em estabelecimentos particulares, poderá ojuiz determinar a pena adicional de suspensão do funcionamento por prazo não superior atrês meses.

Art 9º - Esta Lei entrará em vigor quinze dias após a sua publicação, revogadas as dispo-sições em contrário.

Rio de Janeiro, 3 de julho de 1951; 130º da Independência e 63º da República.

GETÚLIO VARGAS

Francisco Negrão de Lima

Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de 10.7.1951

Lei nº 1.390/1951Arts. 1º a 9º

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241

Lei das Contravenções Penais – Leis nos 1.390/1951 e 7.437/1985

LEI Nº 7.437, DE 20 DE DEZEMBRO DE 1985.

Vide Decreto-Lei nº 3.688, de 3.10.1941

Inclui, entre as contravenções penais a prática de atos resultantes de preconceito de raça,de cor, de sexo ou de estado civil, dando nova redação à Lei nº 1.390, de 3 de julho de1951 - Lei Afonso Arinos.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sancio-no a seguinte Lei:

Art. 1º - Constitui contravenção, punida nos termos desta lei, a prática de atos resultantesde preconceito de raça, de cor, de sexo ou de estado civil.

Art. 2º - Será considerado agente de contravenção o diretor, gerente ou empregado doestabelecimento que incidir na prática referida no artigo 1º. desta lei.

DAS CONTRAVENÇÕES

Art. 3º - Recusar hospedagem em hotel, pensão, estalagem ou estabelecimento de mes-ma finalidade, por preconceito de raça, de cor, de sexo ou de estado civil.

Pena - prisão simples, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa de 3 (três) a 10 (dez) vezeso maior valor de referência (MVR).

Art. 4º - Recusar a venda de mercadoria em lojas de qualquer gênero ou o atendimentode clientes em restaurantes, bares, confeitarias ou locais semelhantes, abertos ao público,por preconceito de raça, de cor, de sexo ou de estado civil.

Pena - Prisão simples, de 15 (quinze) dias a 3 (três) meses, e multa de 1 (uma) a 3 (três)vezes o maior valor de referência (MVR).

Art. 5º - Recusar a entrada de alguém em estabelecimento público, de diversões ou deesporte, por preconceito de raça, de cor, de sexo ou de estado civil.

Pena - Prisão simples, de 15 (quinze dias a 3 (três) meses, e multa de 1 (uma) a 3 (três)vezes o maior valor de referência (MVR).

Art. 6º - Recusar a entrada de alguém em qualquer tipo de estabelecimento comercial oude prestação de serviço, por preconceito de raça, de cor, de sexo ou de estado civil.

Pena - prisão simples, de 15 (quinze) dias e 3 (três) meses, e multa de 1 (uma) a 3 (três)vezes o maior valor de referência (MVR).

Art. 7º - Recusar a inscrição de aluno em estabelecimento de ensino de qualquer curso ougrau, por preconceito de raça, de cor, de sexo ou de estado civil.

Pena - prisão simples, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa de 1(uma) a três) vezes omaior valor de referência (MVR).

Parágrafo único - Se se tratar de estabelecimento oficial de ensino, a pena será a perda docargo para o agente, desde que apurada em inquérito regular.

Art. 8º - Obstar o acesso de alguém a qualquer cargo público civil ou militar, por precon-ceito de raça, de cor, de sexo ou de estado civil.

Pena - perda do cargo, depois de apurada a responsabilidade em inquérito regular, para ofuncionário dirigente da repartição de que dependa a inscrição no concurso de habilitaçãodos candidatos.

Art. 9º - Negar emprego ou trabalho a alguém em autarquia, sociedade de economiamista, empresa concessionária de serviço público ou empresa privada, por preconceito deraça, de cor, de sexo ou de estado civil.

Leis nos 1.390/1951 e 7.437/1985Lei nº 7.437/1985 Arts. 1º a 9º

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242

Lei das Contravenções Penais – Lei nº 7.437/85

Pena - prisão simples, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa de 1 (uma) a 3 (três) vezeso maior valor de referência (MVR), no caso de empresa privada; perda do cargo para oresponsável pela recusa, no caso de autarquia, sociedade de economia mista e empresaconcessionária de serviço público.

Art. 10 - Nos casos de reincidência havidos em estabelecimentos particulares, poderá ojuiz determinar a pena adicional de suspensão do funcionamento, por prazo não superior a3 (três) meses.

Art. 11 - Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 12 - Revogam-se as disposições em contrário.

Brasília, 20 de dezembro de 1985; 164º da Independência e 97º da República.

JOSÉ SARNEY

Fernando Lyra

Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de 23.12.1985

Arts. 9º a 12 Lei nº 7.437/1985

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LEI DE EXECUÇÃO PENAL

LEI Nº 7.210, DE 11 DE JULHO DE 1984.

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LEI DE EXECUÇÃO PENAL – LEI Nº 7.210/1984

Título I - Do objeto e da aplicação da Lei de Execução Penal (arts. 1º a 4º) ................. 247

Título II - Do condenado e do internado ................................................................. 247

Capítulo I - Da classificação (arts. 5º a 9º) ............................................................. 247

Capítulo II - Da assistência ................................................................................... 248

Seção I - Disposições gerais (arts. 10 a 11) ....................................................... 248

Seção II - Da assistência material (arts. 12 a 13) ............................................... 248

Seção III - Da assistência à saúde (art. 14) ....................................................... 248

Seção IV - Da assistência jurídica (arts. 15 a 16) ................................................ 249

Seção V - Da assistência educacional (arts. 17 a 21) ........................................... 249

Seção VI - Da assistência social (arts. 22 a 23) .................................................. 249

Seção VII - Da assistência religiosa (art. 24) ..................................................... 250

Seção VIII - Da assistência ao egresso (arts. 25 a 27) ........................................ 250

Capítulo III - Do trabalho ..................................................................................... 250

Seção I - Disposições gerais (arts. 28 a 30) ....................................................... 250

Seção II - Do trabalho interno (arts. 31 a 35) .................................................... 251

Seção III - Do trabalho externo (arts. 36 a 37) .................................................. 251

Capítulo IV - Dos deveres, dos direitos e da disciplina .............................................. 252

Seção I - Dos deveres (arts. 38 a 39) ............................................................... 252

Seção II - Dos direitos (arts. 40 a 43) ............................................................... 252

Seção III - Da disciplina .................................................................................. 253

Subseção I - Disposições gerais (arts. 44 a 48) ............................................. 253

Subseção II - Das faltas disciplinares (arts. 49 a 52) ...................................... 254

Subseção III - Das sanções e das recompensas (arts. 53 a 56) ....................... 255

Subseção IV - Da aplicação das sanções (arts. 57 a 58).................................. 255

Subseção V - Do procedimento disciplinar (arts. 59 a 60)................................ 255

Título III - Dos órgãos da execução penal ............................................................... 256

Capítulo I - Disposições gerais (art. 61) ................................................................. 256

Capítulo II - Do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária (arts. 62 a 64) ... 256

Capítulo III - Do juízo da execução (arts. 65 a 66) ................................................... 257

Capítulo IV - Do Ministério Público (arts. 67 a 68) .................................................... 258

Capítulo V - Do Conselho Penitenciário (arts. 69 a 70) .............................................. 258

Capítulo VI - Dos Departamentos Penitenciários ...................................................... 258

Seção I - Do Departamento Penitenciário Nacional (arts. 71 a 72) ......................... 258

Seção II - Do Departamento Penitenciário local (arts. 73 a 74) ............................. 259

Seção III - Da direção e do pessoal dos estabelecimentos penais (arts. 75 a 77) .... 259

Capítulo VII - Do Patronato (arts. 78 a 79) ............................................................. 260

Capítulo VIII - Do Conselho da Comunidade (arts. 80 a 81) ...................................... 260

Capítulo IX - Da Defensoria Pública (arts. 81-A a 81-B) ............................................ 260

Título IV - Dos estabelecimentos penais ................................................................. 261

Capítulo I - Disposições gerais (arts. 82 a 86) ......................................................... 261

Capítulo II - Da penitenciária (arts. 87 a 90) ........................................................... 262

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Capítulo III - Da Colônia Agrícola, Industrial ou Similar (arts. 91 a 92) ....................... 263

Capítulo IV - Da Casa do Albergado (arts. 93 a 95) .................................................. 263

Capítulo V - Do Centro de Observação (arts. 96 a 98) .............................................. 264

Capítulo VI - Do Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico (arts. 99 a 101) .......... 264

Capítulo VII - Da cadeia pública (arts. 102 a 104).................................................... 264

Título V - Da execução das penas em espécie .......................................................... 264

Capítulo I - Das penas privativas de liberdade ......................................................... 264

Seção I - Disposições gerais (arts. 105 a 109) .................................................... 264

Seção II - Dos regimes (arts. 110 a 119) .......................................................... 265

Seção III - Das autorizações de saída ............................................................... 267

Subseção I - Da permissão de saída (arts. 120 a 121) .................................... 267

Subseção II - Da saída temporária (arts. 122 a 125) ...................................... 267

Seção IV - Da remição (arts. 126 a 130) ........................................................... 268

Seção V - Do livramento condicional (arts. 131 a 146) ......................................... 268

Seção VI - Da monitoração eletrônica (arts. 146-A a 146-D) ................................ 270

Capítulo II - Das penas restritivas de direitos .......................................................... 271

Seção I - Disposições gerais (arts. 147 a 148) .................................................... 271

Seção II - Da prestação de serviços à comunidade (arts. 149 a 150) ..................... 272

Seção III - Da limitação de fim de semana (arts. 151 a 153) ................................ 272

Seção IV - Da interdição temporária de direitos (arts. 154 a 155) ......................... 272

Capítulo III - Da suspensão condicional (arts. 156 a 163) ......................................... 273

Capítulo IV - Da pena de multa (arts. 164 a 170) .................................................... 274

Título VI - Da execução das medidas de segurança .................................................. 275

Capítulo I - Disposições gerais (arts. 171 a 174) ...................................................... 275

Capítulo II - Da cessação da periculosidade (arts. 175 a 179) .................................... 275

Título VII - Dos incidentes de execução .................................................................. 276

Capítulo I - Das conversões (arts. 180 a 184) ......................................................... 276

Capítulo II - Do excesso ou desvio (arts. 185 a 186) ................................................ 277

Capítulo III - Da anistia e do indulto (arts. 187 a 193) ............................................. 277

Título VIII - Do procedimento judicial (arts. 194 a 197) ............................................ 278

Título IX - Das disposições finais e transitórias (arts. 198 a 204) ............................... 278

Anexo (índice) .................................................................................................... 279

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247

Lei de Execução Penal – Lei nº 7.210/1984

LEI DE EXECUÇÃO PENALLEI Nº 7.210, DE 11 DE JULHO DE 1984.

Institui a Lei de Execução Penal.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sancio-no a seguinte Lei:

TÍTULO IDO OBJETO E DA APLICAÇÃO DA LEI DE EXECUÇÃO PENAL

Art. 1º - A execução penal tem por objetivo efetivar as disposições de sentença ou decisãocriminal e proporcionar condições para a harmônica integração social do condenado e dointernado.

Art. 2º - A jurisdição penal dos Juízes ou Tribunais da Justiça ordinária, em todo o Territó-rio Nacional, será exercida, no processo de execução, na conformidade desta Lei e doCódigo de Processo Penal.

Parágrafo único - Esta Lei aplicar-se-á igualmente ao preso provisório e ao condenado pelaJustiça Eleitoral ou Militar, quando recolhido a estabelecimento sujeito à jurisdição ordiná-ria.

Art. 3º - Ao condenado e ao internado serão assegurados todos os direitos não atingidospela sentença ou pela lei.

Parágrafo único - Não haverá qualquer distinção de natureza racial, social, religiosa oupolítica.

Art. 4º - O Estado deverá recorrer à cooperação da comunidade nas atividades de execuçãoda pena e da medida de segurança.

TÍTULO IIDO CONDENADO E DO INTERNADO

CAPÍTULO IDA CLASSIFICAÇÃO

Art. 5º - Os condenados serão classificados, segundo os seus antecedentes e personalida-de, para orientar a individualização da execução penal.

Art. 6º - A classificação será feita por Comissão Técnica de Classificação que elaborará oprograma individualizador da pena privativa de liberdade adequada ao condenado ou pre-so provisório. (Redação dada pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003)

Art. 7º - A Comissão Técnica de Classificação, existente em cada estabelecimento, serápresidida pelo diretor e composta, no mínimo, por 2 (dois) chefes de serviço, 1 (um)psiquiatra, 1 (um) psicólogo e 1 (um) assistente social, quando se tratar de condenado àpena privativa de liberdade.

Parágrafo único - Nos demais casos a Comissão atuará junto ao Juízo da Execução e seráintegrada por fiscais do serviço social.

Art. 8º - O condenado ao cumprimento de pena privativa de liberdade, em regime fecha-do, será submetido a exame criminológico para a obtenção dos elementos necessários auma adequada classificação e com vistas à individualização da execução.

Parágrafo único - Ao exame de que trata este artigo poderá ser submetido o condenado aocumprimento da pena privativa de liberdade em regime semi-aberto.

Arts. 1º a 8º

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248

Lei de Execução Penal – Lei nº 7.210/1984

Art. 9º - A Comissão, no exame para a obtenção de dados reveladores da personalidade,observando a ética profissional e tendo sempre presentes peças ou informações do pro-cesso, poderá:

I - entrevistar pessoas;

II - requisitar, de repartições ou estabelecimentos privados, dados e informações a respei-to do condenado;

III - realizar outras diligências e exames necessários.

CAPÍTULO IIDA ASSISTÊNCIA

SEÇÃO IDISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 10 - A assistência ao preso e ao internado é dever do Estado, objetivando prevenir ocrime e orientar o retorno à convivência em sociedade.

Parágrafo único - A assistência estende-se ao egresso.

Art. 11 - A assistência será:

I - material;

II - à saúde;

III - jurídica;

IV - educacional;

V - social;

VI - religiosa.

SEÇÃO IIDA ASSISTÊNCIA MATERIAL

Art. 12 - A assistência material ao preso e ao internado consistirá no fornecimento dealimentação, vestuário e instalações higiênicas.

Art. 13 - O estabelecimento disporá de instalações e serviços que atendam aos presos nassuas necessidades pessoais, além de locais destinados à venda de produtos e objetospermitidos e não fornecidos pela Administração.

SEÇÃO IIIDA ASSISTÊNCIA À SAÚDE

Art. 14 - A assistência à saúde do preso e do internado de caráter preventivo e curativo,compreenderá atendimento médico, farmacêutico e odontológico.

§ 1º - (Vetado)

§ 2º - Quando o estabelecimento penal não estiver aparelhado para prover a assistênciamédica necessária, esta será prestada em outro local, mediante autorização da direção doestabelecimento.

§ 3º - Será assegurado acompanhamento médico à mulher, principalmente no pré-natal eno pós-parto, extensivo ao recém-nascido. (Incluído pela Lei nº 11.942, de 2009)

Arts. 9º a 14

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249

Lei de Execução Penal – Lei nº 7.210/1984

SEÇÃO IVDA ASSISTÊNCIA JURÍDICA

Art. 15 - A assistência jurídica é destinada aos presos e aos internados sem recursosfinanceiros para constituir advogado.

Art. 16 - As Unidades da Federação deverão ter serviços de assistência jurídica, integral egratuita, pela Defensoria Pública, dentro e fora dos estabelecimentos penais. (Redaçãodada pela Lei nº 12.313, de 2010).

§ 1º - As Unidades da Federação deverão prestar auxílio estrutural, pessoal e material àDefensoria Pública, no exercício de suas funções, dentro e fora dos estabelecimentos pe-nais. (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010).

§ 2º - Em todos os estabelecimentos penais, haverá local apropriado destinado ao atendi-mento pelo D0efensor Público. (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010).

§ 3º - Fora dos estabelecimentos penais, serão implementados Núcleos Especializados daDefensoria Pública para a prestação de assistência jurídica integral e gratuita aos réus,sentenciados em liberdade, egressos e seus familiares, sem recursos financeiros paraconstituir advogado. (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010).

SEÇÃO VDA ASSISTÊNCIA EDUCACIONAL

Art. 17 - A assistência educacional compreenderá a instrução escolar e a formação profis-sional do preso e do internado.

Art. 18 - O ensino de 1º grau será obrigatório, integrando-se no sistema escolar daUnidade Federativa.

Art. 19 - O ensino profissional será ministrado em nível de iniciação ou de aperfeiçoamen-to técnico.

Parágrafo único - A mulher condenada terá ensino profissional adequado à sua condição.

Art. 20 - As atividades educacionais podem ser objeto de convênio com entidades públi-cas ou particulares, que instalem escolas ou ofereçam cursos especializados.

Art. 21 - Em atendimento às condições locais, dotar-se-á cada estabelecimento de umabiblioteca, para uso de todas as categorias de reclusos, provida de livros instrutivos, recreati-vos e didáticos.

SEÇÃO VIDA ASSISTÊNCIA SOCIAL

Art. 22 - A assistência social tem por finalidade amparar o preso e o internado e prepará--los para o retorno à liberdade.

Art. 23 - Incumbe ao serviço de assistência social:

I - conhecer os resultados dos diagnósticos ou exames;

II - relatar, por escrito, ao Diretor do estabelecimento, os problemas e as dificuldadesenfrentadas pelo assistido;

III - acompanhar o resultado das permissões de saídas e das saídas temporárias;

IV - promover, no estabelecimento, pelos meios disponíveis, a recreação;

V - promover a orientação do assistido, na fase final do cumprimento da pena, e doliberando, de modo a facilitar o seu retorno à liberdade;

VI - providenciar a obtenção de documentos, dos benefícios da Previdência Social e doseguro por acidente no trabalho;

Arts. 15 a 23

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Lei de Execução Penal – Lei nº 7.210/1984

VII - orientar e amparar, quando necessário, a família do preso, do internado e da vítima.

SEÇÃO VIIDA ASSISTÊNCIA RELIGIOSA

Art. 24 - A assistência religiosa, com liberdade de culto, será prestada aos presos e aosinternados, permitindo-se-lhes a participação nos serviços organizados no estabelecimen-to penal, bem como a posse de livros de instrução religiosa.

§ 1º - No estabelecimento haverá local apropriado para os cultos religiosos.

§ 2º - Nenhum preso ou internado poderá ser obrigado a participar de atividade religiosa.

SEÇÃO VIIIDA ASSISTÊNCIA AO EGRESSO

Art. 25 - A assistência ao egresso consiste:

I - na orientação e apoio para reintegrá-lo à vida em liberdade;

II - na concessão, se necessário, de alojamento e alimentação, em estabelecimento ade-quado, pelo prazo de 2 (dois) meses.

Parágrafo único - O prazo estabelecido no inciso II poderá ser prorrogado uma única vez,comprovado, por declaração do assistente social, o empenho na obtenção de emprego.

Art. 26 - Considera-se egresso para os efeitos desta Lei:

I - o liberado definitivo, pelo prazo de 1 (um) ano a contar da saída do estabelecimento;

II - o liberado condicional, durante o período de prova.

Art. 27 - O serviço de assistência social colaborará com o egresso para a obtenção detrabalho.

CAPÍTULO IIIDO TRABALHO

SEÇÃO IDISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 28 - O trabalho do condenado, como dever social e condição de dignidade humana,terá finalidade educativa e produtiva.

§ 1º - Aplicam-se à organização e aos métodos de trabalho as precauções relativas àsegurança e à higiene.

§ 2º - O trabalho do preso não está sujeito ao regime da Consolidação das Leis do Trabalho.

Art. 29 - O trabalho do preso será remunerado, mediante prévia tabela, não podendo serinferior a 3/4 (três quartos) do salário mínimo.

§ 1° - O produto da remuneração pelo trabalho deverá atender:

a) à indenização dos danos causados pelo crime, desde que determinados judicialmente enão reparados por outros meios;

b) à assistência à família;

c) a pequenas despesas pessoais;

d) ao ressarcimento ao Estado das despesas realizadas com a manutenção do condenado,em proporção a ser fixada e sem prejuízo da destinação prevista nas letras anteriores.

Arts. 23 a 29

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251

Lei de Execução Penal – Lei nº 7.210/1984

§ 2º - Ressalvadas outras aplicações legais, será depositada a parte restante para consti-tuição do pecúlio, em Caderneta de Poupança, que será entregue ao condenado quandoposto em liberdade.

Art. 30 - As tarefas executadas como prestação de serviço à comunidade não serãoremuneradas.

SEÇÃO IIDO TRABALHO INTERNO

Art. 31 - O condenado à pena privativa de liberdade está obrigado ao trabalho na medidade suas aptidões e capacidade.

Parágrafo único - Para o preso provisório, o trabalho não é obrigatório e só poderá serexecutado no interior do estabelecimento.

Art. 32 - Na atribuição do trabalho deverão ser levadas em conta a habilitação, a condiçãopessoal e as necessidades futuras do preso, bem como as oportunidades oferecidas pelomercado.

§ 1º - Deverá ser limitado, tanto quanto possível, o artesanato sem expressão econômica,salvo nas regiões de turismo.

§ 2º - Os maiores de 60 (sessenta) anos poderão solicitar ocupação adequada à sua idade.

§ 3º - Os doentes ou deficientes físicos somente exercerão atividades apropriadas ao seuestado.

Art. 33 - A jornada normal de trabalho não será inferior a 6 (seis) nem superior a 8 (oito)horas, com descanso nos domingos e feriados.

Parágrafo único - Poderá ser atribuído horário especial de trabalho aos presos designadospara os serviços de conservação e manutenção do estabelecimento penal.

Art. 34 - O trabalho poderá ser gerenciado por fundação, ou empresa pública, com auto-nomia administrativa, e terá por objetivo a formação profissional do condenado.

§ 1º - Nessa hipótese, incumbirá à entidade gerenciadora promover e supervisionar aprodução, com critérios e métodos empresariais, encarregar-se de sua comercialização,bem como suportar despesas, inclusive pagamento de remuneração adequada. (Renumeradopela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003)

§ 2º - Os governos federal, estadual e municipal poderão celebrar convênio com a inicia-tiva privada, para implantação de oficinas de trabalho referentes a setores de apoio dospresídios. (Incluído pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003)

Art. 35 - Os órgãos da Administração Direta ou Indireta da União, Estados, Territórios,Distrito Federal e dos Municípios adquirirão, com dispensa de concorrência pública, osbens ou produtos do trabalho prisional, sempre que não for possível ou recomendávelrealizar-se a venda a particulares.

Parágrafo único - Todas as importâncias arrecadadas com as vendas reverterão em favorda fundação ou empresa pública a que alude o artigo anterior ou, na sua falta, do estabe-lecimento penal.

SEÇÃO IIIDO TRABALHO EXTERNO

Art. 36 - O trabalho externo será admissível para os presos em regime fechado somente emserviço ou obras públicas realizadas por órgãos da Administração Direta ou Indireta, ouentidades privadas, desde que tomadas as cautelas contra a fuga e em favor da disciplina.

Arts. 29 a 36

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252

Lei de Execução Penal – Lei nº 7.210/1984

§ 1º - O limite máximo do número de presos será de 10% (dez por cento) do total deempregados na obra.

§ 2º - Caberá ao órgão da administração, à entidade ou à empresa empreiteira a remune-ração desse trabalho.

§ 3º - A prestação de trabalho à entidade privada depende do consentimento expresso do preso.

Art. 37 - A prestação de trabalho externo, a ser autorizada pela direção do estabelecimen-to, dependerá de aptidão, disciplina e responsabilidade, além do cumprimento mínimo de1/6 (um sexto) da pena.

Parágrafo único - Revogar-se-á a autorização de trabalho externo ao preso que vier apraticar fato definido como crime, for punido por falta grave, ou tiver comportamentocontrário aos requisitos estabelecidos neste artigo.

CAPÍTULO IVDOS DEVERES, DOS DIREITOS E DA DISCIPLINA

SEÇÃO IDOS DEVERES

Art. 38 - Cumpre ao condenado, além das obrigações legais inerentes ao seu estado,submeter-se às normas de execução da pena.

Art. 39 - Constituem deveres do condenado:

I - comportamento disciplinado e cumprimento fiel da sentença;

II - obediência ao servidor e respeito a qualquer pessoa com quem deva relacionar-se;

III - urbanidade e respeito no trato com os demais condenados;

IV - conduta oposta aos movimentos individuais ou coletivos de fuga ou de subversão àordem ou à disciplina;

V - execução do trabalho, das tarefas e das ordens recebidas;

VI - submissão à sanção disciplinar imposta;

VII - indenização à vitima ou aos seus sucessores;

VIII - indenização ao Estado, quando possível, das despesas realizadas com a sua manu-tenção, mediante desconto proporcional da remuneração do trabalho;

IX - higiene pessoal e asseio da cela ou alojamento;

X - conservação dos objetos de uso pessoal.

Parágrafo único - Aplica-se ao preso provisório, no que couber, o disposto neste artigo.

SEÇÃO IIDOS DIREITOS

Art. 40 - Impõe-se a todas as autoridades o respeito à integridade física e moral doscondenados e dos presos provisórios.

Art. 41 - Constituem direitos do preso:

I - alimentação suficiente e vestuário;

II - atribuição de trabalho e sua remuneração;

III - Previdência Social;

Arts. 36 a 41

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253

Lei de Execução Penal – Lei nº 7.210/1984

IV - constituição de pecúlio;

V - proporcionalidade na distribuição do tempo para o trabalho, o descanso e a recreação;

VI - exercício das atividades profissionais, intelectuais, artísticas e desportivas anteriores,desde que compatíveis com a execução da pena;

VII - assistência material, à saúde, jurídica, educacional, social e religiosa;

VIII - proteção contra qualquer forma de sensacionalismo;

IX - entrevista pessoal e reservada com o advogado;

X - visita do cônjuge, da companheira, de parentes e amigos em dias determinados;

XI - chamamento nominal;

XII - igualdade de tratamento salvo quanto às exigências da individualização da pena;

XIII - audiência especial com o diretor do estabelecimento;

XIV - representação e petição a qualquer autoridade, em defesa de direito;

XV - contato com o mundo exterior por meio de correspondência escrita, da leitura e deoutros meios de informação que não comprometam a moral e os bons costumes.

XVI – atestado de pena a cumprir, emitido anualmente, sob pena da responsabilidade daautoridade judiciária competente. (Incluído pela Lei nº 10.713, de 13.8.2003)

Parágrafo único - Os direitos previstos nos incisos V, X e XV poderão ser suspensos ourestringidos mediante ato motivado do diretor do estabelecimento.

Art. 42 - Aplica-se ao preso provisório e ao submetido à medida de segurança, no quecouber, o disposto nesta Seção.

Art. 43 - É garantida a liberdade de contratar médico de confiança pessoal do internado oudo submetido a tratamento ambulatorial, por seus familiares ou dependentes, a fim deorientar e acompanhar o tratamento.

Parágrafo único - As divergências entre o médico oficial e o particular serão resolvidas peloJuiz da execução.

SEÇÃO IIIDA DISCIPLINA

SUBSEÇÃO IDISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 44 - A disciplina consiste na colaboração com a ordem, na obediência às determina-ções das autoridades e seus agentes e no desempenho do trabalho.

Parágrafo único - Estão sujeitos à disciplina o condenado à pena privativa de liberdade ourestritiva de direitos e o preso provisório.

Art. 45 - Não haverá falta nem sanção disciplinar sem expressa e anterior previsão legalou regulamentar.

§ 1º - As sanções não poderão colocar em perigo a integridade física e moral do condenado.

§ 2º - É vedado o emprego de cela escura.

§ 3º - São vedadas as sanções coletivas.

Art. 46 - O condenado ou denunciado, no início da execução da pena ou da prisão, serácientificado das normas disciplinares.

Art. 47 - O poder disciplinar, na execução da pena privativa de liberdade, será exercidopela autoridade administrativa conforme as disposições regulamentares.

Arts. 41 a 47

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Lei de Execução Penal – Lei nº 7.210/1984

Art. 48 - Na execução das penas restritivas de direitos, o poder disciplinar será exercidopela autoridade administrativa a que estiver sujeito o condenado.

Parágrafo único - Nas faltas graves, a autoridade representará ao Juiz da execução para osfins dos artigos 118, inciso I, 125, 127, 181, §§ 1º, letra d, e 2º desta Lei.

SUBSEÇÃO IIDAS FALTAS DISCIPLINARES

Art. 49 - As faltas disciplinares classificam-se em leves, médias e graves. A legislaçãolocal especificará as leves e médias, bem assim as respectivas sanções.

Parágrafo único - Pune-se a tentativa com a sanção correspondente à falta consumada.

Art. 50 - Comete falta grave o condenado à pena privativa de liberdade que:

I - incitar ou participar de movimento para subverter a ordem ou a disciplina;

II - fugir;

III - possuir, indevidamente, instrumento capaz de ofender a integridade física de outrem;

IV - provocar acidente de trabalho;

V - descumprir, no regime aberto, as condições impostas;

VI - inobservar os deveres previstos nos incisos II e V, do artigo 39, desta Lei.

VII – tiver em sua posse, utilizar ou fornecer aparelho telefônico, de rádio ou similar, quepermita a comunicação com outros presos ou com o ambiente externo. (Incluído pela Leinº 11.466, de 2007)

Parágrafo único - O disposto neste artigo aplica-se, no que couber, ao preso provisório.

Art. 51 - Comete falta grave o condenado à pena restritiva de direitos que:

I - descumprir, injustificadamente, a restrição imposta;

II - retardar, injustificadamente, o cumprimento da obrigação imposta;

III - inobservar os deveres previstos nos incisos II e V, do artigo 39, desta Lei.

Art. 52 - A prática de fato previsto como crime doloso constitui falta grave e, quandoocasione subversão da ordem ou disciplina internas, sujeita o preso provisório, ou conde-nado, sem prejuízo da sanção penal, ao regime disciplinar diferenciado, com as seguintescaracterísticas: (Redação dada pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003)

I - duração máxima de trezentos e sessenta dias, sem prejuízo de repetição da sanção pornova falta grave de mesma espécie, até o limite de um sexto da pena aplicada; (Incluídopela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003)

II - recolhimento em cela individual; (Incluído pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003)

III - visitas semanais de duas pessoas, sem contar as crianças, com duração de duashoras; (Incluído pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003)

IV - o preso terá direito à saída da cela por 2 horas diárias para banho de sol. (Incluído pelaLei nº 10.792, de 1º.12.2003)

§ 1º - O regime disciplinar diferenciado também poderá abrigar presos provisórios oucondenados, nacionais ou estrangeiros, que apresentem alto risco para a ordem e a segu-rança do estabelecimento penal ou da sociedade. (Incluído pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003)

§ 2º - Estará igualmente sujeito ao regime disciplinar diferenciado o preso provisório ou ocondenado sob o qual recaiam fundadas suspeitas de envolvimento ou participação, aqualquer título, em organizações criminosas, quadrilha ou bando. (Incluído pela Leinº 10.792, de 1º.12.2003)

Arts. 48 a 52

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255

Lei de Execução Penal – Lei nº 7.210/1984

SUBSEÇÃO IIIDAS SANÇÕES E DAS RECOMPENSAS

Art. 53 - Constituem sanções disciplinares:

I - advertência verbal;

II - repreensão;

III - suspensão ou restrição de direitos (artigo 41, parágrafo único);

IV - isolamento na própria cela, ou em local adequado, nos estabelecimentos que possuamalojamento coletivo, observado o disposto no artigo 88 desta Lei.

V - inclusão no regime disciplinar diferenciado. (Incluído pela Lei nº 10.792, de1º.12.2003)

Art. 54 - As sanções dos incisos I a IV do art. 53 serão aplicadas por ato motivado dodiretor do estabelecimento e a do inciso V, por prévio e fundamentado despacho do juizcompetente. (Redação dada pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003)

§ 1º - A autorização para a inclusão do preso em regime disciplinar dependerá de reque-rimento circunstanciado elaborado pelo diretor do estabelecimento ou outra autoridadeadministrativa. (Incluído pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003)

§ 2º - A decisão judicial sobre inclusão de preso em regime disciplinar será precedida demanifestação do Ministério Público e da defesa e prolatada no prazo máximo de quinzedias. (Incluído pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003)

Art. 55 - As recompensas têm em vista o bom comportamento reconhecido em favor docondenado, de sua colaboração com a disciplina e de sua dedicação ao trabalho.

Art. 56 - São recompensas:

I - o elogio;

II - a concessão de regalias.

Parágrafo único - A legislação local e os regulamentos estabelecerão a natureza e a formade concessão de regalias.

SUBSEÇÃO IVDA APLICAÇÃO DAS SANÇÕES

Art. 57 - Na aplicação das sanções disciplinares, levar-se-ão em conta a natureza, osmotivos, as circunstâncias e as conseqüências do fato, bem como a pessoa do faltoso e seutempo de prisão. (Redação dada pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003)

Parágrafo único - Nas faltas graves, aplicam-se as sanções previstas nos incisos III a V doart. 53 desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003)

Art. 58 - O isolamento, a suspensão e a restrição de direitos não poderão exceder atrinta dias, ressalvada a hipótese do regime disciplinar diferenciado. (Redação dada pelaLei nº 10.792, de 1º.12.2003)

Parágrafo único - O isolamento será sempre comunicado ao Juiz da execução.

SUBSEÇÃO VDO PROCEDIMENTO DISCIPLINAR

Art. 59 - Praticada a falta disciplinar, deverá ser instaurado o procedimento para suaapuração, conforme regulamento, assegurado o direito de defesa.

Parágrafo único - A decisão será motivada.

Arts. 53 a 59

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256

Lei de Execução Penal – Lei nº 7.210/1984Arts. 60 a 64

Art. 60 - A autoridade administrativa poderá decretar o isolamento preventivo do faltosopelo prazo de até dez dias. A inclusão do preso no regime disciplinar diferenciado, nointeresse da disciplina e da averiguação do fato, dependerá de despacho do juiz competen-te. (Redação dada pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003)

Parágrafo único - O tempo de isolamento ou inclusão preventiva no regime disciplinardiferenciado será computado no período de cumprimento da sanção disciplinar. (Redaçãodada pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003)

TÍTULO IIIDOS ÓRGÃOS DA EXECUÇÃO PENAL

CAPÍTULO IDISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 61 - São órgãos da execução penal:

I - o Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária;

II - o Juízo da Execução;

III - o Ministério Público;

IV - o Conselho Penitenciário;

V - os Departamentos Penitenciários;

VI - o Patronato;

VII - o Conselho da Comunidade.

VIII - a Defensoria Pública. (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010).

CAPÍTULO IIDO CONSELHO NACIONAL DE POLÍTICA CRIMINAL E PENITENCIÁRIA

Art. 62 - O Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária, com sede na Capital daRepública, é subordinado ao Ministério da Justiça.

Art. 63 - O Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária será integrado por 13(treze) membros designados através de ato do Ministério da Justiça, dentre professores eprofissionais da área do Direito Penal, Processual Penal, Penitenciário e ciências correlatas,bem como por representantes da comunidade e dos Ministérios da área social.

Parágrafo único - O mandato dos membros do Conselho terá duração de 2 (dois) anos,renovado 1/3 (um terço) em cada ano.

Art. 64 - Ao Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária, no exercício de suasatividades, em âmbito federal ou estadual, incumbe:

I - propor diretrizes da política criminal quanto à prevenção do delito, administração daJustiça Criminal e execução das penas e das medidas de segurança;

II - contribuir na elaboração de planos nacionais de desenvolvimento, sugerindo as metase prioridades da política criminal e penitenciária;

III - promover a avaliação periódica do sistema criminal para a sua adequação às necessi-dades do País;

IV - estimular e promover a pesquisa criminológica;

V - elaborar programa nacional penitenciário de formação e aperfeiçoamento do servidor;

VI - estabelecer regras sobre a arquitetura e construção de estabelecimentos penais ecasas de albergados;

VII - estabelecer os critérios para a elaboração da estatística criminal;

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Lei de Execução Penal – Lei nº 7.210/1984

VIII - inspecionar e fiscalizar os estabelecimentos penais, bem assim informar-se, median-te relatórios do Conselho Penitenciário, requisições, visitas ou outros meios, acerca dodesenvolvimento da execução penal nos Estados, Territórios e Distrito Federal, propondoàs autoridades dela incumbida as medidas necessárias ao seu aprimoramento;

IX - representar ao Juiz da execução ou à autoridade administrativa para instauração desindicância ou procedimento administrativo, em caso de violação das normas referentes àexecução penal;

X - representar à autoridade competente para a interdição, no todo ou em parte, deestabelecimento penal.

CAPÍTULO IIIDO JUÍZO DA EXECUÇÃO

Art. 65 - A execução penal competirá ao Juiz indicado na lei local de organização judiciáriae, na sua ausência, ao da sentença.

Art. 66 - Compete ao Juiz da execução:

I - aplicar aos casos julgados lei posterior que de qualquer modo favorecer o condenado;

II - declarar extinta a punibilidade;

III - decidir sobre:

a) soma ou unificação de penas;

b) progressão ou regressão nos regimes;

c) detração e remição da pena;

d) suspensão condicional da pena;

e) livramento condicional;

f) incidentes da execução.

IV - autorizar saídas temporárias;

V - determinar:

a) a forma de cumprimento da pena restritiva de direitos e fiscalizar sua execução;

b) a conversão da pena restritiva de direitos e de multa em privativa de liberdade;

c) a conversão da pena privativa de liberdade em restritiva de direitos;

d) a aplicação da medida de segurança, bem como a substituição da pena por medida desegurança;

e) a revogação da medida de segurança;

f) a desinternação e o restabelecimento da situação anterior;

g) o cumprimento de pena ou medida de segurança em outra comarca;

h) a remoção do condenado na hipótese prevista no § 1º, do artigo 86, desta Lei.

i) (Vetado); (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)

VI - zelar pelo correto cumprimento da pena e da medida de segurança;

VII - inspecionar, mensalmente, os estabelecimentos penais, tomando providências para oadequado funcionamento e promovendo, quando for o caso, a apuração de responsabilidade;

VIII - interditar, no todo ou em parte, estabelecimento penal que estiver funcionando emcondições inadequadas ou com infringência aos dispositivos desta Lei;

IX - compor e instalar o Conselho da Comunidade.

X – emitir anualmente atestado de pena a cumprir. (Incluído pela Lei nº 10.713, de13.8.2003)

Arts. 64 a 66

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258

Lei de Execução Penal – Lei nº 7.210/1984

CAPÍTULO IVDO MINISTÉRIO PÚBLICO

Art. 67 - O Ministério Público fiscalizará a execução da pena e da medida de segurança,oficiando no processo executivo e nos incidentes da execução.

Art. 68 - Incumbe, ainda, ao Ministério Público:

I - fiscalizar a regularidade formal das guias de recolhimento e de internamento;

II - requerer:

a) todas as providências necessárias ao desenvolvimento do processo executivo;

b) a instauração dos incidentes de excesso ou desvio de execução;

c) a aplicação de medida de segurança, bem como a substituição da pena por medida desegurança;

d) a revogação da medida de segurança;

e) a conversão de penas, a progressão ou regressão nos regimes e a revogação da sus-pensão condicional da pena e do livramento condicional;

f) a internação, a desinternação e o restabelecimento da situação anterior.

III - interpor recursos de decisões proferidas pela autoridade judiciária, durante a execução.

Parágrafo único - O órgão do Ministério Público visitará mensalmente os estabelecimentospenais, registrando a sua presença em livro próprio.

CAPÍTULO VDO CONSELHO PENITENCIÁRIO

Art. 69 - O Conselho Penitenciário é órgão consultivo e fiscalizador da execução da pena.

§ 1º - O Conselho será integrado por membros nomeados pelo Governador do Estado, doDistrito Federal e dos Territórios, dentre professores e profissionais da área do DireitoPenal, Processual Penal, Penitenciário e ciências correlatas, bem como por representan-tes da comunidade. A legislação federal e estadual regulará o seu funcionamento.

§ 2º - O mandato dos membros do Conselho Penitenciário terá a duração de 4 (quatro) anos.

Art. 70 - Incumbe ao Conselho Penitenciário:

I - emitir parecer sobre indulto e comutação de pena, excetuada a hipótese de pedido deindulto com base no estado de saúde do preso; (Redação dada pela Lei nº 10.792, de1º.12.2003)

II - inspecionar os estabelecimentos e serviços penais;

III - apresentar, no 1º (primeiro) trimestre de cada ano, ao Conselho Nacional de PolíticaCriminal e Penitenciária, relatório dos trabalhos efetuados no exercício anterior;

IV - supervisionar os patronatos, bem como a assistência aos egressos.

CAPÍTULO VIDOS DEPARTAMENTOS PENITENCIÁRIOS

SEÇÃO IDO DEPARTAMENTO PENITENCIÁRIO NACIONAL

Art. 71 - O Departamento Penitenciário Nacional, subordinado ao Ministério da Justiça, éórgão executivo da Política Penitenciária Nacional e de apoio administrativo e financeiro doConselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária.

Arts. 67 a 71

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259

Lei de Execução Penal – Lei nº 7.210/1984

Art. 72 - São atribuições do Departamento Penitenciário Nacional:

I - acompanhar a fiel aplicação das normas de execução penal em todo o Território Nacio-nal;

II - inspecionar e fiscalizar periodicamente os estabelecimentos e serviços penais;

III - assistir tecnicamente as Unidades Federativas na implementação dos princípios eregras estabelecidos nesta Lei;

IV - colaborar com as Unidades Federativas mediante convênios, na implantação de esta-belecimentos e serviços penais;

V - colaborar com as Unidades Federativas para a realização de cursos de formação depessoal penitenciário e de ensino profissionalizante do condenado e do internado.

VI – estabelecer, mediante convênios com as unidades federativas, o cadastro nacionaldas vagas existentes em estabelecimentos locais destinadas ao cumprimento de penasprivativas de liberdade aplicadas pela justiça de outra unidade federativa, em especial parapresos sujeitos a regime disciplinar. (Incluído pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003)

Parágrafo único - Incumbem também ao Departamento a coordenação e supervisão dosestabelecimentos penais e de internamento federais.

SEÇÃO IIDO DEPARTAMENTO PENITENCIÁRIO LOCAL

Art. 73 - A legislação local poderá criar Departamento Penitenciário ou órgão similar, comas atribuições que estabelecer.

Art. 74 - O Departamento Penitenciário local, ou órgão similar, tem por finalidade supervi-sionar e coordenar os estabelecimentos penais da Unidade da Federação a que pertencer.

SEÇÃO IIIDA DIREÇÃO E DO PESSOAL DOS ESTABELECIMENTOS PENAIS

Art. 75 - O ocupante do cargo de diretor de estabelecimento deverá satisfazer os seguin-tes requisitos:

I - ser portador de diploma de nível superior de Direito, ou Psicologia, ou Ciências Sociais,ou Pedagogia, ou Serviços Sociais;

II - possuir experiência administrativa na área;

III - ter idoneidade moral e reconhecida aptidão para o desempenho da função.

Parágrafo único - O diretor deverá residir no estabelecimento, ou nas proximidades, ededicará tempo integral à sua função.

Art. 76 - O Quadro do Pessoal Penitenciário será organizado em diferentes categoriasfuncionais, segundo as necessidades do serviço, com especificação de atribuições relati-vas às funções de direção, chefia e assessoramento do estabelecimento e às demaisfunções.

Art. 77 - A escolha do pessoal administrativo, especializado, de instrução técnica e devigilância atenderá a vocação, preparação profissional e antecedentes pessoais do candi-dato.

§ 1º - O ingresso do pessoal penitenciário, bem como a progressão ou a ascensão funcio-nal dependerão de cursos específicos de formação, procedendo-se à reciclagem periódicados servidores em exercício.

Arts. 72 a 77

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260

Lei de Execução Penal – Lei nº 7.210/1984

§ 2º - No estabelecimento para mulheres somente se permitirá o trabalho de pessoal dosexo feminino, salvo quando se tratar de pessoal técnico especializado.

CAPÍTULO VIIDO PATRONATO

Art. 78 - O Patronato público ou particular destina-se a prestar assistência aos albergadose aos egressos (artigo 26).

Art. 79 - Incumbe também ao Patronato:

I - orientar os condenados à pena restritiva de direitos;

II - fiscalizar o cumprimento das penas de prestação de serviço à comunidade e de limita-ção de fim de semana;

III - colaborar na fiscalização do cumprimento das condições da suspensão e do livramen-to condicional.

CAPÍTULO VIIIDO CONSELHO DA COMUNIDADE

Art. 80 - Haverá, em cada comarca, um Conselho da Comunidade composto, no mínimo,por 1 (um) representante de associação comercial ou industrial, 1 (um) advogado indicadopela Seção da Ordem dos Advogados do Brasil, 1 (um) Defensor Público indicado peloDefensor Público Geral e 1 (um) assistente social escolhido pela Delegacia Seccional doConselho Nacional de Assistentes Sociais. (Redação dada pela Lei nº 12.313, de 2010).

Parágrafo único - Na falta da representação prevista neste artigo, ficará a critério do Juizda execução a escolha dos integrantes do Conselho.

Art. 81 - Incumbe ao Conselho da Comunidade:

I - visitar, pelo menos mensalmente, os estabelecimentos penais existentes na comarca;

II - entrevistar presos;

III - apresentar relatórios mensais ao Juiz da execução e ao Conselho Penitenciário;

IV - diligenciar a obtenção de recursos materiais e humanos para melhor assistência aopreso ou internado, em harmonia com a direção do estabelecimento.

CAPÍTULO IXDA DEFENSORIA PÚBLICA

(INCLUÍDO PELA LEI Nº 12.313, DE 2010).

Art. 81-A - A Defensoria Pública velará pela regular execução da pena e da medida desegurança, oficiando, no processo executivo e nos incidentes da execução, para a defesados necessitados em todos os graus e instâncias, de forma individual e coletiva. (Incluídopela Lei nº 12.313, de 2010).

Art. 81-B - Incumbe, ainda, à Defensoria Pública: (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010).

I - requerer: (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010).

a) todas as providências necessárias ao desenvolvimento do processo executivo; (Incluídopela Lei nº 12.313, de 2010).

b) a aplicação aos casos julgados de lei posterior que de qualquer modo favorecer ocondenado; (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010).

Arts. 77 a 81-B

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261

Lei de Execução Penal – Lei nº 7.210/1984

c) a declaração de extinção da punibilidade; (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010).

d) a unificação de penas; (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010).

e) a detração e remição da pena; (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010).

f) a instauração dos incidentes de excesso ou desvio de execução; (Incluído pela Leinº 12.313, de 2010).

g) a aplicação de medida de segurança e sua revogação, bem como a substituição da penapor medida de segurança; (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010).

h) a conversão de penas, a progressão nos regimes, a suspensão condicional da pena, olivramento condicional, a comutação de pena e o indulto; (Incluído pela Lei nº 12.313, de2010).

i) a autorização de saídas temporárias; (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010).

j) a internação, a desinternação e o restabelecimento da situação anterior; (Incluído pelaLei nº 12.313, de 2010).

k) o cumprimento de pena ou medida de segurança em outra comarca; (Incluído pelaLei nº 12.313, de 2010).

l) a remoção do condenado na hipótese prevista no § 1º do art. 86 desta Lei; (Incluído pelaLei nº 12.313, de 2010).

II - requerer a emissão anual do atestado de pena a cumprir; (Incluído pela Lei nº 12.313,de 2010).

III - interpor recursos de decisões proferidas pela autoridade judiciária ou administrativadurante a execução; (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010).

IV - representar ao Juiz da execução ou à autoridade administrativa para instauração desindicância ou procedimento administrativo em caso de violação das normas referentes àexecução penal; (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010).

V - visitar os estabelecimentos penais, tomando providências para o adequado funciona-mento, e requerer, quando for o caso, a apuração de responsabilidade; (Incluído pela Leinº 12.313, de 2010).

VI - requerer à autoridade competente a interdição, no todo ou em parte, de estabeleci-mento penal. (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010).

Parágrafo único - O órgão da Defensoria Pública visitará periodicamente os estabelecimen-tos penais, registrando a sua presença em livro próprio. (Incluído pela Lei nº 12.313, de2010).

TÍTULO IVDOS ESTABELECIMENTOS PENAIS

CAPÍTULO IDISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 82 - Os estabelecimentos penais destinam-se ao condenado, ao submetido à medidade segurança, ao preso provisório e ao egresso.

§ 1º - A mulher e o maior de sessenta anos, separadamente, serão recolhidos a estabele-cimento próprio e adequado à sua condição pessoal. (Redação dada pela Lei nº 9.460, de04/06/97)

§ 2º - O mesmo conjunto arquitetônico poderá abrigar estabelecimentos de destinaçãodiversa desde que devidamente isolados.

Arts. 81-B a 82

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262

Lei de Execução Penal – Lei nº 7.210/1984

Art. 83 - O estabelecimento penal, conforme a sua natureza, deverá contar em suasdependências com áreas e serviços destinados a dar assistência, educação, trabalho, re-creação e prática esportiva.

§ 1º - Haverá instalação destinada a estágio de estudantes universitários. (Renumeradopela Lei nº 9.046, de 18/05/95)

§ 2º - Os estabelecimentos penais destinados a mulheres serão dotados de berçário, ondeas condenadas possam cuidar de seus filhos, inclusive amamentá-los, no mínimo, até 6(seis) meses de idade. (Redação dada pela Lei nº 11.942, de 2009)

§ 3º - Os estabelecimentos de que trata o § 2o deste artigo deverão possuir, exclusivamen-te, agentes do sexo feminino na segurança de suas dependências internas. (Incluído pelaLei nº 12.121, de 2009).

§ 4º - Serão instaladas salas de aulas destinadas a cursos do ensino básico eprofissionalizante.(Incluído pela Lei nº 12.245, de 2010)

§ 5º - Haverá instalação destinada à Defensoria Pública. (Incluído pela Lei nº 12.313, de2010).

Art. 84 - O preso provisório ficará separado do condenado por sentença transitada emjulgado.

§ 1º - O preso primário cumprirá pena em seção distinta daquela reservada para osreincidentes.

§ 2º - O preso que, ao tempo do fato, era funcionário da Administração da Justiça Criminalficará em dependência separada.

Art. 85 - O estabelecimento penal deverá ter lotação compatível com a sua estrutura efinalidade.

Parágrafo único - O Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária determinará olimite máximo de capacidade do estabelecimento, atendendo a sua natureza e peculiarida-des.

Art. 86 - As penas privativas de liberdade aplicadas pela Justiça de uma UnidadeFederativa podem ser executadas em outra unidade, em estabelecimento local ou daUnião.

§ 1º - A União Federal poderá construir estabelecimento penal em local distante dacondenação para recolher os condenados, quando a medida se justifique no interesse dasegurança pública ou do próprio condenado. (Redação dada pela Lei nº 10.792, de1º.12.2003)

§ 2º - Conforme a natureza do estabelecimento, nele poderão trabalhar os liberadosou egressos que se dediquem a obras públicas ou ao aproveitamento de terrasociosas.

§ 3º - Caberá ao juiz competente, a requerimento da autoridade administrativa definir oestabelecimento prisional adequado para abrigar o preso provisório ou condenado, ematenção ao regime e aos requisitos estabelecidos. (Incluído pela Lei nº 10.792, de1º.12.2003)

CAPÍTULO IIDA PENITENCIÁRIA

Art. 87 - A penitenciária destina-se ao condenado à pena de reclusão, em regimefechado.

Parágrafo único - A União Federal, os Estados, o Distrito Federal e os Territórios poderãoconstruir Penitenciárias destinadas, exclusivamente, aos presos provisórios e condenados

Arts. 83 a 87

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Lei de Execução Penal – Lei nº 7.210/1984

que estejam em regime fechado, sujeitos ao regime disciplinar diferenciado, nos termosdo art. 52 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003)

Art. 88 - O condenado será alojado em cela individual que conterá dormitório, aparelhosanitário e lavatório.

Parágrafo único - São requisitos básicos da unidade celular:

a) salubridade do ambiente pela concorrência dos fatores de aeração, insolação e condicio-namento térmico adequado à existência humana;

b) área mínima de 6,00m2 (seis metros quadrados).

Art. 89 -  Além dos requisitos referidos no art. 88, a penitenciária de mulheres serádotada de seção para gestante e parturiente e de creche para abrigar crianças maiores de6 (seis) meses e menores de 7 (sete) anos, com a finalidade de assistir a criançadesamparada cuja responsável estiver presa. (Redação dada pela Lei nº 11.942, de2009)

Parágrafo único - São requisitos básicos da seção e da creche referidas neste artigo:(Incluído pela Lei nº 11.942, de 2009)

I - atendimento por pessoal qualificado, de acordo com as diretrizes adotadas pelalegislação educacional e em unidades autônomas; e (Incluído pela Lei nº 11.942, de2009)

II - horário de funcionamento que garanta a melhor assistência à criança e à sua respon-sável. (Incluído pela Lei nº 11.942, de 2009)

Art. 90 - A penitenciária de homens será construída, em local afastado do centro urbano,à distância que não restrinja a visitação.

CAPÍTULO IIIDA COLÔNIA AGRÍCOLA, INDUSTRIAL OU SIMILAR

Art. 91 - A Colônia Agrícola, Industrial ou Similar destina-se ao cumprimento da pena emregime semi-aberto.

Art. 92 - O condenado poderá ser alojado em compartimento coletivo, observados osrequisitos da letra a, do parágrafo único, do artigo 88, desta Lei.

Parágrafo único - São também requisitos básicos das dependências coletivas:

a) a seleção adequada dos presos;

b) o limite de capacidade máxima que atenda os objetivos de individualização da pena.

CAPÍTULO IVDA CASA DO ALBERGADO

Art. 93 - A Casa do Albergado destina-se ao cumprimento de pena privativa de liberdade,em regime aberto, e da pena de limitação de fim de semana.

Art. 94 - O prédio deverá situar-se em centro urbano, separado dos demais estabeleci-mentos, e caracterizar-se pela ausência de obstáculos físicos contra a fuga.

Art. 95 - Em cada região haverá, pelo menos, uma Casa do Albergado, a qual deveráconter, além dos aposentos para acomodar os presos, local adequado para cursos epalestras.

Parágrafo único - O estabelecimento terá instalações para os serviços de fiscalização eorientação dos condenados.

Arts. 87 a 95

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Lei de Execução Penal – Lei nº 7.210/1984

CAPÍTULO VDO CENTRO DE OBSERVAÇÃO

Art. 96 - No Centro de Observação realizar-se-ão os exames gerais e o criminológico,cujos resultados serão encaminhados à Comissão Técnica de Classificação.

Parágrafo único - No Centro poderão ser realizadas pesquisas criminológicas.

Art. 97 - O Centro de Observação será instalado em unidade autônoma ou em anexo aestabelecimento penal.

Art. 98 - Os exames poderão ser realizados pela Comissão Técnica de Classificação, nafalta do Centro de Observação.

CAPÍTULO VIDO HOSPITAL DE CUSTÓDIA E TRATAMENTO PSIQUIÁTRICO

Art. 99 - O Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico destina-se aos inimputáveis esemi-imputáveis referidos no artigo 26 e seu parágrafo único do Código Penal.

Parágrafo único - Aplica-se ao hospital, no que couber, o disposto no parágrafo único, doartigo 88, desta Lei.

Art. 100 - O exame psiquiátrico e os demais exames necessários ao tratamento sãoobrigatórios para todos os internados.

Art. 101 - O tratamento ambulatorial, previsto no artigo 97, segunda parte, do CódigoPenal, será realizado no Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico ou em outro localcom dependência médica adequada.

CAPÍTULO VIIDA CADEIA PÚBLICA

Art. 102 - A cadeia pública destina-se ao recolhimento de presos provisórios.

Art. 103 - Cada comarca terá, pelo menos 1 (uma) cadeia pública a fim de resguardar ointeresse da Administração da Justiça Criminal e a permanência do preso em local próximoao seu meio social e familiar.

Art. 104 - O estabelecimento de que trata este Capítulo será instalado próximo de centrourbano, observando-se na construção as exigências mínimas referidas no artigo 88 e seuparágrafo único desta Lei.

TÍTULO VDA EXECUÇÃO DAS PENAS EM ESPÉCIE

CAPÍTULO IDAS PENAS PRIVATIVAS DE LIBERDADE

SEÇÃO IDISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 105 - Transitando em julgado a sentença que aplicar pena privativa de liberdade, seo réu estiver ou vier a ser preso, o Juiz ordenará a expedição de guia de recolhimento paraa execução.

Arts. 96 a 105

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265

Lei de Execução Penal – Lei nº 7.210/1984

Art. 106 - A guia de recolhimento, extraída pelo escrivão, que a rubricará em todas asfolhas e a assinará com o Juiz, será remetida à autoridade administrativa incumbida daexecução e conterá:

I - o nome do condenado;

II - a sua qualificação civil e o número do registro geral no órgão oficial de identificação;

III - o inteiro teor da denúncia e da sentença condenatória, bem como certidão do trânsitoem julgado;

IV - a informação sobre os antecedentes e o grau de instrução;

V - a data da terminação da pena;

VI - outras peças do processo reputadas indispensáveis ao adequado tratamento peniten-ciário.

§ 1º - Ao Ministério Público se dará ciência da guia de recolhimento.

§ 2º - A guia de recolhimento será retificada sempre que sobrevier modificação quanto aoinício da execução ou ao tempo de duração da pena.

§ 3º - Se o condenado, ao tempo do fato, era funcionário da Administração da JustiçaCriminal, far-se-á, na guia, menção dessa circunstância, para fins do disposto no § 2°, doartigo 84, desta Lei.

Art. 107 - Ninguém será recolhido, para cumprimento de pena privativa de liberdade, sema guia expedida pela autoridade judiciária.

§ 1º - A autoridade administrativa incumbida da execução passará recibo da guia derecolhimento para juntá-la aos autos do processo, e dará ciência dos seus termos aocondenado.

§ 2º - As guias de recolhimento serão registradas em livro especial, segundo a ordemcronológica do recebimento, e anexadas ao prontuário do condenado, aditando-se, nocurso da execução, o cálculo das remições e de outras retificações posteriores.

Art. 108 - O condenado a quem sobrevier doença mental será internado em Hospital deCustódia e Tratamento Psiquiátrico.

Art. 109 - Cumprida ou extinta a pena, o condenado será posto em liberdade, mediantealvará do Juiz, se por outro motivo não estiver preso.

SEÇÃO IIDOS REGIMES

Art. 110 - O Juiz, na sentença, estabelecerá o regime no qual o condenado iniciará ocumprimento da pena privativa de liberdade, observado o disposto no artigo 33 e seusparágrafos do Código Penal.

Art. 111 - Quando houver condenação por mais de um crime, no mesmo processo ou emprocessos distintos, a determinação do regime de cumprimento será feita pelo resultadoda soma ou unificação das penas, observada, quando for o caso, a detração ou remição.

Parágrafo único - Sobrevindo condenação no curso da execução, somar-se-á a pena aorestante da que está sendo cumprida, para determinação do regime.

Art. 112 - A pena privativa de liberdade será executada em forma progressiva com atransferência para regime menos rigoroso, a ser determinada pelo juiz, quando o presotiver cumprido ao menos um sexto da pena no regime anterior e ostentar bom comporta-mento carcerário, comprovado pelo diretor do estabelecimento, respeitadas as normasque vedam a progressão. (Redação dada pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003)

Arts. 106 a 112

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Lei de Execução Penal – Lei nº 7.210/1984

§ 1º - A decisão será sempre motivada e precedida de manifestação do Ministério Públicoe do defensor. (Redação dada pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003)

§ 2º - Idêntico procedimento será adotado na concessão de livramento condicional, indultoe comutação de penas, respeitados os prazos previstos nas normas vigentes. (Incluídopela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003)

Art. 113 - O ingresso do condenado em regime aberto supõe a aceitação de seu programae das condições impostas pelo Juiz.

Art. 114 - Somente poderá ingressar no regime aberto o condenado que:

I - estiver trabalhando ou comprovar a possibilidade de fazê-lo imediatamente;

II - apresentar, pelos seus antecedentes ou pelo resultado dos exames a que foi submeti-do, fundados indícios de que irá ajustar-se, com autodisciplina e senso de responsabilida-de, ao novo regime.

Parágrafo único - Poderão ser dispensadas do trabalho as pessoas referidas no artigo 117desta Lei.

Art. 115 - O Juiz poderá estabelecer condições especiais para a concessão de regimeaberto, sem prejuízo das seguintes condições gerais e obrigatórias:

I - permanecer no local que for designado, durante o repouso e nos dias de folga;

II - sair para o trabalho e retornar, nos horários fixados;

III - não se ausentar da cidade onde reside, sem autorização judicial;

IV - comparecer a Juízo, para informar e justificar as suas atividades, quando for determi-nado.

Art. 116 - O Juiz poderá modificar as condições estabelecidas, de ofício, a requerimen-to do Ministério Público, da autoridade administrativa ou do condenado, desde que ascircunstâncias assim o recomendem.

Art. 117 - Somente se admitirá o recolhimento do beneficiário de regime aberto emresidência particular quando se tratar de:

I - condenado maior de 70 (setenta) anos;

II - condenado acometido de doença grave;

III - condenada com filho menor ou deficiente físico ou mental;

IV - condenada gestante.

Art. 118 - A execução da pena privativa de liberdade ficará sujeita à forma regressi-va, com a transferência para qualquer dos regimes mais rigorosos, quando o conde-nado:

I - praticar fato definido como crime doloso ou falta grave;

II - sofrer condenação, por crime anterior, cuja pena, somada ao restante da pena emexecução, torne incabível o regime (artigo 111).

§ 1º - O condenado será transferido do regime aberto se, além das hipóteses referidas nosincisos anteriores, frustrar os fins da execução ou não pagar, podendo, a multa cumulati-vamente imposta.

§ 2º - Nas hipóteses do inciso I e do parágrafo anterior, deverá ser ouvido previamente ocondenado.

Art. 119 - A legislação local poderá estabelecer normas complementares para o cumpri-mento da pena privativa de liberdade em regime aberto (artigo 36, § 1º, do CódigoPenal).

Arts. 112 a 119

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Lei de Execução Penal – Lei nº 7.210/1984

SEÇÃO IIIDAS AUTORIZAÇÕES DE SAÍDA

SUBSEÇÃO IDA PERMISSÃO DE SAÍDA

Art. 120 - Os condenados que cumprem pena em regime fechado ou semi-aberto e ospresos provisórios poderão obter permissão para sair do estabelecimento, mediante escol-ta, quando ocorrer um dos seguintes fatos:

I - falecimento ou doença grave do cônjuge, companheira, ascendente, descendente ouirmão;

II - necessidade de tratamento médico (parágrafo único do artigo 14).

Parágrafo único - A permissão de saída será concedida pelo diretor do estabelecimentoonde se encontra o preso.

Art. 121 - A permanência do preso fora do estabelecimento terá a duração necessária àfinalidade da saída.

SUBSEÇÃO IIDA SAÍDA TEMPORÁRIA

Art. 122 - Os condenados que cumprem pena em regime semi-aberto poderão obterautorização para saída temporária do estabelecimento, sem vigilância direta, nos seguin-tes casos:

I - visita à família;

II - freqüência a curso supletivo profissionalizante, bem como de instrução do 2º grau ousuperior, na Comarca do Juízo da Execução;

III - participação em atividades que concorram para o retorno ao convívio social.

Parágrafo único - A ausência de vigilância direta não impede a utilização de equipamentode monitoração eletrônica pelo condenado, quando assim determinar o juiz da execução.(Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)

Art. 123 - A autorização será concedida por ato motivado do Juiz da execução, ouvidos oMinistério Público e a administração penitenciária e dependerá da satisfação dos seguintesrequisitos:

I - comportamento adequado;

II - cumprimento mínimo de 1/6 (um sexto) da pena, se o condenado for primário, e 1/4(um quarto), se reincidente;

III - compatibilidade do benefício com os objetivos da pena.

Art. 124 - A autorização será concedida por prazo não superior a 7 (sete) dias, podendoser renovada por mais 4 (quatro) vezes durante o ano.

§ 1º - Ao conceder a saída temporária, o juiz imporá ao beneficiário as seguintes condi-ções, entre outras que entender compatíveis com as circunstâncias do caso e a situaçãopessoal do condenado: (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)

I - fornecimento do endereço onde reside a família a ser visitada ou onde poderá serencontrado durante o gozo do benefício; (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)

II - recolhimento à residência visitada, no período noturno; (Incluído pela Lei nº 12.258,de 2010)

Arts. 120 a 124

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Lei de Execução Penal – Lei nº 7.210/1984

III - proibição de frequentar bares, casas noturnas e estabelecimentos congêneres. (Incluídopela Lei nº 12.258, de 2010)

§ 2º - Quando se tratar de frequência a curso profissionalizante, de instrução de ensinomédio ou superior, o tempo de saída será o necessário para o cumprimento das atividadesdiscentes. (Renumerado do parágrafo único pela Lei nº 12.258, de 2010)

§ 3º - Nos demais casos, as autorizações de saída somente poderão ser concedidas comprazo mínimo de 45 (quarenta e cinco) dias de intervalo entre uma e outra. (Incluído pelaLei nº 12.258, de 2010)

Art. 125 - O benefício será automaticamente revogado quando o condenado praticar fatodefinido como crime doloso, for punido por falta grave, desatender as condições impostasna autorização ou revelar baixo grau de aproveitamento do curso.

Parágrafo único - A recuperação do direito à saída temporária dependerá da absolvição noprocesso penal, do cancelamento da punição disciplinar ou da demonstração do mereci-mento do condenado.

SEÇÃO IVDA REMIÇÃO

Art. 126 - O condenado que cumpre a pena em regime fechado ou semi-aberto poderáremir, pelo trabalho, parte do tempo de execução da pena.

§ 1º - A contagem do tempo para o fim deste artigo será feita à razão de 1 (um) dia depena por 3 (três) de trabalho.

§ 2º - O preso impossibilitado de prosseguir no trabalho, por acidente, continuará a bene-ficiar-se com a remição.

§ 3º - A remição será declarada pelo Juiz da execução, ouvido o Ministério Público.

Art. 127 - O condenado que for punido por falta grave perderá o direito ao tempo remido,começando o novo período a partir da data da infração disciplinar.

Art. 128 - O tempo remido será computado para a concessão de livramento condicional eindulto.

Art. 129 - A autoridade administrativa encaminhará, mensalmente, ao Juízo da execução,ao Ministério Público e à Defensoria Pública cópia do registro de todos os condenados queestejam trabalhando e dos dias de trabalho de cada um deles. (Redação dada pela Leinº 12.313, de 2010).

Parágrafo único - Ao condenado dar-se-á relação de seus dias remidos.

Art. 130 - Constitui o crime do artigo 299 do Código Penal declarar ou atestar falsamenteprestação de serviço para fim de instruir pedido de remição.

SEÇÃO VDO LIVRAMENTO CONDICIONAL

Art. 131 - O livramento condicional poderá ser concedido pelo Juiz da execução, presen-tes os requisitos do artigo 83, incisos e parágrafo único, do Código Penal, ouvidos o Minis-tério Público e Conselho Penitenciário.

Art. 132 - Deferido o pedido, o Juiz especificará as condições a que fica subordinado olivramento.

Arts. 124 a 132

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Lei de Execução Penal – Lei nº 7.210/1984

§ 1º - Serão sempre impostas ao liberado condicional as obrigações seguintes:

a) obter ocupação lícita, dentro de prazo razoável se for apto para o trabalho;

b) comunicar periodicamente ao Juiz sua ocupação;

c) não mudar do território da comarca do Juízo da execução, sem prévia autorização deste.

§ 2º - Poderão ainda ser impostas ao liberado condicional, entre outras obrigações, asseguintes:

a) não mudar de residência sem comunicação ao Juiz e à autoridade incumbida da obser-vação cautelar e de proteção;

b) recolher-se à habitação em hora fixada;

c) não freqüentar determinados lugares.

d) (Vetado) (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)

Art. 133 - Se for permitido ao liberado residir fora da comarca do Juízo da execução,remeter-se-á cópia da sentença do livramento ao Juízo do lugar para onde ele se houvertransferido e à autoridade incumbida da observação cautelar e de proteção.

Art. 134 - O liberado será advertido da obrigação de apresentar-se imediatamente àsautoridades referidas no artigo anterior.

Art. 135 - Reformada a sentença denegatória do livramento, os autos baixarão ao Juízoda execução, para as providências cabíveis.

Art. 136 - Concedido o benefício, será expedida a carta de livramento com a cópia integralda sentença em 2 (duas) vias, remetendo-se uma à autoridade administrativa incumbidada execução e outra ao Conselho Penitenciário.

Art. 137 - A cerimônia do livramento condicional será realizada solenemente no diamarcado pelo Presidente do Conselho Penitenciário, no estabelecimento onde está sendocumprida a pena, observando-se o seguinte:

I - a sentença será lida ao liberando, na presença dos demais condenados, pelo Presidentedo Conselho Penitenciário ou membro por ele designado, ou, na falta, pelo Juiz;

II - a autoridade administrativa chamará a atenção do liberando para as condições impos-tas na sentença de livramento;

III - o liberando declarará se aceita as condições.

§ 1º - De tudo em livro próprio, será lavrado termo subscrito por quem presidir a cerimô-nia e pelo liberando, ou alguém a seu rogo, se não souber ou não puder escrever.

§ 2º - Cópia desse termo deverá ser remetida ao Juiz da execução.

Art. 138 - Ao sair o liberado do estabelecimento penal, ser-lhe-á entregue, além do saldode seu pecúlio e do que lhe pertencer, uma caderneta, que exibirá à autoridade judiciáriaou administrativa, sempre que lhe for exigida.

§ 1º - A caderneta conterá:

a) a identificação do liberado;

b) o texto impresso do presente Capítulo;

c) as condições impostas.

§ 2º - Na falta de caderneta, será entregue ao liberado um salvo-conduto, em que constemas condições do livramento, podendo substituir-se a ficha de identificação ou o seu retratopela descrição dos sinais que possam identificá-lo.

§ 3º - Na caderneta e no salvo-conduto deverá haver espaço para consignar-se o cumpri-mento das condições referidas no artigo 132 desta Lei.

Arts. 132 a 138

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Lei de Execução Penal – Lei nº 7.210/1984

Art. 139 - A observação cautelar e a proteção realizadas por serviço social penitenciário,Patronato ou Conselho da Comunidade terão a finalidade de:

I - fazer observar o cumprimento das condições especificadas na sentença concessiva dobenefício;

II - proteger o beneficiário, orientando-o na execução de suas obrigações e auxiliando-ona obtenção de atividade laborativa.

Parágrafo único - A entidade encarregada da observação cautelar e da proteção do libera-do apresentará relatório ao Conselho Penitenciário, para efeito da representação previstanos artigos 143 e 144 desta Lei.

Art. 140 - A revogação do livramento condicional dar-se-á nas hipóteses previstas nosartigos 86 e 87 do Código Penal.

Parágrafo único - Mantido o livramento condicional, na hipótese da revogação facultativa,o Juiz deverá advertir o liberado ou agravar as condições.

Art. 141 - Se a revogação for motivada por infração penal anterior à vigência dolivramento, computar-se-á como tempo de cumprimento da pena o período de prova,sendo permitida, para a concessão de novo livramento, a soma do tempo das 2 (duas)penas.

Art. 142 - No caso de revogação por outro motivo, não se computará na pena o tempo emque esteve solto o liberado, e tampouco se concederá, em relação à mesma pena, novolivramento.

Art. 143 - A revogação será decretada a requerimento do Ministério Público, medianterepresentação do Conselho Penitenciário, ou, de ofício, pelo Juiz, ouvido o liberado.

Art. 144 - O Juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Público, da Defensoria Pública oumediante representação do Conselho Penitenciário, e ouvido o liberado, poderá modificaras condições especificadas na sentença, devendo o respectivo ato decisório ser lido aoliberado por uma das autoridades ou funcionários indicados no inciso I do caput do art. 137desta Lei, observado o disposto nos incisos II e III e §§ 1º e 2º do mesmo artigo. (Redaçãodada pela Lei nº 12.313, de 2010).

Art. 145 - Praticada pelo liberado outra infração penal, o Juiz poderá ordenar a sua prisão,ouvidos o Conselho Penitenciário e o Ministério Público, suspendendo o curso do livramen-to condicional, cuja revogação, entretanto, ficará dependendo da decisão final.

Art. 146 - O Juiz, de ofício, a requerimento do interessado, do Ministério Público oumediante representação do Conselho Penitenciário, julgará extinta a pena privativa deliberdade, se expirar o prazo do livramento sem revogação.

SEÇÃO VIDA MONITORAÇÃO ELETRÔNICA

(INCLUÍDO PELA LEI Nº 12.258, DE 2010)

Art. 146-A - (Vetado). (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)

Art. 146-B - O juiz poderá definir a fiscalização por meio da monitoração eletrônica quan-do: (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)

I - (Vetado); (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)

II - autorizar a saída temporária no regime semiaberto; (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)

III - (Vetado); (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)

IV - determinar a prisão domiciliar; (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)

V - (Vetado); (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)

Arts. 139 a 146-B

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Lei de Execução Penal – Lei nº 7.210/1984

Parágrafo único - (Vetado). (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)

Art. 146-C - O condenado será instruído acerca dos cuidados que deverá adotar como equipamento eletrônico e dos seguintes deveres: (Incluído pela Lei nº 12.258, de2010)

I - receber visitas do servidor responsável pela monitoração eletrônica, responder aosseus contatos e cumprir suas orientações; (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)

II - abster-se de remover, de violar, de modificar, de danificar de qualquer forma o dispo-sitivo de monitoração eletrônica ou de permitir que outrem o faça; (Incluído pela Leinº 12.258, de 2010)

III - (Vetado); (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)

Parágrafo único - A violação comprovada dos deveres previstos neste artigo poderá acar-retar, a critério do juiz da execução, ouvidos o Ministério Público e a defesa: (Incluído pelaLei nº 12.258, de 2010)

I - a regressão do regime; (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)

II - a revogação da autorização de saída temporária; (Incluído pela Lei nº 12.258, de2010)

III - (Vetado); (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)

IV - (Vetado); (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)

V - (Vetado); (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)

VI - a revogação da prisão domiciliar; (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)

VII - advertência, por escrito, para todos os casos em que o juiz da execução decida nãoaplicar alguma das medidas previstas nos incisos de I a VI deste parágrafo. (Incluído pelaLei nº 12.258, de 2010)

Art. 146-D - A monitoração eletrônica poderá ser revogada: (Incluído pela Lei nº 12.258,de 2010)

I - quando se tornar desnecessária ou inadequada; (Incluído pela Lei nº 12.258, de2010)

II - se o acusado ou condenado violar os deveres a que estiver sujeito durante a suavigência ou cometer falta grave. (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)

CAPÍTULO IIDAS PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS

SEÇÃO IDISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 147 - Transitada em julgado a sentença que aplicou a pena restritiva de direitos, o Juizda execução, de ofício ou a requerimento do Ministério Público, promoverá a execução,podendo, para tanto, requisitar, quando necessário, a colaboração de entidades públicasou solicitá-la a particulares.

Art. 148 - Em qualquer fase da execução, poderá o Juiz, motivadamente, alterar, a formade cumprimento das penas de prestação de serviços à comunidade e de limitação de fimde semana, ajustando-as às condições pessoais do condenado e às características doestabelecimento, da entidade ou do programa comunitário ou estatal.

Arts. 146-B a 148

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Lei de Execução Penal – Lei nº 7.210/1984

SEÇÃO IIDA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS À COMUNIDADE

Art. 149 - Caberá ao Juiz da execução:

I - designar a entidade ou programa comunitário ou estatal, devidamente credenciado ouconvencionado, junto ao qual o condenado deverá trabalhar gratuitamente, de acordo comas suas aptidões;

II - determinar a intimação do condenado, cientificando-o da entidade, dias e horário emque deverá cumprir a pena;

III - alterar a forma de execução, a fim de ajustá-la às modificações ocorridas na jornadade trabalho.

§ 1º - o trabalho terá a duração de 8 (oito) horas semanais e será realizado aos sábados,domingos e feriados, ou em dias úteis, de modo a não prejudicar a jornada normal detrabalho, nos horários estabelecidos pelo Juiz.

§ 2º - A execução terá início a partir da data do primeiro comparecimento.

Art. 150 - A entidade beneficiada com a prestação de serviços encaminhará mensalmen-te, ao Juiz da execução, relatório circunstanciado das atividades do condenado, bem como,a qualquer tempo, comunicação sobre ausência ou falta disciplinar.

SEÇÃO IIIDA LIMITAÇÃO DE FIM DE SEMANA

Art. 151 - Caberá ao Juiz da execução determinar a intimação do condenado, cientificando-odo local, dias e horário em que deverá cumprir a pena.

Parágrafo único - A execução terá início a partir da data do primeiro comparecimento.

Art. 152 - Poderão ser ministrados ao condenado, durante o tempo de permanência,cursos e palestras, ou atribuídas atividades educativas.

Parágrafo único -  Nos casos de violência doméstica contra a mulher, o juiz poderá deter-minar o comparecimento obrigatório do agressor a programas de recuperação e reeduca-ção. (Incluído pela Lei nº 11.340, de 2006)

Art. 153 - O estabelecimento designado encaminhará, mensalmente, ao Juiz da execução,relatório, bem assim comunicará, a qualquer tempo, a ausência ou falta disciplinar docondenado.

SEÇÃO IVDA INTERDIÇÃO TEMPORÁRIA DE DIREITOS

Art. 154 - Caberá ao Juiz da execução comunicar à autoridade competente a pena aplica-da, determinada a intimação do condenado.

§ 1º - Na hipótese de pena de interdição do artigo 47, inciso I, do Código Penal, a autori-dade deverá, em 24 (vinte e quatro) horas, contadas do recebimento do ofício, baixar ato,a partir do qual a execução terá seu início.

§ 2º - Nas hipóteses do artigo 47, incisos II e III, do Código Penal, o Juízo da execuçãodeterminará a apreensão dos documentos, que autorizam o exercício do direito interditado.

Art. 155 - A autoridade deverá comunicar imediatamente ao Juiz da execução o descumpri-mento da pena.

Arts. 149 a 155

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Lei de Execução Penal – Lei nº 7.210/1984

Parágrafo único - A comunicação prevista neste artigo poderá ser feita por qualquer preju-dicado.

CAPÍTULO IIIDA SUSPENSÃO CONDICIONAL

Art. 156 - O Juiz poderá suspender, pelo período de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, a execuçãoda pena privativa de liberdade, não superior a 2 (dois) anos, na forma prevista nos artigos77 a 82 do Código Penal.

Art. 157 - O Juiz ou Tribunal, na sentença que aplicar pena privativa de liberdade, nasituação determinada no artigo anterior, deverá pronunciar-se, motivadamente, sobre asuspensão condicional, quer a conceda, quer a denegue.

Art. 158 - Concedida a suspensão, o Juiz especificará as condições a que fica sujeito ocondenado, pelo prazo fixado, começando este a correr da audiência prevista no artigo160 desta Lei.

§ 1º - As condições serão adequadas ao fato e à situação pessoal do condenado, devendoser incluída entre as mesmas a de prestar serviços à comunidade, ou limitação de fim desemana, salvo hipótese do artigo 78, § 2º, do Código Penal.

§ 2º - O Juiz poderá, a qualquer tempo, de ofício, a requerimento do Ministério Público oumediante proposta do Conselho Penitenciário, modificar as condições e regras estabelecidasna sentença, ouvido o condenado.

§ 3º - A fiscalização do cumprimento das condições, reguladas nos Estados, Territórios eDistrito Federal por normas supletivas, será atribuída a serviço social penitenciário, Patronato,Conselho da Comunidade ou instituição beneficiada com a prestação de serviços,inspecionados pelo Conselho Penitenciário, pelo Ministério Público, ou ambos, devendo oJuiz da execução suprir, por ato, a falta das normas supletivas.

§ 4º - O beneficiário, ao comparecer periodicamente à entidade fiscalizadora, para compro-var a observância das condições a que está sujeito, comunicará, também, a sua ocupação eos salários ou proventos de que vive.

§ 5º - A entidade fiscalizadora deverá comunicar imediatamente ao órgão de inspeção,para os fins legais, qualquer fato capaz de acarretar a revogação do benefício, a prorroga-ção do prazo ou a modificação das condições.

§ 6º - Se for permitido ao beneficiário mudar-se, será feita comunicação ao Juiz e àentidade fiscalizadora do local da nova residência, aos quais o primeiro deverá apresentar-seimediatamente.

Art. 159 - Quando a suspensão condicional da pena for concedida por Tribunal, a estecaberá estabelecer as condições do benefício.

§ 1º - De igual modo proceder-se-á quando o Tribunal modificar as condições estabeleci-das na sentença recorrida.

§ 2º - O Tribunal, ao conceder a suspensão condicional da pena, poderá, todavia, conferirao Juízo da execução a incumbência de estabelecer as condições do benefício, e, emqualquer caso, a de realizar a audiência admonitória.

Art. 160 - Transitada em julgado a sentença condenatória, o Juiz a lerá ao condenado, emaudiência, advertindo-o das conseqüências de nova infração penal e do descumprimentodas condições impostas.

Art. 161 - Se, intimado pessoalmente ou por edital com prazo de 20 (vinte) dias, o réunão comparecer injustificadamente à audiência admonitória, a suspensão ficará sem efeitoe será executada imediatamente a pena.

Arts. 155 a 161

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Lei de Execução Penal – Lei nº 7.210/1984

Art. 162 - A revogação da suspensão condicional da pena e a prorrogação do período deprova dar-se-ão na forma do artigo 81 e respectivos parágrafos do Código Penal.

Art. 163 - A sentença condenatória será registrada, com a nota de suspensão em livroespecial do Juízo a que couber a execução da pena.

§ 1º - Revogada a suspensão ou extinta a pena, será o fato averbado à margem doregistro.

§ 2º - O registro e a averbação serão sigilosos, salvo para efeito de informações requisita-das por órgão judiciário ou pelo Ministério Público, para instruir processo penal.

CAPÍTULO IVDA PENA DE MULTA

Art. 164 - Extraída certidão da sentença condenatória com trânsito em julgado, que vale-rá como título executivo judicial, o Ministério Público requererá, em autos apartados, acitação do condenado para, no prazo de 10 (dez) dias, pagar o valor da multa ou nomearbens à penhora.

§ 1º - Decorrido o prazo sem o pagamento da multa, ou o depósito da respectivaimportância, proceder-se-á à penhora de tantos bens quantos bastem para garantir aexecução.

§ 2º - A nomeação de bens à penhora e a posterior execução seguirão o que dispuser a leiprocessual civil.

Art. 165 - Se a penhora recair em bem imóvel, os autos apartados serão remetidos aoJuízo Cível para prosseguimento.

Art. 166 - Recaindo a penhora em outros bens, dar-se-á prosseguimento nos termos do§ 2º do artigo 164, desta Lei.

Art. 167 - A execução da pena de multa será suspensa quando sobrevier ao condenadodoença mental (artigo 52 do Código Penal).

Art. 168 - O Juiz poderá determinar que a cobrança da multa se efetue mediante descontono vencimento ou salário do condenado, nas hipóteses do artigo 50, § 1º, do Código Penal,observando-se o seguinte:

I - o limite máximo do desconto mensal será o da quarta parte da remuneração e o mínimoo de um décimo;

II - o desconto será feito mediante ordem do Juiz a quem de direito;

III - o responsável pelo desconto será intimado a recolher mensalmente, até o dia fixadopelo Juiz, a importância determinada.

Art. 169 - Até o término do prazo a que se refere o artigo 164 desta Lei, poderá o condena-do requerer ao Juiz o pagamento da multa em prestações mensais, iguais e sucessivas.

§ 1º - O Juiz, antes de decidir, poderá determinar diligências para verificar a realsituação econômica do condenado e, ouvido o Ministério Público, fixará o número deprestações.

§ 2º - Se o condenado for impontual ou se melhorar de situação econômica, o Juiz, deofício ou a requerimento do Ministério Público, revogará o benefício executando-se a mul-ta, na forma prevista neste Capítulo, ou prosseguindo-se na execução já iniciada.

Art. 170 - Quando a pena de multa for aplicada cumulativamente com pena privativa daliberdade, enquanto esta estiver sendo executada, poderá aquela ser cobrada mediantedesconto na remuneração do condenado (artigo 168).

Arts. 162 a 170

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275

Lei de Execução Penal – Lei nº 7.210/1984

§ 1º - Se o condenado cumprir a pena privativa de liberdade ou obtiver livramento condi-cional, sem haver resgatado a multa, far-se-á a cobrança nos termos deste Capítulo.

§ 2º - Aplicar-se-á o disposto no parágrafo anterior aos casos em que for concedida asuspensão condicional da pena.

TÍTULO VIDA EXECUÇÃO DAS MEDIDAS DE SEGURANÇA

CAPÍTULO IDISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 171 - Transitada em julgado a sentença que aplicar medida de segurança, será orde-nada a expedição de guia para a execução.

Art. 172 - Ninguém será internado em Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico, ousubmetido a tratamento ambulatorial, para cumprimento de medida de segurança, sem aguia expedida pela autoridade judiciária.

Art. 173 - A guia de internamento ou de tratamento ambulatorial, extraída pelo escrivão,que a rubricará em todas as folhas e a subscreverá com o Juiz, será remetida à autoridadeadministrativa incumbida da execução e conterá:

I - a qualificação do agente e o número do registro geral do órgão oficial de identifica-ção;

II - o inteiro teor da denúncia e da sentença que tiver aplicado a medida de segurança,bem como a certidão do trânsito em julgado;

III - a data em que terminará o prazo mínimo de internação, ou do tratamento ambulatorial;

IV - outras peças do processo reputadas indispensáveis ao adequado tratamento ouinternamento.

§ 1º - Ao Ministério Público será dada ciência da guia de recolhimento e de sujeição atratamento.

§ 2º - A guia será retificada sempre que sobrevier modificações quanto ao prazo de execução.

Art. 174 - Aplicar-se-á, na execução da medida de segurança, naquilo que couber, odisposto nos artigos 8° e 9° desta Lei.

CAPÍTULO IIDA CESSAÇÃO DA PERICULOSIDADE

Art. 175 - A cessação da periculosidade será averiguada no fim do prazo mínimo deduração da medida de segurança, pelo exame das condições pessoais do agente, obser-vando-se o seguinte:

I - a autoridade administrativa, até 1 (um) mês antes de expirar o prazo de duraçãomínima da medida, remeterá ao Juiz minucioso relatório que o habilite a resolver sobre arevogação ou permanência da medida;

II - o relatório será instruído com o laudo psiquiátrico;

III - juntado aos autos o relatório ou realizadas as diligências, serão ouvidos, sucessivamen-te, o Ministério Público e o curador ou defensor, no prazo de 3 (três) dias para cada um;

IV - o Juiz nomeará curador ou defensor para o agente que não o tiver;

Arts. 170 a 175

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276

Lei de Execução Penal – Lei nº 7.210/1984

V - o Juiz, de ofício ou a requerimento de qualquer das partes, poderá determinar novasdiligências, ainda que expirado o prazo de duração mínima da medida de segurança;

VI - ouvidas as partes ou realizadas as diligências a que se refere o inciso anterior, o Juizproferirá a sua decisão, no prazo de 5 (cinco) dias.

Art. 176 - Em qualquer tempo, ainda no decorrer do prazo mínimo de duração da medidade segurança, poderá o Juiz da execução, diante de requerimento fundamentado do Minis-tério Público ou do interessado, seu procurador ou defensor, ordenar o exame para que severifique a cessação da periculosidade, procedendo-se nos termos do artigo anterior.

Art. 177 - Nos exames sucessivos para verificar-se a cessação da periculosidade, obser-var-se-á, no que lhes for aplicável, o disposto no artigo anterior.

Art. 178 - Nas hipóteses de desinternação ou de liberação (artigo 97, § 3º, do CódigoPenal), aplicar-se-á o disposto nos artigos 132 e 133 desta Lei.

Art. 179 - Transitada em julgado a sentença, o Juiz expedirá ordem para a desinternaçãoou a liberação.

TÍTULO VIIDOS INCIDENTES DE EXECUÇÃO

CAPÍTULO IDAS CONVERSÕES

Art. 180 - A pena privativa de liberdade, não superior a 2 (dois) anos, poderá ser conver-tida em restritiva de direitos, desde que:

I - o condenado a esteja cumprindo em regime aberto;

II - tenha sido cumprido pelo menos 1/4 (um quarto) da pena;

III - os antecedentes e a personalidade do condenado indiquem ser a conversão recomen-dável.

Art. 181 - A pena restritiva de direitos será convertida em privativa de liberdade nashipóteses e na forma do artigo 45 e seus incisos do Código Penal.

§ 1º - A pena de prestação de serviços à comunidade será convertida quando o condenado:

a) não for encontrado por estar em lugar incerto e não sabido, ou desatender a intimaçãopor edital;

b) não comparecer, injustificadamente, à entidade ou programa em que deva prestarserviço;

c) recusar-se, injustificadamente, a prestar o serviço que lhe foi imposto;

d) praticar falta grave;

e) sofrer condenação por outro crime à pena privativa de liberdade, cuja execução nãotenha sido suspensa.

§ 2º - A pena de limitação de fim de semana será convertida quando o condenado nãocomparecer ao estabelecimento designado para o cumprimento da pena, recusar-se aexercer a atividade determinada pelo Juiz ou se ocorrer qualquer das hipóteses das letras“a”, “d” e “e” do parágrafo anterior.

§ 3º - A pena de interdição temporária de direitos será convertida quando o condenadoexercer, injustificadamente, o direito interditado ou se ocorrer qualquer das hipóteses dasletras “a” e “e”, do § 1º, deste artigo.

Art. 182 - (Revogado pela Lei nº 9.268, de 1.4.1996)

Arts. 175 a 182

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277

Lei de Execução Penal – Lei nº 7.210/1984

Art. 183 - Quando, no curso da execução da pena privativa de liberdade, sobrevier doen-ça mental ou perturbação da saúde mental, o Juiz, de ofício, a requerimento do MinistérioPúblico, da Defensoria Pública ou da autoridade administrativa, poderá determinar a subs-tituição da pena por medida de segurança. (Redação dada pela Lei nº 12.313, de 2010).

Art. 184 - O tratamento ambulatorial poderá ser convertido em internação se o agenterevelar incompatibilidade com a medida.

Parágrafo único - Nesta hipótese, o prazo mínimo de internação será de 1 (um) ano.

CAPÍTULO IIDO EXCESSO OU DESVIO

Art. 185 - Haverá excesso ou desvio de execução sempre que algum ato for praticadoalém dos limites fixados na sentença, em normas legais ou regulamentares.

Art. 186 - Podem suscitar o incidente de excesso ou desvio de execução:

I - o Ministério Público;

II - o Conselho Penitenciário;

III - o sentenciado;

IV - qualquer dos demais órgãos da execução penal.

CAPÍTULO IIIDA ANISTIA E DO INDULTO

Art. 187 - Concedida a anistia, o Juiz, de ofício, a requerimento do interessado ou doMinistério Público, por proposta da autoridade administrativa ou do Conselho Penitenciário,declarará extinta a punibilidade.

Art. 188 - O indulto individual poderá ser provocado por petição do condenado, por inicia-tiva do Ministério Público, do Conselho Penitenciário, ou da autoridade administrativa.

Art. 189 - A petição do indulto, acompanhada dos documentos que a instruírem, seráentregue ao Conselho Penitenciário, para a elaboração de parecer e posterior encaminha-mento ao Ministério da Justiça.

Art. 190 - O Conselho Penitenciário, à vista dos autos do processo e do prontuário,promoverá as diligências que entender necessárias e fará, em relatório, a narração doilícito penal e dos fundamentos da sentença condenatória, a exposição dos antecedentesdo condenado e do procedimento deste depois da prisão, emitindo seu parecer sobre omérito do pedido e esclarecendo qualquer formalidade ou circunstâncias omitidas napetição.

Art. 191 - Processada no Ministério da Justiça com documentos e o relatório do ConselhoPenitenciário, a petição será submetida a despacho do Presidente da República, a quemserão presentes os autos do processo ou a certidão de qualquer de suas peças, se ele odeterminar.

Art. 192 - Concedido o indulto e anexada aos autos cópia do decreto, o Juiz declararáextinta a pena ou ajustará a execução aos termos do decreto, no caso de comutação.

Art. 193 - Se o sentenciado for beneficiado por indulto coletivo, o Juiz, de ofício, arequerimento do interessado, do Ministério Público, ou por iniciativa do Conselho Peni-tenciário ou da autoridade administrativa, providenciará de acordo com o disposto noartigo anterior.

Arts. 183 a 193

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278

Lei de Execução Penal – Lei nº 7.210/1984

TÍTULO VIIIDO PROCEDIMENTO JUDICIAL

Art. 194 - O procedimento correspondente às situações previstas nesta Lei será judicial,desenvolvendo-se perante o Juízo da execução.

Art. 195 - O procedimento judicial iniciar-se-á de ofício, a requerimento do MinistérioPúblico, do interessado, de quem o represente, de seu cônjuge, parente ou descenden-te, mediante proposta do Conselho Penitenciário, ou, ainda, da autoridade administra-tiva.

Art. 196 - A portaria ou petição será autuada ouvindo-se, em 3 (três) dias, o condenadoe o Ministério Público, quando não figurem como requerentes da medida.

§ 1º - Sendo desnecessária a produção de prova, o Juiz decidirá de plano, em igualprazo.

§ 2º - Entendendo indispensável a realização de prova pericial ou oral, o Juiz a ordenará,decidindo após a produção daquela ou na audiência designada.

Art. 197 - Das decisões proferidas pelo Juiz caberá recurso de agravo, sem efeito suspen-sivo.

TÍTULO IXDAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

Art. 198 - É defesa ao integrante dos órgãos da execução penal, e ao servidor, adivulgação de ocorrência que perturbe a segurança e a disciplina dos estabelecimentos,bem como exponha o preso à inconveniente notoriedade, durante o cumprimento dapena.

Art. 199 - O emprego de algemas será disciplinado por decreto federal.

Art. 200 - O condenado por crime político não está obrigado ao trabalho.

Art. 201 - Na falta de estabelecimento adequado, o cumprimento da prisão civil e daprisão administrativa se efetivará em seção especial da Cadeia Pública.

Art. 202 - Cumprida ou extinta a pena, não constarão da folha corrida, atestados oucertidões fornecidas por autoridade policial ou por auxiliares da Justiça, qualquer notíciaou referência à condenação, salvo para instruir processo pela prática de nova infraçãopenal ou outros casos expressos em lei.

Art. 203 - No prazo de 6 (seis) meses, a contar da publicação desta Lei, serão editadas asnormas complementares ou regulamentares, necessárias à eficácia dos dispositivos nãoauto-aplicáveis.

§ 1º - Dentro do mesmo prazo deverão as Unidades Federativas, em convênio com oMinistério da Justiça, projetar a adaptação, construção e equipamento de estabelecimen-tos e serviços penais previstos nesta Lei.

§ 2º - Também, no mesmo prazo, deverá ser providenciada a aquisição ou desapropriaçãode prédios para instalação de casas de albergados.

§ 3º - O prazo a que se refere o caput deste artigo poderá ser ampliado, por ato doConselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária, mediante justificada solicitação,instruída com os projetos de reforma ou de construção de estabelecimentos.

§ 4º - O descumprimento injustificado dos deveres estabelecidos para as Unidades Federa-tivas implicará na suspensão de qualquer ajuda financeira a elas destinada pela União,para atender às despesas de execução das penas e medidas de segurança.

Arts. 194 a 203

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279

Lei de Execução Penal – Lei nº 7.210/1984

Art. 204 - Esta Lei entra em vigor concomitantemente com a lei de reforma da Parte Geraldo Código Penal, revogadas as disposições em contrário, especialmente a Lei nº 3.274, de2 de outubro de 1957.

Brasília, 11 de julho de 1984; 163º da Independência e 96º da República.

JOÃO FIGUEIREDO

Ibrahim Abi-Ackel

Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de 13.7.1984

ANEXO (ÍNDICE)

Consulte o endereço: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/1980-1988/ANL7210.pdf

Art. 204

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LEI DOS CRIMES HEDIONDOS

LEI Nº 8.072, DE 25 DE JULHO DE 1990.

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283

Lei dos Crimes Hediondos – Lei nº 8.072/1990

LEI DOS CRIMES HEDIONDOSLEI Nº 8.072, DE 25 DE JULHO DE 1990.

Dispõe sobre os crimes hediondos, nos termos do art. 5º, inciso XLIII,da Constituição Federal, e determina outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sancio-no a seguinte lei:

Art. 1º - São considerados hediondos os crimes de latrocínio (art. 157, § 3º, in fine),extorsão qualificada pela morte, (art. 158, § 2º), extorsão mediante seqüestro e na formaqualificada (art. 159, caput e seus §§ 1º, 2º e 3º), estupro (art. 213, caput e sua combi-nação com o art. 223, caput e parágrafo único), atentado violento ao pudor (art. 214 e suacombinação com o art. 223, caput e parágrafo único), epidemia com resultado morte(art. 267, § 1º), envenenamento de água potável ou de substância alimentícia ou medici-nal, qualificado pela morte (art. 270, combinado com o art. 285), todos do Código Penal(Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940), e de genocídio (arts. 1º, 2º e 3º da Leinº 2.889, de 1º de outubro de 1956), tentados ou consumados.

Art. 1º - São considerados hediondos os seguintes crimes, todos tipificados no Decreto--Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal, consumados ou tentados:(Redação dada pela Lei nº 8.930, de 6.9.1994)

I - homicídio (art. 121), quando praticado em atividade típica de grupo de extermínio,ainda que cometido por um só agente, e homicídio qualificado (art. 121, § 2º, I, II, III, IVe V); (Inciso incluído pela Lei nº 8.930, de 6.9.1994)

II - latrocínio (art. 157, § 3º, in fine); (Inciso incluído pela Lei nº 8.930, de 6.9.1994)

III - extorsão qualificada pela morte (art. 158, § 2º); (Inciso incluído pela Lei nº 8.930, de6.9.1994)

IV - extorsão mediante seqüestro e na forma qualificada (art. 159, caput, e §§ lº, 2º e 3º);(Inciso incluído pela Lei nº 8.930, de 6.9.1994)

V - estupro (art. 213 e sua combinação com o art. 223, caput e parágrafo único); (Incisoincluído pela Lei nº 8.930, de 6.9.1994)

VI - atentado violento ao pudor (art. 214 e sua combinação com o art. 223, caput eparágrafo único); (Inciso incluído pela Lei nº 8.930, de 6.9.1994)

V - estupro (art. 213, caput e §§ 1º e 2º); (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009)

VI - estupro de vulnerável (art. 217-A, caput e §§ 1º, 2º, 3º e 4º); (Redação dada pela Leinº 12.015, de 2009)

VII - epidemia com resultado morte (art. 267, § 1º). (Inciso incluído pela Lei nº 8.930, de6.9.1994)

VII-A - (Vetado) (Inciso incluído pela Lei nº 9.695, de 20.8.1998)

VII-B - falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produto destinado a finsterapêuticos ou medicinais (art. 273, caput e § 1º, § 1º-A e § 1º-B, com a redação dada pelaLei nº 9.677, de 2 de julho de 1998). (Inciso incluído pela Lei nº 9.695, de 20.8.1998)

Parágrafo único - Considera-se também hediondo o crime de genocídio previsto nosarts. 1º, 2º e 3º da Lei nº 2.889, de 1º de outubro de 1956, tentado ou consumado.(Parágrafo incluído pela Lei nº 8.930, de 6.9.1994)

Art. 2º - Os crimes hediondos, a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes edrogas afins e o terrorismo são insuscetíveis de:

Arts. 1º a 2º

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284

Lei dos Crimes Hediondos – Lei nº 8.072/1990

I - anistia, graça e indulto;

II - fiança e liberdade provisória.

§ 1º - A pena por crime previsto neste artigo será cumprida integralmente em regimefechado.

§ 2º - Em caso de sentença condenatória, o juiz decidirá fundamentadamente se o réupoderá apelar em liberdade.

§ 3º - A prisão temporária, sobre a qual dispõe a Lei nº 7.960, de 21 de dezembro de1989, nos crimes previstos neste artigo, terá o prazo de trinta dias, prorrogável por igualperíodo em caso de extrema e comprovada necessidade.

II - fiança. (Redação dada pela Lei nº 11.464, de 2007)

§ 1º - A pena por crime previsto neste artigo será cumprida inicialmente em regimefechado. (Redação dada pela Lei nº 11.464, de 2007)

§ 2º - A progressão de regime, no caso dos condenados aos crimes previstos neste artigo,dar-se-á após o cumprimento de 2/5 (dois quintos) da pena, se o apenado for primário, ede 3/5 (três quintos), se reincidente. (Redação dada pela Lei nº 11.464, de 2007)

§ 3º - Em caso de sentença condenatória, o juiz decidirá fundamentadamente se o réupoderá apelar em liberdade. (Redação dada pela Lei nº 11.464, de 2007)

§ 4º - A prisão temporária, sobre a qual dispõe a Lei nº 7.960, de 21 de dezembro de1989, nos crimes previstos neste artigo, terá o prazo de 30 (trinta) dias, prorrogável porigual período em caso de extrema e comprovada necessidade. (Incluído pela Lei nº 11.464,de 2007)

Art. 3º - A União manterá estabelecimentos penais, de segurança máxima, destinados aocumprimento de penas impostas a condenados de alta periculosidade, cuja permanência empresídios estaduais ponha em risco a ordem ou incolumidade pública.

Art. 4º - (Vetado).

Art. 5º - Ao art. 83 do Código Penal é acrescido o seguinte inciso:

“Art. 83 - [...]

V - cumprido mais de dois terços da pena, nos casos de condenação por crime hediondo,prática da tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, e terrorismo, se o apenadonão for reincidente específico em crimes dessa natureza.”

Art. 6º - Os arts. 157, § 3º; 159, caput e seus §§ 1º, 2º e 3º; 213; 214; 223, caput e seuparágrafo único; 267, caput e 270; caput, todos do Código Penal, passam a vigorar com aseguinte redação:

“Art. 157 - [...]

§ 3º - Se da violência resulta lesão corporal grave, a pena é de reclusão, de cinco a quinzeanos, além da multa; se resulta morte, a reclusão é de vinte a trinta anos, sem prejuízo damulta.

[...]

Art. 159 - [...]

Pena - reclusão, de oito a quinze anos.

§ 1º - [...]

Pena - reclusão, de doze a vinte anos.

§ 2º - [...]

Pena - reclusão, de dezesseis a vinte e quatro anos.

§ 3º - [...]

Arts. 2º a 6º

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285

Lei dos Crimes Hediondos – Lei nº 8.072/1990

Pena - reclusão, de vinte e quatro a trinta anos.

[...]

Art. 213 - [...]

Pena - reclusão, de seis a dez anos.

Art. 214 - [...]

Pena - reclusão, de seis a dez anos.

[...]

Art. 223 - [...]

Pena - reclusão, de oito a doze anos.

Parágrafo único - [...]

Pena - reclusão, de doze a vinte e cinco anos.

[...]

Art. 267 - [...]

Pena - reclusão, de dez a quinze anos.

[...]

Art. 270 - [...]

Pena - reclusão, de dez a quinze anos.

[...]”

Art. 7º - Ao art. 159 do Código Penal fica acrescido o seguinte parágrafo:

“Art. 159 - [...]

§ 4º - Se o crime é cometido por quadrilha ou bando, o co-autor que denunciá-lo à auto-ridade, facilitando a libertação do seqüestrado, terá sua pena reduzida de um a dois ter-ços.”

Art. 8º - Será de três a seis anos de reclusão a pena prevista no art. 288 do Código Penal,quando se tratar de crimes hediondos, prática da tortura, tráfico ilícito de entorpecentes edrogas afins ou terrorismo.

Parágrafo único - O participante e o associado que denunciar à autoridade o bando ouquadrilha, possibilitando seu desmantelamento, terá a pena reduzida de um a dois terços.

Art. 9º - As penas fixadas no art. 6º para os crimes capitulados nos arts. 157, § 3º, 158,§ 2º, 159, caput e seus §§ 1º, 2º e 3º, 213, caput e sua combinação com o art. 223, capute parágrafo único, 214 e sua combinação com o art. 223, caput e parágrafo único, todosdo Código Penal, são acrescidas de metade, respeitado o limite superior de trinta anos dereclusão, estando a vítima em qualquer das hipóteses referidas no art. 224 também doCódigo Penal.

Art. 10 - O art. 35 da Lei nº 6.368, de 21 de outubro de 1976, passa a vigorar acrescidode parágrafo único, com a seguinte redação:

“Art. 35 - [...]

Parágrafo único - Os prazos procedimentais deste capítulo serão contados em dobro quan-do se tratar dos crimes previstos nos arts. 12, 13 e 14.”

Art. 11 - (Vetado).

Art. 12 - Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.

Arts. 6º a 12

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286

Lei dos Crimes Hediondos – Lei nº 8.072/1990

Art. 13 - Revogam-se as disposições em contrário.

Brasília, 25 de julho de 1990; 169º da Independência e 102º da República.

FERNANDO COLLOR

Bernardo Cabral

Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de 26.7.1990

Art. 13

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ATUALIZAÇÕES

LEIS FEDERAIS ESPECIAIS

VOL. 1

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