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1 As Coplas Que Não Te Entreguei Leonardo “Gineti

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As Coplas Que Não Te Entreguei

Leonardo “Gineti”

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Deixo no vento ainda o sonho que preludia E traz nos meus caminhos por pensar

Ainda com carinho...

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Prefacio

As vezes escrevemos não somente por escrever que se torna quase uma psicografia que vem de algum lugar que não sabemos alguns dizem que vem do coração mas o poema nasce de algum lugar por ter vida, cor, jeito, mesmo que não se sabe de onde ele vem por certo, mas sim para traduzir o sentimento e trazendo a luz, para os olhos que guardam no vidro deles...

Na poesia que as vezes não entregamos, e deixamos na luz, ao vento para levar a quem a mereça, tem vezes que pelo poema guardamos algumas palavras e além de meras palavras guardam a mesma as imagens que pelo olhos guardamos. Tem poemas que agente não se sabe por onde vem, ou por gosto apenas, entregasse nas linhas o coração o sentimento o gosto, a lembrança além do rosto, além do sorriso, as vezes a prece vira poesia e traz o caminho a lembrança que verdadeira e espalma e explana além da saudade. Nesse trabalho compilando esses poemas que agora entrego a quem mereça a quem por certo, não foi poesia escrita, mas sim a poesia viva, por num sorriso entregar além da luz que vinha da alma. Poesia não é só pra algum momento, mas sim para guardar aquele momento em que pra gente e bem mais que um pouco de tudo e é muito mais que se escreve. Esses poemas antes escondidos e por simples alguns que se perderam ao vento e agora derramam a sua alma, e traduzem o tudo, levando a mescla de sonhos e carinhos, se os poemas que um dia guardei pelos olhos e deixei entre a cismas de fogo pelas madrugadas que se foram e ainda se vão ao seu modo.

Leonardo Gineti...

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De Alma, rumo e flor Na ponta que vai tranqueando costa abaixo leva de tiro resto de pasto e campos pra brotar em outros nortes talvez pelas patas seguia uma réstia de vida pra lá ao longe embuçalar um naco de vida e sorte Na volta que o laço faz entre os tentos e o lombo faz um zum zum... ecoando nos corredores Como se falasse de coplas entre os bastos e alma de algo em flor que ficou nos fiadores Mas a mirada se alarga, vou chamando a ponta num grito de -Venha, venha boi! Deixando somente o eco, do grito retumbando Na imagem que ao longe se foi. E ao longe meu caminho se desenha entre o verde dos campos que se afundam entre horizontes e olhares. A mudar pensamentos e vida de outros tempos A tocar pelo campo além dos corredores Me sobra uma flor de tempo e campo que ainda longe do parador de rodeio... sigo tocando pra o municio do serviço coisas que guardo junto do peito Mirando largo o rastro fundo entre a cerca e corredor. A sombra que ficou entre o alambrado e o pasto. Seguindo firme repontando a tropa larga De alma livre sob os velhos bastos Que de idas e vindas tocando pontas mansas e xucras que me parro mateando solito mirando as flores cismando sobre uma que pelo galpão um dia trouxe um olhar sonhador e luz de amores E no rastro de uma saudade o tranco largo se larga rumo certo... que a ponta mansamente se vai. Empurro e chamo a ponta num assovio que se perde Vindo da alma que pelo vento esvai. Que na mesma ponta se aperta no mangueirão se aperta como meu coração entre rastros e chasques vindo de tiro pelos olhos a emoção.

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Tranco largo Meu flete busca a volta sai ao tranco largo rumo firmado de ontem. O patrão me pediu que fosse na invernada dar sal pra o gaderio que de cria vem Vacada buena com terneirada de tempo e do cedo... Nos bastos vai sal e laços no tentos. Ao tranco sereno e largo vai meu flete. Vai ao rumo firmado com o pala esvoaçando no vento no tempo que do suor que vai escorrendo pelo coração da peiteira de couro ponteando por mão buena do negro guasqueiro segue pelo campo tranqueando Vai meu flete...Como se fosse um pensamento que as vezes se surgem na silhuetas de um entardecer. E assim me recorda da alma e sonho do mês passado De algum olhar que não pude esquecer. No tranquear do pingo ficam sinal entre campo e céu... Nos sinal desenhados pelo ventre do corredor. A Alma por diante junto ao tempo que se passa ao largo de algo ainda em cor dou rédea no cavalo vai se dando um rumo... Ainda que se pende o corpo pra firmar o laço ainda ao tranco se rebolca uma pensar com calma cuidando do serviço que ainda no escarcéu de potros ainda que se pense que seja só sal pra por no rodeio...Vai um pensamento largo num tranco de chegar cedo no saber da lida.

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Do Ultimo Chasque não temo nem tempo e nem copla quebrada em verso de redondilha em trova martelo firmada ... Nos basto me firmo na alma me largo tranco largo na busca de rumo de estrada e de luar por encargo. No sabor do mate... Ficam recuerdos de estrelas andarilhas e de morenas e de flores. Pela vida em quadrilhas. Que de potros que se ajeitaram pras os bastos neste rumos alguns apreenderam bem mais que rumo de amores buenos ou maulas no aprumos Outros seguiram no saber da doma que bem mais de ir além do passo e ir onde gavião e Anita lutaram por causas Farrapas ... Que sigo na Nossa Senhora da lajens serviço espora pra potro mas com alma presa além do corredor mirando os astros. Onde sei que mais adiante tem alguém de mate pronto mirando além do portal de pesares de tempo e copla e noutro que segue entre campo e céu ajeitando quadrilha de potros pra o serviço, mudando o sentir abrindo em si e no tempo rastros.

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No reponte de uma flor Nem se nota que pela ramada ainda ontem mateava distancias com espora por repontes mergulhado em ausências Ainda mateio com esperas por repontes que longe as vezes vestem garras. Mas que sei ao tranco largo fim de dia vai por terra. Vou contigo de tiro mirando entre as flores o teu sorriso que me levam em repontes que num novo rumo que preciso talvez lá na frente ainda fique com repontes e esperas. que leve por diante de coisas que ainda se fazem na alma tapera E sei que nesses mates que proseiam comigo madrugada afora ainda tenho léguas de campo pra ao trote largo nas horas E não ter mais a espera de ver uma flor de campo. Entre a lonjura de estrada e alguns guardados do tempo que ficam entre meu mate e meu coração teu gosto que procuro a cada gole de mate que se faz rédea, pra ficar no reponte de ver teus olhos junto aos meus na noite

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De teu Cambicho... Teu cambicho sem pecado ficam fazendo costado pras cosas solitas em mates em rodas de porfia... Num cambicho que de pedaços de alma se talvez algum pecado assim poderia... Mas se alma vai se serenando em rumos de porfias. No basto levo regalo e um par de flor bordada. No meu jaleco que anda faz tempo sem queromana fica um cheiro bueno com lumes de olhos madrugada... Que me mirando em flor num cambicho entre a lagoa e a praça da vila em cor. Vejo longe que alma se faz em cambicho repartido copla e sem pecado se faz em flor.

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Quando o sol mostrou a cara Se vinha mais um dia ensolarado peão reponta e chama a ponta e num saber das cosas da lida nem nota ou se da conta. Pela sanga de aguada corrente indo até pela cacimba que por mates fazia porfia de outros lá na frente . O dia prenúncios de pealos e doma de potros no bocal de Don Inácio. Pra fazer cavalos pra o serviço do campo Pelo dia ainda por inicio. O sol quente clareando mostrava a estampa que a campo a fora se faz potro. Pra garantir a sequencia da vida Encilhando um e mais outros Sabe que bem mais além do corredor. Se tem mais campo em luz. E pelas cruzes do potros em alma A carregar sua cruz Que num dia que ainda vem fazendo a lua se esconder entre um céu azul mostrar entre o beiral do galpão pra ver as flores que vieram entre as pedras do alicerce. que se sabe que o dia vem manso, que passa depressa mesmo pra quem é de campo quando se lida.

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Que se fue, que vuelvo... Nos gritos de aperta! CHEGA! QUE SE VAMO! Foi mais uma tropa que meu pai levou . Na prudencia da alma Polo horizonte se afundou Espremeu no fundo do corredor a tropa. Embalando o corpo parelho Levantando poeira nas copas Pouso certo em algum outro rincão. Na alma que de estradas Fez em outro tempo. Indo além das ramadas Vai mais uma tropa que se manda rumo a fronteia oeste. Uruguaiana ou São Borja pra o cruzo... Lembrando de um rancho de frente leste Se vai no rumo entre paisanos que se mira longe . E se nota pelo campo sempre por ser rincãozinho tange ainda é bueno... Que se vai levando... Tocando, num reponte da própria vida chamando Que por serra acima sigo mirando esmo de bigode e domeiro dos buenos ainda se fica o mesmo gurizito lembrando de um sorriso moreno que ainda ontem mirava mais uma volta e outras idas que segui a longo do tempo. Tocado solito a vida Sabendo que além, deste corredores ainda se tem mais pampa

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e tropas buenas pra venda. Sabendo que das tropas só quem toca se sobra pra contar depois estórias em um mate de porfia na sombra do baldrame das casas mirando o potreiro da frente das casas lembrando do tempo que segui o corredor batendo asas.

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Vento e guarida O vento tapeia o chapéu, e bota sentido a mirada entre as flores e o céu... Ao vento uma coplita serenada que as vezes amanhecida entre o rumo de estrada Que alma andarilha vai rumo as esperas e com tempo sozinha Miro largo entre as flores e o céu vejo além da várgea e sei que logo o mundéu entre polvadeira e pedra do corredor Levam meu bem querer. Na alma que se vai em flor tranco largo meu chapéu sovado da lida tapeia e miro largo palmeando o céu a flor que leva a guarida de meus olhos. Por lembrar pelo vento da partida

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Um saludo Depois da recoluta a tarde prenunciava rumos e partidas . Delongas em olhos porfia entre a saída e a volta que se sabe de tanto e se prepara e monta. Mas na hora da saída mesmo o xucro se sente. Meu potro de queixo atado que por ali atado ficará. Também sentiu a saída. Mas já sabendo que chegará

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De miradas Ficou uma faca sob o pelego no banco. Um brasedo já no boralho com uma chaleira vazia Ali recostado por tempo ficou a saludar entre estória e lidas e sonidos por nada de uma alegria Um cusco por ali mais adiante mira além do mangueirão e que na pressa do mate que lavado já anda faz tempo faz a noite surgir que nos olhos de ira de largo se fala pra si de tropa e tempo e campo. ainda ontem cruzou o passo e o corredor... Nas cisma de um e na vivência de outros. Os potros que foram de muda já bem domando fechado com três anos Só ficando além do portal do galpão o rasto pesado no rumo da porteira. E ali no banhadal ficaram os últimos Escarcéus de um mais ligeiro. Que ficam em olhos de mirar de largo no planura e no rastro pra ver se desponta em algum instante do dia beirando o passo... No rumo das casas com mate nuevo pra os bens chegados...

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Milonga de ti Flor Cada vez que se chega o piá com um chasque que tras tua letra teu jeito de flor de alecrim minha alma vem por terra. me impaceinto no bocal e toco bagual ligeiro prá alcançar o guri antes do potrão da frente do meu galpão... que vem trazendo um chasque com copla de coração Que me ficam recuerdos de teus olhos de alma e do teu cheiro de flor de alecrim em meu lenço que do azul do cetim veio neste chasque me trazer a vida Me agarro nestes potros pra fazer cavalo. Pras os outros saírem nos domingos enquanto fico matear e beber Teus beijos na praça do povoado contido. Que bem sei...Que andei alo largo por recolutas de alma em beijos mal dormidos entre trucos oitavados nos bolichos.. cuidando um sonho de madrugada perdido. Que mirava além da porta, e só tinha o cheiro Doce de flor da alecrim e ficava na espera de nada... cuidando além dos olhos viageiros na fragrância que vinha do teu lenço, por hora. Mas sei que...Que bem sei... Que minha alma andarilha hoje ficam semana toda campo fora, pra te trazer uma flor de maçanilha Pra no fim da semana me larga no rumo de teu rancho sem esperar o guri trazer o teu chasque e, te ver flor... fazendo meus olhos sonhar

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De queixo atado Trago potros de queixo atados, no jeito da lida. Me paro enfrena-los no rumo que fazem seguir a vida...Se boto um pealo de todo laço é pra exercitar a força do braço. Num semblante de alma e querência. Fico em meus mates com pressas e porfias. Cevo a horas ao meu gosto sorvendo apojos de madrugadas e guardando rumos do dia das luas e da estrada em meus recuerdos. Sabendo que de flor em flor tenho por certo uma guarida num cambicho sem pecado. Renascendo a alma assim bem perto. Que trago estes potros de queixo atado... Ajeitando pra lida seguindo a vida Cuidando além do poente nos mates Da tarde teu olhar sem partidas

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Chasque a flor De tanto espera por algum chasque, lavou o mate passou as horas...Fez versos de guarida e ficaram em porfia diante ao boralho que ainda algum cerno de pinheiro Na espera de algum chasque que em horas de porfia se ficam em respeito ao sonho que ainda faz costado de uma flor E se guardam entre a guarida ronda de rumo de estrada que me desfaz Que ainda em flor pulsando forte na espera de algum Chasque que não vem pelo mesmo corredor Ficando nos olhos silentes e longe das casas Levando cismas de fogo nos fiador.

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Nos goles de madrugada O sereno ainda caia na espora parada sedenta por couro e sengue que atada pelas garras ficam a rasgar o chão duro A chorar alguma saudade guardada Na firmeza tentos pouco importa os pulos seja pegando bem pra cima em alguma bolcada de troca de ponta que por algum gole de madrugada de algum sorriso madrugueiro que vestem garras. fazem a volta das garras pra costear mais um que pelo bocal de Don Inácio vai se acertando. Na fereza do golpe não se assusta mas em seus ressabios segue cuidando Ainda com versitos a luna e nota nas flores de alecrim que pouco sabe das lunas e se aperta o peito em coplas de flor por algum gole de vinho. Carregadas de segredos ainda por teu jeito

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Assoviando algum recuerdo Um duende musiqueiro que pela guitarra falava de coplas e de amores em alguma milonga que assoviei pra não chorar da tua saudade que me povoa anseios numa cantiga. E ver que num sonhos de flor ficaram uma réstia de vida pra uma alma escrevente que sentiu em teus beijos de flor o puro amor, num cambicho sem pecado deixou a alma vir como um rio Que pela guitarra deste duende que conta coisas de minha alma fiquei a procurar em todos os cantos, pra ver o brilho dos teus olhos. Num sonho de luz a vida, como se tivesse asas Mas a espera ficou atada a um lenço preto num luto... Que me veio a guardar num nó de namorado. que por este duende musiqueiro fico a guitarrear e a cada acorde... uma saudade no costado A esporear uma saudade manheira que não se saca baldas de um recuerdo de ti flor. Que vem em luz pelo meu galpão Transfigurando um naco de sonho em flor

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Recuerdo de minha alma Ficou um beijo guardado. Ficou um nome guardado na ponta de um lenço. Pra um dia num outro recomeço ficou um recuerdo pras esporas em chilenas de prata. Pra esporear, em horas de mate Juyados quando vida nos arremates. Vai a passo lento de potros que meu bocal... vai ajeitando da boca mostrando o rumo certo. Fica um sabor de mate ainda por um beijo guardado na tua fronte em esperas por incerta... Que no mandado levou de tiro, os sonhos; Que mesmo o ginete mais taura ou mais maula. tem uma saudade a remoer em seus segredos entre cordas e chilenas nas golas do pala. E nos teus olhos de flor ainda fica um beijo pra guardar entre meu lenço pra ter teu beijo junto a bomba de meu mate confidente por recuerdo que ainda remoço.

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Por essas noites... Quando a noite vem vindo em um resto de tarde uns recuerdos mal dormido e uma espera de porfia me fazem costado e na alma, pela luz recria vindo nos olhos nas coplas andarilha. mas que se valem um verso, um recitado aos teus ouvidos. pra se perder junto ao vento, que alo largo ficam a prosa na crença, sem querer com perfume de rosa E por estas noites onde me pego guitarreando saudades. Me jogo noite... adentro talvez achando algum carinho por algum descaminho que a fico a perguntar? Que me valeu me querer um cambicho a cantar... que sem pecado ficou um domador a rondar as noites em um pala cardado de trama com uma flor bordada no jaleco e um nome na ponta de um lenço claro, para o dia em que alma ia se parar de andar por estas noites mesquinhas, e me acalma nos recuerdos pelas notas calado, revivendo de olhos fechados

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Um baio, um recuerdo, Flor Mi flor...Uma única flor de alecrim... ficou...Nos mates de uma poeta de campo que das garras se fez de vida e tempo. para os seus recuerdos que param limpos em goles de canha em rumos do nunca mais... Que mostrou a cara em horas de mates a querer ter a flor mais bela, por vida sendo um amor proibido as escondidas Hora um domador, em luzes de partida que tinha sonhos em flor. Que ficaram ainda redomoneando um baio alço e bobo de freio. Como o seu coração ainda em floreio que em suas dores da alma, parte ao meio. param em seu rancho ainda mirando largo o corredor e o baio atado pela frente encilhado ainda de socado e bocal sem ainda pegar o basto ainda ,por mal. Por ainda não ter ficado manso o animal Ficou um caminho entre as voltas andarilhas de lidas e potriadas de um poeta domador que entre as flores... mirou um amor de campo sem pecado, ficou a ajeitar um baio no tempo agora pra seu serviço em cismas de mate E mi flor...talvez ande por outros caminhos em seu sorriso largo nos de um poeta... domador que tanto andou pra o patrão não permitir ter... os carinhos sinceros de uma flor ao ver. o baio... que ia ser regalo de um bem querer. ficou a redomonear pra não perder o recuerdos ensinar os caminhos onde nos choro das chilenas. vão a beber goles de madrugada nas estradas atando um lenço preto, por ti flor enluarada... alumbrando coplas no vento encantadas quando ficou no a ajeitar... o teu pingo de andar.

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Chaquesito de madrugadas mal dormidas... Se tiver feliz com outro amor, um poeta de campo...Talvez fique loco andarilhando pelas madrugadas, que caladas ... fingem um sorriso largo, por pouco... Me perco, mirando o nada sem esperas... Me deixo levar por goles de canhas em noites sem sono, que de olhos mareados a barba por aparar... pelas manhãs ficam a lembrar de caminhos de afetos Entre a praça da matriz um poeta de campo tinha uma réstia no sorriso e agora enfrena muitos mates cuidando o tempo.. acerta potros pra outros, em seus olhos... Que num mar verde se perde. larga potros em qualquer rumo e ronda sonhos no fiador das tardes. Se tiver outro amor ainda que nem sei, se cura? Ainda se tiver a pureza que teve um cambicho sem pecado... que pelo serenal que cai sob o corpo sem poncho, pois a saudade é maior que o frio... Que nestes segredos mal dormidos ficou em silêncio... Um sonho... pra morrer num segundo, numa palavra. Que se tiver outro amor, ainda ficarei a ter rumos dos caminhos de uma flor, canto.... pelas guitarras.. Que não fiz pecado e querer ter no coração Desabrochando em flor... em cor... em amor... talvez um dia pelas voltas de um corredor vejas nas flores novamente, teu sorriso em emoção.

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Enfrenando Meu sorriso largo, me topou com a madrugada que vinha ainda sacando as esporas no galpão. Se recordou de outros dia só baio pela mangueira ainda de bocal por enfrenar pelas minhas mãos Matezito das minhas confidençias prosea de tempo e flor. O baio atado pelo palanque da mangueira, as vez fresteia... senta nas cordas, mas logo se para queito a ouvir o canto dos galos e passarada em canto de novo dia. Que ainda com a aurora mostrando a cara, miro largo e busco a volta no baio, que sai a se assombrar. Campo fora me aparto o orvalho ainda por secar me vou ajeitando um regalito sem poder entregar. Ajeito da boca e de baixo, mas a min, não posso ajeitar tanto, pois de tiro levo teus olhos me mirando como a aurora que me vem por sob aba do chapéu que quebrado nas duas abas pelo céu ainda dizendo. Que nas esperas segue ajeitando este baio Que via ficando, mais calmo e segue ao mesmo tranco Nas voltas que vida, nos dá entregando na alma Nas horas que fico de mate, mirando as madrugadas.

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De quando roubei, sem querer. Me paro por meu galpão mate e esperas nos olhos E miro longe sabendo que tenho um sorriso guardado Em minha memória ficou um rastro ainda por breve Sabendo que ele é teu, Mas me basta alumbrando Vi diante aos meus olhos que andarilhos se fizeram Se topar por teu olhar sincero em teu sorriso. Que quem sabe Deus fez Teu sorriso e depois criou o céu me dizendo num alguma coisa por isso Por sorte me topei com ele em uma tarde... Que pra min ia passando ao tranco das horas de olhos cansados de andar a procurar Nestes descaminhos campo afora Que de tantos recuerdos e de auroras, fico a lembrar Solito em meu galpão de teu sorriso sincero Que roubei sem querer de uma morena flor juyo. Por ser a mesma que ainda espero...

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De recuerdos e flor Andei varando essas noites ajeitando um baio alço pra meu serviço me perdi por uma flor talvez pelo serenal da coxilha mas por estas noites que andei orelhano se marca por o corredor Um domador se perdendo por goles de canhas e trucos que não cantava flor...Pela dor que carrega atada um lenço negro um baio que sobrou atado sem virar regalo de amor Mas o mesmo baio que ficou pras sobras de madrugas, me fez me topar por um sorriso que roubei sem querer mirando de largo a lua grande que por o entardecer veio por isso que se mostra mormaçento ou bem mais nublado. certos recuerdos me vem me povoar um mate...a guardar este sorriso lindo e os recuerdos de flor... ainda a rondar.

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Perguntitas... Um dia gradava luto por algo que a min era importante...Que era um momento lindo que não pude ter mas pude ver que era somente eu, quem tinha isso guardado, ainda vindo Uma flor já se para em outra mirada, e eu no mesmo pranto...será estranho tamanho luto acho que não valeu de nada... lembranças algum rumo de bolicho Pra min foi bem mais que amor, acredito... que foi bem mais isso mas não sei numa confusão de tempo e bem querer pra um dia tudo isso, guardei pude ver que era somente eu, fui tolo... em ficar me ressentindo guardando pra meu mate esse pesar que senta as garras...Fiquei a me perguntar... com esse dia indo pelos arremates... Donde foi o carinho e caminho que tive por conta de uma flor? Agora nem sei se passou bem menos nem sei se foi amor ou se foi só um clamor... Nem sei, mais e mais que é... Mas sei que pra min foi amor que senti e sinto ainda forte mas não pude ter. Mas será que sentiu algo a pequena flor?

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Chasque aberto de uma flor de alecrim Destas perguntas que ainda fazem ter querer outros dias com ainda certas esperas, que ainda grandes se fazem. E as perguntas ficam pelo ar andando em pilchas de domingo sem notar param a me olhar ,nos olhos mareados que se fechem As respostas ficam pra um bordeneio de guitarra na porta do galpão. Talvez salte da alma esta resposta de uma flor que não pude ter por conta do patrão e sem querer fico a prosear em meus silencio que matreiros ainda se fazem pra doma, por rudes. alguns ficam a se perguntar será que foi certo? E sigo enfrenando acertando da boca tais recuerdos mas ficam assim mesmo dentro do galpão a tomar conta de meu matee ficam a cuidar de meus bastos. Se vem de tiro com potros buenos e me perguntam de flor? E se foi somente um ventito que manheiro levou num agosto? E se foi somente mais uma copla? E agora me pego assim... A virar estas noites sorvendo mates longo sem gosto de um recuerdo que sei que teu caminho se para por os olhos de outro ginete e nem posso chegar nem ao longe de ti, levo minha tropilha com o baio por diante nestes fundos ainda por você voltar.

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Solta o baio Ando campeando na pequena linha entre a saudade de um ultimo saludo ainda por perto. Perco a cada dia um sonho no rumo de casa. E me gusta um mate bueno pra ver, o certo Alguém , que ontem se parava por perto... Tão perto, que hoje anda por longe. Toco pingos de lida e potros pra doma e o teu baio... Teu baio fica pra meu serviço que tange Já o frio, a chuva, o vento...que me alcançam pelos caminhos solito sem que note ou que sinta alguma coisa. Assim sigo por estas noites me topo por algum sorriso sem fragrância de flor em ponchos com se tivesse asas... Também ando dobrando a vida pelas madrugas nesse baio que ligeiro vai se ajeitando mas não sei ajeita As ausências e as esperas...Que ainda não sei que faço sem ter norte que vão cada dia e me espreita... se perdendo por estes caminhos madrugadores... que em goles de vinho me vou...Me transporto pra perto de ti. num nó de namorado atado em lenço negro...e ando campeando Ainda por meus recuerdos de campo e flor que um dia vi.. O baio andou no fio da faca, uma solingem de cabo de prata caiu era potro ainda bagual e ia levanta potro, cavalo... mas nas mãos de Don Inácio ia o destino do potro... pensou consigo mesmo num upa lembrou, soltando o pealo de outros dias. -Mas o baio não tem culpa... O baio lindo e bueno já quase pronto de boca, talvez não mereça. Ficou no fio da faca, ficou na espera e mandou largar Não acreditaram o que ouviram. - Solta o potro dessa.. -Deixa bagual...Ele se a moura ou a minha zaina der bola, que o amor fale mais alto e não sofra assoviando e escondendo um recuerdo por um sorriso largo e um lenço negro do coração

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Bolcou o baio manso Deu cara volta pateando bem pra cima. frouxei a boca e dei rédea pra o bicho. na cadência dos pulos ia deixando pra esporas. Mas bem no portão resolveu bolcar Se perdeu, dando volta inteira ate aurora que caiu de lombo virado pra o chão. Me pateou o baio que ia sereno já quase pronto pra meu serviço. Pegou o Don Inácio...bem na picanha. Deixou por um tempo estendido entre polvadeira e céu perdido O domador, que sempre parou caiu numa roda feia de um baio já quase manso. Mas levantou, meio torto com pesares nos olhos mas ainda com a mesma gana de ser um domador. Que a cada potro que sai do bocal já lhe vale a doma.

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Na rédea deste baio na rédea deste baio que por manso já se para. Me vou de rumo alo largo me firmando sob os bastos. Na minha alma que ainda andarilha se faz pela volta, me vou por estas noites, deixando rastros que sem fim parecem nunca chegar a aurora que se vem calçando garras afiadas pra riscar no couro do céu e coloreia ainda com o sol mostrando a cara... ainda por andejar Nas rédeas deste baio que era pra um regalo... Ficou agora pra meu serviço que aceita o freio. E encurta o espaço pra um aparte vou mostrando o rumo incerto por essas noites de tempo feio. Noites que daninhas ainda se fazem pra escorrer num gole de vinho bueno que ainda na rédea deste baio vai sabendo de meus rumos que campeadores se fazem talvez mudem pelas tropas nos maio.

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Me fui Sai da nossa senhora da Lages era cedo, o sol nem tinha mostrado a cara meu rumo firmado e certo pra nossa senhora Da Luz tropa grande e faturada ali pelo morro do tributo seguindo nos chamados Curitibanos num upa nos chega...A serra maior do espigão que assusta até o mais valente quando cruza por seu ventre. Na rédeas de um baio que vim até um pouco trouxe de muda a zaina e mais dois potro de doma, pela estrada se acerte ainda de queixo atado pra ajeita nos fiador que pelo corredor só se faz de rumos quando se tem e mesmo longe de casa agente não perde a procedência levando a alma pra perto mesmo sabendo que se gosta, bateu assas...

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Um regalo de um recuerdo Um dia o teu baio deu cara volta noutro bem manso... Um baio ruano, como pensei em te regalar. Agora fica pra umas coplas e alguns acordes Como se tornasse um andarilho como a min. A andar Apreendeu os caminhos de um trago largo. de tanto virar a noites apreendeu a pisar estrelas antes do cedo pra chegar antes da hora da lida e não para pelas olhos das janelas... Ficou um baio ruano...que na cruzes deste baio encontrou mais um sorriso lindo em um quarto de ronda que passava por algum descaminho ficou um baio ruano que ia ser regalo pra o verão em alguma ramada que no inverno recorta o campo que gélido, só fica o sinal no rumo de um coração pelas marcas no corredor... seguindo nos fiadores ou na culatra das tropas de maio sem lembrar do recuerdos que teve um dia em flor.

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Que me ronda Meus olhos não se param por algum canto. Mas já faz uns dias que ando assim assoviando alguma coplinha antiga que surge de algum encanto ou recuerdo que se para, por a frente dos meus olhos Que as vezes se enchem como se contrabandeassem... algumas gotas de água do arroio da frente. Fico a prosea solito em minha guitarra que fala De teu recuerdo de flor mais sincera e silente E mesmo que se para por longe e o patrão não permita não se pode segurar meu sentir o meu bem querer nos meus recaus esporeio por estes potros que me vem pra meu bocal e levo o corpo por ver. Mesmo que o tempo lá longe de min. Fico a morar em noites lobunas se perdendo em algum descaminho nos confins desses campos onde sigo enfrenando Que refaço assoviando alguma coplinha pra não chorar da tua saudade que vem com teus olhos e teu jeito de flor de alecrim pelos invernos quando os meus ao ver as flores, ficam molhos.

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Nas minhas cosas da alma. Nas minhas dores da alma ainda me paro quieto A mirar estralas como guri de olhos largos. Faz dias que ando lidando pra seguir na volta de mais entardecer, se perder pelo agostos As auroras ainda se fazem presentes pra correr o campo volteando a criação. Cuidado com os Tremedal! Mas se cuida de outras cosas pra seguir a vida na vastidão. Talvez mire mais além que de outros que me miram sofrenado pelos cantos. Despontados pelos olhos como sangas Ficando a guardar teu sorriso como um manto Param as vezes a se perder pelas distâncias mirando largo sob os bastos. Que nas minhas dores de dentro da alma vão Vai seguindo a vida deixando rastros. Dizendo pela coplas enredadas em mates recém cevados. Me dizem sem querer e as vezes afiam garras Pra meus recuerdos mais potros e andarilhos. Enfrenam um a um, com olhos de esperas

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Na estampa No semblante de Don Inácio um verso perdido em algum Mate que proseava depois da lida ainda de pouco sob os bastos agora arrasta espora pela ramada vazia. Trazendo um copla pelos olhos no horizonte seco Num vento que se bolca entre a xerga que enxuga o suor Um andejar que pelo no do lenço guarda o rumo Entre o céu e galpão fica alma que andante E se faz mais estrada vivendo sob o aprumos. Num olhar que vai se perdendo mirando e sorvendo Pateiam pingos atados e potros buenos no ramadão. Na volta de mais um entardecer de lembranças dormidas E outra de recuerdos ficam entre o céu e o galpão. Um andejar...Que talvez no semblante de Don Inácio se faz em cor entre um mate e outro. Lembra do tranco largo rumo aguada e do trote Estendido rasgando o verde vendo nos astros. Um céu azul que dorme entre as almas... Que sem querer esboçam pelo semblante. As vezes sem querer um pouco da alma Que se garante na lida e espera no horizonte Entre o céu e o galpão que guarda talvez Um rumo que pela estampa guardou... Ficando nos rastros das puas que falam E cantam as cismas que nos olhos ficou.

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De tarde Um pito pra tarde pela volta da orelha. Um mate bueno pela hora de folga Em que a lida se acalma e vai parelha e pelos olhos se molda segredos A tarde que se espicha junto ao ramadão das casa que juya o mate sem muito floreio pra recolutar e apartar as coisas do coração deixando na fumaça se esvair ao meio. Na idas e vindas do corredor uns se vão e não voltam outros vão um eito e já voltam outro com todas a razão buscando ainda com respeito. Na linha que a tarde desenha solita Pensante que faz a forma sem grito pelo rodeio parado vendo no infinito alguma uma imagem mais bonita. Na volta da lida quando vem com laços estirados E bastos rangendo pela hora se apura o passo pra desencilhar pra sorver um mate cevado que é nessa hora que o tempo abre os braços Confunde pelo olhar...que pela tarde que se esvai Com o ventito que esvoaça o lenço pela linha mateando E ajeitando um pito com tantas idas e vindas sai A porta e mescla um sonho em flor alumbrando.

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Chasque a mi flor de campo Flor de campo que se fez caminho de luz e fiador pra meus sonhos que em cor se fizeram nas horas em que vejo nos meus olhos. Botando rumo a alma com esperas de porfias mirando teus olhos de flor em meus de campo... me sobram chasques e coplas de porfias em mates solitos... revendo outro tempo mas sabendo que nas flores do campo estas por mais longe que ande sei que tenho em seu coração...Nem o tango mais bonito e a copla mais bela, que pensei lhe fala como é que se passa minha alma Sabor de mel em seus lábios de flor. Que da esperas que se vão em raios de sol Ou em múrmuros de guitarra em clamor Lhe fale o tudo que na alma que tão pouco Se parava por quase nada ficou um recuerdo bueno. Uma mirada larga uma ausência de ver em seus olhos os meus a guardar teu sonho moreno... Que de uma coplita que peala e ata com piolas De coração fica um solo de guitarra Com miradas e mates sem mais se perder no verde Do campo e ter um sonho que se amarra Abraça dor e nem ouvidar do teu amor. Que na alma que por uma flor na lida e no campo afora na sina de arrumar potro vou acertando a vida... Leva pelos olhos teus olhos cor de terra em meio tua face que em cor se faz Em meus olhos e no meu andar e andar Levo teu sentir junto ao meu que traz Que nas flores que bordam campos E em meu jaleco vai duas bordadas por mão Calejada da lida e a mais inteira carrego junto aos meus braços que ternos num abraço de emoção Mais firme que na lida sem apertar a sina De ter uma flor perto do meu coração. Que cruzo todo o posto até teu portal

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Pra ver que dentre as flores a razão Uma, sei que me espera de sorriso largo Em alma por te ver ainda em flor. Derrama minha alma que esvaindo Guarda um segredo por tua cor.

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Romance de um outro tempo Veio uma saudade dolente pelo mate Que pensava ter se perdido pelo caminho Tantas voltas andei além mar, em outras Terras cuidando os sonhos sozinhos Andejei... mas não vi o tantos que andei Buscando que deixei no ninho... Encilhei pra ir tão longe pelas estradas Que reais desde este chão segui... Basto apertado, moldando as xergas Nos rumos que por ai, achei... Tantos foram os dias que andando Seguia, e pelos meus caminhos perdi.... Chamei a ponta, ajeitei potros pra tantos Mas deixei meu sonho pelas mãos Do tempo, sem perceber que pela Prece que um dia deixei pela razão Te levar embora pelas cismas do sonhos... Deixando nos olhos a solidão... Agora essa saudade que tem forma E me desdiz tudo que um dia se perdeu... Ficou na lua neste dias de invernia Teu olhar, com cismas de mate, por seu... Ando pelas mesmas estradas agora Sem ver ia no rumo que não era mais meu... Ouviu pela ramada nas outras horas de mate um canto, que trouxe também um cheiro de flor... as flores que um dia levou junto ao teu sorriso que agora nos mates solito, vejo de fiador quando chamo a ponta seguindo mais longe mas tão perto, por ser ainda um domador. E vejo que ajeitei tantos pelas minhas puas E pelo ranchito deixei meus sonhos Se perderem nas domas não tendo mais Nada além das esperas pelos olhos Que ainda quando te veem pela lua Sabendo que ainda habito, de olhos claros.

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Saudade As vezes me vem uma saudade Que por ela mostra um verdade Que nasce pelos sal dos olhos Remontando outros sonhos Sonhos que as esperas Vão se tornando taperas Silenciando coplas pelas mãos Fugidas do olhos em emoção Diz a quem um dia partiu Deixando nos olhos um rio Nas nascentes que vem da alma Sem querer por si espalma Volta ao passado retemperando Algum dos sentimentos dizendo A voz que falta no boca Trazendo ainda copla por pouca Diz ao tempo, um sabor de vida Desdizendo das partidas Um pouco de alma e poesia Ao um naco de alma que recria... Saudade morena que pelas mãos Vem pelas cordas clarinando no galpão Um sincera emoção por soledade De outro tempo em claridade.

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Copla de uma moça Ao mesmo tempo foi rebuscando a copla madura Que ainda pouco trazia uma certa candura... Suerte... campeio a volta pelo ar certeira Nos goles de um tinto, traz por si verdadeira... Nas horas depois dos mates com um pouco Vou trazendo pelas horas sem pressa, e saco Do peito a coplinha solita por lembra de ti... Eterna alma a esperas rumos pelos olhos que vi... Não sei... mais a quantas eu ando solito... Vejo todos os dias pelos rumos no infinito Busco a volta e saio trazendo achegos pra seguir E ainda por cismas potras ainda por vir... Minha alma... as vezes dispersas e solta Pede vaza pelos rumos sem as voltas Que perderam um pouco dos rumos sinceros Por ventos que trazem o jeito dos teus olhos... Vejo na luz, já escassa pelas claridades da alma Vou depois dos sonhos do coração que espalma Alguma copla ainda distraída depois dos amores Que agora seguem nas léguas dos mesmos corredores Por certo trago ainda saudades pelos olhos Que no vidro deles, vou traduzindo que agora é sonho Repartindo ou pouco de que não tenho mais... E volta quando fogo faz vir pelos olhos sais. Que por essa copla tão minha e singela Vou desdizendo a moça daquela janela Alguma redondilha em linhas sentidas Talvez querendo entender algum sonho de guarida.

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Contando estrelas Madrugada adentro conto estrelas solito Na lembrança mais bonita dela. Sonho que me alumbra no infinito De um mate cevado pra ela. Beijo na bomba de prata e sinto o gosto Do teu beijo mais puro e sincero. E pelo meus olhos emoldurando meu rosto Um querer bueno como bem quero. A noite mais negra destapa seu véu Pelos meus olhos de rondar esta vida Recoluta por debaixo deste céu Lembrando do teu abraço de guarida. O mate faz alento e me ouve silencioso. Sábio bem mais que a min mesmo. Conta estrelas em busca de um olhar precioso Procurando no céu quase a esmo. Longe ficou esta imagem de um domador A contar estrelas madrugada adentro solito. Sentindo um bem querer que brota em flor Junto as estrela por causa de um olhar bonito.

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Coplinha do tempo e do coração Sigo em um mais um poema Na lembrança morena. Cismado mirando além da porta E por á min pouco importa A distancia que hoje vivo Dos teus olhos, por novo. Saudades de um outro sonho Que ficou pelos repontes dos olhos Pelo vento entregando um canto Na vida de um outro encanto E assim a tranco vou cruzando Levando a vida, e arrumando. Oque posso e que não posso, solto Pras os rumos de lua, e a min volto Pra depois das desencilhas um mate bueno Me traz pra perto, léguas e me torno pequeno Embrurrando mais umas cismas Firmando a alma pelas crinas. Toco apertando bocais no rumos Que vão enfrenando firme nos aprumos Potros e silêncios de marca e sinal Costeando a alma pelo buçal. Deixando um poema nas linhas do vento Mais que coplas, um sentimento.

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De onde vem os sentimentos... De onde vem os sentimentos? Talvez dos poemas em lamentos? Talvez do segredos dos olhos ? Talvez de um mundo de sonho? De algum lugar eles vem... De algum lugar eles nascem... Trazendo de tudo pra si em cor.. Talvez por uma flor... Pra alguns suprimidos Pra outros mais fingidos Mas do mesmo campo profundo Deixando dos segredos do mundo Uns acham os sentimentos longe Outros acham por perto e tange Repontando pra perto e por certo Traz de tudo bem desperto. Guarda dentro de si próprio um poema Uma saudade morena ou pequena De algum lugar que nasceu o sentimento... Talvez trazido pelo ao bambalear do vento? Um sentimento de dor outro de amor Outro mais ainda de tudo mostrando em cor Uns pelos olhos dizem tanto e tão pouco Outros entendem e ficam loucos. Mas todos sabem, que os sentimentos Não vem dos ventos, nem dos lamentos... Nem dos fundos dos olhos e nem dos sonhos Nem quando deixamos os olhos molhos. Ele vem talvez do coração? Um misto de sentimento e emoção... Transfigurando o mais simples da alma Roubando uma pouco da calma E dizendo de tudo, sem falar Deixando num poema, contar... E mostrar como um corredor Que vai, além de sonhos em flor.

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Do teu olhar morena Era andarilho das noites, morena. Vivente das almas estradeiras. De sonhos buenos e vidas estreleiras Pra telos contigo morena de olhar serena. Um dia pelo caminho Topei-me com teu olhar! E me fizeste sofrenar e sonhar Em ter você, pra não seguir mais sozinho. E somente ter meu caminho junto ao teu. E tocar a vida contigo, assim por perto. Que quando alço a perna pra lida, te vejo de certo Perto dos meus olhos mirando os meus. Sabe morena! Que andei por ai Solto a gauderear pelo mundo assim Sem rumo, mas teu amor mudou o fim. E por ele sai assim do meu olhar e se vai... Até encontrar os teus, minha pequena. E poder saber que são meus E meu coração é somente teu. Neste simples olhar a me encantar, morena.

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Em prece, por lembrar dos teus olhos Entrego minha alma em prece pela voz da guitarra No meu pensamento sai da alma como cigarra Coplas depois da lida dos pealos e do cavalos Que se ajustaram no bocal, pra agora canta-los . Milonga incerta, as vezes meia bruxa e louca... Vai ao tranco manso as vezes pede mais boca. Sai de dentro do coração pela luz de uma nota Que as vezes bem baixa, marca pela sola da bota. No olhar do guitarreiro, na serena e xucra imagem Suplantando, pelas mãos alguma outra mensagem que salta além, do galpão levando a solidão além do corredor, sem pedir vasa do seu coração. Entrega a alma pela prece depois de um mate bueno E relembra de algum sonho pelo olhar de veneno De alguma morena de mirada azul em outro tempo Sofrenado mirando sob as cruzes, vendo ceu dos campos Quando relembro dos teus olhos e entrego minha alma Mirando além dos meus guardados pelos sonhos que espalma A lembrança mais linda da morena que longe ficou E pelos meus acordes milongueiros, agora já morou;

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Em tem bem dizer Eu tenho uma vontade de dizer tanto. De lhe contar de tudo que tenho Que onde sou e de onde assim venho A dizer aqueles poemas de teu encanto. Ando a esmo pelos caminho buscando Além das esperas e das quimeras Que ficaram a guardar por raras A lembrança mais tua, me alumbrando. Encilho pelo mesmo portal das casas Mirando o corredor que te levou E não fui de fiador, pra quem amou... E um dia foi solito batendo assas. Hoje visto assas de noite mirando as estralas Que à elas canto nas rondas mais largas e solitas... Sabendo que por elas te vejo, além dos infinitos E pedindo que leve um poema pra tua janela E a lua te veja mais pura e bela acompanhando Minhas andanças já quase luz ao tranco sereno Vendo aos meus olhos, teu sonho agora pequeno Por ainda andar, e andar pela noite tranqueando.

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Encontrei algumas coplas no vento As vezes me esqueço por um minuto Lembrando de coplas de outros tempos Tocando potros pelos céus dos campos Estendendo, e assim pelo vento escuto. A copla que deixei pelos pensamentos Em contraponto de um olhar Que ainda me veio a me encantar A me importar com sentimentos. Ao longe nesta copla que vem da alma Se importa e não se importa com nada. Deixando um caminho além da ramada Indo pelo corredor que espalma Deixando num minuto um voz no vento Repintando outro tempo de vida Sonhando novamente talvez sem partidas Sem nenhum dos meus lamentos E assim se estende pelo corredor Em potros, que se enfrenam solito E depois na linhas como num infinito Num olhar de poesia de um domador

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Enfim... As vezes batia assas pelo corredor Estendendo solito mudando o curso Do sentido da vida e das minhas cores Deixando somente que uso. Mudei os ventos, os campos e os tempos Pra te olhar de olhos limpos solito. Fiquei no silencio a esperar de mate pronto Lembrando do teu olhar infinito. Solito campo afora andei mudando o meu Sonho perdido nas madrugadas. Deixando as minhas esperas por quase nada Mudar sonhos pelas minhas estradas. Andei tanto pra ficar pelas casas solito a Matear mirando o sol se ir no poente. Querendo teu olhar mais perto de min Por ter hoje este sonho somente. Fitei teu olhar distante perdido além dos meus Olhos que não entenderam mas ficaram Calados querendo saber, que não posso Saber mas assim se calaram. E pra min ficaram a pensar ensimesmados Mirando silêncios dos teus olhos além E de tanto bem digo mudei meu olhar Por te querer assim também. Talvez não seja o tempo nem o rumo Mas perto da alma que possa ter. Mas tenho um sonho assim por andar E ter um bem mais querer. Mas sei que é só mais um poema Que nasceu pra ti, mas que pouco Vai querer entender e o sentido Que fiz e me chamar de louco. Mas sei que dele leva pra min muito De meu mundo de galpão. E muito mais coisas que tenho na vida Levando pra ti meu coração.

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Entrego Soltei pra o corredor cismas de outros tempos. Dos tempos em corredor era mais polvorento E se ouvia pelo som dos ventos um lamento E pelos olhos marejo rolando em cristais Pelos rios da face soltando de dentro os sais Molhando os céus dos campos. Agora em paz miro teus olhos cor de campo Tirando de dentro de min esta cisma da alma E pela tarde contigo mateando em calma... Revendo que lhe entrego meu coração Abrindo em flor pela minha emoção Mudando e sonhando com outros tempos. Somente sei que por teu olhar assim... Apreendi de novo a gostar de gostar E por você novamente ter assim algo pra amar Dar sentido pra pernas do freio nas estradas Onde andei, com você no meu costado Sentindo um sentimento sem fim. E assim na luz de tua alma sinto algo em flor Que abre meu peito com sonhos pela hora Em que minha alma sofrena pela aurora Resplandecendo em cor como tua face rosada Em alma e luz com um mate pela ramada Dividindo todo meu coração e meu calor.

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Fácil É tão fácil matar um sonho pra alguns. Não sinto, não vejo e não quero mais? Somente nenhum sentimento além de nada Não sei se você, derrama pelos olhos cristais. Guardei nos meus sonhos pecados da alma Perdição que as vezes me arrependo. E pelo meu canto triste em luz com a vida Assim com saudades, escrevendo Pra alguns é tão fácil dizer e não sentir. Parecer que não sente mais nada. Uns se perdem na própria vida. Sem esquecer que e mais longa a jornada. E não ter mais pra onde cuidar além da ramada Depois o tempo passa e divisa a vida. Entrega pra gente sem saber que precisamos Apreender pra seguir a lida. Uns se apartam pelo campo em flor. Outros pelos beirões das cidades. Cada qual com seus pensamentos Com seus sonhos e com suas verdades. E assim tempo adentro caminha... Sem notar que o tempo passa mais lento. Levando consigo tudo que presta Deixando só um lamento na voz do vento.

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Flor Perguntei ao vento onde andará? No florir da próxima primavera Veja nas flores novamente aparecerá E pelas flores verei teu sorriso. Os dias são de chuva mansa e longas A saudade vem botando rumo a vida Na vejo as flores além do cinza Do horizonte depois da lida. Ficou nas flores do jaleco bordada Já sem nenhuma cor a ultima que pude ter. O campo verdeja mais com tanta chuva E nos faz percorrer, o que posso ver. Faz dias que procuro o perfume das flores E não acho... além dos canteiros vazios Um vento mais morno de primavera não vem E nem pela beira do rio, só o frio Traz nada pra casas além de barulhos Batendo nas tabuas da mesmo portal So vejo a flores em pensamento mirando Além da imagem da memoria, e pelo sal Dos meus olhos, salga e não rebrota. E não traz nenhuma delas pra o costado Só aquela que ficou pelo pano negro Do jaleco perto do peito bordado.

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Inquietudes de um mate Já fui dono do seu sorriso Do teu carinho e do teu gosto... Já fui o tempo e por isso No horizonte vejo, teu rosto... O tempo, me levou, teu sorriso. Teu carinho, o teu gosto... Me fez ir além por um riso, Seguindo nas tropas dos agostos... Já fui a palavra que pelos teus olhos Não disse, mas era traduzida. Nos olhos cativos dos meus sonhos, A buscar nos meus, por guarida... Já busquei tão longe, que se tornou perto... Já rabisquei outros poemas sinceros! Com sonhos assim, e por certo... Buscando a imagem de um janeiro... O longe me pealou, pelas distancias. Roubando a copla que um dia, te fiz... Me fez, contar inquietudes e ausências No mesmo segredo, que ainda me diz ... Hoje não sou mais dono do teu sorriso Nem mais dos carinhos e do teu gosto... Talvez seja por isso... Que guardo o teu riso Delicado nos olhos, com um sonho moço... Rebusco, rabisco... e me perco nas horas Em que meu mate, se torna mais silente... Silencio, fico a cuidar o campo afora E o teu sorriso que vem derepente...

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Lembranças de prata Sorvo por este mate, as lembranças que carrego, Dentro de min em sonho e em oração. Lembro-me dos teus olhos, mais puros, das mesmas Cores que verdeja pela frente do galpão. Deixo a alma seguir no teu rumo de vida Por ter você no arranchada no meu coração. Depois da lida de campo pelas seis cordas Reencontro teu corpo junto ao bojo da guitarra. Silencio deixando na boca um gosto de mate bueno. Pra depois pelas cordas invocar as cigarras E num floreio de copla depois das lembranças De prata tocar meu sentimento sem amarras. Neste sonho tão puro, alimentado em luz De minha alma por a lembrança do teu olhar. Que quando me ponho a guitarrear me recordo Do teu jeito de flor de campo a me encantar. E sinto teu beijo, pelo gosto mais bueno do mate A acalantar sonhos do coração, por te amar. Pelo mate sinto o gosto do teu beijo quando Estou longe do teu semblante assim corada. Pela guitarra invoco e solto pelas cordas estiradas Minha alma pra te abraçar pela tua ramada. Pois te vejo de olhos fechados por este sonho que Divido pra ter você assim do meu lado.

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Na alma de outra flor... Saudade é dor que vem do dentro... Que vai calejando não as mãos. Vinha judiando do pensar, com isso... Apertando o fundo do coração. Ainda te canto, com a voz que me sobra. Sigo vendo o caminho que ainda sei. Mesmo que ainda que não saiba mais E não seja o fim que pra ti, pensei. O tempo e indelével, vai dando rédea , Enfrenando a alma e que se sobra, Vai ficando a saudade que reverbera E ainda por min, guarda por rara. Um sorriso de meia boca... por ver... Ainda no teu rumo já esquecido; Procurando, tateando a luz da alma Por ainda ter um pouco dele contigo. As vezes vou no povo, tomo um vinhos. Me esqueço...do tempo e com o corpo Que vem cansado, com saudades Com saudades demais, assim me topo. Arrisquei a vida, joguei a alma. Tentando mostrar o que não valia. Fiz tanto verso de campo e tantos Outro pra ti, em horas de porfia. Não busco mais... mas pelos meios Das flores, ainda vou sorvendo em goles... Pela seiva de um outro mate, que solta Os nós da goela, pela força do mesmo foles Que abre na mesma flor, que por meu jeleco Carrego... ainda por ter ainda perto do peito Sabendo que a flor ficou, nos motivos. Em não perde mais a alma, por certo.

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Na luz que abre do teu sorriso Me ponho aos teus pés buscando em luz Outros sonhos pra te entregar... Guardei coplas por dentro dos meus olhos Pra agora talvez te encantar... Guardei a nota que não sei de onde vem Pra meu sonho de luz, te dizer... Sempre todos os dias que a luz de minha Alma te diz em bem querer... Abro a cordiona que é don que deus Meu deu... em todas vozes pra ti.... As vezes pelas notas que trago vou Renascendo pelo teus olhos... porque vi... Abro com toda força pra ganhar o pão Mas quando abro essa cordiona Trago na alma impresso meu sonhos Por te ter bem perto, por dona. Dou sentido a copla que fiz e faço Pelo mesmo que respiro e digo... Que trarei os acordes do coração inteiros Pra ficar todo dia contigo. A luz que abre de teu sorriso largo Traz em vida, canto e poesia... Que me traz quando vejo ele Todo dia antes de clarear o dia...

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Num verso que fiz pra ti Foi vindo um verso pra ti Mais um poema pra uma morena Que deixei na redondilha pequena Seguir ao sabor do vento Todo meu sentimento. Me amparo nas suas lembranças Trazendo um sorriso largo de lua Na imagem que guardei toda sua Queria dizer tanto num poema Pra aquela, morena. Mas não falei talvez por medo Guardei nos meus segredos Tanto pra morrer num sorriso Mais lindo porque preciso De pouco num sonho vivo. Fitei ao longe pelos meus caminhos Que fiquei a perguntar, de tanto Guardando coplas pelo vento Sustentando a imagem mais serena Daquela que quis pra morena. Talvez um dia num rancho ou num baile Desse campos onde a vida se passa Fique de novo por teu sorriso e faça Que sinto pelo peito, recitando ao teu Ouvido coplas, pra um sorriso seu. Então saberás de min, que tenho Pra onde talvez vá, o solito, venho Agora tranqueando querendo num poema Entregar meu coração pra uma morena Por te sentir, tanto num sorriso apenas.

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Num poema pra quem entreguei as palavras No negror dessa madrugada, lembrei. Dos teus olhos ratos e vivos. Talvez enegreceu os meus quando Partiu, além dos meus altivos. Vi ao longe, agora na banda do povo Num sonho, que sem perdeu. Quando deixei ir embora por nada E nas palavras se emudeceu. Não querendo mais usa-las Por ter maldito elas... Ficou um imagem pressa A moldura da minha janela Sabendo pela claridade que entra Além da noites, trazendo um cheiro De flor desses campos mais distantes Do tempo que tinha teu sorriso faceiro... Mau usei essas palavras... A culpa bota sentido pelo tempo... Sabendo por certo ou incerto Das coplas que fiz pra ti, no vento... Agora entrego elas ou vento Pra talvez no teu andar elas sussurrarem Oque ainda sinto e guardei no peito E por ter dentro dele um bem querem. As luzes desses teus olhos alheios Agora a tudo, vieram morar na lua... A imagem dela guarda meus rumos De enfrenar potros, mirando a imagem tua. Mau usei as minhas palavras... Hoje uso todos as que posso em sentimento Entregando elas vindas do peito Pra ao lombo desses ventos Elas dizerem a ti um dia talvez ouvir Que ainda guardo a esperar, a rondar... Num velho posto de campo domando Na imagem do corredor, você voltar... E nas luzes dos teus olhos ver novamente E ter uma palavra que guardo no coração Dizer pelos meus olhos tudo... que sinto

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Em pura e sincera emoção.

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Numa saudade inverneira Essa saudade que inverna pelos meus olhos Que se param bobeando o campo em cor Buscando além das esperas sonhos em flor Pra quem antes deixou nas coplas cismadas. Tantas foram a noites em que a lua veio Pelos meus olhos buscando nas estrelas Deixando aos além da moldura da janela Rebrotando a imagem mais cálida do teu olhar. Deixo nas linhas de um outro poema... Que vem das saudades e das esperas Quando teus olhos me abriam alma sincera Por teu jeito, trigueira de flor morena. Fica a saudade por ainda ir embora ... Estradas e rumos de alma e no tempo Guarda teu jeito em cor de amor, ao campo Que se torna mais liberto por minha alma. Que nesta noite que vai com um pito Fumaçeando alguma esperas as voltas do fogo Que me aquenta e pelas labaredas num jogo Vejo de olhos fechados os teus.

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Pela lembrança de um baio Pela manha que se esvai sem presa Com aroma de campo orvalhado Vai cuidando com um mate na mão Ainda recém juyados e cevado. Falando esporas pelos garrões Ainda se completa o dia ensolarado. Pela tronqueira sentada pela frente Do galpão pousou um baio atado Que ainda escarva e as vezes senta Por balda antes querendo um costado. Nas esperas pela manhã que vem ainda Com calma, rompendo sonhos enluarados. Nas pilcha de lida lembra dos olhos negros Que um dia pela praça se perdeu. Na lembrança que pelas cruzes deste baio Já manso e ainda por dentro não esqueceu. Pra quem domou um baio, pra se regalo Na data em que, o amor no coração nasceu. Temporona manhã, que de encilhar cavalos E sair a campo, em lida de corda e potro. Segue mirando o baio ali atado, lembrando Dentro do peito quando o tempo era outro. E enfrenava este baio, mirando os olhos Que agora só ficando pela sol um rastro. Guardando o sentimento que as vezes Se lembra, mateando solito da sua flor. Rebrota nos olhos pela manhã que ainda Com calma prenunciando um dia de calor. E na imagem ali palanqueado, na alma Recuerda da flor, nos olhos do domador.

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Poema de uma saudade Não espero mais que o tempo de um mate Deixo tanto que achei por certo, assim Parecendo com resto de um fim Depois de um baile na rota . Me recordo num sorriso de lua Outro por reponte acedendo, o lume Agora seguindo o rastro de um vaga lume No jeito de voltar, por um mate talvez. Dou lhe rédea firmando o corpo Deixo na vontade que tenho ainda Por nada viva, nas esperas da ramada De ver longe nas imagens da alma . Talvez num sorriso mais largo Veja um olhar por mais longe em reponte E encontre o mais como o horizonte Sem passar da na moldura da janela Transforme uma saudade que habita Marcando lombos de potros Seguindo pelos rumos de lua e astros Pelos recuerdos que guardei .

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Num poema da alma Deixei escrito na luz Deixei escrito pelo ar Pra talvez no vento Entregue pelo sentimento E traga por no cantar. Entoe algum canto claro Que pela imagem que paro Então deixo nas luzes Que transpassa as cores Pra ver pelas tuas flores Sabendo que na transparecia Vai ainda aos poucos clareando o dia E mesmo assim vejo... A chuva descesse em marejos Que ficou pelos segredos E por nada se sabe, de tanto E pelos olhos saem como um manto Cobrindo as coplas mais puras Então pelas imagens na alvura Da luz traz por si mais clara.

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Poema nº1 Sentir... Na plenitude de um poema Que pela volta da alma Pela noite mais estrelada Vai cuidando ao longe Sem contar o tempo E se acerca que tudo Esta consigo pelo luz Dos outros astros Que não é mais a mesma Luz que via num olhar Para buscar além dos pecados Pra entender pela alma Um pouco de que pode Assim apreender.

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Perdi Me perdi na tua mirada Buscando o canto mais claro Ainda por conta certa do tempo Perdendo um sonho mais raro. Ficou um pranto guardado Num canto ainda puro e sincero Pra um dia na volta de algum Caminho em cordas de acero. Estendi tantas vezes por ti Pra não ver mais essa saudade Mas por certo ela ia ainda no caminho Me procurando além das soledades. Não sei... por onde andará... Nem se mora ainda no povo? Fiquei comigo ajeitando a alma Talvez buscando algo novo Que não sei mais que é... Nem que busquei por as estradas Guardado sentimento que espera Ainda inerte, aos de noite enluarada. Fica um pouco de nada, pela hora Que o mate não aquenta mais Fica um pouco anseio, nos olhos vivos Pra depois não ficar mais pelos missais A pedir... que um dia na volta talvez Do povo te veja vindo, sorrindo. E possa ter um momento que não Vá embora, e não mais voltar perdido.

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Por um sorriso, mais claro e limpo Estive tão perto, da imagem que pude guardar Em outro dia, que agora fico a rondar Procurando em copla mais solito mirando Além do poente com esses sonhos alumbrando Talvez na volta de algum bolicho ou depois de um mates Guarde além da lembrança o teu rumo e não me maltrate. Os descaminhos por vulto de madrugada solito Lembrando dentro do meu olhar, do teu sorriso bonito. Parece que por pena ou culpa do poema... deixo. A lembrança mais morena, firmando pelo queixo Que de mais um, vou atando mirando além do poente Nessa metade que deixei por ai extraviado somente Então volto aos meus olhos procurando mais além. De tudo que tenho que por certo, vejo também... Revendo nalgum lugar que guardei, como um sonho Sustentando as imagens que guardo no fundo dos olhos. Bem querendo, e talvez sabendo na imagem de tua Revendo o recuerdo mais sereno, mirando além da lua. Talvez num alcance de um mate, mais sereno Deixe entender o segredo de um sorriso bueno.

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Por você, em você, de você... Engraçando não consigo sentir raiva de ti. Me dói saber que não vou mais ter. Admiti que perdi você, pra teu destino. Não consigo te esquecer... Vem dores assim dentro do meu coração. Mas sei que o tempo, não é igual. Fizeste sua escolha, quem sou eu para Segurar os teus ideal... Eu contei lunas e te contei de vida Dizendo que sentia com o peito em flor. Mudei os destino e o tino das esperas Pra viver este sonho em amor. Não me arrependo, de nada ao teu lado Mesmo me doendo, se amo deixo livre. Pra voar, abrir pelo horizonte azul e claro Teu caminho que assim escreve. Nesta tristeza com mescla de dor Sei que não tive medo, de querer Estar com você, mesmo por longe Por sempre ser meu bem mais querer. Assim pelo meu olhar, te vejo num sorriso De lua branca mateando solito. Sabendo que não passou por min Levando consigo meu sonho mais bonito.

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Pra quando chegar Quem sabe um dia fique por perto. Assim mesmo diga pra min De boca cerrada pelos teus olhos De luas nos meus sonhos assim... Nessas distancias que ando tocando Por diante essa existência... Vou levando de tiro ou pouco Das tuas bens querência. Saudade dorme inerte a espera Vem pra horas de mate solito Lembrando pelo gosto mais amargo De um beijo com cismas de infinito Habito dentro dos teus olhos Que ficaram agora mais distantes E cada dia ficam mais sonhadores Como os meus de andante... Busco um dia desses quem sabe Meu querer se torne bem querer E bem na frente dos meus olhos Possa na imagem clara te ver. E pelas auroras fique vendo teu sonho Ainda latente em minha alma, por ti morena. E pra os fins de tarde fique Pelos teus olhos com a vida serena.

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Pra um mate de madrugada Ando meio pensativo, distante e andejo Volto no tempo cativo de algum desejo Esporo por hora ainda vivo, com resto marejos Ressabios de luas, ainda altivo, com sabores de beijos Vou indo de tiro campo afora, com saudades Que vem por dentro e se atora, com verdades Sinuelo dos meus sonhos embora, nos olhos verte Cantos claros e escora, algum sonho mais inerte. Esperas se se tornam como estrelas de esporas Que nas mesma hora encantam, e cantão campo afora Então lembro do sorriso que alumbra a alma Me tirando verso por isso, nas horas mais calmas Assim vou lavando a erva, nesse mate madrugueiro Entro noite adentro que reserva, na lua um sonho viageiro Buscando por conta incerta, uma lembrança que se perdeu e vai por alma descoberta, que pelos teus olhos renasceu. Ando pensativo longe de tanto, vou entregando a alma Cuidando a cada canto, desse galpão em calma Que mais parece ter alma, e fazer mais que meu pensamento Possa sentir e pro ele espalma, algum sentimento ou lamento.

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Pureza Nos teus olhos de sanga e razão Fiquei a contar dos meus segredos Que seguro firme na pontas dos dedos Pelas seis cordas em emoção. Na claridade que veio deles assim... Ficou um missal de esperas por diante Algo que ficou por min já distante Repontando no horizonte sem fim. Buscando nesta tantas auroras Um canto claro depois dos mates bueno Repontando antes da lida um sonho moreno Que ficou porteira afora . Busco ao tranco pelo horizonte Que traz a imagem serena e nua De teus olhos claros de lua Com meus sonhos indo por teu reponte.

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Quem sabe por essa bordona Quem sabe por essa bordona Lembre dos olhos claros Sabendo que dentro de min Guardo ainda bem puro Resplandecendo na coplinha Que saiu por sonho raro. Castigo a bordona sabendo De tudo pelas minhas mãos. Ainda pouco corria o campo E vi este recuerdo na imensidão Antes da noite vir com ares de vida pelo ramadão. Vou apertando pelas notas Que vem, mostrando em min. Parecendo um segredo Guardando quando vim Mas sei que no fervor de Uma copla, vem assim. Não sei... mesmo querendo Entender tudo isso. Parece que as coisas são inerentes Nas alma por que preciso Guardando e sabendo por culpa Trazendo um sorriso. Sabe deus, os motivos disso Tudo trazendo pra perto. Não sei que seja tudo Ou se seja tão certo Rebolca poemas castigando A bordona assim desperto... Mas não sei que na imagem Que pude, ainda guardar Sustenta as mãos pela cordas Mostrando a alma não chorar Mas sim sabendo que por min Relembro pelo meu cantar.

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Recuerdos Depois que senti a sua partida Levou todos os meus ressabios Meus sonhos de vida... Pra ficar uma lembrança num assovio Que conta de uma alma perdida Nem sei mais a conta certa do tempo Mostrando estas distâncias Que vão além dos meus campos A compor poemas e lembranças Por céus ausências, já tão, limpos... Revejo teu olhar mais claro. Emoldurada na ultima imagem De um sonho, agora já tão raro. Que ficou presa na paisagem E nos meus olhos escancaro. Sabendo que os dias, vão a passo lento Deixando todo dia um pouco De quem não pude ter, ao vento Tornando-me num sonho louco Roubando meus sentimentos. Ficando no missal da alma Recuerdos depois das horas Levando consigo a calma Ainda por uma dessas auroras Ver teus olhos, que me espalma.

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Saudades Nalgum fervor de poesia recordando de algum amor Que ficou ou se foi na imagem nua do corredor Semblante que clareia os olhos por um trago largo De um vinho que leva recuerdos dos meus agostos... Então por que falar senão posso mais falar. Fico tateando a luz por agora solita andar Sonho que me vem a rondar e me dizer Nas voltar dos pesares de um bem querer Não tenho mais teu olhar por perto E assim não sei, sem paz, por dentro de certo Voltando pela madrugada vendo na lua Imagens dos teus olhos, de alma nua. Saudades que não espero mais por nada Sonhos que se perderam pela minha ramada Quando lhe espera chegar no teu flete ao tranco Que cuidava da porta o corredor, guarnecendo do rancho Que me adianta, viver sem o semblante mais claro Morrer em coplas na ultima imagem mais raro Em um ilusão quase já febril de esperas Seguindo solito no meu coração tapera

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Teus olhos... sofrenei... Vi teus olhos mais sinceros Pela fresta da parede. Sereneiros e vivos abrindo Em luzes, por claridade Aos meus inertes. Sofrenei meu potro Ainda mal enfrenado Por conta do quarto Galope ainda atado Pelo bocal. Fiquei a cuidar por um Nada teus olhos de lua Tentando ainda entender Ao velos, como luas Que me apontam o rumo. Vi que não era um sonho E no lencito que segurava Não ouvia somente sentia A força que me olvidava Pelo teu olhar de lua. Não sei que por conta justa Fique a cuidar teus olhos E por eles ver minha alma Refletida em um outro sonho Pra morar perto dos meus.

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Traído Fiquei quieto a ouvir o campo Que pelos meus olhos incertos As vezes me traem, revendo longe Ainda lembranças desperto. O gosto desse amargo que Trouxe um pouco de nada Um pouco de que se perdeu Talvez pelas estradas ou nas ramadas. Já fui tão longe, mas tem coisas Que agente carrega sem saber... Que as tem por nascerem por dentro E mostra no mesmo olhar. Olhos traem... o mate me traz Pra perto ao ver meus olhos Se traindo por imagens tão minhas Em outros tempos e sonhos... No mesmo nada que se mostra Mas repleta de ausências... Vem brotando dos olhos as vezes O sal por outras anciãs. Que por perto ou por longe Se ouve... mas não fala nada... Sente ... mas não se mostra A sorver mais um mate na ramada. Meus olhos se traem por imagens Que agora vem dentro do coração Cegam a imagem, e rebuscam Alguma copla de alguma emoção.

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Um tango de copla, flor e silencio O pueblo a meia luz baila um tango bueno. Num canto flórea a viguela o Inácio domador Mirando solito pra alma, que se para sereno A fazer em acordes de suenos em flor. Resguarda solito pelo som da viguela... Coplas amanhecidas pelo caminho um silvido De lembranças que são pra aquela, ou só dela Que se arrasta uma saudade de um sueno perdido. Que segue floreando pelo canto do boliçhão Um tangaço que pela cordiona do Amarante Que vai costeando as magoas de ambos do coração. E ficam no ar pedaços da alma por cantante. Que para a alma como um sol de primavera Que pela noite se esquece das ilusões passadas, E pelo tempo esvai as saudades pra quem pudera Entender a voz de um tango falando de algo esquecido; A melodia fala solita pelo infinito da alma E solta pelo ar os fantasmas que agora povão um floreio Que se aparta, mas uma vez um tango pra achar à calma Das coisas de que guarda dentro do peito. Tango maleva as vez que solta da alma e dos silêncios Que guardados e retintos dentro do peito escondidos Embora mal dormidos segue solto por princípios Que foram por um bem querer vividos. E na saudade floreão um tango sereno. Tirando coplas e floreios das coisas da alma E segue o pueblo bailando o tango bueno. Sem muito saber das coisas que tiram a calma.

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Uma lunita distante Teu sorriso de lua... Vi ao longe bem certo solito... Mirei além do céu infinito Buscando a imagem tua. Perdeu o sentido a minha lua Por culpa da saudade amarga Que por min descarrega um carga Mais bruta, como puas . Guitarra calada num canto Buscando as minha mãos Que andam longe sem direção Nem por escrever mais cantos. Saudades impressas em notas Rebuscando um pouco... A lua, pra minha miro com um louco E nas noites sem lua, na zaina dou pata... Pra ver se encontro no horizonte. Nela guardou teu sorriso sincero Algum pouco, de nada... ao certo. Nos rumos do mesmo reponte. Me dói em saber que busco longe Um pouco de sua imagem pura Quando não tem lua, em noite escura Sigo ao tranco, e assim tange. Esse destino que fica longínquo Nesse tempo que não parece Que por nada se transparece Não olhar mais pra lua, quando é escuridão.

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Umas lembranças Na lembrança que assoma pelo horas de lida Que depois também em um mate Bueno Costeando um sonho de flor que agora pequeno Que trás pra perto em contra partida Alguma coplinha assoviada pelo corredor Na hora que a vida se acolhera com a lida E nos mostra sonhos de campo depois da partidas Pelo olhar do Inácio domador. Em uma lembrança que vai assolando... Aquietando juntos aos silêncios presos a uma flor Que for bordada num jaleco rubro em cor Na saudade retinta que vem galopeando Junto as cruzes dos potros... Que enfrena Mirando pelos fundos de campo as coplinhas Que foram assoviadas pelo corredor e saíram sozinhas Junto as lembranças atadas que esculpi a cena Que numa lembrança que assoma na lida E também num mate mirante além. De coplas que surgem assim também. De algum recuerdo de vida. E na lembrança que vem vindo de tiro pela volta da lida Recorrente a uma coplinha fugida pelo vento. Ficou ainda um pedacito ainda presa aos tentos Pra seguir em contra partida solito a vida.

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Zamba de um recuerdo Pela moldura de retrato recordei Oque ainda por vivencias guardei Lembrei... de tanto pelo imagem parada Nas lembrança além das ramadas. Sonorizei pelo vento nas seis cordas ritmadas Outras tantos recuerdos de outras madrugadas Floreiam pelas minha mãos de agarrar crinas Seguindo pelo que pude ter, nestas campinas. Vejo na saudade que não vai embora Mesmo que seja antes de todas auroras Lembro de tanto... por tão pouco tempo Te vendo ao longe, pelo verdor do campo. Então me entrego ao sabor do mate bueno E vejo dentro de min, oque foi ficando pequeno Não por que queria, nem por que tinha ou via Mas sim por tudo que em min sentia. Entrego, mais uma copla... que ainda te nota Vivendo agora ao longe de minha copa Que sombreava teus olhos mais lindos Que via um sorriso de boas vindas. Parece que o tempo passa e quero entregar Mais uma copla dos teus olhos me encantar Fazendo além dos meus caminhos solito... Recordo de teu olhar, no horizonte mais bonito.

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Copla de não entender Me deu saudade do teu olhar Me deu saudade de quando pude contar... Me de saudade do tempo Me deu saudade quando estendia a campo... Agora ando e não vejo, nesses caminhos Agora ando e não vejo, mais carinhos... Agora ando e não vejo... os segredos... Agora ando e não vejo... algum medo... Se o tempo mudasse os olhos diriam... Se o tempo mudasse ainda cantariam Se o tempo mudasse o coração incendiaria Se o tempo mudasse meu sorriso de alegria... Mas o tempo não muda, mas escuta tudo... Mas o tempo não muda, mas sim fica mudo. Mas o tempo não muda, nem traz pra perto. Mas o tempo não muda, os sonhos por incertos... Hoje vejo que alma... espera e apreende solita... Hoje vejo que alma... canta na imagem infinita. Hoje vejo que alma... se molda aos tempos... Hoje vejo que alma... guarda tudo de olhos claros. Não sei porque te escrevo... nem por acaso entendo... Não sei porque te escrevo... mesmo por a voz do ventos. Não sei porque te escrevo... mesmo sem entender Não sei porque te escrevo... mesmo sem mais te ver. Olho nos olhos do tempo... e vejo que foi pouco. Olho nos olhos do tempo... e escrevendo como louco. Entrego a poesia incontida... pra o vento. Entrego a poesia incontida... ainda por sentimento.

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Copla pra um dia trinta Trinta minutos pra o fim e pra Trinta minutos ou trinta segundos Que pude ainda ver o mundo Nos teus olhos assim... Foram trinta minuto... que ainda escuto Teu sussurro a me dizer... Pra agora me fazer escrever Tateando a luz, no escuro... Foram trinta... trinta dias Trinta horas, trinta minutos Trinta segundos ,que um vira mundo Viveu por tua aura, em porfia... Teu sorriso escondido... Guardaram nos meus olhos Muito mais... que muitos dos sonhos Que ficaram perdidos... Talvez um dia depois das estradas Fique a te ver pela minha espera Mudando as almas e as eras Na minha ramada... Sendo que pra ti não seja Trinta dias, semanas ou anos Pra viver e ficar de cabelos brancos Sentindo os gosto do teu beijo... E quem sabe assim siga Até quando puder contar Os dias, os tempos a cuidar E ver teu sorriso de lua

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Inventei Inventaria um sorriso por hora Pra guardar a copla que tive E pela minha alma ainda vive Sustentadas nas auroras... Inventaria um sonho de regalo Pra todos os dias antes do sol Trazerem as luzes dos arrebol Tua alma antes de canto dos galos... Inventaria um jogo que pudesse Perder mas ganhar teu olhar E por ele ainda me encantar E minha alma não morresse... Inventaria um mundo inteiro Pra teus sonhos cativos Pra nos rumos ainda altivos Pelas estrelas de campeiro ... Inventaria todas as cismas que pudesse Que tivesse pra tua alma não sair Não ir longe e deixar a minha se esvair Sem que renascesse... Inventaria oque fosse preciso Pra ter um pouco de suas cores E não mais guardar nas flores O teu sorriso ... o teu riso. Inventaria o tudo e o nada A luz e a vida, que ainda traz Pra perto teu carinho em luz Pra quem anda nas estradas... Inventaria as almas a penar Depois por espera, pra em outras eras Não virar restos de fogo em tapera Ainda a te esperar... Inventaria que fosse e não fosse preciso Somente pra ter mais perto Não mais em sonhos ainda despertos A cor do teu delicado sorriso. Trazia e inventaria oque pudesse E que ainda não temesse a escuridão Que hoje a habita esse galpão

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Por tua espera em prece... Saberia que inventei meu sorriso Pra não dizer aos outros minha saudade De quando teus olhos em claridade Me traziam pra alma um riso... Saberia que inventei cismas de fogões Pelas rondas noturnas em esperas Com recuerdos de quimeras Que anda enfrenam redomões... Saberia que ando e não vejo Que guardo nos olhos todos os dias Ainda com essas cismas de porfias Pelo mate o gosto do teu beijo... Saberia que disfarço pela estampa fechada Um canto pelas cordas que guardam Bem mais notas que dissonam Versos de alma e noite enluarada ... Saberia que inventei nesse galpão Oque ainda nem sei por espera Guardando teu sorriso de aurora em outra era Pra quando voltar em emoção.

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Me deu saudade Me deu saudade da tua trança atada Que pelo tordilho do tempo se foi A minha alma ficou a ver, guardada Pra os caminhos que hoje ainda me dói... Outro dia cruzei pelo campo até no povo Deixando os rumos irem por si... Nos olhos que viam luzes e sinais de fogo Trouxe de volta a tua imagem longe de ti... Me deu saudade do teu riso disfarçado Me deu saudade do teu corpo em luz Me deu saudade do teu olhar encantando Me deu saudade que agora em copla traduz... Talvez um pouco ou por louco, em sentimento Trazendo as luz que ainda me sobra Pra nos mesmo mates e nos mesmo ventos Ouvir a tua voz que agora, na aurora... Todo dia mateio por louco vendo longe Sem ter, sem poder tocar o teu rosto... Via mais um tempo que minha alma tange já escassa por um fim de agosto... Me deu de tanta saudade que o tempo parou... Que minha se emudeceu e se esqueceu De tanto que já por esse tempo andou. E nos olhos cuidam longe que renasceu. Má dá essa uma luz que tenho todo dia, Pelo mate do cedo já ficando quase louco... Por tanto andar sem querer mais em porfia. Mais nada, talvez por muito ou por pouco... Fico a brotar nessas raízes velhas, e fundas... A ver tua alma todos os dias pelas luzes. Que ainda a min germina e fecunda Ainda com outros matizes... e vive... E revive que quase rasgo o céu em dois. Tentando alcançar um pouco que der... Deixando minha alma secar aos sois Dos meus sais que me fazem ainda ver. Refletida ainda luz de dia, a própria alma Perdida na poesia que nasce por si Moldada a espera e ausência que espalma

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Na coplinha assoviada, por ai... Me deu tanta saudade que não me cabe... Que não me sobra mais luz pra ter Todos os dias quando o sol se abre Um pouco, quase louco... que ainda posso ver.

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Numa coplinha pra assoviar... Está tão perto, mas tão longe ao mesmo tempo… Quem sabe uma hora dessas não de mate Te traga meu sorriso pelo teu olhar de arremate E me faça seguir ao teu lado, ao tranco... Está tão perto mas tão longe ao mesmo tempo ... Que nem conto mais os dias nem horas Vejo nos mates do cedo nas auroras Seguindo a minha longe por esses campos... Canso os braços de puxar rédeas ponteadas Mas não cansaria se fosse pra ir no rumo Levaria se preciso um ou dois potros de bons aprumos Pra na volta te trazer pra os sonhos, enluarados... Quem sabe um dia pela volta de um desses caminhos O meu se tope de novo pelo seu tão longe agora... E não fique esperando teu sorriso, nas auroras Que vejo as flores da frente das casas, sozinho... Busco na luz que ainda vem dos teus olhos Pra moldar sonhos de luas e estradas... Pra nesse dia ficar pelo teu olhar, na ramada E não ver imagens longes de min, em sonhos... E não fique pelos assovios manheiros... Enquanto firmo as mãos nas rédeas do tempo Alumbrando teu olhar quando vier ao tranco Nestes meus ainda pequenos e trigueiros...

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Onde andará? Às vezes nas linhas de algum poema Pergunto onde andará você... Morena? Não sei mais do tempo, nem mais de ti Somente sei que leva teu sorriso puro, por ai. Nalgum lugar do corredor estendo, Solito e de olhos fechados te vendo. E sinto um pouco deste sonho perdido Que deixei mais escondido. Bordado em flores brancas sem cor Em um jaleco preto, flores incolor. mostrando um segredo do coração Pelo pano do jaleco, guardando a emoção. Levo-as perto do coração por não perder. Sabendo que assim, por ainda bem querer... Vivo sem, os caminhos de outros tempos, Que vi sonhos mais claros no ermo do campo. E agora numa saudade mais graúda, vem... Como motivos das flores, que o jaleco tem, Ainda se perguntando: - Por onde andará? Que por esta flor, teima no meu coração ficar. Deixo sempre pra depois dos mates, depois das lidas. E assim me esqueço da alma, e um pouco da vida. Mas saudade que veio morar aqui, e sofrenou. Pra em uma copla que nunca, pra ti entregou. E por elas, depois dos mates, fica com mão, Sob a flor segurando o pano bem perto do coração... Sobrando um pouco da alma, num recuerdo, Que rouba a calma, e como prece vem lembrando. Assim tão plena, e me calo, tiro o meu chapéu. E cuido ao longe, perguntando aos céus... Onde andará aquela que foi dona dos poemas E ainda é... Por só ser agora esta lembrança, morena? Assim carrego esta cruz nos meus descaminhos de campo Dando vaza pra vida pelas cruzes dos potros no tempo Garrando de olhos úmidos, quando revejo estes sonhos. Que nos meus olhos vão ficando fechados e molhos. Assim passo os dias e os invernos aqui dentro Perguntando pra min e pra o vento quando entro Porta adentro do meu galpão, e revejo o poema que fiz

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As flores que carrego iguais, sob o pano por que quis. Não te esquecer, e talvez um dia não mais de olhos úmidos, Rever seus olhos, que deixaram os meus perdidos. Com flores perto do coração, com minha alma pequena... Perguntando-te: - Onde andou morena?

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Por tua alma Guardei teu olhar pela quinta lua Guardei o tempo por espera Já virando minha tapera Indo nos rumos de alma nua... Guardei pelos meus mates As coplas que não te entreguei Pra quem ainda cantei Pelas rondas antes dos dias em arremates.. Guardei pelos meus olhos Buscando a tua imagem Levando no vento por mensagens Como louco navegando em sonhos... Busco os meus olhos perdidos Ainda buscando na tua luz Que pela minha se traduz Nos teus, ainda contidos... Faz um tempo que a poesia Vinha sendo por ausência Levando as bens querências Oque não tinha em alegria... Guardei nos olhos... os teus... Guardei os meus rumos ... assim... Pra guardar nos confins... Onde andaram, os sonhos que são teus... Quem sabe um dia... se esperar Fique pelos teus olhos de novo E minha vida mude o pra o povo Por ter no meu olhar...

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Razões Se as palavras dissessem mais que possa usa-las... Se pudesse prender o tempo entre os dedos Se pudesse traria e espantaria todos os teus medos Se pudesse ainda dizer ia as palavras a canta- las... Talvez os dias longe mas perto pela lua Traga nos meus olhos oque ainda guardo Pelas palavras e pelas das cordas embargo A voz contando das saudades nuas... Traria mil palavras pelas luz incontida Que ainda vem do seu sorriso... E não me questionaria por que teu riso Ainda me prede e maneia os fantasmas da vida... Mudo o tempo e as razões por espera Trazendo ainda em luz de poesia Para minha alma tatear a luz liberta do dia Por te rever nas minhas quimeras... A palavra que hoje me alimento dela A mesma que ainda te canta pelas rondas E traz o gosto de teu beijo, nos mates que contas Ainda tecendo poemas pra cantar na tua janela... E ainda pelo teu caminho a bater estribos Seguindo com teu sorriso de por diante E nos fins das tardes ainda solito radiante É teu sorriso pelo por do sol ainda vivo. Quem sabe ainda pelos teus olhos Renasça um dia morando no rumo do teu Sorriso que leva os caminhos dos meus Com coplas pra te entregar meus sonhos...

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Sonho Bem certo um dia na minha volta teu sorriso Me traga o calor que meu poncho empresta E no rubro da mesma cor da baeta tua Face corada lhe traga um beijo por um fresta... Nesta distancias que ando buscando além De min a copla e rumo que a vida se entrega. Levando com um manto esse meu poncho que Me abrigo e minha longe da tua carrega. Espero que na volta ainda com teu baio Vindo ao meu lado buscando o horizonte Vendo bem mais perto a flor do meu jardim Não vendo mais teu sorriso nos ontem... Trago o mesmo o poncho com uma flor Presa pela gola no teu sorriso de nua Pra quando minha ficar pela moldura Da janela revendo teus olhos de lua. Será por certo o caminho e minha poesia Dita no teu ouvido e não mais no ventos Que me levam buscando no horizonte Oque ainda guardo por dentro, em sentimento

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Uma cisma Uma estrela me aponta um outro rumo Que agora não tenho pelos olhos... Vejo além da moldura da janela E nas horas procurando talvez num sonho... Madrugada adentro com cismas de fogo Buscando pelo sinais de picumãs pelo alto Oque ficou pra outro lado nas flores Que guardam as saudades nas bocas de mato... Uma cisma que perde nessas horas Em que alma fica em prece nas cismas Entre cavaletes de bastos e esporas Que guardam as distancias, no más... Deixo nas horas que vem pelo reponte Moldado a espera e canto e lua... Quem sabe no outro verão no horizonte Veja não mais solito estrelas nuas... Quem sabe nessas voltas em que as Esperas trazem um naco de vida Pra a fumaça branca do pito de bom fumo Levando murmúrios de outras partidas... O mais belo que ainda não se pode Ter seguro nas mãos, guardam no olhos Pra depois entre mates e esperas Ficar a ronda e desquinar mais um sonho... Pra ficar na volta que as vidas galponeadas Apontando o caminho que vem... Por lembrar de outros tempos e rumo Que agora ficam, pra o além ...

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Copla de amor do poeta louco Tenho saudade dos teus olhos Quando meus ainda procuravam. Nestas imagens tão distantes agora, Revejo uns sonhos, que repintam... Poema que nem sei de onde nasce Por a ainda guardar teu sorriso... Quem sabe um dia seja tudo Isso que ainda procuro por preciso? Traga de volta a sua imagem. Que hoje distante se abre, Que ainda nasce e se perde No breu da noite, que escreve. Saberia que há tanto tempo. Ando e ainda por louco, procuro... Procuro noutros sorrisos O teu sorriso ainda puro. Guardei oque ainda nem mais, sei.. Que nem mais consigo lembrar. Mesmo que seja como não sonhei Ainda fico a te lembrar, te esperar... Quem sabe morena... um dia... Quem sabe morena... traga teu sonho Que agora anda distante do meu Pra ficar as tarde pelos teus olhos... Ainda te escrevo, mas não lembro Ainda te espero e ainda sinto, vejo... Tenho esta velha saudade Ainda como gosto do teu beijo. Quem sabe morena... quem sabe morena? Ainda volte pelo mesmo caminho Que se perdeu de min... enquanto te perdi Por agora estar e andar mais sozinho... Um dia morena... teu perfume Teu lume, teu gosto, teu rosto... Teu sonho, teu viver, teu querer Mude esses meus agostos... Sigo trevoso pelos caminhos... Abrindo rastros de puas, luas... Vendo nas madrugadas as almas

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Estes sonhos galponeados, pra tua... Tua alma que ainda pelo horizonte Quase louco, perdido.. rodando... Um pouco a cada dia escuto No vento meu sonho alumbrando... Nem a canha, nem o melhor vinho Nem o melhor que seja o melhor Que possa ainda viver... aprender Me perdoa o desamor, esse clamor... Que agora escuto, e mudo, emudeço Mais ainda cada dia, perdido. Por ainda trazer as culpas, pra min... Por ter deixado, partido... Magoei o teu coração o teu sonho... Egoísta... ingrato... insolente... Agora louco... madrugueiro... andejo... Com poemas pra ti dolente. Cada tarde cinzenta, um novo mate Me traz teu gosto a boca, e as palavras... Que maldisse, que escrevi, hoje se perderam Do rumo, dos olhos, ainda poucas e raras. Quem sabe morena... não sei... Todas as noites insones, cheias de luas Estrelas, cortam meus guardados Por essas horas inertes como puas... Eu. Que fui ao longe, tão distante... Que nem sei mais, por onde andei... Mesmo longe te escrevia cartas, como louco. Mandando pelo vento, como pensei. Cada dia... vai passando... acabando... Me entreguei a canhas, pito grandes... Sonidos de guitarra e estradas imensas. Guardei pra min somente teus olhares... Não eram verdes.. eram opacos... Escuros como essa noite que vago... Que ainda me afogo em trago largos.. Com raios de luas em sonhos que guardo. Quem sabe morena... quem sabe morena? Um dia traga de novo um sorriso no rosto. E a minha alma hoje na escuridão

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Se ilumine com um pouco da luz do teu rosto. Traria um os céus se precise... mesmo que perca. Trago a luz a alma, vou ao fogo e brinco... Só pra um minuto te ver, e dizer... Que ainda te espero... já quase louco.

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Copla dos meus olhos Me quebrou o vidro dos olhos Me roubou os sonhos Que ainda não tinha mais... Meu olhos derramam sais... Minha estampa parada Segue de alma tisnada De alpargata barbuda Com alma ainda desnuda... Calou-se naquela noite Ouvindo o vento por açoite Me batendo na cara o sentimento Ouvindo quieto nos ventos. Meus olhos o vidro, se quebrou... Minha boca se calou, E emudeceu ao ouvir e ver Sem querer, ter que rever. Disfarce... Não... o pensamento Vaga ouvindo o vento Que trago agora por dentro Nas ausências pelo centro. Assim pelo meio me consome Em pedaços, e me rouba a fome Das poesias que ainda vejo Nos teus olhos, por desejo... E agora.. reúno os pedaços Os versos que não faço... Que se perdem confirmando Um pouco, alumbrando... Recriando pelos vidros dos olhos Que agora quebrados de sonhos Guardam meus silêncios quietos... Pra algum verso, inquieto. Se recusa a ir embora ... Quando nas auroras... Ergo meus olhos baixos E no vento um verso, cochicho. Dou vazante de rios de sal

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Quando meus olhos em val Se erguem por ainda rever Longe teu sorriso, sem ter.

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Copla pra uma flor Deixei os poemas pelas voltas que o vento faz Nas coplas galponeadas trouxe um pouco Nas que não te entreguei escrevendo por louco Neste segredo pelas flores que pra min traz. A copla que trago por um pouco a ti... Vem carregada de bem querências Transfigurando segredos e ausências Que nas horas de mate, perdi. Alguns deles, deixei no vento a levar, A lavrar, em rios de poesia sem querer Bem querendo nas lonjuras renascer Pelo mesmo ar que respeito, ao buscar. Buscar meu o poema, o meu canto... Entregando em luz, por minha alma e poema Nos meus sonhos, que rebentam ir na cantilena Dos teus olhos que me traz o lume, por manto. Então te entrego com meus olhos pra o teus. Esse poema por florzita que renasce Quando minha alma, por a tua se faz em prece Neste caminhos que ainda são seus.

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Florzita Esta flor que guardou junto ao peito Traz a luz que incompleta hoje vive... Vou ao tranco pelas mesmas estradas Batendo estribo com o vento, que revive... Revive teu cheiro de flor de alecrim... Quem sabe no próximo inverno Reveja não mais pelas flores que nascem Por si... e traga este sonho moreno... Sigo firmando o corpo já cansado De estradas levando nas cruzes As minhas que cantam no rumos Que ainda o brilho do teus olhos me conduzes... A primavera veio com suas cores Levando minha poesia pelos ventos... A primavera veio e levou minha florzita De alecrim roubando meus sentimentos... Deixo nos caminhos que seguem desses Corredores entre redomões e guitarras As saudades pra no próximo inverno Sentir teu cheiro e tua cor a minha espera. Vou ficando cada dia mais louco e por Pouco não sei mais se que escrevo É mesmo poema de campo ou por tua espera Seguindo ao tranco que marejo. Deixa nas ramadas seguindo adiante Sem olhar como quero quero que voa... Anuncia... até os alumbramentos que tenho Ouvindo nos ventos esses cantos que soa.

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O teu poema O teu poema ficou guardado nos mates Que ainda antes do sois trazia um sorriso... O teu poema ficou guardado nos missais Por aqui que esse gosto e é preciso... Teu poema já andou pelas bocas de outros. Sorrisos a cantar sem saberem de min... Teu poema nasceu junto as flores que Em cor pintam agora meu jardim ... Nunca foi jasmim nem as margaridas Ou os lírios do campo que me encantaram... Mas sim um florzita de alecrim pelos Invernos minha alma incendiaram... Então guardei teu poema, a cada linha Que trago... que à carrego comigo.... Talvez a mesma no outro inverno traga A quem tanto bem digo... E entregue o teu poema que ficou Nunca esquecido no cantos da alma... Pra ver não mais no horizonte teu sorriso Distante pra ficar num mate contigo em calma.

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Pra teu sorriso Foi teu sorriso de meia boca Que levou minha por diante Deixando agora a ver no horizonte Com uma saudade louca... O tempo entre puas e bastos Foi passando moldando a alma Pra no mate pela manha em calma Ver muito mais que rastros... Deixei nessa auroras galponeadas Meus olhos inertes e com esperas Pra um bordenio nas mesmas cordas Que agora pelas mãos surradas... Foi teu sorriso de meia boca... O seu... que roubei.. que sonhei Que pelos meus olhos encantei Os ventos pra depois na lonca... Na lonca do destino escrever Numa manhã dispersa e distante Ao ver por louco no horizonte Te sorriso na aurora a nascer.

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Pra um poema sem nome Te trago um poema por pouco... Te trago minha alma que entrego Escrevendo a sua por louco Nesta flor que carrego... Vou nesta madrugadas a buscar A luz que vem das luas Que ainda fico a redemonear Potros nas mesmas puas ... Que antes escreviam poemas Deixando um rastro no caminho Quando levava a uma flor morena A buscar a vida no mesmo trilho... Hoje meu poema se pergunta Aonde esta a alma da flor Que ainda carrego desnuda Se abrindo ainda em cor... Por isso ainda te levo coplas Nos ventos que ouvem Sabendo pelas mesmas teclas A te entregar poemas trazem Ainda as luzes dos teus olhos Na lembranças e como puas Risca o chão e o couro e abre talhos Vendo de olhos fechados alma tua...