ken carey a estrela semente prefacio

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KENKAREY A ESTRELA-SEMENTE A Vida no Terceiro Milenio Traduriio LIZAH VERDIER EDITORA CULTRIX Sao Paulo

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Page 1: Ken Carey a Estrela Semente Prefacio

KENKAREY

A ESTRELA-SEMENTE A Vida no Terceiro Milenio

Traduriio LIZAH VERDIER

EDITORA CULTRIX Sao Paulo

Page 2: Ken Carey a Estrela Semente Prefacio

Prefacio

Sendo que 0 que escrevo a mao. fica praticamente ilegivel, o Unico recurso de que eu dispunha para registrar ao menos urna parte da impressionante corrente de conscientiz~ao na qual inadver­tidamente eu tinha caido, era uma velha maquina Royal portatil usa­da para transcrever aquilo que eu conseguia captar. A maquina era uma legitima antiguidade que meu cunhado, eximio coletor de lixo na cidade de Darien, Connecticut, encontrou urn dia ao fazer sua ronda, descartada no meio-fio de urna cal~ada. A comunica~o que eu estava recebendo chegava de forma estranha, de inicio bastan­te perturbadora.

Vi-Ire experimentando urn estado de consciencia radicalmen­te diferente de qualquer coisa que sentira ate enmo. E chegava muito perto. Eu sentia algo de imenso que olhava pelos meus olhos, venda o mesmo ambiente que eu via todos os dias, mas interpretando-o de forma tao diferente - matematicamente, parecia - que eu mal re­conhecia os meus objetos de uso quotidiano. Os pensamentos, as ideias, 0 alcance das imagens - eu nao estava habituado a pensar nesses termos. E estava totalmente despreparado.

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Esta previsao provou ser tao exata quanto euma info~ao ti­rada do calencJario lunar oficial ou de uma tabela da marinha sobre as ~s. Dez anos mais tarde, no mesmo periodo, as mensagens te­lepaticas comeC$aram a chegar; de inicio, como m6sica sutil bern no fundo do meu pensamento, depois, mais forte, e, finalmente, com tanta for~ que resolvi parar tudo e regist:ni-las. Sendo que aquilo que eu captara em papel nas TransmissOes da Estrela-Semente re­presc:ntava ~ parte tao insignificante do fluxo total de informaC$iio, tomel a declSao de me preparar melbor para a recePC$ao de agora.

Gravando em voz alta para registrar em fita cassete enquanto eu rec~bia 0 novo material, foi possivel evitar as muitas distra¢es manualS causadas pela maquina de escrever, e assim traduzir muito mais daquele estado de consciencia que me estava sendo transmiti­do. Ap6s uma transcriC$ao exata de minha fala num computador, re­sultou um registro muito mais detalhado e preciso do fluxo de cons­ciencia do que fora possivel dez anos antes. Era 6bvio que meu pro­cesso nao era perfeito. FOfC$Osamente, eu tinha de parar de vez em qU~do para pdr lenha no fogo da lareira ou ajustar uma janela; mas as distra¢es foram mantidas ao minimo, e estou muito satisfeito com 0 resultado, que me agrada muitfssimo compartilhar com voces neste livro.

Ele foi escrito durante uma epoca de milagres globais. NeOOu­rna tempestade local de neve, desta vez. Nos anos 70 eu precisei da c?~rtura ~tica ~ tempestade de neve para me lembrar que eu VlVla num umverso mteligente e benevolente. Pergunto-me, agora, como jamais pude esquecer.

Mas 0 que e, exatamente, este processo? Ainda estou aprocura da palavra que 0 defina adequadamente.

D~~is ~e. ouvir, durante uma decada, a palavra canaliUlfiio u~da mdiscnmmadamente, estou convencido de que ela nao se aplica ao processo pelo qual teOOo aberto 0 caminho para esta in­formllC$ao. (CoOO~o muitas pessoas que penetram regularmente nes­sa consciencia que provavelmente estariio de acordo comigo.) Nao

M transe nenhum envolvido na recePC$ao desses pensamentos, ne­OOuma perda de consciencia, neOOuma mudanC$a de voz, nem sota­que estranho. Estou plenamente presente durante toda a experiencia. Durante os meses que seguiram os registros daquelas primeiras TransmissOes da Estrela-Semente comecei a compreender que en­trar em contato com essa consciencia de alta freqiiencia e, de fa­to, um processo orgamco; uma habilidade natural com a qual toda crianC$a nasce. Desde entao dediquei varlos anos ao estudo de crian­C$as em idade pre-escolar e, embora meu trabalho nao seja cientffico e esteja longe de ser conclusivo, estou pessoalmente convencido de que, com a aquisiC$ao da linguagem, essa habilidade inata, em geral, eatrofiada.

Amedida que as crianC$as adquirem habilidade lingiifstica, ad­qwrem tambCm a crenC$a cultural prevalecente de que, se niio puder ser dito em palavras, niio t real- ou ao menos nao tern neOOum valor nem relevancia. Sendo que 0 pensamento de alta freqiiencia, ou 0

que as vezes e chamado de pensamento metapessoal, e totalmente nao-verbal, a medida que os valores culturais sao inculcados nas crianC$as elas vao deixando de perceber que estao vivendo num ver­dadeiro oceano de consciencia nao-verbal. Voce consegue imaginar algo tao importante inteiramente esquecido? Como a piada do peixi­000 estudante que pergunta ao peixao fil6sofo: "0 que eeste ocea­no de que voce tanto fala?"

Mas talvez a palavra atrofia seja forte demais. A habilidade para entrar em contato com 0 pensamento de alta freqiiencia certa­mente pode ser reativada. Em alguns casos, como e0 meu, essa rea­tivaC$iio ocorre acidentalmente; pocem - como comprovam os milha­res de cartas recebidas e atualmente arquivadas - sua ocorrencia tambCm pode ser reativada intencionalmente.

Os capitulos centrais deste livro examinam mais de perto essa possibilidade. Sao suficientemente detalhados para fornecer a quem estiver interessado as ferramentas basicas do entendimento necessa­rio para reaver essa sensibilidade do mundo espiritual. Uma vez que se saiba 0 que se esta procurando, niio edificil. Em essencia, euma

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questao de escutar, de sentir mais plenamente, de abrir-se para freqiiencias de pensamento nonnalmente eliminadas da consciencia.

Minha experiencia pessoal e urn processo de relaxamento den­tro de urna definic;ao do EU mais generalizada e mais generosa; uma espeeie de expansao para dentro de urn campo mais amplo de cons­ciencia. Esse campo mais amplo de consciencia inclui meu centro de individualidade humana, mas inclui tambem outros centros de indi­vidualidade. Vivencio esses outros centros de individualidad~ como aspectos de mim mesmo - nao 0 meu EU humano, mas aquele eterno EU bern mais profundo, do qual compartilham todas as criaturas.

Chame esse processo pelo nome que quiser - canalizac;ao, pen­samento criativo, visao ou simplesmente percepc;ao plena -, 0 fato e que ele tern me aberto a fonnas de ver a realidade que, de outro mo­do, nao me teriam ocorrido. Em areas praticas, como no relaciona­mento, na educac;ao de crianc;as, na jardinagem, nas financ;as, tern introduzido perspectivas engenhosas e interpretac;6es criativas que com freqiiencia provaram ser viaveis. As vezes pergunto-me ate que ponto teria sido diferente 0 curso de minha vida se eu tivesse apren­dido a ouvir estas freqiiencias interiores ha mais tempo. Tanta coisa tern mudado desde esses onze dias magicos de invemo.

Quando registrei as TransmissOes da Estre/a-Semente originais, eu era urn marceneiro rural que vinha sustentando urna familia du­rante os Ultimos seis anos com urna renda abaixo de urn te~o daqui­10 que era considerado oflcialmente nos Estados Unidos da America, urn myel de pobreza. Nossa horta e nossa vaquinha leiteira garan­tiam 0 alimento integral e necessario para a sande e, embora Sherry e eu trabalhassemos horas a flo, estavamos ambos relativamente bern satisfeitos. Eu gostava do meu trabalho e contava com urn futuro dentro daquilo que estavamos fazendo.

Hoje, minha vida e tao diferente, esta tao radicalmente mo­dificada que as vezes olho para tras e vejo aqueles dias antes das TransmissOes da Estre/a-Semente como se estivessem associados ao "branco-e-preto" de fotografias antigas. Mesmo agora nao consi­

go explicar bern 0 que aconteeeu. Foi como ~ eu tivesse enfiado a cabec;a no meio de pesadas nuvens cinzas e VlSse de repente, pe1a primeira vez, 0 sol brilhar; ou tivesse descoberto urn no~o e v~­to mundo bern alem dos cenarios culturais que antes definiam a IDl­

nha realidade.

Algo the acontece quando voce comec;a a pensar neste p1aneta . ,. . E uando voce passa a viver nessa como urn orgamsmo umco, VIVO. q .

cOflSciencia nada vo1tani a ser como era antes. 0 que quero dizer e , - aram a ser como que depois nada pode ser 0 mesmo. As nac;oes pass . .

pessoas para mim, como se fossem velhos ~gos ~ familia. As dis­tinc;6es estabe1ecidas entre religiao, biologIa e politica comec;aram ~ se desfazer. Passei a me perguntar por que foi que sempre pensel

nto humano era 0 tinico tipo de pensamento - como que 0 peflSame ""'f'ie de flor se a natureza pudesse estar satisfeita com apenas uma eSr­ou com um so tipo de arvore.

Se voce aceita ou nao a minha premissa de que. 0 fluxo ~ consciencia registrado nos capftu10s que seguem e de ongem angeli­cal ou extraterrestre, nao deve, de nenhurna fonna, afetar a ~ua ex­periencia com este livro. As perspectivas aqui apresentadas sao des­tinadas ao estfmulo de seus pr6prios processos ~e pensamento ~ de compreensao. Seu prop6sito e ca~sador -:- aclonar a memOria e

rtar a sensibilidade em dimensoes mms e1evadas. Recomendo despe 1 - sobre este que deixe passar urn tempo antes d~ tirar suas :onc usoes . material. Muitas de minhas primerras conc1usoes a respelto ~?r~ sendo invalidadas a medida que eu me aprofundava na consczencUl

que esra por tras das palavras. Com a progressao de sua 1eitura, voce entendera 0 que estou

dizendo. Por exemp10, levou algum tempo ate que eu percebesse. que a informac;ao estava chegando de diferentes entidades trans~sso­ras que entravam quando havia necessidade de urn esclarecllll~nto mais especializado. Diferentemente dos humanos, que fanam questao de apresentar os oradores identificando-os pelo nome, os

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seres que estao dando voz aetema comunidade da conscrencia anu­viam intencionalmente 0 infcio e 0 final de suas contribui~Oes indi­viduais. Com 0 tempo, passei a compreender que esse era urn aspec­to subliminar da comunica~ao, feito para ajudar na abertura de mi­nhas suposi~Oes rfgidas e exageradamente literais referentes anatu­reza da individualidade.

"Voce leva a identidade muito a serio", disseram-me a uma certa altura. "Nao se trata de urn objeto, como urna mesa ou uma ca­deira. A individualidade saudavel e urn foco de consciencia fluido, fluente, que se ajusta naturalmente aos contomos sempre mutantes do tempo. Ela se conhece a si mesrna como urn entre os muitos olJzas da eternidade, coalescendo nurn oceano infmito de exisrencia com­partilhada. As pessoas vern e vao como ondas no oceano; mas no seu amago cada urn e, em primeiro lugar e sobretudo, 0 oceano - e somente em segundo lugar sera a onda. A programa~ao cultural im­pede que voce perceba isso. Ela desencoraja a verdadeira indivi­dualidade. Durante os tempos hist6ricos, tern havido alguns poucos individuos genumos, porem nao muitos, e os poucos que existiram foram individuos porque conheciam 0 Ser etemo que habitava em seu funago."

Alguns dos pontos de vista e principios aqui apresentados po­dem ser novos para voce; alguns certamente ja sao conhecidos. Ex­perimente-os. Aplique-os. Verifique se de fato funcionam. Deixe que a sua experiencia determine 0 grau de relevancia de cada urn. Nenhurn deles eapresentado como afirma~ao absoluta da verdade. A verdade 000 se presta a absolutos, nem lingiiisticos nem outros. 0 mundo ja viu dogmatismo demais. Este livro e sobre 0 espfrito. Foi escrito para pessoas de espfrito.

Se, no esfo~o de atingir urn estado de consciencia mais ampla, estas palavras servirem de ajuda - mesmo que seja para alguns ape­nas -, elas teIio servido ao prop6sito para 0 qual foram escritas.

Se estas palavras nos ajudam a nos tomarmos mais conscien­tes, teIio servido a seu prop6sito.

Ken Carey Greenwood Forest, Missouri - Primavera de 1990

Fazer esta leitura ao ar livre, num ambiente natural, tranqiiilo, talvez embaixo de uma mvore ou ao lado de um riacho, ou entiio na praia, certamente aumentani a sua experiencia do que segue..•

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