artigo+pilates

45
 OS EFEITOS DO MÉTODO PILATES EM MULHERES NA FAIXA ETÁRIA DE 25 A 30 ANOS COM LOMBALGIA CRÔNICA RESUMO O presente estudo visa analisar os efeitos do método Pilates em mulheres na faixa etária de 25 a 30 anos com lombalgia crônica. A lombalgia é a dor localizada na região lombar, que pode ser aguda, resultado de alguma injúria tecidual, ou crônica, quando já não tem a função de alerta do organismo frente a uma lesão e já está presente a mais de 03 meses. A sua origem está relacionada com distúrbio mecânico crônico, relacionados aos esforços excessivos, má postura, alterações funcionais ou em decorrência a um movimento brusco da coluna. O tratamento inicial é analgesia, em seguida, na fase crônica, reeducação postural através de exercícios de alongamento, fortalecimento, alinhamento e reestruturação corporal. Nesta pesquisa foi avaliado o nível de dor crônica na região lombar em 10 mulheres e dividido aleatoriamente em dois grupos, o controle e o experimental. Então foi aplicado o Método Pilates individualmente nas participantes do grupo experimental durante 08 semanas, totalizando 16 horas aula. O Método Pilates, objetiva, com a execução dos seus exercícios e fidelidade aos seus princípios, proporcionar um bom condicionamento físico e mental, integrando o corpo e a mente, ampliando a capacidade de movimentos, aumentando o controle, a força, o equilíbrio muscular e a consciência corporal. É um sistema de exercícios que trabalha o corpo como um todo, corrige a postura e realinha a musculatura, desenvolvendo a estabilidade corporal necessária para uma vida mais saudável e longeva. Sendo assim, os resultados com a pesquisa foram favoráveis, havendo uma diminuição de 80% nos níveis da lombalgia crônica das participantes. Palavras-chaves: método pilates, lombalgia,dor crônica.  LISTA DE FIGURAS Figura 1 - Evolução Cronológica da Coluna Vertebral com Adição das Curvaturas Lordóticas (Knoplich, 2003). Figura 2 - Formação do Ângulo Lombossacro (Cailliet, 1988). Figura 3 - Músculos Anteversores e Retroversores da Pelve (Tribastone, 2001). Figura 4 - Os Músculos que Equilibram a Pelve (Tribastone, 2001). Figura 5 – Reformer (Becker, 2003). Figura 6 - Cadillac ou Trapézio (Becker, 2003). Figura 7 - High Barrel (Becker, 2003). Figura 8 - Chair (Combo), (Becker, 2003). Figura 9 - Chair (Wunda) (Becker, 2003). Figura 10 - Equipamentos auxiliares (Becker, 2003). LISTA DE TABELAS Tabela 1 - Resultados do Pré-teste no Grupo Controle. Tabela 2 - Resultados do Pré-teste no Grupo Experimental. Tabela 3 - Tabela 3 - Resultados do Reteste no Grupo Controle. Tabela 4 - Resultados do Reteste no Grupo Experimental Tabela 5 - Comparação do Pré-teste e o Reteste do Grupo Controle Tabela 6 - Comparação do Pré-teste e o Reteste do Grupo Experimental.  LISTA DE QUADROS Quadro 1 - Escala Comportamental; Avaliação Unidimensional da Dor (Serrano, 2003).

Upload: misael-rabelo

Post on 18-Jul-2015

81 views

Category:

Documents


1 download

TRANSCRIPT

Page 1: Artigo+Pilates

5/16/2018 Artigo+Pilates - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/artigopilates 1/45

OS EFEITOS DO MÉTODO PILATES EM MULHERES NA FAIXA ETÁRIADE 25 A 30 ANOS COM LOMBALGIA CRÔNICA

RESUMO

O presente estudo visa analisar os efeitos do método Pilates em mulheres na faixa etária de 25a 30 anos com lombalgia crônica. A lombalgia é a dor localizada na região lombar, que pode ser aguda, resultado de alguma injúria tecidual, ou crônica, quando já não tem a função de alerta doorganismo frente a uma lesão e já está presente a mais de 03 meses. A sua origem estárelacionada com distúrbio mecânico crônico, relacionados aos esforços excessivos, má postura,alterações funcionais ou em decorrência a um movimento brusco da coluna. O tratamento inicialé analgesia, em seguida, na fase crônica, reeducação postural através de exercícios dealongamento, fortalecimento, alinhamento e reestruturação corporal. Nesta pesquisa foi avaliadoo nível de dor crônica na região lombar em 10 mulheres e dividido aleatoriamente em doisgrupos, o controle e o experimental. Então foi aplicado o Método Pilates individualmente nasparticipantes do grupo experimental durante 08 semanas, totalizando 16 horas aula. O MétodoPilates, objetiva, com a execução dos seus exercícios e fidelidade aos seus princípios,

proporcionar um bom condicionamento físico e mental, integrando o corpo e a mente, ampliandoa capacidade de movimentos, aumentando o controle, a força, o equilíbrio muscular e aconsciência corporal. É um sistema de exercícios que trabalha o corpo como um todo, corrige apostura e realinha a musculatura, desenvolvendo a estabilidade corporal necessária para umavida mais saudável e longeva. Sendo assim, os resultados com a pesquisa foram favoráveis,havendo uma diminuição de 80% nos níveis da lombalgia crônica das participantes.

Palavras-chaves: método pilates, lombalgia,dor crônica. 

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Evolução Cronológica da Coluna Vertebral com Adição das Curvaturas Lordóticas(Knoplich, 2003).Figura 2 - Formação do Ângulo Lombossacro (Cailliet, 1988).Figura 3 - Músculos Anteversores e Retroversores da Pelve (Tribastone, 2001).Figura 4 - Os Músculos que Equilibram a Pelve (Tribastone, 2001).Figura 5 – Reformer (Becker, 2003).Figura 6 - Cadillac ou Trapézio (Becker, 2003).Figura 7 - High Barrel (Becker, 2003).Figura 8 - Chair (Combo), (Becker, 2003).Figura 9 - Chair (Wunda) (Becker, 2003).Figura 10 - Equipamentos auxiliares (Becker, 2003).

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Resultados do Pré-teste no Grupo Controle.Tabela 2 - Resultados do Pré-teste no Grupo Experimental.Tabela 3 - Tabela 3 - Resultados do Reteste no Grupo Controle.Tabela 4 - Resultados do Reteste no Grupo ExperimentalTabela 5 - Comparação do Pré-teste e o Reteste do Grupo ControleTabela 6 - Comparação do Pré-teste e o Reteste do Grupo Experimental. 

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Escala Comportamental; Avaliação Unidimensional da Dor (Serrano, 2003).

Page 2: Artigo+Pilates

5/16/2018 Artigo+Pilates - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/artigopilates 2/45

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 - Resultados do Pré-teste no Grupo Controle.Gráfico 2 - Resultados do Pré-teste no Grupo Experimental.Gráfico 3 - Comparação dos Pré-testes do Grupo Controle e do Grupo Experimental.

Gráfico 4 - Resultados do Reteste no Grupo ControleGráfico 5 - Resultados do Reteste no Grupo Experimental.Gráfico 6 - Comparação do Reteste no Grupo Controle e no Grupo Experimental.Gráfico 7 - Comparação do Pré-teste e o Reteste do Grupo Controle.Gráfico 8 - Comparação do Reteste no Grupo Controle e no Grupo Experimental. 

1- Introdução

O corpo humano é uma máquina maravilhosa e complexa. A partir de duas célulasprovenientes dos pais, desenvolvem-se milhões de células que formam o sangue, os ossos, os

músculos, os nervos, a pele, além de outros sistemas e órgãos. Começamos a envelhecer bemcedo. A vitalidade física começa a decrescer por volta de 20 anos e depois continua num ritmomuito mais rápido, dependendo da mudança de hábitos do indivíduo à medida que envelhecem(Allsen; Harrison; Vance, 2001).

Segundo Araújo (apud Grorayeb; Barros, 1999), um estilo de vida sedentário pode ter influência no início, no desenvolvimento e na recuperação de vários problemas vasculares emetabólicos. Em contrapartida, a atividade física regular é amplamente reconhecida comomedida capaz de diminuir os níveis de risco desses problemas.

De acordo com o mesmo autor, a atividade física traz benefícios à maior parte doscomponentes estruturais e funcionais do sistema musculoesquelético, aumentando a

capacidade funcional, e consequentemente, melhorando a qualidade de vida. Boa parte dodeclínio da capacidade funcional relacionado à idade deve-se mais a atividade física insuficientedo que a idade.

Conforme Allsen; Harrison; Vance (2001), para que a mudança de hábito ocorra comeficiência, deve-se inicialmente optar por uma atividade física prazerosa e com bons resultadosfisiológicos e psiquicosociais. Existem vários métodos de prática de exercícios para atingir umestilo de vida saudável.

O Método Pilates é um exemplo.

Pilates é um método de condicionamento físico que integra o corpo e a mente, restaura

o corpo, elimina as dores musculares, amplia a capacidade de executar movimentos,aumentando o controle, a força, o equilíbrio muscular e a consciência corporal. Trabalha o corpocomo um todo, corrige a postura e realinha a musculatura, desenvolvendo a estabilidadecorporal necessária para uma vida mais saudável e longeva. (Camarão, 2004)

Seu criador foi Joseph Humbertus Pilates, nascido em 1880 na Alemanha. Durante asua infância sempre teve uma saúde frágil e dedicou-se a melhora da sua condição física,praticando vários esportes. Foi um autodidata que aprofundou seus conhecimentos emanatomia, fisiologia e medicina tradicional chinesa desenvolvendo seu método com amplasinfluências da yoga, artes marciais e estudo do movimento dos animais. Joseph Pilates faleceuaos 87 anos com insuficiência respiratória, em conseqüência do incêndio em seu estúdio.(Abrami; Browne, 2003)

Segundo Joseph Pilates (apud Camarão, 2004), os benefícios do método Pilates sódependem da execução dos seus exercícios com fidelidades aos seus princípios, denominadoContrologia, onde a respiração, concentração, fluidez, precisão e controle do movimento,

Page 3: Artigo+Pilates

5/16/2018 Artigo+Pilates - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/artigopilates 3/45

somado ao centro de força, o abdômen, devem estar relacionados.

O método é utilizado por educadores físicos, focalizando a adaptação do indivíduo a umnovo estilo de vida através da prática de exercícios e por fisioterapeutas que trabalham areabilitação e prevenção de lesões do sistema musculoesquelético. O método pode ser aplicado

de forma interdisciplinar, visto que ambas as profissões tem objetivos em comum, que é o deproporcionar a melhoria na qualidade de vida do ser humano. (Craig, 2005)

 A prática de exercícios pode influenciar positivamente na qualidade de vida do indivíduo.Porém, um aspecto importante deve ser levado em consideração: a presença de dores crônicasnas atividades de vida diária.

Dor é uma qualidade sensorial complexa, puramente subjetiva, difícil de ser definida efrequentemente difícil de ser interpretada. É, atualmente, definida, como resposta desagradávelà estímulos associados com real ou potencial dano tecidual. É extensivamente influenciada por ansiedade, depressão, expectativa e outras variáveis psicológicas. Desempenha papel de alerta,comunicando ao indivíduo que algo está errado. Gera acentuados estresses e incapacidades. É

a maior causa de afastamento no trabalho, gerando um enorme ônus para a nação (Grorayeb;Barros, 1999). 

 A dor é uma experiência sensorial e emocional desagradável, podendo ser consequentea estímulo virtual ou potencial lesivo aplicado aos nociceptores (dor nociceptiva ou somática), àlesão do sistema nervoso (dor por injúria neural, neuropática), a fenômenos da naturezapuramente psíquica (dor psicogênica) ou a uma associação desses mecanismos. É,essencialmente, uma manifestação subjetiva, variando sua apreciação de indivíduo paraindivíduo. Dependendo de sua duração, pode ser classificada em aguda ou crônica (Guyton;Hall, 1996).

Dor aguda: é um sintoma biológico de um estímulo nocicepetivo aparente, como dano tecidualdevido á doença ou trauma. A dor pode ser altamente localizada e pode irradiar. É descrita emcaráter de pontadas e persiste enquanto houver patologia tecidual. A dor aguda tem função dealerta, é autolimitada e, geralmente, desaparece com a resolução do processo patológico. Noscasos em que o controle do processo patológico não é satisfatório, a dor pode tornar-se crônica(Guyton; Hall, 1996).

Dor crônica: é um processo de doença. Difere significativamente da dor aguda por ter duraçãomaior que o curso usual de uma doença aguda ou lesão. Essa dor pode estar associada com acontinuação da patologia ou pode persistir após a recuperação da doença ou lesão. Comoocorre na dor aguda, se a dor crônica for devido à doença orgânica, ela é efetivamente curadaao se tratar a desordem de base. Geralmente não é bem localizada e tende a ser difusa,dolorida, contínua ou recorrente (Guyton; Hall, 1996).

 A dor crônica afeta negativamente o cotidiano de uma pessoa e os fatores psiquicosociais eemocionais são influenciados. De acordo com Knoplich (2003), o estado emocional está ligadocom a atitude postural do indivíduo.

 Ainda de acordo com o mesmo autor, os problemas emocionais agem através da tensãonervosa e da tensão muscular, restringindo e agredindo as estruturas da coluna vertebraldanificadas, alterando posturas corporais.

 A boa postura está associada com a saúde e vigor físico e, obviamente, a má postura comdoença e mal-estar. A má postura está ligada a fatores musculares inadequados, posiçõesinadequadas, repetitivas, de trabalho ou repouso, que, com o passar dos anos, podem causar distúrbios musculoesqueléticos. (Gaiarsa, 1988)

Segundo Feldenkrais (apud Knoplich, 2003), os maus hábitos e vícios de postura podemlevar as dores nas costas, em qualquer lugar, desde o pescoço até o final da coluna vertebral.

Page 4: Artigo+Pilates

5/16/2018 Artigo+Pilates - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/artigopilates 4/45

Nesta pesquisa será dado ênfase a dor na região lombar, cuja a denominação é lombalgia.

De acordo com Cailliet (1988), a lombalgia é a dor que ocorre nas regiões lombares inferiores,lombossacrais ou sacroilíacas da coluna lombar. Ela pode ser acompanhada de dor que seirradia para uma ou mais nádegas ou para as pernas na distribuição do nervo ciático.

Os fatores que levam ao início da dor lombar, bem como a natureza e a duração da dor,propiciam importantes pistas para a busca da provável causa.

 A lombalgia pode ser causada por esforços repetitivos, excesso de peso, pequenos traumas,condicionamento físico inadequado, erro postural, posição não ergonômica no trabalho (essa é acausa mais comum para a torção e distenção dos músculos e ligamentos que causamlombalgia), osteartrose na coluna, osteofitose e osteoporose, lesão e degeneração do discointervertebral, caracterizando hérnia de disco. (Greve; Amatuzzi, 1999)

 A classificação da lombalgia é em aguda e crônica. Ambas podem ser altamente incapacitantepara as atividades da vida diária, do trabalho, do lazer e do esporte. Tornam-se mais complicada

se há concomitância de fatores predisponentes, como defeitos de posturas, alterações dasvértebras, degeneração dos discos e fraquezas musculares. (Knoplich, 2003)

Lombalgia aguda: é uma dor de início súbito, seguido de injúria no local, de curta duração, dedor intensa e obriga a pessoa adquirir posição antálgica. (Knoplich, 2003)

Lombalgia crônica: tem o início impreciso, é menos intensa, com períodos de melhora e piora.(Knoplich, 2003)

 A lombalgia deve ser tratada direcionando o alívio das causas e pode incluir perda de peso,exercícios para melhorar o tônus e a resistência musculares e melhora da postura. Atividadefísica é benéfica e as pessoas que praticam diminuem o grau de dor mais rápido e têm menores

chances de recidivas futuras. (Greve; Amatuzzi, 1999)

Objetivo principal do tratamento das lombalgias crônica, é a correção postural, através dealongamentos e o fortalecimento dos músculos abdominais (Kisner; Colby, 1992).

Com aplicação do método pilates, a pessoa estará se exercitando, melhorando seucondicionamento físico, sua postura e adotando um estilo de vida saudável, proporcionandobem-estar físico e mental. (Dillman, 2004)

Diante disso, esta pesquisa experimental visa detectar os efeitos do método Pilates emmulheres com lombalgia crônica. 2- Revisão Literária

2.1 Método Pilates

Estando 50 anos a frente de seu tempo, o método pilates atingiu seu sucesso somente a partir da década de 1990 e no início do século 21. Faz sentido, já que a atual tendência do exercíciofísico é a busca de qualidade de vida através de soluções holísticas, que harmonizem corpo emente (Craig, 2005).

 A teoria e prática do método pilates ficou bem explicada pelo próprio criador, Joseph HumbertsPilates, em seu livro Return to Life Trought Contrology, no qual definia a sua técnica como a

completa interação entre corpo, mente e espírito. Uma de suas máximas era: “Nem muito pouco,nem em excesso” (Camarão, 2004).

Page 5: Artigo+Pilates

5/16/2018 Artigo+Pilates - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/artigopilates 5/45

O pilates é um método revolucionário que fortalece e alonga o músculo sem causar qualquer lesão à pessoa que pratica. Não são feitos exercícios localizados. A cada aula, o corpo como umtodo é trabalhado (Becker, 2003).

Segundo Joseph Pilates (apud Camarão, 2004): “Estes exercícios são o que as pessoas vão

querer e precisar no novo milênio” . Com o passar do tempo e o progresso da tecnologia, a vidade todos nós se tornou menos ativa e consequentemente menos sadia. Muitas pessoas têm esteconhecimento e buscam atividades físicas que lhe dêem prazer e resultados e que garantamuma vida de melhor qualidade e bem estar, embora ainda haja muitas pessoas sedentárias eque não se preocupam com estes fatores.

É um método de condicionamento físico e mental, com exercícios de baixo esforço, de formageral, usando diferentes aparelhos e equipamentos, como o objetivo de fortalecer e alongar amusculatura corporal, resultando na melhora da postura e da forma corporal (Fernandez, 2006)

De acordo com Joseph Pilates (apud Abrami; Browne, 2003), o condicionamento físico atingidono método pilates caracteriza-se pela obtenção e manutenção de um corpo uniformemente

desenvolvido, que nos permite executar tarefas diárias de maneira mais fácil e natural. Aintegração entre corpo e mente ocorre na medida em que esse condicionamento adquirido fazcom que realizemos nossas atividades com prazer e entusiasmo.

“É a mente que constrói o corpo”. Já dizia Frederich Von Shiler, poeta e filósofo alemão (apud Camarão, 2004). O corpo treinado e controlado de forma ativa através da mente. A meta deJoseph Pilates era tornar as pessoas mais conscientes de si mesmas, transformando o corpo ea mente numa entidade única.

Segundo Joseph Pilates (apud Craig, 2005), forçar o corpo em posições desequilibradas ou emfortes tensões, empurrando ou carregando o corpo em sucessivos movimentos até a exaustão éigual a executar exercícios artificiais.

 A filosofia central de Joseph Pilates era: a percepção da capacidade física, a correção dosdesequilíbrios e fraquezas e a realização dos movimentos com economia de energia (Dillman,2004). 

2.1.1- Histórico de Joseph Humberts Pilates

Joseph Humbertus Pilates nasceu em 1880, nos arredores de Düsseldorf, na Alemanha. Desdecriança muito doente, teve raquistismo, febre reumática e asma. Para superar sua debilidadefísica resolveu dedicar-se a esportes como ginástica, esqui, boxe e luta romana, para adquirir força muscular e corpo saudável. Aos 14 anos, já exibia invejável boa forma e dedicou-se aofisiculturismo chegando a posar para cartazes de anatomia (Panelli, 2006).

Segundo Dillman (2004), em 1912, Pilates mudou-se para a Inglaterra, onde exerceu váriasatividades: lutador de boxe, performance em circo e instrutor de autodefesa. Quando a PrimeiraGuerra Mundial (1914-1918) explodiu, Pilates, por ser alemão, foi confinado em um campo deprisioneiros, com outros compatriotas. Nesse período ele desenvolveu exercícios para manter asi e aos companheiros saudáveis. Usou as camas e outros artefatos para construir os protótiposdos aparelhos, que são encontrados ainda hoje nos estúdios de pilates. Anos depois, pilatesatribui a esses exercícios a sobrevivência dos prisioneiros que não pegaram a epidemia deInfluenza em 1918, que matou milhares de ingleses. Foi também o excelente condicionamentofísico que os protegeu, inclusive, de outras doenças comuns em locais onde existe uma grandeconcentração de pessoas em condições desfavoráveis.

No final da guerra, Pilates voltou à Alemanha, onde continuou a desenvolver seu método, quechamou a atenção, em primeiro lugar, de membros do mundo da dança, como Rudolf VonLaban, Martha Graham e George Balanchine. Mas, quando foi chamado para treinar a nova

Page 6: Artigo+Pilates

5/16/2018 Artigo+Pilates - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/artigopilates 6/45

polícia da Alemanha, com seu método, Pilates resolver sair do país e escolheu os EstadosUnidos para viver (Abrami; Browne, 2003).

Isso, em 1926, no navio, indo para Nova York, conheceu a enfermeira Clara, e logo descobriramafinidades: o interesse pela saúde e em como manter o corpo saudável. Mais tarde acabaram se

casando. Durante a viagem, eles resolveram que iriam abrir um estúdio de fitness juntos, o qualveio a ser instalado no mesmo prédio de bailarinos famosos no New York City Ballet (Becker,2003).

Na América, o método criado por Pilates continuou atraindo bailarinos, por complementar otreinamento tradicional deles. Mas também caiu no gosto de atores, atrizes, atletas, socialites epessoas comuns, todos querendo praticar o único método que fortalece o corpo, sem deixá-loexcessivamente musculoso (CDOF, 1999).

Craig (2005) afirma que o método original trabalhava com a retificação da coluna, contração doabdômen, dos glúteos e do assoalho pélvico, que Pilates chamava de Power House. Ele diziaque todo movimento deve sair do abdômen. Estava correto. Só que, a partir do momento em

que faz uma retificação de coluna, você está forçando a sua fisiologia. Com a evoluçãocientífica, o Pilates moderno não trabalha mais com a coluna retificada, procura preservar erestaurar as suas curvas fisiológicas, com a posição neutra da coluna.

Pilates estava 50 anos à frente de seu tempo. A definição de Pilates para o condicionamentofísico ideal é: obtenção e a manutenção do desenvolvimento uniforme do corpo, da saúdemental e ser capaz de executar com facilidade, naturalidade e espontaneidade nossas váriastarefas diárias (Camarão, 2004).

2.1.2- Criação do Método

O alemão Joseph Pilates passou a sua infância e parte da sua adolescência lutando contra suasaúde frágil. Sua determinação levou a transformar-se em atleta praticante de váriasmodalidades esportivas (Mamber; Sgarioni, 2002).

Mas ao mesmo tempo em que se exercitava, o jovem Pilates passou a se interessar pelaanatomia e fisiologia humana, em especial a musculatura corporal.

Pilates estudou as várias formas de movimento, tanto ocidentais quanto orientais, incluindoyoga, zen. Foi buscar inspiração inclusive nas técnicas Gregas e Romanas. As combinações detodas essas práticas o tornaram capaz de mais tarde formular seu método (Craig, 2005).

No período que deflagrou a 1ª Guerra Mundial e Pilates ficou detido, aplicou seu método de

ginástica aos outros internos, que desenvolveram a musculatura, ficaram mais fortes e nãoforam contaminados pela epidemia da época. Pilates aplicou também seu método em pessoasmutiladas, incapacitadas e enfermas. Para isso adaptou as camas e as cadeiras da enfermaria,desenvolvendo máquinas que ajudaram na reabilitação dessas pessoas. Aquelas máquinas sãomodelos dos equipamentos usados até hoje (Panelli, 2006).

Portanto, o alemão Joseph Pilates criou um método revolucionário de se exercitar, integrandocorpo, mente e espírito.

2.1.3- Princípios

Segundo Joseph Pilates (apud Camarão, 2004), os benefícios do método pilates só dependemda execução dos exercícios com fidelidade aos seus princípios.

Page 7: Artigo+Pilates

5/16/2018 Artigo+Pilates - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/artigopilates 7/45

O método pilates é a fusão da abordagem oriental e ocidental. Através das técnicas orientaisque visam o relaxamento, respiração, concentração, controle e flexibilidade somados a técnicaocidental visando a ênfase no movimento com força. Surgiu então a essência dos princípios dométodo pilates (Craig, 2005).

 A mente molda o corpo e o corpo bem preparado dá condição da mente transcender. Que por sua vez geraria um corpo ainda melhor. Estes conceitos orientais e a necessidade dofortalecimento corporal e as definições e contornos musculares, visão ocidental, fez com queJoseph Pilates definisse os seis princípios básicos do seu método, denominado Contrologia(Abrami; Browne, 2003).

 A execução de qualquer movimento tem início na ativação do centro de força, que através darespiração e concentração, somado ao controle, a precisão e fluidez realizam o exercício comperfeição (Peixoto; Ribamar, 2002). 

2.1.3.1- Concentração

Seu corpo e sua mente trabalham juntos. A cada movimento realizado você se concentra no quee como está fazendo o exercício. Desenvolve maior consciência do espaço que você ocupa e oque você está fazendo com cada parte do seu corpo (Craig, 2005).

 A concentração em cada movimento do seu corpo evita que os exercícios sejam realizados deforma automatizada e repetitiva. 

2.1.3.2- Respiração

 A respiração é o grande diferencial para se obter um resultado profundo com os exercícios do

pilates. A respiração eficiente está diretamente ligada à saúde. Ela estimula as células, aumentaa oxigenação do sangue, elimina os gases nocivos e, junto com os exercícios, ajuda a relaxar osmúsculos, diminuindo o nível de tensão, ajudando no controle dos movimentos (Camarão,2004).

Inspire pelo nariz e expire pela boca. Na inspiração você leva o ar para a parte lateral da suacaixa torácica; na expiração você ativa o transverso abdominal, usando a imagem do umbigocolado a sua coluna. Essa contração deverá ser mantida durante todos os exercícios, ajudandona estabilização da região lombar e pélvica (Craig, 2005).

Respire o mais profundo e consciente possível. A respiração está ligada a concentração. 

2.1.3.3- Centro de Força

É formado pelo abdômen, região lombar e as nádegas. São responsáveis pela sustentação dosórgãos internos, da coluna e pela postura (Dillman, 2004).

Segundo Abrami; Browne (2003), o ponto focal do método pilates é o centro de força. Parainiciar qualquer exercício, deve ser ativado o centro de força para a estabilização do tronco. Ofortalecimento é uma conseqüência natural no método.

Os exercícios devem ser feitos com postura correta para que possa restaurar seu equilíbriomuscular, devolvendo ao corpo, maior mobilidade e um funcionamento saudável. O métodorestabelece as curvaturas fisiológicas da coluna acionando o centro de força. (Peixoto; Ribamar,2002).

Page 8: Artigo+Pilates

5/16/2018 Artigo+Pilates - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/artigopilates 8/45

 A respiração e a concentração estão diretamente ligadas com a ativação do centro de força. 

2.1.3.4- Controle ou Coordenação

O controle é fundamental para a eficiência, eficácia e a segurança na execução dos exercícios.

Se o exercício for do nível avançado e não for capaz de executá-lo até o fim com perfeição, estedeve ser fragmentado para níveis iniciais de aprendizado, conforme orientação de instrutor capacitado, para que possa ser praticado com excelência como determina o Método Pilates(Craig, 2005).

O movimento deve ser controlado e coordenado pela mente, justificando a ligação com aconcentração. O controle do movimento o torna harmonioso, sem sobrecargas e compensaçõesmusculares (Camarão, 2004). 

2.1.3.5- Precisão

O controle está diretamente ligado com a precisão.

 A precisão é a perfeita comunicação entre a mente e o corpo. É a mente com total controlesobre o corpo e os dois trabalhando simultaneamente (Dillman, 2004).

Segundo Craig (2005), a precisão define a perfeição do movimento. Para isso é necessário queo centro de força esteja acionado, que o praticante esteja concentrado e com total controle docorpo.

 A execução de movimentos precisos inicia com um bom alinhamento corporal e posicionamento

postural. Dessa forma, os músculos corretos estão sendo ativados e o desenvolvimento damusculatura e do corpo em geral estão equilibrados. (Abrami; Browne, 2003). 

2.1.3.6- Fluidez

Fluidez, harmonia e beleza: esta tríade define o que devemos buscar ao executar osmovimentos durante a prática do método pilates (Camarão, 2004).

Os movimentos devem ser executados harmoniosamente, no ritmo respiratório, de forma lenta,com leveza e com o máximo de amplitude articular (Barreto, 2006).

Segundo Joseph Pilates (apud Craig, 2005): “Não interessa o que você faz e, sim, como vocêfaz”.

Sendo assim, o método pilates deve ser praticado com foco voltado aos princípios de JosephPilates.

2.1.4- Objetivo 

O Método Pilates é um programa de condicionamento corporal que promove a harmonia entre ocorpo e a mente (Souza, 2006).

O objetivo principal do método é proporcionar aos seres humanos um aprofundamento nacompreensão de seus corpos. Desse modo, todos poderão usá-los de forma mais eficiente,

Page 9: Artigo+Pilates

5/16/2018 Artigo+Pilates - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/artigopilates 9/45

aprimorando seu desempenho nas atividades de vida diária e profissional (Bergamo; Hayashida,2003).

 Alcançar o condicionamento físico ideal está relacionado diretamente com a prática de umaatividade física, assim como a nutrição e controle de peso, a composição corporal a resistência

cardiovascular (Allsen; Harrison; Vance, 2001).

Portanto, o Método Pilates é uma opção de treinamento que contribui no processo para alcançar um estado de condicionamento físico.

 A capacidade de trabalhar com vigor e prazer sem se sentir cansado indevidamente, e adquirir um estilo de vida que produza saúde e felicidade é um dos objetivos do Método Pilates (Craig,2005).

2.1.5- Indicação e Contra-Indicação

 A vantagem do método pilates está no fato de ser um sistema que atende à realidade depraticantes de qualquer idade, sexo ou nível de aptidão, dando bons resultados se a pessoa for um completo iniciante, um amador de exercícios físicos ou mesmo um atleta profissional(Dillman, 2004).

Segundo Camarão (2004), independente da idade, qualquer pessoa pode ser beneficiada comeste método que melhora a qualidade de vida e oferece resultados rápidos. Mas para obter osbenefícios do Pilates é preciso ser disciplinado.

De acordo com Abrami; Browne (2003), o interessante é que a atividade possa ser desenvolvidaatendendo as necessidades específicas de cada praticante. Os exercícios são adaptadosconforme as condições físicas do praticante, não havendo contra indicações. Há os exercícios

que podem ser evitados, mas existem outros que se encaixam nas necessidades físicas dopraticante. Cada praticante é visto como um ser diferente, não há um programa rígido que deveser seguido a todos que entram no estúdio. As aulas são adequadas com o biotipo, estado decondicionamento e a capacidade do praticante.

Para alguns praticantes, o respeito aos seus limites de esforços físicos é importantíssimo. Ointeressante é que não sintam o corpo desgastado por uma atividade física extenuante, onde osmúsculos são sobrecarregados. O ideal a esse público é sentir os benefícios do treinamento emsua flexibilidade, postura, força, alívio das dores crônicas de forma agradável (Tribastone, 2001).

Já outros praticantes, acostumados a exercícios fortes e a esportes de ação, a princípioestranham a leveza e fluidez dos movimentos do Método Pilates. Mas logo se surpreendem com

a intensidade do treinamento e com os profundos ganhos em equilíbrio, alinhamento,elasticidade, eficiência na realização de potenciais de força muscular e proteção contra lesões(Abrami; Browne, 2003).

Para Craig (2005), nas recuperações de lesões, o método apresenta características de baixoimpacto, proteção das articulações, bom estímulo à recuperação de tecidos musculares ecorreção da postura e respiração, além da melhora da auto-estima.

Segundo Becker (2003), este método de condicionamento corporal promove harmonia e balançomuscular em todas as idades, sem contra-indicações, condicionando e energizando seu corpoatravés dos exercícios.

Conscientizando alinhamentos e encaixes, o Método põe a coluna vertebral em prumo,sustentada por um suporte muscular central firme e eficiente, corrigindo sobrecargas indevidasem outras regiões do corpo e liberando-as para desenvolverem suas próprias potencialidades

Page 10: Artigo+Pilates

5/16/2018 Artigo+Pilates - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/artigopilates 10/45

em harmonia e com equilíbrio (Dillman, 2004).

Os exercícios podem ser praticados por qualquer indivíduo, desde atleta até o sedentário, doidoso ao adolescente, da grávida a pacientes em fase de reabilitação, podendo ser recomendado como condicionamento para prevenção de lesões (Barreto, 2006).

Segundo Joseph Pilates (apud Camarão, 2004), o método deve ser aplicado em crianças a partir de 12 anos de idade por acreditar que crianças mais jovens, não apresentam capacidade ematuridade para concentração suficiente para a execução dos exercícios.

 Antes de iniciar qualquer tipo de atividade física, o ideal é que seja procurado um médico paraser feito uma avaliação. Isso é fundamental para evitar riscos que comprometam a saúde dopraticante, a qualidade na execução do método e o profissional que está aplicando a atividadefísica (Craig, 2005).

2.1.6- Aplicação

Em aproximadamente 500 exercícios realizados no solo ou nos aparelhos criados por JosephPilates, o método visa à obtenção de ótimo condicionamento físico através do desenvolvimentouniforme de corpo e mente, de forma que qualquer ser humano seja capaz de executar todas assuas tarefas e ocupações diárias com facilidade, naturalidade e espontaneidade (Abrami;Browne, 2003).

 A prática do método é baseada em exercícios rítmicos de força e alongamentos e com bastantestrabalhos concêntricos e excêntricos de abdômen e músculos lombares.

Os exercícios são executados sempre de forma ativa pelo praticante, nada passivamente.

O praticante controla os equipamentos executando os exercícios e assim fortalece, alonga emassageia o corpo, evoluindo de acordo com a capacidade individual. Durante os exercícios, asmolas dos aparelhos, as cordas, os elásticos e os acessórios proporcionam assistência eresistência aos movimentos. Os aparelhos facilitam e reeducam o movimento (Becker, 2003).

Muitos dos exercícios foram baseados nas técnicas do Hatha Yoga, exercícios gregos eromanos e a respiração profunda eliminam a tensão e aumenta a histamina no organismo(Craig, 2005).

 Ao iniciar as aulas, o praticante passa por uma anamnese, avaliação física e então os exercíciossão planejados de acordo com as necessidades físicas e interesses do cliente (Camarão, 2004).

Há três níveis de aprendizado: básico, intermediário e avançado. Todos os exercícios podem ser modificados e segmentados para adequar com as condições do praticante. Após perfeitaexecução os exercícios vão evoluindo acompanhando a sincronia da mente e do corpo (Abrami;Browne, 2003).

Segundo Camarão (2004), as aulas são intercaladas com exercícios no solo e nosequipamentos, começando com solturas das articulações, é uma espécie de espreguiçar, e sãofinalizados com um relaxamento.

Para Dillman (2004), o ambiente deve ser confortável, agradável e atrativo. Deve-se ter umamúsica relaxante, temperatura ideal, nem muito calor e nem muito frio, a sala sempre muitolimpa e higienizada, os materiais organizados.

 A sala deve ter um espelho para que durante a execução dos exercícios o praticante possa

Page 11: Artigo+Pilates

5/16/2018 Artigo+Pilates - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/artigopilates 11/45

corrigir a postura, ajudando a criar ou melhorar a consciência corporal (Tribastone, 2001).

O praticante deve usar roupa apropriada, de malha que facilite a sua mobilidade, sem calçados,usando apenas meias (CDOF, 1999).

Os exercícios devem ser efetuados em média de 06 a 08 repetições, ou seja, baixas repetiçõese alta concentração, pois o que se busca não é a massa física, mas sim a execução de formalenta, para que se tenha tempo de organizar o tronco, trabalhando a musculatura de formapensada. Segundo Joseph Pilates (apud Camarão, 2004), a quantidade ideal de exercícios nãoé nem muito pouco, nem em excesso, diz ainda que não interessa a quantidade de repetições,mas a qualidade da execução.

 A variedade de exercícios possibilita as poucas repetições das séries, a diversificação duranteas aulas, que devem ser realizadas no mínimo duas vezes na semana, evitar a monotonia,podendo adaptar os exercícios a qualquer pessoa. A prática é livre de impactos e não causasobrecarga, o que torna rara a ocorrência de lesões e de dores musculares. É imprescindível ocontrole dos movimentos e a individualidade no trabalho (Craig, 2005).

Durante a aplicação dos exercícios é comum por parte do professor o uso de figuras deimagens, visando facilitar o entendimento do aluno para que este associe com o seu corpo epossa executar os exercícios perfeitamente. Exemplo usado para acionar a musculaturaabdominal é pedindo para o praticante imaginar o teu umbigo encostando-se à região lombar (Abrami; Browne, 2003).

Os exercícios devem ser praticados de forma agradável, relaxante e com facilidade naexecução, já que devem ser modificados para adaptar as necessidades do praticante. Portanto,a execução não pode causar dores, exaustões, grandes tensões e nem sobrecargas. O alunotem que sentir prazer em praticar o método. Jamais a conseqüência do dia seguinte deve ser ador muscular, fadigas e aumento do estresse. Por isso o aluno deve estar bem instruído e nãopraticar o método em grupos maiores de 04 pessoas. O ideal é a individualidade noatendimento, pois o comando verbal, através das figuras de imagens e o contato manual naregião que deve ser acionada a musculatura garantem a qualidade e precisão na execução dométodo (Dillman, 2004).

Porém, a garantia da eficiência do método pilates está na execução dos exercícios seguindo osseus princípios básicos, a contrologia.

 A aplicação do método só tem resultado com a fidelidade aos seus princípios (Camarão, 2004).

2.1.6.1- Dicas para Instruir a Prática dos Exercícios de Forma Perfeita

 As instruções de um profissional capacitado interferem diretamente na execução dos exercícioscom perfeição (Craig, 2005).

 A fidelidade aos princípios e a perfeita execução garante os resultados do método pilates e odiferencia dos demais modos de praticar uma atividade física (Abrami; Browne, 2003).

Segundo Camarão (2004), segue algumas dicas para que o praticante seje bem orientado àalcançar a perfeição dentro dos seus limites.

1. Respeite os limites do seu corpo;

2. Pare imediatamente ao sentir dor. Modifique o movimento para continuar ou pule esteexercício. Caso a dor persista, procure o médico;

Page 12: Artigo+Pilates

5/16/2018 Artigo+Pilates - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/artigopilates 12/45

3. Pilates é a qualidade de movimento, e não a quantidade. Faça menos repetições;

4. Procure a perfeição em cada movimento;

5. Execute movimentos com precisão;

6. Respeite sempre o número máximo de 08 repetições;

7. Faça os exercícios lentamente e com controle para ganhar força e resistência muscular;

8. Faça os movimentos de forma relaxada, com graça e fluidez;

9. Concentre-se nos movimentos que está executando;

10. Busque a integração do seu corpo com sua mente;

11. Respire a cada movimento;

12. Mantenha sempre seu abdômen profundamente contraído. Imagine seu umbigo cada vezmais colado à sua coluna;

13. Verifique se você está fazendo os exercícios com a postura correta;

14. Mude de nível somente após executar os exercícios do nível em que está com facilidade.

2.1.7- Benefícios

O método oferece um programa de exercícios que estimulam a circulação e oxigenação dosangue, melhora o condicionamento físico geral, a flexibilidade, a amplitude muscular e oalinhamento postural adequado. Além disso, promove melhoras nos níveis de consciênciacorporal, da coordenação motora e do controle muscular (Souza, 2006).

Todos esses benefícios citados ajudam a prevenir e reduzir o risco de lesões e proporcionam oalívio das dores (Dillman, 2004).

Segundo Camarão (2004), para a coluna vertebral, o método fortalece, alonga e equilibra toda amusculatura, alinhando e descomprimindo tensões. Ajuda aliviar pinçamentos e compressões dedisco, o que facilita a circulação de sangue nessas regiões.

Os exercícios são executados com estabilização da pelve e a coluna em posição neutra, econforme Craig (2005) o respeito as curvaturas fisiológicas, é importante para que a musculaturatenha ganhos com o alongamento, fortalecimento e equilíbrio, proporcionando um perfeitoalinhamento corporal.

Com a certeza, de que os músculos devem ser fortes e flexíveis para se manterem bonitos esaudáveis, o método pilates através dos seus exercícios, fortalece os músculos fracos, alongaos encurtados e aumenta a mobilidade das articulações. Movimentos fluentes são feitos sempressa e com muito controle para evitar estresse. O alinhamento postural é importante em todosos exercícios ajudando na melhora da postura global do indivíduo (Bergamo; Hauashida, 2003).

O método proporciona ainda uma melhoria no desempenho sexual e na incontinência urinárias,

pois trabalha a musculatura do assoalho pélvico (Craig, 2005).

O diferencial do método está na visão holística do seu criador, de mente sã e corpo são. Através

Page 13: Artigo+Pilates

5/16/2018 Artigo+Pilates - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/artigopilates 13/45

disso, o praticante se beneficia da integração do corpo e da mente, do condicionamento mental,do alívio do estresse e dores crônicas, melhora da auto-estima, da conscientização corporal,promovendo o relaxamento (Mamber; Sgarioni, 2002).

 Através da respiração, a capacidade respiratória e mobilidade da caixa torácica e diafragmática

melhoram (Campignion, 1998).

O método promove o auto-conhecimento e a harmonia dos movimentos necessários para aqualidade nas atividades da vida diária, proporcionando um estilo de vida saudável.

2.2- Aspectos Anatômicos da Região Lombar 

 A função do segmento lombar é o de sustentação da cabeça, membros superiores e tronco,movimento, além de proteção da medula espinhal. A coluna lombar é composta por 05 vértebrasarticuladas entre si pelo disco intervertebral e por 02 pares de articulações interapofisárias. Ocorpo vertebral ocupa a porção ventral da coluna e se articula com o adjacente através da

interposição do disco intervertebral (Greve; Amatuzzi, 1999).

O disco intervertrabral é composto por um núcleo pulposo e externamente pelo o anel fibroso. Amatriz do núcleo pulposo contém aproximadamente 80% lâminas fibrocartilaginosas dispostasem diferentes direções. A perfeita integridade do disco é fundamental para a biomecânica dacoluna, pois participa da sua estabilização e flexibilidade e, juntamente com o corpo vertebral,resiste às forças de compressão (Rasch; Burke, 1977).

 A conformação do disco intervertebral também participa da gênese da lordose lombar devido amenor altura de sua porção posterior. Para a estabilidade do compartimento anterior da coluna,concorrem os ligamentos longitudinais anterior e posterior, que recobrem respectivamente a faceanterior e posterior do corpo vertebral, e do disco intervertebral (Greve; Amatuzzi, 1999).

 As articulações interapofisárias são diartrodiais, possuindo cartilagem, membrana sinovial elíquido sinovial. São estabilizadas pelas cápsulas articulares e por ligamentos. Tem a função deorientar e limitar o movimento da coluna, o que é feito de acordo com a direção de suas facetasarticulares (Sobotta, 1995).

O arcabouço ósseo e o disco intervertebral dão forma ao canal vertebral, que contém e protegea medula espinhal, raízes nervosas e sua meninge, e aos forames intervertebrais, trajetos dasraízes. O canal é recoberto anteriormente pelo ligamento longitudinal posterior e posteriormenteo ligamento amarelo (Kapandji, 2000).

Eminências ósseas (um processo espinhoso e dois transverso por vértebra) ancoram oligamentos e músculos e são submetidas a forças de tração. Encontram-se ai o ligamento supra-espinhoso, que recobre longitudinalmente os ápices dos processos espinhosos, e os processosintertransversos adjacentes. A musculatura participa importantemente da estabilização e formada coluna e é responsável pelos movimentos de flexão, extensão, lateralização e rotação(Kendal, 1995).

Segundo Greve; Amatuzzi (1999), a coluna lombar é irrigada pelas artérias segmentaresoriundas da aorta. A drenagem venosa depende das veias vertebrobasilares e intercostais eplexos venosos. A inervação se faz por ramos dos nervos espinhais: nervos meníngeosrecorrentes e ramos da divisão primária posterior. A nocicepção origina-se de terminaçõesnervosas livres localizadas no periósteo, cápsulas articulares, anel fibroso, vasos sanguíneos,músculos e ligamentos.

Page 14: Artigo+Pilates

5/16/2018 Artigo+Pilates - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/artigopilates 14/45

2.3- A Postura Ereta

 A posição ereta bípede do homem resultou da evolução da espécie em milhões de anos daseleção natural, segundo a concepção darwiana, pela qual as espécies que apresentavamvariações favoráveis são preservadas e as que apresentam mudanças desfavoráveis tendem a

ser destruídas (Knoplich, 2003).

O homem é da família dos primatas, que inclui, entre outros, os macacos, e é de aparecimentotardio na evolução, estando incluída na classe dos mamíferos.

Os primeiros mamíferos apareceram na terra 90 – 50 milhões de anos atrás, depois da quedados répteis e eram pequenos comedores de insetos que, graças aos seus membros móveis,podiam se manter na água e se arrastar na terra. A pronação, desenvolvida durante a vidaaquática, já era natural para eles, e com o passar do tempo se adaptaram a subir em objetos nochão e em árvores. Gradualmente, os membros posteriores se adaptaram para sustentar o pesodo corpo, as mãos para apanhar comida e segurar objetos interessantes para melhor examina-los (Knoplich, 2003).

Nesse período, os mamíferos tiravam a sua alimentação das árvores altas, e assim tinham dedesenvolver agilidade e destreza. Através da seleção natural, da sobrevivência do mais apto,ocorreu que os olhos se deslocaram mais para a frente, permitindo uma visão tridimensional, emprofundidade, e com isso o cérebro foi aumentando de tamanho, até atingir seu ápice nosmacacos, que correspondem na evolução da espécie aos seres que surgiram há milhões deanos atrás (Cailliet, 1988).

Os cinco dígitos se desenvolveram em cada um dos membros, que posteriormente se tornarammóveis; surgiu a clavícula, que serviu de suporte, quando os braços se moviam lateralmente(Rasch; Burke, 1977).

Segundo Erhast (1996), talvez por condições climáticas desfavoráveis, as vegetações altasdiminuíram e desenvolveu-se a vegetação rasteira, e esses macacos tiveram de competir comanimais quadrúpedes, rápidos e adaptados por milhões de anos à tarefa de caçar e comer carne. Outra vez sob a pressão da seleção natural, nossos ancestrais tiveram que adotar umapostura mais ereta, para continuar apanhando a alimentação vegetariana nas árvores e melhor se defender, para caçar, para comer e digerir a carne.

 A adoção da postura ereta esteve associada à libertação dos membros superiores da locomoçãopara a fabricação de objetos e instrumentos de caça, além de aumentar o campo de visão(Knoplich, 2003).

Devido a necessidade de apreensão dos galhos para se alimentar, o polegar ficou afastadosdos outros dedos, o mesmo ocorrendo com os pés. A medida que o homem foi deixando as

árvores e passando a andar no chão, o grande artelho dos pés foi perdendo essa função deapreensão e passou a colaborar no equilíbrio do corpo e, na evolução de milhões de anos, veiospara frente como os outros dedos, como atualmente (Knoplich, 2003).

Quando o homem ficou apoiado sobre os dois pés, a função da pélvis ficou mais complexa,porque teve que sustentar todo o peso do corpo. De início houve a necessidade de aumentar aeficiência do assoalho pélvico. O glúteo maior se deslocou para trás da articulação do quadrilpara se tornar extensor, tornando-se assim possível a posição ereta e o andar (Rasch; Burke,1977).

Uma grande adaptação muscular ocorreu na região lombar para manter a posição ereta. Osmúsculos que ligam a coluna lombar com o fêmur, iliopsoas, permaneciam encurtados para

manter a flexão do quadril na posição quadrúpede. Estes tiveram que se estender para amanutenção da posição bípede. O mesmo ocorreu com os isquiotibiais. Tiveram que agir para

Page 15: Artigo+Pilates

5/16/2018 Artigo+Pilates - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/artigopilates 15/45

manter o tronco para trás, ereto, pois vivia flexionado para frente (Cailliet, 1988).

Os paravertebrais se tornaram um importante músculo antigravitacional, assim como glúteomáximo, tríceps sural, tibial anterior, quadríceps, iliopsoas, abdominais e flexores do pescoço(Kapandji, 2000).

Portanto o homem adquiriu uma postura bípede, mudando o centro da gravidade, e dependendodas estruturas musculares para se manter nessa posição e conseguir se movimentar. Para issoas estruturas devem estar equilibradas. 

2.3.1 A Formação da Curvatura Lordótica da Coluna Vertebral

Segundo Knoplich (2003), a posição ereta do homem só foi possível pelas modificações quesurgiram na coluna. A cabeça teve de se equilibrar na porção superior da coluna e, assim,permitir que os olhos pudessem ficar voltados para frente; a cabeça e o tronco tiveram de seequilibrar sobre os membros inferiores, por meio da cintura pélvica; e o corpo todo teve de se

apoiar no espaço ocupado pelas plantas dos pés, com isso modificando o centro de gravidade.

Essas manobras só foram possíveis pelo aparecimento das curvas lordóticas secundárias, naregião cervical e na lombossacra, e nisso desempenhou papel fundamental a massa muscular,por desenvolver uma força antigravitacional poderosa, que permitisse aos primitivos seresantropóides erguer-se do chão, adquirir a postura ereta, mantê-la e andar. Esses atos eramvoluntários, comandados pelo sistema nervoso central, e, com o passar dos séculos,transformaram-se em atos regulados pelo sistema nervoso involuntário e pelo sistema fusomuscular; ou sistema gama (Cailliet, 1988).

O feto da espécie humana encontra-se, no útero, numa posição de flexão total, com a coluna em“C” cifótica. O único músculo de inervação voluntário que está em atividade é o ílio-psoas, que

permite ao feto dar pontapés. Este, porém, não pode dar cabeçadas. Na vida pós-natal, acriança consegue, logo nas primeiras semanas, levantar a cabeça, o que é feito pela presençada musculatura antigravitacional do pescoço e resulta na formação da lordose cervical. Duranteos dois primeiros anos de vida, as vértebras lombares crescem rapidamente, com conseqüentealongamento lombar e aumento das nádegas, resultantes da posição ereta (Ascher, 1976).

 A adição das duas curvaturas lordóticas representa primariamente o efeito antigravitário dosmúsculos eretores que se desenvolvem na criança quando tenta e finalmente consegue adquirir a postura ereta em pé. As curvas lordóticas originam-se da força dos músculosantigravitacionaise a fraqueza da musculatura oposta, tal como os abdominais e os flexores dopescoço (Caillet, 1988).

Figura 1 - Evolução Cronológica da Coluna Vertebral com Adição das Curvaturas Lordóticas

(Knoplich, 2003).

Page 16: Artigo+Pilates

5/16/2018 Artigo+Pilates - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/artigopilates 16/45

 

De acordo com Roaf (apud Knoplich, 2003), a lordose lombar é causada grandemente pelaincapacidade dos flexores do quadril de estirarem-se e alongarem-se. Na posição fetal, osquadris e joelhos estão fletidos. Como os quadris se estendem para assumir a postura ereta, a

extensão das articulações coxofemurais causa tração simultânea da coluna lombar através dainserção do psoas, causando convexidade anterior ou lordose.

O adulto ereto exibe curvas fisiológicas equilibradas. A configuração estática da coluna pode ser considerada uma “boa postura”, não cansativa e indolor para o indivíduo, que pode permanecer ereto por períodos de tempo razoáveis, e apresentar uma aparência esteticamente aceitável(Greve; Amatuzzi, 1999).

 A postura de pé é um dos alinhamentos esqueléticos aperfeiçoados como um arranjo relativodas partes do corpo em um estado de equilíbrio que protege as estruturas de suporte do corpocontra lesões ou deformidades progressivas.

2.3.2 Definição de Postura

O termo postura deriva da síncope da palavra positura que, modernizando-se, não só perdeuuma vogal, mas complicou notavelmente o seu significado original de posição, atitude ou hábitosposturais (Cailliet, 1988).

Segundo Tribastone (2001), por postura podemos entender, que é a posição otimizada, mantidacom característica automática e espontânea, de um organismo em perfeita harmonia com aforça antigravitacional e predisposto a passar do estado de repouso ao estado de movimento.Funcionalmente, pode ser considerada o conjunto de relações existentes entre o organismocomo um todo, com as várias partes do corpo e o ambiente que o cerca. Substancialmente, vai

de acordo com um complexo sistema de muitos moldes, no qual intervém, além do caráter biomecânico, um conjunto de variáveis.

De acordo com Cailliet (1988), a postura é expressão somática de emoções, impulsos eregressões. Cada um reflete, inconscientemente, no movimento exterior, a condição interior e asua personalidade. Assim, a postura é considerada uma verdadeira e própria forma delinguagem, uma vez que cada um se move assim como se sente: por exemplo, uma pessoacansada e deprimida apresenta ombros caídos, o dorso encurvado e o colo deprimido. A posturaexprime o que experimenta um organismo na situação atual, como ele a vive, e é, por isso, umaresposta global de acomodação ao ambiente, uma correlação entre os aspectos corporais ementais do comportamento.

Grorayeb; Barros Neto (1999) definem como postura, a posição do corpo no espaço que dá umbom relacionamento entre as partes, com o menor esforço, evitando fadiga. É óbvio que, comisso, pode-se admitir que existam posturas melhores e uma ideal.

Para Kendall e col. (apud Knoplich, 2003), postura é a posição do corpo que envolve o mínimode estiramento e de estresse das estruturas do corpo, e com o menor gasto energético para seobter o máximo de eficiência no uso do corpo.

Segundo Kapandji (2000), há uma aceitação geral de que, quando temos uma postura “boa” ouideal, a linha da gravidade deve passar pelos seguintes pontos: apófise mastóide, extremidadedo ombro, quadril e anteriormente ao tornozelo.

Segundo a Academia Americana de Ortopedia (apud Knoplich, 2003), a postura é usualmente

definida como o arranjo relativo das partes do corpo. Uma boa postura é o estado de equilíbriomuscular e esquelético, que protege as estruturas de suporte do corpo, os músculos e ossos,contra lesões ou deformidades progressivas, independente da atitude na quais estas estruturas

Page 17: Artigo+Pilates

5/16/2018 Artigo+Pilates - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/artigopilates 17/45

estejam trabalhando ou descansando. Sob tais condições, os músculos funcionarão maiseficientemente e posições ótimas são proporcionadas aos órgãos torácicos e abdominais. Umapostura pobre é uma relação defeituosa das várias partes do corpo, que produz um esforçoaumentado sobre as estruturas de suporte e na qual há um equilíbrio menos eficiente sobre abase de suporte.

De acordo com Feldenkrais (apud Tribastone, 2001), há também fatores orgânicos, doenças taiscomo cifose, escoliose, espondilite, coxa vara, coxartose, discartose, cujas dores obrigam apessoa adquirir uma postura viciosa para aliviá-las. E há fatores emocionais que influem napostura corporal adequada. Platão já dizia que movimentos corporais harmônicos se traduzemem satisfação mental. A consciência corporal está associada à autoconsciência mental epsíquica: em certas desordens mentais, o indivíduo dissocia a sua consciência de seu corpo epassa a mutilá-lo, como se fosse outrem.

Mello Filho (2000), afirma que o relacionamento psiquismo-corpo é, na realidade, um triploproblema:

1- Má relação consigo próprio, em relação ao seu próprio organismo e sua vida interior.

2- Má relação com a realidade física, em relação ao espaço.

3- Má relação com os outros, entrando aí a vida de relação social e sexual.

Segundo Cailliet (1988), há muitos fatores que influenciam a postura adulta, mas existem trêsque suplantam todos os outros em sua prevalência e freqüência. O primeiro é as posturasfamiliares hereditárias, tal como uma coluna dorsal cifótica, uma notável hiperlordose e outros. Osegundo são as anormalidades estruturais que influenciam a postura. Tais anormalidadespodem ser congênitas ou adquiridas, podem ser esqueléticas, musculares ou neurológicas, epodem ser estáticas ou progressivas. Mas, insidiosos em sua influência e admitidamente mais

controverso em sua aceitação é o terceiro, que revela a postura de hábito e o treinamento.

 A postura é em alto grau um hábito, e por treinamento e repetição pode tornar-se um hábitosubconsciente da postura manifestada não apenas na postura estática, mas muito também nospadrões cinéticos. A repetição de uma ação imperfeita pode resultar em uma função cinéticaimperfeita, e padrões posturais imperfeitos e repetidos podem tornar-se arraigados, assim comoo oposto, repetições de movimentos perfeitos gerando padrões posturais perfeitos (Greve; Amatuzzi, 1999).

 2.4 O Desvio Postural

Os problemas posturais têm sido considerados como um problema sério de saúde pública, tendoem vista a sua grande incidência sobre a população, incapacitando-a, definitivamente outemporariamente, de suas atividades profissionais (Allsen; Harrison; Vance, 2001).

Em se tratando de desvios da coluna vertebral, a mesma possui curvas fisiológicas, LordoseCervical, Cifose Dorsal, Lordose Cervical e Lombar. As alterações das curvas da colunavertebral são as: hipercifose, hiperlordose (Rasch; Burke, 1977).

Há diversas causas para as alterações das curvaturas fisiológicas, mas a principal é asobrecarga diária sobre um organismo anormal ou despreparado para suportar os impactos(Cailliet, 1988).

 

2.4.1 A Hiperlordose

Page 18: Artigo+Pilates

5/16/2018 Artigo+Pilates - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/artigopilates 18/45

 A lordose é a curva que se observa no perfil de uma coluna vertebral, na convexidade da regiãocervical e da região lombar.

Na coluna estática, a maioria dos estados dolorosos da região lombar podem ser atribuídos aum aumento do ângulo lombossacro, com uma conseqüente acentuação da lordose lombar.

Este aumento na lordose lombar é comumente chamado de “hiperlordose”. Pode-se afirmar comsegurança que 75% de todas as lombalgias posturais derivam desta hiperlordose (Cailliet,1988).

Segundo Farfan (apud Knoplich 2003), a lordose lombar está diretamente relacionada com aobliqüidade pélvica, que deve estar em torno de 20 graus. Se ela for superior a esse valor haverá um aumento da lordose lombar e haverá um conseqüente deslocamento do centro degravidade e realinhamento de todas as curvas para uma compensação.

O ângulo lombossacro forma-se quando a base horizontal do ângulo está paralela ao nível dosolo, e a hipotenusa do ângulo é traçada no nível da borda superior do sacro. O plano do sacroforma a base da qual parte a coluna lombar em sua ascensão, e na qual ele adquire seu estado

de equilíbrio (Cailliet, 1988).

Figura 2 - Formação do Ângulo Lombossacro (Cailliet, 1988). 

 A quinta vértebra lombar está pousada sobre o sacro como uma caixa sobre um plano inclinado.Quando o ângulo sacral aumenta, também aumenta a inclinação do plano inclinado, assim, há apossibilidade de uma ação de deslizamento da vértebra para baixo, o que constitui o aumentoda tensão de cisalhamento.

 A tensão de cisalhamento é proporcional ao ângulo de inclinação sacral e diferente para asvértebras lombares. A tensão de cisalhamento da última vértebra sobre a sacral difere dastensões de cada vértebra suprajacente. A cada nível intervertebral superior o ângulo do planoinclinado diminui, e assim a tensão de cisalhamento e sua direção também (Cailliet, 1988).

 Além do aumento do ângulo sacral, caracterizado na hiperlordose, o que poderá resultar emcisalhamento, as facetas articulares estão numa posição de frenagem do deslizamento das

Page 19: Artigo+Pilates

5/16/2018 Artigo+Pilates - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/artigopilates 19/45

vértebras e, este esforço de frenagem comprime ainda mais os revestimentos articularessinoviais (Greve; Amatuzzi, 1999).

 A dor derivada da hiperlordose, pela aproximação do segmento posterior da unidade funcional,foi atribuída em parte a choque e irritação das facetas. A aproximação articular posterior também

pode causar dor por irritação da raiz nervosa em seu ponto de emergência através do forameintervertebral, resultando na manifestação de dor na região do dermátomo. Pode ocorrer espasmo muscular na região lombar (Kapandji, 2000).

 A hiperextensão do segmento vertebral pode irritar mecanicamente a raiz nervosa, e causar dor por compressão do nervo recorrente. Esta reação pode ocorrer na presença de um disconormal, mas é comum ocorrer em associação o aumento da angulação lombossacra e umadiminuição do espaço discal posteriormente. Essa combinação pode acarretar uma protusãodiscal. O disco intervertebral protuso é caracterizado como hérnia de disco, o que provocairritação das regiões periaticulares sensíveis, principalmente o ligamento longitudinal posterior (Guyton; Hall, 1996).

O equilíbrio da cintura pélvica, o que evita compensações de modo a aumentar o ângulolombossacro, depende diretamente da ação das massas musculares que nela se inserem e quepodem induzir, entre outros, aos movimentos de anteversão e retroversão, comportando-se comum par de forças (Tribastone, 2001).

Os músculos anteversores são formados posteriormente pelos músculos lombares eanteriormente pelo retofemural e iliopsoas. Os músculos retroversores da pelve são o glúteomáximo e os extensores da coxa posteriormente e o retoabdominal anteriormente.

Figura 3 - Músculos Anteversores e Retroversores da Pelve (Tribastone, 2001). 

Se esses músculos trabalham sinergicamente contribuem pelo equilíbrio da cintura pélvica. Seprevalece a ação dos músculos anteversores, determinam um aumento do ângulo lombossacro,causando a hiperlordose lombar. Se prevalece a acão dos músculos retroversores, determinauma retificação lombar pela diminuição do ângulolombossacro (Tribastone, 2001).

Page 20: Artigo+Pilates

5/16/2018 Artigo+Pilates - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/artigopilates 20/45

Figura 4 - Os Músculos que Equilibram a Pelve (Tribastone, 2001).

 

Caillet; Daniels e col. (apud Knoplich, 2003), referem que a obliqüidade do sacro depende de umdesequilíbrio no balanço muscular entre os músculos eretores da coluna e os glúteos de umlado, e os abdominais e iliopsoas de outro; conforme o domínio de um dos dois grupos teremosa acentuação ou não da lordose.

Conforme Cailliet (1988), as lombalgias atribuídas a postura estão relacionados à hiperlordose.

2.5- A Lombalgia

 A lombalgia é a dor que ocorre na região lombar, seja de causa nervosa ou muscular, podendoser causado por estresse. É extremamente comum e, entre 65% a 80% da populaçãodesenvolverão dor nas costas em alguma etapa das suas vidas. É a maior causa deafastamento do trabalho em indivíduos abaixo de 45 anos, sendo que aproximadamente 50%das pessoas com dores crônicas retornam ao trabalho (Rezende, 2006).

De acordo com Cailliet (1988), a maioria das lombalgias atribuídas à postura está relacionadacom o aumento do ângulo lombossacro e concomitante aumento da lordose lombar.

Segundo Pericé; Riambau; Paloma (1989), a lombalgia pode ser favorecida por um desvio das

curvaturas fisiológicas.

Page 21: Artigo+Pilates

5/16/2018 Artigo+Pilates - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/artigopilates 21/45

 A lombalgia gravídica está relacionada a um aumento da lordose. O útero grávido causa umpequeno deslocamento anterior. Além disto a uma fadiga durante a gravidez que desencoraja aos bons hábitos e esforços, juntamente com uma frouxidão ligamentar hormonal que completa oquadro (Cailliet, 1988).

Conforme Doreto (2006), as dores em órgãos abdominais ou pélvicos também podem ser referidas unicamente por dor lombar, como por exemplo, cálculo renal e a tensão pré-menstrual.

O diagnóstico da lombalgia varia com a causa, pois a dor é somente um sintoma, portanto ascaracterísticas da dor serão muito importantes para o diagnóstico; como iniciou, o que melhoraou piora, se apareceu após trauma, exercícios ou movimentos bruscos, se é noturna ou diurnaou se é acompanhada de outros sintomas como febre, emagrecimento, dormência, etc.(Tribastone, 2001).

 As características da dor associada aos exames complementares devem levar ao diagnóstico eao tratamento adequado, que poderá ser a associação de medicamentos e fisioterapia, às vezescirurgia e posteriormente a prevenção das causas (Greve; Amatuzzi, 1999).

 2.5.1- Classificação

2.5.1.1- Lombalgia Aguda

 A dor aguda é relacionada temporalmente a lesão causadora, isto é deve desaparecer durante operíodo esperado de recuperação do organismo ao evento que está causando a dor (Kapandji,2000).

 Aparece uma dor intensa, brusca, geralmente enquanto a pessoa realiza um esforço. Pode

apresentar antecedentes de dor lombar pouco intensa. Na ocasião, a pessoa permanece emuma posição semiflexionada da coluna lombar, sem ser possível a extensão e nem prosseguir aflexão, já que com qualquer movimento agrava a dor (Pericé; Riambau; Paloma, 1989).

Uma primeira crise costuma desaparecer em até 05 semanas com repouso e medicaçãoanalgésica. Deve-se então iniciar a profilaxia de novas crises. Geralmente, o paciente não dáuma excessiva importância a esta primeira crise, pelo qual não adota nenhuma medida emespecial (Tribastone, 2001).

Conforme Konrad (apud Knoplich, 2003), não há limite preciso estabelecido para a duração finalda dor aguda e início da dor crônica, variando de 3 a 6 meses, limite máximo em que a maioriados autores passa a considerar como crônica.

Segundo Cailliet (1988), frequentemente, um desconforto agudo da coluna lombar não permiteum exame imediato. Apenas a anamnese pode ser feita. A vítima apresenta flexibilidadelimitada, possível escoliose com a postura antálgica, sensibilidade da musculatura na regiãolombar, e limitada elevação da perna esticada.

De acordo com Greve e Amatuzzi (1999), a dor da fase aguda diminui com medicação, repousoe fisioterapia. Nesse sentido vale observar que diz a respeito Konrad (2004), onde a dor agudapode ter duração extremamente curta, desde alguns minutos, até a algumas semanas e diminuir pela reação do próprio organismo, mas é preciso o suporte terapêutico para diagnosticar acausa desencadeante da dor.

Segundo Ghorayeb; Barros Neto (1999), a lombalgia aguda pode ser interpretada como um sinalde alerta, a crônica já no tem mais essa função. Uma dor pode tornar-se crônica por váriosmotivos, mas não tem mais a função de alerta e defesa. Esta merece uma atenção maior por 

Page 22: Artigo+Pilates

5/16/2018 Artigo+Pilates - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/artigopilates 22/45

afetar o estilo de vida das pessoas e por ter abordagem física, cultural, social e emocional.

2.5.1.2- Lombalgia Crônica

 A pessoa queixa-se de dor lombar de forma intermitente de um período de tempo que vai desdetrês meses a anos. A sensação de dor aumenta com o esforço e pelas posturas prolongadas empé. Pode apresentar uma irradiação difusa às extremidades inferiores. A evolução é lentaapresentando fases de remissão e outras que pioram podendo chegar a adotar a forma de umalombalgia aguda (Pericé; Riambau; Paloma, 1989).

Segundo Knoplich (2003), a lombalgia crônica é considerada por alguns autores aquela comduração maior que 03 meses ou que ultrapasse o período usual de recuperação esperado paraa causa desencadeante da dor. Alguns autores consideram o limite para se tornar dor crônica apartir de 06 meses.

Para Tribastone (2001), a lombalgia crônica merece maior atenção por afetar negativamente aqualidade de vida, limitar a movimentação, agilidade. Além de ter envolvimentos emocionais.

2.5.2- Etiologia

 As dores atribuídas à coluna vertebral têm mais do que 50 etiologias, porém, em cerca de 80%das vezes, a causa é praticamente impossível de determinar, com certeza. Na grande maioriados casos, a identificação anatômica precisa das estruturas que produzem a dor é muito difícilpor se tratar de uma dor difusa. Muitas das denominações como estiramento e defeitos posturaissão de difícil comprovação etiológica (Cortet et al ., apud Knoplich, 2003).

Segundo Greve; Amatuzzi (1999), pode-se admitir que a postura inadequada agrida trêsestruturas da coluna: o disco intervertebral, através das pressões intradiscais, a vértebra,

mudando-lhe a forma, e as apófises intra-articulares, que resulta na diminuição do forameagredindo a raiz nervosa.

De acordo com Cailliet (1988), há estruturas na unidade funcional da coluna lombar que podemcausar dor.

Inicialmente será feito uma análise com a coluna lombar estática, em seguida a lombalgiacausada pela irritação dos tecidos sensíveis a dor através dos movimentos da coluna lombar.

Conforme Guyton; Hall (1996), na posição estática, o disco intervertebral não é sensível à dor,portanto é livre de terminações nervosas sensitivas. A dor discal deve-se a irritação de tecidosadjacentes.

Um disco normal tem elasticidade e capacidade de recuperação rápida, que suportam aumentoda pressão interna, o que impede uma irritação edemaciada dos tecidos contíguos. Adegeneração de um disco diminui sua capacidade de recuperação e resistência ao aumento dapressão interna, permitindo a compressão dos tecidos adjacentes (Kapandji, 2000).

Para Cailliet (1988), disco degenerado é a fragmentação do anel fibroso e desidratação donúcleo pulposo, o que provoca aumento na pressão intradiscal, irritando o ligamento longitudinalposterior, o qual é sensível a dor.

O revestimento sinovial das facetas e a cápsula articular das articulações da unidade funcionalda coluna lombar são ricamente supridos por nervos sensitivos, bem como vasomotores. Sendoassim responde aos estímulos inflamatórios que resultam em inchaço e tumefação dosrevestimentos sinoviais e aumento da viscosidade do fluido sinovial, o que causa um espasmomuscular periarticular, limitando progressivamente os movimentos. A inflamação das

Page 23: Artigo+Pilates

5/16/2018 Artigo+Pilates - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/artigopilates 23/45

articulações sinoviais produz dor severa, dependendo da intensidade e extensão da inflamação(Erhast, 1996).

O espasmo muscular que acompanha a disfunção da coluna é por si só capaz de produzir dor,por causar isquemia no tecido. Segundo Knoplich (2003), os problemas emocionais (depressão,

dificuldade sexuais, ansiedade, fobias, etc) têm influência sobre a musculatura, deixando-atensa, dolorida. Esta acaba agredindo ainda mais o disco e articulações já danificadas,diminuindo o orifício e comprimindo a raiz nervosa.

Outro fator é a raiz do nervo ciático que emerge do forame intervertebral e, é sensoriomotor,sensível a dor e que causa dor no local e irradiada no seu dermátomo (Guyton; Hall, 1996).

 As causas das lombalgias cinéticas podem se dar por três maneiras básicas: (1) Tensãoanormal sobre uma coluna normal; (2) Esforço normal sobre uma coluna anormal; e (3) Esforçonormal sobre uma coluna normal, porém despreparada para esforço. A palavra normal aplicadaà tensão refere-se a um esforço razoável manipulado sem desconforto. Uma coluna dita normalrefere-se a uma coluna lombar estruturalmente sadia e funcionalmente apta (Cailliet, 1988).

Tensão Anormal sobre uma Coluna Normal

Uma coluna normal, pela contração muscular pode sustentar um peso sobreposto durante umperíodo de tempo razoável. Porém manter um peso razoável a uma distância razoável do corpopor um período de tempo muito longo causará fadiga muscular e exaustão.

Quando a contração muscular necessária para manter uma discreta flexão da coluna for exaurida, simulada pela postura profissional ao manter-se em pé flexionado por quinze minutosou mesmo sentado fletido anteriormente, o impacto de esforço recai sobre os ligamentos, quetêm a elasticidade limitada e são capazes de produzir dor. Nestas posturas há também umaumento da pressão intradiscal, que podem desencadear dor.

Os músculos eretores da coluna, assumindo uma contração isométrica poderosa, eventualmentefadigam-se, geram isquemia e também se tornam dolorosos. Essa tensão excessiva na fixaçãomiofascial do periósteo também pode causar dor (Ghorayeb; Barros Neto, 1999).

Quando a contração muscular for exaurida, o impacto do esforço cai sobre os ligamentos, e umavez que estes cedem, a tensão recai sobre as articulações, do que pode resultar em luxação.Enfim, a dor pode manifestar-se muitas vezes durante está seqüência de eventos (Cailliet,1988).

Esforço Normal sobre uma Coluna Anormal

O uso normal de uma coluna anormal implica no uso correto de uma coluna estruturalmentedefeituosa. Este defeito pode ser encontrado nas estruturas ósseas, nas porções articulares dacoluna, nos ligamentos, nos tecidos musculares ou em qualquer combinação destes elementos(Cailliet, 1988).

Na escoliose estrutural, as facetas articulares estão assimétricas devido a rotação e inclinaçãoda vértebra, com isso durante a flexão e extensão da coluna lombar ocorre um choque ósseo eas facetas são comprimidas gerando dor. O ligamento longitudinal posterior e a cápsula articular acompanham o alinhamento curvo da escoliose e durante o mesmo movimento sofrem umestiramento excessivo e desenvolve um mecanismo de dor (Cailliet, 1988).

Durante a flexão e extensão da coluna com um aumento lombossacro, pode haver umcisalhamento da unidade funcional e este associado a uma degeneração discal, pode acarretar 

um pinçamento do disco posteriormente, irritando a ligamento longitudinal posterior, podendo

Page 24: Artigo+Pilates

5/16/2018 Artigo+Pilates - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/artigopilates 24/45

gerar hérnia de disco (Ghorayeb; Barros Neto, 1999).

Com os músculos isquiotibiais encurtados, o movimento de flexão e extensão da lombar ficamlimitados, pois este músculo se insere na tuberosidade isquiática. Para alcançar a flexãomáxima, a inclinação anterior da pelve deve-se ao aumento da curvatura lombar, que

sobrecarrega o ligamento longitudinal posterior e essa insistência resultará em dor por estiramento ligamentar ou até ruptura da fixação ligamento periosteal ou do próprio ligamento(Kapandji, 2000).

Caso a coluna lombar esteja retraída, durante a flexão não haverá uma completa rotaçãoanterior da pelve e esta limitação também sobrecarregará o ligamento longitudinal posterior e osmúsculos paravertebrais encurtados (Guyton; Hall, 1996).

Esforço Normal sobre uma Coluna Normal Despreparada

 A imposição de um esforço usualmente normal sobre uma coluna mecanicamente normal, emum momento em que a coluna não está preparada para recebê-lo, sendo observado na

velocidade de reação do organismo para se defender de uma suposta injúria. Como exemplo,ocasião em que a pessoa escorrega e reagi rapidamente para se equilibrar e não cair no chão,evitando a injúria de micro lesões teciduais e lesões como ferimentos. Ocorre ainda, quando apessoa está deitada em decúbito ventral e com velocidade de reação levanta-se repentinamentepor um susto, de forma aumentar o choque facetário (Cailliet, 1988).

Qualquer atividade neuromusculoesquelética é precedida por antecipação e preparação. Sobcondições normais, uma ação iminente evocará uma ação apropriada. O movimento antecipadogradua a intensidade da contração, a velocidade da ação e extensão da contração necessáriaao tempo e á distância (Erhast, 1996).

Entretanto, a contração pode causar uma movimentação excessiva, excedendo então os tecidos

capsulares e articulares, que resulta em dor e incapacidade.

Deve-se considerar ainda a direção dos movimentos. Na postura fletida, a rotação da unidadefuncional está restringida pela os anéis fibrosos do disco e pelos ligamentos longos. Portanto,flexão e rotação que excedem os limites fisiológicos são provavelmente a maior causa deruptura das fibras dos anéis fibrosos (Cailliet, 1988).

2.5.3- Fatores de Risco

Segundo Gallinella; Andreasi (2006), o envelhecimento, a degeneração e o desgaste dasestruturas da coluna vertebral (vértebras, discos e ligamentos) parecem ser a principal causa da

lombalgia. Porém, na distribuição aproximada dessas causas, verifica-se que as posturasinadequadas no trabalho são as grandes responsáveis pela doença, aparecendo em 25% doscasos. No geral, as causas são muitas e freqüentemente existem várias levando ao que seconhece por etiologia multifatorial. A lombalgia não é causada por fatores isolados, mas sim peloconjunto de vários fatores. Os fatores de risco para a dor lombar estão em geral associadoscom:

1. Ocupação Profissional

São as chamadas lombalgias ocupacionais. Os principais fatores são:

a) Levantar, carregar ou empurrar peso exagerado (enfermeiros que manipulam doentesacamados; trabalhadores braçais; demolição de estruturas com brocas vibrátórias);

b) Posturas ERRADAS prolongadas nas posições sentadas ou de pé (operador de

Page 25: Artigo+Pilates

5/16/2018 Artigo+Pilates - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/artigopilates 25/45

computadores; trabalho em escritório; desenhista em prancheta; dentista; motoristasprofissionais; cirurgião).

2. Condicionamento Físico e Saúde Geral

a) Vida sedentária, falta de preparo físico;

b) Excesso de peso concentrado na ''barriga'' (Obesidade abdominal) associado à flacidez damusculatura abdominal;

c) Escorregões e quedas que produzem distensões e espasmos musculares;

d) Sequelas de fraturas na coluna;

e) Desvios da coluna vertebral.

3. Personalidade e Estado Psíquico

a) ''Stress'' psicológico, tensão emocional;

b) Insatisfação com o trabalho;

c) Problemas econômicos e familiares;

d) Problemas psiquiátricos;

e) Abuso de drogas;

4. Outros fatores:

a) Neoplásias (tumores);

b) Inflamatórias (ex. artrite reumatóide);

c) Metabólicas (ex: osteoporose);

d) Infecciosas (ex: brucelose, salmonelose);

e) Genéticas

2.5.4- Tratamento

 Antes de discutir os diferentes tipos de tratamento para a dor na coluna, deve-se admitir que acausa de 70 a 80% das pessoas com lombalgia é desconhecida, e por isso os tratamentos sãosintomáticos (Nachemson; Jonsson, apud Knoplich, 2003).

Portanto, 70% ou mais dos portadores de dores crônicas na coluna, frequentes ou não, deverãoser submetidos a um tratamento sem diagnóstico preciso (Knoploich, 2003).

Greve; Amatuzzi (1999) analisam a abordagem terapêutica e reabilitacional do portador delombalgia sendo especialmente muito difícil, devido à gama de diagnósticos diferenciaispossíveis, bem como pelos múltiplos fatores constitucionais, ambientais (ergonômico),

Page 26: Artigo+Pilates

5/16/2018 Artigo+Pilates - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/artigopilates 26/45

psicológicos e socioeconômicos envolvidos.

Segundo Rothman (apud Knoplich, 2003), o tratamento deve visar a três objetivos: 1) sedar ador o mais depressa possível; 2) retorno do paciente à atividade funcional anterior revendo asposturas no trabalho; 3) evitar novas agressões à coluna que possam trazer uma piora ao

quadro clínico no futuro.

 A fase de analgesia inclui o tratamento fisioterapeutico utilizando os meios físicos como a foto-termo-eletroterapia. Pode associar o relaxamento e alongamento. Logo, deve-se iniciar exercícios de correção postural, reestruturação e consciência corporal, e de reforço damusculatura, principalmente abdominal e extensora da coluna (Kisner, 1992).

No tratamento deve estar incluso repetidas explicações das possíveis causas e conseqüênciasdas agressões as estruturas funcionais, ensinando novas posturas físicas e novocomportamento mental, garantindo-lhe a segurança no seu retorno ao trabalho (Rezende, 2006).

2.5.5- Profilaxia

 A forma ideal de colocar em prática a prevenção de lombalgias é recorrendo a prática deatividades físicas, pois têm tanto atuação na diminuição da intensidade e da velocidade daimplantação das disfunções musculoesqueléticas, quanto nas disfunções neuromusculares ecardio-respiratórias, além de atuar positivamente nos transtornos psíquicos (Salles, 2005).

Segunda a Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (2006), algumas vezes as dores nascostas são causadas por vícios posturais e maus hábitos que podem ser prevenidos:

- Sente-se com as costas apoiadas no encosto, não sente torto;

- A mesa de trabalho deve estar na altura dos cotovelos;

- Levante-se da cama sempre de lado apoiando-se nos cotovelos;

- Durma de lado, com apoio entre os joelhos, a cabeça alinhada com o auxílio de um travesseirobaixo;

- Evite carregar peso;

- Ao abaixar-se para pegar algum objeto, use o joelho e não faça flexão da coluna para alcançar o chão;

- Ao varrer não incline o corpo para frente, aumente o cabo da vassoura;

- Para executar tarefas como passar roupas ou lavar pratos, coloque uma caixa no chão paraapoiar os pés alternadamente;

- Ao calçar sapatos ou vestir roupas, faça-o sentado;

- Use sapatos de salto baixo.

2.6- Aspectos Psico-Sociais da Dor Crônica

Page 27: Artigo+Pilates

5/16/2018 Artigo+Pilates - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/artigopilates 27/45

 A percepção de estímulos dolorosos pode ser modificada quantitativa e qualitativamente emfunção de uma série de fatores internos e externos aos indivíduos (Guyton; Hall, 1996).

 As dores crônicas, que causam um sofrimento contínuo ou intermitente por longo período, fazemos doentes tornarem-se mais sensíveis e sofrerem mais com o passar do tempo, produzindo

uma degradação física e mental que varia de uma pessoa para outra, em função de diferençasde personalidade (Varella, 2006).

 A cronicidade dolorosa traz efeitos devastadores na personalidade do paciente, criando umcírculo de evolução e persistência da dor, que é independente de uma possível lesão orgânicainicial, fazendo desaparecer os limites em dores agudas e crônicas (Allsen; Harrison; Vance,2001).

Os portadores de dores crônicas da coluna são os exemplos mais típicos de distúrbio associadocom perturbações somáticas, psíquica e social (Guyton; Hall 1996).

 As pessoas com neuroses de ansiedade, associada aos problemas de dores nas costas têm um

largo espectro de queixas somáticas de outras áreas, tais como alterações respiratórias,hipertensão, cefaléia e digestivas (Tribastone, 2001).

 As dores de coluna crônica provocam um estado depressivo que acaba se refletindosobre a musculatura e conseqüentemente sobre a postura do próprio organismo. As pessoascom distúrbios no sono, também ficam com os músculos tensos gerando dores nas costas ealterações posturais. (Fordyce, apud Knoplich, 2003).

2.7 Efeitos da Dor Crônica na Qualidade de Vida

 As dores crônicas repercutem sobre a qualidade de vida de uma pessoa sob três aspectosprincipais (Greve; Amatuzzi, 1999):

1- Aspectos Físicos

- Diminuição da capacidade funcional;- Diminuição da força e da resistência;- Náusea e perda de apetite;- Transtornos do sono causando irritabilidade, fadiga e dependência em medicamentose álcool em uma tentativa de facilitar o sono;- Dependência química.

 

2- Aspectos Psicológicos

- Diminuição da alegria e do humor;- Aumento da ansiedade e do temor;- Depressão, sofrimento;- Dificuldade de concentração;- Somatização;- Perda do controle pessoal;- Perdas sociais (emprego, credibilidade no mercado de trabalho e amizades);- Diminuição das relações sociais;- Diminuição da atividade sexual e afetiva;

- Aumento da necessidade de cuidados;- Tensão financeira, resultado de contas médicas, medicamentos, tratamentosconservadores e profiláticos e a perda de renda devido ao tempo fora do trabalho.

Page 28: Artigo+Pilates

5/16/2018 Artigo+Pilates - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/artigopilates 28/45

 

3- Aspectos Espirituais

- Aumento do sofrimento;- Descrença;- Mudança de interesses.

 

 A dor crônica interfere na qualidade de vida das pessoas e segundo Allsen; Harrisom; Vance(2001), os exercícios é benéfico na redução de ansiedades, depressões e estresse, produzindoum efeito favorável sobre o estado psicológico, além dos benefícios fisiológicos ao organismo.

3- OBJETIVO Verificar os efeitos do Método Pilates em mulheres de 25 a 30 anos acometidas de lombalgiacrônica.

4- MATERIAIS E MÉTODOS

Esta pesquisa do tipo experimental, quantitativa, de caráter descritivo e do tipo longitudinal, tevecomo objetivo analisar o efeito do Método Pilates em mulheres com lombalgia crônica,comparando a intensidade da dor, no início e após o tratamento.

 A pesquisa foi desenvolvida durante 08 semanas, sendo duas aulas semanais com duração de 1hora cada, de açor com o horário livre disponível das participantes.

Participaram da pesquisa 10 mulheres na faixa etária de 25 a 30 anos, com lombalgia crônica amais de 06 meses.

Deste total de participantes, 05 formaram o Grupo Controle, que não sofreram nenhum tipo deintervenção no período da pesquisa e as outras 05 formaram o Grupo Experimental, no qual foiaplicado o método Pilates, individualmente. As variáveis externas influenciaram sobre os doisgrupos de trabalho e, portanto, as diferenças se darão apenas pelos efeitos do método.

 As participantes não realizaram nenhum tipo de tratamento, nem com medicamento analgésico,

no período em que estava ocorrendo a pesquisa.

É importante ressaltar que a rotina da vida diária, ir para o trabalho e cuidar dos afazeresdomésticos não foram alterados durante a pesquisa.

Os instrumentos para mensurar a dor podem ser unidimensionais ou multidimensionais. Por ser uma pesquisa quantitativa, foi aplicada a escala unidimensional, que avalia somente asdimensões das experiências dolorosas.

Segundo a Fundação Antonio Prudente; Centro de Tratamento e Pesquisa do Hospital doCâncer ; Heinz (2002), a escolha de um instrumento para mensurar a dor deve, antes de tudo,ser de fácil aplicabilidade e adequar-se ao nível de compreensão da pessoa.

O instrumento unidimensional avalia a dor através da Escala Visual Numérica (EVN), graduadade zero a dez, nas quais zero significa ausência de dor e dez a pior dor imaginável; e a Escala

Page 29: Artigo+Pilates

5/16/2018 Artigo+Pilates - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/artigopilates 29/45

Visual Analógica (EVA), que consiste de uma linha reta, não numerada, indicando-se em umaextremidade a marcação de “ausência de dor”, e na outra, “pior dor imaginável”. Sem dúvida,ambas as escalas têm a vantagem de facilitar o contato do aluno-educador físico, aocompartilhar-se a intensidade da dor, e ao aluno um instrumento para se fazer entender (Serrano, 2003).

Segundo Serrano (2003), outra forma de graduação da dor baseia-se na avaliaçãocomportamental do aluno através da Escala Comportamental (EC). Ao comportamento álgico éatribuído uma nota, questionando-se diretamente a sua lembrança da dor em função de suasatividades da vida diária, sendo:

Quadro 1 - Escala Comportamental; Avaliação Unidimensional da Dor (Serrano, 2003).

Nota Característica da Dor e Relação com Atividade da Vida DiáriaZero Dor ausente ou sem dor Três Dor presente, havendo períodos em que é esquecida.Seis A dor não é esquecida, mas não impede exercer atividades da vida diária.

Oito A dor não é esquecida, e atrapalha todas as atividades da vida diária, excetoalimentação e higiene.

Dez A dor persiste mesmo em repouso, está presente e não pode ser ignorada, sendo orepouso imperativo.

Foi aplicada nesta pesquisa a Escala Comportamental, por ser uma informação fidedigna darealidade diária das participantes.

 As participantes foram avaliadas antes de iniciar as aulas de Pilates e no final da 8.ª semana deintervenção. O grupo controle passou pela mesma avaliação.

 A avaliação foi feita individualmente, com a participante tendo a posse da escala nas mãos, com

o tempo livre para análise e em seguida responder.

 A pesquisa foi realizada em uma clínica de fisioterapia particular em Cuiabá – MT. Os materiaisutilizados pertenciam a esta clínica e foram todos cedidos no período da intervenção.

Os materiais utilizados foram os equipamentos criados por Joseph Pilates e são apropriadospara execução do método (Figuras 5, 6, 7, 8 e 9).

Figura 5 – Reformer (Becker, 2003).

Page 30: Artigo+Pilates

5/16/2018 Artigo+Pilates - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/artigopilates 30/45

Figura 6 - Cadillac ou Trapézio (Becker, 2003).

Figura 7 - High Barrel (Becker, 2003).

Page 31: Artigo+Pilates

5/16/2018 Artigo+Pilates - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/artigopilates 31/45

 

Figura 8 - Chair (Combo), (Becker, 2003).

 

Figura 9 - Chair (Wunda) (Becker, 2003).

Page 32: Artigo+Pilates

5/16/2018 Artigo+Pilates - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/artigopilates 32/45

 

Também foram utilizados equipamentos auxiliares como, a bola suíça, faixa elástica, colchonete,rolo de espuma, magic circle e outros, conforme Figura 10. 

Figura 10 - Equipamentos auxiliares (Becker, 2003).

 

 A pesquisa foi realizada com pessoas voluntárias e inicialmente foi esclarecido o objetivo e aimportância da pesquisa, em seguida assinado um termo de consentimento e compromisso como trabalho.

Para seleção das participantes, foi realizada anamnese com 16 mulheres, através de umquestionário (Anexo I), para verificar o perfil das participantes. Com esses dados, foi realizada aseleção, onde 10 participantes foram escolhidas, por apresentarem semelhanças nas

Page 33: Artigo+Pilates

5/16/2018 Artigo+Pilates - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/artigopilates 33/45

características físicas, sociais, psíquicas e emocionais.

 Após selecionadas as dez participantes, foi realizada uma avaliação postural, estando asparticipantes de sutian e calcinha.

Seguindo, foi aplicado o pré-teste através da Escala Comportamental para analisar o nível dedor das participantes, relacionado com as atividades de vida diária.

Por último, foi feito a divisão aleatoriamente do Grupo Controle e do Grupo Experimental.

 Após isso, foi aplicado o método Pilates no Grupo Experimental durante 08 semanas, totalizando16 aulas, com a duração de 60 minutos. As aulas foram ministradas individualmente, conformeagendamento prévio das participantes, após o expediente diário de serviço. Com a programaçãodas aulas antecipadamente, não houve problemas com ausência das participantes.

 Após a intervenção, foi realizado o reteste da avaliação da dor, através da EscalaComportamental, nos dois grupos da pesquisa.

5- RESULTADOS

Com os dados adquiridos através do pré-teste e o reteste, foi feita a análise, de formaquantitativa, verificando o nível da dor lombar baseada na Escala Comportamental e então, feitaa comparação do Grupo Controle e o Grupo Experimental.

Para melhor apresentação dos dados, as participantes do Grupo Controle foram denominadas

C1, C2, C3, C4 e C5 e as participantes do Grupo Experimental, E1, E2, E3, E4 e E5. Os dadosforam representados em gráficos e tabelas, facilitando a compreensão.

No Grupo Controle foi realizado um pré-teste, através da Escala Comportamental da dor,segundo Serrano (2003), sendo que 60% tiveram a nota oito, apresentando dor que não éesquecida e atrapalha todas as atividades da vida diária, exceto alimentação e higiene e 40%tiveram a nota seis, apresentando dor que não é esquecida, mas não impede de exercer atividades da vida diária. Esses resultados seguem melhor apresentados na Tabela 1 e noGráfico 1.

Tabela 2 - Resultados do Pré-teste no Grupo Controle.

Participantes

Nota

C1 OitoC2 OitoC3 SeisC4 OitoC5 Seis

 

Gráfico 2 - Resultados do Pré-teste no Grupo Controle.

Page 34: Artigo+Pilates

5/16/2018 Artigo+Pilates - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/artigopilates 34/45

 

No Grupo Experimental foi observado que 60% das participantes obtiveram a nota oito,caracterizando que a dor não é esquecida e que atrapalha todas as atividades da vida diária,exceto alimentação e higiene, e que 40% estavam com a nota seis, sendo que a dor não éesquecida, mas não impede de exercer as atividades da vida diária. A representaçãoesquemática dos resultados do Grupo Experimental é demonstrada na Tabela 2 e Gráfico 2.

Tabela 2 - Resultados do Pré-teste no Grupo Experimental.

Participantes

Notas

E1 OitoE2 OitoE3 SeisE4 OitoE5 Seis

 

Gráfico 2 - Resultados do Pré-teste no Grupo Experimental.

Page 35: Artigo+Pilates

5/16/2018 Artigo+Pilates - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/artigopilates 35/45

Observa-se que a média dos resultados obtidos com a Escala Comportamental foi idêntica emambos os grupos. Portanto, a diferença nos resultados com o reteste foi em virtude da aplicaçãodo Método Pilates, já que os fatores externos exerceram influência sobre os dois grupos, nãohavendo diferenças nas variáveis.

O Gráfico 3 compara o Pré-teste entre os Grupos Controle e Experimental, facilitando avisualização da semelhança dos resultados.

Gráfico 3 - Comparação dos Pré-testes do Grupo Controle e do Grupo Experimental.

Conforme explanado na metodologia, foi realizada uma anamnese em 16 mulheres e, entãoselecionadas 10 mulheres com semelhanças físicas, sociais, psíquicas e emocionais. Justifica-se por esta seleção a coincidência nos dados coletados nos Grupos Controle e Experimental, jáque a divisão dos grupos foi feita aleatoriamente.

 Após oito semanas de intervenção utilizando o Método Pilates, perfazendo um total de 16 aulascom duração de 1 hora, foi aplicado novamente o reteste, através da Escala Comportamental,segundo Serrano (2003), no Grupo Controle e no Grupo Experimental.

No Grupo Controle, 40% das participantes apresentaram a nota oito, que condiz com dor quenão é esquecida, e atrapalha todas as atividades da vida diária, exceto alimentação e higiene,os outros 60% com nota seis, caracterizando que a dor não é esquecida, mas não impede

exercer atividades da vida diária. Os resultados do reteste do Grupo Controle podem ser melhor observados na Tabela 3 e no Gráfico 4.

 

Tabela 3 - Resultados do Reteste no Grupo Controle.

Participante

Nota

C1 OitoC2 Oito

C3 SeisC4 Seis

Page 36: Artigo+Pilates

5/16/2018 Artigo+Pilates - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/artigopilates 36/45

C5 Seis

 

Gráfico 4 - Resultados do Reteste no Grupo Controle

 Através do reteste no Grupo Controle, percebe-se que não houve melhoria no nível da dor em80% dos avaliados e que em 20% houve uma pequena melhoria, onde a participante deixou deter dor que atrapalhava as atividades de vida diária, para uma dor que não impedia de exercer as atividades de vida diária.

 Após a coleta dos dados do reteste aplicado no Grupo Experimental, levantou-se que 80% dasparticipantes tiveram um decréscimo importante nos níveis de dor conforme a EscalaComportamental, onde deste total 75% diminuíram relevantemente a dor saindo de estágios emque sua presença não poderia ser esquecida, para o estágio de dor em que poderia ser esquecida ou até mesmo ausente e 25% diminuíram discretamente, pois saíram de estágio deum nível de dor que não podia ser esquecida e que atrapalhava as atividades de vida diária paraum estágio de dor que não impedia de exercer as atividades de vida diária, mas também não eraesquecida. De acordo com o reteste dos 20% restantes deste grupo foi observado que nãohouve diferença comparado ao resultado do Pré-teste.

 A Tabela 4 e o Gráfico 5 demonstram os resultados obtidos com o reteste do GrupoExperimental.

Tabela 4 - Resultados do Reteste no Grupo Experimental

Participante

Nota

E1 SeisE2 TrêsE3 TrêsE4 ZeroE5 Seis

 

Page 37: Artigo+Pilates

5/16/2018 Artigo+Pilates - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/artigopilates 37/45

Gráfico 5 - Resultados do Reteste no Grupo Experimental.

Os resultados do Reteste do Grupo Controle e do Experimental apresentaram uma diferençaimportantíssima, ilustrada no Gráfico 6, o comparativo dos grupos facilitando a interpretação.

Gráfico 6 - Comparação do Reteste no Grupo Controle e no Grupo Experimental.

Para melhor demonstrar os resultados da pesquisa, que visa comparar a aplicação do MétodoPilates em lombalgia crônica, segue a Tabela 5 e o Gráfico 7, comparando o Pré-teste e oReteste do Grupo Controle.

Tabela 5 - Comparação do Pré-teste e o Reteste do Grupo Controle

Participantes

Resultado

PRÉ-TESTE

Resultado

RETESTE

Page 38: Artigo+Pilates

5/16/2018 Artigo+Pilates - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/artigopilates 38/45

Grupo Controle Grupo ControleC1 Oito OitoC2 Oito OitoC3 Seis Seis

C4 Oito SeisC5 Seis Seis

 

Gráfico 7 - Comparação do Pré-teste e o Reteste do Grupo Controle.

 

 A Tabela 6 e o Gráfico 8 representam os resultados do pré-teste e o Reteste do GrupoExperimental, para análise e comparação.

 

Tabela 6 - Comparação do Pré-teste e o Reteste do Grupo Experimental.

Participantes

Resultado

PRÉ-TESTE

Grupo Experimental

Resultado

RETESTE

Grupo Experimental

E1 Oito SeisE2 Oito Três

Page 39: Artigo+Pilates

5/16/2018 Artigo+Pilates - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/artigopilates 39/45

E3 Oito TrêsE4 Seis ZeroE5 Seis Seis

 

Gráfico 8 - Comparação do Reteste no Grupo Controle e no Grupo Experimental.

Portanto, esta pesquisa apontou resultados interessantes, apresentados de forma objetiva eclara através de tabelas e gráficos, facilitando a visualização e comparação dos dados coletadosno pré-teste e o reteste dos grupos Controle e Experimental.

6- DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Segundo Allsen; Harrison; Vance (2001), o corpo humano foi feito para o exercício e quando nostornamos inativos as articulações incham, os músculos enfraquecem, o aumento de gorduraafeta o sistema circulatório, o coração perde força e, consequentemente, ficamos mais expostosa doenças.

Nota-se que a aplicação do método Pilates em mulheres com lombalgia crônica, com idadeentre 25 e 30 anos, apresentou resultados relevantes na diminuição do nível da dor, analisadoatravés da Escala Comportamental, segundo Serrano (2003).

Percebe-se ainda que a maioria das participantes do Grupo Controle mantiveram os níveis dedor e uma pequena parcela aumentoaram o estágio da sua dor lombar.

De acordo com Grorayeb; Barros Neto (1999), a atividade física pode adiar ou evitar doençasmusculoesqueléticas importantes, como lombalgia de origem mecânica, dores no ombro e nopescoço, osteoporose e as fraturas relacionadas a ela.

Na maioria das doenças crônicas de evolução lenta, associadas com a idade e o desgastecausado pelo trabalho, como as dores da coluna, é recomendado uma intervenção preventiva.Segundo Knoplich (2003), existe uma prevenção primária para as dores da coluna lombar, que

Page 40: Artigo+Pilates

5/16/2018 Artigo+Pilates - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/artigopilates 40/45

são os cuidados que as pessoas sadias fazem para evitar ter futuras dores, tais como: evitar carregar pesos por muito tempo, não abaixar com as costas e sim flexionando os joelhos, evitar sobrecargas no trabalho e incentivar a prática de exercícios. A prevenção secundária é realizadacom pessoas que já tiveram manifestações de dor, e o objetivo é a conscientização dos fatoresde riscos e as mudanças de hábito que previnem recidivas de crises lombares.

Os exercícios podem ajudar na prevenção, reabilitação, na volta ao trabalho e as atividadesnormais (Kisner; Colby, 1992).

Segundo Nachemsom e col. (apud Knoplich, 2003), existe uma forte evidência de que a terapiapelos exercícios é eficiente no tratamento das dores crônicas da lombar. Nesse sentido, valeressaltar o que diz Cailliet (1988), onde os exercícios são treinamentos e devem ser integradosem todas as atividades da vida diária para obter resultados íntegros, já que a postura é umafunção do corpo em período integral. Portanto, exercitar-se apenas uma hora por dia epermanecer em postura incorreta não levará a nenhuma melhora e nem diminuição da dor como treinamento. Por isso a importância da conscientização das medidas educativas que evitam odesencadeamento de dores lombares, além de se exercitar.

Conforme Allsen; Harrison; Vance (2001), o exercício produz um efeito moderadamentefavorável sobre o estado psicológico, melhora o desempenho no trabalho e reduz os riscos dedoenças crônicas.

 A prática de exercícios melhora a qualidade de vida. Não importa qual o exercício irá praticar, oimportante é que funcione. (Kisner; Colby, 1992).

Para Joseph Pilates, segundo Camarão (2004), a busca da saúde e da boa forma não eraapenas uma responsabilidade física e emocional, era igualmente uma responsabilidade moral.Pela prática de seu método as pessoas podiam “voltar à vida”, recuperando harmonia eequilíbrio no corpo, além da paz e serenidade na mente.

Os exercícios do Método Pilates foram planejados não só para fortalecer, alongar e tonificar ocorpo, mas para melhorar a capacidade respiratória, a concentração e a coordenação corporal.Os objetivos do método incluem o aumento da circulação, a correção de desequilíbriosmusculares e posturais e a recuperação da vitalidade do corpo e da mente. A meta final eraobter um corpo capaz de suportar o estresse da vida moderna e ainda aguardar energiasuficiente para desfrutar os momentos de recreação e de convívio familiar e com os amigos(Dillman, 2004).

 A maioria dos casos de lombalgias crônicas, segundo Cailliet (1988), devem ser atribuídos auma hiperlordose acentuada e o tratamento deve ser baseado em alongamentos efortalecimento abdominal.

Segundo Tribastone (2001), as técnicas de alongamento efetuadas em âmbito reeducativo,revelam-se úteis por meio da recuperação da relação normal da tensão-comprimento, norestabelecimento de um harmônico equilíbrio funcional entre os grupos musculares. Osalongamentos musculares são indicados para preparar e completar a tomada de consciênciacorporal e o fortalecimento muscular.

De acordo com Craig (2005), a boa postura é o alinhamento vertical do corpo, que permite ocorpo se movimentar com eficiência. Para obter esse alinhamento, os músculos, os ligamentos,os ossos e as articulações precisam funcionar em conjunto, no intuito de conservar o equilíbrio,realizar os movimentos e manter o corpo ereto. O Método Pilates, através do alongamento,ajuda a restaurar a boa postura ao corrigir os desequilíbrios musculares, melhorando amobilidade articulatória, aumentando a flexibilidade e fortalecendo os músculos posturais.

Conforme Kisner; Colby (1992), mudando o seu comportamento e reforçando os músculos

Page 41: Artigo+Pilates

5/16/2018 Artigo+Pilates - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/artigopilates 41/45

abdominais, os profundos e os superficiais, as dores lombares podem ser evitadas.

Joseph Pilates (apud Craig, 2005) classificou a área abdominal como o centro de força do corpo,sendo o foco do movimento. Segundo o mesmo autor, quando os músculos abdominais sãofortes, eles mantêm a coluna adequadamente alinhada, suportam e distribuem o estresse

localizado nela desempenhando um importante fator para uma boa postura. Um dos músculosabdominais importantíssimos para estabilizar a coluna lombar, diminuir a parede abdominal eprevenir as dores lombares crônicas é o transverso do abdômen. Em geral, qualquer debilidadenos músculos abdominais afeta a estabilidade da coluna lombar, podendo causar dor.

 A diminuição da lombalgia crônica pesquisada neste trabalho, pode ser justificada pelofortalecimento abdominal provocado pelo Método Pilates.

Para Dillman (2004), um dos principais elementos da boa postura é possuir uma musculaturaabdominal forte, capaz de dar sustentação à coluna e à pelve. Através do centro de força, opraticante desenvolve força, controle e estabilidade do tronco que repercutirá positivamentesobre todos os movimentos.

Segundo Tribastone (2001), uma parede abdominal harmônica e funcional contribui para, alémda correção da pelve, uma harmônica função respiratória e a manutenção das vísceras na suaposição anatômica.

Em relação a função respiratória, vale ressaltar o que foi dito por Guyton; Hall (1996), onde umpercentual muito elevado de indivíduos normais, ou não sabem respirar, ou respiram de maneiraantieconômica para o organismo.

Segundo Abrami; Browne (2003), a respiração é um importante elemento no Método Pilates,onde respirar corretamente, inalando e exalando para substituir completamente o ar viciado pelofresco, ajuda a manter a circulação sanguínea, suprindo o corpo de oxigênio e eliminando

impurezas. O método leva em conta que a respiração envolve os pulmões, o diafragma e a caixatorácica. Com a prática, os músculos se desenvolverão e ajudarão a expandir plenamente acaixa torácica e o peito.

Para Craig (2005), a respiração utilizada no Método Pilates como princípio básico, nutre o corpoe elimina toxinas. A respiração é uma força poderosa para aliviar a tensão nervosa, melhorar aconcentração e controlar os níveis de energia. A autora ressalta que não é preciso forçar ainspiração, pois com a expiração completa, o pulmão está totalmente sem ar e cria-se um vácuoe o ar pode ser puxado naturalmente para os pulmões. A força abdominal influência diretamentena expiração máxima.

Nos resultados obtidos com esta pesquisa, 20% das participantes no Grupo Experimental,mantiveram os seus níveis de dor lombar estabilizado. Segundo Cailliet (1988), o alívio da

tensão muscular na coluna lombar é um meio de aliviar a lombalgia. Porém, o estado psíquico-emocional, fatores como ansiedade, depressão, insônia, causam uma hiperatividade muscular e,mesmo pessoas com um bom condicionamento físico e bem treinados, podem apresentar lombalgias severas.

O Método Pilates aplicado em mulheres com lombalgia, mostrou-se favorável na redução dosníveis de dores, melhorando a qualidade das atividades de vida diária. Sendo assim, futuraspesquisas podem ser importantíssimas para comprovar a influência do Método Pilates sobre aflexibilidade, a capacidade respiratória e os aspectos psíquico-emocionais.

Sobre a lombalgia crônica, fica evidenciado que, por mais que possa existir a cura espontâneado organismo, segundo Guyton; Hall (1996), a prática de exercícios e as mudanças de hábito

são extremamente relevantes para a redução dos padrões álgicos e a melhoria da qualidade devida.

Page 42: Artigo+Pilates

5/16/2018 Artigo+Pilates - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/artigopilates 42/45

 

7- CONCLUSÃO

 A prática de exercícios proporciona melhoria da qualidade de vida, nos aspectos psíquicos,emocionais, sociais e físicos.

O Método Pilates apresenta uma visão holística, através da fusão das técnicas orientais eocidentais. São exercícios aplicados com muita concentração, respiração, coordenação, controlee fluidez dos movimentos, e com um foco voltado ao centro de força, região abdominal, de ondedeve gerar a força para sustentação do tronco e a realização perfeita dos movimentos.

Esta pesquisa evidenciou que os exercícios do Método Pilates geram efeitos positivos quandoaplicado em mulheres com lombalgia crônica, pois 80% das participantes tiveram reduçãoparâmetros adotados.

 A lombalgia pode ser originada por problemas mecânicos posturais, esforços repetitivos,

excesso de peso, pequenos traumas, condicionamento físico inadequado, erro postural eposição não ergonômica no trabalho. O seu tratamento é direcionado ao alívio da causa, aprática de exercícios para melhorar o tônus muscular, o alinhamento e a reestruturação corporal,a melhora da postura e a conscientização para evitar os fatores desencadeantes.

Em síntese, a lombalgia crônica em mulheres de 25 a 30 anos teve efeitos relevantes comaplicação do Método Pilates.

 As participantes relataram que sentiram a diferença na parede abdominal, na definição damusculatura, na facilidade em manter a postura, na melhoria da auto-estima e da qualidade devida.

Sendo assim, a sugestão para novas pesquisas é analisar os efeitos do Método Pilates sobre aforça abdominal, sobre o aspecto psíquico emocional das praticantes e sobre a flexibilidademuscular.

8- Referências Bibliográficas

 ALLSEN, P. E.; HARRISON, J. M.; VANCE, B. Exercício e Qualidade de Vida: Umaabordagem personalizada. 6 ed. São Paulo: Manole, 2001.

 ABRAMI, M. C. R.; BROWNE R. G.; Material didático do Curso de Formação CGPA Pilates.São Paulo, 2003.

 ASCHER, C. Variação de Postura na Criança. São Paulo: Manole, 1976.

BARRETO, J. Alongue-se por meio de Pilates. http://saúde.terra.com.br/interna/0,OI232405-EI1726,00.html. 2006. Acesso em 19 de janeiro de 2006.

BARRETO, J. Fluidez de movimentos marca aulas de Pilates.http://saúde.terra.com.br/interna/0,OI232409-EI1726,00.html. 2006. Acesso em 19 de janeirode 2006.

BARRETO, J. Do sedentário ao idoso: Pilates para todos.http://saúde.terra.com.br/interna/0,OI232406-EI1726,00.html. 2006. Acesso em 19 de janeirode 2006.

BECKER, A. Uma revolução do fittnes que começou há 80 anos.http://www.physiopilates.com/modules.php?name=Conteudo&pa=showpage&pid=4. 2003.

Page 43: Artigo+Pilates

5/16/2018 Artigo+Pilates - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/artigopilates 43/45

 Acesso em 19 de janeiro de 2006.

BERGAMO, G.; HAYASHIDA, W. Um corpo que sobe.http://www.kalunga.com.br/revista_fevereiro_03.asp. 2003. Acesso em 21 de fevereiro de2006.

CAILLIET, R. Lombalgias: síndromes dolorosas. 3 ed. São Paulo: Manole, 1988.

CAMARÃO, T. Pilates no Brasil: corpo e movimento. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004.

CAMARÃO, T. O Pilates pode mudar sua vida. http://www.studioteresacamarão.com.br . Acesso em: 14 de fevereiro de 2006.

CAMPIGNION, P. Respira-Ações. São Paulo: Summus, 1998.

CDOF, Método Pilates. htpp://cdof.com.br/pilates1.htm. 1999. Acesso em: 05 de Janeiro de2006.

CRAIG, C. Pilates com a Bola. 2 ed. São Paulo: Phorte, 2005.

DILLMAN, E. O pequeno livro de Pilates: guia prático que dispensa professores eequipamentos. Rio de Janeiro: Record, 2004.

DORETO, D. Fisiopatologia Clínica do Sistema Nervoso: Fundamentos da Semiologia. 2°ed. São Paulo: Atheneu, 1996.

ERHAST, E. A. Elemantos de Anatomia Humana. São Paulo: Brasilivros, 1996.

FERNANDEZ, F. S. Método Pilates: Você sabe o que é?http://www1.uol.com.br/cyberdiet/colunas/010831_fit_método_pilates.htm.  Acesso em: 10de janeiro de 2006.

FUNDAÇÃO ANTONIO PRUDENTE. CENTRO DE TRATAMENTO E PESQUISA DOHOSPITAL DO CÂNCER, DR. HEINZ KONRAD. Dor – Classificação.http://www.saudeemmovimento.com.br/conteudos/conteudo_frame.asp?cod_noticia=37. 2004. Acesso em 22 de março de 2006.

GAIARSA, J. A. A Estátua e a bailarina. São Paulo: Ícone, 1988.

GALLINELLA, R.; ANDREASI, S. A. Causas e Fatores de Risco.http://www.informacao.med.br/lombalgia/causa_e%20_riscos.htm.  2006. Acesso em: 21 deabril de 2006.

GREVE, J. M. D. A.; AMATUZZI, M. M. Medicina de Reabilitação aplicada à ortopedia etraumatologia. São Paulo: Roca, 1999.

GRORAYEB, N.; BARROS NETO, T. L. O exercício: Preparação Fisiológica - AvaliaçãoMédica - Aspectos Especiais e Preventivos. São Paulo: Atheneu, 1999.

GUYTON, A. C.; HALL, J. E. Tratado de Fisiologia Médica. 9 ed. Rio de Janeiro: GuanabaraKoogan, 1996.

KAPANDJI, A. I. Fisiologia articular: Tronco e Coluna Vertebral. v. 3, 5 ed. São Paulo:Maloine, 2000.

Page 44: Artigo+Pilates

5/16/2018 Artigo+Pilates - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/artigopilates 44/45

KENDAL, F. P. et al . Músculos – Provas e Funções. São Paulo: Manole, 1995.

KISNER, C.; COLBY, L. A. Exercícios terapêuticos: fundamentos e técnicas. 2 ed. SãoPaulo: Manole, 1992.

KNOPLICH, J. Enfermidades da Coluna Vertebral: Uma Visão clínica e fisioterápica. 3° ed.São Paulo: Robe, 2003.

MAMBER, D.; SGARIONI, M. O homem que controlava.http://vidasimples.abril.com.br/livre/ediçoes/021/02.shtml. 2002. Acesso 14 de fevereiro de2006.

MELLO FILHO, J. Grupo e corpo. Porto Alegre: Artes Médicas, 2000.

PANELLI, C. Joseph Humberts Pilates. http://www.pilatesbrasil.com.br/joseph_pilates.htm.2006. Acesso em 14 de fevereiro de 2006.

PEIXOTO, G. B.; RIBAMAR, S. Desafio. Esta á com certeza a palavra que melhor define estegrandioso conceito de saúde e felicidade. Hhtp:// studiozen.com.br/pilates.htm. 2002. Acessoem: 14 de fevereiro de 2006.

PERICÉ, R. V.; RIAMBAU O. C.; PALOMA, S. C. Órtese e prótese do aparelho locomotor:Coluna Vertebral. São Paulo: santos, 1989.

RASCH, P. T.; BURKE, R. K. Cinesiologia e anatomia aplicada. Rio de Janeiro: GuanabaraKoogan, 1977.

REZENDE, M. C. Lombalgias http://reumatologia.com.br/doe7.htm. 2006. Acesso em: 23 demarço de 2006.

SALLES, J. O que é lombalgia? http://www.conexaopilates.com.br/saibaMaisPilates.asp.2005. Acesso em 19 de março de 2006.

SERRANO, S. C. Dor - Mensuraçãohttp://www.hcanc.org.br/outrasinfs/ensaios/mensdor_1.htm. 2003. Acesso em 28 de marçode 2006.

SOBOTTA, J. Atlas de anatomia Humana. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2000.

SOCIEDADE BRASILEIRA DE GERIATRIA E GERONTOLOGIA. LOMBALGIA – “Dor nascostas” http://portaldafisioterapia.com.br/site/modules.php?

name=News&file=article&sid=41. Acesso em: 19 de março de 2006.

SOUZA, V. A. I. O que é pilates?http://www1.uol.com.br/cyberdiet/colunas/020812_fit_pilates.htm.  Acesso em 05 de janeirode 2006.

SOUZA, V. A. I. de. Pilates: Um grande sucesso.http://www1.uol.com.br/cyberdiet/colunas/040412_fit_pilates.htm.  Acesso em 05 de janeirode 2006.

TRIBASTONE, F. Tratado de Exercícios Corretivos Aplicados à Reeducação MotoraPostural. São Paulo: Manole, 2001.

VARELLA, D. Dor crônica. http://www.drauziovarella.com.br/artigos/dorcronica.asp. Acesso

Page 45: Artigo+Pilates

5/16/2018 Artigo+Pilates - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/artigopilates 45/45

em: 23 de março de 2006.