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V ENCONTRO NACIONAL DE ENSINO DE SOCIOLOGIA (ENESEB) GT07 – ENSINO DE SOCIOLOGIA NAS MODALIDADES DIFERENCIADAS DE ENSINO Balanço de 10 anos de implementação da Sociologia no Ensino Fundamental em São Leopoldo: resistências, construções e desaos Aline Dias Possamai - EMEF Paulo Couto - [email protected] Eduarda Bonora Kern - EMEF Paulo Beck - [email protected] Janine Rossato - EMEF João Goulart - [email protected] Brasília, julho de 2017

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Page 1: Artigo V ENESEB 2017

V ENCONTRO NACIONAL DE ENSINO DE SOCIOLOGIA (ENESEB) GT07 – ENSINO DE SOCIOLOGIA NAS MODALIDADES DIFERENCIADAS DE ENSINO

Balanço de 10 anos de implementação da Sociologia no Ensino Fundamental em São

Leopoldo: resistências, construções e desaos

Aline Dias Possamai - EMEF Paulo Couto - [email protected]

Eduarda Bonora Kern - EMEF Paulo Beck - [email protected]

Janine Rossato - EMEF João Goulart - [email protected]

Brasília, julho de 2017

Page 2: Artigo V ENESEB 2017

Resumo

A Sociologia no Ensino Fundamental é uma experiência localizada em algumas poucas redes de ensino e instituições públicas do país. O Ensino Fundamental é uma etapa da Educação Básica e, assim como nas modalidades diferenciadas, a prática pedagógica nos Anos Finais necessita de atenção às especificidades do seu público-alvo. Em São Leopoldo a inserção da Sociologia no Ensino Fundamental iniciou em 2006 e o objetivo deste trabalho é fazer um balanço dos 10 anos da disciplina nas escolas da rede municipal. A produção dessa sistematização tem como foco explorar as práticas didáticas realizadas pelas docentes da disciplina; analisar a adaptação das escolas com a inserção da Sociologia no seu Projeto Político Pedagógico (PPP), as mudanças na relação das demais disciplinas e no perfil dos alunos; do mesmo modo avaliar a construção significativa do conhecimento sociológico com os estudantes concluintes dessa etapa. O trabalho se desenvolveu através da coleta de dados em entrevistas qualitativas realizadas com as professoras da rede municipal e de questionários semi-estruturados aplicados nas turmas de 9º ano. Essa análise se faz necessária para ressaltar a relevância da disciplina no Ensino Fundamental, destacar os aprendizados da experiência em São Leopoldo, avançar e qualificar nossa própria prática docente. O balanço busca construir referência de estudos sobre a Sociologia nessa etapa, incentivando outras redes de ensino a incluir a disciplina em sua oferta curricular.

Aline Dias Possamai - [email protected] 1

Eduarda Bonora Kern - [email protected] 2

Janine Rossato - [email protected] 3

1. INTRODUÇÃO: A SOCIOLOGIA CHEGOU NO ENSINO FUNDAMENTAL

Esse artigo tem objetivo de dar sequência aos estudos e as análises sobre a

Sociologia no Ensino Fundamental na cidade de São Leopoldo realizados anteriormente

(POSSAMAI, A. D. ; KERN, E. B. ; ROSSATO, J., 2015). Desde o ponto de partida da

implementação e o processo de construção dessa especificidade na rede municipal,

desejamos dar continuidade às essas reflexões para compreender as construções

realizadas após 10 anos de práticas pedagógicas nos Anos Finais, em seus conflitos, nas

suas resistências e nas suas perspectivas abertas. Entendemos que a busca por um

produzir um balanço, coletivamente, sobre o aprendizado elaborado contribuiu tanto para

1 Professora da EMEF Paulo da Silva Couto.Pós- graduação em Ensino de Sociologia no Ensino Médio (UFRGS). 2 Professora da EMEF Paulo Beck. Mestranda em Ciências Sociais (Unisinos). 3 Professora da EMEF João Goulart. Mestre em Educação (UFRGS).

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os próprios professores da rede se reconhecerem quanto para produzirmos trocas e

referências para a comunidade acadêmica interessada nessas experiências.

A pesquisa realizada e a escrita do texto emerge a partir de uma concepção

dialógica de Educação, que será desenvolvida ao longo das sessões, a qual nos coloca

como sujeitos de uma práxis educativa imbricada de uma constante observação, avaliação,

crítica e re-construção da nossa postura docente, da relação com os discentes e a

construção dos aprendizados mútuos.

O trabalho coletivo de encontrar-se, trocar experiências, pensar junto, desenvolver

nossa autoria no processo pedagógico e acadêmico proporciona condições de

exercitarmos a delicada e difícil postura de professoras e pesquisadoras,

independentemente do nosso vínculo formal a Universidade, entendendo que a escola

também é fonte de construção de conhecimento, ou seja: “Uma práxis pedagógica e

epistemológica consciente requer uma boa fundamentação teórica para poder se manter e

intensificar, ao mesmo tempo que uma boa fundamentação teórica precisa da vivência

concreta, da experiência cotidiana e social.” (HENZ, 2015, p.14)

Esse artigo é produto de novos encontros entre professores da rede municipal e

propostas que timidamente vamos tentando encaminhar. O objetivo das reuniões

realizadas tem sido o nosso fortalecimento enquanto grupo de professores e a visibilidade

da Sociologia na rede municipal. Além disso, compartilhar experiências, materiais didáticos

e relatar projetos que estamos desenvolvendo nas escolas ou na disciplina, tem como

finalidade qualificarmos nossas metodologias. Além disso, foi proposto a retomada da

discussão de textos referentes à dimensão metodológica da disciplina de Sociologia,

visando uma formação continuada específica, novamente pensando na qualidade da aula

no Ensino Fundamental e na nossa identidade na rede, a fim de construir formas de

aumentar a inserção em outras escolas.

Em nosso processo de fortalecimento frente a Prefeitura e Secretaria de Educação,

cuja atual gestão é da administração que produziu a implementação da disciplina, reunimos

em conjuntamente com a ABECS, o prefeito Ary Vanazzi e o secretário de Educação

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Oneide Bobsin (ABECS, 2017) para tratarmos de assuntos relevantes ao grupo de

professores de Sociologia, como o pedido de adoção do livro didático da editora Moderna

(atualmente o único com versão para os anos finais) e a necessidade de formação

continuada específica para esses docentes.

Por isso, a necessidade de construírmos os nossos próprios subsídios para

seguirmos qualificando o Ensino de Sociologia no Ensino Fundamental, faz a proposta

desse balanço surgir. Assim, iniciando o entendimento dos efeitos, alcances,

enraizamentos do trabalho que desenvolvemos - de maneira muitas vezes solitárias, mas

desejamos que venha a ser mais colaborativo.

Para tanto, retomaremos brevemente o histórico da disciplina na rede, para construir

o pano de fundo de nosso panorama. A forma que ocorreu a implementação e a inserção

da Sociologia nos Anos Finais, irá aparecer em muitos momentos no desenvolvimento do

trabalho docente, por isso, a necessidade de um breve relato.

O processo de implantação da disciplina de Sociologia na rede municipal de São

Leopoldo iniciou em 2005. Período no qual a Secretaria da Educação (SMED) era

coordenada por Ângelo Dalcin, professor universitário e sociólogo.

Inicialmente, a SMED realizou um diálogo interno sobre as possibilidades de

implantar as disciplinas de Sociologia e Filosofia na grade curricular. Houve uma

preocupação por parte dos gestores, para que essa inclusão não fosse imposta, mas que

as escolas pudessem aderir de acordo com sua realidade, atuação pedagógica e discussão

interna. A partir dos registros oriundos desses diálogos foi elaborado um texto e

apresentado à Câmara Municipal de Vereadores para embasar e justificar a importância da

implantação dessas disciplinas na grade curricular e criar os cargos de professor de

Sociologia e Filosofia na rede pública municipal.

Em janeiro de 2006 foi realizado o primeiro concurso público e entre 2007 e março

de 2010 foram nomeados 20 professores de Sociologia. O segundo foi realizado em

novembro de 2010 e foram nomeados mais 10 professores para suprir vagas de quem

havia deixado a nomeação. Os dois concursos supriram a demanda de cargos que foram

criados de acordo com o número de escolas que optaram pela implantação.

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A justificativa para implantar a disciplina afirma a possibilidade dos educandos

desenvolverem uma compreensão sociológica da sociedade e de si, contribuindo para a

formação de sujeitos críticos e reflexivos, tanto sobre sua condição, quanto para o exercício

pleno da cidadania. A partir de leituras, reflexões e análises sociológicas do contexto vivido

pelos alunos, a disciplina também aproxima a escola da realidade social na qual está

inserida, contribuindo para romper sua posição de ilha na comunidade.

As escolas, por sua vez, organizaram discussões com seus professores sobre as

possibilidades de implantação da disciplina. Entretanto, na maioria não houve profundas

discussões, pois muitos não tinham clareza de como as disciplinas poderiam se inserir

enquanto conteúdo escolar.

De acordo com os relatos dos professores realizados nos primeiros encontros de

formação, as escolas acreditavam que a disciplina de Sociologia poderia colaborar para

resolver problemas na escola, como por exemplo, diminuir a violência entre os alunos.

Muitas estão situadas na periferia ou em comunidades carentes que apresentam altos

índices de vulnerabilidade social. Em algumas escolas, os profissionais de educação

acreditavam na formação de alunos críticos, conscientes e atuantes para mudar sua

realidade social. A partir dessas observações é possível compreender porque as

instituições optaram em incluir a disciplina.

No momento da implantação ainda não haviam diretrizes municipais para a

disciplina de Sociologia, ou qualquer material que pudesse ser utilizado pelos professores

como ponto de partida para embasar seus planos de trabalho e o planejamento das aulas.

O objetivo da SMED era nomear os professores com formação na área, para estes

discutirem e construírem as diretrizes que norteariam o trabalho.

Segundo o relato da Diretora Pedagógica que atuou no período da nomeação dos

professores, Quênia Strasburg, havia a preocupação de que a inserção da disciplina não

fosse imposta pela SMED, mas oriunda de um processo de discussão das escolas e com

livre adesão. A gestão municipal acreditava que as escolas precisam desenvolver suas

propostas pedagógicas e curriculares, a partir do que a comunidade escolar acreditava

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como ideal a partir da realidade em que estava inserida. Dessa forma, não houve

imposição de como deveria ser a carga horária e nem quais turmas seriam contempladas.

Das 32 escolas que possuem séries finais, 13 escolas adotaram a disciplina de

Sociologia. A Sociologia teve uma aceitação maior nas escolas que se localizavam em

regiões de vulnerabilidade social e apresentavam grandes índices de violência, drogas e

tráfico. Segundo as equipes diretivas, era necessário propiciar aos alunos uma

compreensão dessas relações que lhes cercavam para transformá-las, segundo as equipes

diretivas que optaram pelo implantação. Também identificamos que as que não aderiram,

desconheciam as possibilidades pedagógicas e optaram por manter disciplinas

tradicionalmente mais conhecidas na grade curricular.

Atualmente, apenas 7 escolas continuam com a disciplina, conforme tabela abaixo,

por problemas relatados em outro momento (POSSAMAI, A. D. ; KERN, E. B. ; ROSSATO,

J., 2015), as quais também apareceram nesse texto, no que tange a legitimidade da

Sociologia na Escola

Tabela 1: Escolas que possuem a disciplina de Sociologia.

Escolas Municipais (Séries Finais) Sociologia (CH)

João Goulart 1 (7º– 9º)

Santa Marta 1 (7º– 9º)

Paulo Couto 1 (8º – 9º)

Emílio Meyer 1 (6º – 9º)

Dilza flores 1 (6º – 9º)

Zaíra Hauschild 1 (6º – 9º)

Paulo Beck 2 (6º – 9º)

Fonte: Informações repassadas pelas equipes diretivas das escolas em 2017.

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2.QUEM SOMOS E O QUE FAZEMOS: PANORAMA DA DISCIPLINA DE SOCIOLOGIA

EM SÃO LEOPOLDO

Para construirmos um panorama sobre o desenvolvimento da disciplina na rede,

buscamos traçar um perfil da atuação dos professores de Sociologia e identificar as

aprendizagens enraizadas e significativas para os alunos a partir da disciplina. Para isso,

construímos instrumentos de pesquisa distintos para os dois públicos de destaque, a fim de

entender as construções e demandas de nossa rede. Para os professores foi aplicado um

roteiro de entrevista semi-estruturado com 38 perguntas divididas em 4 partes: 1)

características pessoais relacionadas ao trabalho; 2) características da escola; 3

metodologia e 4) relação professor-aluno. Para os alunos foi aplicado um questionário

fechado 8 questões.

A entrevista com os professores (anexo 1) foi realizada no primeiro encontro de

formação para os docentes da disciplina em 2017 - iniciativa que conseguimos retomar

depois de 6 anos. Inicialmente foi apresentado os dados do estudo anterior (POSSAMAI, A.

D.; KERN, E. B.; ROSSATO, J. 2015) sobre a implementação da Sociologia na rede,

depois compartilhamos a forma como cada uma está atuando (conteúdos, metodologia,

projetos), as dificuldades e as experiências positivas, para termos uma prévia de como está

o panorama da disciplina na rede. Com os professores conseguimos atingir 90% da

totalidade do grupo docente que está atuando, totalizando 7 entrevistas.

Os questionários com os alunos foram aplicados em uma amostra menor, devido o

período de fechamento de trimestre e recesso escolar que dificultou os encontros e

articulações para socializar o instrumento em tempo hábil de aplicação das perguntas nas

turmas (anexo 2).

As duas formas de coleta de dados são complementares e dialogam entre si, os

questionamentos buscam ver concordâncias e discordâncias de determinados pontos a

partir da visão de atores sociais diferentes, além de corresponder com a concepção que

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não existe docência sem discência, logo fazem parte do mesmo processo de análise sobre

a aprendizagem.

Por último, a experiência de coleta de dados nos coloca em nosso campo

profissional a partir de outra posição de experiência: "(...) o professor de sociologia, ele

mesmo ator deste “campo de ação”, que é a escola, transforme-a em um “campo de

observação sistemática”, um campo de pesquisa. Neste caso, ele (o professor) será um

observador participante, um pesquisador participante." (PEREIRA, 2015, p.248)

a) Dados discentes

O instrumento de pesquisa foi aplicado em 3 turmas de 9º ano, os grupos

concluintes que passaram por maior tempo de socialização com o conhecimento

sociológico, portanto, com quem podemos acessar privilegiadamente as construções mais

sólidas produzidas durante o Ensino Fundamental. Ao todo foram 69 questionários

respondidos.

A maioria dos alunos fez todo o Ensino Fundamental na mesma Escola, porém o

estudo da Sociologia varia conforme o tipo de inserção da disciplina na Escola, em todos

os anos finais ou apenas em alguns anos específicos (há escolas que intercalam 6 e 8

Filosofia, 7 e 9, Sociologia). Em geral, a disciplina está presente ou a partir do 7 ano ou

apenas no 8 e 9 ano, demonstrando não haver uma regularidade na forma que foram

colocados os componentes curriculares na rede municipal, inclusive variando conforme a

opção de inserir apenas Sociologia, apenas Filosofia, ou ambas.Os discentes ao fazerem

os anos finais na mesma escola, tendem a ter em sua grande maioria 1 professor, salvo

casos de troca de turno e vindas de outras escolas

Para verificar as relações de hierarquia entre as disciplinas, uma questão presente

em todas as escolas, percebemos que houve falta de entendimento por uma pequena

parcela de aluno que não marcaram conforme o solicitado. Sob os dados válidos,

percebemos que é reproduzido em grande parte uma hierarquia constituída nas escolas

sobre mais ou menos importância no currículo.

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Português e Matemática despontam, assim como é valorizada nos índices

educacionais e no senso comum “saber ler, escrever e contar” como o fundamental de

oferta da escola. Inglês aparece na sequência por ser valorizada como língua global e do

mercado de trabalho, também com vinculação “prática”. É marcante que disciplinas que

desenvolvem a sensibilidade, motricidade, relações interpessoais e não necessariamente

demandam escrita são desvalorizadas como Artes e Educação Física. Ensino Religioso se

insere neste quadro, especialmente por ser um componente com legitimidade questionável

inclusive pelo corpo docente (não ser necessária formação prévia ou plano de trabalho

específico). A Sociologia vislumbra nas disciplinas de “meio termo” como

Ciências,Geografia, Filosofia e História. Sendo necessário mais dados para entender se

dentre esse conjunto de disciplinas é vista como mais/menos importante.

Em relação a aula de Sociologia em si, buscou-se analisar como os estudantes

percebem em características a disciplina, como podemos ilustrar na tabela a seguir:

Tabela 2 sobre a Questão 4 do Questionário Discente - Características da aula de Sociologia

(Fonte: As autoras, 2017)

Os pontos negativos da aula recebem pouco destaque, o que faz avaliar que a

abordagem e o tratamento didático são válidos aos grupos estudados. Dimensões que

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foram pouco sinalizadas tais como autonomia podem indicar ou desconhecimento das

palavra ou necessidade de re-pensar metodologicamente formas de atingir esses objetivos.

Os aspectos mais apontados como diversidade, espaço de expressão, dinâmica,

ajudar a pensar e agir diferente indicam que o diálogo é uma prática pedagógica marcante

que possibilita alcançar tais objetivos. São aspectos que demonstram o reconhecimento do

papel que a disciplina pode exercer, além da valorização do trabalho desenvolvido. Outros

pontos tais como cooperação e assuntos polêmicos complementam os pontos acima.

Para aprofundarmos o entendimento da percepção sobre a Sociologia na escola,

também questionamos sobre as características do professor da disciplina, que a seguir

podemos perceber que está correlacionada à questão anterior.

Tabela 3 sobre a Questão 5 do Questionário Discente - Características do Professor de Sociologia

(Fonte: As autoras, 2017)

Page 11: Artigo V ENESEB 2017

Os aspectos positivos se destacam frente aos negativos, indo ao encontro aos

dados da pergunta sobre o retorno das aulas. Os professores sendo percebidos enquanto

AMIGOS em quase a totalidade da amostra demonstra que as demais características

somam-se a essa postura e as características da aula. Os educadores produzem espaço

de confiança e segurança para o diálogo e expressão de ideias expressada anteriormente,

especialmente pela capacidade de tolerância e mediação.

Características como organizado e inovador são aspectos de reconhecimento do

trabalho pedagógico frente a intencionalidade das propostas, dados que também

colaboram para a aula de Sociologia ser colocada como importante e de aceitação pelos

discentes.

Tolerante e autoritário foram marcados em alguns casos pelo mesmo estudante,

indicando, provavelmente desconhecimento de alguma dessas palavras. Rígido e

autoritário aparecem com menor destaque contribuindo para concordar com a construção

dialógica proposta dos professores de Sociologia da rede municipal.

Para entendermos o aprendizado construído nos alunos em relação ao componente

curricular, buscamos abordar pelos aspectos conceituais e atitudinais dos estudantes para

também ter a possibilidade de correlacionar as respostas.

As temáticas mais relevantes se mostram aquelas ligadas mais diretamente com a

experiência de juventude dos estudantes marcada pela vulnerabilidade social que se

inserem, havendo menos destaque aqueles que estão relacionados a um maior nível de

abstração.

Tabela 5 sobre a Questão 6 do Questionário Discente - Conteúdos mais marcantes

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(Fonte: As autoras, 2017)

Assim percebemos com a tabela 5 que as respostas sobre a “prática” corresponde

com a “teoria”: a transformação das atitudes e habilidades acontece a partir do aprendizado

significativo daquilo que é vivido. Os aspectos negativos tem pouco destaque e as

respostas correspondem com a intenção de formar sujeitos com essas características, o

formato das aulas e o perfil identificado pelos discentes referente aos docentes.

Por isso, as respostas dos educandos, faz entendemos que o reconhecimento das

temáticas marcantes ao serem associadas com a possibilidade de mudança de atitudes,

indica um caminho para mediação didática de um Sociologia Escolar para o Ensino

Fundamental.

O conhecimento da Sociologia produzido nas universidades passa necessariamente por um processo de mediação didática, uma dinâmica social onde intervêm os sujeitos presentes na escola, assim como os diversos aspectos da prática pedagógica, de modo a traduzir esses conhecimentos em conteúdos ensináveis nas escolas de Ensino Médio. Essa reflexão mobiliza uma discussão sobre a diferenciação da Sociologia como conhecimento de referência e da Sociologia como conhecimento escolar (OLIVEIRA, 2012, p. 99)

Tabela 4 sobre a Questão 5 do Questionário Discente - Mudanças provocadas pela Sociologia

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(Fonte: As autoras, 2017)

A única questão aberta do questionário provocava a escrita sobre a importância da

Sociologia, como uma forma de entender a visão dos estudantes desse processo de

formação que o conhecimento sociológico produziu ao longo do Ensino Fundamental.

Percebemos que a disciplina é colocada como relevante porque esta consegue atingir o

estudante de uma forma não só teórica e conceitual, mas também no aspecto relacional, na

transformação do próprio sujeito para além da “decoreba”: “Com as aulas consegui abrir

meus olhos para uma realidade que eu não via antes” e “Por que ensina a conviver melhor

com os outros e se colocar no lugar do outro” são falas significativas para entender o

destaque desse conhecimento nessa etapa de constituição do adolescente. É possível

perceber que o diálogo produzido pela Sociologia é um diferencial frente às demais

disciplinas e se distingue na forma de produzir a relação educando-educador, ou a

expectativa de uma aula no sentido da Educação Bancária (FREIRE, 2005): “Porque a

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gente se aceita mais e pensa mais, sociologia ajuda no dia dia, sociologia é A VIDA”

(destaque do/a estudante)

Em relação com as respostas dos alunos, veremos que os professores contribuem

para avaliarmos a relevância que a disciplina e a ação produzida por seu educador como

potencializador de brechas e rupturas a práticas de uma escola tradicional, construindo

aprendizagem significativa com a Sociologia.

b) Dados docentes

O universo empírico dos professores de Sociologia em São Leopoldo e de 9

profissionais vinculados a Prefeitura. Foram realizadas 7 entrevistas com 38 perguntas,

logo acessamos uma riqueza de informações importantíssima para a continuidade das

nossas formações e garantia de pautas que sejam específicas. O instrumento destinado

aos professores foi extenso, porém necessário, uma vez que temos tantas dificuldades em

ter momentos de troca de experiências e debater nossa atuação no município existem.

Dessa forma conseguimos ter um registro que contribuiu para o nosso fortalecimento

enquanto grupo docente dentro da rede de ensino.

Constatamos que 90% do quadro docente são de educadoras e possuem uma

média de idade de 32 anos. Sao moradoras da Região Metropolitana de Porto Alegre,

utilizam em grande parte transporte individual para se deslocar ao trabalho, a média de

tempo de deslocamento é 30 minutos, com os extremos de 10 minutos e 1h30.

O grupo tem 90% dos professores como formação em Ciências Sociais, sendo a

maioria com formação recente, a partir dos anos 2000. Em relação a qualificação todos os

professores possuem pós-graduação, sendo 3 com mestrado, indicando um quadro

qualificado dos professores. A maior parte do nível de estudo e de especializações,

também realizadas a partir do ano 2000. Um indicativo para a busca por formação é o

plano de carreira - onde a especialização adiciona um acréscimo de 10% sobre salário

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básico, com mestrado mais 10% (apenas mestrado 15%) e o doutorado acrescenta mais

10% totalizando 30% de incentivo para o último nível de estudo.

Em termos de formação continuada, os professores realizam as atividades

fornecidas pela secretaria da Educação em sua maioria. Os eventos de nível acadêmico

são poucos professores que frequentam, relacionado a interesses específicos e vínculos

acadêmicos. Podemos constatar que a maior responsável pela formação continuada dos

professores é a mantenedora e essa formação pode ser a única a ser acessada pelo

professor.

A média da jornada de trabalho dos professores é 40 horas semanais (sendo

apenas uma caso com 60h), sendo apenas uma professora com vínculo na rede privada, 3

na rede estadual e os demais colegas complementam sua carga horária na rede municipal.

Todos os professores atuam em apenas 1 escola da rede municipal com média de 7 anos

de vinculação com a Prefeitura. Os educadores lecionam em alguns casos para além de

Sociologia, disciplinas das Ciências Humanas – especialmente Ensino Religioso, sendo

apenas um caso complementando CH com a disciplina de Artes (o qual possui formação

complementar para tal). A necessidade de completar CH com outras disciplinas se

relaciona com a carga horária semanal da disciplina (90% das escolas possuem apenas 1

período) e o fato de a maioria das escolas (80%) a disciplina não está presente no 6 ano.

Em relação aos hábitos de lazer os professores colocam no mínimo uma opção

semanal de atividade para o tempo livre, destacando o Cinema para todos os

entrevistados. As opções mais recorrentes são aquelas que tem baixo custo ou fácil

deslocamento, influenciando neste caso, o local de residência e a oferta cultural da cidade.

E significativo que apenas um entrevistado colocou a leitura como opção de lazer

recorrente.

Porém, nos questionamentos sobre hábitos de leitura, todos indicam fazê-lo em

algum formato. Destaca-se as leituras curtas que possibilitam a dedicação em um tempo

mais restrito como revistas, artigos, jornais, blogs e sites. A média de leitura de livros por

ano é 4 variando entre romances, ficção e livros que abarcam assuntos das Ciências

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Humanas. Assim, se o vínculo de trabalho é em grande parte apenas com a rede

municipal, a participação nas formações realizadas pelo incentivo e oferta da

mantenedora, é possível que uma maior oferta ao formato de leitura indicado pelos

professores incentive uma maior disponibilidade a leitura.

Sobre a atuação na gestão democrática, a maioria dos professores (5) já participou

de algum espaço, especialmente Conselho Escolar e cargos da Equipe Diretiva, indicando

que esses profissionais se engajam nas questões escolares e tem seu trabalho

reconhecido dentro dos seus grupos.

Frente a acolhida da disciplina os contextos são diversos. Há escolas onde já havia

professores de Sociologia, logo a aceitação foi tranquila e classificada como “atenciosa”,

em virtude do trabalho anterior. Em outros casos a inserção foi classificada como

“traumática”, “solitária” e com “desconfiança” seja pela novidade da disciplina (“é que nem

Religião”) ou pela disputa de carga horária com disciplinas como Português e Matemática.

Para além da acolhida da disciplina, em muitos casos o profissional foi recebido com

resistência dentro da escola, porém com o tempo essas relações se atenuam.

Percebemos que a Sociologia com seu professor precisam conquistar espaço, confiança e

reconhecimento constantemente de alunos e demais docentes do quadro para justificar sua

existência e permanência.

A valorização da disciplina nas escolas retratam 3 cenários que podem variar

conforme a direção e o grupo de professores, portanto não é uma constatação estática.

Existe a indiferença onde a preocupação e ter os alunos ocupados em sala de aula

mantendo a escola mais tranquila e organizada para gerenciar.

Em seguida percebemos a desvalorização, especialmente, por causa da disputa de

períodos relativos a português e a matemática, componentes curriculares formadores do

IDEB. Houve inclusive uma escola que optou colocar a Educação Física no contra turno

para aumentar a carga horária de Português e Matemática para 4 períodos - anteriormente

havia três períodos para tais componentes e Sociologia permaneceu com 1 período

semanal, acentuando a desigualdade na valorização das disciplinas. Um outro exemplo é a

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escola que possui isonomia na carga horária fazendo com que a Sociologia tenha 2

períodos, assim como Português potencializando o conflito pela grade curricular.

A valorização é destacada a partir de iniciativas como as salas temáticas, a menção

da sociologia no Projeto Político Pedagógico (PPP) através da parte diversificada, a

valorização do professor como um articulador de projetos e a sua capacidade de dar um

“olhar diferenciados” pela sua formação em Ciências Sociais. Em duas escolas foi

viabilizado edições do professor de livro didático Sociedade e Movimento da editora

Moderna (específico para o EF). Por parte dos alunos existe um reconhecimento e

aceitação dos temas debatidos, fazendo com que os demais professores percebam a

importância desses diálogos (ausentes em suas disciplinas).

As dificuldades que foram apontadas pelos professores passam pela valorização da

disciplina, por isso existirão casos onde não haverão dificuldades, pois a disciplina está

bem estabelecida pelo trabalho do professor, mas em outros ainda possui conflitos com

concepções tradicionais de escolas sobre o “domínio de turma” e com direções mais

conservadoras que buscam o “enquadramento do professor”.

As relações sobre conflito dentro da escola também acabam recaindo dentre as

atividades do professor de Sociologia, como alguém com condições favoráveis para a

mediação (abertura de espaço para diálogo).

Todos os professores constatam que a infraestrutura das escolas interfere no

desenvolvimento das aulas, a falta de condições de um acesso pleno à internet (pouco

horário no laboratório de informática; internet lenta e equipamentos estragados), falta de

auditório na maioria das escolas; a carências de materiais como livros, revistas, mapas,

livros didáticos, equipamento multimídia, fazendo com que os professores levem seus

materiais ou recursos próprios; ainda é listado a necessidade de espaço adequado para um

planejamento qualificado. Nesse sentido, as salas temáticas favorecem a construção das

condições materiais necessárias por cada professor.

Os docentes colocam como obstáculo a uma maior qualidade no Ensino de

Sociologia a necessidade de dois períodos (consequentemente aumentando número de

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turmas e burocracia), mais tempo para planejar na escola, bem como formações

específicas a disciplina. A necessidade de melhoria salarial como meio de diminuir a carga

horária, a realização das reuniões administrativo-pedagógicas no turno de trabalho

(atualmente é noturno, todos trabalham durante o dia na rede municipal uma vez que a

disciplina não e lecionada na EJA) e a demanda por incentivo financeiro a pós-graduação

também sao postas pelos educadores (a Prefeitura já custeou parte do curso de

Pedagogia para docentes de nível Magistério, por exemplo). Ainda há as insatisfações

sobre a escola frente ao contexto social ``estou bem insatisfeita em lecionar, não pela

escola ou pelos alunos, mas pelo sistema em si, pela sociedade e estou desencantada com

a própria Sociologia``. O ``reencantamento`` deve ser produzido ao diagnosticarmos

nossas dificuldades e refletir sobre as alternativas frente às demandas mais imediatas e

encontrar redes de apoio para intervenções mais coletivas e estruturais.

Os problemas de alfabetização enquanto um problema para o aprendizado de

Sociologia é consenso entre o grupo de professores, sendo utilizada as possibilidades de

apoio que a rede municipal oferece como atendimento especializado e estudos de

recuperação, entretanto, nem sempre suprem a demanda. O que coloca o conflito com a

Língua Portuguesa novamente em destaque: faltam períodos de Português ou o problema

está em como ensinar Português?

A perspectiva dialógica de construção de conhecimento, que apareceram nas

características da aula de Sociologia e sobre nas definições desses professores, se faz

presente na forma de pensar “o que é uma aula de Sociologia”, portanto, demonstrando

uma correspondência entre aquilo que é estudado, planejado, desenvolvido, avaliado e

construído nas turmas. Mesmo sendo o primeiro momento em que essas trocas foram

possíveis, encontramos bastante sintonia entre o grupo que compõem a rede municipal.

Logo podemos perceber que existe uma relação entre contexto institucional, concepções

de educação compartilhadas e reconhecimento das características das comunidades

escolares para as definições relativas à metodologia.

As escolhas metodológicas do ensino em geral e do ensino de sociologia em particular dependem do modo como a escola está organizada, como o trabalho

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docente se estrutura, como os docentes são contratados, como esses docentes compreendem a função da escola, como pensam a infância e a juventude no contexto atual e como estruturam suas aulas. (SILVA, 2009, p.64)

As aulas são pensadas em torno de seus objetivos e tempo de duração do período,

a diversidade de recursos, a contextualização com a realidade social dos estudantes e

situações-problema das experiências estudantis, as possibilidades de envolvimento e

participação por meio de dinâmicas e atividades “concretas” (jogos, trabalhos...) a fim de

atingir a reflexão e o desenvolvimento do pensamento crítico.

A organização dos conteúdos demonstra maior margem de diferenças, inclusive por

haver bastante autonomia na questão de construção do Plano de Estudos e Trabalho de

Sociologia, não havendo uma cobrança para corresponder com as Diretrizes municipais;

por não haver muitos outros locais de ensino de Sociologia no Ensino Fundamental de

parâmetro para comparação (ou poucos debates acadêmicos sobre); também porque são

poucas as escolas da rede e a inserção e em cada instituição varia a forma de inserção

(quais anos e quantos períodos). Ou seja, há abordagens diferentes que se adequam aos

diferentes espaços escolares.

A maior parte do grupo trabalha temáticas por trimestre, mas há também docentes

que trabalham desenvolvendo e aprofundando um assunto por ano. A adequação do

trabalho em relação ao público-alvo também é destacada seja, pelas características

sócio-culturais, sejam pela dimensão cognitiva-intelectual, como destaca um educador “Se

uma turma participa mais, utilizo mais debates, se é mais quieta trabalho com produção

textual.”.

A avaliação faz parte do processo sobre o entendimento da disciplina na escola, o

objetivo que os docentes possuem em relação a formação dos estudantes e como

entendem o aprendizado. Portanto, percebemos uma avaliação processual e contínua,

onde faz parte o aprendizado dos conteúdos, mas também as atitudes e o crescimento

pessoal de cada educando. A capacidade de expressão escrita e oral e a diversidade de

instrumentos avaliativos se destacam nos apontamentos dos educadores como podemos

Page 20: Artigo V ENESEB 2017

observar nas seguintes colocações: “Tento avaliar o aluno como um todo, não apenas nos

conteúdos, mas sua postura colaborativa ou não; tento utilizar instrumentos diversos de

avaliação (caderno, texto, prova, participação, pesquisas) e penso que avalio minha prática

pedagógica, mas deveria fazer muito mais auto-avaliação.” e “Avaliação conjunta do

coletivo da aula; auto-avaliação, avaliação periódica; muito diálogo para ver se faz sentido

os conteúdos.”

Relativo aos materiais didáticos, podemos observar que correspondem a visão

estudantil sobre aulas diversificadas e inovadoras, bem como a intencionalidade

pedagógica de despertar curiosidade, interesse e diálogo com as turmas a partir de

diferentes recursos. Textos, vídeos, imagens, charges, fotos, revistas, jornais, exercícios,

slides, músicas foram citados por boa parte dos professores como elementos que são

facilitadores para a compreensão de conteúdos, produzindo perguntas, debates e reflexão.

Logo, percebemos a correspondência dessa resposta com a apropriação de espaços

diversos das escolas: uso do laboratório de informática, da biblioteca, da sala de vídeo, do

pátio,do auditório (quando existe) e do próprio bairro (nas ocasiões de saída de campo).

Todos os professores apontam para o fato de construírem seus materiais didáticos,

pela falta de materiais específicos aos anos finais do Ensino Fundamental. Utilizam como

referências livros didáticos do Ensino Médio, adaptações de textos acadêmicos e busca de

ideias nos portais de busca (por exemplo Wikipedia), ou ainda em redes sociais específicas

para buscar inspirações como o Pinterest. É citado ainda sites de universidade e

laboratórios de Ensino de Sociologia, mas em menor quantidade, assim como os portais de

revistas educacionais. A produção de materiais didáticos específicos apontam para a busca

por mediação didática que corresponda a faixa-etária atendida e a necessidade de

compartilharmos tais materiais entre o grupo da rede municipal.

Sobre o envolvimento dos educadores na vida coletiva da escola e com experiências

que rompam com a aula tradicional, utilizamos como indicadores a interdisciplinaridade, a

realização de pesquisas, o incentivo à iniciação científica, e o incentivo a saídas de campo.

Page 21: Artigo V ENESEB 2017

De forma geral, a maioria dos professores contribui (ou tenta contribuir) e está presente

nessas construções.

As experiências interdisciplinares em geral são poucas, centradas na área de

Ciências Humanas e Linguagens, expressando a estrutura institucional em que o trabalho

docente é primordialmente solitário, demandando tempo e características de cada espaço

escolar para haver possibilidade de construções conjuntas. Essa característica também

reflete na capacidade de fazer pesquisa na disciplina, havendo colegas com maior trajetória

de pesquisas realizadas (por exemplo são citadas: história do bairro, história da escola,

religiões do bairro”), outros com maior dificuldade, e aqueles que participam de atividades

que envolvem toda a escola.

Frente às experiências de iniciação científica, a maioria dos educadores avalia fazer,

há destaque para a formação ofertada pela Prefeitura para o estímulo da pesquisa na

Educação Básica, as situações em que vira disciplina obrigatória ou pela persistência dos

educadores: “Há 3 anos venho desenvolvendo com os alunos práticas que motivem a

escola a trabalhar com pesquisa, de uma forma não institucionalizada, motivamos os

alunos a motivar os colegas e a escola para produzir pesquisa.”

Sobre os passeios, novamente demonstra as características de cada espaço

escolar, havendo uma quantidade de educadores que realizam certas saídas da escola

com maiorregularidade, aquelas que contribuem às vezes e os que gostariam de fazer

mais. Logo, a vontade de alcançar as possibilidades citadas acima estão presentes no

grupo, e quando pouco realizada é em virtude de questões institucionais-estruturais.

Em relação à dimensão das relações professor-aluno, as respostas indicam um

“fechamento” da entrevista e da coerência das respostas analisadas. Os educadores

avaliam como “boa” sua relação com as turmas, expressando aspectos como construção

de vínculos e proximidades como características que fazem haver pouco conflitos, podendo

destacar a seguinte fala, que também expressa as relações sobre valorização da disciplina

e inserção na escola:

Page 22: Artigo V ENESEB 2017

Avalio como boa no momento até ter me inserido completamente na escola e na comunidade escolar. Até ser reconhecida enquanto uma profissional “legítima” da escola, foram muitas tensões. A idade e a disposição por construir relações pedagógicas dialógicas e horizontais são bastante contrastantes com a estrutura da instituição escolar. Portanto, a exigência para “termos autoridade” produziu muito “descrétido” frente meu trabalho. A insistência, o compromisso, o olhar respeitoso ao aluno e a busca por atingi-los pedagogicamente de alguma forma acredito que foram alguns elementos que contribuíram para a aceitação. Atualmente, sendo conhecida pelo meu trabalho pelas famílias ao lecionar para muitos parentes de ex-alunos, contribuem para o entendimento que é “assim que dou aula e que dá certo”. A sensação que tenho é que construi autoridade frente as turmas sem precisar xingar e humilhar, pois eles sabem que meus limites são bem abrangentes, mas que eles existem (agressões, desrespeito, descaso…).

As diferenças entre a relação educando-educador frente às outras disciplinas retorna

a construção de hierarquias subjetivas entre disciplinas, seja pela forma de tratamento

inter-pessoal: “Eles usam as aulas para expor suas angústias e dialogamos muito, para que

eles possam entender e lidar com outros conflitos que ocorrem, entre eles e às vezes com

professores.”. Ou ainda porque acreditam que Sociologia não reprova, e não reproduz a

lógica da “cópia-repetição”. A menor parte dos colegas expressa que a disciplina não é

vista com diferenças frente às demais (30%).

Por fim, apesar das dificuldades e conflitos, é unânime a avaliação que a inserção

da Sociologia no Ensino Fundamental é válida, pois abordam temáticas, metodologias e

concepções epistemológicas que produzem uma diferença prática no cotidiano escolar, tal

distinção sendo aceita e visto como necessária por parte dos estudantes: “É um espaço

que eles se sentem confortáveis para expor suas ideias e reivindicações referentes a

escola.”

O levantamento de dados dos pólos dessa relação “educador-educando” revelou

que a perspectiva dialógica de ensino da Sociologia é construída por parte dos professores,

reconhecida pelos alunos, construindo aprendizados que atingem o estudante de uma

forma holística, sendo um fator que contribuiu para a sua humanização enquanto indivíduo

na sociedade pelo exercício da práxis educativa.

O diálogo abre a possibilidade de troca de saberes, de uma relação horizontal no

processo de construção de conhecimento, onde aquilo que o sujeito é, pensa e sente faz

parte desse processo de fazer junto a experiência educativa. A relação dialógica se abre ao

Page 23: Artigo V ENESEB 2017

outro em toda a sua complexidade, incentivando um movimento contínuo e conjunto de

objetivar a realidade e reconstruí-la. O diálogo é ferramenta para a tarefa mediadora do

docente: “Nesse sentido, o diálogo assume o papel mediador entre a teoria (representada

pelos conteúdos) e a prática (entendida como a realidade e a ação no mundo das vivências

materiais e subjetivas), transformando-se em práxis, síntese entre teoria e prática”

(PEREIRA, T. I., p. 53)

O indivíduo se constroi como sujeito histórico, autônomo e protagonista nesse

movimento dialético, humanizando-se. A humanização, para além da escolarização, é a

capacidade de transformação que os conhecimentos elaborados produzem nos atores

sociais sob suas experiências concretas, ou seja: “ (…) educar é humanizar; é

ensinar-aprender a genteidade. Concomitantemente a teorias e conceitos, aprendemos a

humanização pela convivência dialógica, solidária e cooperativa (...)” (HENZ, 2015, p. 13)

Por isso, os dados discentes e docentes apresentam importantes informações para

entender e refletir sobre o desenvolvimento da aula de Sociologia na rede municipal de São

Leopoldo, sintetizando informações que as próprias protagonistas desconheciam, no

sentido da visão coletiva, proporcionando uma panorama que nos coloca questões a

desenvolver em nossas próximas formações com os docentes da disciplina.

3.CONCLUSÃO: RESISTÊNCIAS, CONSTRUÇÕES E DESAFIOS

A Sociologia nos currículos escolares pode abrir um espaço frente a um:

Em meio a uma sociedade neoliberal capitalista em processo de democratização, a violência, a exclusão, a discriminação, a dominação, enfim, a desumanização ainda são uma realidade gritante para muitas pessoas. Nesse contexto, somos desafiados a assumir-mos como educadores e pesquisadores a partir da realidade das classes menos favorecidas, buscando fazer de nossas escolas e universidades espaço-tempos de vivências e aprendizagens mais humanizadoras do que a rua, o mercado de trabalho, a exploração capitalista e tantos outros mecanismos de agressão à dignidade de crianças, jovens e adultos. (HENZ, C.I.,2015, p.12)

Ao analisarmos os instrumentos de pesquisa percebemos alguns aspectos

abordados: como os conteúdos a serem trabalhados, a forma como serão aplicados em

Page 24: Artigo V ENESEB 2017

sala de aula e o diálogo como caráter importante nas dinâmicas em sala de aula. A práxis

no diálogo encontra-se o seu expoente em Paulo Freire, o diálogo assume o papel de

mediador entre a teoria e a prática, transformando-se em práxis, síntese entre a teoria e a

prática (2005). Contudo, devemos ter cuidado ao partir só da realidade dos educandos ao

planejar as aulas. Pois, segundo Freire, só a prática sem teoria, sem reflexão vira ativismo.

Ao que só a teoria sem a prática torna-se verbalismo.

Ao compreender a construção dessa práxis, percebemos a importância da

construção dos conteúdos ou de um material necessário para a prática das aulas de

Sociologia em conjunto com todos os docentes da rede. O diálogo não só com os

estudantes, mas entre os professores, troca de material e vivência. Além que a construção

dos conteúdos mínimos progamáticos da disciplina também possui caráter político. Por

isso, uma educação problematizadora, necessita de uma prática docente que se

problematize para que no processo educativo rompa com os estudantes:

(…) uma concepção mágica, mecanicista e cientificista do mundo e da educação, assentada em concepções dogmáticas será possível desencadear uma práxis educativa dialógica, reflexiva e criativa, capaz de gerar transformações na realidade e nos próprios seres humanos que vão aprendendo a se assumirem como agentes ativos, como sujeitos do processo no qual e pelo qual se descobrem sendo gente (ou impedidos de ser), humanizando-se intersubjetivamente.” p. 13 (HENZ, C.I., 2015, p. 13)

Esses aspectos afirma o papel importante da Sociologia no contexto escolar no

município de São Leopoldo como disciplina problematizadora da realidade social no qual

encontra-se os nossos estudantes. A romper com a “cultura do silêncio” (ANDREOLA,

2006 apub PEREIRA, 2015) nos nossos estudantes, contribuindo para uma sociedade mais

democrática. Em transformar os discentes em sujeitos autônomos e preparados para a

realidade social (PEREIRA, 2015).

O desenvolvimento da pesquisa produziu, trocas, a percepção sobre o papel da

Educação Dialógica e a práxis educativa como eixo presentes da nossa prática na rede

municipal, bem como perceber que ao longo de 10 anos, apesar de todas as dificuldades

(conflitos por causa da grade curricular, tensões com equipes diretivas, pressões de

Page 25: Artigo V ENESEB 2017

gestões para a retirada da disciplina) nos resistimos e marcamos espaço em nossas

instituições de ensino.

Temos o desafio de afirmar-mos na rede municipal, demonstrar nossa existência e

relevância, necessidade que este artigo procurou desenvolver. Ou seja, esse texto produz

o reconhecimento de nossos avanços e limitações, compartilhamos nossos pequenos

avanços como referência da possibilidade real da Sociologia existir e importar nos Anos

Finais do Ensino Fundamental. Entretanto, também sinalizamos as lacunas desse

processo, para podermos nos fortalecer e buscar apoio frente nossas demandas.

Ainda há um caminho a trilhar para a institucionalização das disciplinas de

Sociologia e Filosofia na rede municipal, objetivo que pretendemos colaborar para uma

qualificação contínua, tendo em visto que essa busca está embasada em práticas

pedagógicas de relevância. Logo, a necessidade de uma lei municipal que institua a

obrigatoriedade ou de Sociologia ou/e Filosofia nos 4 anos finais do Ensino Fundamental,

devem vir acompanhados de debates sobre o projeto de escola que cada instituição se

coloca a construir, pois isso atinge a existência (ou não) de hierarquia entre as disciplinas.

A inserção de novas disciplinas na grade curricular, deve promover a discussão sobre “o

que/porque/para que estamos fazendo frente a formação dos nossos estudantes” e o papel

de cada conhecimento nesse projeto, para além de acirrarmos a disputas entre indivíduos e

suas “caixinhas”, devemos promover condições para se debater isonomia entre os saberes.

A reduzida carga horária, a hierarquização dos conhecimentos, a presença pouco

homogênea sobre quais são os anos que a escola deve ofertar Sociologia, a falta de

materiais e formações específicas são condicionantes que precarizam o trabalho do

profissional em Ciências Sociais na Educação Básica, como mostram os dados.

Sabemos que existem estratégias para valorizar e qualificar nossos trabalhos a partir

de experiências já construídas como as Salas Temáticas, a possibilidade de Sociologia

aparecer na parte diversificada do Plano Político Pedagógico de Apoio (sendo essa última

uma opção para qualquer instituição de qualquer rede de ensino) e os encontros de

formação contínua que estamos realizando entre nós mesmos.

Page 26: Artigo V ENESEB 2017

Entretanto, é inegável que a institucionalização por meio de Lei Municipal produz

uma forma “legítima” de ampliação das disciplinas entre mais escolas da rede de São

Leopoldo e maiores condições de acessar recursos para nosso componente curricular.

Destacamos ainda, que a formação de uma legislação que respalde e amplie as práticas de

Sociologia no Ensino Fundamental devem vir acompanhadas de provimento de licenciados

em Ciências Sociais para esses cargos evitando “re-alocar” outras formações para lecionar

nossa disciplina, realidade que apesar de minoritária, existe atualmente (contraditório uma

vez que existe Cadastro Reserva do concurso público de 2015).

Nossa trajetória demonstra que a capacidade dialógica dos professores de

Sociologia produz construções necessárias nas escolas, apesar dos conflitos e

adversidades colocados pelos contextos educacionais. Ou seja, é uma prática sem ação

mecânica de repetição, pois:

Para entender a realidade, não basta, e até é inconveniente, que o professor fique repetindo autores, teorias e conceitos sociológicos, sem nenhuma relação com a busca por esta compreensão da realidade. Estamos sugerindo aqui que este modo de observar, de pensar e de fazer sociológico seja aplicado à escola pelos professores e seja ensinado aos alunos. Não como conteúdos em si mesmos, mas como uma prática cotidiana. (PEREIRA, 2015, p. 247)

A atuação do profissional em Ciências Sociais na escola produz o próprio

estranhamento e desnaturalização da instituição escolar enquanto estrutura social, para

além do êxito percebido na construção de tais objetivos pelos estudantes. A Sociologia por

meio do diálogo consegue produzir mediação didática de forma a construir aprendizagem

significativa do conhecimento sociológico, sendo catalisador no processo de humanização

estudantil.

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REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO ABECS, Associação Brasileira de Ensino de Ciências Sociais. REUNIÃO COM PREFEITURA DE SÃO LEOPOLDO (RS) ENCAMINHA FORTALECIMENTO DA SOCIOLOGIA NO ENSINO FUNDAMENTAL. Disponível em: https://www.abecs.com.br/reuniao-com-prefeitura-de-sao-leopoldo-rs-encaminha-fortalecimento-da-sociologia-no-ensino-fundamental/. Acessado em: Julho de 2017 FREIRE, P. Pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2005.. HENZ, C. I. Educação e Pesquisa: Possibilidades de empoderamento e cidadania das classes populares.In: PEREIRA, T. I.. Aprender e ensinar com Paulo Freire: por uma escola emancipatória. 1. ed. Porto Alegre: Cirkula, 2015. 128p . OLIVEIRA, L. F. A sociologia e as tensões sociais, epistemológicas e culturais da escola. In: FIGUEIREDO, André Videira de; OLIVEIRA, Luiz Fernandes de; PINTO, Nalayne Mendonça (Orgs.). Sociologia na Sala de Aula: reflexões e experiências docente no Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Imperial Novo Milênio, 2012. PEREIRA, L. H.. Sociologia: a arte da ruptura, da construção e da explicação. Revista Ciências Sociais Unisinos, v. 51, p. 244-250, 2015. PEREIRA, T.I. Humanidades na escola: O Ensino de Sociologia e Filosofia na perspectiva freireana. In: PEREIRA, T. I.. Aprender e ensinar com Paulo Freire: por uma escola emancipatória. 1. ed. Porto Alegre: Cirkula, 2015. P.51. POSSAMAI, A. D. ; KERN, E. B. ; ROSSATO, J. . Sociologia no Ensino Fundamental: a implementação e experiência da rede municipal de São Leopoldo/RS. In: IV ENESEB, 2015, São Leopoldo. Anais do IV ENESEB. Porto Alegre: CirKula, 2015. p. 150-151 SILVA, Ileizi L. F.. Fundamentos e Metodologias do ensino de sociologia na educação básica. In: HANDFAS, Anita; OLIVEIRA, Luiz Fernandes de.. (Org.). A Sociologia vai à escola.. 1ed.Rio de Janeiro: Quartet; FAPERJ, 2009, v. , p. 63-91.

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ANEXOS Anexo 1 - Perguntas para o levantamento das práticas e experiências da Sociologia na rede municipal de São Leopoldo

PERFIL 1) Gênero: ...........................................2) Idade: ....................................... 3) Onde reside: 4) Quanto tempo leva de deslocamento para trabalhar: 5) Qual meio de transporte utiliza para trabalhar: 6) Formação, ano de conclusão e instituição (Graduação e pós) Curso: ............................................. Ano: ................... Instituição: ................................. Curso: .................................. Ano: ............................. Instituição: .......................................... Curso: ................................. Ano: .............................. Instituição: .......................................... 7) Participou de eventos acadêmicos na área de Sociologia, cursos e palestras? Cite quais participou nos últimos 5 anos ou o que lembrar e aproximadamente o ano que foi. 8) Participa de cursos de formação ou eventos de formação relacionados à educação?

Quantos por ano e cite os que participou nos últimos 2 anos. 9) Leciona há quanto tempo e em quais áreas/níveis/disciplinas: Disciplina: ...................................................Tempo: .............................Nível: ........................ Disciplina: ...................................................Tempo: .............................Nível: ........................ Disciplina: ...................................................Tempo: .............................Nível: ........................ Disciplina: ...................................................Tempo: .............................Nível: ........................ 10) Quanto tempo está na rede: ....................................................................................................................... 11) Em quantas escolas municipais trabalha: ........................................................................................................................ 12) Quantas horas semanais trabalha: .................................................................................................................................. 13) Em quais redes de ensino trabalha: ..................................................................................................................................... 14) Com quais turmas trabalha: ............................................................................................................................................. 15) Com quais disciplinas trabalha: ........................................................................................................................................

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16) Quais os hábitos de lazer mais comuns? (ida em museus, teatros, cinemas, exposições, etc). Com qual frequência (semanal, mensal ou anual) Lazer:............................................................ Frequência: ...................................................... Lazer: ................................................................ Frequência: ................................................. Lazer: ........................................................................................ Frequência: ........................................................ Lazer: ........................................................................................ Frequência: ........................................................ Lazer: ........................................................................................ Frequência: ........................................................ 17) Tem o hábito de ler? Quantos livros por ano e os gêneros? ................................................................................................. Outras leituras e a periodicidade? .................................................................................................................................... 18) Já ocupou cargos na gestão escolar? (Equipe diretiva, CPM, Conselho Escolar) Se sim, quais?

ESCOLA 19) Qual a Carga Horária da disciplina na escola? .................................... 20) Como foi a acolhida ao assumir a disciplina? 21) A escola valoriza ou desvaloriza a Sociologia? Com quais ações percebe essas atitudes? 22) Há dificuldades na escola, colegas, direção em relação a disciplina (existência de conflitos por causa do perfil do professor, da forma de dar aula...)? 23) As necessidades estruturais das escolas (materiais, internet...) interferem no Ensino de Sociologia? 24) Quais as necessidades em termos de condições de trabalho/carreira interferem na qualidade do Ensino de Sociologia? (tempo de planejamento, formações, necessidade de dedicação exclusiva, incentivo a pós-graduação... ) 25) Na sua avaliação, as dificuldades de alfabetização interferem na aprendizagem da Sociologia? Na existência de situações vividas, como são encaminhadas?

METODOLOGIA 26) Quais elementos considera importante para a organização de uma aula? O que prioriza para o planejamento da aula de Sociologia?

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27) Como organiza/pensa a organização dos conteúdos? 28) Como pensa a questão da avaliação? Como é a avaliação da Sociologia? Quais características definem sua forma de avaliar? 29) Quais recursos didáticos mais utiliza? 30) Você cria materiais didáticos? Busca em livros? Utiliza da internet? Quais referências principais utiliza para material de apoio? 31) Você consegue desenvolver parcerias interdisciplinares? Com quais disciplinas? 32) Você consegue desenvolver projetos na escola? 33) Você realiza pesquisa de iniciação científica com os alunos? 34) Você ajuda na organização de passeios na escola? Quais passeios já realizou? 35) Você utiliza outros espaços escolares além da sala de aula?

RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO 36) Como você percebe a sua relação com as turmas? 37) Existe diferenças em relação às outras disciplinas? 38) Como você avalia a presença da Sociologia por parte dos alunos? (envolvimento, identificação, aceitação)? Anexo 2 - Questionário para as turmas de 9º ano 1) Em quais anos você estudou Sociologia?

( ) 6 ano ( ) 7 ano ( ) 8 ano ( ) 9 ano

2) Quantas professoras já teve? ( ) 1 ( ) 2 ( ) 3

3) Quais disciplinas são (+) ou (-) importantes que Sociologia?

( ) Inglês ( ) Filosofia

( ) Matemática

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( ) Artes

( ) Português

( ) Educação Física

( ) Geografia

( ) Ciências

( ) História

( ) Ensino Religioso

4) Assinale as 5 características que você considera mais marcantes da aula de Sociologia.

( ) Diálogo ( ) Espaço de expressão das ideias

( ) Assuntos poucos interessantes

( ) Difícil

( ) Diversidade ( ) Dinâmica ( ) Reflexão ( ) Autonomia ( ) Divertida ( ) Chata ( ) Muito crítica ( ) Cooperação ( ) Conscientização

( ) Assuntos polêmicos

( ) Ajuda a agir diferente

( ) Faz pensar na vida

( ) Muita leitura ( ) Repetitiva ( ) Distante da realidade

( ) Desinteressante

5) Marque no máximo 4 alternativas que definam o seu professor de Sociologia em sala de aula (como dá aula). ( ) Rígido

( ) Mediador

( ) Autoritário

( ) Tolerante

( ) Não tem controle da turma

( ) Amigo

( ) Organizado

( ) Desorganizado

( ) Inovador (as aulas são diferentes)

( ) Repetitivo (aula sempre do mesmo jeito)

6) O que a aula de Sociologia transformou em você enquanto ser humano? Marque quantas achar necessárias. ( ) Me fez pensar sobre minhas escolhas de vida

( ) Sou mais consciente

( ) Sou menos preconceituoso

( ) Aprendi a ouvir

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( ) Aprendi a me colocar no lugar do outro

( ) Aprendi a expressar o que penso

( ) Aprendi a me aceitar e entender

( ) Sou mais curioso

( ) Me ajudou na minha convivência familiar

( ) Me atrapalhou na minha convivência familiar

( ) Sou mais participativo

( ) Sou mais cooperativo (ajudo o outro)

( ) Comecei a ler mais

( ) Mudei pontos de vista que tinha (ideias sobre determinado assunto)

( ) Não me transformou em nada

7) Quais os conteúdos mais marcantes das aulas de Sociologia ao longo do seu Ensino Fundamental? Marque no máximo 5.

( ) Preconceito e Discriminação

( ) Violência ( ) Política ( ) Abuso Sexual

( ) Cidadania ( ) Cultura ( ) Identidade ( ) Desigualdade ( ) Socialização

( ) Grupos Sociais ( ) Direitos Humanos ( ) Gênero e Sexualidade

( ) Bullying ( ) Exclusão Social ( ) Trabalho ( ) Juventude ( ) Racismo ( ) Capitalismo ( ) Indústria cultural ( ) Tecnologia ( ) Movimentos Sociais

( ) Injustiça ( ) Democracia ( ) Globalização

8) Você avalia que foi importante ter Sociologia no Ensino Fundamental? ( ) Sim ( ) Não. Justifique.