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Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.20, n.1, p.83-101, 2018 83 ISSN: 1517-8595 ARTIGO TÉCNICO MÉTODOS DE DESLINTAMENTO APROPRIADOS PARA SEMENTES DE ALGODÃO ORGÂNICAS E CONVENCIONAIS Vicente de Paula Queiroga 1 , Anna Sylvia Ramos de Rangel Moreira Cavalcanti 2 RESUMO Neste trabalho o objetivo foi apresentar os diferentes processos de deslintamento de sementes de algodão, os quais permitem a eliminação parcial ou total do línter, com a intenção de produzir e distribuir sementes de alta qualidade para os cotonicultores. Alguns métodos de deslintamento são específicos para sementes orgânicas de algodão com eliminação parcial do seu línter, mais recentemente foi lançado um novo deslintador mecânico nos Estados Unidos capaz de eliminar o línter das sementes. Mesmo com a eliminação total do línter obtida por meio do método químico de deslintamento, as sementes convencionais (não orgânicas) são submetidas aos processos de neutralização e secagem. Depois do deslintamento e a classificação nas máquinas de pré-limpeza e de mesa de gravidade, as sementes tratadas são embaladas em sacos de papel e armazenadas, aguardando a próxima semeadura. Palavras-chaves: deslintamento, algodão, sementes sem línter, processos mecânico e químico. APPROPRIATE DELINTING METHODS FOR ORGANIC AND CONVENTIONAL COTTON SEEDS ABSTRACT In this work, the objective was to present the different processes of cottonseed delinting, which allow the partial or total elimination of the linter, with the intention of producing and distributing high quality seeds for cotton growers. Some delinting methods are specific to organic cotton seed with partial elimination of its linter, more recently a new mechanical delinting machine has been launched in the United States capable of eliminating the linter from seeds. Even with the total elimination of the linter obtained by the chemical delinting method, conventional (non-organic) seeds are subjected to the neutralization and drying processes. After delinting and classification in the pre-cleaning and gravity table machines, the treated seeds are packed in paper bags and stored, waiting for the next sowing. Keywords: delinting, cotton, seeds without linter, mechanical and chemical processes. Protocolo: 19-2017 -123 de 10 de janeiro de 2018 1 Pesquisador da Embrapa Algodão, Rua Osvaldo Cruz, no 1143, CEP 58.428-095 Campina Grande, PB. Email: [email protected]. 2 Professora Doutora Profa. Dra. em Engenharia de Materiais, Faculdade Rebouças, Campina Grande, E-mail: [email protected].

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Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.20, n.1, p.83-101, 2018 83 ISSN: 1517-8595

ARTIGO TÉCNICO

MÉTODOS DE DESLINTAMENTO APROPRIADOS PARA SEMENTES DE

ALGODÃO ORGÂNICAS E CONVENCIONAIS

Vicente de Paula Queiroga1, Anna Sylvia Ramos de Rangel Moreira Cavalcanti2

RESUMO

Neste trabalho o objetivo foi apresentar os diferentes processos de deslintamento de sementes de

algodão, os quais permitem a eliminação parcial ou total do línter, com a intenção de produzir e

distribuir sementes de alta qualidade para os cotonicultores. Alguns métodos de deslintamento

são específicos para sementes orgânicas de algodão com eliminação parcial do seu línter, mais

recentemente foi lançado um novo deslintador mecânico nos Estados Unidos capaz de eliminar o

línter das sementes. Mesmo com a eliminação total do línter obtida por meio do método químico

de deslintamento, as sementes convencionais (não orgânicas) são submetidas aos processos de

neutralização e secagem. Depois do deslintamento e a classificação nas máquinas de pré-limpeza

e de mesa de gravidade, as sementes tratadas são embaladas em sacos de papel e armazenadas,

aguardando a próxima semeadura.

Palavras-chaves: deslintamento, algodão, sementes sem línter, processos mecânico e químico.

APPROPRIATE DELINTING METHODS FOR ORGANIC AND CONVENTIONAL

COTTON SEEDS

ABSTRACT

In this work, the objective was to present the different processes of cottonseed delinting, which

allow the partial or total elimination of the linter, with the intention of producing and distributing

high quality seeds for cotton growers. Some delinting methods are specific to organic cotton seed

with partial elimination of its linter, more recently a new mechanical delinting machine has been

launched in the United States capable of eliminating the linter from seeds. Even with the total

elimination of the linter obtained by the chemical delinting method, conventional (non-organic)

seeds are subjected to the neutralization and drying processes. After delinting and classification

in the pre-cleaning and gravity table machines, the treated seeds are packed in paper bags and

stored, waiting for the next sowing.

Keywords: delinting, cotton, seeds without linter, mechanical and chemical processes.

Protocolo: 19-2017 -123 de 10 de janeiro de 2018 1 Pesquisador da Embrapa Algodão, Rua Osvaldo Cruz, no 1143, CEP 58.428-095 Campina Grande, PB. Email:

[email protected]. 2 Professora Doutora Profa. Dra. em Engenharia de Materiais, Faculdade Rebouças, Campina Grande, E-mail:

[email protected].

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INTRODUÇÃO

Para a agricultura empresarial, praticada

em grandes extensões de terras e dependente

completamente da mecanização, detectou-se um

ponto de estrangulamento no processo de

semeadura das sementes com línter, justamente

no que tangia à distribuição de sementes nas

plantadeiras empregadas nas propriedades.

Frente a esta limitação, a única alternativa viável

encontrada para solucionar o problema das

plantadeiras tem sido o deslintamento químico

das sementes de algodão (Queiroga et al., 2011).

Portanto, um desses obstáculos no cultivo

do algodão é sua semente revestida de uma fibra

curta, tecnicamente denominada de línter, a qual

impede o seu fluxo no sistema de distribuição

das plantadeiras pneumáticas utilizadas

atualmente, o que inviabilizaria o plantio em

grandes áreas, feito de forma mecanizada.

Assim, o deslintamento é considerado uma etapa

essencial para remoção desta fibra, expondo a

face lisa das sementes, o que contribui no

processo de classificação por tamanho e no

tratamento químico (SILVA et al., 2001).

Atualmente, para a comercialização das

sementes de algodão a remoção do línter é uma

prática obrigatória e que seu plantio seja feito

apenas com sementes sem línter em todo

território nacional, por força da Portaria de nº

607, emitida pelo MAPA em 14 de dezembro de

2001 (Brasil, 2005). Contrariando tal portaria, os

métodos de deslintamento mais utilizados no

Brasil para sementes orgânicas apenas eliminam

parcialmente o línter, o que impedem sua

comercialização, mesmo assim elas são usadas

apenas em área própria do deslintador-produtor.

Ainda em fase de validação, um novo

deslintador foi desenvolvido no USA, o qual

permite a eliminação total do línter da semente

de algodão por processo mecânico abrasivo,

ficando o material no final similar as sementes

deslintadas quimicamente.

Por outro lado, o deslintamento mecânico

reduz consideravelmente o línter das sementes,

mas não o elimina totalmente (MacDonald et al.,

1947). Enquanto no deslintamento químico,

realizado após o mecânico, o línter é

desintegrado por ácidos (Gelmond, 1979). Há,

basicamente, três sistemas de deslintamento com

ácido: via úmida concentrada (H2SO4), via

úmida diluída (H2SO4) e via gasosa (HCl). Vale

frisar que os três processos proporcionam

sementes totalmente livres de línter. Mesmo

assim, nos processos químicos podem ocorrer

problemas na qualidade das sementes

decorrentes do tempo e da temperatura de reação

e da presença de sementes danificadas

mecanicamente (Gabriel et al., 2015).

É importante evidenciar que o

processamento de sementes de algodão envolve

etapas diferenciadas como a colheita

mecanizada, descaroçamento, deslintamento

mecânico em conjunto com o químico, secagem

de sementes sem línter, pré-limpeza,

classificação em mesa de gravidade, tratamento

de sementes, envasamento e armazenamento no

galpão dos lotes de sementes, os quais podem

causar danos mecânicos e efeitos imediatos e

latentes na sua qualidade (Silva et al, 2006).

De uma maneira geral, o roteiro seguido das

sementes do campo até a usina consiste na

colheita mecanizada, transporte, armazenamento

temporário na usina em forma de fardões ou

módulos, secagem opcional do algodão em rama

e beneficiamento em descaroçadores de serra,

além do processo de deslintamento das sementes

com línter que é realizado de imediato ao seu

descaroçamento ou na época bem próxima a sua

semeadura (antes de 1 mês). Nesta perspectiva,

o presente trabalho teve por objetivo apresentar

alguns métodos de deslintamento adequados

para sementes de algodão orgânicas e

convencionais.

Deslintamento para sementes orgânicas

Antes do processo de deslintamento, os técnicos da

Deltapine Monsanto recomendam submeter uma

pequena amostra de sementes com línter ao teste de

acidez, utilizando os seguintes procedimentos de

laboratório:

1) Na pequena prensa hidráulica se extrai 1 mL

de óleo da amostra de sementes (Figura 1).

Como o equipamento de extração não tem

filtro, o importante é que a umidade da

semente não seja superior a 12%, pois do

contrário fica difícil obter o óleo;

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2) O óleo obtido se mescla com 2,8 mL de

solução de fenoltaleina a 1% e logo se faz a

titulação com hidróxido de sódio;

3) A quantidade de gotas de hidróxido de sódio

utilizado indica o grau de acidez da amostra,

sendo o limite definido de 1% para deslintar.

Figura 1. Prensa hidráulica de sementes com línter,

acionada por uma bomba de ar comprimido, para

extração de óleo. Foto: Riselane de Lucena

Alcântara Bruno.

Deslintador com escovas e rolos (deslintamento

total):

O deslintador mecânico de semente

orgânica é formado por um tambor posicionado

horizontalmente, sendo que a sua parede interna

é revestida alternadamente por dois conjuntos de

escovas, sendo 42 de escovas de nylon e 42 de

arame (Figura 2). Esse tambor gira na velocidade

de 300 rpm, quando acionado por um motor

elétrico, e funciona como uma lixa quando está

em operação. Também no interior do tambor,

encontram-se 2 rolos rotativos, movimentando-

se no sentido oposto ao tambor, os quais estão

posicionados junto as escovas e têm por função

pressionar a passagem das sementes com línter

entre rolos e escovas (Figura 3).

Figura 2. Escovas de nylon e de arame

posicionadas alternadamente na parede interna

do tambor do equipamento deslintador

mecânico. Foto: Greg Holt, Tom Wedegaertner,

John Wanjura, and Mathew Pelletier (2016).

Figura 3. Detalhe do pequeno equipamento deslintador mecânico de sementes de algodão herbáceo,

que funciona com duas escovas. Fotos: Greg Holt, Tom Wedegaertner, John Wanjura, and Mathew

Pelletier (2016).

Uma vez em funcionamento o

equipamento, as sementes são introduzidas

numa extremidade do tambor em movimento e

sai na outra exterminada já totalmente desnudas

devido ao efeito abrasivo gerado pelas escovas

de nylon e de arame. Um equipamento de

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sucção ou exaustor (Figura 4), através de um

tubo de conexão, extrair todo material do

tambor e no seu interior, as sementes, já

separadas do línter, são recolhidas numa boca

de saída e em outra boca, o línter. O pequeno

deslintador experimental tem a capacidade de

deslintar a quantidade de 30 kg de sementes

com línter por 10 minutos (ou 180 kg por hora;

Figuras 5). A empresa fabricante dos USA (BC

Supply) ainda está pretendendo desenvolver um

protótipo de maior capacidade de

processamento com 5 rolos rotativos (Figura 6).

Figura 4. Equipamento de sucção que retira

todo material do tambor e separa no seu interior

as sementes do línter. Foto: Greg Holt, Tom

Wedegaertner, John Wanjura, and Mathew

Pelletier (2016).

Figura 5. A;B). Sementes com línter e sementes totalmente deslintadas pelo deslintador mecânico com

escovas e rolos; C). Resultado das sementes deslintadas pelas escovas alternadas: 42 de Nylon e 42 de

arame. Fotos: Greg Holt, Tom Wedegaertner, John Wanjura, and Mathew Pelletier (2016).

Figura 6. Rolos rotativos (5) instalados próximo a parede interna do tambor do grande equipamento

deslintador mecânico (protótipo). Foto: Greg Holt, Tom Wedegaertner, John Wanjura, and Mathew

Pelletier (2016).

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Flambagem (deslintamento parcial)

No caso particular do município de São

Francisco de Assis do Piauí, as sementes de

algodão orgânico, quando descaroçadas, podem

ser deslintadas pelo método de flambagem, que

é considerado um equipamento simples

destinado para as comunidades familiares

(Figura 7). Nesse processo, a massa de sementes

com línter é despejada numa coluna de chamas,

que queima a maior parte do línter, mas também

não deixa a semente totalmente nua (Queiroga et

al., 1993).

A

B

C

Figura 7. A) Sementes de algodão herbáceo com muito línter; B) Processo de flambagem utilizado para

a eliminação parcial do línter das sementes de algodão; e C) Sementes flambadas com pouco línter.

Deslintador mecânico (deslintamento parcial)

No plantio do algodão orgânico, as

sementes devem ser deslintadas mecanicamente,

o que corresponde a um processo de

deslintamento parcial por não eliminar

totalmente o línter (Figura 8). Mesmo assim

existe matraca apropriada ou plantadeira

mecânica de tração animal apropriada para

sementes de algodão com pouco línter (Figura

9).

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A

B

C

Figura 8. A) Sementes de algodão herbáceo com muito línter; B) Deslintador mêcanico utilizado para

a eliminação parcial do línter das sementes; e C) Sementes deslintadas mecanicamente com pouco línter.

Fotos: Vicente de Paula Queiroga

Figura 9. Matraca apropriada e plantadeira mecânica adaptada de tração animal para a semeadura de

sementes de algodão com pouco línter. Fotos: Odilon Reny Ribeiro Silva.

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Deslintamento para sementes convencionais

(não orgânica)

Deslintamento mecânico em conjunto com o

químico

De acordo com MacDonald et al, (1947),

há uma possível vantagem do deslintamento

químico quando o mesmo é realizado em

conjunto com o deslintamento mecânico. Esses

autores afirmam que o deslintamento mecânico

reduz consideravelmente o línter, mas quando é

complementado pelo processo químico (ácido

sulfúrico) estará eliminando totalmente o línter

da superfície da semente (Figura 10). A ação

conjunta de ambos processos é mais eficiente por

reduzir o tempo de reação e por representar uma

economia na quantidade de ácido sulfúrico. Por

meio de roscas-sem-fim e elevador de caçambas,

as sementes são transportadas para alimentar o

deslintador mecânico (Figura 11).

Figura 10. Em alguns casos, o deslintamento de sementes apenas com ácido sulfúrico pode não ser

eficiente na eliminação do línter (A); enquanto o deslintamento mecânico de sementes e complementado

com o químico elimina totalmente o línter (B). Fotos: Vicente de Paula Queiroga

Figura 11. A- Roscas-sem-fim e B- elevador de caçambas ou canecas para transporte de sementes com línter;

C- Deslintadores mecânicos de serras para cortar e eliminar parcialmente o línter. Fotos: Édio Brunetta e

Vicente de Paula Queiroga

Deslintamento químico (Diluído)

Existem vários processos de deslintamento

utilizados no mundo, porém os mais comuns estão

os químicos via úmida, que empregam ácido

sulfúrico concentrado ou diluído. A tecnologia de

deslintamento químico via-úmida e diluída é

utilizada pela usina de deslintamento de sementes

Itaquerê (Udesil) em Primavera do Leste-MT. É

importante frisar que a Udesil emprega a mais

moderna tecnologia disponível na atualidade, a qual

foi importada dos Estados Unidos em 1999 e se

baseia na aspersão de uma mistura da ordem de 6 a

8% de ácido sulfúrico acrescido de água e

detergente (com função de quebrar a tensão

superficial das células que compõe a fibra) sobre o

montante de sementes com línter, que em

associação com o movimento rotativo das

máquinas deslintadoras e o calor acrescido ao

sistema, transformam a celulose da fibra em um pó

fino como talco, que após a neutralização pode ser

utilizado como fertilizante. Todo o processo é

controlado por um sistema automatizado e

monitorado nas diversas etapas do processo

(Brunetta et al., 2011).

O processo consiste inicialmente em

promover a diluição, com água, do ácido

sulfúrico concentrado (98,2%) para em torno de

A B

A B C

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10%. Em seguida, procede-se a mistura da

solução com as sementes com línter em um

dispositivo de mistura. As sementes são então

conduzidas para um reator, constituído de

tambor rotativo com passagem forçada de ar

quente (Mota, 2009; Figura 12). O ar quente

promove a evaporação da água utilizada na

diluição do ácido, ao mesmo tempo em que

provoca a concentração do ácido aos níveis

iniciais. Quando isso ocorre, verifica-se a

hidrólise ácida da celulose e o consequente

desprendimento do línter do tegumento da

semente (Mota, 2009). Por exaustão, o línter é

retirado do reator, conduzido a um ciclone para

posterior recolhimento em silos ou big bags.

Esse línter contém parte do ácido sulfúrico

utilizado na reação e, por isso, para sua

disposição adequada no solo, como resíduo,

deve ser total ou parcialmente neutralizado com

CaCO3 ou NaOH (Mota, 2009).

Figura 12. A). As sementes com ácido diluído são submetidas a temperatura inicial do ar de entrada no reator

de 120ºC e a de saída de 48ºC (processo perdura por 75 minutos) e B). Através das perfurações do tambor, o

línter hidrolisado é arrasado pelo ar do exaustor, passa pelo ciclone e é recolhido por rosca sem-fim. Fotos:

Emilia Gonçalves da Mota, 2009.

As sementes são descarregadas do reator,

neutralizadas com carbonato de cálcio (CaCO3)

ou hidróxido de sódio (NaOH), beneficiadas e

empacotadas (Mota, 2009). As amostras de línter

hidrolisado e línter neutralizado provenientes do

deslintamento químico diluído e o línter

mecânico do proveniente do deslintamento

mecânico, encontram-se na Figura 13.

Figura 13. Resíduo gerado após deslintamento (A); línter hidrolisado (a), línter neutralizado (b) e

línter mecânico (c). Fotos: Emilia Gonçalves da Mota, 2009.

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Para que esse método possa ser utilizado sem

causar problemas ambientais é necessário que se

faça adequado tratamento do afluente gerado no

deslintamento antes de sua disposição no meio

ambiente. Para cada tonelada de sementes

deslintada, gera-se cerca de 1.300 litros de resíduo

líquido, composto, aproximadamente, de 1.000

litros de água, 100 litros de celulose parcialmente

hidrolisada e 186 litros de ácido sulfúrico (Mota,

2009).

Deslintamento químico (Concentrado)

A Embrapa conheceu o sistema de

deslintamento químico concentrado empregado

pela Usina da Payco S./A., instalada na propriedade

Golondrina, estado de Caazapá, Paraguai. Esse

sistema se baseia na aspersão de ácido sulfúrico

comercial ou concentrado (98% de pureza com

densidade de 1,84 kg por litro) e aplica-se sobre

as sementes com línter na proporção de 1 litro para

6 a 8 quilos de sementes durante 3 a 5 minutos

(Gurjão Filho et al, 2010; Brunetta et al., 2011;

Gabriel et al, 2015). Ao mesmo tempo, as sementes

são movimentadas por várias palhetas presas a um

tubo ou eixo central, ambos feitos de ácido

inoxidável, dentro de uma calha feita de fibra de

vidro. A rotação do tubo pode variar de 15 a 25 rpm

dependendo do tempo estabelecido de deslinte

(entre 3 a 5 minutos), do dimensionamento das

engrenagens motora e do comprimento de cada

calha (até 5 metros) percorrida pelas sementes em

movimentação constante, devido à ação das

palhetas ao longo do tubo ou eixo central. Essas

palhetas são presas por porcas quadradas em

diferentes posições do eixo e são mais eficientes

que a rosca-sem-fim, pois como as mesmas são

projetadas para passar a poucos centímetros da

parede da calha, de modo que na sua parte inferior

as sementes não são acumuladas e movimentadas

lentamente como sucede quando se usa a rosca-

sem-fim (Figura 14). No final da calha superior

com ácido, as sementes são descarregadas por

gravidade em pequenas camadas para outra calha

inferior de lavagem.

Figura 14. A-Palhetas presas ao eixo central por porcas quadradas e ajustadas para passar a poucos

centímetros da superfície da calha de fibra de vidro. B- Local da descarga de sementes da calha superior com

ácido (H2SO4) ou base (NaOH) para a calha inferior de lavagem. Fotos: Vicente de Paula Queiroga.

O mecanismo operacional do deslintamento

de sementes de algodão com línter com ácido

sulfúrico concentrado, via úmida, passa por 4

calhas feitas de fibra de vidro e é composto,

fundamentalmente, de um chassi para suporte

dos seguintes dispositivos: alimentador do tipo

elevador de canecas, para o transporte da

semente de algodão com línter; moega

reguladora da quantidade de semente a ser

introduzida na primeira calha de deslintamento

(Figuras 15 e 16). Na primeira calha, as sementes

com línter são submetidas à aspersão do ácido por

dois bicos de pulverização existentes no túnel de

proteção. Ou seja, o tanque de ácido sulfúrico com

bomba alimentadora, instalado na parte externa do

galpão, permite sua circulação no cano por pressão,

o qual se bifurca em dois nas proximidades do túnel

de proteção, dando origem aos bicos reguladores de

vazão de ácido sulfúrico (Figura 17). Uma vez

submetidas a tal tratamento, as sementes, por

agitação das palhetas, são conduzidas ao outro

extremo da calha de 5 metros de comprimento.

A B

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Figura 15. Esquema geral (planta baixa) de funcionamento do processo de deslintamento de sementes de

algodão com línter: Primeira calha com pulverização de ácido sulfúrico concentrado sobre as semente com

línter e sua agitação com palhetas; Segunda calha com lavagem com água das sementes sem línter e sua

agitação com palhetas para reduzir o efeito do ácido; Terceira calha com pulverização de NaOH (solução de

5%) sobre as sementes sem línter e sua agitação com palhetas para neutralizar os resíduos do ácido; e Quarta

calha com lavagem com água das sementes sem línter e sua agitação com palhetas para eliminar os resíduos

da base. Em seguida, as sementes deslintadas e úmidas são transportadas por várias chapas plásticas presas a

corrente dentro das calhas inclinadas para os secadores. Foto: Vicente de Paula Queiroga e Sergio Cobel.

Figura 16. A- Moega de alimentação de sementes com línter; B- Elevadores de caçamba; C- Túnel de

pulverização de ácido sulfúrico na primeira calha; D- Painel de automação do sistema de deslintamento; E-

as paredes do galpão são formadas, em parte, por blocos vazados para arejar o ambiente, evitando assim seu

aquecimento pelos secadores e a intoxicação humana pela inalação do ácido. Fotos: Vicente de Paula Queiroga

e América Gonzalez Sanabria

Figura 17. Extremidade da primeira calha um túnel de proteção com dois bicos de pulverização para introduzir

o ácido sulfúrico por dois canos (cor alaranjada) com pressão da bomba centrífuga de 0,25 a 0,5 Watts de

potência. Fotos: Vicente de Paula Queiroga e América Gonzalez Sanabria.

A B

C

D

E

A B

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Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.20, n.1, p.83-101, 2018

Por meio de um furo no fundo da calha, as

sementes já deslintadas são descarregadas na

segunda calha (5 metros de comprimento) com seu

fundo perfurado (ou tela) com crivos de 2,5 mm de

diâmetro para escoamento da água. Além disso, a

mesma é dotada de palhetas para movimentação

das sementes e de vários bicos de água pressurizada

provenientes dos tubos de PVC, cuja lavagem irá

reduzir o efeito corrosível do ácido sobre as

sementes sem línter (Figura 18). Do mesmo modo

anterior, as sementes são descarregadas para a

terceira calha (5 metros), a qual possui um pequeno

túnel de aspersão de uma solução de hidróxido de

sódio (5% de NaOH), também conhecido de solda

caustica, para o processo de neutralização por

agitação das palhetas. Na quarta calha (5 metros),

as sementes em movimentação, por ação das

palhetas, são lavadas com água pressurizada para

eliminar os resíduos de NaOH e completar o

processo de neutralização das sementes deslintadas.

Figura 18. A- Calha de fibra de vidro com palhetas para agitação de sementes com H2SO4 ou NaOH e B, C-

calha de lavagem de água pressurizada com agitação de palhetas para eliminar os resíduos de ácido ou base.

Fotos: Vicente de Paula Queiroga e América Gonzalez Sanabria.

Os secadores contínuos de fluxo cruzado

caracterizam-se pela passagem do ar

perpendicularmente a uma camada de sementes,

os quais se movem entre chapas perfuradas.

Possui um ventilador para a insuflação do ar

aquecido sobre a massa de sementes. Os

secadores de fluxo cruzado são mais populares

pela simplicidade de construção e baixo custo

(Stevens; Thompson, 1976). Enquanto o secador

de túnel opera pelo sistema contínuo e possui o

agente de secagem com fluxo de ar

contracorrente a passagem das sementes (Park et

al, 2007; Figura 19).

Figura 19. Secadores de túnel da Empresa Payco de sementes. As flechas pretas representam o material

que está sendo seco (3 – entrada e 4 – saída), enquanto as flechas brancas representam o agente de

secagem (1 – entrada e 2 – saída). Fotos: Vicente de Paula Queiroga, América Gonzalez Sanabria e Kil Jin

Park et al. (2007).

A B C

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Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.20, n.1, p.83-101, 2018

O ácido sulfúrico, empregado no

deslintamento é um agente oxidante que degrada

com facilidade tecidos vegetais, principalmente

celulose e hemicelulose. Assim, é necessário que

os resíduos do ácido sulfúrico sejam

neutralizados para não representarem maiores

problemas no armazenamento de sementes e ao

meio ambiente. Desta forma a neutralização

pode ser feita com bases fracas tais como os

hidróxidos de sódio, potássio, cálcio e magnésio

que se apresentam como estabilizadores de

estresses (Sallum et al., 2010; Machado Neto et

al., 2006).

O tratamento do resíduo proveniente do

processo de deslintamento químico de sementes

de algodão com cal virgem dolomítica (CaO e

MgO), com granulometria entre 200 e 325 Mesh

(0,075 a 0,045 mm), que possibilita uma fácil

neutralização de sua acidez, minimizando assim

os impactos de sua disposição no meio ambiente,

possibilitando o reuso como adubação de

culturas e contribuindo para a manutenção da

integridade física dos trabalhadores que estão

diretamente envolvidos no processo (Silva et al.,

2008).

Ao final do deslinte químico, as sementes

com mais umidade são depositadas numa moega.

Em seguida, as mesmas são transportadas em

pequenas porções pelos dois elevadores inclinados

(chapas pequenas de plástico duro em forma de

meia lua; Figura 20) para alimentar os dois

secadores de túnel que operam à temperatura de

41ºC e recebem o calor produzido pelo ventilador

com ar aquecido na câmara de secagem devido à

queima de diesel. Em cada secador, existe um

termostato para controlar a temperatura do ar na

câmara de secagem das sementes que circula dentro

do túnel.

Figura 20. A- Dois elevadores inclinados usados para alimentar os secadores com sementes úmidas e B-

detalhe dos elevadores com várias chapas em formato de meia lua presas as correntes para transportar

pequenas porções de sementes úmidas. Fotos: Vicente de Paula Queiroga e América Gonzalez Sanabria.

É importante destacar que as calhas do

processo de deslinte químico quando são

posicionadas horizontalmente (Figura 13)

oferecem maior seguridade ao operador que

controla o painel de funcionamento nas diversas

etapas do processo. Outra segurança oferecida

pela empresa Payco é que os depósitos com

ácido sulfúricos e com a solução de hidróxido de

sódio são instalados na parte externa do galpão.

Ao contrário do modelo das calhas em cascata,

esses depósitos químicos são instalados na parte

superior do próprio equipamento de

deslintamento (Figura 21). Esse protótipo

ajustado para o deslintamento com tempo de

exposição das sementes ao ácido por 3 minutos

apresenta rendimento de 750 kg de sementes

com línter por hora e consumo de 2 e 2,6 l/min

de ácido sulfúrico e solução neutralizante,

respectivamente. O consumo de água de pré-

lavagem e lavagem das sementes são de 141 e

146l/min, respectivamente (Gurjão Filho et al.,

2010).

A B

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Figura 21. A- Os tanques dos produtos químicos e compressor de ar da empresa Payco estão na parte externa

do galpão da unidade de deslintamento, enquanto o B- protótipo de deslintamento em cascata os depósitos

com os produtos químicos estão no próprio equipamento, oferecendo assim maior risco de acidente ao

operador (10- Calhas transportadoras das roscas; 11- Roscas transportadores das sementes; 12. Reservatório

para o neutralizante; 13- Correntes para acionamento das engrenagens e 14- Motor que aciona o alimentador

de sementes a serem distribuídas nas calhas). Fotos: Vicente de Paula Queiroga e Odilon Reny Ribeiro Ferreira

da Silva.

O pH desse resíduo não neutralizado é de 0,5

o que inviabiliza o seu descarte, pois de acordo com

o parágrafo 4º do art.34 da Resolução de nº.357 do

CONAMA (Brasil, 2005), os efluentes, para serem

lançados direta ou indiretamente em corpos de

água, devem ter pH compreendido na faixa entre 5

e 9 (SILVA et al., 2008). Portanto, o resíduo do

deslintamento, pó com textura próxima à de um

talco, é neutralizado com cal apagada (Ca (OH)2)

pela Udesil e utilizado como fertilizante na

produção de mudas. De certa forma, a unidade

deslintadora Udesil, em Primavera do Leste-MT, é

considerada uma empresa ambientalmente correta,

possuidora inclusive das licenças dos órgãos

ambientais regulamentadores da atividade, nos

mais diferentes aspectos - Ministério da

Agricultura, Corpo de Bombeiros, Polícia Federal,

Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e

Agronomia (Crea), Instituto de Defesa

Agropecuária (Indea), Secretaria do Meio

Ambiente (Sema), entre outros. A atividade da

empresa deslintadora é sazonal e seu período de

produção é compreendido entre junho e dezembro

de cada ano (Brunetta et al., 2011).

Pré-Limpeza

Após as etapas de deslintamento e de

secagem, as sementes neutralizadas são

classificadas por tamanho por meio de um conjunto

de peneiras com furos de tamanho diferentes

(Figura 22). Essa máquina de pré-limpeza de

sementes sem línter de algodão está projetada

para remover eficientemente os materiais

estranhos contidos dentro do lote. A eficiência

dessa máquina para produzir sementes

deslintadas mais limpas ou padronizadas,

dependerá do desempenho da etapa de

deslintamento químico realizado sobre as

sementes para eliminar totalmente o seu línter.

Suas peneiras de pré-limpeza possuem bandejas

de 60 polegadas de largura e tem uma

capacidade nominal de 75-100 tons por dia.

A B

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Figura 22. Esquema de funcionamento da máquina de ar e peneiras: A- Moega; B- Ventilador aspirador;

C- Primeira peneira; D- Segunda peneira; E- Terceira peneira; F- Ventilador de impulsão; G- Depósito

de impurezas leves; H- Saída de sementes limpas; e I) Saída de impurezas grossas. Sementes de algodão

classificadas em cinco tamanhos diferentes através da máquina de ar e peneiras, após o deslintamento e

sementes com línter antes do deslintamento. Fotos: Odilon Reny Ribeiro Ferreira da Silva e Patrícia

Brunetta.

Em geral, todos os lotes de sementes devem

passar inicialmente pela máquina de ar e peneiras,

pois muitos lotes podem ser completamente limpos

por meio desse equipamento (Vaughn et al., 1976).

Além disso, a pré-limpeza e/ou classificação prévia

das sementes em diferentes tamanhos na máquina

de ar e peneiras, favorecem uma separação mais

precisa na mesa de gravidade.

Seleção de sementes em mesa de gravidade

O emprego do deslintamento das

sementes com ácido sulfúrico é de fundamental

importância econômica porque, ao eliminar

completamente o línter, as sementes são

submetidas ao processo de seleção em mesa de

gravidade. Consequentemente, esse processo

poderá influir consideravelmente na obtenção de

sementes de elevado valor cultural, reduzindo os

custos de produção, por dispensarem as práticas

do desbaste e do replantio e assegura uma

melhor regulagem das máquinas (Gregg, 1969;

Queiroga, 1985).

As pesquisas têm evidenciado que a

inclusão da mesa gravitacional na linha de

beneficiamento é vantajosa para o

aprimoramento da qualidade das sementes de

algodão (Figura 23). A evolução da qualidade do

material pode ser avaliada quando se toma por

base o início do deslintamento químico das

sementes com línter até a etapa final da mesa de

gravidade. Ao estudar essas perdas em toda linha

de beneficiamento, estima-se uma perda de 20 a

25% de massa de sementes. Ou seja, essa perda

quantitativa de sementes é possível exemplificar

da seguinte forma: para cada 100 kg de sementes

com línter irá resultar em 75 a 80 kg de sementes

deslintadas de alta qualidade no final do

processo de classificação em mesa de gravidade

Figura 23. A operação na mesa de gravidade seleciona e melhora a qualidade das sementes deslintadas

de algodão.

Os equipamentos que separam pela

densidade, como a mesa de gravidade, têm sido

amplamente usados na indústria de sementes já

que melhoram a qualidade ao retirar do lote

sementes danificadas, chocas, perfuradas por

pragas, partidas ou trincadas, doentes, ou outros

materiais indesejáveis que são geralmente leves

do que as sementes boas. Isso permite a

comercialização de uma porção do lote de

sementes que de outra forma seria descartada

como sementes por não preencher os requisitos

mínimos de qualidade dos padrões

recomendados pelo MAPA.

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Tratamento de sementes

Depois da etapa de seleção em mesa de

gravidade, essas sementes voltam para o

armazém para aguardar a retirada pelo produtor,

ou podem ainda ser direcionadas a um dos

centros de tratamento de sementes, dando assim

ao agricultor a opção de levar a sua semente

tratada e pronta para plantio.

Portanto, na manutenção da qualidade das

sementes e na prevenção e controle de doenças e

pragas no campo, o controle químico é essencial.

Neste contexto o tratamento das sementes com

fungicidas e inseticidas tem sido uma prática

indispensável (Tabela 1), sendo que

praticamente 100% das sementes utilizadas

pelos agricultores são tratadas com a mistura

desses produtos, bem antes do plantio.

Tabela 1. Alguns produtos químicos usados no tratamento de sementes de algodão.

Nome Técnico Produto Comercial Dose para 100 kg de sementes

Ingrediente ativo Produto

comercial

Captan Captan 750 TS 120g 160g

Thiran Rhodiaurum 50 SC 280 mL 560 mL

Difenoconazole Spectro 5 ml 33,4 ml

Tolylfluanid Euparen 50 WS 75 g 150 g

Pencycuron Monceren 50 PM 150 g 300 g

Quintozene (PCNB) Kobuto/Brassicol 300 g 400 g

Carboxin-Thiran Vitavax-Thiran 200

SC

100 + 100 mL 500 mL

Benomyl Benlate 500 100 g 200 g

Thiadimenol Baytan FS 30 mL 200 mL

Carbendazin Derosal 500 SC 40 mL 80 mL

Fonte: Goulart (1998).

O tratamento de sementes com fungicidas

e inseticidas tem sido adotado rotineiramente

pelos produtores de sementes, uma vez que, as

sementes tratadas apresentam melhor

conservação (Figura 22). Além do controle

exercido sobre os microrganismos transmitidos

pelas sementes, os produtos químicos têm, com

bastante frequência, ação residual que protege as

sementes e as plântulas contra a invasão de

microrganismo do solo e do armazenamento,

principalmente quando as condições externas

não são favoráveis à germinação, ao crescimento

e a conservação (Toledo; Marcos Filho, 1977).

Figura 22. Tratador de sementes. Foto: Vicente de Paula Queiroga.

Envasamento e armazenamento de sementes

Após o deslintamento e a classificação, as

sementes tratadas são embaladas em sacaria de

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papel e armazenadas, aguardando a próxima

semeadura. O Serviço de Produção de Sementes

Básicas da Embrapa Algodão, em Campina

Grande-PB, recomenda o armazenamento das

sementes de algodão por no máximo oito meses,

nas condições ambientais e com teor de umidade

abaixo dos 10%. São utilizados sacos de papel

multifoliados, com capacidade para 15 kg ou

22,5 kg de sementes deslintadas e neutralizadas

quimicamente (Figura 24). Geralmente, essas

embalagens consistem de duas ou mais camadas

de papel kraft, protegidas por uma capa externa

de papel mais resistente. Entre as paredes

multifoliadas, podem-se colocar capas especiais

de asfalto, polietileno ou alumínio delgado, para

maior proteção contra efeitos da umidade. O

saco de embalagem cumpre a função não apenas

de facilitar o manuseio e o transporte, mas,

também, de manter a qualidade das mesmas

(Piva, 2013). No caso da empresa Payco por não

realizar o processo de neutralização (NaOH), as

sementes deslintadas de algodão são

acondicionadas em embalagens big bags (Figura

25), porque, em pouco tempo, vão aparecer os

furos nos sacos de papel multifoliados.

Figura 24. A- Sementes com linter, sementes deslintadas quimicamente e sementes deslintadas +

tratadas; B- Embalagem multifoliada de sementes deslintadas de algodão adotada pela Embrapa

Produtos e Mercado; e C- Empilhamento de sacos de sementes de algodão sobre estrado de madeira no

armazém. Foto: Vicente de Paula Queiroga.

Figura 25. Embalagens big bags com sementes deslintadas de algodão (não neutralizadas) usadas pela

empresa Payco. Fotos: Vicente de Paula Queiroga e América Gonzalez Sanabria

Em cada sacaria, a rotulação deve conter todas as informações capazes de identificar o produto e o

produtor de sementes, como sementes certificadas, nome e endereço do produtor de sementes, número

de registro do produtor junto ao MAPA, CNPJ da Empresa de Sementes, espécie, cultivar, lote, peneira,

safra, pureza e germinação mínima, prazo de validade do teste de germinação, peso líquido, etc

(Queiroga; Beltrão, 2001; Figura 26).

A B C

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Figura 26. Identificação da embalagem multifoliada de sementes para comercialização e máquinas

ensacadoras de sementes com balança. Fotos: Emilia Gonçalves da Mota, Eleusio Curvelo Freire e

Vicente de Paula Queiroga.

Com relação ao armazenamento de

sementes, limpar todas as instalações antes de

usá-las, para evitar misturas acidentais. Além

disso, é necessário identificar todos os lotes de

sementes armazenados no galpão. Não

recomenda empilhar lotes de sementes de uma

espécie ou variedade em cima de lotes de outra

espécie ou variedades. É necessário manter

espaços e corredores adequados para circulação

de pessoal e amostragem, bem como divisões

que permitam imediata identificação entre os

diferentes lotes de sementes numa mesma fileira.

Periodicamente, os lotes devem ser

inspecionados, a fim de verificar anormalidades

como: umidades, insetos, etc. O tamanho de cada

lote de sementes não pode ultrapassar a

quantidade de 20 toneladas.

Outro fator importante segundo Villela e

Menezes (2009), é tempo de armazenamento

onde a deterioração das sementes não pode ser

impedida, todavia, a velocidade do processo de

deterioração pode ser minimizada por meio de

procedimentos adequados de produção, colheita,

secagem, beneficiamento, transporte e

armazenamento.

Segundo Carvalho e Nakagawa (2000), no

armazenamento, a velocidade do processo

deteriorativo pode ser controlada em função da

longevidade, qualidade inicial das sementes e

das condições do ambiente. Entre as várias

etapas pelas quais as sementes passam após a

colheita, o armazenamento assume papel

importante, principalmente no Brasil, devido às

condições climáticas tropicais e subtropicais. É

nessa fase que os produtores necessitam ter

grande cuidado, visando à preservação da

qualidade, diminuindo a velocidade do processo

deteriorativo e o problema de descarte de lotes

(Macedo et al., 1998).

Para Villela e Menezes (2009), o potencial

de armazenamento de diferentes lotes de

sementes de uma espécie, sob condições

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ambientais similares, é determinado pela

qualidade fisiológica inicial. O teste de

germinação, pelo fato de não avaliar

completamente a qualidade de um lote e por

oferecer ótimas condições às sementes,

possibilita a formação de plântulas normais a

partir de sementes em diferentes estádios de

deterioração.

CONCLUSÇÃO

Foram descritos os diferentes processos de

deslintamento de sementes de algodão que

permitem a eliminação parcial ou total do línter,

com a finalidade de produzir sementes de alta

qualidade. Alguns métodos de deslintamento são

específicos para sementes orgânicas de algodão

com eliminação parcial do seu línter.

Recentemente foi lançado no mercado mundial

um novo deslintador mecânico que é capaz de

eliminar totalmente o línter das sementes.

Mesmo com a eliminação total do línter

conseguida através do método químico de

deslintamento, as sementes convencionais (não

orgânicas) são submetidas aos processos de

neutralização e secagem. Depois do

deslintamento e a classificação das sementes de

algodão nas máquinas de pré-limpeza e de mesa

de gravidade, elas são tratadas e embaladas em

sacaria de papel e armazenadas, aguardando a

próxima semeadura.

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