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FACULDADE UNIDA DE CAMPINAS - FACUNICAMPS CURSO DE GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS CONTÁBEIS POLLYANNA MARA DA SILVA RODRIGUES PERÍCIA CONTÁBIL COMO INSTRUMENTO AUXILIAR NA TOMADA DE DECISÃO JUDICIAL GOIÂNIA GO 2014

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Page 1: Artigo tcc pollyanna

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FACULDADE UNIDA DE CAMPINAS - FACUNICAMPS

CURSO DE GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS CONTÁBEIS

POLLYANNA MARA DA SILVA RODRIGUES

PERÍCIA CONTÁBIL COMO INSTRUMENTO AUXILIAR NA TOMADA DE

DECISÃO JUDICIAL

GOIÂNIA – GO 2014

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POLLYANNA MARA DA SILVA RODRIGUES

PERÍCIA CONTÁBIL COMO INSTRUMENTO AUXILIAR NA TOMADA DE

DECISÃO JUDICIAL

Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado à Faculdade Unida de Campinas, como instrumento para obtenção de título de bacharela em Ciências Contábeis. Orientação da Professora Mestre Karine Cristiane Ferreira.

GOIÂNIA - GO 2014

Page 3: Artigo tcc pollyanna

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PERÍCIA CONTÁBIL COMO INSTRUMENTO AUXILIAR NA TOMADA DE

DECISÃO JUDICIAL

Pollyanna Mara da Silva Rodrigues1 Karine Cristiane Ferreira2

RESUMO

Frequentemente são lançadas no mercado diversas políticas de crédito com o intuito de provocar o consumo. O resultado, no entanto, é a elevação de diversos contratos e operações financeiras, entre estes destacam-se as permutas de financiamento veicular. Observa-se que, em muitos casos esses contratos são diferentes do que a legislação pertinente determina, e por consequência elevando o número das ações revisionais de veículos nas instâncias judiciais. Estabelecida uma relação jurídica conflituosa, urge ao judiciário a necessidade de esclarecer os fatos e apurar os haveres, neste ponto pode ser solicitada a perícia contábil como subsídio a decisão judicial. Exibida a dificuldade do Juiz em proferir com segurança a sentença é que poderá determinar procedimento pericial nomeando perito (a) para o encargo. Este importante profissional, denominado “perito contador” - o expert deve ser conhecedor da matéria do litígio lhe confiada para auxiliar a justiça na tomada de cisão judicial. E, neste ponto que, as habilidades e conhecimentos deste profissional sugerem dúvidas, especialmente se: conseguem analisar os fatos com imparcialida -de e responder aos quesitos formulados pelo Juiz e pelas partes em conformidade com a legislação. Assim, o objetivo do presente estudo foi sugerir teoricamente procedimentos de perícia contábil aplicáveis ao perito-contador e a perícia judicial e extra-judicial contábil. Para atingi-los, realizou-se pesquisa: qualitativa, quantitativa e bibliográfica. Para o desenvolvimento da temática “pericia contábil”, as bases utilizadas foram, estudo de documentos, teses, monografias, revistas especificas e artigos eletrônicos, na busca histórica de publicações que tratam do assunto. Palavras-chave: Perícia Contábil; Perito Contador; Judiciário Brasileiro

1 Discente do Curso de Ciências Contábeis.

2 Professora Orientadora do Curso de Ciências Contábeis.

Page 4: Artigo tcc pollyanna

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INTRODUÇÃO

A palavra perícia é originaria do latim “peritia”, que significa “a vistoria ou

exame de caráter técnico e especializado, habilidade em alguma arte ou profissão;

experiência e destreza”. É fundamentada em tecnologias da ciência contábil, como

meio de prova com o fim de revelar a verdade real dos fatos.

No cumprimento deste compromisso com a justiça, entra o profissional

perito contador, este tem a atribuição de identificar no processo judicial, aspectos

essenciais auxiliadores à tomada de decisão judicial refletindo objetividade, concisão,

e exatidão ao laudo pericial.

Por sua relevância e impacto a perícia contábil somente poderá ser

realizada por bacharel (a) no curso de Ciências Contábeis, sendo profissional

habilitado (a) e registrado no Conselho Regional de Contabilidade (CRC). Considera

a legislação que este serventuário da justiça responde por seus atos civil e penal

mediante informações prestadas no processo.

Este trabalho apresenta a Perícia Contábil como instrumento auxiliar na

tomada de decisão judicial, a partir da análise da figura do Perito e estrutura do

laudo pericial.

Para o estudo da temática este artigo buscou-se responder a seguinte

problemática: Qual é a contribuição da perícia contábil a tomada de decisão judicial?

Os objetivos específicos delineados para esta pesquisa foram: (I)

Descrever como a perícia contábil pode auxiliar a produção de provas judiciais; (II)

Analisar a participação do perito-contador nos trabalhos periciais; e (III) Apresentar à

estrutura do laudo pericial conforme a doutrina contábil.

O objetivo geral do estudo foi analisar a contribuição da perícia contábil

na tomada de decisão judicial. Assim, para atingi-lo foi utilizada a seguinte

metodologia de pesquisa: estudo de caso, pesquisa qualitativa, quantitativa e

bibliográfica.

Por justificativa, esta pesquisa teve o intuito de analisar a contribuição

auxiliar da perícia contábil aplicada ao judiciário goiano em ação de financiamento

bancário (leasing).

Page 5: Artigo tcc pollyanna

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1 PERÍCIA CONTÁBIL

Afirma Goni (1995, apud. JESUS 2000), que a perícia é um elemento

fundamental para a convicção do magistrado sobre a espécie submetida ao seu

juízo. Para Ornelas (2011) constitui-se prova técnica à disposição das pessoas

físicas ou jurídicas, e serve como meio de prova de determinados fatos ou de

questões patrimoniais divergentes. Complementa Magalhães (2009), é trabalho de

notória especialização objetivando obter prova com o fim de orientar uma autoridade

formalmente no julgamento de um fato, ou desfazer conflito em interesses de

pessoas.

É definido na Norma Brasileira de Contabilidade (NBC) T 13 no item

13.1.1 que, a perícia é “o conjunto de procedimentos técnicos que tem por objetivo a

emissão de laudo sobre questões contábeis, mediante exame, vistoria, investigação,

arbitramento, avaliação ou certificação”.

Aduz o Conselho Regional de Contabilidade do Paraná (CRCPR) (2009)

que, com o objetivo de aclarar a verdade real, é formalizada na demanda judicial, ao

menos em tese, três espécies de verdade: 1) A verdade na visão do autor,

devidamente fundamentada na petição inicial; 2) A verdade na visão do réu, que

contesta as alegações do impetrante a seu favor; e 3) A verdade real, que deverá

prevalecer por ocasião da decisão judicial; 4) Inserido em cada fase, se necessário,

esta o profissional perito contador, que através do Laudo Pericial, com argumentos

técnicos e científicos declara os fatos constantes nos autos do processo. Temos na

Figura 1.1 um diagrama apresentando usuários e seus papeis no mundo jurídico do

processo.

Figura 1: Diagrama da apresentação dos fatos no processo

Fonte: CRCPR (2009) adaptado

1: Verdade dos fatos visão do

Autor

2: Verdade dos fatos visão do

Réu

3: Juiz

4: Perito Oficial

Legenda das etapas: 1: Autor impetra petição inicial; 2: Réu, contestar as alegações da parte autora ; 3: Ao Juiz, compete julgar; 4: Perito: Busca a verdade real.

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1.1 Breve Histórico

Afirmam Aguiar; e Souza (2013) que a perícia é tão antiga quanto à

contabilidade e desenvolveu-se frente às crescentes mudanças econômicas e

complexidade estabelecida nas relações humanas. Simões (2012) declara que em

sociedade iniciou-se o processo racional, pautado pela experiência ou pelo poderio

físico. Nesta época, as funções de perito, Juiz e legislador eram atribuições da

mesma pessoa, e esses eram os que exerciam a lei. Assim, portanto, as funções

não estavam segregadas compondo o básico correspondente ao exame da situação.

De acordo Filho (2008) que o rei atuava como magistrado. Deste modo as

provas eram colhidas diretamente pelo monarca sem intervenção de qualquer

assistente técnico. Originando-se na civilização egípcia, a perícia serviu também as

civilizações hebreias e romanas, entretanto foi na civilização romana seus primeiros

destaques de desenvolvimento. Na Idade Média e Ordálias, a perícia contábil sofreu

estagnação. E recebeu desenvolvimento com as aplicações no complexo Direito

Canônico, e também das Ordenações: Afonsinas, Manuelinas e Filipinas até a

formação de Legislações Hodiernas vigentes, a perícia ganha importância e

característica de meio de prova.

Segundo Sá (2011) esclarece que estes desenvolvimentos da perícia

foram proporcionados pela evidenciação eventual de carência técnica e probatória

de profissionais peritos. Destaca Alberto Filho (2008) que o poder de decisão era

exercido com coerção, emanando do comando do rei, que com o passar do tempo e

o surgimento de relações jurídicas mais complexas, permitiram que os

conhecimentos técnicos específicos auxiliassem na decisão do postulado, iniciando

o rudimento da perícia.

Afirma Paim (2011) esclarece que na civilização romana a perícia foi

qualificada como meio de prova ou prova judiciária. Nesta época o processo passou

a ter duas fases: in iure e in judicio. Na fase in iure o magistrado apreciava o litígio

sob o aspecto jurídico legal e inexistindo instrução da causa pronunciava a

sentença; na segunda fase ocorria o, in judicio, perante o arbiter (perito), que era

eleito pelas partes ou sorteado pelo magistrado e na hipótese de inexistência de

interessados para o pleito judicial da ação, aglutinava-se as funções de Juiz e perito

no mesmo profissional, portanto, além de decidir também produzia provas aos fatos

afirmados nos atos processuais pelas partes (autor e réu).

Page 7: Artigo tcc pollyanna

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Segundo Alberto Filho (2008) declara que estas duas fases foram unidas

no ano 294 da era cristã, e obsoleta com vigência do Direito Canônico. Comenta

Oliveira (2002, apud. Dias, 2002) a ênfase na prova pericial foi amplamente

difundida no Direito Francês determinando e enfatizando o valor relativo das coisas,

sendo estas decididas por peritos e não só por testemunhas. Dias (2002) explica

ainda que em complemento a legislação francesa, as Ordenações Afonsinas

admitiam prova por arbitramento e as Ordenações Manuelinas regulamentavam a

prova, que, originaram as Ordenações Filipinas.

1.2 Perícia Contábil no Brasil

Conforme Sá (1994:14, apud ROCHA; e SANTOS, 2004) nos tempos de

Brasil colônia, as funções contábeis e das perícias, estavam claramente

evidenciadas no Relatório de 19 de junho de 1779, do Vice-Rei Marquês de Lavradio

a seu sucessor Luís de Vasconcelos e Sousa (Arquivo Nacional do Rio de Janeiro).

A Casa Legislativa, Senado Federal da República Federativa do Brasil

(Senado) (2010) expõe que Código Francês e as Ordenações Filipinas foram fonte

da legislação brasileira. Com o regulamento n.º 737 de 25/11/1850, o então Código

de Processo Civil (CPC) este apresentava um capítulo sobre arbitramento (Capítulo

XII, Seção VII). Expressando critérios sobre a escolha do perito e suspeição, não

ficando assim, o Juiz adstrito ao laudo determinando nova diligência.

Segundo Senado (2010) aduz ainda que a história do Direito Civil

brasileiro particulariza-se pelo seu desenvolvimento orgânico desde o período

monárquico, caracterizado pelo centralismo jurídico vigorante a partir das

Ordenações Manuelinas herdando a nação brasileira este patrimônio moral de

Portugal, baseando a maioria das normas jurídicas no Brasil, entre elas o CPC.

Conforme Sá na edição de (2011) argui que, no Brasil o tema “Perícia

Contábil” foi incluído para debates pela primeira vez em 1924 no I Congresso

Brasileiro de Contabilidade. A conclusão conforme o autor foi, a segregação das

funções profissionais, sendo as de: Contador – Guarda Livros e Peritos.

Afirma Ancioto (2012) proferem que na oficialização da perícia judicial, os

trabalhos foram “atribuídos privativamente aos membros das ditas câmaras”,

conferindo aos Conselhos Regionais de Contabilidade (CRC’s) competência

fiscalizadora do trabalho do perito-contador.

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Para Bleil; e Santin (2008) o CPC, através do Decreto-Lei nº 1608 setembro

de 1939, estabelecia vagas regras sobre perícia, que outorga aos juízes o direito de

recorrer à pessoa de elevado e reconhecido conceito profissional, o expert, amparando-

os na apuração verídica dos fatos que constituem a lide. Para Oliveira (2002) foi, um

marco o advento do Decreto Lei 9295 de 27 de maio de 1946 que criou o Conselho

Federal de Contabilidade (CFC), dispondo no artigo 25 as prerrogativas dos trabalhos

técnicos de contabilidade. Assim, a regulamentação da profissão contábil ocorreu por

meio do Decreto-Lei 9245, que institucionalizando a perícia contábil. Magalhães (2009)

admite que, somente, após a promulgação do CPC em 1973 a perícia ganhou estrutura

com regras definidas e ordenação jurídica pertinente.

De acordo com o CFC, a perícia possui um conjunto de normas definidas,

relativas ao desenvolvimento do trabalho como à profissional perito-contador.

Ratificadas pela Norma Brasileira de Contabilidade – Profissional Perito 01 (NBC PP

- 01), emitida pelo conforme Resolução do CFC 857/99 e a Norma Brasileira de

Contabilidade NBC Técnica de Perícia 01 (NBC TP – 01), emitida pelo conforme

Resolução do CFC 858/99, que tratam da perícia contábil. Em adição a estas foi

aprovado pelo CFC a Resolução 803/96, denominada Código de Ética do

Profissional Contador – CEPC. E representada no Quadro 1 uma síntese dos

principais momentos históricos da perícia contábil no mundo e no Brasil.

Quadro 1: Cronologia Histórica da Perícia Contábil

Período Principais acontecimentos para a Perícia Contábil

A partir do século XIII

Grande desenvolvimento da perícia como instrumento de prova na Grécia, França Inglaterra e Itália.

No ano 1850

I - A perícia surge regulamentada no Brasil pela Lei n.º 556 de 25 de junho de 1850 – Código Comercial (CC)– que estabelece o Juízo Arbitral obrigatório nos casos de abalroação de navios. II - Regulamenta a Resolução CFC n.º 737, de 25 de dezembro de 1850, sobre o funcionamento do perito. Em matéria contábil, é escolhido o profissional formado em aula de Comércio com posse da Carta de Habilitação.

No ano de 1917

Entra em vigor a Lei n.º 3071, de 1º de janeiro de 1916 – Código Civil (CC), que tem entrado a profissão do contador e, consequentemente, a perícia contábil.

No ano de 1939

Entra em vigor o Decreto-Lei n.º 1608, de 18 de setembro de 1939. Definia a participação do perito nas ações judiciais, mais precisamente no campo do direito civil e comercial.

No ano de 1946

Entra em vigor o Decreto-Lei n.º 9295, de 27 de maio de 1946, que define as atribuições do Contador e do Guarda-livros a legislação da perícia contábil.

No ano de 1973

Entra em vigor o Novo Código de Processo Civil, Lei n.º 7270 de 11 de janeiro de 1973. Estabeleceu-se que o perito necessitava de formação universitária.

No final do ano de 2009

O Conselho Federal de Contabilidade aprova as resoluções CFC n.º 1.244/09, que aprova a NBC PP 01 – Perito Contábil e NBC TP 01.

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No ano de 2002

Reforma e publicação do CPC.

Fonte: Aguiar e Souza (2013, p.13)

1.3 Prova Pericial

Vislumbra Sá (2011) que o objetivo é analisar os fatos relativos ao

patrimônio, bens, direito, obrigações e coisas da Pessoa Jurídica ou de Pessoa

Física. Para tal objetivo é indicado pela NBC T 13 que

os procedimentos de perícia contábil visam fundamentar as conclusões que serão levadas ao laudo pericial contábil ou parecer pericial contábil, e abrangem, total ou parcialmente, segundo a natureza e a complexidade da matéria, exame, vistoria, indagação, investigação, arbitramento, mensuração, avaliação e certificação.

Afirma Oliveira (2002) esclarece que é atribuído ao Juiz o livre

convencimento para o cumprimento de sua competência previstas no CPC art. 125,

incisos I a IV,

I - assegurar às partes igualdade de tratamento;

II - velar pela rápida solução do litígio;

III - prevenir ou reprimir qualquer ato contrário à dignidade da Justiça;

IV - tentar, a qualquer tempo, conciliar as partes.

Magalhães (2009) declara que para atingi-lo, poderá determinar a

produção da prova pericial contábil que entender pertinente à instrução do processo

delineada no artigo 130 do mesmo código.

Hoog (2008) afirma que a prova pericial deve ser verdadeira, é imputado

ao perito as responsabilidade civil e penal por suas manifestações, sendo vedado a

expressão de opinião pessoal sobre o se relata, mantendo-se imparcial

Rocha; e Santos (2004) relatam que o magistrado, uma vez de posse das

prova pericial contábil, não poderá decidir em contrário as provas existentes. Na

hipótese da ocorrência, provocará a anulação da sentença decretada.

É apresentada na Figura 1.2 em ordem cronológica de ocorrência, as

previsões legais aplicadas a prova pericial e sua tramitação do processo.

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Figura 2: Diagrama da Prova Perícia no CPC

Fonte: Maia Neto, Francisco (2005, p. 59)

1.3.1Função da prova pericial

Declara Ornelas (2008) que a função principal da prova pericial é

transformar os fatos referentes ao litígio em verdade formal, em certeza jurídica.

Sá (2011) afirma que a prova pericial tem objetivo de esclarecer dúvidas

técnicas do magistrado acerca da decisão judicial. O Laudo Pericial, por finalidade,

produz efeitos decisórios no processo, e poderá ser adicionado a outras provas

constantes nos autos processuais.

É definido na Norma Brasileira de Contabilidade (NBC) T 13 no item

13.1.1 que, par a constituição da prova pericial os procedimentos técnicos utilizados

são: “exame, vistoria, investigação, arbitramento, avaliação ou certificação”.

A aplicação da prova pericial atenderá nos termos do artigo 131 do CPC,

ao Juiz que “apreciará livremente a prova, atendendo aos fatos e circunstâncias

Prova Pericial (Art.420 a 422)

Dispensa da Perícia (Art. 427) Dispensa da Perícia (Art. 427)

Nomeação do Perito (Art. 421)

Formação dos Quesitos (Art. 421)

Quesitos Suplementares (Art. 425)

Quesitos Impertinentes (Art. 426)

Indicação de Assistentes Técnicos (Art. 421)

Dispensa do Termo de Compromisso (Art. 422)

Recusa ou Escusa do Perito (Art.432/146/138)

Substituição do Perito (Art. 424)

Proposta e deposito dos Honorários (Art. 433)

Nova Perícia (Art. 437) Prazo para a Entrega do Laudo (Art. 421)

Atuação na Perícia (Art. 429)

Prorrogação do prazo (Art.432)

Entrega do Laudo e Pareceres (Art. 433)

Esclarecimentos (Art. 435)

Inspeção Judicial (Art. 440) Inquirição em Audiência (Art.421)

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constantes dos autos, ainda que não alegados pelas partes, mas deverá indicar, na

sentença, os motivos que Ihe formaram o convencimento”.

1.4 Tipos de Perícia

Magalhães (2009) declara que a perícia contábil possui espécies

dessemelhantes, que são elas: Perícia Judicial, semi judicial, extra-judicial e arbitral,

devido a amplitude do assunto, não será tratado neste artigo a perícia arbitral e semi

judicial.

1.4.1 Perícia judicial

De acordo Rocha; Santos (2004) admitem que é realizada na tutela do

Poder Judiciário. De acordo com Zanluca (2014) o perito-contador é nomeado pelo

magistrado com o fim de analisar uma determinada causa e após emitir Laudo

Pericial. Souza (2014) salienta que este tipo de perícia é composto de

procedimentos, para a formação da prova pericial. Aguiar; Sousa (2013) declaram

que é aplicada em ações de arbitramento de bens, valores, coisas, direitos,

apuração de haveres e obrigações.

Afirma Rocha; Santos (2004) descrevem é critério obrigatório à condição

legal e técnica para o profissional perito-contador e estar regular com o Conselho

Regional de Contabilidade, e deter além dos conhecimentos teóricos, ser exímio

conhecedor da matéria em litígio.

Determina a NBC T 13, item 13.1.2, que “a perícia contábil judicial é de

competência exclusiva de Contador registrado no Conselho Regional de

Contabilidade”.

1.4.2 Perícia extra-judicial

Observam Rocha e Santos (2004) é aquela realizada fora da tutela do

Poder Judiciário, sem formalidades processuais e judiciais e com capacidade de

produzir efeitos jurídicos.

Zanluca (2014) afirma que é aplicada em ações de apuração de haveres

de herança ou em dissolução de sociedades, na resolução de causas que provocam

perdas e danos, ou em outras situações em que a presença do Poder Judiciário não

é requerida.

Page 12: Artigo tcc pollyanna

11

Determina a NBC T 13, item 13.1.2, que “a perícia contábil extra-judicial é

de competência exclusiva de Contador registrado no Conselho Regional de

Contabilidade”.

2 Perícia Contábil e Justiça Brasileira

Para Morais (2000, p. 75, apud AGUIAR; SOUSA, 2013) que a perícia

contábil judicial pode ser demanda nas Instâncias Federais e Estaduais. Na esfera

Federal, a perícia produz prova auxiliar na resolução de “conflitos entre a União ou

com suas entidades vinculadas e os cidadãos e demais entidades privadas”. Para

Souza (2014) na Justiça Estadual, a produção de provas auxilia na solução de

conflitos entre os Estados e Municípios, em litígios envolvendo o Estado e entidades

vinculadas, com os cidadãos e entidades privadas.

Quadro 2: Atribuições da Justiça por fatos jurídicos

Instância Federal Fatos Jurídicos Na Justiça Federal Execução fiscal (INSS, FGTS, Imposto de Rendas e tributos federais

em geral); revisão de financiamentos e ações que a União Nas Varas da Fazenda Pública Estadual e Federal

Perícias que envolvem tributos estaduais e municipais, como ICMS, ISS, IPTU, ITBI.

Justiça do Trabalho Indenizatórias em geral, envolvendo empregadores e patrões.

Nas Varas de Precatórias As execuções para a cobrança de dívidas da Fazenda Pública (União, Estados, Município, Autarquias e fundações de Direito Público).

Instancia Estadual Fatos Jurídicos

Nas Varas Cíveis Estaduais

Anulatória; Anulação de Ato jurídico; Apuração de Haveres; Avaliação de Patrimônio Incorporado; Busca e Apreensão; Cobrança; Con-signação de Pagamentos; Cambiais e Ações Cambiarias – notas promissórias; Cautelar Inominada; Compensação de Créditos; Con-signação de Créditos; Consignação de depósito para pagamentos; Declaratórias; Desapropriação de bens; Despejo; dissolução das so-ciedades; resolução de sociedades empresariais e simples; exclusão de sócios; embargos à execução; Exibição de livros e documentos; extravio e dissipação de bens; Falta de entrega de mercadorias; Fundo de comercio ou empresarial; Impugnação de créditos ou fiscais; Indenização por perdas e danos; execução fiscal; Liquidação de soci-edades empresariais e simples por Lucros Cessantes; Medidas Cau-telares; Monitória; Ordinária de cobrança; Prestação de contas; Pro-dução antecipada de provas; Repetição de indébitos; Revisionais;

Nas Varas Criminais Crimes contra a ordem econômica e tributária; Fraudes e Vícios conta-beis; Crimes falimentares; Lavagem de dinheiro e sonegação;

NasxVarasxdexFalência e Recuperação Judicial

Recuperação judicial preventiva e Suspensiva; Falências; Impugnação de Créditos falimentares;

Nas Varas de Família Avaliações patrimoniais, inventários; Avaliações de pensões alimen-tícias; prestações de contas de inventariantes; divórcios e separação de corpos; Prestação de contas em geral.

Fonte: Aguiar; e Souza (2013, p.26) adaptada

Page 13: Artigo tcc pollyanna

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3 Objeto e Objetivo da Perícia Contábil

De acordo com Resolução CFC n° 1.041(1) de 26 de agosto de 2005,

denominada NBC T 13.6 o objeto da perícia é relato sucinto referente às questões

básicas resultantes da nomeação do perito-contador. Lopes de Sá (2011) afirma que

a perícia deve possuir objeto específico.

A NBC T 13 no item 13.1.1, define que os procedimentos aplicados à

execução da perícia 13.3.3 – o perito-contador deve ater-se ao objeto do trabalho a

ser realizado. Descrevem o Aguiar e Souza (2013) o objetivo da perícia é responder

os quesitos (questionamentos) formulados pelo Juiz e pelas as partes. Sá (2011)

afirma que a evidenciação da verdade do fato decorre da materialização do laudo

pericial contábil.

Para Santos, Zarachinsky et al (2012) são objetivos da perícia contábil:

Objetividade

Precisão

Clareza, o

Fidelidade,

Concisão

Confiabilidade

Plena satisfação da finalidade

Observam ainda os autores que, não poderá haver espaços em branco no

corpo do laudo, rasuras, emendas, pois nesse caso, as ressalvas não são

admissíveis pelo Juiz. Complementam ainda os autores que quanto aos

demonstrativos de cálculos que embasaram sua(s) conclusão (ões), o perito-

contador deve mensurar o cálculo exato com o fim de propiciar que as partes

entendam como os resultados foram alcançados.

4 Legislação e Ética Profissional

Conforme o CFC, órgão máximo normalizador do exercício profissional do

Contador no Brasil, configura-se Normas Brasileiras de Contabilidade (NBC’s) regras

objetivas de conduta profissional.

O CFC admite que as NBC’c aplicadas ao perito-contador e a perícia são

as descritas na Figura 4:

Page 14: Artigo tcc pollyanna

13

Norma Aplicação

NBC TP Perícia Contábil

NBC PP Normas Brasileiras de Contabilidade Profissionais

Resolução 803/96 Código de Ética do Profissional Contador

Figura 4: Legislações Aplicadas ao Perito Contador e a Perícia Contábil Fonte: CFC (2014) adaptada

Disciplinam a atuação e condutas do perito-contador o CPC, Novo Código

de Processo Civil (NCPC) Código Civil (CC), Novo Código Civil (NCC) e Código

Penal (CP). O CPC e o Novo Código de Processo Civil (NCPC) determinam os

procedimentos e competências aduzidos nos artigos 33, 146 e 429 e o NCPC, Lei

outorgada n.º 10.406/ 2002, de 12/01/2002, artigos de nº 1.190 a 1.192. Também

determina as condutas o CC e o NCC artigo 186, 424, 927 e (NCC) artigo 206, inciso

IV, artigo 497, inciso III, artigo 1.117 § 2º, artigo 1.120 §1º, artigo 1.329 e o CP artigo

342, 343, 347 e 357.

Indicada pela NBC PP 01 – salienta que ao cabe ao perito:

não induzir nem justifica a participação ou a conivência com erros ou atos

infringentes às normas profissionais, técnicas e éticas que regem o exercício da

profissão, devendo estar vinculado à busca da verdade fática, a fim de esclarecer o

objeto da perícia de forma técnica-científica e o perito contador assistente para

subsidiar na defesa da parte que o indicou.

Para Ornelas (2011) limitar-se a matéria e pronunciar-se somente adstrito

a questões propostas é conduta meticulosa, eficiente e imparcial do profissional

perito contador.

A NBC PP no item 16, deve o profissional perito-contador nos termos da

legislação vigente e do Código de Ética Profissional do Contabilista, diante de

“situações fáticas ou circunstanciais que impossibilitam o perito-contador de exercer,

regularmente, suas funções ou realizar atividade pericial em processo judicial ou

extra-judicial”. No item 18 do normativo aduz é pertinente ao perito-contador

peticionar ao Juiz indicando o motivo impedimento ou justificar a escusa.

Ainda segundo a norma, referente ao sigilo é disposto no item da 25 ao

profissional cabe “deve respeitar e assegurar o sigilo das informações a que teve

acesso” e também deve mantê-lo na hipótese de o profissional se desligar do

Page 15: Artigo tcc pollyanna

14

trabalho antes de tê-lo concluído. E no item da 28 notória norma, o perito-contador

deve conhecer as responsabilidades sociais, éticas, profissionais e legais, às quais

está sujeito no momento em que aceita o encargo.

4.1 Responsabilidades do Perito

A NBC PP 01 no item 29 determina que a responsabilidade indica à:

obrigação do perito em respeitar os princípios da moral, da ética e do direito, atuando com lealdade, idoneidade e honestidade no desempenho de suas atividades, sob pena de responder civil, criminal, ética e profissio-nalmente por seus atos.

Ao perito-contador é prescrito diversas responsabilidades, dentre elas

destacam-se: a responsabilidade civil apresentada no CPC, Código Civil (CC)e a

responsabilidade penal do perito-contador prevista no Código Penal (CP).

No CPC art. 186 e 187 a previsão legal ato ilícito concernente à

responsabilidade civil é:

Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito. Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou so-cial, pela boa-fé ou pelos bons costumes. Art. 188. Não constituem atos ilícitos: I - os praticados em legítima defesa ou no exercício regular de um direito reconhecido; II - a deterioração ou destruição da coisa alheia, ou a lesão a pessoa, a fim de remover perigo iminente. Parágrafo único. No caso do inciso II, o ato será legítimo somente quando as circunstâncias o tornarem absolutamente necessário, não excedendo os limites do indispensável para a remoção do perigo.

No (CC), caput do art. 927 e parágrafo único aduzem determinando a

obrigação de reparar:

“aquele que, por ato ilícito, causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo. Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem”.

Para Noronha (2002, apud de Oliveira, 2005) à responsabilidade civil

abrange tanto a obrigação de reparar danos decorrentes de inadimplemento, de má

execução ou de atraso no cumprimento de obrigações negociais como a resultante

Page 16: Artigo tcc pollyanna

15

de violação de outros direitos alheios, sejam eles absolutos ou meros direitos de

crédito.

Conforme o Código Penal (CP) art. 13 é imputada a responsabilidade

penal ao perito-contador. Observa-se, a conduta profissional na execução dos

trabalhos periciais. O referido artigo aduz “o resultado, de que depende a existência

do crime, somente é imputável a quem lhe deu causa. Considera-se causa a ação

ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido”.

Para Martins (2008), nas responsabilidades civil e penal é considerado, o

cumprimento do encargo nos termos e prazo estabelecidos pela lei e ou pelo juiz.

Logo, estes são atributos indissociáveis ao expert.

5 Laudo Pericial

As Normas Brasileiras de contabilidade – NBC T 13 no item 13.5.1

estabelece que o laudo pericial é:

uma peça escrita na qual o perito-contador deve ser expressa, de forma circunstanciada, clara e objetiva, as sínteses do objetivo da perícia, os estudos e as observações que realizou, as diligências realizadas, os critérios adotadas e os resultados fundamentados, e as suas conclusões.

Pires (2008) declara em sua obra que os laudos periciais precisam

apresentar o que lhes é próprio e peculiar, tratando com objetividade e clareza as

informações constates nos autos. D’Auria (1962, apud. Pires) denomina “requisitos

essenciais” aqueles que expõe o núcleo do conteúdo de uma peça técnica.

Logo, Hoog (2008) afirma que, a responsabilidade processual do laudo

exige o cumprimento de atributos, sem os quais o trabalho pericial não alcança o

objeto central de sua motivação, que ultrapassa a prestação de informações ao Juiz,

valida, conferindo certeza jurídica as informações alvo da causa em juízo.

Para Sá (2002) esclarece os requisitos mínimos para a elaboração de um

laudo sob dois aspectos: materialização do trabalho pericial desenvolvido pelo

perito-contador; e a própria prova pericial.

Conforme Alberto Filho (2008) declara que é relevante o planejamento e

organização do laudo pericial e trabalhos técnicos, parametrizando a época dos

fatos narrados nos autos e atendo-se ao objeto da perícia. Aduz Rocha; Santos

(2004) que inteirar-se desses aspectos mediante a leitura atenta dos autos do

Page 17: Artigo tcc pollyanna

16

processo, em especial de duas peças: a petição inicial e a contestação e análise dos

documentos juntados pelas partes.

No Anexo A esta disponível o um modelo de Laudo Pericial de Contratos

de Financiamento (Leasing) de veículos e nos Anexos 1, 2 e 3 os cálculos e

recálculos do financiamento seguindo o molde doutrinário.

6 ANÁLISE DE RESULTADOS

Para a pesquisa quantitativa e de campo foi elaborado questionário com

10 questões. Estes questionários foram aplicados aos magistrados atuantes na

Comarca de Goiânia, no Fórum Dr. Heitor Moraes Fleury e Justiça Federal. O

objetivo da aplicação do método foi identificar a percepção dos magistrados atuantes

nesta Comarca referente ao profissional Perito- Contador. O período de aplicação da

pesquisa foi 30 de outubro a 03 de novembro de 2014. No Anexo B é representado

os dados da pesquisa e questionário aplicado.

A população de juízes atuantes na comarca de Goiânia é 20 (vinte)

magistrados. Dentre estes, no Fórum consta 15 (quinze) magistrados e no prédio da

Justiça Federal 5 (cinco) juízes.

Gráfico 1: População

Fonte: Magistrados atuantes no Fórum Dr. Heitor Moraes Fleury e Justiça Federal

A Amostra selecionada demonstra que 5 (cinco) magistrados nas Varas

Civis e 2 (dois) nas Instâncias Federais, num total de 7 magistrados. Este número

corresponde a 35% (trinta e cinco por cento) do total da população de juízes

participantes da pesquisa.

Gráfico 2: Amostra

75% 25% 0%

50%

100%

Instância Estadual Instância Federal

% d

as R

esp

ost

a

População

Instância Estadual

Instância Federal

71% 29% 0%

50%

100%

Instância Estadual Instância Federal

% d

as R

esp

ost

as

Amostra

Instância Estadual

Instância Federal

Page 18: Artigo tcc pollyanna

17

Fonte: Magistrados atuantes no Fórum Dr. Heitor Moraes Fleury e Justiça Federal Os dados coletados apontaram que é 57% dos membros do judiciário são

do sexo masculino e 43% do sexo feminino.

Gráfico 3: Sexo

Fonte: Magistrados atuantes no Fórum Dr. Heitor Moraes Fleury e Justiça Federal

Os participantes responderam que 57% (cinquenta e sete por cento)

estão na faixa etária de 46 a 56 anos e 14% (quatorze por cento) respondem com

idade entre 35 a 45 anos.

Gráfico 4: Faixa Etária

Fonte: Magistrados atuantes no Fórum Dr. Heitor Moraes Fleury e Justiça Federal

Assim, o magistrado atuante na Comarca de Goiânia revela-se mais

atuante na Instância Estadual com 71% (setenta e nove por cento) na Justiça

Federal o percentual foi de 29% (vinte e nove por cento).

Gráfico 5: Atuação na área judicial

Fonte: Magistrados atuantes no Fórum Dr. Heitor Moraes Fleury e Justiça Federal

57% 43% 0%

50%

100%

Masculino Feminino

% R

esp

ost

as

Sexo

Masculino

Feminino

29% 14% 57%

0% 0%

20%

40%

60%

De 25 a 34anos

De 35 a 45anos

De 46 a56anos

Acima de 56anos

% d

e R

esp

ost

as

Faixa Etária

De 25 a 34 anos

De 35 a 45 anos

De 46 a56 anos

71% 29% 0%

100%

Fórum Dr. Heitor Moraes Fleury Instância Federal

% d

as

Re

spo

stas

1- Em qual área judicial Vossa Excelência atua?

Fórum Dr. Heitor Moraes Fleury

Instância Federal

Page 19: Artigo tcc pollyanna

18

Estes magistrados assinaram que atuam por mais de 6 (seis) anos e

29% (vinte e nove por cento) deles afirmaram que já atuam por um período de 1 a

5 anos.

Gráfico 6: Tempo de atuação

Fonte: Magistrados atuantes no Fórum Dr. Heitor Moraes Fleury e Justiça Federal

No critério de escolha do perito-contador, os juízes responderam com

unanimidade com 100% (cem por cento) de preferência a profissional com espe-

cializado e com experiência na matéria em litígio.

Gráfico 7: Escolha do Perito-Contador

Fonte: Magistrados atuantes no Fórum Dr. Heitor Moraes Fleury e Justiça Federal

Em relação às ações que mais demandam perícia contábil, o corpo de

magistrados responderam que 43% (quarenta e três por cento) é demandada para

ações na Instância Estadual, 29% (vinte e nove por cento) nas ações da Instância

Federal e 29% (vinte e nove por cento) responderam também demanda para ações

Trabalhista e Ações relativas a Contratos.

Gráfico 8: Demanda de perícia contábil

0% 29% 71% 0%

100%

De 0 a 12 meses De 1 ano a 5 anos Acima de 6 anos

% d

as

Re

spo

stas

2- Atua na área há quanto tempo?

De 0 a 12 meses

De 1 ano a 5 anos

Acima de 6 anos

0% 100%

0% 0%

50%

100%

150%

Educação Continuada Especialização eexperiência na

matéria em litígio

Indicação demagistradosrenomados

% d

as R

esp

ost

as

3- Quais acondições importam na sua escolha de nomeação do Perito Contador em casos de perícia contábil?

Especialização e experiêncina matéria em litígio

29% 43% 29% 0%

10%20%30%40%50%

Ações na instânciaFederal

Ações na instânciaEstadual

Ações Trabalhista eAções relativas a

Contratos

% d

as R

esp

ost

as

4- Em qual ação é mais demanda perícia contábil?

Ações na instância Federal

Ações na instância Estadual

Ações Trabalhista e Açõesrelativas a Contratos

Page 20: Artigo tcc pollyanna

19

Fonte: Magistrados atuantes no Fórum Dr. Heitor Moraes Fleury e Justiça Federal

No quesito satisfação com os trabalhos periciais apresentados, também

ocorreu unanimidade positiva, e ao solicitarem esclarecimentos dos trabalhos

periciais as respostas referente à atuação do perito-contador foram 86% (oitenta e

seis por cento) para adequada e suficiente e 14% (quatorze por cento) para omissa

e imprecisa.

Gráfico 9: A percepção dos trabalhos periciais

Fonte: Magistrados atuantes no Fórum Dr. Heitor Moraes Fleury e Justiça Federal

Em detrimento ao tipo de perito-contador ideal as afirmações

representaram 100% (cem por cento) de aprovação para profissional experiente,

pontual e zeloso e a mesma resposta forneceram os magistrados, quanto à

satisfação com a quantidade de mão de obra disponível em Goiás.

Gráfico 10: Perito-Contador ideal?

Fonte: Magistrados atuantes no Fórum Dr. Heitor Moraes Fleury e Justiça Federal

100%

0% 0% 0%

20%

40%

60%

80%

100%

120%

Relevantes Insuficientes ou omissos Auxiliam parcialmente nadecisão judicial (sentença)

% d

as R

esp

ost

as

5- Quanto à satisfação com os trabalhos periciais apresentados na dissolução da lide, eles são?

Série1

100%

0% 0% 0%

20%

40%

60%

80%

100%

120%

Experiente,pontual e zeloso

Qualificado einexperiente

Com reputaçãoilibada eindicação

% d

as R

esp

ost

as

7- Qual é o tipo ideal de Perito Contador?

Experiente,pontual ezeloso

Relevante

Page 21: Artigo tcc pollyanna

20

Na avaliação geral os Juízes responderam que são 71% (setenta e um

por cento) bons e 29% (vinte e nove por cento) que são ótimos os profissionais

peritos-contadores na Comarca de Goiânia.

Gráfico 11: Avaliação do Perito-Contador

Fonte: Magistrados atuantes no Fórum Dr. Heitor Moraes Fleury e Justiça Federal

E indicaram como ponto de melhoria 71% (setenta e um por cento)

aprimorar as técnicas periciais e conhecer mais o funcionamento da justiça, 14%

(quatorze por cento) sugeriram mais densidade nos cursos de especialização e

educação continuada e ainda 14% (quatorze por cento) solicitam adaptação da

linguagem do laudo para os operadores da justiça.

Gráfico 12: Pontos de melhoria

Fonte: Magistrados atuantes no Fórum Dr. Heitor Moraes Fleury e Justiça Federal

Em relação à autorização para divulgar o nome, 14% dos magistrados

consentiram e 86% não autorizaram.

71% 14% 14%

0%

20%

40%

60%

80%

% d

as R

esp

ost

a

10- Qual melhoria Vossa Excelência indica a atuação do profissional Perito Contador?

Aprimorar as técnicaspericiais e conhecer mais ofuncionamento da justiça

Mais densidade nos cursosde especialização eeducação continuada

Outros: Adapatar alinguagem do laudo paraos operadores da justiça.

29%

71%

0% 0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

Ótimo Bom Regular

% d

as R

esp

ost

as

9- Qual é a sua avaliação do Perito Contador?

Ótimo

Bom

Regular

Page 22: Artigo tcc pollyanna

21

Gráfico 13: Divulgação do nome

Fonte: Magistrados atuantes no Fórum Dr. Heitor Moraes Fleury e Justiça Federal

7 METODOLOGIA

O presente estudo aborda a contribuição da perícia contábil na tomada de

decisão judicial com destaque a aplicação dos procedimentos pericias e atuação

imparcial do profissional perito-contador.

Para Sá (2011), Alberto Filho (2008) e Aguiar; e Souza (2013), a perícia

contábil é uma habilidade desenvolvida ao longo da vida, através do saber e da

prática a trabalhos realizados, tornando-se especialista na produção de provas ao

Juiz, auxiliando a tomada de decisão judicial .Para isso, cabe ao profissional perito

contador manter-se atualizado as nova tecnologias do quotidiano.

No formato de pesquisa qualitativa, bibliografia e de campo com o intuito

de responder a problemática e objetivos propostos foi utilizado como base para este

artigo, foram: documentos, teses, monografias, artigos eletrônico e legislação

pertinente numa busca temporal e histórica de publicações que tratam do assunto.

De acordo com Lakatos (2003, p. 227) pesquisa bibliográfica apresentada

no projeto de pesquisa, abrange o estudo de livros, artigos, publicações e

documentos utilizados, nas diferentes fases: metodologia da pesquisa, instrumental

teórico e revisão da bibliografia.

8 CONSIDERAÇÕES

A presente pesquisa teve como problemática “qual é a contribuição da

perícia contábil na tomada de decisão judicial?”. A perícia contábil foi considerada

14%

86%

0%10%20%30%40%50%60%70%80%90%

Sim Não

% d

as R

esp

ost

as

Autoriza divulgar seu nome?

Sim

Não

Page 23: Artigo tcc pollyanna

22

relevante na tomada de decisão judicial. Por seus procedimentos e técnicas

específicas destinam-se a buscar a verdade real constantes nos autos processuais,

para auxiliar o magistrado na arguição de decisão ou sentença.

As hipóteses de respostas aos objetivos específicos são, o uso dos

procedimentos periciais a matéria litigiosa em conformidade com a legislação

pertinente. Na etapa de manifestação do perito contador a rigor das normas éticas

pertinente, é importante pautar pela imparcialidade na apresentação do Laudo

Pericial com respostas objetivas aos quesitos formulados pelo Juiz e pelas partes. A

contribuição da perícia neste molde, a sugere como meio de prova legal e técnica

auxiliando na tomada de decisão judicial.

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