artigo - segurança publica df

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Artigo sobre a eficiência dos gastos públicos com segurança no DF.

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  • Poltica de segurana pblica no Distrito Federal: retornos sociais importantes ou

    sunkcosts?

    Captulo 1: A importncia da segurana pblica para o desenvolvimento

    O estudo acerca da segurana em economia se iniciou com a anlise do

    comportamento dos agentes e dos custos do crime, como abordado por Becker

    (1968).Do ponto de vista macroeconmico, Thomas (2001) e Dao (2011) defendem o

    combate desigualdade social como forma de reduzir a criminalidade, descrevendo a

    relao entre segurana e desenvolvimento econmico.

    Segundo a resoluo da Assemblia Geral da ONU (2012) o conceito de

    segurana abrange o direito a liberdade e a dignidade humana, de modo que as pessoas

    possam desenvolver o prprio potencial. Desse modo, a segurana vista como aes

    preventivas e centradas nos indivduos para a proteo de todas as pessoas e

    comunidades.

    A segurana pblica um bem pblico no-rival e no-exclusivo. Por conta de

    seu carter no-comercializvel, no ofertada de forma privada e cabe ao Estado sua

    proviso. Isso porm no implica que a gesto da poltica pblica de segurana seja

    exclusiva ao governo. A participao da sociedade civil enriquece o monitoramento e

    planejamento de polticas principalmente em seu carter preventivo.

    Alm disso, diversos trabalhos enfatizam a importncia de determinadas aes

    na promoo da segurana. Em estudo acerca dos determinantes da violncia em

    cidades colombianas, Poveda (2012) encontra evidncias de que o crescimento

    econmico, a desigualdade, a pobreza e o capital humano afetam o nvel de violncia.

    Por outro lado, Pieters e Schoukens (2012) destacam a importncia da manuteno de

    instituies adequadas para a promoo da estabilidade econmico-social e acesso a

    servios bsicos de sade e educao a fim de consolidar a segurana social nos pases

    do BRIC (Brasil, Rssia, China e Argentina).

    O sculo XXI marcou uma forte reduo na violncia decorrente de guerras

    entre pases e guerras civis. Todavia, segundo trabalho publicado pelo Banco Mundial

    (2011), a violncia ainda um problema latente na maioria dos pases. De acordo com

    dados do Banco, uma em cada quatro pessoas vivem em reas consideradas de alto grau

    de violncia e instabilidade. Alm disso, vale salientar que h uma forte relao entre

    altas taxas de violncia e pobreza pases com elevadas taxas de violncia no perodo

  • entre 1981 e 2003 registraram ndices de pobreza 21% mais altos que em regies no

    violentas.

    Por outro lado, a melhora do ndice de Desenvolvimento Humano acompanha a

    reduo de ndices de criminalidade, como pode ser observado no grfico 1. O Brasil

    ainda apresenta elevada taxa de homicdios (21 por 100.000 habitantes) acompanhada

    de um IDH mediano (0,718), enquanto pases mais desenvolvidos com IDH acima de

    0,8 apresentam menores taxas de homicdios, segundo dados das Naes Unidas.

    Grfico 1: Relao entre IDH e taxa de homicdio para pases selecionados.

    *Dados para o ano de 2009 para Argentina e Frana e 2008 para Camares. Para os demais

    pases, os valores so referentes a 2010. Taxa de homicdios por 100.000 habitantes. ** IDH de 2011.

    Fonte: UNODOC e UNDP. Elaborao prpria.

    O estudo do Banco Mundial (2011) aponta, ainda que a violnciarepresenta

    elevados custos socioeconmicos, uma vez que atividades cotidianas como se deslocar

    para o trabalho ou para escola ficam comprometidas. Alm disso, a insegurana

    implica em baixos investimentos em empresas locais e construo de casas, devido ao

    medo da populao de que possa ocorrer destruio ou expropriao de seu patrimnio.

    Outro aspecto relevante apontado pela pesquisa que os principais estmulos

    expanso da violncia so: injustia, desigualdade, corrupo, pobreza e baixa

    escolaridade.

    O combate violncia e ao crime organizado , portanto, imprescindvel para o

    desenvolvimento econmico e deve ocorrer paralelamente ao fortalecimento de

  • instituies de freios e contrapesos, da incluso social participativa e de ferramentas de

    transparncia.

    A relao ntima entre ordem e desenvolvimento traz consigo uma discusso

    sobre a conduodas polticas de segurana pblica de forma estratgica e democrtica,

    sem criar um Estado penalizador, que acaba por criminalizar a pobreza e a misria.

    A restrio oramentria determina um tradeoff entre polticas de carter

    preventivo e polticas de carter defensivo e repressivo. A priorizao depende da

    relao de custo-benefcio social determinada pelo custo de abrir mo da manuteno da

    ordem e pelos benefcios de polticas preventivas. Tal tradeoff o objeto deste estudo.

    2.1 Pontos importantes da histria da poltica de Segurana Pblica no Brasil

    (2000-2012)

    O artigo 144 da Constituio Federal de 1988 estabelece: A segurana pblica,

    dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, exercida para a preservao da

    ordem pblica e da incolumidade das pessoas e do patrimnio().

    A complexidade do tema no Brasil est intimamente ligada ao federalismo. De

    acordo com S e Silva (2012) a construo de polticas nacionais requer, em

    princpio, instrumentos de financiamento e estratgias de governana que estimulem a

    cooperao entre os vrios entes [federativos].

    Para Carvalho e Silva (2011), as polticas de segurana pblica, em geral, tm

    sido apenas paliativas a situaes emergenciais, sendo deslocadas da realidade social e

    desprovidas de consistncia e articulao horizontal e setorial. Somente uma dcada

    aps a promulgao da "Constituio Cidad" que a poltica de segurana no Brasil

    comeou a ser pensada sob o contexto de uma sociedade democrtica e pautada no

    respeito aos direitos humanos, em que o enfrentamento da criminalidade est

    relacionado a aes estratgicas, que consideram a questo em toda sua complexidade.

    Quando foi criado o Plano Nacional de Segurana Pblica (PNSP) em 2000 os

    estados tinham grande autonomia e o principal foco eram as aes policiais de carter

    repressivo. O governo do ento presidente Fernando Henrique estabeleceu duas medidas

    importantes:

    1. A criao da Secretaria Nacional de Segurana Pblica como rgo

    coordenador das propostas reformistas;

    Marina 6/2/13 00:16Formatted: Portuguese (Brazil)

    Marina 6/2/13 00:16Formatted: Not Highlight

  • 2. A criao do Fundo Nacional de Segurana Pblica;

    Durante o primeiro governo Lula a poltica do PNSP foi reformulada para

    eliminar a carncia de planejamento e gesto. Ao implantar o Sistema nico de

    Segurana Pblica o governo assumiu o papel de articulador e introduziu polticas

    reformistas como o incentivo capacitao de policiais e fomento a projetos de

    preveno da violncia e promoo dos direitos humanos. Alm disso, iniciou-se a

    coleta sistemtica de dados do setor.

    Em 2007 nasceu o Programa Nacional de Segurana Pblica com Cidadania

    (Pronasci). De acordo com o Ministrio da Justia, o Pronasci prioriza a preveno e

    busca atingir as causas que levam violncia, sem abrir mo das estratgias de

    ordenamento social e segurana pblica. A atuao deveria ser de forma articulada, por

    meio de polticas preventivas, voltadas principalmente para a juventude.

    O carter inovador do Pronasci se deve ao desenvolvimento de aes na rea de

    segurana integradas a polticas sociais, incluindo o sistema prisional. A estrutura do

    gasto com segurana pblica no Brasil tambm comeou a transparecer a priorizao de

    estratgias preventivas em detrimento das repressivas. Isso pode ser observado no

    grfico abaixo, que divide os projetos na rea em trs categorias. A primeira segurana

    defensiva, que consiste de projetos voltados para a implementao de policiamento

    comunitrio, capacitao dos profissionais de segurana, valorizao profissional e

    incremento dos projetos de gesto. A segunda segurana repressiva, que so projetos

    destinados a aes tpicas de policiamento ostensivo. A ltima a segurana preventiva,

    que consiste de projetos voltados a aes sociais e relacionados aos diversos atores

    pblicos envolvidos nessas polticas.

    Segurana defensiva

    55%

    Segurana repressiva

    3%

    Segurana Preven4va

    42%

    Valor dos projetos aprovados no Ministrio da Jus4a no mbito do Pronasci (2008)

  • Fonte: S e Silva (2012)

    Um dos avanos fundamentais do Pronasci foi o reconhecimento do papel da

    Unio como liderana junto aos entes federados e seu papel coordenador. Outro avano

    fundamental foi a mudana de paradigma do setor (S e Silva, 2012) diminuindo a

    participao de polticas de segurana de carter repressivo.. Um exemplo desse

    processo foi a concesso de bolsas de capacitao para policiais, que atingiram 1,5 mil

    matrculas no governo Lula, segundo dados do Governo Federal. Alm disso, foram

    montados 77 cursos de ps graduao relacionados a segurana no pas.

    A implementao do Pronasci foi bastante criticada porque as polticas eram

    baseadas em processos pr-concebidos, negligenciando as caractersticas municipais e

    regionais. Alm disso, no haviam processos de monitoramento e participao para

    adaptar os programas e adotar meditas corretivas. Outra crtica contundente foi a

    indiferena quanto s reformas estruturais necessrias ao setor e a falta de mecanismos

    adequados de financiamento. O Pronasci, diferente do Fundo Nacional de Segurana

    0 50 100 150 200 250 300 350

    Formao de Policiais

    Construo da Academia da Polcia Civil do DF

    Campanha do Desarmamento

    Apoio implementao de pol4cias sociais

    Gesto e comunicao

    Fortalecimento das ins4tuies de segurana pblica

    Modernizao de estabelecimentos penais

    Apoio implementao de pol4cas de segurana

    Valorizao de prossionais

    Construo de estabelecimentos penais especiais

    R$ Milhes

    Execuo Oramentria do Pronasci (2008)

    Empenhado Autorizado

  • Pblica no tem receitas fixas, como programa governamental deve ter sua verba

    anualmente negociada no Congresso.

    No governo Dilma, porm, o Pronasci deixou de ser priorizado, tendo sua verba

    cortada pela metade. De 2,09 bilhes previstos para 2012, foram liberados apenas 1,6

    bilho1. Com essa reduo, aes bem sucedidas no incio do Pronasci, como o

    policiamento de proximidade exercendo papel preventivo, atualmente tm sido mantidas

    apenas pelos entes federados e no mais pela Unio. Isso aponta um possvel retrocesso

    na conduo da poltica de segurana pblica atual.

    Ainda em 2012 foi lanado o programa Crack, possvel vencer, que prev

    investimentos do Governo Federal de 4 bilhes de reais at 2014. H dvidas se a

    priorizao desse programa em detrimento do Pronasci trar de fato melhorias no campo

    da segurana no Brasil.

    O Sistema Nacional de Informao em Segurana Pblica para coletar e

    centralizar informaes foi criado em 2012. Somado construo de planos de ao

    para cada Estado que discriminam fontes de financiamento e diagnsticos da violncia

    para moldar tais aes mostram um esforo para melhorar os mecanismos de

    governana e coordenao de polticas feitos pelo governo Dilma.

    3. Polticas de Segurana Pblica no Distrito Federal

    O Distrito Federal conhecido por suas particularidades. No campo da

    segurana pblica elas tambm so evidentes e influenciam a conduo das polticas. A

    proximidade geogrfica do DF e das cidades que compem a regio integrada de

    desenvolvimento (RIDE - DF) exige a elaborao de aes voltadas para segurana em

    conjunto com autoridades de outros estados. De acordo com o relatrio da ONU

    Gesto e Governana da Segurana Pblica no Distrito Federal e Entorno, de 2011, a

    regio uma das mais violentas do pas e a falta de integrao um dos fatores que

    dificulta a adoo de polticas padronizadas propostas pelo Governo Federal.

    As condies socioeconmicas das cidades do entorno so consideravelmente

    inferiores em relao Braslia. Nenhum dos municpios do entorno tem uma secretaria

    municipal de segurana pblica. Poucos so os que possuem fundo de segurana pblica

    (7 dos 23) ou algum rgo gestor (11 de 23). A gesto da segurana feita pelos estados 1 De acordo com dados do Ministrio da Justia;

    Tomas da Costa e Silva V, 6/2/13 09:37Formatted: Font:14 pt, Underline

  • de Gois e Minas Gerais. O relatrio da ONU aponta tambm que em torno de 1% dos

    crimes cometidos no Distrito Federal, tem como envolvidos moradores do entorno. Este

    nmero claramente subestimado, dadas as ocorrncias sem informaes sobre o

    criminoso.

    Outro ponto importante a ser considerado a rpida expanso de cidades do DF

    e entorno. Esse fato tem impulsionado a imigrao e o crescimento populacional,

    exigindo das autoridades locais maior ateno a questes sociais como sade, educao

    e desigualdade de renda. Segundo estudo da UNODC (2011), "h vrios problemas de

    segurana pblica gerados em funo do trnsito fcil e constante de pessoas entre o

    Entorno e o DF. A estimativa de que cerca de dois milhes de pessoas do Entorno

    transitem diariamente no Distrito Federal, sobrecarregando servios pblicos e

    favorecendo dinmicas da criminalidade.".

    No caso do Distrito Federal a complexidade da estratgia de poltica de

    segurana pblica decorre, em primeira instncia, do exposto no inciso XIV do artigo

    21 da Constituio, em que uma das competncias da Unio : organizar e manter a

    polcia civil, a polcia militar e o corpo de bombeiros militar do Distrito Federal, bem

    como prestar assistncia financeira ao Distrito Federal para a execuo de servios

    pblicos, por meio de fundo prprio. Em outras palavras, a implementao da poltica

    competncia do Governo do Distrito Federal (GDF), mas a gesto financeira e o

    planejamento so competncias da Unio. Desse modo, a coordenao entre o GDF e a

    Unio fundamental para a gesto das polticas de segurana no GDF.

    A estrutura da segurana pblica no DF composta pelos segmentos da Polcia

    Militar, da Polcia Civil, do Corpo de Bombeiros, do DETRAN e da Defesa Civil. A

    coordenao das aes desses diferentes rgos compete Secretaria de Segurana

    Pblica do DF SSP-DF por meio de uma srie de subsecretarias especializadas.

    Apesar de a gesto dos rgos mencionados ser responsabilidade da SSP-DF, eles so

    sustentados por verbas do Governo Federal. Essa segmentao, naturalmente, leva a

    problemas de gerenciamento de polticas e engessa os processos de planejamento e

    execuo de aes voltadas ao combate violncia.

    Em 2010, foi institudo o Programa de Segurana Pblica e Cidadania do

    Distrito Federal (PROSPECI-DF) com a finalidade de ser um instrumento para a

    articulao entre o combate violncia e o desenvolvimento de uma rede de proteo

    social que proporciona segurana e bem-estar ao cidado. Esse programa visa o

    Marina 6/2/13 00:16Formatted: Portuguese (Brazil)Tomas da Costa e Silva V, 6/2/13 09:40Deleted: -

    Admin 5/2/13 22:56Comment [1]: Acho que, como a referncia ao estudo feita antes, no preciso colocar entre aspas.

    Anaely Machado 5/2/13 22:56Comment [2]: S copiei e colei. Tem que completar tb a estratgia de segurana.

  • tratamento do problema no apenas na regio do DF, mas tambm do entorno e articula-

    se com o Programa Nacional de Segurana Pblica com Cidadania (PRONASCI).

    O programa prope medidas a serem adotadas no horizonte de tempo de 2010-

    2022, o que indica o reconhecimento de que o combate criminalidade exige medidas

    de mdio e longo prazo. Desse modo, alguns pontos relevantes do PROSPECI-DF

    incluem programas comunitrios, treinamento e capacitao e preparao para a Copa

    de 2014.

    Outro aspecto relevante que a Polcia Militar o principal responsvel pela

    promoo da segurana no DF. Em 2011, os policiais militares representavam 50,4% do

    efetivo das foras policiais. Desse modo, o PROSPECI reconhece a importncia de

    promover o investimento na PMDF, por meio de: reaparelhamento, aquisio de

    helicpteros e viaturas, ingresso anual de pelo menos 1000 policiais militares, dentre

    outras propostas.

    Nos ltimos anos, os gastos com segurana pblica no Distrito Federal

    cresceram significativamente. Em 2011, a despesa com a funo segurana pblica

    alcanou R$ 313,3 milhes, representando um crescimento de 10,54% em relao ao

    ano de 2010. Alm disso, a despesa com segurana passou de 1,2% do total de despesas

    em 2006, para 2,3% em 2011, o que significa que a despesa praticamente dobrou em

    termos relativos no perodo (aumento de 98,6%). Em termos per capita, o aumento do

    gasto com segurana ainda mais expressivo: o valor passou de R$ 38,69 em 2006,

    para R$ 120,05 em 2011 uma expanso de 210%.

    Grfico: Despesa realizada com a Funo Segurana Pblica

    Fonte: Anurio Brasileiro de Segurana Pblica. Elaborao Prpria

    Grfico: Despesa realizada com a Funo Segurana Pblica, segundo subfunes em

    R$ milhes

    Anaely 5/2/13 22:56Comment [3]: No sei se necessrio falar disso. Mas, se algm souber quais so as Outras funes, talvez seja relevante.

  • Fonte: Anurio Brasileiro de Segurana Pblica. Elaborao Prpria

    Diante do aumento dos gastos com segurana pblica no DF, relevante analisar

    o histrico da violncia. Os dados mostram que a criminalidade cresceu fortemente a

    partir de 2001 e atingiu o maior nmero de ocorrncias em 2003 (118.080), um

    crescimento de 29,2%. Em 2006, o indicador praticamente repetiu o pico histrico de

    2003 (118.077), e a partir de ento seguiu uma tendncia de queda. Em 2011, o registro

    de ocorrncias de criminalidade foi de 103.423, uma reduo de 12,5% em relao a

    2006.

    Por outro lado, na composio do total da criminalidade, enquanto os crimes

    contra a pessoa e crimes contra o patrimnio se reduziram, especialmente a partir de

    2006, os crimes contra a dignidade sexual aumentaram. Em 2011 foram registradas 823

    ocorrncias de crimes desse tipo, o que representa um aumento de 27,2% em relao ao

    ano de 2010.

    Grfico: Evoluo do nmero do registro de criminalidade no DF

    Fonte: Anurio Brasileiro de Segurana Pblica. Elaborao Prpria

    80.000

    90.000

    100.000

    110.000

    120.000

    130.000

    2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011

    Total Criminalidade

    8.000

    10.000

    12.000

    14.000

    16.000

    2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011Crime Contra Pessoa

    60.000

    70.000

    80.000

    90.000

    100.000

    110.000

    2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011

    Contra Patrimnio

    400

    500

    600

    700

    800

    900

    2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011

    Contra Dignidade Sexual

    Tomas da Costa e Silva V, 5/2/13 22:56Comment [4]: Acho que podemos tirar essa parte

    Anaely 5/2/13 22:56Comment [5]: So muitos grficos. Deixem para vcs observarem melhor os dados. Mas podemos colocar isso de uma forma melhor. Ideias so bem vindas.

  • Em confluncia com as mudanas na composio do gasto com segurana pblica em

    nvel nacional apresentadas no segundo captulo, os programas de carter cidado tm

    perdido importncia relativa no oramento do Distrito Federal.

    Grfico: Despesas realizadas com a Funo Direitos da Cidadania e a Subfuno

    Custdia e Reintegrao Social, em R$ milhes

    Fonte: Anurio Brasileiro de Segurana Pblica. Elaborao Prpria

    possvel ligar esta diminuio de gastos com programas de carter mais social

    despriorizao do Pronasci por parte do Governo Federal a partir de 2011. Segundo a

    Secretaria da Transparncia do Distrito Federal, o maior gasto com aes especficas de

    segurana em 2012 foi para o desenvolvimento de programas nacionais, com oramento

    de R$50 milhes.

    Um ponto interessante das polticas de segurana no Distrito Federal so os

    programas sociais, cujo objetivo final consiste na preveno da violncia. Segundo

    relatrio da ONU2, h cinco programas sustentados pela Secretaria de Segurana

    Pblica do Distrito Federal (SSP-DF) atuando na RIDE-DF. H outros sete programas

    sustentados por associaes privadas e organizaes no governamentais. Assim,

    observa-se que a estratgia do GDF quanto a polticas preventivas no est s na

    implementao de aes por parte do Governo, mas tambm no fomento a aes que

    partem da sociedade. Compartilhar responsabilidades com os prprios cidados parece

    uma atitude inteligente em uma realidade na qual a burocracia e falta de integrao entre

    os elos hierrquicos de deciso dificultam a realizao de projetos planejados.

    Muitos desses programas esto ligados ao enfrentamento das condies

    geradoras de excluso social, que acabam levando, principalmente os jovens,

    2 Gesto e Governana da Segurana Pblica no Distrito Federal e Entorno

    Tomas da Costa e Silva V, 5/2/13 22:56Comment [6]: O relatrio da ONU discorda disso :/

    Anaely 5/2/13 22:56Comment [7]: Esse grfico achei interessante, pelo fato de reduzir o gasto com reintegrao etc. Mas to sem muita ideia do que falar.

    Marina 5/2/13 22:56Comment [8]: eu sei que essa palavra no existe, ainda no consegui pensar em outra.

  • criminalidade. Dados tambm desse relatrio mostram que 55% das vtimas de

    homicdio no DF so do gnero masculino e possuem entre 18 e 30 anos. Assim, o foco

    em aes sociais voltadas para jovens parece correto.

    Em suma, a estratgia de segurana do Distrito Federal pode ser dividida em

    duas partes. Uma voltada implementao, a nvel local, de aes e programas

    planejados pelo prprio Governo Federal, como o Pronasci. A outra consiste na

    execuo de polticas que consideram as particularidades da regio, sem deixar de

    serem integradas s aes de nvel federal. Nesse grupo esto o Prospeci e as aes

    realizadas em conjunto com a sociedade, de carter principalmente preventivo e

    educativo.

    4.1 Uma anlise quantitativa da eficincia da poltica de segurana pblica no Distrito Federal

    Uma forma de analisar a questo da qualidade dos gastos em segurana pblica no Brasil por meio da trajetria temporal do custo da violncia. Para isso, preciso determinar o impacto quantitativo da insegurana em um pas. Isso pode ser feito por meio da anlise dos custos econmicos da violncia. Eles podem ser divididos em custos privados e pblicos. Os custos do setor privado so perda de capital humano pelas mortes prematuras, segurana privada, seguros e perda de bens materiais por roubo e furto. Os custos do setor pblico so custos com o sistema de segurana pblica, com o sistema prisional e com o sistema de sade. importante destacar que os gastos com o sistema de segurana so considerados no clculo do custo da violncia, ou seja, se os gastos com segurana pblica aumentam e a violncia no diminui, os custos econmicos da insegurana tendem a aumentar.

    Um estudo do Instituto de Pesquisa Econmica Aplicada (IPEA) de 20073 calcula os custos da violncia no Brasil em 2004. O resultado obtido neste estudo foi que, no ano em questo, a insegurana no pas custou R$92,2 bilhes, ou seja, 5,07% do PIB. Essa proporo excede gastos com sade e educao, por exemplo.

    Outro estudo do IPEA, desta vez de 20114, calcula a disposio marginal a pagar pela sociedade para diminuir a violncia (SMWP). O resultado encontrado foi de R$1,53 trilho para o Brasil e R$ 60,3 bilhes para o Distrito Federal, utilizando-se preos de 2010.

    3 (Cerqueira et al. 2007) Anlise dos custos e consequncias da violncia no Brasil 4 (Cerqueira e Soares 2011) Custo de bem-estar da violncia letal no Brasil e desigualdades regionais, educacionais e de gnero

    Tomas da Costa e Silva V, 5/2/13 22:56Comment [9]: Podemos reelaborar isso aqui, est muito superficial

  • Os grficos abaixo mostram a evoluo da taxa de homicdio no Distrito Federal e a evoluo dos gastos com segurana pblica. A anlise desses grficos permite visualizar porque o custo econmico da insegurana to alto.

    Fonte: SSP-DF

    (colocar dados sobre a evoluo dos gastos com segurana no DF, esperando que eles sejam crescentes)

    O portal do entorno foi criado para fomentar o intercmbio e informaes e aumentar a integrao entre os rgos de segurana pblica que compe a gesto da poltica na RIDE. Alm disso, o Gabinete de Gesto Integrada do Entorno (GGI-E) est sendo usado como canal de coordenao de polticas.

    O relatrio da ONU tambm aponta para a preponderncia de polticas de carter preventivo no DF.

    A partir destes estudos possvel chegar a uma das concluses deste trabalho: os gastos ineficientes em segurana pblica acabam sendo sunk costs. Afinal, um aumento destes gastos sem resultados diretos nos indicadores de violncia acaba por gerar um aumento nos custos econmicos mais do que proporcional ao aumento da criminalidade. Por isso, ressalta-se novamente a importncia da elaborao de polticas estratgicas, que visem no s o combate violncia, mas tambm sua preveno, tanto do ponto de vista social quanto econmico.

    4.2 Avaliao dos programas e aes de segurana implantados no Distrito Federal

    4.2.1 Pronasci

    4.2.2 Propesci-DF

    4.2.3 Programas sociais

    -

    5.0

    10.0

    15.0

    20.0

    25.0

    30.0

    2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011

    25.7 23.2

    26.8 24.8

    22.5 22.6 23.3 26.2

    29.9

    24.8 27.66

    Taxa de Homicdios DF /100 mil hab

  • Referncias

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