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Três Picos, religiosidade popular e fé por meio da educação patrimonial: uma ação de salvaguarda para a Folia de Reis Estrela da Guia em Nova Friburgo” DAZZI, Camila Historiadora da Arte, Profª Drª CEFET/ RJ - Campus Nova Friburgo DUTRA, Adriana da Rocha Silva Turismóloga graduanda CEFET/RJ - Campus Nova Friburgo SANCHES, Diego Bonan Turismólogo graduando CEFET/RJ - Campus Nova Friburgo RESUMO O projeto é um desdobramento das ações empreendidas na produção de artigo decorrente da implementação do projeto de pesquisa “Identidade Cultural e Turismo: uma proposta para as Folias de Reis de Nova Friburgo. O principal objetivo da proposta é implementar a educação patrimonial por meio de oficina de luthieria na localidade dos Três Picos, visando contribuir para a salvaguarda do Grupo de Folia de Reis Estrela da Guia. A manifestação cultural está inserida em um espaço turístico e em área de preservação ambiental, o Parque Estadual dos Três Picos, localizado em Nova Friburgo. Sendo assim, acredita-se que através desta praxis e do viés do Turismo Cultural a proposta possa contribuir para a salvaguarda a partir do uso destas ferramentas na construção do sentimento de pertencimento junto aos autóctones no que tange a valorização da manifestação cultural.

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O projeto é um desdobramento das ações empreendidas na produção de artigo decorrente da implementação do projeto de pesquisa “Identidade Cultural e Turismo: uma proposta para as Folias de Reis de Nova Friburgo”. O principal objetivo da proposta é implementar a educação patrimonial por meio de oficina de luthieria na localidade dos Três Picos, visando contribuir para a salvaguarda do Grupo de Folia de Reis Estrela da Guia. A manifestação cultural está inserida em um espaço turístico e em área de preservação ambiental, o Parque Estadual dos Três Picos, localizado em Nova Friburgo. Sendo assim, acredita-se que através desta praxis e do viés do Turismo Cultural a proposta possa contribuir para a salvaguarda a partir do uso destas ferramentas na construção do sentimento de pertencimento junto aos autóctones no que tange a valorização da manifestação cultural.

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Page 1: Artigo Folia de Reis - “Três Picos, religiosidade popular e fé por meio da educação patrimonial: uma ação de salvaguarda para a Folia de Reis Estrela da Guia em Nova Friburgo”

“Três Picos, religiosidade popular e fé por meio

da educação patrimonial: uma ação de salvaguarda

para a Folia de Reis Estrela da Guia em Nova

Friburgo”

DAZZI, Camila

Historiadora da Arte, Profª Drª

CEFET/ RJ - Campus Nova Friburgo

DUTRA, Adriana da Rocha Silva

Turismóloga graduanda

CEFET/RJ - Campus Nova Friburgo

SANCHES, Diego Bonan

Turismólogo graduando

CEFET/RJ - Campus Nova Friburgo

RESUMO – O projeto é um desdobramento das ações empreendidas na produção de artigo

decorrente da implementação do projeto de pesquisa “Identidade Cultural e Turismo: uma

proposta para as Folias de Reis de Nova Friburgo”. O principal objetivo da proposta é

implementar a educação patrimonial por meio de oficina de luthieria na localidade dos Três

Picos, visando contribuir para a salvaguarda do Grupo de Folia de Reis Estrela da Guia. A

manifestação cultural está inserida em um espaço turístico e em área de preservação

ambiental, o Parque Estadual dos Três Picos, localizado em Nova Friburgo. Sendo assim,

acredita-se que através desta praxis e do viés do Turismo Cultural a proposta possa contribuir

para a salvaguarda a partir do uso destas ferramentas na construção do sentimento de

pertencimento junto aos autóctones no que tange a valorização da manifestação cultural.

Page 2: Artigo Folia de Reis - “Três Picos, religiosidade popular e fé por meio da educação patrimonial: uma ação de salvaguarda para a Folia de Reis Estrela da Guia em Nova Friburgo”

PALAVRAS CHAVE – Folias de Reis. Educação Patrimonial. Luthieria. Turismo Cultural.

Nova Friburgo

ABSTRACT- This Project arises as a deployment of the undertaken actions for the

production of the article due to the implementation of the research project “Identidade

Cultural e Turismo: Uma proposta para as Folias de Reis de Nova Friburgo” . Its purpose is

to promote the heritage education through Luthieria’s workshop contributing to the safeguard

of Estrela da Guia -a Group of Folia de Reis. The cultural event is inserted at a touristic space

and at an area of environmental preservation, the State Park of Três Picos, located in Nova

Friburgo. Thus, it’s purposed through heritage education and the practice of the Cultural

Tourism in the district, contribute to the safeguard from the use of this tools in the building of

the sense of belonging associated to the autochthonous regarding the cultural event.

KEY-WORDS- Folias de Reis. Heritage education. Luthieria. Cultural Tourism. Nova

Friburgo

Introdução

O projeto de pesquisa “Três Picos, religiosidade popular e fé por meio da educação

patrimonial: uma ação de salvaguarda para o Grupo de Folia de Reis Estrela da Guia em Nova

Friburgo” está sendo proposto no município homônimo junto à comunidade localizada no

entorno do Parque Estadual dos Três Picos – PETP1, uma área de proteção ambiental da Bacia

do Rio São João (Via Rural on line)2. Sua delimitação geográfica concerne ao terceiro distrito,

denominado Campo do Coelho, localizado na zona rural. O projeto é de co-autoria da Profª.

Drª. Camila Dazzi juntamente com os alunos Adriana da Rocha Silva Dutra e Diego Bonan

Sanches do Curso Superior em Gestão de Turismo do CEFET/RJ - Campus Nova Friburgo

O projeto surge de um desdobramento das ações empreendidas para a produção de

artigo intitulado “Religiosidade popular e fé: Folias de Reis nos espaços urbano e rural em

Nova Friburgo” produzido para a submissão na revista do Centro de Patrimônio

Cultural/USP, ação outra decorrente da implementação do projeto de pesquisa “Identidade

1 “O PETP, que ostenta um dos mais extraordinários conjuntos de montanhas de todo o país, é considerado como

um verdadeiro paraíso na prática de esportes como caminhadas e escaladas em rocha [compreende nos]

municípios: Cachoeiras de Macacu, Nova Friburgo, Teresópolis, Guapimirim e Silva Jardim (na Região Serrana

do Estado do Rio de Janeiro). Disponível em:

<http://www.inea.rj.gov.br/unidades/pqtrespicos_apresentacao.asp>. Acessado em 09 mar 2013. 2 Disponível em: <http://br.viarural.com/servicos/turismo/areas-de-protecao-ambiental/protecao-ambiental-rio-

de-janeiro.htm>. Acessado em: 09 mar 2013.

Page 3: Artigo Folia de Reis - “Três Picos, religiosidade popular e fé por meio da educação patrimonial: uma ação de salvaguarda para a Folia de Reis Estrela da Guia em Nova Friburgo”

Cultural e Turismo: uma proposta para as Folias de Reis de Nova Friburgo” promovido pelo

DIREX/CEFET/RJ ao qual os autores foram membros da equipe pesquisadora.

Foram definidos os seguintes objetivos para o projeto: levantar junto às comunidades

contempladas a história, as práticas, saberes e especificidades da Folia e propor ações de

salvaguarda para a manifestação cultural por meio da educação patrimonial através de oficina

de luthieria3 junto aos alunos do Instituto Bélgica-Nova Friburgo – IBELGA. O Instituto

possui parceria com organismos nacionais e estrangeiros privados e públicos.

As ações do Instituto estão pautadas no “desenvolvimento educacional e técnico, a

elevação da qualidade de vida dos habitantes do município que lhe serve de sede, bem como

de municípios vizinhos, sobretudo dos moradores do meio rural e que daí obtenham sua

manutenção” (IBELGA apud Circuito Tere-FRI)4. Portanto, se apropriando da missão

norteadora da instituição no sentido pedagógico e de sustentabilidade envolvendo a

comunidade, acredita-se que a proposta do projeto venha a ser mais um braço condutor no

alcance de melhores resultados na qualidade de vida na localidade.

Ressalta-se também que a manifestação cultural está inserida em uma das regiões

turísticas do município, onde sua rede de ofertas inclui pousadas, albergues, restaurantes além

da prática do ecoturismo. Compreende-se dessa forma que esta ação de salvaguarda voltada

ao patrimônio cultural imaterial também pode ser um dos meios para fortalecer a identidade

cultural local.

O que é Folia?

Atemporal, a Folia de Reis, sinônimo de “religiosidade popular”, está presente em

terras brasileiras desde o período colonial, tendo aqui chegado via colonizadores portugueses:

Trazida no século 18, pelos portugueses, as Folias remontam aos tempos medievais,

as mais antigas menções a elas em língua portuguesa aparecem em autos do

dramaturgo Gil Vicente, no início do século 16, como assinala Neide Gomes. ‘A

Folia de Reis conta os cinco passos do nascimento de Jesus: a anunciação do anjo

Gabriel à Virgem Maria, a revolta de José com a gravidez da mulher, a chegada do

casal a Belém da Judeia para o censo dos romanos, a visita dos três reis do Oriente,

3 Refere-se a luthieria como a arte da construção e da manutenção de instrumentos musicais (ANGELUCC e

SCOPINHO, 2010, p. 7). Disponível em: < http://www.alasru.org/wp-content/uploads/2011/07/GT5-Thalita-Camargo-

Angelucci.pdf>. Acessado em 09 mar 2013. 4 “O Circuito TERE-FRI são 68 Km de lugares encantadores e aconchegantes dentro da Mata Atlântica. No

coração da região serrana do Estado do Rio de janeiro, você encontra o cenário ideal para passeios, aventuras,

esportes e descobertas. O Circuito Tere-Fri oferece os mais diversos atrativos para os visitantes, além dos mais

charmosos hotéis e pousadas da região. Em todo o percurso da estrada, o clima da montanha convida a

magníficos passeios e caminhadas em meio a belas paisagens, cercadas de muito verde e riachos de águas

cristalinas. Irresistível para um mergulho nos dias de calor. E mais: os adeptos de escaladas encontram no

Circuito Tere-Fri algumas das vias mais altas do país, como o conjunto de Três Picos, localizado em Salinas.”

Disponível em: http://www.terefri.com.br/index.php. Acessado em: 08 jan de 2013.

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confirmando a chegada do Messias, e a ida da família para o Egito, fugindo dos

soldados de Herodes, que mandara matar os recém-nascidos’, diz a professora,

explicando o enredo inspirado no Evangelho de São Mateus. No Brasil, tambores e

outras contribuições africanas ampliaram a força da manifestação da religiosidade

popular. (NOEL, 2010)

Caracterizada como a representação do caminho percorrido pelos Reis Magos até a

manjedoura do recém-nascido Menino Jesus, a encenação feita é e sempre foi, uma das

histórias bíblicas mais emblemáticas do Ciclo Natalino, tendo como um dos símbolos quase

mágico, a Bandeira, sinônimo de fé e devoção.

A manifestação se constitui de música, dança, alegorias transitoriamente

materializadas nos cânticos entoados e no malabarismo do palhaço descrita assim por Mello

Moraes Filho:

Dessa noite em diante, os cantadores de reis percorrem a cidade cantando versos de

memória e de longa data. Esses ranchos compõem-se de moças e rapazes de

distinção; de negros e pardos que se extremam, às vezes, e se confundem

comumente. Os trajes são simples e iguais: calça, paletó e colete branco, chapéu de

palha ornado de fitas estreitas e compridas, muitas flores em torno etc.; as moças, de

vestidos bem feitos e alvos, de chapéus de pastoras; precedendo-os na excursão,

habilíssimos tocadores de serenatas. (FILHO apud Noel, 2010).

Sua atividade é intensa durante o Ciclo Natalino, quando sai em um período cíclico

que se inicia com ensaios em novembro, passa pelas jornadas normalmente no mês de

dezembro e início de janeiro e finaliza com a festa de arremate, evento que marca o fim da

jornada/giro em datas distintas. No município de Nova Friburgo, os encontros se estendem até

o dia 20 de janeiro, dia de São Sebastião, padroeiro do Estado do Rio de Janeiro, quando é

realizado o principal encontro de Grupos de Folia de Reis.

Desta forma, a Folia de Reis é uma manifestação cultural de grande complexidade,

que pela importância que assume em diferentes comunidades, merece ser compreendida como

um Patrimônio Cultural do Brasil.

Fundamentação Teórica

Com vistas na fundamentação da concepção teórica do projeto, detém-se no conceito

mais significativo deles: o multíplice e largamente estudado conceito de Cultura. Dentre os

muitos teóricos que se debruçam sobre o tema, optou-se por compreender as manifestações

culturais brasileiras conforme sugere o sociólogo Vianna, como partes de uma rede sem

limites:

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Para ser mais preciso, e talvez compreensível: existe um "espaço da brincadeira" no

Brasil. Esse espaço, como o ciberespaço, tem a estrutura de uma rede, uma rede

interbrincadeiras. Cada brincadeira é um nó da rede, estando assim interligada a

todas as outras brincadeiras. O erro de muito preservacionista bem-intencionado é

achar que, para salvar um folguedo da ameaça de desaparecimento, é necessário

isolá-lo do resto do mundo, mantendo à força sua "verdade" ou "autenticidade" (uma

ideia avessa à mistura e à "circulação"). Como os militares estrategistas que

inventaram a Internet perceberam, o que é preciso "preservar" é a rede, a capacidade

de as informações circularem dentro da rede, e não um nó específico. Numa rede

"saudável", a destruição de um nó não é ameaça para o todo: as informações

encontram logo outros caminhos para fazer novas parcerias, novas ciber-

brincadeiras”. (VIANNA, 1999, p.7)

Complementarmente as colocações de Vianna, entende-se que essas tradições

necessitam de um “incentivo à maior participação da juventude [...] com liberdade para recriar

e adaptar suas tradições com base nas necessidades do presente”. (PEDRO, F. C. & DIAS, R.,

2008, p. 51)

Mediante a complexidade acerca dos debates que orbitam o termo cultura,

compreende-se que o processo de levantamento das especificidades do grupo investigado

demanda da utilização não apenas de pesquisa em fontes primárias e secundárias, mas

também a aplicação de questionários quali-quantitativo, fichas segmentadas para o folião,

mestre, comunidade, alunos e Instituito IBELGA, bem como um levantamento das

especificidades das políticas de apoio das possíveis entidades parceiras, além de registro

audiovisual. Propõe-se pensar a Folia de Reis como uma manifestação cultural complexa e

não como folclore.

Estrela da Guia

Para que se tenha um norte acerca do patrimônio imaterial em questão, registra-se que,

segundo o mestre do Grupo de Folia de Reis Cézar Tardem (TARDEM, 2012), somente no

terceiro distrito de Campo do Coelho, há cerca de 15 anos havia aproximadamente 14 Folias

de Reis no local. Atualmente existe apenas o Grupo de Folia de Reis Estrela da Guia

(Fotografia nº1), resultado da fusão de dois grupos das localidades de Baixada de Salinas e

Três Picos. Conclui-se que seus apontamentos sugestionam o risco gradual de inatividade ao

qual o Grupo está exposto.

O grupo é composto por 15 integrantes do sexo masculino e não possui a figura do

palhaço por entender que a mesma representa uma figura demoníaca.

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FOTOGRAFIA nº 1: Grupo de Folia Estrela da Guia em jornada nos Três Picos . Iconografia do

projeto de pesquisa: “Identidade Cultural e Turismo: uma proposta para as Folias de Reis de Nova Friburgo”.

Foto: Adriana Rocha

Outro fator que se ressalta é com relação a participação irrisória da população jovem,

pois mais de 50% dos integrantes são pessoas acima de 60 anos de idade. Tendo apenas a

participação de um único integrante de 14 anos de idade (Fotografia nº2), filho de um dos

músicos.

7%

0%7%

57%

29%

05 à 15

16 à 25

26 à 45

46 à 65

Ac de 66

% de participação por Idade

Gráfico nº 1: Grupo de Folia Estrela da Guia – percentual de participação de integrantes por idade.

Observa-se que 57% dos integrantes possuem até 65 anos. Parte integrante do projeto de pesquisa: “Identidade

Cultural e Turismo: uma proposta para as Folias de Reis de Nova Friburgo”.

Produzido por: Adriana Rocha

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FOTOGRAFIA nº 2: Grupo de Folia Estrela da Guia. A esquerda o integrante mais novo, Rafael, 14

anos, ao lado do pai. Iconografia do projeto de pesquisa: “Identidade Cultural e Turismo: uma proposta para as

Folias de Reis de Nova Friburgo”.

Foto: Adriana Rocha

Diante de levantamento das peculiaridades do Grupo de Folia de Reis Estrela da Guia,

foco do estudo, observa-se as singularidades sustentadas conforme aborda Noel (2010):

A ausência do personagem [palhaço], também chamado de mascarado e bastião,

caracteriza as formações conhecidas como ternos de reis, em estados como Espírito

Santo e Minas Gerais. “O terno não tem palhaço porque, embora conte também a

viagem dos reis, não canta a perseguição ao Menino Jesus”, explica a pesquisadora

capixaba Joelma Consuêlo Fonseca e Silva, observando que os 12 grupos de terno

de reis do estado têm origem italiana, diferenciando-se também por cantar em estilo

coral. Em Minas, assinala o professor Domingos Diniz, há vários grupos de folia que

não usam a figura saltitante e irreverente do palhaço, em municípios das regiões do

alto e médio São Francisco e do alto Paranaíba.

A Folia em questão não possui a figura do palhaço, canta em estilo coral, utiliza

instrumentos basicamente de cordas (Fotografia nº3), corroborando com as afirmativas de

Noel, uma vez que, mediante depoimento colhido junto ao mestre da Folia5, o mesmo informa

que a comunidade é constituída basicamente de imigrantes italianos.

5 Entrevista realizada com o mestre do Grupo de Folia de Reis Estrela da Guia, Sr.Cézar Tarden, no dia

20/01/2013, durante a jornada realizada na comunidade de Três Picos, Campo do Coelho, 3º distrito de Nova

Friburgo/RJ.

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FOTOGRAFIA nº 3: Parte do instrumental utilizado pelo Grupo de Folia Estrela da Guia. Momento de

intervalo feito para que os músicos possam se alimentar entre as encenações que ocorrem durante a jornada.

Iconografia do projeto de pesquisa: “Identidade Cultural e Turismo: uma proposta para as Folias de Reis de

Nova Friburgo”.

Foto: Adriana Rocha

No que tange a prática da manifestação no espaço rural, Tremura (2004, p.3) faz um

parâmetro entre a música caipira e as Folias de Reis em relação as “melodias de caráter

melancólico, progressões harmônicas, e a maneira e forma de cantar e tocar os instrumentos

musicais como a viola e o violão”.

Também se identifica a permissão da presença feminina, entretanto, devido aos

afazeres domésticos, não há a presença da mesma no Grupo. Certifica-se assim, a constituição

do conceito de “Folia Invisível”, onde a “grande maioria é de mulheres [...] responsáveis pela

organização, preparação, mas não aparecem nos lugares públicos da festa.” (FONTOURA

apud Gonçalves, 2010, p. 11)

Além disso, a Folia em estudo revela uma tradição “estritamente católica”6

(TARDEM,2012) afirma o mestre, representante do Grupo, sobre a opção religiosa de todos.

Outro dado interessante é com relação ao lugar de reunião que é escolhido de forma

6 Entrevista concedida a Carolinne de Medeiros e Neuzely Padilha, Projeto Identidade Cultural e Turismo nas Áreas de

Proteção Ambiental de Nova Friburgo, no dia 26/09/2012.

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democrática e alternada, durante o seu período de atividade. Todos os integrantes cedem suas

residências para os encontros.

Educação Patrimonial aliada ao Turismo cultural

Mediante este quadro relatado pelo mestre e constatado pelos pesquisadores, são

consideráveis as perspectivas que colocam em risco o processo de salvaguarda da

manifestação cultural. Parte-se do princípio instituído pela Lei de Diretrizes e Bases da

Educação – 9.394/1996 onde o artigo 1º, onde prevê que:

a educação abrange os processos formativos que se desenvolvem na vida familiar,

na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos

movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais.

(MEC, 2010 p.9)

Acredita-se que o uso da educação patrimonial possa contribuir para com a captação

de novos integrantes, em especial os jovens, promovendo uma maior interação com as

famílias por meio dos participantes do projeto ampliando as possibilidades de renovação da

Folia de Reis Estrela da Guia, além de outros possíveis desdobramentos, sendo capaz de unir:

o conhecimento oferecido pelo programa curricular com o conhecimento tradicional

das nossas comunidades. Esta proposta pode ser trabalhada nos diferentes níveis de

ensino, e também no âmbito da educação não-formal, centrando as ações nos

espaços de vida representados pelos territórios educativos. (MEC 2010 p.9)

Com a formação profissional dos adolescentes brasileiros, sobretudo daqueles que

tendem a procurar atividades produtivas e geradoras de renda antes mesmo de

completar 18 anos. E interessará também a todos àqueles que sonham com um Brasil

que respeita os direitos e a cidadania de todas suas crianças, sejam elas meninos ou

meninas, com deficiência ou não, pobres ou ricos, negros, índios ou brancos, no

norte ou do sul, da cidade ou do campo. (GOMES, 2004, p.4).

Noel (2010) destaca como a produção de instrumentos de corda é realizada em vários

municípios do Estado de Minas Gerais. Seus apontamentos fazem correlação com os

princípios da educação patrimonial no que tange a manutenção de técnicas tradicionais.

Segundo o autor o estado de Minas preserva:

a confecção artesanal de instrumentos usados na folia de reis e em manifestações

como as festas do Divino e do Bom Jesus ou a dança de São Gonçalo. Uma das

produções de destaque está em São Francisco, norte do estado, por conta de violas,

rabecas, caixas e pandeiros criados pelas mãos de mestres artesãos com materiais e

técnicas tradicionais. (NOEL, 2010 on line).

O próprio Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico nacional entende a educação

patrimonial como sendo:

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os processos educativos formais e não-formais que têm como foco o patrimônio

cultural apropriado socialmente como recurso para a compreensão sóciohistórica das

referências culturais em todas as suas manifestações, com o objetivo de colaborar

para o seu reconhecimento, valorização e preservação. [...] [primando pela]

construção coletiva e democrática do conhecimento, por meio do diálogo

permanente entre os agentes culturais e sociais e pela participação efetiva das

comunidades detentoras das referências culturais onde convivem diversas noções de

patrimônio cultural. (IPHAN apud MEC, 2010 p.5)

Para que se tenha uma compreensão sóciohistória da prática da luthieria7, segundo

Roque apud Almeida e Pires (2012, p. 70) “[...] data do século 7 a partir do surgimento da

monodia (uma única linha melódica) usada no território sacro pelo canto gregoriano como

veículo de purificação e elevação espiritual” sendo definida como a “arte de elaborar

instrumentos musicais acústicos de madeira construídos minuciosamente a mão” (ROQUE

apud Almeida e Pires, 2012, p. 70).

Acredita-se que a arte poderá corroborar com resultados significativos no projeto, uma

vez que os depoimentos do mestre indicam a colonização italiana se aproximando do que

declara Roque como ser:

[...] mister tributar aos imigrantes italianos a entrada oficial – vamos dizer assim –

dessa intrincada profissão no espaço geográfico de nosso país. Foi, portanto, ao

longo dos primeiros anos do século XX que a luteria – atividade inter-relacionada

com física, acústica, mecânica e escultura – incorporou-se na então etérea, rarefeita e

difusa atmosfera cultural/musical do Brasil – principalmente no Rio de Janeiro e em

São Paulo (ROQUE, 2003, p. 17).

Nesse sentido é interessante partir do entendimento de que as oficinas de luthieria

propostas por este projeto aos alunos do colégio IBELGA tem a ver com “ a formação de

cidadania, identidade cultural, memória e tantas outras que fazem parte da nossa vida mas,

muitas vezes, não nos damos conta do quão importante elas são” (MEC, 2010 p.4). Além

disso, há a constatação, como dito anteriormente, do uso exclusivo de instrumentos de corda

por parte do Grupo de Folia de Reis em visitas realizadas a encontro, jornada e festa de

7 “Embora a arte da construção de instrumentos musicais feitos à mão remonte a milênios, o lento salto da

lutherie [...] ocorreu na Idade Média (início do século 5 até meados do século 15) e no Renascimento (séculos 15

e 16). A música tocada e cantada no continente europeu pelos bardos menestréis medievais no século 11 e depois

pelos trovadores [...] deu significativo impulso para que os artesãos buscassem um nível de aprimoramento cada

vez mais esmerado – tanto em termos de beleza plástica como em tentativas, nem sempre frutuosas, de

aperfeiçoamento sonoro” (ROQUE apud Almeida e Pires, 2012, p. 71). Já no Brasil, Roque diz que

“Provavelmente, a luteria chegou ao Brasil há pouco mais de 500 anos, a partir da chegada dos jesuítas nas

caravelas que aportaram no país. Ao longo desse processo de colonização, alguns artesãos foram trazidos com o

intuito de restaurar instrumentos utilizados em missas católicas. No entanto, devido à escassez de registros de

luthiers nesse período, não se pode afirmar, precisamente, se houve ou não a presença desses profissionais

durante a colonização. [...] Registros afirmam que ela foi trazida por italianos e alemães, o que não surpreende,

haja vista a história desse ofício ser enraizada em terras europeias. (ROQUE apud Almeida e Pires, 2012, p. 72)

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arremate. Acredita-se nesta oficina como uma oportunidade de compartilhar novos ofícios na

região através de parceria com organismos locais.

Portanto, desponta também como uma opção profissional sustentável através desta

capacitação com o uso aplicado do conceito de material de reflorestamento, visto que, a

manifestação cultural está inserida em uma área de proteção ambiental e a qualidade não está

relacionada ao uso de madeira alternativa quando pode ser constatado nas palavras de Roque

quando considera que:

No universo da luteria, a maioria dos artesãos davam importância e crédito dos

instrumentos nas madeiras utilizadas, porém, alguns luthiers minimizaram essa

importância, como Giuseppe Del Gesu (1698-1744), que, suspeito de assassinato, foi

preso e, no cárcere, passou a trabalhar com madeiras levadas por seus familiares

para a construção de violinos. Ao construir um violino apelidado de “o canhão”,

mostrou que a qualidade da madeira não era fundamental para o resultado final da

construção, pois a potência sonora do instrumento era muito superior. (ROQUE

apud Almeida e Pires, 2012, p. 70).

Além do projeto chamado Luthier – Arte Ofício Cidadania, que é desenvolvido em

Minas Gerais com a comunidade Barão de Cocais. Esse projeto é realizado pelo

luthier Pedro Alexandrino, que se doou à comunidade para dar uma oportunidade a

vários jovens de enriquecer seus conhecimentos musicais aprendendo o ofício da

luteria com madeiras de reflorestamento. (ROQUE apud Almeida e Pires, 2012, p.

74).

Como se acredita que o Turismo pode ser um viés colaborador para as ações de

salvaguarda da manifestação cultural, desde que ações adequadas e sustentáveis sejam

implementadas, propõe-se uma visão da prática da atividade por meio do Turismo Cultural.

Mesmo que ainda muito incipiente no município, acredita-se nas oportunidades que esse

“braço” da atividade pode favorecer região. Quando guardadas as devidas proporções,

considera-se que:

O Turismo Cultural [irá] implicar em experiências positivas do visitante com o

patrimônio histórico e cultural e determinados eventos culturais, de modo a

favorecer a percepção de seus sentidos e contribuir para sua preservação. Vivenciar

significa sentir, captar a essência, e isso se concretiza em duas formas de relação do

turista com a cultura ou algum aspecto cultural: a primeira refere-se às formas de

interação para conhecer, interpretar, compreender e valorizar aquilo que é o objeto

da visita; a segunda corresponde às atividades que propiciam experiências

participativas, contemplativas e de entretenimento, que ocorrem em função do

atrativo motivador da visita. (MTUR, 2010 p.16)

Logo como o próprio Caderno de Turismo cultural do Ministério do Turismo - MTur

diz:

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O Turismo Cultural envolve ações de vários setores e instituições, em especial os

que possuem atuação na área de cultura. Seu desenvolvimento exige amplas medidas

de apoio e fomento, dentre outras ações, possíveis por meio da identificação de

recursos e incentivos para a implantação, adequação e melhoria de infraestrutura,

produtos e serviços relacionados ao segmento, estimulando a criação e

fortalecimento de atividades e negócios que dinamizem o Turismo Cultural.

Ressalta-se que tais investimentos devem contribuir para a criação de condições que

resultem na preservação e valorização do patrimônio cultural do destino. (MTUR,

2010 p. 79)

O próprio MTur salienta que “novos arranjos de governança entre o setor público,

privado e sociedade civil pode se constituir em uma forma de estabelecer mecanismos e

instrumentos de incentivos que beneficiem o Turismo Cultural [e as manifestações que a

compõem].” (MTUR, 2010, p.79).

Portanto, lembra-se que na contemporaneidade se faz necessário a implementação de

parcerias por meio da gestão compartilhada, com envolvimento das comunidades acerca das

ações de salvaguarda de seus patrimônios culturais. Sua adequada implementação com base

na sustentabilidade podem através do Turismo Cultural, obter a contribuição necessária,

consciente.

A realização deste projeto está sendo pensada em parceria com o poder público e

privado. Desta forma, pode-se contribuir para que se alcance resultados ainda melhores a

partir do momento em que a própria comunidade se vê apoiada pelos organismos locais e

externos. Empresas como Gerdau, Petrobrás, Natura entre outras, podem ser parceiros de

grande relevância para que a implementação desta ação se concretize por meio de leis de

incentivo constituídas pela política pública nacional. Angelucc e Scopinho (2010) preveem

que práticas socioculturais politizadas são “capazes de fortalecer identidades sociais em prol

de sua sobrevivência enquanto sujeitos coletivos ativos da própria história”.

Logo, a atividade turística pode ser um modo privilegiado de promover a valorização

das “cerimônias preservando seu conteúdo religioso” (JURKEVICS, 2007 p.78) gerando

riquezas graduais e cada vez mais equitativas estimulando a inclusão social e práticas cidadãs

nas localidades.

Conclusão

Compreende-se que essas ações complementares para a salvaguarda da manifestação

cultural sejam empreendidas na comunidade supracitada o mais breve possível. Outro sim, se

entende que por meio da educação patrimonial na comunidade envolvida estimulará a

apropriação da cultura por parte do autóctone e, mediante ao sentimento de pertencimento,

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intensifique as ações e resultados positivos ao que tange a manutenção do Grupo de Folia de

Reis Estrela da Guia, bem como, abrindo novos leques sócio-culturais e econômicos na

região.

Além de um gerador de renda e autoestima para os envolvidos diretamente na

manifestação, é reafirmado um novo “leque de possibilidades” que o Turismo Cultural pode

fornecer ao município. Esse “leque de possibilidades” pode contribuir para a salvaguarda dos

Grupos de Folias de Reis e de outras manifestações culturais da região e um meio pelo qual

eles se sustentem através da atividade. Entende-se que este patrimônio cultural pode ser um

aporte ao Turismo Cultural, uma vez que a Folia de Reis deve ser considerada também como

matéria-prima na prática da atividade turística na localidade.

A cultura pode e deve ser compreendida como um “recurso econômico”, tal como

preconizado nas Normas de Quito: “Trata-se de incorporar a um potencial econômico um

valor atual, de por em produtividade uma riqueza inexplorada, mediante um processo de

revalorização que, longe de diminuir sua significação, puramente, histórica ou artística, a

enriquece [...]”. (OEA, 2000, p.111).

Por conseguinte, o projeto torna-se mais um aliado na valorização e dissiminação

também do ofício de luthieria, tão importante culturalmente e pouco difundido em nosso país.

Sendo assim, identifica-se ser pertinente a inventariação e implementação de ações proposta

por meio da educação patrimonial com viés na luthieria que contribuam para permanência dos

Grupos de Folia de Reis, intensificando a apropriação por parte dos locais desta manifestação

cultural, envolvendo a comunidade, escola e representantes da cultura local, corroborando

com os conceitos de sustentabilidade emergentes da contemporaneidade.

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