artigo final_os jovens e o ensino médio (2)

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA CENTRO DE EDUCAÇÃO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO MESTRADO EM EDUCAÇÃO SEMINÁRIO AVANÇADO II LP2: JUVENTUDE, ENSINO MÉDIO E METODOLOGIAS PARTICIPATIVAS Juventudes e Ensino médio Integrado: reflexões sobre a possibilidade de uma relação mais conectada RESUMO mudar O presente artigo é resultado de estudos realizados na disciplina “Seminário Avançado II: Juventude, Ensino médio e Metodologias Participativas” da Linha de Pesquisa LP2 – Práticas Escolares e Políticas Públicas do Mestrado em Educação do Centro de Educação da Universidade Federal de Santa Maria – UFSM. Ele se detém a identificar relações entre as categorias Juventudes e Ensino Médio. Primeiramente conceitos sobre juventudes e culturas juvenis são elencados na tentativa de situar no leitor sobre o lugar de onde se fala. Em segundo lugar, o Ensino Médio será caracterizado a partir da sua constituição histórica, apontando especificidades do ensino básico, do ensino técnico, bem como um breve relato sobre a reformulação deste nível de ensino no Estado Rio Grande do Sul, baseado na Politecnica. O terceiro capítulo trará algumas reflexões sobre as relações que se estabelecem entre as categorias Juventudes e ensino médio. A construção histórica e sociológica dos temas ligados às juventudes e a historicidade das políticas educacionais para o Ensino Médio no Brasil são as bases do referencial teórico deste trabalho. A conclusão a qual se chega é que se discursa muito em favor dos jovens como sujeitos que também fazem a escola, mas no cotidiano o que se observa é que ainda são

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Artigo apresentado como trabalho final da disciplina de Seminário Juventudes e Ensino Médio do mestrado em educação.

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIACENTRO DE EDUCAOPROGRAMA DE PS-GRADUAO EM EDUCAO MESTRADO EM EDUCAO

SEMINRIO AVANADO II LP2: JUVENTUDE, ENSINO MDIO E METODOLOGIAS PARTICIPATIVAS

Juventudes e Ensino mdio Integrado: reflexes sobre a possibilidade de uma relao mais conectadaRESUMO mudarO presente artigo resultado de estudos realizados na disciplina Seminrio Avanado II: Juventude, Ensino mdio e Metodologias Participativas da Linha de Pesquisa LP2 Prticas Escolares e Polticas Pblicas do Mestrado em Educao do Centro de Educao da Universidade Federal de Santa Maria UFSM. Ele se detm a identificar relaes entre as categorias Juventudes e Ensino Mdio. Primeiramente conceitos sobre juventudes e culturas juvenis so elencados na tentativa de situar no leitor sobre o lugar de onde se fala. Em segundo lugar, o Ensino Mdio ser caracterizado a partir da sua constituio histrica, apontando especificidades do ensino bsico, do ensino tcnico, bem como um breve relato sobre a reformulao deste nvel de ensino no Estado Rio Grande do Sul, baseado na Politecnica. O terceiro captulo trar algumas reflexes sobre as relaes que se estabelecem entre as categorias Juventudes e ensino mdio. A construo histrica e sociolgica dos temas ligados s juventudes e a historicidade das polticas educacionais para o Ensino Mdio no Brasil so as bases do referencial terico deste trabalho. A concluso a qual se chega que se discursa muito em favor dos jovens como sujeitos que tambm fazem a escola, mas no cotidiano o que se observa que ainda so deixados de lado em momentos decisivos no processo de construo do que o espao escolar.

Palavras-chave: Juventudes; Ensino Mdio.O incio dos estudos sobre o tema

O presente artigo baseado em estudos realizados a partir do ingresso profissional na rea da educao em 2010. Objetivando o conhecimento e o aprofundamento das questes relativas Educao, impulsionou a busca de formao no Programa Especial de Graduao de Formao de Professores paraEducaoProfissional, oferecido pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Neste perodo de estudos, um dos temas que chamava a ateno eram as Polticas Pblicas da Educao Profissional no Brasil, pela forma como se constituram tendo imbricadas as influncias histricas e polticas de cada poca.

A crescente vontade de pesquisar sobre o assunto levou a elaborao de um projeto de pesquisa para concorrer a uma vaga no Mestrado em Educao, pela mesma Universidade. Neste curso a disciplina de Seminrio "Juventudes, Ensino Mdio e Metodologias Participativas vm ao encontro da proposta inicial do projeto de pesquisa e que passa a ser aliada na organizao e direcionamento dos estudos.Portanto, este artigo traz uma reflexo sobre a temtica Juventudes e Ensino Mdio. Ele foi desenvolvido em trs momentos: o primeiro deles conceitua juventudes; o segundo contextualiza o ensino mdio atravs de momentos histricos e polticos; e, o terceiro relaciona estas duas categorias, procurando identificar possibilidades a partir desta interao. 1. Juventudes: como defini-las? Conforme o pensamento de Abramo (2005), conceituar o termo Juventude parece ser simples num primeiro momento, visto que quem o faz, j passou ou est passando por este momento de vida. Normalmente, segundo ela, as referncias giram em torno de indignaes ou esperanas, mas alerta que

h muitos ngulos pelos quais pode se abordar o tema (diferentes referentes designados pelo mesmo termo); cada disciplina das cincias humanas faz um tipo de recorte e, dentro delas, diferentes correntes tericas ressaltam dimenses distintas desse complexo ao qual o termo pode se referir (ABRAMO, 2005, p. 38).Definir o lugar de onde se fala fundamental para que a conceituao no se torne senso comum. Neste texto, portanto, a base terica utilizada a sociolgica.

No Brasil, para fins de discusso e organizao de Polticas Pblicas para a Juventude, convencionou-se chamar de jovem quele indivduo cuja etapa de vida est compreendida entre 15 e 24 anos de idade, segundo o Instituto de Pesquisa e Econmica Aplicada (IPEA, 2013) e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica (IBGE, 2013), diferenciado do conceito de adolescente, abordado no Estatuto da Criana e do Adolescente - ECA, que considera o indivduo pertencente ao grupo etrio limitado entre os 12 e os 18 anos de idade (ECA, 1990, Art.2).

Regina Novaes (2003) fundamenta o conceito de jovens ao afirmar que so brasileiros nascidos h 14 ou 24 anos, mas no estipula estas datas como limites fixos. Afirma que para alguns a juventude comea mais cedo, com a negao do direito infncia e que para outros ela pode se prolongar Na mesma linha de pensamento, Vicente de Paula Faleiros (2005) afirma que o conceito de juventude perpassa as questes de responsabilidade social e de autonomia do sujeito.

Esta diviso etria (dos 15 aos 24 anos de idade) precisa ser considerada no processo de responsabilizao social e de construo da autonomia, para garantir as condies pessoais de manuteno e tambm o processo de escolarizao e insero no trabalho, que vem sendo prolongado nas sociedades contemporneas. No se limita a um perodo especfico, pois existem vrias formas de se perceber a juventude que uma categoria socialmente construda (FALEIROS, 2005, p.04)

Bordieu (2003) afirma que a juventude e constituda socialmente e que necessrio observar que existem diferenas entre as classes sociais e que elas devem ser analisadas para pensar as juventudes, levando sempre em considerao o espao de possibilidades que so oferecidas aos jovens (BORDIEU, 2003, p.154).

Peralva (1997), traz o conceito de jovem como modelo cultural, afirmando que a juventude aparece como configurao prpria da existncia moderna, atravs do vnculo social. Porm esta especificidade prpria no lhe confere autonomia em relao s outras fases da vida, mas interdependncia e hierarquia. Esta hierarquia se constri atravs da tenso existente entre o que se considera o passado (norma) e o futuro (renovao). Abramo (2005) concorda que os contedos, a durao e a significao social da juventude so culturais e histricos e acrescenta: de difcil demarcao. Para ela, devem-se considerar os diferentes modos de insero dos jovens na estrutura social e por isso faz-se necessrio distinguir

a condio (o modo como uma sociedade constitui e atribui significado a essa momento do ciclo de vida, que alcana uma abrangncia social maior, referida a uma dimenso histrico geracional) e situao, que revela o modo como tal condio vivida a partir dos diversos recortes referidos s diferenas sociais classe, gnero, etnia, etc. (ABRAMO, 2005, p. 42).Esta reflexo conduz a pensar e falar em juventudes, considerando as diferenas e desigualdades que circundam esta condio. Juventudes seria ento o termo que caracteriza a amplitude do conceito e contempla as variadas condies e situaes de vida dos jovens. Antonio Lassance (2005) aponta que o jovem brasileiro diverge em termos de expectativas, de vises de futuro e de estratgias, o que confirma a conceituao de juventudes, no plural, proposta por Helena Abramo (2005). Faleiros (2005) considera que a juventude constitui-se num momento de escolhas de caminhos. Os caminhos dados podem ser percorridos ou rejeitados ou ainda separados do futuro dado para poder estabelecer um futuro construdo na dinmica da identidade conquistada em relao identidade dada pela famlia, pelo contexto, pela vida cotidiana (FALEIROS, 2005, p.18).

Assim, as concepes sobre a etapa de vida chamada juventude convergem para a ideia de que esta se constituiu socialmente, tendo como base o protagonismo dos sujeitos jovens na sociedade de sua poca. O termo mais comumente utilizado no plural como referncia s diversas formas de expresso das situaes e desigualdades na vivncia da condio juvenil. 1.1 Da Construo Histrica e Sociolgica da Juventude s Culturas Juvenis

Estudos sobre juventudes so recentes na histria e emergem da concepo de juventude como um momento particular de vida. Este momento particular avaliado levando-se em considerao a conjuntura social, cultural e econmica do Pas.

Conceituaes sobre as idades da vida datam do processo de constituio da modernidade no sculo XIX, segundo Peralva (1997). A autora refere que as mudanas nas relaes familiares (lugar da criana na famlia) e a excluso da criana do mundo do trabalho (deixar de ser o burrinho de carga) por meio da escolarizao foram momentos histricos importantes na construo da identidade juvenil. Mas foi no sculo XX, ficando livre das obrigaes do trabalho e dedicando-se aos estudos numa instituio escolar que a juventude se fortaleceu.

At os anos 1960, no Brasil, pensava-se a juventude brasileira apenas pela tica dos jovens escolarizados de classe mdia. Segundo Abramo (2005), nesta poca o debate estava direcionado ao papel do jovem na continuidade ou transformao do sistema cultural e poltico que recebiam como herana.

Aps este perodo e at o final do sculo, o foco de preocupao foram as crianas e adolescente em situao de risco, mobilizando a sociedade civil e o Estado em torno da defesa dos direitos deste segmento, resultando no Estatuto da Criana e do Adolescente. Por muito tempo, a juventude foi entendida como o perodo da adolescncia, muitas vezes no sendo diferenciada da infncia. Neste perodo, os jovens ficaram de fora do limite de aes e do debate sobre direitos e cidadania (ABRAMO, 2005, p. 38-39).

A mesma autora afirma que, no momento em que se descobre que as vulnerabilidades e riscos no terminam aos 18 anos e que muitas vezes podem se intensificar, amplia-se a preocupao com a juventude. Esta visibilidade sobre a juventude tambm se d a partir do aparecimento dos novos atores juvenis, em grande parte dos setores populares, expressando estilos culturais, dando notoriedade gerao juvenil.

A partir das manifestaes dos grupos sociais e culturais que a juventude foi enxergada e ento inserida no debate poltico como um problema tambm poltico. D-se o mrito juventude burguesa que fez a juventude moderna aparecer, que ainda hoje considerado o padro ideal a ser alcanado pelos outros setores sociais, e tambm serve de parmetro para pensar polticas para a juventude. Os debates a respeito, conforme Abramo (2005) giram entre as condies e possibilidades da participao dos jovens na manuteno ou na modificao da sociedade, a situao de incluso ou de excluso destes jovens nos diversos segmentos sociais, as vulnerabilidades que os afetam e a visualizando o jovem como sujeito de direitos.

A vivncia da experincia juvenil passa a adquirir sentido em si mesma e no mais somente como preparao para a vida adulta (ABRAMO, 2005, p. 43).

Visto de tal maneira, no se pode mais considerar a juventude como a parcela da populao fora de contexto ou sem valor social. O que se observa so jovens atuantes nos movimentos sociais, reivindicando seus direitos e melhores condies de acesso aos bens e servios. Para Dayrell e Carrano (2003) a juventude brasileira desenvolveu formas de participao social, muitas delas passando despercebidas, ou no sendo consideradas devido ao seu carter descontnuo. Apesar da descontinuidade, os jovens se organizam de diversas formas desenvolvendo atividades comunitrias, voluntrias, solidrias. Chama a ateno que estas geralmente ocorrem em espaos urbanos. Os autores acima ilustram estas aes participativas relembrando o Frum Social Mundial em 2002, na cidade de Porto Alegre, onde

a diversidade no impediu a convivncia calorosa e criativa de lnguas, costumes, engajamentos polticos, expresses culturais e estilos os mais diferentes, onde as mais diversas tribos puderam vivenciar na prtica o slogan do Frum: um outro mundo possvel. Significou um verdadeiro ritual, espao de encontro, de festa, de celebrao e revitalizao de utopias, um contraponto ao clima de incertezas da globalizao neoliberal. (DAYRELL e CARRANO, 2003, p. 16)

Percebe-se que atravs do engajamento em atividades sociais, culturais, comunitrias, etc., os jovens demonstram suas capacidades e potencialidades, procurando sentidos e significados para a sua vida.

As culturas juvenis representam modos de vida especficos e prticas cotidianas que expressam um conjunto de significados compartilhados, um conjunto de smbolos especficos que sinalizam o pertencimento a um determinado grupo. So as linguagem e seus usos particulares, os rituais e os eventos por meio dos quais a vida adquire, para eles, um sentido. Essa diversidade tambm dada pelo contexto de origem social e das condies concretas de vida nas quais os jovens so socializados (DAYRELL, 2003, p. 187-188).

Nesta perspectiva de busca de sentido para a vida, os jovens se unem em prticas comuns, num territrio comum, socializando experincias e expectativas, interagindo afetivamente e simbolicamente, criando assim sua identidade individual e garantindo seu pertencimento a um determinado grupo social.

Estudar sobre juventudes, conviver com os jovens e perceber que os seus movimentos produzem cultura nos leva a refletir: o que os move?

Somam-se s questes j apresentadas de aes organizadas com objetivos comuns, a urbanidade, os costumes, os estilos, as linguagens e a descontinuidade, as questes relativas ao tempo.

Mas que tempo este?

Em 1996, Melucci, refere que preciso fazer a diferenciao entre tempos interiores e exteriores, ou seja, compreender que cada indivduo experiencia situaes de maneira individual, subjetiva, com ritmos diferentes do tempo cronolgico (produto do capitalismo industrial) medido em horas pelo relgio e do tempo linear (necessrio para que determinada coisa obtenha um significado) que se destina a um fim determinado.

Se a juventude dos anos 60 almejava um posto de trabalho no qual muito provavelmente traaria uma carreira e no qual iria se aposentar, o jovem da dcada de 90 em diante convive com incertezas de todos os tipos, inclusive de que se conseguir um trabalho este no lhe garante nada.

Desafiando a definio dominante do tempo, os adolescentes anunciam para o resto da sociedade que outras dimenses da experincia humana so possveis. E fazendo isto, eles apelam sociedade adulta para a sua responsabilidade: a de reconhecer o tempo como uma construo social e de tornar visvel o poder social exercido sobre o tempo (MELUCCI, 1996, traduzido por PERALVA, 1997, p.11).

Deste modo os jovens apontam sociedade adulta que o que eles querem, no a mesma coisa que os adultos de hoje queriam enquanto eram jovens. Os tempos so outros, as expectativas so outras, no mais possvel que se busque os mesmos ideais das dcadas passadas. At porque no se tem mais as garantias que se tinha no passado.

O passo da mudana, a pluralidade das participaes, a abundncia de possibilidades e mensagens oferecidas aos adolescentes contribuem todos para debilitar os pontos de referncia sobre os quais a identidade era tradicionalmente construda. A possibilidade de definir uma biografia contnua torna-se cada vez mais incerta [...] o significado do presente no se encontra no passado, nem em um destino final da histria. (MELUCCI, 1996, traduzido por PERALVA, 1997, p. 10)

importante reconhecer que as aes e atitudes dos jovens, no seu ambiente de convvio, mesmo que descontnuas, tm significados e sentidos. Podem no ser movimentos revolucionrios como em outras pocas, mas so agitaes que demonstram uma juventude atuante, em menor escala, mas igualmente preocupada com o futuro. No so todos os jovens individualistas ou inativos como o senso comum ainda acredita. Eles apenas se organizam de modo diferenciado. Segundo Soares, 2006, as atitudes regulares (regradas) dos jovens, modulam o comportamento de modo organizado e com a inteno de orientar a ao.

2. Ensino Mdio Integrado a Educao Profissional e o Ensino Politcnico: convergncias e divergnciasConforme a histria brasileira nos mostra, o ensino mdio origina-se como um privilgio de poucos indivduos que recebiam da escola apenas conhecimentos formais, fragmentados e descontextualizados da vida do aluno, com vistas seleo e classificao. A partir da Lei de Diretrizes e Bases para a Educao Nacional N 9.394 de 1996 LDBEN ele passa a ser um direito de todos os jovens de 15 a 17 anos.

Atualmente o ensino mdio tem sido foco de discusses, reflexes e problematizaes em diversos mbitos sociais, devido os altos ndices de repetncia e abandono. Conforme afirmam Azevedo; Reis (2013),

O problema do Ensino Mdio, historicamente constatado, hoje um dos principais desafios para as polticas educacionais, em funo das perdas materiais e humanas determinadas pelos baixos resultados alcanados. (2013, p. 26)

fato que, aliado ao direito de estudar h o dever do setor pblico em ofertar este ensino e o dever do jovem de ocupar os bancos escolares. Como consequncia desta obrigatoriedade ocorre um aumento significativo no nmero de alunos e com este volume de sujeitos, uma diversidade de jovens querendo motivos para permanecer na escola.

Mas afinal, porque o ensino mdio? Ser apenas uma etapa para se alcanar o Ensino Superior? E o jovem que no tem acesso ao ensino superior pblico, ter condies de pagar para estudar? Ou ser que o ensino mdio dever ser profissionalizante? Ele prepara o jovem para qu? A resposta inicial parece ser a necessidade de se buscar uma identidade para o ensino mdio, tanto na educao bsica, quanto na educao profissional. Observa-se que, da forma como ocorre at hoje a organizao da escola (reproduo dos contedos e transmisso de informaes estanques num currculo fragmentado e avaliaes que no diagnosticam o real aprendizado), ela no est em consonncia com o que os jovens almejam no lhes fazendo sentido permanecer nela. E por esta falta de sentido na vida do jovem que ele acaba se distanciando dos estudos, aumentando os ndices de reprovao e abandono.

um padro escolar que tende a robotizar as mentes, reduzindo-as a formas homogneas, conformao com os supostos destinos, ao ajustamento dos pensamentos na lgica da obedincia, da no proposio, da no formao do pensamento prprio, de opinio crtica acerca das aes e reflexes da humanidade na diversidade que lhe intrnseca e caracterstica (AZEVEDO; REIS, 2013, p. 30).Este padro tem provocado altos ndices de repetncia e abandono escolar e ambos tem sido fonte de preocupao. Para estes autores, alm de ampliar o acesso preciso criar meios de que a aprendizagem seja significativa para estes jovens.

O grande desafio, portanto, tem sido manter os jovens no ensino mdio, garantindo a eles uma formao cidad e a aprendizagem necessria para que prossigam seus estudos ou ingressem no mercado de trabalho mais qualificados, conforme proposio da Lei de Diretrizes e Bases da Educao Nacional - LDBEN 9.394/1996. O Artigo 35 desta Lei define como finalidades para este nvel de ensino: a consolidao e o aprofundamento dos conhecimentos adquiridos no nvel fundamental; preparao para o trabalho e o exerccio da cidadania; aprimoramento como pessoa humana, incluindo a formao tica e o desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento crtico; compreenso dos fundamentos cientfico-tcnolgicos dos processos produtivos, relacionando a teoria com a prtica, no ensino de cada disciplina.Para que a LDBEN se efetive, criam-se as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Mdio (DCNEM), passveis de reformulaes e acrscimos.

Neste mesmo desafio encontra-se o Ensino Mdio Profissionalizante, seguindo a LBDEN 9.394/96 e as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educao Profissional de Nvel Tcnico, ele j foi reformulado algumas vezes.Um breve resgate histrico sobre as polticas pblicas de educao profissional no Brasil, nos mostra que sua origem advm de uma postura assistencialista com inteno de atender queles em situaes vulnerveis que pudessem estar pondo em risco a ordem e os bons costumes da poca. Com o aumento da produo agrcola e o surgimento das indstrias, no incio do Sculo XX, a necessidade de mo-de-obra especializada alavancou a educao profissional tcnica no pas, fazendo surgir as Escolas de Aprendizes Artfices e o Ensino Agrcola. A inteno era estabelecer polticas educacionais afirmativas, mas a educao profissional de nvel mdio foi percebida por algumas esferas da sociedade, como necessria e destinada somente a uma parcela da populao, possuidora de baixa capacidade intelectual, econmica e social para prosseguirem nos estudos. O conhecimento sempre foi reservado a uma elite, aos filsofos, aos sbios, aos religiosos (Frigotto; Ciavatta; Ramos, 2005).No governo de Fernando Henrique Cardoso houve uma expanso da oferta do ensino profissionalizante centrada no atendimento ao mercado de trabalho com nfase curricular na formao por competncias. O Decreto n. 2.208/97 desmembrou a formao profissional da educao geral, permitindo ao aluno fazer vrios cursos de curta durao, de acordo com sua preferncia. Porm o que se observava era uma descontinuidade na sua trajetria formativa.

A proposta de campanha para a Educao do governo Lula, intitulada Uma Escola do Tamanho do Brasil fazia crticas ao Decreto n. 2.208/97 e firmou o compromisso de construir uma rede pblica de educao profissional na perspectiva de um desenvolvimento integral do ser humano (FERREIRA; SANDRA, 2005, 151). Com o Decreto n. 5.154/2004, se pretendia [...]a (re)construo de princpios e fundamentos da formao dos trabalhadores para uma concepo emancipatria dessa classe. Acreditava-se que a mobilizao da sociedade pela defesa do ensino mdio unitrio e politcnico, a qual conquanto admitisse a profissionalizao, integraria em si os princpios da cincia, do trabalho e da cultura, promoveria um fortalecimento das foras progressistas para a disputa por uma transformao mais estrutural da educao brasileira (FRIGOTTO; CIAVATTA; RAMOS, 2005, p.1090).Em 2008 promulgada a Lei 11.741 que

altera dispositivos da Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educao nacional, para redimensionar, institucionalizar e integrar as aes da educao profissional tcnica de nvel mdio, da educao de jovens e adultos e da educao profissional e tecnolgica. (LEI N. 11.741 DE 16 DE JULHO DE 2008).

Servindo a esta Lei, as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educao Profissional de Nvel Tcnico, determinam que a educao profissional, integrada s diferentes formas de educao, ao trabalho, cincia e tecnologia, devem garantir ao cidado o direito ao permanente desenvolvimento de aptides para a vida produtiva e social. Nesta lgica o governo federal criou os Institutos Federais de Educao Cincia e Tecnologia com intuito de garantir populao o ensino bsico, tcnico e tecnolgico.

As DCNEM de 2012 trazem ento a proposta da interlocuo entre os eixos cincia, tecnologia, cultura e trabalho como caminho para a busca de sentido ou de uma identidade para o ensino mdio.

Os pressupostos destas novas diretrizes para a Educao Profissional Tcnica de Nvel Mdio, conforme o seu Artigo 6 so:

I - Formao integral do educando; II Trabalho como principio educativo; III Indissociabilidade entre formao geral e educao profissional; IV Indissociabilidade entre educao e pratica social, considerando-se a historicidade dos conhecimentos e dos sujeitos da aprendizagem; V Integrao entre educao, trabalho, cincia, tecnologia e cultura como base da proposta e do desenvolvimento curricular; VI Integrao de conhecimentos gerais e profissionais realizada na perspectiva da interdisciplinaridade, tendo a pesquisa como principio pedaggico; VII Indissociabilidade entre teoria e pratica no processo de ensino-aprendizagem; VIII Articulao com o desenvolvimento socio-economico-ambiental dos territrios onde os cursos ocorrem; IX Valorizao da diversidade humana, das formas de produo, dos processos de trabalho e das culturas a eles subjacentes. X Incluso educacional e acessibilidade, como base para acesso ao currculo. ( Texto para discusso) Seguindo esta lgica e tendo como base a formao humana integral e o trabalho como princpio educativo, o Rio Grande do Sul, adota a Politecnia (nota de rodap) como proposta para reformulao do Ensino Mdio para este Estado.

Esta reestruturao curricular, embasada numa concepo de educao emancipatria, concebe o conhecimento como

um processo humano, histrico , incessante , de busca de compreenso, de organizao, de transformao do mundo vivido e sempre provisrio; a produo do conhecimento tem origem na prtica do homem e nos processos de transformao da natureza (Secretaria Municipal de Educao de Porto Alegre SMED POA, 1999,p.34, apud AZEVEDO; REIS 2013, p. 191),

e o currculo sustentado pela epistemologia, a filosofia, a socioantropologia e a sociopedagogia. J a metodologia escolhida para operacionalizar esta proposta de reestruturao o Seminrio Integrador (SI) e a Avaliao Emancipatria. Busca-se assim, atingir o objetivo do Projeto Poltico Pedaggico (PPP): que a escola conhea as problemticas da sua comunidade escolar para organizar o seu currculo.Tambm focando a integrao curricular o Instituto Federal de Educao, Cincia e Tecnologia Farroupilha tem buscado integrar no s as disciplinas de educao bsica, mas tambm as disciplinas tcnicas articulando assim o ensino bsico e o ensino profissionalizante. Uma Instruo Normativa regulamenta a Prtica Profissional Integrada (PPI) em seus cursos de Nvel Mdio cuja natureza e finalidade esto propostas em trs artigos: Art. 1 Entende-se por Prtica Profissional Integrada a articulao entre teoria e prtica no processo de ensino e aprendizagem, na busca da interdisciplinaridade assegurada no currculo e na prtica pedaggica, visando superao da fragmentao de conhecimentos e de fracionamento da organizao curricular.

Art. 2 A Prtica Profissional Integrada tem por finalidade ser uma estratgia educacional favorvel para a contextualizao, flexibilizao e integrao entre a teoria e o conhecimento profissional em prtica, abrangendo as diversas configuraes da formao profissional vinculadas ao perfil do egresso.

Art. 3 Esse regulamento aplica-se aos cursos tcnicos na forma integrada (Integral ou PROEJA), concomitante e subsequente, na modalidade presencial e a distncia, os quais preveem a Prtica Profissional Integrada em seu projeto pedaggico.( Normativa, 2013)

Esta normativa prev que o PPI uma disciplina/componente curricular deve estar em conformidade com o perfil do egresso, deve ser planejada conjuntamente pelos professores responsveis que devero informar aos alunos como ela se efetivar. Esta PPI poder ser desenvolvida no decorrer do curso, por meio de atividades como projetos, estudos de caso, pesquisas individuais e/ou em grupo, prestao de servios, produo artstica, desenvolvimento de instrumentos ou equipamentos, nos quais o estudante possa relacionar teoria e prtica a partir dos conhecimentos (re) construdos no respectivo curso. A avaliao se d no decorrer do processo e no resultado final da ao. Cabe ressaltar que esta normativa provisria, conforme seu artigo Art.16: A presente Instruo Normativa possui carter provisrio e ser vlida at a elaborao e aprovao das Diretrizes Institucionais para o Nvel Mdio, cujas alteraes sero automaticamente incorporadas a este regulamento (normativa 2013).

O que se observa que a proposta de reformulao do ensino mdio no Estado do Rio Grande do Sul possui semelhanas com a proposta do Instituto Federal Farroupilha, porm h uma diferenciao quanto a forma de avaliao. Enquanto o primeiro adota os pareceres por reas do conhecimento e de forma qualitativa, o ltimo continua a registrar as notas quantitativamente (REGULAMENTO DA AVALIAO DO RENDIMENTO ESCOLAR PROCURAR PAGINA DA REITORIA).OK AT AQUI!!!!!!

3. Juventudes e a nova proposta para o Ensino Mdio: qual a relao que est sendo construda?Segundo a Lei de Diretrizes e Bases da Educao Nacional dever da escola acolher os jovens e proporcionar-lhes desenvolvimento pessoal e profissional atravs da aprendizagem, garantindo oferta de educao escolar regular para jovens e adultos, com caractersticas e modalidades adequadas s suas necessidades e disponibilidades, garantindo-se aos que forem trabalhadores as condies de acesso e permanncia na escola (artigo 4, inciso VII da Lei n 9.394 de 20 de dezembro de 1996). Esta Lei, assim como as demais leis que tratam das polticas pblicas para a juventude, continua a olhar a juventude pela perspectiva do problema social, a partir das categorias risco e vulnerabilidades. Estas duas categorias, possibilitam que os governos analisem a necessidade de uma interveno, que baseada na necessidade de controle social (FREITAS; NUNES; SILVA, 2011). como se pudesse afirmar que o jovem que est na escola est protegido do risco e da vulnerabilidade. Sabemos bem que isso no verdade.At os dias de hoje, as escolas, em sua maioria, tm sido organizadas a partir da perspectiva do jovem como um problema social. O jovem que precisa aprender algo para ser algum na vida. Como se algum (adulto) pudesse ter a receita pronta do futuro. Visto desta maneira, parte-se do pressuposto de que existe uma verdade nica sobre futuro, ou seja, o futuro sempre igual pra todo mundo, independente de poca e contexto social. Isso acabaria com a ideia de desenvolvimento, como ao de crescimento.

Observando a forma como as polticas pblicas tem sido pensadas e organizadas e considerando as juventudes como categorias de anlise social, evidencia-se que as instituies escolares encontram dificuldades no atendimento populao jovem. Elas foram preparadas para ensinar contedos ocupando assim, a posio de soberania sobre um saber j constitudo. A escola que segue atuando nestes moldes no conquista o jovem atual. O pblico jovem tem exigido mais. Quer ser sujeito deste processo, interagindo e dialogando na busca do conhecimento, discutindo e propondo contedos, no apenas recebendo informaes em forma de depsito conteudista. O jovem de hoje est habituado a buscar as informaes de que necessita de modo muito rpido e fcil. A internet proporciona esta busca atravs de diversas ferramentas facilitadoras, entre elas as redes sociais, que disseminam informaes em apenas um clic. Alm disso, a juventude quer ter a possibilidade de sonhar, de manifestar sentimentos, de se reunir com seus iguais.

A dessubordinao das relaes culturais juvenis no quer apresentar-se como desvio ou incapacidade de adaptao mas consolidar-se como expresso cultural constituda a partir do universo juvenil, resultado das formas especficas pelas quais os jovens so, agem e esto no mundo (MARTINS; CARRANO,2011,p.07).

Este espao para expressar-se o que, muitas vezes, o ambiente escolar no consegue ou no se sente capaz de proporcionar, fazendo com que o jovem se desmotive e se afaste.

O que est muito em evidncia que o modelo tradicional de educao est perdendo espao na vida dos jovens pois observa a juventude apenas do ponto de vista da instabilidade, da revolta e da incompletude, concebe a mesma como um problema social que precisa ser combatido. Mas ser possvel deixar que tudo ocorra da forma como o jovem pensa ser a mais adequada? Ser que os jovens, sozinhos, possuem condies para pensarem e elaborarem estratgias para construir o seu futuro? Ser que o modelo tradicional somente traz questes ultrapassadas? Qual ser a sada?

Inicia-se esta busca por respostas, sem a pretenso de esgotar o tema ou chegar a uma concluso definitiva. Parte-se da ideia de que para pensar e organizar o ensino mdio para os jovens importante fazer uma leitura sobre o que eles pensam a respeito desta etapa final da educao bsica e qual o sentido que atribuem a ela. tambm considerar que o jovem da atualidade no o mesmo jovem da dcada passada.

Conforme Carmen Gil (2011) a pluralidade de circunstncias de vida dos jovens nem sempre encontra correspondncia nas representaes que as sociedades elaboram sobre esse tema. H uma tendncia a pensar o que seria um jovem ideal geralmente tendo como modelos positivos os jovens que no so das camadas populares, reforando-se assim, esteretipos e antagonismos nas relaes entre classes sociais.

As culturas juvenis que se apresentam em constante ebulio nos diferentes espaos escolares podem oferecer referenciais empricos para o entendimento da juventude enquanto categoria analtica. Podem contribuir tambm para transformar a escola em espao-tempo em que o jovem reconhea como seu (MARTINS; CARRANO, 2011).

Uma das mais importantes tarefas das instituies, hoje, seria a de contribuir para que os jovens pudessem realizar escolhas conscientes sobre suas trajetrias pessoais e constituir os seus prprios acervos de valores e conhecimentos que j no mais so impostos como heranas familiares ou institucionais. O peso da tradio encontra-se diludo e os caminhos a seguir so mais incertos.

A escola, em especial a de Ensino Mdio, constitui-se em instituio privilegiada de promoo de suportes para que os jovens elaborem seus projetos pessoais e profissionais para a vida adulta. (CARRANO apud MARTINS; CARRANO, 2011, p.44).

Estar atento e disponvel para reconhecer que as culturas juvenis no se encontram subordinadas s relaes de dominao ou resistncia impostas pelas culturas das geraes mais velhas pode auxiliar a construo de projetos pedaggicos e processos culturais que aproximem professores e alunos. Atravs da elaborao de linguagens em comum, a escola pode recuperar seu prestgio entre os jovens, bem como o prazer deles estarem em um lugar que podem chamar de seu na medida em que so reconhecidos como sujeitos produtores de cultura (MARTINS; CARRANO, 2011).

A instituio escolar e seus professores podem abrir campos ao entendimento adotando a investigao e a escuta como ferramentas para a compreenso das identidades e comportamentos de seus jovens alunos e de suas jovens alunas que so simultaneamente criadores e criaturas da diversidade das culturas dos grupos juvenis presentes na sociedade urbana (MARTINS; CARRANO, 2011).Dialogar imprescindvel no exerccio de (re)conhecer as culturas juvenis. Novaes, 2003, acredita que s o dilogo entre as geraes possibilitar desenhar polticas pblicas para a juventude. Os mais velhos precisam mudar suas concepes de trabalho e de estar no mundo, enquanto os jovens precisam dialogar com a experincia destes e, nesta troca, reinventar maneiras e sentido para fazer o futuro.

Para que este dilogo se torne possvel h que se considerar tambm as questes temporais, levantadas por Alberto Melucci (1996): o tempo interior e o tempo exterior. O tempo interior subjetivo, experimentado por cada um de modo diferenciado. J o tempo exterior seria aquele que se pode determinar cronologicamente. Pensando numa relao dialgica entre geraes, considerando a juventude como categoria de anlise sociolgica e no como problema social, o tempo interior precisa de uma ateno maior. Consideraes finaisO cenrio se renova a cada governo. O que resta esperar a atuao dos atores da histria.GIL, C. Z. V. Jovens e juventudes: consensos e desafios. Revista Educao, Santa Maria, v. 36, n. 1, p. 25-42, jan./abr. 2011. MARTINS, C. H. S.; CARRANO, P. C. R. A escola diante das culturas juvenis: reconhecer para dialogar. Revista Educao, Santa Maria, v. 36, n. 1, p. 43-56, jan./abr. 2011.

PERALVA, A. O Jovem como modelo cultural. Revista Brasileira de Educao, Rio de Janeiro, n. 5 e 6, p. 15-24, maio/ago. set./dez. 1997.

SPOSITO, M. P. Educao e Juventude. Educao em Revista. Belo Horizonte: FEA/UFMG, n. 29, 1999.

TRPIA, G. e CALDEIRA, A. D. Vnculos entre a relao com o saber de Bernard Charlot e categorias bachelardianas. Educao, Porto Alegre,v.34, n.3, p.369-375, set./dez.2011. O que est entre parnteses foi acrescentado por mim, referindo ao que foi considerado pelo autor em seu artigo Juventude/Juventudes no Brasil, 2005, p.04

Para este autor, adolescncia a idade da vida que inaugura a juventude e constitui sua fase inicial. (MELUCCI, 1996, traduzido por PERALVA, 1997, p.06).

Idem nota de rodap 3.

O SI um espao-tempo presente na organizao curricular do Ensino Mdio Politcnico (EMP) (Seduc-RS, 2011). um espao destinado reflexo interdisciplinar sobre temas escolhidos a partir do dilogo docente-discente proposto de acordo com os interesses de pesquisa e estudo a serem desenvolvidos. Nele privilegiado o dilogo e a investigao de temticas e contedos, proporcionando ao educando a complexificao de seus saberes com vistas produo de aprendizagens significativas e duradouras no mbito desse nvel de ensino, articulando as categorias: trabalho, cincia, tecnologia e cultura. Isso abre possibilidades para que os discentes elaborem seu projeto de vida em sintonia com os campos de conhecimento pertinentes e os desafios da vida real (AZEVEDO; REIS, 2013, nota de rodap, p. 36).

A finalidade da avaliao emancipatria diagnosticar avanos e dificuldades para ento selecionar novas intervenes e para agir, questionando e retomando passos do ensino, em termos de alternativas a serem selecionadas. A investigao sistemtica sobre os processos de aprendizagem podem sinalizar possibilidades e alternativas para a superao das dificuldades constatadas (FERREIRA, 2013, p. 201) acrescentar siglas dos pareceres......)

Entende-se por comunidade escolar o coletivo de professores, funcionrios estudantes e pais.