artigo de revisÃo e...4 2. metodologia este trabalho trata-se de uma revisão bibliográfica...

18
Dificuldades de implantação da atenção farmacêutica e execução da seção I do capítulo VI da RDC nº 44, de 17 de agosto de 2009 em drogarias. Claudiana Marques Nascimento¹, Juliana Toledo² 1 Farmacêutica. Discente do curso de pós-graduação em Vigilância Sanitária IFAR/PUC-GO 2 Farmacêutica- Bioquímica. Departamento de Farmácia - Faculdade Santana. FAC LS. DF Resumo A Atenção Farmacêutica é um serviço prestado pelo farmacêutico ao paciente, tirando suas dúvidas, orientando e auxiliando no uso dos medicamentos. Esse trabalho foi realizado com o objetivo principal de apontar as dificuldades enfrentadas pelos farmacêuticos para a implantação desse serviço. Para o levantamento das dificuldades foram pesquisados diversos estudos com a mesma ideia. Ao final, revelou-se, que a falta de capacitação dos farmacêuticos é uma das dificuldades, mas serão necessárias mudanças para poder superar essa e outras dificuldades e exercer a atenção farmacêutica como preconizado. Com essas mudanças, a Atenção Farmacêutica poderá ser reconhecida e valorizada, e o atendimento farmacêutico ao paciente terá mais qualidade, garantindo um melhor resultado no efeito farmacoterapêutico e na prevenção de Problemas Relacionados com os Medicamentos. Palavras-chave: Atenção farmacêutica. Acompanhamento farmacoterapêutico. Uso racional de medicamentos. Difficulties in deployment and implementation of pharmaceutical care section I of Chapter VI of the RDC No. 44, August 17, 2009 in drugstores. Abstract The Pharmaceutical Care is a service provided by pharmacist to the patient, taking your questions, guiding and assisting in the use of medicines. This work was done with the main objective of pointing out the difficulties faced by pharmacists for the implementation of the service. For the removal of these difficulties were surveyed several studies with the same idea. At the end, it was revealed that the lack of training of pharmacists is one of the difficulties, but changes are needed in order to overcome this and other difficulties and perform this service as recommended. With these changes, the Pharmaceutical Care can be recognized and valued, and pharmaceutical care to the patient will have more quality, ensuring the best results on the effect of pharmacotherapy in the prevention and Related Problems Drugs. Keywords: Pharmaceutical care. Pharmacotherapeutic monitoring. Rational use of medicines.

Upload: others

Post on 10-Jul-2020

1 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: ARTIGO DE REVISÃO E...4 2. METODOLOGIA Este trabalho trata-se de uma revisão bibliográfica narrativa. Para o desenvolvimento deste trabalho, foi realizada uma busca e pesquisa de

1

Dificuldades de implantação da atenção farmacêutica e execução da seção I do capítulo VI da RDC nº 44, de 17 de agosto

de 2009 em drogarias.

Claudiana Marques Nascimento¹, Juliana Toledo²

1 Farmacêutica. Discente do curso de pós-graduação em Vigilância Sanitária IFAR/PUC-GO 2 Farmacêutica- Bioquímica. Departamento de Farmácia - Faculdade Santana. FAC LS. DF

Resumo A Atenção Farmacêutica é um serviço prestado pelo farmacêutico ao paciente, tirando suas dúvidas, orientando e auxiliando no uso dos medicamentos. Esse trabalho foi realizado com o objetivo principal de apontar as dificuldades enfrentadas pelos farmacêuticos para a implantação desse serviço. Para o levantamento das dificuldades foram pesquisados diversos estudos com a mesma ideia. Ao final, revelou-se, que a falta de capacitação dos farmacêuticos é uma das dificuldades, mas serão necessárias mudanças para poder superar essa e outras dificuldades e exercer a atenção farmacêutica como preconizado. Com essas mudanças, a Atenção Farmacêutica poderá ser reconhecida e valorizada, e o atendimento farmacêutico ao paciente terá mais qualidade, garantindo um melhor resultado no efeito farmacoterapêutico e na prevenção de Problemas Relacionados com os Medicamentos.

Palavras-chave: Atenção farmacêutica. Acompanhamento farmacoterapêutico. Uso racional de

medicamentos.

Difficulties in deployment and implementation of pharmaceutical care section I of Chapter VI of the RDC No. 44, August 17, 2009 in drugstores.

Abstract

The Pharmaceutical Care is a service provided by pharmacist to the patient, taking your questions, guiding and assisting in the use of medicines. This work was done with the main objective of pointing out the difficulties faced by pharmacists for the implementation of the service. For the removal of these difficulties were surveyed several studies with the same idea. At the end, it was revealed that the lack of training of pharmacists is one of the difficulties, but changes are needed in order to overcome this and other difficulties and perform this service as recommended. With these changes, the Pharmaceutical Care can be recognized and valued, and pharmaceutical care to the patient will have more quality, ensuring the best results on the effect of pharmacotherapy in the prevention and Related Problems Drugs. Keywords: Pharmaceutical care. Pharmacotherapeutic monitoring. Rational use of medicines.

Page 2: ARTIGO DE REVISÃO E...4 2. METODOLOGIA Este trabalho trata-se de uma revisão bibliográfica narrativa. Para o desenvolvimento deste trabalho, foi realizada uma busca e pesquisa de

2

1. INTRODUÇÃO

Um dos períodos mais importante na história da atividade farmacêutica refere-

se ao papel desenvolvido pelo boticário que fazia a manipulação e a comercialização

de medicamentos, orientando os clientes sobre o uso dos mesmos. Mas com o

desenvolvimento da indústria farmacêutica, este papel do farmacêutico foi

progressivamente diminuindo. A partir disso começa o período de transição. O foco

das atividades farmacêuticas era a produção de medicamentos numa abordagem

técnico-industrial (VIEIRA, 2007).

A divulgação da Lei 5.991/73 atribuiu à área farmacêutica um enfoque

mercantilista. Com essa lei as drogarias e farmácias voltaram-se para o lucro e o

farmacêutico começou a perder autonomia para praticar suas atividades com

desempenho. O profissional era considerado um mero empregado da farmácia ou

drogaria, perdeu o respeito e reconhecimento da sociedade, sendo assim,

resguardou-se em outras atividades, afastando-se do seu principal papel como

profissional de saúde, responsável pera orientação quanto ao uso do medicamento

através da Atenção Farmacêutica. O resultado desse processo foi o grande foco nos

lucros desenfreados por meio da ―empurroterapia‖ e propagandas de medicamentos

abusivas, originando o uso irracional de medicamentos. Mas nos anos 60 o

farmacêutico começou a reagir com a implantação da prática da farmácia clínica.

Ficou evidente o seu papel para a saúde pública (VIEIRA, 2007; CRF-SP, 1973).

Depois do grande desastre que aconteceu em 1962, em decorrência da

epidemia de focomelia causada pelo uso da talidomida, houve uma maior

preocupação sobre o uso dos medicamentos, dando vigor a farmacovigilância, a

partir disso a importância da presença do farmacêutico nas drogarias e farmácias foi

mais considerada. (RIGO; NISHIYAMA, 2005).

Assistência Farmacêutica é um complexo de atividades desenvolvidas por

uma equipe multiprofissional de saúde, inclusive o farmacêutico, que tem o objetivo

de proteger, recuperar e promover a saúde da sociedade, tendo o medicamento e

seu uso racional como foco principal. Envolve todos os processos do medicamento

desde a pesquisa e fabricação até a dispensação e monitorização pós-mercado,

garantindo qualidade e segurança para a população (IVAMA et al, 2002).

Page 3: ARTIGO DE REVISÃO E...4 2. METODOLOGIA Este trabalho trata-se de uma revisão bibliográfica narrativa. Para o desenvolvimento deste trabalho, foi realizada uma busca e pesquisa de

3

A Atenção Farmacêutica é uma das ações desenvolvidas na Assistência

Farmacêutica, onde há uma relação mais direta entre o profissional e o usuário do

medicamento. Esta relação aumenta a efetividade do tratamento e leva a promoção

do uso racional de medicamentos. Essa prática vem sendo gradualmente praticada

em drogarias e farmácias, mas, infelizmente, existem ainda muitos obstáculos e

preconceitos em relação à profissão farmacêutica a serem superados (FEGADOLLI

et al, 2010; OLIVEIRA, 2005).

É considerada um serviço que engloba uma série de requisitos como: a

educação em saúde, a orientação farmacêutica para o paciente, dispensação, o

cuidado farmacêutico e o seguimento farmacoterapêutico, além do frequente registro

das atividades, avaliação e análise dos dados (PEREIRA; FREITAS, 2008).

A RDC nº 44, de 17 de agosto de 2009, discorre sobre as boas práticas

farmacêuticas, comercialização e dispensação de medicamentos e a execução de

serviços farmacêuticos em farmácias e drogarias. Nesse artigo será ressaltada a

Seção I que tem como foco principal a prestação de serviços de Atenção

Farmacêutica (FARINA; ROMANO-LIEBER, 2009).

Apesar de ser uma prática que traz muitos benefícios à sociedade, o

profissional farmacêutico enfrenta diversas dificuldades para exercer a Atenção

Farmacêutica, como por exemplo, a falta de incentivo por parte dos proprietários das

drogarias, a grande concorrência dos balconistas para a realização de vendas, o

desconhecimento e insegurança de alguns profissionais, e a falta de reconhecimento

da profissão farmacêutica (OLIVEIRA, 2005).

Devido a essas ponderações, considerou-se fazer um trabalho com o objetivo

de pesquisar os obstáculos para a implantação da Atenção Farmacêutica que são

factíveis de serem superados, levantar as dificuldades enfrentadas pelo

farmacêutico para realização da Atenção Farmacêutica, constatar o cumprimento ou

descumprimento da RDC 44/2009 e discutir o que pode ser feito para mudar essa

situação.

Page 4: ARTIGO DE REVISÃO E...4 2. METODOLOGIA Este trabalho trata-se de uma revisão bibliográfica narrativa. Para o desenvolvimento deste trabalho, foi realizada uma busca e pesquisa de

4

2. METODOLOGIA

Este trabalho trata-se de uma revisão bibliográfica narrativa. Para o

desenvolvimento deste trabalho, foi realizada uma busca e pesquisa de artigos

científicos na base de dados da Scielo, BVS, Google acadêmico, monografias,

revistas da saúde e livros acadêmicos disponíveis.

As palavras chaves utilizadas foram ―atenção farmacêutica‖,

―acompanhamento farmacoterapêutico‖ e ―uso racional de medicamentos‖. A

pesquisa foi realizada do dia dois de fevereiro até o dia quinze de agosto de dois mil

e doze. As bibliografias pesquisadas foram publicadas entre 2000 e 2012.

A partir desses critérios, foram utilizados 37 trabalhos, sendo 15 publicações

em periódicos, 10 publicações no Diário Oficial da União, 4 Publicações do

Ministério da Saúde e 7 Consensos.

3. APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS DADOS

3.1. Histórico da atenção farmacêutica

A primeira definição de Atenção Farmacêutica originou-se em 1980 e foi dada

por Brodie e colaboradores:

Atenção Farmacêutica inclui a definição das necessidades farmacoterápicas do indivíduo e o fornecimento não apenas dos medicamentos necessários, mas também os serviços para garantir uma terapia segura e efetiva, incluindo mecanismos de controle que facilitem a continuidade da assistência (BRODIE et al, 1980, p. 276).

Page 5: ARTIGO DE REVISÃO E...4 2. METODOLOGIA Este trabalho trata-se de uma revisão bibliográfica narrativa. Para o desenvolvimento deste trabalho, foi realizada uma busca e pesquisa de

5

Em 1981, foi criado o Programa de Ação de medicamentos da Organização

Mundial de Saúde (OMS). O objetivo desse programa era diminuir a morbi-

mortalidade das doenças mais frequentes, e para isso foi proposta a colaboração

com países em desenvolvimento. Desde então, tem surgido várias discussões no

âmbito internacional sobre Atenção Farmacêutica, analisando o verdadeiro

significado dessa prática para a sua implantação nos modelos de saúde de cada

país (IVAMA et al, 2002).

A OMS analisou de forma geral a função do farmacêutico no sistema de

atenção à saúde, sendo ressaltado nas reuniões realizadas em Nova Dehli (1988) e

em Tókio (1993). O resultado dessas reuniões levou ao auge o reconhecimento da

Atenção Farmacêutica como prática profissional farmacêutica que pode ser

adaptada em todos os países (OSHIRO; CASTRO, 2006).

A OMS prolongou o benefício da Atenção Farmacêutica para a sociedade e

por meio dela o farmacêutico foi reconhecido como o profissional responsável em

praticar a atenção à saúde, prevenindo enfermidades e promovendo a saúde em

conjunto com outros profissionais de saúde (IVAMA et al, 2002).

Do ponto de vista da OMS, a Atenção Farmacêutica é:

[...] um conceito de prática profissional na qual o paciente é o principal beneficiário das ações do farmacêutico. A atenção farmacêutica é o compêndio das atitudes, os comportamentos, os compromissos, as inquietudes, os valores éticos, as funções, os conhecimentos, as responsabilidades e as habilidades dos farmacêuticos na prestação da farmacoterapia com o objetivo de obter resultados terapêuticos definidos na saúde e na qualidade de vida do paciente (ORGANIZACIÓN MUNDIAL DE SALUD, 1993, p.3).

Na Espanha, a Atenção Farmacêutica está em constante crescimento. De

acordo com o Consenso de Granada de 2001, o farmacêutico tem participação ativa

na atenção ao paciente, resultando na efetividade do tratamento farmacoterápico,

sendo assim, colaborando com o médico e outros membros da equipe de saúde, a

fim de garantir uma qualidade de vida melhor para os pacientes (MINISTERIO DE

SANIDAD Y CONSUMO, 2001).

Page 6: ARTIGO DE REVISÃO E...4 2. METODOLOGIA Este trabalho trata-se de uma revisão bibliográfica narrativa. Para o desenvolvimento deste trabalho, foi realizada uma busca e pesquisa de

6

3.1.1. Políticas Farmacêuticas Nacionais

Uma política farmacêutica nacional é uma responsabilidade oficial de um

governo para o setor farmacêutico, com a determinação de objetivos e identificando

as estratégias para alcançá-los. Essa deve garantir o acesso a medicamentos por

parte da comunidade e que esses medicamentos tenham qualidade, segurança e

eficiência terapêutica (OPAS/OMS, 2005).

Até 1997, a Central de Medicamentos (Ceme) era o órgão federal responsável

pela Assistência Farmacêutica. Ela foi criada em 25 de junho de 1971, pelo Decreto

nº 68.806 e tinha a responsabilidade de adquirir e distribuir os medicamentos no país

de forma centralizada (BRASIL, 1971).

A partir da desativação da Ceme, no período de 1997 e 1998, houve um

grande processo de transição no Ministério da Saúde, sendo que a Secretaria

Executiva ficou responsável pela manutenção das atividades de aquisição e

distribuição dos medicamentos dos Programas Estratégicos para as Secretarias

Estaduais de Saúde. (GOMES, 2007).

O reconhecimento de que ―a saúde é um direito de todos e dever do Estado‖,

consolidado pela Constituição Brasileira de 1988, tornou essencial e necessária uma

organização da Assistência Farmacêutica Nacional com ênfase na Saúde Pública.

Em decorrer disso, foram pesquisados e verificados os principais problemas do setor

farmacêutico nacional, resultando na publicação da Portaria nº 3.916, de 30 de

outubro de 1998, que aprova a Política Nacional de Medicamentos (PNM), integrada

à Política Nacional de Saúde (PNS) (BRASIL, 1988; BRASIL, 1998).

A Secretaria de Políticas de Saúde que teve a responsabilidade de coordenar

a construção e elaboração da Política Nacional de Medicamentos, com o propósito

de acompanhar a reforma do setor de saúde. Esta política foi baseada nos princípios

e diretrizes do SUS, com o objetivo de consolidar o mesmo, favorecendo o

desenvolvimento social do Brasil, auxiliando na execução das ações e metas

estabelecidas pelo Ministério da Saúde. (GOMES, 2007).

Page 7: ARTIGO DE REVISÃO E...4 2. METODOLOGIA Este trabalho trata-se de uma revisão bibliográfica narrativa. Para o desenvolvimento deste trabalho, foi realizada uma busca e pesquisa de

7

A PNM tem como objetivo garantir o acesso a medicamentos essenciais,

garantir a qualidade, eficácia e segurança dos medicamentos e promover o uso

racional de medicamentos. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2001).

Para a concretização dos propósitos dessa política, os gestores do SUS

devem atuar em parceria, em concordância com as oito diretrizes fixadas: adoção de

relação de medicamentos essenciais; regulamentação sanitária de medicamentos;

reorientação da assistência farmacêutica; promoção do uso racional de

medicamentos; desenvolvimento científico e tecnológico; promoção da produção de

medicamentos; e desenvolvimento e capacitação de recursos humanos

(SECRETARIA DE POLÍTICAS DE SAÚDE, 2000).

Em 2004, foi aprovada a Política Nacional de Assistência Farmacêutica

(PNAF), pela Resolução nº 338/2004 do Conselho Nacional de Saúde (CNS). A

PNAF é uma política que compreende ―um conjunto de ações voltadas à garantia,

segurança, eficácia e qualidade do sistema de saúde do país, promovendo os

princípios da integralidade, intersetorialidade, universalidade e equidade‖. É dever

da PNAF garantir a equidade e o acesso às ações de saúde incluindo a Assistência

Farmacêutica, e também é responsável pela qualidade deste serviço em conexão

com os gestores estaduais e municipais, nos diversos níveis de atenção (BRASIL,

2004)

Em 2006, foram instituídos os Pactos pela Vida, em Defesa do SUS e de

Gestão. O Pacto de Gestão definiu que os três gestores do SUS são responsáveis

pelo financiamento relacionado à Assistência Farmacêutica, agregando-se a

aquisição de medicamentos e insumos e a organização das ações necessárias na

Assistência Farmacêutica, seguindo a organização dos serviços de saúde. (BRASIL,

2011).

Em 2007, a forma de transferência dos recursos financeiros federais foi

regulamentada, instituindo, o bloco de financiamento da Assistência Farmacêutica,

formado por três componentes: o componente básico, o componente estratégico e o

componente especializado. (BRASIL, 2011).

Page 8: ARTIGO DE REVISÃO E...4 2. METODOLOGIA Este trabalho trata-se de uma revisão bibliográfica narrativa. Para o desenvolvimento deste trabalho, foi realizada uma busca e pesquisa de

8

3.2. ACOMPANHAMENTO FARMACOTERAPÊUTICO

Em 1999, o Grupo de Investigação em Atenção Farmacêutica da

Universidade de Granada desenvolveu o Método Dáder, que é utilizado por

farmacêuticos no acompanhamento de pacientes. Este método tem base no

histórico do paciente, ou seja, estuda o problema de saúde do paciente e os

medicamentos que ele faz o uso, e também está relacionado à avaliação da situação

do paciente podendo resolver ou evitar possíveis Problemas Relacionados com os

Medicamentos (PRMs) (FERNÁNDEZ-LLIMÓS; FAUS, 2003).

PRMs acontecem quando existe um problema de saúde relacionado ao

medicamento em uso, que pode prejudicar nos resultados terapêuticos e a qualidade

de vida do paciente (IVAMA et al, 2002).

O acompanhamento farmacoterapêutico, que faz parte da Atenção

Farmacêutica, tem um papel fundamental em relação ao PRM, porque por meio dele

o farmacêutico fará o acompanhamento do tratamento do paciente. Sendo assim, irá

detectar ou prevenir algum problema relacionado ao medicamento, resultando desse

modo à garantia de uma farmacoterapia satisfatória e uma melhor qualidade de vida

para o paciente (IVAMA et al, 2002).

No Primeiro Consenso de Granada, em 1998, foi definido e estabelecido a

classificação de Problemas Relacionados a Medicamentos (CONSENSO DE

GRANADA, 1999).

O Segundo Consenso de Granada foi publicado em 2002, onde foi atualizada

a definição e a classificação (Figura 1), sendo de grande importância para todos os

profissionais de saúde que executam o acompanhamento farmacoterapêutico. E de

acordo com este Consenso, foi definido que PRMs são problemas de saúde

relacionados ao tratamento farmacológico que tem como consequência a ineficiência

do tratamento e o aparecimento de efeitos não esperados (MINISTERIO DE

SANIDAD Y CONSUMO, 2001).

Page 9: ARTIGO DE REVISÃO E...4 2. METODOLOGIA Este trabalho trata-se de uma revisão bibliográfica narrativa. Para o desenvolvimento deste trabalho, foi realizada uma busca e pesquisa de

9

Figura 1. Classificação de PRM do Segundo Consenso de Granada:

Fonte: M. Fernández-Llimós, F. Faus, M.J. Método Dáder. Guia de Seguimento

Farmacoterapêutico. GIAF-UGR, 2003.

Já no Terceiro Consenso de Granada, é discutido o tema sobre Problemas

Relacionados com Medicamentos (PRM) e Resultados Negativos associados à

Medicação (RNM). Os RNM são resultados na saúde do paciente que não contribui

com o objetivo da farmacoterapia e que estão relacionados ao uso ou erro na

utilização dos medicamentos. Uma situação que pode ser considerada suspeita de

RNM é quando o paciente tem o risco de sofrer um problema de saúde associado ao

uso de medicamentos, geralmente relacionado à existência de um ou mais PRM’s,

que são considerados fatores de risco dos RNM. Entretanto, é importante salientar

que os PRM são todas aquelas circunstâncias, que durante o período de utilização

dos medicamentos, podem causar o surgimento de um RNM associado à medicação

(TERCER CONSENSO DE GRANADA, 2007).

Atualmente, pode-se dizer que alguns PRMs podem ser resultado de uma

reação única e não evitável de um paciente. Nesse caso os PRMs estão interligados

com as Reações Adversas aos Medicamentos (RAMs). A OMS definiu a RAM como

―um efeito nocivo, indesejável e que ocorre em doses normalmente utilizadas em

seres humanos para profilaxia, diagnóstico, tratamento de morbidades ou para a

Page 10: ARTIGO DE REVISÃO E...4 2. METODOLOGIA Este trabalho trata-se de uma revisão bibliográfica narrativa. Para o desenvolvimento deste trabalho, foi realizada uma busca e pesquisa de

10

modificação de função fisiológica‖. Os PRMs constituem também o Erro de

Medicação (EM), que é definido como um erro que possa ocorrer durante a

prescrição ou durante o uso do medicamento. Sendo assim, as RAMs e o EM devem

ser considerados como PRMs. Uma vez definidos os conceitos, podemos classificá-

los de acordo com sua ocorrência na terapêutica. Os EM podem ser classificados

como erros de prescrição, erros de dispensação e erros de administração e ainda

em função da sua gravidade. Enquanto que as RAMs são classificadas de acordo

com as suas características e ocorrências. (AIZENSTEIN; TOMASSI, 2011).

O acompanhamento farmacoterapêutico engloba várias etapas, que se inicia

com entrevista ao paciente, com o intuito de prevenir, identificar e resolver o PRM.

Em seguida, após o PRM ter sido identificado, o farmacêutico entra com a

intervenção com o objetivo de solucionar o problema. Para que o farmacêutico faça

a intervenção de modo que seja interrompido o uso do medicamento ou alterada a

dose, ou até mesmo substituído o princípio ativo, é obrigatório e indispensável que o

farmacêutico antes entre em contato com o médico responsável pela prescrição,

para comunicá-lo e solicitar o auxílio na intervenção. Também pode ser feita a

intervenção em que o farmacêutico incentiva o paciente na mudança de hábitos e

estilo de vida (ALANO et al, 2012).

A documentação sistemática é uma das principais características do

acompanhamento farmacoterapêutico. Ela é feita com frequência por meio de

preenchimento de fichas manuais e catalogadas em arquivos, ou seja, não

automatizada. Esse processo auxilia na solução dos PRMs, principalmente no

acompanhamento de doenças crônicas, como diabetes e hipertensão que tem sido o

foco principal dessa atividade farmacêutica. Finalizando as etapas, é necessário

fazer o acompanhamento das intervenções no paciente, garantindo assim maior

segurança e eficácia no tratamento do paciente, resultando em qualidade de vida

para o mesmo (YOKOYAMA et al, 2011).

Page 11: ARTIGO DE REVISÃO E...4 2. METODOLOGIA Este trabalho trata-se de uma revisão bibliográfica narrativa. Para o desenvolvimento deste trabalho, foi realizada uma busca e pesquisa de

11

3.3. RDC nº 44/2009

Em 18 de fevereiro de 2010 entrou em vigor a nova Resolução da Diretoria

Colegiada da ANVISA n. 44/2009. Nela constam as boas práticas farmacêuticas e

também providências sobre os serviços fornecidos pelo farmacêutico em drogarias e

farmácias, assim como a dispensação e comercialização de produtos (PINTO,

2011).

Foi foco de grande polêmica devido à restrição da venda de medicamentos

isentos de prescrição fora dos balcões, ao alcance dos clientes. Mas, atualmente

essa legislação foi alterada pela RDC nº 41, de 26 de julho de 2012 que libera a

venda dos medicamentos isentos de prescrição ao alcance dos usuários (BRASIL,

2012).

3.3.1. Seção I do capítulo VI da RDC nº 44/09

Apesar das mudanças citadas anteriormente, ainda está em vigor a seção I

do capítulo VI da RDC nº 44/09, que dispõe sobre a Atenção Farmacêutica que

compõe um dos serviços farmacêuticos (BRASIL, 2009).

De acordo com esta legislação a prevenção, detecção e resolução de PRMs é

o principal objetivo da atenção farmacêutica, além da promoção do uso racional de

medicamentos, garantindo uma melhoria na saúde e qualidade de vida dos

pacientes (BRASIL, 2009).

A partir dessa RDC, foi permitida ao farmacêutico a aferição de pressão

arterial e a administração de medicamentos, sendo que é imprescindível o registro e

a documentação contínua e sistemática desses serviços, com o consentimento do

usuário. Nesses registros serão constadas as informações do usuário, as

orientações e intervenções praticadas pelo farmacêutico, assim como o resultado

das mesmas, e por fim os dados do profissional responsável (BRASIL, 2009).

Page 12: ARTIGO DE REVISÃO E...4 2. METODOLOGIA Este trabalho trata-se de uma revisão bibliográfica narrativa. Para o desenvolvimento deste trabalho, foi realizada uma busca e pesquisa de

12

3.4. Dificuldades para implantação de atenção farmacêutica

A Atenção Farmacêutica consiste na interação entre o farmacêutico e o

paciente, e está baseado no cuidado do profissional com o paciente através de

orientações, dispensação de medicamentos e seguimento farmacoterapêutico com o

objetivo de alcançar resultados terapêuticos eficientes e seguros, proporcionando

uma melhor qualidade de vida para o paciente, ou seja, é uma atividade

farmacêutica na qual o principal beneficiário é o paciente.

Esse serviço está sendo implantado aos poucos nas drogarias de algumas

regiões do Brasil, mas infelizmente são projetos individuais que são realizados com

muitos obstáculos. Apesar do esforço do farmacêutico, ele encontra muitas

barreiras, principalmente em relação aos proprietários de drogarias que só se

interessam pelo lucro e não pelo conforto e qualidade de vida do paciente

(OLIVEIRA, 2005).

A seguir são apresentados os principais fatores que interferem e até impedem

a implantação da Atenção Farmacêutica:

3.4.1. Tarefas administrativas do Farmacêutico: Geralmente o farmacêutico tem

uma vasta quantidade de tarefas burocráticas em drogaria ou farmácia pública e

hospitalar, o que provoca certa distância entre o profissional e o paciente, pois o

farmacêutico fica centralizado nessas tarefas, deixando de lado a prática da Atenção

Farmacêutica.

3.4.2. Desvalorização por parte do proprietário da drogaria: Muitos proprietários

de drogarias não são farmacêuticos, fazendo com que haja resistência por parte do

dono da drogaria em relação à implantação da Atenção Farmacêutica,

principalmente porque o interesse maior dele é o lucro e não o bem estar dos

pacientes.

Page 13: ARTIGO DE REVISÃO E...4 2. METODOLOGIA Este trabalho trata-se de uma revisão bibliográfica narrativa. Para o desenvolvimento deste trabalho, foi realizada uma busca e pesquisa de

13

3.4.3. Falta de experiência e conhecimento de alguns farmacêuticos sobre

Atenção Farmacêutica: Muitos farmacêuticos têm o desejo de implantar a Atenção

Farmacêutica, mas não sabem por onde começar. Infelizmente nem todos tiveram

informações suficientes sobre como implantar esse serviço, ou o que é a Atenção

Farmacêutica.

3.4.4. Desinformação da sociedade: A maior parte da sociedade desconhece o

verdadeiro papel do farmacêutico como profissional de saúde, sendo assim, não

valoriza o farmacêutico e não dão a liberdade para ele exercer a Atenção

Farmacêutica e demonstrar o quanto esse serviço é importante para a qualidade de

vida do paciente (FEGADOLLI et al, 2010).

Oliveira et al (2005) fizeram uma pesquisa com farmacêuticos e proprietários

de farmácias no Município de Curitiba e confirmaram as dificuldades e obstáculos

acima citados para a implantação da Atenção Farmacêutica.

Fegadolli et al (2010) realizaram uma pesquisa com dezesseis farmacêuticos,

diretores técnicos de farmácias e drogarias existentes em município de pequeno

porte do interior de São Paulo, e também observaram e confirmaram as dificuldades

citadas acima.

De modo geral, podemos atentar que a prática da Atenção Farmacêutica

ainda é principiante no Brasil, tanto nas farmácias e drogarias privadas quanto no

setor público. Para a implantação e consolidação efetiva desse serviço no setor

público, é preciso a conscientização dos gestores de que essa prática farmacêutica

reduz custos para o sistema de saúde e melhora a qualidade de vida. Por isso, é

importante que os futuros farmacêuticos e recém-formados em farmácia busquem

por uma prática correta da Atenção Farmacêutica. A partir do momento que a

Atenção Farmacêutica for praticada com seriedade e compromisso pelos

profissionais, ela também será reconhecida e valorizada por proprietários de

drogarias e toda a sociedade (PEREIRA; FREITAS, 2008).

Page 14: ARTIGO DE REVISÃO E...4 2. METODOLOGIA Este trabalho trata-se de uma revisão bibliográfica narrativa. Para o desenvolvimento deste trabalho, foi realizada uma busca e pesquisa de

14

3.5. Estudos de Atuação do Farmacêutico e de Implantação de Serviços de

Atenção Farmacêutica.

Oliveira e Freitas (2008) realizaram um projeto de implantação da Atenção

Farmacêutica, realizado com pacientes do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS)

no município de Quixeramobim – Piauí. Eles fizeram esse projeto porque

perceberam a necessidade de acompanhamento farmacêutico que aqueles

pacientes tinham, devido ao uso crônico de psicotrópicos, que são drogas que

atuam e alteram as funções do sistema nervoso central (SNC). Foram aplicados dois

questionários com perguntas claras, com o objetivo de coletar dados de perfil

epidemiológico e sobre problemas de saúde e os tratamentos farmacológicos dos

pacientes do CAPS. Ao final do estudo eles observaram que o maior problema era a

automedicação, e a principal causa que induzia essa automedicação era a cefaleia.

Também foi observado o risco de PRM’s e a importância do acompanhamento

farmacêutico para impedir o surgimento desses problemas, sendo que havia casos

de reclamações por parte dos pacientes que declararam ficar com a visão turva após

o uso dos medicamentos. Para concluir os autores deixaram bem claro que era

imprescindível a presença de um farmacêutico no CAPS e que era necessário

implantar o mais rápido possível o serviço de Atenção Farmacêutica para evitar a

automedicação dos pacientes e os prováveis PRM’s, melhorando a qualidade de

vida dos pacientes (OLIVEIRA; FREITAS, 2008).

Obreli Neto et al (2011) fizeram um estudo com prescrições de

antimicrobianos do período de setembro de 2006 a outubro de 2008, retidas na

farmácia da UBS ―Cidinha Leite‖ no município de Salto Grande, São Paulo. Para a

implantação de um Programa de Atenção Farmacêutica, foi feita a instalação de um

software, foram realizadas palestras educativas e entrega de materiais impressos

com informações sobre os medicamentos. Também foram feitas intervenções com o

apoio dos prescritores por meio de palestras. Depois da implantação, houve uma

redução no número de medicamentos por receita, entre eles os antimicrobianos,

principalmente os de segunda escolha, resultando na diminuição dos gastos com o

tratamento, na prevenção da resistência bacteriana e menores riscos de toxicidade.

O Programa também foi eficaz na identificação de interações medicamentosas dos

Page 15: ARTIGO DE REVISÃO E...4 2. METODOLOGIA Este trabalho trata-se de uma revisão bibliográfica narrativa. Para o desenvolvimento deste trabalho, foi realizada uma busca e pesquisa de

15

antimicrobianos com outros medicamentos. Esse estudo foi uma constatação da

importância da implantação da atenção farmacêutica, que é uma ferramenta

essencial para prevenir e reduzir a ocorrência de PRMs (OBRELI NETO et al, 2011).

Outro estudo que mostra a eficácia dos serviços de atenção farmacêutica é o

de Alano et al (2012), que foi realizado entre setembro de 2007 a março de 2008,

um levantamento de dados de prontuários farmacêuticos de 58 pacientes atendidos

pelo Serviço de Atenção Farmacêutica do curso de Farmácia da Universidade do Sul

de Santa Catarina. Após a análise individual dos prontuários, classificaram-se os

PRMs, em evitável ou não, também foram identificadas as Necessidades

Relacionadas aos Pacientes (NRP), além das intervenções realizadas em cada

caso. Ao final concluiu-se que 82,2% dos problemas eram evitáveis e 63,7%

manifestados. A maioria das intervenções realizadas pelos profissionais de saúde foi

aceita pelos pacientes e tiveram resultados positivos. Em relação às NRPs, a

maioria eram dúvidas quanto ao tratamento, mas em 84,8% dos casos essas

dúvidas foram solucionadas.

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este trabalho constatou como a Atenção Farmacêutica ainda precisa ser

aprimorada e praticada.

Foram explanadas muitas dificuldades para implantação desse serviço, sendo

a maioria dessas barreiras formada pelo próprio farmacêutico que não tem interesse

em aprimorar seus conhecimentos nessa área que é tão importante em sua

profissão.

Além disso, a maioria das instituições de ensino não prioriza a Atenção

Farmacêutica nos cursos de Farmácia, sendo assim, formam profissionais mais

focados em outras áreas.

É necessário maior investimento na formação e capacitação dos profissionais

farmacêuticos, estimulando-os a praticar os serviços de atenção ao paciente,

formando um profissional que traga confiança e segurança ao paciente, resultando

assim, em uma maior credibilidade da sociedade em relação ao farmacêutico.

Page 16: ARTIGO DE REVISÃO E...4 2. METODOLOGIA Este trabalho trata-se de uma revisão bibliográfica narrativa. Para o desenvolvimento deste trabalho, foi realizada uma busca e pesquisa de

16

A confiança da sociedade no profissional auxiliará na interação entre eles,

favorecendo o acompanhamento farmacoterapêutico, garantindo um tratamento

mais seguro e eficaz para o paciente, contribuindo ainda para promoção do uso

racional de medicamentos, prevenção e diminuição de PRMs.

REFERÊNCIAS

AIZENSTEIN, M.L; TOMASSI, M.H. Problemas relacionados a medicamentos; reações adversas a medicamentos e erros de medicação: a necessidade de uma padronização nas definições e classificações. Rev Ciênc Farm Básica Apl., 2011;32(2):169-173. ALANO, G. M. et al. Indicadores do Serviço de Atenção Farmacêutica (SAF) da Universidade do Sul de Santa Catarina. Ciência & Saúde Coletiva, 17(3):757-764, 2012. BRASIL. Conselho Nacional de Saúde. Resolução nº 338, de 06 de maio de 2004. Aprova a Política Nacional de Assistência Farmacêutica. Brasília, DF: Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, 20 mai. 2004. Seção 1.

BRASIL. Conselho Nacional de Secretários de Saúde. Coleção Para Entender a Gestão do SUS. 186 p. Brasília, 2011.

BRASIL. DIÁRIO OFICIAL [DA] REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL (DOU). Rio de Janeiro: Constituição da República Federativa do Brasil, Tít. VIII, art. 196; 1988.

BRASIL. DIÁRIO OFICIAL DA UNIÃO (DOU) - SEÇÃO. Decreto nº 68.806, de 25 de Junho de 1971. Página 4839 (Publicação).

BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE DO BRASIL. RDC nº 357, de outubro de 2001. Brasília, DF: Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil.

BRASIL. Ministério da Saúde Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde – OPAS/OMS. Série Medicamentos e Outros Insumos Essenciais para a Saúde. Avaliação da assistência farmacêutica no Brasil: estrutura, processo e resultados. Brasília, DF: OPAS/OMS, 2005. 260p. BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria 3.916, de 30 de outubro de 1998. Aprova a Política Nacional de Medicamentos. Brasília, DF: Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, 10 dez. 1998. Seção 1, p. 18.

Page 17: ARTIGO DE REVISÃO E...4 2. METODOLOGIA Este trabalho trata-se de uma revisão bibliográfica narrativa. Para o desenvolvimento deste trabalho, foi realizada uma busca e pesquisa de

17

BRASIL. Resolução da Diretoria Colegiada — RDC n. 44, de 17 de agosto de 2009. Dispõe sobre Boas Práticas Farmacêuticas para o controle sanitário do funcionamento, da dispensação e da comercialização de produtos e da prestação de serviços farmacêuticos em farmácias e drogarias e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 18 Ago. 2009. Seção 1, p. 78-81. BRASIL. Resolução da Diretoria Colegiada — RESOLUÇÃO - RDC Nº 41, DE 26 DE JULHO DE 2012. Altera Resolução RDC Nº 44, de 17 de agosto de 2009, que dispõe sobre Boas Práticas Farmacêuticas para o controle sanitário do funcionamento, da dispensação e da comercialização de produtos e da prestação de serviços farmacêuticos em farmácias e drogarias e dá outras providências, e revoga a Instrução Normativa IN nº 10, de 17 de agosto de 2009. Diário Oficial da União nº 145, de 27 de julho de 2012, Seção 1, p. 59. BRODIE, D.C.; PARISH P.A.; POSTON, J.W. Societal needs for drugs and drug related services. Am. J. Pharm. Educ. p.276-278. v.44, 1980.

CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA (CFF). A organização jurídica da profissão farmacêutica. Brasília, DF: Conselho Federal de Farmácia, 2003, 1785 p.

CONSELHO REGIONAL DE FARMÁCIA DO ESTADO DE SÃO PAULO (CRF-SP). Legislação para o farmacêutico. Lei Federal nº 5.991, de 17 de dezembro de 1973. Dispõe sobre o controle sanitário do comércio de drogas, medicamentos, insumos farmacêuticos e correlatos, e dá outras providências. São Paulo: CRF-SP; 1996. p.22-33.

Consenso de Granada Sobre Problemas Relacionados Com Medicamentos. Pharm Care Esp, Madrid, v. 1, n. 1, p. 107-112, 1999.

ESPANHA. Ministerio de Sanidad y Consumo. Segundo Consenso sobre atención farmacêutica. Madrid, 2001. .

FARINA S.S.; ROMANO-LIEBER N.S. Atenção Farmacêutica em Farmácias e Drogarias: existe um processo de mudança? Saúde Soc. São Paulo, v.18, n.1, p.7-18, 2009.

FEGADOLLI, C. et al. A percepção de farmacêuticos acerca da possibilidade de Implantação da atenção farmacêutica na prática profissional. Revista Espaço para a Saúde, Londrina, v. 12, n. 1, p. 48-57, dez. 2010. FERNÁNDEZ-LLIMÓS, F. FAUS, M.J. Método Dáder. Guia de Seguimento Farmacoterapêutico. GIAF-UGR, 2003. GOMES, CARLOS A. P. A assistência farmacêutica no Brasil: Análise e Perspectivas. Secretária de Políticas de Saúde. Ministério da Saúde, Brasília-DF, 2007. IVAMA, A.M. et al. Consenso brasileiro de atenção farmacêutica: proposta. Brasília: Organização Pan-Americana de Saúde, 2002. 24p.

Page 18: ARTIGO DE REVISÃO E...4 2. METODOLOGIA Este trabalho trata-se de uma revisão bibliográfica narrativa. Para o desenvolvimento deste trabalho, foi realizada uma busca e pesquisa de

18

MADRID. MINISTERIO DE SANIDAD Y CONSUMO. Consenso sobre Atencion Farmacéutica, 2001, 26p.

MINISTÉRIO DA SAÚDE. Política Nacional de Medicamentos. Série C. Projetos, Programas e Relatórios, n. 25. Brasília, mai. 2001.

OBRELI NETO, P. R. et al. Impacto da atenção farmacêutica no uso racional de antimicrobianos em uma unidade básica de saúde no interior do Estado de São Paulo. Acta Scientiarum. Health Sciences. Maringá, v. 33, n. 2, p. 159-164, 2011. OLIVEIRA, A. B. et al. Obstáculos da atenção farmacêutica no Brasil. Revista Brasileira de Ciências Farmacêuticas, vol. 41, n. 4, out./dez., 2005. OLIVEIRA, C. P. A; FREITAS R. M. Instrumento Projetivo Para Implantação da Atenção Farmacêutica aos Portadores de Transtornos Psicossociais; Atendidos pelo Centro de Atenção Psicossocial. Revista Eletrônica Saúde Mental Álcool e Drogas (SMAD). Vol. 4. Nº 2. Art. 09. 2008. ORGANIZACIÓN MUNDIAL DE SALUD. El papel del farmacéutico en la atención a la salud: declaración de Tokio.Tokio, Japón, 31 de agosto al 3 de septiembre de 1993.

OSHIRO M.L.; CASTRO L.L.C. Evolução da pesquisa em Atenção Farmacêutica no Brasil: Um estudo descritivo do período 1999-2003. Revista Espaço para a Saúde, Londrina, v.7, n.2, p.24-31, jun.2006. PEREIRA, L.R.L.; FREITAS, O. A evolução da Atenção Farmacêutica e a perspectiva para o Brasil. Revista Brasileira de Ciências Farmacêuticas. vol. 44, n. 4, out./dez., 2008.

PINTO, L. S. E. A farmácia e a drogaria sob a nova ótica da RDC n. 44/2009 da ANVISA. Revista de Direito Sanitário, São Paulo v. 12, n. 2 p. 140-177 Jul./Out. 2011. RIGO, K.G.P; NISHIYAMA P. A evolução da farmacovigilância no Brasil. Acta Sci. Health Sci. Maringá, v. 27, n. 2, p. 131-135, 2005. SECRETARIA DE POLÍTICAS DE SAÚDE. Informes Técnicos Institucionais – Política Nacional de Medicamentos. Rev Saúde Pública 2000;34(2):206-9 TERCER CONSENSO DE GRANADA SOBRE PROBLEMAS RELACIONADOS CON MEDICAMENTOS (PRM) Y RESULTADOS NEGATIVOS ASOCIADOS A LA MEDICACIÓN (RNM). Ars Pharm 2007; 48 (1): 5-17.

VIEIRA, F.S. Possibilidades de contribuição do farmacêutico para a promoção da saúde. Ciência & Saúde Coletiva, 12(1):213-220, 2007

YOKOYAMA, C.S. et al. Proposta de Sistema de Informação para Atenção Farmacêutica baseado no Método Dáder. Rev Ciênc Farm Básica Apl., 2011;32(1):19-26