artigo codigo florestal

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO OESTE DO PARÁ- UFOPA CURSO: PEDAGOGIA LÚCIA MARIA MARA PIMENTEL ISABEL CRISTINA DE AGUIAR PINTO MIRELLY MADEIRA DE CARVALHO SOCIEDADE NATUREZA E DESENVOLVIMENTO SANTARÉM 2011

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Artigo sobre o código florestal brasileiro

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Page 1: Artigo codigo florestal

UNIVERSIDADE FEDERAL DO OESTE DO PARÁ- UFOPA

CURSO: PEDAGOGIA

LÚCIA MARIA MARA PIMENTEL

ISABEL CRISTINA DE AGUIAR PINTO

MIRELLY MADEIRA DE CARVALHO

SOCIEDADE NATUREZA E DESENVOLVIMENTO

SANTARÉM

2011

Page 2: Artigo codigo florestal

LÚCIA MARIA MARA PIMENTEL

IZABEL CRISTINA DE AGUIAR PINTO

MIRELLY MADEIRA DE CARVALHO

UM RECORTE SOBRE O CÓDIGO FLORESTAL

Trabalho apresentado para obtenção de conceito da disciplina:Sociedade,Natureza e Desenvolvimento ministrada pela Prof. Mesc Socorro Pena .

SANTARÉM

2011

Page 3: Artigo codigo florestal

UM RECORTE SOBRE O CÓDIGO FLORESTAL

Lúcia Maria Mara Pimentel1 Izabel Cristina de Aguiar Pinto2

Mirelly Madeira de Carvalho3 RESUMO

Esse artigo traz importantes informações sobre a grande polêmica que gira em torno do Código Florestal que já existe desde 1934, embora tenha ganhado um destaque especial em 1965 com emendas e artigos mais expressivos vem consolidar-se como importante recurso para minimizar males que desde aquela época já se praticava contra o meio ambiente, como destruição ilegal de partes das florestas que não era permitido pela lei e outros tipos de práticas criminosas que feriam nossa fauna e flora, deixando um imenso deserto como o que ocorreu na Amazônia ao longo dos anos, onde regiões de florestas, atualmente são verdadeiros desertos que alteram a vida de comunidades que moram bem próximas das regiões afetadas e nelas ocorrem grandes mudanças climáticas que prejudicam a moradia e trabalho . Palavras-chaves: Jurídico. Ambiental. Florestal.

1INTRODUÇÃO

Neste artigo as reflexões apresentadas constatam a importância de se abrir

espaços, para discussão da necessidade de se fazer um novo código floresta, mas

para isso precisamos entender o conceito de meio ambiente, pois é necessário

verificar se o código atual está em consonância com esse conceito. Assim, pode-se

definir como meio ambiente um conjunto de sistemas e ecossistemas que não se

limitam apenas à biodiversidade, mas as questões que envolvem o homem, a

preservação, conservação, com o planeta. E a cidadania ensina a respeitar,

tomando atitudes básicas com a água, o ar, o lixo, o solo, as plantas, florestas e

animais, a partir de informações contidas em textos, filmes, músicas obtidas na

escola, onde haverá discussões, produção de textos ou desenhos sobre as

temáticas. Do mesmo modo, conceituar e entender que o nível de qualidade de vida

da população é medido, a partir do grau de saúde da população e buscar cuidar

melhor de sua saúde mental e corporal, seguindo uma boa alimentação e fazendo

exercícios.

Page 4: Artigo codigo florestal

A partir, desse conceito percebe-se que há uma grande disparidade entre o

conceito de meio ambiente e o código atual que visa preservar e conservar as

florestas e as outras formas de vegetação. Como todo código é um conjunto de leis

que visam proteger algo que se encontra ameaçado e garantir a sua sobrevivência.

Em nosso país temos vários códigos, assim como o florestal estão ultrapassados e

colocam em risco a sobrevivência não só das florestas, mais a vida do indivíduo.

Todos sabem que é muito importante cuidar da preservação das florestas,

todavia desconhecem o código florestal ou ignoram por conveniência sua existência,

pois, para muitos madeireiros e fazendeiros que trabalham com a agricultura e

pecuária e acabam invadindo as florestas.

Pensando nessas questões, a pesquisa foi direcionada para discutir as falhas

que impedem que o código atual possui e mostrar a urgência em se criar um novo

código florestal.

2 CÓDIGO FLORESTAL: ORIGEM E CONCEITO

O código florestal brasileiro foi criado em 1934, a partir de um projeto de

Luciano Pereira da Silva cujos dispositivos legais ressalvavam três princípios

básicos: o Regime Liberal- utilizava-se a desapropriação da terra, quando os

proprietários de terras com florestas as utilizassem contra a população, prejudicando

o interesse coletivo; Regime Eclético- tratava da questão de intervenção moderada,

mediante a administração plena do proprietário, quando o Estado precisasse fazer

alguma espécie de regulação de corte ou proibição fazia e indenizava o proprietário.

Já o Regime intervencionista visava coibir de forma ostensiva qualquer ameaça

contra as florestas brasileiras. Tais regimes, embora, fracos tinham a missão de

proteger nossa flora.

Na realidade o Governo brasileiro sempre se preocupou em proteger nossas

florestas desde o período monárquico, mas somente com código florestal de 1934 e

sua releitura em 1965 é que podemos dizer que as leis se consolidaram, porém,

pouco se tem feito para de fato colocar em prática o que a legislação diz sobre a

preservação de nossa vegetação.

Page 5: Artigo codigo florestal

Art. 1° As florestas existentes no território nacional consideradas em

conjunto, constituem bem de interesse comum a todos os habitantes do

país, exercendo-se os direitos de propriedade com as limitações que as leis

em geral e especialmente este código, estabelecem.

Art. 2° Aplicam-se os dispositivos deste Código assim as florestas como as

demais formas de vegetação reconhecidas de utilidade as terras que

revestem.

A citação acima deixa claro que o código existe e tem bastantes dispositivos

para coibir as agressões que são feitas constantemente contra as florestas

brasileiras. Todos os dias é possível detectar algum tipo de violência, que é

praticada contra a flora em nossa região, muitas vezes incêndios criminosos varrem

florestas inteiras do mapa e isso não compromete só a vegetação, mas de

sobrevivência de toda fauna, flora e das comunidades que vivem próximas a estas

regiões.

3 HISTÓRICO DO CÓDIGO FLORESTAL

Para compreender melhor as necessidades que deram origem a criação do

Código Florestal de 1934 temos que entender o panorama político, social e

econômico da população brasileira que vivia na época. A população estava

concentrada próximo à cidade de Brasília, cidade do Rio de Janeiro, Estado da

Guanabara. A principal atividade econômica era cafeicultura que sustentava à

República, complementada pela cana-de-açúcar e pelo extrativismo vegetal, mineral

e animal, bem como a construção de ferrovias que rasgavam o país de leste à oeste.

Assim, como o território brasileiro detinha muita vegetação não havia uma grande

preocupação com a proteção de florestas e ecossistemas. Mas, para limitar as

atividades extrativistas o Governo resolve tomar uma providência e cria um conjunto

de Leis que visão preservar as florestas da nação e daí nasce o código florestal de

1934 com certa ingenuidade e deixando muito a desejar.

4. AS SANÇÕES DO CÓDIGO FLORESTAL DE 1965

Ao constante descaso e pouca eficácia do Código Florestal de 1934, constrói-

se uma nova resposta para tratar de modo eficiente a preservação do ecossistema

Page 6: Artigo codigo florestal

das terras brasileiras, que surge, a partir de um novo projeto feito por meio dos

estudos de Daniel Carvalho que estabelece normas jurídicas legais que coibissem

de modo coerente a proteção jurídica do patrimônio florestal brasileiro.

chamado “Projeto Daniel de Carvalho” enviado Congresso Nacional por meio da

Mensagem Presidencial 04/1950,em 02-01-1950, procurou avançar no

entendimento jurídico da matéria, sem lhe alterar, contudo, a essência do seu

conteúdo conceitual e jurídico. Aquele projeto incorporou percepções bastante

avançadas para a época, e que ainda perseveram na atualidade. Após diversas

alterações introduzidas no Projeto, o6/ Silva (1945, p.392) reconheceu a

precariedade da execução dos dispositivos do Código Florestal de 1934, em todo

o território nacional, apontando algumas causas, dentre as quais, “a inércia, por

displicência, das autoridades estaduais e municipais, quando não a resistência

passiva e deliberada.”7“novo” Código Florestal, foi finalmente sancionado, em 15-

09-1965, por meio da edição da Lei n° 4.771, informando-se, no caput de seu Art.

1°, o que segue: 7/19/ Dentre as mais importantes modificações introduzidas pela

MP n° 1.956-50, no Código Florestal, cabe citar: a) a instituição de uma nova e

importante figura jurídica, as “Áreas de Preservação Permanente” (e sua definição

legal); e b) uma “definição legal” para “Reserva Legal” e a obrigatoriedade de sua

recomposição (ver Benjamin, 2000; Ahrens, 2001).

A citação proposta revela como se deu todo o processo de criação das leis

para fortalecer o cumprimento do código de 1934, criando o Código Florestal de

1965 que tem uma legislação mais específica e rigorosa para combater os

constantes descasos com que vinha sendo tratado o código florestal de 1934 que

dava margem para que certos grupos de indivíduos tirassem vantagens da falta de

um controle mais rígido no cumprimento das leis que protegiam as florestas

brasileiras. A existência do Código Florestal tem dado origem a vários debates e

polêmicas, pois, o parlamento está prestes á aprovar leis ainda mais severas para

proteger a vegetação brasileira com a política de zero desmatamento, esbarrando

nos interesses econômicos de determinadas classes que não estão interessadas em

preservar o meio ambiente e sim obter lucros destruindo as florestas.

O judiciário brasileiro é lento em fazer cumprir a legislação florestal, fazendo

com que ocorra freqüente descumprimento de seus dispositivos, que torna difícil a

proteção da flora, pois o código florestal foi criado com essa finalidade e ele com

Page 7: Artigo codigo florestal

todas as dificuldades tem sido essencial para proteger o que sobrou das florestas

brasileiras.

Os debates sobre as alterações no Código Florestal precisam pensar sobre

como unir as questões ambientais e a dimensão econômica sem que nenhuma das

duas possam sair prejudicadas e possam conviver em harmonia, permitindo que os

interesses das futuras gerações. Trata-se do fato de que a economia é regulada pela

política que por sua vez recebe orientações da sociedade que institui desejos que se

tornam leis que regem a sociedade de modo geral.

Mas, sabemos que não é tão simples assim, há um jogo de interesses entre

diversas classes, onde a que tem maior influência política e econômica acaba

prevalecendo, sobre aquela que não tem e quase sempre é a classe que luta pelos

ideais corretos como a preservação do planeta. Assim, se torna difícil obrigar o

judiciário a cumprir com as leis que protegem o meio ambiente.

Na atualidade, muitos sabem da existência do código florestal, alguns lhe

conhecem parcialmente o conteúdo; mas poucos proprietários de terras respeitam

ele como um documento legal capaz de coibir as práticas criminosas que se

cometem contra as floretas. Nesse sentido, se reconhece o esforço de alguns

parlamentares em votar o novo código, afim de que ele tenha um poder maior de

atuação de que os outros de 1934 e 1965 em resultado às novas percepções da

sociedade, o tratamento jurídico-legal da propriedade rural que sofreu profundas,

legítimas e positivas transformações ao longo do tempo que gira em torno de 50

anos. Em síntese, o debate, por vezes realizado com argumentos equivocados,

visualiza uma legislação muito relevante do Código Florestal, mas que não atinge a

todos os envolvidos, somente com a divulgação do no Código Florestal é que a

sociedade de modo geral tomará conhecimento e apoiará as inovações desse

código.

O Código Florestal instituiu a proibição de derrubada ou queimada ou ainda

qualquer tipo de supressão de florestas e as demais formas de vegetação, salvo a

exploração econômica nos lugares referidos pelo art. 2º como área de preservação

permanente.

Art. 2° - Consideram-se de preservação permanente, pelo só

efeito desta Lei, as florestas e demais formas de vegetação natural

situadas:

Page 8: Artigo codigo florestal

a) ao longo dos rios ou de qualquer curso d´´água desde o seu

nível mais alto em faixa marginal cuja largura mínima será:

1 - de 30 (trinta) metros para os cursos d´´água de menos de 10

(dez) metros de largura;

2 - de 50 (cinqüenta) metros para os cursos d´´água que

tenham de 10 (dez) a 50 (cinqüenta) metros de largura;

3 - de 100 (cem) metros para os cursos d´´água que tenham de

50 (cinqüenta) a 200 (duzentos) metros de largura;

4 - de 200 (duzentos) metros para os cursos d´´água que

tenham de 200 (duzentos) a 600 (seiscentos) metros de largura;

5 - de 500 (quinhentos) metros para os cursos d´´água que

tenham largura superior a 600 (seiscentos) metros;

b) ao redor das lagoas, lagos ou reservatórios d´´água naturais

ou artificiais;

c) nas nascentes, ainda que intermitentes e nos chamados

"olhos d´´água", qualquer que seja a sua situação topográfica, num raio

mínimo de 50 (cinqüenta) metros de largura;

d) no topo de morros, montes, montanhas e serras;

e) nas encostas ou partes destas, com declividade superior a

45°, equivalente a 100% na linha de maior declive;

f) nas restingas, como fixadoras de dunas ou estabilizadoras de

mangues;

g) nas bordas dos tabuleiros ou chapadas, a partir da linha de

ruptura do relevo, em faixa nunca inferior a 100 (cem) metros em

projeções horizontais;

Page 9: Artigo codigo florestal

h) em altitude superior a 1.800 (mil e oitocentos) metros,

qualquer que seja a vegetação.

Desse modo, torna-se necessário evidenciar o conceito, a importância e a

função da área de preservação permanente. Consiste a área de preservação

permanente em localizações definidas pelo Código Florestal onde são proibida a

destruição da flora. Qualquer modificação causada pelo homem nessas áreas,

alterando ou suprimindo a cobertura vegetal, configura crime, tendo em vista que os

crimes contra as florestas e demais formas de vegetação estão tipificados nos arts.

38 à 53 da Lei n° 9.605/98, também chamada de Lei dos Crimes Ambientais. O

direito de propriedade encontra limitação na obrigatoriedade de atender a função

social, visto que o interesse da coletividade se sobrepõe ao de seus membros [02].

Obviamente, o interesse da coletividade tem sempre o objetivo de proteger o meio

ambiente.

São dois os tipos de área de preservação permanente: as legais, que são as

áreas taxativamente previstas pelo art. 2º do Código Florestal, e as administrativas,

que são as áreas criadas por ato do Poder Público municipal, estadual ou federal

quando houver necessidade, e que encontram guarida para a sua criação no art. 3º

dessa lei. Tais valores justificam à exaustão o ônus social que recai sobre o direito

de propriedade, já que a soma de um certo número de degradações ambientais

pode colocar em cheque o futuro do ser humano e do planeta inteiro pelo fato de as

ações contra a natureza terem os seus efeitos multiplicados ao invés de somados de

maneira que o dano ambiental é sumamente perigoso.

5. A LEGISLAÇÃO DO CÓDIGO FLORESTAL

O código florestal discorre sobre o conceito de florestas e de todo modo deve-

se entender floresta como uma área de cobertura florestal com espécies

predominantemente nativas cujo objetivo é o uso múltiplo e sustentável dos recursos

florestais e da pesquisa científica

Contudo, existe um entendimento diferente, que destaca os recursos hídricos

como o principal bem resguardado no dispositivo em questão, implicando na

proteção desse tipo de área de preservação permanente ainda que não haja

Page 10: Artigo codigo florestal

qualquer tipo de vegetação, inclusive porque a Administração Pública tem a

obrigação de reflorestar ou de arborizar as áreas de preservação permanente

elencadas pelo art. 2° do Código Florestal.

Sendo enorme a possibilidade assoreamento, enchente, desabamento,

poluição e outros tipos de degradação ambiental caso as alterações antrópicas

sejam feitas à margem de rios e de outros reservatórios de água, no topo de morros,

montes, montanhas e serras, nas encostas, nas restingas, nas bordas dos tabuleiros

ou chapadas e em altitude superior a 1.800 (mil e oitocentos) metros, não se pode

admitir que uma interpretação restritiva coloque em risco a vida e a qualidade de

vida da população.

É sabido que a supressão de uma floresta ou de um outro tipo de vegetação

refletirá de imediato em outros elementos da cadeia natural, a exemplo da fauna, do

solo e da água, além de afetar os indissociáveis aspectos lúdicos, históricos,

estéticos, científicos e culturais. Sendo o meio ambiente a matéria onde as ciências

naturais, exatas e humanas se encontram, interpretações restritivas não podem ser

acolhidas sem investigação mais aprofundada, já que até ramos da ciência, como a

física moderna, comprovam que o universo é uma teia de relações onde todas as

partes estão interligadas.

De qualquer forma, com a publicação da Medida Provisória de nº 2.166-

67/01, que acrescentou o inciso II do § 2º ao art. 1º do Código Florestal, consagrou-

se o entendimento de que a área de preservação permanente independe da

existência de vegetação, passando o Código Florestal a prever expressamente a

proteção legal no caso dos arts. 2° e 3° a despeito de a área ser coberta ou não por

vegetação.

6. LIMITES DA COMPETÊNCIA JURÍDICA DO CÓDIGO FLORESTAL

É sabido que A Constituição Federal dispõe basicamente sobre dois tipos de

competência: a competência administrativa e a competência legislativa. A primeira

cabe ao Poder Executivo e diz respeito à faculdade para atuar com base no poder

de polícia, ao passo que a segunda cabe ao Poder Legislativo e diz respeito à

faculdade para legislar a respeito dos temas de interesse da coletividade.

Page 11: Artigo codigo florestal

Nesse sentido, a competência administrativa é a atribuição que o Poder

Executivo tem de proteger o meio ambiente, enquanto a competência legislativa é a

atribuição que o Poder Legislativo tem para legislar a respeito de temas ligados ao

meio ambiente. A competência legislativa se subdivide em remanescente, exclusiva,

privativa, concorrente, suplementar e reservada. A competência remanescente diz

respeito aos Estados e é aquela que permite a atividade legislativa em relação às

matérias não vedadas implícita ou expressamente, estando prevista no § 1º do art.

25 da Constituição Federal.

A competência exclusiva diz respeito aos Estados e aos Municípios e é

aquela reservada unicamente a uma entidade, sem a possibilidade de delegação,

estando prevista no § 2º do art. 25 e no inciso I do art. 30 da Constituição Federal. A

competência privativa diz respeito à União e é aquela que, embora seja própria de

uma entidade, pode ser delegada ou suplementada desde que respeitados os

requisitos legais, sendo prevista no art. 22 da Constituição Federal.

A competência concorrente é aquela reservada à União, aos Estados e ao

Distrito Federal, cabendo à União a primazia de legislar sobre normas gerais,

estando prevista no art. 24 da Constituição Federal. A competência suplementar é

aquela que atribui aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios a faculdade de

complementar os princípios e normas gerais ou de suprir a omissão destes, sendo

prevista nos §§ 2º e 3º do art. 24 e no inciso II do art. 30 da Constituição

Federal Finalmente, a competência reservada é aquela que atribui ao Distrito

Federal a competência reservada aos Estados e aos Municípios, excetuada a

competência para a organização judiciária, sendo prevista no § 1º do art. 32 da

Constituição Federal.

Na prática, o que predomina em relação à competência legislativa em

matéria ambiental é a competência concorrente entre a União e os Estados e o

Distrito Federal, cabendo à União a competência para legislar sobre normas gerais,

e aos Estados e ao Distrito Federal a competência para suplementar as normas

gerais editadas pela União. Os Municípios podem legislar sobre os temas ambientais

de interesse predominantemente local, desde que respeitando as normas gerais que

tiverem sido editadas pela União ou pelo Estado.

Page 12: Artigo codigo florestal

Sendo assim, a competência concorrente entre União e Estados e Distrito

Federal merece ser observada com mais atenção, devendo ser discutida em um

primeiro momento a questão da competência da União para editar normas gerais e

em um segundo momento a questão da competência suplementar dos Estados e do

Distrito Federal.

Em tese, as normas gerais são aquelas diretrizes essenciais que deverão ser

suplementadas ou especificadas pela legislação estadual ou distrital, e, caso

desçam a detalhes, elas deverão ser consideradas inconstitucionais por invadirem a

competência dos Estados e do Distrito Federal.

Contudo, a expressão "normas gerais" utilizada pelo § 1º do art. 24 da

Constituição Federal é um conceito jurídico indeterminado, e a doutrina e a

jurisprudência têm encontrado certa dificuldade no preenchimento de seu conteúdo.

Na verdade, as normas gerais devem ser compreendidas como aquelas que dizem

respeito a interesses gerais, independentemente da especificidade a que podem

chegar. Poucos interesses podem ser tão gerais quanto o meio ambiente

ecologicamente equilibrado, tendo em vista o caráter difuso desse direito e a sua

indispensabilidade à manutenção da vida e da qualidade de vida.

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O artigo discutiu sobre o conceito, a origem, a história do código florestal,

considerando as leis subescritas em 1934 e em 1965 constatando a importância de

se abrir espaços, para discussão da necessidade de se fazer um novo código

floresta, mas para isso precisamos entender o conceito de meio ambiente, pois é

necessário verificar se o código atual está em consonância com esse conceito.

Assim, pode-se definir como meio ambiente um conjunto de sistemas e

ecossistemas que não se limitam apenas à biodiversidade, mas as questões que

envolvem o homem, a preservação, conservação, com o planeta.

E além dessas questões o trabalho discorreu sobre os limites jurídicos e

tantos outros. Na atualidade, muitos sabem da existência do código florestal, alguns

lhe conhecem parcialmente o conteúdo; mas poucos proprietários de terras

respeitam ele como um documento legal capaz de coibir as práticas criminosas que

se cometem contra as floretas. Nesse sentido, se reconhece o esforço de alguns

Page 13: Artigo codigo florestal

parlamentares em votar o novo código, afim de que ele tenha um poder maior de

atuação de que os outros de 1934 e 1965 em resultado às novas percepções da

sociedade, o tratamento jurídico-legal da propriedade rural que sofreu profundas,

legítimas e positivas transformações ao longo do tempo que gira em torno de 50

anos. Em síntese, o debate, por vezes realizado com argumentos equivocados,

visualiza uma legislação muito relevante do Código Florestal, mas que não atinge a

todos os envolvidos, somente com a divulgação do no Código Florestal é que a

sociedade de modo geral tomará conhecimento e apoiará as inovações desse

código.

E ao governo Federal, Estadual e Municipal cumprir a legislação e proteger de

modo serio o meio ambiente, principalmente as florestas, pois a destruição delas

coloca em risco todo o equilíbrio do planeta.

8. Referências Bibliográficas

AHRENS, S. O instituto jurídico da reserva (ambiental) legal: conceito, evolução

e perspectivas. Monografia de Graduação em Direito. Curitiba:

Pontífícia Universidade Católica do Paraná; Curso de Direito, 2001. 58f.+anexos.

ALBUQUERQUE, F.S. Direito de propriedade e meio ambiente. Curitiba:

Juruá, 2001. 162p.

ANTUNES, P. de B. Direito ambiental. 3. Ed. Rio de Janeiro, 1999, 529p.

BENJAMIN, A.V.H. Ascensão e queda do Código Florestal. In: CONGRESSO

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São Paulo, 2000. Anais. São Paulo: Promotoria de Justiça do Meio Ambiente; O

Direito por um Planeta Verde, 2000. p.89-103.

BOBBIO, N. Os limites da propriedade. In: _____ Locke e o Direito Natural.

Brasília: Editora da UNB, 1997. p.197-206.

BORGES, R.C.B. Função ambiental da propriedade rural. São Paulo: LTr,

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