artefactos da idade do bronze da região de chaves · é um machado plano, cuja tipologia remete...

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41 R E S U M O Estudam-se sete machados metálicos, seis deles de bronze, recolhidos desde o século XIX no aro de Chaves e um de Sapiãos, concelho de Boticas, provavelmente de cobre. O de Sapiãos é um machado plano, cuja tipologia remete para o III milénio/inícios do II milénio a.C., embora se deva registrar a ocorrência de exemplares idênticos aos calcolíticos em contextos tardios, do Bronze Final, como é o caso do chamado “tesouro de Baleizão” (Beja). Os exemplares recolhi- dos no aro de Chaves, embora sem localização precisa, evidenciam a importância da actividade mineira e metalúrgica na região, no decurso da Idade do Bronze, na sequência da registada já no Calcolítico, reforçando assim a conclusão já indicada pelos exemplares conhecidos. O con- junto agora dado a conhecer é constituído pelos seguintes exemplares: três machados do tipo vulgarmente designado Bujões/Barcelos; raro exemplar do tipo Reguengo Grande, pertencente a variante para a qual Luis Monteagudo refere apenas uma ocorrência, no castro de Vilaboa (Pontevedra); dois exemplares de talão e argolas, conservando os cones de fundição e produzi- dos a partir do mesmo molde, configurando uma origem comum, tal como a dos dois exempla- res anteriormente referidos. Embora não se saiba a localização precisa de quase nenhum destes machados, com excepção dos dois exemplares recolhidos junto à capela de Santa Marta, perto da povoação de Lama de Arcos (concelho de Chaves), pode concluir-se que os dois machados de talão e argolas agora dados a conhecer integrariam um depósito, juntando- se assim aos depósitos de Vilela Seca e de Outeiro Seco, já conhecidos desde a década de 1940 pelos trabalhos de J. S. P. de Villas-Bôas, os quais integravam, também, cada um, dois macha- dos de talão e argolas. Idêntica conclusão pode aplicar-se a dois dos machados de tipo Bujões/Barcelos dados como provenientes de S. Lourenço, pelas semelhanças morfológicas que entre si evidenciam, situação que também se encontra registada na bibliografia, e de que é paradigma o depósito de Agro Velho (Montalegre), constituído por cinco exemplares do referido tipo. A B S T R A C T Seven metallic axes are studied, of which six in bronze, collected in the 19th century in the arc of Chaves and one from Sapiãos, region of Boticas, probably of copper. The axe from Sapiãos is related to the III/beginning of the II millennium BC, though one should register the occurrence of similar artifacts in later contexts from Late Bronze, such as the so- called treasure of Baleizão (Beja). The artifacts collected on the arc of Chaves, though without a precise location, with the exception of two axes of the Full Bronze Age, show the mining Artefactos da Idade do Bronze da região de Chaves JOÃO LUÍS CARDOSO * RAQUEL VILAÇA ** REVISTA PORTUGUESA DE Arqueologia. volume 11. número 2. 2008, pp. 41–54

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R E S U M O Estudam-sesetemachadosmetálicos,seisdelesdebronze,recolhidosdesdeoséculoXIX

noarodeChaveseumdeSapiãos,concelhodeBoticas,provavelmentedecobre.OdeSapiãos

éummachadoplano,cujatipologiaremeteparaoIIImilénio/iníciosdoIImilénioa.C.,embora

sedevaregistraraocorrênciadeexemplaresidênticosaoscalcolíticosemcontextostardios,do

BronzeFinal,comoéocasodochamado“tesourodeBaleizão”(Beja).Osexemplaresrecolhi-

dosnoarodeChaves,emborasemlocalizaçãoprecisa,evidenciamaimportânciadaactividade

mineiraemetalúrgicanaregião,nodecursodaIdadedoBronze,nasequênciadaregistadajá

noCalcolítico,reforçandoassimaconclusãojáindicadapelosexemplaresconhecidos.Ocon-

juntoagoradadoaconheceréconstituídopelosseguintesexemplares:trêsmachadosdotipo

vulgarmentedesignadoBujões/Barcelos;raroexemplardotipoReguengoGrande,pertencente

avarianteparaaqualLuisMonteagudorefereapenasumaocorrência,nocastrodeVilaboa

(Pontevedra);doisexemplaresdetalãoeargolas,conservandoosconesdefundiçãoeproduzi-

dosapartirdomesmomolde,configurandoumaorigemcomum,talcomoadosdoisexempla-

res anteriormente referidos. Embora não se saiba a localização precisa de quase nenhum

destes machados, com excepção dos dois exemplares recolhidos junto à capela de Santa

Marta,pertodapovoaçãodeLamadeArcos(concelhodeChaves),podeconcluir-sequeos

doismachadosdetalãoeargolasagoradadosaconhecerintegrariamumdepósito,juntando-

seassimaosdepósitosdeVilelaSecaedeOuteiroSeco,jáconhecidosdesdeadécadade1940

pelostrabalhosdeJ.S.P.deVillas-Bôas,osquaisintegravam,também,cadaum,doismacha-

dos de talão e argolas. Idêntica conclusão pode aplicar-se a dois dos machados de tipo

Bujões/BarcelosdadoscomoprovenientesdeS.Lourenço,pelassemelhançasmorfológicas

queentresievidenciam,situaçãoquetambémseencontraregistadanabibliografia,edeque

éparadigmaodepósitodeAgroVelho(Montalegre),constituídoporcincoexemplaresdo

referidotipo.

A B S T R A C T Sevenmetallicaxesarestudied,ofwhichsixinbronze,collectedinthe19th

centuryinthearcofChavesandonefromSapiãos,regionofBoticas,probablyofcopper.The

axefromSapiãosisrelatedtotheIII/beginningoftheIImillenniumBC,thoughoneshould

registertheoccurrenceofsimilarartifactsinlatercontextsfromLateBronze,suchastheso-

calledtreasureofBaleizão(Beja).TheartifactscollectedonthearcofChaves,thoughwithout

apreciselocation,withtheexceptionoftwoaxesoftheFullBronzeAge,showthemining

Artefactos da Idade do Bronze da região de Chaves JOãOLUíSCARdOSO*

RAqUELVILAçA**

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andmetallurgicimportanceofthisregion,duringtheBronzeAge,inthesequencealready

registeredfortheChalcolithic,reinforcingtheindicationgivenbythealreadyknownarti-

facts.Thegroupiscomposedofthefollowingsubgroups:threeaxesofthetypeknownas

Bujões/Barcelos;a rareaxe fromtheReguengoGrande type, related toavariety thatLuis

MonteagudoreferstoasingleoccurrenceinVilaboa,Pontevedra;twodouble-ringaxespre-

servingthemeltingconesandproducedonthesameshaping,showingacommonorigin.

Thoughthepreciselocationofsuchaxesisnotknown,onecanconcludethatthetwodouble-

ringaxeswouldintegrateadepositsimilartothedepositsfromVilelaSecaandOuteiroSeco,

alreadyknownsincethedecadeof1940ontheworksofJ.S.P.deVillas-Bôas,thatalsoinclu-

dedtworingaxes.SimilarconclusioncanbeappliedtotwooftheaxesfromBujões/Barcelos

typesassuminglycomingfromLamadeArcos,giventhemorfologicsimilaritiesinbetween,

asituationalsonotedinthebibliography,andforwhichtheparadigmaticdepositwouldbe

AgroVelho(Montalegre),withfiveartifactsofthesametype.

1. Introdução

Porintermédiododr.JoséVicenteMontalvãoMachado,ilustreflavienseeconfradedeumdenós (J.L.C.)naAcademiaPortuguesadaHistória,aquemsedevemanteriores facilidadesnoestudodeumanotávelalabardadesílexrecolhidanoséculoXIXnaserradeBrunheiro(Santos&Cardoso,1999;Cardoso,2008),houveapossibilidadedeacederaumconjuntoinéditodecincomachadosmetálicos,sendoumpossivelmentedecobreeosrestantesdebronze,recolhidosnaáreadeChaveseconservadosporseuprimo,oArq.JoséLuísMontalvão,queteveaamabilidadedefacultarorespectivoestudoepermitirasuadivulgação.Esteconjuntofoiobjectodecomunicaçãoapresentadapeloprimeirosignatário,emnomedeambos,aoColóquioHistóriadeChaves,pro-movidopelaAcademiaPortuguesadaHistóriaemChaves,nodia24deMarçode2009.Talcomu-nicação propiciou, de parte de um dos presentes, o Senhor Capitão Fernando Pizarro Bravo, ainformaçãodepossuirdoismachadosdebronze,oriundostambémdoarodeChaves,quedesdelogoseprontificouacederparaestudo.Assim,esteestudointegrasetemachadosmetálicos,dediversastipologias,dosquaisumprovémdoconcelhodeBoticaseosrestantesdosarredoresdeChaves,aindaquedesprovidosdelocalizaçãorigorosa.

2. História dos achados

A informação sobre os locais destes achados e respectivas condições de recolha é escassa.Comosereferiu,deseissabe-seapenasqueprovêmdasproximidadesdeChaves;orestante,con-servaumaetiquetamanuscrita,queodácomoprovenientedeSapiãos,PontePedrinha,concelhodeBoticas,tendosidooferecidoemChavesem10deMaiode1888.

A falta de informações sobre as condições de achado deste tipo de peças é comum. Comefeito,correspondemquasesempredeachadosisolados,osquais,pelasuapróprianatureza,pas-sam muitas vezes de geração em geração, perdendo-se até a memória da proveniência. Outrasvezes,constituemconjuntos,maisoumenosnumerosos(osdesignados“esconderijos”),sujeitos,por sua vez a partilhas, resultantes do valor intrínseco de cada uma das peças que integram.OcasodosquatromachadospertencentesàcolecçãodoSenhorArquitectoJoséLuísMontalvãoédissoexemplo.

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Amaisantigareferênciaquesepoderepor-tar ao referido conjunto remonta a 1915: emcartadeJoséLeitedeVasconcelosaoseuamigoe discípulo Joaquim Fontes, datada de 21 deJulho,remetidadeChaves,ondeseencontravapara a realização de exames no Liceu daquelacidade,declaraquenãopôdeobter“4optimosmachadosdebronzeeoutrosdepedra”(Fig.1).A convicção que sejam os mesmos exemplaresque os agora estudados resulta de o facto, nacitadacarta,osmesmosseremassociadosàbelaalabardadesílex,que,comoagorasesabe,per-tencia à colecção reunida por José Homem deSousaPizarro,senhordaCasadeBóbeda,queincluía, deste modo, os machados de bronzeagoraestudados,osquais,porherançassucessi-vas,vierampararàpossedoactualproprietário,oSenhorArq.JoséLuísMontalvão.

quanto aos dois outros machados debronze,empossedoSenhorCapitãoFernandoPizarro Bravo, bisneto de José Homem deSousa Pizarro, pertenciam, segundo informa-çãoporsiprestada,aonumismata,EngenheiroeGeneralAntónioLuísGomesdeMoraisSar-mento.Trata-secertamentedosmesmosexem-plaresque,em1895foramnoticiadoscomotendosidoobservadosporaqueleilustreflaviense,achados perto da povoação de Lama de Arcos (concelho de Chaves), junto à capela de SantaMartaeporelecertamentedepoisadquiridos(Azevedo,1895,pp.130,131).

3. Enquadramento regional

AregiãodeChaveséricaemmachadosdebronze,mercêdaexistênciadejazidasdeestanhoedecobre, realidadequeédehámuitoconhecida, ecujaexploraçãoremontaaos tempospré--históricos(Fig.2).destemodo,seriapossívelaproduçãolocaldeligasbronzíferas,situaçãoqueseencontradocumentadaapartirdosfinaisdoprimeiroquarteldoIImilénio,talcomosedemons-trounaregiãominhota (Bettencourt,2000)e,maisrecentemente,naregiãodeTrás-os-Montesoriental,naestaçãodeFragadosCorvos,MacedodeCavaleiros(Senna-Martinez,2007).

JáLuisMonteagudo,noseumonumentalestudode1977,reportouaoMuseudeChavesumassinalávelnúmerodemachadosdebronze,distribuídospordiversastipologias,descobertosoca-sionalmentenaregiãodesdeofinaldoséculoXIXealidepositados(Monteagudo,1977).Alémdeachadosisolados,hánotíciadeoutrasdeposiçõesmetálicas,constituídasporconjuntosmaisoumenosnumerososdeartefactos.ÉocasododepósitodeVilelaSeca,actualmentenoMuseudeChaves,porofertadoPadreJosédoEspíritoSantoMartinsJorge,constituídopordoismachadosdetalãoeduasargolas,ummachadodealvadocomumaargola,umconedefundição,doisfrag-mentosdetalãoeumpequenolingoteemformademenisco(Villas-Bôas,1948).Oautordescreve

Fig. 1 ExtractoautógrafodecartadeJoséLeitedeVasconcelosaJoaquimFontes,datadadeChaves,de21deJulhode1915,dandocontadetertentadoobterváriosmachadosdebronze,algunsdosquaisagoraestudados.ArquivoHistóricodoINETI(Alfragide).

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as condições do achado, ocorrido emNovembrode1938,nolugardeBarrenhas,aquandodoplantiodeumavinha,àpro-fundidade de 0,70m, encontrando-se aspeças metálicas associadas a fragmentosdecarvão(Fig.3).Comefeito,aocorrênciade carvões em depósitos metálicos não éinvulgar,sendoprovávelquetalassociaçãoseriamuitomaiorcasofossemconhecidascom maior detalhe as condições específi-cas de cada ocorrência. Como exemplo,cita-se o caso do depósito de quinta doErvedal, entre Castelo Branco e Fundão,publicadopelomesmoautor(Villas-Bôas,1947).Nestescasos,oscarvõesfacilmentese associariam à visão tradicional destes

depósitosmetálicoscomo“esconderijosdefundidor”,relacionando-osaotrabalhodaforja—ideiaaliássuportadapelaprópriapresençadefragmentosdeartefactosouartefactosforadeuso,com-patíveiscomahipótesedeseremsucatapararefundição.Talhipótesetemvindoaserquestionada

as condições do achado, ocorrido emNovembrode1938,nolugardeBarrenhas,aquandodoplantiodeumavinha,àpro-fundidade de 0,70m, encontrando-se aspeças metálicas associadas a fragmentosdecarvão(Fig.3).Comefeito,aocorrênciade carvões em depósitos metálicos não éinvulgar,sendoprovávelquetalassociaçãoseriamuitomaiorcasofossemconhecidascom maior detalhe as condições específi-cas de cada ocorrência. Como exemplo,cita-se o caso do depósito de quinta doErvedal, entre Castelo Branco e Fundão,publicadopelomesmoautor(Villas-Bôas,1947).Nestescasos,oscarvõesfacilmentese associariam à visão tradicional destes

depósitosmetálicoscomo“esconderijosdefundidor”,relacionando-osaotrabalhodaforja—ideiaaliássuportadapelaprópriapresençadefragmentosdeartefactosouartefactosforadeuso,com-patíveiscomahipótesedeseremsucatapararefundição.Talhipótesetemvindoaserquestionada

Fig. 2 distribuiçãogeográficadasocorrênciasdecobreedeestanhonoterritorioportuguês(àesquerda),segundoaCartaMineiradePortugal,deA.Viana(1929),Lisboa,ServiçosGeológicosdePortugal,1952enaPenínsulaIbérica,segundoA.Coffyn(1985,Carte30).

Fig. 3 MateriaismetálicosdodepósitodeVilelaSeca,Chaves(seg.Villas-Bôas,1948,Lám.2).

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recentemente,atribuindotaispeçasadepósitosdecunhoritual,interpretandoapresençadecar-võescompráticadofogo,àquelesassociada.Recenteestudodeconjuntosobredepósitosmetáli-cosdaIdadedoBronze,apresentaadiscussãodemomentopossívelsobreosignificadodetaisconjuntos,combasenarespectivanaturezaecondiçõesdeocorrência(Vilaça,2006).

OutrodepósitodemachadosdebronzedaregiãodeChavesmencionadonoestudodeVillas--Bôasde1948éodeOuteiroSeco,constituídopordoismachadosdetalãoeduasargolas,masmunidosdetrêsnervuras,característicaquenãoseobservanosmachadosdeVilelaSeca,nemnosdoismachadosdeargolasagoradadosaconhecer.Umdelesencontrava-se,àépoca (1940),empossedodr.AntónioJúlioGomes,umdosfundadoresdoMuseudeChaves,semqueVillas-Bôastenha obtido autorização para o fotografar, tendo sido em 1977 registado por L. MonteagudonaqueleMuseu,designadopor“MuseudaRegiãoFlaviense”,ondehojeaindaseencontra.OoutrofazpartedascolecçõesdoMuseudeHistóriaNaturaldaFaculdadedeCiênciasdaUniversidadedoPorto,ondeH.N.Savorytambémoreferenciouem1951(Savory,1951)enãoparecemprovirdomesmomolde,tendoaliássidoutilizados,comoindicaaremoçãodoconedefundição.

Assim,dadaasemelhançaevidenteentreosdoismachadosdetalãoedoisanéisagorapubli-cados—certamenteproduzidosnomesmomolde,conservandoambos,osconesdefundição—élícitoconsiderá-loscomorepresentantesdeumterceirodepósitodaregiãodeChaves,oqual,comoosdoisanteriores,seriaconstituídosporumpequenonúmerodepeças.

Nasmesmascondiçõesestariaoachadodosdoismachadosplanos,dotipoBujões/Barcelos,maisantigosqueosanteriores,estejácomproveniênciaconhecidadesde1895,conformeacimasereferiu.

4. Tipologia e integração crono‑cultural

Ossetemachadosemapreçorepartem--seporcincoformas,segundoatipologiadeL. Monteagudo (1977), embora se tenhaexagerado,nalgunscasos,acriaçãodetipose de variantes aos mesmos, os quais nemsempreseencontrambaseadosemcritériosabsolutamenteclarosefacilmenteidentifi-cáveis.

Tipo 3 AO machado tipologicamente maisantigodoconjuntoagoraestudadoéoquefoirecolhidoemSapiãos,Boti-cas(Fig.4).Trata-sedeummachadoplano, em forma de cunha, com ogumeligeiramenteconvexo,desuper-fícierugosaeladosligeiramentebom-beados. É integrável no Tipo 3 A deMonteagudo, cuja distribuição geo-gráfica se caracteriza por assinaláveldifusãonoterritórioportuguês.

Fig. 4 MachadoplanodeSapiãos,Boticas.FotosdeJ.L.Cardoso;desenhodeB.L.Ferreira.

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Fig. 5 MachadoplanodetipoBujões/Barcelos,deLamadeArcos,Chaves.FotosdeJ.L.Cardoso;desenhodeB.L.Ferreira.

Fig. 6 MachadoplanodetipoBujões/Barcelos,deLamadeArcos,Chaves,encontradoconjuntamentecomoanterior.FotodeF.PizarroBravo;desenhodeB.L.Ferreira.

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Tipo 11 B 1Está representadopelosdois exemplares recolhidospertodapovoação deLamadeArcos.Trata-sedemachadoscurtos,degumelargoefortementeconvexo,embomestadodeconser-vaçãoecompatinaesverdeada(Figs.5e6).Umdeles(Fig.5)ostentaaparticularidadedeasextremidadesdogumeseremrematadasembicorevirado,talcomooexemplarn.º714deL.Monteagudo,atribuídoàProvínciadeOviedo.dadasasgrandesanalogiasentreambos,écrívelqueprovenhamdeumúnicodepósito,talcomoseverificanoutroscasos,dosquaisodepósito do Bronze Pleno de Agro Velho (Montalegre), é paradigma, ainda que todos osmachadosostentemcaracterísticasdiferentes.Aliás,ummachadodestedepósito(Teixeira&Fernandes,1963,Fig.3,n.º4;Monteagudo,1977,n.º720)éidênticoaoutrodosexemplaresagoradadosaconhecer(Fig.6).Adistribuiçãodestetiponoterritóriopeninsular,segundoL.Monteagudo,éescassa,masabarcavastasáreas,destacando-secontudoaconcentraçãodequatroexemplares,dosdezinventariados,noNortedoPaís.

Tipo 11 D 2Trata-sedeumbeloexemplarcompatinaverde,possuindoogumefortementeconvexo,eosbordoslateraisligeiramenteespessados,conferindo-lhesecçãomesialtransversalbicôncava.Asfacespossuemestriasirregulares,dedesenvolvimentolongitudinal,quepoderãoatribuir--seàsirregularidadesdomoldedepedraoudeargilaemquefoivazado.Ogumeapresenta-seregularizadopormartelagemeaextremidadeoposta(talão)evidenciamarcasdepercussão(Fig.7).

Fig. 7 MachadoplanodotipoBujões/Barcelos,doarodeChaves.FotodeF.PizarroBravo;desenhodeB.L.Ferreira.

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Adistribuiçãogeográficapeninsulardestavariantecircunscreve-seessencialmenteaonoro-estepeninsular,integrando-seoexemplaremapreço,conjuntamentecomoutrojáconhecidodaregiãodeChaves,namanchadedispersãocorrespondente.dopontodevistacronológico--cultural,esteexemplar—quesejuntaaoutro,damesmaregião,pertencenteàscolecçõesdodoMuseudeHistóriaNaturaldaFaculdadedeCiênciasdaUniversidadedoPorto(Monte-agudo,1977,n.º753)—éatribuível,talcomoosdoisanteriores,aoBronzePleno,cercadosegundoquartelameadosdoIImilénioa.C.Correspondeaotipousualmentedesignadopor“machadosdetipoBujões-Barcelos”.

Tipo 30 EEstetipoencontra-serepresentadonacolecçãoemapreçoporumbeloexemplardepatineverdeescura(Fig.8)eéextremamenteraro,poisL.Monteagudoapenasinventariaumexem-plar de Vilaboa, Pontevedra. diferencia-se do Tipo 30 C, para o qual se conhecem muitoescassosexemplaresanívelpeninsular(Fig.9),quasetodosanortedoTejo(Coffyn,1985,Carte33),pelofactodeotalãoseencontrardelimitadoporrebordorectilíneo,enãoarque-ado,comoseverificanesteúltimotipo,usualmentedesignado“TipoReguengoGrande”,dalocalidadeepónimadoconcelhodeLourinhã.AmbosostiposseintegramnoBronzePleno,podendoadmitir-secomoantecedentesimediatosdosmachadosmunidosdeargolas,comunsnoBronzeFinal.

Fig. 8 MachadodetalãodotipoReguengoGrande,doarodeChaves.FotodeJ.L.Cardoso;desenhodeB.L.Ferreira.

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Fig. 9 MachadosdotipoReguengoGrandedoterritórioportuguês,segundoL.Monteagudo(1977),incluindooúnicomachadoatéagorareportadoàvarianteidentificadaemChaves(Monteagudo30F),provenientedocastrodeVilaboa(Pontevedra),erespectivadistribuiçãogeográfica.

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Tipo 29 AEstetipoé,noconjuntodostiposidentificadosporL.Monteagudo,umdosmaisabundan-tesnonoroestepeninsular,atingindoocentrodePortugal.Caracteriza-seporumcorpodefaceslisas,desprovidasdenervuras,eporumasecçãocomosladosbombeados,decontornosub-hexagonal.Osdoisexemplaresorapublicadosconservamoconedefundição,provadequenãoforamutilizadoseevidenciamtersidofabricadosapartirdomesmomolde,oquepoderáindiciarfazerempartedeumúnicodepósito,comoatrássereferiu(Figs.10e11).dopontodevistacronológico,trata-sedeexemplarestípicosdoBronzeFinal,situando-seasuaproduçãonoprimeiroquarteldoImilénioa.C.

doestudotipológicoapresentado,conclui-seque,doscincoexemplaresemestudo,quatrosituam-senoBronzePleno,doisnoBronzeFinaleumemépocaindeterminada—omachadodeSapiãos—podendoremontaràIdadedoCobre,hipótesequesóumaanáliseàligametálicadequeéfeitopoderiaesclarecer.

5. Breves comentários sobre o povoamento da região de Boticas e de Chaves no Calcolítico e na Idade do Bronze

NaregiãodeChavesedeBoticas,abundamosvulgarmentedesignados“machadosplanos”de cobre, conforme atestam os conservados no Museu de Chaves, ilustrando um forte povoa-mentonodecursodoCalcolíticoeiníciosdaIdadedoBronze,cronologicamentesituávelaolongodetodooIIImilénioa.C.,atingindoosiníciosdomilénioseguinte.Contudo,atipologiadecertosmachadospodeterperduradomilénios:éoqueindicaostrêsmachadosplanospertencentesaochamado“tesourodeBaleizão”,quenãodestoariamemqualquerconjuntocalcolítico,apesarde,nocaso,pertenceremaoBronzeFinal(Vilaça&Lopes,2005),amenosquesetratedeassociaçãodepeçasdedistintacronologia,talcomooutrosexemplosconhecidos.ÉocasodoCasaldosFiéisdedeus(Bombarral),queconjugamateriaistípicosdefinaisdaIdadedoBronzecomumpunhaldelinguetaecomposiçãoquímica(98,5%decobre),aspectosestesanacrónicosrelativamenteaosdemaisobjectos(Melo,2000).Outroscasossãoconhecidos,queremterritórioportuguês,quernoresto da Europa, onde se encontram objectos de cronologia pluri-secular ou até mesmo pluri-milenar depositados num único local, problemática recentemente discutida (Vilaça, 2006). Nocaso de Baleizão, desconhece-se por ora a composição da liga metálica dos três machados, talcomonocasodoexemplardeSapiãos,peloquenãoéviável,demomento,consideraçõesmaisdesenvolvidas.

NostrêspovoadoscalcolíticosdaregiãodeChavesqueforamobjectodeescavaçõesnosanosoitentadoséculopassado—VinhadaSoutilha,S.LourençoePastoria—eondeforamidentifica-dostestemunhosmetálicosrepresentadosporproduçõesdecobrearsenical,apenasnopovoadodeS.Lourençoseidentificouummachadoplano.Comefeito,taispeçassurgem,comoasdaIdadedoBronze,viaderegraforadecontexto,emresultadodedescobertasacidentais.

OmachadoplanodeS.Lourenço,cujatipologiaéclaramentecalcolítica,encontra-seincom-pleto,efoipelaprimeiravezreferidoporF.RussellCortez,informandoque,conjuntamentecomoutrosartefactosdecobre,tambémcalcolíticos,foramoferecidosaoMuseudeChavespelodr.Fran-ciscodeMoura(Cortez,1949,p.5,1950,p.153).EsteexemplarfoireproduzidoporL.Monteagudo,queodáaindacomoalidepositado,classificando-onoseuTipo5A(Monteagudo,1977,n.º343)onde,porém,jánãofoivistoporS.OliveiraJorge,queinformousereledecobrearsenical,fazendo

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Fig. 10 Machadodetalãoeduasargolas,conservandooconedefundição,doarodeChaves.FotodeJ.L.Cardoso;desenhodeB.L.Ferreira.

Fig. 11 MachadodetalãoeduasargolasdoarodeChaves,conservandooconedefundição,provavelmenteencontradoconjuntamentecomoanterior.FotodeJ.L.Cardoso;desenhodeB.L.Ferreira.

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umhistorialdomesmo(Jorge,1986,p.395).Assim,osdoismachadosdotipoBujões/Barcelos(Figs.4e5),dadoscomoprovenientesdeS.Lourenço,nãoserelacionamnecessariamentecomopovoadopré-históricodomesmonome,ondefoiunicamenteidentificadaumapresençacalcolítica.

devem ainda mencionar-se outros sítios com ocupação calcolítica, como o Outeiro Seco(Jorge,1986,p.822)ouodesignado“castrodoBrunheiro”(Cortez,1949,p.4,1950,p.150),porseremcoevosdasprimeirasproduçõesmetálicasregistadasnaregião.

Aactividademetalúrgicamanteve-seimportantenoBronzePleno,comosecomprovapelaabundânciadeproduções reportáveis,globalmente,aosmachadosdotipo“Bujões/Barcelos”,aque pertencem três exemplares dos agora estudados, ainda que não seja do conhecimento dosautoresqualquersítiodepovoamentodestaépocanaregião,certamenteporfaltadetrabalhosorientadosparaasuaidentificação.Comefeito,noqueserefereatestemunhosdepovoamentopós-calcolítico, tantonaregiãodeSapiãos,doconcelhodeBoticas, comonaregiãodeChaves,existemnumerososcastroscompresençasconfirmadasnaIdadedoFerro,masquepoderiam,pelomenosemalgunscasos,terconhecidoocupaçõesanteriores.Naprimeiradasreferidasregiões,sãoexemploocastrodeSapelos,ocastrodoMuroeocastrodoCabeço-Granja,todoscartografadosedoisdelesdescritos(SapeloseCabeço-Granja)combaseemreconhecimentosdeterreno(MirandaJúnior&alii,1983).Emboraseadmitaquequalquerdelespossaterumaocupaçãoanterior,daIdade do Bronze, ou mesmo de época calcolítica, não é possível, porém, relacioná-los com omachadoplanoagorapublicado,apesarderemontaremaoséculoXIXosregistosmaisantigos,decaráctercientífico,decastrosdoconcelhodeBoticas,comoéocasodeumcastroreferenciadonummanuscritode16deAgostode1880docolectorJoséMartins,aoserviçodaSecçãodosTra-balhosGeológicos,acercade1000mdeSapeães/Sapiãos(Santos,1969,p.208).

TalsituaçãoéextensivaaoconcelhodeChaves,ondesereconheceram,desdeoséculoXIX,elevadonúmerodecastrosdaIdadedoFerro,recentementeinventariadosemmonografia(Mar-tins,s/d).NaáreadeOuteiroSeco,encontra-sereferenciadoocastrodeSantanae,emVilelaSeca,umoutro(Silva,1986,p.91).Na2.ªediçãodatesededoutoramentodeArmandoCoelho(2007),onúmerodecastrosatribuídosaChavesfoireduzidopara23(anteseram46)eocastrodeSantanadesapareceu(oué-lhedadoumnomediferente?).Mas,talcomonocasoanterior,épororaimpos-sívelrelacionarqualquerdelescomosachadosisoladosdemachadosdebronze,incluindoosagorapublicados,oumesmocomosdoisdepósitosconhecidos(VilelaSecaeOuteiroSeco),cujalocali-zaçãoactualnãoépossíveldeterminarcomrigor.

destemodo,seráinteressante,nofuturo,procurarrelacionar,deformamaisprecisa,ariquezadeproduçõesbronzíferascomamalhadepovoamentoreconhecidanaregião,paraoqueéindis-pensávelobtermaiselementossobreacronologiadaocupaçãodosreferidoscastros,poisémuitopossívelque,sobostestemunhosdaIdadedoFerro,sevenhamaencontraroutros,remontandoàIdadedoBronze,àsemelhançadoverificadoemalgunsdoscastrosqueforamobjectodeescava-çõesnasúltimasdécadas.

Agradecimentos

Aossenhoresdr.JoséVicenteMontalvãoMachadoeArq.JoséLuísMontalvão,pelosbonsofícios,dapartedoprimeiro,conducentesàoportunidade,pelosegundoconcedida,paraoestudodosmachadosqueconservacomoacervofamiliar.

AosenhorCapitãoFernandoPizarroBravo,pelaprontacedênciaparaestudodedoisdosmachadosdequeédetentor.

Artefactos da Idade do Bronze da região de Chaves João Luís Cardoso | Raquel Vilaça

REVISTA PORTUGUESA DE Arqueologia. volume 11. número 2. 2008, pp. 41–54 53

Àsenhoradr.ªLauraAfonso,pelosbonsofícios,juntododirectordoMuseudaRegiãoFlaviense, senhor dr.Jorge Leite, e a este último, conducentes ao envio de fotos de todos osmachadosmetálicosqueseconservampresentementenaquelainstituição,prontamenteremeti-das,apesardasdificuldadesdetaloperação,naaberturadasvitrinasondetaispeçasseencon-tramexpostas.

AosenhordoutorMiguelMagalhãesRamalho,àépocaVice-PresidentedoINETI,porterautorizadooestudodoacervoepistolarrecebidopeloProf.JoaquimFontes,entreoqualsecontaacartadeJoséLeitedeVasconcelos,parcialmentereproduzidanestetrabalho.

NOTAS

* UniversidadeAbertaeCentrodeEstudosArqueológicosdoConcelhodeOeiras(CMO).

** InstitutodeArqueologiadaFaculdadedeLetrasdaUniversidadedeCoimbraeCEAUCP(FCT).

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