artefacto b&c beach&coutry08

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08 UNIVERSO B&C O PRAZER E A IMPORTÂNCIA DE COLECIONAR PERFIL MÁRCIO KOGAN CONFISSÕES O MAESTRO QUE COLECIONA SUPERAÇÕES

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Projeto Editorial realizado na J3P Propaganda. Acabamento; Miolo couché fosco 150g, Capa lâminação fosca, hot stamping no logo.

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Page 1: Artefacto B&C Beach&Coutry08

08

UNIVERSO B&CO PRAZER E A IMPORTÂNCIADE COLECIONAR

PERFILMÁRCIO KOGAN

CONFISSÕESO MAESTRO QUE COLECIONA SUPERAÇÕES

Page 2: Artefacto B&C Beach&Coutry08

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1. Eduardo Machado2. Cidade de Coimbra, em Portugal3. Escultura de Brennand no marco zero em Recife, Pernambuco

4 | OUTUBRO 2011

AGRADECIMENTOS

Este é o último número em que divido a criação desta revista, um projeto que me emocionou e entusiasmou desde sua gênese. Despedir é uma pa-lavra não muito adequada para a troca que estou fazendo; escolho voltar a ser empreendedor – tenho o sangue português de meus pais, a inquie-tação dos descobridores. Volto à cidade de Recife não para redescobri-la, mas sim para reconquistá-la – o que é muito mais difícil, e por isto mesmo um prazeroso desafi o, afi nal de contas, sou pernambucano. Volto aos domínios de Maurício de Nassau, de Gilberto Freyre, de Ariano Su-assuna – este, meu professor de estética quando ainda cursava fi losofi a pura. Portanto, retorno a minha terra como orgulhoso franqueado ( junto a Wair, meu sócio nos negócios e na vida) da Artefacto Recife. Porém, como descobridor, continuo bandeirante – ou seja, divido meu tempo entre Re-cife e São Paulo, agora como galerista, sócio da grande marchand Monica Filgueiras, que confunde-se com o mercado de arte brasileiro.A todos vocês, meus amigos: esta não é uma despedida, ainda estarei com vocês, estou apenas ampliando meus horizontes. E ao Sr. Albino Bacchi, meu eterno reconhecimento, minha amizade e meu amor pela sua empresa, a Artefacto.

Eduardo Felipe Fernandes MachadoEduardo Felipe Fernandes Machado

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3.

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Albino Bacchi - Fundador ArtefactoDiretoria Artefacto Beach&Country

Bráulio BacchiDiretor-Executivo Artefacto

Paulo BacchiCEO Internacional Artefacto

Pedro TorresSuperintendente

Wair de PaulaDiretor de Criação

Projeto Editorial

PUBLISHING

Rua Artur de Azevedo, 560 - Pinheiros - SP - 05404-001 Tel.: (55 11) 2182-9500 - www.j3p.com.br

Fabio PereiraDiretor de Criação

Cesar RodriguesProjeto Gráfi coDireção de Arte

Chico VolponiGerente de Custom Publishing

Iana MerisseAssistente de Arte

Luciana FagundesRevisão

Ana Luiza VaccarinArte Final

Giuliano PereiraDiretor Responsável

Helena MontanariniRedação e Edição

Giuseppe NardelliJornalista

Paulo BrentaFotógrafo

Diego MakulPublicidade

[email protected]

Executivas de conta Cindy Vega

Clarice MattielloElisangela Lara

ColaboradoresAdilson Rocchi, Ailton Alves, Carlos Zaluski, Cesar Rodrigues, Edison Garcia,

Fabio Augusto, Fabio Novaes, Felipe Filizolla, Mariane Thamsten, Marilia Teixeira, Meire Silva, Miriam Perdigão, MônicaGalvani, Nabi Neves, Rejane Zaverucha, Ricardo Amaral, Tânia Rodrigues, Carla Dutra (Neiva Assessoria).

EXPEDIENTE

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1. Wair de Paula2. Quadro de Carlos Araújo3. Coleção de joias étnicas de Tereza Collor

10 | OUTUBRO 2011

CARTA AO LEITOR

Estamos no número 8 e, na mitologia egípcia, Anubis é a representação má-xima deste número. Uma de suas atribuições divinas é fazer o julgamento dos mortos através de uma balança em que, em um dos pratos, é colocado o coração do iniciado, e no outro, uma pena. Um poético simbolismo indican-do que, para o bom iniciado, um coração não pesa mais do que uma pena – daí a importância da pureza na evolução do homem. Nossa oitava capa mostra dois robozinhos, aparentemente destituídos de coração, em contra-ponto à suave expressão metálica de seus rostos, pois neste número enfoca-mos o colecionismo, uma das manias do ser humano, cujo significado rege “uma reunião de objetos escolhidos por sua beleza, raridade ou valor”. Se pensarmos na biblioteca de José Mindlin, o termo valor ganha uma nova dimensão. Se formos para a coleção de joias de Thereza Collor, o adjetivo belo recebe um novo tamanho. A “Vozoteca”, projeto genial e generoso de Luiz Kawal, traduz raridade como questão de fé, fé manifestada através das pinturas de Carlos Araújo. Então, percebemos que a manifestação do ato de colecionar é trazer para o mundo físico expressões que nos são caras – a infância, a beleza, a cultura, a arte – e, ao mesmo tempo, tentar aprisioná-las numa esfera de fé, fé na evolução e na importância da pureza desta. E este número foi pensado por e para Eduardo, colecionador de duas coisas que lhes são preciosas – vidros antigos e amigos.

Wair de Paula

1. 2.

3.

Page 11: Artefacto B&C Beach&Coutry08

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14 | O U T U B R O 2 0 1 1

32UNIVERSO B&C

O desejo de colecionar dos seres humanos

38ESPECIAL

COLECIONADORESA arte de colecionar com classe

50LEITURA

Fanny Abramovich traça um perfi l de quem coleciona

52À MESA

Rodeio: a tradição do churrasco em família

ÍNDICE

64CONFISSÕES

João Carlos Martins: maestro da própria vida

Page 15: Artefacto B&C Beach&Coutry08

O U T U B R O 2 0 1 1 | 15

72MODA

Um brechó chique onde quem procura, acha

78TRILHA SONORA

O coração de um colecionador que tem roque nas veias

90BÚSSOLA

Os encantos e delícias do nosso vizinho Uruguai

102REFÚGIO INTERNACIONALHospedagem com requinte, num

hotel de classe

114DNA

O acervo de José Mindlin ao alcance de todos

134HOBBY

Empresários que brincam de colecionar brinquedos

118ARTE

Carlos Araújo: o artista que pintaa palavra de Deus

THE LOOK OF HOME

58. MARIO BRASIL108. GILBERTO ELKIS112. DENISE BARRETO126. ADRIANO AMADO

82PERFIL

Márcio Kogan: um arquiteto que planejou a própria vida

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Page 19: Artefacto B&C Beach&Coutry08

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Page 20: Artefacto B&C Beach&Coutry08

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Page 26: Artefacto B&C Beach&Coutry08

2. Studio de Campo Fernando Piva

3. Jantar do CampoRoberto Negrete

05. Varanda de praiaSérgio Paulo Rabello

06. Loft ContemporâneoDavid Bastos

07. LiVinG do CHaLÉDébora Aguiar

08. GaLeria de CampoLuciana Coelho

09. SaLa Íntima de praiaPaola Ribeiro

10. Quarto de HóSpedeSde praia

Marcus Vinícius Pasciência

11. eSpaço GourmetJayme Bernardo

12. famiLy room praiaMarília Caetano

13. dormitório em Varanda de praia

Rosane Aguiar

14. praiaCamila Valentini

15. dormitório de CampoLeticia Ruivo

16. SaLa de aLmoço “areS de toSCana”Cilene Monteiro Lupi

17. SaLa de LeituraGustavo Jansen

18. LiVinG de CampoSelma Tammaro

19. SaLa de aLmoço de faZendaRubens Leme

20. mini LoftFernanda Marques

21. eStufaAna Maria Vieira Santos

1. Vitrina04. LaVaBo, SaLa de

Leitura e JoGoS “CHina Contemporânea”

Marcelo Mujalli

Page 27: Artefacto B&C Beach&Coutry08

22. Varanda GourmetDeborah Roig

23. GaZeBoRogério Ribas

24. Varanda e JardimAlessandra Castro

25. eSpaço unifamiLiarRicardo Pernet

26. pátio da ViLaBianka Mugnatto

27. a VarandaMonica Larsson e Inah Mantovani

28. terraço marroQuino

Rute Stédile

29. CafÉLucas Alvarez e José Manuel Maia de Almeida

30. LounGe externoPatricia Anastassíadis

31. terraço do SHowroomGilberto Elkis

32. terraçoLídia Damy Sita

33. e 34. terraçoFábio Galeazzo

35. terraço ÍntimoSimone Gother

36. terraçoChris Hamoui

37. terraçoMarcelo Faisal

38. terraçoJosiani Sabino

39. terraçoFernanda Abs e Fred Benedetti

Page 28: Artefacto B&C Beach&Coutry08

Tƒ RREO

DO Tƒ RREO AO TERRA‚ O, AQUI VOCæ ENCONTRA TODOS OS AMBIENTES DA B&C EM SEUS DEVIDOS LUGARES.

Page 29: Artefacto B&C Beach&Coutry08

PAVIMENTO SUPERIOR 01. marcelo mujalliVitrina02. fernando pivaStudio de Campo 03. roberto negreteJantar do Campo04. marcelo mujalliLavabo, Sala de Leitura e Jogos “China Contemporânea”05. Sérgio paulo rabelloVaranda de Praia06. david BastosLoft Contemporâneo07. débora aguiarLiving do Chalé 08. Luciana CoelhoGaleria de Campo09. paola ribeiroSala Íntima de Praia10. marcus Vinícius pasciênciaQuarto de Hóspedes de Praia11. Jayme Bernardo Espaço Gourmet12. marília CaetanoFamily Room Praia13. rosane aguiarDormitório em Varanda de Praia14. Camila ValentiniPraia15. Leticia ruivoDormitório de Campo16. Cilene monteiro LupiSala de Almoço “Ares de Toscana”17. Gustavo JansenSala de Leitura18. Selma tammaroLiving de Campo19. rubens LemeSala de Almoço de Fazenda20. fernanda marquesMini Loft

21. ana maria Vieira Santos Estufa22. deborah roigVaranda Gourmet23. rogério ribas Gazebo24. alessandra CastroVaranda e Jardim25. ricardo pernetEspaço Unifamiliar26. Bianka mugnattoPátio da Vila27. monica Larsson e inah mantovaniA Varanda28. rute StédileTerraço Marroquino29. Lucas alvarez e José manuel maia de almeidaCafé30. patricia anastassíadisLounge Externo31. Gilberto elkisTerraço do Showroom32. Lídia damy SitaTerraço33. fábio GaleazzoTerraço34. fábio GaleazzoTerraço35 Simone GotherTerraço Íntimo36. Chris HamouiTerraço37. marcelo faisalTerraço38. Josiani Sabino Terraço39. fernanda abs e fred BenedettiTerraço

Page 30: Artefacto B&C Beach&Coutry08

PAVIMENTO DO TERRA‚O

Page 31: Artefacto B&C Beach&Coutry08

O U T U B R O 2 0 1 1 | 31

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Page 32: Artefacto B&C Beach&Coutry08

COLECIONISMO

1.

E m abril deste ano, o Museu de Artes Decorativas de Paris abriu suas portas para abrigar a maravilhosa coleção de carros de Ralph Lauren. O estilista americano, mais conhecido por suas

camisas com o emblemático jogador de polo bordado no peito esquerdo, fi gura entre um dos maiores colecionadores de carros históricos da atu-alidade. Entre exclusivíssimas Ferraris, Bugattis e Mercedes Benz fi gura um Bentley Bower de 1929, imortalizado por Ian Fleming em uma das primeiras histórias do agente 007. Outra joia da coleção é uma McLa-ren exclusiva, de um modelo no qual só foram produzidas outras quatro unidades. A coleção, exibida pela primeira vez em um museu de Boston em 2004, tornou-se o livro Speed, Style and Beauty: Cars from the Ralph Lauren Collection. Lauren conta na abertura do livro que considera seus brinquedinhos uma forma de arte móvel.

O prazer e a importância do ato de colecionar

POR Felipe FiliZOla FOTOS diVUlGaÇÃO

UNIVERSO B&C

Page 33: Artefacto B&C Beach&Coutry08

Alguns exemplares da coleção de automóveis, de Ralph Lauren:1. Jaguar XKSS, 19582. Jaguar XKSS, 19553. Mercedes Benz SSK, 19284. Jaguar XKSS, 1957

O U T U B R O 2 0 1 1 | 33

Ainda que Ralph esteja longe de fi gurar no Guiness Book como o colecionador com maior número de veí-culos no acervo ou como o dono da coleção de carros mais valiosa do mundo (título detido provavelmente por algum sheik árabe), seus carros impressionam pela exclusividade e consistência. Essas duas característi-cas, somadas ao fator sentimental e contextual de cada peça, são elementos determinantes na importância de uma coleção. A curadoria do colecionador e a dedica-ção ao garimpo de novas peças é fundamental para di-tar o escopo de seu acervo.

Na década de 30, o empresário e fi lantropo Solomon R. Guggenheim abriu uma fundação homônima para abrigar as obras de arte que adquiriu ao longo da vida. Detentor de obras dos grandes mestres clássicos, encontrou na fundação um modo de exibir pinturas e esculturas para quem quisesse apreciá-las. No entanto, o auge da Fundação Guggenheim se deu com a dedicação e curadoria de sua sobrinha Peggy, amante de arte moderna e contemporânea. Considerada a maior mecenas do século XXI, ela adquiriu, entre 1938 e 1979, obras dos artistas contemporâneos mais importantes, como Pablo Picasso, Georges Braque, Fernand Léger, Wasili Kandinsky, Paul Klee, Marc Chagall e Kurt Schwitters. Peggy, que descobriu Pollock e foi casada com Max Ernst, é a responsável pelo acervo do Guggenheim em Veneza, um dos cinco museus da Fundação. A importância deles é unânime, já que juntos representam a mais considerável coleção de obras do século passado, em se tratando de quantidade, diversidade e consistência. Isso não seria possível sem o espírito colecionador da família. >>

2.

3.

4.

Page 34: Artefacto B&C Beach&Coutry08

Peggy, responsável pelo acervo do Guggenheim, em Veneza.1. Kandisky, Fragment 2 for Composition VII, 1913

2. Picasso, A Passadeira, 19043. Jackson Pollock, nº 5, 1948

4. Convite da exposição de obras de Peggy Guggenheim, em Veneza - março/2011

1.

2.

3.

4.

34 | O U T U B R O 2 0 1 1

UNIVERSO B&C

Page 35: Artefacto B&C Beach&Coutry08

O U T U B R O 2 0 1 1 | 35

Coleções de A (utógrafos)a Z (ippos)Coleções de

(ippos)Coleções de

O desejo de colecionar é da natureza dos seres humanos. Ainda que poucos possam ter uma frota de carros antigos milionários como Ralph Lauren ou investir em obras como Peggy Gugge-nhein, o desejo de acúmulo de bens materiais é um dos hobbies mais comuns entre as pessoas. De livros a isqueiros, de canetas a selos, de papéis de carta a moedas, coleções nos remetem a um tipo de consumo diferente do simples acúmulo. Colecionadores costumam criar vínculos sentimentais com as peças coleciona-das. Veem no seus acervos a representação de uma conquista, o sucesso de uma busca ou a memória de um momento. São aque-les itens mais difíceis de serem adquiridos ou encontrados, são seus grandes troféus.

Muitas vezes, a natureza do objeto colecionado é algo relati-vamente banal, como caixinhas de fósforos ou lápis, mas para quem os coleciona, o signifi cado de cada peça é muito maior do

que sua própria função. Função, aliás, é um paradoxo para cole-cionadores, já que muitas vezes os itens de uma coleção devem deixar sua funcionalidade de lado, de modo que se preserve a integridade física de cada peça.

O próprio crescimento de um acervo também pode diminuir a utilização de cada item. A ex-primeira-dama fi lipina Imelda Mar-cos, por exemplo, mal tinha tempo de utilizar sua coleção de três mil pares de sapatos. Para que ela conseguisse exibir em seus pés cada modelo ao menos uma vez ao ano, teria que trocar mais de oito vezes por dia seus calçados, um feito pouco provável. Nem por isso deixava de adquirir novos pares a cada oportuni-dade. Há dez anos, depois de retornar do exílio político sofrido após a morte de seu marido, abriu o próprio museu em Marikina, cidade fi lipina, que por motivo não surpreendente ganhou o ape-lido de capital dos sapatos. >>

Peggy Guggenheim Collection, Museum Veneza

Page 36: Artefacto B&C Beach&Coutry08

36 | O U T U B R O 2 0 1 1

A história que ganha vidaEssa obsessão por acúmulo de um tipo específi co de objetos é no mínimo curiosa. Milhares de museus pouco conhecidos ao redor do mundo surgiram como solução para abrigar coleções que já não tinham mais espaço físico adequado, como o curioso Sticker Museum & Galerie, em Berlim, que reúne cerca de 25 mil adesivos garimpados ao redor do mundo pelo seu fundador.

Com este mesmo pensamento, em 1846, James Smithson abriu uma fundação para abrigar sua vasta coleção de arte. Hoje con-siderada a maior coleção do mundo, o Smithsonian Foundation reúne 19 museus, 168 museus afi liados (que abrigam objetos que não cabem nos museus da Fundação), 9 centros de pesquisa e um zoológico.Com base em Washington DC, capital americana, a Fundação di-vidiu sua coleção por temas como arte americana, arte africana, tecnologia do ar e espaço, retratos, botânica, história natural, ani-mais e artes industriais, entre várias outras. Para se ter uma ideia, em agosto de 2011, a Fundação tinha em atividade 233 exposições

físicas simultaneamente, além de todo o acervo permanente! A importância de grandes coleções percorre a história, como a Bi-blioteca de Alexandria. Inaugurada cerca de 3 séculos antes de Cristo por um faraó, ela perdurou até a Idade Média, quando foi destruída completamente por um incêndio casual. O acervo reu-nia grande parte dos registros da história do mundo que foram apagados para sempre. No Renascimento Italiano, a família me-cenas Médici, com seu ímpeto colecionista, foi a responsável por fi nanciar obras dos principais artistas da época como Leonardo da Vinci e Michelangelo. Sem sua paixão por arte e compulsão em possuir uma diversidade de obras maior do que as famílias rivais, talvez hoje o Louvre parisiense não atraísse tantos turistas à procura do enigmático sorriso da Monalisa.

Qualquer que seja o motivo que estimule uma pessoa a cole-cionar um tipo específi co de objetos, é inegável que este ato pra-zeroso para o colecionador possa se transformar em um meio de disseminação cultural com o passar do tempo.

UNIVERSO B&C

Smithsonian Foundation, Washington DC

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F igurinhas, tampinhas, livros, discos, obras de arte e muito mais. Estes são alguns dos objetos do desejo de pessoas que encontram no hábito de colecionar uma maneira dife-

rente de entretenimento e estudo. Para alguns, colecionar também pode ser sinônimo de busca, de garimpar coisas raras. Para outros, o ato refl ete o desejo de se transformar num detetive, de ir atrás do inusitado. Vários também utilizam suas coleções como forma de estudar a origem dos povos. Este é o caso da empresária Thereza Collor que, através de uma coleção de joias étnicas, aprende e ensi-na como se comportavam e viviam os habitantes de tribos distantes.

Um meio de conhecer a atividade social de uma geração tam-bém está incorporado nas obras de arte. Pinturas, porcelanas e mobiliário exemplifi cam de uma forma concreta a cultura de uma geração. E foi através destes objetos que o antiquarista João Pe-drosa encontrou uma forma de aproximar-se do passado, sem dei-xar de lado o futuro. Assim como Pedrosa, muitos outros colecio-nadores descobriram que colecionar também pode gerar lucros.

COLE-CIONA-DORES

Eles comercializam, trocam e recebem os objetos como doação. Existem os que buscam os sons da humanidade. A coleção de vo-zes reunida na Vozoteca impressiona pelo ineditismo das músicas e discursos realizados por grandes celebridades da história hu-mana. Mas reunir tantos objetos raros e não compartilhá-los com outras pessoas pode ser sinônimo de egoísmo e de obsessão. Pelo menos é o que explica a escritora – e colecionadora de memórias – Fanny Abramovich.

Ficou curioso? Então nós, da Beach&Country, vamos levar você ao mundo enig-mático e fantástico dos colecionadores, que percorrem quilôme-tros em busca do mais raro objeto do desejo, nem que este seja apenas um brinquedo antigo. Colecionar é voltar no tempo; é fa-zer um resgate da infância, dos tempos passados que foram con-cretizados em pequenos objetos que contam por si só toda uma história de vida. >>

Garimpeiros modernos em busca do passado

POR GiUseppe NaRdelli

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coleção de porcelanas de João Pe-drosa

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Coleção de porcelanas de João Pedrosa

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COLECIONAR OBJETOS FOI UM COSTUME QUEThereza Collor adquiriu desde criança. Conta ela que, quando pequena, em Alagoas, tinha coleção de con-chas, fi gurinhas e selos.

Com o passar dos anos o gosto pelos objetos guarda-dos foi se sofi sticando: “Passei a colecionar joias étnicas a partir de uma viagem que fi z do Oriente Médio até o Irã. Acabei trazendo peças ligadas às etnias e me en-cantei”. A partir de então, Thereza começou a reunir um grande número de objetos étnicos que retratam toda a história de um povo. “As joias étnicas revelam uma identidade cultural, as lembranças, os costumes, as tra-dições de uma geração e a trajetória de um povo”, expli-ca. Hoje, seu acervo com mais de 2 mil peças – feitas em diversos materiais como couro, sementes e prata – ocu-

Thereza Collor estuda a etnia dos povos através de sua coleção de joias artesanais

JOIA RARApa um espaço de destaque em sua casa e em sua vida. Além disso, elas são usadas como amostras históricas de várias etnias num projeto cultural que ela desenvolve com o apoio do Ministério da Cultura. “Através dessas joias é possível mostrar para o público as diferentes ma-neiras de viver, adornar-se e interagir de povos que, em grande maioria, estão perdendo sua identidade cultural, seja por serem minorias ou por terem sido afetados pela globalização", destaca.

Alagoana de coração, Thereza Collor adotou São Pau-lo, há 10 anos, como sua segunda terra. Além de empre-sária, ela é historiadora e desenvolve vários projetos cul-turais. Um de seus próximos objetivos é tirar do papel um projeto que pretende mostrar a coexistência entre árabes e judeus no Oriente Médio e Norte da África. >>

Ensinar a história de povos distantes através povos distantes através

de joias étnicas

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JOÃOPEDROSA

Conhecido por sua excentricidade, o antiquarista reúne uma das mais ricas coleções de arte decorativa do país

COLECIONADOR DE OBJETOS RAROS DESDE OS 12 ANOS de idade, João Pedrosa orgulha-se, hoje, de ter cerca de oitocen-tas peças em seu acervo pessoal. São cerâmicas, porcelanas, telas, arte primitiva e contemporânea, charges, mobiliário e muitos ou-tros objetos relacionados com arte decorativa que o marchand e jornalista garimpa em feiras, leilões, antiquários e lojas no Brasil e ao redor do mundo. "Colecionar, para mim, signifi ca caçar, ir em busca do inusitado, daquilo que ninguém tem. Isso me fascina e por isso, sempre que posso, adquiro uma coisa ou outra que acre-dito ser inédita", confessa João.

Entre as raridades de sua coleção está uma tela de John Graz - um dos maiores designers norte-americanos do começo do sé-culo XX. A tela, datada de 1978, é uma das poucas pinturas abstra-tas feitas por Graz. E um abajur que era do seu avô e foi herdado de seu pai. Em formato de capacete, a peça em madeira e vidro é signifi cativa, pois a cúpula foi inspirada nos capacetes dos sol-

dados que participaram da Revolução Constitucionalista de 1932. "Um objeto que eu não me desfaço por nada, pois além do valor sentimental, possui um valor histórico único", conta João. Outra raridade incluída na lista de Pedrosa é um bufê anos 40 em madei-ra, criado por John Graz. Percorrendo o tempo, uma outra coleção que João se orgulha em ter organizado é a de "objetos aerodinâ-micos". São peças que refl etem o início do design industrial norte-americano dos anos 30/40, como rádios em baquelite (primeira resina plástica inventada em 1909), molheiras em cerâmica, reló-gios despertadores e muito mais.

João conta que gostaria muito de ter em sua coleção uma "boa escultura vintage em bronze, anos 40 ou 60, e de bom tamanho". Ele que tem procurado, mas ainda não encontrou nada que o fi -zesse perder o fôlego! João Pedrosa possui um site que funciona como um antiquário de design vintage, ideal para colecionadores, decoradores e amantes da boa arte. >>

Serviço: João Pedrosa Vintage Art & Design - www.artepedrosa.com.br

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O DESIGNER MARCELO ROSENBAUM CONTA QUEcolecionar é um costume que ele adquiriu desde a infância. "Quan-do criança viajava com meus pais para comprar objetos para casa. Íamos de férias a diversos lugares e trazíamos objetos de decora-ção. Sou apaixonado colecionador de arte popular brasileira, mas para todo lugar que viajo estou atento às peças de design e arte popular", confessa. Marcelo se considera um "colecionador nato" e revela que já colecionou de tudo ao longo do tempo. Juntou fi tas ade-sivas, souvenirs (memórias de viagens) e muitas outras coisas. "Mas hoje", segundo ele, "meu prazer maior é juntar objetos de arte popu-lar brasileira" - a única coleção que ele afi rma aumentar a cada ano.

Os mais de 50 objetos de arte popular brasileira do seu acervo estão expostos no restaurante Dalva e Dito, em São Paulo. Eles acabaram fazendo parte da decoração do local, distribuídos num grande painel, criando uma composição elegante e curiosa. Ro-senbaum explica que a arte popular brasileira é uma fotografi a da memória, dos saberes e tradições do país. Para ele, "a história do povo brasileiro é carregada de símbolos e tem a alma do artista impressa nela; o saber fazer à mão me emociona".

MARCELO ROSENBAUM

O designer resolveu inserir algumas peças de sua coleção no ambiente do Dalva e Dito, "pois o tema refl ete a inclusão da me-mória do Brasil colonial, e este resgate da tradição foi justamente a proposta do restaurante. É a inclusão da cultura, do objeto e do homem artista e cidadão", explica. São peças em barro, máscaras, esculturas, objetos que simbolizam a natureza e adereços criados por artistas populares de diversas partes do país.

SONHORosenbaum já participou de grandes obras e elaborou importantes projetos ao longo de sua carreira. Mas o grande sonho ainda está por vir. Ele conta que está empenhado em concretizar o projeto "A Gente Transforma", que tem como objetivo transformar para melhor uma comunidade de cada estado do Brasil. "A intenção é promover mudanças no espaço físico da comunidade através do design de produto." E Rosenbaum pretende ir além, expandindo a ideia para outros países, como o Peru e a África do Sul. Atualmente ,o colecio-nador nato está debruçado em um projeto de design de um empre-endimento imobiliário – o primeiro dele nesse segmento. >>

A arte popular brasileira ganha destaque em ambiente sofi sticado criado pelo designer

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Coleção de artesanato brasileiro do restaurante Dalva e Dito

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O DECORADOR E ESTILISTA JORGE KAUFMANN TEM como lema a diversidade em tudo que faz na vida. Exemplo dis-so pode ser visto em sua casa, em São Paulo, onde todos os am-bientes são conhecidos pela exuberância e pelo requinte com que foram criados. Além da decoração extravagante, Jorge também reservou alguns cantos da casa para expor suas coleções de pe-ças vintage. São porcelanas, vasos em murano e outros objetos que ele adquiriu no Brasil e no exterior. Sem falar das garrafas em opalina coloridas, que adornam a área de serviço. Ele também se orgulha de outra joia: uma cadeira Luís XVI em tecido zebrado.

"Eu tinha uma estante de madeira dos anos 60, com uma cole-ção de cerâmicas assinadas. Agora ela está em meu ateliê, para que eu possa vê-la com mais frequência", revela ele.

O hábito de colecionar foi incentivado pela mãe quando Jorge era pequeno. Começou juntando fi gurinhas, chaveiros, soldadi-nhos de chumbo, etc. Com o passar dos anos, o gosto foi se aprimo-rando e hoje ele pode ser considerado como um dos maiores co-lecionadores de móveis, objetos de arte e decoração de São Paulo.

A peça mais rara? "É um tigre em porcelana que comprei em 1974. Aliás, tudo que eu adquiri nesse data tem um valor sentimental muito grande", conta ele. Para Kaufmann, colecionar é uma diversão, uma tera-pia, uma forma de passar o tempo ao lado de coisas raras e belas.

O número de peças que possui em seu acervo ele nem sabe. "São muitas, mas eu nunca contei as coisas que tenho. Números não me importam, mas sim o valor artístico, histórico e senti-mental de todas elas", confessa. O decorador não esconde sua paixão por objetos que representam o estilo Memphis - uma tendência que mistura Art Decô e Pop Art. O kitsch dos anos 50 com o futurismo dos anos 70/80 "é apaixonante", segundo ele. "Tenho várias peças neste estilo, mas estou em busca de ou-tros objetos que representem esta época tão vibrante e colori-da", comenta. Jorge conta que sempre sai em busca de objetos diferentes e raros e que seu passatempo predileto é ir em feiras e antiquários, "onde sempre encontro algo que pode aumentar minha coleção", conclui. >>

GARIMPARCOM CLASSE

A paixão de Jorge Kaufmann por objetos de decoração transforma a procura por estes objetos em pura diversão

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Objetos raros garimpados por Jorge Kaufmann

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Prateleiras e prateleiras lotadas de discos antigos, fi tas e CDs contendo registros de vozes e músicas an-tigas, que fazem parte da história da humanidade. Este é o acervo com mais de 4 mil documentos sonoros do jornalista Luiz Ernesto Kawall. A ideia de montar uma "Vozoteca" surgiu na década de 60, quando Luiz traba-lhava no Jornal Tribuna da Imprensa. "Um dia, meu patrão, Carlos Lacerda, estava me contando os detalhes da viagem que ele tinha feito a Londres e me disse que havia visitado um museu de vozes", revela Luiz, acres-centando que, a partir de então, resolveu colecionar do-cumentos sonoros através de registros gravados.

Bem humorado e tão falante quanto seu arquivo sono-ro, o criador da "Vozoteca" possui obras raríssimas, mui-to cobiçadas por colecionadores e afi cionados. Entre as tantas que ele mantém, encontram-se preciosidades como a de Marlene Dietrich cantando Luar do Sertão - homenagem que ela resolveu fazer ao público brasileiro quando de sua vinda ao Rio de Janeiro em 1952, num show que fez no Cassino da Urca. Conta Luiz Ernesto que durante uma entrevista que ele para uma rádio paulistana sobre esta raridade, foi surpreendido com a ligação de Cauby Peixoto. O cantor, que estava ouvin-do a entrevista, revelou que na época foi justamente ele quem ensinou Marlene Dietrich a cantar a música em português. Fato este que Luiz não tem nenhuma docu-mentação ou prova, mas confessa que acreditou nas pa-lavras do próprio Cauby.

Um acontecimento um tanto quanto bizarro está re-gistrado nos arquivos do colecionador de vozes. Em maio de 1957, após a missa realizada no local onde se-ria erguida a nova capital, Brasília, discursaram o pre-sidente Juscelino Kubitscheck e o cardeal Dom Carlos Carmelo Motta. Curiosamente, enquanto o religioso falava sobre metas políticas, JK dava uma lição de fé e espiritualidade. O fato passou em branco na época, mas hoje sabe-se que os discursos foram trocados. Ou-tra pérola sonora mostra JK fazendo elogios rasgados à música mineira e afi rmando que fazer uma serenata em Diamantina "é mais romântico que um passeio de gôndola em Veneza".

VOZ HUMANAOutra preciosidade do acervo de Luiz Ernesto é o re-gistro da primeira gravação de uma voz humana, feito por Thomas Edson. Na gravação de 1877, é possível ou-vir o inventor do fonógrafo brincando com seus fi lhos. Vasculhando os cerca de 4 mil itens catalogados por seu assistente Luciano Iacocca, é possível encontrar também uma gravação única do grito olímpico dos índios Tactós e a narração da década de 40 de Orson Welles, que transmitiu pelo rádio uma versão do livro Guerra dos Mundos, apavorando o povo norte-ameri-cano que acreditou estar sendo invadido por marcia-nos. Sem falar da voz de Cila, o cangaceiro que presen-ciou a morte de Lampião.

O SOM DA HUMANIDADEMais de dois mil registros sonoros compõem o acervo do museu da voz: a Vozoteca

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"Muitas das obras reunidas por mim foram compra-das em sebos, doadas por amigos e copiadas de outras fontes. Todos os fi ns de semana eu saio em busca de algo raro e preciso, e sempre volto com alguma coisa inédita", confessa o jornalista. Essa peregrinação não se restringe apenas ao território brasileiro. Luiz Ernes-to conseguiu registros raros do outro lado do oceano. "Uma vez, em viagem pela Flórida (EUA), encontrei num pequeno museu um trecho do discurso de Santos Dumont após receber a Comenda de Grande Ofi cial da Legião de Honra em Paris, em 1930", conta com orgulho. Segundo ele, foi o primeiro registro da voz de Santos Dumont trazido ao Brasil, pois nunca ninguém havia ouvido a voz do pai da aviação em solo nacional.

FUTEBOLComo apreciador do futebol brasileiro – é são-paulino de paixão! – Luiz Ernesto possui também entre os docu-mentos uma narração de Geraldo José de Almeida de um gol de bicicleta feito pelo são-paulino Leônidas, em 1942. Outras gravações de gols históricos foram cedidas por ele ao Museu do Futebol.

Fora dos campos, Ernesto tem um registro de Pelé cantando com Elis Regina a música "Perdão, Não Tem", composta pelo craque na década de 60. Nesta gravação Elis brinca com Pelé, dando a entender que ele é melhor com a bola no pé do que com o microfone na mão! Luiz Ernesto Kawall gosta sempre de frisar que a voz é uma das características principais da personalidade humana pois expressa o sentimento e a própria alma da pessoa. "Ela integra também o arquétipo individual; é a marca in-delével, capaz de identifi car um ser humano", completa.

Apesar de todo o tesouro adquirido durante tantos anos de pesquisa e busca, o colecionador gostaria de doar parte de seu acervo para alguma instituição. Além disso, ele gostaria de digitalizar os registros sonoros e co-locá-los na internet para que o público pudesse ter acesso a tantas raridades. Em seu apartamento na badalada Pra-ça Benedito Calixto, em Pinheiros, Luiz Ernesto Kawall recebe, todos os sábados, estudantes, colecionadores e curiosos. Para ele, "a 'Vozoteca' tem cunho didático e de-fende a memória nacional. É um museu democrático e moderno, cujo conceito não é guardar coisas velhas, mas expor o material a céu aberto e, às vezes, de forma itine-rante. Afi nal, a voz é um estado da alma", conclui.

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cabeceiraLivro

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LEITURA

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Épreciso um motivo muito especial para se em-prestar o brinquedo favorito, ou ir juntando coisas no decorrer da vida. Ou então, ser mo-

vido por uma forte paixão, que leva a suportar ciúmes, frustrações, ansiedade e, mesmo assim, achar que vale a pena. Tudo isso é compensado pelo prazer de ter uma coleção. No livro “Pra Minha Coleção”, da editora Sarai-va, Fanny Abramovich retrata de forma inovadora, com linguagem rápida e palavras inventadas, o fascinante universo dos colecionadores, capaz de exercer atração sobre todas as idades. O livro foi publicado pela pri-meira vez em 1999 pela editora Record. Nesta segunda edição, “eu dei algumas modifi cadas. Cada vez que leio, mudo alguma coisa. Não o sentido, mas posso dizer que eu tiro os ecos e preencho os ocos”, brinca Fanny.

Abramovich revela também que escreveu o livro por gostar de pessoas que colecionam algo. Para ela, cole-cionar é um jeito de “organizar, categorizar, separas as coisas”. E faz um alerta: “Essa mania pode se transfor-mar em obsessão, caso a pessoa não divida, não com-partilhe seus objetos com os demais. Não adianta ser egoísta nessa hora”. Fanny diz que nunca colecionou nada, mas hoje, com o passar dos anos, “coleciono lem-branças, tanto as boas quanto as ruins”, confessa ela, “pois isso também faz parte da vida”.

Fanny Abramovich explica em seu livro que colecionar pode deixar de ser um divertimento e virar uma grande obsessão

Com 40 páginas e ilustrado por Márcio Levyman, “Pra Minha Coleção” reúne 14 contos em que diversas pai-xões por juntar objetos aparecem, cada uma do seu jeito.

Também há espaço para colecionadores famosos. A menina Tininha, por exemplo, fi ca encantada ao co-nhecer a coleção de obras de arte formada por Gilberto Chateaubriand. Já Rafa e Marquito se impressionam e admiram uma outra coleção famosa no Brasil: a de li-vros, muitos deles raríssimos, do empresário José Min-dlin - “minha referência eterna!”.

Fanny Abramovich é uma das mais renomadas escri-toras de literatura infantil do Brasil. Autora de mais de trinta livros infanto-juvenis, é bacharel em Pedagogia pela USP. Foi professora em todos os níveis escolares e também em faculdades (Belas Artes, FAAP, Anhembi), ensinando sobre didática e literatura infantil.

Serviço:Pra Minha Coleção | De Fanny Abramovich | Editora Saraiva | (11) 3613-3236

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Fanny Abramovichacha que colecionar é bom, mas pode virar obsessão

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SOFISTICADOCHURRASCO

Filial da churrascaria Rodeio esbanja requinte e exibe coleção de artesanato pernambucano na decoração

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D epois de mais de meio século enraizada no bairro dos Jardins, em São Paulo, a tradi-cional churrascaria Rodeio resolveu abrir uma filial no badalado Shopping Iguatemi. Inaugurada em maio de 2011, a nova casa foi toda projetada pelo arquiteto Isay

Weinfeld e esbanja elegância e sofisticação. “A escolha do arquiteto foi fundamental, pois Wein-feld é cliente do Rodeio há mais de 20 anos e soube traduzir nossa essência como ninguém”, contam os proprietários. A decoração é diferente, clean, sofisticada e moderna; é a tradição que se renova. A funcionalidade da nova casa é excepcional, tanto o projeto acústico e o de ilumi-nação, quanto o de exaustão. Tudo foi pensado para o conforto do cliente e dos colaboradores.

O grande salão é um ambiente contínuo, esculpido por grandes janelas com cortinas em teci-do cru, que revelam uma paisagem agradável dos arredores. Antes de se chegar ao salão é pre-ciso passar pelo bar - conectado por dois elevadores exclusivos - e que serve também como sala de espera. Mas o que chama mesmo a atenção é o artesanato genuinamente pernambucano distribuído com elegância pelo ambiente. Enriquecendo a decoração, uma coleção de bois em miniatura de cerâmica, acomodada em nichos, dão as boas-vindas aos clientes. “Os boizinhos foram garimpados pelo arquiteto com função meramente decorativa. Como os clientes viram que existia uma grande quantidade de peças, decidiram presentear o restaurante sempre que encontrassem um. Provavelmente já virou uma coleção. Hoje, são aproximadamente 150 itens feitos de barro e pintados à mão”, conta Macedo. >>

POR GiUseppe NaRdelli FOTOS ROMUlO FialdiNi

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Coleçao de boisinhos artesanais da Churrascaria Rodeio Iguatemi

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Assim como a matriz dos Jardins, o Rodeio Iguatemi é dirigido pelo restaurateur Roberto Ma-cedo e por suas filhas, Silvia Macedo Levorin e Sandra Macedo Ferreira Alves. “Vamos manter a mesma qualidade em serviços oferecidos no Rodeio Jardins, com o diferencial de apresentar algo novo: o bar”, afirma Silvia. Segundo os proprietários, o investimento foi de R$ 5 milhões para montar o novo local.

TRADIÇÃO

O Rodeio Jardins nasceu em 1958 no chamado quadrilátero chique de São Paulo – oitavo lu-gar no ranking de requinte e glamour em todo o mundo. Naquela época, os garçons usavam bombachas e as mesas eram feitas com grandes rodas de carros de boi. Em 1959, a churrascaria mudou de mãos; e foi no comando da família Macedo que ela se tornou um ponto de referência da boa gastronomia de São Paulo.

CARDÁPIO

Os pratos servidos no Rodeio Iguatemi também refletem a mesma sofisticação implantada na matriz. A picanha fatiada, que deu fama à casa original, segue o preparo que a consagrou: salpicada com sal e feita numa churrasqueira colocada no meio do salão, chega ao prato em suculentos pedaços. O bife ancho (corte argentino extraído do contrafilé) e o t-bone abrem o apetite de qualquer um. A costela, assada por oito horas, desmancha na boca e é uma ótima su-gestão. O clássico arroz Rodeio - receita criada no endereço original e que foi copiada por outros restaurantes - também está presente no cardápio da nova casa. O Rodeio mudou de cara, mas continua oferecendo um cardápio variado, com jeito de comida feita em fazenda. >>

Serviço: Rodeio Churrascaria | Shopping Iguatemi - Av. Brigadeiro Faria Lima, 2232 | Entrada pelo estacionamento valet, Rua Angelina Maffei Vita – Piso Térreo

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A fama e a história da churrascaria Rodeio foram imortalizadas nas páginas de um livro. Es-crito pelo jornalista Nirlando Beirão, sob encomenda de Roberto Macedo – proprietário do Rodeio – Rodeio Conta os Jardins traz 18 artigos que narram a história do bairro dos Jardins, criado na década de 1910 pelos ingleses da Companhia City, e do restaurante que se tornaria um de seus mais conhecidos símbolos. Em sessenta entrevistas e mais de cinquenta fotos antigas, o livro apresenta personagens e momentos que marcaram a região. Para Beirão, “foi muito gratifi cante fazer o livro, pois ele não é apenas uma reportagem jorna-lística fria, mas sim uma porção de relatos de pessoas, seus sentimentos e emoções. Afi nal, cada um tem uma história”. O jornalista conta que a região onde o Rodeio foi criado “é como se fosse a Ipiranga com a São João dos Jardins, numa época em que o próprio bairro ainda estava sendo formado”.

Bate e VoLtaB&C: O que está bem passado?Nirlando: Assim como os tiranos árabes, os tiranos do futebol.B&C: E ao ponto?Nirlando: O BrasilB&C: E mal passado?Nirlando: O jeito de fazer política no nosso país.

RODEIO CONTA OS JARDINS

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COM O PAÍS ATÉ NO NOME, O ARQUITETO MARIO BRASIL MISTURA ELEMENTOS TÍPICOS DE NOSSA

CULTURA, COM BASE NO BINÔMIO VERDE-AMARELO,

ENTRE SAMAMBAIAS, PALMEIRAS E ABACAXIS

BRASILIANAB&Cpor

FOTOS edisON GaRcia

THE LOOK OF HOME BY MARIO BRASIL

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CONFISSÕES

A ARTE DA SUPERAÇÃOMaestro João Carlos Martins troca o piano pela batuta

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POR GiUseppe NaRdelli FOTOS paUlO BReNTa

C onsiderado um dos maiores intérpretes de Bach de todos os tempos, João Carlos Mar-tins é mestre em colecionar prêmios e supe-

rações. Começou seus estudos ainda menino, no dia em que seu pai comprou um piano. Aos oito anos, o próprio pai o inscreveu em um concurso para executar obras de Bach. Vencedor, ele começou a estudar no Liceu Pas-teur e, com 11 anos, já se dedicava integralmente ao ins-trumento. Aluno do maior professor de piano da época - um russo radicado no Brasil, chamado José Kliass - seus primeiros concertos chamaram a atenção da crítica bra-sileira e mundial. Foi escolhido no Festival Casals, entre inúmeros candidatos das três Américas, para dar o Re-cital Prêmio em Washington. Aos vinte anos estreou no Carnegie Hall, patrocinado por Eleanor Roosevelt.

E foi justamente no Canegie Hall que ele recebeu um elogio do grande pintor catalão, Salvador Dali, que es-tava na plateia prestigiando o jovem músico. “No fi nal do concerto, Dali me disse que era para eu alardear ao mundo que eu era o maior intérprete de Bach de todos os tempos. Ele até brincou contando que dizia que era o me-lhor pintor surrealista fazia 30 anos, e que somente agora as pessoas começavam a acreditar nele”, conta o Maestro.

DedicaçãoA história deste ícone da música clássica não seguiu a harmonia dos acordes de Bach e, num determinado compasso de sua vida, o destino desafi nou e o som ex-traído de suas mãos mágicas teve que ser interrompi-do. João Carlos Martins viu-se privado de seu contato com o piano, quando teve um nervo rompido e perdeu o movimento da mão direita em um acidente durante um jogo de futebol em Nova Iorque. Com vários tratamen-tos, recuperou parte dos movimentos da mão, mas com o correr dos anos desenvolveu a doença chamada LER - que ocorre devido a movimentos repetitivos e causa estresse nos nervos. Novamente, teve que parar de tocar e dessa vez acreditou que seria para sempre. Mas sua incontrolável paixão o fez retornar, e realizou grandes concertos. Comprou novos instrumentos e tentou utili-zar o movimento que ainda tinha em alguns dedos das mãos, criando um estilo único de tocar e aproveitar ao

máximo a beleza das peças clássicas. Essa paixão e de-dicação de João Carlos pela música inspirou um docu-mentário franco-alemão chamado Die Martins Passion, vencedor de quatro festivais internacionais - FIPA d’Or 2004, Banff Rockie Award 2004; Centaur com o melhor documentário de longa-metragem, S. Petersburgo; Best Documentary Award, Pocono Mountains Film Festival, USA. O documentário franco-alemão sobre a sua vida –“Paixão segundo Martins” – já foi visto por mais de um milhão e meio de pessoas na Europa.

InfortúnioMais uma vez, os acordes que regiam a vida do talento-so músico sofreram outro arranhão. Ao realizar um con-certo em Sofi a na Bulgária, Martins sofreu um assalto e um golpe na cabeça lhe fez perder parte do movimento das mãos novamente. João perdeu anos de sua carreira em tratamentos, treinamentos e encontrou uma nova maneira de tocar, utilizando apenas três dedos de cada mão. Mas, a cada dia, seu desempenho foi diminuindo e aos poucos o mestre foi perdendo a agilidade até en-tão impecável. “Eu fui menos prejudicado do que uma pessoa que perde os braços ou as pernas. Fui apenas tolhido de tocar piano, mas a música continua regendo minha vida”, desabafa.

RevelaçãoSentindo-se sem rumo e tendo a consciência de que não poderia mais tocar, teve uma revelação. “Sonhei que es-tava tocando piano com o maestro Eleazar de Carvalho, que me dizia que eu deveria começar a reger. E foi então que eu comecei a ter algumas aulas de regência com o maestro Júlio Medaglia.” O sonho acabou virando rea-lidade e, em maio de 2004, foi para Londres reger a En-glish Chamber Orchestra, uma das maiores orquestras de câmara do mundo, numa gravação dos seis Concer-tos Branndenburguenses de Johann Sebastian Bach e, logo depois, realizou a gravação das Quatro Suítes Or-questrais de Bach com a Bachiana Chamber Orchestra. Nestes 7 anos, João Carlos regeu 900 concertos. Só em 2011 já foram 135. Ele explica que teve que criar uma maneira particular de reger. >>

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“Com as mãos praticamente imobilizadas eu não conseguia segu-rar a batuta e então tive que inventar um jeito de me comunicar com a orquestra através dos braços, do corpo e dos olhos. E deu muito certo!” A falta de mobilidade das mãos também impediu que Martins virasse as páginas das partituras dos concertos. Dian-te deste fato, ele se viu obrigado a memorizar nota por nota, de-monstrando ainda mais seu perfeccionismo e dedicação ao mun-do da música. “Eu digo que todo o músico tem que ter a disciplina de um atleta e a alma de um poeta!”

HomenagemA vitória sobre a doença e a persistência em continuar atuante rendeu ao maestro uma homenagem que ele jamais esquecerá.João Carlos Martins trocou os palcos dos grandes teatros pela avenida. Sua história de superação virou samba em uma grande homenagem que ele recebeu da paulistana Vai-Vai. Com o samba enredo “A Música Venceu!”, agitou a plateia que lotou o Sambó-dromo de São Paulo para ver de perto as alegorias e o próprio maestro, que deixou a timidez de lado e mostrou até que tem samba no pé. O grande sucesso na avenida não abalou em nada a modéstia do grande mestre. Ao comentar a homenagem que

recebeu, ele declarou que se sentiu apenas como um instrumento naquela hora e enalteceu a força da música clássica no Brasil. “É fantástico que, após 80 anos de carnaval, a música clássica esteja presente na avenida, sendo representada pela Filarmônica Ba-chiana Sesi-SP. É uma das orquestras brasileiras que orgulham o Brasil no exterior. Tenho certeza que pela primeira vez o nome de Johann Sebastian Bach foi conhecido e reconhecido no sambó-dromo”, orgulha-se.

ProjetosA atuação de resgatar a música para as pessoas que conhecem ou ainda nunca tiveram contato com ela faz parte deste “momento mágico” em que vive o Maestro João Carlos Martins. Aos 71 anos, trabalha diariamente com pessoas de todas as camadas por que-rer mostrar que realmente “A música venceu!”.

Há três anos rege a Filarmônica Bachiana Sesi-SP. O projeto, idealizado por ele e patrocinado pelo Sesi de São Paulo, prevê a inclusão social de jovens carentes através da formação musical. A orquestra é formada por trinta jovens, que antes participavam de diferentes projetos sociais, e vinte músicos profi ssionais. Além da orquestra, o maestro também é idealizador da Fundação Bachiana Filarmônica, que dá aulas de iniciação à música para mais de 2 mil crianças e jovens carentes.

Do Carnegie Hall para a favelaO ritual de afi nação e posicionamento dos músicos raramente é visto pela plateia, mas o maestro faz questão que o público acom-panhe todo o “ritual” - até a abertura das cortinas -, como parte do processo de popularização da música erudita. “Villa Lobos ideali-zou que a música clássica deveria chegar a todos os seguimentos da sociedade. Hoje eu toco não só no Carnegie Hall, num grande teatro do mundo, na sala São Paulo, mas também numa favela. Em todos os nossos concertos no interior, temos que abrir espaço para que seja ao ar livre porque sempre são três, cinco mil pesso-as. Eu acho que é um trabalho que depois de muitos anos acabou sendo reconhecido”, confessa.

A inspiração para executar tal tarefa veio depois que ele vi-sitou 71 cidades do interior de São Paulo, inúmeros povoados do Brasil com menos de 10 mil habitantes e várias unidades da Fundação Casa. “Na hora que você percebe que tem a missão de levar a música a todos os corações, você acaba se motivando.” E graças ao trabalho social do Maestro, a música clássica ecoa em todos os becos e ruelas da favela paulistana de Paraisópolis, em Guarulhos, Suzano, Ermelino Matarazzo, Jaraguá e até em Cariacica, no Espírito Santo. >>

Maestro João Carlos Martins em sua casa

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FOTO

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“Com esse projeto quero mostrar que em cada mil crianças cer-ca de 15 a 20 delas estão aptas a participar de uma orquestra de cordas”, contabiliza. João Carlos explica que esta estatística por ele testemunhada o fez embarcar em outro grande desafi o: formar mil orquestras de cordas em 10 anos. Na convivência de vários jovens candidatos a músicos, o Maestro diz que sempre se emo-ciona ao encontrar talentos brasileiros. “Estou lançando ainda este ano, em Nova Iorque, um menino de 12 anos, um violinista fantástico, fi lho de um motorista de táxi, e outro garoto, criado por um boia-fria e uma faxineira, em pleno Lincoln Center. Eu estou todo o dia procurando um diamante e estou encontrando vários; aí é só lapidar. E quando é diamante, os pais recebem cestas bá-sicas para ganhar amor ao próprio projeto. Se a cesta básica deu certo para o Lula, tem que dar para a música”, desabafa orgulhoso.E emenda: “Acho que a pior e a melhor coisa que aconteceu na minha vida foi eu ter perdido as mãos para o piano. Porque nasceu uma pessoa preocupada com a excelência musical e o social.”

Erudito com SertanejoO Maestro João Carlos Martins, junto com a Filarmônica Ba-chiana SESI-SP, participou do show em comemoração aos 40 anos de carreira da dupla sertaneja Chitãozinho e Xororó, ano passado. O show foi aberto com movimentos de W. A. Mozart, L. van Beethoven e P. Mascagni e, em seguida, deu a entrada para que a dupla iniciasse cantando Ave Maria, com arranjo de Sebastian Bach. Todo o concerto foi uma mistura entre música clássica e sertaneja. Os pontos altos foram com as famosas mú-sicas: Evidências, Rancho Fundo e Fio de Cabelo e a participa-ção de Caetano Veloso.

Ele conta que durante o ensaio tinha algumas pessoas conver-sando e ele as repreendeu. Interrompeu o andamento e pediu para que aquelas pessoas respeitassem o momento, respeitassem o nome e a obra de Johann Sebastian Bach. “Logo depois, o Cae-tano Veloso – que cantou o Segundo Movimento do concerto em fá menor de Bach – veio e me disse que ele estava quietinho no canto dele. Veja só que humildade e que simplicidade deste gran-de talento da música brasileira”, relembra.

ModéstiaApesar do público acompanhar com interesse os fatos que leva-ram o músico a perder os movimentos das mãos e a insistência dele em não desistir da música, o maestro diz que seu caso não é exatamente de superação. “Superação é Beethoven que compôs o que ele compôs já surdo. O meu caso é de teimosia. Eu simples-mente sou um pianista que perdeu as mãos para o piano. Mas pela exposição na mídia, acabei servindo de exemplo para milha-

res de pessoas. A palavra esperança acaba movendo todas essas pessoas. Se com dois ou três dedos eu ainda conseguir chegar ao coração das pessoas, por que não continuar tocando?”

O outro ladoA mudança de regido a regente fez João Carlos Martins refl etir sobre a atuação de um maestro diante da orquestra. Para ele, o maestro tem que ter amor por sua orquestra, pois trata-se de um trabalho em grupo. “Já foi o tempo que o maestro tinha que ser ar-rogante, irredutível e implacável com seus músicos.” Ele acrescen-ta ainda que, quando um pianista toca um concerto, é o maestro que acompanha o solista, e não o contrário. “Por isso prometi fazer da minha orquestra meu piano”, declara. >>

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ColeçõesAlém de colecionar prêmios e ser um exemplo de su-peração, o Maestro João Carlos Martins possui uma coleção “involuntária” de miniaturas de pianos que ele ganhou ao longo de sua carreira. “São poucos, mais ou menos uns 14 pianinhos que eu nem considero uma grande coleção”, comenta. Os pequenos objetos fi cam dispostos na mesa do escritório do Maestro, junto com um divertido telefone em forma de piano de cauda que ele usa diariamente.

APROVEITANDO O BOM HUMOR DE MARTINS,

RESOLVEMOS FAZER UM BATE E VOLTA, COM

TEMAS RELACIONADOS À MÚSICA CLÁSSICA.

B&C: Quem anda desafi nando ultimamente?Martins: A desigualdade social, ainda!B&C: Como o Sr. vê a regência atual do Brasil?Martins: A “maestrina” vai bem, vai indo muito bem.

B&C: Os políticos andam saindo do compasso?Martins: Sim, andam saindo muito do compasso, infe-lizmente. Mas existem alguns que estão tentando trazer de volta o ritmo certo.B&C: Um ídolo?Martins: Pelé.B&C: Time do coração?Martins: Minha eterna portuguesa. Prometi que vou re-ger o Hino Nacional no campo da portuguesa quando ela subir para a primeira divisão.B&C: Que obra ainda não regeu e gostaria de reger?Martins: A Sagração da Primavera de Ígor Stravinsky. Acho que devo regê-la no fi nal do ano que vem.B&C: Somos ainda regidos por Villa Lobos, ou nos tornamos um bando de lobos?Martins: A obra de Villa Lobos está voltando e não está deixando que viremos uns lobos. Eu me propus a realizar a vontade de Villa Lobos no Brasil. Por isso o meu sonho de montar mil orquestras em dez anos. É a música conquistando pessoas!

Coleção de pianos em miniatura de João Carlos Martins

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BRECHÓCHIQUEBRECHÓCHIQUECHIQUEBRECHÓCHIQUECHIQUECHIQUECHIQUEBRECHÓCHIQUECHIQUECHIQUETRAZCHIQUETRAZCHIQUECHIQUETRAZCHIQUECHIQUECHIQUECHIQUETRAZCHIQUECHIQUECHIQUEPEÇASColeção de fi gurinos e acessórios raros são destaque do acervo da Trash Chic POR GiUseppe NaRdelli FOTOS GaBRiel cappelleTTi

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D ior, Chanel, Courrèges, Balenciaga, Valen-ior, Chanel, Courrèges, Balenciaga, Valen-tino e muitos outros ícones da moda fazem tino e muitos outros ícones da moda fazem parte da coleção de mais de 300 vestidos e parte da coleção de mais de 300 vestidos e

acessórios do publicitário Jorge Benavent.acessórios do publicitário Jorge Benavent.O gosto por colecionar verdadeiras obras de arte da O gosto por colecionar verdadeiras obras de arte da

moda surgiu há 18 anos, observando e admirando os moda surgiu há 18 anos, observando e admirando os vestidos adquiridos no exterior por sua tia, Dana de vestidos adquiridos no exterior por sua tia, Dana de Mendonça - a primeira personal stylistpersonal stylist do Brasil e discí- do Brasil e discí-personal stylist do Brasil e discí-personal stylistpersonal stylist do Brasil e discí-personal stylistpula do famoso estilista espanhol Cristóbal Balenciaga pula do famoso estilista espanhol Cristóbal Balenciaga e de outros mestres da alta costura.

Aos poucos o acervo foi crescendo e, juntamente com Aos poucos o acervo foi crescendo e, juntamente com a irmã Lolly, Jorge - ou Joca, como é conhecido - resol-a irmã Lolly, Jorge - ou Joca, como é conhecido - resol-veu criar a Trash Chic Store, um brechó chic que ele veu criar a Trash Chic Store, um brechó chic que ele montou no bairro do Itaim, em São Paulo. Com o passar montou no bairro do Itaim, em São Paulo. Com o passar do tempo, o espaço foi fi cando pequeno e a Trash Chic do tempo, o espaço foi fi cando pequeno e a Trash Chic teve que mudar de endereço e ampliar as acomodações teve que mudar de endereço e ampliar as acomodações para tantas peças. E foi justamente num casarão, no Jar-para tantas peças. E foi justamente num casarão, no Jar-dim Paulistano, que a loja fi ncou raízes até hoje.

“Fui juntando vestidos, sapatos e acessórios garimpa-“Fui juntando vestidos, sapatos e acessórios garimpa-dos em várias viagens que fi z ao exterior. Muita coisa dos em várias viagens que fi z ao exterior. Muita coisa também foi doada e arrematada em leilões”, explica o também foi doada e arrematada em leilões”, explica o colecionador. São salas e salas repletas de objetos de colecionador. São salas e salas repletas de objetos de desejo, divididos em dois setores. No andar de cima fi ca desejo, divididos em dois setores. No andar de cima fi ca o acervo pessoal de Joca, com aproximadamente 300 o acervo pessoal de Joca, com aproximadamente 300 itens, e no piso inferior, mais de 1.500 peças - novas, se-itens, e no piso inferior, mais de 1.500 peças - novas, se-minovas e em consignação - que ele comercializa.minovas e em consignação - que ele comercializa.

Simpático e falante, Joca se enche de orgulho ao Simpático e falante, Joca se enche de orgulho ao mostrar seu acervo - todo vintage -, com araras repletas mostrar seu acervo - todo vintage -, com araras repletas de preciosidades. Os olhos dele brilham ao mostrar a de preciosidades. Os olhos dele brilham ao mostrar a peça mais rara de sua coleção: um vestido de jersey pre-peça mais rara de sua coleção: um vestido de jersey pre-to tomara que caia de Balenciaga, usado pela tia famo-to tomara que caia de Balenciaga, usado pela tia famo-sa, Dana de Mendonça na década de 40. Outro tesouro sa, Dana de Mendonça na década de 40. Outro tesouro pendurado nas araras é um Christian Dior com borda-pendurado nas araras é um Christian Dior com borda-dos coloridos, bem ao estilo Carmem Miranda. dos coloridos, bem ao estilo Carmem Miranda.

“Todas as peças que compramos ou que chegam até “Todas as peças que compramos ou que chegam até nós são lavadas e restauradas, caso seja preciso”, con-nós são lavadas e restauradas, caso seja preciso”, con-ta Lolly. E isso é facilmente comprovado, pois todas as ta Lolly. E isso é facilmente comprovado, pois todas as peças únicas estão em perfeito estado, inclusive as mais peças únicas estão em perfeito estado, inclusive as mais antigas, que parecem nunca terem sido usadas. Ela con-antigas, que parecem nunca terem sido usadas. Ela con-ta que possui uma costureira “que é muito caprichosa e que consegue fazer milagres. É outro tesouro que nós temos aqui”. Lolly comenta também que a recuperação de um vestido antigo é como restaurar um cristal que-brado. “Apesar da perfeição com que o trabalho é feito, nunca fi ca exatamente igual”, revela.

“Vintage sempre faz parte da vida, não é modismo”, segundo Lolly

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Peças de grife com elegância e sofisticação

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A Trash Chic virou ponto de referência de estilistas e fi gurinistas em busca de peças raras para editoriais de moda, fi gurinos de fi lmes e novelas e também para estudo sobre a evolução da moda. “Alguns dos artigos do acervo vintage particular são colocados à venda. Depende muito da época e da procura”, conta Joca. Mas uma peça que ele não vende por nada é um conjunto brocado Chanel, todo dourado, da década de 80. “Ele faz par-te da nossa vida e da nossa história”, acrescenta Lolly, que também enche os olhos de água ao tirá-lo, intacto, da arara. E estas são apenas algumas das maravilhas encontradas na Trash Chic. Um Valentino de seda vermelha usado pela Lady Die também faz parte da coleção. Sem falar do grafi smo de Roberta Di Camerino concretizado num jersey longo e nas camisas de seda de Emilio Pucci – o príncipe das estampas futuristas. Uma jaqueta de algo-dão de Christian Dior e um vestido de André Courrèges, todo em poliéster preto com babados de musseline, são outras joias colecionadas por ele. >>

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SERVIÇOTrash ChicR. Capitão Prudente, 223, Pinheiros, São Paulo - SPTel.: 11 3815-3202www.trashchic.com.br

Livro e LeilãoUm livro com todo o acervo, contando a história e a origem de cada peça, está nos projetos dos irmãos. “Queremos fazer esse livro para que ele passe a ser uma fonte de consulta para quem quer estudar a his-tória da moda ao longo dos anos e também conhecer nossa coleção”, explicam. Outro grande desafi o é criar um leilão virtual das peças do acervo, para serem ar-rematadas através da Internet. O Leilão Chic, como já foi batizado, está a cargo da fi lha de Lolly, Paloma. Ela pretende também organizar um Leilão Benefi cente via internet, em que as peças serão doadas pelos associa-dos de uma Instituição. Todas elas passarão por uma triagem, as mais signifi cativas serão colocadas à venda e o lucro será repassado para a instituição escolhida.

VintageO vintage, apesar de ser um modismo atual, é algo que sempre fez parte da vida das pessoas, tanto na moda quanto no mobiliário. “Uma coisa para ser vintage tem

que ter criado sua própria história. Por isso, cada peça única da Trash Chic pode ser considerada vintage, pois tem uma história e virou ícone”, exemplifi ca Joca.

Lolly tem outra visão sobre o vintage. “Hoje em dia uma roupa é toda feita por máquinas, sem alma, deixa muito a desejar. É tudo muito rápido, muito impessoal. Antigamente as roupas eram esculpidas no corpo da pessoa, bordadas e costuradas à mão. Isso sim é vintage.” E qual a peça mais procurada na Trash Chic?

Joca conta que o sonho de consumo é Chanel em to-dos os aspectos. “Tudo que for Chanel é, e sempre será, Chanel. É um sinônimo de glamour e elegância.” Biju-terias, sapatos, cintos, lenços e outras peças também compõem o arsenal de objetos atemporais que podem ser encontrados na maison.

A quantidade de elementos vintage é tão variada que passar um dia inteiro vasculhando as raridades da Trash Chic pode ser uma verdadeira aula de história e um colírio para os olhos.

Lolly, Paloma e Joca da Trash Chic

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ROCKNASVEIAS

O jornalista Fábio Massari tem uma ligação muito grande com o público e com a músi-ca. Sua “imagem musical” fi cou marcada na memória de muita gente quando ele fez carreira como VJ na MTV Brasil, em que apresentou o programa Lado B. Massari é

um apreciador e estudioso do rock' n' roll há mais de 20 anos, o que lhe rendeu apelidos como “reverendo”, “sabe-tudo” e “homem-enciclopédia”. O profundo conhecimento sobre este estilo de música fez com que ele escrevesse vários livros sobre o assunto – o primeiro deles, “Rumo à Estação Islândia”, é uma verdadeira viagem musical por um dos mais inóspitos países da Europa. Fã de carteirinha de Frank Zappa, Fábio é um colecionador diferente dos demais. >>

As curiosidades musicais de um apaixonado pelo Rock'n'RollPOR GiUseppe NaRdelli FOTOS paUlO BReNTa

TRILHA SONORA

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Apesar de ter começado a juntar coisas desde peque-no, como fi gurinhas, gibis, etc., desde que começou a colecionar músicas perdeu a noção da quantidade. O ex-engenheiro conta que nem sabe quantos discos de vinil, CDs e fi tas K7 possui em seu acervo hoje. “Não coleciono por quantidade, apenas vou juntando o que me agrada, sem ligar para números”, revela. “Não costumo fazer vo-lume. Colecionar para mim é um jeito que encontrei de construir minha vida através do mundo da música”, acrescenta. E não são só discos que ele coleciona. Fil-mes em DVD e livros também lotam as prateleiras de sua casa. Ele garante que está tudo meio bagunçado e que sempre mexe nos objetos: tira um do lugar, coloca outro, organiza tudo em ordem alfabética e assim vai passando o tempo e se divertindo. “Meus amigos dizem que está tudo muito bem arrumado, mas eu não acho não!”, brinca ele.

Vasculhando na memória, Fábio descobre que o LP

mais raro que possui em seu acervo é um disco de Alice Cooper, do álbum “Muscle of Love”, lançado em 1973 - produzido antes da dissolução da banda. Mas, depois, ele lembra também que tem outra joia: um LP do show que Frank Zappa fez em Londres na década de 70. “Sen-sacional”, exclama.

O “reverendo” está em busca de mais um item raro para sua coleção. Ele quer encontrar uma caixa de discos de vinil da banda texana “13º Floor Elevator” - primeira ban-da psicodélica de rock dos Estados Unidos. “Só fi zeram uma tiragem de 2000 caixas em todo o mundo, por isso virou objeto do desejo de muitos colecionadores de mú-sicas como eu”, conta esperançoso. Massari sempre está em busca do inusitado, do som diferente, descobrindo a cada dia bandas e cantores novos. Um pouco deste mun-do sonoro ele apresenta diariamente em seu programa “Etc” na Rádio Oi FM. “Afi nal, música para mim sempre foi uma grande terapia, uma diversão, um trabalho.” >>

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Fábio Massari e sua coleção de vinis

TRILHA SONORA

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KEITH JARRET PART 1 (THE KOLN CONCERT)FRANK ZAPPAUNCLE REMUSGRINDERMANPALACES OF MONTEZUMASOULSAVERSREVIVALDIAMANDA GALASAT THE DARK END OF THE STREETTHE RACONTEURSOLDENOUGHPHIL OCHSTAPE FROM CALIFORNIAMINK DE VILLEVENUS OF AVENUE DMAX ALPERLITTLELAURABROADCASTAMERICA’S BOY

O PLAYLIST DO FÁBIO MASSARI

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PERFIL

Miniaturas de cadeiras, croquis e brinquedos são as peças que compõem a coleção deste renomado arquiteto

POR GiUseppe NaRdelli FOTOS paUlO BReNTa

MárcioK

MárcioK

Márcioogan

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árcio Kogan tem um olhar criterioso para os detalhes e lidera uma geração que trouxe um novo concei-to de arquitetura para o Brasil. Nascido em São Paulo, graduou-se em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Mackenzie, em 1976. Uma das grandes paixões de Kogan é o cinema. Fã de Ingmar Berg-man e Federico Fellini, estudou e atuou como cineasta até seus 30 anos, o que se tornou uma grande infl uência para seus projetos arqui-tetônicos. Outra grande paixão é a coleção de cadeiras em miniatura que possui. “São centenas delas, a maioria que ganhei de presente”, conta ele. O acervo fi ca exposto em uma grande prateleira no segun-do andar de seu escritório, no bairro dos Jardins, em São Paulo. De várias procedências, tamanhos e formatos, os pequenos objetos com-põem um cenário lúdico e fascinante, que chama a atenção de quem passa por ele.

Kogan lembra que desde os 15 anos de idade gosta de colecionar coisas. “Eram fi gurinhas, carrinhos e até mesmo cadeirinhas. Algumas daquela época eu ainda tenho.” Mas não são apenas cadeirinhas que o arquiteto gosta de colecionar. Ele também possui pequenos croquis de diversos autores e que serão expostos em uma das salas de seu escritó-rio. “Os desenhos” – alguns a nanquim, outros a caneta mesmo – “foram criados por Niemeyer e até pelo meu próprio fi lho”, orgulha-se. Outros objetos também fazem parte de mais uma de suas coleções. São vários objetos “toy-art”, como carrinhos, bonecos, barquinhos e até Barbies.

Dando um salto no passado, o arquiteto volta a falar de sua ou-tra grande paixão: o cinema. O primeiro contato com a sétima arte aconteceu aos 14 anos, quando foi assistir ao fi lme “O Silêncio”, de Ingmar Bergman. “Identifi quei-me tanto com aquele fi lme, com toda aquela angústia e solidão. Lembrou muito minha infância em branco e preto”, confessa, “pois perdi meu pai cedo e sofri muito com isso”. Tanto Bergman quanto Fellini sempre foram inspiração para sua vida e suas obras. “Meus projetos são baseados no visor widescreen da câmera, com proporções mais alongadas e um grande respeito pela luz ambiente”, explica.

Por isso, antes de se engajar no mundo da arquitetura, Kogan pro-duziu e até atuou em vários curtas-metragens, feitos em Super 8, e infl uenciados pelo cinema underground norte-americano. Este mer-gulho no mundo do cinema lhe rendeu vários prêmios em festivais e mostras. >>

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Márcio Kogan diz que colecionar cadeirinhas é seu passatempo preferido

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A ARQUITETURAA sensibilidade que tem ao projetar seus espaços é im-pressionante. Com um cuidado milimétrico em todos as-pectos, Márcio Kogan tem em suas obras harmonia e equi-líbrio perfeitos, em que cada perspectiva e cada olhar são apreciados através de uma arquitetura rica em detalhes.

Com o passar dos anos, a técnica aliada à ousadia das perspectivas e dos espaços renderam reconhecimen-to nacional e internacional. Foi premiado quatro vezes pelo IAB (Instituto de Arquitetos do Brasil) e indicado ao World Architecture Awards, o Óscar da arquitetura mundial. Seu talento em criar obras marcadas pelos ân-gulos retos e formas sóbrias o levou a colecionar outros prêmios, entre eles a Casa Du Plessis, com fachada em lascas de pedra mineira e telhado de barro, em Paraty – Prêmio ASBEA e Record House em 2004 –, e o Hotel Fasano – prêmio Design Award 2005 – criado em par-ceria com o amigo e também arquiteto Isay Weinfeld. Hoje, Márcio Kogan comanda um dos mais renomados escritórios de arquitetura do Brasil.

SÃO PAULOCom olhar aguçado e técnico, ele faz uma crítica à ar-quitetura e ao urbanismo de São Paulo. “A cada dia sur-ge uma aberração na cidade. Parece que São Paulo tem uma vocação para ser feia e injusta”, argumenta. Kogan ressalta ainda que existem ótimos profi ssionais na cida-de, mas quase nenhum é chamado para realizar projetos relevantes. “Esta grande metrópole precisa ser compre-endida como um ser vivo, que tem suas necessidades e uma certa urgência em se transformar num lugar melhor para se viver.” Um exemplo de como as coisas podem dar certo, no âmbito do urbanismo e da arquite-tura, são as cidades colombianas de Bogotá e Cali.

Conta ele que, por iniciativa do ex-prefeito de Bogotá, Enrique Peñalosa, várias intervenções feitas na capital diminuíram a violência e reurbanizaram áreas até então condenadas ao abandono. “A cidade com cerca de 6,5 milhões de habitantes sofreu uma modifi cação radical durante a gestão Peñalosa, de 1998 a 2001. Foi construí-do um grande parque linear que deu mais espaço para as pessoas do que aos carros.” Projeto semelhante foi criado na cidade de Cali, que também recebeu a aprova-ção de todos os seus habitantes.

EMOÇÃOSão poucas coisas que atraem a atenção deste arquiteto renomado. Uma delas é a garagem vertical construída em Miami Beach – projeto de autoria do escritório suí-ço de Herzog & de Meuron. Kogan fi cou impressionado pela ousadia do projeto, que inclui no mesmo edifício estacionamento para carros em alguns andares, interca-lado por lojas e residências. “É uma obra executada pela iniciativa privada; uma garagem pública que deixou o hermético de lado para se tornar algo espaçoso e super funcional, de múltiplo uso”, atesta.

Puxando a sardinha para seu próprio prato – mas sem ser bairrista, e sim técnico –, Márcio faz elogios também à escola paulista de arquitetura. Para ele, é o que existe de mais relevante hoje em dia no Brasil. Lembra que a revolu-ção arquitetônica pós-modernista migrou do Rio para São Paulo. Entre as obras mais impactantes, cita os projetos de recuperação e manutenção desenvolvidos por Paulo Mendes e Eduardo Colonetti. “O prédio da Pinacoteca é um exemplo de toda essa nossa capacidade”, refl ete. >>

Alguns objetos toy art expostos no escritório de Márcio Kogan

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Casa projetada por Márcio Kogan, em Punta del Este, Uruguai

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PUNTA DEL ESTEO reconhecimento pelo trabalho de Kogan não se restringe ape-nas ao Brasil. O arquiteto tem entre seus projetos obras de sucesso internacional. Entre 2009 e 2011, Márcio construiu nos arredores de Punta del Este, no Uruguai – mais precisamente em “Laguna de los Cisnes” –, uma casa com cerca de 500 metros quadrados, onde se destaca o uso de materiais locais, como pedras rústicas que revestem paredes e pisos, além da madeira utilizada em pai-néis que se movimentam, permitindo controlar a intensidade da luz natural que invade os ambientes.

Trata-se de uma casa simples, com poucos elementos. “É um grande muro de pedra e uma laje, fechado lateralmente, com vista para um grande pátio”, conta ele. O que mais gosta deste projeto? “É a delicadeza da construção inserida no ambiente. O resultado é tão sutil que a casa se dilui na paisagem”, conclui. Um dos maiores desafi os do projeto, com coautoria de Suzana Glogowski e interio-res de Diana Radomysler, foi o de criar espaços privados e protegi-dos visualmente do forte vento que costuma atingir a região. Uma outra ousadia criada por Kogan foi a concepção de uma grande caixa de madeira, onde fi cam os quartos e a cozinha, tudo com vista deslumbrante. A laje plana foi executada em concreto aparente de acordo com a justifi cativa de utilização de material rústico.

Novos HorizontesMárcio Kogan se orgulha em dizer que, graças ao sólido nome de seu escritório, está estudando abraçar novos desafi os. Entre eles, a construção de um condomínio no Vietnã, outro em Madri e uma casa em Burgos, no norte da Espanha. Estão na lista também duas casas no Chile e um grande resort no Além-Tejo, em Portugal.

Já no Brasil, sua equipe está empenhada em concluir o projeto do Hotel Fasano, em Belo Horizonte, uma grande praça no Leblon, Rio de Janeiro, e a nova loja do designer alemão Ingo Maurer, no bairro dos Jardins, em São Paulo.

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A construção que se funde com a linha do horizonte

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www.arneli .com.br

Ambiente Artefacto 2010 - Ana Maria Vieira Santos

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O Uruguai cativou de vez os brasileiros. Não apenas por causa do “futebol arte” – título antes nosso – e as jogadas de Loco Abreu (atualmente do Botafogo); nem pela pre-miação do compositor Jorge Drexler no Óscar, ou muito menos pelos vinhos Tannat

que andam passeando pelas mesas dos mais renomados restaurantes brasileiros. Debruçado no Oceano Atlântico, o país harmoniza perfeitamente as atividades marítimas com os lugares para o lazer. Durante o verão, suas praias inundam-se de gente que busca sol, praia, descanso e diversão. Os costumes do interior das zonas rurais contrastam enormemente com os costumes de origem europeia da capital Montevidéu. A República Oriental del Uruguay possui vários encantos, entre eles a badalada Punta del Este, destino dos mais descolados. A menos de 150 quilômetros da capital Montevidéu, Punta atrai milhares de visitantes em busca de agitação. O balneário, antes frequenta-do por argentinos, agora parece ter sido descoberto pelos brasileiros que, durante a temporada de verão, lotam os hotéis e pousadas disponíveis na região. >>

BÚSSOLA

URUGUAI: SOL NA MEDIDA EXATA, AR FRESCO E PERFUMADO, PASSEIOS INCRÍVEIS, HOTÉIS DE PRIMEIRA LINHA E MUITA DIVERSÃO ATRAEM MILHARES DE BRASILEIROS E TURISTAS DO MUNDO TODO

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Os resorts se multiplicaram rapidamente e nossos renomados arquitetos assinam, hoje, várias obras im-ponentes pelo território uruguaio. Entre eles, Márcio Kogan, que projetou uma das mais belas mansões de Punta del Este, utilizando matéria-prima da região e criando uma obra que se compõe com a paisagem na-tural do local. Mas não é apenas Punta que atrai como ímã os visitantes. Não muito distante do balneário, uma vila de pescadores anda conquistando a preferência dos mais privilegiados. A pequena José Ignacio surge como alternativa para aqueles que preferem fugir do burburi-nho sem abrir mão da beleza natural.

Das expressões artísticas dos antigos habitantes do Uruguai, os charruas, fi caram poucas testemunhas. Da época colonial destacam-se os diferentes encraves milita-res, especialmente o baluarte da Colônia de Sacramento.

GastronomiaSem dúvida a carne vem em primeiro lugar na alimen-tação do povo uruguaio. Apesar de quase todo o terri-tório do país ser cortado por uma grande extensão de

água, a criação de gado é uma das principais atividades predominantes no Uruguai.

Diferentemente do Brasil, o churrasco (asado uruguayo)é preparado na lenha, sobre a parrilla (grelha), o que dei-xa um aspecto defumado e muito saboroso. Os uruguaios também gostam de paella, herança dos espanhóis, mas é curioso que apreciem os frutos do mar de maneira bas-tante discreta para quem vive em um território de grande extensão marítima. Na verdade, não há nada na culinária uruguaia que se compare à paixão pela carne vermelha preparada de maneira muito característica. Mas quem faz o melhor churrasco afi nal? Os uruguaios ou os argentinos?

Puxando a sardinha - ou melhor, a carne - para seu lado, o uruguaio orgulha-se de preparar o melhor churrasco da América do Sul. Além dos diferentes cortes do gado, a carne é salgada apenas na hora que é levada à grelha, para evitar sua desidratação. Outra diferença é basicamente a raça de gado utilizada no corte: no Uruguai são a Aberdeen Angus e a Hereford. Essa é a razão pela qual o contrafi lé uruguaio (bife angosto) – um dos cortes preferidos na Europa - ser maior que o argentino e o brasileiro. >>

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VinhosA história do vinho no Uruguai começa quando as primeiras par-reiras da uva Tannat, provenientes da região de Madiran, no sudo-este da França, foram trazidas ao país pelo imigrante francês Don Pascual Harriague, por volta de 1870. Desde esta época, a Tannat se disseminou por todo o Uruguai e passou – com o tempo – a ser conhecida como Harriague, nome de seu introdutor no país. Somente na década de 80 é que a Tannat recuperou seu nome ori-ginal, sendo que, nesta época, o Uruguai produzia vinhos rústicos e pesados, a partir de uvas híbridas, que eram consumidos quase que exclusivamente no mercado interno.

A vitivinicultura no Uruguai começou a mudar para melhor a partir de 1987, quando foi criado o INAVI - Instituto Nacional de Vitivinicultura. Até então, a gestão e o controle da indústria vitivinícola estava nas mãos do Poder Executivo, com resultados muito pouco satisfatórios. Com o advento do INAVI, foi possível descentralizar as decisões, o que facilitou o aporte signifi cativo de descentralizar as decisões, o que facilitou o aporte signifi cativo de capital, possibilitando a implantação de reformas estruturais em toda a cadeia produtiva do vinho.

As principais regiões vinícolas são Montevidéu e Canelones, com 80% da produção, seguidas por San José, Colonia e as regi-ões próximas à fronteira do Brasil, ao norte do país (Salto, Artigas, Rivera e Cerro Chapéu).

ArquiteturaRenomados arquitetos uruguaios também escreveram as páginas da história do país. Um exemplo disso é Vinõly, que fi cou conhe-cido internacionalmente por seu ousado projeto do Aeroporto Internacional em Carrasco. Explorando formas aerodinâmicas e de difícil execução, Viñoly conseguiu inserir na paisagem longi-tudinal uma construção que se destaca por sua imponência e que não interfere no cenário natural onde foi erguida. Outro grande expoente da construção é o economista aposentado Aaron Hoj-man, que decidiu no mapa o destino de sua vida. Ele construiu uma pousada com ares vintage – a Casa Zinc –, que tornou-se uma pousada com ares vintage – a Casa Zinc –, que tornou-se referência entre os designers e personalidades da arquitetura e da moda em todo o mundo. >>

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PERFIL RAFAEL VIÑOLYO arquiteto Rafael Viñoly nasceu no Uruguai, em 1944, e com apenas 20 anos de idade se tornou sócio-fundador de um estúdio de arquitetura que, mais tarde, seria considerado um dos escritórios de arquitetura e design mais importantes da América Latina. Em 1979, radicou-se definitivamente em Nova Iorque e, em 1982, abriu o escritório Rafael Viñoly Architects PC, que atualmente tem quatro filiais norte-americanas (Los Angeles, São Francisco, Chicago, Cleveland), uma europeia (Londres) e uma no oriente médio (Abu Dabi).

OBRAS PREMIADASSeu primeiro grande projeto foi o Colégio John Jay de Justiça Criminal de Nova Iorque, concluído em 1988. Entre suas obras mais premiadas estão, além do aeroporto internacional de Carrasco, em Montevidéu, um lu-xuoso condomínio - o edifício Acqua - localizado na Praia Brava, em Punta del Este. Outra grande conquista do arquiteto é a construção de um arranha-céu com 432 metros de altura, que está sendo erguido no Park Avenue, em Nova Iorque. Além disso, Viñoly foi escolhido como um dos finalistas de um concurso para construir um jardim, formado por torres de concreto assimétricas, no “marco zero” da cidade de Nova Iorque, onde existiam as torres gêmeas, destruídas no ataque de 11 de setembro de 2001.

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EducaçãoA educação básica uruguaia, obrigatória e gratuita, é dividida em três períodos e estabelece um mínimo de 10 anos para que tais etapas sejam concluídas. Assim sendo, aos 5 anos de idade as crianças frequentam a Educação Inicial, cursam 6 anos de Educação Primária e 3 anos de Ciclo Básico da Educação Média.Segundo pesquisas feitas pela UNESCO entre os anos 2000 e 2004, o Uruguai é o país latino-americano cuja taxa de analfabetis-mo alcançou o nível mais baixo, menos de 2,5% de sua população.

ÍdoloO povo uruguaio também orgulha-se de ter um ídolo. O nome dele é Diego Forlán. Antes de encontrar os campos, Diego era jo-gador de tênis, mas optou pelo futebol, seguindo talvez o exemplo do pai Pablo Forlán, craque do São Paulo, na década 70. Este ícone nasceu numa família de futebolistas, neto de Juan Carlos Corazo, que jogou para o clube Atlético Independente da Argentina. Con-siderado o melhor jogador da Copa do Mundo da África do Sul , o uruguaio anunciou, recentemente, o acerto em sua despedida

no Atlético de Madrid, time espanhol que defendeu nas últimas quatro temporadas. Ele assinou contrato com a Inter de Milão. Eleito embaixador do UNICEF (Fundo das Nações Unidas para a Infância), o atacante revelou que se sente feliz com a designação e espera colaborar para que muitas crianças uruguaias tenham uma infância feliz.

ArteApesar do Uruguai ser um país pequeno, conta com importantes tradições artísticas e literárias. Basta mencionar o artista inter-nacional Pedro Figari, que pintou belas cenas bucólicas, ou o grande escritor Mário Benedetti, que goza de um grande reco-nhecimento na Espanha. Estas são algumas das características deste país que se transformou num novo destino turístico para brasileiros e outros habitantes do planeta. O clima romântico e envolvente contamina por sua própria essência e pela beleza de passar um fi m de tarde vendo o sol se deitar sobre a imensidão do Oceano. >>

Craque da celeste olímpica e também embaixador do UNICEF

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URUGUAINA

CASDIDE

HELE

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C ostumo frequentar o Uruguai há vinte anos e acabei conhecendo este pequeno e mara-vilhoso país como a palma da minha mão.

Por este motivo, fui convidada pela B&C para escrever esta reportagem e dar dicas de passeios, restaurantes e curiosidades para aqueles que nunca estiveram lá, ou até mesmo para os que conhecem o Uruguai, mas querem descobrir o que há de melhor e mais inusita-do. Sou curiosa e meu prazer é garimpar o que há de melhor e indicar para os amigos. A primeira cidade que conheci foi Montevidéu, no fi nal dos anos 80, para visitar malharias e tecelagens quando desenvolvia os produtos Giorgio Armani.

Montevidéu, apesar de pequena, é uma cidade bas-tante atraente, sobretudo no inverno, pois tem clima europeu, além de uma rica arquitetura e um ótimo li-festyle. O uruguaio valoriza bastante seu patrimônio histórico e nota-se ao percorrer a “rambla”, avenida ao longo do Rio Prata, edifícios de diferentes séculos, com infl uência francesa e inglesa. O mais interessante é ca-minhar pelo “barrio vejo”, o lugar mais antigo da cidade e observar sua arquitetura. Aos sábados, é um clássico ir ao velho Mercado do Porto, também no bairro antigo, para comer em seus quiosques ou na churrascaria El Palanque e, à tarde, visitar a feira de antiguidade que se localiza na Plaza Matriz, em pleno coração do arquivo antigo da cidade. Mas para quem realmente gosta de antiguidades e objetos insólitos, é melhor ir aos domin-gos na Feira de Tristan Narvajas.

O que menos você espera,pode encontrar por lá!O Museo Torres García, localizado na Peatonal Bacacay, é muito interessante visitar, já que ele foi o pai do cons-trutivismo. Outros museus a serem visitados: o Gurvich e o Centro Cultural da España, na Calle Rincón, 629 - que sempre oferece boas exposições durante o ano. Não deixe de consultar a programação do Teatro Solis, com seus concertos e óperas de nível internacional, além de possuir um bom restaurante, o Rara Avis.

Na frente do teatro, gosto de ir ao Cafe Bacacay, lugar perfeito para tomar um ótimo café com vista al solis. Outro local é o Bar Fun Fun, que completou 113 anos, co-nhecido pela sua bebida “Uvita” - uma mistura de dife-rentes vinhos - e pelos seus shows de tango. Eles ainda têm o copo no qual Carlos Gardel tomava o seu trago, localizado na Calle Ciudadela, 1229. Quem me levou lá foi meu amigo uruguaio Gonzalo Massa, um expert em móveis e objetos vintage, dono da loja Mutate, em Mon-tevidéu, na Calle Sebolatti, 1323. Recentemente, ele abriu uma fi lial em José Ignacio, Punta del Este. Ao lado tem uma pequena loja de objetos antigos bem interessante: El Tiempo Esta Despues. No mesmo bairro, recomendo um pequeno restaurante que se chama Estrecho (Cal-le Sarandi, 460). É um perfeito matrimônio uruguaio/francês e o lugar é muito agradável. Já o restaurante El Beso, do chef, está dentro de uma loja de design com ótima seleção de objetos, roupas e livraria, que se chama La Pasionaria (Calle Reconquista, 587). Para quem >>

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aprecia carne, o Parrilitta Sur tem o melhor assado uruguaio ofere-cido em um ambiente boêmio, onde se respira a verdadeira iden-tidade do Bairro Velho, o Barrio Sur. Gosto de passar na Livraria Y Café Puro Verso, na esquina das ruas Sarandi e Bacacay. O prédio é um edifício do século passado. Recomendo também as lojas dos estilistas Ana Livni e Fernando Escuder, na Calle 25 de Mayo, 280, e a loja de curiosidades Tiempo Funky, na Bacacay, 1307. À noite, sempre vou ao restaurante Isla de Flores ou no Café Concerto, no bairro de Carrasco.

Outros passeios que valem a pena é andar pela Rambla e con-templar a maravilhosa vista do Rio de la Plata ou caminhar pelo Parque Rodo até o Museo Nacional de Artes Visuales, com uma excelente selection de pintura nacional dos últimos 100 anos.

Para descansar, hotéis pequenos, no estilo B&B, são os mais char-mosos e quase todos fi cam em Carrasco. Saindo de Montevidéu, em direção a Punta del Este, dê uma parada na cidade de Periapo-lis, onde foi rodado o fi lme Whisky. Foi lá que abriram o primeiro cassino em um edifício da Belle Époque. Uma cidade que parou no tempo, com ares da Côte d’Azur, sobretudo pela longa promenade, sendo o primeiro balneário frequentado pela alta sociedade local.

Dicas de Punta del EstePunta del Este é o balneário mais chique da América Latina, sen-do hoje destino do jet set internacional. É difícil fi car sem fazer nada em Punta. Espetáculos, concertos, arte, festas, torneios de polo e golfe, desfi les, pôr-do-sol, cavalgadas na praia, piquenique chique... Sempre haverá algum evento para participar.

A cada ano abrem novos locais, às vezes, não dá para conhecer todos na temporada, apesar de pequena! Como assídua frequen-tadora, fi z uma seleção de lugares que considero imperdíveis. A temporada ofi cial abre em dezembro e vai até a semana da Páscoa.

Punta pode ser dividida em três partes: o centro, chamado de Península, onde estão localizados o comércio e o charmoso Porto; a Zona da Barra, com praias e restaurantes frequentados pelos jovens; e área de Solanas, com longas e tranquilas praias.

Há poucos quilômetros de Punta está situado José Ignacio, vi-larejo de pescadores e um dos lugares mais badalados na tempo-rada, além das cidades de Garzon e São Carlos. Para quem quiser se aventurar a descobrir praias mais selvagens no estilo Califórnia dos anos 70, é só guiar “easy hider“ até a cidade de Rocha para conhecer as praias Punta del Diablo e La Paloma, entre outras. >>

Churrascaria El Palanque

Feira de antiguidade em Plaza Matriz,Teatro Solis

Cafe BacacayBar Fun Fun

Loja Mutate

Livraria Y Café Puro Verso

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Restaurante El Beso

La Pasionaria

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MEUS PREFERIDOSMEUS PREFERIDOSPUNTA DEL ESTEHOTÉIS

• LA POUSADA DEL FARO

JOSÉ IGNACIOHOTEL

RESTAURANTES

• MUTATE LOJA DE ROUPAS E OBJETOS VINTAGES • BAJO E ALMA ROUPAS FEITAS À MÃO - ESTILISTA PAULA MARTINI

LOJAS:

• LA HUELLA RESTAURANTE DA MODA ALMOÇO• ISLA DE FLORES• LA OLADA• MARISMO• LA CARACOLA• PATXI - CANTINA BASCA

MONTEVIDÉUHOTÉIS • CARRASCO• COTTAGE

MALDONADORESTAURANTES• SI QUERIDA • LA BALANCITA• EL CANUTO – BOHEMIO CHIC

BAIRRO DEL TESORO• CASA ZINC - POUSADA

• LA BLANQUITA - POUSADA Y ATELIER DE

BLANCA ALVAREZ DE TOLEDO

• TRADING POST & CAFÉ ZINC (ANTIGUIDADES GARIMPADAS) • AARON • WHITE BOX DESIGN E DECORAÇÃO• MARROCO - DESIGN PAOLA

• ESTÚDIO DIEGO MONTERO - ARQUITETO,

ALÉM DE VÁRIOS ARTISTAS E GENTE DA MODA

QUE ADOTARAM O LUGAR (INTERNACIONAL).

RESTAURANTEEL CANCHO Y LA CONEJA PAULATINO

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• FASANO HOTEL - LAS PIEDRAS• CASA ZINC • L’ AUBERGE• SERENA

• MUSEO DEL MAR• FUNDACIÓN PABLO ATCHUGARRY

MUSEUS

• NARBONA• FLO• NO ME OLVIDES• EL ABRAJO• EL CANCHO E LA CONIJA• LAS PIEDRAS• L' INCANTO• FISH MARKET Manantiales

RESTAURANTES

• GARZON• TRADING POST MOVEIS ANTOGOS INSOLITOS • TRES MONDOS MOVEIS DE DESIGN, ROUPAS E CAFÉ • KALLALITH – BIJOUX

LOJAS

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P ara aqueles que buscam uma nova experiên-cia na América do Sul, o Four Seasons Resort Carmelo pode ser uma ótima dica para passeio

ou férias. Com 44 quartos luxuosos e um cenário inigua-lável, o Resort fi ca localizado em Carmelo, Uruguai, do outro lado do Rio de la Plata, em Buenos Aires. A obra, do arquiteto argentino Elia Sepra e dos designers de interiores de São Francisco Babey Moulton, Jue e Booth (responsáveis pelo interior do Four Seasons Milão), pos-sui arquitetura e design interior distintos, infl uenciados pelas culturas de todo o mundo. O estilo asiático apa-rente se mistura aos acessórios sul-americanos do Uru-guai, Paraguai, Brasil, Argentina e Chile.

Para um relax completo, o Four Seasons Resort Car-melo ainda se distingue no continente por oferecer um spa com serviço completo e um imenso campo de gol-fe. Os hóspedes também podem utilizar a piscina com cascata dupla, bicicletas, canoas, passeios a cavalo e instalações de tênis do Resort, assim como programar excursões de pesca e visitas às cidades de Carmelo e Colonia, ou assistir a um torneio de polo e se divertir no cassino. >>

FOUR SEASONS RESORT DE CARMELOUm refúgio ideal para quem gosta de requinte

Decoração com estilo em todos os ambientes do Four

Seasons Carmelo

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O lugar é perfeito para uma “escapadela” românti-ca, para organizar reuniões de negócios ou para férias em família. E para as crianças, o hotel oferece um play-ground completo com uma área especial projetada só para elas, incluindo o clube das crianças. Existem vários caminhos para se chegar ao hotel. Uma opção é viajar até Buenos Aires e de lá pegar uma balsa que leva 45 minutos até a cidade de Colonia, onde fi ca o Resort. Para aqueles que preferem chegar mais rápido, é possí-vel providenciar um avião que leva 20 minutos do Aero-porto Aeroparque, também em Buenos Aires.

Cercado de eucaliptos e pinheiros, o Resort possui 20 bangalôs, de 295 m2, com jardins privativos e chu-veiros tanto na área interior como exterior, além de

24 suítes duplex. As acomodações possuem um pátio externo coberto, uma banheira grande, chuveiros em ardósia, pias duplas e um banheiro separado para con-vidados. Os designers de interiores Pamela Babey e Jerry Jue - que foram os principais responsáveis pelo projeto - escolheram a bela e adorável madeira Viraro e Lapacho, da América do Sul, para cobrir as paredes por todo o Resort.

Camas de quatro colunas de Lapacho podem ser en-contradas nas suítes de dois níveis, enquanto os banga-lôs oferecem camas entalhadas à mão. Cortinas de rede ao redor de cada cama criam uma atmosfera romântica e os quartos destacam-se pelos tecidos trançados e borda-dos, tapetes do Uruguai e banquetas aconchegantes. >>

As diversas áreasde lazer do Four Seasons Carmelo

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Muito luxo e conforto até na hora de relaxar na piscina

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Para relaxarO Four Seasons Resort trouxe ao hemisfério sul a harmonia e o equilíbrio infl uenciados pelo velho princípio do Yin e do Yang. O spa de 1200 m2, projetado com piscinas de águas relaxantes e fontes, possui uma academia totalmente equipada, além de uma área de descanso com lareira e uma sala de meditação.

Considerado um dos melhores campos de golfe da América Latina, o campo de 18 buracos inclui também um campo de trei-no. E se você não trouxe seus tacos, é possível alugar todo o equi-pamento em uma loja disponível ao redor do campo, construído em uma zona úmida da costa, rodeado por colinas muito encon-tradas no Uruguai.

Áreas comunsAs áreas comuns incluem um chalé principal de quatro níveis. Uma lareira elevada de granito e quatro candelabros ornamenta-dos em ferro marcam o elegante chalé especialmente mobiliado. No andar de cima, uma ponte suspensa liga o lounge Nomad e a biblioteca em cada lado do saguão principal.

GastronomiaO Resort oferece diversas opções gastronômicas que incluem o Restaurante Pura, o Bar/Restaurante Mandara, o Shiva Lounge e o lounge do saguão. Aberto para café da manhã, almoço e jantar, o Restaurante Pura é o principal restaurante do Four Seasons e oferece um local interno para churrasco, onde a famosa carne uru-guaia é cozida em uma grelha inclinada. Mesas cercam a piscina com velas fl utuantes sobre a água. Localizado no nível do saguão, o lounge é a opção para que os hóspedes desfrutem de um drink enquanto observam o pôr-do-sol ou o Rio de la Plata.

PasseiosOs hóspedes podem agendar visitas à típica cidade de Carmelo, localizada a sete quilômetros do Resort. O passeio inclui também uma ida às vinícolas da região, como as de Cerros de San Juan e Irurtia, que possuem mais de 400 hectares de vinhedos. Outra boa dica é ir até a cidade de Colonia, que fi ca a 70 quilômetros do Four Seasons. Fundada em 1680, foi declarada Patrimônio Mundial da UNESCO devido ao seu valor arquitetônico e histórico.

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THE LOOK OF HOME BY DENISE BARRETO

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LúCIA

LOEB

José Mindlin em seu acervo

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A nova biblioteca vai reunir parte do acervo de José Mindlin,o maior bibliófi lo do paísBrasiliana

Oprédio da Biblioteca Guita e José Mindlin na Universidade de São Paulo (USP), que reu-nirá o acervo do bibliófi lo José Mindlin, de-

verá ser inaugurado no dia 25 de janeiro de 2012 – dia do aniversário da cidade de São Paulo e data em que a Universidade completará 78 anos. Doado à USP em 2006, parte do acervo de José Mindlin será transferido para a Universidade, deixando a casa onde morava o casal Gui-ta e José Mindlin. O acesso aos livros atualmente é res-trito; poucos pesquisadores podem consultar raridades, como um exemplar autografado por Machado de Assis, a primeira edição de Hans Staden – do século 16 – e um original de “Vidas Secas”, com anotações de Graciliano Ramos, entre outros. Parte do acervo de 40 mil volumes e 20 mil títulos está sendo digitalizado. Hoje, cerca de 2 mil títulos e documentos já estão disponíveis na internet.

O ACERVODe maneira geral, a coleção de Mindlin inclui obras de literatura, relatos de viajantes, manuscritos históricos e literários, originais e provas tipográfi cas, periódicos, livros científi cos, etc.

O acervo do colecionador possui também muitos outros destaques, por exemplo, os datiloscritos (originais datilografados) de “Grande Sertão: Ve-redas”, de Guimarães Rosa. Através deles, pesquisadores poderão ver quais foram as correções e ajustes que esses autores fi zeram em seus projetos literários. Será possível comparar o que foi escrito, o que foi suprimido e como fi cou a versão fi nal. São documentos primorosos e fundamentais para estudos literários.

Mas nem só de livros é composta a Brasiliana. Há documentos e mapas, como o esboço do Mapa das Cortes, de 1749, que conduziu à assinatura do Tratado de Madri, em 1750, e substituiu o Tratado de Tordesilhas com a di-visão das colônias portuguesas e espanholas no Novo Mundo – material importante para entender a geopolítica do século 18. >>

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40 mil volumes no acervo do bibliólogo José Mindlin

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LúCIA

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LUIZ

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Robô que escaneia 2,4 mil páginas por hora

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BrasilianaO complexo com cerca de 20 mil metros quadrados, que está sen-do construído no campus da USP, terá uma torre de livros com três andares revestidos em vidro, auditório, espaço para exposi-ções e um café. “A ideia é que a gente tivesse sempre o visitante em contato com o acervo”, explica um dos autores do projeto, o arquiteto Rodrigo Mindlin Loeb, neto do bibliófi lo.Na mesma área também será inaugurada, posteriormente, uma sede para o Instituto de Estudos Brasileiros (IEB) e sua biblioteca com mais de 40 mil volumes. Ao todo, o projeto da Biblioteca Min-dlin custará à USP R$ 60 milhões. Para a curadora da Brasiliana, Cristina Antunes, o critério usado para a digitalização obedece a uma ordem de autores e grupo de obras. “Dependendo da impor-tância e raridade dos documentos, nós partimos para a digitali-zação. Caso haja alguma data comemorativa (de nascimento ou morte) de algum autor, processamos a digitalização do material para lançá-lo em tempo hábil, que coincida com o fato”, explica.

Para ela, é difícil apontar qual obra do acervo é mais extraordi-nária. “Entre tantas, posso citar a primeira edição de ‘O Guarani’ e as obras ‘A Moreninha’ e ‘Marília de Dirceu’. Acho que pela rarida-de estas são as que me chamam mais a atenção”, revela a curado-ra. Cristina acrescenta ainda que a Brasiliana lança, semanalmen-te, revistas culturais brasileiras dos séculos XIX e XX, contendo vários autores da época.

Em casaTodos os 40 mil volumes e os 20 mil títulos do acervo de Mindlin

estão, hoje, em sua biblioteca particular, separada por um jardim da residência de Mindlin, situada no bairro do Brooklin, em São Paulo. Atualmente, nos dois andares, um deles subterrâneo, três profi ssionais administram o acervo. Outras quatro pessoas traba-lham no processo de digitalização da Biblioteca Brasiliana. O pro-fessor de História da USP e diretor da Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin, Pedro Puntoni, conta que, por exemplo, toda a obra de Joaquim Nabuco, presente no acervo, já foi digitalizada.

Para isso, além de quatro profi ssionais, há um robô (um escaner digital) que consegue escanear 2,4 mil páginas por hora. Puntoni conheceu Mindlin na década de 1990. Ele era mestrando em História e procurava exemplares da Revista do Instituto Arqueológico, His-tórico e Geográfi co Pernambucano. O então estudante não encon-trou o periódico em qualquer biblioteca paulistana. Soube que José Mindlin tinha aquela raridade. Puntoni telefonou para o bibliófi lo e recebeu não apenas um alô, mas o convite para conhecer a famosa biblioteca. Lá fi cou conhecendo o acervo e, principalmente, Mindlin.

MindlinFalecido em 2010, o empresário entrou para a Academia Brasileira de Letras, em que ocupou a cadeira número 29, antes pertencente ao historiador e escritor Josué Montello. José Ephim Mindlin nas-ceu em São Paulo, em 8 de setembro de 1914. Formou-se em Di-reito em 1936, pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo. Foi dono de uma das mais importantes bibliotecas privadas do país, que começou a formar aos 13 anos.

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Carlos Araújo e seus painéis de expressão religiosaGênesis – Árvores do Conhecimento e da Sabedoria | Foto: Sérgio Guerini

ARTE

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Cenas inspiradas na Bíblia transformam os quadros de Carlos Araújo numa verdadeira expressão religiosa

OS TONS DA PALAVRA

DIVINAPOR GiUseppe NaRdelli FOTOS sÉRGiO GUeRiNi

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Título: O Sacrifício de Isaac | Ano de execução: 2000 | Dimensões: 210 x 290 cm | Técnica: Óleo sobre tela colada em madeira

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NATURAL DE SÃO PAULO, FOI AUTODIDATA E DEU INÍCIO AOS SEUS ESTUDOS CRIANDOo painel Alegoria ao Carnaval, em 1963. Apesar de ter cursado engenharia, foi na arte que ele resol-veu criar a fórmula exata para seu sucesso. Sua participação na exposição Imagens do Brasil, em Bruxelas, foi o estopim da grande explosão que viria a seguir. Logo depois do sucesso na capital Belga, Araújo fez sua primeira exposição individual no Masp — primeira de várias que realizou ao longo dos anos no Museu de Arte de São Paulo.

Além da pintura em óleo sobre tela, Carlos Araújo também esbanja talento no desenho e na lito-grafi a. Esta última técnica foi a inspiração para lançar um livro de litogravuras — com elementos da pintura renascentista. “Arianne Lancell me convidou para fazer parte da coleção por ela editada de livros especiais de litografi as ‘uncunables’ sobre a temática do Apocalipse, de São João de Patmos, e dos ‘Quatro Cavaleiros’, de Blasco Ibañez.” Este, segundo ele, foi o ponto de partida para que inicias-se as pinturas bíblicas. >>

NATURAL DE SÃO PAULO, FOI AUTODIDATA E DEU INÍCIO AOS SEUS ESTUDOS CRIANDOo painel Alegoria ao Carnaval, em 1963. Apesar de ter cursado engenharia, foi na arte que ele resol-veu criar a fórmula exata para seu sucesso. Sua participação na exposição Imagens do Brasil, em Bruxelas, foi o estopim da grande explosão que viria a seguir. Logo depois do sucesso na capital Belga, Araújo fez sua primeira exposição individual no Masp — primeira de várias que realizou ao longo dos anos no Museu de Arte de São Paulo.

Além da pintura em óleo sobre tela, Carlos Araújo também esbanja talento no desenho e na lito-grafi a. Esta última técnica foi a inspiração para lançar um livro de litogravuras — com elementos da pintura renascentista. “Arianne Lancell me convidou para fazer parte da coleção por ela editada de livros especiais de litografi as ‘uncunables’ sobre a temática do Apocalipse, de São João de Patmos, e dos ‘Quatro Cavaleiros’, de Blasco Ibañez.” Este, segundo ele, foi o ponto de partida para que inicias-se as pinturas bíblicas.

ARTE

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Título: No Início | Ano de execução: 2000 | Dimensões: 220 x 160 cm | Técnica: Óleo sobre tela colada em madeira

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Título: Os Luminares | Ano de execução: 1990 - 2004 | Dimensões: 275 x 240 cm | Técnica: Óleo sobre tela colada em madeira

ARTE

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A fi xação do artista com a expressão religiosa aconteceu em 1980, quando o painel de sua autoria “Anunciação” foi enviado pelo governo brasileiro ao Papa João Paulo II. Ele conta que a inspiração em temas bíblicos contribuiu para seu aprimoramento espiritual. “Uma coisa depende da outra, já que a palavra inspira-ção nos transforma em receptáculos e nos remete à etimologia do Sopro, que tem sua origem no Criador”, explica.

Em 1984 ele mudou o foco de sua arte e foi motivado a retratar a sociedade brasileira que, de certa forma, tem muito em comum com todas as outras sociedades humanas. Em 1987 foi editado por Claude Draeger, em Paris, o livro “Araujo” que metaforicamente descrevia parte destas sociedades. “Percebi naquela época que estava imerso no mundo das consequências e não no mundo ‘cau-sal’. Uma pintura que representasse a sociedade de uma maneira geral, talvez fosse ‘Brasil’, ou uma banana dentro de uma garrafa de Coca Cola, executada em 1981, que evidenciei o materialismo. De certa forma, todas as manifestações artísticas traduzem uma realidade social, basta olhar por cima do muro. Goya pintou muito mais que a família real quando a retratou”, atesta.

Carlos Araújo passou longas temporadas em Paris e Nova Iorque,

onde manteve ateliê de pintura, participando ativamente dos lei-lões de arte latino-americana da Christie's e da Sotheby's. Sua obra encontra-se em inúmeras coleções particulares e museus. Entre eles, o Museu do Vaticano em Roma, o Foundation Mitterand em Paris, o Museu de Arte Brasileira da FAAP em São Paulo e o MASP, Museu de Arte de São Paulo. Através da pintura o artista compartilha os sentimentos do Homem. Carlos Araújo não pinta apenas por pintar, mas para refl etir sobre a vivência humana.

Se Araújo tivesse que retratar num quadro a vida dentro da arte seria bem simples e ao mesmo tempo profundo, pois segun-do ele “temos experiências de vida muito semelhantes, no que se refere ao convite à evolução espiritual”.

Carlos Araújo revela que não tem o costume de colecionar nada. Mas, usando e abusando do discurso litúrgico, se ele ti-vesse que colecionar algo, “pediria para colecionar, ou melhor, relembrar todos os olhares em que pude, pela Graça, identi-fi car-me em meu próximo”. Ele revela também que sua expe-riência de todos esses anos o tornou mais criterioso em suas escolhas e se ele fosse pintar hoje, pintaria algo que ajudasse alguém e a ele próprio a se erguer. >>

Título: Jesus caminha sobre as águas | Ano de execução: 2000 – 2006 | Dimensões: 220 x 320 cm | Técnica: Óleo sobre tela colada em madeira

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APROVEITAMOS A OPORTUNIDADE E FIZEMOS UM BATE

E VOLTA COM O ARTISTA, NO INTUITO DE PINCELAR MAIS

ALGUMAS INFORMAÇÕES SOBRE ELE NO PAPEL:

B&C: Uma cor?Araújo: “Fiat Lux”, contém todas.B&C: Uma coisa que se orgulha de ter feito?Araújo: Agradecer por tudo e ter a oportunidade de tentar trans-mitir “A Palavra”.B&C: Uma coisa de que se arrepende de ter feito?Araújo: Ser cabeça-dura por tanto tempo, mas isto também faz parte do aprendizado.B&C: Uma grande obra?Araújo: Qualquer uma que benefi cie espiritualmente o próximo pois, independente da mídia que o artista utiliza, se for esta a sua intenção, nela estará certamente a infl uência e presença do “Ser”.B&C: Uma inspiração?Araújo: Que venha de cima.B&C: Um projeto de vida?Araújo: Ser útil, servir.B&C: Um medo?Araújo: Desservir.B&C: Um objeto do desejo?Araújo: Desaparecer no oceano de luz, mesmo sendo um respingo.B&C: Quem é Carlos Araújo?Araújo: Um cara que tropeça e trabalha pra caramba!

BATE E VOLTA

Título: A Face de AbelAno de execução: 1984Dimensões: 80 x 60 cm

Técnica: Óleo sobre tela colada em madeira

Carlos Araujo e painel “Ascensão” | 6,00 x 2,75 m | Foto: Valentino Fialdini

ARTE

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Mário de Andrade cunhou uma expressão poética para designar o mundo inteiro - Oropa França e Bahia. E Adriano

Amado transformou-a em um espaço onde a soma de elementos, épocas e lugares resulta num ambiente universal.

FRANÇAOROPA

e BAHIA126 | O U T U B R O 2 0 1 1

THE LOOK OF HOME BY ADRIANO AMADO

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BRINCAR

BRINQUEDOSApaixonados por brinquedos antigos, empresários paulistanos

reúnem objetos raros e de valor inestimável

COLECIONARPOR GiUseppe NaRdelli

HOBBY

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P assar o tempo ao lado de muitos brinquedos deixou de ser apenas uma distração e virou coisa séria para João Gazola, empresário pau-

lista de 47 anos. O costume de guardar todos os brin-quedos que comprava ou ganhava quando criança e adolescente o transformou, hoje, num grande e respei-tado colecionador. Conta ele que sempre apreciou brin-quedos. Gosto que adquiriu através do pai que tinha uma fábrica destes divertidos objetos. “Eu gostava tanto que, quando podia, comprava dois iguais. Com um eu me divertia e o outro eu guardava intacto na embala-gem”, relembra. Atualmente João tem um acervo com aproximadamente 5 mil peças, entre brinquedos raros e outros que ele retirou de promoções de lojas, muito comuns na década de 60. Entre eles, Gazola destaca as famosas miniaturas de carros Roly Toys (produzidas no Brasil), a réplica em tamanho pequeno do robô do se-riado Perdidos no Espaço, Forte Apaches completos e autoramas. Segundo ele, hoje no Brasil, existem mais de um milhão de colecionadores de brinquedos que pro-movem convenções em que é possível trocar, comprar e vender estes objetos do desejo. “Um brinquedo para ser raro precisa ter sido fabricado em pequena escala. Ou seja, se a empresa colocou no mercado só mil peças e você possui uma, já é dono de uma raridade”, explica.

E por falar em raridade, um exemplar de um boneco chamado gigante Amaral é um dos sonhos de consumo de João. Ele lembra que este boneco vinha junto com uma cesta de Natal, vendida pelas lojas Amaral em 1958. “Ele era todo fortão, de plástico, parecido com o Ram-bo, só que quase ninguém tem ele hoje em dia, por isso tornou-se uma verdadeira preciosidade”, conta Gazola.

O preço de cada objeto desses pode variar de R$ 70 a R$ 1 mil, dependendo da procedência e ano de fabri-cação. Os brinquedos espaciais — aqueles que foram fabricados tendo como inspiração seriados de fi cção japoneses ou americanos — são supervalorizados pelos colecionadores e difíceis de encontrar.

TERAPIAJoão tem um lema adquirido de um outro amigo co-lecionador: “Quando você está triste, chateado ou entediado, pegue um brinquedo qualquer e brin-que. Brinque bastante que irá fazer um bem danado”. Adepto ao ensinamento do amigo; ele conta que costu-ma brincar bastante com seus objetos raros, mas toman-do todo o cuidado, é claro. Seus três fi lhos adolescentes também foram contaminados por esta mania e “até mi-nha esposa participa desta gostosa forma de distração e divertimento”, confessa. Um dos brinquedos que ele não troca e nem vende por nada é um jogo de futebol de botão chamado Onze de Ouro. Composto pelos quatro melhores times de São Paulo e do Rio de Janeiro, a cole-ção traz também os botões com os jogadores da seleção brasileira campeã de 1970. Outro xodó dele não é um brinquedo, mas uma raridade pertencente ao mundo das publicações. Um livro que era fornecido gratuita-mente pela Viação Cometa a todos os passageiros que iam de São Paulo ao Rio de Janeiro. Nele, estão publica-das as mais famosas marchinhas de carnaval entoadas nos luxuosos bailes na década de 50. “Era um ‘esquenta’ para que o folião já chegasse no embalo e com a letra das músicas na ponta da língua”, brinca ele.

nha esposa participa desta gostosa forma de distração e divertimento”, confessa. Um dos brinquedos que ele não troca e nem vende por nada é um jogo de futebol de botão chamado Onze de Ouro. Composto pelos quatro melhores times de São Paulo e do Rio de Janeiro, a cole-ção traz também os botões com os jogadores da seleção brasileira campeã de 1970. Outro xodó dele não é um brinquedo, mas uma raridade pertencente ao mundo das publicações. Um livro que era fornecido gratuita-mente pela Viação Cometa a todos os passageiros que iam de São Paulo ao Rio de Janeiro. Nele, estão publica-das as mais famosas marchinhas de carnaval entoadas nos luxuosos bailes na década de 50. “Era um ‘esquenta’ para que o folião já chegasse no embalo e com a letra

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Brinquedos antigos do acervo de João Gazola

HOBBY

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Batmóvel fabricado pela antiga indústria Casa Blanca (que depois foi ven-dida para a Gulliver), um Space Ranger (disco voador dos anos 70), o bone-co Chamyto (distribuído em promoções da Nestlé nos anos 80), tampinhas de embalagens de pastas de dentes (todas em porcelana) e outras raridades João Gazola expõe em vitrines que ele possui na Galeria Itapetininga, no centro de São Paulo, onde vende, troca e compra brinquedos raros. “Aos poucos fui ampliando minha coleção. Hoje, além de brinquedos antigos eu tenho outras coisas que são consideradas relíquias no mundo dos colecio-nadores”, complementa.

STAR WARSDesde que expôs suas peças na galeria, João conheceu vários outros afi -cionados, entre eles Fábio Assumpção Costa, empresário paulistano de 52 anos que coleciona objetos criados a partir do fi lme Star Wars, de George Lucas. Ele conta que hoje já possui mais de 20 mil itens, entre bonecos, pro-tótipos de utensílios e brinquedos fabricados inspirados no fi lme, campeão de bilheterias em todo o mundo. “Minha coleção está toda dentro do meu apartamento. É tanta coisa que já não sobra mais espaço para nada”, conta ele. Apaixonado pela série desde 1979, começou a ir em busca de brinque-dos e objetos que levam a marca Star Wars no Brasil e no exterior. Dos robôs às naves espaciais; dos sabres de luz aos guerreiros estelares. Este é o mun-do com que Fábio se diverte até hoje, simulando batalhas e salvamentos ba-seados em situações exibidas no fi lme. “Brincar nos leva de volta à infância. Quem disse que isso é coisa só de criança?”, desabafa ele, calculando que sua coleção, hoje, está avaliada em US$ 1 milhão, “mas não vendo por nada!” Mas o que falta para completar o acervo destes obcecados colecionadores?

Fábio confessa que, apesar de custar uma fortuna, gostaria de ter um jipe Hummer com o logotipo do fi lme Star Wars e a fi gura de Darth Vader es-tampada. Este jipe, usado pelos soldados na guerra do Iraque, teve algumas unidades fabricadas em homenagem ao clássico de George Lucas. “Mas por enquanto é apenas um sonho quase impossível de realizar”, conclui.

João Gazola tem um objetivo menos ousado fi nanceiramente. “Gostaria de ter na minha coleção um Forte Apache comercializado em 1964 pela extinta indústria Casa Blanca. Difi cílimo de encontrar, mas lindo”. Apesar dos desafi os, eles não pretendem parar por aí, nem mesmo se conseguirem adquirir seus objetos do desejo. A coleção de ambos aumenta a cada dia, através de pesquisas, incansáveis buscas e surpresas que a vida pode ofe-recer. Os dois colecionadores pretendem organizar uma mega exposição de brinquedos antigos em São Paulo. Mas isso não é brincadeira não!

Serviço:João Brinquedos Galeria Itapetininga

Rua 7 de abril, 356, Centro - SPDe segunda a sexta-feira, das10h às 19h

Sábados, das 10h às 16hFone: (11) 9215-1932

Vitrines com brinquedos raros colecionados por João Gazola

1 e 2. Coleção de objetos Star Wars de Fábio Assumpção Costa

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