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Edição 119 da revista beach&Co - Maio de 2012

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ao leitor

E mais...

ANO XI - Nº 119 - MAIO/2012

Beach CoA R e v i s t a d o L i t o r a l .

A revista Beach&Co é editada pelo Jornal Costa Norte

Redação e PublicidadeAv. 19 de Maio, 695 - Bertioga/SP

Fone/Fax: (13) 3317-1281www.beachco.com.br

[email protected]

Diretor - PresidenteReuben Nagib Zaidan

Diretora AdministrativaDinalva Berlofi Zaidan

EdiçãoEleni Nogueira (MTb 47.477/SP)

[email protected]

Diretor de ArteRoberto Berlofi Zaidan

[email protected]

Criação e DiagramaçãoPP7 Publicidade

www.pp7.com.br | [email protected]ção de Arte e Diagramação: Audrye Rotta

Marketing e PublicidadeRonaldo Berlofi Zaidan

[email protected]

Depto. ComercialAline Pazin

[email protected]

Revisão Adlete Hamuch (MTb 10.805/SP)

ColaboraçãoDurval Capp Filho, Edison Prata,

Fernanda Lopes, Flávia Souza, Luci Cardia, Luciana Sotelo, Karlos Ferrera, Marcos Neves

Fernandes e Renata Inforzato

CirculaçãoBaixada Santista e Litoral Norte

ImpressãoGráfica Silvamarts

Foto Marcos Pertinhes/PMB

O termo desenvolvimento sustentável surgiu na década de 1980, na Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, criada pelas nações Unidas, para discutir e propor meios de harmonizar dois objetivos: desenvolvimento econômico e conservação ambiental.

Muito simples na teoria mas, na prática, chegar a esta simbiose não é nada fácil. A população mundial cresce, aumenta-se o consumo e a pressão ao meio ambiente é cada vez maior. O resultado é a disputa crescente entre o homem e natureza.

Em Bertioga, vê-se um bom exemplo disso. A cidade possui uma das maiores taxas de crescimento populacional da região dos últimos dez anos, ao mesmo tempo em que aumentaram as restrições ambientais sobre o seu solo.

Com pouco mais de 1,6% do território disponível para expansão urbana, e uma população de mais de 47 mil habitantes, que não para de crescer, o município busca saídas para atender os preceitos do desenvolvimento sustentado.

Afinal, tão importante quanto preservar a natureza é dotar a cidade de infraestru-tura e empreendimentos capazes de suprir as necessidades inerentes ao ser humano: qualidade de vida e meios de subsistência.

Nesse aspecto, caminhamos pelas trilhas certas, devagar, mas com segurança e ob-jetividade.

Eleni Nogueira

Sustentávelao pé da letra

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Nosso colunista Edison Prata ofertou a revista Beach&Co a Edson Arantes do Nascimento, o rei Pelé, um dos principais protagonistas da rica história do Santos Futebol Clube, cujo centenário, dia 14 de abril passado, foi matéria de capa da publicação de número 118.

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Rota Anchieta nas belas Guarujá e Bertioga

Lições da Carta da Terra para a Rio+20

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Foto Flávia Souza Foto Pedro Rezende/Arquivo

Comportamento 32

Sustentabilidade 50

Voluntariado 52

Internacional 56

Gastronomia 64

Moda 68

Celebridades 72

Destaque 78

Alto Astral 79

Flashes 82

E mais...

Foto

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Info

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Capa

Bertioga em nova roupagem

Foto José Aparecido Cardia

Foto Renato Inácio/JCN

pág. 12Bertioga

Paixão pelo ambiente portuário em maquete

O hipismo como ferramenta de superação

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Foto Flávia Souza Foto Luciana Sotelo

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15Beach&Co nº 119 - Maio/2012

Conjunto de obras na região central da cidade aumenta a percepção de investidores quanto à qualidade de vida

local, mas, dilemas cruciais em relação ao seu modelo de desenvolvimento ainda aguardam soluções

A Bertiogaque todos queremos

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16 Beach&Co nº 119 - Maio/2012

Bertioga, a exemplo dos demais municí-pios do litoral paulista, encontra-se diante de dilemas importantes relacionados com o modelo de desenvolvimento que irá adotar no futuro frente à demanda regional confi-gurada, principalmente por conta do aqueci-mento econômico provocado pelas recentes descobertas na camada pré-sal da Bacia de Santos e a anunciada expansão portuária das cidades limítrofes, Santos e São Sebastião.

Construção da sede administrativa da Petrobras, no bairro Valongo, expansão da área continental e implantação do comple-xo logístico na Ilha de Bagres, em Santos; implantação de base offshore e de aeropor-to civil metropolitano, em Guarujá, bem

como a duplicação da Rodovia Tamoios e a construção do Contorno Viário São Se-bastião-Caraguatatuba, em São Sebastião, são alguns dos vetores econômicos que já aquecem o mercado imobiliário, com con-sequente novo fluxo migratório e demanda por áreas de expansão. Novos moradores exigem novas escolas, postos de saúde, ex-pansão dos serviços de transporte e inves-timentos em várias áreas de infraestrutura.

Em Bertioga, município caçula do lito-ral, há um agravante, o crescimento po-pulacional das últimas décadas entra em choque com as restrições ambientais im-postas ao município. Conciliar preserva-ção, demandas regionais, serviços públicos

Por Eleni Nogueira

desenvolvimento

Revitalização da avenida 19 de Maio conferiu novos ares à entrada da cidade

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17Beach&Co nº 119 - Maio/2012

e oportunidades para todos são os desafios impostos à sociedade bertioguense.

Afinal, sua população fixa já soma mais de 47 mil habitantes, um número expressi-vo ao ser comparado ao existente na época da emancipação do município, em 1991, quando a população somava apenas 11.478 habitantes.

Segundo levantamento da RA Amaral Consultoria, desde sua instalação oficial, em janeiro de 1993 até 2010, Bertioga lide-rou com absoluta folga o ranking das cida-des da Região Metropolitana da Baixada Santista com a maior taxa de expansão po-pulacional do estado de São Paulo: índice de 217, 26%, contra 30, 82% apurado na Baixada Santista, e de apenas 26, 30% em âmbito estadual.

É como se a cidade tivesse recebido seis habitantes por dia durante 17 anos segui-dos. Este cenário de crescimento exerce for-te pressão sobre o tecido urbano, em uma cidade que possui um dos maiores índices de cobertura vegetal do estado de São Pau-lo, ou seja, cerca de 90% dos 493 km² de ex-tensão territorial.

No final de 2010, a criação do Parque Es-tadual Restinga Bertioga, com 93, 12 km², ou equivalente a 19% de todo o território municipal, restringiu ainda mais a área destinada à urbanização, já que a abran-gência do parque inclui zonas urbanas e de expansão urbana, definidas no Plano Diretor de Desenvolvimento Sustentável (Lei 315/98). Assim, resta ao poder público apenas 1, 6% do território para legislar.

A instituição de unidades de conser-vação justifica-se pela existência de im-portantes ecossistemas, biodiversidades e patrimônios ambientais que certamente precisam ser conservados e preservados para as gerações futuras.

Nova orla inclui faixa exclusiva para ciclistas

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18 Beach&Co nº 119 - Maio/2012

Mas, há uma condição preocupante frente à demanda regional configurada, principalmente por conta do aquecimento econômico provocado pelas recentes desco-bertas na camada pré-sal da Bacia de Santos e a anunciada expansão portuária das cida-des limítrofes, Santos e São Sebastião.

Há de se notar o modelo de ocupação predominante na cidade, desde seu pe-ríodo de maior expansão, ocorrido nas décadas de 1980 e 1990, voltado, exclusi-vamente, para o turismo de veraneio. Por conta disso, atualmente, mais de 60% dos domicílios existentes no município são de uso ocasional, ou de segunda residência, enquanto que o déficit habitacional é de cerca de 4 mil moradias.

desenvolvimento

“Não se trata somente de ter mais áreas para urbanizar, é preciso definir o melhor modo de

urbanizá-las, garantindo direitos sociais e otimizando o aproveitamento de solos urbanizados”. Kazuo Nakano

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19Beach&Co nº 119 - Maio/2012

Kazuo Nakano, arquiteto urbanista, professor do Centro Universitário Senac e doutorando em demografia na Unicamp faz um alerta: “Diante desse cenário, é importante buscar um novo modelo de desenvolvimento urbano. Não se pode re-petir o mesmo modelo de urbanização ba-seado no turismo de veraneio voltado para segundas residências”.

Segundo Nakano, Bertioga não tem como resolver o seu problema de cresci-mento urbano, mantendo mais de 60% dos seus domicílios como de uso ocasional. “As áreas disponíveis para crescimento futuro são poucas e não se pode desperdiçá-las so-mente com residências que, apesar de bene-ficiadas com serviços, equipamentos e infra-

estruturas urbanas, permanecem fechadas durante a maior parte do ano. Não se trata somente de ter mais áreas para urbanizar, é preciso definir o melhor modo de urbanizá--las, garantindo direitos sociais e otimizan-do o aproveitamento de solos urbanizados”.

Por outro lado, não se podem ignorar os benefícios gerados pela indústria do turis-mo de veraneio, conforme defende Rodol-fo Amaral. “A produção imobiliária na área litorânea financia recursos para a saúde, educação e serviços diversos”.

Fatores econômicosSegundo Rodolfo Amaral, é importante

observar que Bertioga ainda se encontra em fase de desenvolvimento, o que limita sua

Região central da cidade com o Canal de Bertioga ao fundo

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20 Beach&Co nº 119 - Maio/2012

capacidade de geração de recursos tributá-rios a partir do consumo (ICMS, por exem-plo), bem como possui um contingente populacional abaixo de 50 mil moradores, algo que inibe sua participação no processo de partilha do Fundo de Participação dos Municípios. “E é exatamente por esta razão que registra uma grande concentração das suas receitas de impostos nos chamados tributos patrimoniais (IPTU e ITBI) ou na produção destes tipos de bens imobiliza-dos, já que sobre tais negócios também re-cai a cobrança do Imposto sobre Serviços”, diz. Daí a relevância da receita proveniente do IPTU (Imposto Predial e Territorial Ur-bano), gerado pela construção civil, defen-de o economista.

Rodolfo Amaral destaca: “É inegável que Bertioga precisa defender o seu patrimônio ambiental, mas de forma responsável que não coloque em risco seu desenvolvimento e nem faça da cidade um lugar contempla-tivo e sem oportunidades de desenvolvi-mento, até porque, a cidade concentra uma

população jovem de 18 a 24 anos, que pres-siona o mercado de trabalho”.

Vê-se que Bertioga, a exemplo dos demais municípios do litoral paulista, encontra-se diante de dilemas importantes relacionados com o modelo de desenvolvimento que irá adotar no futuro. “A geração de riquezas é um fato concreto”, diz Amaral.

Por sua vez, Kazuo questiona: “Essas riquezas serão traduzidas em melhores condições de vida e um desenvolvimento urbano que efetive direitos sociais e ga-ranta a preservação do meio ambiente? Ou essas riquezas serão obtidas de modo predatório e insustentável, com altos cus-tos socio-ambientais?”.

Atender a estas questões é parte dos desafios do processo de revisão do Plano Diretor de Desenvolvimento Sustentável de Bertioga, que terá a missão de encon-trar mecanismos de conciliação entre seu crescimento populacional e a ocupação ordenada do solo urbano, nas diferentes localidades do município.

desenvolvimento

Rodolfo Amaral destaca: “É inegável que Bertioga precisa defender o seu

patrimônio ambiental, mas de forma responsável que não coloque em risco seu

desenvolvimento”. Rodolfo Amaral

“Eu acredito que as coisas vão acontecer, o crescimento é irreversível”. Pedro Alves

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Cidade repaginadaUm dos desafios da cidade é adequar sua

infraestrutura para atender a demanda atu-al e futura. Algumas iniciativas começam a sair, como a revitalização da região cen-tral. É notável o novo calçadão da orla da praia. O trecho já urbanizado é, atualmente, o principal ponto de encontro de Bertioga.

Quem chega hoje a Bertioga tem uma nova impressão da cidade, a partir de seu acesso principal, a avenida 19 de Maio, que foi remodelada em seus 1.200 metros de ex-tensão. A via dupla agora conta com ciclo-via, disposição de vaga de estacionamento junto ao canteiro central, iluminação pa-dronizada, paisagismo e novas passarelas com adequação para acessibilidade.

Ainda em andamento, estas duas obras são apontadas como determinantes na me-lhoria da percepção dos investidores quan-to às perspectivas de desenvolvimento da cidade. “ Bertioga será dividida em dois momentos, o antes e o depois da nova orla e da 19 de Maio. Estas duas obras dão um outro conceito para a região central da ci-dade, e isso é uma grande força para o mer-cado imobiliário de padrão médio a alto”, diz o empresário Pedro Alves, da Ramon Alvares, que há 23 anos atua na Riviera de São Lourenço, e agora investe também na região central do município.

Pedro Alves observa que existem pro-

jetos de curto, médio e longo prazo sendo executados na cidade e que o empresário visualiza lá na frente, analisa e investe. “Ele (o investidor) enxerga esses vetores todos. Eu acredito que as coisas vão acontecer, o crescimento é irreversível. Bertioga é uma cidade em preparação para o futuro e este futuro está cada vez mais presente”, diz.

A exemplo de Pedro Alves, o grupo de empresários da Factual Negócios Imobiliá-rios também acredita neste potencial merca-do. “Com o aquecimento do ramo imobiliá-rio nos últimos anos, a procura por imóveis em Bertioga aumentou bastante. Notada-mente, não apenas para lazer, mas com ex-pressiva busca por moradia”, diz Anselmo Aragon, um dos sócios do grupo.

O empresário explica a força que atrai os investidores para a cidade: “Justamente a visão de que há muito por realizar. Bertio-ga tem as limitações ligadas à preservação ambiental, balneabilidade das praias, baixa criminalidade e proximidade dos grandes centros que, se mantidos e aliados a um crescimento sustentado, podem fazer com que os imóveis sempre se valorizem”.

Ainda segundo Aragon, há uma visão de que, quem investir agora, juntamen-te com as melhorias que estão chegando, obterá forte valorização frente ao investi-mento realizado. “É isso que nos motiva a investir em Bertioga”, afirma.

Pista de skate e posto de observação para guarda-vidas, dentre os equipamentos da orla

“Quem investir agora, juntamente com as melhorias que estão chegando, obterá forte valorização frente ao investimento realizado. É isso que nos motiva a investir em Bertioga”. Anselmo Aragon

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22 Beach&Co nº 119 - Maio/2012

desenvolvimento

Plano Diretor Bertioga aguarda a publicação do Zone-

amento Ecológico Econômico da Baixada Santista - ZEE, para definir as propostas de revisão do Plano DDS da cidade. “Temos muitas coisas para rever, já adiantamos alguns trabalhos, como o abairramento e estamos discutindo o sistema viário, mas é bom aguardar as definições do ZEE para que as diretrizes sejam compatíveis”, diz o secretário municipal de Habitação, Plane-jamento e Desenvolvimento Urbano José Marcelo Ferreira.

Dentre as leis que devem ser revistas para definir o perfil do futuro desenvol-vimento da cidade estão as que tratam do abairramento, sistema viário, código de posturas e o código de edificações.

Um primeiro ensaio do abairramento foi apresentado para apreciação da Asso-ciação dos Engenheiros, Arquitetos e Agrô-nomos de Bertioga, dia 4 deste mês, por José Marcelo. De acordo com a proposta, o município seria dividido em quatro regiões administrativas, de forma a se pensar em

futuras sedes de administrações regionais. A ideia é definir os contornos dos bairros e discutir espacialmente a planta da cidade e as vocações de cada região.

A configuração territorial seria assim definida: RA1 Caibura/São João (formada apenas por estes dois bairros); RA2 Cen-tro/Vista Linda (12 bairros); RA3 Indaiá/Riviera de São Lourenço (6 bairros e Par-que Estadual Restinga Bertioga - PERB) e RA4 Guaratuba/Boraceia (4 bairros). Cada região terá o seu próprio Código de Ende-reço Postal, que hoje é único para a cidade inteira e dificulta o trabalho dos Correios.

Segundo José Marcelo, após consenso da discussão técnica por parte da AEAAB, que ficou com uma cópia do material digital para apresentar para os seus associados, a proposta segue para as audiências públicas.

Já o Plano Viário Municipal deve espe-rar mais um pouco para ter uma primeira proposta, isso porque o secretário deve aguardar as definições do Sistema Viário de Interesse Metropolitano - SIVIM, que vem sendo discutido na região.

“Adiantamos alguns trabalhos, como o

abairramento e estamos discutindo o sistema viário,

mas é bom aguardar as definições do ZEE para que as diretrizes sejam

compatíveis”. José Marcelo

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Abairramento e sistema viário estão entre as discussões da revisão do Plano Diretor de Desenvolvimento Sustentável

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A CDHU parabeniza Bertioga pelo seu aniversário de emancipação e seu crescente desenvolvimento.

Temos orgulho de fazer parte dessa história por meio da construção de moradias e da urbanização do bairro Vicente de Carvalho.

A população de Bertioga merece viver bem, com toda a dignidade. Esse é o trabalho da CDHU. Parabéns, Bertioga.

Praias, trilhas, restaurantes, Pastelarias, bares, agitos.

Mas o Melhor lugar para coMeMoraros 21 anos de eMancipação de Bertioga

é na casa da gente.

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24 Beach&Co nº 119 - Maio/2012

turismo

Guarujá e Bertioga constituem o maior trecho da rota Passos dos Jesuítas - Anchieta, com 77 km de muita

natureza exuberante, história e cultura

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Caminhos de

Por Flávia Souza

Ao iniciar a rota em Peruíbe, com des-tino à Ubatuba, o peregrino deve ter na mente - e no coração - o conceito de que, além de preparo físico, é necessário abas-

tecer a alma. A primeira parte do cami-nho Passos dos Jesuítas - Anchieta, que termina em Bertioga, contabiliza pouco mais de 180 quilômetros, uma caminha-

contemplação

Forte São João, em Bertioga

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25Beach&Co nº 119 - Maio/2012

da e tanto. Assim, é necessário ter fé e acreditar que é possível realizar o trajeto a despeito de qualquer adversidade que surgir no caminho.

Romeiro há 34 anos, o funcionário público estadual Antônio Roberto Rodri-gues Bicas conhece bem isso. Morador de Jacupiranga, no Vale do Ribeira, ele está acostumado a realizar longas caminha-das que envolvem fé. “Faço essas pere-grinações como se fossem retiros espiri-tuais. São momentos que uso para estar a sós com Deus. Uma maneira diferente de louvá-lo e dar graças pelos imensos benefícios que nos proporciona no dia a dia”, revela.

Déto, como é conhecido, fez o percur-so ao lado do amigo e também romeiro José Amauri Lobo. Em três dias e meio eles concluíram a primeira etapa do iti-nerário. “Há muitos anos viajamos a pé. Nessas peregrinações religiosas, percor-remos até 430 km de distância. Porém, nessas ocasiões, o visual que nos acom-panha é bem diferente do contemplado no litoral. Quando saímos de Jacupi-ranga para o Santuário de Bom Jesus de Iguape ou ao Santuário de Nossa Se-nhora Aparecida, a paisagem é compos-ta por rodovias, com o inconveniente da proximidade dos veículos e o perigo que corremos”.

No roteiro das praias, realizar uma ca-minhada sentindo a brisa do mar pode ser revigorante. “Até perdemos a rota, distraídos com tanta beleza. É uma hon-ra conhecer com maior intensidade o li-toral”, diz ele.

A aventura foi outro componente da viagem. Nas costas, uma barraca de

Ao lado, vista do Canal de Bertioga, apartir da estrada Guarujá-Bertioga e,

abaixo, o portal de entrada da estrada Parque Serra do Guararú

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acampamento tornou a caminhada um pouco mais difícil. Outro diferencial da viagem foi o energético usado: água de coco, em substituição ao produto indus-trial, o que, em sua opinião, foi responsá-vel pela ausência da habitual dor ciática. Um milagre ou simplesmente a manifes-tação dos ricos nutrientes desta delícia símbolo do litoral?

O peregrino ressentiu-se de alguns percalços encontrados pelo caminho. Segundo ele, há pórticos que não fun-cionam e, assim, deixam de registrar a passagem do caminhante; os atenden-tes das centrais de informação e outros profissionais que trabalham no setor turístico não estão devidamente treina-dos para informar sobre o percurso, o que causa confusão. Ele também critica a pouca quantidade de igrejas e locais de oração na rota. Apesar desses entra-ves, a beleza do litoral o cativou. “O que pude conhecer de espaços culturais e tu-rísticos, conheci.”

Guarujá e BertiogaPraias, paisagens de tirar o fôlego e

muito verde são alguns dos cenários encontrados no trajeto entre Guarujá e Bertioga. A primeira cidade possui uma rota de 41 km, iniciada na travessia de barco a partir de Santos, quando é possí-vel observar a Fortaleza da Barra. De lá, segue-se pela faixa de areia na praia de Santa Cruz dos Navegantes, em seguida a estrada Santa Cruz dos Navegantes até chegar na Praia do Tombo - a preferida dos surfistas em Guarujá.

Segue-se para a praia das Astúrias, onde os muitos barcos de pesca confe-

turismo

As belas praias de Pitangueiras e Astúrias, em Guarujá

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rem um charme a mais ao local. A praia vizinha, a das Pitangueiras, no centro da cidade, é uma das mais frequentadas tanto pelos turistas quanto por muní-cipes. O itinerário segue pela praia da Enseada, a mais extensa do município, com 5.650 metros. Para chegar à próxima praia, a de Pernambuco, é necessário ca-minhar pela estrada. O último pórtico de Guarujá fica na praia do Perequê, outra comunidade de pescadores.

Para chegar à Bertioga, é necessário seguir pela Rodovia Ariovaldo de Almei-da Viana; fugindo um pouco do trajeto, chega-se às ruínas da Ermida Santo An-

Ruínas da Ermida de Santo Antônio de Guaibê, localizada na divisa entre Guarujá e Bertioga

Roteiro O roteiro turístico Passos dos Jesuítas - Anchieta tem

início em Peruíbe, no litoral sul, e término em Uba-tuba, no litoral norte. A caminhada passa por 13 ci-dades (Peruíbe, Itanhaém, Mongaguá, Praia Grande, São Vicente, Cubatão, Santos, Guarujá, Bertioga, São Sebastião, Ilhabela, Caraguatatuba e Ubatuba, num percurso de 360 quilômetros. O percurso foi inspi-rado no Caminho de Santiago de Compostela, na Espanha, e já atrai grande número de peregrinos. O Guia do Caminhante pode ser retirado junto com o Cartão do Caminhante em um dos postos de emissão indicados no portal www.caminhasaopaulo.com.br.

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tonio do Guaibê, no limite entre as duas cidades, uma das mais antigas capelas construídas no Brasil, datada de 1560. Este é apenas um dos inúmeros cenários que rendem lindas fotos.

Em Bertioga, o peregrino curte a na-tureza e história locais. O Forte São João, considerado o primeiro do Brasil, foi lo-cal estratégico para a passagem de índios e jesuítas. No município, o trajeto é feito

todo à beira mar, mas há a opção de um itinerário ecológico, a exemplo da Trilha da Água, uma caminhada de 700 metros após a travessia do rio Itapanhaú. Outra opção interessante é conhecer a aldeia in-dígena Rio Silveira, localizada na divisa com São Sebastião. Atualmente, o lugar abriga aproximadamente 400 índios gua-ranis, que ainda cultivam a história e a cultura do seu povo.

Passos alternativosCubatão é uma rota alternativa do per-

curso Passos de Anchieta. Localizado entre o planalto e o porto, o município foi ponto obrigatório de passagem dos índios e jesu-ítas que iniciaram ali a escalada da Serra do Mar. O advogado Márcio Ferro fez algo semelhante. Ele escolheu iniciar o itinerário no litoral paulista pela cidade. Sua viagem também foi realizada de forma alternativa: pedalando. De bicicleta, saiu de Santo An-dré - onde mora, e seguiu até Ubatuba. “Fui motivado pelo lado histórico e cultural do trajeto. Parei nos pórticos, registrei minha passagem e fiz assim até concluir a segunda

etapa do percurso, em Ubatuba”.Márcio pedalou ao lado do amigo Luís

Fernando Paquielli. Após concluir o trajeto proposto pela rota, esticou o passeio até Pa-raty, no Rio de Janeiro. Ele conta que a via-gem de 430 km foi feita em três dias e confir-ma que é possível fazer romarias de bicicleta. “Eu, que já tinha feito de bike o Caminho da Luz, em Minas Gerais, recomendo os Passos dos Jesuítas. É um trajeto fácil para se fazer sobre duas rodas, até porque, a maior parte do litoral é plana e as poucas inclinações que encontramos não dificultaram a nossa mis-são. É uma viagem que vale cada quilômetro percorrido”.

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O cotidiano do rio Perequê

O advogado Márcio Fenno optou por fazer o roteiro de bicicleta

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meio ambiente

Por Marcus Neves Fernandes

Carta da Terra e a Rio+20O documento, baseado no tripé justiça,

sustentabilidade e paz, é apoiado por cerca de 5 mil organizadores no mundo, inclusive no Brasil

Em junho, o Brasil sediará a Rio+20, a mais importante conferência das Nações Unidas sobre desenvolvimento sustentá-vel. Durante o evento, o governo brasileiro deverá apresentar a proposta de um novo pacto entre os países-membros da ONU. O objetivo é estabelecer metas de desenvolvi-mento sustentável, relacionadas à geração de energia e hábitos de consumo, entre outros princípios. Boa parte desse ‘novo pacto’, porém, já existe e responde pelo nome de ‘Carta da Terra’. Idealizada pela Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento da ONU, em 1987, ela

ganhou impulso na Cúpula da Terra, reali-zada no Rio de Janeiro, em 1992. O docu-mento final ficou pronto no ano 2000, foi traduzido para 40 idiomas e, atualmente, é apoiado por 4, 6 mil organizações ao redor do mundo, inclusive no Brasil.

A Carta pode ser resumida em três eixos básicos: justiça, sustentabilidade e paz. Ela prega respeito e cuidado pela co-munidade, integridade ecológica, igual-dade de direitos sociais e econômicos, democracia, não-violência e convivência pacífica entre os povos.

Ninguém é obrigado a seguir os prin-

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cípios da Carta da Terra. Assim como a Declaração Universal dos Direitos Huma-nos, ela é considerada uma espécie de ‘lei branca’, ou seja, não há uma legislação que determine sanções ou penalidades. Sua aceitação e aplicação é uma questão de foro íntimo, de moralidade. Enfim, ela é um có-digo ético de conduta.

Hoje, porém, os princípios que nortea-ram a elaboração da Carta da Terra já não são mais encarados apenas como plena-mente viáveis. Há quem afirme que eles são inadiáveis.

No tocante às mudanças climáticas, por exemplo, o Painel Intergovernamental cria-do pela ONU (IPCC, na sigla em inglês), com a participação de 2.500 cientistas de dezenas de países, concluiu que a ativida-de humana é responsável por uma acelera-ção nas mudanças climáticas.

A sociedade de consumo, marca registra-da do século XX, caracterizada pela produ-ção em larga escala, desassociada dos danos ambientais decorrentes, precisa dar lugar a modelo econômico de baixo impacto.

Cada passo, cada avanço, cada novo projeto só pode ser considerado viável se respeitar a comunidade local, reduzindo drasticamente o consumo de matérias-pri-mas não renováveis e a geração de lixo. No litoral brasileiro, por exemplo, a expansão imobiliária das últimas décadas baseou-se em um modelo predatório. Com raras ex-ceções, importou-se mão de obra barata de outros estados, o que resultou na explosão de núcleos de baixa renda. Sem serviços básicos de água ou esgoto, essas favelas se expandiram, comprometendo a mata e os mananciais de abastecimento.

A expansão imobiliária no litoral paulista resultou no surgimento

de inúmeras favelas, o que afetou, inclusive, as matas e os mananciais de abastecimento

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meio ambiente

MegacidadesEsses e diversos outros desafios são parte inte-

grante dos conceitos abordados na Carta da Terra. Eles, todavia, se chocam frontalmente com o ca-minho que a humanidade vem trilhando nos úl-timos anos, uma realidade que motivou a criação do documento.

Um exemplo disso são as cidades. Hoje, mais de 50% dos 6, 5 bilhões de humanos vivem em centros urbanos - uma concentração que em 2050 deve chegar a inéditos 70%.

Muito se fala da derrubada de florestas, da po-luição, da contaminação dos rios e da extinção de animais e plantas. Esses, na verdade, são reflexos óbvios, que presenciamos todos os dias. Porém, quando se fala dos impactos da sociedade huma-na, muitas vezes não temos a verdadeira noção desses desdobramentos. E eles podem estar mais perto do que se imagina. Um exemplo está aqui mesmo na Baixada Santista. Uma recente pesquisa feita pela engenheira ambiental Alexandra Sam-paio, da Unisanta, analisou os danos decorrentes

da descarga de esgoto sem tratamento no canal do estuário de Santos. Atualmente, mais de 50 mil pessoas vivem em áreas sem saneamento básico às margens do Estuário. Qual o impacto disso em relação às mudanças climáticas? O clima tem um papel crucial nesse processo. Verão e inverno tan-to podem ser ‘úteis’ como prejudiciais às bactérias presentes no estuário. E o pior: alterações nesse ciclo podem alterar drasticamente a qualidade da água. No inverno, por exemplo, o índice de bal-neabilidade se apresenta melhor do que no verão, época em que as chuvas ‘lavam’ a região em dire-ção aos corpos d’água. Mas isso, por outro lado, diminui a salinidade, o que aumenta o tempo de vida dos micro-organismos. No verão, apesar das chuvas mais intensas e constantes, há mais inci-dência de radiação solar, que é prejudicial para muitas bactérias. Essas equações, entretanto, po-dem sofrer alterações, na medida em que as pre-visões dos climatologistas apontam para o recru-descimento dos chamados ‘extremos climáticos’ (verões mais chuvosos e invernos mais secos).

O que é a Rio+20? Vinte anos depois da Rio 92, ambienta-

listas do mundo inteiro voltarão ao Brasil para um novo encontro da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre meio ambiente, a Rio+20, entre 28 de maio e 6 junho de 2012. Mais que um balanço da implantação de compromissos estabeleci-dos na conferência de 1992 - como a Agen-da 21 e a criação das convenções - quadro da ONU sobre Mudanças Climáticas e Biodiversidade - a Rio+20 vai tentar avan-çar na proposta de uma economia verde,

que concilie crescimento econômico com baixas emissões de carbono.

Durante este período entre os dois en-contros, o movimento ambientalista ga-nhou força e as discussões sobre o futuro do planeta não estão mais restritas a orga-nizações não governamentais ou grupos acadêmicos, o que também fará da Rio+20 uma conferência diferente da anterior. Outra novidade será o papel da internet e das redes sociais, que poderão ampliar os limites da conferência para muito além do Rio de Janeiro e permitir que cidadãos do

mundo inteiro acompanhem os debates e cobrem ações concretas de seus represen-tantes na definição de novos compromis-sos para o desenvolvimento sustentável. “A Rio+20 é, por um lado, a oportunidade de cobrar soluções que a gente sabe que existem, mas que não avançam por falta de vontade política; e, de outro, de envol-ver novos atores no debate. A mudança vai exigir ações não só dos governos, mas das empresas, da sociedade”, avalia Mar-celo Furtado, diretor-executivo do Gre-enpeace Brasil.

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comportamento

Por Luciana Sotelo

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“Foi um susto saber que estava grávida”, “pensei em tirar o bebê”, “eu só chorava, estava muito triste com a notícia da gravi-dez”. Frases como estas chocam, mas são

mais comuns do que se pode imagi-nar. Ainda mais quando se trata

de adolescentes, meninas que, há pouco tempo, mal sabiam cuidar de si mesmas e de suas bonecas. É com o rosto assustado e sentimento de arrependimento que elas chegam ao projeto Menina

Mãe, um programa de apoio a jovens criado há 4 anos pelo

Departamento de Ações Co-munitárias da Associação dos

Médicos de Santos e voltado para o período de gestação, de for-

ma que caminhe junto com o ama-durecimento da futura mamãe. Gravidez na adolescência, em geral,

causa sérias consequências, pois envolve crise e conflitos. “O fato é que a adoles-

cente não está preparada para tama-nha responsabilidade e, muitas

vezes, ainda tem outras perdas associadas como, por exem-

Projeto ajuda jovens gestantes a enfrentar a difícil transição entre a despreocupada adolescência e a árdua missão da maternidade prematura

De meninas a mães, com afeto e apoio

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plo, a ausência do companheiro, a saída da casa dos pais ou ainda o abandono dos estudos”, aponta Fátima Gonçalves Bene-vides, pedagoga do projeto.

Nessas condições, é fundamental que a jovem sinta-se amparada. Uma equipe multidisciplinar de voluntárias integra o programa para minimizar os efeitos nega-tivos que uma gravidez precoce pode cau-sar. Esse grupo cuida para que três metas sejam sempre alcançadas.

A primeira é evitar que essas meninas voltem a engravidar na adolescência - o que é feito por meio de orientações, pa-lestras e atendimento médico. Conforme dados do projeto, esse objetivo tem sido atingido, pois a taxa de reincidência das participantes é mínima.

Prevenir é melhor do que remediar, por isso, o segundo propósito é manter os cuida-dos com a saúde. “As meninas têm ativida-des corporais e palestrantes especializados para falar sobre doenças sexualmente trans-missíveis, saúde bucal, aleitamento mater-no, hipertensão e muito mais”, enumera Claudia Aparecida Vitorio, fisioterapeuta.

Enfim, como não há nada mais bonito

que o contato entre mãe e filho, as profis-sionais promovem o vínculo afetivo entre os dois. Essa aceitação não é tão simples. Começa com um trabalho de terapia psico-lógica. “A cada reunião, elas vão aprenden-do a lidar melhor com a gestação. Passam a admirar a barriga crescendo. O amor co-meça a nascer no coração dessa mãe à me-dida que a insegurança deixa de existir”, define a fisioterapeuta.

OportunidadesPara conseguir êxito nas tarefas, existe

um cronograma de atividades pré-agen-dadas. “As reuniões acontecem todas as sextas-feiras, a partir das 8h30. É nesse primeiro horário que ocorre o curso de for-mação profissional. No momento, estamos com o aprendizado de atendente de farmá-cia e secretariado médico. É opcional, para quem pode e quer uma qualificação no mercado de trabalho”, diz Claudia.

Na sequência, há uma atividade de artesa-nato ou arte terapia, com temas e técnicas di-versas como a pintura, confecção de cartões, bijuteria, entre outras, e depois almoço na própria sede. Na retomada da programação,

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Fatima Benevides, pedagoga do projeto

Um trabalho gratificante segundo as fisioterapeutas Claudia e Nadja

Erica, hoje com 18 anos, não se imagina mais sem o filho Victor

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comportamento

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às 14 horas, é realizada uma dinâmica em grupo, que pode ser com a assistente social, pedagoga ou psicóloga. Mais tarde é hora de mexer o corpo com fisioterapia ou ioga.

A transformação dessas meninas em mães comove a todos os envolvidos. “À medida que participa do projeto, a jovem amadurece junto com o desenvolvimento do bebê na barriga. E no final, dá gosto de ver, pois ela se torna uma boa mãe, afetiva e cuidadosa. As crianças chegam aqui cheiro-sinhas e arrumadas”, destaca Fátima Bene-vides. A fisioterapeuta Nadja Calil Stamato sente orgulho em fazer parte de cada con-quista. “O carinho que elas transmitem para os bebês é algo impressionante”.

Quem sentiu na pele os extremos de sensações foi Erica. Ela engravidou aos 16 anos. Chegou ao projeto abalada. Ela diz: “Eu só conseguia chorar, estava tris-te por engravidar. A partir do momento que passei a amar o meu filho, entendi a importância do vínculo e tudo ficou mais fácil. Curti cada minuto da gravidez. Os exames, os batimentos do coraçãozinho, os movimentos na barriga. Tudo era mo-tivo de alegria, pois eu ficava imaginando como seria seu rostinho”.

Hoje, aos 18 anos e já com o pequeno Victor nos braços, Erica confessa que sua vida mudou para melhor. “Meu bebê me fez amadurecer. Mudei completamente. Como toda jovem, seria baladeira, mas pelo contrário, sou caseira. Não existe mais a Erica que queria curtir a vida sozinha. Agora, só tem lugar para a Erica mãe. Nem consigo mais me imaginar sem o Victor”.

Fátima Benevides ressalta que durante a participação no programa todas recebem bônus, ou seja, vale-transporte, 10 fraldas semanais e, no momento do nascimento, um enxoval completo cedido pela Associa-ção das Famílias Rotarianas. Após o parto, o projeto Menina Mãe continua oferecendo ajuda até que o bebê complete seis meses.

Até hoje, já passaram pelo projeto 164 me-ninas. Atualmente, 12 estão em atendimento.

O projeto funciona na sede da Associa-ção dos Médicos de Santos, na avenida Ana Costa, 388. O atendimento é mantido com a verba de 4 eventos feitos pela administra-ção: são 4 noites da pizza. A próxima acon-tece no dia 22 de junho, a partir das 20h30. O convite custa R$ 30. Mais informações e reservas na secretaria ou pelo telefone (13) 3289 2626.

O projeto possibilita que jovens amadureçam junto com o desenvolvimento do bebê

Rede municipal De acordo com infor-

mações da Secretaria de Saúde de Santos, foram re-gistrados no ano passado 577 nascimentos de filhos de meninas e adolescentes (de 10 a 19 anos de idade) residentes do município - dados da rede pública e particular.

No mesmo ano, a Casa da Gestante da Secretaria Municipal de Saúde rea-lizou o acompanhamen-to de 161 adolescentes. A unidade conta com equipe multidisciplinar que visa a captação precoce e o acom-panhamento de gestantes de risco ou adolescentes.

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Salto após salto, solidifica-se o amálgama da interação existente entre o homem e o cavalo de tal forma, que ambos superam seus próprios limites

Superação de obstáculos

Marcelo Cardoso tem 12 anos e há pou-co mais de três faz aulas de hipismo no Centro Hípico de São Vicente. Sua paixão por cavalos mudou as páginas iniciais de sua vida. O hoje cavaleiro Marcelo foi um menino fechado, que não se abria com as pessoas e nem se enturmava. Com seu jei-to de ser, foi acometido por uma gastrite nervosa e sentia muita dor.

Sua mãe Sueli Cardoso conta que não havia tratamento que desse resultado. “Sa-bia que seu problema era emocional e fiz o que era possível para ajudar meu filho. Tentei vários tratamentos e também o co-loquei em esportes coletivos, na esperança

de que fizesse amigos. Mas em nenhum ele se adaptou. No sítio do avô, observando sua química com cavalos e o quanto aquilo o deixava feliz, optei por tentar o hipismo”.

A ideia resultou acertada. Marcelo, que mora em Praia Grande, faz aulas há três anos e tem conquistado seu espaço no meio. Hoje, para alegria de sua família, tem sua própria turma de amigos. A mãe come-mora: “Posso dizer que o hipismo salvou meu filho. Ele mudou completamente. O contato com o cavalo o tirou da depressão e o curou da gastrite”.

Marcelo é um dos 10 alunos que partici-pam de competições pela hípica vicentina.

Por Flávia Souza

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A escola, inaugurada em 2008, e que teve reaberta suas portas no segundo semestre do ano passado, após período de refor-mas, conta atualmente com 30 alunos.

A expectativa dos dirigentes do local é chegar a 150 matrículas. Para alcançar essa meta, a empresária Sabrina Hofmann de Al-meida, proprietária do Centro, explica que está realizando parcerias com escolas da re-gião, e recebe alunos de várias cidades da Baixada Santista, e até da região do ABC.

“Nosso objetivo é formar atletas para competir. Mas o hipismo vai além da práti-

ca esportiva, ele ajuda na formação de cará-ter. Nas aulas, os alunos aprendem a pular os obstáculos da vida, assim como ganhar e perder. Aprendem, ainda, a ter responsa-bilidade e disciplina, além de perceberem a importância de se trabalhar em grupo, em união”, diz.

O clima do lugar também ajuda a atrair novos adeptos. Diz Sabrina: “Estamos num lugar lindo. Apesar de localizados num bairro residencial e muito próximo a um grande centro comercial, a sensação é de se estar no campo”.

Franco Zecchin, professor do Centro Hípico de São Vicente, dá aulas de hipismo há 18 anos

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O hipismo ajudou Marcelo Cardoso a vencer a timidez. Hoje, ele é um

dos 10 alunos que participam de competições pela hípica vicentina

O Centro Hípico de São Vicente funcio-na nas instalações do Jockey Clube, e conta com um espaço de 186 mil metros quadra-dos e infraestrutura composta por três pis-tas de areia, duas salas de sela, 20 cavalos da própria escola, 40 baias fechadas, ma-nutenção e veterinário por 24 horas.

No espaço, cavaleiros e amazonas po-dem, junto com suas famílias, desfrutar também da área de lazer da entidade, com praça coberta e brinquedos para recreação. “Este local foi montado sob as orientações da Federação Paulista de Hipismo e fize-mos tudo para que a família possa se sentir bem-vinda, como se estivesse num clube”, conta Sabrina.

O Centro Hípico de São Vicente detém o título de melhor escola da regional ABC, outorgado pela Federação Paulista de Hi-pismo, sendo considerada a terceira me-lhor escola do estado.

O que é uma honra para o professor mi-neiro Franco Zecchin, que há 18 anos dá aulas de hipismo. “Conquistamos títulos importantes em poucos meses, isso mostra que estamos no caminho certo. Mas confes-so que fico impressionado em ver que uma cidade litorânea, que culturalmente não tem vocação para esse tipo de esporte, con-ta com atletas de primeira linha. Muitos, se continuarem com esforço e dedicação, como vêm fazendo, prometem ser grandes nomes do esporte nacional”, acredita.

Franco começou a montar cedo, aos cin-co anos de idade, para tratar uma hiperati-vidade. Com oito anos começou a compe-tir. Ele explica que muitos de seus alunos ingressam na escola pelo mesmo problema e com a equitação têm conquistado resulta-

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comportamento

dos significativos. “Em cima de um cavalo o aluno precisa se desligar do mundo lá fora e se concentrar no que está fazendo, até porque ele precisa conduzir o animal”.

O hipismo é um esporte de superação, pois além de trabalhar o TDAH (Trans-torno do Déficit de Atenção com Hipera-tividade), ele influencia na segurança, no equilíbrio e na coordenação do aluno.

Serviço: o Centro Hípico de São Vicente fica na Avenida Senador Salgado Filho, s/nº, em frente à Praça Matteo Bei, no Jockey Clube, em São Vicente. Outras informações pelo site www.chsv.com.br, ou pelo telefo-ne (13) 3464 8888.

O centro hípico funciona no Jockey Clube de São Vicente. Conta com 30 alunos, 20

cavalos e 40 baias

O hipismo trabalha o TDAH(Transtorno do

Déficit de Atenção com Hiperatividade), influencia

na segurança, no equilíbrio e na coordenação do

praticante

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Réplica de empilhadeira confeccionada com material de sucata

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Paixão pelo ambiente portuário transforma trabalhadores em artistas

Por Luciana Sotelo

José Bonfim Almeida é trabalhador portuário. Ele atua há 9 anos no Tecondi como assistente de manutenção predial. No seu dia a dia, circula por todos os cantos do terminal e presencia as mais variadas operações. Até então, nenhuma novida-de. O que o diferencia dos demais colaboradores é o seu fascínio pelo ambiente de trabalho. Essa paixão, aliada a dotes manuais, transformaram Bonfim em um artista de maquetes.

Com capricho e a paciência que só os artesãos têm, Bonfim constrói réplicas de equipamentos portuários: empilhadeiras de grande porte, contêi- neres e até navios. Não há limites para sua criati-vidade. O melhor é que ele utiliza materiais reci-clados, muitas vezes, as sobras do próprio serviço de manutenção que realiza. São pedaços de latão, madeira, restos de papelão, sobras de fios, além de cabos de guarda-chuva e outras sucatas. “De resto, é botar a memória para funcionar. Registro na cabeça cada detalhe do equipamento e, depois, transmito para a miniatura”, explica o artista.

Sua principal inspiração são as empilhadeiras de grande porte. “Quando iniciei aqui no terminal, elas me chamaram atenção. Na movimentação dos contêineres nas pilhas, elas são fundamentais. É bonito vê-las operando”. Foi com esse pensamento que surgiu a primeira empilhadeira mirim.

O ano era 2006. Ele cursava o ensino médio e

Trabalhoque virou hobby

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porto

foi pedido pelo professor um trabalho envolven-do atividade artesanal. Pronto, era a oportunida-de que faltava para ele colocar suas habilidades à prova. “Desenvolvi uma Ferrari 478. Sai com ela do terminal e, no percurso, muita gente ficou en-cantada. A partir daí recebi várias encomendas”.

De lá para cá, Bonfim já produziu uma verda-deira frota, foram mais de 70 empilhadeiras. Mui-tas ganharam fama e pegaram estrada. “Soube que uma das minhas máquinas foi parar em Forta-leza. Outras foram para o Rio de Janeiro. Tive en-comenda também para confeccionar exemplares para diretores da empresa e, até para a presidên-cia. Isso me deu muito orgulho e me rendeu mais de uma dezena de novos pedidos”.

Mesmo diante da demanda, Bonfim não pro-

duz muitas peças de uma só vez. Ele fabrica uma empilhadeira por final de semana. Esse é o segre-do para obter a perfeição em cada detalhe. “É no meu horário de almoço que eu observo minucio-samente cada parte do equipamento, texturas, co-res, formatos, enfim, todo conjunto”, comenta o colaborador, mencionando ainda que aproveita a pausa na jornada para garimpar na empresa ma-teriais que seriam jogados no lixo e que, em suas mãos, se transformam em arte.

As peças são feitas na escala das originais. Geral-mente, cada ‘brinquedinho’ mede em torno de 40 centímetros (o chassi) e mais 45 centímetros de lan-ça. “Cada uma ainda tem um contêiner pendurado. São geralmente da marca Ferrari (vermelha) ou Te-rex (branca). Cada uma pesa em torno de 2 quilos”.

Grandeza do ambiente portuário pode ser fascinante para quem convive com ela

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Experiência de vidaAos 31 anos, Bonfim afirma que nunca fez curso

para aprimorar a habilidade. Na verdade, o dom para confeccionar réplicas surgiu há muitos anos, quando o rapaz ainda era uma criança e morava em Alagoas. Ele se viu numa situação difícil. O pai estava desempregado e as necessidades começa-ram a surgir. Com base no seu cotidiano, ele come-çou a observar com olhar crítico os ônibus de via-gem da empresa São Geraldo. “Passei a construir e vender réplicas destes veículos nas feiras livres. Era a época do lançamento do Real. Eu lembro que vendia cada uma a R$ 5, equivalente, hoje, a R$ 50. Faturava em média R$ 75 por semana. Muito mais do que eu conseguiria ganhar na roça”.

E por seis meses, foi assim que o pequeno José, de apenas 10 anos, sustentou toda família. “Dava dinheiro para a minha mãe comprar alimentos e pagar as despesas gerais e ainda sobrava para mim. Eu aproveitava e comprava tinta, pois o res-to do material utilizado era sucata velha”.

Amor nas palavras

Das miniaturas para as palavras. Dalmo de Sousa tem 54 anos de vida, 32 deles bem vividos no porto de Santos, como gosta de dizer. Ele co-meçou na área portuária na Companhia Docas do Estado de São Paulo. Depois, passou a atuar no terminal da Santos Brasil, em Guarujá.

Já no início da trajetória profissional se encan-tou com o cais e com as pessoas deste ambiente. Dessa admiração surgiram então as primeiras po-esias. “O porto sempre foi a minha vida, o meu sustento, o meu mundo. Era preciso descrever um pouco dessa grandeza”. Muito desse material se perdeu com o tempo. Mas foi a partir dos anos 1980 que Dalmo começou a guardar os poemas e a compor com mais intensidade.

Acima, José Bonfim Almeida e sua réplica de empilhadeira. Ao lado, Dalmo de Souza em noite de autógrafos de seu

livro Recanto dos Sonhos

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O PortuárioNesse solo aqui onde eu piso, Há muito no meu coração a exaltar, Cada pedaço dessa estrutura, Sobre as águas límpidas do mar, Nosso suor já umedeceu sem reclamar. Com chuva, frio, embaixo do Sol ardente do verão, Nossos corpos já padeceram, Porém nunca esmoreceram. Este é o porto que os poetas, Não conseguem descrever. Todos os alfabetos da terra, Aqui já exclamaram sobre a grandeza desse lugar, Ou da beleza dos montes verdes ao redor a destacar. Vários povos vêm e vão, criando novas divisas, Alegrando nossas vidas, em compartilhar,

porto

Dalmo confessa que o local que lhe trazia mais inspiração era o alto do porteiner. “Atuan-do como eletricista desse equipamento, frequen-temente, me pegava lá no alto fazendo os repa-ros e admirando toda aquela grandiosidade. Os navios, os equipamentos, sua gente. Tudo tinha uma sincronia muito forte”, cita. E ele não per-dia um lance. Anotava em um pedaço de papel improvisado as principais ideias e as levava para casa para desenvolver as rimas. Em 2008, os me-lhores poemas deram origem ao livro Recanto dos Sonhos. Na obra, o autor reúne 160 poesias sobre temas variados como situações da vida, amizade e, claro, o porto.

O ambiente acolhedor, o clima de compa-nheirismo entre os colaboradores, é o que mais chama a atenção do poeta, por isso, as relações de amizade e gratidão são temas marcantes nos seus trabalhos. “Conheci gente do mundo todo e fiz amizades para a vida inteira. São centenas de

pessoas que de alguma forma fazem parte da minha história. Isso é gratificante”. Em fevereiro deste ano, Dalmo passou por um momento deli-cado. Ao se aposentar, teve que deixar para trás todo esse cenário de encanto. “É assim que a vida funciona. Era hora de dar a mesma oportunidade que tive para alguém mais jovem”.

Dalmo resolveu se dedicar à família e a outra atividade que tem lhe dado muito prazer. Agora, ele administra sua própria chácara em Bertioga, ao pé da Serra do Mar. Esse contato direto com a na-tureza não o fez esquecer o cais. Ele continua com as poesias, só que, agora, recheadas de saudade do cotidiano portuário. O ex-eletricista está sele-cionando textos; tem mais de 400 novos poemas. A ideia é lançar mais um livro. Para essa nova pu-blicação, criou um poema especial chamado “O Portuário”. É a forma carinhosa que encontrou de homenagear essa atividade profissional que tanto fez sua vida ter sentido.

A sincronia perfeita entre homem e máquina

Com outras nações o intercâmbio mundial e cultural, Valorizando mais nossa pátria mãe. A nobreza do porto é sua gente, Humilde com o coração a palpitar, Ao ouvir a sirene de um navio, Todos olham em direção ao mar, Vendo aquela monstruosa embarcação, no porto atracar. Abrem-se os porões, um ruído soa no ar como canções de ninar, Nos ouvidos dos portuários a ecoar. Cargas vêm e vão, cada um protegendo seu irmão, Debaixo de grandes volumes, Presas em lingadas dentro dos porões. Esta é a vida do portuário, Simples, mas com muito valor, Porque as maiores riquezas do mundoO portuário já manuseou.

Autor: Dalmo de Souza

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ser sustentável

Por Marcus Neves Fernandes

No inferno das boas intenções

Finalmente, após seguidos recuos e inúmeros adiamentos, o Brasil, por meio da Agência Na-cional de Energia Elétrica (ANELL), apresentou as regras que permitem que o cidadão se trans-forme em um vendedor de energia. Essa novida-de, que já existe na Europa há vários anos, per-mite que o dono de um imóvel dotado de placas fotovoltaicas ou turbina eólica, venda o exceden-te da energia para a concessionária. Em tese, é possível até zerar a conta. Bom, não? Nem tanto.

No Velho Continente, a geração distribuí-da de energia, nome técnico desse sistema, foi criada com o intuito de alavancar a indústria de energias renováveis, reduzindo a dependência da chamada energia suja, aquela produzida, por exemplo, por meio de termoelétricas movi-das a carvão ou diesel de petróleo.

Espanha, Portugal, França, Reino Unido e Alemanha, entre outros, adotaram a iniciativa com sucesso. Na Alemanha, por exemplo, em um único ano, duplicou-se o número de painéis

solares e hoje o país gera 3 mil vezes mais energia solar do que o Brasil. E isso com um importante detalhe: o Brasil tem quase o dobro de dias com sol do que os alemães.

Com base nesses resultados, gerou-se gran-de expectativa para a criação das regras brasilei-ras para a geração distribuída. Anunciadas no último dia 17 de abril, elas acabaram frustrando quem imaginava que o país pudesse seguir o modelo europeu.

Isso se deve, em grande parte, ao fato de que, por aqui, não haverá um centavo de incentivo para compra e instalação dos equipamentos. Quem quiser, terá que arcar com os custos, que ainda são altos (veja quadro).

Voltando a usar o exemplo alemão, um ci-dadão de Berlim, que tenha optado por instalar painéis solares em seu telhado, recebia subsí-dios do governo para adquirir os painéis foto-voltaicos. Além disso, a energia que por ventura ele vendesse para a rede era paga por um va-

Placas fotovoltaicas

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*O autor é jornalista especializado em desenvolvimento sustentável

lor acima da que ele comprava da distribuido-ra. No Brasil, diversas propostas semelhantes, desenvolvidas por pesquisadores de várias universidades, foram apresentadas. Nenhuma, porém, foi aceita.

O argumento é que o Brasil já possui uma energia limpa. Aqui, cerca de 70% da eletricida-de que chega ao consumidor é de origem hídri-ca. Assim sendo, é uma fonte muito menos po-luente do que a europeia ou asiática. Além disso, justamente pelo fato de termos sol e ventos em abundância, os subsídios não se justificariam.

É um raciocínio curioso, pois se penaliza o cidadão pelo fato de a natureza ter sido genero-sa com os brasileiros. E mais do que curioso, é um raciocínio perverso.

Hoje, o Brasil tem apenas uma indústria que fabrica painéis solares. Já as turbinas eólicas são 100% importadas. Aqui, só fabricamos as pás e os postes que irão sustentar o rotor. Depois, ex-portamos esse material, que é montado lá fora e, quem quiser, terá que importá-los.

É difícil imaginar que, dessa forma, a regula-mentação criada pela ANELL consiga obter su-cesso semelhante ao europeu. Mas o problema não termina aí.

Com certeza, existem muitos consumidores no país que terão capacidade financeira para adotar as energias renováveis. Ao fazerem isso, estarão, em tese, aptos a zerar suas contas. Por tabela, também deixarão de pagar os impostos que incidem sobre a eletricidade. Hoje, o Bra-sil é o 3º país com a mais alta taxa tributária no setor em âmbito mundial. Aí fica a pergunta: quem, então, vai pagar essa conta?

Eu e você. Isso mesmo, todos aqueles que não têm placas solares ou turbinas eólicas. Ima-gine, por exemplo, um grande shopping center. Dotado de fontes renováveis e limpas, ele pode, no mínimo, reduzir seus gastos com eletrici-dade e, sem que se perceba, repassar os custos para quem não pode arcar com os investimen-tos em alternativas semelhantes.

Sem uma indústria forte no setor solar e eó-lico, o Brasil tende a perder o bonde da história. No mundo, as energias renováveis estão entre as que mais recebem recursos em pesquisa. Te-mos cientistas altamente capacitados, vento e sol em profusão, mas o que nos falta é visão de longo prazo. Dessa forma, uma boa ideia, como a geração distribuída de energia, fica restrita apenas ao campo das boas intenções.

Quanto custa? Vale a pena?Mas, afinal, vale a pena investir em sistemas de gera-

ção solar e eólica? Quanto custa? Quanto tempo o consu-midor demora a ter retorno no investimento? Segundo Ronald Thomé, da empresa Energia Pura, que revende turbinas eólicas e placas fotovoltaicas, uma residência que consuma 200 kW/h a cada mês teria que investir cer-ca de R$ 20 mil para implantar um sistema de captação de energia solar. Levando em conta o preço do kW/h em São Paulo, esse investimento levaria cerca de 200 meses para ser amortizado. Thomé lembra que os custos, tanto da solar como da eólica, vêm caindo e que, além disso, qualquer projeto que envolva sistemas alternativos de geração deve levar em conta questões que vão além das placas ou dos aerogeradores. “É preciso ter lâmpadas de baixo consumo, fiação em bom estado e aparelhos elétri-cos (geladeiras, ar-condicionado etc) com Selo Procel”. Para o empresário, no atual estágio da tecnologia, seria

fundamental que o governo se dispusesse a subsidiar a compra e a instalação dos equipamentos, assim como foi feito na Europa. “Na Alemanha, por exemplo, a geração solar é 3 mil vezes maior do que no Brasil. E isso só foi possível porque o governo bancou parte dos custos. Aqui, só os im-postos correspondem a 30% do preço final dos produtos”. Para o professor José Roberto Abbud Jorge, da Faculdade de Engenharia Elétrica (Unisanta) “se não houver algum tipo de apoio, o con-sumidor residencial dificilmente será atraído para esse tipo de sistema.”

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voluntariado

No ambiente geralmente frio e ascético dos hospitais, a alegria e a suavidade das notas musicais transformam o ambiente e o astral

de pacientes e funcionários - para melhor, é claro!

Por Belisa Barga

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que embala e relaxa

Há mais de dez anos, é assim: três manhãs por semana, Jaime Augusto se apronta e segue para a Santa Casa de Santos. O que para muitos pode pare-cer um suplício (afinal, quem gosta de ir ao hospital?) para ele é uma satisfação.

Sua missão é alegrar o ambiente com seu principal talento, a música. O dedilhar nas teclas do piano já confere à sala de espera uma nova energia. Aos primeiros sons, já é possível notar mudanças nos semblantes dos pacientes. A tensa expec-

Som

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tativa dá lugar ao tímido balanço de ca-beça para acompanhar o ritmo.

Jaime já é um personagem querido no hospital por tornar mais agradável a espera de pacientes que aguardam na recepção do laboratório. Entre o tempo de espera do preenchimento da ficha e a coleta dos exames, o público aprecia clás-sicos tocados pelo pianista. “As crianças são as mais curiosas, aproximam-se e pe-dem músicas para dançar. Uma menina, certa vez, perguntou se eu sabia tocar música de princesa”, diz Jaime.

Músico profissional há 43 anos, o san-tista também dedica algumas horas de seu tempo para realizar trabalho volun-tário na ala de fisioterapia do hospital, onde há nove anos ele também aquece o setor, principalmente durante o aten-dimento aos pacientes da terceira idade.

O convite surgiu quando Jaime, após uma viagem, precisou fazer fisioterapia. “A responsável pelo setor me pergun-tou quanto eu cobraria para tocar. Eu respondi: nada.” A disponibilidade de Jaime encantou a fisioterapeuta Sarita Sanches, supervisora do setor. Ela diz: “Desde o início ele se mostrou prestativo e animado. Chega com sua aparelhagem, traz outros músicos e fica a manhã toda melodiando quando há festas”.

As apresentações na reabilitação acon-tecem em datas como Dia das Mães, Dia dos Pais, Festa Junina e Natal, sem falar nas homenagens musicais comemora-tivas ao Dia da Enfermeira, ou até mes-mo do aniversário do provedor da Santa Casa. Para o setor de fisioterapia, não são apenas os pacientes que são beneficiados. “Creio que ele também saia revigorado de encontros como estes. A música traz

O repertório é variado, mas temas de filmes são preferidos do público

alegria, união e esperança ao ambiente hospitalar, que é tão hostil”, diz Sarita.

Pacientes, a exemplo da estudante de serviço social Adriana Marques, apro-vam a iniciativa do pianista. “A música melhora o dia, deixa o clima mais leve. É muito bom vir fazer exames e encontrá--lo tocando”. A dona-de-casa Janete Fon-seca concorda. “Não existe hora ou lugar para apreciar um som agradável. É uma ótima forma de recepcionar as pessoas que vêm aqui”.

A variedade do repertório inclui fox, jazz, blues, bossa-nova, boleros, valsas; temas de filmes são os preferidos do pú-

Há mais de 10 anos, o dedilhar nas teclas do piano de Jaime Augusto

confere uma nova energia à sala de espera da Santa Casa de Santos

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blico. As músicas mais pedidas? Segun-do Jaime são: “A Time Goes By, Fascina-ção, Folhas de Outono, New York New York, My Way, Mas que Nada, Feelings e, por ser tema de uma novela, Garota de Ipanema é um dos xodós”.

O músico tem a preocupação de res-peitar, inclusive, as normas de silêncio do local e não atrapalhar o serviço dos atendentes do laboratório. “Tomei o cui-dado de providenciar um abafador, que diminui o som, para não atrapalhar o atendimento”.

Jaime diz que sua satisfação é ver a alegria e o reconhecimento do público ao seu trabalho. “Sinto que a música tem papel importante na recuperação dos pa-cientes. Procuro levar felicidade. É muito bom dividir meu tempo com eles”. Nas apresentações especiais no setor de fisio-terapia, Sarita conta que a mudança no

ambiente é perceptível. “Nestas datas, muitos pacientes ficam mais extrover-tidos, participativos e animados, e até conseguem realizar tarefas que no dia a dia têm dificuldades. E é a música que proporciona estes momentos”.

Além da Santa Casa, Jaime empresta seu tempo a outros locais, principalmen-te aos que assistem pessoas da terceira idade. “Minha mãe mora em uma casa de repouso e sempre que vou visitá-la tem música no lar”, brinca.

No currículo de Jaime, além do traba-lho voluntário, constam apresentações profissionais, solo ou com outros ins-trumentistas, no Casa Grande Hotel do Guarujá, no Riviera Shopping em Bertio-ga, em eventos da prefeitura de Santos, como as tendas de verão na praia, além de eventos particulares como festas e ce-rimônias religiosas.

Todos se beneficiam com o voluntariado Ações praticadas espontaneamente são diferenciais no

currículo, especialmente para jovens entre 18 e 24 anos, que buscam as primeiras oportunidades e possuem pouca ou nenhuma experiência profissional. “A iniciativa de usar seu tempo livre em prol de uma causa social já é um diferencial para a escolha do empregador”, explica Tatiana Pina, consul-tora da Cia. de Talentos Carreira.

O voluntariado é um meio de a pessoa descobrir satisfa-ção no exercício de alguma atividade. As aptidões do inte-ressado devem ser consideradas para motivá-lo a seguir nos projetos. Para a psicóloga e mestre em administração Meiry Kamia, toda atividade deve trazer prazer à pessoa e deixá--la à vontade. “Não dá para escolher trabalhar no sopão se a pessoa odeia sair às ruas à noite. Ela deve participar de algo que goste e sinta-se confortável.”

Embora não renda frutos financeiros, esta doação de tem-po deve ser encarada com a mesma responsabilidade de um trabalho remunerado, já que, por ser mais uma experiência

de vida, trará ganhos no âmbito profissional. “Estas ações ajudam no desenvolvimento de competências comportamen-tais, como trabalhar em equipe, desenvolver pró-atividade, melhorar a comunicação e o relacionamento interpessoal”, explica a consultora Tatiana.

Uma das recompensas por este tipo de trabalho é a satis-fação em fazer o bem a alguém que mal se conhece, sem inte-resses. Para a psicóloga Meiry, se os profissionais transpuses-sem a dedicação e alegria do trabalho voluntário aplicando-o em seus empregos, o número de doenças relacionadas a es-tresse profissional diminuiria muito.

Empresas com programas de responsabilidade social valo-rizam o voluntariado em seus processos seletivos. Mas, essa atividade só será um diferencial se o candidato realmente conseguir entender a real importância da causa. A consultora da Cia. de Talentos atenta que é preciso comprometimento e não apenas participar das atividades para constar no currícu-lo. “Se a pessoa não está envolvida, ficará nítido na hora de contar sua vivência voluntária em alguma entrevista”.

“Sinto que a música tem papel importante na

recuperação dos pacientes. Procuro levar felicidade.”

Jaime Augusto

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Placa de alerta sobre segurança, em Londres

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Medidas de segurança são componentes essenciais que devem ser agregados aos preparativos de sua viagem, ainda que ao

continente europeu, para, assim, torná-la ainda mais prazerosa

Por Renata Inforzato

Quando se planeja uma viagem, em ge-ral, só nos preocupamos com as coisas boas que nos esperam. Dissabores tais como fa-zer reserva em um hotel e ele não ser o que se espera, ter problemas com o câmbio, comprar um passeio que se revela decep-cionante são alguns deles, e não há muito o que se fazer a respeito. Todavia, um pro-blema mais sério e bem mais frequente do que se imagina, especialmente para quem vai à Europa, são os roubos e golpes de malandros. Algumas providências simples podem evitá-los.

Que a Europa é mais segura do que o Brasil, não há como negar. Por pensarem assim, muitos brasileiros deixam de tomar certos cuidados, e aí se tornam presas fá-ceis de pessoas mal-intencionadas. É im-portante, antes de viajar, conferir possíveis problemas que podem ocorrer em determi-nado destino escolhido. A internet é uma boa fonte, na qual podemos tomar conhe-cimento de experiências boas ou ruins de quem já visitou o lugar. Confira, a seguir, um pequeno guia sobre os lugares proble-máticos e/ou golpes aplicados em alguns dos destinos mais visitados da Europa.

LondresÉ uma das cidades preferidas dos brasilei-

ros. Cosmopolita, com seus museus gratuitos e suas lojas célebres, a capital da Inglaterra também encerra os perigos de uma cidade grande europeia.

Silvino Ferreira Jr, editor do Canal Lon-dres, uma TV para brasileiros em Londres, conta que o tipo de roubo mais comum na ci-dade é o de porta-nota. “Existem vários locais da cidade com avisos de alerta contra esse tipo de roubo”. Pontos turísticos como Brick Lane, ou as saídas das estações de metrô são os mais visados. Silvino diz: “É comum tam-bém o roubo em pubs e clubes. Geralmente, a pessoa confia porque está em Londres, deixa a bolsa na cadeira, ou no chão, e o batedor de carteira vem e leva. Já vi essa tentativa de golpe até dentro de cinema”.

Londres é uma das cidades mais vigiadas do mundo, com câmeras afixadas por quase todos os lugares. Ainda assim, nunca descui-de de seus pertences. Também evite checar o celular ao sair de uma estação de metrô, ou, ao menos, o faça discretamente: é o momento ideal para que algum trombadinha o arran-que das suas mãos.

quem diria!Até na Europa,

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turismo internacional

ParisÉ a cidade mais visitada do mundo e, por

isso mesmo, uma das mais visadas também. Na Cidade Luz, há batedores de carteira e golpistas profissionais. Há vários tipos de truques para enganar o viajante. Um deles é o golpe do surdo-mudo ou do abaixo-assinado. Ele funciona assim: uma pessoa, que pode ser um falso surdo-mudo, um mendigo, uma cigana (com cabelos longos e com flores; e, muitas vezes, bem vestida), aborda o turista para que ele assine um abaixo-assinado por uma causa qualquer. Enquanto o turista assi-na o papel, um comparsa aparece e, sem que o turista perceba, simplesmente rouba-lhe a carteira ou outro bem disponível.

Outros dois golpes bem conhecidos: al-guém simula ter achado um anel e pergunta se é seu. Se você responder que não, a pessoa vai tentar vender o anel e até ser insistente e agressiva. O mesmo ocorre com o golpe da fitinha, quando vai tentar amarrar uma fita no seu pulso e cobrar por ela.

David Martins, que faz traslados aero-porto/hotel e passeios pela França, fala so-bre outro truque contra os turistas: os fal-sos guias, muitas vezes recém-chegados à cidade, que não conhecem nada e não falam francês. E o pior: geralmente, estes exigem pagamento adiantado e somem com o di-nheiro do turista.

Acima, escadaria da igreja Sacre Coeur, em Paris, outro lugar visado pelos ladrões e golpistas. Ao lado, o Coliseu, em Roma

Cuidado, mas sem paranoiaOs conselhos básicos de segurança, a se-

guir, servem para deixar sua viagem bem tran-quila. No geral evite:

• Andar com muita bagagem.

• Colocar sua bolsa ou mala na cadeira vizinha em um restaurante, por exemplo.

Se puder e encontrar, compre aqueles ganchos que você encaixa embaixo da mesa, na sua frente, e coloque a bolsa.

• Colocar a carteira no bolso de trás da calça. Esse é o modo mais fácil de ser rou-bado, principalmente na escada rolante de algum metrô ou aeroporto.

• Andar com todo o dinheiro que você

levou. Deixe um pouco no cofre do hotel. O mesmo vale para os documentos. Se puder, ande com cópia e deixe o original no quarto. Também não saia com todos os seus cartões de crédito.

• Falar com estranhos, principalmente com aqueles que o abordam cheios de simpatia e perguntam se você é turista.

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RomaConhecida como Cidade Eterna, Roma nos

deixa tão encantados por sua beleza e histó-ria, que, muitas vezes, podemos descuidar da segurança. Mas é bom ficar atento, pois há vários batedores de carteira. Patrícia Baltazar Correa, brasileira e guia há 13 anos na cidade, alerta para que andemos atentos em algumas regiões da cidade: “Por exemplo, na conheci-da rua de comércio, Via del Corso, um amigo foi “tocado” no braço enquanto uma outra pessoa pegava a carteira. Por isso, diz a bra-sileira, sempre é melhor ter o dinheiro maior por dentro da roupa. “Outra região onde tem bastante roubo é perto da estação Termini. Também se deve ter cuidado na região do Co-liseu; pessoas fantasiadas de centuriões, com propostas de tours, levam os turistas para ruas estranhas e os roubam”, adverte Patrícia.

AmsterdãA cidade mais turística da Holanda atrai

em grande parte um público jovem, que só pensa em aproveitar intensamente sua estada na cidade. Em Amsterdã, além dos roubos já citados, há dois tipos de golpes que já são po-pulares na cidade.

O primeiro é o golpe do hindu. Daniel

Duclos, autor do site Ducs Amsterdam, diz: “Vem um senhor com aparência de hindu. Ele aborda você e te oferece uma conta de co-lar, dessas de bijuteria. Ele diz que é de um templo na Índia em dificuldades e precisa da sua ajuda”. O problema é se livrar do farsan-te, o que exige paciência tibetana.

Outro ponto de atenção em Amsterdã é em relação aos taxistas, que dão voltas des-necessárias só para cobrar a mais dos turis-tas. “Taxis são um grande problema aqui em Amsterdã, desde que o mercado foi desregu-lamentado. Há muito motorista clandestino, especialmente no aeroporto (Schiphol)”, con-ta Daniel. Na cidade, também há os pedintes, os junkies (viciados em drogas), que abor-dam o turista em inglês para pedir dinheiro. Mas, para eles, basta dizer não, ou nee em holandês, e eles se afastam.

EspanhaCom a crise, os casos de roubos na Espa-

nha vêm crescendo, principalmente em cida-des como Madri e Barcelona. Mas, como na maioria dos destinos europeus, são casos sem violência, em que o ladrão pega a bolsa e sai correndo, ou uma pessoa distrai o turista en-quanto a outra o rouba.

Daniel Duclas, autor do site Ducs Amsterdam

Amesterdã atrai o público jovem. Aqui, o cuidado é com os taxistas

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turismo internacional

Patrícia Camargo, editora do blog Turoma-quia, dá uns conselhos para evitar dissabores em terras espanholas: “Evite chegar muito antes da saída do trem às estações. Já tive amigos que chegaram à estação de Sants ou de Catalunya, colocaram a mala do notebook entre as pernas para ver um endereço ou ligar o celular, e tiveram a maleta arrancada”.

Ela alerta ainda para os que alugam car-ros, pois além dos roubos de veículos nas es-tradas, há casos de falsas blitze. “Eles param o carro fazendo de conta que são policiais, pedem para abrir o porta-malas e levam as coisas, e, em alguns casos, também os passa-portes que pediram para conferência”. Para Patrícia, quanto menos coisas você levar na sua viagem, menos preocupações terá.

LisboaPortugal é um país calmo e até rural. Po-

rém, os cuidados com a segurança nunca são demais, principalmente em Lisboa, lugar onde ocorre a maioria dos roubos. Ana Catarina Portugal, criadora do blog Turista Profissio-nal, conhece muito bem a cidade. Portuguesa, mora no Rio de Janeiro e conta que o golpe

mais comum em Lisboa é o aplicado pelo que ela chama de traficantes: “Nas regiões do Ros-sio, Baixa e Praça do Comércio, áreas turísticas por excelência em Lisboa, são locais onde se encontram muitos traficantes. Com sua apro-ximação, cuidado para não ter algum pertence furtado durante a abordagem”. Para se livrar dessas pessoas, basta não dar atenção: “Quan-do algum deles se aproximar, em geral te cha-mando de brazuca, afaste-se, mas sem dar as costas de imediato”, diz Ana.

Alemanha

A Alemanha é um dos países mais segu-ros da Europa. Quem nos garante isso é An-gela Arten-Meyer, autora do blog Alemanha, por que não?, que vive há seis anos no país. Claro que, em lugares turísticos, um pouco de cuidado com segurança não faz mal algum. Manter a bagagem segura e a bolsa fechada é o óbvio para evitar os batedores de carteira, que podem aparecer. Em Berlim, principalmente, evite também falar com pessoas que pedem di-nheiro. Como na maioria dos golpes aplicados na Europa contra turistas, eles podem vencer você pelo cansaço e levar seu dinheiro.

Ana Catarina Portugal no Monumento do Descobrimento, em Lisboa e Angela e os filhos em Munique, Alemanha

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Fala-se muito que, quanto mais branco um queijo, mais saudável ele é. Uma teoria, contudo, que já pode ser considerada um mito

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Sempre ótimosmas com moderação

Por Fernanda Lopes

A composição nutricional dos queijos de-pende, em grande parte, do leite e da tecnologia utilizados. Porém, a maioria destaca-se pelo teor relevante de proteínas, minerais e oligoelemen-tos (cálcio, zinco, potássio) e vitaminas (princi-palmente A, B2, B9, B12, D). A nutricionista Ta-tiana Branco lembra que o brie, o camembert e o gorgonzola, apesar de serem queijos de massa crua (de cor branca), não são magros. “O minas frescal apresenta teor de gordura menor graças à sua elevada umidade. Por essa razão, é tipifica-do pelo Ministério da Agricultura como queijo de alta umidade. Mas fique atento ao sódio”, diz.

Tatiana explica que os queijos de massa amare-la nem sempre são muito gordos como se pensa.

Eles ganham coloração amarelo-palha ou ama-relo-queimado, em razão de seu maior tempo de maturação, sendo que muitos adquirem esse as-pecto pela adição do corante natural de urucum.

Na hora da escolha, é bom ter alguns cuida-dos. “Antes de comprar um queijo, leia o rótulo, veja suas propriedades nutricionais. Devemos ficar atentos à quantidade de gordura, coleste-rol e sódio encontrados. Nem sempre um queijo menos calórico é mais saudável”, alerta a nutri-cionista Karoline Jorge.

LightEstudo do Inmetro demonstrou que os quei-

jos light efetivamente têm um teor de gordura

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menor do que os tradicionais. Dos seis tipos de queijo light avaliados na pesquisa, o campeão de redução de gordura foi o minas frescal light, com 71% menos do que o minas frescal tradicional.

Logo depois vieram o requeijão light, o quei-jo minas curado light, o requeijão adicionado light e a muçarela light. Já o queijo prato light é só 14% menos gorduroso que o prato tradicio-nal. “Entre os queijos mais gordurosos, o pri-meiro lugar disparado ficou com o parmesão. Em 100 gramas, quase um terço é pura gordura. Depois vem o queijo minas curado: 27, 7%. A muçarela aparece em terceiro lugar”, detalha a nutricionista Karoline.

O Inmetro mediu também a quantidade de colesterol dos queijos. Nessa avaliação, o par-mesão também ocupa o primeiro lugar, seguido pela muçarela e pelo queijo prato.

Em relação à gordura saturada, o parmesão está outra vez na frente: 100 gramas equivalem a 90% do máximo de gordura saturada que uma pessoa deve ingerir em um dia. O queijo minas curado (88%) e a muçarela (78%) também não estão muito atrás.

Tatiana Branco lembra que, no Brasil, é fa-bricada uma grande variedade de queijos, que reflete a nossa própria formação cultural. “Há queijos mais tipicamente brasileiros, e há outros

inspirados nos conhecimentos queijeiros trazi-dos ao país por franceses, dinamarqueses, italia-nos e, mais recentemente, queijos introduzidos por hábitos alimentares ingleses e americanos. As versões originais foram adaptadas às condi-ções e à oferta de leite, e se adequaram às prefe-rências do consumidor brasileiro”.

Tem crescido no Brasil a produção de queijos de leite de búfala, mais branco e mais doce que o leite de vaca. Para certificar a pureza dos queijos feitos exclusivamente com leite de búfala, a As-sociação Brasileira dos Criadores de Búfalo ins-tituiu um selo de garantia. Esse queijo, em geral, tem menor teor de sódio.

Há os queijos mais magros, que podem ser aliados da dieta, como o cottage. Segundo Ka-roline Jorge, ele é rico em whey protein, prote-ína que ajuda a reduzir gordura e evitar a per-da muscular.Tem em média 45% de proteínas e 35% de gordura, podendo ter 0% na versão light. Seu valor calórico é de 31 kcal (2 colheres de sopa).

A chef Leslie Monteiro destaca que há quei-jos mais indicados para gratinar, derreter ou rechear. Ela ensina aqui algumas dicas (veja quadro). “Queijos conferem sabor e textura aos pratos, mas como tudo, devem ser consumidos com moderação”.

Gratinar - Os italianos parmesão, pe-corino e grana padano têm uma textura mais seca e produzem um efeito dou-rado e crocante ao ser gratinados. São queijos curados e, por isso, possuem um sabor mais acentuado. A muçarela tam-bém é uma ótima opção para gratinar, principalmente se for misturada a um queijo mais seco, como os citados acima.

Provolone, gruyère e massdan confe-rem textura agradável ao ser gratinados. Cheddar dá cor e sabor, porém não pro-porciona uma textura muito crocante.

O californiano monterey é um queijo versátil e é ótimo para rechear sandu-íches. O envelhecido tem cor amarela forte, textura firme e sabor mais ácido e é muito usado para gratinados.

Derreter - Emmenthal é um bom quei-jo para derreter, assim como o gruyère (um pouco mais adocicado). Ambos são muito usados em foundues, pois se fun-dem facilmente, não ficam com textura borrachenta e permanecem macios. O cheddar derrete facilmente também. Os queijos fundidos são ótimos para enri-quecer os molhos brancos.

Rechear - Os queijos ideais para recheios são os mesmos usados para derreter. O queijo prato também pro-porciona um saboroso recheio. O queijo de cabra é delicioso em recheios, prin-cipalmente se misturados a ingredientes crocantes como castanhas e nozes, outra mistura perfeita, é com figo turco.

Queijos de cabraO chevre costuma manter a

sua forma quando aquecido, e é ideal para fazer sanduíche de pão de forma quente ou tosta-do. São ideais para acompanhar saladas. Podem ser usados na preparação de mousse e, mistu-rado a um pouco de creme de leite fresco, temos uma delicio-sa pasta para pães e torradas.

Fonte: chef Leslie Monteiro

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Como usar

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gastronomia

Receitas

Suflê de cottage

Ingredientes massa• 250 g de farinha de trigo;• 125 g de manteiga;• 1 ovo;• 1 gema de ovo;• 1 colher de chá de água e • Sal a gosto.

Para o recheio• 2 xícaras de chá de creme de leite;• 3 ovos;• 80 g de queijo emmenthal ou gruyère

ralado ou outro da sua escolha;• 80g de queijo parmesão ralado;• Sal e pimenta-do-reino a gosto;

• Tomatinhos cereja para enfeitar.

Modo de preparoColoque todos os ingredientes numa tigela e misture com as mãos. Quando a massa ficar homogênea e der para formar uma bola, pare de mexer. Embrulhe a massa em filme plástico e leve para a geladeira por 10 minutos. Retire da geladeira, polvilhe fari-nha sobre uma superfície lisa e abra a mas-sa com um rolo. Unte uma forma redonda de 20 cm, de preferência própria para qui-che com fundo removível, com manteiga e farinha e cubra o fundo e as laterais com a massa. Reserve.

Para o recheioMisture tudo, exceto os tomatinhos. Colo-que sobre a massa na forma. Enfeite com os tomates cortados ao meio e leve ao forno pré-aquecido a 200°C por cerca de 30 mi-nutos ou até a massa estar assada e a cober-tura gratinada.

Quiche de queijo com tomate cereja

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Ingredientes• 400g de queijo

mascarpone ou cream cheese light;

• 1 xícara de açúcar;• 1 xícara de café

forte e frio;

• 1 colher de sopa de licor de chocolate ou cacau;

• Raspas de chocolate;• 3 ovos;• 1 pacote de bolacha

champanhe.

PreparoBata as claras em neve e reserve. Bata as gemas com o açúcar por uns 2 minutos e junte o mascarpone. Bata bem, por cerca de 10 minutos. Desligue e misture as claras em neve. Molhe o biscoito levemente em uma mistura do café com o licor (opcional). Faça camadas de bolacha umede-cida e creme e termine com raspas de chocolate. Leve à geladeira por pelo menos duas horas antes de servir.

Tiramissu

Ingredientes• 1 colher (café) de pimenta

dedo-de-moça picada sem sementes;

• 1 xícara (chá) de queijo cottage light;

• 2 claras em neve (bem firmes, mas não ressecadas);

• 2 colheres (sopa) de farinha de trigo;

• 1 colher (sopa) de manteiga light;

• 2 xícaras (chá) de leite desnatado;

• Sal a gosto.

Modo de preparoEm uma panela, doure a farinha na manteiga, mexendo sem pa-rar. Aos poucos, acrescente o leite e continue mexendo para não granular. Tempere com o sal e cozinhe por três minutos. Junte o cottage e a pimenta e deixe esfriar um pouco. Acrescente as claras delicadamente. Coloque em quatro formas individuais para suflê (ou travessa refratária funda) untadas com manteiga light. Leve ao forno pré-aquecido a 180°C por cerca de 30 minutos ou até dourar. Sirva imediatamente.

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68 Beach&Co nº 119 - Maio/2012

moda

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Usados com camisas brancas ou cacharrel, os coletes em alfaiataria valorizam o look, deixando tudo muito elegante

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69Beach&Co nº 119 - Maio/2012

Peça fundamental para criar um look em camadas, seja qual for a temperatura, o

colete personaliza o visual e confere estilo

Por Karlos Ferrera

Nas estações frias ou quentes, de dia ou de noite, há sempre um jeito de usar colete. Direto sobre a pele, ou para enfei-tar ou aquecer, ele também é ótimo aliado na hora de disfarçar grandes decotes ou seios fartos. É um curinga para ocasiões descontraídas, e pode ser usado sobre vestidos ou camisas.

Como acessório, dá um up numa pro-dução básica, e acrescenta cor em trajes neutros. O segredo é combiná-lo com rou-pas mais coladas, para não parecer maior dentro da sobreposição e priorizar uma base neutra.

A peça comum do guarda-roupa dos homens tem passe livre ao lado de ou-tros elementos masculinos, como sapatos Oxford (com cadarços) e suspensórios. Mas, de modo geral, tente contrastar o colete com elementos femininos, como saltos altos e acessórios grandes. Como a roupa já vem do armário dos meninos, o resultado é melhor com camisetas ou com tops. E ficam ainda melhor com saias, ber-mudas e vestidinhos.

A utilidade do colete está ligada à tex-tura. Os mais grossos, de lã, plumas, pele, matelassê ou moletom, encaram bem o

Aliado

A peça coringa cai bem nas mais variadas produções

básico

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70 Beach&Co nº 119 - Maio/2012

moda

Cuidados na hora de usar

• A peça serve para valorizar tronco e ombros, e para disfarçar a barriga. Mas, se ficar muito pesado ou comprido, pode aumentar as medidas até dos quadris. Quanto mais acolchoado, pior ficará nas baixinhas e gordinhas.

• Modelos acinturados e abotoados marcam o abdômen e o quadril. Evite se você tiver gordura localizada. Nesse caso, use-o aberto.

• Aplicações como tachinhas e bordados estão liberadas se você quer parecer moderna, senão, prefira os modelos clássicos.

• Combinar colete com camisa já deixou de ser obrigação. No entanto, o monocromático total ainda é chique.

• Para não errar, use modelos estampados ou bordados sobre bases monocromáticas. Experimente tonalidades claras por baixo, como branco, nude, ou o atual camelo (caramelo).

• Colete branco não fica bem com cores vibrantes. Abuse do contraste sobre tons neutros como preto, cinza e bege.

• O de alfaiataria, mais sóbrio, também não combina com multicoloridos. Tente usá-lo com elementos mais clássicos, como jeans escuro e bolsa com alça de corrente.

• Bolsos e modelagens retas figuram melhor em ocasiões formais e de trabalho. Evite aquele visual de fotógrafa ou guia turística.

• Alongue a silhueta, assegurando-se de que

o colete tem comprimento acima do cós da calça. Calças muito justas com coletes muito compridos podem dar a impressão de que a pessoa é ainda menor.

• As mais cheinhas podem optar pela peça sempre aberta, para não marcar saliências. O colete deve ser mais comprido, na altura do cós da calça, nunca mais curto. O ideal é que o modelo passe da cintura e não tenha muitos detalhes no corte.

• Mulheres com o corpo um pouco mais reto devem usar coletes fechados e com artifícios a mais, como pences ou duplas carreiras de botões. Abuse de faixas e cintos na altura da cintura e por cima da peça. Os modelos mais curtos e cavados também fazem a cintura parecer mais fina.

frio. Se quiser enfrentar o calor, aposte nas versões de sarja, seda ou linho, bem cavadinhas. Com camisas, ele forma uma dupla clássica, e você também pode com-biná-lo com chemisier, camisetas e pólos.

Mas, preste atenção no caimento dos coletes: de forma geral, devem se ajustar ao corpo, sem ficar muito apertado; as proporções devem se equilibrar na hora de montar o look; coletes curtinhos pe-dem complementos alongadores do cor-po, para que não resulte na impressão de tronco curto demais, enquanto coletes mais longos e soltinhos podem acompa-nhar comprimentos mais curtos de saias, vestidos e shorts, para compensar.

O clássico jeans

É bem jovem e deixa qualquer produ-ção moderna. Ora sequinhos e micros, ora amplos como camisas sem mangas, po-dem acompanhar desde um look românti-co (sobre vestido lingerie) a um boyfriend (com shorts amplos). Para uma produção sexy e urbana, combine com calça skinny ou legging e salto.

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72 Beach&Co nº 119 - Maio/2012

“Celebridades em Foco” // Edison Prata

Reunião entre amigos reúne um seleto grupo de pessoas na casa do empresário Hugo Rinaldi para recepcionar o eterno rei Pelé

Amizades também são eternas: Hugo Rinaldi, Pelé e Patrícia Franco

Renata Azevedo e Fernando Bonavides. Dizem por aí que o herdeiro está por vir

Pelé ladeado pelo são paulino Marcio Pokemón e Denise Manso

Pelé e Milliam Sant’AnaO casal José Vicente e Maria Tereza Vicente

O jovem casal Mariel França e André Di Gregorio

Pelé e Debora em momento de emoção

O ex-jogador Belarmino de Almeida (Nenê) e a filha Bianca Manso Almeida

Rodrigo Camazzato, Everton Zanata e Vanessa Barolie

O famoso palhaço Pudim, Enor Cesar, Pelé e Daniela Petito

Grandes amigos: Hugo Rinaldi, Pelé e Maurício Cohen

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74 Beach&Co nº 119 - Maio/2012

Flashes

Noite de reabertura do restaurante Varanda Grill & Pizzaria, em Bertioga, reúne clientes e amigos para prestigiar o bom ambiente da casa

Os músicos Erico Miranda, Rominho Cruz e Tom Vieira

Os anfitriões Sarack: Monica, Eduardo e Wilma

Família e amigos na noite especial

Leandro Sudan, Fernanda Custódio, Viviane e Welinton Arantes

Família Salazar atesta a qualidade dos serviços

Karen Fernandes Garilho, Roberto e Marcia Garilho Eudas de Carvalho, Lucicleide Delourdes, Paulo Henrique, Terezinha Carvalho e Gisele Correa

O clã masculino reunido para um brinde

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78 Beach&Co nº 119 - Maio/2012

“Destaques” // Luci Cardia

Roberto Haddad mais uma vez surpreendeu a todos, com uma belíssima festa no restaurante Vista ao Mar, em Santos, onde comemorou mais um aniversário. Parabéns!

Roberto Haddad e sua amada Flávia Patriota

Luciane Biondo, Rose Aragon, Selma Barreto, Dinalva Berloffi Zaidan e o aniversariante

Os homens da TAR: Ribas Zaidan, Arnaldo Barreto, Sergio Aragon, Pascoal Biondo e Roberto Haddad

Roberto Haddad aproveitou a festa para homenagear os aniversariantes do mês, o filho Sidnei Haddad, Pascoal Biondo, José Cardia, Rose Aragon, Lurdinha Russo. Parabéns a todos

Paola Smanio, Camilo Di Francesco e o aniversariante

José Cardia, Antonio Carlos Araujo, a voz do esporte Osmar Santos e Francisco Brandão

José Avelino Dias e sua amada Nawal, Silmara e Newton Motta e o amigo Roberto

Elias Jesus, Rosa Maria Marsaioli, Luciana Barreto Batista e Lucas Batista

A turma da TAS fez o coro do parabéns a você, liderada pelo casal João Carlos e Regina Fernandes

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79Beach&Co nº 119 - Maio/2012

“Alto Astral” // Durval Capp Filho

Aniversário de Roberto Haddad...

José Maria e Marcia Campanha Domingues

A turma da TAS em noite de muita alegria e comemoração festiva Paulo Vieira de Melo, Carlos Mendes e Sérgio Cardoso

Milton Casari e Helio Violani

Elias Vieira de Jesus e Rosa Maria Doneaux Maria de Lourdes e Pasquale Russo Karen Nunes, Karoline Nunes e Simone Machado

Denis Miranda e Andressa Fernandes Dinalva Berloffi e Silmara Motta

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80 Beach&Co nº 119 - Maio/2012

“Alto Astral” // Durval Capp Filho

Acompanhar a movimentada sociedade santista é sempre fascinante. Aqui, alguns momentos do mês

Os diretores culturais da Pinacoteca Benedicto Calixto Carla e Eduardo Paulino receberam a escritora Cláudia Matarazzo, no lançamento de seu livro Etiqueta sem Frescura

O conde Paulo Eduardo Costa, da diretoria do Golf Clube de Santos e São Vicente em momento de lazer, durante apresentação do belo clube

José Alexandre Batista e Rosemary Fagundes Magina na festa de 15 anos de sua filha Fernanda, nos salões do Clube dos Ingleses

No Memorial das Conquistas, em homenagem ao centenário do Santos F. C., o artista plástico Paulo Consentino, a fotógrafa Isabela Carvalhaes e o escritor Eduardo Virtuoso

O médico Manoel do Nascimento Ramos, com muita dedicação em seus mais de 50 anos de profissão, é também integrante da diretoria da Associação dos Médicos de Santos

Alessandra e Felipe VillarinhoAlvarez, com seu filhote

No Menú Solidário, realizado no restaurante Spazino D’Itália, a cantora Virgínia Rosa, responsável pelo cardápio com renda em prol da Associação Prato de Sopa, ladeada pelos sócios proprietários do Spazino, Lia Martins Mertuscelli e Edison Lopes Hernandes

Este colunista, ao lado da mulher Walkyria Sanches Capp, aniversariou no restaurante da Família Manzoli e hospedou-se no badalado Ilhabela Hotel, dos empresários santistas Silvério e Albano Santos

A família Stylist Hair: Arnóbio, Silvéra e os filhos Silvana e Adry Santos (exímios na arte da tesoura) na inauguração do Espaço Silvana, by Silvéra Coiffeur

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82 Beach&Co nº 119 - Maio/2012

Flashes

O presidente da FecomercioSP, Abram Szajman, recebeu título de cidadão bertioguense concedido pela Câmara Municipal dia 9 passado. O evento foi realizado no Sesc

Bertioga, e contou com a presença de representantes do Sesc e Senac de São Paulo e autoridades municipais

Vereador Antonio Rodrigues, prefeito Mauro Orlandini, Abram Szajman e Marcos Roberto Laurent, gerente do Sesc Bertioga

Luiz Francisco de Assis Salgado, diretor regional do Senac -SP e Abram Szajman

Antonio Carlos Borges, diretor-executivo da Fecomercio- SP e Ribas Zaidan, diretor presidente do Sistema Costa Norte de Comunicação

Manoel Prieto Alvarez, secretário municipal de Sáude, Mauricio Mindrisz, presidente da FUABC, prefeito Mauro Orlandini e Marcelo Vilares, presidente da Câmara Municipal

Francisco José Rocha, secretário de Administração e Finanças

Vereador Antonio Rodrigues, Mauricio Mindrisz, Manolo Pietro, Cecília e Mauro Orlandini, Marcelo Vilares e Jurandyr Teixeira da Neves

Thais e Manolo Pietro As funcionárias Francilene Bento Rebelo e Amanda Carvalho dos Santos

Em Santos

Paulo Skaf , presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e o prefeito de Santos João Paulo Tavares Papa

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Inauguração do pronto-socorro de Bertioga

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