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ARTE RUPESTRE: CONTEXTUALIZANDO, LENDO E FAZENDO ARTE
COMO NA PRÉ-HISTÓRIA
Camilo de Figueiredo Aranha Maria Assunção Silva Maria Elizibeti Pereira
Maurício José de Medeiros Resumo: Desde a pré-história, a arte rupestre, como a precursora da comunicação e expressão visual humana, possibilitou o desenvolvimento da cultura de imagens, construídas a partir de inscrições e desenhos feitos dentro de cavernas. Proporcionou, assim, a socialização de símbolos que passaram a determinar e interagir com o processo cognitivo humano. No estado do Rio Grande do Norte encontram-se desenhos e pinturas rupestres, que datam em torno de 10.000 anos a.C, e são um irrefutável registro da cultura Potiguar. Porém, além da falta de informação dos alunos da Escola Municipal Professora Maria Dalva (Natal, RN) sobre esse tema, eles ainda confundiam essa época com o período jurássico. Realizamos, então, uma prática educativa, numa perspectiva interdisciplinar, procurando desmistificar equívocos acerca do conceito de tempo- histórico e os elementos que o define. Assim, desenvolvemos numa turma da Educação Infantil, com idade entre 6 e 8 anos, diversas atividades didático-pedagógicas, utilizando recursos visuais e corporais, produzindo uma re-leitura da arte rupestre, uma maior compreensão e relevância das manifestações culturais presentes no seu entorno, valorizando esse tema como componente curricular na contemporaneidade. Desse modo, priorizamos princípios éticos, políticos e estéticos como eixos norteadores da Educação infantil de acordo com as Diretrizes Curriculares Nacionais. Palavras chave: Arte Rupestre: Projeto Didático; Educação Infantil Résumé: Depuis la Préhistoire, l'art rupestre, comme le précurseur de la communication et l'expression visuelle humaine, a rendu possible le développement de la culture d'images, construites à partir d'enregistrements et de dessins faits à l'intérieur de cavernes. Il a fourni, ainsi, la socialisation de symboles qui ont commencé à déterminer et se rapporter avec le processus cognitif humain. Dans l'État du Rio Grande do Norte se trouvent des dessins et des peintures rupestres, qui datent autour de 10.000 ans av. J-C, et sont un irréfutable registre de la culture Potiguar. Néanmoins, outre le manque d'informations des élèves de l'École Municipale Professora Maria Dalva (Natal, RN) sur ce sujet, ils encore confondaient l’époque Préhistoire avec la période jurassique. Nous réalisons, alors, une pratique éducative dans une perspective interdisciplinaire, en cherchant à démystifier des erreurs concernant le concept de temps historique et les éléments qui le caractérisent. Ainsi, nous développons dans un groupe de l'École élémentarie, avec âge entre 6 et 8 ans, diverses activités didactique-pédagogique, en utilisant ressources visuelles et corporelles, pour accomplir une relecture de l'art rupestre. Avec ces activités, nous attendons qu'ils aient une plus grande compréhension et une plus grande dimension des manifestations culturelles présentes chez ses alentours, en valorisant l’art rupestre comme composante curriculaire dans la contemporanéité. De cette manière, nous donnons la priorité à des principes éthiques, politiques et esthétiques comme des axes d'orientation pour l'éducation infantile, selon les Directives Curriculaires Nationales. Mots clé : Art Rupestre ; Projet Didactique ; Éducation Infantile.
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A Arte rupestre, como a precursora da comunicação e expressão visual humana,
possibilitou ao homem o desenvolvimento da cultura de imagens. Essa cultura,
construída a partir de inscrições e desenhos feitos em paredes das grutas e cavernas,
proporcionou o surgimento de uma infinidade de símbolos que passaram a determinar e
interagir com o processo cognitivo humano, desde a pré-história até a
contemporaneidade.
Em um breve histórico da Arte, Souza (2006, p.153), coloca que
O homem, independente do período histórico que tenha vivido sempre sentiu necessidade de se expressar por meio de desenhos, pinturas, fotografia, música, dança, escrita, ou seja, a comunicação e expressão fazem parte da natureza humana [...] O que faz com que haja tantos movimentos artísticos é a diferença entre os homens e os movimentos históricos, pois desde sempre o homem representou, por meio da arte, o período histórico que esteve vivendo.
Percebe-se nas colocações da autora, o diálogo entre as áreas do conhecimento de
História e Arte. Tal constatação evidencia ao professor a necessidade e a importância de uma
prática-pedagógica interdisciplinar. Para tanto, percebe-se a relevância de um projeto de
trabalho, que partindo da área de Arte, permita a inter-relação não só, entre os conteúdos de
Arte e demais áreas, como também, com os conteúdos da própria área. Segundo Pontes e
Capistrano, (2005, p.13)
A interdisciplinaridade é um princípio que pode ser exercido na escola, sem estar restrito a uma metodologia específica: é um critério presente em algumas metodologias pedagógicas que permite o diálogo entre as diferentes áreas do conhecimento, tendo em vista que nenhuma área sozinha consegue entender e explicar o real.
Nos estudos mais recentes sobre o Ensino de Arte na infância e séries iniciais vem sendo
colocada a todo o momento a necessidade da compreensão do professor acerca dessa
perspectiva. Segundo os referidos autores planejar de forma interdisciplinar é compreender
o processo ensino-aprendizagem como um diálogo constante. “Diálogo entre áreas de
conhecimentos diferentes e diálogos entre visões de mundo diversas [...] e ao professor cabe ter acesso às
produções das diversas áreas de conhecimento e tomar as decisões relacionadas á mediação entre educando e
cultura.” (2005, p.14).
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Apesar da preocupação das Instituições de Ensino em estudar as novas concepções para
o Ensino de Arte e Educação Física, esses estudos ainda não se tornaram uma prática
constante.
Pontes (2005. p.19) enfatiza que
Embora as concepções contemporâneas sobre a arte e seu ensino já estejam contempladas nos documentos curriculares oficiais sobre a área, a significação das mesmas ocorrerá na e pela ação docente em contextualizá-la.
Capistrano (2003. p. 19), por sua vez, vai além: “É ingenuidade pensarmos que a legalização
implica legitimação(...)”. Tais afirmações nos remetem às nossas Escolas. É comum ouvir das
crianças nos dias de aulas de Ensino de Arte e Educação Física as seguintes colocações
“Ah! Hoje é dia de brincadeira!”, “Professor, qual vai ser a brincadeira hoje?”, “Ei!
Professora, hoje não vai ter brincadeira não?”. Através desses questionamentos das crianças,
constatamos que a realidade das escolas vem de encontro ao pensamento das autoras,
quanto a relevância do papel do professor na
contextualização e legitimação das novas concepções acerca do Ensino das disciplinas em
questão. Esse fato evidenciou a necessidade de desmistificar essas idéias e possibilitar a
compreensão da importância dessas aulas para a sua formação como educando e como ser
dotado de expressão e afetividade pertencente a um meio social e cultural.
Há também na fala das crianças certa “confusão” quanto aos períodos históricos
marcados pela existência dos dinossauros (período jurássico) e os homens das cavernas (pré-
história). Dúvidas essas, bastante compreensíveis, pois, com o aperfeiçoamento da
comunicação, da linguagem escrita e da imagem, o homem passou a produzir, além do
registro do real, também o registro do imaginário, como também, difundir informações em
grande escala e em vários idiomas. A televisão (hoje presente em grande parte das
residências) e o cinema (popularizado pelo vídeo cassete e pelo DVD) por intermédio da
ficção científica transmitem aos seus expectadores uma diversidade de informações acerca da
existência humana ou eras pré-históricas anteriores, sem a preocupação com os dados
cientificamente comprovados. Podemos citar: desenho animado aonde dinossauro é
bicho de estimação do homem pré-histórico (Os Flinstones) ou filme, aonde dinossauro
ataca as cidades (Godzila). Esses equívocos são trazidos à sala de aula pelas crianças.
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Com base nesta análise, buscamos um conteúdo que pudesse explicar as duas
situações, partindo de um mesmo procedimento didático-metodológico. Elegemos a Arte
Rupestre, por ser um conteúdo comum às áreas da Arte e da Educação Física, e
delimitamos a prática no Rio Grande do Norte, por ser um berço riquíssimo desse
conteúdo, e também, próximo da realidade dos alunos, inclusive, já havia um trabalho sobre
esse tema na escola, onde alunos de outras turmas pintaram painéis na parte interna do
muro da instituição representando várias modalidades de arte, dentre as quais, a Arte Rupestre.
Foi por meio dessa arte que o homem começa a registrar o seu processo de
evolução desenhando o cotidiano o tipo de moradia, as formas de alimentação, os rituais,
suas produções manuais, onde, além da utilidade dos objetos já havia preocupação
com a estética - o acabamento, as formas; o que ao longo do tempo passou a ser entendido
como as primeiras manifestações artísticas (criações de arte) da humanidade.
Assim, nos propomos na disciplina Prática Pedagógica em Linguagem Corporal
conhecer um pouco da História da Arte Rupestre do RN para: compreender melhor os
períodos históricos da História da humanidade; comparar ações humanas na Pré-
História e as atitudes do homem hoje com relação ao meio ambiente através das leituras dos
desenhos rupestres; entender a necessidade de se preservar os documentos históricos;
trabalhar o senso de responsabilidade, cooperação, organização,
sociabilidade, autonomia e ludicidade; utilizar diferentes linguagens – plásticas, gráfica, verbal e
corporal para expressar e comunicar seu entendimento; elevar a auto-estima; manipular
diferentes materiais explorando suas possibilidades; apreciar as produções artísticas; respeitar
a produção do outro; despertar interesse pela observação e atenção.
CONVERSANDO SOBRE ARTE RUPESTRE DO RIO GRANDE DO NORTE
É preciso conhecer o que as crianças sabiam sobre o assunto, o que queriam saber mais,
quais expectativas estavam sendo criadas por elas. A introdução se deu através de um
questionário informal sobre o assunto. Ao responder as questões oralmente, as crianças
demonstraram um conhecimento sistematizado sobre o tema, contudo, comprovam-se
os equívocos a respeito do tempo-histórico, quando colocam elementos do nosso tempo na
alimentação do homem pré-histórico “leão, tigre” ou, quando, querendo corrigir o colega
“não, eles comiam dinossauro”. Todavia, percebe-se a
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estruturação do conceito de tempo-cronológico ao responder sobre os dinossauros e o lugar
onde vivem. Na compreensão deles: se eles vivem nessa localidade, o lugar é novo, então os
dinossauros não poderiam ter existido aqui porque “... é muito velho”.
CONHECENDO E FAZENDO ARTE COMO NA PRÉ-HISTÓRIA
Para aproximar os conteúdos conceituais da compreensão das crianças,
exploramos diversos recursos de forma dinâmica e lúdica
A educação lúdica na sua essência, além de contribuir e influenciar na formação da criança e do adolescente, possibilitando um crescimento sadio, um enriquecimento permanente, integra-se ao mais alto espírito de uma prática democrática enquanto investe em uma produção séria do conhecimento. (ALMEIDA, 1995, p.41)
A introdução do tema foi dada por D. “Maroca”, personagem do teatro de
fantoche, em forma de palestra e os desenhos rupestres do RN, apresentados na TV de
papelão (cinema antigo), as cadeiras foram arrumadas em forma de platéia, para compor o
ambiente imaginário. A concentração e atenção foram totais. As crianças por alguns instantes
pareciam hipnotizadas, só saiam do transe quando explodiam em trovões de gargalhadas. D.
Maroca, explorou bastante os temas e interagiu com a platéia, numa
troca de conhecimento e experiência prazerosa.
. Organização da sala em forma de platéia. Momento de descontração com D. Maroca
Atenção e interação. Até a platéia adulta se divertiu.
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D. Maroca interagindo com as crianças Desenhos Rupestre do RN na TV Na conversa, explorando as imagens da TV. - O que vocês acham que é isso (apontando o desenho rupestre na TV)? - Uma galinha.
(...)
- Como eles pintavam? - Tinta. - Sangue dos animais. - Pintava com sangue.
Nesse momento, ainda estamos vendo a interferência do hoje no passado. Ao
responder “tinta” a criança utiliza-se do seu conhecimento para justificar uma ação no
passado.
O momento vivencial também contou com uma excussão aos painéis de arte no muro
da escola. Demonstrando que já reconhecem essa modalidade entre outras, as crianças
correram na frente e se dirigiram direto para os painéis de Arte Rupestre do RN. Foi um
momento interessante, porque as crianças perceberam como existe diferença entre vê e
olhar (apreciar), pois mesmo convivendo diariamente com aqueles desenhos, nunca tinham
parado para observar o que estava desenhado. De acordo com Jalles, (2006, p.37) “A obra de
arte em processo de apreciação adquirirá um conteúdo expressivo para o educando,
despertando-lhe o interesse pela mesma (...)”.
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EXCUSSÃO AOS PAINÉIS DE ARTE NO MURO DA ESCOLA
Reconhecimento do painel de Arte Apreciação
De volta à sala de aula, partimos numa viagem imaginária ao interior de uma caverna
adaptada num recanto da sala. Todos desenharam com carvão e pintaram a própria mão
com areia e anilina vermelha, técnica da mão vazada.
Esse momento foi um dos mais significativos, pois, durante a apreciação e
avaliação, podemos perceber o quanto essa experiência gerou reflexão. No momento de
adentrarem a caverna, todos queriam ir ao mesmo tempo, percebendo que era
impossível, esperaram a sua vez observando os outros. Como eram três andares, todos
queriam ir para os mais altos, por isso o espaço para os desenhos ficou pequeno e a
atividade mais desafiadora.
Eles teriam que desenhar mesmo com pouco espaço, mas sem tomar o lugar do
outro. Vale ressaltar que apenas uma criança apagou o desenho da outra.
DESENHO E PINTURA NO INTERIOR DA CAVERNA
Criança desenhando dentro da caverna Pintura da mão, com areia e anilina vermelha Com carvão vegetal Dentro da caverna
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Crianças desenhando com carvão Pintando com areia e anilina vermelha
A vivência e o grau de dificuldade proporcionaram uma análise comparativa sobre a
forma como possivelmente os homens pré-históricos lidavam com o outro e o nosso modo
de agir a respeito. A conclusão que se tirou foi de que eles respeitavam o próximo e a sua
produção, pois se os desenhos existem até hoje, é porque “ninguém apagava o que o outro
fazia”. Aprendemos também que é preciso proteger o Patrimônio Histórico, porque “conta a
história da gente”.
[...] a intencionalidade do professor marca os sentidos que o conhecimento de arte assume na escola e determina a qualidade da sua mediação. No trabalho com crianças, o processo de mediação para o ensino dos objetos culturais da área de Arte deve considerar, além da estrutura da própria dessa área de conhecimento, as especificidades do desenvolvimento infantil que influem no modo como as crianças se aproximam da arte. (MELO et alii, 2005, p. 52).
DANÇANDO, CANTANDO E APRENDENDO COM HOMEM-PRÉ-HISTÓRICO
No último encontro trabalhamos os conteúdos específicos de Arte e Educação Física
em favor da compreensão dos conteúdos históricos em forma de oficinas
oportunizando aos alunos a vivência, a contextualização e a produção artística,
respeitando os limites das crianças. Começamos com avaliação, através de uma
tempestade de idéias sobre tudo que já havíamos estudado durante o projeto, para
podermos refletir sobre o que se aprendeu o que se queria aprender e não foi possível, tanto
pelo o aluno, quanto por nós. Notamos nas falas das crianças que já não havia a presença de
elementos de um tempo presentes em outro. Já nos apontando que o propósito inicial
havia sido atingido.
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Buscamos a re-significação dos saberes adquiridos, fazendo uso de práticas de
expressão corporal. A intenção era criar uma música a partir das vogais e coreografá- la.. As
crianças criaram sons e movimentos para cada letra, resultando numa dança, batizada de
Dança Pré-histórica, já iniciada espontaneamente na conversa com D. Maroca. Esse
momento constituiu-se numa re-leitura da arte rupestre do RN, pois a coreografia foi
idealizada nos desenhos rupestres do painel, aos quais, as crianças deram dimensões
tridimensionais com seus próprios corpos. MOMENTOS DA CRIAÇÃO DA DANÇA PRÉ-HISTÓRICA
Movimento criado para a vogal “U” Movimento criado para a vogal “A”
Movimento espontâneo criado Movimento criado para a vogal “E” durante a palestra com D. Maroca
Ainda na sala de aula, retomamos os conteúdos conceituais, apresentando um cartaz
com desenhos rupestres de outras localidades, já de um período histórico mais avançado,
aonde os desenhos já apresentavam movimentos. Após a explicação, fez-se a releitura através
do desenho no papel com grafite ou giz de cera preto. (Ver anexos 1 e
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Dando continuidade, as crianças experienciaram uma atividade de caráter
ecológico, catar pedras para fazer fogo e paus secos no pátio. Com esses materiais
exploraram os sons, a textura (ver anexo). Na rodinha foram postos em discussão as
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atitudes corretas em relação ao meio ambiente e comparadas com as constatações feitas sobre
o homem da pré-história e sua relação com esse meio, “ele não destruía”, porque “as pinturas
existem até hoje”. Houve muita interação e troca de conhecimentos e reflexão.
EXCUSSÃO AO PÁTIO PARA CATAR GRAVETOS E PEDRAS
Crianças procurando pedras e gravetos Na rodinha, explorando os
conhecimentos históricos adquiridos e os
específicos: os sons
Ao retornar da excussão, concluímos que os objetivos tinham sido alcançados e até
ampliados, o que pode ser constatado quando pedimos para que desenhassem com giz de
cera preto, nas pedras, elementos da nossa cultura, para que num futuro distante, os homens
pudessem aprender sobre nós. Eles desenharam uma televisão, uma mulher
cozinhando num fogão, o nome deles, uma casa de tijolos, entre outros.
Desenhando uma casa Desenho na pedra
Ao final apreciaram suas produções e a dos colegas, reuniram-se para registrar numa
fotografia a satisfação e o prazer que sentiram durante a realização do projeto que
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lhes possibilitou uma aprendizagem significativa, pois, os conteúdos sobre os quais
discutiram e fizeram reflexões não são conhecimentos estanques, mas fazem parte de uma
prática social que interferirá nas suas vidas.
Posando para o futuro
Um fato importante a ser registrado é que a aula estava sendo filmada, mesmo assim,
as crianças agiram com naturalidade, o que comprovou o interesse pelas
atividades desenvolvidas.
Um momento da oficina
RE-SIGNIFICANDO
Desenvolver um projeto didático-pedagógico, partindo da disciplina de Arte nos
possibilitou uma inter-relação com outras áreas para atingir nossos objetivos, além da
possibilidade de criar e re-criar situações de aprendizagem prazerosa, como também uma
avaliação constante do objeto de estudo e da aplicabilidade do planejamento. Foi possível
durante todo o processo, pensar e repensar junto com os alunos, o que queríamos
ensinar e o que estávamos ensinando. Como queríamos ensinar e como estávamos
ensinando. O que as crianças queriam aprender e o que estavam aprendendo. Como queriam
aprender e como estavam aprendendo.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Vivenciando os períodos históricos da humanidade através da leitura lúdica da
pré-história e dos desenhos rupestres percebeu-se um avanço na compreensão dos alunos
diante da evolução da Arte na história da sociedade, entendendo a Arte como registro
histórico das transformações sociais.
A história da arte, partindo do conhecimento prévio dos alunos e das
manifestações culturais presentes no seu entorno, possibilitou aos mesmos uma maior
compreensão e relevância do Ensino de Arte e Educação Física como componente
curricular e a apropriação dos conceitos de tempo-histórico e tempo-cronológico de forma
significativa.
Evidenciamos que os estudos da disciplina Prática Pedagógica em Linguagem
Corporal, contribuíram para o desenvolvimento do projeto Arte Rupestre do RN, bem
como, a refletir sobre a importância de o professor conhecer os conteúdos dessas
disciplinas e das novas concepções sobre elas, assim como, ter acesso a culturas
diversas para que seu papel de mediador tenha qualidade.
Porém, temos consciência que a continuidade de atividades práticas dessa natureza no
cotidiano escolar da rede municipal da cidade do Natal, ainda não é viável, devido à falta de
espaço apropriado para o professor de artes (laboratórios), já que nenhuma escola
municipal possuí um laboratório. Além disso, o elevado número de alunos inseridos na
sala de aula, inviabiliza este tipo de atividade.
Apesar de consideramos ter alcançado nossos objetivos, este trabalho contém
lacunas, e encontra-se aberto para reflexão e discussão.
REFERÊNCIAS BIBLIÓGRAFICAS ALMEIDA, P. N. Educação lúdica: Técnicas e jogos pedagógicos. São Paulo. Loyola, 1995. CAPISTRANO, N. J. A educação física na escola infantil: saberes e fazeres de professores. Dissertação (Mestrado em Educação) - Universidade do Rio Grande do Norte, Natal, 2003. JALLES, A. F. Arte na escola infantil: Educando os modos de ver, olhar e observar. In: CAPISTRANO, N. J. (org).O Ensino de Arte e Educação Física na Infância. Natal [RN]; Paidéia, 2006, p. 37. MELO, J. P.; PONTES, G. M. D.; CAPISTRANO, N. J. (orgs.). O Ensino de Arte e Educação Física na Infância. Natal [RN]; Paidéia, 2005. p. 52.
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PONTES, G. M. D. Aspectos históricos das propostas pedagógicas de ensino de Arte. In: MELO, J. P.; PONTES, G. M. D.; CAPISTRANO, N. J. (orgs). O Ensino de Arte e Educação Física na Infância. Natal [RN]; Paidéia, 2005. p. 19. PONTES, G. M. D., CAPISTRANO, N. J. PERNAMBUCO, M. M. (orgs.). 3: Interdisciplinaridade no Ensino de Artes e Educação Física. Natal [RN]: Paidéia, 2005.105 p. (Caderno Didático 3). SOUZA, A. C. (coord). Música, Movimento e Artes Visuais. São Paulo: DCL, 2006. (Coleção Novos Caminhos: formação continuada na sala de aula).
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ARTE RUPESTRE: CONTEXTUALIZANDO, LENDO E FAZENDO ARTE COMO NA PRÉ-HISTÓRIA
ANEXO – 1 CARTAZ SOBRE ARTE RUPESTRE NO PALEÓLITICO