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ARTE NO RENASCIMENTO Professora Andrea Dressler

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Arte produzida no período renascimento: contexto histórico, características, arquitetura, escultura, e pintura.Algumas técnicas usadas e os principais artistas.

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Page 1: Arte Renascentista

ARTE NO RENASCIMENTO

Professora Andrea Dressler

Page 2: Arte Renascentista

CONTEXTO HISTÓRICO

O renascimento foi um período de grandes transformações científicas, culturais e artísticas.

Começou na Itália e depois difundiu-se por toda a Europa Ocidental entre os séculos XIV e XVI.

Por ser um período muito longo costuma ser dividido em:

Proto (ou pré)-renascimento: século XIVQuatrocentos: século XVAlta renascença: século XVIRenascimento tardio: a partir do século XVII

Page 3: Arte Renascentista

Principais características da arte renascentista

Page 4: Arte Renascentista

RACIONALISMO – ERA DA RAZÃO

O pensamento dominante naquela época foi o Humanismo que defendia que, para progredir, o homem precisava deixar de focar

tanto nas questões espirituais e passar a se importar mais com ele mesmo.

Ao pensar mais em si mesmo (antropocentrismo) e não tanto nas questões espirituais (teocentrismo) os artistas contribuíram para a

humanização da arte. O artista passa a ser reconhecido e valorizado pelos seus

conhecimentos, habilidades e estilo pessoal. Mas é bom lembrar que Deus e a religião não foram deixados de lado,

em segundo lugar. Na arte as questões espirituais sempre foram e sempre serão importantes.

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Michelângelo Teto da Capela Sistina, no Vaticano1508-12

A Igreja continuou patrocinando os artistas e utilizando a arte como instrumento de difusão do cristianismo. Uma prova disso é essa pintura, da alta renascença, que narra por meio de ilustrações toda a história da Bíblia, desde a criação do homem (abaixo) até o juízo final.

Page 6: Arte Renascentista

LIBERDADE CRIATIVA

Na idade média a igreja determinava as regras artísticas. As obras eram feitas, quase sempre, por grupos anônimos. Não era permitido que o artista ganhasse mais destaque do que os

ensinamentos transmitidos por meio de sua arte. Mas no renascimento surge a figura do empresário da arte, o negociante que muitas vezes patrocina e promove o artista: o

mecenas. Inclusive a própria Igreja assume esse papel.O artista passa a assinar sua própria obra ganhando maior

destaque e autonomia profissional. Além disso a têmpera (tinta a base de ovo) é substituída pela

tinta à óleo que permitia mais possibilidades cromáticas.

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Giotto de BondoneA lamentação de Cristo1305

Giotto foi um artista que, já no final da Idade Média (proto-renascimento), demonstrava certo desligamento das regras da Igreja ao valorizar e exaltar as emoções humanas, como vemos no detalhe abaixo.

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RETORNO À CULTURA CLÁSSICA

Na Idade Média Giotto foi considerado um mestre que liderou um verdadeiro ressurgimento da arte. Na sua época, século XIV, os italianos acreditavam que a arte, a ciência e o saber haviam florescido no período clássico (na Grécia e na Roma Antiga)e que lhes cabia a missão de reviver esse passado

glorioso, daí o nome renascimento!Então, no século XV, ali na cidade de Florença, um grupo de artistas resolveu criar uma nova arte que rompesse com as

ideias medievais.

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Sandro BotticelliO nascimento da Vênus1485

Os poetas clássicos não foram esquecidos durante a Idade Média mas, por força da Igreja, perderam destaque. Todavia na renascença os mitos clássicos se tornaram novamente populares. Acreditavam existir nessas lendas alguma verdade misteriosa.

Nessa obra, por exemplo, a deusa do amor surge do mar como que anunciando a vinda da beleza ao mundo. Ela emerge de uma concha impulsionada por Zéfiro, deus do vento, e é recebida por uma Ninfa com manto de púrpura.

Page 10: Arte Renascentista

ARQUITETURA RENASCENTISTA

Page 11: Arte Renascentista

No proto-renascimento a arquitetura predominante ainda era o estilo gótico medieval. Em geral as pessoas gostavam mais de

construções refinadas do que grandiosas.Com o tempo a arquitetura renascentista passa a se relacionar

ainda mais com as leis matemáticas e o arquiteto se destaca por seus feitos grandiosos e aparentemente impossíveis.

Vejamos alguns exemplos:

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Filippo BrunelleschiCúpula da Catedral de Florença1420-36

Um ótimo exemplo é a cúpula da Catedral de Florença, projetada por Fillipo Bruneleschi. A igreja foi construída ainda na idade média, mas sua cúpula (o teto arredondado), com mais de 90 metros de altura, foi concluída apenas no renascimento. Um grande feito pra época!

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Filippo BrunelleschiCapela Pazzi1430

Esse mesmo arquiteto também projetou essa capela em Florença. À primeira vista ela pouco se parece com um templo clássico ou com uma igreja medieval. Brunelleschi soube combinar colunas, pilastras e arcos à sua própria maneira atribuindo leveza e elegância à obra.

Do lado de fora, se dividirmos a fachada ao meio os dois lados são simétricos. A simetria foi um elemento da arte clássica muito usado no renascimento.

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Jules Hardouin-MansartPalácio dos Inválidos1670

E por falar em simetria, à medida que o estilo renascentista se propaga pela Europa novos edifícios com essa característica são construídos. Na França, por exemplo, no século XVII o rei Luís XIV mandou construir esse edifício com características renascentistas.: simetria, proporção, equilíbrio e grande dimensão.

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ESCULTURA RENASCENTISTA

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A escultura é a forma de expressão artística que melhor demonstra as influências clássicas. Nota-se grande preocupação em aplicar os moldes estabelecidos nas esculturas greco-romanas: simetria, proporção,

equilíbrio e movimento.

No início do século XV Donatello foi um dos principais escultores.

“Aproximadamente em 1440 esculpiu em bronze o jovem herói da Bíblia, o rei Davi, em pé, em posição de repouso, mas ainda podemos ver em uma das mãos a espada com a qual o herói abateu a cabeça de Golias, apoiada no pé esquerdo. Na mão esquerda, o herói esconde a pedra com a qual matou o gigante Golias. Os cabelos são lisos e longos, o chapéu possui uma "guirlanda" de loro, o rosto è voltado ligeiramente para baixo, dando a impressão de estar perdido nos próprios pensamentos. O corpo è totalmente nu, deixando a vista as botas que chegam ate o joelho. A base da estatua è constituída pela cabeça de Golias.”Donatello

Davic.1440

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Ambas apresentam simetria, movimento, proporção e equilíbrio. Mas a renascentista conseguiu superar a expressividade clássica estabelecendo uma linha divisória na história da arte e deixando sua própria marca.

Aos 26 anos Michelangelo esculpiu o Davi de mais de 5 metros de altura num único bloco de mármore de 5,5 toneladas. Os braços um pouco longos demais e a cabeça um pouco desproporcional ao corpo foi proposital. A estátua foi feita para ser vista de baixo para cima, tornando-a proporcional aos olhos de quem vê assim.Escultura

gregaVênus, de Milo

c.200 a.C

Escultura renascentistaDavi, de Michelangelo1502-4

Já no século XVI foi a vez de Michelangelo se inspirar nos moldes clássicos. Compare:

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Outra importante obra do artista é a cena de uma passagem da Bíblia em que Maria segura Jesus Cristo morto em seus braços. Essa cena bíblica é conhecida por Pietá, ou

piedade.

Michelangelo fez essa obra aos 23 anos em um bloco de mármore de quase 2m de altura.

Diferente de muitas representações dessa mesma cena, ele optou por idealizar a beleza de Maria e valorizar a expressão de dor e piedade em seu olhar inclinando seu rosto. É uma expressão singela e delicada que, diante da tristeza do momento, transmite muita leveza. E é isso que a torna tão especial.

Importante notar a estrutura piramidal nessa obra, muito comum no renascimento. Assim como na Monalisa de Da Vinci, o foco da atenção está no topo da pirâmide, no rosto de Maria.O triângulo, inclusive , é símbolo do equilíbrio, elemento obrigatório nas esculturas clássicas.

MichelangeloPietá1499

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PINTURA RENASCENTISTA

Page 20: Arte Renascentista

Na pintura a principal inovação, além da melhoria dos materiais,

foi o aperfeiçoamento de técnicas inventadas na idade média.

Além disso, novas técnicas foram inventadas.

Vejamos algumas delas:

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PERSPECTIVA

Costuma-se dizer que perspectiva é a ilusão de profundidade numa superfície plana. Mas já na antiguidade alguns afrescos demonstravam essa ilusão. De modo que a perspectiva é mais do que isso: é uma lei matemática em que os objetos parecem diminuir de tamanho à medida que se afastam de nós.

Essa “descoberta” é atribuída a Brunelleschi.

Para que serve a perspectiva?Por meio dessa ilusão sabemos se um objeto está longe ou perto, se

é grande ou pequeno.

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Esse ponto está em algum lugar sobre a linha do

horizonte (LH), uma linha imaginária que fica na altura

dos nossos olhos.

Como funciona?

Na perspectiva todas as linhas do desenho se ligam (ou fogem) para um único ponto na tela – o ponto de fuga(PF).

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MasaccioA Santíssima Trindade1425-8

Essa foi uma das primeiras pinturas produzidas de acordo com as regras matemáticas da perspectiva.

Veja como a perspectiva é aplicada nas pinturas:

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Leonardo Da VinciA última Ceia1495-8

Da Vinci foi um mestre em utilizar a perspectiva para atrair o olhar do espectador para a parte mais importante da obra. No caso da Santa Ceia esse ponto é o Cristo, bem no centro da pintura.

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Rafael SanzioA escola de Atenas1509

Já no afresco de Rafael o ponto de atenção são os dois principais pensadores gregos: Aristóteles e Platão, bem no centro da obra.

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ESCORÇOÉ a aplicação da técnica da perspectiva na representação da corpo humano. Você tem a nítida sensação de que o corpo é

mais curto do que deveria.

Andrea MantegnaLamentação sobre o Cristo morto c. 1475-8

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CHIAROSCOURO (CLARO-ESCURO)

É o jogo entre luz e sombra, entre o claro e o escuro. Serve para deixar a pintura mais suave, delicada e sem marcação de

contornos precisos. Nem todos artistas utilizavam essa técnica.

Achavam que a luz na pintura deveria ser plena e difusa, ou seja, não deveria incidir em apenas um único ponto das formas mas sobre quase

toda a superfície. De modo que o chiaroscouro no renascimento é muito sutil. Apenas no

estilo barroco que vai ganhar destaque mesmo. Mesmo assim encontramos esse efeito em muitas pinturas.

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A criação do homem, detalhe da pintura no teto da Capela Sistina

Note no detalhe da obra de Michelangelo linhas contornando as mãos. Para ele a pintura deveria ser limpa para ser perfeita. Mesmo assim, como bom anatomista que era, dá pra ver também como utilizou toques suaves de sombra para criar volume e delinear os ossos e músculos sob a pele.

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Rafael SanzioMadonna del Granduca1505

Rafael se aventurou um pouco mais nesse jogo de luz e sombra. Ele utilizou o contraste entre a luz no rosto de Maria e a sombra extremamente escura no fundo para modelar sua face e destacar sua expressão calma e plena.

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ESFUMATO

Esfumato, ou sfumato, em italiano, foi uma técnica inventada por Leonardo da Vinci. Trata-se de um degradê de cores que permite a uma forma fundir-se com outras e deixar sempre

algo para alimentar a imaginação.Hoje em dia esse degradê é feito esfumando a tinta. Mas no renascimento o esfumato consistia na retirada de tinta da tela. Diferente do chiaroscouro, que aplicava a tinta, no esfumato o

artista raspava as camadas de tinta da tela do tom mais escuro até o mais claro criando o degradê.

O melhor exemplo é a obra de Da Vinci, a Monalisa:

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Leonardo da VinciMonalisa 1503-7

Por que tanto rebuliço por causa dessa obra de apenas 77 centímetros de altura?

Considerada atualmente patrimônio da humanidade, não é à toa que essa obra é símbolo do renascimento: ela incorpora todas

as descobertas desse período: a estrutura piramidal, a perspectiva (todas as linhas convergem para um ponto atrás da cabeça dela), a divina proporção, o chiaroscouro e o esfumato.

E quem foi essa tal Monalisa?

Mona é a abreviatura de Madonna, que quer dizer Senhora.

Lisa del Giocondo era o nome da provável modelo do artista, uma mulher comum casada com um comerciante da época chamado Giocondo. Ele que provavelmente encomendou o retrato de sua

esposa à Leonardo.

O retrato também é conhecido por La Gioconda, uma referência ao Sr. Giocondo. Mas também significa “a sorridente” (do latim

jucundus = agradável) por conta de seu sorriso enigmático.

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O sorriso e o olhar enigmático de Monalisa

Não há dúvidas de que Monalisa está sorrindo.

Mas será um sorriso de deboche, um sorriso de alegria

ou só timidez? Graças à técnica do esfumato nunca saberemos

ao certo.

Leonardo da Vinci sabia muito bem que as expressões humanas repousam sobre os olhos e a boca.

Por isso deixou essas partes indistintas fazendo com que se esfumassem num leve sombreado. Assim, dependendo do ângulo de visão ora ela parece estar sorrindo, ora parece estar debochando de você,

não é mesmo? Cada um deve chegar à sua própria conclusão, e esse é o enigma!

O mesmo acontece com os olhos. Temos a sensação de que o

olhar dela nos acompanha ao leve movimento.

Mas na verdade somos nós mesmo que criamos esse

efeito ao andarmos de um lado para o outro, graças ao esfumato

no canto dos olhos.

Esse efeito também é conseguido por meio da divisão áurea na tela

(também chamada de divina proporção).

Page 33: Arte Renascentista

BibliografiaHistória da Arte. E.H.Gombrich, 1995.

arteeducacaodf.blogspot.com.br