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  • www.revistaartereal.com.brABIM 005 JV Ano IX - Nº 78 - Out/16

    Eucaristia

  • A Revista Arte Real é um periódico maçônico virtual, fundado em 24 de fevereiro de 2007, de periodicidade mensal, distribuído, gratuitamente, pela Internet, atualmente, para 33.154 e-mails de leitores cadastrados, no Brasil e no exterior, com registro na ABIM - Associação Brasileira de Imprensa Maçônica, sob o nº 005 JV, tendo como Editor Responsável o Irmão Francisco Feitosa da Fonseca, 33º - Jornalista MTb 19038/MG.

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    A Revista Arte Real é um periódico maçônico virtual, fundado em 24 de fevereiro de 2007, de periodicidade

    Trata-se de uma coleção histórica de 22 edições publicadas, no período de jul/12 a fev/16. Nada tem a ver com a edição virtual. Confeccionada em 28 pg, em papel couchê, diagramação e edição de imagens de alto padrão. Solicite-nos através do e-mail [email protected]

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    EditorialGostaríamos de dar destaque especial, nesta

    edição, à Matéria da Capa – “Eucaristia”, que tem por objetivo alertar os Irmãos quanto a seus compromissos para com a nossa Ordem; quanto à responsabilidade cármica de seu juramento; quanto à singularidade de uma caminhada na Vereda Iniciática.

    Há muito, preocupa-nos a formatação que vem tomando algumas Lojas Maçônicas. Carentes de verdadeiros Mestres, na atualidade, suas Sessões têm se tornado reuniões vazias de conteúdo, arriscaria dizer até, se permitir, e sem alma. O pouco caso com a cultura maçônica refl ete-se no silêncio no ¼ Hora de Estudos e em instruções mal ministradas. A escolha de Irmãos para os cargos de Vigilantes, não como instrutores, mas como uma linha sucessória na presidência da Loja, corrobora para caos e estimula, a cada vez mais, à ausência dos Irmãos à Sessão.

    É comum observarmos ser aplicada, de uma só vez, mais de uma instrução aos Aprendizes e Companheiros, para cumprir o interstício mínimo, como se isso fosse uma obrigação a ser seguida. Instruções lidas e não ministradas. Pessimamente lidas, sem o menor respeito, ou até desconhecimento da pontuação. Já pouco, ou quase nada, entendem de seu conteúdo, tornando-se impossível entender alguma coisa com o desrespeito à pontuação, ainda mais, quando, ao fi nal de tal leitura, não é apresentado o menor comentário sobre a instrução “ministrada”. Perder tempo com isso, para quê? Atrasar o tão esperado ágape, regado à bebida e comilanças, onde tempo não é problema e, na maioria das vezes, vara-se a

    madrugada, no que passou a se chamar, por alguns, de “Loja Etílica”.

    Talvez, nosso Editorial esteja sendo trágico, mas não foge à realidade. Diante desse desespero, muitos irmãos sérios deixam de frequentar os trabalhos e, motivados pela assustadora insegurança urbana, preferem queimar incenso onde suas energias possam ser melhor aproveitadas.

    Iniciação é muito mais abrangente do que o ingresso a uma instituição. O Caminho Iniciático, em qualquer Ordem que seja, é uma singular oportunidade para se galgar um novo estado de consciência; de se trabalhar as deformidades de nossa personalidade, a qual chamamos de Pedra Bruta, para que reunamos as mínimas condições para o despertar de nossa quintessência, nosso Eu Verdadeiro. Não existe iniciação sem transformação!

    O descomprometimento desses Irmãos, que adentraram à Ordem e não se permitiram que sua doutrina neles adentrasse, tem transformado nossa instituição - uma Escola Iniciática em sua essência, em um Clube de Serviços, que, até como tal, na maioria das vezes, nem se encontra engajado com tal função junto à sociedade.

    Nossa expectativa, com a publicação da matéria “Eucaristia”, se é que será lida por quem, de fato, necessita refl etir sobre seu conteúdo, é que sirva de “pedra-de-toque”, a fi m de que tais “maçons” possam se auto avaliar no quanto estão contribuindo para fazer Maçonaria de Verdade! no quanto estão contribuindo para fazer Maçonaria de Verdade!

  • Eucaristia

    Francisco Feitosa

    Devemos terminar a construção do Templo Vivo que somos - obra do G∴A∴D∴U∴, cujo processo de iniciação é o trabalho final que nos cabe, para que haja a Eucaristia.

    Eucaristia – do grego eukharistia - signifi ca “reconhecimento”; o encontro ou a união com o Eu Imortal; o encontro dos Eu´s – material e espiritual. Eu Crístico – O Eu que atinge o estado crístico; comunhão com seu verdadeiro Eu, seu Cristo interno.

    O renascimento ou a Iniciação não tem outro objetivo senão iniciar uma ação visando o encontro do Eu mortal com o Eu imortal. Esse colóquio se dá internamente, no silêncio da alma. Aí está o “religare”, embora não sejamos uma religião, mas o objetivo é idêntico: promover a religação, primeiramente com nosso Deus interior, o que nos capacitará encontrar o caminho de volta à Casa do Pai.

    Nossas lendas, nossos símbolos são alegorias necessárias que ilustram esse caminho e que facilitam essa compreensão. Despertam nossa percepção, abrindo os “olhos do espírito”, capacitando-nos enxergar e entender as entrelinhas de cada instrução.

    A Eucaristia ou a fusão dos Eu’s requer uma minuciosa preparação. Para isso, iniciamo-nos e, em cada grau, sorvemos os sublimes ensinamentos de suas instruções ministradas no Templo. Sim, necessário se faz que estas sejam ali ministradas, pois essa preparação não é, apenas, do intelecto e sim de um conjunto de vestes sutis, que compõe o homem, sendo fundamental a interação com as sublimes energias que se manifestam em uma Loja aberta.

    Um Templo é muito mais que um simples prédio. É um lugar sagrado e dedicado à glória e à manifestação terrena do Grande Arquiteto do Universo. Por isso, obedece a uma arquitetura própria; a determinadas medidas canônicas, onde a harmonia do som e a estética das formas se conjugam e multiplicam as vibrações mentais, direcionando-as a fi m da concretização de nossos propósitos.

    Os Templos são edifi cados baseados no Templo mais perfeito, já construído, o Templo Vivo, o homem, obra do Grande Geômetra. O homem foi sabiamente construído, apesar de sua perfeição é uma obra, propositalmente, incompleta, cabendo ao próprio homem o trabalho fi nal. Esse trabalho não é outro, senão sua própria iniciação.

    Mas o que notamos é que grande parte da humanidade caminha inconsciente ou despreocupada com isso. Uns preocupados em atender, apenas, as suas necessidades básicas de vida, outros interessados nos prazeres materiais, enfi m, o conhecido “deixa a vida me levar!”.

    A evolução humana poderia ser representada por uma grande escadaria onde o patamar fi nal daria acesso à porta da “Casa do Pai”. Na verdade, a humanidade se distribui ao longo dessa longa escada e cada um contempla a Verdade conforme a altura do degrau em que se encontra.

    Revista Arte Real nº 78 - Out/16 - Pg 03

  • Revista Arte Real nº 78 - Out/16 - Pg 04

    Em determinado momento de nossas vidas somos chamados a refl etir sobre alguns temas: de onde viemos; para onde vamos; quais são os planos de Deus para nós. Todas essas indagações nos são sussurradas pelo nosso Amigo Espiritual, nosso verdadeiro Eu. É quando, por Lei de Causas e Efeitos, batemos à porta de uma Escola de Iniciação, em nosso caso, a Maçonaria, mas poderia ser outra instituição iniciática, afi nal todas elas, por sua doutrina, levar-nos-á ao Criador.

    O momento de nos iniciarmos é chegado. Iniciação - Início de uma ação visando uma Transformação, passando por uma Superação, para que possa acontecer a Metástase.

    O processo exige uma inteira transformação em nossa personalidade, aparando as arestas morais. Sem Transformação não se atinge a Iniciação Real! Esse trabalho é focado em nosso quaternário inferior (personalidade). Persona ou Per sona - pelo som, pelo Verbo estamos constantemente criando. Quando falamos vibramos o som que se registra no Akasha Sonoro. Por esse motivo e não outro é que nessa fase somos convidados a fi car em silêncio, para que nossas palavras não se transformem em nossas próprias sentenças.

    A Superação é na verdade uma Super Ação de sublimar nossas emoções, transmutando desejo em Vontade. Iniciamos um diálogo, um colóquio com o nosso Companheiro Espiritual. Estamos “Companheiros”, em silêncio, travando esse diálogo. É o meditar - Me Ditar - ditar para mim mesmo. Essa fase de domínio de emoções e pensamentos, que é mais complexo que esta sucinta explanação, visando uma preparação, para que se possa ter a perfeita união com Espírito, dominando a matéria.

    Devemos terminar a construção do Templo Vivo que somos - obra do G∴A∴D∴U∴, cujo processo de iniciação é o trabalho fi nal que nos cabe, para que haja a Eucaristia. A fusão dos Eu’s; a Metástase bem simbolizada pelo esquadro e o Compasso. Entre eles se encontra o Mestre Maçom, que surge como microcosmo, o pentalfa dentro do Hexágono Sagrado formado pelos dois triângulos entrelaçados, que nada mais são do que a representação do esquadro – material, e do compasso – espiritual. Chegar ao mestrado é se encontrar entre ambos!

    “O Mestre aponta o caminho e o discípulo segue sozinho até encontrar novamente o Mestre, mas desta vez dentro de si mesmo.”

    A Maçonaria visa preparar o homem para a construção do grande edifício humano. O homem no seu aspecto material é o refl exo do seu aspecto espiritual e a comunhão de ambos é a Eucaristia.

    O homem material é representado por um cego que caminha tropeçando, caindo e levantando à beira dos abismos da vida. O homem espiritual é representado pelo aleijado que consegue enxergar o bom caminho, sem perigos e armadilhas, mas lhe falta as pernas para se locomover. Quando se dá o encontro dos Eu’s – material e espiritual, acontece a fusão, a metástase, a eucaristia. É quando esses Companheiros aceitam conversar e entendem que, para encontrar o caminho de volta à Casa do Pai precisam caminhar juntos. O cego passa a carregar o aleijado nas costas e este, com segurança, a orientar seus passos nos estreitos caminhos da vereda da iniciação.

    Meus Irmãos, não sejamos como mariposas que incessantemente buscam a Luz e ao defrontá-la cegam-se, por não ter a compreensão do que realmente buscam. Façamos valer as preciosas horas que, semanalmente, subtraímos do convívio salutar com nossas famílias, para frequentarmos nossa Loja.

    Retiremos as vendas da ilusão que nos cobre os olhos; esqueçamos o falso brilho dos cargos, os títulos, as alfaias. Não nos ofusquemos com os fl ashs e as pompas dos eventos, nosso trabalho é bem outro!

    “Vaidade de vaidades! Diz o pregador, vaidade de vaidades! É tudo vaidade.” (Eclesiastes 1.2).

    Não percamos, em plena estação, a oportunidade de embarcarmos no Trem da Evolução. Permita que a centelha divina que habita em cada um de nós, por força de Lei de Evolução, possa retornar e juntar-se a Grande Chama do Eterno!

    Até breve! Fiquemos por aqui!Até breve! Fiquemos por aqui!

  • Revista Arte Real nº 78 - Out/16 - Pg 05

    ACADEMIA

    A ideia de formação de Academias nasceu a partir do momento em que, nos Jardins de Academus, há, exatamente, dois mil e quatrocentos e doze anos Platão, o genial Platão, via-se cercado por uma plêiade de moços, famintos do saber, sedentos do conhecer. Fundava-se ali a Academia de Platão, a primeira de todas as Academias. Platão foi discípulo de Sócrates, a quem considerava “o mais sábio e o mais justo dos homens”. Esteve no Egito onde estudou matemática e ciência com os sacerdotes. Viveu lá pelos anos de 387 a.C. Fundou sua própria escola de fi losofi a nos arredores de Atenas, num bosque, que levava o nome do legendário herói grego Academus.

    Em literatura costumamos dizer que Academia é uma organização estruturada com leis ou estatutos próprios, de ordinário juridicamente reconhecido e destinado ao cultivo desinteressado de disciplinas literárias, científi cas ou artísticas. Hoje, as Academias estão presentes em todos os recantos da terra, onde quer que haja homens focados no aumento de sua sabedoria, escorados no ideal da cultura, alimento essencial para o desenvolvimento do espírito.

    Por causa disso, a escola recebeu o nome de Academia (desde então, centenas de milhares de academias foram fundadas no mundo inteiro). Até hoje, empregamos as expressões “acadêmicos” e “disciplinas acadêmicas”. Era tecnicamente uma irmandade. As principais matérias eram a aritmética, geometria, astronomia e a fi losofi a. Na entrada da academia via-se a inscrição: “Aqui não entre quem não souber

    geometria”. Do ponto de vista de Platão, o homem era uma criatura dual: nosso corpo se constitui de terra e pó, como tudo o mais do mundo dos sentidos, mas, também, possuímos uma alma imortal. Platão achava que a alma já existia antes de vir habitar nosso corpo. Ela existia no mundo das ideias. Entretanto, no momento em que ela passa habitar o corpo humano, ela se esquece das ideias perfeitas.

    O estudo da fi losofi a leva as pessoas a uma consciência crítica mais exigente. A fi losofi a desperta a interrogação, aprofunda a refl exão, pesquisa motivos ocultos, reinterpreta fatos, questiona regimes políticos, condições econômicas, estruturas sociais. Ridiculariza justifi cativas aparentes ou falsas. Após afi rmações dogmáticas, a fi losofi a introduz a dúvida. Após colocações aparentemente defi nitivas, ela promove a avaliação de signifi cados e valores e mantém vigilante a função crítica. Os setores fi losófi cos abrem fendas nos sistemas fechados, revelam outra versão da História, e fermentam a libertação. Sabemos que a medida do progresso é o ideal do homem. Daí por que a evolução da sociedade leva ao desenvolvimento do indivíduo, à concepção religiosa do espírito imortal, à universalidade da ética, à concepção do Deus único. Este é o intuito primeiro da fi losofi a pura, o intuito maior da fi losofi a maçônica.

    Aristóteles proclamou que “Nada se faz sem que haja uma razão sufi ciente”. De fato, não existe ação sem motivo. Toda ação visa alcançar um fi m. Nossa fi losofi a estriba-se sobre a fi losofi a de quase todos os gênios

    Waldemar Sansão

    “É de sua fi nalidade estimular a arte, promover as letras maçônicas,

    fomentar a pesquisa nos campos da fi losofi a da Arte Real”.

  • Revista Arte Real nº 78 - Out/16 - Pg 06

    que a Grécia nos legou. É fi losofando que o homem perscruta, esquadrinha e descobre a razão do existir.

    Nossas Academias devem primar pelo estudo, valorização e difusão da cultura maçônica e não ter vínculo com qualquer Obediência Maçônica, uma vez que a cultura não pode estar vinculada a questões políticas e tal vinculação limitaria seu âmbito de abrangência e o seu próprio desenvolvimento e fi nalidades. Sobretudo a cultura maçônica, é a meta, é o fi m, é a razão de ser da Maçonaria. A Maçonaria “não se preocupa com fronteiras”, a Maçonaria “não se preocupa com raças”. Não há diferenças de raças para a Maçonaria. A Maçonaria é universitária. Para tanto, o que se exige dos Acadêmicos, antes de tudo, é o amor à Maçonaria, amor que leva o Maçom, obrigatoriamente a dedicar-se ao estudo de nossa fi losofi a, tornando-se um pregador emérito de suas ideias fundamentais e extraordinárias, porque eternas!

    A Academia está centrada na adequação aos tempos atuais, buscando formas de aumentar o valor da família dos seus membros e daqueles que se relacionam mais diretamente com a Instituição, especialmente pela participação em seus eventos.

    Inicialmente, a entidade se defi ne como paramaçônica, sem qualquer vinculação com potências, mas se destina a Maçons que “escrevem sobre assuntos diversos, maçônicos ou não”.

    Essa disposição de apoiar a família, como elemento básico da agregação social, forma, por assim dizer, uma ponte particular entre a Instituição e a Ordem Maçônica, que de fato privilegia o núcleo familiar. A isso, a Academia acrescenta outros desafi os, como um acentuado esforço de manter-se em atualidade com o progresso tecnológico; cultivo da fi losofi a maçônica, cultura da língua nacional, estudo dos problemas sociais e sua resolutividade e apoio ao progresso científi co e, em complemento à literatura com o estímulo à Arte, à Ciência, à Cultura popular.

    Em princípio o ingresso nos quadros das Academias Maçônicas não é uniforme, em geral está livre para qualquer Maçom, mas ele precisa provar sua atuação no campo da Literatura, ou das Artes, ou da

    Ciência, seja com exemplares de livros publicados ou de veículos informativos (jornais, revistas etc.) onde tenha publicado algum trabalho de reconhecido mérito.

    Não são necessários diplomas ou graduações, nem existe limite de idade. A conveniência e urgência são de tirar, do quase anonimato, os grandes e sábios Mestres, Irmãos de nossa Ordem, conhecedores e depositários que são de profundos segredos, que ajudem a Ordem, efetivamente, a edifi car uma sociedade justa e perfeita, onde o político volte-se à democracia, o economista, a uma distribuição justa das necessidades básicas, o professor à educação, o médico à saúde e o militar à segurança do País. No campo de relacionamento externo, pretende-se que as Academias intensifi quem o nível e o intercâmbio existente entre as mesmas.

    Fazendo um sobrevoo por algumas Academias, constatamos que em sendo independentes e capazes de tomar as mais graves decisões em respeito ao que prevê a lei, não é preciso lhes dizer o que venham dizer e como fazer. Contudo, sem querer abrir caminho para uma indevida ingerência externa no mérito de suas ações, mas como todo o Maçom, acadêmico ou não, tem o direito humano de sonhar, devendo, porém, estar sempre alerta para despertá-lo da sua consciência racional e esta, em última instância, não lhe permite por força dos seus compromissos delirarem; os acadêmicos aprendem que são pessoas que resolvem devotar suas vidas a ajudar os outros, na esperança de tornar melhor o mundo onde vivemos, para que o seu trabalho seja inteligível para os confrades e para os demais Irmãos.

    Os Maçons que revelam a missão de escritor, de artista ou de cientista, e querem dar sua colaboração e não sabem o que se passa na Academia Maçônica, iniciando uma jornada rumo a realidade mais vasta, deve tomar precedência sobre qualquer outras pretensões neste mundo tão turbulento, desejando que haja mais amor entre os homens; que os poderosos amparem os fracos e oprimidos; que não se morra mais de fome, nem se vegete mais sem abrigo; que os povos se confraternizem no Bem, a mais alta de todas as ideias, para a perpetuação da própria espécie; que seja banida a ignorância da face da Terra.

    Revista Arte Real nº 78 - Out/16 - Pg 06

    a ignorância da face da Terra.atuação no campo da Literatura, ou das Artes, ou da para a perpetuação da própria espécie; que seja banida a ignorância da face da Terra.a ignorância da face da Terra.

  • Revista Arte Real nº 78 - Out/16 - Pg 07

    STONEHENGEJÁ PERTENCEU A UM MAÇOM

    A história de Stonehenge tem inspirado muitas teorias bizarras que ligam maçons e druidas. Na vida real, o maçom Cecil Chubb, comprou o marco por um capricho, há mais de 100 anos. Considerando o seu estatuto de Patrimônio Mundial, é estranho pensar que até 1918 Stonehenge era propriedade privada. O interesse por ela foi estimulado no início de 1700, através dos escritos de um maçom chamado Dr. William Stukeley, um clérigo e arqueólogo, cujos volumosos manuscritos estão agora preservados na British Library e na Library and Museum of Freemasonry, ambas em Londres, Reino Unido. A conexão entre Stonehenge e os druidas é, geralmente, atribuída a Stukeley, que não só fez um estudo da Ordem, mas foi um dos responsáveis por seu renascimento, em 1717.

    Em 1800, Stonehenge foi propriedade da família Antrobus, mas quando o herdeiro do baronetcy (título de nobreza) foi morto em 1915, a família decidiu vender, em leilão público, o círculo de pedra e os 35 acres de terra em torno. A venda realizou-se no novo teatro em Salisbury, em 21 de Setembro de 1915. O comprador foi Cecil Chubb, que pagou £ 6.600 (cerca de £ 460.000, em valores atuais) pelo local. A lenda da família diz que ele tinha ido para o leilão para comprar algumas cadeiras, mas tendo vivido perto de Stonehenge durante a maior parte de sua vida,

    decidiu fazer a compra para salvá-lo de um comprador estrangeiro. Chubb comprou o marco como um presente para sua esposa.

    Em 1918, sabendo que tinha havido interesse do governo no círculo de pedra, Chubb entrou em contato com o, então, Gabinete de Obras e ofereceu-se para dar o local para a nação como um presente. Ele tinha três ressalvas do seu legado: que os residentes de Salisbury deveriam continuar a ter livre acesso a ele; que a taxa de entrada nunca deve ser mais do que um xelim; que nenhum edifício deveria ser erguido dentro de 400 jardas das antigas pedras. O governo aceitou o presente com entusiasmo, e para marcar sua generosidade, criou um título de nobreza. Em 1919, Chubb ganhou o título Sir Cecil Chubb, Baronet de Stonehenge no condado de Wiltshire.

    Cecil Herbert Edward Chubb veio de origem modesta. Nascido em 1876 na aldeia de Shrewton, Wiltshire, onde seu pai era o seleiro e fabricante de arreio, ele foi educado na escola do Bispo Wordsworth em Salisbury. Por um curto período, foi professor no Colégio de São Marcos, em Londres. De lá, foi para a Christ’s College, Cambridge, onde se formou em ciências naturais, em 1904, seguido por um Bacharelado, em Leis, em 1905. Voltando a Londres, ele foi chamado para o Tribunal de Middle Temple e começou a prática da lei com sucesso.

    John Hamil

  • Revista Arte Real nº 78 - Out/16 - Pg 08

    Em 1902 casou com Maria Chubb Finch, e quando seu tio morreu, em 1910, ela herdou o hospital psiquiátrico Fisherton House Asylum, perto de Salisbury. Chubb desistiu da lei e voltou para Salisbury para administrar o asilo, que foi um dos maiores do país. Chubb fez do asilo um grande sucesso e introduziu tratamentos inovadores para tornar a vida dos pacientes mais fácil e devolvê-los a suas famílias. Fisherton House, também, prestou um grande serviço para baixas militares, afetados pelos horrores da guerra, na medida em que Chubb usou sua própria casa, Bemerton Lodge, como uma extensão do asilo principal. Tornou-se uma sociedade anônima, em 1924, e parte do Serviço Nacional de Saúde, em 1954.

    Chubb foi, também, um investidor astuto, particularmente em laboratórios médicos que produziam medicamentos para ajudar os doentes mentais. Sua cuidadosa gestão fi nanceira fez dele um homem rico, que lhe permitiu comprar Stonehenge quase que por capricho. Ele desenvolveu sua própria propriedade, mantendo uma raça notável do gado Shorthorn e tinha um número de cavalos de corrida muito grande. Na vida civil, ele serviu por muitos anos no Conselho da Cidade Salisbury e foi um juiz de paz.

    Chubb entrou para a Maçonaria em Salisbury, onde foi iniciado na Loja “Elias de Derham, Nº 586”, em 26 de outubro de 1905, ascendendo aos segundo e terceiro graus, nos dois meses seguintes. Ele nunca procurou presidir a loja, ou auferir cargos em qualquer uma das outras Ordens da Maçonaria, contentava-se em desfrutar da companhia de seus irmãos, membros da loja, como um backbencher (Membro do

    parlamento) e permaneceu membro da loja até sua morte.

    Houveram muitas tentativas de ligar a Maçonaria com o círculo de pedra, em Stonehenge, e os druidas, que tiveram a fama de ter uma adoração por lá. Na realidade, as únicas verdadeiras conexões maçônicas são as fi guras de Stukeley, que tanto fez para trazer Stonehenge ao conhecimento público, e Chubb, que tinha tanto amor pelo círculo de pedra que ele comprou e apresentou-o à nação para que fossem preservadas como parte do patrimônio nacional.

    “A lenda da família diz que Chubb só tinha ido para o leilão para comprar algumas cadeiras.”

    Stonehenge é o círculo de pedra mais arquitetonicamente sofi sticado e único lintel (suporte de pedras que se sustentam formando uma porta) sobrevivente no mundo: em sua forma mais primitiva, o monumento era um local de enterro. É o maior cemitério neolítico nas Ilhas Britânicas; foram utilizados dois tipos de pedra na sua construção, ambos os quais foram transportados de distâncias muito longas. Os sarsens (blocos de arenito) maiores, provavelmente, vieram de Marlborough Downs, 19 milhas ao norte, com as bluestones (tipo de rocha) menores, provenientes de Preseli Hills, a mais de 150 milhas de distância; as pedras foram erguidas usando articulações precisamente unidas, não vistos em qualquer outro monumento pré-histórico.

    *Texto de autoria do Irmão John Hamil, traduzido, adaptado e publicado no site www.oprumodehiram.com.br

    Revista Arte Real nº 78 - Out/16 - Pg 08

    articulações precisamente unidas, não vistos em qualquer outro monumento pré-histórico.

    *Texto de autoria do Irmão John Hamil, traduzido,

  • Revista Arte Real nº 78 - Out/16 - Pg 09

    Os PunhOsMaçônicos

    Kennyo Ismail

    Parte integrante da vestimenta maçônica, conhecida por todos os maçons, em especial aqueles que já experimentaram o desconforto do uso, os punhos fazem parte dos paramentos utilizados pelo Venerável Mestre, Primeiro e Segundo Vigilantes em muitos ritos e rituais, e também é adotado pelos cargos correspondentes de algumas Obediências. Sempre em conformidade com o colar e o avental, os punhos completam a vestimenta ritualística desses principais Oficiais.

    Mas se todos os Oficiais de uma Loja utilizam colar e avental, por que apenas os Vigilantes e o Venerável Mestre utilizam os punhos? Aliás, qual a origem dos punhos? Por que existem? Qual sua simbologia, significado? Quem deve usar, como e quando?

    São milhares de maçons utilizando os punhos sem saber as respostas, de Vigilantes a Grão-Mestres. Para que você não continue utilizando (e odiando) esse acessório sem conhecê-lo, pelo simples fato da falta de uma literatura maçônica decente no Brasil, este artigo responderá tais perguntas.

    Esses braceletes que chamamos de “punhos” são conhecidos nos países de língua inglesa como “gauntlets”. Gauntlets podem ser considerados como luvas de cano longo que cobrem a mão e parte do antebraço, usadas para atividades manuais, com intuito de proteger o punho. Esse tipo de luva é muito comum na construção civil e é conhecido por alguns como “luva de raspa”, por ser geralmente feito de raspa de couro.

    Além dos punhos, qual o outro utensílio comum entre os Vigilantes e o Venerável Mestre, utilizado apenas por esses três Oficiais? O malhete. Porém, nos primeiros anos de Maçonaria Especulativa, os maçons não tinham templos e utensílios próprios para as reuniões. Eles se reuniam em tavernas e utilizavam os utensílios da Maçonaria Operativa. Assim, em vez de belos malhetes trabalhados, utilizavam rústicos maços, e em vez de belas e finas luvas, utilizavam as mesmas luvas grossas e compridas usadas nas construções.

    No início, todos os Oficiais costumavam usar tais “luvas de pedreiro”, rústicas e de manga longa. Mas com o tempo, apenas aqueles que portavam os maços continuaram a adotá-las, como herança da Maçonaria Operativa, enquanto que os demais passaram a usar luvas mais “sociais”. Entre o ano de 1717, quando da fundação da 1ª Grande Loja da Inglaterra, até, pelo menos, o ano de 1813, quando da fusão que originou a Grande Loja Unida da Inglaterra, os dirigentes das Lojas adotaram modelos em que a luva e o punho eram uma única peça. É a partir dessa época que se há os primeiros registros indicando que essas luvas, já feitas em diferentes cores e com bordados nos punhos que identificavam os cargos e Lojas, começaram a surgir em modelos com punhos separados do restante, como se vê atualmente.

    Esse desenvolvimento se deu de forma livre e o uso manteve-se baseado na tradição até 1884, quando a Grande Loja Unida da Inglaterra incluiu os punhos como paramento oficial no Livro de Constituições, regulamentando seu uso: combinando com colares e aventais dos Grandes Oficiais,

  • Revista Arte Real nº 78 - Out/16 - Pg 10

    punhos na cor azul escuro com detalhes dourados para os dirigentes da Grande Loja, uso obrigatório; e combinando com colares e aventais dos Ofi ciais das Lojas, punhos na cor azul claro com detalhes prateados para os dirigentes das Lojas, uso opcional.

    E, em 1971, a Grande Loja Unida da Inglaterra tornou os punhos também opcionais aos Grandes Dirigentes.

    Pela falta de regulamentação apropriada dos paramentos maçônicos por boa parte das Obediências Maçônicas brasileiras, não existe uma padronização no tamanho, cores, desenhos, detalhes e principalmente no uso dos paramentos. Por esse motivo, ninguém é obrigado a seguir qualquer conduta de uso. Porém, se observada a origem e simbologia dos punhos, os Veneráveis e Vigilantes deveriam usá-los sempre com luvas brancas e apenas em suas Lojas, onde portam malhetes. Já no caso dos Grandes Dirigentes, o uso em toda a Jurisdição estaria correto, mas também sempre acompanhado de luvas.

    De qualquer forma, é importante saber o que se usa (e às vezes incomoda), principalmente quando se trata de um importante resquício de nossa origem operativa. se trata de um importante resquício de nossa origem operativa.

    Revista Arte Real nº 78 - Out/16 - Pg 10

    punhos na cor azul escuro com detalhes dourados

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  • Revista Arte Real nº 78 - Out/16 - Pg 11