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Associação dos Registradores de Pessoas Naturais do Estado de São Paulo ARPEN. SP Publicação bimestral – Ano 18 – n 0 180 – janeiro e fevereiro de 2018 Entrevista: Des. Geraldo Francisco Pinheiro Franco “Os Cartórios da Cidadania mais uma vez mostram a relevância do Registro Civil”. Veja a íntegra da entrevista do novo Corregedor da Justiça paulista. Págs 14 e 15 Provimento nº 66/2018 permite aos Cartórios prestarem serviços mediante convênios Parceria com órgos pblicos ou privados permitirá ao Estado usar a extensa capilaridade dos cartórios no auxílio solicitaço e entrega de documentos Págs 18 a 23

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Associação dos Registradores de Pessoas Naturais do Estado de São PauloARPEN.SP

Publicação bimestral – Ano 18 – n0 180 – janeiro e fevereiro de 2018

Entrevista: Des. Geraldo Francisco Pinheiro Franco“Os Cartórios da Cidadania mais uma vez mostram a relevância do Registro Civil”.

Veja a íntegra da entrevista do novo Corregedor da Justiça paulista.Págs 14 e 15

Provimento nº 66/2018 permite aos Cartórios

prestarem serviços mediante convênios

Parceria com órgaos publicos ou privados permitirá ao Estado usar a extensa capilaridade dos cartórios

no auxílio a solicitaçao e entrega de documentosPágs 18 a 23

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Editorial

Uma nova história para o Registro Civil

Caros amigos do Registro Civil,

É enorme a minha satisfação em me dirigir pela primeira vez a todos os registradores civis pau-listas na qualidade de presidente de nossa querida Arpen/SP. Não

é de hoje que nossa Associação é um farol na de-fesa da atividade registral paulista e brasileira e muito me orgulha ocupar um lugar no qual já es-tiveram grandes nomes do Registro Civil do Brasil.

Como todo ano que começa, iniciamos em 2018 uma nova caminhada, que certamente será repleta de desafios, oportunidades, conquistas e, por que não, frustrações. Afinal, se este é o caminho natu-ral da vida de todos nós, por que seria diferente no plano institucional? A certeza que todos podem ter é a de que, ao lado da diretoria eleita e dos ex-pre-sidentes que continuam a colaborar conosco, não faltará empenho e dedicação por parte desse que vos escreve para que o futuro do Registro Civil seja brilhante.

A começar, sem dúvida, pela edição do Provi-mento nº 66 do Conselho Nacional de Justiça, um marco no que diz respeito a uma nova vocação do Registro Civil como agente da paz social em cola-boração com o Poder Público. Fazendo jus à nossa função de agentes delegados concursados dotados de fé pública pelo Estado, temos a oportunidade, única, de contribuir de forma decisiva para a des-burocratização de procedimentos e facilitação do acesso da população aos serviços públicos.

“O Provimento é um reconhecimento do Poder

Judiciário aos avanços obtidos pela atividade nos últimos

anos, principalmente no que concerne a integração da

atividade por meio da Central de Informações do Registro

Civil (CRC)”

A Revista da Arpen-SP é uma publicação bimestral da Associação dos Registradores de Pessoas Naturais do Estado de São Paulo.

Praça Dr. João Mendes, 52conj. 1102 – CentroCEP: 01501-000São Paulo – SPURL: www.arpensp.org.brFone: (11) 3293 1535Fax: (11) 3293 1539

PresidenteLuis Carlos Vendramin Junior

1º vice-presidenteLeonardo Munari de Lima

2º vice-presidenteAdemar Custódio

3º vice-presidenteMonete Hipólito Serra

Jornalista ResponsávelAlexandre Lacerda Nascimento

EditoraLarissa Luizari

ReportagensAline Maciel, Ana Flavya Hiar,Eduardo Barbosa, João Bernardes, Kauana Mahara e Priscilla Cardoso

Sugestões de Matérias, Artigos e PublicidadeTel.: (11) 3293 1537email: [email protected]

Impressão e CTPJS Gráfica e EditoraTelefax: (11) 4044 4495email: [email protected]: www.jsgrafica.com.br Projeto Gráfico e DiagramaçãoMister White

Mais do que uma norma que permite aos re-gistradores civis firmarem convênios com órgãos públicos e privados, o Provimento é um reconhe-cimento do Poder Judiciário aos avanços obtidos pela atividade nos últimos anos, principalmente no que concerne a integração da atividade por meio da Central de Informações do Registro Civil (CRC).

Verdadeiro marco do Registro Civil, a Central nos tornou uma célula única, homogênea, inte-grada, capaz de fazer do balcão de cada unidade, dos grandes centros aos pontos mais remotos do Estado, e por que não do Brasil, o balcão de todos. Em um mesmo local, sem custos de deslocamen-tos, sem despesas com intermediários, o cidadão poderá ter acesso a uma gama infindável de ser-viços, fazendo com que nossa atividade mude de patamar na avaliação de todos os usuários.

Para atingirmos estes e outros objetivos que es-tão sendo desenhados, permanece sendo vital o trabalho diário do registrador civil no que tange à qualidade das informações dos atos informados à Central, a eficiência nas respostas às solicitações e demandas eletrônicas de todo o Brasil e o cuidado e zelo nas instalações dos cartórios e no atendi-mento ao público. Estes são os pilares que farão com que o Registro Civil das Pessoas Naturais cumpra seu destino, o de ser o Cartório da Cidada-nia de cada brasileiro.

Boa leitura a todos.

Gustavo Renato FiscarelliPresidente Arpen/SP

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Sumário

Tempo de SabedoriaPor Lígia Ignácio de Freitas Castro

Sou do tempoEm que uma palavraValia mais que um documento,Em que um aperto de mãoFechava um negócio ao vento.Em que o correio emoções carregavaEm que o dinheiro era vivo e silenciava.Sou do tempoEm que a crise era não ter voz na viola, Era não ter serventia pelo mundo afora,Em que o automóvel não tinha movimento,Em que da inércia não nascia um intento. Sou do tempo do bom dia,Dos braços presos,Das pernas vazias,Da espera na janela,Da TV em branco e preto,Da sorte grande, do amuleto. Mas hoje os ventos são outros,E eu não uso mais cabelos no rosto.As batidas do relógio soam alto dentro de mim,Arranco os seus ponteirosE arremesso-os em meu jardim.No fim da vidaA um jovem prometi um conselho.Um pingo no oceano É como um ser humano na terraSe a água abunda afundaSe o homem corre escorregaCabeça oca não comanda o destino. Viver é ter a proeza de ser feliz sozinho.Uma ave que cuida do próprio ninhoProvoca uma revoada de passarinho.É que a felicidade se encontra no cantinho da sala, Nos olhos que enxergam a beleza da vida,Nos lábios que sorriem enquanto o corpo falha.É que a amizade acontece em segundos de bondade,Na cicatriz da alma ferida,No receber do outro o dom da divindade.É que a natureza tem sentido,Os pés descalços tocam melhor sobre os trilhos.Idealizar pessoas não é um bom motivo,Deixemos a perfeição para as rosas,Fiquemos com o cheiro nas mãos em troca.É que a vida é brisa, é serpentina,É carnaval de quarta-feira, é poesia.É que a vida se apresenta mais amiga,O que ela quer de ti não se avista.Sinta!

Lígia Ignácio de Freitas Castro é registradora civil em Igarapava

Poema

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NacioNal Portaria do Ministério da Saúde inclui o registro biométrico do recém-nascido e de sua genitora na DNV 35

opiNião Provimento reaviva debate sobre limites do CNJ em serventias extrajudiciais 32

impreNsa Cartórios divulgam lista dos nomes mais registrados no Brasil em 2017 30

cidadaNia Cartórios paulistas atingem a marca de 1 milhão de CPFs na certidão de nascimento 28

NacioNal Certificado Digital passa a serobrigatório para transmissão do eSocial 29

NacioNal Governo federal anuncia lançamento do Documento Nacional de Identificação (DNI) 24

capaProvimento nº 66/2018 permite aos Cartórios prestarem serviços mediante convênios 18

Jurídico Provimento CGJ n.º 02/2018 dispõe sobre a publicação de Proclamas de casamento em meio eletrônico 16

Jurídico “Os Cartórios da Cidadania mais uma vez mostram a relevância do Registro Civil” 14

iNstitucioNal TJ-SP empossa Conselho Superior da Magistratura para o próximo biênio 12

iNstitucioNal Sinoreg-SP divulga forma de cálculo para recolhimento da contribuição negocial patronal de 2018 8

cidadaNia Cartórios paulistas já podem participar do Projeto Adoção Afetiva 6

iNstitucioNal Arpen/SP ministra treinamento no Consulado Americano sobre os novos modelos de certidões 4

iNstitucioNal Senador Álvaro Dias e jurista Luiz Flávio Gomes visitam Registro Civil de Quatá 5

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Arpen/SP ministra treinamento no Consulado Americano sobre os novos modelos de certidões

Provimento nº 63/2017 da Corregedoria Nacional de Justiça

e as novas formações familiares foram o foco da palestra

Institucional

“Nas novas certidões, ainda há espaço para constar o

número do RG, passaporte e PIS. Qualquer brasileiro que

possui esses documentos pode requerer em cartório a inserção

desses dados na certidão”

Karine Boselli, diretora da arpen/sp

teia, que foram sanadas pela registradora ci-vil. “A parentalidade socioafetiva consagra, no Brasil, o direito de filiação independente-mente da origem”, enfatizou Karine, que ex-plicou a possibilidade desse reconhecimento ser feito em cartório, e em quais casos são resolvidos apenas na esfera judicial.

Na sequência, Karine falou sobre os vín-culos familiares no Brasil. “Consideramos a relação de consanguinidade, mas também a de pertencimento”. Sobre a multiparenta-lidade, a oficial ressalta que se constarem três pessoas no campo de filiação, todas se-rão consideradas pais no mesmo grau. “Não existe pai a menos ou pai a mais, a filiação dá a mesma importância para aqueles que registraram”, comentou.

Outra novidade na certidão é o número do CPF, que já é emitido junto com o documento por meio de um convênio que os cartórios de registro civil possuem com a Receita Federal. “Nas novas certidões, ainda há espaço para constar o número do RG, passaporte e PIS. Qualquer brasileiro que possui esses docu-mentos pode requerer em cartório a inserção desses dados na certidão”, explicou a oficial.

A diretora da Arpen/SP agradeceu a pla-teia e falou de seu amor pelo trabalho do Registro Civil. “Adoro o que faço, registro pessoas. É o fato mais rico com que alguém pode trabalhar”, finalizou.

convite do Consulado Geral dos Estados Unidos da América, a Associação dos Registradores de Pessoas Naturais do Estado de São

Paulo (Arpen/SP) promoveu, no dia 21 de fevereiro, no consulado em São Paulo, uma apresentação sobre o novo modelo de certi-dão de nascimento para um grupo de pro-fissionais especializados. O treinamento foi ministrado pela oficial de registro civil e diretora da Arpen/SP Karine Boselli. As no-vas certidões de nascimento passaram a ser emitidas obrigatoriamente nos cartórios em janeiro deste ano.

A palestra se deu em torno do Provimen-to nº 63, da Corregedoria Nacional de Jus-tiça, que permitiu as mudanças para agre-gar as múltiplas configurações de famílias. Os principais pontos elucidados foram com respeito à socioafetividade e à multiparenta-lidade, que agora são contemplados no novo modelo nacional. “Quando trocamos infor-mações tudo fica mais interessante e a nos-sa mente se abre para novas possibilidades”, disse Karine.

A oficial explicou que no espaço da cer-tidão onde eram descritos genitores, agora configura-se filiação, e é possível acrescen-tar o nome de dois pais, ou duas mães, e até reconhecer formalmente uma filiação entre três pessoas. O fato levantou dúvidas da pla-

AA oficial de

registro civil falou sobre os

novos modelos de certidões

para uma plateia de profissionais

especializados

Segundo Karine Boselli, a parentalidade socioafetiva consagra, no Brasil, o direito de filiação

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A oficial do cartório, Juliana

Pecchio do Prado Simões,

entrega a certidão de

nascimento para o senador

uatá (SP) - Pré-candidato à pre-sidência da República em 2018 pelo Podemos (PODE), o sena-dor Álvaro Dias visitou, acompa-

nhado do jurista Luiz Flávio Gomes, no dia 23 de janeiro, o Registro Civil de Quatá, mu-nicípio de 12 mil habitantes, localizado na região oeste do Estado de São Paulo.

Na oportunidade, o senador paranaense, que é natural do município paulista, rece-beu a 2ª via de sua certidão de nascimento atualizada e conheceu as dependências da unidade de Registro Civil do município.

Também natural da cidade, a registrado-ra civil Juliana Pecchio do Prado Simões se disse orgulhosa em receber a visita, “ocasião que agora faz parte da história da cidade que ama”, e aproveitou a oportunidade para des-tacar a importância dos cartórios de Regis-tro Civil para a população.

“No período em que o senador esteve aqui, mostramos todo o trabalho que é feito pelo Registro Civil, passando pelo atendi-mento até o cuidado com os livros, o que foi muito bom para nós, até mesmo pra mostrar a importância de nosso trabalho para a po-pulação”, afirmou a oficial.

O jurista Luiz Flavio Gomes também elo-giou o cartório da cidade e se disse favorá-vel à ampliação dos serviços. “O Cartório de Quatá é muito bem organizado, com um

Senador Álvaro Dias e jurista Luiz Flávio Gomes visitam Registro Civil de Quatá

Pré-candidato à presidência da República, Álvaro Dias recebe

certidão de nascimento do cartório onde foi registrado

Institucional

“Devemos deixar os cartórios trabalharem, porque, em

geral, eles são organizados e competentes, sobretudo

na medida que vão se informatizando, pois vão

ganhando mais agilidade e segurança”

luiz Flavio Gomes, jurista

“Vejo os cartórios como instrumentos fundamentais para registrar a história das pessoas, a história do País”

Álvaro dias, senador (pode-pr)

Q

atendimento primoroso, e em geral os car-tórios são assim. Por isso devemos deixar os cartórios trabalharem, porque, em geral, são organizados e competentes, sobretudo na medida que vão se informatizando, pois vão ganhando mais agilidade e segurança”.

O senador fez questão de destacar a im-portância da história dos cartórios de Re-gistro Civil durante a curta passagem pela cidade. “Fui ver o registro do meu nascimen-to e tive uma ótima impressão do Cartório de Quatá. Todos foram muito atenciosos, e o atendimento organizado. Vejo os cartórios como instrumentos fundamentais para re-gistrar a história das pessoas, a história do País”, afirmou.

Senador observa o livro no qual está assentado seu registro

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Cartórios paulistas já podem participar do Projeto Adoção Afetiva

Projeto que tem a Arpen/SP como uma de suas entidades apoiadoras

busca aproximar os cartórios paulistas das escolas estaduais

Cidadania

“Ninguém faz nada sozinho, este é um exemplo típico: nós damos as mãos para

chegarmos ao coração dos problemas que nós temos que

resolver”

manoel de Queiroz pereira calças, desembargador presidente do tJ/sp

proximar os cartórios paulistas das escolas estaduais é o principal objetivo do Projeto Adoção Afe-tiva, no qual representantes dos

serviços dos cartórios extrajudiciais poderão adotar uma Escola de Ensino Fundamental e Médio para promover atividades conjuntas em benefício da comunidade, essenciais na formação de cidadãos conscientes.

Lançado em novembro do ano passado, o projeto que tem como uma das entidades apoiadoras a Associação dos Registradores de Pessoas Naturais do Estado de São Paulo (Ar-pen/SP), o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJSP) e associações representati-vas da atividade extrajudicial, nasceu de uma parceria entre a Secretaria de Educação do Estado e da Associação dos Notários e Regis-tradores do Estado de São Paulo (Anoreg/SP).

De acordo com o secretário de Educação do Estado, José Renato Nalini, a adesão ao projeto é de grande importância, pois a in-fância e juventude do País está abandonada

A

Cerimônia no Palácio da Justiça marcou o início do Projeto Adoção Afetiva, que envolverá todos os cartórios do Estado de São Paulo

José Renato Nalini: “Nos momentos de crise precisamos atuar de maneira criativa e engenhosa”

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“Para quem participa sempre, existe uma reciprocidade, e assim geramos um círculo virtuoso”

leonardo munari, presidente da anoreg/sp

Leonardo Munari de Lima, presidente da Anoreg/SP: “Queremos aproximar os cartórios da comunidade escolar”

e precisando de atenção e carinho. “Nesse momento de descrédito na gestão pública, que reflete o momento político pelo qual passamos, nós só podemos atuar de maneira criativa e engenhosa, e o projeto atende jus-tamente essa proposta”, afirmou.

As atividades que podem ser realizadas pelos cartórios que aderirem ao projeto são reformas, palestras, cursos ligados aos te-mas dos serviços extrajudiciais, participação como voluntários no reforço escolar e no Programa Escola da Família.

Segundo o presidente da Anoreg/SP, Le-onardo Munari, o Projeto Adoção Afetiva é uma ação nova, diferente do habitual, que necessita do empenho conjunto entre dele-gatários e comunidade escolar. “Para quem participa sempre, existe uma reciprocida-de, e assim geramos um círculo virtuoso”, finalizou.

Para o presidente do TJ/SP, desembarga-dor Manoel de Queiroz Pereira Calças, as parcerias fazem toda diferença no proje-to. “Ninguém faz nada sozinho, este é um exemplo típico: nós damos as mãos para chegarmos ao coração dos problemas que nós temos que resolver”, declarou durante o lançamento.

O projeto foi lançado como piloto, com a participação inicial de cinco cartórios do Estado, distribuídos entre os municípios de Ribeirão Preto e São Paulo. Porém, des-de o dia 29 de janeiro a participação foi estendida para todos os cartórios do Esta-do de São Paulo, que podem se inscrever por meio do site: http://www.adocaoafe-tivasp.com.br/faca-parte/.

Após efetivada a inscrição com o envio do formulário, a Anoreg/SP entrará em contato para dar andamento à participação.

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Sinoreg-SP divulga forma de cálculo para recolhimento da contribuição

negocial patronal de 2018

Entidade também divulga Convenção Coletiva de Trabalho válida para 2017 e 2018

Institucional

m Assembleia Geral Ordinária, re-alizada no dia 18 de dezembro de 2017, foi deliberada a cobrança da Contribuição Negocial Patronal para

o exercício de 2018. Na ocasião, foi aprovado o critério para

efeito de cálculo do valor da referida con-tribuição, com base no faturamento médio/mês das serventias. Valores obtidos no site do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

E

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Fórmula para cálculo

faturamento 2º semestre 2016 + faturamento 1º semestre 2017 = faturamento bruto

faturamento bruto/12 = faturamento médio mensal

faturamento médio mensal x 0,6 = base de cálculo

Localize a faixa onde se enquadra seu faturamento conforme a tabela abaixo. Exemplo:

R$ 1.235.695,25 + R$ 856.698,74 = R$ 2.092.393,99 (faturamento bruto)R$ 2.092.393,99 ÷ 12 = R$ 174.366,17 (faturamento médio mensal)

R$ 174.366,17 x 0,60 = R$ 104.619,70 (valor que se encontra na faixa 7, com valor de contribuição de R$ 700,00)

Faixa de até Valor contribuição1 0,00 15.000,00 150,002 15.000,01 20.000,00 210,003 20.000,01 30.000,00 280,004 30.000,01 50.000,00 385,005 50.000,01 75.000,00 490,006 75.000,01 100.000,00 560,007 100.000,01 125.000,00 700,008 125.000,01 150.000,00 840,009 150.000,01 175.000,00 980,0010 175.000,01 200.000,00 1.120,0011 200.000,01 225.000,00 1.260,0012 225.000,01 250.000,00 1.400,0013 250.000,01 275.000,00 1.540,0014 275.000,01 300.000,00 1.610,0015 300.000,01 325.000,00 1.750,0016 325.000,01 350.000,00 2.205,0017 350.000,01 375.000,00 2.450,0018 375.000,01 400.000,00 2.800,0019 400.000,01 450.000,00 3.150,0020 450.000,01 500.000,00 3.500,0021 500.000,01 600.000,00 4.200,0022 600.000,01 700.000,00 4.900,0023 700.000,01 800.000,00 5.600,0024 800.000,01 900.000,00 7.000,0025 900.000,01 1.000.000,00 8.400,0025 1.000.000,01 100.000.000,00 9.800,00

classe de FaturameNto médio/mês (r$)

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Sinoreg/SP publica acordo da Convenção Coletiva de Trabalho 2017/2018

001 – REAJUSTE SALARIAL – reajuste salarial de 2% (dois por cento), aplicado sobre o salário de novembro de 2016, a vigorar a partir de 1º de no-vembro de 2017, limitado a 10 (dez) pisos da es-cala da cláusula 004 (quatro) do acordo anterior. Para os empregados que percebam acima de 10 (dez) pisos, livre negociação. Para efeito dessa cláusula, compreende-se a somatória da remu-neração fixa mais a variável, considerando-se a média dos últimos 12 (doze) meses, sendo que eventual aumento somente será aplicado sobre a remuneração fixa, observando o atual piso.

002 – REAJUSTE DOS ADMITIDOS APÓS DATA BASE – O empregado admitido após a data base faz jus a reajuste salarial nos moldes estipulados na cláusula acima, levando-se em consideração para início de cálculo o mesmo índice fixado no mês de admissão.

003 – COMPENSAÇÃO DE MAJORAÇÕES SALA-RIAIS – Todas as majorações salariais, exceto as decorrentes de promoção, reclassificação, trans-ferência de cargo e equiparação salarial serão compensadas quando da realização do reajuste salarial.

004 – PISOS SALARIAIS – Não poderão ser infe-riores à seguinte escala, de acordo com o núme-ro total de empregados no mês de novembro de 2017.

TODOS OS REGISTROS E TABELIONATOS:-

a) ATÉ 10 FUNCIONÁRIOS: a.1) auxiliares :……… R$ 975,88 a.2) escreventes:…… R$ 1.107,67

b) DE 11 ATÉ 15 FUNCIONÁRIOS: b.1) auxiliares :……… R$ 986,85 b.2) escreventes:…… R$ 1.228,61

c) DE 16 ATÉ 20 FUNCIONÁRIOS: c.1) auxiliares :……… R$ 997,81 c.2) escreventes:…… R$ 1.375,85

d) DE 21 ATÉ 25 FUNCIONÁRIOS: d.1) auxiliares :……… R$ 1.033,21 d.2) escreventes:….. .R$ 1.545,76

e) ACIMA DE 25 FUNCIONÁRIOS: e.1) auxiliares :………. .R$ 1.149,19 e.2) escreventes:……. .R$ 1.743,08

Parágrafo único – Com a majoração do salário mínimo anual fica expresso que, nenhum em-pregado poderá receber salário fixo ou variável inferior ao salário mínimo estabelecido em Lei ( art. 7º IV,VII,CF/88).

005 – COMPROVANTE DE PAGAMENTO:- A ser-ventia é obrigada a entregar ao empregado, no ato de seu pagamento, o comprovante especifi-cando todas as parcelas a que tem direito e os descontos efetuados.

006 – ATESTADO MÉDICO:- A serventia aceitará apenas atestado médico oficial ou aquele expe-dido pelo serviço médico da Serventia ou o man-tido por esta mediante convênio.

007 – ESTABILIDADE À GESTANTE:- concede-se estabilidade à gestante, desde a concepção até 05 (cinco) meses após o parto, não se confun-dindo com a licença maternidade de 120 dias.

008 – HORAS EXTRAS: – conceder adicional de 70% (setenta por cento) às horas extras pres-tadas por empregados que não recebam com base em comissão ou participação na renda bruta ou líquida da Serventia. No cálculo e paga-mento das horas extras serão compensados os eventuais atrasos ocorridos no período.

009 – ESTABILIDADE AO ALISTADO NO SERVIÇO MILITAR: – Concede-se estabilidade desde a data da incorporação no serviço militar até 30 (trinta) dias após a baixa.

010 – AUXÍLIO CRECHE: – Instalação de local destinado à guarda de crianças em idade de amamentação, quando existentes na serven-tia mais de 30 (trinta) mulheres maiores de 16 (dezesseis) anos, facultado o convênio com cre-ches.

011 – POSSIBILIDADE DE PARCELAMENTO DE FÉRIAS – Desde que haja concordância do em-pregado, as férias poderão ser usufruídas em até três períodos, sendo que um deles não poderá ser inferior a quatorze dias corridos e os demais não poderão ser inferiores a cinco dias corridos, cada um.

011.1 – INÍCIO DE FÉRIAS: – O início das férias co-letivas ou individuais, não poderá coincidir com sábado, domingo, feriado, ou dia de compensa-ção de repouso semanal.

012 – DISPENSA DO AVISO PRÉVIO:- O emprega-do despedido fica dispensado do cumprimento do aviso prévio, quando comprovar a obtenção de novo emprego, desonerando a serventia do pagamento dos dias não trabalhados.

013 – REDUÇÃO DE JORNADA DE TRABALHO:- Na hipótese de diminuição dos serviços notariais e de registro no Estado de São Paulo e ainda a defasagem dos emolumentos dos atos prati-

cados e, para evitar demissões e aumento de desemprego, fica autorizada a redução da jorna-da de trabalho para, no mínimo 06 (seis) horas diárias, mediante comprovada necessidade, nos termos da CF/88, e nas seguintes condições:

a) aprovação dos pedidos pelos sindicatos pa-tronal e dos empregados;b) prazo máximo de 12 (doze) meses de redu-ção de jornada de trabalho;c) a redução do salário será proporcional à redu-ção mensal de horas trabalhadas;d) durante o período de redução de jornada de trabalho, a serventia não poderá ampliar o qua-dro de empregados;e) caso a conjuntura exija que se contrate novos funcionários a serventia deverá retornar à jorna-da de trabalho e ao salário anteriores, sem re-dução;f) casos especiais, ou não previstos neste acordo poderão ser resolvidos, de comum acordo, entre os interessados e os sindicatos patronal e dos empregados. Durante o período da vacância da Delegação, qualquer ajuste salarial superior ao estipulado em Convenção, será considerado mera liberalidade daquele que estiver respon-dendo pelo expediente da Serventia, cabendo ao delegado empossado através de concurso público a homologação ou rejeição dessa libe-ralidade, nesse último caso provando a eventual incapacidade financeira da Serventia.

014 – RELAÇÃO DE EMPREGADOS: – De confor-midade com o artigo 2º da portaria nº 3233/83, os empregadores remeterão dentro do prazo de 15 (quinze) dias contados da data do reco-lhimento da contribuição sindical dos seus em-pregados, ao SEANOR, relação nominal dos em-pregados contribuintes, indicando a função e o respectivo valor recolhido, enviando juntamente com a relação, cópia da guia paga.

Parágrafo único – O descumprimento desta clau-sula implicará na multa prevista na cláusula 17, acrescida das custas judiciais e honorários em caso da entidade sindical se socorrer da justiça para o cumprimento da mesma.

015 – CONTRIBUIÇÃO ASSISTENCIAL E NEGO-CIAL:

015.1) CONTRIBUIÇÃO ASSISTENCIAL – a con-tribuição assistencial, aprovada em Assembléia Geral Extraordinária, será descontada e recolhi-da pelo empregador, mediante anuência do em-pregado ao Sindicato Laboral, conforme recente reforma trabalhista, cujo valor será de 5% (cinco por cento) do piso salarial em vigor a partir de 1º de novembro de 2017 por esta Convenção Co-

Estabelecido por meio da Convenção Coletiva de Trabalho, que vigora desde o dia 1º de novembro de 2017 e vai até o dia 31 de outubro de 2018, o acordo de ajuste salarial firmado entre o Sindicato dos Notários e Registradores do Estado de São Paulo (Sinoreg-SP) e o Sindicato

dos Escreventes e Auxiliares Notariais e Registrais do Estado de São Paulo (Seanor) possui as seguintes cláusulas:

Institucional

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letiva de Trabalho, devendo ser descontada em folha até o dia 15 de janeiro de 2018 e recolhido em favor do SEANOR, até o dia 05 de fevereiro de 2018, nos termos do art. 8º, IV da Constituição Federal. Em caso de ausência da autorização do empregado, relativo ao valor desta contribuição assistencial, o SEANOR se reserva o direito de realizar a cobrança pelos meios legais.

015.2) do Sindicato Patronal: “CONTRIBUIÇÃO NEGOCIAL – Conforme decisão soberana deli-berada em Assembleia Geral Ordinária realizada em 18 de dezembro de 2017, fica determinada a cobrança de Contribuição Negocial em valores constantes da Tabela aprovada pelo CNR (Con-federação de Notários e Registradores), com redução de 30% (trinta por cento), excluindo-se a primeira faixa que abrange as Serventias que faturam até R$ 15.000,00 (quinze mil reais) men-sais, cujo valor será fixo em R$ 150,00 (cento e cinqüenta reais).

016 – ESTABILIDADE AOS EMPREGADOS QUE ES-TIVEREM A DOZE MESES DA SUA APOSENTADO-RIA:- Defere-se a garantia do emprego, durante os 12 (doze) meses que antecedem a data em que o empregado adquire direito à aposentado-ria voluntária, desde que trabalhe na serventia há pelo menos 5 (cinco) anos, e comunique a mes-ma, por escrito, com antecedência de 30 (trinta) dias do início desse período. Adquirido o direito, extingui-se a garantia.

017 – MULTA DISSIDIAL :- A serventia que deixar de cumprir as cláusulas insertas nesta conven-ção coletiva, ficará sujeita ao pagamento da multa de 5% (cinco por cento) sobre o valor do salário normativo, em favor da parte prejudicada.

018 – Fica a serventia autorizada a descontar na folha de pagamento do empregado, emprésti-mo que este tenha contraído com instituição fi-nanceira, na forma prevista na lei nº. 10.820, de 17/12/2003.

019 – BANCO DE HORAS:- É facultada a institui-ção de banco de horas que se aplica a todos os empregados, os quais deverão cumprir a jornada prevista nas cláusulas subsequentes.

019.1 – As serventias poderão flexibilizar a jorna-da de trabalho, diminuindo ou aumentando a jor-nada durante um período de baixa ou de alta na produção, mediante compensação dessas ho-ras em outro período, a critério do empregador, desde que avisados com 48hs de antecedência, sem prejuízo da remuneração mensal.

Parágrafo único: A redução de que trata a cláusu-la anterior poderá ser em número de horas diá-rias ou ausência por um ou mais dias inteiros. Na primeira hipótese, a redução não poderá exceder a 02 (duas) horas diárias.

019.2 – As horas reduzidas em um dia serão compensadas em outra data, sendo certo que, na compensação, não poderá haver jornada su-perior a 10 horas diárias e nem poderá ocorrer em domingos e feriados.

1º. A compensação poderá ser em número de horas diárias por um ou mais dias, conforme ne-cessidade e conveniência das partes.2º. Os avisos prévios de compensação serão fei-tos por escrito ao empregado, através de notifi-cação com comprovante de recebimento.019.3 – Dentro do mesmo mês, todos os sába-dos poderão ser trabalhados, desde que a jor-nada não ultrapasse 08 (oito) horas a título de compensação e deverá haver um aviso prévio, no mínimo, de 48 (quarenta e oito) horas.

019.4 – As compensações diárias semanais não excedentes a 02 (duas) horas e deverão ser co-municadas aos empregados com, no mínimo, 48 (quarenta e oito) horas de antecedência de sua realização.

019.5 – A compensação das horas apuradas no “banco de horas” não deve exceder a 180 (cento e oitenta) dias de sua realização.

Parágrafo único: Caso não seja possível a com-pensação no período acima estipulado, as horas excedentes deverão ser pagas ao empregado, impreterivelmente, no mês subsequente.

019.6 – As horas do banco não exigidas pela ser-ventia no prazo previsto na cláusula anterior não poderão ser descontadas dos empregados, as-sim como não poderão ser deduzidas das férias.

019.7 – Não serão descontados os débitos de horas dos empregados por ocasião da rescisão do contrato de trabalho, salvo na ocorrência de justa causa.

019.8 – As ausências injustificadas dos empre-gados nos dias destinados à compensação te-rão tratamento legal idêntico às faltas nos dias normais de trabalho, com desconto do descanso semanal remunerado proporcional às horas não compensadas.

019.9 – As horas trabalhadas para compensa-ção do “banco de horas” serão sempre consi-deradas na paridade de uma para uma, quando realizadas de segunda a sexta-feira, e na parida-de de uma para duas horas extras, quando se realizarem aos sábados.

019.10 – Em nenhuma hipótese a compensação diária ou aos sábados será considerada hora ex-tra, assim como nenhum acréscimo salarial será devido e nenhum prejuízo salarial advirá ao em-pregado com jornada de trabalho apurada em decorrência do “banco de horas”.

019.11 – Na dispensa imotivada na vigência do “banco de horas” e, havendo crédito de horas pelo empregado, a serventia pagará ao empre-gado o adicional de 70% (setenta por cento) sobre cada hora prestada durante a semana, inclusive aos sábados, sempre calculadas pelo salário da data da rescisão.

Parágrafo único: A presente cláusula se aplica a todos os empregados das serventias extrajudi-ciais, sem qualquer distinção.

019.12 – A serventia disponibilizará, mensalmen-te, de forma clara, o controle da jornada de traba-lho, através da informática, extrato informativo da quantidade de horas realizadas no mês, inclusi-ve as horas acumuladas, devendo o empregado assinar uma via do referido extrato.

019.13 – Todos os empregados admitidos na vigência do “banco de horas” terão adesão auto-mática, manifestando expressamente o conhe-cimento deste.

020 – ADICIONAL DE INSALUBRIDADE:- Fica as-segurado o adicional de 10% (dez por cento) incidente sobre o piso salarial, aos empregados do registro civil das pessoas naturais plantonis-tas em maternidades.

021 – RATIFICAÇÃO:- A base de cálculo utiliza-da para o salário do funcionário comissionado, remunerado de acordo com o valor do ato pra-ticado, continuará a ser o emolumento líquido destinado à Serventia, ou seja, o valor pago pelo usuário com as exclusões dos percentuais des-tinados ao Município à titulo de ISS, ao Estado, ao IPESP, ao Registro Civil, ao Tribunal de Justiça e à Santa Casa.

022 – DSR É INCLUIDO NA COMISSÃO – Dadas as peculiaridades da relação entre cartório e seus servidores, inclusive questões salariais dis-cutidas anteriormente, esclarecem as partes que sempre representou tradição nesse segmento econômico – social, a preocupação de levar em conta, no cálculo de comissão, a remuneração do repouso semanal ainda que não ficasse, ex-pressamente, consignado no recibo de paga-mento o valor específico da referida verba.

Parágrafo único: Os empregadores ficam desde já autorizados a destacar em item específico, o valor do DSR, no demonstrativo de pagamento do salário.

023 – De conformidade com a portaria nº 373 do Ministro de Estado do Trabalho e Emprego, edi-tada em 24 de fevereiro de 2.011, a qual dispõe sobre a possibilidade da adoção pelos empre-gadores de sistemas alternativos de controle de jornada de trabalho, fica ajustada sua aplicação, em todos o seus termos, ficando dispensada a obrigatoriedade da impressão diária do ponto.

Parágrafo único: O empregador se obriga a co-lher assinatura do funcionário, em ficha – rela-tório constando os horários de entrada, refeição e saída do mês anterior ao pagamento mensal do salário, entregando-lhe cópia desse relatório para seu arquivo pessoal.

São Paulo, 18 de dezembro de 2017.

(a)claudio marÇal Freirepresidente do sinoreg-sp

(a)José luiZ de castro silVapresidente do seanor

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oi realizada no dia 5 de fevereiro, no Palácio da Justiça, em São Paulo, a sessão solene de Abertura do Ano Judiciário e a Posse do Conselho

Superior da Magistratura para o biênio 2018/2019. O evento contou com a pre-sença de ministros e integrantes dos três poderes: Executivo, Legislativo e Judiciário. Prestigiou a cerimônia, o governador do Es-tado, Geraldo Alckmin, o prefeito da cidade de São Paulo, João Dória, os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski e Alexandre de Moraes, além de desembargadores, juízes de Direito, juí-zes da Justiça Militar, integrantes do Minis-tério Público, defensores públicos, advoga-dos e servidores.

O novo Conselho Superior da Magistratu-ra é integrado pelos desembargadores Ma-noel de Queiroz Pereira Calças (presidente), Artur Marques da Silva Filho (vice-presi-dente), Geraldo Francisco Pinheiro Franco (corregedor-geral da Justiça), José Carlos Gonçalves Xavier de Aquino (decano) e os presidentes de Seções Getúlio Evaristo dos Santos Neto (Direito Público), Gastão Tole-do de Campos Mello Filho (Direito Privado) e Fernando Antonio Torres Garcia (Direito Criminal).

Os magistrados ficarão na direção do Po-der Judiciário paulista até o final de 2019. O presidente da Associação dos Notários e Re-

gistradores do Brasil (Anoreg/BR), Claudio Marçal Freire, representou todas as entida-des extrajudiciais.

A mesa de honra contou com os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricar-do Lewandowski e Alexandre de Moraes; o corregedor nacional da Justiça, ministro João Otávio de Noronha; o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin; o presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), deputado estadual Cauê Macris; o deputado federal Arnaldo Faria de Sá, representando a Câmara dos Deputados; o procurador-geral de Justiça de São Paulo, Gianpaolo Smanio; e o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil – Seção São Paulo (OAB-SP), Marcos da Costa.

Em seu discurso, que remontou à histó-ria do Judiciário paulista, o novo presidente do TJ-SP voltou a afirmar que o Poder Judi-ciário precisa ser respeitado e que se deve recuperar a ética na sociedade, tanto para governantes como governados. “Nosso País enfrenta dificuldades de grande envergadu-ra e complexidade na seara política, econô-

TJ-SP empossa Conselho Superior da Magistratura para o próximo biênio

Sessão solene marcou a abertura do ano judiciário e reuniu a cúpula

do Poder Judiciário paulista e autoridades nacionais e do Estado

Institucional

“Abertura do Ano Judiciário mostra-se como um momento

propício para expressar sentimentos de júbilo para o trabalho que vem sendo

realizado por todos que militam em prol da justiça e também é um momento de renovar as

esperanças diante de um novo comando”

marcio da costa, presidente oaB-sp

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A posse do novo conselho contou com a presença de ministros e integrantes dos três poderes

Geraldo Francisco Pinheiro Franco é o novo corregedor-geral da Justiça para o biênio 2018/2019

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mica, social e moral. Malgrado os enormes problemas estruturais que afligem nossa nação e que trazem, a todos, insegurança e incertezas quanto ao nosso futuro. A ética a ser observada nas três esferas de Poder passa a constituir a pedra angular e perene, que precisa ser impressa na mente de nossa juventude”, disse Pereira Calças.

Finalizando a solenidade, Calças fez a pro-messa de cumprir fielmente a Constituição. “É importante destacar a todos os presentes, no cumprimento do mandato que me foi ou-torgado, que pretendo exercer a representa-ção e a gestão desta Corte, exclusivamente, à luz dos princípios da Constituição Federal e da Leis do nosso País. Afirmo o compro-misso de defender e lutar com todo o arsenal jurídico. Agradeço a todos os desembarga-dores que me confiaram a honrosa missão de dirigir, com a participação de todos, os

“Não é a primeira crise, nem será a última. São tempos difíceis no mundo todo. Só

temos um caminho: fortalecer as instituições. Fora da lei é o

caos.”

Geraldo alckmin, governador do estado de são paulo

“A ética a ser observada nas três esferas de Poder passa a constituir a pedra angular e perene, que precisa ser

impressa na mente de nossa juventude”

manoel de Queiroz pereira calças, presidente do tJ/sp

Manoel de Queiroz Pereira Calças, novo presidente do TJ/SP, prometeu cumprir fielmente a Constituição

O governador do Estado, Geraldo Alckmin, cumprimentou o novo presidente e agradeceu também o anterior, desembargador Paulo Dimas, pelo trabalho realizado

destinos do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo”, afirmou.

O governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), cumprimentou o novo presidente e agradeceu também o anterior, desembargador Paulo Dimas, pelo trabalho realizado. Ele destacou, entre as medidas positivas da gestão, as teleaudi-ências implantadas, as obras realizadas em quase 100 fóruns do Estado, a importância das audiências de custódia e o programa Acessa SUS — parceria do TJ/SP com De-fensoria Pública, MP e governo, para reduzir o número de ações sobre a área de saúde. Alckmin também comentou sobre a atual conjuntura vivida: “Não é a primeira crise, nem será a última. São tempos difíceis no mundo todo. Só temos um caminho: forta-lecer as instituições. Fora da lei é o caos”, afirmou.

Representando o Tribunal de Justiça do

Estado de São Paulo (TJ/SP), na abertura da cerimônia, a desembargadora Silvia Rocha falou de respeito e ética no sistema jurídico. “A Constituição determina que a adminis-tração dos poderes do Estado obedeçam o princípio da moralidade reafirmando que a sua atuação e também a do judiciário deve se pautar pela retidão, boa fé e pelo cuidado com a dignidade do ser humano”.

Silvia agradeceu o convite que recebeu do presidente eleito e discorreu sobre a honra-dez e capacidade dos novos integrantes. “No último mês de 2017, esse Tribunal elegeu os novos membros dos seus órgãos de direção e, conhecendo a muitos, afirmo a capacida-de de cada e declaro meu profundo respei-to”, finalizou.

Seguindo com a solenidade, Marcio da Costa, presidente OAB-SP, falou sobre reno-vação e esperança. “Abertura do Ano Judici-ário mostra-se como um momento propício para expressar sentimentos de júbilo para o trabalho que vem sendo realizado por todos que militam em prol da justiça e também é um momento de renovar as esperanças diante de um novo comando”.

Representando o Ministério Público do Estado de São Paulo, Gianpaolo Poggio Sma-nio afirmou que o órgão estará à disposição do Tribunal. “Para que possamos continuar enfrentando os desafios deste ano que já se mostram enormes, gostaria de deixar regis-trado que o TJ/SP pode contar com a coope-ração do MP e que estamos prontos para a defesa da cidadania e do direito de todos”.

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“Os Cartórios da Cidadania mais uma vez mostram a relevância do Registro Civil”

Novo corregedor-geral da Justiça do Estado de São Paulo, desembargador Geraldo

Francisco Pinheiro Franco, fala sobre as novas atribuições destinadas ao Registro Civil, a CRC Nacional eletrônicas e a importância da atividade para o cidadão

Jurídico

“As informações mantidas no Registro Civil são essenciais para o planejamento de políticas públicas nas áreas de saúde, educação, assistência social e previdência social, o que só ressalta a relevância da função”

m entrevista exclusiva para a As-sociação das Pessoas Naturais do Estado de São Paulo (Arpen/SP), o novo corregedor geral da Justiça do

Estado, desembargador Geraldo Francisco Pinheiro Franco, falou sobre a importância dos cartórios de registro Civil para a socie-dade e também destacou os recentes Provi-mentos publicados pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que extrajudicializam ain-da mais as demandas da sociedade, confian-do aos cartórios a prática de atos antes res-tritos ao Poder Judiciário.

O desembargador nasceu em dezembro de 1956 na capital paulista. Formou-se pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), turma de 1979, e ingressou na Magistratura em 1981, nomeado para a 25ª Circunscrição Judiciária, com sede em Ourinhos.

Ao longo de sua trajetória foi juiz em Santos, Santo André, Paraibuna, Vicente de Carvalho e São Paulo. Também foi juiz efe-tivo do Tribunal Regional Eleitoral, na classe de Juiz de Direito, eleito em 1994 e reelei-to em 1996. Foi promovido em 2001 para o Tribunal de Alçada Criminal. Em 2005 foi elevado ao posto de desembargador do TJ-SP. Presidiu a Seção de Direito Criminal da Corte no biênio 2014/2015.

Arpen/SP - Como o senhor recebeu o re-sultado da votação que o elegeu Correge-dor Geral da Justiça do TJ/SP?Des. Geraldo Francisco Pinheiro Franco - Recebi a opção pelo meu nome com muita

E

humildade e responsabilidade. Foi uma elei-ção disputadíssima, entre amigos e colegas. Os eminentes desembargadores Fernando Maia da Cunha e Márcio Bártoli são dois dos mais experientes e talentosos magistra-dos da Corte Paulista, sérios e éticos, e como tal merecem o meu mais absoluto respeito.

Arpen/SP - Quais as principais metas para sua gestão à frente da Corregedoria Geral da Justiça do TJ/SP?Des. Geraldo Francisco Pinheiro Franco - A atuação do Corregedor Geral é técnica. E como tal pretendo implantar definitivamen-te as correições virtuais, porque o futuro está aí, e estudar a necessidade de revisão das Normas de Serviço, ouvindo magistra-dos e todos os seguimentos interessados. Vou adotar por norte a orientação, sem des-curar da fiscalização.

Arpen/SP - Como avalia o atual cenário jurídico do País?Des. Geraldo Francisco Pinheiro Franco - O País atravessa momentos de dificuldade ímpar, em que necessita, mais do que nun-ca, de um Poder Judiciário sereno, compro-metido e corajoso, que a nada se curve, se-não ao império da lei.

Arpen/SP - O Direito de Família tem sido constantemente alvo de importantes mu-danças legislativas e decisões judiciais? Como avalia o atual cenário relacionado a esta área?Des. Geraldo Francisco Pinheiro Franco - O tema é amplo. As mudanças decorrem de uma sociedade em constante e rápida trans-formação. E as soluções demandam reflexão de todos os envolvidos, sempre com os olhos voltados à segurança das relações entre ci-dadãos e deles com o Estado.

Arpen/SP - Como avalia a importância da atividade registral para a sociedade, parti-cularmente a do Registro Civil? Des. Geraldo Francisco Pinheiro Franco - A atividade registral é de grande importân-cia para que as pessoas possam ter seguran-ça jurídica nas suas relações em sociedade, e o Registro Civil se destaca por ser a espe-cialidade destinada a manter todos os dados relativos ao nascimento, óbito e estado civil das pessoas. Por isso, não há como ignorar a importância do Registro Civil na vida de cada um. Ademais, as informações mantidas no Registro Civil são essenciais para o pla-nejamento de políticas públicas nas áreas de saúde, educação, assistência social e previ-

prese
Realce
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dência social, o que só ressalta a relevância de função.

Arpen/SP - O CNJ publicou vários provi-mentos relacionados ao Registro Civil nos últimos meses, um deles sobre mudanças nas certidões de nascimento, casamento e óbito, regulamentação de reprodução assistida e de paternidade socioafetiva. Como vê estas normativas? Des. Geraldo Francisco Pinheiro Franco - As ações do CNJ são inovadoras e, em várias delas, é importante que partam de órgão de controle nacional, para que haja uniformi-dade na atuação dos Oficiais de Registro Ci-vil que prestam serviço também em âmbito nacional. Não se pode ignorar, ademais, que o fluxo migratório cria demanda no sentido de que todos sejam atendidos no local onde estejam, para o que as centrais eletrônicas e a possibilidade de transmissão de informa-ções obtidas por procedimentos uniformes são muito importantes. Por sua vez, ques-tões como a reprodução assistida e outras surgidas com o progresso científico e a evo-lução dos costumes e da vida em sociedade, especialmente no que tange às novas formas de constituição de família, não podem ser ignoradas e ensejam o estabelecimento de novas regras para proteção dos membros das famílias.

Arpen/SP - Como vê a possibilidade dos cartórios de Registro Civil prestarem ser-viços de emissão de documentos mediante convênios com órgãos públicos e privados, conforme autorizado pelo Provimento nº 66/2018 do CNJ, editado neste mês de ja-neiro?Des. Geraldo Francisco Pinheiro Franco -

Os Cartórios da Cidadania, como são cha-mados, mais uma vez mostram a relevância do Registro Civil na vida das pessoas que poderão obter a rápida prestação de servi-ços que antes eram exclusividade de cidades de maior porte, como ocorre com a emissão de passaportes que, mediante convênio, po-derão ser solicitados até em distritos mais afastados.

Arpen/SP - Tem sido uma constante a de-legação de novas atribuições aos serviços extrajudiciais, como usucapião, mediação, apostilamento, inventário, partilha, divór-cios. Como vê esta tendência e qual sua importância para a sociedade e para o Po-der Judiciário?Des. Geraldo Francisco Pinheiro Franco - A possibilidade de obtenção de serviços variados, em cartórios extrajudiciais com unidades instaladas em todos os municípios do País, mostra a importância da ampliação das atividades do Registro Civil e do serviço extrajudicial como um todo. Além disso, a experiência mostra que não é necessária a concentração no Poder Judiciário de muitos procedimentos com pouca ou com nenhuma litigiosidade, quando não atingirem direitos de incapazes ou de pessoas que necessitam de tutela especial.

Arpen/SP - No final de 2017, o CNJ publi-cou diversas metas para os serviços extra-judiciais. Como o TJ-SP pretende imple-mentá-las?Des. Geraldo Francisco Pinheiro Franco - O Tribunal de Justiça apoia a Corregedoria Nacional de Justiça nas metas para os ser-viços extrajudiciais e já as atende em sua grande maioria, como, por exemplo, no que diz respeito aos concursos públicos de pro-vas e títulos para a outorga de delegações vagas, na vedação ao nepotismo, no uso das centrais eletrônicas e na fiscalização da prestação dos serviços.

Arpen/SP - A Central do Registro Civil - ao concentrar todos os atos de nascimentos, casamentos e óbitos em uma plataforma única - facilitou a vida do cidadão e dos Poderes públicos que agora podem con-sultar registros em um clique. Como ava-lia a importância destes serviços das cen-trais de dados?Des. Geraldo Francisco Pinheiro Franco - É importante que o atendimento seja pres-tado de forma célere e eficaz, ou seja, que satisfaça as necessidades e demandas dos usuários do serviço. E a Central do Registro Civil é essencial para que esse atendimen-to possa ser prestado no local da residência das pessoas, com uso de todas as utilidades que as novas tecnologias podem proporcio-nar. Ademais, a Central do Registro Civil também se destina a ampliar e facilitar a prestação dos serviços pelos Oficiais de Re-gistro Civil que podem transmitir e receber informações com maior agilidade e menores custos.

Arpen/SP - Blockchain, Bitcoin e registro eletrônico são temas cada vez mais reais nas demandas da sociedade moderna. Como a Corregedoria pretende lidar com a regu-lamentação destes temas em sua gestão?Des. Geraldo Francisco Pinheiro Franco - A implantação do registro eletrônico se mos-tra cada vez mais presente em vários aspec-tos, e a tecnologia do Blockchain certamente proporcionará avanços que repercutirão na área dos serviços públicos. Outras questões ligadas aos avanços da informática, como, por exemplo, o Bitcoin, são por demais re-centes para que possam ter sua relação com os registros definida desde já. Porém, não se pode esquecer que os registros públicos são destinados a proporcionar segurança jurídi-ca para todos, razão pela qual a implantação de algumas inovações tecnológicas na pres-tação desses serviços certamente demanda-rão estudos aprofundados sobre suas vanta-gens e riscos.

“A possibilidade de obtenção de serviços variados, em cartórios extrajudiciais com unidades instaladas em todos os municípios do País, mostra a importância da ampliação das atividades do Registro Civil e do serviço extrajudicial como um todo”

“O fluxo migratório cria demanda no sentido de que todos sejam atendidos no local onde estejam, para o que as centrais eletrônicas e a possibilidade de transmissão de informações obtidas por procedimentos uniformes são muito importantes”

“Os Cartórios da Cidadania, como são chamados, mais uma vez mostram a relevância do Registro Civil na vida das pessoas que poderão obter a rápida prestação de serviços que antes eram exclusividade de cidades de maior porte, como ocorre com a emissão de passaportes que, mediante convênio, poderão ser solicitados até em distritos mais afastados”

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provimento cGJ N.º 02/2018 dá nova reda-ção ao item 59.2 do capítulo XVii das NscGJ.

O Desembargador Geraldo Francisco Pinheiro Franco, corregedor geral da Justiça, no uso de suas atribuições legais,

coNsideraNdo a manifestação do Excelen-tíssimo Ministro Corregedor Nacional de Justiça no PCA n. 0006985- 53.2016.2.00.0000 em cur-so perante o Conselho Nacional de Justiça;

coNsideraNdo a necessidade de aperfeiço-amento das Normas de Serviço da Corregedoria Geral da Justiça e a possibilidade da publicação dos proclamas de casamento em meio eletrôni-co por qualquer órgão com qualificação jurídica de imprensa local;

Provimento CGJ n.º 02/2018 dispõe sobre a publicação de Proclamas

de casamento em meio eletrônico

Jurídico

resolVe:

art. 1°. Dar ao item 59.2 do Capítulo XVII das Nor-mas de Serviço da Corregedoria Geral da Justiça a redação que segue:

A publicação mencionada no subitem 59.1 pode-rá, a critério dos nubentes, ser realizada em jornal eletrônico, de livre e amplo acesso ao público.

art. 2º. Este provimento entra em vigor na data de sua primeira publicação.

São Paulo, 17 de janeiro 2018.

(a) Geraldo FraNcisco piNHeiro FraNcocorregedor Geral da Justiça.

DICOGE

DICOGE 5.1 PROCESSO Nº 2016/222293 - SÃO PAULO - CORREGEDORIA GERAL DA JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO.(23/2018-E)NORMAS DE SERVIÇO DA CORREGEDORIA GE-RAL DA JUSTIÇA - Publicação eletrônica de proclamas de casamento. Sociedade da infor-mação. Possibilidade. Publicação por qualquer órgão com qualificação jurídica de imprensa lo-cal. Alteração da redação do item 59.2 do Capí-tulo XVII, do Tomo II, das NSCGJ.

Excelentíssimo Senhor Corregedor Geral da Jus-tiça, Este expediente trata da determinação da

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Excelentíssima Conselheira Maria Tereza Uille Gomes do pronunciamento desta Corregedoria Geral da Justiça acerca da manifestação do Ex-celentíssimo Ministro Corregedor Nacional de Justiça, no PCA n. 0006985-53.2016.2.00.0000, promovido pelo Sindicato das Empresas Proprie-tárias de Jornais e Revistas de São Paulo voltado à revogação do Provimento CGJ n. 46/2016 que dispôs sobre a publicação dos proclamas de ca-samento por jornal eletrônico divulgado e manti-do pela ARPEN-SP.

É o breve relatório. A revolução tecnológica determinou profundas mudanças na sociedade no aspecto econômico, social e jurídico. Diante disso, não é possível apli-car à sociedade da informação os conceitos de localização por coordenadas geográficas, pois, os meios eletrônicos possuem dimensão diversa. Indubitavelmente, o espaço virtual permite publi-cidade dos proclamas de casamento com maior efetividade, redução de custos e com reduzida agressão ao meio ambiente.

Antonio Enrique Pérez Luño (Los derechos hu-manos ante las nuevas tecnologias, In: Nuevas tecnologias y derechos humanos, PÉREZ LUÑO, Antonio Enrique, Tirant lo Blanch: Valencia, 2014, p. 16), comenta as dificuldades gerada pelas no-vas tecnologias da informação frente ao Direito da seguinte forma:

El pensamiento jurídico, desde finales del pasado siglo, no fue insensible a la urgencia de tomar en serio la tarea de construir una teoría del Derecho y de los derechos abierta, y responsablemen-te comprometida con la respuesta a las nue-vas necessidades y exigencias de los hombres que viven en la era de la informática. Esa nueva coyuntura reclama de los juristas, los filósofos y los teóricos del derecho una “consciencia tecno-lógica”, término acuñado por Vittorio Frosini (Fro-sini, 1986:34) para apelar a uma actitud reflexiva, crítica y responsable ante los nuevos problemas que, en las diversas esferas del acontecer social, suscita la tecnología, y ante los que ni el direcho, ni quienes lo aplican o lo estudian pueden perma-necer insensibles. Esa exigencia complica sobre-maneira la labor de los operadores jurídicos y los teóricos del derecho, porque les obliga a ampliar el angosto horizonte de las autorreferencias nor-mativas, con la apertura hacia los estímulos de la ciencia y la tecnología.

Nessa linha, compete destacar o judicioso pare-cer, aprovado pelo Excelentíssimo Corregedor Geral da Justiça, da lavra dos Doutos Magistrados integrantes da Equipe Extrajudicial e que originou o Provimento CGJ n. 46/2016, no qual constou:

Os evidentes avanços tecnológicos havidos nos meios de comunicação tornam paulatinamente obsoletas as vias físicas de divulgação de infor-mações. Jornais impressos experimentam sensí-veis reduções nas tiragens e despertam diminuto interesse.

Por conseguinte, as notícias lá narradas chegam a número cada vez menor de pessoas.

De outro bordo, as mídias eletrônicas dissemi-nam-se com invulgar rapidez. Com o implemento da inclusão digital, o acesso à internet espraia-se por todas as faixas de idade e renda, indiscrimi-nadamente. Assim é que a utilização de meios digitais possibilitará que os proclamas cheguem ao conhecimento de número incomparavelmente superior de pessoas, escopo primeiro da publica-ção prevista no item 59.1, do Capítulo XVII, Tomo II, das NSCGJ, em observância, ademais, ao princí-pio da publicidade.

Nem se olvide que a redução do uso de papel é providência ecologicamente saudável.

Por tais razões, aliás, este Egrégio Tribunal de Jus-tiça empreendeu esforços para que o Diário Ofi-cial passasse a circular exclusivamente pela via eletrônica.

Igualmente convergente, é a manifestação do Excelentíssimo Ministro João Otávio de Noro-nha, Corregedor Nacional de Justiça, no PCA n. 0006985-53.2016.2.00.0000:

Assim, com o advento do desenvolvimento tecno-lógico, a implementação de meios que ampliem a efetivação de direitos, como a publicidade eletrôni-ca, deve ser permitida como forma de alargamen-to do alcance normativo, sem que haja a neces-sidade de constantes mudanças da lei em vigor.

Nesse sentido, a publicação dos proclamas de casamento em meio eletrônico deve ser permi-tida e fomentada pelas Corregedorias Gerais de Justiça que regulamentam a matéria.

Noutra quadra, Sua Excelência, O Corregedor Na-cional de Justiça, prossegue com ressalva à limi-tação da publicação a uma única instituição, nos seguintes termos:

A divulgação e manutenção de jornal eletrônico atribuído de forma exclusiva à Associação dos Registradores de Pessoas Naturais do Estado de São Paulo (ARPEN-SP), pode acarretar a violação de outros direitos fundamentais, como a liberda-de de imprensa e a livre concorrência, uma vez que o direito deve ser estendido a todo e qualquer órgão que faça as vezes de imprensa local, ou se equipare a ela.

A restrição a um único órgão associativo, sem fins lucrativos, pode gerar dubiedade do ato normativo, bem como criar restrição que não decorre do texto legal, portanto, extrapolando para limites formais. Desde o trabalho contínuo de várias gestões esta Corregedoria Geral de Justiça sempre buscou a melhora da prestação do serviço extrajudicial a partir dos implementos tecnológicos oriundo das tecnologias da infor-mação, resultando na criação de centrais digitais que, desde então, vem sendo aperfeiçoadas e ex-pandidas; com a imprescindível contribuição das entidades de Tabeliães, Notários e Registradores.

Essa opção estratégica, em razão da mudança de paradigma provocado pela pós-modernidade, notadamente, a crise da razão, ocasionou riscos

no regramento de situações ligadas às novas tecnologias, ante sua absoluta novidade; por-quanto impossível aplicação do clássico arqué-tipo de solução (do culturalismo) no sentido de que o futuro, em certa medida, está no passado.

Seja como for, os inevitáveis riscos, e os erros de-correntes, são pressupostos para que se possa avançar. Essa situação, fica bem retratada pela conhecida passagem do Mar Portuguez, de Fer-nando Pessoa:

Quem quer passar além do BojadorTem que passar além da dor.Deus ao mar o perigo e o abismo deu,Mas nele é que espelhou o céu

Considerada a importância da contribuição da to-talidade dos atores sociais para o aperfeiçoamento do regramento dos serviços extrajudiciais e o con-teúdo da manifestação do órgão administrativo su-perior; salvo melhor juízo de Vossa Excelência, pen-so competir adaptação da norma administrativa em questão para fins de possibilitar a publicação dos proclamas em forma eletrônica por qualquer órgão com qualificação jurídica de imprensa local.

Nessa ordem de ideias, em adequação à mani-festação do Excelentíssimo Ministro Corregedor Nacional de Justiça, sugiro modificação do item 59.2 do Capítulo XVII das Normas de Serviço da Corregedoria Geral da Justiça (introduzido pelo Provimento CGJ n. 46/2016), por meio da supres-são de sua parte final, para o seguinte:

A publicação mencionada no subitem 59.1 pode-rá, a critério dos nubentes, ser realizada em jornal eletrônico, de livre e amplo acesso ao público.

Ante ao exposto, o parecer que respeitosamente submeto ao elevado critério de Vossa Excelência é no sentido da modificação, na forma supra, do item 59.2 do Capítulo XVII, das Normas de Serviço da Corregedoria Geral da Justiça.

Sub Censura.São Paulo, 16 de janeiro de 2018.

(a) marcelo BenacchioJuiz assessor da corregedoria

decisão: Aprovo o parecer do Juiz Assessor da Corregedoria e, por seus fundamentos, que ado-to, determino a edição do Provimento sugerido, conforme minuta apresentada, com a publica-ção inclusive do parecer, no DJE. Dê-se ciência à Associação dos Registradores de Pessoas Naturais do Estado de São Paulo (ARPEN-SP) a respeito do parecer aprovado e do Provimento editado. Remeta-se cópia do parecer aprovado e desta decisão a Excelentíssima Conselheira Maria Tereza Uille Gomes, para fins de manifes-tação no Procedimento de Controle Administra-tivo n. 0006985-53.2016.2.00.0000; bem como ao Excelentíssimo Ministro João Otávio Noronha, Corregedor Nacional de Justiça. Publique-se.

São Paulo, 17 de janeiro de 2018.

(a) Geraldo FraNcisco piNHeiro FraNco, corregedor Geral da Justiça.

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ublicado no dia 26 de janeiro de 2018 pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), o revolucionário Pro-vimento n° 66/2018 possibilita

aos Cartórios de Registro Civil das Pesso-as Naturais de todo o Brasil a prestação de serviços mediante convênio, credenciamento e matrícula com órgãos e entidades gover-namentais e privadas. O objetivo do órgão é que os cartórios atuem junto aos serviços públicos relacionados à identificação dos ci-dadãos, visando auxiliar a emissão de docu-mentos pelos órgãos responsáveis.

Com o Provimento, o corregedor nacional de Justiça, ministro João Otávio de Noronha, espera diminuir a burocracia para se obter um documento de identificação. Além de es-

tender a rede de atendimento para os cida-dãos, a medida da Corregedoria também am-plia o rol de serviços prestados pelos cartórios que atualmente já registram nascimentos, ca-samentos e óbitos. “A medida possibilita que esses convênios sejam firmados para facilitar a vida do cidadão”, disse.

Em âmbito nacional, caberá a Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Na-turais (Arpen-Brasil) e a Associação dos No-tários e Registradores do Brasil (Anoreg/BR) firmarem os convênios com as entidades, que por sua vez deverão ser submetidos à valida-ção da Corregedoria Nacional de Justiça. Em âmbito estadual, caberá às entidades estadu-ais firmarem as parcerias, que deverão ser ava-lizadas pela Corregedoria Estadual da Justiça.

“O Estado, como detentor do poder de identificação, muitas vezes é ineficiente no seu serviço”, explica Márcio Evangelista Fer-reira da Silva, juiz de Direito assessor da Cor-

Provimento nº 66/2018 permite aos Cartórios prestarem

serviços mediante convênios

Parceria com órgãos públicos ou privados permitirá ao Estado usar a extensa capilaridade dos cartórios no auxílio à solicitação e entrega de documentos, como carteiras de

identidade (RG), de trabalho, passaporte, CNH em todos os municípios do País

Capa

P

Presidente do INSS, Francisco Lopes, diz que a concessão do benfício deve ocorrer automaticamente em até 48 horas após o registro da criança em cartório

regedoria Nacional de Justiça. “Os cartórios de Registro Civil serão um poderoso braço de apoio aos poderes, principalmente por conta de sua capilaridade e sua competência para fazer aquele serviço que hoje o Estado faz com um pouco de déficit. Atendimento ao público, coleta de informações, tudo isso vai ser possível ao cidadão sem se deslocar gran-des distâncias, como, por exemplo, a identi-ficação civil para RG, Passaporte, Carteira de Trabalho e CNH”, destacou o magistrado.

“Nós vamos ser o braço da Polícia Federal nos lugares onde ela não existe”, explicou o presidente da Arpen-Brasil, Arion Toledo Ca-valheiro Júnior, ao falar sobre os estudos que estão sendo realizados junto à Polícia Federal para a emissão de passaportes. A intenção é que o convênio piloto tenha início em março no Distrito Federal. “O convênio permitirá o compartilhamento do cadastro de informa-ções dos cidadãos brasileiros com os cartórios,

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Arion Toledo Cavalheiro Júnior: “Nós vamos ser o braço da Polícia Federal nos lugares onde ela não existe”

“O Provimento nº 66 é de grande importância, porque

possibilita que o Registro Civil firme convênios com vários

órgãos estaduais e federais e leve mais serviços para regiões

do País que não possuem postos de atendimento para

emissão desses documentos”

arion toledo cavalheiro Júnior, presidente da arpen-Brasil

que colherão as digitais e confirmarão, para a Polícia Federal, a identidade de quem solicitar o documento”, informou Marcio Evangelista.

seGuraNÇa GaraNtidaJá administradores da principal base de dados do País – os nascimentos, casamentos e óbi-tos de todos os brasileiros -, os Cartórios, fis-calizados pelo Poder Judiciário e com titula-res aprovados em concurso público de provas e títulos, possuem a infraestrutura adequada para a parceria. “Investimos em bancos de dados criptografados e em cópias de arquivos (backup), pois a fiscalização é permanente”, disseca diretora da Associação dos Registra-

Karine Boselli: “Os cartórios de registro civil estão presentes em todo o Brasil”

“O morador de um município do interior não vai mais precisar se deslocar até a capital do estado para solicitar a segunda via da carteira de identidade, por exemplo”

Karine Boselli, diretora da arpen/sp

dores de Pessoas Naturais do Estado de São Paulo (Arpen/SP), Karine Boselli.

Desta forma, a Polícia Federal (PF) poderá, por meio de convênio, autorizar que os cha-mados cartórios de registro civil de pessoas naturais também participem do processo de renovação de passaportes. Assim, o cidadão

disposto a pagar uma taxa extra pelo servi-ço poderá ir a um desses cartórios, onde suas digitais serão colhidas e enviadas à PF para verificação dos dados pessoais armazenados nos arquivos do órgão público responsável pela emissão do documento de viagem. Atu-almente, é preciso recorrer à PF preencher formulários, agendar atendimento e realizar os demais trâmites burocráticos no site ou nas dependências da Polícia Federal.

Segundo o juiz auxiliar da Corregedoria Nacional de Justiça, Marcio Evangelista, a confiabilidade do passaporte brasileiro per-manecerá obedecendo as exigências interna-cionais de segurança. “A Polícia Federal con-tinuará responsável por emitir o passaporte. O convênio só permitirá o compartilhamento do cadastro de informações dos cidadãos bra-sileiros com os cartórios, que apenas colhe-

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rão as digitais e confirmarão para a Polícia Federal a identidade de quem solicitar o do-cumento”, afirma.

eXteNsa capilaridadeCom a edição do Provimento se permitirá uma maior abrangência dos serviços pres-tados à população, isto porque, há 8.259 cartórios de registro civil no País. O núme-ro é maior que a quantidade de municípios brasileiros (5.570). “Os cartórios de registro civil estão por todo o Brasil, inclusive nos municípios pequenos, pois assim a lei deter-mina”, salienta Karine Boselli. “O morador de um município do interior não vai mais precisar se deslocar até a capital do estado

Durante o seminário organizado pela Arpen-BR, Marcio Evangelista falou das razões que levaram à publicação do Provimento nº 66

“O convênio permitirá o compartilhamento do cadastro de informações dos cidadãos brasileiros com os cartórios, que colherão as digitais e confirmarão para a Polícia Federal a identidade de quem solicitar o documento”

márcio evangelista, juiz auxiliar da corregedoria Nacional de Justiça

para solicitar a segunda via da carteira de identidade, por exemplo”.

“Os Cartórios da Cidadania, como são cha-mados, mais uma vez mostram a relevância do Registro Civil na vida das pessoas que poderão obter a rápida prestação de serviços que antes eram exclusividade de cidades de

maior porte, como ocorre com a emissão de passaportes que, mediante convênio, poderão ser solicitados até em distritos mais afasta-dos”, destaca o desembargador Geraldo Fran-cisco Pinheiro Franco, novo corregedor geral da justiça do Estado de São Paulo.

Entre os serviços que ainda configuram na lista de possíveis parcerias está a emissão do salário-maternidade pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) diretamente após o registro de nascimento do filho da trabalha-dora em um Cartório de Registro Civil. Atra-vés da integração entre as bases de dados do INSS com a dos cartórios, será possível a concessão desse benefício de forma automá-tica aos trabalhadores.

Francisco Lopes, presidente do INSS, diz que a concessão deve ocorrer automatica-mente em até 48 horas após o registro da criança em cartório. “Depois desse prazo, a mãe entra em contato pelo site ou pelo tele-fone 135 e verifica se o benefício foi processa-do”, disse em reportagem da revista Veja. “O objetivo é que os deslocamentos sejam feitos apenas para casos em que haja necessidade de atendimento pessoal.”

O presidente da Associação de Notários e Registradores do Distrito Federal (Anoreg/DF), Allan Guerra, também reforça a ideia de que “será um serviço prestado com muita capilaridade, porque estamos em todos os municípios do País, a um preço razoável e

1º Seminário Nacional de Registro Civil de 2018 contou com a presença do Poder Judiciário e representantes do serviço extrajudicial

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Juiz auxiliar da Corregedoria Nacional de Justiça, Marcio Evangelista Ferreira da Silva falou sobre o Provimento nº 66 em entrevis-ta exclusiva para o Jornal da Arpen/SP.

Arpen/SP - Qual a sua interpretação sobre o Provimento nº 66, publicado recente-mente e que permite aos cartórios firma-rem convênios com órgãos públicos para a prestação de serviços diversos à população?Juiz Márcio Evangelista - Este Provimen-to, publicado pelo ministro João Otávio de Noronha, veio reforçar que os cartórios de Registro Civil são sim um ofício do cidadão, e que estes convênios, agora permitidos pelo CNJ (Conselho Nacional de Justiça), vieram trazer ainda mais possibilidades ao cidadão.

Arpen/SP - Qual a expectativa do CNJ com

relação à assinatura de novos convênios?Juiz Márcio Evangelista - A expectativa é tornar o registrador civil mais forte e rentá-vel, pois as gratuidades que foram propostas a ele, o tornou deficitário. Então precisamos fomentar mais serviços às serventias pra que ela seja rentável e não dependa mais de fundos de ressarcimento, no qual, inclusive, muitos estão deficitários. Enfim, os serviços prestados pelos cartórios são essenciais para o bom andamento da sociedade e devemos aproveitar a qualidade e estrutura que eles oferecem para desburocratizar os processos.

Arpen/SP - Qual a importância do Registro Civil na desburocratização dos processos?Juiz Marcio Evangelista - O Estado, como detentor do poder de identificação, muitas vezes é ineficiente no seu serviço. Então, os cartórios de Registro Civil serão um pode-roso braço de apoio aos poderes, principal-mente por conta de sua capilaridade e sua competência para fazer aquele serviço que hoje o Estado faz com um pouco de déficit. Atendimento ao público, coleta de informa-ções, tudo isso vai ser possível ao cidadão sem se deslocar grandes distâncias, como, por exemplo, a identificação civil para RG, Passaporte e CNH.

“Precisamos fomentar mais serviços às serventias para que elas sejam rentáveis e não dependam mais de fundos de ressarcimento, no qual, inclusive, muitos estão deficitários”

“Provimento veio reforçar que os cartórios de Registro Civil são

sim um ofício do cidadão”

Juiz auxiliar Corregedoria Nacional de Justiça, Marcio Evangelista Ferreira da Silva, fala sobre

o Provimento nº 66 editado em janeiro deste ano

“O objetivo é que os deslocamentos sejam feitos apenas para casos em que haja necessidade de atendimento pessoal”

Francisco lopes, presidente do iNss

autorizado pela Corregedoria de Justiça do tribunal local”.

A tarifa do serviço prestado pelo cartório ainda não está definida, mas deverá ser ava-liada e homologada pelo Judiciário – correge-dorias estaduais e Nacional de Justiça, e estar de acordo com o órgão público que emitir determinado documento.

semiNÁrio NacioNal deBate o temaRealizado em Belém, no Pará, no dia 3 de ja-neiro, o 1º Seminário Nacional de Registro Civil de 2018 teve como objetivo debater as principais mudanças trazidas pelas últimas determinações da Corregedoria Nacional de Justiça, com a publicação dos Provimentos 62, 63 e 66, além de realizar um treinamento intensivo para a integração dos cartórios de Registro Civil paraenses à Central de Infor-mações do Registro Civil (CRC Nacional).

Em sua fala de abertura, o presidente da Associação Nacional dos Registradores das Pessoas Naturais (Arpen-Brasil), Arion Ca-valheiro, destacou a importância do seminá-rio. “O Provimento nº 66 é de grande impor-tância para nós, porque ele possibilita que o Registro Civil firme convênios com vários órgãos estaduais e federais e leve mais ser-viços para regiões do País que não possuem postos de atendimento para emissão desses documentos”, completou.

A palestra, ministrada pelo juiz auxiliar da Corregedoria, Márcio Evangelista, abordou as razões da publicação do Provimento nº 66. Se-gundo o magistrado, a possibilidade dos cartó-rios de Registro Civil fazerem convênios com órgãos para realização de outros serviços es-senciais para que o serviço se torne mais ren-tável e não dependa mais de fundos. “Não que-ro que o registrador civil viva de fundo. Quero que seja uma atividade rentável”, afirmou.

O Seminário foi organizado pela Arpen-Brasil em parceria com a Associação dos Re-gistradores de Pessoas Naturais do Estado do Pará (Arpen/PA).

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provimento nº 66, de 26 de janeiro de 2018

Dispõe sobre a prestação de serviços pelos ofí-cios de registro civil das pessoas naturais me-diante convênio, credenciamento e matrícula com órgãos e entidades governamentais e pri-vadas.

O correGedor NacioNal da JustiÇa, usando de suas atribuições constitucionais, le-gais e regimentais e

coNsideraNdo o poder de fiscalização e de normatização do Poder Judiciário dos atos pra-ticados por seus órgãos (art. 103-B, § 4º, I, II e III, da Constituição Federal de 1988);

coNsideraNdo a competência do Poder Ju-diciário de fiscalizar os serviços de registro (arts. 103-B, § 4º, I e III, e 236, § 1º, da Constituição Federal);

coNsideraNdo a competência do correge-dor nacional de justiça de expedir provimentos e outros atos normativos destinados ao aperfei-çoamento das atividades dos serviços de regis-tro (art. 8º, X, do Regimento Interno do Conselho Nacional de Justiça);

coNsideraNdo a obrigação dos registrado-res de cumprir as normas técnicas estabeleci-das pelo Poder Judiciário (arts. 37 e 38 da Lei n. 8.935, de 18 de novembro de 1994);

coNsideraNdo a incumbência do Conselho Nacional de Justiça de consolidar uma política pública permanente de desburocratização do serviço público prestado ao cidadão brasileiro;

coNsideraNdo o compromisso nacional de ampliação do acesso do cidadão brasileiro à do-cumentação civil básica, mediante colaboração e articulação dos entes públicos (art. 1º do De-creto n. 6.289, de 6 de dezembro de 2007);

coNsideraNdo a existência do serviço de registro civil das pessoas naturais em cada mu-nicípio do Brasil para atendimento à população (art. 44, § 2º, da Lei n. 8.935, de 18 de novembro de 1994);

coNsideraNdo a prestação dos serviços de

registro civil das pessoas naturais em no mínimo seis horas diárias ininterruptas, podendo ocorrer inclusive aos sábados, domingos e feriados (art. 8º, parágrafo único, da Lei n. 6.015, de 31 de de-zembro de 1973, e art. 4º, §§ 1º e 2º, da Lei n. 8.935/1994);

coNsideraNdo a localização de fácil acesso ao público dos serviços de registro civil das pes-soas naturais (art. 4º, caput, da Lei n. 8.935/1994);

coNsideraNdo a instituição da Identificação Civil Nacional (ICN) com a finalidade de identifi-car o brasileiro em suas relações com a socie-dade e com os órgãos e entidades governamen-tais e privadas (Lei n. 13.444, de 11 de maio de 2017, e Resoluções n. 1/2017, 2/2017, 3/2017 e 4/2017 do Comitê Gestor da Identificação Civil Nacional);

coNsideraNdo a necessidade de formação e operacionalização de uma base de dados de identificação civil nacional (Resolução TSE n. 23.526/2017);

coNsideraNdo a necessidade de empreen-der esforços para que os serviços de registro civil das pessoas naturais implantem a Identida-de Civil Nacional e a biometria interligada com o Tribunal Superior Eleitoral e expeçam cadastro de pessoas físicas;

coNsideraNdo a necessidade de fortaleci-mento e sustentabilidade dos ofícios de registro civil das pessoas naturais, que prestam serviços de forma gratuita ao cidadão;

coNsideraNdo as experiências exitosas em vários Estados e a necessidade de organizar e uniformizar normas e procedimentos de registro civil das pessoas naturais,

resolVe:

art. 1º Dispor sobre a prestação de serviços de registro civil das pessoas naturais do Brasil mediante convênio, credenciamento e matrícula com órgãos e entidades governamentais e pri-vadas.

art. 2º As serventias de registro civil das pesso-as naturais do Brasil poderão, mediante convê-

nio, credenciamento ou matrícula com órgãos públicos, prestar serviços públicos relacionados à identificação dos cidadãos, visando auxiliar a emissão de documentos pelos órgãos respon-sáveis.

parágrafo único. Os serviços públicos referen-tes à identificação dos cidadãos são aqueles inerentes à atividade registral que tenham por objetivo a identificação do conjunto de atributos de uma pessoa, tais como biometria, fotografia, cadastro de pessoa física e passaporte.

art. 3º O convênio, credenciamento e matrícula com órgãos públicos para prestação de serviços de registro civil das pessoas naturais em âmbito nacional dependerão da homologação da Corre-gedoria Nacional de Justiça.

parágrafo único. A ANOREG-BR ou a ARPEN-BRASIL formularão pedido de homologação à Corregedoria Nacional de Justiça via Pje.

art. 4º O convênio, credenciamento e matrícula com órgãos públicos para prestação de serviços de registro civil das pessoas naturais em âmbito local dependerão da homologação das correge-dorias de justiça dos Estados ou do Distrito Fede-ral, às quais competirá:

i – realizar estudo prévio acerca da viabilidade jurídica, técnica e financeira do serviço;

ii – enviar à Corregedoria Nacional de Justiça có-pia do termo celebrado em caso de homologa-ção, para disseminação de boas práticas entre os demais entes da Federação.

art. 5º As corregedorias de justiça dos Estados e do Distrito Federal manterão em seu site lista-gem pública dos serviços prestados pelos regis-tros civis das pessoas naturais mediante convê-nio, credenciamento ou matrícula.

art. 6º Este provimento entrará em vigor na data de sua publicação, permanecendo válidos os provimentos editados pelas corregedorias de justiça no que forem compatíveis.

João otÁVio de NoroNHa Ministro

26 de janeiro de 2018

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CNJ publica Provimento nº 66/2018, que autoriza Registro Civil a prestar

serviços mediante convêniosNorma dispõe sobre a prestação de serviços pelos Ofícios de Registro Civil mediante convênio, credenciamento e

matrícula com órgão e entidades públicas e privadas

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Em conformidade à edição do Provimento n.º 66, de 25 de janeiro de 2018, pelo E. Con-selho Nacional de Justiça (CNJ), que dispôs sobre a prestação de serviços pelos Ofícios de Registro Civil das Pessoas Naturais) me-diante convênio, credenciamento e matrícu-la com órgãos e entidades governamentais e privadas, a Associação Nacional dos Regis-tradores das Pessoas Naturais (Arpen-Brasil vem, pela presente Nota, manifestar seu en-tendimento acerca do conteúdo de referido Provimento.

Para tanto, na qualidade de entidade re-presentativa nacional de todos os Ofícios de Registro Civis de Pessoas Naturais, en-tendemos que o Provimento reafirmou a importante atuação dos Registradores Civis no âmbito de medidas desburocratizantes e desjudicializantes em prol do exercício da plena cidadania pela pessoa natural, na esteira do já normatizado pelo E. Conselho Nacional de Justiça por ocasião da edição dos Provimentos n.º 13/2010 (registro de nascimento na maternidade e erradicação do subregistro), 16/2012 (reconhecimento de filiação em cartório), 28/2014 (registro tardio de nascimento) e, mais recentemente, 63/2017 (inclusão de dados cadastrais, den-tre eles o número do CPF/MF, no assento de registro e respectivas certidões).

O Registro Civil das Pessoas Naturais, ao longo dos últimos anos, tem atuado em fir-me e forte parceria com o poder judiciário e com o poder público em geral, possibilitando

o acesso a direitos e prerrogativas em prol de todo o cidadão brasileiro, indistintamente.

Para tanto, a possibilidade de serem pres-tados novos serviços em colaboração com o poder público reforça a confiança deposita-da nos Ofícios de Registro Civil das Pessoas Naturais, os quais, presentes em todos os municípios e distritos brasileiros, oferecem serviços capilarizados, em localidades nas quais muitas vezes inexiste representação de qualquer órgão ou ente público. A edi-ção do Provimento n.º 66/2018 mostrou-se ainda mais oportuna por força do disposto na Lei n.º 13.444/2017 que criou o novo sistema de Identificação Civil Nacional, pelo qual, utilizando-se da base dados da Central de informações do Registro Civil Nacional, será possível que o Registro Civil das Pessoas Naturais atue de forma coor-denada seja na coleta de dados, como na conferência e no encaminhamento do ca-dastramento e emissão dos documentos de identificação civil. Assim, reiteramos nosso compromisso com o E. Conselho Nacional de Justiça no sentido de que sejam presta-dos os serviços indicados no Provimento n.º 66/2018 com vistas a garantir a publi-cidade, autenticidade, segurança e eficácia dos atos realizados, em conformidade ao disposto pelas Leis federais n.º 6.015/1973 e 8.935/1994.

Arion Toledo Cavalheiro JúniorPresidente da Arpen-Brasil

Arpen-Brasil divulga Nota Oficial de Esclarecimento acerca do Provimento CNJ nº. 66/2018

Provimento reafirmou a importante atuação dos Registradores Civis no âmbito de medidas

desburocratizantes e desjudicializantes

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rasília (DF) - O Governo Federal anunciou, no dia 5 de fevereiro, durante cerimônia realizada no Palácio do Planalto, o lançamento

do Documento Nacional de Identificação (DNI), que reunirá todos os documentos de identificação civil em uma única pla-taforma.

O documento, que inicialmente funcio-na na versão piloto, com a participação de servidores públicos, é vinculado à base de dados de biometria do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), do Sistema Nacional de Informações de Registro Civil (Sirc), e da Central Nacional de Informações do Regis-tro Civil (CRC Nacional), instituída pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e man-

tida pela Associação Nacional dos Registra-dores de Pessoas Naturais (Arpen-Brasil).

O presidente Michel Temer ressaltou que o documento será reconhecido pela pratici-dade, uma vez que poderá ser acessado pelo telefone, e também pela segurança, pois possibilitará o cruzamento de dados, dimi-nuindo as possibilidades de fraudes. “Este é um momento revelador da modernização do Estado brasileiro e é dever colocarmos a evolução tecnológica a serviço do cidadão, o que fazemos hoje com o piloto do DNI”.

Também presente à cerimônia, o ministro do Planejamento e Desenvolvimento, Dyogo Oliveira, reforçou a ideia de um documento moderno e que se enquadra às necessidades dos dias atuais. “A identificação da pessoa

“Eles (os cartórios) participaram em todo o

processo e farão parte de coleta de dados para que

possamos expandir o sistema de biometria e chegar o mais rápido com toda a sociedade brasileira documentada com

o Documento Nacional de Identidade”

Júlio lopes, deputado federal (pp/rJ)

Governo Federal anuncia lançamento do Documento

Nacional de Identificação (DNI)

Documento terá como uma das suas bases de dados a CRC Nacional

Nacional

O Governo Federal realizou cerimônia no Palácio do Planalto para lançar o DNI

B

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“Este é um momento revelador da modernização

do Estado brasileiro e é dever colocarmos a evolução tecnológica a serviço do

cidadão, o que fazemos hoje com o piloto do DNI”

michel temer, presidente da república

Na ocasião, o presidente Michel Temer disse que o documento além de ser prático ajudará a evitar fraudes

Representando os registradores civis, o vice-presidente da Arpen-BR, Luis Carlos Vendramin Junior, prestigiou o evento e disse que agora será possível fazer a identificação de pessoas com mais precisão

será inquestionável. Isso trará muito mais confiabilidade para as relações, e o acesso aos serviços públicos, a partir daí, se tornará mais fácil”.

Para a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, o documento, além de evitar fraudes, também facilitará o acesso a servi-ços públicos. A procuradora também desta-cou a importância do decreto que estabelece o documento provisório de registro nacional migratório, também assinado durante a ceri-mônia, e que fortalecerá o acesso a serviços públicos de refugiados de outros países.

Disponível para as plataformas Android e IOS, o DNI poderá ser baixado no celular. Após esta etapa, será feito um pré-cadastro e o cidadão deverá se dirigir a um posto do Comitê gestor da Identificação Civil Nacio-nal (ICN) para validá-lo. O DNI ficará arma-zenado na memória do celular.

Luis Carlos Vendramin Junior, vice-pre-sidente da Associação Nacional dos Regis-tradores de Pessoas Naturais (Arpen-Brasil), também esteve presente ao lançamento. Segundo o registrador, com essa tecnologia, será possível fazer a identificação de pessoas com mais precisão, e esse é o ponto central desse documento. “Agora uma plataforma vai conversar com a outra”.

Vendramin acrescentou ainda que estão trabalhando em um projeto para que os car-tórios façam também as coletas biométricas e a emissão do DNI.

Para o deputado Júlio Lopes (PP-RJ), que representou o legislativo durante a cerimô-nia, os registradores civis são peça estrutu-ral do processo civil de identificação e do Documento Nacional de identidade. “Eles participaram em todo o processo e farão parte de coleta de dados para que possamos

expandir o sistema de biometria e chegar o mais rápido com toda a sociedade brasileira documentada com o Documento Nacional de Identidade”

O evento também teve a participação dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes e Dias Tóffoli.

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Decreto nº 9.278/2018 regulamenta a Lei Federal sobre Carteiras de Identidade no Brasil

O presideNte da repÚBlica, no uso da atribuição que lhe confere o art. 84, caput, inciso IV, da Constituição, e tendo em vista o disposto na Lei nº 7.116, de 29 de agosto de 1983, na Lei nº 9.049, de 18 de maio de 1995, e na Lei nº 13.444, de 11 de maio de 2017, DECRETA: Âmbito de aplicação

art. 1º Este Decreto regulamenta a Lei no 7.116, de 29 de agosto de 1983, para estabelecer os procedimentos e os requisitos para a emissão de Car-teira de Identidade por órgãos de identificação dos Estados e do Distrito Federal. Validade documental.

art. 2º A Carteira de Identidade tem fé pública e validade em todo o territó-rio nacional. Documentos exigidos para emissão.

art. 3º Para a expedição da Carteira de Identidade, será exigido do requeren-te a apresentação somente da certidão de nascimento ou de casamento. § 1º Na hipótese de o nome do requerente ter sido alterado em consequência de matrimônio, ele apresentará a certidão de casamento. § 2º O brasileiro naturalizado apresentará o ato de naturalização publicado no Diário Oficial da União. § 3º O português beneficiado pelo disposto no § 1º do art. 12 da Cons-tituição fará prova da condição mediante a apresentação do ato de outorga de igualdade de direitos e obrigações civis e de gozo dos direitos políticos no Brasil publicado no Diário Oficial da União. § 4º A expedição de segunda via da Carteira de Identidade será efetuada mediante simples solicitação do interessado, vedada a formulação de exigências não previstas neste Decreto.

Gratuidade da emissão

art. 4º É gratuita a primeira emissão da Carteira de Identidade. Informações essenciais

art. 5º A Carteira de Identidade conterá: i - as Armas da República Federativa do Brasil e a inscrição “República

Federativa do Brasil”; ii - a identificação da unidade da Federação que a emitiu; iii - a identificação do órgão expedidor; iV - o número do registro geral no órgão emitente e o local e a data da

expedição; V - o nome, a filiação e o local e a data de nascimento do identificado; Vi - o número único da matrícula de nascimento ou, se não houver, de

forma resumida, a comarca, o cartório, o livro, a folha e o número do registro de nascimento;

Vii - fotografia, no formato 3x4cm, a assinatura e a impressão digital do polegar direito do identificado;

Viii - a assinatura do dirigente do órgão expedidor; e iX - a expressão “Válida em todo o território nacional”.

§ 1º Poderá ser utilizado pelo órgão de identificação como o número do registro geral de que trata o inciso IV do caput o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas do Ministério da Fazenda - CPF.

§ 2º A matrícula de que trata o inciso VI do caput seguirá os padrões cons-tantes de provimento do Conselho Nacional de Justiça.

§ 3º A conferência dos dados de que trata o inciso VI do caput poderá ser solicitada pelo órgão de identificação, mediante credenciamento, acordo ou convênio, à Central Nacional de Informações do Registro Civil - CRC Nacional.

§ 4º Para os fins do disposto no inciso VII do caput, padrões biométricos seguirão as recomendações do Comitê Gestor da Identificação Civil Nacio-nal - ICN. Informações do CPF

art. 6º Será incorporado, de ofício, à Carteira de Identidade, o número de inscrição no CPF sempre que o órgão de identificação tiver acesso a docu-mento comprobatório ou à base de dados administrada pela Secretaria da Receita Federal do Brasil do Ministério da Fazenda.

§ 1º A incorporação do número de inscrição no CPF à Carteira de Identidade

Regulamenta a Lei nº 7.116, de 29 de agosto de 1983, que assegura validade nacional às Carteiras de Identidade e regula sua expedição

será precedida de consulta e validação com a base de dados administrada pela Secretaria da Receita Federal do Brasil do Ministério da Fazenda.

§ 2º Na hipótese de o requerente da Carteira de Identidade não estar ins-crito no CPF, o órgão de identificação realizará a sua inscrição, caso tenha integração com a base de dados da Secretaria da Receita Federal do Brasil do Ministério Fazenda. Verificação do DNI.

art. 7º Na expedição da Carteira de Identidade será realizada a validação biométrica com a Base de Dados da ICN para aferir a conformidade com o Documento Nacional de Identificação - DNI. Parágrafo único. O disposto no caput e no inciso I do § 1º do art. 8º está condicionado à existência de com-partilhamento de dados entre o órgão de identificação e o Tribunal Superior Eleitoral. Informações incluídas a pedido.

art. 8º Será incluído na Carteira de Identidade, mediante requerimento: i - o número do DNI; ii - o Número de Identificação Social - NIS, o número no Programa de

Integração Social - PIS ou o número no Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público - PASEP;

iii - o número do Cartão Nacional de Saúde; iV - o número do Título de Eleitor; V - o número do documento de identidade profissional expedido por ór-

gão ou entidade legalmente autorizado; Vi - o número da Carteira de Trabalho e Previdência Social; Vii - o número da Carteira Nacional de Habilitação; Viii - o número do Certificado Militar; iX - o tipo sanguíneo e o fator Rh; X - as condições específicas de saúde cuja divulgação possa contribuir

para preservar a saúde ou salvar a vida do titular; e Xi - o nome social.

§ 1º A comprovação das informações de que tratam os incisos I a VIII do caput será feita por meio, respectivamente: i - da validação biométrica com a base de dados da ICN; ii - dos cartões de inscrição no NIS, no PIS ou no PASEP; iii - do Cartão Nacional de Saúde; iV - do Título de Eleitor; V - do documento de identidade profissional expedido por órgão ou enti-

dade legalmente autorizado; Vi - da Carteira de Trabalho e Previdência Social; Vii - da Carteira Nacional de Habilitação; Viii - do Certificado Militar; iX - do resultado de exame laboratorial; e X - do atestado médico ou documento oficial que comprove a vulnerabi-

lidade ou a condição particular de saúde que se deseje preservar, nos termos do inciso X do caput.

§ 2º Em substituição aos documentos de que tratam os incisos I a VIII do caput, será aceita a apresentação de documento de identidade válido para todos os fins legais do qual constem as informações a serem comprovadas.

§ 3º A comprovação pelo interessado das informações de que tratam os in-cisos II a X do caput será dispensada na hipótese do órgão de identificação ter acesso às informações por meio de base eletrônica de dados de órgão ou entidade públicos.

§ 4º O nome social de que trata o inciso XI do caput: I - será incluído: a) me-diante requerimento escrito do interessado; b) com a expressão “nome so-cial”; c) sem prejuízo da menção ao nome do registro civil no verso da Car-teira de Identidade; e d) sem a exigência de documentação comprobatória; e II - poderá ser excluído por meio de requerimento escrito do interessado.

§ 5º O requerimento de que trata a alínea “a” do inciso I do § 4º será arqui-vado no órgão de identificação, juntamente com o histórico de alterações

Nacional

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ii - no verso: a) fundo numismático contendo as Armas da República República Fe-

derativa do Brasil; b) tarja em guilhoche eletrônico contendo microletras com os se-

guintes textos incorporados, conforme o disposto no modelo que consta do Anexo, grafados em letras maiúsculas: 1. “CARTEIRA DE IDENTIDADE”; 2. “LEI Nº 7.116, DE 29 DE AGOSTO DE 1983”; e 3. “VÁLIDA EM TODO TERRITÓRIO NACIONAL”;

c) relevo tátil com as Armas da República Federativa do Brasil; d) fundo com tinta invisível reativa à fonte de luz ultravioleta, que con-

terá as Armas da República Federativa do Brasil; ee) código de barras, nos termos do disposto no parágrafo único do art.

13. Carteira de Identidade em meio eletrônico

art. 15. A Carteira de Identidade em meio eletrônico: i - atenderá aos requisitos de segurança, integridade, validade jurídica e

interoperabilidade, nos termos das recomendações do Comitê Ges-tor da ICN; e

ii - permitirá a checagem dos dados pelas autoridades públicas com ou sem conexão à internet. Obrigação dos modelos deste Decreto

art. 16. Os órgãos de identificação não poderão utilizar padrões de Carteira de Identidade que não atenda a todos os requisitos estabelecidos neste Decreto. Parágrafo único. O Comitê Gestor da ICN formulará recomenda-ções complementares ao padrões estabelecidos neste Decreto. Aprova-ção dos modelos de Carteira de Identidade

art. 17. Os modelos de Carteira de Identidade em papel e em cartão são os constantes do Anexo. Parágrafo único. Compete ao Comitê Gestor de ICN aprovar o modelo da Carteira de Identidade em meio eletrônico. Validade da Carteira de Identidade

art. 18. A Carteira de Identidade terá validade por prazo indeterminado.

art. 19. A Carteira de Identidade poderá ter a validade negada pela: i - alteração dos dados nela contidos, quanto ao ponto específico; ii - existência de danos no meio físico que comprometam a verificação

da autenticidade; iii - alteração das características físicas do titular que gere dúvida funda-

da sobre a identidade; ou iV - mudança significativa no gesto gráfico da assinatura. Parágrafo único.

Se o titular for pessoa enferma ou idosa, não poderá ser negada a validade de Carteira de Identidade com fundamento nos incisos III e IV do caput.

art. 20. O português beneficiado pelo disposto no § 1º do art. 12 da Cons-tituição que perder essa condição e o brasileiro que perder a nacionalidade, conforme o disposto no § 4º do art. 12 da Constituição, terão a Carteira de Identidade recolhida pela polícia federal e encaminhada ao órgão de identi-ficação expedidor para cancelamento. Disposições transitórias

art. 21. A partir de 1º de março de 2019, os órgãos de identificação esta-rão obrigados a adotar os padrões de Carteira de Identidade estabelecidos neste Decreto.

art. 22. Permanecem válidas as Carteiras de Identidade expedidas de acor-do com os padrões anteriores a este Decreto. Revogações.

art. 23. Ficam revogados: I - o Decreto nº 89.250, de 27 de dezembro de 1983; II - o Decreto nº 89.721, de 30 de maio de 1984; e III - o Decreto nº 2.170, de 4 de março de 1997.

Vigência Art. 24.

Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 5 de fevereiro de 2018; 197º da Independência e 130º da República.

micHel temertorquato Jardim

dyogo Henrique de oliveiraeliseu padilha

do nome social. Apresentação dos documentos mencionados na Carteira de Identidade

art. 9º A Carteira de Identidade fará prova de todos os dados nela incluídos e dispensará a apresentação dos documentos que nela tenham sido men-cionados. Apresentação dos documentos por cópia autenticada

art. 10. A apresentação dos documentos de que trata o caput e o § 1º do art. 3º poderá ser feita por meio de cópia autenticada. Modelo da Carteira de Identidade

art. 11. A Carteira de Identidade será emitida em cartão ou em papel. Pa-rágrafo único. É facultada ao órgão de identificação a expedição da Carteira de Identidade em meio eletrônico, sem prejuízo da expedição em meio físi-co. Requisitos da Carteira de Identidade em papel

art. 12. A Carteira de Identidade em papel será confeccionada nas dimen-sões 96x65mm em papel filigranado com fibras invisíveis reagentes à luz ultravioleta, preferencialmente em formulário plano, impressa em talho doce e offset.

art. 13. A Carteira de Identidade em papel conterá as seguintes caracterís-ticas de segurança: i - tarja em talho doce que:

a) será impressa em duas tonalidades da cor verde (calcografia em duas cores);

b) conterá a imagem latente com a palavra “Brasil” em ambos os lados;c) conterá faixa de microletra negativa, contornando internamente a

tarja, com a expressão “CARTEIRA DE IDENTIDADE” grafada em le-tras maiúsculas;

d) conterá faixa de microletra positiva, contornando externamente a tarja, com a expressão “CARTEIRA DE IDENTIDADE” grafada em le-tras maiúsculas; e

e) conterá os seguintes textos incorporados, conforme o disposto no modelo que consta do Anexo, grafados em letras maiúsculas: 1. REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL; 2. CARTEIRA DE IDENTIDADE; 3. LEI Nº 7.116, DE 29 DE AGOSTO DE 1983; e 4. VÁLIDA EM TODO TERRITÓRIO NACIONAL;

ii - no anverso, fundo numismático, impresso em offset, contendo efeito íris e geométrico e as Armas da República Federativa do Brasil, im-pressos com tinta invisível reativa à fonte de luz ultravioleta;

iii - no verso, fundo numismático com o nome da unidade da Federação e a imagem do seu brasão;

iV - perfuração mecânica da sigla do órgão de identificação sobre a foto-grafia do titular, quando for o caso;

V - numeração tipográfica, sequencial, no verso ou em código de barras; Vi - código de barras bidimensional, no padrão QR Code, gerado a partir

de algoritmo específico do órgão de identificação; e Vii - película com a imagem das Armas da República Federativa do Brasil

com tinta invisível reativa à fonte de luz ultravioleta. Parágrafo único. O código de barras bidimensional de que trata o inciso VI do caput permitirá a consulta da validade do documento em sistema próprio ou diretamente em sítio eletrônico oficial do órgão expedidor. Carteira de Identidade em cartão

art. 14. A Carteira de Identidade em cartão terá as seguintes características de segurança: i - substrato polimérico em policarbonato, na dimensão 85,6x54 mm,

que conterá microchip de aproximação; ii - no anverso:

a) tarja em guilhoche eletrônico contendo microletras com a expres-são “CARTEIRA DE IDENTIDADE” grafada em letras maiúsculas;

b) tarja contendo a expressão “REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL” grafada em letras maiúsculas;

c) fundo numismático contendo as Armas da República Federativa do Brasil;

d) imagem fantasma com a fotografia do titular localizada no canto superior direito;

e) fundo com tinta invisível reativa à fonte de luz ultravioleta contendo as Armas da República República Federativa do Brasil; e

f) fundo numismático com o nome e a imagem do brasão da unidade da Federação; e

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Novos modelos instituem a obrigatoriedade do lançamento do CPF em todos os documentos, traz novas nomenclaturas e novos campos para registro

s 836 Cartórios de Registro Civil do Estado de São Paulo atingi-ram, no mês de dezembro, a mar-ca de 1 milhão de CPFs emitidos

gratuitamente direto nas certidões de nas-cimento dos recém-nascidos no Estado, re-presentando 1/3 do total de CPFs emitidos nas certidões de todo o País, que atingiu o número de 3 milhões em novembro.

A iniciativa surgiu em dezembro de 2015, por meio de uma parceria entre a Associa-ção dos Registradores de Pessoas Naturais

do Estado de São Paulo (Arpen/SP) e a Re-ceita Federal do Brasil e utiliza a Central de Informações do Registro Civil (CRC Nacio-nal) para promover a interligação entre os cartórios e o sistema da Receita.

Para o vice-presidente da Arpen/SP, Luis Carlos Vendramin Junior, o número marca a importância que o serviço tem para a popu-lação. “Um milhão de CPFs em dois anos de-monstra a importância que este serviço tem para a população, que pode, agora, obter o nú-mero direto em cartórios e postos avançados

nas maternidades, sem qualquer custo com o documento e com deslocamentos”, ressaltou.

O início da emissão de CPFs na certidão de nascimento começou em 1º de janeiro de 2015 apenas no Estado de São Paulo, sendo depois expandido às demais unidades da Federação. A iniciativa ganhou caráter obrigatório no Estado em 2016, por meio do Provimento nº 59/2016. Em 2017, a parceria com a Receita Federal foi expandida, permitindo o cance-lamento do CPF no ato do registro de óbito, também de forma gratuita para o cidadão.

Cartórios paulistas atingem a marca de 1 milhão de CPFs na certidão de nascimento

Estado paulista, que foi o pioneiro no lançamento e na obrigatoriedade do lançamento

do CPF, já tua também no cancelamento do número nos registros de óbitos

Cidadania

O

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s empresas que precisam cadas-trar o eSocial poderão contar com o serviço dos cartórios extrajudi-ciais para a emissão do seu Cer-

tificado Digital. Desde janeiro, a plataforma que contribui para a prestação de informa-ções do trabalho por meio eletrônico vem sendo utilizada por empresas que faturam anualmente R$ 78 milhões ou mais.

Para transmitir os dados ao sistema, as empresas devem utilizar Certificado Digital que cumpra os padrões ICP-Brasil e que po-dem ser emitidos em cartórios extrajudiciais que realizam esse serviço. A inclusão ao sis-tema é obrigatória e caso não seja feita, a empresa estará sujeita à multa.

O Certificado Digital em formato ICP-Brasil garante que documentos eletrônicos, como o eSocial, sejam assinados de forma

eficaz, com garantia de autenticidade e va-lidade jurídica.

De acordo com o Governo, o eSocial irá simplificar o cumprimento das obrigações e também substituir o envio de diversas decla-rações, o que contribui para a melhoria da qualidade das informações.

No período entre 8 de janeiro e 28 de fe-vereiro deste ano, o sistema recebeu apenas as informações cadastrais dos empregadores e as relativas às suas tabelas, tais como esta-belecimentos, rubricas, cargos etc. Somente a partir de março será possível o envio dos eventos não-periódicos e em julho, a exigên-cia abrangerá todas as empresas, incluindo os microempreendedores individuais.

O novo procedimento e o manual com-pleto do eSocial estão disponíveis no www.esocial.gov.br.

Certificado Digital passa a ser obrigatório para

transmissão do eSocial

Desde janeiro a plataforma deve ser utilizada por empresas que faturam anualmente R$ 78 milhões ou mais

Nacional

A

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ma pauta tradicional dos cartórios brasileiros ganhou amplo des-taque na imprensa nacional no final do ano de 2017. Utilizando-

se da Central de Informações do Registro Civil (CRC Nacional) a Associação dos Re-gistradores de Pessoas Naturais do Estado de São Paulo (Arpen-SP) desenvolveu um método inédito para levantar os nomes mais registrados em todo o Brasil, em 17 Estados, em municípios e regiões do Estado. O resul-tado: ampla repercussão positiva de mídia para o Registro Civil das Pessoas Naturais.

Miguel foi disparado o nome mais es-colhido pelos pais dos recém-nascidos no

O levantamento inédito foi realizado junto a todos os 5.570 mil cartórios de 16 Estados brasileiros

Cartórios divulgam lista dos nomes mais registrados no Brasil em 2017

Miguel aparece como o nome mais registrado, seguido por Arthur e Alice.

Nova metodologia de estudo compila variações de nomes simples e compostos

Imprensa

UBrasil no ano de 2017. O nome de origem hebraica está no topo da lista dos mais regis-trados no País, dando nome a 25.710 recém-nascidos em levantamento inédito junto a todos os 5.570 mil cartórios de 16 Estados brasileiros. Na sequência aparecem Arthur, com 21.161 registros de nascimentos, e Ali-ce, o primeiro nome feminino da lista, com 18.508 registros.

Um novo ranking, mais completo e deta-lhado, desenvolvido pela Associação Nacio-nal dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen-Brasil) com base nas informações prestadas por todos os Cartórios dos Estados do RS, SC, PR, SP, ES, MG, MS, GO, DF, RO,

AC, AP, RR, CE, PE e AL à Central Nacio-nal de Informações do Registro Civil (CRC Nacional) mapeou um estudo completo so-bre os nomes mais registrados no Brasil em 2017. Os demais Estados ainda adequam o sistema de seus cartórios para a CRC.

A nova metodologia permitiu a segura identificação de nomes simples e compostos e a comparação efetiva para se chegar aos nomes mais escolhidos dentre os 1.475.278 milhão de nascimentos registrados nestes Estados do País até o dia 10 de dezembro deste ano. Ao todo, a população brasileira escolheu um total de 47.404 nomes diferen-tes, alguns deles com ampla variação de gra-

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fia, além dos tradicionais nomes diferentes escolhidos pelos pais.

Em 2017, além dos três primeiros colo-cados, a lista nacional dos “10 Mais” conta com Davi (15.372 registros), Heitor (13.718 registros), Valentina (13.193 registros), Ga-briel (12.636 registros), Helena (12.615 re-gistros), Laura (12.594 registros) e Bernardo (12.529 registros).

No ranking separado por sexo, os 10 no-mes masculinos mais escolhidos foram Miguel (25.710), Arthur (21.161), Davi (15.372), Heitor (13.718), Gabriel (12.636), Bernardo (12.529), Lorenzo (11.098), João Miguel (10.343), Enzo Gabriel (10.195) e Pe-dro Henrique (9.237).

Já entre as mulheres, o ranking dos 10 no-mes mais registrados foram Alice (18.508), Valentina (13.193), Helena (12.615), Laura (12.594), Sophia (12.449), Maria Eduarda (9.922), Lorena (9.202), Júlia (9.122), Heloí-sa (8.639) e Lívia (8.019).

Nomes tradicioNais, da moda e VariaÇõesO estudo possibilitou identificar ainda um ranking nacional considerando-se apenas o primeiro nome, as variações dos nomes mais comuns, além dos nomes menos co-muns ou que caíram em desuso nos últimos anos. Considerando-se apenas o primeiro nome dos registros, o ranking muda com-pletamente de patamar.

Nesta situação Maria passa a ser o nome mais registrado, com 80.192 registros de nascimento, seguido por João (44.450), Ana (41.500), Davi (36.723), Arthur (34.831), Ali-ce (24.420), Pedro (28.327), Enzo (24.923), Sophia (19.775) e Heitor (18.483).

Interessante observar que nomes tradi-cionais, como Maria, possuem 885 varia-ções de registros, sendo Maria Eduarda o mais comum, com 9.922 registros. Na

sequencia estão Maria Clara (7.768), Ma-ria Luiza (6.183) e Maria Julia (5.655). Dos 80.192 registros de nomes com Ma-ria, 73.775 são nomes compostos. Já Ana, possui 270 variações de nomes registra-dos, com destaque para Ana Julia (6.551), Ana Clara (5.885) e Ana Luíza (3.641). Dos 41.500 registros com o nome Ana, 38.653 dão origem a nomes compostos.

Entre os homens João, possui 154 va-riações de nomes registrados, com desta-que para João Miguel (10.343), João Pedro (6.303) e João Lucas (4.830). Das 44.450 crianças registradas com o primeiro nome João, 40.896 ficaram com nomes compos-tos. Já Pedro possui 232 variações de nomes, com destaque para Pedro Henrique (9.237), Pedro Miguel (1.741) e Pedro Lucas (1.585). Dos 28.327 Pedros registrados, 19.433 fica-

ram com nomes compostos.Nomes considerados “da moda”, também

aparecem na lista, sendo Enzo uma das situações mais curiosas, já que duas for-mas quase empatadas dominam o registro de crianças com este nome: Enzo Gabriel (10.195 registros) e Enzo (8.196). Em núme-ro maior registram-se as variações de Davi, sendo David Lucas o mais comum, com 4.485 registros, seguido por Davi Lucca, Da-vid, David Miguel e Davi Henrique.

Por fim, os registros de nomes que chega-ram a ser comuns em outras épocas e que cada vez mais caem em desuso, como Liliana, Sonia, Regis, Vicente, Raquel, Otacílio, Vi-cente, Émerson e Regis. A lista traz ainda no-mes “bem” diferentes, como Riquelmi, Moa, Darcksson, Ambar, Iasã, Zeonilde, Dã, Steice e até um Donald, mas sem Trump.

10 Nomes mais FreQueNtes - FemiNiNo

ALICE 18508

VALENTINA 13193

HELENA 12615

LAURA 12594

SOPHIA 12449

MARIA EDUARDA 9922

LORENA 9202

JULIA 9122

HELOISA 8639

LIVIA 8019

10 Nomes mais FreQueNtes - masculiNo

MIGUEL 25710

ARTHUR 21161

DAVI 15372

HEITOR 13718

GABRIEL 12636

BERNARDO 12529

LORENZO 11098

JOAO MIGUEL 10343

ENZO GABRIEL 10195

PEDRO HENRIQUE 9237

10 Nomes mais FreQueNtes - Geral

MIGUEL 25.710

ARTHUR 21.161

ALICE 18.508

DAVI 15.372

HEITOR 13.718

VALENTINA 13.193

GABRIEL 12.636

HELENA 12.615

LAURA 12.594

BERNARDO 12.529

coNFira como Foi a repercussão da pauta da arpeN-sp soBre os Nomes mais reGistrados em 2017 em cada reGioNal:

Capital: 12

Araçatuba: 03

Araraquara: 06

Barretos: 01

Bauru: 04

Campinas: 05

Franca: 01

Itapeva: 01

Marília: 01Presidente Prudente: 03

Ribeirão Preto: 05

Santos: 06

São José do Rio Preto: 02

São José dos Campos: 07

Sorocaba: 04

Votuporanga: 02

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dimensão normativa do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) no âm-bito notarial e registral é numeri-camente aferível: em 2017 foram

expedidos seis provimentos com impacto direto nas serventias, sobre temas que vão de cobrança emolumentar a procedimento de usucapião extrajudicial, além daquele que constitui o objeto deste texto: o Provi-mento 63, de 14 de novembro de 2017, que, dentre outras determinações, dispõe sobre reconhecimento e averbação de paterni-dade e maternidade socioafetiva e sobre registro de filhos havidos por reprodução assistida.

Essa grande movimentação não indica, por si só, um desrespeito aos limites de atua-ção do órgão, cuja competência regulamen-tar é expressamente prevista no artigo 103-B, § 4º, I da CF/88. O Regimento Interno do CNJ esmiúça as atribuições do Corregedor Nacional de Justiça, que incluem a expe-dição de atos voltados ao aperfeiçoamento das atividades dos órgãos do judiciário, dos serviços auxiliares e das notas e registros, sempre dentro da competência da Correge-doria Nacional de Justiça. Quanto a esta, seu Regulamento Geral traz disposições equiva-

lentes, determinando no artigo 14 os atos de natureza normativa do Corregedor, como o provimento, destinado a “esclarecer e orien-tar a execução dos serviços judiciais e extra-judiciais em geral”.

Além do poder regulamentar, assim, ao CNJ compete também fiscalizar a atividade notarial e registral, o que implica normatiza-ção, controle, orientação e eventual punição. Mas o alerta já foi fartamente estipulado, tanto na jurisprudência (ADI 3.367, ao final julgada improcedente, reconhecendo-se que o CNJ e seu poder regulamentar não ferem o princípio federativo e a repartição de pode-res[1]) quanto na doutrina: o órgão não tem função legislativa. Veda-se sua atuação “por meio de medidas administrativas/normati-vas revestidas de abstração e generalidade, que pretendem regulamentar matérias ino-vando o ordenamento jurídico”[2].

Para além das atribuições expressas, as-pectos institucionais explicam a fertilidade normativa sobre o notariado e os registros. Ao lado de um ambiente propício à unifor-mização (a atividade é delegada pelo Poder Judiciário dos estados, com grande discre-pância regulatória em cada unidade da Fe-deração), houve uma espécie de simbiose

estrutural: a uma forte organização e consci-ência funcional do CNJ juntou-se a crescen-te capacidade dos notários e registradores para absorver funções antes reservadas ao espaço estritamente judicial.

Essa vocação expansiva das serventias — reflexo da qualidade dos serviços — tam-bém estimula a atuação do CNJ, muitas ve-zes chamado a impor limites. Tome-se um exemplo. Em 2016, a Associação de Direito de Família e das Sucessões (ADFAS) pro-tocolou um pedido de providências junto ao órgão[3], para que fossem cautelarmente proibidas as escrituras das “relações poliafe-tivas” e para que a questão fosse regulamen-tada. A bem dizer, o que se pedia era que o órgão explicitasse aos oficiais aquilo que é uma obviedade do ordenamento: não existe união jurídica poliafetiva. Sem juridicidade, é inviável seu reconhecimento por agente dotado de fé pública. O exemplo veicula uma situação ideal. Uma entidade solicita, pelas vias formais, que o órgão explicite aos oficiais do notariado o fato de a legislação não permitir uniões poligâmicas, decorren-do daí a inviabilidade de serem lavradas es-crituras com tal conteúdo. O caminho, neste caso, é corretíssimo.

Provimento reaviva debate sobre limites do CNJ em serventias extrajudiciais

Opinião

PoR VItoR FRedeRICo KuMPel e BRuno de ÁVIlA BoRgARellI

A

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a Questão é: o coNteÚdo do proVimeNto 63/2017 estÁ de acordo com as atriBuiÇões do cNJ?Sem dúvida, o Poder Judiciário tem com-petência para fiscalizar o serviço de notas e registros (artigo 236, §1º CF/88). Também é clara a competência do CNJ para “regu-lamentar a padronização das certidões de nascimento, casamento, óbito e certidão de inteiro teor”[4]. O grande problema está no fato de o órgão sedimentar, através do ato, questões que deveriam passar antes pelo processamento legislativo, especialmente pela relação com garantias constitucionais.

A questão do reconhecimento de pater-nidade e maternidade socioafetiva exigia uniformização. O CCB/02 (artigo 1.593) dá espaço para o parentesco não consanguíneo, a incluir o socioafetivo, de modo que o re-conhecimento voluntário estabelecido pelo CNJ é saudável. Eventual dupla paternida-de/maternidade, com todos os problemas decorrentes, fica submetida ao crivo judicial, o que é evidentemente correto.

Os problemas surgem na certidão de nascimento de crianças havidas por re-produção assistida. O Provimento 63/2017 representa uma mudança de rumos relati-vamente a um ato anterior, o Provimento 52/2016. Neste, o órgão introduziu a re-gulamentação sobre reprodução assisti-da (antes apenas existente em normas do Conselho Federal de Medicina). O Provi-mento 52/2016 incluía entre os documen-tos exigidos para o registro a declaração do diretor da clínica de reprodução indicando a técnica usada, o nome dos beneficiários e o nome do doador do material genético. Era o teor do artigo 2º, II.

A vedação ao anonimato do doador era sa-lutar. Na pendência de tratamento legislativo específico, deveriam ser reconhecidos os do-adores. O CNJ estava apenas confirmando a possibilidade de o indivíduo conhecer as ori-gens genéticas, e viabilizando a realização do ato registral para esse conhecimento.

Mas, essa determinação correta não agra-dou a todos. Houve quem afirmasse ex-pressamente que o CNJ deveria adaptar-se às diretrizes do CFM, que em Resoluções específicas afasta a identificação do doador na reprodução heteróloga[5]. E é justamente o que acabou ocorrendo com o Provimento 63/2017.

É evidente a falta de reflexão em termos de impacto. Em um país com as dimensões do Brasil, onde o número de procedimentos de reprodução assistida só tende a crescer, deve haver uma avaliação sobre a eficácia de normativas voltadas a sua regulamenta-

ção. E ainda que não houvesse esse impacto numérico, é bastante provável que o Provi-mento 63/2017 esteja a afrontar direito fun-damental[6].

Em síntese, parece que nessa específica questão do Provimento 63/2017 houve des-respeito aos limites de competência. Não há uma simples uniformização formal de docu-mentos públicos ou mera regulamentação de registro. Há uma efetivação de direitos e supostas garantias fundamentais, com base na sempre invocada “dignidade da pessoa humana”.

Esse problema descortina uma questão maior: o uso político que se tem feito das notas e dos registros públicos, especialmen-te no bojo de uma excessiva confiança na “desjudicialização”.

desJudicialiZaÇão ou “desleGislaÇão”?No Brasil, concorde-se ou não — e não é pe-cado ou crime discordar do modo como a desjudicialização é operada por aqui —, hou-ve muitas iniciativas de fuga para o mundo extrajudicial. Pouco depois da criação do CNJ surgiu uma normativa da máxima re-levância nesse processo: a Lei 11.441/2007, que institui os procedimentos de inventário, partilha, divórcio e separação pela via admi-nistrativa.

Esse quadro foi normalizando aquela ten-dência regulamentadora, em muito fermen-tada pelo bom diálogo entre o Judiciário e as notas e registros. Mas isso não suprime riscos, tanto mais em um país com as di-mensões do Brasil. Especialmente perigosa é a tentativa de efetivar mudanças sociais através desses serviços. Isso corresponde a uma face do problema institucional já es-tabelecido pelo ativismo judicial. Neste, desconsidera-se o Poder Legislativo, por se enxergar nele uma série de desqualificações que acabam reunidas sob a rubrica de sua

“A atuação do CNJ, um órgão importante para a manutenção do equilíbrio de todo o Poder Judiciário e dos serviços extrajudiciais, precisa ser analisada criteriosamente. É necessária, particularmente, uma avaliação crítica da pertinência de certas diretrizes sobre o serviço notarial e registral.”

O Provimento 63/2017 “institui modelos únicos de certidão de nascimento, de casamento e de óbito, a serem adotadas pelos ofícios de registro civil das pessoas naturais, e dispõe sobre o reconhecimento voluntário e a averbação da paternidade e maternidade socioafetiva no Livro “A” e sobre o registro de nascimento e emissão da respectiva certidão dos filhos havidos por reprodução assistida”

tudo em seu deVido luGar, com respeito à leGalidade coNstitucioNal.Em outros casos, contudo, a situação é to-talmente diferente: no afã de pacificar certas questões, o CNJ ultrapassa as fronteiras de sua competência. Entende-se que o órgão de fato foi além dessa linha ao regulamen-tar, com o recente Provimento 63/2017, o registro dos filhos havidos por técnicas de reprodução assistida.

o proVimeNto 63/2017 do cNJ em Face da competêNcia coNstitucioNal de FiscaliZaÇão soBre as serVeNtias eXtraJudiciaisO Provimento 63/2017 “institui modelos únicos de certidão de nascimento, de casa-mento e de óbito, a serem adotadas pelos ofícios de registro civil das pessoas naturais, e dispõe sobre o reconhecimento voluntário e a averbação da paternidade e maternidade socioafetiva no Livro “A” e sobre o registro de nascimento e emissão da respectiva certidão dos filhos havidos por reprodução assistida”.

Há três linhas mestras: a primeira cria modelos únicos de certidão de nascimento, casamento e óbito, e neles determina a con-signação da matrícula que identifica o Có-digo Nacional da Serventia e, dentre muitos detalhes, exige também a aposição, sempre que possível, do CPF do titular. A segunda é a paternidade socioafetiva, o seu reconhe-cimento voluntário, os requisitos para tal e as hipóteses em que o oficial deverá subme-ter ao juiz o requerimento. A terceira cuida da reprodução assistida. Neste último caso, buscou-se simplificar o assentamento admi-nistrativo do nascimento de filho havido por tais técnicas.

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suposta “falta de legitimidade”. Diante disso, por que não usar aquilo que já se mostrou célere e eficaz, concretizando o que o legis-lador custa a fazer?

Há uma forte tentação de manusear o notariado e os registros para a efetivação de direitos por uma camada da sociedade. Tra-ta-se de uso político desses serviços.

O exemplo mais óbvio, como se sabe, é o do casamento de pessoas do mesmo sexo. Diante da clareza da CF/88 (artigo 226, § 3º) em apontar o casamento entre homem e mulher, bem como do CC/02 (artigo 1.565, caput), seria preciso aguardar a inciati-va legislativa. Ninguém se surpreenderia, contudo, se o STF “pacificasse” a questão. Mas a realidade foi mais dura: o casamen-to homossexual no Brasil não ocorreu nem mesmo por inciativa do STF, mas por uma diretiva do CNJ dada aos oficiais do Registro Civil (Resolução 175/2013). Mesmo que se admitisse a tese de que as resoluções do CNJ configuram ato normativo primário, poden-do inovar no ordenamento (como defendeu o ministro Ayres Britto na Ação Declaratória de Constitucionalidade relativa à Resolução 7 do CNJ), o fato é que a Resolução 175 es-tava fora das raias constitucionais. De todo modo, não se acompanha aquele entendi-

[1] O Relator, Min. Peluso, em seu voto, sustentou que o órgão não invade função típica do Judiciário, atuando apenas em seu controle administrativo, finan-ceiro e ético. A íntegra do voto pode ser lida aqui: http://www.stf.jus.br/noticias/imprensa/VotoPelusoADI3367.pdf.[2] PANSIERI, Flávio. Comentário ao art. 103-B. in CANOTILHO, J. J. Gomes; MENDES, Gilmar F.; SARLET, Ingo W.; STRECK, Lenio L. (Coords.) Comentários à Constituição do Brasil. São Paulo: Saraiva/Almedina, 2013. p. 1436.[3] Pedido de Providências nº 0001459-08.2016.2.00.0000[4] Como consta do Provimento n. 63/2017, na parte dos “Considerandos”.[5] Assim Adelino Amaral Silva, do Núcleo de Reprodução Assistida da Câmara Técnica de Ginecologia e Obstetrícia do CFM, em entrevista para a Revista Cartórios com Você, edição 9, n. 2, ago.-out. 2017. p. 18.[6] Cf. NASCIMENTO, Marília Aguiar Ribeiro do. O direito ao conhecimento das origens genéticas e suas implicações na inseminação artificial heteróloga: uma análise à luz do ordenamento jurídico brasileiro e português. In MIRANDA, Jorge; RODRIGUES JUNIOR, Otavio Luiz; FRUET, Gustavo Bonato (orgs.). Direi-tos da Personalidade. São Paulo: Atlas, 2012. pp. 333-358[7] Portal CNJ. “Casamento homoafetivo: norma completa quatro anos”. Disponível em: http://www.cnj.jus.br/noticias/cnj/84740-lei-sobre-casamento-en-tre-pessoas-do-mesmo-sexo-completa-4-anos.[8] Cf., dentre tantos textos, STRECK, Lenio. As várias faces da discricionariedade no Direito Civil brasileiro: o “reaparecimento” do Movimento do Direito Livre em Terrae Brasilis. Revista de Direito Civil Contemporâneo, vol. 8, ano 3, p. 37-48, jul./set. 2016.

mento. Fica-se com o que já foi dito: o órgão não pode inovar no ordenamento.

O próprio CNJ afirma que “ao proibir que autoridades competentes se recusem a habilitar ou celebrar casamento civil ou, até mesmo, a converter união estável em casamento, a norma contribuiu para der-rubar barreiras administrativas e jurídicas que dificultavam as uniões homoafetivas no País”[7]. Trata-se, é bom repetir, apenas de um exemplo da instrumentalização do ser-viço extrajudicial para fins políticos.

Não se está a negar o papel de notários e registradores na efetivação de direitos. Tan-to a qualificação de partes e formalização de sua vontade (pelo Tabelião), quanto o regis-tro de fatos e atos jurídicos (pelo Registra-dor), constituem atividades fundamentais para o fluxo jurídico e econômico do país. São agentes indispensáveis para que o cida-dão veja seus direitos eficacizados perante a coletividade. Mas isso não pode implicar uma redistribuição dos poderes e da organi-zação do Estado.

Certas inciativas que partem de uma leitu-ra pré-condicionada da Constituição Federal e vão parar diretamente nos cartórios cor-respondem a algo pior do que o “salto” sobre a via legislativa para criar direitos através de “interpretação” judicial, o decisionismo, denunciado pelos mais abalizados juristas (Lenio Streck, por exemplo). Correspondem sim, aquelas iniciativas, a uma espécie de duplo carpado: invade-se espaço de lei sob o manto da “competência regulamentar” e uma má compreensão de seu significado.

O risco é enorme. Nas frestas dessas so-luções pacificadoras sobre temas polêmicos escondem-se problemas institucionais tão graves quanto os do ativismo, que é a face mais cruel de um movimento tipicamente brasileiro de desconsideração do direito po-sitivo em nome de um apanhado de teorias e pseudoteorias que estão há muito tempo se arrastando pelas estradas do País[8].

Opinião

*Esta coluna é produzida pelos membros e con-vidados da Rede de Pesquisa de Direito Civil Contemporâneo (USP, Humboldt-Berlim, Coim-bra, Lisboa, Porto, Girona, UFMG, UFPR, UFRGS, UFSC, UFPE, UFF, UFC, UFMT e UFBA).

coNclusãoA atuação do CNJ, um órgão importante para a manutenção do equilíbrio de todo o Poder Judiciário e dos serviços extrajudi-ciais, precisa ser analisada criteriosamente. É necessária, particularmente, uma avalia-ção crítica da pertinência de certas diretri-zes sobre o serviço notarial e registral. O ponto de partida, neste texto, foi o Provi-mento 63/2017, que, ao estabelecer o anoni-mato do doador no registro de filhos havidos por reprodução assistida, acaba invadindo um espaço de regulação reservado ao Legis-lativo. Instituições tem de ser analisadas de forma racional e limpa. Para o seu próprio bem, e para o bem do cidadão.

Por fim, os autores agradecem o convite para participar da coluna Direito Civil Atual, brilhantemente mantida pelos Professores Ignácio Poveda, Otavio Luiz Rodrigues Ju-nior, Rafael Peteffi da Silva, Rodrigo Xavier Leonardo, José Antonio Peres Gediel, e pelos Ministros do STJ Antonio Carlos Ferreira, Luis Felipe Salomão e Humberto Martins. Este espaço é uma marca da qualidade in-telectual da Rede de Direito Civil Contem-porâneo. A esta organização e a cada um de seus membros, nos mais diversos países, deixam-se também os agradecimentos pelo trabalho em prol de um Direito Civil mais sério e, por isso mesmo, verdadeiramente comprometido com as pessoas.

O próprio CNJ afirma que “ao proibir que autoridades competentes se recusem a habilitar ou celebrar casamento civil ou, até mesmo, a converter união estável em casamento, a norma contribuiu para derrubar barreiras administrativas e jurídicas que dificultavam as uniões homoafetivas no País”

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portaria nº 248, de 2 de fevereiro de 2018

Altera a Portaria de Consolidação nº 4/GM/MS, de 28 de setembro de 2017, para dispor sobre o re-gistro biométrico do recém-nascido e de sua mãe. O miNistro de estado da saÚde, no uso das atribuições que lhe conferem os incisos I e II do parágrafo único do art. 87 da Constituição, e considerando a Portaria nº 116/SVS/MS, de 11 de fevereiro de 2009, que regulamenta a coleta de dados, fluxo e periodicidade de envio das in-formações sobre óbitos e nascidos vivos para os Sistemas de Informações em Saúde sob gestão da Secretaria de Vigilância em Saúde; considerando a Lei nº 12.662, de 5 de junho de 2012, que assegura validade nacional à Declara-ção de Nascido Vivo - DNV e regula sua expedição;

Nacional

Portaria do Ministério da Saúde inclui o registro biométrico do recém-nascido

e de sua genitora na DNV

Altera a Portaria de Consolidação nº 4/GM/MS, de 28 de setembro de 2017, para dispor sobre o registro biométrico do recém-nascido e de sua mãe

Parágrafo único. As Declarações de Nascidos Vi-vos - DNV, a que se refere a alínea “h” do inciso XIX do caput, deverão ser vinculadas ao registro biométrico do recém-nascido e de sua mãe, na forma de ato conjunto das Secretarias de Vigilân-cia em Saúde e de Atenção à Saúde.” (NR) art. 2º As Secretarias de Vigilância em Saúde e de Atenção à Saúde, em ato conjunto a ser edita-do no prazo de até noventa dias a contar da data de publicação desta Portaria, disporão sobre as normas e os procedimentos necessários à exe-cução do disposto no parágrafo único do art. 6º do Anexo III à Portaria de Consolidação nº 4/GM/MS, de 28 de setembro de 2017. art. 3º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.

ricardo Barros

considerando o art. 10, inciso II, da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente); considerando a Lei nº 13.444, de 11 de maio de 2017, que dispõe sobre a Identificação Civil Nacional - ICN; e considerando o Provimento da Corregedoria Nacional de Justiça nº 66, de 25 de janeiro de 2018, que dispõe sobre a prestação de serviços pelos ofícios de registro civil das pessoas natu-rais mediante convênio, credenciamento e matrí-cula com órgãos e entidades governamentais e privadas, resolve: art. 1º O Anexo III à Portaria de Consolidação nº 4/GM/MS, de 28 de setembro de 2017, passa a vigorar com as seguintes alterações:“Art. 6º ...

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