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Material de uso exclusivo na Palestra da Profª Dra. Regina Beatriz Tavares da SilvaARPEN - SP - 27.09.2006
ARPEN - SP
ASSOCIAÇÃO DOS REGISTRADORES
DE PESSOAS NATURAIS DE SÃO PAULO
RECONHECIMENTO DE PATERNIDADE
REGINA BEATRIZ TAVARES DA SILVA
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Espécies de parentesco e contagem de graus
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Parentesco
CÓDIGO CIVIL/2002, art. 1.593
• o parentesco é natural ou civil, conforme resulte de consangüinidade ou outra origem
• PARENTESCO NATURAL: MESMO SANGUE
• PARENTESCO CIVIL: OUTRA ORIGEM
• ADOÇÃO
• REPRODUÇÃO ASSISTIDA
• PARENTESCO SÓCIO-AFETIVO
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ParentescoCÓDIGO CIVIL/2002, arts. 1.591, 1.592 e 1594
• linha reta: ascendência e descendência
• graus são contados pelo número de gerações
• linha colateral: proveniência de um só tronco
limitação ao 4º grau
• graus são contados pelo número de gerações
• subindo de um dos parentes até o ascendente comum e descendo até encontrar o outro parente
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Parentesco
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Parentesco por afinidadeCÓDIGO CIVIL/2002, art. 1.595
casamento e união estável
•limitação aos ascendentes, descendentes e irmãos do cônjuge ou companheiro
•linha reta: não se extingue com a dissolução do casamento ou da união estável que o gerou
v. Regina Beatriz Tavares da Silva: A moralização da união estável no novo Código Civil, in ww.ultimainstancia.uol.com.br, colunas, 11/11/04
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Filiação - IgualdadeCÓDIGO CIVIL/2002, art. 1596
• Os filhos, havidos ou não da relação de casamento, ou por adoção, terão os mesmos direitos e qualificações, proibidas quaisquer designações discriminatórias relativas à filiação
• reproduz o art. 227, § 6º da Constituição Federal
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Filiação oriunda do casamento
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Filiação oriunda do casamento
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Filiação no casamento - presunção da paternidade
CÓDIGO CIVIL/2002, art. 1597
• nascimento após 180 dias do estabelecimento da convivência conjugal
• nascimento nos 300 dias após a dissolução da sociedade conjugal
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Filiação no casamento - presunção da paternidade
• reprodução artificial homóloga após a morte
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Filiação no casamento - presunção da paternidade
• reprodução artificial homóloga -embriões excendentários
• reprodução artificial heteróloga, com prévia autorização do marido
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Filiação no casamento - presunção da paternidade
CÓDIGO CIVIL/2002, art. 1599
• a prova da impotência para gerar do cônjuge ilide a presunção da paternidade
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Filiação no casamento - presunção da paternidade
• CÓDIGO CIVIL, art. 1600
• não basta o adultério da mulher para ilidir a presunção legal da paternidade
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Filiação no casamento - presunção da paternidadeação negatória da paternidade
CÓDIGO CIVIL/2002, art. 1601
• Legitimidade:
• do marido
• se iniciada a ação pelo marido, que vem a falecer, a legitimidade passa a seus herdeiros
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Filiação no casamento - presunção da paternidadeação negatória da paternidade
CÓDIGO CIVIL/1916, arts. 340 e 341
• Requisitos:- necessidade de prova de impossibilidade física de coabitação nos primeiros 121 dias, ou mais, dos trezentos anteriores ao nascimento do filho- separação legal dos cônjuges, sem convivência por algum dia sob o mesmo teto
CÓDIGO CIVIL/2002
• Requisitos revogados
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Filiação no casamento - presunção da paternidadeação negatória da paternidade
CÓDIGO CIVIL/1916, art. 178, §§ 3º e 4º
• Prazo prescricional: dois meses, contados do nascimento, se era presente o marido, e de três meses, se o marido se achava ausente, ou lhe haviam ocultado o nascimento
CÓDIGO CIVIL/2002, art.1601
•Imprescritibilidade da ação negatória de paternidade
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Filiação não oriunda do casamento
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Filiação não oriunda do casamento sem presunção da paternidade
• União estável
• relação de fato
• que se faz e se desfaz no plano dos fatos
• mesmo com escritura pública de reconhecimento, se os companheiros se separarem no plano dos fatos, a união estará desfeita, independentemente de distrato
• Presunção da paternidade• não se coaduna com uma relação de fato• qualquer mulher poderia escolher o pai do seu filho, sem que tivesse qualquer relação com esse homem
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Filiação não oriunda do casamento formas de reconhecimento
• Reconhecimento voluntário
• espontâneo
• Reconhecimento forçado
• sentença judicial
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Filiação não oriunda do casamento reconhecimento voluntário
CÓDIGO CIVIL/2002, art. 1609(Lei 8560/92, art. 1º, incisos I a IV)
• registro de nascimento
• escritura pública
• escrito particular
• testamento
• manifestação judicial
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Filiação não oriunda do casamento reconhecimento voluntário
CÓDIGO CIVIL/2002, art. 1.609, parágrafo único
• reconhecimento pode preceder o nascimento do filho
ou, até mesmo
• ser posterior ao falecimento do filho, se o filho deixar descendentes
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Filiação não oriunda do casamento reconhecimento voluntário
CÓDIGO CIVIL/2002, art. 1.614
• reconhecimento de filho maior
• necessidade de consentimento do filho
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Filiação não oriunda do casamento reconhecimento voluntário
CÓDIGO CIVIL/2002, art. 1.614
• reconhecimento de filho menor• impugnabilidade do reconhecimento pelo filho após a maioridade - prazo de 4 anos
PROJETO 6.960/2002• eliminação do prazo• princípio da imprescritibilidade do direito ao reconhecimento da filiação
• se não pode impugnar, não poderá obter o reconhecimento da verdadeira relação de filiação
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• Interpretação jurisprudencialSTJ; Recurso Especial nº 242486 - MG Relator Min. Antônio de Pádua Ribeiro; 25/02/2004•DIREITO CIVIL. INVESTIGAÇÃO DE PATERNIDADE E ANULAÇÃO DE REGISTRO. DECADÊNCIA. NÃO CONFIGURAÇÃO, NO CASO. PRECEDENTES. CÓDIGO CIVIL, ARTS. 362 E 178, § 9º, VI. LEI Nº8.069/90, ART. 27. I - A decadência não atinge o direito do filho legítimo ou legitimado nem do filho natural de pleitear a investigação de paternidade e a anulação do registro, com base na falsidade deste. II - A regra que impõe ao perfilhado o prazo de quatro anos para impugnar o reconhecimento só é aplicável ao filho natural que visa a afastar a paternidade por mero ato de vontade, a fim de desconstituir o reconhecimento da filiação, sem buscar constituir nova relação.
Filiação não oriunda do casamento reconhecimento voluntário
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Filiação não oriunda do casamento reconhecimento voluntário
CÓDIGO CIVIL/2002, art. 1610
• irrevogabilidade do reconhecimento
• se feito em testamento, o reconhecimento vale mesmo que o testamento seja revogado
CÓDIGO CIVIL/2002, art. 1.613
• ineficácia de condição ou termo (inicial ou final)
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Filiação não oriunda do casamento reconhecimento voluntário
CÓDIGO CIVIL/2002, art. 1612
• filho reconhecido por ambos os genitores
• guarda
• quem melhor atender aos interesses do menor
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Filiação não oriunda do casamento reconhecimento voluntário
CÓDIGO CIVIL/2002, art. 1611
• filho reconhecido por por genitor casado
• não poderá residir no lar conjugal • sem o consentimento do outro cônjuge
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Paternidade sócio - afetiva
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Paternidade sócio - afetiva
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PARENTESCO
Código Civil/2002, art. 1593
• O parentesco é natural ou civil, conforme resulte de consangüinidade ou outra origem
• se a expressão significasse apenas a adoção, o legislador teria repetido a regra do Código Civil anterior
• expressão aberta a interpretações
• significado: vínculo sócio-afetivo
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VÍNCULOS SÓCIO-AFETIVOS
• Adoção - parentesco civil
• Reprodução heteróloga consentida - parentesco civil
• Com previsões legais expressas de parentesco
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RELAÇÕES SÓCIO-AFETIVAS
• Adoção à brasileira - parentesco civil?
• Filho de criação - guarda - parentesco civil?
• Marido da mãe, que dela se separa, tendo criado e educado os seus filhos - desfazimento do vínculo de afinidade - parentesco civil?
• Sem previsões legais expressas de parentesco
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ADOÇÃO À BRASILEIRA
• homem apaixonado pela mulher, registra como seu filho
de outro homem
• casa-se com aquela mulher ou vive com ela união estável
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ADOÇÃO À BRASILEIRA
• cria e educa o filho alheio como se fosse seu
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ADOÇÃO À BRASILEIRA
• separa-se e promove
ação negatória da
paternidade e de
anulação de registro
civil
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ADOÇÃO À BRASILEIRA
• razão da expressão: adoção à brasileira
• reconhecimento voluntário
• sem existência de vínculo biológico
• aproxima-se da paternidade adotiva
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PATERNIDADE SÓCIO-AFETIVA
Argumento favorável: filho não é descartável
Requisitos: • inexistência de vício de consentimento
• erro, coação e dolo
• ‘tractatus’ e ‘reputatio’
• posse do estado de filho
Fundamento legal: irrevogabilidade do reconhecimento do filho havido fora do casamento - Código Civil de 2002, art. 1.609
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PATERNIDADE SÓCIO-AFETIVA
Argumentos contrários:
• quando o pai registral contesta a paternidade está negando o sentimento de afeto
• paternidade sócio afetiva somente pode existir se não houver insurgência
• fraude ao sistema legal• sistema civil não prevê expressamente como forma de parentesco• sistema penal veda expressamente
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PATERNIDADE SÓCIO-AFETIVAPai pretendia:
•contestar a paternidade
•anular o registro de nascimento feito na forma de adoção àbrasileira
Pedidos improcedentes: •prevalência da paternidade sócio-afetiva sobre a paternidade biológica
• pai registral sabia que não era seu filho
• presunção: ‘tractatus’ e ‘reputatio’ - 4 anos de convivência
TJRS, 70008284333, Oitava Câmara Cível, j. 01/07/2004, Rel. Des. Rui Portanova
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PATERNIDADE SÓCIO-AFETIVAFilho pretendia:
•anular o registro de nascimento feito na forma de adoção àbrasileira
•investigar a paternidade do pai biológico já falecido
Pedidos improcedentes: •prevalência da paternidade sócio-afetiva sobre a paternidade biológica
• pai registral sabia que não era seu filho
• pai registral sempre tratou o autor como filho
TJRS, 70007876568, Oitava Câmara Cível, j. 22/04/2004, Rel. Des. José S. Trindade
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PATERNIDADE SÓCIO-AFETIVA
Pai pretendia:
•negar a paternidade
•anular o registro de nascimento feito na forma de adoção àbrasileira
Pedidos improcedentes: •prevalência da paternidade sócio-afetiva sobre a paternidade biológica
• pai registral foi enganado - dolo materno ! ! ! ???
• prova: ‘tractatus’ e ‘reputatio’ - 12 anos de convivência
TJRS, 70008566697, Sétima Câmara Cível, j. 01/07/2004, Rel. Des. Luiz Felipe Brasil Santos
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PATERNIDADE SÓCIO-AFETIVAIrmão pretendia:
•anular o registro de nascimento da irmã, em relação a pai jáfalecido
•sob a alegação de falsidade, já que a demandada havia nascido antes do casamento dos pais do autor, tendo sido falsamente reconhecida pelo marido da mãe da ré
Pedido improcedente: •prevalência da paternidade sócio-afetiva sobre a paternidade biológica
• nenhum dos argumentos contrários à paternidade sócio-afetiva poderia ser utilizado
TJPB, 2003.006982-5, Segunda Câmara Cível, j. 22/12/2003, Rel. Des. Antônio Elias de Queiroga
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MATERNIDADE E PATERNIDADE SÓCIO-AFETIVAS
Mãe biológica pretendia:
• investigar a maternidade e anular o registro de nascimento de menor, em relação à mãe e ao pai registrais
• sob a alegação de falsidade
• pai registral falecido no curso da lide
•Sentença: evidências da maternidade da autora - recusa dos réus de realizar DNA e idade dos réus na data do nascimento da menor
•Apelação: provimento para manter o registro de nascimento, sob o fundamento da maternidade e paternidade sócio-afetiva
TJSP, 403.085.4/0-00 – 4ª Câmara de Direito Privado, j. 23/03/2006, Rel. Des. Francisco Loureiro