armando mercadante - comentários à jurisprudência do stf e do stf noticiadas nos informativos...

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  • A r m a n d o M e r c a d a n t eNom eado Procurador Federal em 2007.

    Procurador do Estado de MG.

    C o m e n t r io s ju r is p r u d n c iaDO STF E DO STJ NOTICIADAS

    NOS INFORMATIVOS JURISPRUDENCIAISAtualizado at os informativos 572 do STF 420 do STJ

    2010

    EDITORA>sPODIVM

  • Capa: Carlos Rio Branco Batalha Diagramao: Mait Coelho mai tescoelho@yahoo .com.br

    Conselho EditorialDirley da Cunha Jr. Nestor TvoraLeonardo de Medeiros Garcia Robrio Nunes FilhoFredie Didier Jr. Roberval Rocha Ferreira FilhoJos Henrique Mouta Rodolfo Pamplna FilhoJos Marcelo Vigliar Rodrigo Reis MazzeiMarcos Ehrhardt Jnior Rogrio Sanches Cunha

    Todos os direitos desta edio reservados Edies JksPODIVM.

    Copyright: Edies JwsPODI VM

    E terminantemente proibida a reproduo total ou parcial desta obra, por qualquer meio ou processo, sem a expressa autorizao do autor e da Edies JzwPODIVM. A violao dos direitos autorais caracteriza crime descrito na legislao em vigor, sem prejuzo das sanes civis cabveis.

    J l l V t

    4fODIVM

    EDITORA

    Rua Mato Grosso, 175 - Pituba,CEP: 41830-151 - Salvador - Bahia Tel: (71) 3363-8617 / Fax: (71) 3363-5050 E-mail: [email protected]

    ^P O D IV M Site: www.editorajuspodivm.com.br

  • S u m r io

    Apresentao da Coleo Informativos Comentados........................................ 15

    Captulo IPRINCPIOS.................................................................................................... 171. Princpio da publicidade................... ......................................................... 17

    1.1. Acesso a comprovantes de verbas indenizatrias ............................. 172. Princpio da segurana jurdica............... ........... ..... .................................. 19

    2.1. Manuteno de ascenses funcionais.................................................. 193. Princpio da impessoalidade....................................................................... 20

    3.1. Atribuio de nome de pessoa viva a bem pblico............................ 20

    Captulo IIADMINISTRAO PBLICA INDIRETA............................................... 231. Autarquias........,...................................................... :..................................... 23

    1.1. Agncias Reguladoras........................................................................ 231.1.1. Poder regulatrio: legitimidade

    de exigncias atravs de portaria............................................. 231.1.2. Voto de qualidade: legitimidade............................................. 24

    1.2. Conselhos de Fiscalizao.................................................................. 252. Fundaes pblicas de direito pblico....................................................... 29

    2.1. Fundao Banco do Brasil - FBB ..................................................... 292.2. Natureza jurdica: espcies de autarquias......................................... 30

    3. Empresas Pblicas........................................................................................ 313.1. CEF: impossibilidade de alienao de imveis funcionais............... 31

    4. Sociedade de economia mista...................................................................... 324.1. Penhora de rendimentos x continuidade do servio pblico............ 324.2. Bens da RFFSA e possibilidade de usucapio.................................. 344.3. Prescrio ........................................................................................... 35

    5. Ordem dos Advogados do Brasil................................................................ 365.1. Natureza jurdica, concurso pblico e regime celetista...................... 36

    Captulo IIITERCEIRO SETOR........................................................................................ 39. Organizaes Sociais............................... ... ................................................. 39

    Capitulo IVATOS ADMINISTRATIVOS......................................................................... 431. Discricionariedade....................................................................................... 43

    1.1. Limites do controle j udicial............................................................... 43

    5

  • A r m a n d o M e r c a d a n t e

    2. Motivao.................................................................................................... 442.1. Necessidade de explicitao dos motivos........................................... 44

    3. Anulao...................................................................................................... 463.1. Ampla defesa e contraditrio............................................................. 463.2. Prazo decadencial: critrios para contagem

    (art. 54 da Lei 9.784/99)....................................................................... 483.3. Teoria do fato consumado................................................................... 49

    Captulo VPODERES ADMINISTRATIVOS................................................................. 531. Poder Regulamentar.................................................................................... 53

    1.1. Decreto que extrapia os limites regulamentares.............................. 532. Poder hierrquico......................................................................................... 54

    2.1. Ministro de Estado: delegao de competnciapara desprover cargo pblico.............................................................. 54

    2.2. Decreto municipal e proibio da venda em escolasde alimentos excessivamente calricos............................................... 56

    3. Poder Disciplinar......................................................................................... 563.1. Natureza vinculada.............................................................................. 56

    4. Poder de Polcia........................................................................................... 584.1. ANATEL: apreenso de aparelhos clandestinos................................ 584.2. Autorizao: precariedade e possibilidade de revogao.................. 594.3. Multa de polcia: aplicao com base em resoluo........................ 604.4. Multa de trnsito: velocidade permitida

    x princpio da proporcionalidade........................................................ 614.5. culos de sol sem grau: comercializao restrita a ticas................ 624.6. Rodzio de veculos: legalidade da imposio................................... 624.7. Transporte turstico: possibilidade

    de regramento pelo Estado membro.................................................... 634.8. Veculos em situao irregular: apreenso e desemplacamento....... 654.9. Apreenso de mercadorias em trnsito

    pelo Brasil destinadas a outro pas...................................................... 664.10. Prescrio das sanes de polcia........................................................ 67

    Captulo VIAGENTES PBLICOS............................... ................................................... 691. Regimes jurdicos................................................... ........................ ............. 70

    1. L Competncia legislativa e iniciativa para projeto de le i. 701.2. Funcionrios do servio no exterior: regime estatutrio.................... 711.3. Ausncia de direito adquirido a regime jurdico funcional............... 72

    2. Espcies de agentes pblicos....................................................................... 732.1. Temporrios: requisitos para contratao........................................... 73

    3. Acesso a cargos, empregos e funes pblicos......... ................................ 74

    6

  • S u m r io

    3.1. Concurso pblico................................................................................ 743.1.1. Reserva de vagas para mulheres............................................ 743.1.2. Direito nomeao................................................................ 75

    3.1.2.1. Aprovao dentro do nmero de vagas oferecidas 753.1.2.2. Aprovado preterido em funo

    da nomeao de precrios......................................... 773.1.2.3. Nomeao em padro diverso do previsto no edital... 78

    3.1.3. Edital: alterao enquanto no encerrado concurso pblico... 793.1.4. Estatura mnima: concurso polcia militar estadual.............. 803.1.5. Exame psicotcnico ............................................................... 813.1.6. Experincia mnima................................................................ 823.1.7. Limite de idade: exigncia de lei para fixao...................... 833.1.8. Idoneidade moral: aprovado

    que responde a inqurito policial ou ao penal..................... 853.1.9. Prtica jurdica: momento da comprovao

    e abrangncia da expresso...................................................... 863.1.10. Mandado de segurana............................................................ 94

    3.1.10.1. Prazo decadencial para buscar nomeao............... 943.1.10.2. Prazo decadencial para questionar regras do edital... 95

    3.1.11. Poder Judicirio e possibilidadede anulao de questo de prova............ ............................... 96

    3.1.12.Ttulos e ofensa ao princpio da isonomia.............................. 973.1.13. Portadores de deficincia: critrios para nomeao.... 983.1.14.Taxa de inscrio: iseno para trabalhadores

    que ganham at 3 salrios mnimos........................................ 1033.1.15. Prova fsica: distenso muscular

    e designao de novo exame................................................... 1043.2. Nepotismo........................................................................................... 1053.3. Aproveitamento................................................................................... 1083.4. Ascenso funcional............................................................................. 1093.5. Desvio de funo................................................................................. 110

    3.5.1. Exerccio de funes de delegado de polcia.......................... 1103.5.2. Direito a diferenas remuneratrias........................................ 111

    4. Estgio probatrio.... ................................................................................... 1124.1. Avaliaes peridicas de desempenho............................................... 1124.2. Exonerao e processo administrativo............................................... 1134.3. Prazo: 2 (dois) ou 3 (trs) anos?......................................................... 114

    5. Estabilidade.................................................................................................. 1165.1. Estabilidade extraordinria (art. 19 do ADCT):

    ampliao das hipteses...................................................................... 1166. Acumulao de cargos, empregos e funes pblicos............................... 118

    6.1. Tabelio x vereador............................................................................. U 87. Sistema de remunerao............................................................................. 119

    7.1. Alterao de remunerao para subsdio........................................... 119

    7

  • A r m a n d o M e r c a d a n t e

    7.2. Aumento de vencimentos e interferncia do Poder Judicirio........... 1207.3. Equiparao de remunerao.............................................................. 1217.4. Vinculao de remunerao................................................................ 1217.5. Fixao e alterao de remunerao................................................... 1237.6. Irredutibilidade de vencimentos dos ocupantes

    de cargo em comisso...... ................................................................... 1247.7. Afastamento para responder a ao penal e reduo do vencimento... 1257.8. Soldo de praa e salrio mnimo......................................................... 1277.9. Ressarcimento...................................................................................... 128

    7.9.1. Valores recebidos por fora de deciso reformada................. 1287.9.2. Valores recebidos de boa-f, mas por erro da Administrao... 129

    8. Direitos e vantagens.;.................................. ................................................ 1298.1. Acordos e convenes coletivos de trabalho...................................... 1298.2. Auxlio alimentao e vale transporte................................................. 1308.3. Frias: tero constitucional e ocupante

    de cargo em comisso exonerado........................... ............................. 1318.4. G reve.................................................................................................... 131

    8.4.1. Exonerao de servidor em estgio probatrio....................... 1318.4.2. Direito de greve e mandado de injuno.......... ................... . 133

    8.5. Gratificao de Produo Suplementar - GPS:supresso sem contraditrio................................................................ 140

    8.6. Matrcula em instituio de ensino congnere em caso de remoo.... 1409. Tempo de servio.......................................................................................... 142

    9.1. Aproveitamento do tempo regido pela CLT no regime estatutrio ... 14210.Regime de Aposentadoria............................................................................. 144

    10.1. Erro na contagem de tempo de servio .............................................. 14410.2. Extenso aos inativos e pensionistas

    de benefcios concedidos aos servidores ativos................................. 14410.3. Reduo de proventos e contraditrio................................................. 14610.4. Aposentadoria especial dos professores.......... .................................... 14610.5. Aposentadoria especial dos policiais civis.......................................... 148

    11. Processo administrativo disciplinar................................................. 14911.1. Assistncia de advogado: no obrigatoriedade.................................. 14911.2. Lei 8.112/90 e aplicao subsidiria da Lei 9.784/99....... ................. 15011.3. Portaria.................................................................... ........................... 15111.4. Utilizao de prova obtida em investigao ou instruo criminal.... 15211.5. Prescrio............................................................................................. 153

    11.5.1. Termo inicial: cincia de qualquer autoridade administrativa.. 15311.5.2. Infrao disciplinar considerada crime: prazo aplicvel........ 15411.5.3. Reinicio da contagem aps o prazo de 140 dias..................... 155

    11.6. Sindicncia: dispensabilidade ............................................................ 15612.Regime disciplinar........................................................................................ 157

    12.1. Aplicao de penalidade diversa da sugeridapela comisso disciplinar.................................................................... 157

    8

  • SMRJO

    12.2. Cassao de aposentadoria.................................. .............................. 15812.3. Fatos ocorridos aps a aposentadoria:

    impossibilidade de punio disciplinar............................................... 15912.4. Demisso.............................. ............................................................... 160

    12.4.1. Abandono de cargo e inassiduidadehabitual: no caracterizao.................................................... 160

    12.4.2.Observncia dos Princpiosda proporcionalidade e razoabilidade..................................... 161

    12.4.3. Servidora gestante: aplicao da estabilidade provisriae possibilidade de demisso por justa causa.......................... 162

    12.4.4. Advocacia administrativa: requisitos para configurao;...... 164

    Captulo VIIRESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO............................................. 1671. Hipteses de responsabilizao civil.......................................................... 167

    1.1. Morte de detento e demais pessoas sujeitas custdia do Estado... 1671.2. Nomeao tardia de aprovados em concurso pblico...................... 1691.3. Interveno do Estado no domnio econmico e fixao

    de preos em nvel inferior aos custos de produo........................... 1711.4. Estacionamento pertencente universidade pblica......................... 1711.5. Depositrio judicial particular............................................................ 1721.6. Erro judicirio: reviso criminal........................................................ 1731.7. Foragido do sistema prisional que comete crime.............................. 1751.8. Detento x unidade prisional sem condies mnimas: dano moral.... 1771.9. Loteamento irregular e responsabilidade solidria do municpio.... 1791.10. Concessionria de servios pblicos

    e incndio em suas dependncias........................................................ 1811.11. Estupro cometido por policiais militares........................................... 182

    2. Hipteses no configuradoras da responsabilizao civil do Estado........ 1822.1. Atos legislativos................................................................................... 1822.2. Aquisio de imvel em rea de preservao florestal..................... 1832.3. Acidente areo com aeronave pblica cedida

    a aeroclube privado para treinamento de pilotos............................... 1842.4. Homicdio de policial motivado por interesse particular................. 184

    3. Prestadores de servios pblicos e terceiro no-usurios.......................... 1864. Condutas omissivas...................................................................................... 1875. Legitimidade passiva................................................................................... 188

    5.1. Ajuizamento da ao diretamente contra o agente pblico.............. 1885.2. Legitimidade passiva do titular de Cartrio..................................... 1895.3. Denunciao lide ao agente pblico............................................... 191

    6. Legitimidade ativa....................................................................................... 1926.1. Proprietrio de veculo cuja transferncia

    da propriedade no foi registrada........................................................ 1927. Culpa recproca................................................................-........................... 192

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  • A r m a n d o M e r c a d a n t e

    8. Juros moratrios........................................................................................... 1939. Prescrio..................................................................................................... 194

    9.1. Art. 206, 3, V, do CC (3 anos)ou art. Io do Decreto 20.910/32 (5 anos)............................................ 194

    9.2. Pretenso indenizatria decorrente de ilcito penal........................... 1959.3. Cobrana do DPVAT........................................................................... 196

    Captulo VIIICONTRATOS ADMINISTRATIVOS................................... ...................... 1991. Clusulas de privilgio................................................................................. 199

    1.1. Alterao unilateral desvantajosa para o particularx ampla defesa e boa-f........................................................................ 199

    2. Equilbrio econmico-financeiro................................................................ 2002.1. Excluso de motocicletas do pagamento de pedgio

    e concesso de descontos a estudantes................................................ 2002.2. Teoria da impreviso: inflao e lea extraordinria......................... 201

    3. Execuo do contrato................................................................................... 2023.1. Nulidade do contrato e obrigatoriedade

    de pagamento dos servios prestados.................................................. 2023.2. Contrato administrativo e natureza de titulo executivo extrajudicial... 203

    4. Sanes administrativas............................................................................... 2054.1. Declarao de inidoneidade e efeitos ex nunc.................................... 205

    Captulo IXLICITAES.................................................................................................... 2071. Obrigatoriedade............................................................................................ 207

    1.1. Servio pblico de transporte de passageiros.................................... 2071.2. Prorrogao de concesso por prazo diverso do fixado no contrato... 208

    2. Inexigibilidade de licitao: contratao de advogado pelo Municpio..... 2103. Modalidades................................................................................................ 212

    3.1. Convite: anulao de certamente com dois concorrentes................. 2124. Habilitao................................................................................................... 213

    4.1. Atraso na entrega de documentao: excluso do participante......... 2134.2. Qualificao tcnica............................................................................ 213

    4.2.1. Consrcio pblico: somatrio das empresas consorciadas.... 2134.2.2. Exigncia de experincia mnima................................... ........ 214

    4.3. Qualificao econmico-ihanceira.................................................... 2154.3.1. Restrio de contratao de empresas que tenha

    empregado com nome includo no SPC.................................. 2155. Propostas..................................................................................................... 216

    5.1. Critrios: valores relativos aos impostos pagos Fazenda Estadual.... 2166. Petrobrs......................................................... ............................................. 217

    6.1. Regime diferenciado de licitao.............. ......................................... 217

    10

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    11

    S u m r io

    Captulo XSERVIOS PBLICOS......................................................................1. Princpios ..........................................................................................

    1.1. Continuidade do servio pblico.............................................1.1.1. Suspenso do servio: hipteses legais........................1.1.2. Suspenso do fornecimento de servio

    por inadimplncia de ente pblico...............................2. Titularidade.......................................................................................

    2.1. Servios de educao: ensino superior pblico e privado......2.2. Distribuio de documentos bancrios.................................. .

    3. Concesso e permisso de servio pblico................................. ;....3.1. Obrigatoriedade de licitao...................................................

    4. Poltica tarifria..................................................................................4.1. Natureza j urdica da contraprestao..................................... .4.2. Cobrana de pedgio x via alternativa...................................

    5. Servios pblicos era espcie...........................................................5.1. Servios funerrios..................................................................5.2. Servios postais: monoplio dos Correios.............................5.3. Servio d rdiofoso comunitria.........................................

    6. Cartrios....... ....................................................................................6.1. Ato de tabelio praticado em outra comarca: invalidade.....6.2. Concurso pblico....................................................................

    6.2.1. Obrigatoriedade...........................................................6.2.2. Critrio de desempate: mais antigo na titularidade....6.2.3. Auxiliar de cartrio no bacharel em Direito

    e impossibilidade de participar do concurso...............6.3. Preenchimento de serventias por remoo.............................6.4. Acumulao de serventias: excepcionalidade........................6.5. Aposentadoria compulsria dos notrios e registradores......6.6. Regime jurdico dos servios notariais e de registro.............

    Capitulo XIPROCESSO ADMINISTRATIVO....................................................1. Intimaes.........................................-................-.............................

    1.1. Intimao pessoal: obrigatoriedade........................................2. Recurso administrativo....................................................................

    2.1. Depsito prvio/arrolamento de bens: inconstitucionalidade2.2. Recusa de recebimento: cerceamento de defesa....................

    3. Dever de decidir................................... ............................................3.1. Demora injustificada para apreciar recurso

    e interferncia do Judicirio....................................................

    Captulo XII BENS PBLICOS

  • A r m a n d o M e r c a d a n t e

    1. Alienao....................................................................................................... 2471.1. Venda individual de reas pblicas

    para os seus ocupantes sem licitao ................................................. 2472. Bens de uso especial ................................................................................... 249

    2.1. Estacionamento do Frum: restriodo uso s autoridades pblicas e serventurios.................................... 249

    3. Bens de uso comum do povo...................................................................... 2493.1. Rio Piracicaba: considerado rio federal.............................................. 249

    4. Ocupao irregular..................................................................... ................. 2504.1. Inexistncia de direito indenizao e reteno de benfeitorias.... 250

    Captulo XIIIIMPROBIDADE ADMINISTRATIVA......................................................... 2531. Ao de improbidade................................................................................... 253

    1.1. Desnecessidade de prova pr-constituda.......................................... 2531.2. Competncia para ao proposta contra militar................................. 2541.3. Suspenso de segurana e legitimidade

    do prefeito alijado do exerccio do mandato....................................... 2552. Foro privilegiado para agentes polticos......................... ........................... 2563. Atos de improbidade administrativa........................................................... 2634. Indisponibilidade de bens............................................................................ 2665. Sanes.......................................................................................................... 267

    5.1. Perda da funo pblica e suspenso de direitos polticos:aplicao aps o trnsito em julgado.................................................. 267

    5.2. Ressarcimento x m ulta........................................................................ 2675.3. Suspenso de direitos polticos: condenao

    em diversos processos e somatrio das penas....................... ............. 2696. Prescrio.................................................................................... .................. 270

    6.1. Aes de ressarcimento........................................................................ 27 06.2. Termo a quo para contagem...................................................... 271

    6.2.1. Exerccio de mandato .............................................................. 2716.2.2. Reeleio de Prefeito................................................................ 2726.2.3. Exerccio simultneo de cargo efetivo e cargo em comisso.... 273

    7. Aplicao do princpio da insignificncia: impossibilidade....................... 2758. Improbidade administrativa: necessidade

    de comprovao de dolo ou culpa................................................................ 276

    Captulo XIVCONTROLE DA ADMINISTRAO PBLICA...................................... 2791. Controle administrativo................................................................................ 279

    1.1. Recurso de deciso do Conselho de Contribuintespara Secretrio de Estado..................................................................... 279

    2. Controle judicial............................................................................................ 280

    12

  • SMRJO

    2.1. Poder Judicirio x omisso administrativa........ ................................ 2802.2. Poder Judicirio e controle das polticas pblicas............................ 281

    3. Controle legislativo....................................................................................... 2833.1. Tribunal de Contas da Unio.............................................................. 283

    3.1.1. Prazo decadencial para reviso de seus a to s.......................... 2833.1.2. Registro de aposentadoria, reformas e penses

    pelo TCU: prazo para anlise e contraditrio......................... 285

    Captulo XVAES CONSTITUCIONAIS...................................................................... 2891. Ao civil pblica......................................................................................... 289

    1.1. Prescrio............................................................................................ 2891.2. Legitimidade ativa.............................................................................. 290

    1.2.1. Ministrio Pblico................................................................... 2901.2.1.1. Poluio sonora.......................................................... 2901.2.1.2. Fornecimento de medicamentos para pessoa

    individualmente considerada.................................... 2911,2-1.3. Majorao abusiva de tarifa de transporte coletivo.. 292 1.2.1:4. Indenizao para adquirentes de lotes irregulares .... 2931.2.1.5. Defesa dos muturios do Sistema

    Financeiro de Habitao........................................... 2941.2.1.6. Hipteses de ilegitimidade do MP............................ 295

    L3. ACP e jogos de azar............................................................................ 2961.4. ACP e remessa oficial......................................................................... 2981.5. Honorrios periciais e adiantamento pelo M P.................................. 299

    2. Habeas data ....... ..................................................................................... . 3012.1. Critrios de correo de prova de concurso pblico: no cabimento... 301

    3. Mandado de segurana................................................................................. 3023.1. Liminar: cabimento de agravo regimental......................................... 3023.2. Teoria da encampao: requisitos...................................................... 3043.3. Executor do ato: legitimidade para figurar como autoridade coatora... 3053.4. Dirigente de sociedade de economia mista: legitimidade

    para figurar como autoridade coatora.................................................. 3073.5. Cabimento contra disposies edltalcias.......................................... 3083.7. Indicao errnea da autoridade coatora......... ................................... 310

    Captulo XVIINTERVENO DO ESTADO NA PROPRIEDADE PRIVADA 3111. Desapropriao............................................................................................. 311

    1.1. Indenizao.......................................................................................... 3111.1.1. Juros compensatrios e imvel improdutivo.......................... 3111.1.2. Juros compensatrios: percentual e base de clculo.............. 3121.1.3. Juros moratrios e incio da contagem................................... 315

    13

  • A r m a n d o M e r c a d a n t e

    1.1.4. Cobertura vegetal sujeita preservao permanente............. 3171.1.5. Jazida mineral........................................................................... 317

    1.2. Honorrios periciais .............................. ............................................ 3191.2.1. Adiantamento: nus do expropriante...................................... 319

    1.3. Retrocessao......................................................................................... 3201.3.1. Tredestmao ........................................................................... 320

    1.4. Desistncia da ao de desapropriao ............. ............................... 3211.5. Ministrio Pblico........................................... .................................. 3221.6. Transmisso mortis causa iniciada a desapropriao....................... 3231.7. Desapropriao de faixa marginal das estradas de rodagem.... . 3251.8. Desapropriao indireta: juros compensatrios e termo iniciai....... 3251.9. Desapropriao de glebas de terras

    em que sejam cultivadas plantas psicotrpicas.......... ....................... 3262. Tombamento................................................................................................. 327

    2.1. Competncia do Municpio................................................................ 3272.2. Tombamento geral de cidade............................................................. 328

    Captulo XVIIINTERVENO DO ESTADO NO DOMNIO ECONMICO.............. 3311. Passe livre para fiscais e impossibilidade

    de utilizao em linhas seletivas de nibus....... ......................................... 331

    Questes de concursos com base nos informativos......................................... 335

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  • A p r e s e n t a o d a C o l e o I n f o r m a t iv o s C o m e n t a d o s

    A Coleo Informativos Comentados tem por objetivo indicar, de modo prtico e objetivo, o posicionamento dos tribunais superiores sobre os diversos temas do direito.

    Cada livro foi elaborado a partir de minuciosa pesquisa feita nos informativos publicados, semanalmente, nos sites dos tribunais superiores, de modo a indicar os julgados mais atuais e importantes para o entendimento da matria. Ao comentar os informativos, o autor no se preocupou apenas em explicar o julgado, mas, principalmente, em expor o posicionamento definitivo do tribunal sobre o assunto, bem como eventuais divergncias de entendimentos, inclusive entre os prprios tribunais.

    Com o intuito de facilitar o estudo, foi feita a separao didtica dos temas, tal qual em um livro curso ou manual. Dessa forma, o livro funciona como um instrumento rpido para a consulta da jurisprudncia do STF e do STJ e, ainda, como uma leitura complementar aos livros curso ou manual.

    Nos informativos colacionados foi destacada a parte mais importante do julgado, principalmente naqueles mais longos, facilitando a visualizao pelo leitor da fundamentao e concluso do tribunal sobre o tema.

    Em anexo, foram selecionadas as questes de concursos extradas dos informativos. A inteno mostrar ao leitor a importncia da leitura dos informativos na preparao dos concursos. H provas que so elaboradas quase que exclusivamente com base em informativos do STF e STJ.

    Assim, esperamos com a Coleo Informativos Comentados oportunizar ao leitor um estudo sistemtico, prtico e objetivo sobre os entendimentos do STF e STJ sobre cada matria. Acreditamos

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  • A r m a n d o M e r c a d a n t e

    ser essa a melhor forma de estudo, no s para atualizao do operador do Direito, mas principalmente para o candidato a concursos pblicos.

    Grande abrao!

    Leonardo de Medeiros Garcia Coordenador da Coleo

    [email protected]. com. br www.leonardogarcia.com. br

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  • C a p t u l o

    P r in c p io s

    Sumrio 1. Princpio da publicidade: 1.1. Acesso a comprovantes de verbas indenizatrias- 2. Princpio da segurana jurdica: 2.1. Manuteno de ascenses funcionais - 3. Princpio da impessoalidade: 3.1. Atribuio de nome de pessoa viva a bem pblico.

    1. PRINCPIO DA PUBLICIDADE

    1.1. Acesso a comprovantes de verbas indenizatrias> STF, PLENRIO, INFORMATIVO Nfi 560

    O Tribunal, por maioria, deu provimento a agravo regimental interposto cntr deciso do Min. Marco Aurlio que concedera liminar em mandado de segurana, do qual relator, para viabilizar a empresa jornalstica o acesso aos documentos comprobatrios do uso da verba indenizatria apresentados pelos Deputados Federais, relativamente ao perodo de setembro a dezembro de 2008. Preliminarmente, conheceu-se do recurso interposto, ao fundamento de estar suplantada a jurisprudncia do Tribunal revelada no Verbete 622 de sua Smula ("No cabe agravo regimental contra deciso do relator que concede ou indefere lim inar em mandado de segurana"), asse- verando-se a supervenincia da Lei 12.016/2009 {art. 7^ is). No mrito, entendeu-se que no estaria presente o periculum in mora, j que a medida pleiteada no mandado de segurana, se concedida finalmente, no seria ineficaz {Lei 12.016/2009, art. 72, lll), tendo em conta os propsitos dos impetrantes, isto , a divulgao dos dados que a impetrante estaria pretendendo realizar poderia aguardar o julgamento definitivo do mandado de segurana. Registrou-se, no ponto, no ter a impetrante demonstrado, ademais, a urgncia na publicao das informaes buscadas. Asseverou-se, tambm, que a medida objeto do presente agravo, concedida de forma linear, se mostraria satisfativa, ou seja, esvaziaria o prprio objeto do manda- mus, podendo colocar em risco eventual direito subjetivo dos parlamentares enquanto representantes da soberania popular. Concluiu- se que o sopesamento mais aprofundado dos valores constitucionais

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  • A r m a n d o M e r c a d a n t e

    em jogo deveria ser reaiizado no momento processual apropriado, qual seja, o julgamento do w/rit, sem que com isso houvesse qualquer limitao ao direito de informao ou liberdade de imprensa. Vencidos os Ministros Marco Aurlio, relator, Crmen Lcia, Carlos Britto e Ciso de Mello que, salientando a natureza pblica das verbas inde- nizatrias e tendo em conta as garantias do acesso informao, da liberdade de informao jornalstica e de expresso, e o princpio da publicidade (CF, artigos 5, XSV, XXXI11; 37, caput; 220, caput e 3.9), negavam provimento ao recurso, considerando devidamente preenchidos os requisitos necessrios concesso da liminar. MS 28177 AgR-MC/DF, rei. Min. Marco Aurlio, 30.9.2009.

    De incio, este julgado do Pleno traz a importante informao de que a smula do STF n 622, acima transcrita, foi superada pelo advento da nova lei do mandado de segurana (Lei 12.016/09), sendo incontroverso, a partir de ento, o cabimento de agravo regimental de deciso do relator que concede ou indefere liminar em mandado de segurana.

    No mandado de segurana a empresa jornalstica pretendia o acesso aos documentos comprobatrios de uso de verba inde- nizatria por Deputados Federais referente a perodo cujo detalhamento no foi disponibilizado no site da Cmara dos Deputados. A liminar foi concedida pelo Ministro Marco Aurlio, o que ensejou a interposio do agravo regimental analisado.O recurso foi provido por maioria (6x4), prevalecendo a tese de que a concesso da liminar implicaria na satisfatividade do objeto. Posteriormente o writ foi julgado extinto por perda de objeto, pois as informaes foram devidamente prestadas pela Cmara dos Deputados. '

    O Ministro Marco Aurlio, relator vencido (importante destacar que no por conta do mrito do writ, mas sim por matria processual), amparou seu voto, em sntese, nos artigos 5o, XXXIII e 220, 1, da CF/88, destacando que liberdade de expresso pressupe 0 acesso aos dados pblicos por fora do principio da publicidade, bem como que a publicidade

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  • P r in c p io s

    dos atos do governo, alm de ser por si s uma forma de controle, permitindo a distino do que certo do que no , um instrumento para os cidados conhecerem e controlarem os atos de quem detm o poder.

    2. PRINCPIO DA SEGURANA JURDICA2.1. Manuteno de ascenses funcionais

    & STJ, QUINTA TRMA, INFORMATIVO 374

    Em 1993, portanto aps a entrada em vigor do art. 37, II, da CF/1988, a recorrente, professora nvei I, mediante ascenso funcional prevista pela lei estadual, galgou o cargo de professora nvel iV, sem que se submetesse ao necessrio concurso pblico. Requereu aposentadoria naquele cargo em maro de 1998, pedido deferido e aprovado pelo Tribunal de Contas estadual. Porm, alega que, em novembro daquele mesmo ano, viu sus proventos serem reduzidos porque a lei que lhe permitiu o acesso quele cargo foi revogada. Da o mandomus, que foi denegado pelo Ti ao fundamento de que a referida ascenso substitura, de forma inconstitucional, o meio legal para a investidura no cargo pblico e} porque nula, no gerava qualquer direito. Nesse panorama, tem-se por correta a assertiva de que a Administrao atua conforme o princpio da legalidade (art. 37 da CF/1988), que impe a anulao de ato que, embora fruto da manifestao da vontade do agente pblico, maculado por vcio insupervel. Tambm certo o entendimento de que, aps a CF/1988, vedada a simples ascenso funcional a cargo para qual o servidor no foi aprovado em concurso pblico, bem como o de que o ato nulo no passvel de convalidao, no gerando direitos. No entanto, o poder-dever de a Administrao invalidar seus prprios atos sujeito ao limite temporal delimitado pelo princpio da segurana jurdica. Os administrados no podem sujeitar-se indefinidamente instabilidade da autotuteia do Estado e de uma convalidao dos efeitos produzidos, quando, em razo de suas conseqncias jurdicas, a manuteno do ato servir mais ao interesse pblico deque sua invalidao. Nem sempre a anulao a soluo, pois o interesse da coletividade pode ser melhor atendido

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  • A r m a n d o M e r c a d a n t e

    pela subsistncia do ato tido por irreguiar. Ento a recomposio da ordem jurdica violada condiciona-se primordialmente ao interesse pblico. J a Lei n. 9.784/1999 tem tastro na importncia da segurana jurdica no Direito Pblico, enquanto estipula, em seu art. 54, o prazo decadenciat de 5 anos para a reviso do ato administrativo e permite, em seu art. 55, a manuteno da eficcia mediante convalidao. Esse itimo artigo diz respeito atribuio de validade a atos meramente anuiveis, mas pode ter aplicao excepciona) a situaes extremas, como a que resulta grave leso a direito subjetivo, no tendo seu titu lar responsabilidade pelo ato eivado de vcio, tal como se d na seara de atos administrativos nulos e inconstitucionais. Anote-se que da excepcionada a hiptese de m-f do administrado. Dessarte, conclui-se que o ato em questo induvidosamente ilegal, no entanto sua efetivao em conformidade com a lei estadual vigente poca (em que pese sua inconstitucionalidade), a aposentao com o beneplcito do Tribunal de Contas estadual e o transcurso do referido prazo decaden- cial consolidaram uma singular situao ftica que produziu conseqncias jurdicas inarredveis, a impor a prevalncia do princpio da segurana jurdica sobre outro valor tambm em ponderao, a legalidade. Assim, assegura-se o direito de a recorrente preservar sua aposentadoria no cargo de professora nvel !V. Precedentes citados do STF: MS 26.560-DF, DJ 22/2/2008; do STi: RMS 18.123-TO, DJ 30/5/2005; RMS 14.316-TO, DJ 2/8/2004, e RMS 13.952-TO, DJ 9/12/2003. RMS 24.339-TO, Rei. M in. Napoleo Nunes Maia Filho, julgado em 30/10/2008.

    O julgado acima revela litgio muito comum nos tribunais ptrios: o conflito aparente entre o princpio da segurana jurdica e o da legalidade.

    A deciso retrata as posies do STJ e do STF pela prevalncia do princpio da segurana jurdica quando em ponder-. o com o princpio da legalidade nos casos de ascenses funcionais ocorridas sob a gide da legislao permissiva, ainda que considerada posterior declarao pelo STF da inconstitucionalidade dessa forma de provimento derivado.

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  • P r in c p io s

    /3. PRINCPIO DA IMPESSOALIDADE3.1. Atribuio de nome de pessoa viva a bem pblico

    'P- STF, PLENO, INFORMATIVO Ns 494

    Por vislumbrar afronta ao princpio da autonomia municipal, de- clarou-se a inconstitucionalidade do art. 30, que impe aos M unicpios o encargo de transportar da zona rural para a sede do Municpio, ou Distrito mais prximo, alunos carentes matriculados a partir da 5- srie do ensino fundamental, bem como do 3- do art. 35, que dispe que as Cmaras Municipais funcionaro em prdio prprio ou pbiico, independentemente da sede do Poder Executivo. Reputaram-se inconstitucionais, da mesma forma, os 6e a 8e do art. 37 que tratam da remunerao, composta por subsdio e representao, do Prefeito , tambm por ofensa ao princpio da autonomia municipal, e o 9 3 desse mesmo dispositivo, que probe-que-o Prefeito se ausente por mais de 10 dias, sem prvia licena da Cmara Municipal, em face do desrespeito ao art. 49, III, da CF, de observncia obrigatria pelos Estados-membros, que impe a autorizao legislativa somente nos casos em que o Chefe do Executivo se ausente por prazo superior a 15 dias. Reconheceu-se, ainda, a inconstitucionalidade do 25 do art. 38, que prev que o Vice-Prefeito, ocupante de cargo ou emprego no Estado ou Municpio, ficar, automaticamente, disposio da respectiva municipalidade, enquanto perdurar a condio de Vice-Prefeito, sem prejuzo dos salrios e demais vantagens, ao fundamento de coliso com o art. 38, III, da CF, que estabelece uma nica hiptese de acumulao, no que se refere aos Vereadores. Por fim, declarou-se a inconstitu- cionalidade do 39 desse mesmo art. 38, por violao ao princpio da autonomia municipal. Quanto ao art. 20, V, que veda ao Estado e aos Municpios atribuir nome de pessoa viva a avenida, praa, rua, logradouro, ponte, reservatrio de gua, viaduto, praa de esporte, biblioteca, hospital, maternidade, edifcio pbiico, auditrios, cidades e saias de aula, o Tribunal, julgou o pedido improcedente, por reput-lc compatvel com o princpio da impessoalidade (CF, art. 37, caput e 19). ADI 307/CE, rei. Min. Eros Grau, 13.2.2008.

    O Pleno do STF, neste voto relatado pelo Min. Eros Grau, homenageia o princpio da impessoalidade, fazendo valer a

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  • A r m a n d o M e r c a d a n t e

    norma inserta no art. 37, 1, CF/88, cuja redao a seguinte: 1. A publicidade dos atos, programas, obras, servios e campanhas dos rgos pblicos dever ter carter educativo, informativo ou de orientao social, dela no podendo constar nomes, smbolos ou imagens que caracterizem promoo pessoal de autoridades ou servidores pblicos.

    Em seu voto, o Min. Eros Grau fez referncia Lei 6.454/77 a seguir parcialmente reproduzida: 4Vr/. I o. proibido, em todo o territrio nacional, atribuir nome de pessoa viva a bem pblico, de qualquer natureza, pertencente Unio ou s pessoas ju rdicas da Administrao indireta. Art. 2 o. igualmente vedada a inscrio dos nomes de autoridades ou administradores em placas indicadores de obras ou em veculo de propriedade ou a servio da Administrao Pblica direta ou indireta. Art. 3. As proibies constantes desta Lei so aplicveis s entidades que, a qualquer ttulo, recebam subveno ou auxlio dos cofres pblicos federais.

    Questo de concurso: sobre o tema veja questo n 34 no caderno de questes.

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  • C a p t u l o

    A d m in is t r a o p b l ic a in d ir e t a

    Sumrio* 1. Autarquias; I.!. Agncias Reguladoras: 1.1.1. Poder regulatrio: legitimidade de exigncias atravsde portaria; 1.1.2. Voto de qualidade: legitimidade; 1.2. Conselhos de Fiscalizao ~ 2. Fundaes pblicas de direito pblico: 2.1. Fundao Banco do Brasil- FBB; 2.2. Natureza jurdica: espcies de autarquias ~ 3. Empresas Pblicas: 3.1. CEF: impossibilidade de alienao de imveis funcionais 4. Sociedade de economia mista: 4.1. Pe- nhora de rendimentos x continuidade do servio pblico; 4.2. Bens da RFFSA e possibilidade de usucapio; 4.3. Prescrio 5. Ordem dos Advogados do Brasil: 5.1 . Natureza jurdica, concurso pblico e regime celetista.

    1. AUTARQUIAS

    1.1. Agncias Reguladoras... Poder regulatrio: legitimidade de exigncias atravs de portaria

    > STJ, PRIMEIRA TURMA, INFORMATIVO 331

    Trata-se de recurso contra acrdo do TRF da Segunda Regio cujo objetivo afastar a exigncia prevista na Portaria n. 202/1999 da Agncia Nacional do Petrleo - ANP, de comprovao, por distribuidora de petrleo, de regularidade junto ao Sistema de Cadastra- mento Unificado de Fornecedores - Sicaf. O Min. Relator ressaltou que no h, no acrdo recorrido, debate acerca da aplicao do princpio da irretroatividade da mencionada portaria e, nesse ponto, no pode ser conhecido o recurso. Firmado em precedentes de ambas as Turmas, entendeu ser legtima a exigncia prevista na Portaria n. 202/1999 da ANP, segundo a qual o pedido de registro do distribuidor de combustvel deve ser instrudo com a comprovao de regularidade perante o Sicaf. A portaria traduz manifestao do poder regulatrio e fiscalizatrio atribudo ANP pelo art. 89 da Lei n. 9.478/1997. Assim, a exigncia da ANP de cadastramento prvio do distribuidor no Sicaf legtima, j que decorrente do exerccio regular de suas finalidades. Precedentes citados: REsp 676.172-RJ, DJ 27/6/2005, REsp 714.110-RJ e DJ 3/10/2005. REsp 640.460-RJ, Rei. Min. Teori Albino Zavascki, julgado em 11/9/2007.

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  • A r m a n d o M e r c a d a n t e

    A Primeira e a Segunda Turma do STJ, especializadas em Direito Pbiico, j se manifestaram que as agncias reguladoras tm competncia, desde que outorgada a elas por lei, para a produo de atos normativos gerais, abstratos e impessoais visando regulamentao tcnica e fiscalizao das atividades relacionadas ao setor a que foram direcionadas. Dessa forma, so legtimas as exigncias impostas pelas referidas agncias que decorram do exerccio regular de suas finalidades, :

    No sentido deste julgado, o STJ tambm se manifestou ao julgar legtima a norma contida na Portaria n 72/2000 da ANP -Agncia Nacional do Petrleo que limita o volume de combustvel a ser adquirido por distribuidoras (RJEsp 676172 - DJ 27/06/05).

    Qiiesto de concurso: sobre o tema veja questo n 20 no caderno de questes.

    1.1.2. Voto de qualidade: legitimidade

    > STJ, SEGUNDA TURMA, INFORMATIVO N- 329

    Trata-se de recurso contra acrdo do TRF da P Regio que, examinando questo sobre deciso administrativa do Plenrio do Conselho Administrativo de Defesa Econmica - Cade, concluiu pela validade do referido julgamento, ao fundamento de que o art. 8e, II, da Lei n. 8.884/1994 autoriza a Presidncia da autarquia a participar da deciso emitindo voto como integrante do Conselho e, quando necessrio, a tambm proferir voto de desempate. A Min. Relatora observou que a mencionada lei, ao transformar o Cade em autarquia, disps sobre a preveno e a represso s infraes contra a ordem econmica e estabeleceu no art, 8- competir ao seu presidente presidir com direito a voto, inclusive o de qualidade, as reunies do Plenrio, deixando claro que o presidente poderia votar e tambm desempatar. Da a meno ao voto de qualidade, que nada mais do que voto de desempate. Concluiu a Min. Relatora, aplicando ao caso o princpio da legalidade, que, segundo a norma, no h como afastar-se o voto de qualidade da presidente do Cade, mesmo depois de ter sido por ela proferido

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  • A d m in is t r a o p b l ic a in d ir e t a

    voto como integrante do coiegiado. Assim, a Turma, ao prosseguir o julgamento, negou provimento ao recurso. REsp 966.930-DF, Rei. Min. Eliana Calmon, julgado em 28/8/2007. 2- Turma.

    A Segunda Turma do STJ, invocando o princpio da legalidade, decidiu que o voto de qualidade nos julgamentos do CADE legtimo por estar previsto na Lei 8.884/1994. Neste mesmo processo, a Primeira Turma do STF no apreciou o recurso extraordinrio interposto j que o mesmo foi inadmitido na origem. Contudo, na deciso que desproveu por maioria o agravo regimental apresentado para destrancar o citado recurso extraordinrio (AI 682486 AgR/DF - informativo 491), o Ministro Marco Aurlio, vencido em seu voto juntamente com o Ministro Carlos Brito, sustentou que o voto de qualidade consubstancia a .existncia de um superrgo, contrariando princpios constitucionais implcitos, sendo incompatvel, portanto, com os novos ares democrticos. Os demais Ministros no se manifestaram sobre o voto de qualidade, limitando-se a analisar apenas aspectos processuais que impediam a apreciao do recurso.

    1.2. Conselhos de Fiscalizao

    ^ STJ, SEXTA TURMA, INFORMATIVO N9 303

    A questo resume-se a saber se os servidores dos conselhos de fiscalizao, hoje denominados autarquias de regime especial, so regidos pela CLT ou pela Lei n. 8.112/1990, para que, nesse passo, defina-se se tem ou no o recorrente direito licena do art. 92 da referida norma estatutria. A Min. Relatora assinalou que os conselhos de fiscalizao possuem a natureza de autarquia especial, por fora da interpretao dada pelo STF no julgamento da ADI 1.717-DF. Contudo seus servidores permanecem celetistas em razo do art. 58, 32, da lei n. 9.649/1998, que no foi atingido pela referida ADI. Antes da edio da mencionada lei, os servidores das entidades de fiscalizao eram estatutrios por fora da CF/1988 e do art. 243 da Lei n. 8.112/1990. Contudo a efetivao da licena se daria nos dias atuais, momento em

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  • A r m a n d o M e r c a d a n t e

    que o servidor celetista, portanto sem direito tal licena. Isso posto, a Turma negou provimento ao recurso. REsp 198.179-Rj, Rei. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 9/11/2006.

    O art. 58 da Lei 9.649/98 trata dos servios de fiscalizao de profisses regulamentadas. O STF no julgamento da ADI 1.717-DF, relatada pelo Ministro Sydney Sanches, declarou inconstitucionais o caput e 1, 2, 4o, 5o, 6o, 7o e 8o do referido dispositivo.

    Eis o teor do dispositivo citado: Art. 58. Os servios de fiscalizao de profisses regulamentadas sero exercidos em carter privado, por delegao do poder pblico; mediante autorizao legislativa. 1-A organizao, a estrutura e & funcionamento dos conselhos de fiscalizao de profisses regulamentadas sero disciplinados mediante deciso do plenrio do conselho federal da respectiva profisso, garantindo-se que na composio deste estejam representados todos seus conselhos regionais. 2a Os conselhos de fiscalizao de profisses regulamentadas, dotados de personalidade jurdica de direito privado, no mantero com os rgos da Administrao Pblica qualquer vnculo funcional ou hierrquico. 3- Os empregados dos conselhos de fiscalizao de profisses regulamentadas so regidos pela legislao trabalhista, sendo vedada qualquer forma de transposio, transferncia ou deslocamento para o quadro da Administrao Pblica direta ou indireta. 4- Os conselhos de fiscal izao de profisses regulamentadas so autorizados afixar, cobrar e executar as contribuies anuais devidas por pessoas fsicas ou jurdicas, bem como preos de servios e multas, que constituiro receitas prprias, considerando-se ttulo executivo extrajudicial a certido relativa aos crditos decorrentes. 5a O controle das atividades financeiras e administrativas dos, conselhos de:--fhalizqo^er-profisses. regulamentadas ser realizado pelos seus rgos intemos/ de- vendosconselhosregiohaisprestarconfas,anulmente,:ao conselho federal da respectiva profisso, e estes aos conselhos

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  • A d m in is t r a o p b l ic a in d ir e t a

    regionais. &- Os conselhos de fiscalizao de profisses regulamentadas, por constiturem servio pblico, gozam de imunidade tributria total em relao aos seus bens, rendas e servios. 7~ Os conselhos de fiscalizao de profisses regulamentadas promovero, at 30 de junho de 1998, a adaptao de seus estatutos e regimentos ao estabelecido neste artigo 8a. Compete Justia Federal a apreciao das controvrsias que envolvam os conselhos de fiscalizao de profisses regulamentadas, quando no exerccio dos servios a eles delegados, conforme disposto no caput 9a O disposto neste artigo no se aplica entidade de que traa a Lei n. 8.906, de 4 de julho de 1994.

    A partir deste julgamento, firmou-se no STF os seguintes posicionamentos quanto aos conselhos profissionais: a) os servios de fiscalizao de profisses regulamentadas constituem atividade tpica do Estado (exerccio de poder de polcia); b) os conselhos de fiscalizao so criados por lei especfica (pessoa jurdica de direito pblico), possuindo natureza jurdica de autarquias, sendo integrantes, portanto, da administrao indireta; c) na condio de entidades da administrao indireta sujeitam- se superviso ministerial do Poder Executivo; d) esto sujeitos prestao de contas perante o Tribunal de Contas da Unio; e) face natureza de autarquia, seus litgios sero resolvidos, em regra, na Justia Federal (art. 109,1, CF/88).

    O STJ perfilha-se a estas posies do STF. Inclusive, no STJ, vige a Smula n 66, cujo teor o seguinte: Compete Justia Federal processar e julgar execuo fiscal promovida por Conselho de fiscalizao profissionaT\

    Importante destacar que no CC 51879/SP (DJ 28/05/07) a Primeira Seo do STJ decidiu que ser competente a Justia Estadual para apreciar mandado de segurana impetrado por conselho de fiscalizao profissional buscando a defesa dos profissionais nele inscritos, por tratar-se de substituio processual. Nos termos do julgado, o interesse direto seria dos profissionais registrados, e no da autarquia.

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    Contudo, quanto ao regime de trabalho, algumas consideraes devem ser feitas. Inicialmente, por fora do Decreto-lei 968/69, os conselhos de fiscalizao poderiam contratar servidores tanto pelo regime estatutrio como pelo celetista, situao alterada pelo art. 39, caput, da CF: Art. 39. Unio, os Estados, o Distrito Federal e os Municpios instituiro, no mbito de sua competncia, regime jurdico nico e planos de carreira para os servidores da administrao pblica direta, das autarquias e das fundaes pblicas

    Para regulamentar este artigo, no mbito federal, o legislador inseriu na Lei 8.112/90 o seguinte dispositivo: Art. 243. Ficam submetidos ao regime jurdico institudo por esta lei, na qualidade de servidores pblicos, os servidores dos Poderes da Unio, dos ex-Territrios, das autarquias, inclusive as em regime especial, e das fundaes pblicas, regidos pela Lei n.01.711, de 28 de outubro de 1952 - Estatuto dos Funcionrios Pblicos Civis da Unio, ou pela Consolidao das Leis do Trabalho, aprovada pelo Decreto-Lei n. 5.452, de I o de maio de 1943/ exceto os contratados por prazo determinado, cujos contratos no podero ser prorrogados aps o vencimento do prazo de prorrogao. I o Os empregos ocupados pelos servidores includos no regime institudo por esta Lei ficam transformados em cargos, na data de sua publicao

    A partir de ento, os funcionrios celetistas das autarquias federais passaram a ser servidores estatutrios, no mais sendo admitida a contratao pelo regime celetista.

    Com a edio da Lei 9.649/98, o seu art. 58, 3, definiu que o regime de trabalho passaria a ser celetista; dispositivo que passou inclume pelo julgamento do STF na ADI 1.717, uma vez que seu exame restou prejudicado pela superveniente Emenda Constitucional 19/98 que extinguiu a obrigatoriedade do Regime Jurdico nico. Dessa forma, a partir da citada lei, os conselhos profissionais adotaram o regime de trabalho celetista.

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    Ocorre que, em 2 de agosto de 2007, o STF deferiu parcialmente medida liminar na ADI 2.135/DF para suspender a vigncia do art. 39, caput, da Constituio Federal, com a redao atribuda pela referida emenda constitucional, conforme noticiado no informativo n 474. Com essa deciso, subsiste para a administrao pblica direta, autrquica e fundacional a obrigatoriedade de adotar regime jurdico nico, ressalvadas as situaes consolidadas na vigncia da legislao editada nos termos da emenda declarada suspensa.

    Diante desse quadro, em que pese no haver pronunciamento especfico do STF quanto ao regime de trabalho dos conselhos profissionais aps a ADI 2135/07, sua natureza de autarquia faz com que seja abarcada por esta deciso, vinculando-as novamente ao regime jurdico nico.

    2. FUNDAES PBLICAS DE DIREITO PBLICO2.1. Fundao Banco do Brasil - FBB

    & STF, PLENO, INFORMATIVO W 438

    O Tribunal concedeu mandado de segurana impetrado pelo Banco do Brasil para anuiar deciso do Tribunal de Contas da Unio que fixara o prazo de 180 dias para que o impetrante providenciasse, junto ao Presidente da Repblica, o encaminhamento de projeto de lei ao Congresso Nacional para formalizar a criao da Fundao Banco do Brasil - FBB, em face do disposto no art. 37, XiX, da CF e do art. 25,a, do Decreto-lei 900/69 {"Art. 22. No sero institudas pelo Poder Pblico novas fundaes que no satisfaam cumulativamente os seguintes requisitos e condies: a) dotao especfica de patrimnio, gerido peios rgos de direo da fundao segundo os objetivos estabelecidos na respectiva lei de criao;"). Entendeu-se que, em razo de a FBB ter sido instituda em 16.5.86, o art. 37, XIX e XX da CF/88 e a Lei 7.596/87 - que alterou o Decreto-lei 900/69-, por serem posteriores, no seriam a ela aplicveis. Quanto ao art. 25, a, do Decreto-lei 900/69, considerou-se que, apesar de vigente poca da instituio da FBB, somente alcanaria as fundaes institudas peto

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    Poder Pblico integradas no mbito da Administrao, desempenha- doras de funo desta, ou seja, fundaes pblicas. Asseverou-se que a insero dessas fundaes no quadro da Administrao Indireta veio a ocorrer, nos termos do disposto no art. do Decreto-iei 2.299/86 e no art. 12 da Lei 7.596/87, tendo o ltimo previsto a instituio de fundao pblica para o desenvolvimento de atividades estatais "que no exijam execuo por rgos ou entidades de direito pblico". Com base nisso, concluiu-se que a FBB, por perseguir finalidades privadas e no atividade prpria de entidade da Administrao Indireta federal, no estaria includa entre aquelas referidas pelo art. 2^ do Decreto-lei 900/69. Esse preceito tambm seria ina- plicvel ante a circunstncia de o Banco do Brasil no estar abrangido pela expresso "Poder Pblico" nele contida. Por fim, reputou-se inexeqvel a exigncia dirigida ao Banco do Brasil, na medida em que dependente de ato positivo do Presidente da Repblica. Os Ministros Crmen Lcia e Joaquim Barbosa acompanharam o relator quanto concluso, no se comprometendo com a tese acerca da natureza jurdica da FBB. MS 24427/DF, rei. Min. Eros Grau, 30.8.2006. Plenrio.

    O STF decidiu que a Fundao Banco do Brasil - FBB - no possui a natureza jurdica das fundaes integrantes da Administrao Indireta, bem como no entidade integrante desta Administrao, motivo pelo qual sua criao no depende da autorizao legislativa prevista no art. 37, IX, da Constituio Federal.

    2.2. Natureza jurdica: espcies de autarquias

    STJ, 63 TURMA, INFORMATIVO N9 325

    Trs so as questes fundamentais que se sobrepem para a soluo da controvrsia, a saber: qual a natureza jurdica das fundaes pblicas, qual a natureza jurdica da Legio Brasileira de Assistncia (LBA) e, em conseqncia das respostas aos itens anteriores, tm os procuradores da LBA direito s gratificaes insculpidas nos DLs ns. 2.333/1987 e 2.365/1987? A Min. Relatora esclareceu que as fundaes pblicas, por possurem capacidade exclusivamente administrativa, so autarquias, aplicando-se a elas todo o regime jurdico

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    das autarquias. A natureza jurdica da LBA de fundao pblica que, em razo da definio antes apontada, classifica-se como espcie do gnero autarquia. Assim, aplicvei o DL n. 2.365/1987 aos procuradores da LBA, sobretudo em ateno aos entendimentos deste Superior Tribunai e do STF, no sentido de definirem a LBA como uma espcie do gnero autarquia. No tocante apiicao do DL n. 2.333/1987, a exegese do contedo da norma em comento, conjuntamente com o disposto no art. 35, IV, do Dec. n. 93.237/1986, autoriza a aplicao do DL n. 2.333/1987 aos procuradores da LBA. Isso posto, a Turma, ao prosseguir o julgamento, negou provimento ao recurso da Unio e deu provimento ao recurso adesivo. Precedentes citados do STF: RE 215.741-SE, DJ 4/6/1999; CJ 6.650-RS, DJ 7/8/1987; do STJ: REsp 332.410-PR, DJ 14/6/2006, e CC 14.747-SE, DJ 12/5/1997. REsp 204.822-RJ, Rei. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 26/6/2007. 63 Turma.

    Diante da 'diversidade de opinies da doutrina quanto natureza jurdica das'fundaes pblicas, o STF manifesta-se pela sua classificao como espcie do gnero autarquia! Tal deciso aplica-se s fundaes pblicas de direito pblico (criadas por lei)? denominadas pela doutrina de fundaes autrquicas, que se di- ferenciam das fundaes pblicas de direito privado (criao autorizada por lei), tambm integrantes da Administrao Indireta.

    Dessa forma, a interpretao que se deve dar ao art. 37, XIX, da OF/88, a de que duas fundaes pblicas integram a administrao indireta: uma de natureza pblica e outra de natureza privada.

    3. EMPRESAS PBLICAS3.1. CEF: Impossibilidade de alienao de imveis funcionais

    I STJ, SEGUNDA TURMA, INFORMATIVO Ne 2S3

    A CEF, por no ser uma empresa pblica comum, mas federal, com personalidade jurdica de direito privado para atuar no mercado financeiro e vinculada ao Ministrio da Fazenda {Decreto n. 99.531/1990, Dec.-lei n. 759/1969 e Decreto n. 5.056/2004), destina-se a impedir o

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    desvirtuamento de suas finalidades precpuas, tai como a especulao imobiliria. Pla Lei n. 8.025/1990, art. 13, vedada a alienao de imveis residenciais no-vinculados (na verdade> vinculados) s suas atividades operacionais. Por isso, provido o recurso para anuiar contrato de cesso de imveis entre a CEF e a SAF/PR, por no ter havido desafetao da finalidade, questo omitida nos autos pela empresa (art. 37, caput e respectivo l 5, do Decreto n. 99.266/1990). REsp 650.736-DF, Rei. Min. Eliana Calmon, julgado em 4/5/2006. 22 Turma.

    A notcia do informativo acima reproduzido contm uma informao que destoa do julgado em questo (certo que por erro de digitao e no de contedo), pois afirma que pelo art. 13 da Lei 8.025/90 vedada a alienao de imveis residenciais no vinculados s atividades operacionais da CEF, quando na realidade o referido dispositivo veda a alienao de imvel vinculado s atividades operacionais. Neste julgado, a Segunda Turma do STJ decidiu em consonncia com esta norma. De acordo com o voto da Ministra Eliana Calmon, a Caixa Econmica Federal est exposta s restries impostas s instituies financeiras, dentre elas a de que a reserva tcnica de imveis no pode ser utilizada para outra finalidade que no a utilizao pelos prprios diretores e/ou funcionrios da CEF. Portanto, referidos imveis no podem ser obj eto de alienao, salvo se foram desafetados.

    4. SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA

    4.1. Penhora de rendimentos x continuidade do servio pblico

    P STF, PLENO, INFORMATIVO m 404

    O Tribunal, por maioria, concedeu liminar em ao cautelar para conferir suspenso dos efeitos de deciso de 1- instncia - que, em execuo, determinara a penhora dos recursos financeiros da Companhia do Metropolitano de So Paulo - METR -, at o julgamento de recurso extraordinrio por esta interposto, e para restabelecer esquema de pagamento antes concebido na forma do art. 678, pargrafo nico, do CPC. Sustenta a ora requerente, no recurso extraordinrio, que no se lhe aplica o regime jurdico prprio das empresas

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    privadas (CF, art. 173, V, li), porquanto no exerce atividade econmica em sentido estrito, razo pela qua! pleiteia a prerrogativa da impenhorabiidade de seus bens, tal como concedida peia Corte Empresa Brasileira de Correios e Telgrafos - ECT no julgamento do RE 220906/DF (DJU de 14.11.2002). Tendo em conta tratar-se de empresa estatal prestadora de servio pbiico de carter essencial, qual seja, o transporte metrovirio {CF, art. 30, V), e que a penhora recai sobre as receitas obtidas nas bilheterias da empresa que esto vinculadas ao seu custeio, havendo sido reconhecida, nas instncias ordinrias, a inexistncia de outros meios para o pagamento do dbito, entendeu-se, com base no princpio da continuidade do servio pblico, bem como no disposto no art. 620 do CPC, densa a plausibilidade jurdica da pretenso e presente o periculum in mora. Vencido o Min. Marco Auriio que indeferia a liminar ao fundamento de que a empresa em questo sociedade de economia mista que exerce atividade econmica em sentido estrito, no lhe sendo extensvel a orentao fixada peio Supremo em reiao ECT. AC 669 MC/ SP, re. Min. Carfos Britto, 6.10.2005. Pleno.

    O STF pautou sua deciso no objeto social da Companhia do Metropolitano de So Paulo (METR): prestao de servios pblicos. Os Ministros entenderam que os bens vinculados prestao do servio pblico no podem ser objeto de penhora, sob pena de leso ao princpio da continuidade do servio pblico. Em seus votos citaram como precedente o julgamento do RE 220.906 (DJ 14/11/02), no qual a Corte estendeu a impe- nhorabilidade das pessoas jurdicas de direito pblico empresa pblica federal Correios. O voto dissidente foi do Ministro Marco Aurlio, que sustentou a penhorabilidade dos bens do METR por vislumbrar o exerccio de atividade econmica e a ausncia de semelhana ao precedente dos Correios, por ser este empresa pblica e o METR sociedade de economia mista.

    A posio que predomina no STF e STJ, no que concerne s empresas pblicas e sociedades de economia mista prestadoras de servios pblicos, pela impenhorabiidade de seus bens afetados s suas atividades. No STJ pode-se citar como

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    precedente o julgamento da Primeira Turma do AgRg no REsp 1075160-AL (DJe 17/11/09), ocasio em que ficou decidido que impenhorvel imvel onde sediada sociedade de economia mista prestadora de servio pblico de abastecimento de gua e saneamento.

    Questo de concurso: Sobre o tema veja questes n 18 e 19 no caderno de questes.

    4.2. Bens da RFFSA e possibilidade de usucapio* STJ, QUARTA TURMA, INFORMATIVO W 385Cinge-se a matria viabilidade da propositura de ao de usucapio de bem imvel pertencente rede ferroviria. O Min. Relator entendia que, uma vez desativada a via frrea e, consequentemente,, afastado o bem de sua destinao de interesse pblico, o imvel perdeu o carter especial, motivo pelo qual passou a ter natureza de bem particular pertencente sociedade de economia mista, portanto passvel de usucapio. Mas o Min. Carlos Fernando Mathias {Juiz convocado do TRF da l Regio), discordando do Min. Relator, entendeu tratar- se de bem includo entre os da Unio, conforme o art. 19 do DL n. 9.760/1946. Alm de tambm mencionar as Leis ns. 3.115/1957 e6.428/1977, ressaltou que a recente Lei n. 11.483/2007, com a redao dada ao inciso II do art. 23 pela Lei n. 11.772/2008, disps que os bens imveis da extinta RFFSA ficam transferidos para a Unio. Diante disso, a Turma, por maioria, conheceu do recurso da Unio e lhe deu provimento. REsp 242.073-SC, Rei. originrio Luis Felipe Salomo, Rei. para acrdo Min. Carlos Fernando Mathias (Juiz convocado do TRF da 1^ Regio), julgado em 5/3/2009.

    Com esta deciso, a Quinta Turma do STJ considerou im- penhorveis os bens da extinta RFFSA. A Lei n 11.483/07, com a redao dada ao inciso II do artigo 2o, pela Lei n11.772/08, disps que os bem imveis da extinta RFFSA fL- cam transferidos para a Unio Esta previso legal por si s suficiente para indicar a titularidade dos imveis da extinta

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    RFFSA. Contudo, do voto do Min. Aldir Passarinho Junior, que aderiu tese vencedora, extrai-se fundamento bastante interessante: Efetivamente, o bem da Unio no usucapvel, e mepreocupa sobremaneira a possibilidade de, pelo no uso, ainda que possa ser definitivo, mas havendo uma destinao do bem de uso to-somente pelo no uso, poder se declarar larga que aquele patrimnio se toma usucapvel. Imagino isso em uma extenso, e bem da Unio tem uma extenso nacional, o bvio, mas relevante e comum de isso acontecer, pode ser que um determinado armazm seja desativado por estar sendo usado, por exemplo, para guarda de safra agrcola, ou um leito de rodovia cujo trao alterado. Parece-me que seria uma abertura muito grande para se considerar essa possibilidade; quer dizer, as pessoas poderiam ocupar imediatamente o leito de uma via frrea com casas ou com o que fosse, e a partir da se daria essa perda do direito de propriedade pela ocupao no decorrer do tempo .

    4.3- Prescrio

    J STi, TERCEIRA TURMA, INFORMATIVO W 360A jurisprudncia neste Superior Tribuna} sedimentou-se no sentido de que o prazo prescricional nas aes de cobrana propostas em relao s sociedades de economia mista concessionrias de servio pblico de 20 anos, como previsto no art. 177 do CC/1916, o qual foi reduzido para 10 anos pelo art. 205 do CC/2002. Outrossim, destaca o Min. Relator que as sociedades de economia mista tm natureza jurdica de direito privado, porquanto funcionam e se organizam como empresas privadas, descentralizadas do Poder Pblico. Por isso, aplica-se a prescrio ordinria atribuda s aes pessoais, consoante os citados artigos. Conseqentemente, na hiptese dos autos, a concluso da obra de eletrificao rural foi em 4/5/1995, iniciando-se o lapso prescricional somente em 4/5/1999, devido ao prazo de quatro anos que a empresa de energia eltrica tinha aps a concluso da obra para efetuar o ressarcimento do investimento. Portanto, o prazo de prescrio era 20 anos, mas, considerando o disposto no art. 2.028 do CC/2002, no havia transcorrido mais da metade do prazo vintenrio quanto da vigncia do CC/2002. Assim, aplica-se o prazo estabelecido

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    pela lei nova, cujo termo iniciai 11/1/2002. Dessarte, no se operou a prescrio porque a ao foi ajuizada em 17/10/2006, Com esse entendimento, a Turma afastou a prescrio e determinou o retorno dos autos ao Tribuna! de origem para julgamento. Precedentes citados: Ag 1.004.015-RS, DJ 16/4/2008, e Ag 979.123-RS, DJ 11/4/2008. REsp 1.042.968-RS, Rei. Min. Massami Uyeda, julgado em 19/6/2008.

    A Terceira (deciso acima) e a Quarta Turma (AgRg no Ag 1127923/RS, DJe 30/11/09) tm posio idntica quanto ao tema: aplica-se s sociedades de economia mista prestadoras de servios pblicos o prazo de 20 anos (art. 177 do CC/1916), reduzido para 10 anos pelo art. 205 do CC/2002, nas aes de cobrana de dvidas.

    Contudo, a Segunda Seo, que rene Primeira e Segunda Turmas, no julgamento do REsp 1.053.007/RS (DJe 09/12/09) em situao semelhante, decidiu pela aplicao do prazo pres- cricional de 5 anos previsto no art. 206, 5, I, CC, nas hipteses em que a dvida consta de instrumento pblico ou particular.

    5. ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL5.1. Natureza jurdica, concurso pblico e regime celetista

    STF, PLENRIO, INFORMATIVO N2 430

    Concludo julgamento de ao direta ajuizada peio Procurador-Gerai da Repblica, na qual se objetivava a declarao de inconstituciona- lidade da expresso "sendo assegurando aos optantes o pagamento de indenizao, quando da aposentadoria, correspondente a cinco vezes o valor da ltima remunerao", contida no l s do art. 79 da Lei 8.906/94 (Estatuto da OAB), e, ainda, a interpretao conforme o inciso II do art. 37 ao caput do referido art. 79, no sentido de ser exi- gvel o concurso pblico para provimento dos cargos da OAB - v. Informativo n5 377. No que se refere ao caput do art. 79 da Lei 8.906/94, o Tribunal, por maioria, julgou improcedente o pedido formulado, por entender que, em razo de a OAB no integrar a Administrao Pblica, no se haveria de exigir a regra do concurso pblico. Vencidos, no ponto, os Mins. Joaquim Barbosa e Gilmar Mendes que davam interpretao conforme, com eficcia ex nunc, ressalvando

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  • A d m in is t r a o p b l ic a in d ir e t a

    os cargos de chefia, direo ou assessoramento, por considerar que a OAB exerce servio pblico de forte carter estatal e submete-se, por isso, ao regime republicano do concurso pblico. Quanto ao 12 do art. 79 da lei impugnada, o Tribunal, unanimidade, julgou improcedente o pedido formulado, por no vislumbrar a alegada violao ao princpio da moralidade administrativa (Lei 8.906/94: "Art. 79. Aos servidores da OAB, aplica-se o regime trabalhista. ie Aos servidores da OAB, sujeitos ao regime da Lei n 8.112, de 11 de dezembro de 1990, concedido o direito de opo pelo regime trabalhista, no prazo de noventa dias a partir da vigncia desta lei, sendo assegurado aos optantes o pagamento de indenizao, quando da aposentadoria, correspondente a cinco vezes o valor da ltima remunerao"). Asseverou-se, no ponto, que a previso de indenizao seria razovel porque destinada a compensar, aos optantes peio regime celetista, a perda de eventuais direitos e vantagens at ento integrados ao patrimnio dos funcionrios, e que o dispositivo estatuiu disciplina proporcional e consoante os princpios da igualdade e isonomia. Alm disso, o preceito j teria produzido efeitos, devendo ser preservadas as situaes constitudas por questes de segurana jurdica e boa-f. ADI 3026/DF, rei. Min. Eros Grau, 8.6.2006.

    Trata-se de julgado no qual houve amplo e rico debate acerca da natureza jurdica da OAB. Por maioria, decidiu-se que a referida entidade, em que pese ser pessoa jurdica de direito pblico, no possui carter jurdico de autarquia, no integrando a administrao pblica indireta. A tese prevalente amparou-se na necessria independncia da OAB, o que justifica a sua desvinculao da administrao indireta para no sofrer controles da administrao direta. Ressaltou-se a diferena entre a OAB e os demais conselhos profissionais a justificar o seu tratamento diferenciado, uma vez que aquela no est voltada exclusivamente a finalidades corporativas, mas tambm a defender a Constituio, a ordem jurdica do Estado democrtico de direito, os direitos humanos, a justia social e pugnar pela boa aplicao das leis, pela rpida administrao da justia e pelo aperfeioamento da cultura e das instituies jurdicas (art. 4 4 ,1, da Lei 8.906/94). No sendo integrante da administrao pblica, no se aplica OAB a obrigatoriedade de concurso pblico.

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  • C a p t u l o I I I

    T e r c e ir o s e t o r

    Sumrio 1. Organizaes Sociais.

    1. ORGANIZAES SOCIAIS

    > STF, PLENRIO, INFORMATIVO N 474

    Em concluso de julgamento, o Tribunal, por maioria, indeferiu medida cautelar em ao direta de inconstitucionalidade ajuizada pelo Partido dos Trabalhadores ~ PT e pelo Partido Democrtico Trabalhista - PDT contra a Lei 9.637/98 - que dispe sobre a qualificao como organizaes sociais de pessoas jurdicas de direito privado, a criao do Programa Nacional de Publicizao, a extino dos rgos e entidades que mencionam, a absoro de suas atividades por organizaes sociais, e d outras providncias - , e contra o inciso XXIV do art. 24 da Lei 8.666/93, com a redao dada pelo art. I 9 da Lei 9.648/98, que autoriza a celebrao de contratos de prestao de servios com organizaes sociais, sem licitao - v. Informativos 156, 421 e 454. Entendeu-se inexistir, primeira vista, incompatibilidade da norma impugnada com CR Quanto ao art. da Lei 9.637/98, que autoriza o Poder Executivo a qualificar como organizaes sociais pessoas jurdicas de direito privado, sem fins lucrativos, cujas atividades sejam dirigidas ao ensino, pesquisa cientfica, ao desenvolvimento tecnolgico, proteo e preservao do meio ambiente, cultura e sade, considerou-se que a Constituio Federal no imps ao Estado o dever de prestar tais atividades por meio de rgos ou entidades pblicas, nem impediu que elas fossem desempenhadas por entidades por ele constitudas para isso, como so as organizaes sociais. O Min. Gilmar Mendes, em voto-vista, nesta assentada, tambm indeferindo a liminar, asseverou que a Lei 9.637/98 institui um programa de publicizao de atividades e servios no exclusivos do Estado, transferindo-os para a gesto desburocratizada a cargo de entidades de carter privado e, portanto, submetendo-os

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  • A r m a n d o M e r c a d a n t e

    a um regime mais flexvel, dinmico e eficiente. Ressaltou que a busca da eficincia dos resultados, mediante a flexibilizao de procedimentos, justifica a implementao de um regime especial, regido por regras que respondem a racionalidades prprias do direito pblico e do direito privado. Registrou, ademais, que esse modelo de gesto pblica tem sido adotado por diversos Estados-membros e que as experincias demonstram que a Reforma da Administrao Pblica tem avanado de forma promissora. Acompanharam os fundamentos acrescentados pelo Min. Gilmar Mendes os M inistros Celso de Melo e Seplveda Pertence. O Min. Eros Grau, tendo em conta a fora dos fatos e da realidade trazida no voto do Min. G ilmar Mendes, mas sem aderir s razes de mrito deste, reformulou o voto proferido na sesso de 2.2.2007. Vencidos o Min. Joaquim Barbosa, que deferia a cautelar para suspender a eficcia dos artigos 5-, 11 a 15 e 20 da Lei 9.637/98, e do inciso XXIV do artigo 24 da Lei 8.666/93, com a redao dada pelo art. 12 da Lei 9.648/98; o M in. Marco Aurlio, que tambm deferia a cautelar para suspender os efeitos dos artigos 1-, 52, 11 a 15,17 e 20 da Lei 9.637/98, bem como do inciso XXIV do art. 24 da Lei 8.666/93, na redao do art. 1- da Lei 9.648/98; e o Min. Ricardo Lewandowski, que deferia a cautelar somente com relao ao inciso XXIV do art. 24 da Lei 8.666/93, na redao do art. 1^ da Lei 9.648/98. Leia o inteiro teor do voto-vista do Min. Gilmar na seo Transcries deste Informativo. ADI 1923 MC/DF, re!. orig. M in. limar Galvo, rei. p/ o acrdo Min. Eros Grau, 1-. 8. 2007.

    Organizao social a qualificao atribuda a pessoas jurdicas de direito privado, sem fins lucrativos, criadas ,por iniciativa de particulares que, por meio de contrato de gesto, recebem delegao do Poder Pblico para o desempenho de servio pblico de natureza social. Tais entidades, no mbito federal, foram regulamentadas pela Lei 9.637/98, que recebeu muitas crticas por parte da doutrina. A matria foi levada ao STF atravs da ADI 1923/DF, sendo o pedido de medida liminar indeferido por maioria. Os Mins. Joaquim Barbosa, Marco Aurlio e Ricardo Lewandowski, vencidos, tiveram em comum nos seus votos a posio pela inconstitucionalidade da alterao

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  • T e r c e r o s e t o r

    efetivada no inciso XXIV do art. 24 da Lei 8.666/93, que criou hiptese de dispensa de licitao para a celebrao de contratos de prestao de servios com as organizaes sociais, qualificadas no mbito das respectivas esferas de governos, para atividades contempladas no contrato de gesto. Ainda no houve julgamento definitivo da matria.

    Questo de concurso: Sobre o tema veja questo n 17 e 28 no caderno de questes.

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  • C a p i t u lo IVA t o s a d m in is t r a t iv o s

    Sumrio 1. Discricionariedade: 1.1. Limites do controle judicial - 2 . Motivao: 2.1. Necessidade de explicitao dos motivos - 3. Anulao: 3.1. Ampla defesa e contraditrio;3.2. Prazo decadencial: critrios para contagem (art. 54 da Lei 9.784/99); 3.3. Teoria do fato consumada.

    1. mSCRICIONARlEDADE1.1. Limites do controle judicial

    > STJ, TERCEIRA SEO, INFORMATIVO 32S

    A recorrente insurge-se contra o ato do M inistro da Defesa que a removeu/ de oficio, do extinto Departamento de Aviao Civil - DAC para o Comando Areo Regional 111. Alega que preenche todos os requisitos legais para ser redistribuda Anac, especialmente porque todos os servidores optantes que ocupavam o cargo de agente administrativo ou de tcnico de assuntos educacionais e integravam o Comando da Aeronutica foram, com a extino do Departamento de Aviao Civil, redistribudos para o quadro da Anac. Mas a Seo denegou a ordem em mandado de segurana ao entendimento de que o ato de redistribuio de servidor pblico Instrumento de poitfca de pessoal da Administrao, que deve ser realizada no estrito interesse do servio, levando em conta a convenincia e a oportunidade da transferncia do servidor para as novas atividades. O controle judicial dos atos administrativos discricionrios deve-se limitar ao exame de sua legalidade, eximindo-se o Judicirio de adentrar a anlise de mrito do ato impugnado. Precedente citado: REsp 187.904-SC, DJ 4/6/2001. MS 12.629-DF, Rei. Min. Felix Fischer, julgado em 22/8/2007, 3- Seo.

    A Terceira Seo do STJ decidiu pela impossibilidade de o Poder Judicirio adentrar no mrito d ato impugnado, devendo a sua atuao limitar-se ao exame da legalidade; Nesse sentido, a Segunda Turma do STJ entendeu que foge do controle do Poder Judicirio a anlise dos critrios adotados pela administrao

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  • A r m a n d o M e r c a d a n t e

    pblica para fixao dos limites de velocidades nas vias de trnsito (REsp 588253-RJDJ 17/10/05).

    O STF tambm se posiciona pela impossibilidade de invaso do mrito administrativo pelo Poder Judicirio, ressalvando-se o controle de legalidade perante a ordem jurdica, conforme ser visto abaixo. Serve de exemplo a deciso proferida no julgamento do RE 480107/PR (pub. em 27/03/2009), de relatora do Min. Eros Grau, em cujo contedo foi externado o entendimento de que a concesso de beneficio de iseno fiscal ato discricionrio, fundado em juzo de convenincia e oportunidade do Poder Executivo, cujo controle vedado ao Poder Judicirio.

    O controle de legalidade exercido por meio da coliso do ato sob anlise com a legislao e os princpios que regem o ordenamento jurdico. Dessa forma, a convenincia e oportunidade podem ser analisadas pelo Judicirio sob a tica dos princpios da razoabilidade, proporcionalidade e moralidade, conforme decidiu a Segunda Turma do STF ao determinar Administrao Pblica que destine do oramento verba para a realizao de obras de recuperao do solo, face comprovao tcnica de que referidas obras seriam imprescindveis para o meio ambiente (REsp 429.570-G0, DJ 22/03/04). o que a doutrina tem chamado de ativismo judicial, propondo a interveno do Judicirio no controle das ineficientes polticas pblicas (judicializao da poltica ou politizao da justia).

    Questo de concurso: sobre o tema veja questo n 22 no caderno de questes.

    2. MOTIVAO2.1. Necessidade de explicitao dos motivos

    & STJ, PRIMEIRA SEO, INFORMATIVO W 248

    O impetrante requereu autorizao ao M in istrio da Educao para o funcionamento de diversos cursos de graduao e ps-graduao.

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  • A t o s a d m in is t r a t iv o s

    Porm, aps cumprir uma srie de recomendaes, o que levou a investimentos vultosos, bem como obter pareceres tcnicos favorveis expedio da autorizao, em itidos por diversas comisses institudas por aquele ministrio, o impetrante viu o ministro da Educao indeferir o pedido para o funcionamento de alguns cursos, ao fundamento de evidente desnecessidade. Diante disso, a Turma entendeu que, mesmo diante da margem de liberdade de escolha da convenincia e oportunidade concedida Administrao, necessria adequada motivao, explcita, clara e congruente, do ato discricionrio (art. 50, I e 12, da Lei n. 9.784/1999) que nega, limita ou afeta direitos ou interesses dos administrados. Anotou que no se supre esse requisito pela simples invocao da clusula do interesse pblico ou a indicao genrica do ato e que a explicitao dos motivos da negativa era especialmente importante na hiptese em razo dos referidos pareceres e da existncia de manifestaes dos Poderes Executivo e Legislativo municipais* no sentido da necessidade de tais cursos para a regio. Ao final, a Turma anulou o ato para que outro seja em itido pela autoridade impetrada com a observncia do requisito da motivao suficiente e adequada. Precedentes citados: REsp 429.570- 60 , DJ 22/3/2004; MS 6.166-DF, DJ 6/12/1999; MS 9.190-DF, DJ 15/12/2003; MS 4.269-PE, DJ 17/6/1996, e REsp 429.570-G0, DJ 22/3/2004. MS 9.944-DF, Rei. M in. Teori Albino Zavascki, julgado em 25/5/2005. l Seo.

    A Primeira Seo do STJ, invocando o art. 50, I, 1, da Lei 9.784/90, decidiu pela obrigatoriedade de motivao dos atos administrativos que neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses dos administrados. Considerou que a simples indicao genrica da clusula do interesse pblico constitui vcio de motivao .Nos termos do 1 do art. 5 0 em referncia, a motivao deve ser explcita, clara e congruente, devendo o agente pblico expor de forma detalhada os fatos concretos e objetivos em que se embasou para a