aritgo - sistemas especialistas um estudo de caso com o expert sinta

Upload: savioaut

Post on 09-Jan-2016

225 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

  • www.facef.br/resiget 1

    SISTEMAS ESPECIALISTAS: UM ESTUDO DE CASO COM O

    EXPERT SINTA

    Lennon Petrik Spirlandelli 1 [email protected]

    Guilherme Henrique Dias dos Santos 2

    [email protected]

    Luciano Rodrigues 3 [email protected]

    Melissa Franchini Cavalcanti Bandos 4

    [email protected]

    RESUMO Esse artigo tem o objetivo de apresentar os Sistemas Especialistas (SEs) por meio de uma linguagem simples, usando o sistema Expert SINTA com exemplo prtico. Assim, inicialmente, foi realizado um levantamento bibliogrfico do tema a partir de dados secundrios, descrevendo os principais aspectos dos SEs e, posteriormente, apresentado o software livre Expert SINTA desenvolvido pelo grupo SINTA da Universidade Federal do Cear (Brasil). Este grupo desenvolvedor de outros SEs acessveis a pessoas que no tem conhecimento na rea de computao. Aps anlise, verificou-se que o Expert Sinta um software que pode oferecer a qualquer pessoa iniciante, resultados precisos para sanar sua problemtica, alm de ensinar os especialistas, meios de programao, de acordo com sua necessidade. Palavras-chaves: Sistemas Especialistas, Software Livre, Expert SINTA ABSTRACT This article aims to present the expert systems through a simple language, using the Expert System SINTA as an example. So, initially, this article was based on a literature research through secondary data, describing the main aspects of expert systems, and later presented the free software Expert System SINTA developed by the SINTA Group from Universidad Federal do Cear (Brazil). This software is a developer of other expert systems and is accessible to people who do not have knowledge in computer science or information systems. After analysis, it was found that the Expert SINTA is good software, which can offer to beginner accurate results to solve problems, in addition, teaches experts according to their needs media programming. Keywords: Expert Systems, Free Software, Expert SINTA _________________

    1,2,3 Discente do Curso de Bacharelado em Sistemas de Informao do Centro Universitrio de Franca Uni-FACEF 4 Docente do Curso de Bacharelado em Sistemas de Informao do Centro Universitrio de Franca Uni-FACEF

  • www.facef.br/resiget 2

    1. INTRODUO

    Este artigo o resultado de uma pesquisa sobre os sistemas de informao

    com foco nos softwares adequados s reas especficas do conhecimento.

    Programas criados para o auxlio de pessoas especializadas em determinadas

    funes, sendo assim, chamados de Sistemas Especialistas (SEs).

    Xavier Py (2009) esclarece que o conceito no qual se baseiam os SEs est

    em permitir que a mquina, por meio do armazenamento e sequenciamento de

    informaes e auto-aprendizagem, possibilite o uso de um conhecimento

    especializado e solucione problemas vinculados a esse conhecimento, por meio de

    um programa ou software.

    Esses softwares possuem nvel de conhecimento semi-equivalente aos

    especialistas, trazendo resultados estticos, permitindo o usurio checar qual

    resposta possui maior percentual e maior importncia tambm. Com isso, alm de

    aumentar a agilidade do trabalho exercido, tambm menos susceptvel a erros,

    pois ao contrrio de um ser humano, a mquina no erra segundo os dados

    trabalhados e a tcnica utilizada.

    Assim, os SEs so sistemas que pretendem substituir ou auxiliar um

    especialista em uma rea especfica do conhecimento, como por exemplo, na rea

    de diagnsticos mdicos. O sistema MYCIN, por exemplo, auxilia no diagnstico e

    terapias de doenas infecciosas.

    Esse artigo, portanto, tem o objetivo de apresentar os Sistemas Especialistas

    (SEs) por meio de uma linguagem simples, usando o sistema Expert SINTA,

    desenvolvido pelo Grupo SINTA da Universidade Federal do Cear, como exemplo

    prtico. Trata-se de um software desenvolvido no Laboratrio de Inteligncia Artificial

    da Universidade Federal do Cear, visando auxiliar pessoas com menor

    conhecimento na rea de computao a desenvolver seu prprio sistema

    especialista, de acordo com suas necessidades.

  • www.facef.br/resiget 3

    Para isso, inicialmente, realizada uma pesquisa bibliogrfica esclarecendo

    os conceitos de SEs e os principais aspectos em torno do tema, para posteriormente

    ser feita uma apresentao sobre as aplicaes do software livre Expert SINTA.

    Verifica-se que o artigo trata-se de um estudo preliminar que visa delinear algumas

    consideraes sobre os SEs a partir da experincia do Grupo SINTA da

    Universidade Federal do Cear.

    Assim, aps essa introduo, apresenta-se a fundamentao terica do tema,

    em se discute aspectos da inteligncia artificial, sistemas baseados no

    conhecimento e sistemas especialistas. Na sequncia, apresentam-se exemplos

    prticos de SEs, discute-se a metodologia usada para redao do artigo, e aps,

    relatam-se os aspectos principais e as aplicaes do Expert Sinta. E ao final, so

    elaboradas as consideraes finais e apresentadas as referncias.

    2. FUNDAMENTAO TERICA

    Antes de tratar de forma especfica dos SEs necessrio fazer referncia aos

    termos inteligncia artificial e sistemas baseados no conhecimento.

    O termo Inteligncia Artificial (IA) surge oficialmente em 1956, conforme nos

    apresenta Xavier Py (2009), durante uma conferncia de vero em Dartmouth

    College , nos Estados Unidos. Xavier Py (2009) citando Barr e Feigenbaum (1981)

    apresentam a IA como parte da cincia da computao que compreende o projeto

    de sistemas computacionais que exibam caractersticas associadas, quando

    presentes no comportamento humano, inteligncia. Verifica-se, portanto, uma

    tentativa de transpor mquina habilidades antes exclusivas ao ser humano.

    No universo da inteligncia artificial, Xavier Py (2009) enuncia duas linhas de

    pesquisa para construo de sistemas inteligentes: a linha conexionista e a linha

    simblica. Segundo a mesma autora, a linha conexionista visa a simulao de

    componentes do crebro, como os neurnios, para modelar a inteligncia humana e

    a linha simblica visa a manipulao simblica de fatos especializados sobre um

    domnio restrito para a construo de sistemas inteligentes.

  • www.facef.br/resiget 4

    Os SEs, foco desse artigo, so oriundos da linha simblica que se segue da

    tradio lgica, tendo como principais pesquisadores McCarthy e Newell. Os

    princpios dessa linha de pesquisa so apresentados no artigo Physical symbol

    systems de Newell, conforme descreve Xavier Py (2009). A autora continua

    afirmando que o sucesso dos SEs, a partir da dcada de setenta, estabeleceu-se em

    razo da manipulao simblica de um grande nmero de fatos especializados

    sobre um domnio restrito como o paradigma corrente para a construo de sistemas

    inteligentes do tipo simblico.

    Ao tratar dos SEs, tambm se deve fazer referncia aos Sistemas Baseados

    no Conhecimento (SBC) ou Knowledge-based Systems que so

    sistemas que aplicam mecanismos automatizados de raciocnio para a representao e inferncia de conhecimento. Esses sistemas costumam ser identificados como simplesmente de inteligncia artificial aplicada e representam uma abrangente classe de aplicaes das quais todas as demais seriam aproximadamente subclasses (XAVIER PY, 2009).

    Assim, os Sistemas Especialistas so subrea da Inteligncia Artificial e uma

    forma de Sistema Baseado no Conhecimento, com o objetivo de apresentar

    concluses sobre determinado tema. Assim, os SEs devem possuir uma base de

    conhecimento formada de fatos, regras e heursticas sobre determinado assunto

    especializado, como a pessoa especializada (ser humano) e ser capaz de oferecer

    sugestes, conselhos e solues para os problemas apresentados pelos usurios,

    alm de permitir novos conhecimentos com essa interao (FLORES, 2003 apud

    XAVIER PY, 2009).

    Ao ilustrar a arquitetura do Sistema Especialista, a figura 1 a seguir,

    apresenta os seguintes componentes: Base de conhecimento (base de regras),

    Mecanismos de inferncia (motor de inferncia), Quadro Negro e Memria de

    Trabalho.

    1. Base de conhecimento ou base de regras: armazena-se todos os

    conhecimentos deixados pelo especialista da rea, sendo moldada conforme os

    objetivos ou metas que se espera alcanar do Sistema Especialista (FLORES, 2003

  • www.facef.br/resiget 5

    apud XAVIER PY, 2009). Xavier Py (2009) enuncia que o conhecimento do sistema

    pode ser representado de trs formas: lgica, redes semnticas ou quadros.

    Figura 1: Arquitetura de um sistema especialista Fonte: XAVIER PY, 2009

    Lgica: a base para a maioria dos formalismos de representao de conhecimento, seja de forma explcita, como nos sistemas especialistas baseados na linguagem Prolog, seja mascarada na forma de representaes especficas que podem facilmente ser interpretadas como proposies ou predicados lgicos (MINSKY, 1975 apud XAVIER PY, 2009). Redes semnticas: um nome utilizado para definir um conjunto heterogneo de sistemas. Em ltima anlise, a nica caracterstica comum a todos estes sistemas a notao utilizada: uma rede semntica consiste em um conjunto de nodos conectados por um conjunto de arcos. Os nodos, em geral, representam objetos, e os arcos representam relaes binrias entre esses objetos. Mas os nodos podem tambm ser utilizados para representar predicados, classes, palavras de uma linguagem, entre outras possveis interpretaes, dependendo do sistema de redes semnticas em questo (XAVIER PY, 2009). Quadros: (frames), e sua variao, os roteiros (scripts), foram introduzidos para permitir a expresso das estruturas internas dos objetos, mantendo a possibilidade de representar herana de propriedades como as redes semnticas. As idias fundamentais destes mtodos foram introduzidas por Marvin Minsky, em seu artigo. A framework to represent knowledge (MINSKY, 1975 apud XAVIER PY, 2009).

    Usurio

    Interface/Usurio Memria de trabalho

    Base de regras

    Ao Recomendada

    Motor de inferncia

    Quadro Negro

  • www.facef.br/resiget 6

    2. Motor de inferncia: relaciona-se com a base de regras, emitindo informaes

    para o sistema e recebendo novas informaes, garantindo-lhe novo aprendizado.

    o responsvel por enviar as informaes destinadas ao usurio de forma algortmica,

    permitindo conversar com a interface do usurio e com a base de conhecimento. Ele

    poder, tambm, desenvolver o aprendizado do usurio informando-lhe a resposta

    ou as alternativas que deseja alcanar, como o aprendizado do sistema,

    realimentando-o com novas informaes ou regras. As regras informadas pelo

    usurio, podero ser tanto afirmativas, como negativas, ou de natureza duvidosa, ou

    interrogativa (novas perguntas). So caractersticas do motor de inferncia: mtodo

    de raciocnio, estratgia de busca, resoluo de conflito e representao de

    incerteza (XAVIER PY, 2009).

    a) Modo de raciocnio: existem basicamente dois modos de raciocnio

    aplicveis as regras de produo: encadeamento progressivo ou encadeamento

    frente (do ingls, forward chaining), e encadeamento regressivo ou encadeamento

    para trs (do ingls, backward chaining).

    No encadeamento progressivo, tambm chamado encadeamento dirigido por dados, a parte esquerda da regra comparada com a descrio da situao atual, contida na memria de trabalho. As regras que satisfazem a esta descrio tm sua parte direita executada, o que, em geral, significa a introduo de novos fatos na memria de trabalho. No encadeamento regressivo, tambm chamado encadeamento dirigido por objetivos, o comportamento do sistema controlado por uma lista de objetivos. Um objetivo pode ser satisfeito diretamente por um elemento da memria de trabalho, ou podem existir regras que permitam inferir algum dos objetivos correntes, isto , que contenham uma descrio deste objetivo em suas partes direitas. (XAVIER PY, 2009).

    b) Estratgia de busca: aps definido o tipo de encadeamento, o motor de

    inferncia precisa de uma estratgia de busca para guiar a pesquisa na memria de

    trabalho e na base de regras. Este tipo de problema conhecido como busca em

    espao de estados. Este tpico foi um dos primeiros estudados em IA, no contexto

    de soluo de problemas (do tipo quebra-cabeas) e jogos por computador

    (XAVIER PY, 2009).

    c) Resoluo de conflitos: aps a busca, o motor de inferncia possui um

    conjunto de regras que satisfazem situao atual do problema, o chamado

  • www.facef.br/resiget 7

    conjunto de conflitos. Caso o conjunto seja vazio, a execuo terminada; caso

    contrrio, deve-se escolher que regras sero realmente executadas e em que

    ordem.

    Os mtodos de resoluo de conflito mais utilizados ordenam as regras de acordo com os seguintes critrios: prioridades atribudas estaticamente; caractersticas da estrutura das regras como complexidade, simplicidade e especificidade; caractersticas dos dados associados s regras como o tempo decorrido desde sua obteno, sua confiabilidade ou seu grau de importncia; e, finalmente, seleo ao acaso (XAVIER PY, 2009).

    3. Quadro Negro: ferramenta utilizada para armazenar as respostas de natureza

    duvidosa ou negativa. So respostas oriundas da interface, e trazidas pelo motor de

    inferncia. Assim, por meio do motor de inferncia o quadro negro armazena a

    informao no banco de conhecimentos, sendo a principal ferramenta para o

    processo de aprendizagem do sistema e uma das mais importantes para o

    prosseguimento do algoritmo, quando este se depara com essas duas naturezas de

    resposta.

    4. Memria de trabalho: ferramenta importante nesse processo algortmico,

    entretanto no tanto quanto o motor de inferncia ou a base de conhecimento. Na

    memria de trabalho o motor de inferncia realiza o processo de comparao,

    analisa a informao recebida com as informaes presentes no banco de

    conhecimento, permitindo a tomada de deciso em seguida, na qual o motor de

    inferncia d andamento ao programa em si.

    Como visto, os SEs tem aplicao em diversas reas do conhecimento.

    Gilson (2001) explica que so reas que exigem conhecimento de um especialista

    humano e que utilizam de um conjunto de regras, como por exemplo, na explorao

    de petrleo, automao de manufatura, controle industrial, entre outros. Os SEs tm

    o seu desempenho julgado em funo de como conseguem imitar o especialista

    humano nas suas decises. Gilson (2001) continua esclarecendo que medida que

    as funes tornam-se rotineiras, os sistemas aprendem, e armazenam em bancos

    de dados, tornando-se cada vez mais automticas.

  • www.facef.br/resiget 8

    Podem-se destacar, nesse momento, algumas aplicaes de SEs em vrias reas,

    como: o NIACIN, o MYCIN, o DENDRAL, o PROSPECTOR, entre outros como o

    EXPERT SINTA, que ser objeto de tpico a parte.

    O NIACIN, conforme explicao de Silva et al (2004), trata-se de um sistema

    shell voltado para rea mdica que pode trabalhar com diferentes bases de

    conhecimento. Originalmente, o sistema foi escrito em Quick-Basic e Visual Basic e,

    posteriormente, seus principais cdigos foram transformados em HTML e Javascript.

    Segundo os autores o sistema permite as opes de ver os sintomas de um

    determinado diagnstico, os diagnsticos de um determinado sintoma e uma

    consulta propriamente dita. Esse SE foi introduzido em um site chamado

    Cyberdoctor.

    O MYCIN, citado no incio desse artigo, foi um dos primeiros sistemas

    especialistas, com o objetivo de aconselhar o usurio a respeito de diagnstico e

    terapia de doenas infecciosas. O sistema foi desenvolvido para uso mdico e

    capaz de estabelecer um diagnstico e propor uma terapia adequada ao paciente

    (XAVIER PY, 2009).

    O DENDRAL, projeto desenvolvido nos EUA a partir de 1965 na Universidade

    de Standford com o objetivo de desenvolver programas capazes de determinar

    automaticamente o conjunto de estruturas moleculares, constitudas de tomos

    conhecidos, capazes de explicar dados provenientes da anlise espectrogrca de

    uma molcula desconhecida (XAVIER PY, 2009).

    O PROSPECTOR, desenvolvido nos EUA com o objetivo de auxiliar

    geologistas envolvidos em prospeco mineral, com a funo determinar a

    correspondncia entre dados que descrevem uma determinada situao com

    modelos que descrevem classes disjuntas de situaes possveis. Os modelos so

    descries formais dos tipos mais importantes de depsitos minerais e os dados de

    entrada se referem s observaes geolgicas de superfcie (XAVIER PY, 2009).

  • www.facef.br/resiget 9

    3. METODOLOGIA

    A seguir apresentada a metodologia usada para esse artigo. Com o objetivo

    de apresentar os sistemas especialistas por meio de uma linguagem mais simples

    usando o exemplo prtico do Expert SINTA desenvolvido pela Universidade Federal

    do Cera, usou-se metodologia compatvel com a investigao proposta.

    Assim, foi realizando um levantamento terico sobre o assunto, baseando-se

    exclusivamente em dados secundrios, pois a inteno foi trazer uma discusso

    preliminar do tema para o curso de Sistemas de Informao do Centro Universitrio

    de Franca Uni-FACEF, permitindo que os alunos do primeiro e segundo ano do

    curso, interessem-se pelo assunto, e tenham um ponto de partida para se

    aprofundar em estudos sobre o tema. Nesse sentido, obteve-se uma viso geral do

    assunto, proporcionando material para pesquisas posteriores. .

    Trata-se, portanto, de uma pesquisa exploratria qualitativa com a inteno

    de desenvolver, esclarecer e modificar conceitos e idias, tendo em vista a

    formulao de problemas mais precisos ou hipteses pesquisveis para estudos

    posteriores (GIL, 1999). Foi escolhida a pesquisa qualitativa como o mtodo mais

    adequado, pois nesse momento a preocupao central entender a natureza do

    fenmeno e no quantific-lo.

    Denzin e Lincoln (2000) esclarecem que a palavra qualitativa implica na

    nfase na qualidade das entidades e nos processos e significados que no so

    experimentados ou medidos em termos de quantidade, montantes, intensidade ou

    freqncia. Vieira (2002) destaca a pesquisa exploratria como um mtodo que

    proporciona ao pesquisador maior familiaridade com o problema em estudo,

    buscando torn-lo mais explcito dado a sua complexidade, permitindo a construo

    de hipteses mais adequadas.

  • www.facef.br/resiget 10

    4. O EXPERT SINTA

    Foi utilizado para ilustrar o artigo um exemplo de SEs feito pelo laboratrio de

    inteligncia artificial da Universidade Federal do Cear (LIA-UFC), o programa

    Expert SINTA. Trata-se de um software livre, gratuito, que pode ser usado por

    especialistas em qualquer rea, com o objetivo de criar seu prprio sistema

    especialista, mesmo sem o conhecimento em linguagem de programao, disponvel

    em1

    .

    O Expert SINTA uma ferramenta computacional que utiliza tcnicas de

    Inteligncia Artificial para gerao automtica de sistemas especialistas, tendo como

    objetivo simplicar o trabalho de implementao de sistemas especialistas.

    O SINTA foi criado de maneira que o prprio analista de conhecimentos

    possa programar a base desejada, assim, o usurio no necessita do menor

    conhecimento em programao, apenas noes de como interagir em ambientes

    visuais (GILSON, 2001).

    Visando a compreenso do Expert SINTA, a figura 2 a seguir, ilustra a

    arquitetura do software.

    1 http://www.lia.ufc.br

  • www.facef.br/resiget 11

    Figura 2: Arquitetura simplificada do Expert SINTA. Fonte: Manual Expert SINTA (1998).

    Assim, verifica-se no Manual do Expert SINTA que:

    Base de conhecimentos: representa a informao (fatos e regras) que um

    especialista utiliza, representada computacionalmente;

    Editor de bases: o meio pelo qual a shell permite a implementao das bases

    desejadas;

    Mquina de inferncia: a parte do SE responsvel pelas dedues sobre a base

    de conhecimentos;

    Banco de dados global: so as evidncias apontadas pelo usurio do sistema

    especialista durante uma consulta.

    O objetivo do Expert SINTA simplificar ao mximo as etapas de criao de

    um SE completo (Manual Expert SINTA, 1998). Para tanto, j oferece uma mquina

  • www.facef.br/resiget 12

    de inferncia bsica, fundamentada no encadeamento para trs (backward

    chaining).

    Foi visto na fundamentao terica que o encadeamento para trs, destaca-

    se em problemas em que um grande nmero de concluses podem ser atingidas,

    mas o nmero de meios pelos quais elas podem ser alcanadas no grande.

    Tambm, pode ser usado em problemas que no se pode reunir um nmero

    aceitvel de fatos antes de iniciar-se a busca por respostas.

    O fato que o encadeamento para trs, torna-se mais intuitivo para o

    desenvolvedor, pois est fundamentado na recurso (um meio elegante e racional

    de programao, para onde a prpria Programao em Lgica se direcionou).

    Os SEs gerados pelo SINTA so utilizados por vrios tipos de regras como

    apresentado na figura 3:

    Figura 3: Regra de Produo. Fonte: Manual Expert SINTA (1998)

    Denominam-se os consequentes de uma regra como as cabeas da regra e

    os antecedentes, caudas. Esta notao proveniente da linguagem PROLOG, na

    qual as concluses encabeam as clusulas.

    Para o projetista do conhecimento que cria bases utilizando o Expert SINTA,

    deve seguir o seguinte critrio para definies de assertivas:

    (I). A estrutura de cada cauda (premissa) deve obedecer ao seguinte modelo:

  • www.facef.br/resiget 13

    Conectivo um dos elementos utilizados na lgica clssica: NO, E, OU. Sua

    funo unir a sentena ao conjunto de premissas que formam a seo de

    antecedentes de uma regra.

    Atributo uma varivel capaz de assumir uma ou mltiplas instanciaes no

    decorrer da consulta base de conhecimentos. Cabe ao desenvolvedor definir o

    tipo de atributo. Um atributo uma entidade totalmente abstrata, capaz de

    armazenar listas de valores cujo significado depende do contexto da base. Por

    exemplo, um atributo doena, no SECAJU, capaz de ser instanciado a qualquer

    um ou vrios elementos da lista de valores pr-definida [mofo preto, oidio,

    antracnose]. Nmeros tambm podem ser atribudos a variveis;

    Operador um elo entre o atributo e o valor da premissa que define o tipo de

    comparao a ser realizada. So operadores relacionais: =, >,

  • www.facef.br/resiget 14

    Grau de confiana uma porcentagem indicando a confiabilidade daquela

    concluso especfica da regra. O grau de confiana varia de 0% a 100% (Manual

    Expert Sinta).

    Visando exemplificar uma aplicao do Expert SINTA, destaca-se nesse

    momento, o SECAJU. Trata-se de um SE destinado a produtores de caju,

    extensionistas rurais, pesquisadores e estudantes das reas de entomologia e

    fitopatologia.

    Com o auxlio do Software SINTA, foi desenvolvido um sistema especialista

    baseado no conhecimento das pessoas da regio do mesmo. De acordo com o

    Ajuda do programa SINTA, este sistema rene, de forma aplicvel, o conhecimento

    de especialistas em pragas e doenas da cultura do cajueiro. O objetivo do SECAJU

    realizar diagnsticos de ps de caju que possam estar afetados com doenas e

    prover as recomendaes de controle fitossanitrio.

    As pragas que podem ser diagnosticadas pelo SECAJU so: Traa das

    castanhas, Broca das pontas, Pulgo das inflorescncias, Eriofideo das flores,

    Trips, Lagartas desfolhadoras (saia justa, verde, das folhas e vu de noiva),

    Besouro vermelho, Mosca branca, Larva do broto terminal, Cigarrinha. Alm, trs

    doenas tambm podem ser diagnosticadas: Antracnose, Mofo preto e Oidio (Ajuda

    do Secaju, 1998).

    Com a implantao desse sistema, o diagnstico de doenas nos Cajueiros

    tornou-se mais gil e fcil e assume-se, ento, a dependncia dessa regio com o

    software. Sendo notvel a melhora de antes em relao atualidade com o uso do

    sistema.

  • www.facef.br/resiget 15

    CONSIDERAES FINAIS

    Esta pesquisa apresentou, definiu, e divulgou a origem e o princpio de

    funcionamento de Sistemas Especialistas, enfatizando-se o software do Laboratrio

    de Inteligncia Artificial da Universidade Federal do Cear (LIA-UFC), Expert SINTA.

    Entre as principais caractersticas deste ltimo est a facilidade de interao do

    software com o usurio.

    Os principais resultados obtidos referem-se a benefcios e facilidades gerados

    pelos Sistemas Especialistas, bem como a implantao dos mesmos. Dentre os

    benefcios, destacam-se as principais ideias e o conhecimento de um especialista

    em uma determinada rea dentro de um nico software, capaz de auxiliar nas

    tomadas de deciso, e identificaes de problemas em certas reas. Dentre as

    facilidades, o software Expert SINTA tem uma imensa facilidade com sua

    programao, em que sua linguagem adaptvel as pessoas sem o conhecimento

    na rea de softwares, podendo utiliz-lo em diversas reas.

    importante ressaltar que Sistemas Especialistas no possuem uma boa

    relao custo beneficio, pois so softwares com custos altos em relao a outros

    tipos de sistemas, desta forma, inacessveis a pequenas empresas, e a pessoas

    com pouco poder aquisitivo. No entanto, tendo como exceo o Expert SINTA, que

    pode ser obtido por meio da internet gratuitamente.

  • www.facef.br/resiget 16

    REFERNCIAS

    DENZIN, Norman K.; LINCOLN, Yvonna.Handbook of Qualitative Research.

    California:Sage Publications, 2000.

    EXPERT SINTA, Manual do desenvolvedor, desenvolvido pelo Laboratrio de

    Inteligncia Artificial da Universidade Federal do Cear (1995 - 1998).

    EXPERT SINTA, Manual do usurio, desenvolvido pelo Laboratrio de Inteligncia

    Artificial da Universidade Federal do Cear (1995 - 1998).

    GIL, Antnio Carlos. Pesquisa Social. So Paulo: Altas, 1999. 206p.

    GILSON, Marc. Um Sistema Especialista para identificar insetos pode ser um

    agende num sistema multiagentes para Administrao de Recursos naturais.

    Departamento de Computao e Estatstica, Centro de Cincias Exatas e

    Tecnologia. Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (2001).

    SECAJU, Ajuda do Secaju, Software desenvolvido atravs do Expert Sinta

    desenvolvido pelo Laboratrio de Inteligncia Artificial da Universidade Federal do

    Cear (1995 - 1998).

    SILVA, Roberto; PIMENTA DORIA, Edson; CHRISTINA BRENNER, Silvia;

    Cyberdoctor: Sistemas Especialistas Mdico na internet. In: XVIII Congresso

    Brasileiro de Engenharia Biomdica, 2004. Disponvel em

    Acesso em 25 out. 2010.

    VIEIRA, Valter Afonso. As tipologias, variaes e caractersticas da pesquisa de

    Marketing. Revista da FAE, Curitiba, v.5, n.1, p.61-70, jan./abr. 2002.

    XAVIER PY, Mnica. Sistemas especialistas: uma introduo. Instituto de

    informtica, Universidade federal do Rio Grande do Sul. 2009. Disponvel em

    Acesso em 25 out 2010.