argumentÁrio tÉcnico limpeza de obras policromadas
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DESCRIÇÃO TÉCNICA DE MATERIAIS PARA LIMPEZA DE OBRAS POLICROMADASTRANSCRIPT
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PRODUTOS DE CONSERVAO E RESTAURO
Parque Industrial de Vendas Novas Edifcio Copenhaga Armazm 3 C 7080 Vendas Novas Telf:265807763 Fax:265807764 [email protected] Nif:506314146
ARGUMENTRIO TCNICO
LIMPEZA DE OBRAS POLCROMAS
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PRODUTOS DE CONSERVAO E RESTAURO
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SOLVENTES DE SUBSTITUIO E MISTURAS DE SOLVENTES
A classe de solventes com maior toxicidade so os hidrocarburetos aromticos
(benzeno, tolueno e xileno) , e derivados clorados (clorofrmio, cloreto de metileno,
cloroteno, etc), as aminas (butilamina, piridina) e os amidos (dimetilformamida).
Considerando os parmetros de solubilidade dos solventes orgnicos (cit. Paolo
Cremonese, Luso dei solventi organici nella pulitura delle opere policrome, Ed. Il
Prato) possvel substituir um solvente orgnico por um outro solvente ou por uma
mistura de solventes cujo triangulo de parmetros de solubilidade seja anloga do
solvente a substituir. Assim, ser possvel, por exemplo:
Substituir o cloreteno com limonene (ou dipentene);
Substituir a dimetilformamida por dimetilsolfossido, juntando uma
concentrao de 1 a 2 % de trietanolamina para adaptar a alcalinidade;
Substituir a piridina com uma mistura a 30% de acetona e 70% de n-acetato de
butile, juntando uma concentrao de 1 a 2 % de trietanolamina para adaptar
a alcalinidade;
No que respeita essncia de petrleo, este solvente apesar de classificado como
aliftico, contm, na realidade, uma certa concentrao de produtos clorados. A
ligrona representa um vlido substituto atxico, respeitando mais o operador e o
ambiente, mantendo propriedades de solventes similares.
ADENSANTES E SUPORTANTES
Permitem gelificar os solventes de forma a mant-los localizados sobre a superfcie
da obra polcroma, por forma a tornar a ao de limpeza mais seletiva e a inibir la
penetrao do solvente nos estratos subjacentes. Por outro lado, diminuindo a
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velocidade do processo de evaporao, diminui a inalao do solvente por parte do
operador. Os sistemas gelificados so fceis de preparar. So aplicados e trabalhados
a pincel por tempo varivel caso a caso. Removem-se a seco ou com compressa
ligeiramente embebida sem deixar resduos danosos para a obra. A densidade do gel
final pode ser calibrada pelo operador de acordo com as exigncias da superfcie. Os
suportantes dividem-se em duas categorias:
ADENSANTES CELULOSICOS
Atuam diretamente na estrutura celulsica da parte do solvente.
A metilcelulose mais adaptada para gelificar solventes polares (por exemplo lcool,
cetonas, dimetilsolfossido) e usada geralmente em concentrao de 1% a 4% de
peso / volume.
A etilcelulose por sua vez mais adaptada para solventes com polaridade mdia
baixa (por exemplo clorados, alifticos e aromticos) e utiliza-se em concentraes
de 6% a 0% de peso volume.
SOLVENTES - GEL
Constituem-se a partir de acido poliacrilico (Carbopol) e amina de coco (Ethomen
C12 e C25 respetivamente par solventes apolares ou polares). Esta ltima salifica
parcialmente o cido poliacrlico e confere ao gel final ligeiras propriedades
tensioativas.
A opo de gelificar um solvente com um adensante celulsico o atravs de solventes
gel pode depender de vrios fatores: por exemplo, a presena de materiais
particularmente sensveis gua torna o adensante celulsico prefervel ao solvente
gel. Em contrapartida a ligeira ao tensioativa deste ltimo torna-o mais ativo na
ao de limpeza genrica da superfcie pictrica.
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OS PROBLEMAS LIGADOS LIMPEZA DE OBRAS POLCROMAS
Uma obra polcroma formada por uma complexa sucesso de estratos e materiais
diferentes: o suporte, a preparao, o estrato pictrico composto por pigmentos e
ligantes, o verniz, e ainda produtos da alterao dos materiais originais, depsitos
como poeiras e sujidades, resduos de intervenes conservativas precedentes ou
repintes, envernizamentos, consolidaes. Todos estes materiais podem com o tempo
sofrer alteraes estruturais frequentemente associadas a modificaes das
propriedades ticas da obra.
As operaes de limpeza de uma obra polcroma visam devolver a legibilidade obra
e so normalmente intervenes complexas, seja pela sua irreversibilidade seja pela
efetiva concretizao da prpria limpeza.
Por outro lado as operaes de limpeza preveem tradicionalmente o emprego de
solventes orgnicos, caraterizados muitas vezes pela elevada toxicidade e risco
potencial tanto para a obra como para o operador.
Assim, a escolha do solvente mais adequado e a metodologia de aplicao do mesmo
representa uma fase fundamental para um bom resultado das aes de limpeza
respeitando a obra e o restaurador.
AS POSSVEIS SOLUES ALTERNATIVAS
Para limitar os danos ligados toxicidade dos solventes e sua seletividade
relativamente aos materiais que devem ser removidos, necessrio:
Conhecer as propriedades dos solventes e dos materiais pictricos e de
restauro;
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Limitar o impacto dos solventes txicos assegurando uma adequada proteo
para o operador e uma correta armazenagem e proteo ambiental;
Considerar a existncia de solventes alternativos como por exemplo o
dimetilsolfossido e a ligrona, que podem substituir solventes txicos como a
dimetilformamida ou a essncia de petrleo.;
Quando necessrio, suportar os solventes com adequados sistemas gelificantes
por forma a manter a ao de limpeza localizada no estrato a remover, inibir a
penetrao nos estratos subjacentes e, contemporaneamente tornar mais lento o
processo de evaporao: isto no s aumenta a seletividade e a especificidade
da limpeza como reduz a inalao de solventes por parte do operador.
Para limpezas especficas testar agentes de limpeza diferentes dos clssicos
solventes orgnicos, como o sabo resinoso ou as solues enzimticas.
SABES RESINOSOS
Os sabes resinosos so agentes de limpeza em forma gelificada especficos para a
remoo de vernizes base de resinas naturais. A sua ao baseia-se nas propriedades
tensioativas e detergentes e na alcalinidade. Por outro lado a sua estrutura fsica e
qumica torna-o particularmente relacionado com o substrato sobre o qual agem,
aumentando assim a seletividade e eficcia.
Constituem-se a partir de dois componentes cidos, o cido deoxiclico (DCA) e o
cido abitico (ABA), salificados com tretanolamina (TEA). Esta ltima apresenta as
melhores caratersticas em termos de solubilizao dos sais derivados, contedo de
valores alcalinos, carter no custico e reduzida toxicidade.
Graas s semelhanas estruturais as molculas do sabo tm condies para interagir
com as molculas das resinas naturais, essencialmente de carter lipfilo e logo
dificilmente removveis com sistemas de base aquosa. Utilizando os sabes resinosos
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desagregar e solubilizar o estrato insolvel d resina facilitando a ao de limpeza,
que poder ser realizada por meio de compressa.
O sabo resinoso ABA-TEA, menos polar, resulta mais eficaz relativamente a
vernizes mais recentes (menos oxidados), enquanto o sabo resinoso DCA-TEA,
com maior polaridade, mais adaptado a vernizes oxidados e logo mais velhos.
Em relao utilizao dos solventes, os sabes resinosos permitem retirar
gradualmente o estrato de resina sem chegar a expor a pelcula pictrica.
Aplicam-se por compressa ou a pincel e deixam-se atuar por alguns minutos. O gel
pode ento ser removido com um cotonete seco e a superfcie limpa com uma
soluo aquosa de tensioativo (bilis bovina a 2-3%, Tween 20 a 2-4%, Brij 35 a 2-
4%). A necessidade de lavagem final torna este sistema desaconselhado caso estejam
presentes na policromia materiais particularmente sensveis gua.
ENZIMAS
As enzimas so compostos proteicos de origem natural. Tratam-se de molculas
particularmente seletivas relativamente a um determinado substrato e representam
uma alternativa vlida utilizao de cidos e bases para a remoo hidroltica de
substncias filmognicas envelhecidas tais como repintes ou patinas proteicas, gordas
ou polissacardeas. A sua utilizao representa ainda uma vantagem a nvel de
segurana quer para o operador (os cidos e bases utilizados em restauro tem muitas
vezes elevada toxicidade) quer para a obra (os cidos e bases utilizados muitas vezes
no so suficientemente seletivos relativamente ao substrato especifico que se
pretende remover).
As protases tm a capacidade de hidrolisar as ligaes presentes nas protenas,
promovendo a desagregao do colagnio, colas e gelatinas animais, albumina,
casena e ovo. As lpases agem por sua vez hidrolisando as ligaes das substncias
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lpidas permitindo a remoo de peliculas base de leo, gorduras e ceras. Por fim,
as amlases hidrolisam os ligantes glucsidos e polissacardeos como o amido,
celulose, resinas vegetais.
O princpio enzimtico, suportado por um gel aquoso de pH conhecido e constante,
aplicado com compressa ou pincel previamente aquecido em banho maria a 30-40.
Aps ao de alguns minutos removido a seco e a superfcie limpa com uma
soluo aquosa de tensioativo (bilis bovina a 0,2%, Tewen 20 a 1-2% ou Saliva
artificial a 0,25%). A esta limpeza deve seguir-se outra com compressa aquosa e,
cerca de 4 a 5 horas depois, uma limpeza final com hidrocarbonetos ligeiros (essncia
de petrleo, white spirit).