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Page 1: Araujo RT 2010 Dieta do boto cinza

XIV Reunião de Trabalho de Especialistas em Mamíferos Aquáticos da América do Sul (RT) 8º Congresso da Sociedade Latinoamericana de Especialistas em Mamíferos Aquáticos (SOLAMAC)

Florianópolis (SC), 24 a 28 de outubro de 2010

Sociedade Latinoamericana de Especialistas em Mamíferos Aquáticos – SOLAMAC

DIETA DO BOTO-CINZA (Sotalia guianensis VAN BENEDEN, 1864) (CETACEA: DELPHINIDAE) NA BAÌA DE SEPETIBA, RJ, BRASIL

Araujo1,2*, A. C.; Melo2, C. L. C.; Lima2, I. M. S.; Flach, L.3; Bassoi,4 M.; Lailson-Brito2, J. Jr.; Dorneles2, P. R.;

Azevedo2, A. F. 1 Programa de Pós-Graduação em Oceanografia, Faculdade de Oceanografia,Universidade do Estado do Rio de Janeiro, UERJ. *[email protected] 2 Laboratório de Mamíferos Aquáticos e Bioindicadores “Profa. Izabel Gurgel” (MAQUA), Faculdade de. Oceanografia, UERJ. [email protected] 3 Projeto Boto Cinza, Rua Sta Terezinha 531, Muriqui- Mangaratiba/RJ, 23860-000, Brasil 4 Census of Antarctic Marine Life (CAML), Universidade Federal do Rio de Janeiro, Depto de Zoologia, Av Pau Brasil, 211, Ilha do Fundão, 21941-590 - Rio de Janeiro, RJ – Brasil O objetivo do presente estudo é caracterizar a dieta de Sotalia guianensis da Baía de Sepetiba, Rio de Janeiro, Brasil, cujos objetivos específicos são: caracterizar qualitativa e quantitativamente as principais presas consumidas por esta espécie e comparar a dieta de S. guianensis quanto ao sexo e estações do ano. Um total de 49 estômagos de botos-cinza foi analisado, sendo 13 fêmeas (CT=1,7 + 0,2m) e 36 machos (CT=2,03 + 1,4m) encalhados entre 1995 a 2010. Os estômagos foram dissecados e o conteúdo lavado com o auxílio de uma peneira de 600μm. Os itens alimentares como otólitos, ossos de peixes, bicos de cefalópodes e carapaça de crustáceos, foram separados e armazenados em laboratório. Até o momento somente os otólitos foram identificados com base em guias de identificação e em uma coleção de referência do laboratório. Foi calculada para cada espécie de presa encontrada, a freqüências de ocorrência (FO), a freqüência numérica (FN), porcentagem de biomassa (M%) e índice de importância relativa (IIR). O comprimento e biomassa dos teleósteos foram estimados com o uso de equações de regressão encontradas na literatura para espécies identificadas. Para a comparação da dieta em relação ao sexo, utilizou-se o teste U de Mann-Whitney. Identificou-se um total de 22 espécies de teleósteos. As presas mais importantes na dieta do boto-cinza da Baía de Sepetiba foram à corvina (Micropogonias furnieri), o goete (Cynoscion jamaicensis), a sardinha verdadeira (Sardinella brasiliensis), e a castanha (Umbrina canosai). O teleósteo que apresentou maior FO foi à corvina (M. furnieri) com 32% de ocorrência nos estômagos. A presa de maior FN foi à sardinha-boca-torta (Cetengraulis edentelus) com 22,6%. Em relação à comparação entre sexo, o teste U de Mann-Whitney (p=0,00) apurou diferença significativa para o tamanho e peso dos teleósteos encontrados, sendo que as fêmeas consumiram presas de porte (CT=13.4+ 6.3 cm) e biomassa maiores (M= 31.4 + 23.6 g) que aquelas consumidas pelos machos (CT= 8.3 + 5.3 cm) e (M= 18.9 + 37.5 g). Em relação à sazonalidade, verificou-se que a principal presa encontrada na dieta no período entre primavera-verão foi à corvina (M. furnieri) (IIR=1071,9) e no período de outono-inverno o goete (C. jamaicensis) (IIR=5550,6). As variações na dieta do boto-cinza na Baía de Sepetiba podem estar relacionadas com a distribuição e sazonalidade de ocorrência de suas presas na região. Palavra chave: Baía de Sepetiba, Teleósteos, Boto-cinza. APOIO: Araujo, A. C é bolsista de mestrado da CAPES, Projeto desenvolvido com financiamentos da FAPERJ (Programa Pensa Rio, Auxílio Instalação, JCNE) e do CNPq (Bolsa de Produtividade).