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- Aqüicultura e Pesca: Desenvolvimento Sustentável para o Brasil - Brasília, 14 a 16 de março 2006

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- Aqüicultura e Pesca:

Desenvolvimento Sustentável para o Brasil

- Brasília, 14 a 16 de março 2006

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2ª Conferência Nacional de Aqüicultura e Pesca

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Presidente da República

Luiz Inácio Lula da Silva

Ministro da Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca

José Fritsch

- Comissão Organizadora NacionalCoordenador GeralAltemir GregolinSecretário Adjunto da SEAPLuiz Eduardo NeryRepresentante da Sociedade Brasileira para o Progressoda Ciência no CONAPEAladim de Alfaia GomesRepresentante do Movimento Nacional dos Pescadores no CONAPEEloy de Souza AraújoRepresentante do Conselho Nacional de Pesca e Aqüicultura no CONAPEJose Claudenor VermohlenChefe de Gabinete da SEAPLeinad Ayer de OliveiraAssessora de Relações Sociais e Políticas da SEAPSheila Maria Assis de OliveiraCoordenadora Geral de Relações Públicas da SEAP

Comissão de elaboração do Texto Base:Cleberson Carneiro Zavaski, João Felipe Nogueira Matias, FranciscoChagas Machado Filho, Ivanilson de Souza Maia, Luiz Eduardo deCarvalho Bonilha, Sheila Maria Assis de Oliveira.Colaboração: José Telino de Lacerda Neto e Sergio Macedo Gomes deMatos

Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca (Seap/PR)Esplanada dos Ministérios, Bloco D, CEP 70043-900, Brasília-DF.Telefones: (61) 3218-2875Fax: (61) 3218-2877E-mails: [email protected]/.www.presidencia.gov.br/seap

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2ª Conferência Nacional de Aqüicultura e Pesca

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Apresentação...................................................................4

I - Introdução....................................................................6

II – Desenvolvimento sustentável da aqüicultura

e pesca............................................................................10

III – Políticas de apoio ao desenvolvimento

da cadeia produtiva........................................................39

IV- Ordenamento, controle e estatística da

aqüicultura e pesca.........................................................50

V - Política internacional................................................59

VI - Democratização e transparência............................66

Anexos................... . . . . . . . . . . . . . . . ........................69

Decreto de 22 de dezembro de 2005 - Convocação...70

Portaria 416 de 28 de dezembro de 2005..................72

Regimento da 2 ª Conferência Nacional de

Aqüicultura e Pesca.................................................74

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APRESENTAÇÃO

A 1ª Conferência Nacional de Aqüicultura e Pescadiscutiu e aprovou diretrizes para a política dedesenvolvimento da Aqüicultura e Pesca. De caráteressencialmente democrático, o processo promoveu o debateentre setores com demandas e interesses do setor produtivo,em toda a sua pluralidade, incluindo pescadores artesanais,marisqueiras, pescadores industriais, armadores, indústriaspesqueiras, e aqüicultores de todos os portes e escalas. Osseus resultados apontam diretrizes de políticas públicasrelacionadas à participação integrando os atores sociais naexecução e desenvolvimento do plano; à sustentabilidadedas atividades de aqüicultura e pesca; à estruturação dosetor de aqüicultura, pesqueiro oceânico, costeiro econtinental; à implantação de uma política nacional deaqüicultura e pesca para gerar a inclusão social dospescadores e aqüicultores; às políticas de crédito e extensãoestruturadas e acessíveis; ao desenvolvimento e difusãotecnológica gerando expansão da produção e redução dedesperdícios e à contribuição da produção de pescado parao Programa Fome Zero.

Ao entrar em seu quarto ano de existência, a SecretariaEspecial de Aqüicultura e Pesca da Presidência da República- SEAP realiza a 2ª Conferência Nacional de Aqüicultura ePesca com o tema: Consolidação da Política Nacional deDesenvolvimento Sustentável da Aqüicultura e Pesca.

A partir dos debates sobre o desenvolvimento, a infra-estrutura e comercialização, o ordenamento, pesquisa eestatística, a política internacional, a democratização eparticipação popular e o desenho institucional da SEAP, a2ª Conferência Nacional de Aqüicultura e Pesca conta com

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a participação dos conselheiros e conselheiras doConselho Nacional de Aqüicultura e Pesca e dosdelegados e delegadas escolhidos em conferências eestaduais, representando o setor da pesca e aqüicultura.Dela resultará uma avaliação das políticas desenvolvidaspela SEAP com base nas resoluções do Plano Estratégicoe a indicação das ações prioritárias para o próximo período.

Os pescadores, as pescadoras, os aqüicultores, asaqüicultoras, os movimentos sociais, os empresários, osdemais órgãos do governo e todo o setor estão chamadosà colaboração. Se a situação encontrada no início daformação da SEAP foi difícil, foi também com muito esforçoque chegamos até aqui. Se o Brasil hoje tem uma políticade desenvolvimento para a aqüicultura e pesca, com umaorganização governamental nacional estruturada, escritóriosnos 27 estados da Federação, 5 gerências regionais, umConselho que incorpora representantes dos diversossegmentos, uma bancada articulada no Congresso Federal,com algumas conquistas importantes como a tramitação daLei da Pesca e a inclusão de subsídios na MP do bem, aindahá muito que se fazer. Para tanto é necessária muitaorganização da sociedade, reconhecer as dificuldades e osavanços e a consciência da necessidade de umatransformação social profunda para a conquista de uma novarealidade.

É hora de participar. Refletir sobre as atividades.Debater. Construir coletivamente. Avançar nas definiçõesde políticas públicas para a aqüicultura e pesca. Consolidaruma política de desenvolvimento sustentável para aaqüicultura e pesca no Brasil, para todos!

José Fritsch

Ministro da Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca

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I - INTRODUÇÃO

Uma realidade que começa a ser mudada

1. Enfrentar a desigualdade social, com crescimento,emprego e renda. Esta é a definição do Governo Federalpara as suas ações. No Brasil para todos está clara a opçãodo governo pelos mais pobres e excluídos. Ajudar quemprecisa de forma emergencial e, ao mesmo tempo,apresentar programas que possibilitem às pessoas setornarem independentes.2. Ao criar a Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca,ligada à Presidência da República, o governo brasileiroapontou o caminho para a retomada do desenvolvimentoeconômico sustentável. Apostar na sua riqueza potencial,promover a inclusão social e fortalecer cadeias produtivaspensando captura, manejo, produção e comercialização,associando tudo isso à melhoria da qualidade de vida docidadão brasileiro.3. A situação herdada de governos anteriores ematerializada em um modelo de desenvolvimento que,concebido na década de 60 e aplicado até o final dos anos80 pela SUDEPE (Superintendência de Desenvolvimentoda Pesca), buscava principalmente o aumento da produçãoe pouco se preocupava com a sustentabilidade dos recursospesqueiros. A pesca era vista de forma compartimentalizadae os fatores sociais, culturais e ecológicos como exterioresà atividade pesqueira.

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4. O rígido processo decisório, operado por umaconcepção centralizadora e autoritária, perseguia, semlimites, a maximização da rentabilidade das pescarias,o que levava ao incentivo do desenvolvimento tecnológicoe da expansão das frotas sem considerar os limites dosrecursos e a forma de apropriação dos benefícios geradospela atividade.5. A instituição antecessora à SEAP, o Departamento dePesca e Aqüicultura do Ministério da Agricultura, Pecuária eAbastecimento - DPA/Mapa, adotava um privilégio quaseexclusivo ao agronegócio da pesca oceânica e daaqüicultura. As pescas costeira e continental – artesanal,familiar ou de micro e pequenos armadores – sofreram umprocesso de estagnação ou de queda, resultado do modelode gestão inadequado e da política aplicada, principalmenteem função da ausência histórica de um ordenamentoapropriado e da conseqüente sobreexplotação dos estoques.6. Em janeiro de 2003, a SEAP apresentou o seu “ProjetoPolítico-Estrutural”, em que estabelece as idéias centraisde um Plano Estratégico de Desenvolvimento Sustentávelpara o setor com um programa de ações imediatas. Narealidade, o desafio ainda é muito maior do que odimensionado quando de sua criação, devido à exigênciade novos marcos regulatórios e de atualização dosexistentes; à natureza diversificada das atividades deaqüicultura e pesca, às assimetrias de benefícios eimperfeições de mercado, cuja perspectiva de lucro assenta-se sobre a exploração do trabalhador; ao contextomultifuncional do pescador e aqüicultor artesanal, onde aatividade pesqueira ocupa um lugar de destaque variável

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na economia familiar, porém não único; à necessidadede articulação com um grande número de esferas daadministração pública, e às quais cabem competências

específicas e fragmentadas; ao complexo e crítico contextoda atividade no cenário internacional, onde medidas decontrole e sustentabilidade estão se sobrepondo a açõesno campo do desenvolvimento; ao contexto conflituoso daatividade pesqueira (principalmente pesca e aqüicultura, epesca artesanal e industrial); à dificuldade de geração deestatísticas e informações, de caráter abrangente, quepermitam acompanhar a evolução dos indicadores degestão, e à lentidão de resposta do Estado, excessivamenteburocrático.7. O objetivo principal do Projeto Político da SEAP é aelaboração e a implementação do Plano Estratégico deDesenvolvimento Sustentável da Aqüicultura e Pesca e,assim, articular atores e ações que estimulem a produção,promovam a inclusão social e contribuam para a segurançaalimentar e o desenvolvimento do setor. As sucessivas crisesde instabilidade institucional foram superadas e o espaçoocupado é cada vez mais reconhecido, mesmo que aindasuas ações não tenham o alcance universal.8. Certamente, os caminhos percorridos até agora tiverammuitos obstáculos, atalhos e intempéries. Uma experiêncianova para o setor... Mais ainda para a sociedade que nãotinha conhecimento das potencialidades da pesca e daaqüicultura. Um setor que sofre com a desorganização, comuma produção bastante primária, o consumo de peixe abaixodo sugerido pela ONU e um contingente de trabalhadoresrelegado ao analfabetismo e à ausência de direitos.

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9. Uma realidade que começa a ser mudada por umgoverno de origem trabalhadora, que por isso é capazde compreender as dificuldades e mudar esta situação.Atuar no local, intregrando-o ao global. Agir no presente,reparar o passado e pensar no futuro.10. Um país banhado por 8,5 mil km de costa, com milhõesde quilômetros de rios e lagos, que ainda conta com a místicacriativa e solidária de quem vive nas águas, agora tem achance de incluir socialmente milhões de pessoas que estãoàs margens da cidadania e de seus direitos. A rota foialterada e a nova estrada é longa e povoada por uma gentenecessitada, mas capaz de se encher de esperança quandofita o horizonte, e segue em frente em busca de um amanhãmelhor para todos.

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II – Desenvolvimento sustentável da aqüicultura epesca

Eixos para o desenvolvimento e perspectivas paraa atividade pesqueira

11. É preciso reconhecer a viabilidade técnica-econômica-sócio-ambiental nas duas lógicas de produção pesqueiraextrativa: industrial e artesanal, desde que bem manejadase gerenciadas com diferentes instrumentos. Enquanto asatividades industriais necessitam de incentivos, limites econtroles, as artesanais necessitam de sistemas de gestãoparticipativa e territorialidade, e fortalecimento infra-estrutural, para garantir uma convivência harmônica entreestes universos.12. Para que o setor da pesca extrativa seja desenvolvidogerando benefícios sociais e econômicos ao maiorcontingente possível, muitas imperfeições no processoprodutivo têm que ser corrigidas. Isto porque há uma grandepauperização do pescador artesanal, as condições detrabalho do pescador industrial são precárias, há sobrepescanas pescarias tradicionais e uma grande intermediação nascadeias produtivas da pesca que promovem injustiça social.13. É necessário promover ações estratégicas quecontemplem medidas para gerenciamento dos conflitosexistentes entre a pesca artesanal e pesca industrial.Mediante a implementação de programas de capacitação egestão, boa parte dos conflitos deve ser gerenciada e

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administrada pelos atores envolvidos, em pareceriacom o Estado, com representações dos pescadores eindustriais.

14. O quadro de exclusão social e econômica do pescadorartesanal, retroalimentado pelo seu elevado deficit deescolaridade e aliado à deficiência de condições de suportee fortalecimento da cadeia produtiva são condiçõesimpeditivas da mudança conjuntural do setor. Assim, nãose pode esperar que apenas relações favoráveis de mercadorevertam, ou supram, de forma espontânea. Ao contrário,as relações de mercado tendem a agravar e tencionar, aexemplo da cadeia de intermediação, baseada noendividamento do pescador.15. O mesmo ocorre na pesca industrial que, apesar deoperar na lógica capitalista de escala de investimento,apresenta cadeias produtivas de baixa agregação de valor,e processos improdutivos devido à baixa eficiênciaeconômica, motivada pela baixa qualificação profissional etecnologias ultrapassadas. Este quadro também é de difícilreversão espontânea, motivada apenas por investimentosprivados, em virtude da descapitalização do setor.16. A situação de abandono da cadeia produtiva começaa ser revertida com políticas públicas estruturais, quepermitam ao setor resistência frente às condiçõesdesfavoráveis. Neste aspecto, destacam-se políticas deformação, capacitação, e qualificação de pescadores; apoioao acesso de insumos como gelo e óleo aos pescadores earmadores; atualização tecnológica das plataformas técnicasde pesca, conjugadas com políticas de extensão (crédito e

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assistência técnica), pesquisa. Ou seja,desenvolvimento com infra-estrutura e sustentabilidade.

Pesca Industrial

Eixos de desenvolvimento da pesca industrial

17. As perspectivas para a Pesca Industrial no Brasil estãocentradas nos Programas de Trabalho criados econsolidados, atendendo os seguintes eixos dedesenvolvimento:18. Abertura de novas cadeias produtivas, promovendocolocação de recursos ainda sem mercado definido, ou commercado incipiente, com potencial de aumento de capturae comercialização, através da formação de programas deincentivo à comercialização, e projetos demonstrativos depesca;19. Promoção da popularização do consumo de pescadoe aproveitamento do excedente de safras e espécies debaixo valor comercial, através de campanhas específicas;20. Redirecionamento das frotas controladas para novosrecursos, com formação de novas frotas específicas,possibilitando expansão ordenada da captura, realocaçãoe ordenamento do excedente de capacidade pesqueira;21. Programa de Bóias Atratoras para atuns e afins;22. Formação, capacitação e qualificação de trabalhadoresna pesca industrial;23. Gestão de conflitos entre a pesca artesanal e pescaindustrial;

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24. Monitoramento da Frota Pesqueira;25. Pesquisa para fomento da pesca prospectiva eexploratória, e desenvolvimento de novas tecnologiaspara embalagem, conservação e processamento depescado, além de pesquisas direcionadas à produção deiscas;26. Fortalecimento do Brasil nos fóruns internacionais dapesca (ICCAT, CCAMLR e FAO), e no Cone Sul(COMFREMAR);27. Desenvolvimento da pesca em águas fora das ÁguasJuridicionais Brasileiras;28. Avanços em Marcos Legais;29. Série de Publicações para a Pesca Industrial.

Perspectivas para a pesca industrial

Eixo 1: Abertura de novas cadeias produtivas

30. Desenvolvimento de recursos subexplotados ouinexplotados, com projetos demonstrativos nos casos dasardinha-lage (Nacional), anchoita (Sul), e caranguejo-real/ polvo (Norte/Nordeste), como alternativas para a pescarespectivamente da sardinha e da lagosta, com osbeneficiários diretos no setor da captura, e alcance deembarcações a serem redirecionadas de frotas tradicionais.Isto vai permitir a ampliação da produção nacional marinhaindustrial, de forma atrelada à política de crédito – ProgramaProFrota.31. Desenvolvimento da pesca do calamar argentino,visando o atendimento do mercado interno de iscas para a

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pesca de atuns e afins (espinhel – pelágico), comredução de custos, além da exportação.32. Elaboração, implementação e consolidação de

programa de apoio à pesca de atuns e afins voltado à pescaindustrial de pequena escala, e pesca artesanal, comosubstituto à pesca artesanal da lagosta e pargo no Nordeste/Norte.

Eixo 2: Promoção da popularização do consumode pescado

33. Elaboração e lançamento do Programa “Peixe a R$1,00/kg”, em campanha de incentivo, com participação dasprefeituras e de grandes centros urbanos, objetivando oescoamento de fauna acompanhante, popularização doconsumo de pescado, visando à redução de desperdícios edescartes na captura, excedentes de safras e a facilitaçãoda colocação de espécies com baixo valor de mercado.34. Consolidação de programa de comercialização populare institucional de pescado, voltado a restaurantes populares,abastecimento municipal (hospitais, escolas, creches, etc...)e varejo em grandes redes de supermercados.

Eixo 3: Redirecionamento das frotas controladas

35. Continuidade do redirecionamento das frotascontroladas para os recursos subexplotados e inexplotados;36. Desenvolvimento da pesca do caranguejo real naregião Nordeste;

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37. Desenvolvimento da pesca de arrasto deprofundidade 100 – 250m e 250-500m, nas regiõesSudeste e Sul.

Eixo 4: Atratores flutuantes para a pesca de Atunse Afins

38. Elaboração de projeto para implantação de atratoresflutuantes para a pesca de atuns e afins, visando: a atraçãode albacoras, dourados e outros afins, para águas próximasà costa e do bonito listrado, dourado e albacoras emambiente oceânico e o disciplinamento de pontos de pescanas proximidades de plataformas de petróleo, dentro dasdistâncias permitidas, em todo o Brasil.39. Elaboração, implementação e consolidação dePrograma de Bóias Atratoras que permita gerar para a frotade atuns e afins, nas modalidades de linha e vara e isca-viva, economicidade nas operações, aumento daprodutividade, redução do tempo de procura dos cardumes.

Eixo 5: Formação, capacitação e qualificação paraa pesca industrial

40. Formação de trabalhadores na pesca industrial, nascategorias de Pescador Profissional - POP, PescadorEspecializado - PEP e Patrão de Pesca de Águas Interiores- PPI.41. Elaboração de Projeto Pedagógico e ProgramaSupletivo para o trabalhador da pesca industrial, pararedução do deficit de escolarização.

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42.Realização de curso de formação de aquaviáriosnas categorias PEP e PPI, Motorista de Pesca - MOP.43.Realização do seminário de formação, capacitação

e qualificação para o trabalho na pesca industrial.44. Elaboração de programa para curso de Patrão dePesca de Alto Mar, PPA, voltado ao público de Observadoresde Bordo da Frota Pesqueira.45. Realização de curso específico para Observadores deBordo, com vistas à formação de Patrões de Pesca - PPI ePatrões de Pesca de Alto Mar – PPA, atrelado à capacitaçãona Espanha (Cooperação Técnica AECI, Escola Técnica dePesca de Ferrol) visando ampliar a oferta de capitães emestres de pesca.46. Elaboração de curso especializado para a pesca deespinhel pelágico.47. Os cursos devem ser realizados por módulo e àdistância, intercalando os novos e antigos profissionais.

Eixo 6: Gestão de conflitos entre a pesca industriale a pesca artesanal

48. As soluções para os conflitos históricos devem serintensificadas através de Comitês de Gestão dos recursospesqueiros de interesse social e econômico, promovendo aparticipação de todos os envolvidos.49. O gerenciamento dos conflitos da pesca da isca vivapara o bonito listrado, através do desenvolvimento econsolidação de Projeto Piloto de pesquisa da pescaartesanal monitorada.

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50. A continuidade da implantação de RecifesArtificiais Marinhos, para exclusão de arrasto.

Eixo 7: Monitoramento da frota pesqueira industrial

51. Consolidação da Política Nacional de Rastreamentode Embarcações Pesqueiras PREPS, permitindo omonitoramento de embarcações de pesca industrial emtempo real.52. Formação da Central de Rastreamento, no âmbito daMarinha do Brasil, e dos núcleos de rastreamento, noIBAMA-MMA e na SEAP.53. Integração do Sistema de Rastreamento com o sistemacentral de subvenção de óleo diesel, permitindo controlesobre o uso real do diesel subvencionado.54. Consolidação da Política Nacional de Observadoresde Bordo, com elaboração do Programa Nacional eparticipação do Brasil em programas internacionais.55. Abertura de linha de crédito para aquisição deequipamentos de rastreamento.56. Ampliação da cobertura do Programa de RastreamentoPREPS para parte da frota artesanal, em embarcações de10 a 15 m, operadas através de energia solar.57. Atrelamento à política de subvenção dosequipamentos.58. Promoção da integração do Sistema Central deRastreamento ao RGP.

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Eixo 8: Fortalecimento da pesquisa

59. Desenvolvimento da Pesca do polvo nasRegiões Norte e Nordeste.60. Acompanhamento da Pesca do polvo nas Regiões Sule Sudeste.61. Projeto de Pesquisa de Tubarões Oceânicos - Nacional(Espinhel de Superfície).62. Projeto de acompanhamento da pesca de TubarõesOceânicos (Emalhe de Deriva).63. Projeto de pesquisa com vistas à Produção Industrialde extrato de lipídeos ricos em Ômega 3, para aplicaçõesindustriais, a partir da anchoita (Engraulis anchoita) comomatéria-prima.64. Projeto de Pesquisa para o desenvolvimento de novasembalagens econômicas para o pescado em conserva.65. Elaboração de programa de desenvolvimentotecnológico da pesca, voltado ao desenvolvimento de novospetrechos para explotação de recursos subexplotados einexplotados e substituição de petrechos no caso derecursos sobre-explotados.

Eixo 9: Fortalecimento do Brasil nos fórunsinternacionais

66. Continuidade do apoio à participação da DelegaçãoBrasileira junto a ICCAT e CCAMLR, com apoio dosSubcomitês Científicos dos Comitês Permanentes deGestão de Atuns e Afins e Demersais de Profundidade.

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67. Apoio à implementação do Plano Nacional deAção para o Combate a Captura de Aves Marinhas naPesca de Espinhel Pelágico.68. Entendimento com Argentina e Uruguai paraparticipação no Programa de Observadores de Bordo daCONFREMAR (Comissão Mista da Frente Marítima).69. Participação do Brasil como Observador daCONFREMAR.70. Colaboração com o Uruguai para acesso aorastreamento de embarcações brasileiras e uruguaias juntoà fronteira entre os dois paises.

Eixo 10: Pesca fora das Águas JurisdicionaisBrasileiras

71. Início da pesca antártica da merluza negra(Dissosthicus eleginoides), nas águas sobre jurisdição daComissão para a Conservação dos Recursos Marinhos Vivosda Antártida – CCAMLR.72. Consolidação da pesca brasileira Antártica: pesca dopeixe-gelo, e pesca do Krill, para uso em aqüicultura.

Eixo 11: Avanços em Marcos Legais

73. Publicação do Projeto de Lei para a regulamentaçãodo arrendamento a casco nu (suspensão de bandeira).74. Finalização da segunda etapa do ordenamento dapesca profunda, como o ordenamento das frotas de espinhelde fundo, arrasto de profundidade (100-250m e 250-500m),caranguejo real e camarões de profundidade (500-1.000m).

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75. Finalização e implementação da política decontrole de cotas de captura de recursos demersaiscontrolados, visando operar pela primeira vez no Brasil

uma política de cotas, com controle de cumprimentobaseado em sistema de informações e contabilidade.76. Elaboração de Instrução Normativa para construçãode embarcações pesqueiras de média e grande escala(SEAP, MTE, MMA e MB), permitindo adotar critérios desaúde e segurança do trabalhador OIT, desempenhooperacional, critérios ambientais p.ex. MARPOL, e desegurança na navegação MB, IMO, incluindo compromissosinternacionais junto a organismos como a FAO.77. Publicação e implementação do Plano de AçãoNacional de Aves Marinhas (FAO).78. Fechamento e ordenamento da frota de malha de fundoe malha de deriva.

Eixo 12: Publicações para a pesca industrial.

79. Publicação de cartilha com os princípios da pescaresponsável, abstraídos do código de conduta da pescaresponsável da FAO.80. Cartaz e cartilha de orientação sobre a proibição dacomercialização dos agulhões negro e branco.

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Pesca artesanal

Eixos de desenvolvimento da pesca artesanal

81. As ações para a pesca artesanal devem observar aspeculiaridades pertinentes ao perfil do pescador e anecessidade de gestão e recomposição dos estoquespesqueiros explorados pela atividade. Elas devem observara agregação de valor ao pescado; redução do custo deprodução; infra-estrutura de suporte às atividades deprodução e comercialização; e garantia dos direitos sociaisdo profissional da pesca.82. As perspectivas estão centradas nos programas detrabalho criados e consolidados pelas deliberações ereivindicações dos pescadores, atendendo aos seguinteseixos de desenvolvimento:83. Direitos sociais;84. Promover a gestão pesqueira nos locais onde se exercea atividade e em Unidades de Conservação de Interesseem Pesca;85. Projeto Pescando Letras e inclusão digital para oPescador Artesanal e sua família;86. Fortalecimento da cadeia produtiva através daimplantação de unidades de beneficiamento, fábricas de geloe subvenção econômica ao óleo diesel;87. Gestão de conflitos;88. Fortalecimento da Cooperação Internacional;89. Programa Nacional de Formação Profissional eTecnológica em Pesca;90. Publicações para a Pesca Artesanal.

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91. A pesca artesanal tem demonstrado umacapacidade de recomposição e aglutinação do tecidosocial em suas comunidades. A cidadania é cultivada

através do acesso à informação, para a construção de umaconsciência crítica e participativa, tendo como premissabásica a erradicação do analfabetismo e percepção dasvantagens do mundo virtual. O apoio ao desenvolvimentoda pesca é percebido com a possibilidade de obtenção decrédito, o resgate da extensão pesqueira e assistênciatécnica; e o conhecimento da cadeia produtiva e da infra-estrutura de apoio à atividade, além de incentivos àprodução. A identificação do ambiente e dos recursospesqueiros utilizados, o reconhecimento profissional e arepresentação sindical são elementos determinantes paragarantir o exercício profissional, na elaboração de diplomaslegais de ordenamento da pesca – definição de ambiente,os recursos e períodos da captura e licença de pesca;recadastramento e cadastramento de pescadores – portelegal de carteira de pescador; e a Lei da Pesca.92. Essas articulações reconduzem o pescador aoambiente natural, recompondo as suas relações com asociedade e asseguram o seu desempenho profissional.

Eixo 1: Direitos sociais

1.1 Pescador de carteirinha gratuita

93. A campanha para combater o uso indevido da carteirade pescador evita que estranhos ao segmento pesqueiro

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obtenham os benefícios públicos destinados aospescadores e, ao mesmo tempo, valoriza o profissionalda pesca.94. Um cadastro eficiente que permita a visualização douniverso de pescadores é o principal suporte para a definiçãode políticas eficientes quanto ao volume de recursosdesprendidos e o público-alvo.95. A manutenção da IN n° 09/2005, que concede agratuidade da carteira de pescador, é um instrumento deinclusão social, pois garante o direito aos pescadores doreconhecimento de sua atividade profissional e os direitosdecorrentes do exercício da sua profissão.

Eixo 2: Promover a gestão da pesca artesanal

96. A gestão sustentável dos recursos aquáticos deve serparticipativa e fortalecer as comunidades tradicionais depesca e as parcerias com instituições governamentais e não-governamentais. As Reservas Extrativistas e outrasUnidades de Conservação de Uso Direto são espaçosespecialmente protegidos. A população local podedesenvolver atividades produtivas respeitando a capacidadede suporte do meio ambiente.

Eixo 3: Projeto Pescando Letras e Inclusão Digital

3.1 Pescando Letras

97. O Pescando Letras tem por objetivo promover, noâmbito do Programa Brasil Alfabetizado, a alfabetização de

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jovens e adultos pescadoras e pescadores artesanaise de trabalhadores da pesca. A proposta pedagógicaleva em consideração o contexto sócio-político dessa

população.98. Sua consolidação requer a articulação para acontinuidade; o aumento do número de pescadores em salade aula; a garantia da continuidade dos estudos dospescadores já alfabetizados pelo Pescando Letras nosprogramas de Educação de Jovens e Adultos (EJA); ofortalecimento de parcerias e envolvimento do terceiro setor,tendo como princípio pedagógico para organização curriculara metodologia da alternância; e a promoção de açõescontínuas com os órgãos específicos de educação dosMunicípios, dos Estados e da União, para evitar ocrescimento do número de analfabetos no universo da pescaartesanal, buscando a completa erradicação.99. Outro ponto importante para o desenvolvimento doprojeto é a articulação com os Fóruns Estaduais e Regionaisde Educação de Jovens e Adultos visando à implantaçãode Núcleos de Educação de Pescadores/as – NEP’s,regionais e estaduais.

3.2 Inclusão digital

100. O mundo virtual é uma realidade global. Reconhecerque toda a população também deve dele participar écombater desníveis sociais inaceitáveis. A inclusão digitalpretende democratizar o acesso à comunicação, às novastecnologias de pesca, ampliação das relações, acesso àInternet banda larga, utilização de novas práticas em ações

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educativas, incentivo à pesquisa, maior acesso aoconhecimento e informação com a utilização deprogramas livres.101. Paralelamente, sua efetivação passa pelo aumento donúmero de telecentros, o atendimento a toda a comunidadepesqueira, a ampliação do seu conteúdo; promoção demecanismos de auto-sustentação, garantindo maioreficiência; e ampliação das suas ações para utilização nosprocessos de alfabetização do Pescando Letras.

Eixo 4: Apoio à cadeia produtiva

4.1 Infra-estrutura

102. A cadeia produtiva artesanal deve ser contemplada pelofortalecimento da infra-estrutura: implementação erecuperação de empreitadas que facilitem o acesso dospescadores aos pontos de desembarque, construção deancoradouros e implantação de terminais pesqueirospúblicos.

4.2 Assistência Técnica e Extensão Pesqueira

103. O Programa Nacional de Assistência Técnica eExtensão Pesqueira e Aquícola disponibiliza assistênciatécnica, garantindo a presença do extensionista nascomunidades pesqueiras, permite a difusão de tecnologias,facilita o acesso ao crédito bancário, viabiliza a organizaçãoda cadeia produtiva e incentiva a formação de associações

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e cooperativas. Essas ações somadas resultam namelhoria da renda do pescador artesanal e da ofertade pescado.

4.3 Pesquisa

104. As parcerias são imprescindíveis para a definição delinhas de pesquisa na busca de conhecimento e de respostaspara os principais pontos que dificultam o desenvolvimentosocial, econômico, biológico e ecológico. As pesquisasdevem atender aos anseios das comunidades, considerandoas peculiaridades locais e regionais, na busca dadiversificação tecnológicas, além de linhas de pesquisasatravés de editais ou convênios específicos, com menorimpacto ambiental e maior eficiência.

4.4 Comercialização de pescado

105. As exigências para a comercialização de pescado sãocada vez maiores. Para atendê-las é preciso uma adequadaestrutura de beneficiamento e comercialização direta depescado, visando à segurança alimentar, garantia deescoamento e venda da produção (compra antecipada) eaumento da renda e do consumo de pescado no Brasil. Aimplantação de infra-estruturas físicas e sanitáriasadequadas para a exposição do pescado em feiras livres, éuma ação que dá condições ao pescador artesanal de expordireto a sua produção.

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4.5 Fábricas de gelo

106. A construção de fábricas de gelo para gestãocoletiva rompe com a dependência dos intermediários,contribui para melhoria da rentabilidade da atividadepesqueira. O gelo e o consumo de óleo diesel representamaproximadamente 80% dos custos de produção.

4.6 Subvenção econômica ao óleo diesel

107. O óleo diesel representa pelo menos 50% (cinqüentapor cento) dos custos de um cruzeiro de pesca. Estasubvenção, especialmente quando se trata de embarcaçõesde pequena escala, possibilita o aumento da competitividadedo pescado capturado e da rentabilidade da atividadepesqueira.108. A parceria com distribuidoras permite capilaridade daação e um maior acesso ao benefício, além de garantir maisagilidade e transparência, traduzindo-se em controle social.109. As legislações estaduais necessitam de ajustes parase viabilizar o desconto no ato do abastecimento, ou oressarcimento imediato para os beneficiários.

4.7 Crédito

110. O fomento à cadeia produtiva da pesca artesanal, pormeio da disponibilidade de crédito ao custeio, investimentoe comercialização, deve se dar num esforço da coletividade,na identificação das demandas e ajustes dos programasque atendam, ao mesmo tempo, ações estruturadoras de

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desenvolvimento de segmentos da cadeia produtiva eas particularidades individuais e das comunidades.111. A consolidação dessas linhas de crédito é a

garantia da manutenção de recursos financeiros específicosao pescador artesanal, com menos exigências de garantiase ampliação dos limites de financiamento.112. As informações técnicas repassadas pela SEAP aosbancos oficiais possibilitam uma análise detalhada daspropostas de crédito e permite que projetos coerentes eviáveis, do ponto de vista da adimplência e capacidade deprodução, sejam liberados.

Eixo 5: Apoio à resolução de conflitos

113. Conflitos históricos e contemporâneos perseguem acategoria dos pescadores artesanais. Não existe uma açãoe uma gestão única. As soluções devem ser intensificadasatravés de Comitês de Gestão dos recursos pesqueiros deinteresse social e econômico, promovendo a participaçãode todos os envolvidos.114. O ordenamento pesqueiro em águas continentais devereverter quadros de exclusão social, onde a preponderânciade normatizações estaduais e municipais tem facilitado aprática da pesca esportiva em detrimento do exercício dapesca.115. Ampliar a interação em situações de conflito parafacilitar soluções que garantam a sustentabilidade da pescae a qualidade de vida.

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Eixo 6: Cooperações internacionais

116. As Cooperações Técnicas e Internacionaiscontribuem com o desenvolvimento sustentável. Entretanto,as peculiaridades e os conhecimentos gerados em umdeterminado país ou região, mesmo naqueles comreconhecida capacidade pesqueira, necessariamente nãoservem às características aqui encontradas. O saber-fazerdeve ser a base para a construção do conhecimento local,onde a incorporação de novos saberes passa,obrigatoriamente, pela gestão participativa.

Eixo 7: Programa nacional de formação profissionale tecnológica em pesca

117. Estruturar um programa nacional para aumentar aqualificação profissional do pescador, com as parceriasgovernamentais e não-governamentais. Priorizar a formaçãode jovens profissionais para a cadeia da pesca, utilizandotambém o intercâmbio nacional e internacional.

Eixo 8: Publicações para a pesca artesanal.

118. Publicação de cartilha com os princípios da pescaresponsável, abstraídos do código de conduta da pescaresponsável da FAO. Fortalecer a formação dos pescadoresartesanais para a participação nos fóruns das entidadesrepresentativas de classe, e de representação nos fórunsde gestão dos recursos e difundir as políticas desenvolvidaspela SEAP.

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Desenvolvimento da aqüicultura

119. O Brasil tem dimensões continentais e uma fantásticariqueza natural. Seus recursos foram explorados ao longoda história, muitas vezes, de forma predatória; mas tambémderam uma grande contribuição ao desenvolvimento do país.120. Existe, porém, um tipo de recurso que começa agoraa despertar o seu enorme potencial de geração de riqueza,trabalho, emprego e renda. Tratam-se das águas da Uniãoe o seu uso para fins de aqüicultura.121. A expressão “Amazônia Azul” chama a atenção paraesta riqueza natural. Uma enorme fronteira natural a serutilizada, de forma sustentável, para o desenvolvimento. Umdiferencial em relação a muitos países do mundo. São águascontinentais e marítimas que podem ser utilizadas paraprodução de pescados. O Brasil detém 13,7% da água docedo mundo (ANA, 2004). Somente em reservatórios, são 5,5milhões de hectares. São 8,5 km de costa marítima, comáguas frias nas regiões Sul e Sudeste e quentes no Norte eNordeste. E uma grande variedade de ecossistemaslitorâneos e marítimos, como recifes de corais, dunas, áreasúmidas, lagoas, estuários e manguezais. Além disso, umclima favorável ao crescimento de organismos cultivados,mão-de-obra abundante e crescente demanda por pescadono mercado interno e externo.122. Em nível mundial, diante da estagnação da capturados estoques pesqueiros, a aqüicultura tem sido alternativapara atender ao crescente mercado de consumo depescado.

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123. A produção aqüícola brasileira cresce em níveissuperiores à produção mundial. A estimativa da FAO(2003) é que em 2010 haverá um deficit mundial deoferta de pescado na ordem de 25 milhões de toneladas. Eo Brasil teria condições de ofertar 10 milhões de toneladas.Hoje o Brasil produz 250.000 ton/ano figurando como o 18ºprodutor mundial. O volume total de pescado brasileiro chegaa 1 milhão de ton/ano.124. Este potencial se encontra exatamente no uso racionale sustentável das águas da União para fins de aqüicultura.Somente a utilização de 1% do espelho d’água dos 219reservatórios hidrelétricos situados em 22 estados daFederação, que totalizam uma área de 3,4 milhões dehectares, tem um potencial de produção de 8 milhões deton/ano. Soma-se a isso a aqüicultura costeira, a maricultura,onde predomina o cultivo de moluscos, camarões, algas epeixes marinhos.125. O processo de ordenamento da aqüicultura nos bensfederais já passou por várias fases. Entre outras mudanças,a alteração da figura jurídica, que antes tratava da “cessãode uso” para “autorização de uso” possibilita a dispensa delicitação pública. Este decreto também desburocratiza otrâmite processual ao eliminar a necessidade de consultaprévia e define a SEAP interlocutora entre o produtor e asoutras instituições ordenadoras; define o que são as áreasaqüícolas e parques aqüícolas, cria as áreas de preferênciadestinadas às comunidades tradicionais e institui o Sistemade Informação das Autorizações de Uso das Águas deDomínio da União para fins de Aqüicultura – SINAU, com

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objetivo de cadastrar, georeferenciar e controlar osespaços físicos em corpos d’água autorizados pelaUnião.

126. O Governo Federal tem uma estratégia para definiráreas propícias para aqüicultura e facilitar os processos deautorização de uso. Há dois programas nacionais, oPrograma de Parques Aqüícolas em reservatórioshidrelétricos e o Programa Nacional de Desenvolvimentoda Maricultura em águas marítimas. Um acordo entre aSEAP e o IBAMA descentraliza para os órgãos estaduaisde meio ambiente os processos de licenciamento.127. Como o desenvolvimento da aqüicultura no Brasil aindaestá numa fase inicial e crescente, este é o momento deordenar a atividade, definindo um modelo de gestão quegaranta a democratização do acesso às águas da União ea sustentabilidade da produção, promovendo o crescimento,com inclusão social e preservação ambiental. E ao mesmotempo, implementar políticas públicas que promovam odesenvolvimento da atividade de modo a aproveitar oenorme mercado que se expande.

Aqüicultura continental

128. A regularização do uso das águas de domínio da Uniãopara a produção de pescados era uma das principaisdemandas. A inexistência de um marco regulatório e de umaestrutura institucional capaz de assegurar o desenvolvimentosustentável da produção de pescados cultivados impedia oacesso dos produtores e manteve por décadas limitaçõespara a obtenção de crédito e de outros benefícios.

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129. Hoje, já foram entregues os primeiros títulos deautorização de uso de águas da União para fins deaqüicultura. Para esta realização foram parceirosfundamentais: Secretaria do Patrimônio da União – SPU,Marinha do Brasil, Agência Nacional de Águas – ANA, oIBAMA e os órgãos ambientais estaduais.130. Com a publicação do Decreto nº 4.895/2003, foramdefinidos os rumos para o uso e a ocupação dos espaçosfísicos em corpos d’águas federais. O desafio agora éassegurar às populações tradicionais e aos pequenosprodutores a justa condição de prioridade de acesso; comcritérios definidos com a participação dos movimentossociais. Também são avanços: a eliminação da consultaprévia e a definição da SEAP como único interlocutor entreo produtor e as outras entidades ordenadoras federais eestaduais.131. Parques aqüícolas estão sendo demarcados eregularizados nos reservatórios de Itaipu no Paraná eTucuruí no Pará. Em Serra da Mesa foi feita a primeiracessão de uso de águas da União para uma unidadedemonstrativa. Também está em curso a demarcação deparques nos lagos das hidrelétricas de Furnas e Três Marias,em Minas Gerais, Ilha Solteira na divisa entre São Paulo eMato Grosso, e no Açude Castanhão no Ceará.132. No entanto, a cessão de águas públicas ainda tem umtrâmite processual bastante lento e burocrático e envolvediversos órgãos e competências legais, passíveis dediferentes interpretações. Está em curso uma grandearticulação institucional e participação do setor produtivopara resolver os processos de licenciamento, assim como

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os modelos de cessão, gestão e monitoramento dautilização desses parques. Articulação essa iniciadacomo o 1º Curso para Padronização e Nivelamento de

Licenciadores Ambientais de Órgãos Estaduais de MeioAmbiente (OEMAS) – Aqüicultura Sustentável no Brasil,promovido pela SEAP e realizado com a AssociaçãoBrasileira de Entidades Estaduais de Meio Ambiente/ABEMA. Também fazem parte desse esforço a política decrédito aos empreendimentos aqüícolas e o apoio técnico eextensão rural por convênios com governos estaduais.133. São diversas ações para fortalecer as unidades debeneficiamento e processamento de pescado implantadasou apoiadas como o Centro Regional de Aquacultura/CERAQUA, a unidade da CODEVASF e as unidades dePropriá e de Sobradinho, unidades no pólo de pisciculturado Rio Grande do Sul com apoio à capacitação voltada paraa cadeia produtiva da carpa que visam à agregação de valorda produção aqüícola regional e nacional.134. Ações de financiamento de laboratórios de formasjovens, principalmente nas regiões carentes de insumos paraa produção piscícola e revitalização de unidades produtoras,como o apoio à região Nordeste através do financiamentopara revitalização do centro de produção de alevinos dePirarucu de uma das unidades do Departamento Nacionalde Obras Contra a Seca/DNOCS. Assim como o apoio àprodução da piscicultura, através do convênio com a Granjado Ipê, para a revitalização da produção de piscicultura noDistrito Federal, além das ações em Rondônia com espéciesnativas da região Norte.

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135. Destaca-se também a ação junto à FAO visandouma análise de médio e longo prazo para odesenvolvimento do setor aqüícola, procurandoidentificar os principais gargalos da atividade para nospróximos 15 a 30 anos possibilitar ao Brasil ter uma produçãode aqüicultura sustentável.136. Na área de pesquisa, foram celebrados convênioscontemplando vários estados, para ao melhoramentogenético de Tilápias; desenvolver um sistema de pisciculturaem sistema de recirculação com o Pintado(Pseudoplatystoma sp.); os sistemas de produção de Bijupirá(Rachycentron canadus); estudos para o manejo da CarpaPrateada (Hypophthalmichthys molitrix), com espécies depeixes ornamentais; produção de formas jovens de Vieiras,Ostras e Mexilhão; de Ostras nativas. Além das ações juntoa outros Ministérios (MCT, MDA, etc.) e Órgãos do GovernoFederal (Finep e CNPq) visando à participação nesseseditais e para a inserção da aqüicultura nos editaistransversais.137. Outras ações ainda devem continuar com foco nasdefinições regionais prioritárias, com os pólos de projetospriorizando e alavancando a piscicultura regionalizada, comespécies nativas; como o Surubim, no Centro-Oeste,Pirarucu, no Norte e Jundiá, no Sul-Sudeste.138. A SEAP deve promover, também, outras articulaçõescom o setor gestor do Parque Hidrelétrico Nacional parapromover a inclusão e participação dos mesmos nosprocessos de definição e uso do potencial das águas daUnião pela aqüicultura nacional.

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139. Tem importância a definição de um marcoregulatório para as questões da sanidade nas atividadesaqüícolas e do uso de medicamentos e substâncias de

uso médico veterinário nas produções aqüícolas.140. Em longo prazo, devem ser prioridades as ações porregiões e espécies usando-se modelos de gestões bemsucedidos no âmbito empresarial e das comunidadestradicionais, promovendo a transversalidade da produçãoaqüícola inserida no mercado interno e externo.

Maricultura

141. Um grande avanço na definição do marco legal queproporcionará o desenvolvimento sustentável da mariculturaem águas da União foi a publicação da Instrução Normativanº 17, de setembro de 2005; que define os procedimentospara a elaboração dos Planos Locais de Desenvolvimentoda Maricultura (PLDM). O PLDM é um estudo técnico esócio-econômico, de escala local, utilizado para oplanejamento e identificação de áreas propícias para odesenvolvimento da maricultura, levando em consideraçãoas necessidades de outros usuários dos recursos costeirose o emprego de uma abordagem participativa com ascomunidades locais e resultarão na demarcação de dezenasde parques aqüícolas marinhos.142. Os Planos Locais de Desenvolvimento da Mariculturaestão sendo elaborados em 34 municípios nos estados deAlagoas, Paraná, Santa Catarina, São Paulo, Rio de Janeiroe Rio Grande do Sul. Assim, dezenas de parques aqüícolasmarinhos proporcionarão a regularização de cerca

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maricultores e a geração de empregos diretos. Doislaboratórios de produção de peixes marinhos estãosendo construídos em São Paulo e na Bahia. 24unidades demonstrativas de maricultura estão sendoinstaladas.143. Outro marco legal importante é a publicação do Decretonº 5.564 de outubro de 2005 que institui o Comitê Nacionalde Controle Higiênico-Sanitário de Moluscos Bivalves –CNCMB. Este Comitê, formado pela SEAP, MAPA e ANVISA,é responsável pela elaboração do Programa Nacional deControle Higiênico-Sanitário de Moluscos Bivalves –PNCMB, que cuida do monitoramento bacteriológico dasáreas de cultivo e da rastreabilidade de moluscos ao longodas cadeias de produção e distribuição, garantindo asegurança do consumidor e possibilitando a ampliação demercados.144. A aqüicultura praticada de maneira sustentável é ummeio de produção de alimento e de geração de emprego erenda. A realização da aqüicultura sustentável depende depolíticas de governo e de ações reguladoras eficientes, dautilização pela indústria de tecnologias adequadas em seuplanejamento, desenvolvimento e operação.145. Devem ser prioridades as ações de planejamentoterritorial para a seleção de áreas propícias à atividade quelevem em consideração o potencial impactante tais como:a destinação de esgotos urbanos, resíduos da agricultura eda mineração, dentre outras. Além do planejamento, deve-se dar continuidade ao apoio na capacitação de técnicos eno treinamento e educação de aqüicultores, visando à

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adoção de práticas sustentáveis e na implementaçãodos Códigos de Conduta Responsável.146. A atividade de aqüicultura pode e deve ser

praticada dentro de um sistema de gerenciamento emonitoramento que possibilite manter em equilíbrio o meioambiente, bem como promover a equidade social e contribuirpara o desenvolvimento econômico brasileiro.

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III – Políticas de apoio ao desenvolvimento dacadeia produtiva

Infra-estrutura e logística

147. A infra-estrutura é fundamental como base para odesenvolvimento das atividades de pesca e aqüicultura. Elaé traduzida nos grandes e pequenos terminais dedesembarque; nas estruturas de processamento ebeneficiamento; nos centros e estruturas de suporte àcomercialização; e em outras estruturas de suporte à cadeiaprodutiva como unidades de produção de organismosjovens; laboratórios e estruturas de pesquisa.148. As metas sobre demandas de grandes infra-estruturaspesqueiras estão consolidadas. A SEAP viabiliza as obrasde ampliação, construção e elaboração de projetos deTerminais Pesqueiros Públicos (TPPs), estrategicamentedistribuídos pelo país. A gestão pública destes terminais e adesprivatização da maioria deles garantem o acesso dopescador artesanal, traduzindo o novo conceito deinvestimento público.149. Há mais de 20 anos não se tinha um diagnósticoorganizado das necessidades de investimentos públicos eprivados em infra-estrutura para a pesca e aqüicultura. Foinecessário diagnosticá-los, garantir a viabilidade esustentabilidade dos fins coletivos e definir as estratégiasde gestão, incluindo uma melhor utilização das estruturasexistentes. Hoje, pode-se contar com uma variedade deestruturas e investimentos públicos, instituições envolvidase ações de fortalecimento da infra-estrutura. A maioria das P

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demandas é atendida por convênios com prefeituras eentidades da sociedade civil, visando à recuperação /instalação dessas estruturas.

150. No apoio ao desenvolvimento do setor pesqueiro,notadamente na infra-estrutura de apoio à construção determinais pesqueiros, as estruturas de beneficiamento dopescado, bem como às unidades de comercialização ouentrepostos pesqueiros as “Fábricas de Gelo”desempenham relevante papel. A autonomia econômica depescadores profissionais é determinante para a estruturaçãoda cadeia de produção pesqueira.151. A implantação de recifes artificiais marinhos,considerando o incremento da produção pesqueira, proteçãoe recuperação ambiental, turismo subaquático, maricultura,e direcionamento de correntes marinhas, ocupa lugar dedestaque nas demandas do setor.152. Destaca-se ainda a publicação de edital deconcorrência pública para a contratação de serviçosespecializados na construção e implantação de 2.600 recifesartificiais para funcionar como Dispositivo de Exclusão deArrasto (DEA), Atrator e Recrutamento de Lagosta (RL), comvistas a replicar habitat rochoso para o aumento depopulações de espécies marinhas de interesse econômicoe criar áreas de exclusão do arrasto, restando ainda na pautaos problemas com as licenças ambientais para o lançamentodos recifes.

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Comercialização

153. A SEAP, junto com a Associação Brasileira deSupermercadistas (ABRAS), Associação Brasileira de Barese Restaurantes e diversos parceiros locais, realiza a Semanado Peixe. Uma campanha de incentivo ao consumo quetrabalha em supermercados, feiras livres, escolas,restaurantes, programas de TV, terminais pesqueiros eoutros. Nesse período são difundidas informações sobreos benefícios para a saúde do consumo regular e modosde escolher pescados, a importância do pescado no cenárionacional e ações da SEAP.154. Com a Companhia Nacional de Abastecimento, sãodistribuídos equipamentos e estruturas adequadas paracomercialização direta em espaços comerciais como feiraslivres e mercados municipais. A ação de intermediários teminfluência direta no rendimento dos produtores e no preçofinal repassado ao consumidor. Os aqüicultores epescadores artesanais são os mais atingidos pelos“atravessadores”, por não disporem de estrutura paracomercializar diretamente os seus produtos, criando umaconstante dependência e obtendo baixos índices derentabilidade. Tal medida amplia a oferta de pescadosfrescos com melhor qualidade e reduz o preço aosconsumidores. Entidades de pescadores artesanais eaqüicultores familiares enquadrados no PRONAF A a Destão recebendo 400 kits de Feira do Peixe, tendo previsãode mais 500.155. A SEAP firmou um convênio com a Agência dePromoção das Exportações e Investimentos do Brasil

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(APEX) para a promoção dos pescados brasileiros noexterior. O projeto desenvolveu uma logomarca para opescado brasileiro, levou exportadores brasileiros às

maiores feiras de pescados do mundo, promoveu rodadasde negócio no Brasil e no exterior e custeou a visita deimportadores de pescado para o Brasil. As primeirasexportações oficiais de peixes nativos da Amazônia ePantanal, oriundos do cultivo, são frutos diretos desseProjeto; que também auxilia o setor exportador de camarõesa buscar mercados alternativos na Europa para as barreirascomerciais impostas pelos EUA.

156. O Brasil mostrou grande potencial de resistência ediversificação de sua pauta exportadora. Entre o ano de2003 e 2004 as exportações brasileiras cresceram 2,07%.Porém, se desconsiderarmos as exportações de camarão,que foram reduzidas em 10,40%, devido à ação deantidunping movida pelos EUA contra 6 países exportadores,entre eles o Brasil, as exportações brasileiras cresceramem 19,77%, com uma valorização do preço médio por quilode pescado exportado de 19,48%.157. O entreposto comercial da CEAGESP é o maior centrode comercialização de perecíveis da América Latina. Hojea CEAGESP comercializa 300 toneladas por dia depescados. No passado este número era superior a 900toneladas por dia. As condições de comercialização depescados no entreposto são precárias e não garantem aqualidade do pescado comercializado. A obra garantequalidade ao pescado brasileiro, serve como referência

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mundial na área de comercialização de pescado e geraempregos e renda.

Crédito e Assistência Técnica

158. A despeito dos incentivos viabilizados para o setorpesqueiro nas últimas quatro décadas pode-se inferir queestes não desencadearam o desenvolvimento sustentável,capilaridade e abrangência em relação aos diversificadossegmentos da pesca nacional.159. A partir de 2003 o setor pesqueiro passou a contarcom uma interação com o setor público, possibilitando agestação de políticas mais adequadas aos seus interesses.Começaram a ser implementadas ações para a criação dediversas linhas de financiamento destinadas a atenderdemandas do setor pesqueiro/aqüícola para investimentos,custeio, comercialização, bem como incentivo aodesenvolvimento das cadeias produtivas e destinação decrédito para a estruturação plena das suas potencialidades.160. A próxima etapa foi a criação dos instrumentos decrédito. Passou-se a uma intensa interação com os agentesbeneficiários dessas políticas para qualificá-las e atenderde forma planejada e organizada. A política de créditoinstituída tem um de seus vértices no desenvolvimentoeconômico e social das populações pesqueiras maissegregadas, constituindo-se em instrumento para inclusãosocial e promotor da cidadania.161. Estima-se ainda pelo desenvolvimento das estruturasde produção, beneficiamento e comercialização depescados para o consumo nacional e exportação. Esta

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política é consoante com a estruturação e consolidaçãoda cadeia produtiva, capacitação industrial epotencialidade do comércio de pescado. E mais, pela

organização da gestão pesqueira nacional medianteincentivos planificados no novo pacto pesqueiro nacionalcom a meta de valorizar e harmonizar os diversos segmentosque vivem da pesca.162. As ações são firmadas para o fortalecimento estruturale econômico do setor, bem como contribuir para oreconhecimento, integração e visibilidade da classetrabalhadora pesqueira como importante segmento nacionale possibilitar a uma grande parcela produtiva o acesso aum instrumento de desenvolvimento econômico e social.163. O setor dispõe hoje de linhas como Prodeagro,Prodecoop e Finame que se destinam ao fomento,desenvolvimento e sustentabilidade das ações no âmbitoda estruturação produtiva, organização e fortalecimento dascoletividades e organização da cadeia produtiva. Os acordosde cooperação com o Banco do Brasil, BNB, Banco daAmazônia disponibilizam linhas do Pronaf, atendendo amilhares de pequenos pescadores. Operando ainda atravésdo BNB e Banco da Amazônia a SEAP negociou e viabilizoudotação da ordem de 250 milhões de reais, a seremaplicados nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste,oriundos dos fundos constitucionais com linhas específicaspara aqüícultores, pescadores profissionais e pescadoresartesanais.164. Com a Assistência Técnica e Extensão Pesqueira eAqüícola, milhares de aqüicultores e pescadores em todo oBrasil recebem orientação e capacitação que garantem o

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acesso ao crédito, a organização da cadeia produtivae o incentivo ao associativismo e cooperativismo;melhora a renda do aqüicultor e pescador, a oferta depescado e integra e facilita o acesso dos aqüicultores epescadores aos programas e projetos desenvolvidos peloGoverno Federal. Os 42 projetos aprovados estão emexecução e a publicação de um novo edital vai permitir oacesso de outras entidades.165. Foram desenvolvidas linhas específicas para a pescaindustrial, como o PROFROTA PESQUEIRA, para fomentara pesca oceânica, operacionalizar a gestão da pesca, atingirdiversos objetivos estratégicos nacionais e desenvolver aindústria naval pesqueira. O programa teve o seu primeiroedital que deferiu 10 projetos. O segundo edital publicadodisponibiliza 100 embarcações em diversas modalidades,estimadas as concessões de crédito na ordem de 200milhões.

Pesquisa

166. A SEAP faz parcerias com instituições de pesquisa,governamentais e não-governamentais para elaboração,execução e acompanhamento de propostas e projetos quecontemplem o Plano Estratégico de DesenvolvimentoSustentável da Aqüicultura e Pesca.167. Para otimizar a aplicação dos recursos financeiros ehumanos destinados às pesquisas de aqüicultura e pesca,são incentivadas a criação e submissão de propostas atravésde Redes de Pesquisa específicas.

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168. Mais editais de pesquisa estão previstos emparceria com o MCT com recursos dos fundos setoriaise a celebração de convênios estratégicos com a

Universidade Federal de Santa Catarina para estruturar olaboratório de camarão para estudos e pesquisasrelacionados com o vírus da mancha branca e o convêniocom Universidade Federal Rural de Pernambuco paraestudos com o atum, agulhão.169. O redirecionamento das demandas de pesquisaatravés do lançamento de editais públicos mostra-se umaimportante ferramenta por traduzir a política planejada eagilizar o apoio a projetos importantes.

Ações:

1) Levantamento de informações e abertura de linkna página da internet para divulgar editais eresultados de projetos, identificar as instituiçõesde pesquisa, suas estruturas e os estudos járealizados.

2) Articulações institucionais para viabilizarrecursos para atendimento a demandas de C&Tatravés do Acordo de Cooperação entre a SEAP eo MCT e suas agências (CNPq e FINEP). Já são 39projetos de pesquisa em execução.

170. - Em parceria com o MCT, CNPq e outros ministérios a“seleção pública de propostas para apoio a projetos detransferência de tecnologias sociais para comunidades

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tradicionais e povos indígenas” tem os pescadoresartesanais como público-alvo e aqüicultura e pescaestão nas linhas temáticas do edital.171. - O Edital conjunto com o MCT/FINEP para “seleçãopública de propostas para apoio financeiro a projetos comvistas à formação de rede de pesquisa em aquicultura-repaq”, foca o desenvolvimento de tecnologias e pesquisasvoltadas para espécies nativas de peixes de água doce emoluscos bivalves marinhos.172. - Está articulada como BNB a abertura de linhastemáticas em aqüicultura e pesca no próximo edital doFUNDECI “Fundo de Desenvolvimento Tecnológico eCientifico”.173. - No RIPA (Rede de Inovação e Prospecção tecnológicado Agronegócio), iniciativa da EMBRAPA em parceria coma FINEP para levantamento de informações para subsidiara revisão do documento que norteia a aplicação dos recursosdo Fundo Setorial do Agronegócio (CT-AGRO), a área deaqüicultura e pesca esta inserida no âmbito do MCT.

3) Estímulo à criação de redes de pesquisa paradisseminar resultados

174. - Organização de redes virtuais de pesquisadores quetrabalham com ostra nativa e vieiras. A SEAP mantém osSubcomitês científicos de atuns e afins e de peixesdemersais de profundidade que funcionam no formato derede e reúnem especialistas de diversas instituições depesquisa.

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4) Apoio a estudos da cadeia produtiva da pesca eaqüicultura

175.- Apoio, por convênios com o LABOMAR daUniversidade Federal do Ceará, a 2 projetos para a cadeiaprodutiva da lagosta. E também a projetos de pesquisa deprospecção pesqueira com sardinha-lage, agulhões e parasustentabilidade da pesca do caranguejo-uçá, em convênioscom a UFRPE e com a EMBRAPA/Piauí.176.- Na área de aqüicultura, a SEAP realizou duas oficinaspara fomentar a realização de pesquisas para suporte acadeia produtiva do Pirarucu e dos peixes do pantanal eapóia estudos de metodologias para detecção de ficotoxinasem moluscos bivalves na UNIVALI/SC e a construção donúcleo de piscicultura da EMBRAPA no Mato Grosso doSul.177.- Outros 2 convênios foram celebrados com aUniversidade Estadual de Maringá para a implantação doLaboratório Experimental de Curtimento de Peles de Peixese a modernização da Estação de Piscicultura daUniversidade para recebimento de linhagens geneticamentemelhoradas de tilápias do World Fish Center (instituição defomento a aqüicultura sem fins lucrativos sediada naMalásia).

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5) Participação na Câmara Técnica de C&T doConselho Nacional de Recursos Hídricos

178- Inclusão de demandas de aqüicultura e pesca namoção encaminhada ao presidente do fundo setorial do CT-HIDRO, para aumentar o apoio a projetos de pesquisa.

6) Apoio ao Programa do REVIZEE.

179.-Apoio financeiro para a publicação do SumárioExecutivo do REVIZEE que reunirá o resumo de todos osestudos realizados nos 8 anos de duração do programa.

7) Articulação com o MCT e CNPq para a criaçãoda Rede Algas

180.- A SEAP integra esforços para constituição de umarede de pesquisa que para envolver todas as áreas doconhecimento relacionado com macroalgas.

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IV- Ordenamento, controle e estatística daaqüicultura e pesca

181. No Brasil vivem-se momentos decisivos em relaçãoao ordenamento de importantes pescarias hojeintensamente explotadas, como a pesca de camarões,lagostas, sardinha, pargo, piramutaba, recursos de grandevalor social e econômico. Por outro lado, o país precisainvestir na modernização de sua frota pesqueira, reduziresforço sobre recursos sobreexplotados, ampliar a pescaem mar aberto, assim como ocupar soberanamente suaZona Econômica Exclusiva - ZEE. A pesca artesanal,também responsável em grande parte pela captura derecursos tradicionais, assim como exclusivamente pelapesca dispersa e em águas continentais, tem sentido asconseqüências de um ordenamento voltado para a grandepesca comercial. Ordenamento esse cujas conseqüênciasestão assentadas na baixa saúde financeira do setorpesqueiro, no alto nível de depleção dos estoques de pescae no aprofundamento das desigualdades sociais.182. Embora seja possível o ordenamento da pesca comoum conjunto de normas e ações que possibilitem administrara atividade de pesca e aqüicultura, com base noconhecimento atualizado dos seus componentes biológicos,tecnológicos, econômicos e sociais, ou ainda, exercício decidadania, onde diversos atores (poder público, setorprodutivo, comunidade técnico-científica, organizaçõessociais) interagem técnica e politicamente na definição decritérios para o uso de recursos pesqueiros, reforçando osprincípios da sustentabilidade ambiental, econômica e social,

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o ordenamento precisa ter um sentido propositivo. Ouseja, é preciso se antecipar com políticas ofensivas dedesenvolvimento do setor, ampliando ou redirecionandoos espaços da pesca, apontando alternativas de capturas eà captura, oferecendo tecnologias que potencializem oexercício da atividade pesqueira.183. Na esteira da cadeia produtiva, o pescador, o principalresponsável pela existência do ramo pesqueiro na economia,constitui o trabalhador menos favorecido. De tal forma quea apropriação da renda gerada pelo setor pesqueiro atribuia menor remuneração ao trabalho do pescador. Isso requerdas autoridades um comportamento distinto do queanteriormente vinha sendo exercido, não só em função doenorme deficit social, mas também em função doreconhecimento do papel desempenhado por estetrabalhador.184. Para se atingir esse objetivo deve-se em primeiro lugarincluir o pescador no processo de decisão sobre aadministração da pesca, até porque é voz consoante anecessidade de ouvir o produtor sobre as medidas de gestãodesse produto. Portanto, procura-se superar assim opreconceito e a exclusão. Em segundo, deve-se contemplarno escopo dos estudos e trabalhos técnicos a áreasocioeconômica, conhecimento técnico e científico das áreasde antropologia, sociologia, história, economia.

Registro

185. Com a edição da Lei nº 10.693, de 2003, coube àSEAP/PR a organização e a manutenção do Registro Geral

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da Pesca – RGP, cuja sistemática administrativa eoperacional foi estabelecida pela Instrução NormativaSEPA/PR nº 003, de 12 de maio de 2004, publicada no

D.O.U de 13 de maio de 2004.Esta norma, amplamente discutida com o setor, estabeleceos requisitos, critérios e competências para aoperacionalização do Registro Geral da Pesca,compreendendo o registro (incluindo as fases de renovação,alteração ou cancelamento) de pessoas físicas e jurídicasque exercem quaisquer atividades pesqueiras, classificadasem sete categorias, quais sejam: pescador profissional,aprendiz de pesca, embarcação pesqueira, armador depesca, indústria pesqueira, empresa que comerciaorganismos aquáticos vivos e aqüicultor.186. A organização e manutenção do RGP compreendemdiversos passos, desde a elaboração do seu ordenamentoaté a execução, o controle e monitoramento dos registros,envolvendo os Escritórios Estaduais da SEAP. Nesseaspecto se destaca o sistema de registro de pescadores,em substituição ao antigo, que não cobria todo o país eainda era incompleto aos propósitos do ordenamentopesqueiro.

Estatística:

187. Atualizar e manter atualizado o sistema de estatísticae informações sobre a aqüicultura e pesca são condiçõesnecessárias para erguer uma política consistente eresponsável voltada ao fomento e ao desenvolvimento daatividade pesqueira no país.

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188. A produção aqüícola e o controle de desembarqueda pesca consistem em informações indispensáveispara o fomento e desenvolvimento do setor pesqueiro.Nesse sentido, a SEAP, até então, investiu principalmentena abrangência e melhoria da qualidade dos dados einformação, da pesca marinha, segmento este quehistoricamente tem contribuído com mais de 50% daprodução nacional de pescado; com destaque para osprojetos executados através de convênios com a PROZEE,UNIVALI e FADURPE.189. Com relação à pesca marinha e à maricultura (olevantamento de dados e informação deste último segmentojá era realizado com qualidade), em 2005 foram concluídasmetodologias para o levantamento de dados e informaçãoconsolidados em todo litoral brasileiro.

PERSPECTIVASRegistro Geral da Pesca

190. No próximo período a SEAP já terá recadastrado todosos pescadores profissionais. 500 mil ao todo, sendo 100 milnovos registros de pescadores que ainda atuam nainformalidade. Também integra o escopo de trabalho dorecadastramento a exclusão de portadores de registro depescador que não façam da pesca sua profissão ou principalmeio de vida; nestes casos estima-se o cancelamento de100 mil registros.191. O desafio é atualizar e manter atualizado o RegistroGeral da Pesca – RGP. Para além dos pescadoresprofissionais, a prioridade será para os registros da frota

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pesqueira, cuja estimativa é de aproximadamente 100mil embarcações, incluídas as pequenas embarcaçõessem cadastros no Comando da Marinha e que junto a

SEAP são isentas do pagamento de qualquer taxa deregistro.192. Também se investe na regularização dos registros deaqüicultores e de empresas que comerciam organismosaquáticos vivos, incluídos os pesque-pagues, num universoestimado de aproximadamente 30 mil cadastros em todo opaís. Por competência, as demais categorias previstas noRGP também precisam ser regularizadas: indústriaspesqueiras, armador de pesca e aprendiz de pescador.193. Nesse sentido, se desenvolve um programa completodo novo sistema informatizado do RGP, para, em tempohábil e de forma segura, obter informações necessárias àgestão da atividade pesqueira, mas fundamentalmentesubsidiar os programas de fomento e de desenvolvimentodo setor.194. O cadastro do pescador, hoje com largo espectro deinformações de conteúdo sócio econômico, consiste numinstrumento, não só no sentido da existência de banco dedados, mas também de regularização do exercício da pesca,visto que a pesca profissional só pode ser praticada porquem estiver devidamente habilitado. A CPP é documentocomprobatório do profissional da pesca, mas tambémdocumentação indispensável para o exercício de cidadaniado trabalhador do setor primário da atividade pesqueira.

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Estatística e Informação

195. Ainda há grandes desafios no que se refere aolevantamento de dados e informação da aqüicultura e pescaartesanal, notadamente na piscicultura e na pescacontinental. Os esforços devem ser concentrados, semperder de vista a manutenção daquilo que já foi conquistado,em apoiar a implantação de uma metodologia que permitao levantamento de dados e informações mais abrangentese consistentes da produção e do desembarque comercialdestes dois segmentos, bem como na perspectiva de, emmédio prazo, incorporar informações acerca da pescaamadora e de subsistência.196. Continua sendo um desafio incluir no escopo dotrabalho metodológico de Estatística Pesqueira, integrandoà modelagem do sistema nacional de estatística asinformações relativas à produção da aqüicultura em águadoce e da pesca em águas continentais.

Ordenamento Pesqueiro

197. A Lei 10.683/2003 estabelece uma divisão entre asresponsabilidades da SEAP e IBAMA. Este processo degestão da pesca será monitorado da seguinte forma: nocaso das pescarias administradas pelo IBAMA, a SEAPparticipa e integra comitês de ordenamento de pescas dosrecursos controlados e das principais bacias hidrográficas;para pescarias sob a responsabilidade da SEAP, trabalha-se pela participação do Ministério e Meio Ambiente e IBAMAno processo de gestão da pesca.

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198. A participação da SEAP merece destaque naregulamentação do cultivo para ordenamento do usode espaços em corpos d’água de domínio da União;

no estabelecimento de diretrizes para implantação dosparques e áreas aqüícolas; no estabelecimento de critériose procedimentos para formulação e aprovação de PlanosLocais de Desenvolvimento da Maricultura – PLDM.199. Para o ordenamento da pesca sob a responsabilidadeda SEAP, demersais de alta profundidade e atuns/afins,deve-se aperfeiçoar e intensificar a participação e buscarnova visão ao processo de gestão, com foco no político eeconômico.200. Para a gestão dos recursos altamente migratórios,investir na ampliação de espaços de explotação, também apartir de ações relacionadas a recomendações e sugestõesjunto à Comissão Internacional para Conservação do AtumAtlântico – ICCAT.201. A implantação de mapas de bordo tem sua comprovadaeficiência no monitoramento da frota arrendada e se constituiuma necessidade para o ordenamento da pesca em águasmarinhas. A Instrução Normativa Interministerial Nº 26/2005estabelece critérios e procedimentos para o preenchimentode mapas de bordo para embarcações que operam emáguas jurisdicionais brasileira e em alto mar. O objetivo éde tornar obrigatório o uso do mapa de bordo parasignificativa parte da frota (nacional e totalidade daarrendada), que atue sobre recursos controlados ouadministrados.202. A pesca incidental também é motivo de atenção napolítica de ordenamento pesqueiro, assim como é cada vez

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mais objeto de resistência, não só de organizaçõesrelacionadas à conservação de organismos marinhos,mas como barreira no comércio internacional depescados. A SEAP busca maior interlocução comorganizações vinculadas à proteção de aves marinhas,tartarugas e mamíferos marinhos, na perspectiva departicipar de planos e ações de conservação desta fauna,também considerando sua influência direta na pescaresponsável defendida pela FAO e outros organismosinternacionais.203. No caso do ordenamento compartilhado de recursospesqueiros é preciso intensificar a participação no processode estabelecimento de medidas de conservação. Além daconservação do recurso, o comprometimento será com odesenvolvimento da atividade, onde o econômico e o socialassumem primazia. Deve-se aumentar presença junto aoprocesso de administração das principais pescas,participando de Comitês Gestores das pescarias marinhascontroladas e do processo de estabelecimento de medidasde ordenamento das grandes bacias hidrográficas do país.

Pesquisa Sócio Econômica

204. Além das informações e as estatísticas produzidas, apolítica de ordenamento precisa estar amparada numa sériede estudos e trabalhos técnicos de maneira a dar respaldoàs medidas a serem adotadas. Conhecimentos sobre abiologia do recurso, crescimento, dinâmica, alimentação sãoabsolutamente indispensáveis para a adoção de medidas

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administrativas ou de gestão. No entanto, cada vez maissão necessárias informações de caráter sócio-econômicas, relacionadas à cultura, tradição, relações

de produção, custo de produção, geração de renda,mercado, entre outras. O desafio é incluir na área depesquisa segmentos ainda não contemplados, como na áreade antropologia, história, sociologia, economia.205. Qualquer medida de ordenamento envolve o pescadorou pescadora. As conseqüências dessas medidas precisamlevar em conta o rebatimento nas populações pescadoras.A gestão da pesca e o ordenamento pesqueiro têm o serhumano como alvo central de suas políticas.206. Propostas para Divulgação e Publicação: Criação deuma série de publicações sobre “Legislação Pesqueira” eoutra sobre “Estatística Pesqueira”. O sistema de estatísticae informações deve ter um canal informativo para veiculardados de produção e desembarque, tanto de maneiraagregada, quanto por produto, principalmente daquelesrecursos que a SEAP tem maior governabilidade, comoatuns e afins, caranguejos de profundidade, entre outros.

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V - Política internacional

207. As relações internacionais visam fortalecer acooperação para o desenvolvimento sustentável da pescae aqüicultura e compartilhar experiências brasileiras no setorcom a de outros países.208. O estreitamento de relações com países da AméricaLatina, América Central, África e Ásia temcomplementaridade nos vários segmentos de aqüicultura epesca que redunda em mútuo benefício.209. A participação nos principais fóruns internacionais deaqüicultura e pesca viabiliza negociação de regras para odesenvolvimento sustentável da aqüicultura e pesca e oexercício de práticas comerciais justas.

Ações

210.A SEAP adota uma postura clara de acompanhamentodos principais temas da agenda internacional de aqüiculturae pesca. Participou dos principais fóruns de discussão entreos quais se destacam: a Comissão Internacional para aConservação do Atum do Atlântico (ICCAT), a Comissãopara a Conservação dos Recursos Marinhos Vivos daAntártida (CCAMLR), a Organização das Nações Unidaspara Alimentação e Agricultura (FAO) com seus órgãosestatutários – Comissão de Pesca do Atlântico CentroOcidental (COPACO) e Comissão de Pesca Continental(COPESCAL). O INFOPESCA também.211. Destacam-se ainda as discussões sobre Regras deOrigem e Subsídios Pesqueiros que são tratadas na

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Organização Mundial do Comércio, bem como o intensorelacionamento com os Países de Língua Portuguesa,com países da América Latina e com a República

Popular da China.

Organização Mundial do Comércio (OMC)

212. Em abril de 2005, na reunião do Comitê Negociadorde Regras da OMC, o Brasil apresentou documento (TN/RL/W/176) elaborado pelo Ministério das RelaçõesExteriores e SEAP, com linhas gerais sobre o seuposicionamento em relação aos subsídios à pesca e àpossibilidade da regulamentação desses subsídios de formaespecífica por parte da OMC.213. O documento apresentado pelo Brasil pode ser divididoem três partes: Parte I do documento (“Introdução”) situa omomento atual da negociação e ressalta a importância quedeve ser dada aos países em desenvolvimento.214. Na Parte II (“O Setor da Pesca”) procura-se dar umapanorâmica do setor da pesca no mundo, inclusiveressaltando-se alguns aspectos como o fato de diversospaíses em desenvolvimento não estarem aptos a explotarde forma adequada as suas potencialidades pesqueiras,além de ressaltar os problemas causados pelos paísesdesenvolvidos com as suas políticas de pesca.215. O segmento III do documento (“Preocupaçõesenvolvendo o Setor da Pesca”) ressalta alguns números erelações existentes no setor da pesca que demonstram anecessidade de existirem disciplinas específicas que delesse ocupem.

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216. Na reunião do Grupo Negociador de Regras dejulho de 2005, o Brasil apresentou um novo documento(TN/RL/GEN/56), com aceitação bastante positiva. Nosegundo semestre desse ano irão ocorrer mais duasreuniões do Grupo Negociador de Regras (setembro enovembro).

Negociações comerciais bi-regionais e bilaterais

217. Um dos principais acordos em fase de negociação é oMercosul-União Européia, bastante amplo, cujasnegociações se desenvolvem em um ritmo bastante lento,com inúmeras interrupções.218. Paralelamente às discussões com a União Européia,foi recentemente assinado acordo comercial com SACU –União Aduaneira Sul- Africana que engloba África do Sul,Zimbábue, Botsuana, Namíbia e Lesoto. Trata-se de umacordo de preferências tarifárias – ou seja, são negociadaslistas de produtos que poderão gozar de redução no impostode importação.219. No caso particular do acordo comercial MERCOSUL-SACU, foram negociados itens da pesca, bem comoestabelecidas regras de origem para o segmento, de modoa se determinar se um produto é originário dos paísessignatários para se beneficiar da margem de preferência.220. Com relação ao acordo MERCOSUL-ÍNDIA, o únicoitem de pesca incluído foi “peixes ornamentais”, tendo emvista, inclusive, a falta de consenso em relação a definiçõesenvolvendo regras de origem. Encontram-se ainda em

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processo de negociação acordos com Marrocos,Canadá, Coréia e a revisão da lista de produtosMERCOSUL-SACU.

Comissão Internacional para a Conservação doAtum Atlântico (ICCAT)

221. A participação do Brasil como membro da ComissãoInternacional para a Conservação do Atum Atlântico (ICCAT)é estratégica para o desenvolvimento da pesca de atuns eafins, uma vez que essa Comissão realiza pesquisas e editanormas de ordenamento e supervisiona as atividades depesca de atuns e espécies afins no Oceano Atlântico, edisciplina a comercialização de atuns para os mercadosestrangeiros estabelecendo inclusive cotas de captura porespécie.222. A SEAP forneceu todos os dados estatísticos da pescade atuns e participou ativamente das reuniões preparatóriase da Reunião anual da ICCAT, onde as principais decisõessão ratificadas.223. A Seap mantém um Convênio com a FundaçãoApolônio Sales, da Universidade Federal Rural dePernambuco, com o fim de assessorá-la na coleta deinformações, elaboração de relatórios, treinamento deobservadores de bordo e assessoramento na participaçãode reuniões da ICCAT no Brasil e no exterior.

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Comissão Internacional para a Conservaçãodos Recursos Vivos Marinhos Antárticos(CCAMLR)

224. O Brasil também é membro da Comissão para aConservação dos Recursos Marinhos Vivos da Antártida –CCAMLR e considera a possibilidade de desenvolveroperações de pesca nas águas sob jurisdição daquelaComissão.225. Os países vizinhos do Cone Sul, entre os quais oUruguai, Chile e Argentina, já desenvolvem pescarias naságuas antárticas. O Brasil ainda não participa de operaçõesde pesca naquela região por falta de tecnologia de capturaadequada.226 A SEAP acompanha os desdobramentos da CCAMLR,que realiza reuniões de caráter técnico e uma reunião porano com caráter decisório.

Comissão de Pesca para o Atlântico CentroOcidental e Caribe – COPACO

227. A participação do Brasil como membro da Comissãode Pesca para o Atlântico Centro Ocidental e Caribe –COPACO - é relevante porque essa Organização engloba oCaribe e parte das águas jurisdicionais brasileiras na regiãodo Norte, notadamente parte do Pará e a totalidade do litorale ZEE frente ao Amapá.228. O Brasil participa das reuniões da COPACO, exercendoliderança já que compartilha recursos pesqueiros da zonaconhecida como Plataforma Brasil-Guianas, rica em

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camarões e peixes demersais que são capturados pelaGuiana Francesa, Suriname, Guiana, Venezuela,Trinidad Tobago e Barbados.

Comissão de Pesca Continental – COPESCAL

229. O Brasil também é membro da Comissão de PescaContinental - COPESCAL, órgão da FAO e tem comoobjetivo promover pesquisa para o uso sustentável dosrecursos pesqueiros continentais. Também assessoragovernos a estabelecerem bases científicas com vistas àaplicação de medidas de ordenamento da pesca e daaqüicultura.

Centro para os Serviços de Informação eAssessoramento sobre a Comercialização dosProdutos Pesqueiros na América Latina e Caribe –INFOPESCA

230. A participação do Brasil como membro do Centro paraos Serviços de Informação e Assessoramento sobre aComercialização dos Produtos Pesqueiros na América Latinae Caribe - INFOPESCA é importante por ser umaorganização internacional independente e que prestaserviços a empresas, associações setoriais e a governosem todos os aspectos do desenvolvimento da pesca e daaqüicultura.231. O INFOPESCA trata os diversos projetos de produção,industrialização e comercialização tendo sempre presenteo conceito de marketing dirigido ao mercado. Nesse sentido,

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produz e disponibiliza mensalmente boletim cominformações comerciais e diagnósticos da situação docomércio pesqueiro em vários continentes.

Entendimentos bilaterais com terceiros países naárea de cooperação

232. A SEAP tem sido demandada por diversos países emrelação à assinatura de Memorando de Entendimentos emaqüicultura e pesca como é o caso de Cuba, Peru, Angola ea República Popular da China além dos demais países delíngua portuguesa.

Perspectivas

233. Ao se manter a participação em fóruns internacionaisde aqüicultura e pesca, pode-se influir para o fortalecimentodo marco jurídico internacional e, igualmente, domelhoramento de técnicas de avaliação dos estoquespesqueiros; do desenvolvimento de novas técnicas deaqüicultura; da identificação de novos mercados paraprodutos pesqueiros e do estabelecimento de programasde intercâmbio para capacitação de técnicos de aqüiculturae pesca.

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VI Democratização e transparência

Participação Cidadã na construção da política dapesca no Brasil

234. A criação da SEAP é fruto de uma antiga demanda dosetor. Na formulação de suas políticas, a SEAP desenvolveoutros espaços de participação, tais como, fóruns, mesas,consultas públicas, audiências e atos. São exemplos: atospúblicos para divulgação do Recadastramento dosPescadores e Pescadoras Profissionais; audiências econsultas públicas na formulação de políticas de gestãodos terminais pesqueiros públicos; fóruns e redesinternacionais governamentais ou independentes como aorganização Mundial do Comércio (OMC), Rede Regionalde Cooperação em Aqüicultura para a América Latina eCaribe (ANA), Comissão Internacional para a Conservaçãodo Atum Atlântico (ICCAT), Centro para os Serviços deInformação e Assessoramento sobre a Comercialização dosProdutos Pesqueiros na América Latina e Caribe(INFOPESCA); comitês consultivos com a participação deorganizações científicas, setor produtivo e órgãosgovernamentais, tais como, Comitê Permanente de Gestãode Recursos de Demersais de Profundidade (CPGDemersais) e Comitê Consultivo Permanente de Atuns eAfins (CPG Atuns e Afins).235. A realização da 1ª Conferência Nacional de Aqüiculturae Pesca e a posse do Conselho Nacional de Aqüicultura ePesca marcaram o início de nova etapa na construção dapolítica para a pesca e aqüicultura no país. A mobilização

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de amplos setores da sociedade organizada e o prontoatendimento à convocação da SEAP dos órgãos dastrês instâncias governamentais têm permitido a criaçãode um novo modelo de gestão pública baseado na parceriae no compartilhamento das decisões.236. Em 2004, a SEAP promoveu o 1º Encontro Nacionaldas Trabalhadoras da Pesca e Aqüicultura, precedido de27 Encontros Estaduais. Esse espaço, conquistado pelastrabalhadoras da pesca e da aqüicultura, possibilitou queantigas reivindicações de gênero fossem garantidas napolítica de pesca.237. Uma das primeiras providências da Secretaria Especialde Aqüicultura e Pesca foi organizar e consolidar o ConselhoNacional de Aqüicultura e Pesca - CONAPE órgão deformulação, análise e encaminhamento das políticasvoltadas para o setor pesqueiro. Ato que tem comoconseqüência a intensificação ao chamamento dosrepresentantes do setor pesqueiro: pescadores, armadorese empresários/industriais da aqüicultura e pesca. ORegimento Interno do CONAPE determina a realização deduas reuniões por ano para debater os temas definidos nosComitês Temáticos Permanentes.238. O maior ganho foi o apoderamento pelo setor daconcepção de formulação e implantação de políticaspúblicas de forma democrática e participativa, presente naidentidade coletiva do setor na construção do CONAPE.Representantes dos empresários, dos movimentos eentidades da sociedade e instituições de pesquisa, emparceria com os conselheiros e as conselheirasgovernamentais vêm propondo uma agenda comum para o

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setor, respeitando as características regionais e adiversidade sócio ambiental. Enfim, dando um salto dequalidade na formulação de políticas duradouras.

239. O acompanhamento e avaliação das resoluções da1ª CNAP é feito através de programa eletrônico emmontagem pela SEAP, acrescentando a necessidade dediscussão sobre a avaliação das resoluções, o que deveriaocorrer em reuniões dos grupos de trabalho estaduais antesda 2ª CNAP. Um grupo de trabalho foi constituído com oobjetivo de analisar a solicitação de diversas representaçõesnacionais que estão solicitando participação no Conselhoe elaborar propostas sobre: critérios e procedimentos deadesão de novas instituições públicas e da sociedade civil;metodologia do processo eleitoral; e composição do Comitêeleitoral.

240. Foi o CONAPE quem sugeriu o tema norteador da 2ªConferência Nacional de Aqüicultura e Pesca com asustentabilidade da política do setor.

241. - Criação de conselhos estaduais de aqüicultura epesca.242. - Constituição de fóruns estaduais agregandoentidades, conselhos ou comitês estaduais, que porventura,já existam nos estados, para que possam viabilizar a criaçãode conselhos estaduais de aqüicultura e pesca, em moldessemelhantes aos do Conselho Nacional.243. Atualização da avaliação e acompanhamento dasresoluções das Conferências.

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ANEXOS

Decreto de 22 de dezembro de 2005 - Convocação.....70

Portaria 416 de 28 de dezembro de 2005........................72

Regimento da 2 ª Conferência Nacional de Aqüicultura e

Pesca................................................................74

.

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DECRETO DE 22 DE DEZEMBRO DE 2005

Convoca a 2a Conferência Nacional de Aqüiculturae Pesca e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição quelhe confere o art. 84, inciso I, alínea “a”, da Constituição,D E C R E T A :

Art. 1o Fica convocada a 2a Conferência Nacional deAqüicultura e Pesca, a se realizar de 14 a 16 de março de2006, em Brasília, Distrito Federal, sob a coordenação daSecretaria Especial de Aqüicultura e Pesca da Presidênciada República.

Art. 2o A 2a Conferência Nacional de Aqüicultura e Pescadesenvolverá seus trabalhos a partir do tema: “Consolidaçãoda política nacional da aqüicultura e pesca”.

Art. 3o A 2a Conferência Nacional de Aqüicultura e Pescaserá presidida pelo Secretário Especial de Aqüicultura ePesca ou, na sua ausência ou impedimento eventual, peloSecretário-Adjunto da referida Secretaria.

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Art. 4o O Secretário Especial de Aqüicultura e Pescaexpedirá, mediante portaria, o regimento da 2a ConferênciaNacional de Aqüicultura e Pesca, ouvido o ConselhoNacional de Aqüicultura e Pesca - CONAPE.

Parágrafo único. O regimento disporá sobre a organizaçãoe funcionamento da 2a Conferência Nacional de Aqüiculturae Pesca, inclusive sobre o processo democrático de escolhados seus delegados.

Art. 5o As despesas com a realização da 2a ConferênciaNacional de Aqüicultura e Pesca correrão por conta dosrecursos orçamentários próprios da Secretaria Especial deAqüicultura e Pesca.

Art. 6o Este Decreto entra em vigor na data de suapublicação.

Brasília, 22 de dezembro de 2005; 184o da Independênciae 115 o da República.

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVADilma Rousseff

DATA 23/12/2005

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PORTARIA Nº 416, DE 28 DE DEZEMBRO DE 2005

O SECRETÁRIO ESPECIAL DE AQUICULTURA E PESCADA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA , no uso da competênciaque lhe confere o art. 87, inciso II, da Constituição Federal;a Lei nº 10.683, de 28 de maio de 2003, o Decreto n º 5.069,de 05 de maio de 2004,e conforme Decreto de 22 dedezembro de 2005 que convoca a II Conferencia Nacionalde Aqüicultura e Pesca, resolve:

Art. 1º Aprovar o Regimento da II Conferência Nacional deAqüicultura e Pesca, cujo inteiro teor constitui Anexo I destaportaria.

Art. 2º - A II Conferência Nacional terá como tema“Consolidação da política nacional da aqüicultura e pesca”e como lema “Aqüicultura e pesca: uma política dedesenvolvimento sustentável para o Brasil”.

Art. 3º Instituir a Comissão Organizadora Nacional, no âmbitoda Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca daPresidência da República, com o objetivo de propor medidase ações necessárias à realização da referida Conferência.

Art. 4º A Comissão Organizadora Nacional será compostapor três representantes de entidades e organizações dasociedade civil organizada integrantes do Conselho Nacional

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de Aqüicultura e Pesca - CONAPE e três representantes daSEAP/PR.

Parágrafo único A participação na Comissão não ensejaqualquer tipo de remuneração.

Art. 5º Fica designado para o exercício das atividades deCoordenador Geral da II Conferência Nacional deAqüicultura e Pesca o Secretário Adjunto desta Secretaria,Sr. Altemir Gregolin.

Art. 6º Ficam designados para integrar a ComissãoOrganizadora Nacional como representantes da SEAP/PRos seguintes servidores: José Claudenor Vermohlen, LeinadAyer de Oliveira e Sheila Maria Assis Oliveira.

Art. 7º Ficam designados para integrar a ComissãoOrganizadora Nacional como representantes do CONAPEas seguintes organizações da sociedade civil: SociedadeBrasileira para o Progresso da Ciência, Conselho Nacionalde Pesca e Aqüicultura e Movimento Nacional dePescadores e das Pescadoras.

Art. 8° Esta portaria entra em vigor na data de suapublicação.

JOSE FRITSCH

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ANEXO I

REGIMENTO DA 2ª CONFERÊNCIA DE AQÜICULTURAE PESCA

CAPITULO I

DO OBJETIVO

Art. 1º A II Conferência Nacional de Aqüicultura e Pesca,convocada pelo Decreto Presidencial de 22 de dezembrode 2005 , será coordenada pela Secretaria Especial deAqüicultura e Pesca - SEAP/PR - e pelo Conselho Nacionalde Aqüicultura e Pesca -CONAPE - será realizada nos dias14, 15 e 16 de março de 2006, em Brasília, no Distrito Fed-eral, terá por objetivo a consolidação da política nacional deaqüicultura e pesca.

CAPÍTULO II

DA REALIZAÇÃO

Art. 2° A II Conferência Nacional de Aqüicultura e Pescaserá precedida de conferências realizadas em todas asunidades federativas e será constituída por representantesdemocraticamente escolhidos na forma prevista neste

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regimento que debaterão o temário proposto paraconferência nacional.

§ 1º Os delegados e delegadas para a II ConferênciaNacional serão eleitos nas conferências regionais(respeitado o art. 17), estaduais e do Distrito federal.

§ 2ºAs conferências regionais, estaduais e do Distrito Fed-eral serão realizadas a partir da publicação desse regimentoaté o dia 07 de março de 2006.

§ 3º O não-cumprimento dos prazos estabelecidos narealização das conferências estaduais não constituiráimpedimento à realização da etapa nacional no prazoprevisto.

CAPÍTULO III

DO TEMÁRIO

Art. 3° A II Conferência Nacional de Aqüicultura e Pescaterá como tema: “Consolidação da política nacional daaqüicultura e pesca” e como lema: “Aqüicultura e pesca:uma política de desenvolvimento sustentável para o Brasil”.

Parágrafo único O tema deverá ser desenvolvido de modoa articular e integrar uma política nacional de aqüicultura e

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pesca com sustentabilidade econômica, social e ambiental,com geração de trabalho, emprego e renda e inclusão so-cial.

Art. 4º A II Conferência Nacional de Aqüicultura e Pescaterá os seguintes objetivos:

I Garantir a participação social na definição das políticaspúblicas para o setor.

II Avaliar as políticas públicas implementadas pela SecretariaEspecial de Aqüicultura e Pesca da Presidência da Repub-lica com base nas resoluções da I CNAP.

III Consolidar a política nacional de desenvolvimento daaqüicultura e pesca.

CAPÍTULO IV

DA ORGANIZAÇÃO E FUNCIONAMENTO

Art. 5º A II Conferência Nacional de Aqüicultura e Pescaserá presidida pelo Secretário Especial da Secretaria Es-pecial de Aqüicultura e Pesca da Presidência da República- SEAP/PR e na sua ausência ou impedimento eventualpelo Secretário Adjunto da SEAP/PR.

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§ 1º Cabe à Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca daPresidência da Republica - SEAP/PR e ao CONAPEcoordenarem o processo de organização dos trabalhos egarantir a amplitude democrática necessária à legitimidadede suas resoluções.

§ 2º - A II Conferência Nacional se desenvolverá sob a formade apresentações, debates em grupos de trabalho, plenárias,painéis e apresentações culturais, focalizando nos termosdo artigo 4º.

Art. 6º A Secretaria de Aqüicultura e Pesca da Presidênciada Republica -SEAP-PR constituirá uma Comissão Organizadora Nacional (CON) e Grupos de Trabalho Estaduais(GTEs), que garantirão a realização das conferências.

Parágrafo único Os Grupos de Trabalho Estaduais serãoformados por integrantes da Secretaria Especial deAqüicultura e Pesca -SEAP/PR e representantes do setorpesqueiro.

Art. 7º A Comissão Organizadora Nacional será presididapor um coordenador geral e será composta por trêsrepresentantes das entidades e organizações da sociedadecivil organizada integrantes do CONAPE e trêsrepresentantes da SEAP/PR.

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§ 1º Os Gerentes Regionais da Secretaria Especial deAqüicultura e Pesca - SEAP/PR serão articuladores dasconferências estaduais em suas regiões de competência.

§ 2º Os Chefes dos Escritórios Estaduais e Distrital daSecretaria Especial de Aqüicultura e Pesca- SEAP/PR serãoos coordenadores dos Grupos de Trabalho Estaduais e dasconferências estaduais, respondendo pela realização dasmesmas conforme estabelecido neste Regimento.

Art. 8º Á Comissão Organizadora Nacional da II ConferênciaNacional de Aqüicultura e Pesca compete:

I Organizar, acompanhar e avaliar a realização da IIConferência Nacional, atendendo aos aspectos técnicos,políticos e administrativos.

II Deliberar sobre:

a) critérios de participação e a definição dos (as) convidados(as) nacionais e internacionais.

b) a definição de itens da metodologia, não dispostos nesteRegimento, a serem utilizados nos trabalhos da IIConferência Nacional.

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c) o processo eleitoral de escolha dos representantes do IImandato do CONAPE.

III Promoção da divulgação da II Conferência Nacional deAqüicultura e Pesca.

IV Elaboração do Relatório Final e os Anais da II ConferênciaNacional de Aqüicultura e Pesca assim como promover asua publicação e divulgação.

Art. 9º A II Conferência Nacional produzirá um relatório fi-nal, a ser encaminhado ao Presidente da República.

CAPÍTULO V

DOS PARTICIPANTES

Art. 10 A II Conferência Nacional de Aqüicultura e Pesca,em suas diversas etapas, contará com a participação derepresentantes dos segmentos sociais e setoriais constantesno artigo 19, deste Regimento Interno, interessados nasquestões relativas à política da pesca e aqüicultura.

Art. 11 Os integrantes do CONAPE, titulares e suplentes,serão delegados natos.

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Art. 12 Os delegados à II Conferência Nacional deAqüicultura e Pesca serão eleitos nas conferências regionais,estaduais e do Distrito Federal, com direito a voz e voto,conforme estabelecido neste Regimento.

Art. 13 A II Conferência Nacional de Aqüicultura e Pescaterá a participação de até 1.500 delegados e delegadas,com a seguinte composição:

I Até 108 (cento e oito) integrantes do CONAPE, titulares esuplentes.

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Até 108 delegados indicados por órgãos do Governo Fed-eral nos Estados e Distrito Federal.

III Até 80% (oitenta por cento) de representantes deentidades e organizações da cadeia produtiva da pesca eaqüicultura, totalizando até 1028 delegados e delegadas,eleitos nas conferências regionais, estaduais e no DistritoFederal.

IV Até 20% (vinte por cento) de representantes de entidadese organizações da sociedade civil e órgãos governamentaisestaduais e municipais totalizando até 256 delegados edelegadas, eleitos nas conferências regionais (respeitado oart. 17), estaduais e no Distrito Federal.

Parágrafo único O número de delegados eleitos nasconferências regionais, estaduais e do Distrito Federal serádefinido proporcionalmente ao número de organizações eentidades or ganizadas do setor da aqüicultura e pesca doEstado, conforme tabela do artigo 20 deste Regimento.Deverá ser assegurada a representatividade étnico-racial ede gênero.

Art. 14 A II Conferência Nacional de Aqüicultura e Pescacontará com a presença de convidados e convidadasrepresentantes de entidades nacionais e internacionais, comdireito a voz.

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CAPÍTULO VI

DOS RECURSOS FINANCEIROS

Art. 15 As despesas com a organização geral e com arealização da II Conferência Nacional de Aqüicultura e Pescacorrerão por conta de recursos orçamentários próprios daSecretaria Especial de Aqüicultura e Pesca da Presidênciada República SEAP/PR.

CAPÍTULO VII

DAS CONFERÊNCIAS ESTADUAIS

Art. 16 Para a realização das Conferências Estaduais deveráser constituído Grupo de Trabalho Estadual com aparticipação de representantes da Secretaria Especial deAqüicultura e Pesca SEAP/PR e dos diversos segmentosda aqüicultura e pesca.

Art. 17 Cabe ao Grupo de Trabalho Estadual, respeitadasas diretrizes e as definições deste Regimento:

I - Organizar, acompanhar e avaliar a realização daConferência nos respectivos estados e no distrito federalatendendo aos aspectos técnicos, políticos e administrativos.

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II - Definir os critérios de participação e a forma de escolhados participantes nas conferências estaduais;

III - Definir sobre a necessidade de realizar conferênciasregionais;

IV - Definir os critérios de escolha dos delegados para a IIConferência Nacional, respeitando a diversidade de cadaestado e garantindo a pluralidade e representatividade dosetor de aqüicultura e pesca.

Parágrafo único No caso de não realização de conferênciaestadual e distrital, por quaisquer motivos, cabe ao Grupode Trabalho Estadual convocar uma plenária com aparticipação de representantes do setor da pesca eaqüicultura e escolher os delegados e delegadas quedeverão participar da II Conferência Nacional conforme oestabelecido neste Regimento.

Art. 18 O temário das conferências estaduais deve ser omesmo estabelecido neste Regimento para a conferêncianacional.

Art. 19 Os delegados e as delegadas das conferênciasregionais, estaduais e distrital serão representantes deentidades, instituições e órgãos governamentaisrelacionados abaixo

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I -Representações do setor da aqüicultura e pesca:

a) Federação Nacional dos Trabalhadores em TransportesAqüaviários e Afins.

b) Federação da Agricultura, Pecuária e Pesca.

c) Federação das Colônias de Pescadores Artesanais.

d) Federação das Associações dos Aqüaviários ePescadores.

e) Sindicatos de Trabalhadores(as) da Pesca.

f) Sindicatos de Empresários (as) da Pesca.

g) Colônia de Pescadores (as).

h) Sindicato de Pescadores (as).

i) Associação dos Empresários (as) da Aqüicultura

j) Associações de Pescadores (as).

k) Associações de Aqüicultores(as)

m) Associações de Empresários (as) da Pesca.

n) Sindicatos de Armadores da Pesca.

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DATA 23/12/2005

o) Sindicato dos Trabalhadores (as) da Aqüicultura.

p) Movimentos sociais estaduais que tenham relação como setor.

q) Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS).

r) Associações de Comércio de Pescados ou similares.

II.Instituições de Pesquisa.

III.Entidades não-governamentais, de caráter estadual, comatuação no setor:

a)Pastoral dos Pescadores (as) e similares.

b)Organizações não governamentais.

c)Associação de Defesa do Consumidor ou representaçãosimilar.

IV.Representantes da Administração Pública:

a)Governo Federal.

b)Governo Estadual.

c)Governo Municipal.

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VI. Representante do Ministério Público.

VII.Representante do Poder Legislativo Estadual.

Art. 20 Os delegados e delegadas eleitos nas conferênciasregionais, estaduais e distrital seguirão a seguintedistribuição:

21 Os relatórios das conferências regionais, distrital eestaduais deverão ser entregues à Coordenação Nacional,em até 05 (cinco) dias após a realização das mesmas, paraque possam ser consolidados e sirvam de subsídio àsdiscussões na II Conferência Nacional de Aqüicultura ePesca.

DATA 23/12/2005

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2ª Conferência Nacional de Aqüicultura e Pesca

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DATA 23/12/2005

CAPÍTULO VIII

DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 22 Os casos omissos e conflitantes neste regimentoserão resolvidos pela Comissão organizadora Nacional daII Conferência Nacional de Aqüicultura e Pesca