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BEJA SANTOS

CAMADA DE OZONO, A SOMBRINHA DA TERRA

Revisão científica de Carlos Soares Borrego

Instituto Nacional do Ambiente 1989

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TÍTULO CAMADA DE OZONO, A SOMBRINHA DA TERRA

AUTOR BEJA SANTOS

EDITOR INSTITUTO NACIONAL DO AMBIENTE CAPA E ILUSTRAÇÕES LUIS GOMES

MAQUETAGEM FOTOLITO

E MONTAGEM Inamb

IMPRESSÃO E ACABAMENTO

NARCISO CORREIA, Artes Gráficas, Lda.

ISBN – 972 – 9000 – 51 – 8 Depósito Legal n° 28499/89

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Efeito de Estufa

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I As comemorações do Dia Mundial do Ambiente de 1989 decorrerão sob o signo de três apelos ambientais urgentes e gravitarão em torno das próprias leis da sobrevivência do planeta. Os autores desta brochura confinaram-se a uma obra de divulgação, orientada para sensibilizar antes de mais lideres de opinião instados a corresponder generosamente a várias solicitações e convocatórias cívicas como esta. O seu propósito é o de enquadrar os efeitos devastadores quer para o nosso planeta quer para a vida se acaso as agressões sistemáticas a que tem sido sujeita a camada de ozono não forem dissuadidas e sustadas, com compreensão por toda a comunidade internacional. Trata-se, por conseguinte, de uma denúncia do falso progresso, do equívoco bem-estar, e das prepotências de um modelo industrial que em nome da cornucópia de mercadorias sedutoras calcou alguns códigos fundamentais do ecossistema. Destina-se este pequeno trabalho, também a ganhar jovens para a causa do interesse vital que e a salvação do ozono. É por isso que procura intencionalmente uma comunicação sóbria e directa, sem omitir, apesar disso, a complexidade e o próprio embaraço dos cientistas. A estrutura do texto é simples: justifica-se a função da camada de ozono e enquadram-se os principais efeitos de deterioração já percepcionada; dá-se conta de trabalhos desenvolvidos para identificar as causas dos

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"rasgões" no ozono e os compromissos assumidos pelos políticos e cientistas na Convenção de Viena, no Protocolo de Montreal e na Conferência de Londres. Por último, incentiva-se o leitor a colaborar na mudança de atitudes e perspectivas para que as escolhas dos produtos de consumo, a evolução da tecnologia industrial e a defesa do ambiente caminhem de mãos dadas.

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A Camada de Ozono

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II Os órgãos de comunicação social de todo o mundo, sobretudo depois de 1987 (em 15 de Setembro, representantes de 31 países assinaram em Montreal, Canadá, um protocolo que representa o primeiro passe firme para a busca de soluções) abordam insistentemente os danos presentes e futuros – que podem ocorrer na saúde e no ambiente devido a deterioração progressiva da camada de ozono estratosférico. E, com efeito, artigos, reportagens e programas da mais variada índole estão a ajudar a criar uma maior consciência colectiva sobre a gravidade da situação. Esta preocupação não é alarmismo infundado. Mesmo que por vezes se use de terminologia exagerada, há uma total legitimidade para se arvorar a luta pela consciencialização sobre os efeitos destruidores da camada de ozono como um dos grandes imperativos cívicos da actualidade. A Conferência de Londres, recentemente realizada, reuniu participantes de 123 países! Sumário dos antecedentes e previsão básica das consequências. Alguns antecedentes e consequências deste problema ambiental podem ajudar a entender melhor a necessidade urgente de actuar em proveito das gerações de hoje e de amanhã. Mais a mais não é fácil actuar sobre um problema de tal gravidade quando

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qualquer efeito que se pretenda obter na estrutura da atmosfera requer décadas. O ozono tem a faculdade de actuar como um filtro das radiações ultravioletas emitidas pelo Sol, retendo entre 70% a 90% das radiações mais perigosas, isto é, aquelas que são responsáveis pelas queimaduras solares ou lesões na visão, por exemplo. O ozono desempenha também um importante papel na regularização da temperatura da Terra. E que ao produzirem-se mudanças ao nível da concentração de ozono irão produzir-se consequentemente mudanças no clima da Terra.

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“O ozono desempenha também um importante papel na regulação da temperatura da Terra.”

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III A atmosfera é a camada gasosa (cada vez mais tênue e fria à medida que se sobe) que envolve a Terra com uma espessura de 80 a 100 km e que se divide em três áreas: a troposfera, parte inferior, onde acontecem os

principais fenômenos metereológicos (nuvens, ventos, altas e baixas pressões);

a estratosfera, onde fica a camada de ozono, que começa a uma altitude de 15 km e tem uma espessura de cerca de 20 km;

a mesosfera, que se estende para lá da estratosfera até ao vazio sideral.

Se não fosse a função da camada de ozono absorver a perigosa radiação ultravioleta B não seriam possíveis numerosas formas de vida na Terra. As primeiras polêmicas a propósito da deterioração da camada de ozono pelos clorofluorcarbonos (ou freons, a marca sob a qual foram pela primeira vez comercializados, ou hidrocarbonetos clorofluorados, ou muito simplesmente os CFCs, como os iremos a partir de agora designar) datam do início da década de 70. Mas com a descoberta em 1985 de um buraco na camada de ozono acima do Pólo Sul, o problema passou a pôr-se de uma maneira mais aguda. Com efeito, os primeiros gritos de alarme a propósito de uma deterioração na camada de ozono deveram-se a descoberta na atmosfera de substâncias que destruíam o ozono. Principais réus: os CFCs, utilizados como

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propelentes (ou propulsores) dos aerossóis, nos circuitos de arrefecimento dos equipamentos de frio e para o fabrico de espumas plásticas, bem assim como os Halons, que contém o cloro e bromo, de que falaremos mais adiante. Os CFCs migram muito lentamente para a estratosfera (isso dura dezenas de anos antes que tenham exercido o seu efeito máximo sobre a camada de ozono). Segundo as versões mais recentes, prevê-se que se o homem continuar a enviar os CFCs para a atmosfera nas mesmas quantidades de 1980 a camada de ozono será previsivelmente menos espessa de 4% a 8% do que era antes de 1970. O facto de se reconhecer que o equilíbrio ecológico e climático pode estar em perigo, principalmente pela libertação do CFC na atmosfera, e uma razão mais que suficiente para agir a nível mundial. Quando se sabe que são precisos pelo menos 15 anos para que um freon atinja a estratosfera, fica claro que uma acção deve ser prontamente conduzida para salvaguardar o futuro do nosso planeta. O exemplo que nos vem dos Países Baixos quanto a obrigatoriedade de aposição na rotulagem dos aerossõis da menção "Contem um clorofluorcarbono que pode prejudicar o ambiente e a saúde pela diminuição de ozono na estratosfera" ajuda-nos a perceber que é urgente tomarem-se medidas utilitárias de amplo esclarecimento da opinião pública.

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“Se não fosse a função da camada de ozono absorver a perigosa radiação ultravioleta B não seriam possíveis

numerosas formas de vida na Terra.”

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IV O impacto da deterioração da camada de ozono sobre a saúde e o ambiente não acolhe a unanimidade dos pareceres científicos, mas e inquestionável a perspectiva de um quadro extremamente desfavorável, como se passa a resumir: 1. Efeitos sobre a Saúde Níveis elevados de radiações ultravioletas produzirão um aumento de cancro da pele e melanoma maligno. Prevê-se o aumento assustador, nos próximos 30 anos, do número de casos de cancro da pele. Ocorrerão também lesões nos olhos e na retina e o nosso sistema imunológico enfraquecera, daí decorrendo um aumento da herpes e hepatite. 2. Efeitos sobre a Agricultura O aumento das radiações ultravioletas terá consequências graves para a vegetação, tendo em conta a sensibilidade que revelam as radiações ultravioletas os cereais e sementes de fibra. A um nível calculado numa hipótese de 25% de deterioração da camada de ozono poderiam corresponder uns 20% de redução na produção de soja e ver-se-ia seriamente ameaçada a produção de madeiras e outros recursos naturais. As perturbações na camada de ozono, a par da concentração de outras substâncias químicas indiciam que aumentara a temperatura na superfície da Terra. Há estimativas que revelam que perto do ano 2030 a subida

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de temperatura será entre os 1,5 e os 4,5 graus centigrados (um aumento deste nível poderá ter graves efeitos sobre a Humanidade). Simultaneamente poderão criar-se condições de elevação de temperatura nalgumas regiões, particularmente nas latitudes norte; pelo que aumentaria o nível da chuva e secariam muitas terras em resultado do aumento dos processos de evaporação, o que conduziria a redução nas áreas cultivadas. 3. Efeitos Aquáticos O aumento de radiações ultravioletas pode causar prejuízos no complexo sistema de alimentos aquáticos pelo dano que estas radiações produzem no plâncton, com redução do nível das capturas e comercialização do pescado. 4. Aumento do Nível do Mar Há estudos que fazem presumir que os níveis do mar subirão dramaticamente em aproximadamente um metro em meados do próximo século, danificando as orlas marítimas e provocando importantes migrações das populações que vivem no litoral.

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“O aumento das radiações ultravioletas terá consequências graves para a vegetação...”

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V Vejamos, porém com mais pormenor como se processaria a deterioração a que temos vindo a aludir (no Polo Sul, como referimos, já desapareceu parcialmente: apresenta um "rasgão" que tem actualmente o tamanho do território americano). Os CFCs lançados na atmosfera sob a forma de poalha microscópica migram lentamente, ao longo de dezenas de anos, da troposfera para a estratosfera, onde se mantêm praticamente indestrutíveis. Ao nível estratosférico, sob o efeito dos ultravioletas, produz-se uma reação que liberta o cloro contido nos CFCs. A actividade destrutiva do cloro é terrível; calcula-se que uma só molécula de cloro pode destruir 100 mil moléculas de ozono. Por consequência, importa começar desde já a prevenir as degradações que se perspectivam. O que é o ozono (O3)? É um gás azulado constituído por três átomos de oxigênio unidos. É uma forma de oxigênio que muito raramente aparece na sua forma natural nas alturas geladas da troposfera. Tem a sua origem quando as moléculas de oxigênio (O2) são bombardeadas pelos raios ultravioletas, geralmente na estratosfera. Estas radiações rompem as moléculas de oxigênio e alguns dos átomos livres recombinam-se com O2 para formar O3. Este elemento adquire uma propriedade que os átomos de oxigênio não tem, ou seja, pode absorver a luz ultravioleta. Ao fazê-lo, o ozono na estratosfera evita que se destrua a oxigênio nas altitudes mais baixas e que a maior parte das radiações ultravioletas chegue a superfície da Terra.

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A partir da década de 60, os CFCs e compostos associados converteram-se numa família de substâncias químicas "milagrosas" que produziam gases contaminantes à razão de centenas de milhar de toneladas anuais. Na troposfera estes gases são indestrutíveis, como já se disse. O resultado da sua decomposição debaixo da luz intensa das radiações ultravioletas são os átomos de cloro livres que reagem com o ozono para formar monóxido de cloro. O monóxido de cloro combina-se com átomos de oxigênio livres para formar oxigênio e um átomo de cloro. E a cadeia repete-se sucessivamente. Dito de uma maneira mais simples: o esgotamento de ozono na estratosfera permite que uma maior quantidade de raios ultravioletas alcancem o nível da Terra, em particular a radiação no comprimento de onda conhecido como ultravioleta B. Para além dos efeitos que referimos para a pele, olhos, problemas respiratórios e alterações no crescimento das plantas, por exemplo, registre-se um maior nível de contaminação por ozono na atmosfera urbana (o smog). Outra propriedade dos CFCs e compostos derivados (Halons) é que absorvem radiação infravermelha da superfície da Terra e contribuem, no clima juntamente com o dióxido de carbono, para o reaquecimento crescente, outro dos gravíssimos problemas ecológicos do nosso tempo.

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“A actividade destrutiva do cloro é terrível; calcula-se que uma só molécula de cloro pode destruir 100 mil moléculas de ozono.”

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VI O que se está a fazer para contrariar os efeitos nocivos dos freons sobre o ambiente? Todos os efeitos devastadores dos CFCs não são desconhecidos pela comunidade internacional e têm sido assinados vários acordos entre países altamente industrializados ou produtores de freons, com especial destaque para a Convenção de Viena, de 1985, o Protocolo de Montreal de 1987 e a Conferência de Londres, de 1989. Foi de facto em Viena que se avançou a ideia de um protocolo para a limitação da emissão de CFCs, através de restrições ao seu fabrico ou consumo. A Conferência de Londres veio confirmar que há problemas ecológicos que impõem o bom senso à escala de toda a Humanidade. Distingue-se, por um lado, a preocupação de limitar ao nível de um país ou organização regional (é o caso da CEE) a produção e o consumo de CFCs assim como de impôr um severo controle as importações e exportações, e, por outro lado, a procura de uma resposta colectiva da sociedade para evitar o uso de produtos que contêm CFCs. As organizações de consumidores, por exemplo, recomendam que desodorizantes, champôs, espumas de barbear, insecticidas, etc., devem ser substituídos por outros produtos que não contenham CFCs. Por ironia, os CFCs foram outrora considerados excelentes produtos químicos industriais por serem não tóxicos, não inflamáveis e altamente estáveis.

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E não nos iludamos que a intervenção directa do consumidor é por enquanto mínima até porque há aplicações mais significativas que as que se prendem com o consumo final. Desde 1928, data da sua invenção, que os CFCs têm sido utilizados em frigoríficos e aparelhos de ar condicionado, para fazer espumas isolantes e na limpeza de componentes electrónicos, e até mesmo nas caixas de polistireno usadas correntemente na embalagem de alimentos. O PNUA (Programa das Nações Unidas para o Ambiente) elaborou em 1977 um plano de acção mundial para a proteção da camada de ozono. Oito anos mais tarde, foi elaborada uma convenção-quadro visando aumentar a colaboração internacional mas sem conter nenhuma obrigação directa que permitisse reduzir as emissões dos poluentes. A cruzada em defesa do ozono decidida em Montreal foi precedida de investigações estarrecedoras: um rasgão entre a Noruega e a União Soviética tomou forma: deixou de ser hipótese o extenso rasgão no Ártico. Mesmo que se venha a concretizar a redução de 20% dos CFCs, que o Protocolo de Montreal prevê para 1993, está redução é já considerada insuficiente pelos cientistas que calcularam que a camada de ozono diminuiu em cerca de 4% depois de 1970. Para permitir uma reconstituição a prazo seria precise utilizar meios dispendiosíssimos, e, por exemplo, reduzir a produção dos CFCs em dez anos, é já um aspecto bastante desinteressante para os grandes fabricantes... Mas atendamos ao significado do que pode vir a mudar se acaso os compromissos do Protocolo de Montreal vierem a ser cumpridos.

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“O que se está a fazer para contrariar os efeitos nocivos dos freons sobre o ambiente?”

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VII A acreditar-se em recentes entrevistas, o que mais impressionou os astronautas norte-americanos e soviéticos no decurso dos seus vôos foi a extensão do deserto no Sahel e na Etiópia e a espantosa finura relativa da atmosfera. Ora esta fragilidade é ainda mais evidente quando se trata da camada de ozono. É de supôr que as opiniões se dividem quanta aos resultados da reunião de Montreal. Para uns trata-se de um acontecimento excepcional na medida em que pela primeira vez se chegou a um acordo com base na prevenção de riscos a escala planetária. Para outros não passa de um armistício que disciplinou provisoriamente os enormes interesses econômicos em presença. E é prematuro adiantar-se opinião sobre as consequências da Conferencia de Londres. O que salta a vista é que os produtores de CFCs são pouco numerosos e estão solidamente estruturados, além de que as medidas preconizadas à distância de décadas são aprovadas por estes fabricantes que são igualmente os produtores dos principais substitutos... Como se escreve num curioso trabalho publicado na revista "Futuribles", de Outubro de 1988, foi um feliz acaso que permitiu em 1974 dois cientistas, Molina e Rowland, chamarem a atenção para o risco que corre a camada de ozono graças a produção de CFCs. A hipótese era já então plausível por três razoes: o crescimento acelerado desde 1960 dos CFCs;

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a sua inércia e excepcional duração de vida que fazem destes gases uma das raras famílias de produtos químicos a atingirem a estratosfera sem se decomporem;

por último, serem um agente de dissociação do ozono extremamente poderoso;

Mas foi preciso esperar por Fevereiro de 1988 para ter a prova experimental da validade do prognóstico. A comunidade científica chegava assim a um consenso sobre seis pontos: A diminuição da camada de ozono a partir de 1969; A probabilidade de uma importante redução da

camada de ozono na perspectiva de 2050-2075; Um acentuar do rasgão de ozono sobre a Antártida; O reconhecimento teórico da responsabilidade dos

CFCs entre as duas evoluções precedentes; O seu contributo para o efeito estufa; E, enfim, a probabilidade de efeitos importantes

sobre o Homem a partir de 5% de redução da camada de ozono.

Não vale a pena escamotear o tumulto que os acordos de Montreal provocaram nos interesses econômicos, envolvendo fabricantes de frigoríficos, de automóveis, de computadores, de múltiplos domínios da química. É que os CFCs são largamente utilizados desde os anos 60 quer como gás propulsor quer como agentes de expansão nas espumas plásticas e são-lhes reconhecidas vantagens: pouco dispendiosos, ininflamáveis, não corrosivos, não tóxicos. Se se juntar aos CFCs os Halons, compreende-se a amplitude e a diversidade de interesses econômicos em presença -

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indústrias de produtos de limpeza, de insecticidas, de tintas, de farmácia, de perfumaria, de climatização, automóveis, mobiliário, embalagem, construção electrônica e informática...

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“– E, enfim, a possibilidade de efeitos importantes sobre o Homem a partir de 5% de redução da camada de ozono.”

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Em 1988 a produção mundial foi avaliada em 1.150 mil toneladas (os EUA são o líder mundial com 35% do mercado seguidos da CEE, igualmente com cerca de 35%). Na sequência do relatório Molina-Rowland ocorreram várias restrições aos CFCs: proibição na Suécia, em 1977, dos CFCs 11 e 12; em 1978 e a vez dos EUA para os mesmos CFCs, e os Países Baixos tornam obrigatório uma recomendação de "perigoso" nos aerossóis à base de CFCs; no ano seguinte foi a vez da Noruega tomar posição e em 1980 o Canadá. Em 1982 o Conselho de Ministros da CEE aprovou a Decisão de congelar a capacidade de produção dos CFCs e deliberou a diminuição progressiva do seu emprego nos aerossóis. Portugal restringe nesse ano as importações de CFCs a um máximo de três mil toneladas. 1985 marca a assinatura por 27 países da Convenção de Viena para a proteção do ozono, em que os participantes só se puseram de acordo num ponto: a redução só deveria afectar os aerossóis. Mas meses depois as notícias sobre o rasgão de ozono na Antártida demovia os países mais reticentes. Chegava-se a Montreal.

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VIII O Protocolo de Montreal regulamenta separadamente cinco CFCs e três Halons. A data de entrada em vigor foi fixada para 1 de Janeiro de 1989 desde que dois terços do total dos países consumidores o tivessem previamente ratificado e proposto medidas de aplicação nacional. Os patamares de redução contemplam simultaneamente a produção e o consumo: congelamento do consumo (e da produção para os

países produtores) dos referidos CFCs ao nível de 1986 a atingir em 1 de Julho de 1989;

redução de 20% do consumo, (sempre em relação a 1986), até 1999.

Para Halons: a produção e o consumo devem ser reduzidos ate

1992 ao nível de 1986, salvo no caso de novas descobertas cientificas.

Os países que produzem menos de 25 mil toneladas das substâncias regulamentares podem transferir (ou receber) excedentes de produção. Dir-se-á que as medidas comerciais não parecem verdadeiramente drásticas pois se bem que haja interdições precisas para as importações e exportações das substâncias de proveniência e em direção dos Estados não signatários, a cláusula e muitíssimo mais vaga no que respeita a regulamentação dos produtos

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fabricados a base de CFCs e ainda mais para as transferências de tecnologia. Não falta flexibilidade ao Protocolo de Montreal se bem que a sua margem seja desigual: – os países que já limitaram algumas utilizações dos CFCs, em particular quanto aos aerossóis, deverão tomar as medidas mais dispendiosas; – os países não produtores podem temer dificuldades de aprovisionamento para as utilizações essenciais. Resta dizer que as consequências econômicas do protocolo foram entretanto objecto de polemicas muito menos vivas que a apreciação da eficácia real das medidas propostas. Através do acordo de Luxemburgo, um mecanismo de controlo global vai ser implementado na Comunidade. Mas os interesses econômicos continuam a prevalecer: a URSS não assinou o Protocolo por imperativos do seu plano quinquenal e dos investimentos importantes que está a fazer com os CFCs. E não surpreenderá se nos próximos anos, dada a liberalização que ficou assegurada na transferência de tecnologias, a Tailândia ou a Coréia do Sul não apareçam a fabricar CFCs... com investimentos norte-americanos! Na verdade há nitidamente uma deslocação de produção como exemplifica o caso da Tunísia, que está já comprometida com um projecto de construção de unidades de produção de CFCs 11 e 12. Pode, deste modo, estar em curso uma estratégia de empurrar os pequenos produtores do Terceiro Mundo para uma especialização de substâncias votadas a uma próxima extinção.

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Dir-se-ia ainda que desde a Convenção de Viena a defesa da camada de ozono passou a ser assumida não só pelos cientistas e ambientalistas como pelas próprias organizações de consumidores. Por exemplo, uma das resoluções do 12° Congresso Mundial da IOCU (Organização Internacional das Uniões de Consumidores), realizado em Setembro de 1987, em Madrid, respeitava a diminuição da camada de ozono, como se transcreve: “A Assembléia Geral da IOCU: Ciente que a principal causa da diminuição da camada de ozono é a acção de um grupo de substâncias químicas conhecidas por CFCs e de um grupo de compostos industriais de longa vida que contém cloro ou bromo; Acolhendo favoravelmente as diferentes iniciativas compreendidas tanto a nível nacional como internacional, especialmente as que são patrocinadas pelo Programa das Nações Unidas para o Ambiente (PNUMA); Exerçam pressão sobre os seus respectivos

governos, bem como sobre os organismos intergovernamentais e agências da ONU para a proibição dos CFCs como propelentes nos aerossóis;

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“Mas os interesses econômicos continuam a prevalecer.”

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Reunam e divulguem informação sobre o assunto bem assim como sobre a disponibilidade de substitutos apropriados para usar em vez dos CFCs e compostos industriais correlativos;

Trabalhem para a substituição de equipamentos e produtos que actualmente requerem o uso dos CFCs e dos compostos industriais correlativos;

Promovam boicotes, se necessário, a fim de salvaguardar a camada de ozono e evitem que se acentue a sua deterioração;

Apoiem iniciativas internacionais para limitar a emissão de CFCs.”

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IX Alternativas aos freons já existem. A médio prazo, o maior desafio para os industriais será o de se orientarem para os substitutos mais indicados. A sua implementação e utilização vai ficar dependente dos impactos econômicos de Montreal, como, aliás, foi sublinhado na Conferência de Londres. Os produtos de substituição convencionais (amoníaco, cloreto de metilo, hidrocarbonetos), apesar de terem preços atractivos, apresentam vários inconvenientes (toxicidade, inflamabilidade, reacção química aos materiais de construção, mas propriedades térmicas) que explicam perfeitamente porque e que os CFCs são tão usados. Seria, no entanto a todos os títulos, um erro estratégico investir no seu desenvolvimento. Quanto aos CFCs não regulamentados (referiu-se atrás que foram regulamentados em Montreal, 5 CFCs que são designados por 11, 12, 113, 114 e 115) eles também põem problemas. Pode-se legitimamente pensar que os CFCs 500 e 502, apresentados como substitutos ideais dos CFCs 11 e 12 na refrigeração e climatização, só estão a beneficiar de uma prorrogação mas que o seu desaparecimento e inevitável (com efeito, integram na sua composição substâncias regulamentadas pelo protocolo e é relativamente elevado o seu potencial de destruição da camada de ozono). Os CFCs 142b e 152 apresentam riscos de inflamabilidade e de explosão. Em contrapartida, os "novos CFCs", ainda não comercializados, cuja especificidade é de incluir ao menos um átomo de

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hidrogênio (que acelera a sua destruição na atmosfera), ou mesmo de não conter átomos de cloro apresentam pelo menos algumas vantagens a saber: nulo impacto sobre a camada de ozono e sobre o

efeito de estufa; riscos insignificantes de inflamabilidade; propriedades físicas e termodinâmicas próximas dos

CFCs que são susceptíveis de substituir. Na actualidade os mais "prometedores" são os CFCs 123 ou 134 mas os problemas subsistem (se o preço destes "novos CFCs" for mais elevado que os produtos que vão substituir será extremamente difícil um acordo quanta a escala deste aumento). Por outro lado, convém encontrar rapidamente soluções para a fase de transição. A recuperação e a reciclagem oferecem além disso a oportunidade de um novo pólo de actividade. Seja como for, a limitação dos CFCs é considerado como um desafio econômico e ecológico tremendo. Com efeito, não se pode afirmar que eles são completamente seguros para os consumidores apesar dos enormes investimentos nas pesquisas que estão a ter lugar para desenvolver novos produtos (calcula-se em 80 mil milhões de dólares a escala mundial). A questão mais premente que se põe nesta fase pós-Montreal e pós-Londres é saber-se se não se devia ter ido mais longe nas limitações a produção, importação, exportação, transferência de tecnologias e consumo. A CEE tem agido prudentemente: uma proposta de Directiva convida as autoridades dos Estados-membros a fazer advertir na rotulagem que o aerossol, desde que

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tenha como gases propelentes os CFCs, contém gases prejudiciais para o ambiente e saúde humana. Só no ano 2000 estarão proibidos na Comunidade a produção e consumo dos CFCs. A produção de CFCs não para de crescer em países industrializados, como se pode concluir pela publicação em Março de 1988 do relatório "Ozone Panel Trends" e das estatísticas que comprovam que em 1987 a produção norte-americana cresceu 13%, batendo todos os recordes. Como assinalam os autores do trabalho publicado pela "Futuribles" a que temos recorrido para apreciáveis citações, começou a guerra do ozono: as perspectivas econômicas abertas pela comercialização dos substitutos são as de se exacerbarem os conflitos entre países ou grupos produtores, porque no fundo toda esta situação resulta de uma contradição entre a globalidade do fenômeno da camada de ozono e o predomínio de interesses puramente comerciais. Mais uma razão para que o debate científico não resvale para um terreno predominantemente econômico ou político e que os ambientalistas não transijam com o rigor dos dados e o apelo a um civismo sem desfalecimentos dos consumidores. Para já, o mínimo que se pode reclamar das autoridades é que seja exigido aos fabricantes que mencionem a existência dos CFCs nas embalagens.

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“Alternativas aos fréons já existem. A médio prazo, o maior desafio para os industriais será o de se orientarem para os substitutos mais indicados.”

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X Chegou o momento de nos determos nessa realidade que dá pelo nome de aerossóis ou "sprays". Estes tornaram-se imprescindíveis, além de práticos para diferentes utilizações e aplicações do consumo. Se-lo-ão? Aerossol e uma suspensão de partículas sólidas e/ou líquidas. No mercado, dá-se imprecisamente a designação de aerossol ao conjunto constituído por um recipiente não reutilizável de alumínio, ferro branco, vidro ou plástico, com uma válvula vaporizadora e um gás comprimido. Em rigor, a embalagem não deve ser incluída na definição de aerossol. Uma boa parte dos aerossóis usam CFCs (sobretudo os CFCs11,12 ou 114). Há no entanto aerossóis com gases inflamáveis em vez de CFCs: é o caso do propano e do butano que não são uma ameaça directa para a camada de ozono, porém, contribuem doutra maneira para a poluição atmosférica: a formação de nevoeiros. São gases que apresentam outros riscos: submetidos ao calor intenso ou a uma chama, podem explodir ou inflamar-se; além disso, como eles estão sob pressão podem explodir quando os recipientes que os contem são acidentalmente perfurados. Ninguém desconhece que o aerossol se impôs no mercado mediante uma forma dispendiosa de embalagem. Além disso, raros são hoje os produtos em

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que o aerossol não seja dispensável. Concretamente, recomenda-se que se de preferências: aos vaporizadores manuais para propulsar os

produtos líquidos como os perfumes e as águas de colônia;

aos inseticidas em barra; aos aerossóis com desodorantes, que não têm gás; aos depilatórios em creme ou em cera, por exemplo. Aerossóis sem CFCs já são motivo para campanhas promocionais. No início deste ano, 70 estabelecimentos da cadeia House of Frazer e Harrod's decidiram abandonar a comercialização de aerossóis com CFCs. São iniciativas úteis para a imagem da marca das empresas. Talvez mais avisadamente tenha agido por essa altura o responsável francês pelo Ambiente que diligenciou assinar com os fabricantes um protocolo instituindo uma etiquetagem informativa para assinalar a presença dos CFCs nos aerossóis. Premir uma válvula de um aerossol: um gesto simples e anódino que faz parte do nosso quotidiano. Mas e o tal gesto que multiplicado por milhar de milhões de vezes contribui para a deterioração do ozono protector. Reconheça-se que a indústria, face as críticas das organizações ambientais e de consumidores que fazem sentir o desvario de tanto desperdício (15kwh de energia eléctrica para produzir cada quilograma de alumínio, uma válvula e ainda o gás propulente que chega às vezes aos 80% do conteúdo total, etc.), procurou novas

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soluções (os vaporizadores) e melhorou os antigos (desodorizantes em barra ou em "roll-on"). Recapitulando: Parece inegável que os aerossóis são práticos, fáceis de usar e higiênicos, mas os inconvenientes são igualmente importantes, visto que: São poluentes e perigosos. Os principais gases

utilizados nos aerossóis, com excepção dos CFCs, são o propano e o butano. Ora estes hidrocarbonetos sem serem tão nocivos quanto os CFCs não são no entanto inofensivos.

Têm uma acção negativa importante, por reacção com os óxidos de azoto. De uma maneira sintética, pode dizer-se que os CFCs provocam desgastes a médio e a longo prazo na estratosfera enquanto o propano e o butano provocam danos imediatos na Terra.

São uma fonte de desperdício e enganadores. Cada vez que pagamos um produto em aerossol estamos a esbanjar um recipiente, energia, gás perdido.

Importa reter que a maior das embalagens com aerossol tem alternativa, como se exemplifica:

Embalagem com aerossol Alternativa Desodorizante Desodorizante sólido Perfumes Pulverizadores manuais Espuma de barbear Creme ou sabão Limpa moveis Cera ou líquido Espuma tira-nódoas Limpeza convencional Pulverizador de pinturas Pintura convencional

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Concluindo: Contrariar a deterioração da camada de ozono é um dos principais problemas ambientais modernos. Enumeremos os dados do problema: Enorme quantidade de produtos são lançados no

ambiente. Mas no caso preciso da destruição do ozono protector, os cientistas incriminam acima de tudo umas substâncias designadas por clorofluorcarbonos que lançados na atmosfera sob a forma de poeiras migram lentamente na atmosfera onde se mantêm indestrutíveis. Depois de dezenas de anos, os CFCs quase intactos acabam por atingir a camada de ozono que envolve a Terra. A este nível, sob o efeito das radiações ultravioletas, produz-se uma reacção que liberta o cloro contido nos CFCs. A actividade destrutiva do cloro e terrível: estima-se que uma só molécula de cloro pode destruir 100 mil moléculas de ozono. É preciso, por conseguinte, começar já a prevenir as destruições susceptíveis de se produzir daqui até ao ano 2000.

Nos últimos anos, cientistas que trabalham no Antártico tem constatado que, sempre na Primavera, se da uma rarefação considerável na camada de ozono. Uma hipótese admitida e que durante o Inverno antártico, quando não há nenhuma radiação solar, os CFCs atacam o ozono.

Os CFCs são altamente responsabilizados mas há outras causas que não se podem iludir, como as meteorológicas ou certos movimentos planetários.

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“Chegou o momento de nos determos nessa realidade que dá pelo nome de aerossóis ou “sprays”. Estes tornaram-se imprescindíveis, além de práticos para diferentes utilizações e aplicações do consumo. Sê-lo-ão?”

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Como se escreveu num artigo de divulgação, “A grande questão que ainda divide a opinião dos cientistas é que a química da atmosfera esta pouco estudada. Com os métodos normais de trabalho não se podem justificar os rasgões de ozono e começa a falar-se de uma nova química das baixas temperaturas que explique a situação. E dos motivos que levam a que os cientistas não se atrevam a garantir categoricamente que os CFCs são os únicos culpados pelos rasgões de ozono. É verdade que se encontrou muito claro nas camadas altas da atmosfera mas a luz dos conhecimentos da química não se percebe como é que esse cloro produz tais destruições. O problema é que a química de baixas temperaturas não esta suficientemente esclarecida”. Mas, felizmente, os cientistas chegaram a acordo em alguns aspectos básicos, o que facilitou os compromissos de Montreal e preparou caminho aos amplos consensos de Londres. As moléculas de cloro que se acumulam na parte

alta da atmosfera podem demorar longas dezenas de anos a destruir-se. Ou seja, mesmo que deixássemos agora mesmo de utilizar CFCs, demorariam décadas a desaparecer da atmosfera. Mas se, além disso, não se limitasse a produção o problema seria cada vez mais grave, com acréscimo de cancros de pele e tumores.

Dito doutro modo: até que apareçam os produtos substitutos haverá um período de transição em que o importante é mudar a mentalidade porque não se podem utilizar estes produtos desregradamente.

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Convém recordar que mesmo que se venha a concretizar a redução de 20% dos CFCs, prevista para 1993 pelo Protocolo de Montreal, ela é já considerada insuficiente por muitos cientistas que calcularam que a camada de ozono diminuiu em cerca de 4% depois de 1970. Avalia-se que, para permitir uma reconstituição a prazo seria preciso utilizar grandes meios e, por exemplo, reduzir a produção dos CFCs em 10 anos. Portugal desempenhou o papel precursor: desde a

publicação do Decreta-Lei n° 476/82, de 21 de Dezembro, está previsto um controlo de aerossóis sob a forma do estabelecimento de um limite máximo de 3 mil toneladas anuais para a importação de hidrocarbonetos clorofluorados. Portugal não só não se opôs como até se adiantou às restrições avançadas pela Convenção de Viena.

Quando se alude aos CFCs não se pode só apontar com censura para os aerossóis. Importa reter as inúmeras aplicações:

as espumas isolantes e as embalagens

expandidas feitas de esferovite (as embalagens são utilizadas para revestir ovos, comida rápida e produtos frescos);

refrigeradores, congeladores e aparelhos de ar condicionado;

solventes, utilizados sobretudo na electrônica e limpeza química.

Apesar da sua importância, o ozono é apenas um

dos constituintes menores da atmosfera, constituindo somente alguns milionésimos do seu volume total. Se todo o ozono presente na atmosfera pudesse ser

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A distribuição espacial do ozono é bastante irregular. A maior parte encontra-se entre 20 e 50 km acima do nível do solo, com a maior concentração numa camada relativamente fina entre 20 e 25 km. Apesar de ser um constituinte menor da atmosfera, a camada de ozono é a sombrinha da Terra. Reduzamos o consumo de aerossóis, para lhe dar maior longevidade. Exijamos medidas de etiquetagem obrigatória. Apele-se a substituição progressiva dos CFCs reconhecidamente anti-ozono. É que não há futuro digno desse nome sem essa camada fina de gás azulado que no ar que respiramos é um perigo para a saúde e lá na estratosfera é um escudo da Vida.

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“Mas é o tal gesto que multiplicado por milhar de milhões de vezes contribui

para a deterioração do ozono protector.”

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