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Fitopatologia Aplicada Prof. Dr. Antonio Augusto L. Barboza

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Fitopatologia Aplicada

Prof. Dr. Antonio Augusto L. Barboza

FITOPATOLOGIA

É uma palavra grega

Phyton = planta

Pathos = doença

Logia = estudo

FITOPATOLOGIA:UM BREVE HISTÓRICO

Bíblia (Amós 4:9)

“Eu vos feri com um vento abrasador e com ferrugem a multidão de

vossas hortas e das vossas vinhas. Aos vossos olivais e aos vossos

figueirais, comeu a lagarta; e vós não voltaste para mim, diz o

Senhor”.

Outras referências:

• Deuteronômio 28:22

“O Senhor os ferirá com doenças devastadoras, febre e inflamação,

com calor abrasador e seca, com ferrugem e mofo, que os

infestarão até que morram”

• Gênesis 41:22-23

• Ageu 2:17-18

• Crônicas II, 6:28

Fitopatologia é a ciência que estuda as doenças de

plantas, abrangendo todos os seus aspectos, desde

a Sintomatologia e Diagnose, Etiologia,

Epidemiologia, até o seu Controle.

-Engenharia Genética,

-Horticultura,

-Solos,

-Química,

- Física,

-Meteorologia,

-Estatística

“Embora autônoma a Fitopatologia usa conhecimentos de:

- Microbiologia,

- Micologia,

- Bacteriologia,

- Virologia,

- Nematologia,

- Botânica,

- Anatomia Vegetal,

- Fisiologia Vegetal,

- Ecologia,

- Bioquímica,

- Genética,

- Biologia Molecular,

ALGUMAS EPIDEMIAS FAMOSAS

ERGOTISM0

CAUSADO PELO CONSUMO DE

CENTEIO COM ESCLERÓDIOS DE

Claviceps purpurea

FOGO de

Santo Antonio

Caça às

“Bruxas”

“Gangrena”

“A Grande Fome da Irlanda”

e a

“Catástrofe de Bengala”

Friedrich, o Grande (1712 - 1786),

“der alte Fritz“ (o Velho Fritz),

Reconheceu a utilidade da batata e

forçou os agricultores a cultivá-la.

“A grande fome da Irlanda"

Requeima da batata

Phytophthora infestansIdentificada por Heinrich Anton de Bary

Pseudofungo – oomiceto

esporângios e esporangióforos

Doença de alta carga explosiva!

Temp. de 9 ate 14 graus +

umidade.

Capacidade de infesta grandes

áreas em 48h.

Ataca solanáceas em geral.

Não é fungo de solo, mas

sobrevive em restos culturais.

Anos de fome na Europa central e Irlanda

– batata era a base da alimentação

– Irlanda - 1845-1846:

• perdas de 80% da produção/ um milhões de mortos!

• 2 milhões imigraram

8.2 million people in 1841, declined to 6.6 million in 1851.

Fifty years later, Ireland's population was still showing a

decline (down to 4.5 million)

“A grande fome da Irlanda"

Phytophthora infestans

Oosporo – estrutura

de sobrevivência

– Bipolaris oryzae (sin. Helminthosporium oryzae) x arroz

– 1942 - clima chuvoso e encoberto

– Bengala x Inglaterra x Japão

• não houve importação de arroz

• fome e 2 milhões de mortos!

Catástrofe de Bengala

Índia e Bangladesh

ALGUMAS FAMOSAS EPIDEMIAS BRASILEIRAS

Mosaico da cana-de-açúcar (SCMV)

– 1922 : 1,2 milhões de sacos de açúcar;

– 1925: 220 mil sacos

Mal das Folhas da Seringueira

– Brasil e Peru: únicos produtores de

borracha até o início do século XX.

Microcyclus ulei

Mal do Panamá e a Banana Maçã - 1930

– Fusarium oxysporum f. sp. cubense

Tristeza dos Citros - 1930: laranja azeda /

laranja doce (resistente à Gomose) -

Phytophthora;

QUANTO VOCÊS PENSAM EM CONTROLE DE DOENÇAS DE

PLANTAS, O QUE VÊM A MENTE DE VOCÊS?

Inseticida

Herbicida

Acaricida

Nematicida

E Outros “Cidas” da Vida.....

Fungicida

Manejo /Controle integradado de Doenças

Definição:

Emprego de medidas que visam impedir ou reduzir,

de forma econômica, os danos e perdas causados por

fitopatógenos.

“o interesse da Fitopatologia é controle econômico:

doença do ponto de vista econômico e não somente

do ponto de vista biológico.”

PRINCÍPIOS WHETZEL – 1929

. Exclusão

. Erradicação

. Proteção

. Imunização

. Terapia

_________________

* Evasão

* RegulaçãoCornell's Professor Herbert H. Whetzel

Princípios gerais de controle

O controle está baseado no uso de medidas envolvendo a aplicação de

um ou mais princípios;

Whetzel (1929) sistematizou 4 princípios grais de controle:

exclusão, erradicação, proteção e imunização - mais tarde

foi incluído o princípio da terapia - também considerado

como um princípio de Whetzel.

• Exclusão: Prevenção da entrada de um patógeno numa área ainda não

infestada;

• Evasão (“escape”): táticas de fugas – temporal e espacial.

• Erradicação: Eliminação do patógeno;

• Proteção: Barreira protetora entre planta e patógeno;

• Imunização: desenvolvimento de plantas resistentes ou imunes numa

área onde o patógeno é presente;

• Terapia: restabelecimento da sanidade da planta com a qual o patógeno

já estabeleceu uma relação parasítica;

• Regulação: controlar as doenças pelo manejo das doenças;

Princípios de Whetzel - 1929

Atuação dos princípios gerais de controle

nos componentes do triângulo da doença

Sementes e mudas sadias

Vazio sanitário

Inspeção e certificação

Medidas quarentenárias

Exclusão Prevenção da entrada de um patógeno

numa área ainda não infestada;

Colletotrichum gossypii

Desinfestação de máquinas, implementos,

ferramentas

Ralstonia solanacearum

(Murcha bacteriana)Sclerotinia sclerotiorum

Didymella bryoniae

Didymella bryoniae

Seringueira x Mal das Folhas

Doença do replantio em rosáceas

Produção de Frutas e Flores

Produção de sementes em regiões áridas

Produção de solanacelas x bacterioses (Ralstonia solanacearum)

Produção de sementes x mofo branco

Plantio de Café x Meloidoginioses

1. Escolha da Área Geográfica

Evasão (“escape”):

táticas de fugas – temporal e espacial.

O que você

plantaria?

Regiões de baixadas, sujeitas ao acumulo de umidade;

Área com histórico de patógenos de solo;

2. Escolha da área de plantio dentro da área

Ambiente Evasão – “fuga”

Alho x Sclerotium cepivorum

Plantio tardio - soja

3. Escolha da data de plantio

Soja, algodão, milho, entre outras x

agentes causadores de “damping off”

4. Profundidade de plantio

Fuga das épocas mais favoráveis às

epidemias, stress hídrico, outras

5. Variedade precoce

Thielaviopsis basicola

Mofo Branco da Soja

Sclerotinia sclerotiorum

Eliminação de plantas doentes

Eliminação de hospedeiros alternativos

Tratamento de sementes e solo

Rotação de culturas

Controle de insetos vetores

Desinfestação de armazéns

Erradicação:

Eliminação do patógeno

Murcha vascular das solanáceas

Cancro cítrico

Roguing

Mosaico do mamoeiro - PRSV

ROTAÇÃO DE CULTURAS

Alternância regular e ordenada de diferentes espécies vegetais, numa sequência temporal em determinada área agrícola.

Balanço microbiano do solo,

aumento no teor de matéria orgânica,

preservação das condições físicas

redução da erosão no solo,

manejo e controle de doenças e pragas

ROTAÇÃO DE CULTURAS

DOENÇAS

“NECESSIDADE DE CONHECER A BIOLOGIA DO PATÓGENO”

NecrotróficoBiotrófico

Hemibiotrófico

Os fitopatógenos são classificados quanto suas

exigências nutricionais em:

Maior especificidade Maior gama de hospedeiro

Patógenos Biotrófico

Alimentam e reproduzem em tecido vivo;

Sobrevivência depende do hospedeiro vivo;

Ampla distribuição sobre a superfície vegetal

Danos menos severos na vascularização (nervuras) do

que os necrotróficos

Ferrugens

Vírus

Carvões

Oidios

Patógenos Necrotróficos

Alimentam e reproduzem em tecidos mortos

Sobrevivência não depende do hospedeiro vivo

Comum em sementes ou restos culturais

Parasitam o tecido vegetal e em seguida produzem toxinas que

provocam a morte de partes da planta.

Colapso total das áreas infectadas

Rhizopus em

morango

Aspergillus em

milho

Penicillium

em laranja

Brusone

do arroz

Patógenos Hemibiotróficos

Apresentam processos divididos em duas fases.

• Duas formas de nutrição, que varia com o estágio da infecção e o grau

de especificidade entre patógeno e hospedeiro

1ª - INFECTAM / colonizam hospedeiros igual biotrõficos

2ª - CÉLULAS / tecido morre, continuidade do desenvolvimento e

esporulação

Murcha de fusarium

em tomate

Antracnose em

feijoeiro

Cercosporiose

em cafeeiro

Septoriose em

tomateiro

CARACTERÍSTICA DOS PATÓGENOS:

Sensíveis a rotação de culturas:

Sobrevivem pela ação saprofítica em restos culturais e não

apresentam habilidade de competição saprofítica.

Ex. Bipolaris sorokiniana e Drechslera tritici-repentis.

Não apresentam estrutura de resistência.

Esporos grandes e pesados. Disseminados pelos ventos a curtas

distâncias:

Ex. B. sorokiniana e D. tritici-repentis.

Esporos pequenos e leves. Disseminados pelos ventos e

respingos de gotas de água transportados a curtas distâncias:

Ex. Septoria, Colletotrichum e Phomopsis.

Apresentam poucos ou nenhum hospedeiro secundário.

Não controláveis com rotação de culturas:

Apresentam habilidade de competição saprofítica.

Ex. Rhizoctonia solani.

Possuem estrutura de resistência:

Ex. Oósporos (Pythium, Phytophthora), Cistos (nematóides,

escleródios (Sclerotinia, Macrophomina, Verticillium),

Clamidósporos (Fusarium).

Apresentam muitos hospedeiros secundários.

Ex. Giberella zeae e Pyricularia oryzae.

Apresentam esporos pequenos que podem ser transportados a

longas distâncias.

Ex. Giberella zeae e Pyricularia oryzae.

CARACTERÍSTICA DOS PATÓGENOS:

Pulverização de partes aéreas

Controle de vetores

Tratamento de sementes

Controle de insetos vetores

Tratamento pós-colheita (químico e biológico)

Proteção:

Barreira protetora entre planta e patógeno

Imunização/Resistência Genética

Resistencia vertical e Resistencia Horizontal

Proteção Cruzada ou Premunização “Vacinação”

Imunização:

Desenvolvimento de plantas resistentes ou imunes numa área

onde o patógeno é presente;

Cirurgia: citrus atacados por gomose (Phytophthora parasítica)

Tratamento térmico: do solo, das sementes e partes propagativas e de

locais de armazenamento de grãos.

o Nematóides, Pythium e Phytophthora: 50°C

o Sementes de brássicas, bulbos e estacas também podem ser tratadas com

calor

o Cuidado para não causar destruição da microflora saprofítica.

Imersão de rizomas de bananeira

Quimioterapia: oídios, H. vastatrix, U. appendiculatus

Terapia:

Restabelecimento da sanidade da planta com a qual o

patógeno já estabeleceu uma relação parasítica;

Doenças abióticas Doenças Bióticas

Regulação:

controlar as doenças pelo manejo das doenças

Dependência do patógeno pelo ambiente = maior influencia n doença

damping-off influenciado por água e camadas compactadas!

Exemplo: Morango mofo cinzento

(Botrytis cinérea)

No campo: Troca de água por aspersão por

gotejamento = redução de 80%.

Em estufa elimina também as águas de

precipitação ( 100% ).

Sarna da batatinha (PH elevado) – bacteriose (Streptomyces scabies).

Ernia da crucíferas (PH baixo) - parasita biotrófico – (Plasmodiophora brassicae)

Fusarium em feijoeiro – acumulo de água no solo

Escolha do local Pla

ntio r

aso

EVASÃO

EXCLUSÃO

Sementes e

mudas sadias

Quare

nte

na

ERRADICAÇÃO

PROTEÇÃO

Pu

lv. de p

art

es

aére

as

Trat. de

sementes

REGULAÇÂO

Modif. de práticas

culturais

IMUNIZAÇÂO

RH

RV

Uso de

Multilinhas

Pré-imunização

Cultura de tecidos

(indexação)

TERAPIA

Termoterapia

Quimioterapia

Cir

urg

ia

Desinfestação do solo

Trat.

madeira