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Não-Ergonomia: organização do
trabalho e seus impactos na saúde
do trabalhador.
Engª. Cristiane Galassi
Formação:
- Técnica em Eletrônica;
- Graduada em Engenharia de Produção;
- Especialista em Engenharia de Segurança do Trabalho;
- Mestra em Engenharia Urbana.
Conceito
A ergonomia é o estudo da adaptação do trabalho ao
homem (Iida, 2005).
Por meio da análise de toda a situação em
que ocorre o relacionamento entre o
homem e a atividade produtiva.
A Associação Brasileira de Ergonomia (ABERGO)
apresenta a seguinte definição para a ergonomia:
Trata-se de uma disciplina orientada para uma abordagem sistêmica de todos os aspectos da
atividade humana. Para darem conta da amplitude dessa dimensão e poderem intervir nas atividades do trabalho é preciso que os ergonomistas tenham uma
abordagem holística de todo o campo de ação da disciplina, tanto em seus aspectos físicos e cognitivos,
como sociais, organizacionais, ambientais, etc. (ABERGO, 2018).
Quem é este ou quem são estes seres humanos a quem
vou adaptar o trabalho?
Nesse contexto, surge os três domínios de sua especialização:
1) Ergonomia Física: diz respeito às características da
anatomia humana, antropometria, fisiologia e biomecânica.
2) Ergonomia Cognitiva: refere-se aos processos mentais,
tais como percepção, memória, raciocínio e resposta
motora.
3) Ergonomia Organizacional: relaciona-se à otimização dos
sistemas organizacionais.
Em relação à Organização do Trabalho, os principais fatores
que podem contribuir para o aparecimento das Lesões por
Esforço Repetitivo (LER) são:
1) Pagamento de prêmios de produção;
2) Ausência de pausas;
3) Prática de horas-extras e;
4) Dupla jornada de trabalho.
Antes da NR 17, a organização do trabalho era considerada
intocável e passível de ser modificada apenas por iniciativa
da empresa.
Objetivos
Reduzir:
Fadiga;
Estresse;
Absenteísmo;
Erros;
Acidentes.
Proporcionar:
Segurança;
Satisfação;
Saúde.
A Norma Regulamentadora 17 – Ergonomia visa a
estabelecer parâmetros que permitam a adaptação das
condições de trabalho às características psicofisiológicas dos
trabalhadores, de modo a proporcionar um máximo de
conforto, segurança e desempenho eficiente.
Abordagem
Interdisciplinar
Existem diversos profissionais que podem colaborar na
solução de problemas ergonômicos. Dentre tais profissionais,
destacam-se:
Médicos do Trabalho;
Engenheiros de Projeto;
Engenheiros de Produção;
Engenheiros de Segurança do Trabalho;
Psicólogos;
Enfermeiros do Trabalho;
Fisioterapeutas;
Administradores.
Análise
Ergonômica do
Trabalho
O item 17.1.2. da NR 17 estabelece que:
“Para avaliar a adaptação das condições de trabalho às
características psicofisiológicas dos trabalhadores, cabe ao
empregador realizar a análise ergonômica do trabalho,
devendo a mesma abordar, no mínimo, as condições de
trabalho, conforme estabelecido nesta Norma.
As condições de trabalho incluem os seguintes aspectos:
Levantamento, transporte e descarga de materiais;
Mobiliário;
Equipamentos;
Condições ambientais do posto de trabalho;
Organização do trabalho.
Toda empresa deve
elaborar a AET?
Este é o subitem mais polêmico da Norma. Ele foi colocado
para ser usado quando o auditor-fiscal do trabalho tivesse
dificuldade para entender situações complexas em que
fosse necessária a presença de um ergonomista.
Têm-se pedido análises ergonômicas de uma forma
rotineira e protocolar. Isso só tem dado margem a que se
façam análises grosseiras e superficiais que em nada
contribuem para a melhoria das condições de trabalho.
Sempre que o auditor- fiscal do trabalho solicitar uma
análise, deve explicitar claramente qual é o problema que
quer resolver e pelo qual está pedindo ajuda a um
ergonomista.
Vejamos o que diz o Manual de Aplicação da NR 17....
Impactos na
Saúde do
Trabalhador
Dores Musculares
As dores são causadas principalmente pelo manuseio de
cargas pesadas, exigência de posturas inadequadas e
repetições exageradas dos movimentos.
O trabalho manual de cargas pode ser aliviado por meio do
uso de carros de mão.
Fonte: Iida (2005)
O mobiliário do Posto de Trabalho deve ser
concebido com regulagens que permitam ao
trabalhador adaptá-lo às suas características
antropométricas (altura, peso, comprimento das
pernas, etc.).
A NR 17 estabelece alguns parâmetros de conforto para os
locais de trabalho:
1) níveis de ruído: de acordo com a NBR 10152;
2) índice de temperatura: entre 20 e 23º C ;
3) velocidade do ar: não superior a 0,75m/s;
4) umidade relativa do ar: não inferior a 40 %.
A NR 17 também ressalta que a Organização do Trabalho,
deve levar em consideração:
as normas de produção;
o modo operatório;
exigência de tempo;
o ritmo de trabalho;
o conteúdo das tarefas.
Traumas Musculares
Ocorrem basicamente devido a duas causas: impacto e
esforço excessivo.
1) Trauma por impacto: ocorre quando a pessoa é atingida
por uma força súbita, durante um curto espaço de tempo,
em uma região específica do corpo.
2) Trauma por esforço excessivo: causado por movimentos
altamente repetitivos, como nas linhas de montagem ou
trabalho de digitação, sem a concessão das devidas pausas.
Provoca
lesões como:
tendinites,
tenossinovites,
compressões
nervosas e
distúrbios
lombares.
As pausas previstas na NR 36 devem ser
obrigatoriamente usufruídas fora dos locais de trabalho,
em ambientes que ofereçam conforto térmico e acústico,
disponibilidade de bancos e água potável.
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Países Ranking
China
1º lugar
Índia 2º lugar
Indonésia 3º lugar
Brasil
4º lugar
Tabela 1: Ranking mundial de acidentes de trabalho
Fonte: OIT (2018)
Santa Catarina ocupa a 2ª posição em gastos
previdenciários (pagamentos de benefícios devidos a
afastamentos por acidentes e doenças ocupacionais).
Entre as 100 cidades brasileiras com mais afastamentos
acidentários, 10 são catarinenses.
Segundo dados do Observatório de Saúde e Segurança do
Trabalhador (MPT, 2018):
No dia 28 de fevereiro de
2018, a Fundacentro
publicou uma matéria sobre
um levantamento das lesões
e doenças relacionadas ao
trabalho que mais tem
acometido os trabalhadores,
no período de 2006 a 2016.
Conclusão da Pesquisa: as LER/Dort continuam a figurar
entre as doenças ocupacionais que mais geram
incapacidade produtiva prolongada.
A Previdência Social, registrou em 2016, o afastamento de
75,3 mil trabalhadores em razão de quadros depressivos,
com direito a recebimento de auxílio-doença, o que representa
37,8% de todas as licenças médicas motivadas por
transtornos mentais e comportamentais no mesmo ano.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) revela que
até 2020 a depressão será a doença mais
incapacitante do mundo.
Estresse
Em qualquer que seja o caso, a incapacidade de adaptação do
trabalhador ao ambiente ao qual interage, é sempre um fator
de pressão sobre si mesmo.
Em termos
psíquicos, trata-se
de tensão interna,
comumente
chamada de
estresse.
Segundo Andrews (2001), sob o ponto de vista de
manifestação clínica, três são os estágios típicos do estresse:
1) Psicossomático: há perda do apetite, da memória e do
sono. O indivíduo se sente ansioso, cansado e, em muitos
casos, apresenta transtornos mentais.
2) Físico: distúrbios gerais, em razão da queda do sistema
imunológico, provocando o enfraquecimento dos órgãos.
3) Problemas crônicos: resultante da exaustão orgânica,
tais como doenças cardíacas e úlceras.
Bournout
A Síndrome de Burnout, também conhecida como Esgotamento
Emocional, é uma consequência do acúmulo excessivo de
estresse, que leva o trabalhador ao estado de apatia ou
depressão (PACHECO, 2005).
Bournout
Os principais sintomas são:
Cansaço;
Náuseas;
Alterações de apetite;
Gástrite;
Alterações cardiorrespiratórias;
Insônia;
Sentimentos constantes de fracasso e insegurança.
Isolamento Social
Neste caso, o trabalhador se sente incapaz de acompanhar o
ritmo das mudanças nos sistemas de produção.
Assim, por meio de
mecanismos psíquicos, o
trabalhador acaba se
separando inicialmente dos
colegas mais próximos e,
com o passar do tempo, dos
grupos sociais com quem
convive.
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Suicídio
O assédio moral no trabalho pode ocasionar
enfermidades, agravar males preexistentes ou
desencadear transtornos à saúde mental.
Igualmente, pode levar à morte por suicídio, quando
os ataques e constrangimentos são constantes
(FUNDACENTRO, 2012).
Considerações
Finais
O desejo de melhorar as condições no ambiente de
trabalho, seja por meio da implantação de conceitos
ergonômicos ou da criação de leis que regem a
Segurança e a Medicina do Trabalho, por si só não
garantirá a saúde, a segurança e a satisfação dos
trabalhadores que tanto se almeja.
É preciso uma conjugação de esforços entre a legislação
brasileira, as áreas de conhecimento, os empregadores e
os colaboradores, onde todos se comprometam em buscar a transformação do local de trabalho.
Muita obrigada!