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APRESENTAÇÕES TÍPICAS E ATÍPICAS DE MUCOCELE DOS SEIOS PARANASAIS
Carlos Augusto Seiji Maeda1, Mariana Krelling Salgado2, Afonso Possamai Della Junior2, Lucca Policeno Paulin2, Barbara de Paula
CIoni2, Letícia Leahy3
1 Professor Dr. Responsável pelo departamento de Rinologia e Cirurgia
da Base do Crânio da PUC-PR, Hospital Cajuru 2 Residentes de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico Facial do
Hospital Cajuru 3 Acadêmica de Medicina Da Pontifícia Universidade Católica do
Paraná
Introdução
Mucoceles de seios paranasais são lesões císticas de caráter expansivo e
crescimento lento. Seu conteúdo consiste em secreção mucosa, espessa e estéril.
Atribui-se o aparecimento destas lesões císticas principalmente à obstrução do óstio de drenagem do seio paranasal envolvido.
Prevalência: homens, 4ª década de vida. Tipicamente apresentam manifestação unilateral.
Localizados mais frequentemente em seios frontal (60% dos casos) e etmoidal
(30% dos casos) e, o acometimento dos seios maxilar e esfenoide é raro.
Introdução
O diagnóstico é baseado em exames de imagem, sendo a tomografia
computadorizada o exame de escolha.
Na Tomografia as imagens condizentes com mucocele tem como característica: Lesão homogênea com margens definidas e iso ou hiperdensas com relação
ao cérebro quando feita sem contraste. Envolvimento ósseo: adelgaçamento e erosões na parede do seio
paranasal.
Introdução
Etiologias reportadas: infecções crônicas, processos crônicos de rinussinusite alérgica, trauma crânio-facial, tumores, polipose nasossinusal, pós-cirúrgico e pós-radioterapia.
A sintomatologia apresenta evolução lenta e depende da localização e do volume da mucoceles, podendo ser oftalmológica, neurológia, rinológica ou estética. o Cefaleia, dor facial, abscesso cerebral, pneumoencefalocele, obstrução
nasal, meningismo, diplopia, diminuição da acuidade visual, edema facial e proptose.
Introdução
Apesar de serem benignas, pode haver comprometimento de estruturas nobres adjacentes por compressão e adelgaçamento e erosão das paredes ósseas, situações que caracterizam sintomas clínicos de maior gravidade.
Quando ocorre infecção da mucocele, esta lesão passa a ser denominada mucopiocele, situação em que há maior taxa de complicações.
Tratamento: cirurgia endoscópica paranasal com marsupialização e drenagem da mucocele, preservando seu epitélio de revestimento.
Objetivo
Descrever um caso de mucocele com distribuição atípica, acometendo 4 seios da face e relacionado a deformidades faciais.
Relato de Caso
CRM, 50 anos. História de surgimento de turmoração em região naso-orbital à direita há 1
mês, associado a cefaleia hemicraniana à direita. Nega lacrimejamento, dor local ou sintomas nasais. Sem outras queixas.
História pregressa de hipertensão arterial sistêmica, em uso de captopril. Nega alergias a medicamentos. Tabagista de 10 cigarros por dia há 35 anos, etilista social. Exame físico: lúcido e orientado em tempo e espaço, bom estado geral.
Apresentava massa tumoral em região lateral de dorso nasal a direita. Rinoscopia: desvio de septo para esquerda associado a pólipos em fossa nasal
direita.
Relato de Caso
Tomografia computadorizada de face: o Lesão em seio maxilar direito, estendendo-se para células etmoidais à
direita e para fossa nasal direita. o Destruição de parede óssea medial de órbita direita. o Velamento de seio frontal à direita por material com densidade de partes
moles. o Destruição da parede óssea antero-inferior, condicionando abaulamento
em partes moles superomedial da órbita direita. Ressonância magnética: mucopiocele frontoetmoidal à direita e maxilar
bilateral, associada a imagem de aspecto polipoide, projetando-se na região do vestíbulo nasal direito.
Relato de Caso
Optou-se então pela realização de exérese da mucocele via sinusotomia endoscópica nasal.
Foi realizada cirurgia endoscópica nasal associada a acesso de Lynch para acesso em seio frontal direito que encontrava-se com óstio ocluído.
Em todas as drenagens drenou-se secreção purulenta configurando piomucocele.
Comentários
Atribui-se o aparecimento destas lesões císticas principalmente à obstrução do óstio de drenagem do seio paranasal envolvido.
A sintomatologia apresenta evolução lenta e depende da localização e do volume da mucoceles, podendo ser oftalmológica, neurológia, rinológica ou estética. o Cefaleia, dor facial, abscesso cerebral, pneumoencefalocele, obstrução
nasal, meningismo, diplopia, diminuição da acuidade visual, edema facial e proptose.
Comentários
As mucoceles de seio paranasais são de evolução lenta e, geralmente, diagnóstico tardio.
Deve-se atentar para sintomas indicativos de patologia, para que haja realização precoce de exame de imagem e, assim, diminuir as complicações desta lesão.
A taxa de recidiva atinge até 10%, sendo mais frequente em pacientes portadores de risussinusites crônicas.
O seguimento dos pacientes é realizado com acompanhamento ambulatorial periódico e endoscopia nasal de rotina, visando o controle da doença.
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