apresentação proteómica tp1

47
Departamento de Química e Bioquímica, Licenciatura em Bioquímica Biologia Molecular 2012/2013 Docentes: Margarida Amaral, Anabela Ramalho Discentes: Alexandra Salvado, nº40267 Andreia Sousa, nº40261

Upload: alexandra-salvado

Post on 12-Aug-2015

116 views

Category:

Documents


1 download

TRANSCRIPT

Page 1: Apresentação Proteómica TP1

Departamento de Química e Bioquímica, Licenciatura em Bioquímica

Biologia Molecular 2012/2013

Docentes:

Margarida Amaral, Anabela Ramalho

Discentes:

Alexandra Salvado, nº40267

Andreia Sousa, nº40261

Page 2: Apresentação Proteómica TP1

Licenciatura em Bioquímica, Biologia Molecular 2012-2013

Tópicos a abordar

• Os princípios da genómica e proteómica;

• Diferentes tipos de técnicas de proteómica e respectivo

equipamento;

• Análise e interpretação de resultados;

• Exemplos de aplicação.

2 FCUL, Departamento de Química e Bioquímica

Page 3: Apresentação Proteómica TP1

Licenciatura em Bioquímica, Biologia Molecular 2012-2013

Genómica

• Ciência que estuda o genoma completo de um

organismo.

determinar a sequência completa do DNA de organismos

ou apenas uma sequência de interesse

• Mas estas informações não são suficientes para saber

quais são as proteínas que estão a ser realmente

expressas na célula, num dado momento e numa

determinada condição

FCUL, Departamento de Química e Bioquímica 3

Page 4: Apresentação Proteómica TP1

Licenciatura em Bioquímica, Biologia Molecular 2012-2013

Genómica funcional

• Ciência que descreve a função de genes e proteínas

• Tenta explicar:

• Função do DNA a nível dos genes;

• Transcrição de RNA (transcriptómica)

• Síntese de proteínas (proteómica)

Genómica funcional ≠ Genómica

FCUL, Departamento de Química e Bioquímica 4

Enquanto a genómica foca-se em

aspetos estáticos tais como:

• Sequenciação de DNA;

• Estudos estruturais

A genómica funcional foca-se em

aspetos dinâmicos tais como:

• Transcrição de um gene;

• Tradução e interações entre

proteínas

Page 5: Apresentação Proteómica TP1

Licenciatura em Bioquímica, Biologia Molecular 2012-2013

Genómica e Genómica funcional

FCUL, Departamento de Química e Bioquímica 5

Genómica DNA (gene)

RNA

Proteína

Transcrição

Tradução

Transcriptómica

Proteómica

Genómica

funcional

Visão mais abrangente de como uma função biológica surge a partir da

informação codificada a partir do genoma de um organismo

Page 6: Apresentação Proteómica TP1

Licenciatura em Bioquímica, Biologia Molecular 2012-2013

Um pouco de história…

• 1970 – criação de bases de dados de proteínas usando a

técnica eletroforese bidimensional;

• 1994 – Wilkins e Willians propuseram o tema proteoma

como sendo todo o conteúdo de proteínas expressas por

um genoma;

FCUL, Departamento de Química e Bioquímica 6

Para compreender na totalidade a função génica era necessário o estudo

em larga escala das proteínas expressas

A análise das sequências dos nucleótidos nem sempre reflete uma relação

direta com os níveis de proteínas expressas e consequentemente com a

atividade biológica

Page 7: Apresentação Proteómica TP1

Licenciatura em Bioquímica, Biologia Molecular 2012-2013

Proteómica

• Ciência que estuda o conjunto de proteínas e as suas

isoformas (que são determinadas pelo genoma) contidas

numa amostra biológica

• Método direto para identificar, quantificar e estudar as

modificações pós-traducionais das proteínas numa

célula;

• É o equivalente proteico do genoma

FCUL, Departamento de Química e Bioquímica 7

• Organismo

• Tecido

• Célula

• Organelo celular

Page 8: Apresentação Proteómica TP1

Licenciatura em Bioquímica, Biologia Molecular 2012-2013

Proteómica: como surgiu?

• Necessidade de se investigar o controle da expressão

génica e os seus impactos no metabolismo celular;

• Informações importantes como:

• Quais as proteínas que são expressas;

• Os níveis de expressão destas proteínas;

• O momento de expressão destas proteínas;

• Modificações pós-traducionais;

• Interações entre proteínas;

• Respostas expressas pelas células em diferentes situações ou

tratamentos;

• Diferenças moleculares entre linhagens de células.

FCUL, Departamento de Química e Bioquímica 8

Page 9: Apresentação Proteómica TP1

Licenciatura em Bioquímica, Biologia Molecular 2012-2013

Proteómica vs. Genómica

FCUL, Departamento de Química e Bioquímica 9

• Estudo da estrutura, função e

controlo dos sistemas biológicos

através das propriedades das

proteínas;

• Conhecimento acerca da

abundância, atividade e estrutura

das proteínas expressas por uma

célula

• Não é estática: modifica-se de

acordo com as condições e

estímulos a que um organismo

está exposto

• Estudo apenas da sequência dos

genes (genoma);

• Não elucida muitos dos processos

biológicos;

• Não se obtém dados sobre a

expressão dos genes, a

quantidade expressa e o

funcionamento dos seus

produtos;

• É estática.

Ponte de ligação entre o genótipo e o fenótipo de um organismo

Page 10: Apresentação Proteómica TP1

Licenciatura em Bioquímica, Biologia Molecular 2012-2013

Fatores que afetam o proteoma duma célula

FCUL, Departamento de Química e Bioquímica 10

Genoma

Proteoma

Interações entre

proteínas

Temperatura

Substâncias químicas

Infeção por organismos patogénicos

Condições ambientais

Expressão génica

Page 11: Apresentação Proteómica TP1

Licenciatura em Bioquímica, Biologia Molecular 2012-2013

Proteómica: Vantagens e Desvantagens

• Vantagens

• estudo da expressão génica em condições específicas;

• identificação de proteínas que sofrem modificações pós-

traducionais (que não são detetadas por análise do genoma).

• Desvantagens

• Limitações

• Só uma parte das proteínas sintetizadas pode ser detetada

experimentalmente;

• Degradação da amostra.

FCUL, Departamento de Química e Bioquímica 11

Page 12: Apresentação Proteómica TP1

Licenciatura em Bioquímica, Biologia Molecular 2012-2013

Proteómica: técnicas utilizadas

• Eletroforese bidimensional em gel de poliacrilamida • Separação (por carga e massa), deteção e quantificação das

proteínas

• ICAT (isotope-coded affinity tags) • Permite identificar diferenças no conteúdo proteico de duas amostras

• Microarrays de proteína • Interacções das proteínas e as suas funções

• Espectrometria de massa • Fragmentação de proteínas;

• Análise de péptidos;

• Identificação das proteínas (bioinformática).

FCUL, Departamento de Química e Bioquímica 12

Page 13: Apresentação Proteómica TP1

Licenciatura em Bioquímica, Biologia Molecular 2012-2013

Preparação da amostra

• Rutura celular através de:

• Métodos químicos (detergentes, solventes orgânicos,

entre outros)

• Métodos físicos (homogeneização com misturador,

agitação mecânica, entre outros)

• Solubilização e desnaturação das proteínas

FCUL, Departamento de Química e Bioquímica 13

Figura 2. Esquema da preparação da amostra.

Figura 1. Homogeneizador

de Potter – Elvehjem.

Page 14: Apresentação Proteómica TP1

Licenciatura em Bioquímica, Biologia Molecular 2012-2013

Eletroforese 2D – princípios

• Consiste em separar, sob a influência de um campo

elétrico, moléculas carregadas.

• A velocidade de migração depende de:

• Tamanho

• Forma

• Carga elétrica

• Numa eletroforese 2D, as proteínas são submetidas a

duas etapas de separação eletroforética consecutivas:

• Etapa de 1ª dimensão

• Etapa de 2ª dimensão

FCUL, Departamento de Química e Bioquímica 14

Page 15: Apresentação Proteómica TP1

Licenciatura em Bioquímica, Biologia Molecular 2012-2013

Eletroforese 2D – etapa de 1ª dimensão

• Consiste numa focagem isoelétrica: proteínas são

separadas pela sua carga elétrica através de um

gradiente de pH

FCUL, Departamento de Química e Bioquímica 15

As proteínas migram no gel até atingirem uma posição estacionária,

onde o seu pI é igual ao valor de pH (carga nula)

Figura 3. Primeira dimensão: focagem isoelétrica das proteínas.

Page 16: Apresentação Proteómica TP1

Licenciatura em Bioquímica, Biologia Molecular 2012-2013

Eletroforese 2D – etapa de 2ª dimensão

• As proteínas são submetidas a uma eletroforese

desnaturante em gel de poliacrilamida – SDS-PAGE;

FCUL, Departamento de Química e Bioquímica 16

As proteínas (carga global negativa) são separadas de acordo com as suas

massas moleculares – proteínas de maiores dimensões migram menos no gel

Figura 4. Segunda dimensão: SDS-PAGE.

Page 17: Apresentação Proteómica TP1

Licenciatura em Bioquímica, Biologia Molecular 2012-2013

Eletroforese 2D - Equipamento

• Focagem isoelétrica

• SDS-PAGE

FCUL, Departamento de Química e Bioquímica 17

Figura 5. Equipamento utilizado numa

eletroforese de focagem isoelétrica.

Figura 6. Equipamento utilizado numa eletroforese SDS-PAGE.

Unidade de

focagem

isoelétrica Câmara de

focagem

isoelétrica

Page 18: Apresentação Proteómica TP1

Licenciatura em Bioquímica, Biologia Molecular 2012-2013

Eletroforese 2D – Resultados I

• Os resultados da eletroforese são visíveis através de

vários métodos de deteção:

• Coloração de proteínas

• Corantes (Azul de Coomassie, nitrato de prata, entre outros)

• Reagentes fluorescentes

• Fluorografia ou autoradiografia

• Deteção de proteínas marcadas radioativamente (incorporação de 3H, 14C, 35S, 32P, 33P ou 125I às proteínas)

FCUL, Departamento de Química e Bioquímica 18

Aplicados juntamente com os métodos anteriores

Page 19: Apresentação Proteómica TP1

Licenciatura em Bioquímica, Biologia Molecular 2012-2013

Eletroforese 2D – Resultados II

• No final da eletroforese 2D obtém-se um gel contendo numerosas

manchas (“spots”) bem separadas, cada uma correspondente a uma

proteína ou a uma forma proteica.

FCUL, Departamento de Química e Bioquímica 19

Figura 7. Eletroforese bidimensional 2D-PAGE utilizado na análise de proteomas.

Page 20: Apresentação Proteómica TP1

Licenciatura em Bioquímica, Biologia Molecular 2012-2013

Eletroforese 2D – vantagens e desvantagens

Vantagens

• Boa resolução para proteínas;

• Deteção de modificações pós-

traducionais;

• Comparações quantitativas;

• Boa avaliação visual para

amostras pouco complexas

FCUL, Departamento de Química e Bioquímica 20

Desvantagens

• Limitado pelo intervalo de pH;

• As proteínas pouco abundantes

são de difícil deteção;

• Quando a quantidade de

proteínas é muito elevada a

resolução é baixa

• Análise e quantificação são

difíceis.

Page 21: Apresentação Proteómica TP1

Licenciatura em Bioquímica, Biologia Molecular 2012-2013

Eletroforese 2D – Exemplo

FCUL, Departamento de Química e Bioquímica 21

Figura 8. Eletroforese bidimensional dos componentes protéicos totais de C. albicans na faixa de pH de 3 a 10 com

tratamento com fluconazol na concentração de 1400 µg/mL em géis corados pelo azul de Coomassie.

Page 22: Apresentação Proteómica TP1

Licenciatura em Bioquímica, Biologia Molecular 2012-2013

Eletroforese 2D – Exemplo

FCUL, Departamento de Química e Bioquímica 22

Figura 9. Eletroforese bidimensional dos componentes protéicos totais de C. albicans com tratamento com fluconazol na

concentração de 1400 µg/mL, visão ampliada das proteínas alteradas.

Alterações verificadas:

Page 23: Apresentação Proteómica TP1

Licenciatura em Bioquímica, Biologia Molecular 2012-2013

ICAT

• O método utiliza 2 marcações:

• Marcador leve

• Marcador pesado (átomos de H são substituídos por D)

• O marcador é constituído por:

a) Um grupo químico que reage com os grupos específicos das

proteínas (por exemplo: se reagir com o grupo tiol, o marcador

liga-se a todas as cisteínas na proteína)

b) Grupo biotina

FCUL, Departamento de Química e Bioquímica 23

Figura 10. Estrutura de um reagente ICAT especifico para os grupos tiol das proteínas.

Page 24: Apresentação Proteómica TP1

Licenciatura em Bioquímica, Biologia Molecular 2012-2013

ICAT – Como aplicar?

1. Aplicar o marcador leve a uma das amostras e o marcador pesado a outra;

2. Clivar as proteínas com tripsina (Atenção: os fragmentos com cisteína continuam marcados!)

3. Juntar os dois extratos proteicos;

4. Cromatografia de afinidade (liga a biotina da molécula de ICAT e portanto os fragmentos de interesse)

5. Obtém-se uma mistura idêntica de péptidos (os péptidos de cada amostra diferem 8 Da)

6. Espectrometria de massa

FCUL, Departamento de Química e Bioquímica 24

Sinais aos pares, separados por 8 unidades de

massa, com a mesma abundância

A não ser que a proteína esteja a ser expressa em

diferentes quantidades nas amostras

Page 25: Apresentação Proteómica TP1

Licenciatura em Bioquímica, Biologia Molecular 2012-2013

ICAT – Estratégia (I)

FCUL, Departamento de Química e Bioquímica 25

As proteínas isoladas de uma célula

saudável são tratadas com o

marcador leve (amostra de controlo)

enquanto as proteínas isoladas de

uma célula doente são tratadas com o

marcador pesado

Os péptidos marcados com ICAT são

separados dos outros péptidos por

cromatografia de afinidade

Figura 11. Estratégia de atuação do ICAT.

Page 26: Apresentação Proteómica TP1

Licenciatura em Bioquímica, Biologia Molecular 2012-2013

ICAT – Estratégia (II)

• Espectrometria de massa

FCUL, Departamento de Química e Bioquímica 26

Quantificação de proteínas Identificação de proteínas

• Cromatografia liquida de afinidade

Figura 12. Exemplos de cromatograma e de espectro obtido por cromatografia liquida de afinidade e

espectrometria de massa, respetivamente.

Page 27: Apresentação Proteómica TP1

Licenciatura em Bioquímica, Biologia Molecular 2012-2013

ICAT – Exemplo (Proteoma de T. Cruzi)

• Doença de Chagas (Chaguismo)

• Também conhecida por tripanossomíase americana;

• É uma infecção causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi

FCUL, Departamento de Química e Bioquímica 27

Figura 13. Exemplo esquemático de estratégia utilizada

para o estudo de proteoma. (Retirado de Kalume et al. 2005)

Resultados:

Expressão conservativa entre as

formas evolutivas epimastigota,

tripomastigota e amastigota.

Page 28: Apresentação Proteómica TP1

Licenciatura em Bioquímica, Biologia Molecular 2012-2013

ICAT – Exemplo (Proteoma de T. Cruzi)

• MAS…

• O número de proteínas focalizadas no gel e o número de

identificações obtidas representaram uma pequena parte de todo o

proteoma de cada forma evolutiva.

FCUL, Departamento de Química e Bioquímica 28

ICAT – análise quantitativa das proteínas

das formas tripomastigota e amastigota

29 proteínas com níveis ~ de expressão

9 proteínas predominantes na forma tripomastigota

3 proteínas predominantes na forma amastigota

Page 29: Apresentação Proteómica TP1

Licenciatura em Bioquímica, Biologia Molecular 2012-2013

Espectrometria de massa – I

• O espectrómetro é um aparelho complexo que:

• Vaporiza os compostos a analisar;

• Produz iões (em fase gasosa);

• Separa iões de acordo com a sua razão massa/carga (m/z).

FCUL, Departamento de Química e Bioquímica 29

Obtém-se um gráfico da abundância

dos iões a cada razão m/z obtida

• É constituído por:

• Sistema de introdução da amostra (input);

• Fonte de iões (câmara de ionização);

• Analisadores (separação dos iões);

• Detetor de iões;

• Sistema de tratamento de dados. Figura 14. Espectrómetro de massa.

Page 30: Apresentação Proteómica TP1

Licenciatura em Bioquímica, Biologia Molecular 2012-2013

Espectrometria de massa – II

FCUL, Departamento de Química e Bioquímica 30

Sistema de

introdução da

amostra

Fonte iónica

(iões em fase

gasosa)

Analisador

(Separação dos

iões)

Detetor

(deteção dos

iões)

Sistema de

dados

(tratamento de

dados)

Espetro de massa

Vácuo

Page 31: Apresentação Proteómica TP1

Licenciatura em Bioquímica, Biologia Molecular 2012-2013

Espectrometria de massa – III

FCUL, Departamento de Química e Bioquímica 31

Câmara de

Ionização

Campo

magnético

Campo

elétrico

Figura 15. Espectrómetro de massa e todos os seus principais componentes.

Page 32: Apresentação Proteómica TP1

Licenciatura em Bioquímica, Biologia Molecular 2012-2013

Espectrometria de massa - Fonte iónica (I)

• Na análise de proteínas, a fonte de iões mais utilizada é:

• MALDI (matrix-assisted laser desorption/ ionisation)

FCUL, Departamento de Química e Bioquímica 32

Porquê? A amostra é misturada com a matriz (composto

orgânico conjugado).

As matrizes são projetadas de forma a ter um máximo

de absorção ao comprimento de onda do feixe do laser.

O laser causa a excitação e a vaporização do solvente

e a amostra fica na fase gasosa.

Page 33: Apresentação Proteómica TP1

Licenciatura em Bioquímica, Biologia Molecular 2012-2013

Espectrometria de massa - Fonte iónica (II)

FCUL, Departamento de Química e Bioquímica 33

Desvantagens

• Se a concentração da solução

é desconhecida, é necessário

realizar diluições em série da

amostra

Melhores resultados na gama de

concentrações 0,1-10 pmol mm-3

Vantagens

• Método de ionização suave;

• Como a matriz absorve quase

toda a radiação, aumenta a

probabilidade da amostra ficar

ionizada sem fragmentar

• Produção de iões de massa

molecular elevada com

elevada sensibilidade;

Page 34: Apresentação Proteómica TP1

Licenciatura em Bioquímica, Biologia Molecular 2012-2013

Espectrometria de massa – analisador (I)

• Na análise de proteínas, o analisador mais utilizado é:

• TOF (“time of flight”)

FCUL, Departamento de Química e Bioquímica 34

Porquê? • Os iões entram num tubo de voo em que os iões

mais leves migram mais rapidamente, chegando em

primeiro lugar ao detetor.

• Os iões são separados com base na razão m/z, uma

vez que é aplicado, ao mesmo tempo inicial, o

mesmo potencial

• Vantagens:

• Virtualmente, não existe limite de massa molecular para amostra

Page 35: Apresentação Proteómica TP1

Licenciatura em Bioquímica, Biologia Molecular 2012-2013

Espectrometria de massa – MALDI-TOF (I)

FCUL, Departamento de Química e Bioquímica 35

Figura 16. Esquema do funcionamento da espectrometria de massa MALDI-TOF.

Page 36: Apresentação Proteómica TP1

Licenciatura em Bioquímica, Biologia Molecular 2012-2013

Espectrometria de massa – MALDI-TOF (II)

• Desvantagem: esta técnica é afetada por corantes, sais,

tampões ou detergentes (iónicos ou não iónicos)

FCUL, Departamento de Química e Bioquímica 36

Remover estes compostos por:

• Lavagem;

• Diálise;

• Resinas de troca iónica;

• Cromatografia de pipeta (cromatografia de fase

reversa em que a amostra se liga ao interior da

pipeta enquanto os sais não, a amostra é depois

removida com solventes orgânicos, exemplo:

acetonitrilo 50-75%)

Figura 17. Cromatografia de pipeta.

Solução?

Page 37: Apresentação Proteómica TP1

Licenciatura em Bioquímica, Biologia Molecular 2012-2013

Análise quantitativa de complexos proteicos

• A análise do proteoma envolve os seguintes passos:

1. Corrida em gel (eletroforese unidimensional ou bidimensional);

2. Corar a amostra (ex: azul de Coomassie);

3. Encontrar as proteínas de interesse

4. Extrair e clivar as proteínas

5. Análise da massa dos resultados

6. Procurar correspondências numa base de dados

FCUL, Departamento de Química e Bioquímica 37

• Ferramenta Mascot de Matrix Science

• Protein prospector

• NCBInr

• Ferramenta SwissProt do Expasy

Page 38: Apresentação Proteómica TP1

Licenciatura em Bioquímica, Biologia Molecular 2012-2013

Espectrometria de massa – exemplo

FCUL, Departamento de Química e Bioquímica 38

Figura 18. Exemplo de espectro obtido por espectrometria de massa

para a parvalbumina de jacaré.

Page 39: Apresentação Proteómica TP1

Licenciatura em Bioquímica, Biologia Molecular 2012-2013

Aplicações da Proteómica

• Mining de Proteomas

• Perfil de expressão de proteínas

• Identificação de interações proteína-proteína

• Mapeamento de modificações de proteínas

FCUL, Departamento de Química e Bioquímica 39

Page 40: Apresentação Proteómica TP1

Licenciatura em Bioquímica, Biologia Molecular 2012-2013

Mining de Proteomas

• Objetivos:

• Identificar o maior número possível de componentes do proteoma

• Catalogar todo o proteoma duma célula, num dado momento

• Interesse:

• Estudar as mudanças na composição proteíca dos proteomas

FCUL, Departamento de Química e Bioquímica 40

Associadas a doenças num organismo

Utilidade como marcadores de diagnóstico

(biomarcadores)

Page 41: Apresentação Proteómica TP1

Licenciatura em Bioquímica, Biologia Molecular 2012-2013

Perfil de Expressão de Proteínas - I • Objetivo:

• Medir a expressão de um conjunto de proteínas em duas amostras

e depois compará-los

FCUL, Departamento de Química e Bioquímica 41

Detetar e identificar as

mesmas proteínas nas duas

amostras

Ferramenta bioinformática:

MelanieTM

• interface para visualizar, explorar e analisar as imagens do gel

de electroforese 2D

• identificar os marcadores de proteína de interesse através de

análise de expressão diferencial

MelanieTM

Problemas

• Este método pode indicar apenas o nível do produto do gene por

si só e não a forma como as proteínas são modificadas

Page 42: Apresentação Proteómica TP1

Licenciatura em Bioquímica, Biologia Molecular 2012-2013

MelanieTM – Output

FCUL, Departamento de Química e Bioquímica 42

Análise:

• Presença ou ausência de spots

• Volume dos spots: quantificação

relativa

• Posição dos spots: modificações

pós-traducionais

Figura 20. Aspecto de um output do programa MelanieTM.

Page 43: Apresentação Proteómica TP1

Licenciatura em Bioquímica, Biologia Molecular 2012-2013

Identificação de interações proteína-proteína

• Imunoprecipitação

• Utilização de anticorpos monoclonais para remover a proteína de

interesse

• Phage Display (“Exibição de fagos”)

• Através da utilização de fagos (ex. M13) permite o rastreio dos clones

obtidos devido à ligação do fenótipo (o péptido de interesse) com o

genótipo (o vetor de clonagem) que o expressou.

• The Yeast Two Hybrid System (“Sistema do duplo híbrido”)

• Permite detectar in vivo interacções proteína-proteína – através de

um ativador transcricional que leva à expressão de um gene

FCUL, Departamento de Química e Bioquímica 43

Page 44: Apresentação Proteómica TP1

Licenciatura em Bioquímica, Biologia Molecular 2012-2013

Mapeamento das modificações da proteína – I

• Mapear as MPTs = identificar em que resíduo se

encontra a alteração

• Essa alteração pode ser (entre outras):

• Fosforilação – adição de um grupo fosfato (PO4) a um aminoácido

• Acetilação – introdução um grupo funcional acetil

• Alquilação – transferência de um grupo alquilo

• Metilação – substituição de H por um grupo metil (CH3).

FCUL, Departamento de Química e Bioquímica 44

Espectrometria

de massa

Page 45: Apresentação Proteómica TP1

Licenciatura em Bioquímica, Biologia Molecular 2012-2013

Contribuições da Proteómica

• Tendo em conta todas as aplicações da proteómica, esta

pode ser aplicada a:

FCUL, Departamento de Química e Bioquímica 45

Estudo de agentes

infecciosos

Desenvolvimento

de novos fármacos

Marcadores de

diagnóstico

(biomarcadores)

Cancro

Doença de Alzheimer

Page 46: Apresentação Proteómica TP1

Licenciatura em Bioquímica, Biologia Molecular 2012-2013

Conclusão

• A proteómica é um método direto

amplamente utilizado para identificar,

quantificar e estudar as modificações

pós-traducionais das proteínas de uma

célula;

• As técnicas mais utilizadas são a

eletroforese bidimensional e a

espectrometria de massa;

• As suas aplicações são vastas;

• Os seus contributos para o

desenvolvimento de novos fármacos e

de marcadores de diagnóstico são de

grande importância.

FCUL, Departamento de Química e Bioquímica 46

Figura 22. Interação entre as proteínas da célula

de levedura.

Page 47: Apresentação Proteómica TP1

Licenciatura em Bioquímica, Biologia Molecular 2012-2013

Bibliografia

• Wilson, K., & Walker, J. (2005). Principles and Techniques of Biochemistry and Molecular Biology

(6th edition). Cambridge: Cambridge University Press;

• Brown, T. A. (2010). Gene Cloning And DNA Analysis – An Introduction (6th edition). Wiley-Blackwell;

• Liebles D.C., & Yates, John R, III (2002). Introduction to Proteomics – Tools for the New Biology .

Humana Press Inc.;

• Uto et al. Clinical proteomics for liver disease: a promising approach for discovery of novel

biomarkers (2010). Proteome Science;

• O’Farrel, P. H. High Resolution Two-dimensional Electrophoresis of Proteins (1975). J. Biol. Chem.

(250, 4007–4021);

• Silva, A. M. S., Corrêa, G. C., & Reis, E. M. Proteomica – Uma abordagem funcional do estudo do

genoma. Universidade do Grande Rio;

• Latterich M., Abramovitz M., & Leyland-Jones, B. Proteomics: New technologies and clinical

applications (2008). European Journal Of Cancer 44 (2008) 2737–2741;

• http://www.conhecer.org.br/enciclop/2010c/proteonica.pdf;

• http://www.biota.org.br/publi/banco/docs/18502_1203966649.pdf

• http://www.scielo.br/pdf/cr/v40n3/a479cr1680.pdf;

• http://www.biotecnologia.com.br/revista/bio07/analise.pdf;

• http://www.e-escola.pt/ftema.asp?id=116&canal=5

• http://www.posgraduacao.fcfar.unesp.br/biociencias/Disertacoes/2008/liliana_scorzoni-completo.pdf

• http://www.dionex.com/en-us/webdocs/5475-5475_AN520_V16.pdf

FCUL, Departamento de Química e Bioquímica 47