apresentação do autoritarismo à democracia
TRANSCRIPT
Portugal do autoritarismo à democracia
Imobilismo político e económico do pós-guerra a 1974
Questões orientadoras
• quais os problemas que se colocaram a Portugal no pós-guerra?
• que implicações teve a Guerra Fria na evolução da situação política portuguesa?
• qual era a situação económica e social?
• que razões levaram à emigração?
• Que importância tinham as colónias portuguesas?
• que razões levaram à Revolução do 25 de Abril?
• qual foi o significado internacional dessa Revolução?
A estagnação do mundo rural
• nos anos 50, 40% da população ativa encontrava-se no sector primário
• pressão dos grandes proprietários que exigiam a perpetuação de privilégios (salários baixos e manutenção dos elevados preços)
• a estagnação da produção dos cereais levou ao aumento das importações
• assistiu-se à perda da importância da agricultura na economia e na sociedade e à emigração em massa
A Emigração
• entre 1946 e 1973, emigraram 2 milhões de portugueses num universo de 9 milhões de habitantes
• miséria e os salários baixos
• o ritmo sofreu um aumento com o alistamento obrigatório no exército
• maioritariamente clandestina
• os destinos preferidos são: França, Alemanha, Estados Unidos e Brasil
• por um lado, a entrada de remessas contribuíram para o equilíbrio da balança comercial
• por outro lado, a perda populacional prolongou o atraso económico e envelheceu a sociedade
Oposição política no pós-guerra
• o impacto da 2.ª guerra nas condições de vida das populações e a vitória das democracias na Europa provoca uma agitação social crescente
• formação do MUNAF - Movimento Nacional de Unidade Antifascista (dezembro de 1943)
• eleições legislativas antecipadas
• criação do MUD - Movimento de Unidade Democrática (1945)
• entrada de Portugal para a NATO (1949)
• candidatura do general Norton de Matos (fevereiro de 1949)
Sobressalto político de 1958
• política de equilíbrio entre a ala conservadora do regime e a ala liberal, defensora de reformas, embora dentro do próprio regime
• candidatura do general Humberto Delgado às eleições presidenciais de 1958
• o bispo do Porto critica o estado do país
• frustada a conspiração militar (março de 1959)
• assalto ao navio Santa Maria por Henrique Galvão Teles (1961)
• duas tentativas de golpe militar em 1961 (Botelho Moniz) e 1962 (Humberto Delgado)
• contestação estudantil em Lisboa e Coimbra
A questão colonial
• em 1951, o Estado Novo revoga o Acto Colonial que designa as colónias por províncias ultramarinas
• em 1955, Portugal torna-se membro da ONU como estado unitário, com províncias dispersas e várias raças
• em 1961, inicia-se a luta armada dos movimentos de libertação e pela independência das colónia
• teses integracionista e federalista
• em 1964, a guerra colonial alastrava em três frentes, mobilizando 7% da população ativa e gastos 40% do orçamento geral do Estado
A primavera marcelista
• linha orientadora: “Evoluir na continuidade”
• sinais de abertura: faz regressar do exílio de algumas personalidades; modera atuação da polícia política; abranda a censura; abre a União Nacional a influências mais liberais; alargou o sufrágio feminino e permitiu maior liberdade de campanha a outras sensibilidades políticas.
• liberalização fracassada: fraude nas eleições legislativas de 1969; associações de estudantes encerradas; legislação sindical mais rígida; nova vaga de prisões e recondução de Américo Tomás.
A guerra num impasse
• recusa do “autonomia progressiva” prevista no projeto de revisão do estatuto das colónias
• em 1970, o Papa Paulo VI recebe, no Vaticano, os líderes do movimentos de libertação
• em 1973, a ONU reconhece a independência da Guiné-Bissau
• em fevereiro de 1974, António de Spínola publica a obra Portugal e o Futuro
A eclosão da revolução
• destituições de Américo Tomás e Marcello Caetano
• extinção da PIDE, Legião Portuguesa e Censura
• amnistia e libertação dos presos políticos
• formação de partidos políticos e de sindicatos livres
• promessa de eleições constituintes no prazo de um ano
• nomeações de António de Spínola e Adelino de Palma
O pós-revolução
• efervescência social crescente
• o I Governo Provisório demitiu-se menos de dois meses
• poder político fraccionado
• nomeação de Vasco Gonçalves para chefiar o II Governo Provisório
• confronto entre o projeto federalista e a “independência pura e simples” das colónias
• Costa Gomes indigitado para a Presidência da República
• entre 1974 e 1976, sucederam-se seis governos provisórios
Radicalização do processo revolucionário
• criação do Comando Operacional do Continente - COPCON
• 11 de março de 1975, golpe militar dirigido por António de Spínola
• formação do Conselho da Revolução
• Processo Revolucionário em Curso - PREC
• agitação social: afastamento de funcionários de “direita”; nas empresas as comissões de trabalhadores assumem o comando; nas cidades e vilas formam-se “comissões de moradores” e os trabalhadores rurais ocupam grandes herdades
Verão quente
• realização de eleições no dia 25 de abril de 1975
• acorreram às urnas 91,7% dos eleitores
• PS sagrou-se vencedor das eleições com 38% dos votos
• oposição entre as forças políticas atinge o rubro: manifestações; assaltos a sedes partidárias e a proliferação de organizações armadas
• destituição do primeiro-ministro Vasco Gonçalves
• 25 de novembro, golpe militar encabeçado por Otelo Saraiva de Carvalho
Constituição de 1976
• reconhece o “pluralismo partidário”
• confere a todos os cidadãos “a mesma dignidade social”
• adopção dos princípios da Declaração Universal dos Direitos do Homem
• eleição direta, mediante sufrágio universal, da Assembleia Legislativa e do Presidente
• independência dos tribunais
• autonomia política às regiões insulares
• modelo de poder local descentralizado e eleito por via direta
A grande fuga
• reconhecimento do direito de independência das colónias à independência
• negociações com os movimentos independentistas
• posição frágil: desmotivação generalizada; deterioração das relações entre os militares africanos e os comandos e instabilidade política na metrópole
• radicalização dos confrontos: fuga precipitada da população branca; incompatibilidade das posições do movimentos independentistas e guerra civil
Revisão constitucional de 1982
• manteve inalterados os artigos que proibiam retrocessos nas nacionalizações e na reforma agrária
• abolido o Conselho da Revolução e criado o Conselho de Estado
• Presidente da República: eleito por sufágio direto e por maioria absoluta; mandato de 5 anos; voto suspensivo das leis; demissão do governo e dissolução da assembleia
• Assembleia da República: deputados eleitos por círculos eleitorais; legislatura de 4 anos
• Governo: o primeiro-ministro é designado pelo presidente; funções executivas e legislativas; apresenta o seu programa orçamento ao parlamento